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Sobre o que o livro trata?

A principal tese do livro A grande saída é que:


Vive-se melhor hoje do que em qualquer outro período da história. Há mais pessoas
ricas e a expectativa de aumentou. Houve um enorme progresso nos últimos 250 anos
da história da humanidade, embora este progresso tenha trazido uma desigualdade
jamais vista e milhões ainda sofrem vivendo na extrema pobreza.
O autor desenvolve sua tese contando a história do progresso material, tratando da
relação entre riqueza e saúde ao redor do mundo. Ele conta a história de como a
humanidade escapou da pobreza e da morte precoce e de como as pessoas conseguiram
melhorar suas vidas.
Título e subtítulo
O título e subtítulo do livro fazem referência ao filme THE GREAT ESCAPE (Fugindo
do inferno, aqui no Brasil) que mostra a história de prisioneiros da Segunda Guerra que
tentam fugir diversas vezes de campos de concentração. Deaton diz que assim como o
filme dá foco aos poucos fugitivos que foram bem sucedidos e esquece da grande
maioria que não conseguiu escapar, na vida alguns poucos conseguem sair da pobreza e
viver por mais tempo, mas a grande maioria continua presa à morte e à miséria. Ele diz
que nós não podemos esquecer os que ficaram para trás.
Quais os assuntos do livro?
O livro dedica-se em grande parte aos tópicos da saúde, padrões materiais de vida e o
bem-estar material, normalmente medido pela renda, não se aprofundando em aspectos
relacionados ao bem-estar, como a liberdade, educação, dignidade, autonomia, etc.
Também discute sobre os efeitos da desigualdade e o que devemos fazer – ou não fazer
– para ajudar aqueles que ainda estão “aprisionados”.

Estrutura do livro
O livro é dividido em três partes.
Os três primeiros capítulos da Parte Um tratam de saúde e expectativa de vida.
A Parte Dois trata sobre dinheiro e riqueza. Os capítulos abordam os padrões de vida, a
começar pelos Estados Unidos e depois do mundo como um todo.
A Parte Três consiste em um único capítulo, no qual é apresentado argumentos se deve
ou não ser feito algo para ajudar países pobres que ainda estão presos à pobreza e ao
atraso, e o que pode ou não ser feito.
O pós-escrito questiona se podemos crer que alcançar uma grande saída trará um final
feliz.

Parte I
Capítulos 1 e 2
Sobre o que é esta parte?
Deaton inicia sua análise expondo como a expectativa de vida cresceu até o nível atual.
Ele retroage até a pré-história para analisar como a vida era no princípio e depois segue
para a era do Iluminismo até chegar aos dias atuais.
Pré-História
Segundo o autor, durante o período da pré-história o padrão de vida e saúde da
humanidade eram mais elevados do que imaginaríamos. A expectativa de vida era entre
30 e 35 anos, similar a países ricos dos séculos XVIII e XIX.

Estudos demonstram que eles possuíam ótima saúde pois faziam longas caminhadas em
busca de alimentos, tinham uma dieta composta principalmente de frutas e vegetais,
ingeriam muitas fibras e comiam pouca carne, por ser rara.
Porém, esse estilo de vida mudou quando começaram a plantar seus alimentos. A
chamada revolução agrícola viabilizou que alimentos fossem armazenados e que
animais fossem domesticados. Graças a ela surgiram a propriedade privada da terra, os
sacerdotes, os governantes, as vilas, as cidades e a desigualdade intracomunitária.
Assentamentos maiores e domesticação de animais acarretaram novas doenças
infecciosas.
Segundo Deaton, a revolução pode até ter piorado a expectativa de vida da humanidade,
pois as pessoas passaram a morar mais próximas e deixaram de se deslocar. Isso
permitiu que as crianças passassem a morrer em larga escala de desnutrição e germes,
permitiu o aparecimento de novas doenças, e piorou nas condições sanitárias nas
comunidades maiores. O comércio entre cidades permitiu que doenças infecciosas se
transmitissem entre comunidades, provocando enormes mortalidades.
O autor afirma que não há qualquer evidência de aumento da expectativa de vida
durante milhares de anos após o estabelecimento da agricultura, sendo provável que
houve um declínio no bem-estar individual até cerca de 250 anos atrás.

