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Muito tem se falado sobre questões ambientais nos portos no Brasil (só se fala) por
conta dos vários acidentes com vazamento de óleo em portos e terminais marítimos.
Temos um exemplo bem recente que já esta sendo replicado em outros casos é a da
ação do Ministério Publico de Santa Catarina na questão do vazamento de óleo na
região do Porto de São Francisco do Sul. Onde o MP abriu uma cão civil contra a
FATMA,IBAMA,Direção do PORTO,empresa de NAVEGACAO e as três empresas de
CARGA que estavam no navio,responsabilizando a todos por negligência quanto ao
vazamento de óleo ,ou melhor,PR falta falta de atendimento e equipamentos para a
emergência. Tais discussões levam sempre a debates sobre a responsabilidade, em
matéria ambiental, do sócio e do administrador da empresa, tanto no âmbito civil como
no penal.
Apesar de não muito recente, a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº9. 605/98) tem
consistência, mas ainda requer debate para a interpretação de alguns de seus
dispositivos. Um dos pontos mais relevantes é a responsabilidade individual penal do
administrador, que, mesmo agindo em nome de pessoa jurídica, responde tanto por
suas ações quanto por possíveis omissões que possam provocar desastres ambientais.
Nesse sentido, a Lei de Crimes ambientais dispõe, em seu artigo 2º, que “quem de
qualquer forma concorre para a prática de crimes previstos nesta lei, incide nas penas
a estes cominadas”. Esse mesmo artigo também vai mais longe ao determinar
que o diretor, administrador, membro de conselho e de órgão técnico,
auditor, gerente, preposto ou mandatário de pessoa jurídica pode ser
considerado co-autor ou partícipe de um crime ambiental quando, “sabendo da
conduta criminosa de outrem, deixar de impedir sua prática, quando podia agir para
evitá-la.”
Quanto à responsabilidade do sócio, que é de natureza civil e não penal, deve ser
notado que as empresas têm personalidade jurídica distinta daquela de seus sócios, o
que significa que o patrimônio das companhias não se confunde com o de seus donos.
Assim, pode ser legal uma empresa não ter recursos para pagar uma dívida, enquanto
seus sócios detêm patrimônio muito superior ao valor devido.
Muitas vezes, os sócios, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, escondem ou
praticam uma fraude sob o escudo de uma pessoa jurídica. Nessas situações, os
bens particulares dos sócios podem ser atingidos para a reparação de danos
ambientais.
Muito ainda está por ser discutido e amadurecido a respeito dessas matérias. Até lá,
certo é que a responsabilidade do sócio e do administrador é ferramenta disponível no
ordenamento jurídico brasileiro e sua simples existência já tem incentivado gestões
empresariais mais conscientes e protetoras do meio ambiente.