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IV

ANAIS
da ASPECTOS DA GEOGRAFIA URBANA
DE LONDRINA*

Associação dos Geógrafos Brasileiros NEYDE PRANDINI

UMA CIDADE DE POSIÇÃO GEOGRÁFICA PRIVILEGIADA

Londrina está situada em pleno coração do norte paranaense', numa região


cuja paisagem em muito se assemelha a do oeste paulista. É um planalto interior,
com relêvo suavemente ondulado e abundante drenagem. Há alguns anos atrás,
a região era .inteiramente recoberta por exuberante floresta, que atestava, com
seus espécimens, a existência de um solo riquíssimo, proveníente da decomposição
da rocha basáltica - a terra roxa. Acrescente-se a êsses elementos a presença
de um clima com temperaturas mais ou menos elevadas e chuvas príncipalmente
Volume VI de verão e teremos aí tôdas as condições exigidas pela cultura cafeeira ... Eis
porque essa região, que era em 1929 um sertão desconhecido, teve suas florestas
Tomo I quase inteiramente devastadas, e em seu lugar sucedem-se, a perder de vista, os
cafezais; ela está atualmente em grande parte colonizada, tornando-se a região
agrícola mais rica do país e para a qual se voltam tôdas as atenções e esperanças
quanto ao futuro da nossa cultura cafeeira. É que, por sua posição geográfica,
1951-1952 ela é, para o sul, a ultima região do Brasil' reconhecidamente própria para essa
Bl"B11()'f'F.CA. cultura'. Hoje, enquanto as outras· regiões, pelas quais o café passou na sua
marcha para o oeste, encontram-se já esgotadas ou se esgotando, o "Norte do
GEOGllA-flA
\JsP - Flfl.C14 Paraná" 3 acha-se no comêço de seu desenvolvimento; e ali, ao contrário do
que se fêz nas zonas paulistas, tem·se dado maior atenção à terra, o que faz prever
um futuro bastante promissor. Eis porque nos é fácil justificar a escolha do tema
do nosso trabalho de pesquisa; êle é, sem dúvida, de grande atualidade e impor-
tància. Londrina foi a primeira cidade criada pela Cia. de Terras Norte do
Paraná, a grande ~ia que vem colonizando êsse "norte paranaense" por muitos
considerado a "Ca~. Brasileira". Assim,~raças a dois fatôres conjugados:
- o fator geográfico, isto é: a posição geográfica privilegiada - no coração
dessa riquíssima região agrícola; e ao fator histórico, isto é: o fato de ter sido
A. G. B•

•. Trabalho indicado para pu blicação nos Anais, de acôrdo com o parecer do s6cio
efetivo EUA COELHO DE SOUZA,discutido c aprovado em plenário.
1 Suas coordenadas geográficas são: 23°18'39" de latitude sul e 51°09'24" de longitude
oeste. Portanto, está localizada mais 30 norte do que a cidade de São Paulo.
SAO PAULO - Brasil 2 Isso porque as latitudes para o sul de Londrina vão se tornando cada cada vez mais
sujeitas às geadas e portanto impróprias para a cultura do café.
Por "Norte do Paraná" queremos designar tôda a região pioneira a oeste do Rio
1 954 3
Tibagi.
62 ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS I
ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS 63
I
POSlC&LGfO_GRtíFlCll DE- LONDRINÔ ~
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O SITIO URB~NO
E51ClIDO OE 5';0 P!I).ULQ

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o marco inicial e a sede de onde se dirigiria a colonização dessa região, Londrina


já estava de antemão destinada a ter um rápido desenvolvimento e uma impor-
tância ímpar na região.
Seu crescimento ultrapassou, porém, as previsões da Cia. de Terras; seus dados
estatísticos causam sempre admiração, quando são comparados aos de cidades
muito mais' velhas. Londrina tornou-se mesmo a capital econômica do norte do
Paraná.

Por sua origem e crescimento e pelas causas que o motivaram, ela s6 pode ~.
c
sem comparada a Marllia "a princesa' da Alta Paulista".
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'à.

