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Aula 2 – Poder Constituinte: Conceito, Finalidade, Titularidade e Espécies;


Reforma da Constituição; Cláusulas Pétreas
Olá!
É uma grande satisfação saber que estamos podendo contribuir com seu
estudo, auxiliando-o a alcançar seu objetivo.
Essas semanas entre o edital e a prova não são nada fáceis. Sabemos bem
disso. Ainda mais quando aparecem várias novidades no edital. Nesse
momento é comum ocorrer uma baixa auto-estima nos candidatos, mas
fique tranquilo, esse sentimento é completamente natural. Tente elevar sua
motivação, pois é o que manterá seu bom aproveitamento nos estudos.
Na aula de hoje, trataremos do assunto “Poder constituinte e reforma da
Constituição”.
Vejam como, em direito constitucional, os assuntos estão interligados! Na
primeira aula, vimos que nossa Constituição é rígida, mas não imutável,
certo? Naquela ocasião, talvez não seja o seu caso, mas um aluno iniciante
pode ter pensado: ok... sei que, por ser rígida, a CF/88 é alterada por um
procedimento mais custoso que o exigido para as demais leis, mas como é
esse procedimento? Quem está habilitado a propor essa alteração? Quais os
assuntos não podem ser suprimidos, mesmo por emenda constitucional?
Pode o poder judiciário fiscalizar a regularidade desse procedimento de
alteração da Constituição?
Eclareceremos todos esses aspectos na aula de hoje, estabelecendo uma
relação também com o controle de constitucionalidade (assunto da Aula 4).

1) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O titular


do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, promove a
instituição de um novo regime constitucional ou promove a sua
alteração.
Item errado.
Questão interessante para fazermos uma breve revisão do assunto.
A teoria do poder constituinte, como hoje estudada, resultou do pensamento
do abade francês Emmanuel Sieyès, no período da Revolução Francesa, em
sua obra “Qu’est-ce que le Tiers État?” (“Que é o Terceiro Estado?”).

No período anterior à revolução francesa, o exercício do poder pelas


monarquias européias era justificado pelo Direito divino e pela
hereditariedade. Pelo Direito divino, afirmava-se que Deus era o titular do
poder e o exercia por meio de seu representante na terra (rei ou

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monarca). Pela hereditariedade, justificava-se a transmissão do exercício do


poder aos sucessores de sangue do rei ou monarca.
Com a decadência das monarquias e a ascensão da burguesia, a idéia do
Direito divino e da hereditariedade é superada, surgindo, então, a
necessidade de se desenvolver novos fundamentos para o exercício do
poder burguês. Foi nesse momento, então, que assumiu relevância o
pensamento de Sieyès, com a teoria do poder constituinte. Pela teoria de
Sieyès, o titular do poder deixa de ser Deus (representado pelo monarca) e
passa a ser a nação, e o fundamento para o exercício desse poder deixa de
ser a vontade divina, passando a ser a razão humana.
Inicialmente, portanto, pelo pensamento de Sieyès, o titular do poder era a
nação, que o exerceria por meio de representantes eleitos, encarregados de
elaborar a Constituição. Enfim, a titularidade do poder pertencia à nação,
mas esta não exerceria esse poder diretamente, e sim por meio de
representantes eleitos (sistema representativo).
Feito esse breve relato histórico, veremos a seguir como, hoje, é estudada a
teoria do poder constituinte.
I) O poder constituinte é o poder de elaborar normas constitucionais.
II) A titularidade do poder constituinte pertence ao povo. A idéia inicial de
Sieyès, de que a titularidade do poder constituinte pertenceria à nação, foi
superada.
III) O poder constituinte é tradicionalmente classificado em: originário e
derivado.
Como se vê, a questão está errada, já que o titular do Poder Constituinte é o
povo, e não seus representantes.
2) (ESAF/AFRF/2005) Como a titularidade da soberania se confunde com
a titularidade do poder constituinte, no caso brasileiro, a titularidade
do poder constituinte originário é do Estado, uma vez que a soberania
é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

Item errado.
Mais uma questão sobre a titularidade do Poder Constituinte. Não faça
confusão: a titularidade do poder constituinte pertence ao povo, e não ao
Estado.
3) (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Para o positivismo
jurídico, o poder constituinte originário tem natureza jurídica, sendo
um poder de direito, uma vez que traz em si o gérmen da ordem
jurídica.

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Item errado.
Vejamos os aspectos relacionados ao poder constituinte originário (genuíno,
primário, principal, inaugural, inicial, ou de primeiro grau), que consiste no
poder de elaborar a Constituição.
É um poder político, extrajurídico (e não jurídico). Aí está o erro da questão:
não é um poder jurídico porque é ele o critério jurídico inicial do Estado, isto
é, é com base nele que serão elaboradas as demais normas jurídicas, já que
ele antecede o Direito.
Vejamos mais detalhes sobre o assunto.
O poder constituinte originário manifesta-se em dois momentos distintos: na
formação de um novo Estado (quando é elaborada a primeira Constituição),
ou, em um Estado já existente, quando ocorre uma ruptura da ordem
jurídica, sendo uma Constituição substituída por outra nova.
Nessa manifestação, a doutrina identifica dois momentos: o poder
constituinte material e poder constituinte formal.
O poder constituinte material é a decisão política pela mudança, pela
constituição de um novo Estado.
O poder constituinte formal é a formalização dessa decisão política no texto
escrito da Constituição. Vale dizer, é a elaboração da Constituição em si.

O poder constituinte ora se manifesta de forma democrática, ora se


manifesta de forma antidemocrática. Na primeira hipótese, temos o chamado
poder constituinte legítimo, enquanto na segunda temos o poder
constituinte usurpado.
Em face dessa realidade, temos:
a) poder constituinte usurpado, quando o poder do povo é usurpado por
algum agente revolucionário, que elabora unilateralmente uma Constituição
e a impõe ao povo (Constituição outorgada);
b) poder constituinte legítimo, quando a Constituição é elaborada com a
participação popular, mediante democracia direta (o povo, diretamente,
aprova a Constituição, por plebiscito ou referendo), democracia
representativa (o povo elege seus representantes, que elaboram a
Constituição) ou democracia mista (quando os representantes do povo
elaboram a Constituição e o texto final é submetido à aprovação do povo,
mediante referendo).
O poder constituinte originário tem por características ser um poder político,
inicial, autônomo, incondicionado e permanente. Guarde a distinção entre
esses conceitos.

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É um poder político (e não jurídico), porque antecede o Direito.


É um poder inicial porque a sua obra, que é a Constituição, é a base da
ordem jurídica.
É um poder autônomo ou ilimitado porque não está limitado pelo direito
anterior, isto é, não tem que respeitar os limites estabelecidos pelo direito
positivo antecessor, podendo, até mesmo, desrespeitar direito adquirido e
cláusulas pétreas existentes no regime anterior.
É incondicionado porque não está sujeito a qualquer forma prefixada para
manifestar sua vontade. Enfim, o poder constituinte originário não tem que
obedecer a qualquer forma ou procedimento pré-determinado para realizar a
sua obra de elaboração de uma nova Constituição.
É permanente porque não desaparece, não se esgota com a realização de
sua obra, isto é, com a elaboração da nova Constituição. Elaborada a nova
Constituição, o poder constituinte permanece latente, podendo manifestar-
se posteriormente, mediante uma nova Assembléia Constituinte ou um novo
ato revolucionário.
Cuidado! É importante você memorizar bem esses conceitos, pois as bancas
examinadoras, especialmente a Esaf, têm confundido muito os candidatos
em suas provas. Enfim, a Esaf tem misturado esses conceitos em prova,
afirmando, por exemplo, que o poder constituinte originário é autônomo,
porque não está sujeito a qualquer forma prefixada para sua manifestação
(esta afirmação está errada, pois, como vimos acima, esse conceito se refere
ao fato de ser o poder constituinte incondicionado!).
4) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O poder
constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos parlamentares
no processo legiferante, em que são discutidas e aprovadas leis,
observadas as limitações formais e materiais impostas pela
Constituição.
Item errado.
Comentemos agora os principais aspectos relacionados ao poder
Constituinte derivado.
O poder constituinte derivado (secundário, instituído, constituído, ou de
segundo grau) está previsto no texto da própria Constituição, resultando da
vontade do poder constituinte originário. Vale dizer, ele é “derivado” do
poder constituinte originário, pois foi criado por este poder.
O poder constituinte derivado tem por características ser um poder jurídico,
derivado, subordinado e condicionado.
É um poder jurídico (ao contrário do originário, que é político), pois integra o
direito positivo, isto é, está presente no texto da própria Constituição.

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É derivado porque retira sua força do poder constituinte originário.


É subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e
implícitas presentes na Constituição Federal, normas essas que não poderá
contrariar, sob pena de inconstitucionalidade de sua conduta.
A doutrina classifica as limitações que podem ser impostas ao poder
constituinte derivado, ao modificar o texto da Constituição, em quatro
grupos, a saber:
a) temporais - quando a Constituição estabelece um período durante o qual
o seu texto não pode ser modificado (não tivemos limitações desta natureza
na Constituição Federal de 1988; a única Constituição brasileira que
apresentou limitações temporais foi a Imperial, de 1824);
b) circunstanciais - quando a Constituição veda a sua modificação durante
certas circunstâncias excepcionais, de conturbação da vida do Estado (a
Constituição Federal de 1988 prevê limitações circunstanciais, ao proibir a
aprovação de emendas durante a vigência de estado de defesa, estado de
sítio e intervenção federal – art. 60, § 1º);
c) processuais ou formais - quando a Constituição estabelece certas
exigências no processo legislativo de aprovação de sua modificação,
tornando este mais difícil do que aquele estabelecido para a elaboração das
demais leis do ordenamento (na Constituição Federal de 1988, estão
presentes no art. 60, incisos I, II e III e §§ 2º, 3º e 5º);
d) materiais - quando a Constituição enumera certas matérias que não
poderão ser abolidas do seu texto pelo reformador.
Na Constituição Federal de 1988, temos limitações materiais expressas ou
explícitas e limitações materiais implícitas ou tácitas.
As limitações materiais expressas ou explícitas estão previstas no § 4º do
art. 60 da Constituição, e são as chamadas “cláusulas pétreas expressas”.
As limitações materiais implícitas ou tácitas são aquelas que impedem a
alteração da titularidade do poder constituinte originário, a alteração da
titularidade do poder constituinte derivado e alterações ao procedimento
estabelecido na Constituição para a modificação do seu texto.
É condicionado porque seu exercício deve obedecer fielmente às regras
previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal.
Novamente, reafirmamos aquele conselho: memorize bem todas essas
características, pois elas poderão estar presentes na sua prova, com esses
conceitos sendo trocados pela banca examinadora!

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A questão trata das espécies do poder constituinte derivado. Ele subdivide-


se em: poder constituinte reformador e poder constituinte decorrente.

