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Recursos e Escassez
A escassez é um problema fundamental a que todas as economias têm de fazer face, dado
que os recursos não são nunca suficientes – terra, trabalho e capital – por forma a produzir
todos os bens e serviços que o conjunto das pessoas pretende consumir.
A escassez obriga a que se façam escolhas entre alternativas possíveis: que produtos serão
produzidos e em que quantidade.
MAS
Porém, ao alocar recursos para isso, concluiu que terá de deixar de produzir 3 cadeiras para
poder produzir as 2 mesas adicionais. O custo de oportunidade está no valor perdido da
venda das 3 cadeiras que deixaram de ser fabricadas.
Embora seja hoje possível encontrar uma definição de economia que seja aceite, tal não
significa que seja consensual:
• a economia não é uma ciência exata (como a física) mas sim uma ciência social;
• a medida quantitativa dos seus fenómenos é feita através de técnicas estatísticas das
observações ( eu euro vale a mesma coisa em Lisboa e em Berlim ?)
• não é possível encontrar uma medida universal do próprio fenómeno (a velocidade
em Física é uma medida universal).
O que é a Macroeconomia:
A Macroeconomia estuda a economia no seu conjunto.
Estuda os fenómenos de forma agregada, tal como os ciclos económicos, o padrão de vida,
a inflação, o desemprego, e a Balança de Pagamentos.
Estuda ainda os instrumentos de Política Económica que o Governo tem ao seu dispor para
fazer crescer a economia de forma estabilizada (instrumentos de política fiscal e
monetária).
Utilidade da Macroeconomia:
A Macroeconomia é útil porque permite estudar acontecimentos que afetam a economia
no seu conjunto, sem necessitarmos de conhecer com muito detalhe as características dos
produtos e setores da economia.
O gap do PIB:
• O PIB potencial é o nível de produção do país que será realizado quando a economia
está na sua capacidade normal, isto é, ao nível do pleno emprego.
• O gap do PIB é a diferença entre o PIB verificado e o seu nível potencial.
Os bens que se contabilizam para a produção final designam-se por bens finais ou bens de
uso final (no sentido em que estão disponíveis para serem consumidos ou utilizados: por
exemplo, bens alimentares, vestuário, tratores); os outros bens designam-se por bens
intermédios (por exemplo, o tomate utilizado na indústria é um bem intermédio).
Produto Interno Bruto (PIB): é o conjunto da produção final de bens e serviços realizada
em território nacional independentemente da nacionalidade dos agentes económicos, num
determinado período de tempo (um ano civil).
Nota: por exemplo, a produção realizada pela fábrica da Siemens em Portugal faz parte do PIB português.
O Produto Interno Bruto assim definido está valorizado a preços de mercado (PIBpm) e
integra as despesas de transporte, as margens comerciais, os impostos sobre os produtos
(impostos indiretos – IVA) e deduzidos os subsídios aos produtos.
Cálculo do Produto Interno Bruto (PIB)
O PIB pode ser calculado de três maneiras diferentes:
1. Como a soma de todo o Valor Acrescentado da economia, quer de empresas
produtoras de bens finais, quer de bens intermédios (ótica do produto);
Cálculo do PIB na ótica da despesa, correspondente aos valores da despesa dos agentes
económicos:
PIBpm = C + G + FBCF + VE + X – M
Valorização do PIB:
A partir das igualdades anteriores, deverá fazer-se a distinção entre PIB a preços de base e
PIB a preços de mercado:
PIBpb = ∑VAB
PIBpm = C + G + FBCF + VE + X – M
O valor obtido a partir da primeira igualdade corresponde ao que é auferido pelas unidades
produtivas, antes dos impostos indiretos, mas incluindo os subsídios sobre os produtos; diz-
se então que o PIB assim obtido está valorizado a preços de base e representa-se por PIBpb;
O valor obtido através da segunda igualdade corresponde ao que o conjunto dos agentes
económicos paga (ótica da despesa), incluindo, portanto, os impostos sobre os produtos
(impostos indiretos), mas não incluindo os subsídios sobre os produtos, designando-se por
PIB a preços de mercado, PIBpm.