ASPECTOS DA GEOGRAFIA URBANA o


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'l.
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I- Uma cidade, em esPigão. ~
11'8,
Londrina está localizada .sôbre um espigão, que a atravessa no sentido este- I.,~O o
-sudeste-noroeste, tendo a princípio 570 metros de altitude, atingindo seu máximo ~b~ c.q"'e ~
:st.l' 1~«lJ.L~d.1
LONPR\l'l,A
um elplg40 <uJa dMe(;40
no centro da cidade com 610 metros e continuando para noroeste numa altitude
pertebe.~e nití.cl.amente
média de 600 metros. A cidade não se estende acompanhando a direção dêsse rtla d"pOli~a"o cl.adrcnagcm. t,SC!il.Â
espigão, pois sua planta tem formato aproximadamente quadrangular, o que l:itO.OOO
explica a existência de inúmeras ladeiras.
Essa localização do sítio de Londrina está ligada não somente à topografia,
mas principalmente ao problema da água e à drenagem local. De fato, quando

I
pela primeira vez se penetrou na região, estabeleceu-se o local da construção da
64 ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOSBRASILElROS
ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRA~OSBRASILEIROS 65

cidade um pouco a leste do atual sitio. nas proximidades das nascentes do Córrego
das Pedras. Feito depois o reconhecimento da região. verificou·se que mais no
alto do espig-ão nasciam vários córregos, resolvendo·se, então, localizar a cidade
ne".e local. uma vez que quer a topografia quer a presença abundante da ág-ua
tornavam o sitio mais favorável.
Do ponto de vista da estrutura do solo, Londrina está situada sóbre os terre·
nos basálticos da série São Bento.

2 - Um crescimento que ultrapassou as espectativas.

Londrina, como as demais cidades criadas pela Cia. de Terras Norte do


Paraná, teve sua planta pré·estabelecida. Nota·se sua artificialidade pela forma
aproximadamente quadrangular que possui e pelo traçado rigorosamente simétrico
das ruas, que se assemelham a um tabuleiro de Xadrez. Faz exceção a Av. Paraná,
a principal da cidade, que a atravessa acompanhando o alto do espigão e que
nada mais é que a continuação da estrada de rodagem que vem de Jataizinho.
O perímetro urbano tem uma área de 130 alqueires paulistas', possuindo
aproximadamente 2 kms. quer no sentido N·S como O·L.
Nos arredores da cidade, o terreno foi vendido em lotes para chácaras e
sitios; êsses .lotes têm a forma predominante retangular, apoiando· se de um lado
nas estradas de rodagem e de outro nos pequenos ribeirões que existem em
grande número na região; aliás, êsse é o tipo de loteamento de tôda a região
colonizada pela Cia. de Terras Norte do Paraná .

• • •

As primeiras construções foram feitas no cruzamento da Av. Paraná com a


l\Iarechal Deodoro, ambas vias de passagem, e por elas se estenderam. Primeira·
mente pela Marechal Deodoro, pois por ela se ia ter ao norte, ao patrimônio do
Heintal, fundado quase ao mesmo tempo que Londrina, e ao sul, devido à presença
do Único hotel então existente. Em seguida, pela Av. Paraná, em direção"
praça principal W. Davids, e continuando mais tarde por ela, até a sua salda da
cidade; era o caminho para o Oeste a ser colonizado. Londrina estende·se depois
entre a Av. Paraná e a estrada de ferro; é assim que se encontrava em 1935,
quando tinha aproximadamente 700 casas.
Em 1934 a elevação a município e no ano seguinte a chegada do primeiro
trem, são fatôres que concorrem para maior crescimento da cidade. É também
nesses dois anos que são feitas as primeiras c'olheitas no municlpio. Assim, após
cinco anos de existência, Londrina estava em condições para um crescimento
mais acelerado. Em 1936, dão as estatlsticas cêrca de I 120 casas. Ao mesmo
tempo que se' vai adensando a área antiga, a cidade continua a crescer, expan· As duas fotos acima mostram o mesmo trecho de Londrina em 1935 e em
dindo·se ao norte da estação ferroviária, ocupando os trechos ainda não construidos \950: elas traduzem claramente o desenvolvimento extraordinário da cidade.
entre a estrada de ferro e a Av. Paraná e finalmente ao sul dessa avenida.

, Que correspondem a 3 146 kms·.