Iluminismo

Deaton então dá um salto para a era do iluminismo. No gráfico a seguir vemos a


expectativa de vida da população inglesa em geral e das famílias da realeza
Hollingsworth. O autor explica que de 1550 até 1850, a expectativa de vida da
população não havia mudado.

Apesar de não ter certeza do porquê do aumento, Deaton levanta algumas hipóteses
baseadas em alguns outros autores.
Uma das hipóteses é de que o Iluminismo inglês foi um período que as pessoas
começaram a se preocupar mais com a felicidade e a buscar realizações pessoais ao
invés de virtudes espirituais. A busca da felicidade passou a ser feita pelo uso da razão e
pela descoberta de novos meios de melhorar a vida, entre elas a posse de bens materiais
e a saúde. Isso permitiu que surgissem inovações na área da medicina, trazendo
tratamentos inéditos.
Entre estas inovações médicas, estão o uso de plantas medicinais, a inoculação da
varíola e a vacinação como as mais importantes. No fim do século XVIII também
surgiram as primeiras campanhas públicas de saúde e as clínicas de distribuição
de remédios.
O autor acredita que que essas novidades foram responsáveis pela melhoria na saúde da
nobreza e da realeza no fim do século XVII. Por serem tratamentos caros e pouco
conhecidos, só foram utilizadas pelos ricos e à uma pequena parte da população, o que
levou a novas desigualdades na saúde.
Porém, a partir do século XIX esses tratamentos foram popularizados e permitiram
imensos avanços na expectativa de vida da população em geral. Além desses avanços
médicos, também houve uma melhora nutricional ocasionada pela nova revolução
agrícola do século XIX, o que gerou pessoas maiores e mais fortes. Por sua vez, essas
pessoas maiores e mais fortes permitiram o aumento da produtividade, ocasionando
aumento da renda, o que gerou mais progresso e melhorias na saúde.
Deaton considera como o maior avanço as melhorias em saneamento básico,
acompanhadas por medidas baseadas na teoria microbiana das doenças, pois foram
responsáveis diretas no aumento da expectativa de vida na segunda metade do século
XIX na Europa.
Por fim, esses progressos se espalharam para o resto do mundo no início do século XX,
embora tenham levado bastante tempo para serem totalmente aceitas e suas práticas
totalmente difundidas.
Essas mudanças acabaram permitindo um aumento muito grande na expectativa de vida
da humanidade, hoje, no século XXI. Por exemplo, uma menina nos EUA em 2006
tinha uma expectativa de vida de 77,9 anos, quando, em 1900, possuía uma expectativa
de apenas 47,3 anos. Essa expectativa de vida continua aumentando, sendo que nos
últimos 25 anos a expectativa subiu um a cada cinco anos para homens, e um a cada dez
anos para mulheres.
Para Deaton, o conhecimento científico e o progresso tecnológico são a chave para o
aumento da expectativa de vida e da melhoria do bem-estar, e não a renda. Ele diz isso
pois, mesmo nos períodos que não houve aumento de renda, a saúde aumentou. Conclui
que os avanços científicos e o progresso médico foram os maiores responsáveis para o
aumento da expectativa de vida, e não o aumento da renda.
O mundo está se tornando um lugar melhor.

Países Pobres (referente ao capítulo 3)