O poder constituinte derivado reformador é o competente para modificar o


texto da Constituição Federal, respeitando-se o regramento estabelecido
pela própria Constituição. Na Constituição Federal de 1988, é exercido pelo
Congresso Nacional, na forma do artigo 60 da Constituição (processo de
emenda) e do art. 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias –
ADCT (processo de revisão constitucional).
O poder constituinte derivado decorrente é a competência que têm os
estados-membros, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de
elaborar suas próprias Constituições.
Ou seja, a assertiva está errada por trocar as definições. O conceito
apresentado refere-se ao poder constituinte derivado reformador.
5) (ESAF/AFC/CGU/2003) A distinção doutrinária, entre revisão e reforma
constitucional, materializou-se na CF/88, uma vez que o atual texto
constitucional brasileiro diferencia tais processos, ao estabelecer
entre eles distinções quanto à forma de reunião do Congresso
Nacional e quanto ao quorum de deliberação.
Item certo.
Em 1988, o poder constituinte originário criou dois procedimentos distintos
para que o poder constituinte derivado pudesse modificar o texto da
Constituição Federal: o procedimento simplificado de revisão constitucional,
previsto no art. 3º do ADCT; e o procedimento rígido de emenda,
estabelecido no art. 60 da CF/88.
Há algumas semelhanças entre os dois procedimentos.
Com efeito, os dois procedimentos – revisão e emenda - são manifestações
do poder constituinte derivado reformador. Ora, se esses dois
procedimentos são obra do poder constituinte derivado, significa dizer que
ambos sujeitam-se às limitações impostas pelo poder constituinte originário,
especialmente no tocante à não-abolição das cláusulas pétreas.

Importante este aspecto: as limitações ao poder constituinte derivado,


embora previstas no art. 60 da CF/88, aplicam-se também, no que couber, ao
procedimento de revisão constitucional, estabelecido no art. 3º do ADCT.

Há quem defenda que essas limitações, por estarem no art. 60 da


Constituição, só se aplicam ao procedimento de emenda, previsto no próprio
art. 60. Entretanto, esse entendimento é minoritário. Portanto, não

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podemos afirmar que no procedimento simplificado de revisão, realizado


cinco anos após a promulgação da Constituição, era possível tudo, que as
cláusulas pétreas poderiam ter sido violadas etc.
As diferenças entre o procedimento simplificado de revisão constitucional
(ADCT, art. 3º) e o procedimento rígido de emenda constitucional (CF, art. 60)
são apresentadas no quadro a seguir:

Revisão Constitucional Emenda Constitucional


(ADCT, art. 3º) (CF, art. 60)
Reunião unicameral do Congresso Reunião bicameral do Congresso
Nacional Nacional
Procedimento simplificado: exigia Procedimento rígido: exige votação
apenas maioria absoluta, em sessão em dois turnos, com aprovação de
unicameral do Congresso três quintos dos membros das Casas
Procedimento único: só foi prevista Procedimento permanente:
uma revisão constitucional, cinco enquanto a CF/88 existir, poderá ser
anos após a promulgação da CF/88 modificada por meio de emenda
Não pode ser adotado pelos É de observância obrigatória pelos
estados-membros estados-membros
Não pode ser criado outro por meio Não pode ser modificado por meio
de emenda (limitação material de emenda (limitação material
implícita) implícita)
As emendas aprovadas são As emendas aprovadas são
chamadas de Emendas chamadas de Emendas
Constitucionais de Revisão – ECR Constitucionais - EC
As ECR foram promulgadas pela As EC são promulgadas pelas Mesas
Mesa do Congresso Nacional da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal
6 ECR (número fixo, pois a revisão foi 58 EC até out/2009, mas podem ser
procedimento único) aprovadas outras
O item está certo, pois afirma que entre os procedimentos há distinções
quanto à forma de reunião do Congresso Nacional (na revisão, unicameral;
na emenda, bicameral) e quanto ao quorum de deliberação (na revisão,
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional; na reforma, três
quintos dos membros das Casas do Congresso Nacional).
6) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) A revisão
constitucional prevista por uma Assembléia Nacional Constituinte,

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possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto


constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações expressas
e implícitas originalmente definidas no texto constitucional.
Item errado.
Na questão anterior foram explicitadas as diferenças entre os procedimento
de emenda e revisão constitucional. Como comentado, entre os
procedimentos há distinções quanto à forma de reunião do Congresso
Nacional (na revisão, unicameral; na emenda, bicameral) e quanto ao
quorum de deliberação (na revisão, maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional; na emenda, três quintos dos membros das Casas do
Congresso Nacional).
Todavia, você não pode esquecer que os dois procedimentos estão sujeito
às limitações materiais expressas e implícitas impostas pelo ordenamento
constitucional ao poder constituinte derivado.
7) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/STN/2008) Não existe
tratamento jurídico diferenciado entre emenda, reforma e revisão
constitucional.
Item errado.
Em termos precisos, a reforma é gênero (poder constituinte reformador), que
se subdivide em duas espécies de procedimentos: revisão constitucional
(ADCT, art. 3º) e emenda constitucional (art. 60).
Ou, em outras palavras: na Constituição Federal de 1988, o poder
constituinte reformador (reforma constitucional) ora se materializa pelo
procedimento de revisão (ADCT, art. 3º), ora pelo procedimento de emenda
(art. 60).
Salientamos, porém, que nem sempre as bancas examinadoras –
principalmente a Esaf - utilizam corretamente essas terminologias, usando
nas provas as expressões “reforma” e “emenda” como sinônimas, para
designar o procedimento rígido do art. 60 da Constituição Federal.
8) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) Entre as
características do poder constituinte originário destaca-se a
possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembléia
Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-
determinado.
Item certo.
Isso mesmo! Não se estabelecem condições para a atuação do poder
constituinte originário. É dizer: ele não se sujeita a forma nem procedimento
pré-fixado.

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Como implicação, temos que não há controle de constitucionalidade quanto


às normas originárias da CF/88.
Alguns doutrinadores defendem que haveria limitações de ordem
supranacional à atuação do poder constituinte originário. Ou seja, no âmbito
do direito internacional não seria admissível uma nova Constituição que
desrespeitasse normas básicas de direitos humanos, por exemplo. Há quem
sustente ainda a existência de outros limites, de ordem natural (valores
éticos superiores) ou de ordem lógica (não seria admitida a extinção do
Estado, por exemplo).
Todavia, o que predomina, no Brasil, é o entendimento de que inexistem
limitações ao poder constituinte originário. Nem mesmo o ato jurídico
perfeito ou os direitos adquiridos estão protegidos frente a uma nova
constituição.
Guarde esses detalhes para uma eventual questão discursiva! Pois, na prova
objetiva, marque como correta a assertiva que estabelece não haver
limitações ao poder constituinte originário.
Sintetizando:

9) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O poder


emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado na

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possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível de


controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.
Item errado.
As normas constitucionais inseridas por emenda (atuação do poder
constituinte derivado reformador) estão sim sujeitas a controle de
constitucionalidade. Por outro lado, não estão sujeitas aquelas normas
originárias da CF/88.
10)(ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Consolidou-se o
entendimento de que é possível invocar direito adquirido em face de
decisão do poder constituinte originário.
Item errado.
Não há direito adquirido frente ao poder constituinte originário, isto é, não
há direito adquirido frente a uma nova Constituição. Como vimos, o poder
constituinte originário é ilimitado ou autônomo, não se sujeitando a nenhum
limite estabelecido pelo direito anterior. Logo, não impede que ele afaste
direito adquirido na vigência de Constituição pretérita.
11)(ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Do poder constituinte
dos Estados-membros é possível dizer que é inicial, limitado e
condicionado.
Item errado.
O poder constituinte derivado decorrente, conferido aos estados-membros
para a elaboração de suas Constituições, é um poder derivado, limitado,
condicionado e subordinado.
12)(ESAF/AFRF/2005) A existência de cláusulas pétreas, na Constituição
brasileira de 1988, está relacionada com a característica de
condicionado do poder constituinte derivado.
Item errado.
A assertiva está errada porque a característica de condicionado do poder
constituinte derivado não está relacionada com a existência de cláusulas
pétreas, mas sim com o fato de que o seu exercício deve obedecer fielmente
às regras previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal
(aprovação da emenda em dois turnos de votação nas Casas do Congresso
Nacional, por maioria qualificada de três quintos dos seus membros etc.).

13)(ESAF/AFRF/2005) O poder constituinte originário é inicial porque não


sofre restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito
positivo anterior.
Item errado.

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A assertiva está errada porque o poder constituinte é inicial porque a sua


obra (a Constituição) representa a base da ordem jurídica, isto é, o início de
uma nova ordem jurídica.
O fato de o poder constituinte originário não sofrer restrição de nenhuma
limitação imposta por norma de direito positivo anterior está relacionado
com a sua característica de ilimitado ou autônomo (e não com o fato de ser
ele inicial).
14)(ESAF/AFRF/2005) A impossibilidade de a Constituição Federal ser
emendada na vigência de estado de defesa se constitui em uma
limitação material explícita ao poder constituinte derivado.
Item errado.
A assertiva está errada porque a impossibilidade de a Constituição Federal
ser emendada na vigência de estado de defesa se constitui em uma limitação
circunstancial ao poder constituinte derivado, prevista no art. 60, § 1º, da
Constituição.
Não faça confusão! Um esquema como esse abaixo, que segmenta as
limitações ao poder de reforma, pode auxiliá-lo na memorização do assunto.

Sintetizando:

15)(ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) O poder constituinte


derivado, no caso brasileiro, possui como uma das suas limitações a
impossibilidade de promoção de alteração da titularidade do poder
constituinte originário.
Item certo.

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Como vimos, uma das limitações materiais implícitas ao poder constituinte


derivado é impossibilidade de alteração da sua própria titularidade e,
também, da titularidade do poder constituinte originário (que é do povo).
Na prática, significa que o Congresso Nacional não pode aprovar uma
emenda constitucional outorgando a outro órgão de Estado a competência
para a elaboração de uma nova Constituição (pois isso implicaria alteração
da titularidade do poder constituinte originário), nem para a elaboração de
emendas à Constituição Federal de 1988 (pois isso implicaria alteração da
titularidade do poder constituinte derivado).
16)(ESAF/AFRF/2005) A impossibilidade de alteração da sua própria
titularidade é uma limitação material implícita do poder constituinte
derivado.
Item certo.
De fato, a titularidade do poder constituinte derivado não pode ser por ele
alterada.
A aprovação de emenda com esse intuito – por exemplo, outorgar a outro
órgão a competência para aprovar futuras emendas à Constituição – será
flagrantemente inconstitucional, por violar essa limitação material implícita
ao poder constituinte derivado.
Veja que essa limitação material é denominada “implícita” porque ela não
consta, expressamente, do texto da Constituição.
17)(ESAF/PFN/2006) Embora nem todos os direitos enumerados no título
dos Direitos Fundamentais sejam considerados cláusulas pétreas,
nenhum outro, fora desse mesmo título, constitui limitação material ao
poder constituinte de reforma.
Item errado.
A Constituição Federal somente gravou expressamente como cláusula
pétrea os direitos e garantias individuais (art. 60, § 4º, IV).
Portanto, nem todos os direitos fundamentais enumerados no “Título II –
Dos Direitos e Garantias Fundamentais” são cláusulas pétreas, pois são
enumerados nesse Título, além dos direitos e garantias individuais, os
deveres e direitos coletivos (art. 5º), os direitos sociais (art. 6º a 11), os
direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13), os direitos políticos (arts. 15 e 16) e
os direitos dos partidos políticos (art. 17).
Assim, a primeira parte do enunciado da Esaf (“embora nem todos os
direitos enumerados no Título dos Direitos Fundamentais sejam
considerados cláusulas pétreas”) está correta, pois, de fato, os deveres e
direitos coletivos (art. 5º), os direitos sociais (art. 6º a 11), os direitos de
nacionalidade (arts. 12 e 13), os direitos políticos (arts. 14 e 16) e os direitos

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dos partidos políticos (art. 17) não foram expressamente gravados cláusulas
pétreas.
Entretanto, a segunda parte do enunciado está errada, pois o Supremo
Tribunal Federal já firmou entendimento de que a cláusula pétrea “direitos e
garantias individuais” protege direitos fora do Título dos direitos e garantias
fundamentais. Em consonância com esse entendimento, o Tribunal já
reconheceu como cláusula pétrea o princípio da anterioridade tributária (art.
150, III, b), por representar uma garantia individual do contribuinte.