-5-
I
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De um modo geral, Londrina cresce acompanhando sempre o traçado da o número de edifícios da cidade" que era em 1944 de 3708, passou em 1947
Av .Pàranll. e estrada de ferro. Porém, desdeÚl36, além do perímetro urbano, a 5025, em 1949 a 5000, e em 1950 a
começam a surgir as vilas, sendo a primeira delas a Vila Agari na saída para
Cambé. Entre 1937 e, 1939, criam-se outras: Vila Casoni, Nova, Conceição, ete.,
6214. A média
f.,Jif
1949 de 1,8 ediflcios
das edificações foi em t:'
por dia. Até prin- H!
6000 Noo
.•.
.,.
.o
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~
2-
2":-
;
lODO
3500
3000
5000
2500
~500
5500
4000
tôdas ao norte da área urbana. cípios de dezembro de 1950 já haviam
A cidade tinha em 1944, incluindo a zona suburbana (onde se encontravam as sido construídas quase 600 casas. (O nú'
mero de edificações de 1950 dado acima"
vilas), 3709 prédios, sendo que, pelo recenseamento de 1940, contava com 2224.
corresponde somente ao primeiro semes-
Nesse perlodo, que corresponde ao da guerra mundial, Londrina cresceu mais
ràpidamente; houve, porém, um pequeno desânimo em 1942, como conseqÜência tre). Isso bem vem mostrar que Londrína
de ilma Reada, sendo que algumas famllias chegaram a deixar a cidade e o ainda está em fase de pleno crescimento.
Deve-se lembrar que agora não se cons-
comércio ficou paralizado. Verifica-se, no entanto, uma alta nos preços dos cereais
troem somente casas de madeira, mas,
e consegue-se equilibrar os prejuízos ocasionados pelo café.
bem pelo contrário, as casas de tijolos já
De 1944 em diante, Londrina, graças à valorização dêsse produto e, por con- estão na área urbana quase se igualando
seguinte, de tôda a zona norte do Paraná, toma grande impulso. A cidade atinge às de madeira, e os edifícios de vários
seu perímetro urbano e o ultrapassa, fazendo recuar os cafezais, que são cortados andares já começaram a surgir, não como
para dar lugar às construções. A Cia. de Terras não previra êsse desenvolvimento Indice de falta de espaço, mas atestando
extraordinário, e assim Londrina começa a crescer desordenadamente além da a riqueza da cidade e a sua chegada a
área urbana.,FIoje, a '~Cidade Menina'" possui, na área suburbana, cêrca dç uma base de princípio de maturidade. CRESCIMENTO .c:ta.ÁREA EOIFIC.AOA
53 vilas quase tôdas instaladas entre, 1944 e 1947.
Como surgiram essas vilas? Os lotes que envolvem a cidade foram muito 3 - A fisionomia de Londrina é o reflexo de sua história.
valorizados, mas, de outro lado, são muito mais baratos que os da área urbana
e é assim que começam a ser vendidas pequenas datas para construção, muitas Londrina surpreende ao visitante pelo extraordinário movimento de suas ruas
delas cobertas pela lavoura cafeeira, que é, então, abandonada ou logo derrubada. e pela atmosfera de vida ativa que aí se respira. A segunda impressão que, se
Cada lote vendido, vai constituir uma vila. Assim, muitas delas não passam de tem já não é favorável: é-nos dada pelo pó. Um pó vermelho que recobre tudo,
um quarteirão com uma dúzia de casas; outras, porém, são bem grandes e já dando à cidade um .aspecto pouco limpo e agradável.
possuem até um pequeno comércio, como: a Vila Casoni, Nova, Agari, etc. Londrina tem em tudo uma fisionomia que corresponde' à sua história: uma
cidade nova e rica. O grande número de casas de madeira que possui (2175
Essas vilas se localizam quase tôdas ao norte e leste da cidade. Elas atingiram
para 1 565 de tijolos na área urbana, e 3 170 de madeira para 260 de tijolos
em 1947 o número de 53, como já disse, e vieram constituir grave problema para
na área suburbana) é bem um reflexo de sua pouca idade. Não é raro encon-
a cidade, uma vez que eram criadas com o intuito meramente comercial, não
trar-se, mesmo nas ruas comerciais do centro, ao lado de uma pequena casa de
obedecendo seu traçado a nenhuma técnica urbanlstica. Além disso, ao mesmo
madeira, um ediflcio de construção moderna, num contraste flagrante. A prova
tempo que a cidade ia se espalhando, a área propriamente urbana permanecia de sua riqueza e grande desenvolvimento nos é dada pelos prédios de vários
com quadras inteiramente vazias, pois eram mais caras (até hoje cêrca de 30%
da área urbana sa:o datas vazias). A prefeitura via as suas despesas aumentare~
A'R&AUR6ANA
cada vez mais, e assim mesmo não conseguia acompanhar o crescimento da
cidade; pois à medida que apresentava os melhoramentos urbanos numa pro-
porção aritmética, os loteamentos eram feitos numa proporção geométrica. Isso
_casas mad.eil'a.
d.a
determinou
cências da cidade,
servir para
o decreto de 2 de Janeiro
até que seja feito novo plano
o adensamento da cidade,
de 1948, proibindo