Em Portugal, o valor do PNB é cerca de 1% mais baixo do que o valor do PIB (tendo variado
entre 0,5% e 1,6% na última década); há países em que esse valor pode chegar até aos 10%
de diferença, como é o caso dos países produtores de petróleo do Médio Oriente, cujos
valores pagos por patentes e lucros a empresas de outros países é muito elevado.
Despesa Nacional
Conjunto das despesas realizadas pelos agentes económicos em território nacional,
incluindo o saldo dos rendimentos do e para o resto do mundo, isto é, (rx = re – rs)
Rendimento Nacional
Representa o conjunto dos rendimentos dos fatores de produção dos nacionais,
correspondendo, portanto, ao conjunto de remunerações por trabalho pagas a residentes,
ao excedente líquido de exploração (lucro), bem como os rendimentos recebidos e pagos
do e ao Exterior.
O PIB e os outros agregados estudados, deverão traduzir a riqueza criada num país num
determinado período; no entanto, existem por vezes dificuldades para media a totalidade
dessa riqueza ou produção, como é o caso da produção para autoconsumo que terá de ser
estimada ( e pode ter algum peso na produção agrícola de certas regiões); só é possível
“medir” a produção/despesa que passe pelo mercado, o que pressupõe que a economia
esteja suficientemente monetarizada; em alguns países menos desenvolvidos (como em
alguns da África subsaariana) a determinação destes agregados torna-se muito difícil.
O Valor do PIB é uma das melhores medidas da atividade económica de um país; é muito
utilizado como indicador de crescimento da economia de um país ou de uma região,
através da sua taxa de variação anual.
O modelo básico na determinação do Rendimento no
curto prazo
• Para simplificação, agregamos todos os setores económicos num só, o que significa
que estamos a admitir a hipótese segundo a qual a economia apenas produz um tipo
de bem.
Vamos considerar uma economia muito simples onde apenas existem unidades de
consumo (Famílias) e unidades de produção (Empresas), não havendo Estado nem relações
com o Exterior.
Do lado do Rendimento das famílias, sabemos que, por definição, se destina ou para
consumo ou para poupança.
Yf = C + S
Rendimento de Equilíbrio
• Segundo Keynes, neste caso, o que há a fazer é seguir uma política de incentivo ao
consumo: as famílias começariam a aumentar o consumo e, portanto, a despesa
agregada, provocando um novo dinamismo nas unidades produtoras que venderiam
os seus stocks e, com a dinâmica encontrada, poderiam mesmo vir a ter que
aumentar a sua capacidade produtiva através de mais investimento.
1
Com efeito, o quociente
1−𝑐+𝑐𝑡
Tem um denominador com valor superior dado pela parcela ct, isto é, a propensão
marginal ao consumo multiplicada pela taxa de imposto. Assim, a taxa de imposto aparece
a fazer diminuir o efeito multiplicador que se obtinha na economia mais simples.
Este resultado é conhecido por efeito de “filtragem” no sentido em que o multiplicador
não é mais elevado porque os impostos têm na atividade económica, um efeito de
amortecer a amplitude da variação possível do Rendimento.
Como já foi referido, também o multiplicador dos Gastos Públicos, neste modelo tem um
valor igual ao do Investimento:
Os estudos empíricos apontam para que a função das Importações varie com o
Rendimento de forma linear, isto é:
M = M(Y) = n + mY n>0 0<m<1
Onde n representa a componente autónoma das Importações, isto é, o valor das
importações quando o nível de Rendimento é zero. O valor da componente autónoma das
Importações traduz a necessidade de importações mesmo quando o nível de Rendimento é
zero.
Assim, o valor de n será sempre positivo.
A propensão a importar é dada por m.
Resolução Algébrica:
Os multiplicadores (Com Estado e Com Exterior)
1
Com efeito, o quociente
1−𝑐+𝑐𝑡+𝑚
Tem um denominador com valor superior dado pela parcela m, isto é, a propensão a
importar tem um valor positivo.
Assim, a propensão a importar reduz o efeito multiplicador.
Este resultado é também conhecido por efeito de “filtragem das importações” no sentido
em que o multiplicador não é mais elevado porque as importações. têm na atividade
económica, um efeito de amortecer a amplitude da variação possível do Rendimento.