A partir da década de 1950 progressos na saúde se expandiram rapidamente nos países
mais pobres. A rápida redução da mortalidade infantil em países pobres permitiu que
milhões de crianças sobrevivessem, e provocou a explosão populacional do planeta: de
dois bilhões e meio de habitantes em 1950 para sete bilhões em 2011.
Os crescimentos mais rápidos de expectativa de vida ocorreram logo após a guerra. Por
volta dos anos 1950, diversos países pobres registraram acréscimos anuais de um ano
em suas expectativas de vida durante mais de uma década. Avanços como esses foram
possíveis devido principalmente:
-a introdução da penicilina;
-ao uso dos medicamentos mais antigos à base de sulfa;
-ao ataque químico a insetos portadores de doenças.
Programas de saúde pública como as campanhas de vacinação; campanhas ao redor de
todo o mundo contra tuberculose, lepra e malária, além de projetos de tratamento de
água e saneamento salvaram vidas de milhões de pessoas. (ver no resumo maior outras
campanhas para por no slide.)
Os avanços na educação também contribuíram muito para a melhora da saúde nos
países de baixa renda, e talvez seja o principal motivo do avanço. [[Deaton relata que
pesquisas feitas na Índia e em outros países mostram que filhos cujas mães receberam
mais instrução tem melhor desempenho tanto no quesito sobrevivência quanto em
outros aspectos da vida. E a melhora da renda, apesar de não ser a causa da melhora da
saúde, é apontado como grande contribuidora para a melhora na saúde no mundo.]]
Porém, ainda há muitos países com altos índices de mortalidade infantil. [[Destes, há
pouco mais de trinta onde mais de 10% das crianças morrem antes de completar cinco
anos. As causas dessas mortes são as mesmas doenças que mataram crianças europeias
nos séculos XVII e XVIII, como malária e infecções respiratórias e intestinais, a
maioria das quais já sabemos como tratar]]. Deaton questiona o motivo dessas
desigualdades persistirem até hoje. Ele pergunta: [[O que torna tão perigoso nascer na
Etiópia, no Mali ou no Nepal e tão seguro nascer na Islândia, no Japão ou em
Cingapura? Por que Crianças em países pobres padecem de doenças das quais não
morreriam se tivessem nascido em países ricos? O que impede que conhecimentos
eficazes disponíveis de forma gratuita no mundo rico salvem também vidas de milhões
de pessoas no mundo pobre?]]
Deaton diz que a resposta não está na renda. Atribuir importância excessiva a ela pode
ser ilusório e nos induzir ao erro quanto à o que precisa ser feito e quem deve fazê-lo.
Se a pobreza não é a causa de tantas mortes de crianças nos países pobres e se o
crescimento econômico não elimina automaticamente essas mortes, por que elas
persistem mesmo quando a maior parte poderia ser evitada pelos atuais conhecimentos
científicos e médicos?
Deaton acredita que isto ocorre devido as seguintes causas:
1) O baixo investimento em sistemas públicos de saúde: tanto por causa de divergências
políticas em países democráticos, como pela total falta de interesse, em países com
regimes ditatoriais ou militares.
2) Falta de informação e compreensão das populações de países pobres de que sua saúde
poderia ser melhor: a saúde costuma não ter prioridade em relação a à redução da
pobreza, redução do desemprego e aumento do consumo.
3) Conformismo com os sistemas de saúde já existentes: muita gente ainda não entende
que é possível melhorar os serviços de saúde existentes. Na visão de muitos, serviço de
baixo nível e péssima qualidade é o máximo que se pode esperar tanto do sistema
público de saúde como do privado.

Países Ricos (referente ao capítulo 4)


Enquanto que nos países pobres a preocupação maior após a Segunda Guerra foi reduzir a mortalidade
infantil, nos países ricos isso já havia sido vencido e o próximo passo foi a redução na mortalidade de
meio-idosos e idosos. Hoje, as principais causas de mortes não são mais tuberculose, diarreia e infecções
do sistema respiratório e sim doenças cardíacas, derrame e câncer. A expectativa de vida segue crescendo
impulsionada não mais por melhorias na qualidade da água e vacinações, mas por avanços na medicina e
mudanças comportamentais.

O gráfico abaixo mostra a evolução da expectativa de vida de pessoas com cinquenta anos em quatorze
dos países mais ricos do mundo. Se a expectativa de vida aos cinquenta anos for de 25, as pessoas desse
grupo podem esperar viver até os 75 anos.