para
urbanlstico.
valorizar
o loteamento

os terrenos
Êsse decreto
urbanos
nas adja-
veio
e, ao
l8.l5%.19S01•.
74,~'%
ÂRE-A SU8URBâNA
25,145%
'1,85% I I~~~;a.~ >

mesmo tempo, impedir o crescimento desordenado da cidade. Depois de estabe-


lecido o. novo plano urbano, a cidade poderá crescer ordenadamente, sem o
inconveniente de possíveis surprêsas no futuro. o
GR~FICO M05TRh.
O PREDOMfNIO&M lONDRIN~
lS Assim chamada Londrina pelos seus moradores.
D~5 CASAS DE M~DEI R Il

1
68 ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS

andares que começam a ser construídos. Londrína possui, na área urbana, 96


edifícios com dois pavimentos, e estão em construção três prédios que terão oito
andares. ~ I I ••
~ClIr11Q)

Uma
contribui
parte da cidade já está calçada e v,lrias ruas
para .o embelezamento da "urbs".
são arborizadas, o que :~~~
Vl..-ClS'tS

_~QC,,)

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Pela planta funcional de Londrina, pudemos notar que suas áreas funcionais
ctlll)~~-ã
não foram pré-estabelecidas, ao contdrio do que se dá com as novas cidades
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criadas pela eia. de Terras, que, antes mesmo de serem fUlllladas, já têm suas §~",.sQ
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áreas delimitadas.
A cidade foi crescendo normalmente, localizando-se as casas comerCIaiS nas
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vias de passagem, os depósitos de cereais próximos à esta~:ão ferrovi,lria, as serrarias ~~Qão
e nHlquinas de beneficiar nas saídas da cidade, mais próximas, assim, da área
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de maior movimento. Hoje, procura-se ajustar e fixar essas ,ireas através do tIS ~'::l
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reajustamento do plano urbanístico de Londrina. Podemos contudo distinguir ~ S ",< <'l


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nitidamente uma área comercial e uma residencial.
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A área comercial estende-se, principalmente, entre a estrada de ferro e a =~",bll:S ~
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Av. Paraná. Esta área corresponde grosseirámente à ,Irea de Londrina até 1935,
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dai poder-se logo concluir que não é exclusivamente comercial. É nela que se : cã': ~ ~
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encontram as primeiras residências da cidade; são tôdas de madeira e bastante
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Na área comercial são nluitos os contrastes entre prédiOS de construção mod«::rna :J~~~
e as antigas casas de madeira, como o que se vê na fotografia. _o~~
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modestas, agrupando-se principalmente a leste da Rua Marechal Deodoro, que Cli"o

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Q,l Q

é a zona luais antiga de Londrina. Aléul das residências tnais antigas, resta ainda (lj'~ O" Q
~ -; Q''g
grande número das primeiras casas de comércio, algumas aparecelllI6 mesmo no ~~I~~

centro da cidade, entre edifícios modernos e às vêzes de vários andares. Daí


ser essa área de contrastes entre a Londrina antiga e a atual.
Dentro dessa ,Irea comercial, podemos distinguir a zona de comércio mais
fino, localizada na Praça W. Davids, na Av. Paran,l, entre a Rna Mato Grosso
70 ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOSGEÓGRAFOS BRASILEIROS 71

e a Rua Pernambuco, em alguns trechos da Rua Sergipe, e nas ruas entre esta É dentro da área comercial (com exceção do centro da cidade), e estendendo-
e a Av. Paraná. Nessa zona, encontram·se casas comerciais de todos os ramos se nas vizinhanças da Rua Marechal Deodoro ( ao norte), que se espalham as
de atividade, e que nada ficam a dever às das grandes cidades. É também nessa poucas fábricas de Londrina, as máquinas de beneficiar e serrarias. Londrina
zona, estendendo· se até a Rua Benjamin Constant, que se localizam os bancos não é uma cidade industrial; está, porém, em planejamento a localização da
e as repartições públicas; daí o J!;rande movimento nessas ruas. Na Rua Benja- futura' área industrial, na parte leste da cidade, junto à estrada de ferro e à
min Constant, que é a primeira ao sul da estaç:lo, localizam-se também os depó- estrada de rodagem. Podemos ainda notar, principalmente a noroeste, entre a
sitos de cereais, principalmente de café e arroz. estrada de ferro e a Av. Paraná, uma area que chamaremos mista, pois ali se
misturam casas residenciais. de comércio e indústria.