Teoria Elementar da Procura
• Assume-se que o consumidor maximiza a utilidade, a partir dos recursos que dispõe.
Procura de um Bem:
É a quantidade de um bem ou serviço que os consumidores desejam obter em cada período
de tempo.
Esta definição mostra que:
1. A quantidade procurada é um desejo;
2. A quantidade procurada é um fluxo, o que obriga a referir um período de tempo.
Determinantes da Procura
Variáveis que se consideram os determinantes da Procura:
1. O preço do bem
2. O preço dos outros bens
3. O rendimento da Família
4. Fatores sociológicos
5. Os gostos e o padrão de vida da Família
A hipótese básica da Teoria Económica: quanto mais baixo for o preço de um bem, maior
será a quantidade procurada desse bem, mantendo-se todas as outras condições
inalteradas.
O seu preço
Os bens podem ser classificados de acordo com o seu preço, ceteris paribus, em:
1. Bens Comuns
2. Bens Giffen
Bens Comuns: a quantidade procurada do bem aumenta se o seu preço reduz ou diminui
se o seu preço aumenta – a generalidade dos bens, como alimentos, televisores, etc.
Bem Substituto ou Sucedâneo: pode ser consumido em substituição de outro bem. Por
exemplo, margarina e manteiga são em geral consideradas bens substitutos, uma vez que
exercem basicamente a mesma função
Bem Complementar: Deve ser consumido em conjunto com outro bem. Isto significa que,
se os bens A e B forem complementares, um aumento no consumo do bem A resulta num
aumento do consumo do bem B. Um exemplo de bens complementares é a gasolina e os
pneus.
Deslocação da Curva da Procura
• Um acréscimo no preço de um bem substituto de um outro bem, desloca a curva da
procura desse outro bem para a direita, isto é, será procurada uma maior
quantidade para cada nível de preço (feijão e grão; queijo fresco e requeijão;
manteiga e margarina)
Rendimento
Os bens, quando varia o Rendimento, dividem-se em duas categorias, ceteris paribus:
1. Bens Normais
2. Bens Inferiores
Bens Normais → verificam maior procura quando o rendimento aumenta. Ou seja, os bens
normais variam na razão direta do rendimento, ceteris paribus. É o caso do leite, iogurte,
queijo, vinho, fruta.
Uma deslocação ao longo da curva da procura verifica-se quando existe um aumento (ou
redução) da quantidade procurada.
• Um movimento ao longo da curva verifica-se quando existe uma alteração na
quantidade procurada.
Quando a curva da procura se desloca de D0 para D1, maior é a quantidade procurada para
cada nível de preço.
Tal acréscimo da procura pode ser provocado por:
➢ Um acréscimo no preço de um bem substituto
➢ Um decréscimo no preço de um bem complementar
➢ Um acréscimo do rendimento
➢ Uma redistribuição de rendimento que favoreça esse produto
➢ Uma alteração no padrão de consumo que favoreça esse produto.
Quando a curva da procura se desloca de D0 para D2, menor é a quantidade procurada para
cada nível de preço.
Tal decréscimo da procura pode ser provocado por:
➢ Um decréscimo no preço de um bem substituto
➢ Um acréscimo no preço de um bem complementar
➢ Um decréscimo do rendimento
➢ Uma redistribuição de rendimento que não favoreça esse produto
➢ Uma alteração no padrão de consumo que não favoreça esse produto.
Teoria Elementar da Oferta
Os agentes que garantem a oferta são as empresas, cuja atividade é a produção de bens e
serviços que os consumidores pretendem comprar.
Determinantes da Oferta
São 4 as variáveis que determinam a Oferta:
1. O preço do bem;
2. Os preços dos fatores de produção;
3. O nível tecnológico utilizado;
4. Os objetivos das empresas produtoras (raro considerar)
Nota: verifica-se sempre a condição ceteris paribus
A hipótese básica da Teoria Económica diz que a quantidade que as empresas estão
dispostas a produzir e oferecer para venda de um determinado produto, está
positivamente relacionada com o preço desse produto, aumentando quando o preço sobe e
diminuindo quando o preço desce.