18)(ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/STN/2008) Não será


objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a ampliar a
aplicação das normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais.
Item errado.
Observe o teor do art. 60, § 4º, IV, que apresenta as limitações materiais
expressas ao poder de reforma:
“Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

(...)
IV - os direitos e garantias individuais.”
Ou seja, não há óbice a uma proposta de emenda que amplie o rol de direitos
individuais.
Observe, ainda, que são cláusulas pétreas os direitos e garantias
individuais, e não os direitos e garantias fundamentais, de forma genérica.
É impressionante como a Esaf adora cobrar esses aspectos! Você
perceberá isso durante esta aula...
19)(ESAF/PFN/2006) Consolidou-se o entendimento de que, mediante o
mecanismo da dupla revisão, é viável a superação das cláusulas
pétreas entre nós.
Item errado.
Há alguns constitucionalistas que defendem a tese de que é possível a
superação de uma cláusula pétrea mediante o processo conhecido por
“dupla revisão”, isto é, mediante a aprovação de duas emendas à
Constituição.
Vejamos um exemplo, a fim de facilitar o entendimento dessa tese jurídica.
Imagine que o Congresso Nacional quisesse, hoje, abolir o direito de voto do
analfabeto. Sabemos que isso hoje não seria possível, pois existe uma

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proibição expressa neste sentido na Constituição, que gravou o voto direto,


secreto, periódico e universal como cláusula pétrea (art. 60, § 4º, II).
Diante dessa situação, os ideólogos da tese da “dupla revisão” defendem
que o direito de voto do analfabeto poderia sim ser abolido, desde que
mediante a aprovação de duas emendas seqüenciais à Constituição Federal,
da seguinte forma: a primeira emenda suprimiria da Constituição a proibição
que hoje existe (isto é, revogaria o inciso II do § 4º do art. 60 da Constituição
Federal); num segundo momento, não existindo mais essa proibição, seria
aprovada a segunda emenda, abolindo o direito de voto do analfabeto (isto é,
revogaria a alínea “a” do inciso II do § 1º do art. 14 da Constituição Federal).

Entretanto, a tese da “dupla revisão” como meio de superar uma cláusula


pétrea não é admitida no Brasil, pois essa primeira emenda constitucional,
que revogaria o inciso II do § 4º do art. 60 da Constituição Federal, é
flagrantemente inconstitucional, por ofensa a uma limitação material
implícita, que proíbe modificações prejudiciais ao processo de modificação
da Constituição Federal.
Em outras palavras, podemos dizer: a existência das limitações materiais
implícitas constitui óbice à admissão, entre nós, do mecanismo da dupla
revisão.
20)(ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Firmou-se no
Brasil o entendimento de que o poder constituinte de reforma pode
suprimir um direito protegido como cláusula pétrea, desde que, num
primeiro momento, esse direito seja subtraído da lista expressa das
limitações materiais ao poder de emenda à Constituição.
Item errado.
A questão refere-se ao mecanismo da dupla revisão, abordado na questão
anterior. Como afirmado, essa teoria não é aceita no Brasil devido à
existência de limitação material implícita, que proíbe ao poder constituinte
derivado introduzir modificações no processo de modificação da
Constituição Federal.
21)(ESAF/PFN/2006) As normas constantes do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias são insuscetíveis de revogação.
Item errado.
As normas integrantes do ADCT podem ser revogadas assim como a parte
permanente da Constituição, mediante a aprovação de emenda à
Constituição Federal, observado o procedimento e os limites impostos pelo
art. 60 da Constituição.

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22)(ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) A aprovação de Emenda


Constitucional durante o estado de sítio só é possível se os membros
do Congresso Nacional rejeitarem, por quorum qualificado, a
suspensão das imunidades dos Parlamentares durante a execução da
medida.
Item errado.
Não é possível, em hipótese alguma, a aprovação de emenda à Constituição
Federal durante a vigência de estado de sítio (art. 60, § 1º). Trata-se de uma
limitação circunstancial ao poder de emenda.
23)(ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) É viável reforma
constitucional que aperfeiçoe o processo legislativo de emenda
constitucional, tornando-o formalmente mais rigoroso.
Item errado.
Por contrariar limitação material implícita, não é viável reforma
constitucional que altere o processo legislativo de emenda constitucional,
seja para torná-lo mais flexível, seja para torná-lo mais rigoroso.
24) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O Supremo
Tribunal Federal não tem competência para afirmar a
inconstitucionalidade de emenda à Constituição votada segundo o
procedimento estabelecido pelo poder constituinte originário.
Item errado.
As emendas constitucionais aprovadas estão sujeitas a controle de
constitucionalidade (incidental ou em abstrato) pelo STF, tanto no que se
refere a aspectos formais quanto no que concerne aos aspectos materiais.
25)(ESAF/AFRF/2005) A forma republicana de governo, como princípio
fundamental do Estado brasileiro, tem expressa proteção no texto
constitucional contra alterações por parte do poder constituinte
derivado.
Item errado.
Fique atento. Ao contrário da forma federativa de Estado, expressamente
gravada como cláusula pétrea na CF/88 (art. 60, § 4°, I), a forma republicana
de governo e o sistema presidencialista não receberam a mesma proteção
expressa no texto constitucional.
26) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A emenda à Constituição, após
aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da
República, será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

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Item errado.
As emendas à Constituição não se sujeitam a sanção do Presidente da
República. Mas é correto afirmar que elas serão promulgadas pelas Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número
de ordem.
27)(ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A Constituição não poderá ser
emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou
de estado de sítio, salvo se a emenda for aprovada pela maioria
absoluta de seus membros.
Item errado.
Em hipótese nenhuma poderá a Constituição ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (art. 60, § 1º).

28)(ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A proposta de emenda à Constituição


será discutida e votada em sessão unicameral do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.
Item errado.
De acordo com o art. 60, § 2°, a proposta de emenda será discutida e votada
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.
Ou seja, não se trata de sessão unicameral, daí o erro da questão. Aliás, a
sessão unicameral do Congresso Nacional ocorreu apenas na revisão
constitucional prevista no art. 3° do ADCT.
29) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A proposta de emenda à Constituição
pode ser apresentada por mais da metade das Assembléias
Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.
Item certo.
O art. 60 apresenta os legitimados a propor emenda à Constituição Federal:

“Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal;
II - do Presidente da República;

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III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da


Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.”
Observe que a assertiva está de acordo com o art. 60, III.
30)(ESAF/AFRF/2000) Assinale a opção correta.
a) As normas da Constituição de 1988 dispostas no Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias são insuscetíveis de ser revogadas ou
emendadas.
b) As normas do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição de 1988 não se definem como normas formalmente
constitucionais.
c) Uma norma constitucional, fruto do poder constituinte originário, não
pode ser declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal,
mesmo que não esteja de acordo com algum princípio fundamental,
inspirador da Constituição, como o da isonomia e o da democracia.
d) É inconstitucional toda reapresentação de proposta de emenda à
Constituição rejeitada pelo Congresso Nacional.
e) A lei ordinária anterior à nova Constituição, que com esta é
materialmente incompatível, continua em vigor até que seja revogada por
outra lei do mesmo status hierárquico.
Gabarito: “c”
As normas que integram o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
– ADCT são normas constitucionais como todas as demais normas
constitucionais. A única distinção é que as normas do ADCT são de cunho
transitório e, portanto, têm a sua eficácia esgotada tão-logo ocorra a
situação transitória nelas prevista.
As normas do ADCT podem ser (e têm sido) modificadas ou revogadas por
meio de emenda constitucional, desde que observadas as regras
estabelecidas pelo art. 60 da Constituição Federal. A assertiva “a” está,
portanto, errada.
As normas do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição de 1988 são normas formalmente constitucionais, que se
situam no mesmo patamar hierárquico das demais normas constitucionais.
Estudamos na aula passada que uma norma é formalmente constitucional
pelo simples fato de integrar o texto de uma Constituição escrita,
solenemente elaborada (rígida). É o caso das normas integrantes do ADCT,
que integram o texto da Constituição Federal de 1988, que é do tipo escrita e
rígida. Está errada, portanto, a assertiva “b”.

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A assertiva “c” está certa, pois as normas constitucionais originárias não se


sujeitam a controle de constitucionalidade, vale dizer, não é possível
juridicamente a declaração da inconstitucionalidade de uma norma
constitucional originária, elaborada pelo poder constituinte originário.
É possível, entretanto, a declaração da inconstitucionalidade de uma norma
constitucional derivada, resultante de emenda, caso haja desrespeito aos
limites e procedimentos impostos pelo art. 60 da Constituição Federal.

A assertiva “d” está errada porque afirma que é inconstitucional toda


reapresentação de proposta de emenda à Constituição rejeitada pelo
Congresso Nacional.
A Constituição Federal só proíbe a reapresentação de matéria objeto de PEC
rejeitada ou havida por prejudicada na mesma sessão legislativa (CF, art. 60,
§ 5º). Logo, é possível a reapresentação, desde que em sessão legislativa
distinta daquela em que se deu a rejeição ou a prejudicialidade da proposta
anterior.
A letra “e” está errada porque uma lei ordinária anterior à nova Constituição,
que com esta é materialmente incompatível, é revogada na data da entrada
em vigor do novo texto constitucional. A revogação do direito pré-
constitucional materialmente incompatível com a nova Constituição ocorre
sempre numa mesma data: na data da entrada em vigor do novo texto
constitucional.
31)(ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo precedente do STF, no caso
brasileiro, não é admitida a posição doutrinária que sustenta ser o
poder constituinte originário limitado por princípios de direito
suprapositivo.
Item certo.
Já foi comentado que, embora alguns doutrinadores defendam a idéia de
que o poder constituinte originário, ao elaborar uma nova Constituição, está
sujeito a limites impostos pelo direito suprapositivo, esse não é o
entendimento predominante no Brasil.
O Brasil adota a linha positivista, que não reconhece a existência de limites
ao poder constituinte originário em princípios jurídicos não-positivados.
Com isso, para o fim de concurso público, temos que considerar que o
poder constituinte originário é absolutamente ilimitado no seu papel de
criação de uma nova Constituição.
32)(ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, a aprovação de
emenda constitucional, alterando o processo legislativo da própria
reforma, ou revisão constitucional, tornando-o menos difícil, não seria

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possível, porque haveria um limite material implícito ao poder


constituinte derivado em relação a essa matéria.
Item certo.
A doutrina dominante entende que uma emenda constitucional não pode
modificar o procedimento de modificação da Constituição Federal de 1988,
estabelecido no art. 60 (processo de emenda) e no art. 3º do ADCT (processo
de revisão).
O procedimento de modificação da Constituição Federal de 1988 não pode
ser alterado por meio de emenda porque existe uma limitação material
implícita à atuação do poder constituinte derivado que proíbe essa alteração.