Em cima: uma rua residenciai na ãrca antiga da cidade; - em baixo: uma


rua comercial na mesma área, onde ainda predominam. como se pode ver,
as casas de madeira. Em cima e em baixo: trechos das ruas comerciais do centro da cidade.

~
72 ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS. GEÓGRAFOS .BRASILEIROS AN AIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS 73

Uma outra rua comercial no centro da cidade. .Na avenida Hlglenõpolls não são poucas as residências (como a que se· vê
na fotografia) que bem demonstram o progresso e a riqueza da cidade.

o restante da área urbana é constituido por zonas residcnciais. Uma ao


sul da Av. Paraná, outra ao norte da estrada de ferro. Nesta última, as casas Na Av. Higicnópolis, que atravessa a cidade na direção norte·sul, em sua parte
são em grande maioria de madeira .• oeste, encontram-se as residências mais finas; esta avenida possui duas vias, é
Ao sul, já aparecem em maior quantidade as casas de tijolos, e pode·se mesmo arborizada e está sendo calçada atualmente.
dizer que é uma zona residencial mais elegante. Os bangalôs de madeira são
muitas vêzes pintados com côres vivas, tendo a parte inferior de pedra; êles
aparecem freqüentertlente ladeados por casas de tijolos. É a parte da cidade onde
se encontra maior número de datas vazias, mas é também onde mais se constrói.

Rua principal da Vila Cason!. As residências que aparecem na fotografia,


Bangalôs de madeira, como êste que se vêem acima, predominam na área constituem o tipo predominante em tõda as vilas. A charrete que se vê,
resldenclal ao norte da estrada de ferro. à direita, .é o meio de condução mais usado dentro da cidade.
ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS 75
74 ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS

Dentro da área residencial, localizam-se também os estabelecimentos de ensino. A população de Londrina foi formada por imigrantes vindos principalmente
Fora do perímetro urbano, estendem-se as citadas vilas, sendo tôdas residen- de outros estados que não o do Paraná, e ainda hoje a cidade constitui um foco
ciais operárias - as casas são de madeira, de um tipo quase que padronizado, de atração. Mas o aumento de sua população é devido atualmente, em grande
e bem modestas. parte, ao seu movimento demográfico vertical bastante favorável. A estimativa
de 1919 dava para a cidade 2000 nascimentos e 600 óbitos; em 1950 - 2200
nascimentos e 700 óbitos.
4 _ O paulista consti,tue o elemento dominante na população da cidade.