Curva da Oferta
A deslocação da curva da oferta de S0 para S1 significa que haverá uma maior quantidade
oferecida para cada nível de preço, acontecendo o inverso na deslocação de S0 para S2.
Nota Final
Tal como foi feita para a Procura, há que fazer a distinção entre um acréscimo ou
decréscimo da oferta (deslocação da curva) e uma alteração na quantidade oferecida
(movimento ao longo da curva).
A Formação dos Preços
O que é o mercado ?
Poderíamos definir o mercado como uma área em que os compradores e vendedores
negoceiam e trocam qualquer produto ou grupo de produtos.
Como consequência, deverá haver comunicação entre compradores e vendedores para que
se realizem as transações dos bens de mercado.
A Teoria dos Preços, na sua forma simplificada, é desenvolvida num contexto de preços
constantes. As alterações de preço discutidas nesta teoria, são alterações relativas à média
de todos os preços.
Num período inflacionista, um aumento no preço relativo de um produto significa que o
seu preço sobe mais do que o nível geral dos preços; uma diminuição do seu preço relativo
significa que este aumenta menos do que o nível geral dos preços.
Se o preço de um determinado bem (por exemplo carne de bovino), subir mais do que o
Índice de Preços ao Consumidor (IPC), dizemos que esse bem se tornou relativamente mais
caro.
Se se verificar o contrário para um determinado bem (por exemplo carne de frango),
dizemos que esse bem se tornou relativamente mais barato.
De notar que o valor da elasticidade da procura é sempre negativo, variando entre 0 e -∞;
No entanto, quando se fazem comparações entre elasticidades da procura de dois ou mais
bens, calcula-se o valor em módulo por forma a facilitar aquelas comparações.
Elasticidade da Oferta
(Também designada por Elasticidade preço da oferta) é definida como a variação
percentual na quantidade oferecida provocada por uma variação percentual unitária no
preço.
Lucros positivos atraem recursos para esse setor; lucros negativos conduzem a que os
recursos sejam alocados noutros setores.
Os princípios da Teoria da Produção e da Teoria dos Custos de Produção são vetores base
para a análise dos preços e do emprego dos fatores, assim como da sua afetação aos
diversos usos alternativos na economia.
Teoria da Produção
A Teoria da Produção e a Teoria dos Custos permitem compreender duas funções
fundamentais em economia:
1. Servem de base para a análise das relações existentes entre produção e custos de
produção: numa economia moderna, cuja tecnologia e processos produtivos
evoluem rapidamente, a relação entre a produção e custos de produção é muito
importante na análise da Teoria da Formação dos Preços.
A função de Produção
A função de produção relaciona recursos de fatores e serviços (inputs) e produto obtido
(outputs).
Longo prazo: período de tempo em que todos os inputs podem variar (superior a um ano).
Curto prazo: período de tempo em que pelo menos, um input é fixo (admite-se até um ano)
A curva do Produto Total mostra como a quantidade de output depende da quantidade do
input variável, para uma determinada quantidade de um input fixo.
(i): Curva do Produto Total: mostra que o produto total cresce de forma estável,
inicialmente a uma taxa crescente, passando depois a uma taxa decrescente.
• A curva dos custos dá-nos o montante dos custos conforme os vários níveis de
produção.
• A curva dos custos de curto prazo aparece-nos na forma de U e verifica-se a lei dos
rendimentos decrescentes destes inputs que se admitem variáveis.
Custo Fixo: custo que não depende do output produzido, é portanto, o custo do input
fixo.
Custo Variável: custo que depende do output produzido, é portanto, o custo referente
ao(s) input(s) variável.
Custo total: soma do custo fixo e do custo variável necessários para produzir uma
determinada quantidade de output.
CT = CF + CV
• A curva de custo marginal interseta a curva do custo médio no seu ponto mínimo, o
qual se designa por capacidade de produção da empresa.
• Existe uma família de curvas de custos médio e marginal, cada uma das quais para
um fator fixo.
Cálculo do Lucro Puro
Na definição de lucro deveremos também incluir o custo de oportunidade do capital.
Para se conseguir obter aquele valor, o custo de oportunidade do capital deverá ser
deduzido do montante de capital avaliado pelas empresas.