Essa limitação material implícita deve ser assim entendida. Ao elaborar a


Constituição Federal, o poder constituinte originário (Assembléia Nacional
Constituinte, em 1988) criou o poder constituinte derivado, para modificar
futuramente o texto constitucional. Nessa criação, o poder constituinte
originário fixou o procedimento e os limites que deverão ser futuramente
obedecidos pelo poder constituinte derivado. Ora, se o poder constituinte
derivado pudesse aprovar emenda afastando esse procedimento e esses
limites que lhe foram impostos pelo poder constituinte originário, estaria
havendo uma fraude à vontade do poder constituinte originário.
Um exemplo nos auxiliará na compreensão do sentido dessa limitação
material implícita ao poder constituinte derivado. Vejamos.
Determina a Constituição que o seu texto somente poderá ser alterado
mediante emenda discutida e votada em dois turnos nas Casas do
Congresso Nacional, com aprovação de pelo menos três quintos dos
respectivos membros (CF, art. 60, § 2º).
Imagine se o Congresso Nacional aprovasse uma emenda constitucional
alterando a redação desse dispositivo, passando a exigir, daí por diante,
votação em um só turno e aprovação de apenas maioria simples dos
membros das Casas Legislativas para aprovação de uma emenda
constitucional.
Ora, não é preciso pensar muito para perceber que o poder constituinte
derivado estaria fraudando completamente a vontade do poder constituinte
originário, retirando a rigidez da nossa Constituição, transformando-a numa
Constituição flexível. Essa emenda seria, então, flagrantemente
inconstitucional, por tornar mais fácil o procedimento de modificação da
Constituição.
Ou, em outras palavras: essa emenda seria flagrantemente inconstitucional
por desrespeitar uma limitação material implícita ao poder constituinte

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derivado, que proíbe modificações prejudiciais ao processo de modificação


da Constituição.
Por fim, lembre-se que o procedimento de alteração da Constituição não
poderia ser modificado nem mesmo para torná-lo mais rígido.
Podemos resumir essa idéia da seguinte maneira: o texto da Constituição
Federal somente pode ser modificado pelos procedimentos nela
estabelecidos (emenda constitucional, nos termos do art. 60; e revisão
constitucional, nos termos do art. 3º do ADCT); qualquer tentativa de criar
outro procedimento ou de simplificar esses já existentes será flagrantemente
inconstitucional, por desrespeitar uma limitação material implícita ao poder
constituinte derivado.
Em verdade, como o procedimento de revisão constitucional (ADCT, art. 3º)
já se esgotou, enquanto a Constituição Federal de 1988 existir ela só poderá
ser modificada pelo procedimento de emenda, estabelecido no seu art. 60.
Qualquer tentativa de burlar, de enfraquecer, de fortalecer, ou de criar outro
procedimento para a modificação do seu texto será flagrantemente
inconstitucional, por desrespeitar uma limitação material implícita ao poder
constituinte derivado.
33)(ESAF/ACE/TCU/2006) Segundo a doutrina majoritária, no caso
brasileiro, não há vedação à alteração do processo legislativo das
emendas constitucionais, pelo poder constituinte derivado, uma vez
que a matéria não se enquadra entre as hipóteses que constituem as
cláusulas pétreas estabelecidas pelo constituinte originário.
Item errado.
Vimos que o processo legislativo de modificação da Constituição não pode
sofrer modificações substanciais mediante emenda à Constituição, em razão
da existência de uma limitação material implícita (ou, como preferem alguns
autores, em razão da existência de uma cláusula pétrea implícita).

34)(ESAF/Auditor-Fiscal da Receita Estadual – Ceará/2007) Sobre a


possibilidade de emendas à Constituição Federal de 1988, marque a
única opção correta.
a) Não poderá ser objeto de deliberação a proposta de emenda à
Constituição, na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou
estado de sítio.
b) Constitui limitação material implícita ao poder constituinte derivado, a
proposição de emenda constitucional que vise à modificação de
dispositivos referentes aos direitos sociais, considerados cláusulas
pétreas.

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c) A emenda à Constituição Federal só ingressa no ordenamento jurídico


após a sua promulgação pelo Presidente da República, e apresenta a
mesma hierarquia das normas constitucionais originárias.
d) O Presidente da República poderá ajuizar ação direta de
inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, a fim de que
seja arquivada proposta de emenda à Constituição tendente a abolir
cláusula pétrea.
e) A promulgação de emendas à Constituição Federal compete às Mesas
da Câmara e do Senado, não se sujeitando à sanção ou veto presidencial.

Gabarito: “e”
A assertiva “a” está errada porque determina o texto constitucional que “a
Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal,
de estado de defesa ou de estado de sítio” (art. 60, § 1º).
Como o texto constitucional determina que a Constituição não poderá ser
“emendada”, entende a doutrina que a matéria poderia tramitar e ser objeto
de discussão durante essas medidas, não podendo, somente, ser aprovada e
promulgada a emenda.
Essa matéria não encontra consenso na doutrina, mas o fato é que a Esaf
perfilhou o entendimento de que, durante a execução dessas medidas de
exceção, é possível a deliberação sobre a proposta de emenda nas Casas
Legislativas, desde que a Constituição Federal não seja, efetivamente,
emendada no respectivo período.
A assertiva “b” está errada porque os direitos sociais não se encontram
dentre as limitações materiais implícitas ao poder constituinte derivado.
Como vimos, as limitações materiais implícitas impedem emendas
prejudicais (a) à titularidade do poder constituinte originário, (b) à
titularidade do poder constituinte derivado e (c) ao procedimento de
modificação da Constituição.
A assertiva “c” está errada porque a emenda à Constituição é promulgada
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e não pelo
Presidente da República (art. 60, § 3º). Uma vez promulgada pelas Mesas da
Câmara e do Senado, a emenda ingressa no ordenamento jurídico na mesma
situação hierárquica das normas constitucionais originárias.

A assertiva “d” está errada, por dois motivos. Primeiro, porque o Presidente
da República não é legitimado para recorrer ao Poder Judiciário para sustar
a tramitação de proposta de emenda à Constituição tendente a abolir
cláusula pétrea, haja vista que essa legitimação é exclusiva dos
congressistas. Segundo, porque a ação cabível nessa situação é o

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mandado de segurança, e não ação direta de inconstitucionalidade, como


será visto em aula adiante.
A assertiva “e” está certa, pois a emenda à Constituição não se sujeita à
sanção ou veto do Presidente da República, sendo diretamente promulgada
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (art. 60, § 3º).

35) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, o art. 3º do Ato das


Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de
1988 (CF/88), que previa a revisão constitucional após cinco anos,
contados de sua promulgação, é uma limitação temporal ao poder
constituinte derivado.
Item errado.
Temos limitação temporal quando a Constituição estabelece um período
durante o qual o seu texto não poderá ser modificado. A limitação temporal
estabelece, portanto, um período determinado de absoluta imutabilidade do
texto da constituição.
A Constituição Federal de 1988 não apresenta limitações de ordem temporal.

É verdade que pelo processo simplificado de revisão o texto constitucional


só pôde ser modificado cinco anos após a promulgação da Constituição
Federal (ADCT, art. 3º).
Porém, durante esse período a Constituição podia ser modificada (e, de fato,
foi modificada!) por meio de emendas, desde que essas fossem aprovadas
de acordo com o procedimento de emenda, previsto no art. 60. Enfim, desde
a data de sua promulgação, a Constituição Federal sempre pôde ser
modificada, se observados os limites impostos pelo seu art. 60.

Pense assim: na data da promulgação da Constituição Federal (05/10/1988)


um dos legitimados pelo art. 60 (Presidente da República, por exemplo) já
poderia ter apresentado uma proposta de emenda constitucional – PEC ao
Legislativo, para alteração do texto constitucional, de acordo com o rito
estabelecido no art. 60.
No Brasil, a única Constituição que apresentou limitação de ordem temporal
foi a Constituição Imperial de 1824, que só admitia modificações no seu
texto após quatro anos do início de sua vigência.
36)(ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo o STF, é possível a declaração de
inconstitucionalidade de normas constitucionais resultantes de
aprovação de propostas de emenda à constituição, desde que o
constituinte derivado não tenha obedecido às limitações materiais,

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circunstanciais ou formais, estabelecidas no texto da CF/88, pelo


constituinte originário.
Item certo.
Sabe-se que o poder constituinte derivado se sujeita a limitações
circunstanciais (art. 60, § 1º), processuais ou formais (art. 60, I a III e §§ 2º, 3º
e 5º) e materiais (art. 60, § 4º).
Portanto, sempre que uma emenda constitucional desrespeitar uma dessas
limitações haverá uma ofensa à Constituição e o Poder Judiciário poderá ser
provocado para declarar essa inconstitucionalidade.
Uma emenda constitucional poderá ser impugnada na via abstrata ou na via
incidental.
Na via abstrata, um dos legitimados pelo art. 103 da Constituição poderá
propor uma ação direta – ação direta de inconstitucionalidade, ação
declaratória de constitucionalidade ou argüição de descumprimento de
preceito fundamental - perante o STF. Nesse caso, a decisão do STF será
dotada de eficácia contra todos (erga omnes).
Na via incidental, qualquer pessoa prejudicada pela emenda constitucional
poderá impugná-la perante o juízo competente, com o fim de afastar a sua
aplicação ao caso concreto. Nessa hipótese, a eficácia da decisão do Poder
Judiciário será restrita às partes do processo (inter partes).

37)(ESAF/AFC/2000) Sobre o processo de emenda à Constituição Federal,


assinale a opção correta.
a) Nenhuma emenda que alargue ou diminua o catálogo dos direitos e
garantias individuais pode ser votada no Congresso Nacional, por serem
os direitos e garantias individuais cláusulas pétreas.
b) Nada obsta a que a matéria constante de proposta de emenda rejeitada
numa sessão legislativa possa ser objeto de nova proposta na sessão
legislativa seguinte.
c) Incumbe ao Presidente da República promulgar as emendas à
Constituição aprovadas pelo Congresso Nacional.
d) Todo deputado ou senador pode, individualmente, apresentar
proposta de emenda à Constituição.
e) As emendas à Constituição relacionadas a servidores públicos são da
iniciativa exclusiva do Presidente da República.
Gabarito: “b”
A assertiva “a” está errada, porque nada impede que uma emenda
constitucional alargue o catálogo dos direitos e garantias individuais.