A população de Londrina, pelo 6.° recenseamento geral do Brasil de 1-7-1950,


•••
é de 33707 hab.; sendo 17873 na área urbana e 15824 na suburbana o. Com essa
população, Londrina coloca-se em 3.° lugar dentre as cidades mais populosas do Dos 33707 habs. que Londrina possuía em 1950, somente 2682 eram estran-
Estado do Paraná, logo após Curitiba e Ponta Grossa, que possuem respectiva- geiros, o restante, ou seja 92,1 %' eram brasileiros. Entre êstes, cêrca de 70%
mente 141394 hab. e 44130 hab. A 4.a cidade c Paranaguá, mas já com a eram paulistas, 15% mineiros, 10% paranaenses e 5% vindos dos outros estados.
metade da população de Londrina, ou seja 16046 hab. No norte do estado Dentre os estrangeiros, I
051 OU seja 39,1% eram japoneses, vêm em seguida
"a Cidade Menina" ocupa, pois, o 1.0 lugar, e com grande superioridade sôbre os italianos com 382, os espanhóis com 358, portuguêses com 368, alemães com
as demais; segue-lhe Apucarana, com 12054 hab. 195, e mais 439 representantes de 21 nacionalidades.
Essa população cresceu a principio muito lentamente, o que é natural; Êsses elementos estrangeiros localizam-se quer na área urbana, quer nas vilas,
Londrina era uma cidade "Bôca de Sertão", a primeira que se construía numa mas são em maior número os que residem na área urbana, ou seja 1666, enquanto
zona pràticamente desconhecida, longe de estrada de ferro e de qualquer recurso; que nas vilas temos 1016.
além disso, nascia numa época em que o país se achava em meio a sérias agitações O elemento dominante é, pois, o paulista e o japonês; aquêles entre os nacio-
políticas. Londrina luta, pois, no início, com sérias dificuldades; sua história nais, êstes entre os estrangeiros. Devemos lembrar que o negro pràticamente
é bem diversa das cidades "bôcas de sertão" de hoje, fundadas pela Cia. de não aparece em Londrina.
Terras, como por exemplo Maringá. É que estas já nascem numa zona valorizada Os estrangeiros, em sua grande maioria, eram pessoas já residentes no Brasil
e afamada em todo o pais e dispondo de todos os melhoramentos modernos. e que se dirigiram para Londrina espontâneamente. Entre os nacionais, é natural
Os primeiros povoa dores de Londrina foram empregados da Cia, de Terras. a grande maioria paulista, pois o norte do Paraná é uma zona cafeeira que,
Em 1931, chegaram os primeiros colonos vindo do Estado de São Paulo; logo podemos dizer, está sendo colonizada pelos cafeicultores pau listas; é considerada
após, começa o afluxo continuo, de novos elementos. mesmo uma continuação da zona cafeeira paulísta, na sua marcha para o Oeste.
Ora, é natural que o trabalhador rural paulista, acostumado à lavoura cafeeira
Com a elevação a município em 1934 e a chegada da estrada de ferro em
tenha se sentido atraído para essa zona nova, quando não pelo motivo econômico.
1935, a população vai crescer ràpidamente. Não havendo dados sôbre a população
O mesmo se poderá dizer em menos escala em relação ao mineiro.
nessa época, podemos 'deduzir, pelo crescimento do número das edificações.
Em' 1934, Londrina tinha 3000 hab. e 60 prédios; em 1936 - 1120 prédios. A composição da população de Londrina é um reflexo da população norte
Daí para a frente, a população tem crescido sempre e o aumento anual tem sido paranaensc.
feito a partir de 1940, numa média de 3000 hab. Pelo recenseamento daquele 92,1%
ano, Londrina contava com 10531 hab. As estimativas de 1944 e 1946 davam
,para a cidade uma população de 21 000 hab. e 25000 hab. respectivamente:
o censo de 1950 registrou 33.707 hab.
Verifica-se que, nos dez primeiros anos, a população de Londrina atinge' Brasileiros ~strdngeiros
apenas 10531 hab., enquanto que, nos anos seguintes, ela vai ser mais que
triplicada. Principalmente depois da alta do café em 1949, o desenvolvimento
de Londrina tem sido espantoso; podemos, pois, afiImar, com segurança, que a
população está muito longe de uma fase de estagnação, pelo contrário, está numa
Il COMP05IÇ~O D~ POPUL~Ç&O
(1950)
época de graI\de crescimento, o qual tenho a impressão continuará por muitos '39,1% 14,Z% I},}% 9,9% 7.Z% 16,~%
anos, pois Londrina vem se firmando cada vez mais como centro comercial: 5000
pessoas em trânsito diário atestam essa minha impressão.
. " .';:';::::?':. ,., .' ~:'<
< .. ; JlJIIIIIIIIIIIJ
••• Japoneses il:õliõno~ elpanhocs,orlu9"'J(l4ItmA~J outr<ll
n~(,ot'lallddotJ
J

O Hl:ME:MTO JAPONf:) PRE-DOMlttA ENTR~ ())~STRANGEIROS


o Na área suburbana uns 501r- estão fora das vilas, nos ~itjos c chácaras.
76 ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS' GEÓGRAFOS BRASILEIROS ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS 77

A presença do paulista se faz sentir em todos os setores da vida da cidade; a antiga Praça de Ponta Grossa. Os depósitos em dezembro de 1948 eram em
Londrina é pràticamente uma cidade paulista em território paranaense. A vida Londrina de; Cr$ 42700000,00 e em Ponta Grossa; Cr$ 25000000,00.
da população volta-se de um modo geral para São Paulo, havendo na massa MOVIMENTO BANC~RIO A primeira casa bancária prô-
dos habitantes um desconhecimento quase completo de Curitiba. londnna e a p."meira r.raça bancári a priamente dita data de 1938; era
do lntenordo E.Lado
o Banco Noroeste do Estado de

5 - O maior centro comercial do norte paranaense. S:!o Paulo; verifica-se, portanto,