Este avanço foi possível pois as pessoas começaram a investir grandes somas em
tratamento e em pesquisa e desenvolvimento para descobrir quais eram os mecanismos
básicos das doenças, o que viabilizou a introdução de melhores tratamentos.
Deaton conclui que à medida que o câncer e doenças cardiovasculares diminuírem em
importância, um novo sentido de urgência será canalizado para males como Alzheimer,
já que apenas uma parcela mínima da população vivia o suficiente para padecer da
doença. Assim como ocorreu no século XIX, novas doenças demandam novas curas e
geram oportunidades sem precedentes para descobri-las. Hoje, quando a própria morte
chega mais tarde, os desafios estão em doenças que acometem pessoas cada vez mais
velhas.
Ele também ressalta que nos países ricos houve uma grande diminuição na morbidade.
Pessoas com deficiência física ou mental ou que sofrem de dor crônica, possuem hoje
mais acesso a remédios, tratamentos e cirurgias, além de mais informação quanto a suas
doenças e também serviços de saúde mais acessíveis, melhorando muito seu bem-estar.
Também diz que não espera que a expectativa de vida nos países ricos continue a
crescer com a mesma velocidade como no passado, mas que o crescimento continuará
contínuo. E à medida que mais pessoas enriquecerem, mais irão tentar driblar a morte
investindo dinheiro em pesquisa de novos tratamentos para as atuais doenças e outras
que possam surgir.

Conclusão da Parte I
Por fim, Deaton conclui que os povos do mundo estão vivendo mais e ficando mais
ricos. Porém, a distribuição de benefícios tem sido desigual. Apesar de muitos terem
conseguido escapar, milhões ficaram para trás, produzindo um mundo de diferenças.

Parte II
A parte I do livro nos mostrou um relato da história da saúde e do crescimento da
expectativa de vida e também das desigualdades que a acompanharam. Já a parte 2
aborda os padrões de vida, a começar pelos Estados Unidos e depois de todo o mundo,
dando foco ao processo de globalização e a consequente redução da pobreza mundial
desde 1980.
O capítulo 5 nos mostra que o crescimento econômico propiciou uma nova onda de
prosperidade aos americanos depois da Segunda Guerra Mundial que durou sem que
houvesse muitas mudanças na desigualdade. O autor utiliza o PIB para analisar o
histórico de crescimento econômico dos EUA, embora deixe muito claro que ela não é
uma medida perfeita para se entender este processo.
No gráfico abaixo, vemos que a linha mais ao alto mostra o comportamento do PIB per
capita nos EUA desde 1929. Neste ano, o PIB era de pouco mais de 8 mil dólares per
capita; caindo para 5695 dólares em 1933, e subindo até alcançar 43.238 dólares em
2012. Depois de 1950, a linha é praticamente reta, indicando uma taxa constante de
crescimento de 1,9% ao ano.

Nem tudo vai tão bem nos EUA...