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A Constituição Federal determina que não será objeto de deliberação


emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais (CF, art. 60, § 4º,
IV).
Nada impede, portanto, que uma emenda trate de direitos e garantias
individuais, desde que não haja tendência à abolição, à supressão dos
institutos. Criar novos direitos e garantias individuais é permitido; a
proibição constitucional diz respeito, tão-somente, à emenda tendente à
abolição desses institutos.
Aliás, um bom exemplo foi a aprovação da EC nº 45/2004 (Reforma do
Judiciário), que acrescentou o novo inciso LXXVIII ao art. 5º da Constituição
Federal, que prevê o princípio da celeridade processual, alargando o
catálogo dos direitos e garantias individuais (“a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação”).
Não houve, nessa situação, nenhuma ofensa à cláusula pétrea, pois a EC nº
45/2004 alargou o catálogo dos direitos fundamentais, sem nenhuma
tendência à abolição desses institutos.
A assertiva “b” está certa porque a matéria constante de PEC rejeitada ou
havida por prejudicada poderá constituir nova proposta, desde que em
sessão legislativa distinta (CF, art. 60, § 5º).
A assertiva “c” está errada porque as emendas constitucionais são
promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
(CF, art. 60, § 3º), e não pelo Presidente da República.
Todo congressista pode, individualmente, apresentar projeto de lei (CF, art.
61). Porém, para a apresentação de uma proposta de emenda à Constituição
exige-se a manifestação de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal (CF, art. 60, I). Está errada, portanto, a
assertiva “d”.
A assertiva “e” está errada porque afirma que as emendas constitucionais
relacionadas a servidores públicos são da iniciativa privativa do Presidente
da República, o que não é verdade.
Em se tratando de proposta de emenda à Constituição, a Constituição
Federal não estabeleceu iniciativa privativa do Presidente da República. A
iniciativa privativa do Presidente da República, prevista no § 1º do art. 61 da
Constituição, diz respeito à apresentação de projeto de lei, e não à
apresentação de proposta de emenda à Constituição.
Vejamos um exemplo. Estabelece o texto constitucional que são de iniciativa
privativa do Presidente da República as leis que disponham sobre
servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento
de cargos, estabilidade e aposentadoria (art. 61, § 1º, II, c). Pois bem, a

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iniciativa será privativa do Presidente da República se essa matéria for


apresentada em projeto de lei. Se essa mesma matéria for apresentada em
proposta de emenda à Constituição, a iniciativa não será mais privativa do
Presidente da República, ou seja, qualquer um dos legitimados (art. 60, I, II e
III) poderá apresentar tal proposta de emenda à Constituição.
Por outro lado, o mesmo não se pode dizer da Constituição estadual. O
campo legislativo de iniciativa privativa do Presidente da República é
reproduzido para o Governador, não podendo o assunto ser tratado por
iniciativa da Assembléia nem mesmo em Emenda à Constituição Estadual.
38)(ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A Emenda Constitucional não está sujeita
a sanção ou a veto do Presidente da República, mas deve ser por ele
promulgada.
Item errado.
As emendas constitucionais não se sujeitam à sanção ou veto do Presidente
da República, tampouco são por ele promulgadas.
As emendas são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal (CF, art. 60, § 3º), sem nenhuma participação do Presidente
da República.
Em verdade, a única participação do Presidente da República no processo
de modificação da Constituição é na iniciativa, caso a proposta de emenda
seja por ele apresentada. A partir daí, todo o procedimento esgota-se no
âmbito do Legislativo.
39)(ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Proposta de Emenda Constitucional pode
ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo
Tribunal Federal, se desrespeitar algum limite material ao poder de
reforma da Constituição.
Item errado.
Proposta de emenda constitucional - PEC não pode ser objeto de ação direta
de inconstitucionalidade perante o STF.
O que pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade perante o STF
é a emenda constitucional, pronta e acabada, depois de promulgada e
inserida no ordenamento jurídico.
Antes da promulgação, o único controle judicial admissível é o incidente
sobre o processo legislativo em si, com o fim de sustar a tramitação de
proposta de emenda que desrespeita a Constituição Federal. Mas esse
controle judicial não pode ser por meio de ação direta (controle abstrato), e
sim por meio de mandado de segurança (controle incidental) ajuizado por
um congressista perante o STF.

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Lembre-se: a ação direta de inconstitucionalidade é ação que visa a retirar


do ordenamento normas que desrespeitam a Constituição Federal; logo, a
propositura de uma ação direta pressupõe a existência de uma norma pronta
e acabada, já inserida no ordenamento jurídico; em hipótese alguma será
cabível ação direta contra projeto de lei ou proposta de emenda à
Constituição.
40)(ESAF/TCE/RN/2000) Assinale a opção correta.
a) A matéria constante de proposta de emenda à Constituição, rejeitada
num determinado ano, pode ser reapresentada no mesmo ano, desde que
em sessão legislativa diferente.
b) A Constituição Federal pode ser emendada mediante proposta de um
por cento do eleitorado nacional.
c) As emendas à Constituição devem receber a sanção do Presidente da
República antes de serem promulgadas.
d) Sendo os direitos e garantias individuais cláusulas pétreas, estão
proibidas as emendas à Constituição que tenham por objeto esse tema.
e) A Constituição de 1988 não conhece limitações temporais nem
circunstanciais ao exercício do poder de emenda da Carta.
Gabarito: “a”
A assertiva “a” está certa.
Estabelece a Constituição que a matéria constante de proposta de emenda
rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa (CF, art. 60, § 5º).
Note-se que a vedação à reapresentação da matéria rejeitada ou prejudicada
alcança a “mesma sessão legislativa”, e não o “mesmo ano”.
Acontece que, em tese, é possível a existência de mais de uma sessão
legislativa no mesmo ano.
Com efeito, em todo ano temos a sessão legislativa ordinária – SLO, que é
composta de dois períodos legislativos (o primeiro período legislativo, de 2/2
a 17/7; e o segundo período legislativo, de 1º/8 a 22/12).
Além dessa sessão legislativa ordinária, é possível que, nos períodos de
recesso do Congresso Nacional, seja convocada sessão legislativa
extraordinária – SLE, que é sessão legislativa distinta da SLO, convocada
nas hipóteses constitucionalmente autorizadas (CF, art. 57, § 6º).
Logo, matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada poderá
constituir nova proposta no mesmo ano, desde que em sessão legislativa
diferente.

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Já houve caso no Congresso Nacional em que a PEC foi rejeitada em janeiro


(durante a SLE, portanto), e a matéria foi reapresentada em nova PEC no
mesmo ano (durante a SLO, a partir de fevereiro do mesmo ano).
A assertiva “b” está errada porque não existe iniciativa popular em se
tratando de proposta de emenda à Constituição Federal.
Os únicos legitimados para apresentar PEC estão taxativamente
enumerados no art. 60, I a III, da Constituição Federal, a saber: um terço, no
mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
Presidente da República; mais da metade das Assembléias Legislativas das
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.
A iniciativa popular prevista na Constituição Federal é para apresentação de
projeto de lei ao Legislativo, e não para apresentação de proposta de
emenda à Constituição.
Vale lembrar que a iniciativa popular em projeto de lei é obrigatória na esfera
federal (CF, art. 61, § 2º), estadual e distrital (CF, art. 27, § 4º) e municipal (CF,
art. 29, XIII).
A assertiva “c” está errada porque as emendas à Constituição não se
submetem à sanção ou veto do Presidente da República. São elas
diretamente promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal (CF, art. 60, § 3º).
A assertiva “d” está errada porque nada impede que emenda constitucional
tenha por objeto os direitos e garantias individuais, desde que a emenda não
seja tendente à abolição desses institutos.
Conforme comentado antes, um bom exemplo de emenda constitucional
tratando de direitos e garantais individuais sem violação de cláusula pétrea
tivemos na promulgação da EC nº 45/2004 (Reforma do Judiciário), que
introduziu o inciso LXXVIII ao art. 5º da Constituição Federal.
A assertiva “e” está errada porque a Constituição Federal de 1988 possui
limitações circunstanciais ao poder constituinte derivado, pois o seu texto
não poderá ser emendado na vigência de estado de sítio, estado de defesa e
intervenção federal (CF, art. 60, § 1º).
É verdade que a Constituição Federal não possui limitações temporais, mas
a afirmação de que a Constituição também não possui limitações
circunstanciais invalida a assertiva.
41)(ESAF/AFCE/TCU/2000) As emendas à Constituição expressam meio
típico de manifestação do poder constituinte originário.
Item errado.

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Em realidade, as emendas constitucionais são manifestação do poder


constituinte derivado, e não do poder constituinte originário.
42)(ESAF/AFCE/TCU/2000) A Constituição de 1988 contemplou ao
Presidente da República a titularidade para promulgação das emendas
Constitucionais.
Item errado.
A assertiva está errada porque as emendas constitucionais não são
promulgadas pelo Presidente da República, e sim pelas Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 60, § 3º).
43)(ESAF/AFCE/TCU/2000) O poder de reforma ou de emenda é um poder
ilimitado na sua atividade de constituinte de primeiro grau.
Item errado.
Como sabemos, o poder constituinte derivado reformador é um poder
limitado ou subordinado, sujeito a limitações circunstanciais, processuais e
materiais previstas no art. 60 da CF/88. Além disso, não é um poder de
primeiro grau, mas sim de segundo grau ou secundário. Poder constituinte
de primeiro grau é o poder constituinte originário, competente para elaborar
uma nova Constituição.
44)(ESAF/AFRF/2000) Assinale a opção correta.
a) A Constituição prevê expressamente a possibilidade de ser emendada
por proposta de um determinado número de cidadãos (iniciativa popular).

b) Somente em caso de urgência e relevância, é possível emendar a


Constituição durante a vigência de intervenção federal.
c) Não cabe sanção ou veto do Presidente da República em proposta de
Emenda à Constituição.
d) Emenda à Constituição não é suscetível de controle abstrato de
normas perante o Supremo Tribunal Federal.
e) O Presidente da República tem iniciativa reservada para a proposta de
emenda à Constituição sobre matéria relacionada a direitos e deveres de
servidores públicos.
Gabarito: “c”
A assertiva “a” está errada porque, como vimos, não há iniciativa popular
em se tratando de proposta de emenda constitucional – PEC. A iniciativa
popular prevista na Constituição diz respeito à apresentação de projeto de
lei.
A assertiva “b” está errada porque em hipótese alguma a Constituição
Federal poderá ser emendada na vigência de estado de sítio, estado de

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defesa e intervenção federal (CF, art. 60, § 1º). São as chamadas limitações
circunstanciais, que não admitem nenhuma exceção para o caso de urgência
e relevância.
A assertiva “c” está certa, pois, de fato, as propostas de emenda
constitucional – PEC não se sujeitam à sanção ou veto do Presidente da
República. As emendas são diretamente promulgadas pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, sem sanção do Chefe do
Executivo (CF, art. 60, § 3º).
A assertiva “d” está errada porque as emendas constitucionais podem ser
objeto de controle abstrato perante o STF, por meio de ADI, ADC ou ADPF.
A assertiva “e” está errada porque, como vimos, não há iniciativa privativa
(exclusiva ou reservada) em se tratando de proposta de emenda à
Constituição Federal. As iniciativas privativas previstas no texto da
Constituição Federal dizem respeito à apresentação de projeto de lei.
45)(ESAF/AFCE/TCU/2000) É pacífico, entre nós, que não existem
limitações implícitas ao poder constituinte de reforma.
Item errado.
Vimos em várias questões que, além das limitações explícitas na CF/88, a
doutrina reconhece a existência de limitações implícitas ao poder
constituinte de reforma. Em resumo, seriam três as limitações materiais
implícitas ao poder de modificar a Constituição Federal de 1988:
i) a titularidade do poder constituinte originário (uma emenda constitucional
não pode repassar a titularidade do poder constituinte originário do povo
para outro órgão constituído);
ii) o exercício do poder constituinte derivado (uma emenda constitucional
não pode retirar do Congresso Nacional e outorgar a outro órgão o poder de
emendar a Constituição);
iii) o próprio procedimento de modificação da Constituição Federal (CF, art.
60 e art. 3º do ADCT) não pode ser alterado por meio de emenda
constitucional.
46)(ESAF/AFCE/TCU/2000) Uma proposta de emenda à Constituição que
tenda a abolir uma cláusula pétrea não pode sequer ser levada à
deliberação do Congresso Nacional.
Item certo.
De fato, uma PEC que tenda a abolir cláusula pétrea não pode, sequer, ser
levada à deliberação do Congresso Nacional. É o que estabelece,
textualmente, o art. 60, § 4º, da Constituição Federal (“não será objeto de
deliberação a emenda tendente a abolir...”).