16 % _ lonDRINA
que o primeiro banco foi paulista.
r::::sJ CURITIIlA Até hoje, dos 16 bancos londri-
A riqueza agrícola da região em que Londrina se encontra e o fato de ser
~ R.,ra nte do Estado nenses, sômente quatro são para-
uma cidade "cabeça de zona" fizeram-na um grande centro comercial, o maior
naenses,
do norte do Estado.
Em 1950, foram instaladas
A cultura dominante em seu município é, como se sabe, a cafeeira, que se 60~ .• .• _
nada menos que quatro casas ban-
tornou a responsável pelo grande desenvolvimento da cidade e pela sua posição lO " _
cárias, o que bem mostra que a
comercial privilegiada. Além do café, o município produz, embora em escala muito
'O cidade toma um impulso extraor-
menor; o milho, arroz, feijão, mandioca e algodão. Tamhém a extração da
30 dinário com a alta do café. Lon-
madeira e a criação do gado suíno contrihuem para o maior movimento do
comércio londrinense. 10 drina é a melhor exportadora de
10 café do norte paranaense; em 1948,
A função comercial da "cidade menina" não se limita a servir de mercado
exportou 41 863220 kg. dêsse pro-
de 'abastecimento e de exportação para a pequena região agrícola à sua volta; duto o que corresponde a um valor
suas transações comerciais atingem todo o norte paranaense, ao mesmo tempo que de Cr$ 350 882 339,20. A exporta-
mantém relagões estreitas com São Paulo, Curitiba, Santos e Paranaguá. O seu llENDA5 PUBLICAS ARRECADADAS.m lONDRINIl.
ção é feita principalmente para
comércio não é só local, mas principalmente regional; Londrina é um centro Umittl.)rva de creSCimento ~ue ~pclna O progres.:,oda tidade.
Santos e Paranaguá. Em 1948 Lon-
onde se realizam a}tas transações e se fazem grandes negócios. A prova disto drina enviou para êsses portos 662.203 sacas de café. A cidade que a segue nessa
é a presença de 16 casas bancárias, cujo movimento só é ultrapassado, no Estado, exportação é Comélio Procópio com 299859 sacas, ou seja - duas vêzes e meia
por Curitiba; a existência de mais de 90 corretores e o grande número de hotéis menos.
(52 - de tôdas as categorias), sempre super-Iotados. São trê, fat6res que, por
Para o comércio do café, existem em Londrina grandes firmas que compram
si só, provam o caráter regional do comércio de Londrina, pois êles não poderiam
e vendem êsse produto; uma das mais importantes é a Amerlcan Coffee Corpo-
ser explicados de outra forma, numa cidade com apenas 33707 hab.
ration, companhia exportadora com sede em New York e agências nos portos
Vejamos alguns detalhes sôbre o movimento bancário, que me parece a prova cafeeiros do Brasil. A única agência no interior é a de Londrina, o que é muito
mais nítida de que Londrina é o maior centro comercial do norte paranaense. significativo, mostrando a importância da cidade como mercado. de café.
Em 1950, o movimento bancário da cidade foi de Cr$ 12188311 317,00, o que
Outros produtos que figuram no comércio londrinense são: os cereais (arroz,
a colocou em 2.0 lugar no Estado, pertencendo o 1.0 lugar a Curitiba com
Crs 30038540538,30. O total da arrecadação do Estado foi de Cr$ 75863012020,70; milho, feijão), cujo valor da exportação em 1948 foi de Cr.~ 46566651,60 (quase
portanto, Cmitiba e Londrina concorreram com 55,06'70 do total do Estado, e oito vêzes menos que o valor do café); os suinos com Cr$ 12761067,00 e as
Londrina' sôzinha com' 16%'. Se a compararmos com outras cidades do norte madeiras com Cr$ 9568291,90. O gado sulno é em grande parte exportado para
os frigoríficos de São Paulo.
paranaense, veremos a sua grande superioridade: o movimento de Comélio Pi"o-
cópio foi de Crs 556230372,90; seglle-o Apllcarana, com Cr$ 109622272.20. A fun\'ão comercial regional pode-se verificar também através das grandes
Em Londrina, o movimento bancário é maior nos cinco últimos meses do ano, casas atacadistas, quase tôdas com filiais nas diversas cidades a oeste de Londrina.
que correspondem justamente à época das transações do café. Em novembro de Quanto ao comércio propriamente local, é também bastante ativo. Londrina
1950, por exemplo, o movimento bancário foi o dôbro do verificado em abril, ou possuía, em 1950,' aproximadamente 188 casas de produtos alimentícios; dentre
seja: Cr$ 1429203616,40 e Cr$ 722319534,30 re,<pectivamente, 1."'0 é interes<ante, elas, devemos destacar o grande nÚmero de açougues (28), que talvez possa ser
quando comparamos com o movimento bandrio mensal de cidades cujo comércio explicado pelo número tamh611 elevado de hotéis. pensões e restaurantes (cêrca
não está ligado tão diretamente a um único produto, que, no caso de Londrina, de 70), os quais possuem um movimento extraordimlrio. Vêm em seguida os bares
é o café. Por exemplo: Curitiba, onde êsse movimento varia relativamente pouco e sorveterias, sendo aproximadamente 142. Também atrai atel]ç::lo em Londrina
durante o ano. Tomando os mesmos meses que serviram de exemplo para Lon- o nÚmero de barbearias (49), de tinutrarias (33) e de fannácias (23); o que só é
drina, teremos: em novembro CrS 2947440960,50 e em abril Cr$ 2326951888,60. explidvel pelo ·extraordinário nlullero de pessoas em trânsito diário, pois a sua
Data de 1936 a instalação da. Caixa Econômica Federal do l'aram\ em Lon- popula\,ão não comportaria tantas casas dêstes gêneros. O restante das casas
drina, que se tornou logo' a' primeira filial do Estado, ultrapassando em muito comerciais perfazem um total de cêrca de 200.

