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“Há uma Fábrica de Cultura aqui perto. Sempre ouvi as pessoas falarem, mas nunca tinha
ido até então”, conta a aluna Jenifer Paiva, de 13 anos. “Ao comparar as imagens que
tiramos com as da internet, vimos que alguns lugares tinham mudado, como ruas que
receberam asfalto”, aponta Everton Dias, de 14 anos.
Além do Google Maps, o grupo se prepara, agora, para utilizar a ferramenta Open Street
Maps, que é gratuita e de licença aberta. “Ou seja, estudantes podem alterar a sua base e
anexar, por exemplo, uma favela ou praça que por ventura não apareça online. Em mapas
abertos, é possível inserir essa informação”, ressalta.
Mapeando origens
Coletar depoimentos de moradores foi uma segunda iniciativa do Quebrada Maps. Durante
o ensino do tema migração para a sétima série, Fernandes propôs aos alunos que
entrevistassem os habitantes do bairro sobre a sua origem pessoal e familiar. Após a
coleta do material, a turma criou um mapa do Brasil apontando os locais de onde vinham
os integrantes da comunidade.
Além disso, durante o ensino sobre a África, os alunos aplicaram um questionário sobre
como os moradores viam o continente. “O objetivo era verificar se os estereótipos
mencionados, por exemplo, de que o continente africano é só pobreza, condiziam com a
realidade. Para isso, os estudantes puderam visitar as imagens colhidas pelo Google e
perceber que cidades como o Cairo são tão grandes quanto São Paulo. Assim como
acontece no Brasil, há áreas de riquezas e pobrezas que convivem simultaneamente”,
esclarece o professor.
Para Fernandes, os ganhos do projeto são entender o mapa como linguagem e também
como meio de comunicação. Além disso, estimula os jovens a olharem a cartografia com
criticidade. “O projeto ajuda a mostrar um pouco mais da cultura da periferia e das favelas.
Ou seja, que a cultura da quebrada também tem valor”, defende a estudante Agatha
Andrade, de 14 anos.
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