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AO ILUSTRE JUÍZO DA VARA DO PLANTÃO JUDICIAL DA CAPITAL DO RIO

DE JANEIRO

Ref.: Mandado de Segurança nº 0060888-29.2020.8.19.0001


Impetrante: Jorge Cerqueira de Andrade
Impetrado: Secretário de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro.

O SECRETÁRIO DE ESTADO DE FAZENDA DO RIO DE JANEIRO, nos autos do


mandado de segurança em epígrafe, impetrado por Jorge Cerqueira de Andrade, vem,
respeitosamente, perante V. Exa., oferecer, as suas

INFORMAÇÕES

Pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.


I – Dos fatos

Trata-se de mandado de segurança impetrado por Jorge Cerqueira de Andrade


objetivando (i) o restabelecimento da remuneração do impetrante e o pagamento dos
vencimentos que não foram pagos, (ii) a manutenção do pagamento integral do impetrante e
(iii) a produção das provas cabíveis no mandamus.

A suspensão de sua remuneração decorreu, como se aduz da Circular CTCE nº 18, de


2019, do não comparecimento à Superintendência de Recursos Humanos, conforme
requisição do Estado do Rio de Janeiro.

Diz a Corregedoria que, apesar de o servidor ter sido afastado de suas atividades
laborais como medida acautelatória, ele ainda deve se manter à disposição do Estado e, em
não podendo comparecer quando requisitado, deve se submeter, como qualquer outro
funcionário à avaliação da junta médica oficial, como descrito no art. 99 do Decreto nº 2.479,
de 1979.

No termos do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Poder Executivo do Estado


do Rio de Janeiro, os atestados possuem prazo máximo de três dias a contar da primeira falta
do servidor. Portanto, verificou-se que o servidor, não se dirigindo à Superintendência de
Recursos Humanos após o prazo de validade do atestado médico, estaria incorrendo em falta.
Por tal motivo, a Corregedoria recomendou a suspensão dos vencimentos do servidor.

O impetrante afirma que o ato de suspensão da remuneração do servidor foi uma


punição disciplinar que não respeitou seu direito ao contraditório e à ampla defesa e,
portanto, ilegal. Ele afirma, ainda, que o servidor não responde a nenhum Processo
Administrativo Sancionador em razão das faltas.

Também apresenta o servidor argumentação no sentido de que o seu afastamento se


justifica pela ordem judicial e administrativa determinando o seu afastamento da repartição
em que atua.
O juízo indeferiu a liminar porque não observou a existência de manifesta ilegalidade
no ato impugnado na presente ação. Posteriormente, a ação foi arquivada por falto do
recolhimento de custas pertinentes aos preparo da ação.

II – Da ilegitimidade passiva do Secretário de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro e


necessária extinção do processo

Conforme será demonstrado a seguir, o Secretário de Estado de Fazenda do Rio de


Janeiro não pode figurar como parte legítima no polo passivo do presente processo. Como é
sabido, o artigo 6°, § 3°, da Lei nº 12.016/2009, define que a legitimidade passiva no
mandado de segurança deve ser apurada em razão da função exercida pela autoridade coatora
com poder decisório para a prática do ato impugnado1.

A partir do relato apresentado pelo impetrante, nota-se que a suspensão do pagamento


do servidor tem como autoridade responsável a Corregedoria Tributária de Controle Externo.
A pretensão do impetrante manifesta clara insatisfação com a CI Circular CTCE nº 18/2019,
anexado ao processo na qualidade de ato impugnado.

Desta feita, a autoridade responsável pela decisão questionada pela impetrante é o


Corregedor-Chefe, não o Secretário de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro, como abordado
no remédio constitucional.