Entretanto, ao contrário do que poderíamos imaginar, nem tudo vai tão bem nos EUA.
Desde a década de 1970 há desaceleração no crescimento na economia americana e a
quantidade de pessoas vivendo na pobreza não se altera expressivamente.
No gráfico 2 nós podemos reparar como a desaceleração do crescimento do PIB afetou
as camadas de baixo da pirâmide observando o número de pessoas vivendo na pobreza.
A linha grossa, embaixo, é a porcentagem de americanos vivendo na pobreza,
começando em 22%, em 1959, início da série, caindo a um mínimo de 11% em 1973, e
a partir daí, flutuando em torno de uma tendência levemente ascendente. Em 2010, 15%
da população estava na pobreza.
O gráfico abaixo demonstra que houve um crescimento da renda muito maior para os mais
ricos do que para os mais pobres. Isto é fonte de grande preocupação para Deaton, pois ele
acredita que há um perigo hoje nos EUA da democracia virar plutocracia (a influência dos ricos
ou do dinheiro na sociedade ou nos governos) devido a concentração de riqueza nas mãos de
poucos.
Ele acredita que quem não é rico acaba efetivamente privado de direitos. A igualdade
política indispensável à democracia vive sob ameaça permanente da desigualdade
econômica, e quanto mais extrema for essa desigualdade econômica, maior a ameaça à
democracia.
Os muito ricos pouco precisam de educação ou saúde pública e tem muitos motivos para
defender cortes em programas de saúde e para lutar contra aumentos de impostos; de
outro lado não tem motivo nenhum para apoiar seguro-saúde para toda a população ou
se preocupar com a baixa qualidade das escolas públicas de boa parte do país. Eles se
oporão a qualquer regulação de bancos que restrinja lucros, mesmo que isso ajude
aqueles que não conseguem pagar as prestações do financiamento da casa ou proteja o
público contra empréstimos predatórios, propaganda enganosa ou até mesmo evite uma
repetição da crise financeira.
Preocupar-se com essas consequências da desigualdade extrema tem a ver com o temor
de que aumentos em ritmo acelerado das rendas mais altas sejam uma ameaça ao bem-
estar do restante da população.
A Maior Fuga da História (referente ao capítulo 6)
No capítulo 6, Deaton relata aquela que talvez seja a maior das fugas obtidas pela
humanidade na história. Após o final da Segunda Guerra Mundial, o rápido crescimento
econômico em muitos países resgatou centenas de milhões de pessoas da miséria e,
junto com a queda da mortalidade, o bem-estar material aumentou e as pessoas
usufruem de vidas melhores e mais longas.
Deaton também relata que a queda da mortalidade, especialmente entre crianças, teve o
efeito de fazer aumentar a população mundial a taxas sem precedentes na história
humana, ocorrendo uma verdadeira explosão populacional. E apesar de muitos
considerarem o crescimento da população uma séria ameaça, é uma boa notícia a
população mundial ter crescido em quatro bilhões de pessoas na última metade de
século, como também as sete bilhões de pessoas que vivem no mundo de hoje terem, na
média, qualidade de vida muito melhor que seus pais e avós.
Entretanto, o progresso não sido uniforme e, apesar de alguns países com maior
crescimento econômico terem diminuído a diferença em relação aos países mais ricos,
outros ficaram para trás. Antes pobres, países asiáticos subiram na escala do progresso,
criando um abismo em relação a muitos países africanos.
Ele também questiona sobre a desigualdade entre países. Muitos deles, antes pobres,
tiraram vantagem do atraso, ou seja, aproveitaram a oportunidade de adotar e melhorar
o conhecimento e a tecnologia há muito disponível nos países ricos, conseguindo pular a
longa etapa de tentativa e erro que sempre limitou o crescimento pelo qual passaram os
já desenvolvidos. Países como os Tigres Asiáticos – Hong Kong, Cingapura, Coreia do
Sul e Taiwan --, e mais recentemente China e Índia, alcançaram expressivas taxas de
crescimento econômico nunca antes conquistadas. No entanto, o crescimento tem sido
distribuído de forma desigual, e a maior parte dos países em situação de pobreza
cinquenta anos atrás não conseguiu repetir o feito por China, Índia ou os Tigres
Asiáticos.
De forma surpreendente, e apesar das conquistas de rápido crescimento, houve pouca
redução nas diferenças de desigualdade econômica entre países; para cada história de
sucesso, há outra de um país que ficou para trás. A dispersão da renda média entre
nações pobres e ricas é a mais ata registrada até hoje. Em 1960, um país que estava com
condições moderadamente boas tinha renda média sete vezes maior que a do
moderadamente pobre, enquanto que em 2009 essa diferença havia subido para oito
vezes e meia.
Mas por que as nações mais pobres não foram atingidas? Deaton rejeita a resposta fácil
da superpopulação. Foi um erro, argumenta ele, dizer que mais pessoas significam
pessoas mais pobres. As coisas são muito mais complexas do que isso e, acima de tudo,
argumenta Deaton, a resposta à questão da “fuga” deve ser buscada na natureza e na
qualidade das instituições políticas. A “fuga” requer governança eficaz, o estado de
direito, um sistema tributário eficaz, direitos de propriedade de seguros - e confiança
pública em todos eles.