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Não pode porque, segundo o STF, nesse caso, a mera tramitação e


deliberação sobre a PEC já desrespeitam a Constituição Federal.
Por esse motivo, é possível que, nesse caso, o STF seja provocado para
fiscalizar a tramitação dessa PEC, com o fim de sustar a sua tramitação.
Assim, iniciada a tramitação de uma PEC que desrespeita cláusula pétrea,
um congressista poderá ajuizar um mandado de segurança perante o STF,
com o fim de sustar o processo legislativo.
Observe que esse controle é restrito: só um congressista poderá instaurá-lo
(nenhuma outra pessoa poderá ter a iniciativa), somente por meio do
mandado de segurança (não serão cabíveis outras ações, como a ação direta
de inconstitucionalidade) e somente perante o STF (pois somente o STF
dispõe de competência para apreciar mandado de segurança contra atos do
Congresso Nacional, das suas Casas, das suas Comissões e dos seus
Órgãos).
Uma vez ajuizado o mandado de segurança pelo congressista, teremos o
seguinte:
i) caso o STF conceda a medida liminar, a tramitação da PEC será
temporariamente suspensa, até que posteriormente o STF aprecie o mérito
da ação;
ii) caso o STF indefira a medida liminar, a PEC continuará a tramitar
normalmente, até que o STF aprecie posteriormente o mérito da ação;
iii) na apreciação do mérito, se o STF conceder a segurança, a PEC
definitivamente não tramitará; caso o STF denegue a segurança, a PEC
poderá tramitar pelas Casas do Congresso Nacional.
Vimos que quando o STF indefere a medida liminar, a PEC continua
tramitando normalmente nas Casas do Congresso Nacional, até que o STF
aprecie o mérito do mandado de segurança. Entretanto, se a emenda é
promulgada antes do exame do mérito pelo STF, o Tribunal não apreciará
mais o mandado de segurança. O STF entende que, nessa hipótese, o
mandado de segurança perde o seu objeto. Afinal, o objeto do mandado de
segurança era sustar a tramitação da PEC, o que resta prejudicado, pois a
PEC já concluiu a sua tramitação.
47)(ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Insere-se no âmbito da auto-
organização dos Estados-membros a decisão de permitir revisões
periódicas da Constituição Estadual, com quorum de maioria simples.

Item errado.
O procedimento simplificado de revisão da Constituição Federal, previsto no
art. 3º do ADCT, não pode ser adotado pelos estados-membros para

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modificação da Constituição Estadual. Esse procedimento simplificado de


revisão foi adotado exclusivamente para a modificação da Constituição
Federal.
As Constituições estaduais só podem ser modificadas pelo procedimento
rígido de reforma, estabelecido no art. 60, § 2º, da Constituição Federal, isto
é, por deliberação de três quintos dos membros da Assembléia Legislativa,
em dois turnos de discussão e votação.
Importante este aspecto: os Estados não podem estabelecer deliberação
diferente daquela prevista na Constituição Federal para a modificação da
Constituição Estadual; não poderão estabelecer deliberação menos rígida
(maioria absoluta, por exemplo), nem mais rígida (quatro quintos, por
exemplo); terão que estabelecer exatamente aquela prevista na Constituição
Federal, isto é, deliberação de três quintos da Assembléia Legislativa.

48)(ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A matéria constante de proposta de


emenda à constituição rejeitada ou havida por prejudicada não pode
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa, salvo se a
nova proposta for apoiada por um número de parlamentares superior
ao exigido para a sua aprovação.
Item errado.
A matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não pode
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa em hipótese
alguma (CF, art. 60, § 5º).
A matéria rejeitada que poderá ser reapresentada na mesma sessão
legislativa é aquela constante de projeto de lei, desde que haja solicitação de
maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso
Nacional (CF, art. 67).
49)(ESAF/AFRE/RN/2005) O poder constituinte derivado pode modificar
livremente as normas relativas ao processo legislativo das emendas
constitucionais, uma vez que essa matéria não se inclui entre as
cláusulas pétreas estabelecidas pela Constituição Federal de 1988.
Item errado.
Vimos que o poder constituinte derivado não pode aprovar emendas
alterando o processo de elaboração de emendas constitucionais, porque
existe uma limitação material implícita nesse sentido.
Qualquer emenda que introduza modificação substancial ao procedimento
estabelecido no art. 60 da Constituição Federal será flagrantemente
inconstitucional, por violar uma limitação material implícita

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(ou, como preferem alguns autores, por violar uma cláusula pétrea implícita).

50)(ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É característica do regime da revisão


constitucional consagrada no artigo 3º do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias:
a) sessão bicameral.
b) quorum de aprovação de três quintos dos votos dos parlamentares de
cada Casa do Congresso Nacional, separadamente.
c) iniciativa de mais da metade das Assembléias Legislativas das
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.
d) quorum de aprovação da maioria absoluta dos votos dos membros do
Congresso Nacional, em sessão conjunta.
e) cláusula pétrea da forma republicana de governo.
Questão anulada.
Embora tenha sido anulada, essa questão da Esaf é muito útil para o nosso
estudo. Vejamos o porquê da anulação.
As assertivas “a”, “b” e “c” estão erradas porque se referem ao processo de
emenda (CF, art. 60), e não ao processo de revisão constitucional (ADCT, art.
3º).
A assertiva “e” está errada porque a forma republicana de governo não é
cláusula pétrea na Constituição Federal de 1988 (essa matéria foi cláusula
pétrea na vigência da Constituição de 1969). Na Constituição Federal de
1988, a forma federativa de Estado é que foi gravada como cláusula pétrea
(CF, art. 60, § 4º, I).
A assertiva “d” foi originariamente considerada CERTA, mas no gabarito
definitivo a Esaf optou pela ANULAÇÃO da questão, providência acertada.

Digo acertada porque na revisão constitucional o quorum de aprovação foi,


de fato, maioria absoluta dos votos do Congresso Nacional (ADCT, art. 3º).
Porém, essa maioria absoluta não era apurada em sessão conjunta, mas sim
em sessão unicameral.
Ora, sabe-se que sessão conjunta e sessão unicameral não são a mesma
coisa.
Vejamos a distinção entre sessão conjunta e sessão unicameral, levando-se
em conta a atual composição das Casas do Congresso Nacional: Câmara -
513 deputados; Senado - 81 senadores.

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Na sessão conjunta, a discussão da matéria é em conjunto, mas a votação é


em separado. Maioria absoluta em sessão conjunta é, pois, maioria absoluta
apurada separadamente, entre os membros da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.
Significa dizer que para a aprovação da matéria serão necessários, no
mínimo, 257 votos de Deputados e 41 votos de Senadores. Logo, se 513
deputados votarem a favor, mas apenas 30 senadores votarem a favor, a
maioria absoluta em sessão conjunta não estará alcançada (pois não foi
obtida a maioria absoluta dentre os Senadores).
Na sessão unicameral, como a própria denominação indica, temos o
Congresso Nacional funcionando como uma só câmara (unicameral = uma
só câmara). Logo, a maioria absoluta em sessão unicameral é apurada entre
congressistas, indistintamente.
Significa dizer que a maioria absoluta em sessão unicameral é 298 votos,
número que corresponde ao primeiro número inteiro após a metade do total
de integrantes do Congresso Nacional [(513 + 81) / 2 = 297]. Logo, se 300
deputados votarem a favor, e todos os senadores votarem contra, a maioria
absoluta em sessão unicameral estará alcançada.
Como se vê, a questão devia mesmo ser anulada, pois não há assertiva que
responda corretamente ao enunciado.
51)(ESAF/MPOG/GESTOR/2000) A Constituição não estabelece limitações
temporais nem circunstanciais ao poder de reforma do seu texto.

Item errado.
A assertiva está errada porque a Constituição Federal de 1988 estabelece
limitações circunstanciais, haja vista que o seu texto não poderá ser
emendado na vigência de estado de sítio, estado de defesa e intervenção
federal (CF, art. 60, § 1º). Realmente não há limitações temporais. Dê uma
olhada no esquema demonstrado no início da aula para revisão do assunto.

52)(ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Uma emenda à Constituição não pode


suprimir um direito individual fundamental previsto pelo poder
constituinte originário.
Item certo.
A assertiva está certa porque uma emenda constitucional não pode suprimir
direitos e garantias individuais, institutos gravados como cláusula pétrea
(CF, art. 60, § 4º, IV).
53)(ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Uma mesma proposta de emenda à
Constituição rejeitada pelo Congresso Nacional pode ser

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reapresentada na mesma sessão legislativa, desde que por


requerimento de mais da metade das Assembléias Legislativas das
unidades da Federação.
Item errado.
A matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não pode
ser reapresentada na mesma sessão legislativa em hipótese alguma (CF, art.
60, § 5º).
54)(ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Indique entre as opções abaixo a
única em que há afirmação destoante da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal acerca dos limites constitucionais ao poder de
reforma.
a) Por não admitirem sanção ou veto presidencial, não podem as
emendas constitucionais instituir tributo, uma vez que essa atitude
implicaria ofensa à cláusula pétrea da separação dos Poderes.
b) As cláusulas pétreas não inibem toda e qualquer alteração da sua
respectiva disciplina constante das normas constitucionais originárias,
não representando assim a intangibilidade literal destas, mas
compreendem a garantia do núcleo essencial dos princípios e institutos
cuja preservação nelas se protege.
c) Os direitos e garantias individuais que representam limite ao poder de
reforma não se encontram exclusivamente no art. 5º da Constituição
Federal.
d) As disposições constitucionais relativas a determinado regime de
remuneração dos servidores públicos não podem deixar de ser
modificadas sob o argumento de que sobre elas há direito adquirido.
e) Não apresenta vício formal a emenda constitucional que, tendo
recebido modificação não substancial na Casa revisora, foi promulgada
sem nova apreciação da Casa iniciadora quanto à referida alteração.

Gabarito: “a”
A assertiva “a” está errada porque afirma que emenda constitucional não
pode instituir tributos.
Não há vedação à instituição de tributos por meio de emenda constitucional.
Aliás, o antigo IPMF (posteriormente convertido em CPMF) foi instituído
mediante emenda à Constituição. A criação da contribuição de iluminação
publica – CIP também foi autorizada mediante emenda à Constituição.