Sobre a errada indicação da autoridade coatora, vale trazer as lições do processualista


Marco Antônio Rodrigues. De acordo com o autor, quando uma das autoridades que
participam do ato coator atua meramente como executora, não é razoável que ocupe o polo
passivo da demanda, pois não teria como prestar informações adequadamente. Confira o
extrato abaixo:

(...) se o ato coator for praticado com manifestações de pessoas


diferentes, a definição da autoridade coatora dependerá da
caracterização de ato composto ou ato complexo (...) se há uma

1
Nesse sentido: RODRIGUES, Marco Antônio. A Fazenda Pública no Processo Civil. São Paulo:
Atlas, 2016, p. 219/221. CÂMARA, Alexandre Freitas. Manual do Mandado de Segurança. São
Paulo: Atlas, 2013, p. 68. CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo. 14ª edição.
Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 549.
manifestação principal e outra acessória, a autoridade responsável
pela primeira será a coatora2.

Não é outra a opinião de Leonardo Carneiro da Cunha, in verbis:

Nos atos complexos, identificados como aqueles que dependem da


conjugação de várias manifestações de vontade, o mandado de segurança
deve ser impetrado em face da autoridade que praticou o último ato. É o
caso, por exemplo, da nomeação de um membro do Tribunal Regional
Federal pela vaga destinada ao quinto constitucional: o ato é complexo,
dependendo da participação da OAB ou do Ministério Público, a quem se
confere a atribuição de elaborar a lista sêxtupla, bem como do próprio TRF,
que se responsabiliza pela confecção da lista tríplice e, finalmente, do
Presidente da República, a quem compete indicar e nomear o membro do
tribunal. Impugnado algum vício numa das listas, o mandado de segurança
deve ser impetrado contra o Presidente da República.3

A proposição da Corregedoria, anexa à peça inaugural, assume o caráter de


manifestação principal no presente processo, não aquela exarada pela Superintendência de
Recursos Humanos. A Lei Complementar nº 69, de 1990, desvela a competência do
Corregedor para o exercício de atribuições concernentes ao seu poder de controle e a
aplicação de penalidades.

Art. 113 - Compete ao Corregedor:


(...)
VIII - Exercer outras atribuições inerentes à sua função de controle e
aplicação de penalidades às infrações disciplinares.

Nesse sentido, vê-se que a autoridade legitimada a figurar no polo passivo não é a
indicada no presente mandamus, mas o Corregedor-Chefe da CTCE. Noutro giro, poder-se-ia
cogitar a teoria da encampação, que permite a indicação da autoridade coatora errada desde
que atenda a alguns requisitos, presentes no verbete sumular nº 628, do Superior Tribunal de
Justiça, in verbis:

A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando


presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de
vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a
que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito

2
RODRIGUES, Marco Antonio. A Fazenda Pública no Processo Civil. São Paulo: Atlas, 2016, p. 221/222.
3
CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo. 14ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p.
517/518.
do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação
de competência estabelecida na Constituição Federal.

Vale notar que a teoria da encampação também não se aplica se isso ocasionar em
mudança das regras de competência definidas na Constituição Estadual:

Revela-se incabível falar em aplicação da teoria da encampação, uma


vez que a indevida presença do Secretário da Fazenda no polo passivo
do Mandado de Segurança modificaria a regra de competência
jurisdicional disciplinada pela Constituição do Estado. (STJ. Primeira
Turma. AgInt no RMS 56.103/MG, Rel. Min. Regina Helena Costa.
Julgado em 23/08/2018)

Desta feita, ante a errada indicação da autoridade coatora e a impossibilidade de sanar


o feito, resta ao nobre magistrado a extinção do processo sem resolução do mérito, nos
moldes do art. 485, VI, do CPC/2015.

III - Conclusão

Diante do exposto, requer que a ação seja julgada extinta pela incorreta indicação da
autoridade coatora ou pela ausência do recolhimento de custas pertinentes ao preparo da
ação.

Opina-se, ainda, pela remessa deste feito à d. Procuradoria-Geral do Estado do Rio de


Janeiro, em conformidade com o estatuído no art. 7º, II, da Lei 12.016/2009 e do art. 6º, inc.
XXVII, da L.C. Estadual n.º 15/80 (Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado).

SECRETÁRIO DE ESTADO DE FAZENDA DO RIO DE JANEIRO


Guilherme Mercês

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