Parte III (referente ao capítulo 7)

A parte três do livro consiste em um único capítulo, Deaton argumenta que os


problemas da pobreza global não serão resolvidos e, na verdade, são frequentemente
agravados pela extensa ajuda externa e pela filantropia internacional privada.
As pessoas nos países ricos querem ajudar; eles sentem um imperativo moral
para ajudar. Mas quando eles dão dinheiro aos países pobres, o dinheiro geralmente não
ajuda a resolver o problema. Deaton diz que, em primeiro lugar, a ajuda externa
raramente é orientada pelas necessidades reais dos receptores: com muito mais
frequência, é guiada pelas prioridades e pelos interesses do país doador. Com frequência
a ajuda é dada a regimes que têm pouco interesse e histórico de ajudar suas próprias
populações mantendo no poder políticos exploradores e sistemas políticos que
empobreceram os cidadãos comuns.
Por isso, conclui que o que precisaria acontecer é o que ocorreu com o mundo rico de
hoje, onde países se desenvolveram à própria maneira, no próprio tempo, de acordo com
as próprias estruturas políticas e econômicas. O que os países ricos precisam fazer agora
é se certificarem totalmente de que não estão atrapalhando os países hoje pobres e os
impedindo de fazer o que eles mesmo fizeram. Precisam deixar os países pobres
ajudarem a si mesmos e parar de fazer coisas que obstruem o avanço deles. A geração
de países que alcançaram antes a saída fez sua parte ao mostrar que escapar é possível e
ao desenvolver os métodos para consegui-lo.
Entretanto, ele diz que há algumas coisas boas que poderiam ser feitas pelos países
ricos, mas sem nenhum tipo de intervenção. Por exemplo, A ajuda internacional
também pode vir na forma de consultoria e aconselhamento, em vez de empréstimos.
Organismos internacionais poderiam também atuar como reforço técnico de países
pobres em negociações, particularmente nos comerciais. Impedir ou dificultar a venda
de armamentos para países pobres. Parar de emprestar dinheiro e criar sanções a
empréstimos para regimes que não estão interessados em promover o bem-estar do
povo. Facilitar a migração.

PÓS-ESCRITO: E O QUE VEM A SEGUIR?

O filme Fugindo do Inferno que o autor utilizou como metáfora não teve um final feliz.
Quase todos os fugitivos foram recapturados, e cinquenta deles executados. Será que
podemos acreditar que a nossa fuga será diferente?
Provavelmente não, mas não é despropositado ter esperança.
Há muitas ameaças capazes de nos derrubar, como: mudanças climáticas; a
possibilidade de interesses privados vencerem os interesses públicos; guerras e
movimentos políticos perigosos surgindo por toda parte; taques constantes de religiosos
fundamentalistas contra a ciência; doenças que não possuem tratamento e outras que
podem surgir a qualquer momento; a desaceleração do crescimento econômico.
Apesar de tudo isso, o autor se mantém otimista. A versão da grande saída de Angus
Deaton é positiva: afinal, milhões de pessoas foram salvas da morte e da miséria, e
vivemos em um mundo melhor que em qualquer outro momento da história, apesar de
suas desigualdades e dos milhões que ficaram para trás.
Ele acredita que a desaceleração da economia esteja exagerada, visto que estatísticos
negligenciam muitas melhorias na qualidade que respondem por parcela cada vez maior
do produto interno. Além disso, a maioria da população do mundo não vive em países
ricos, e para ela não houve desaceleração. A revolução da informação contribui para o
bem-estar mais do que somos capazes de aferir. Há possibilidades infinitas para a África
à medida que melhores gestões da economia evitam alguns dos desastres auto infligidos
do passado.
A morte está demorando a chegar. Há progressos reais contra o câncer que, com sorte,
serão equivalentes aos alcançados na luta contra doenças cardiovasculares nos últimos
quarenta anos. A violência diminuiu; hoje, as chances de uma pessoa ser assassinada
são muito menores que no passado. A democracia está implantada em muito mais países
do que cinquenta nãos atrás. São cada vez menos comuns casos de opressão de um
grupo social por outro. No mundo inteiro as pessoas estão ficando mais altas e
provavelmente mais inteligentes. A educação tem melhorado na maior parte do planeta.
Não se deve esperar que esses progressos ocorram em todos os lugares, ou que sejam
ininterruptos. Coisas ruins acontecem; novas fugas, como as do passado trarão novas
desigualdades. Apesar de tudo, a expectativa do autor é a de que os reveses sejam
superados no futuro como foram no passado.

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