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Essa, portanto, a assertiva que responde ao enunciado, pois a Esaf solicitou


o apontamento da afirmação destoante da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal. As demais assertivas, comentadas abaixo, estão de acordo
com a jurisprudência do STF.
A assertiva “b” está certa, pois as cláusulas pétreas, de fato, não inibem
toda e qualquer alteração literal da sua respectiva disciplina. Matérias
gravadas como cláusulas pétreas podem ser objeto de emenda
constitucional. O que as cláusulas pétreas protegem é o chamado núcleo
essencial das respectivas matérias, proibindo emendas tendentes à sua
abolição (CF, art. 60, § 4º).
A assertiva “c” está certa porque, segundo a jurisprudência do STF, a
cláusula pétrea “direitos e garantias individuais” protege também outros
direitos e garantias individuais além daqueles enumerados no art. 5º da
Constituição. Foi com base nesse entendimento que o STF deixou assente
que o princípio da anterioridade tributária (CF, art. 150, III, b) é cláusula
pétrea, por representar uma garantia individual do contribuinte.
A assertiva “d” está certa porque, de acordo com o STF, não há direito
adquirido frente à mudança de regime jurídico estatutário dos servidores
públicos. Não há ainda que se alegar direito adquirido frente a: (i) uma nova
Constituição; (ii) um novo padrão monetário (mudança de moeda); e (iii) um
aumento ou criação de tributos.
A assertiva “e” está certa. Sabe-se que a emenda constitucional só poderá
ser promulgada se a matéria for aprovada, em dois turnos de votação, por
três quintos dos membros das Casas do Congresso Nacional (CF, art. 60, §
2º).
Logo, se a matéria é aprovada em dois turnos numa Casa e alterada
substancialmente na outra, deverá retornar à Casa iniciadora para nova
apreciação.
Porém, segundo o STF, só há necessidade de retorno à Casa iniciadora se
houver alteração substancial na segunda Casa Legislativa. Se a modificação
for não-substancial (uma mera adequação de redação, por exemplo), não há
necessidade de retorno à Casa iniciadora, podendo a matéria ser
promulgada.
Evidentemente, não há uma conceituação objetiva para o que seja “alteração
substancial”. A eventual controvérsia sobre ter havido ou não “alteração
substancial” na matéria ficará sujeita à apreciação do Poder Judiciário,
diante de cada situação concreta.
55)(ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Uma emenda à Constituição não pode ser
objeto de ação direta de inconstitucionalidade.
Item errado.

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A assertiva está errada porque emenda à Constituição Federal pode ser


objeto de ação direta perante o STF, caso desrespeite o art. 60 da
Constituição Federal.
56)(ESAF/MPOG/GESTOR/2000) O fato de a Constituição Federal em vigor
poder ser alterada por um poder constituído, embora mediante um
processo legislativo mais dificultoso e demorado do que o exigido
para a elaboração de uma lei ordinária, define a Constituição brasileira
como semi-rígida.
Item errado.
A assertiva está errada porque afirma que a nossa Constituição é do tipo
semirrígida, o que não é verdade. A Constituição Federal de 1988 é do tipo
rígida, porque exige um processo especial para modificação de todo o seu
texto, inclusive das normas constantes do ADCT.
57)(ESAF/PROCURADOR/DF/2004-adaptada) Assinale a opção correta.
a) Emenda à Constituição não pode abolir o dever fundamental de votar.

b) Os Estados-membros não têm qualquer participação ou iniciativa,


direta ou indireta, no processo de Emenda da Constituição Federal.
c) Suponha que uma emenda à Constituição resolva permitir a criação de
um novo tributo, não previsto na Lei Maior, afastando, com relação a ele,
expressamente, a incidência do princípio da anterioridade. Nesse caso, é
correto afirmar que essa emenda é inconstitucional por ferir cláusula
pétrea.
d) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as
disposições constitucionais transitórias não são modificáveis mediante
emenda constitucional.
e) Qualquer cidadão interessado pode sustar, via mandado de
segurança, o trâmite de projeto de emenda à Constituição que afronte
cláusula pétrea.
Gabarito: “c”
A assertiva “a” está errada porque emenda constitucional pode abolir a
obrigação de votar.
A emenda não pode abolir o direito de voto (gravado como cláusula pétrea –
art. 60, § 4º, II), mas pode abolir o dever de votar (dever não é cláusula pétrea
– art. 14, § 1º).
A assertiva “b” está errada porque os estados-membros participam do processo
de modificação da Constituição Federal em dois momentos distintos: podem
apresentar PEC, por meio de suas Assembléias Legislativas

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(CF, art. 60, III), e participam da deliberação sobre a PEC, pois o Senado
Federal representa os Estados e o Distrito Federal (CF, art. 46).
Vale lembrar que os Municípios não participam em momento algum do
processo de modificação da Constituição Federal, pois eles não podem
apresentar PEC e nem participam da deliberação sobre a PEC, pois não
possuem representação no Legislativo Federal.
A assertiva “c” está certa, pois, segundo a jurisprudência do STF, o princípio
da anterioridade tributária (CF, art. 150, III, b) é cláusula pétrea, por
representar uma garantia individual do contribuinte. Não poderá, portanto,
ser afastado por meio de emenda constitucional.
A assertiva “d” está errada porque as disposições integrantes do ADCT
podem ser modificadas por meio de emenda constitucional, desde que
obedecido o procedimento e os limites estabelecidos no art. 60 da
Constituição.
A assertiva “e” está errada porque não é qualquer cidadão que pode ajuizar
mandado de segurança para sustar o trâmite de PEC no Congresso
Nacional. A legitimação para a impetração desse mandado de segurança é
exclusiva dos congressistas da Casa Legislativa em que a proposta estiver
tramitando.
58)(ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Não será objeto de deliberação a
proposta de emenda tendente a alterar os direitos e garantias
individuais.
Item errado.
Por favor, não erre essa questão tão batida da Esaf. Deixe para errar as
difíceis... Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir os direitos e garantias individuais.
59)(ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Dentro do poder de conformação da
sua ordem constitucional, pode o Estado-membro estabelecer
"quorum" para a aprovação de emenda constitucional mais rígido do
que o previsto na Constituição Federal.
Item errado.
Segundo o STF, o processo legislativo federal é de observância obrigatória
pelos estados-membros.
Logo, o estado-membro não pode estabelecer quorum para aprovação de
emenda à Constituição Estadual mais rígido do que o previsto na
Constituição Federal, que é de três quintos dos votos (CF, art. 60, § 2º).
Alguns estados estabeleceram o quorum de quatro quintos, e o STF
considerou inconstitucional.

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Portanto, a aprovação de emendas à Constituição de todos os estados-


membros deve observar o modelo federal: aprovação em dois turnos, por
três quintos dos membros da Assembléia Legislativa.
É isso aí, caro aluno. Por hoje é só.
Um grande abraço e bons estudos!
Vicente Paulo e Fred Dias

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O titular do


poder constituinte é aquele que, em nome do povo, promove a instituição
de um novo regime constitucional ou promove a sua alteração.

2) (ESAF/AFRF/2005) Como a titularidade da soberania se confunde com a


titularidade do poder constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do
poder constituinte originário é do Estado, uma vez que a soberania é um
dos fundamentos da República Federativa do Brasil.
3) (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Para o positivismo
jurídico, o poder constituinte originário tem natureza jurídica, sendo um
poder de direito, uma vez que traz em si o gérmen da ordem jurídica.
4) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O poder
constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos parlamentares no
processo legiferante, em que são discutidas e aprovadas leis, observadas
as limitações formais e materiais impostas pela Constituição.
5) (ESAF/AFC/CGU/2003) A distinção doutrinária, entre revisão e reforma
constitucional, materializou-se na CF/88, uma vez que o atual texto
constitucional brasileiro diferencia tais processos, ao estabelecer entre
eles distinções quanto à forma de reunião do Congresso Nacional e
quanto ao quorum de deliberação.
6) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) A revisão
constitucional prevista por uma Assembléia Nacional Constituinte,
possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto
constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações expressas e
implícitas originalmente definidas no texto constitucional.
7) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/STN/2008) Não existe
tratamento jurídico diferenciado entre emenda, reforma e revisão
constitucional.
8) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) Entre as
características do poder constituinte originário destaca-se a
possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembléia Nacional
Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-determinado.

9) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O poder


emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado na
possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível de
controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.

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10) (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Consolidou-se o


entendimento de que é possível invocar direito adquirido em face de
decisão do poder constituinte originário.
11) (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Do poder constituinte dos
Estados-membros é possível dizer que é inicial, limitado e condicionado.

12) (ESAF/AFRF/2005) A existência de cláusulas pétreas, na Constituição


brasileira de 1988, está relacionada com a característica de condicionado
do poder constituinte derivado.
13) (ESAF/AFRF/2005) O poder constituinte originário é inicial porque não
sofre restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito
positivo anterior.
14) (ESAF/AFRF/2005) A impossibilidade de a Constituição Federal ser
emendada na vigência de estado de defesa se constitui em uma limitação
material explícita ao poder constituinte derivado.
15) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) O poder constituinte
derivado, no caso brasileiro, possui como uma das suas limitações a
impossibilidade de promoção de alteração da titularidade do poder
constituinte originário.
16) (ESAF/AFRF/2005) A impossibilidade de alteração da sua própria
titularidade é uma limitação material implícita do poder constituinte
derivado.
17) (ESAF/PFN/2006) Embora nem todos os direitos enumerados no título
dos Direitos Fundamentais sejam considerados cláusulas pétreas,
nenhum outro, fora desse mesmo título, constitui limitação material ao
poder constituinte de reforma.
18) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/STN/2008) Não será
objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a ampliar a
aplicação das normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais.

19) (ESAF/PFN/2006) Consolidou-se o entendimento de que, mediante o


mecanismo da dupla revisão, é viável a superação das cláusulas pétreas
entre nós.
20) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Firmou-se no Brasil
o entendimento de que o poder constituinte de reforma pode suprimir um
direito protegido como cláusula pétrea, desde que, num primeiro
momento, esse direito seja subtraído da lista expressa das limitações
materiais ao poder de emenda à Constituição.

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21) (ESAF/PFN/2006) As normas constantes do Ato das Disposições


Constitucionais Transitórias são insuscetíveis de revogação.
22) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) A aprovação de Emenda
Constitucional durante o estado de sítio só é possível se os membros do
Congresso Nacional rejeitarem, por quorum qualificado, a suspensão das
imunidades dos Parlamentares durante a execução da medida.
23) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) É viável reforma
constitucional que aperfeiçoe o processo legislativo de emenda
constitucional, tornando-o formalmente mais rigoroso.
24)(ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O Supremo Tribunal
Federal não tem competência para afirmar a inconstitucionalidade de
emenda à Constituição votada segundo o procedimento estabelecido
pelo poder constituinte originário.
25) (ESAF/AFRF/2005) A forma republicana de governo, como princípio
fundamental do Estado brasileiro, tem expressa proteção no texto
constitucional contra alterações por parte do poder constituinte derivado.

26) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A emenda à Constituição, após aprovada


pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República,
será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem.
27) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A Constituição não poderá ser emendada
na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de
sítio, salvo se a emenda for aprovada pela maioria absoluta de seus
membros.
28) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A proposta de emenda à Constituição
será discutida e votada em sessão unicameral do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.
29)(ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A proposta de emenda à Constituição
pode ser apresentada por mais da metade das Assembléias Legislativas
das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros.
30) (ESAF/AFRF/2000) Assinale a opção correta.
a) As normas da Constituição de 1988 dispostas no Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias são insuscetíveis de ser revogadas ou
emendadas.

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b) As normas do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da


Constituição de 1988 não se definem como normas formalmente
constitucionais.
c) Uma norma constitucional, fruto do poder constituinte originário, não
pode ser declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal,
mesmo que não esteja de acordo com algum princípio fundamental,
inspirador da Constituição, como o da isonomia e o da democracia.
d) É inconstitucional toda reapresentação de proposta de emenda à
Constituição rejeitada pelo Congresso Nacional.
e) A lei ordinária anterior à nova Constituição, que com esta é
materialmente incompatível, continua em vigor até que seja revogada por
outra lei do mesmo status hierárquico.
31) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo precedente do STF, no caso brasileiro,
não é admitida a posição doutrinária que sustenta ser o poder
constituinte originário limitado por princípios de direito suprapositivo.
32) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, a aprovação de
emenda constitucional, alterando o processo legislativo da própria
reforma, ou revisão constitucional, tornando-o menos difícil, não seria
possível, porque haveria um limite material implícito ao poder
constituinte derivado em relação a essa matéria.
33) (ESAF/ACE/TCU/2006) Segundo a doutrina majoritária, no caso brasileiro,
não há vedação à alteração do processo legislativo das emendas
constitucionais, pelo poder constituinte derivado, uma vez que a matéria
não se enquadra entre as hipóteses que constituem as cláusulas pétreas
estabelecidas pelo constituinte originário.
34) (ESAF/Auditor-Fiscal da Receita Estadual – Ceará/2007) Sobre a
possibilidade de emendas à Constituição Federal de 1988, marque a única
opção correta.
a) Não poderá ser objeto de deliberação a proposta de emenda à
Constituição, na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou
estado de sítio.
b) Constitui limitação material implícita ao poder constituinte derivado, a
proposição de emenda constitucional que vise à modificação de
dispositivos referentes aos direitos sociais, considerados cláusulas
pétreas.
c) A emenda à Constituição Federal só ingressa no ordenamento jurídico
após a sua promulgação pelo Presidente da República, e apresenta a
mesma hierarquia das normas constitucionais originárias.

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d) O Presidente da República poderá ajuizar ação direta de


inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, a fim de que
seja arquivada proposta de emenda à Constituição tendente a abolir
cláusula pétrea.
e) A promulgação de emendas à Constituição Federal compete às Mesas
da Câmara e do Senado, não se sujeitando à sanção ou veto presidencial.

35)(ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, o art. 3º do Ato das


Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988
(CF/88), que previa a revisão constitucional após cinco anos, contados de
sua promulgação, é uma limitação temporal ao poder constituinte
derivado.
36) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo o STF, é possível a declaração de
inconstitucionalidade de normas constitucionais resultantes de
aprovação de propostas de emenda à constituição, desde que o
constituinte derivado não tenha obedecido às limitações materiais,
circunstanciais ou formais, estabelecidas no texto da CF/88, pelo
constituinte originário.
37) (ESAF/AFC/2000) Sobre o processo de emenda à Constituição Federal,
assinale a opção correta.
a) Nenhuma emenda que alargue ou diminua o catálogo dos direitos e
garantias individuais pode ser votada no Congresso Nacional, por serem
os direitos e garantias individuais cláusulas pétreas.
b) Nada obsta a que a matéria constante de proposta de emenda rejeitada
numa sessão legislativa possa ser objeto de nova proposta na sessão
legislativa seguinte.
c) Incumbe ao Presidente da República promulgar as emendas à
Constituição aprovadas pelo Congresso Nacional.
d) Todo deputado ou senador pode, individualmente, apresentar
proposta de emenda à Constituição.
e) As emendas à Constituição relacionadas a servidores públicos são da
iniciativa exclusiva do Presidente da República.
38) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A Emenda Constitucional não está sujeita a
sanção ou a veto do Presidente da República, mas deve ser por ele
promulgada.
39) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Proposta de Emenda Constitucional pode
ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo
Tribunal Federal, se desrespeitar algum limite material ao poder de
reforma da Constituição.

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40) (ESAF/TCE/RN/2000) Assinale a opção correta.


a) A matéria constante de proposta de emenda à Constituição, rejeitada
num determinado ano, pode ser reapresentada no mesmo ano, desde que
em sessão legislativa diferente.
b) A Constituição Federal pode ser emendada mediante proposta de um
por cento do eleitorado nacional.
c) As emendas à Constituição devem receber a sanção do Presidente da
República antes de serem promulgadas.
d) Sendo os direitos e garantias individuais cláusulas pétreas, estão
proibidas as emendas à Constituição que tenham por objeto esse tema.
e) A Constituição de 1988 não conhece limitações temporais nem
circunstanciais ao exercício do poder de emenda da Carta.
41) (ESAF/AFCE/TCU/2000) As emendas à Constituição expressam meio
típico de manifestação do poder constituinte originário.
42) (ESAF/AFCE/TCU/2000) A Constituição de 1988 contemplou ao
Presidente da República a titularidade para promulgação das emendas
Constitucionais.
43) (ESAF/AFCE/TCU/2000) O poder de reforma ou de emenda é um poder
ilimitado na sua atividade de constituinte de primeiro grau.
44) (ESAF/AFRF/2000) Assinale a opção correta.
a) A Constituição prevê expressamente a possibilidade de ser emendada
por proposta de um determinado número de cidadãos (iniciativa popular).

b) Somente em caso de urgência e relevância, é possível emendar a


Constituição durante a vigência de intervenção federal.
c) Não cabe sanção ou veto do Presidente da República em proposta de
Emenda à Constituição.
d) Emenda à Constituição não é suscetível de controle abstrato de
normas perante o Supremo Tribunal Federal.
e) O Presidente da República tem iniciativa reservada para a proposta de
emenda à Constituição sobre matéria relacionada a direitos e deveres de
servidores públicos.
45) (ESAF/AFCE/TCU/2000) É pacífico, entre nós, que não existem limitações
implícitas ao poder constituinte de reforma.
46) (ESAF/AFCE/TCU/2000) Uma proposta de emenda à Constituição que
tenda a abolir uma cláusula pétrea não pode sequer ser levada à
deliberação do Congresso Nacional.

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47) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Insere-se no âmbito da auto-


organização dos Estados-membros a decisão de permitir revisões
periódicas da Constituição Estadual, com quorum de maioria simples.
48) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A matéria constante de proposta de emenda
à constituição rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa, salvo se a nova proposta for
apoiada por um número de parlamentares superior ao exigido para a sua
aprovação.
49) (ESAF/AFRE/RN/2005) O poder constituinte derivado pode modificar
livremente as normas relativas ao processo legislativo das emendas
constitucionais, uma vez que essa matéria não se inclui entre as
cláusulas pétreas estabelecidas pela Constituição Federal de 1988.
50) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É característica do regime da revisão
constitucional consagrada no artigo 3º do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias:
a) sessão bicameral.
b) quorum de aprovação de três quintos dos votos dos parlamentares de
cada Casa do Congresso Nacional, separadamente.
c) iniciativa de mais da metade das Assembléias Legislativas das
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.
d) quorum de aprovação da maioria absoluta dos votos dos membros do
Congresso Nacional, em sessão conjunta.
e) cláusula pétrea da forma republicana de governo.
51) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) A Constituição não estabelece limitações
temporais nem circunstanciais ao poder de reforma do seu texto.
52) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Uma emenda à Constituição não pode
suprimir um direito individual fundamental previsto pelo poder
constituinte originário.
53) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Uma mesma proposta de emenda à
Constituição rejeitada pelo Congresso Nacional pode ser reapresentada
na mesma sessão legislativa, desde que por requerimento de mais da
metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação.

54) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Indique entre as opções abaixo a única


em que há afirmação destoante da jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal acerca dos limites constitucionais ao poder de reforma.

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a) Por não admitirem sanção ou veto presidencial, não podem as


emendas constitucionais instituir tributo, uma vez que essa atitude
implicaria ofensa à cláusula pétrea da separação dos Poderes.
b) As cláusulas pétreas não inibem toda e qualquer alteração da sua
respectiva disciplina constante das normas constitucionais originárias,
não representando assim a intangibilidade literal destas, mas
compreendem a garantia do núcleo essencial dos princípios e institutos
cuja preservação nelas se protege.
c) Os direitos e garantias individuais que representam limite ao poder de
reforma não se encontram exclusivamente no art. 5º da Constituição
Federal.
d) As disposições constitucionais relativas a determinado regime de
remuneração dos servidores públicos não podem deixar de ser
modificadas sob o argumento de que sobre elas há direito adquirido.
e) Não apresenta vício formal a emenda constitucional que, tendo
recebido modificação não substancial na Casa revisora, foi promulgada
sem nova apreciação da Casa iniciadora quanto à referida alteração.

55) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Uma emenda à Constituição não pode ser


objeto de ação direta de inconstitucionalidade.
56) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) O fato de a Constituição Federal em vigor
poder ser alterada por um poder constituído, embora mediante um
processo legislativo mais dificultoso e demorado do que o exigido para a
elaboração de uma lei ordinária, define a Constituição brasileira como
semi-rígida.
57) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004-adaptada) Assinale a opção correta.
a) Emenda à Constituição não pode abolir o dever fundamental de votar.

b) Os Estados-membros não têm qualquer participação ou iniciativa,


direta ou indireta, no processo de Emenda da Constituição Federal.
c) Suponha que uma emenda à Constituição resolva permitir a criação de
um novo tributo, não previsto na Lei Maior, afastando, com relação a ele,
expressamente, a incidência do princípio da anterioridade. Nesse caso, é
correto afirmar que essa emenda é inconstitucional por ferir cláusula
pétrea.
d) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as
disposições constitucionais transitórias não são modificáveis mediante
emenda constitucional.

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e) Qualquer cidadão interessado pode sustar, via mandado de segurança,


o trâmite de projeto de emenda à Constituição que afronte cláusula
pétrea.
58) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Não será objeto de deliberação a
proposta de emenda tendente a alterar os direitos e garantias individuais.

59) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Dentro do poder de conformação da sua


ordem constitucional, pode o Estado-membro estabelecer "quorum" para
a aprovação de emenda constitucional mais rígido do que o previsto na
Constituição Federal.

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GABARITO

1) E 16) C 31) C 46) C


2) E 17) E 32) C 47) E
3) E 18) E 33) E 48) E
4) E 19) E 34) E 49) E
5) C 20) E 35) E 50) X
6) E 21) E 36) C 51) E
7) E 22) E 37) B 52) C
8) C 23) E 38) E 53) E
9) E 24) E 39) E 54) A
10) E 25) E 40) A 55) E
11) E 26) E 41) E 56) E
12) E 27) E 42) E 57) C
13) E 28) E 43) E 58) E
14) E 29) C 44) C 59) E
15) C 30) C 45) E

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