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78 ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS 79

Qsses dados estatísticos elevados das casas comerciais de, Londrina são conse-
mente por ter sido o marco inicial da colonização dessa região, dificilmente perderá
qüência de ser ela o grande centro comercial que exerce atração sôbre todo o
o seu lugar privilegiado; pois ai já estão radicados os escritórios das grandes
norte paranaense, muitas vêzes ultrapassando-o. firmas comen:;iais compradoras de café, sucursais de quase tôdas as casas bancá.
Londrina ainda não é uma cidade industrial, mas espera-se que para o futuro rias do país, as grandes casas atacadistas, escritórios de importantes organizações
ela se desenvolva nesse sentido.
comerciais, sedes de emprêsas de transportes, etc. Essas firmas e emprêsas abrem
Atualmente, suas principais atividades industriais estão, COlHOali,"s (~III tôdas hoje filiais Has novas cidades fundadas pela Cia. de Terras, mas são filiais; as
as outras cidades criadas pela Cia. de Terras, estreitamente relacionadas à extração sedes, OS escritórios centrais, fícar50 sempre em Londrina. Outro fator a seu
da madeira e à produção agrícola da região; são as serrarias e as máquinas de favor é a posição geográfica: está situadà, numa lOna de solos reconhecidamente
beneficiar, em número de 19 a 38 respectivamente, Ao lado dessas, aparecem, muito superiores para a cultura cafeeira que os da região de Maringá; além
com algum destaque, as fábricas de móveis, carroças e bebidas. disso, está localizada mais próxima do que aquela, dos quatro grandes centros
aos quais o ,norte do Paraná está estreitamente ligado, ou seja: São Paulo,
LONDRINA É CAPITAL REGIONAL DO "NORTE DO I'ARANÁ" Curitiba e os portos cafeeiros de Santos e Paranaguá.

Londrina não perderá, pois, possivelmente, sua posição privilegiada, mas para
Londrina, como primeira cidade criada pela Cia. de Terras Norte (10 Paraná, que agora não fique estagnada, é preciso que se desenvolva uma função industrial,
presidiu a colonização de tôda a parte oeste do setentrião paranaense. Foi ela, para a qual, aliás, ela terá um grande mercado consumidor, que é todo o norte
pode·se diZer, quem criou tôdas as outras cidades "bôca de sert,io", que a suce· paranaense. Isso é 'necessário, porque> do ponto de vista comercial, ela atingiu.
diam' na marcha para o Oeste. Nenhuma, porém, usufriu-lhe a função de "cabeça pode-se dizer" o máximo, em relação à riqueza agrícola de suas vizinhanças.
de zona". Antes que qualquer uma delas pudesse alcançar grande projeção, já Podemos pois concluir que Londrina, a cidade 50% paulista, embora em
uma nova cidade surgia, mais a Oeste, a atrair as atenções. território paranaense, é de fato a capital regional do "norte paranaense", sendo
Foi assim que Londrina se tornou a capital regional do "Norte do Paraná". com justa razão chamada: "o milagre do sertão do norte do Paraná". Sua vida,
Sua influência estendia-se para o sul e sudoeste até Faxinal e Campo Mourão; seu progresso e vitalidade, são bem o espêlho dessa terra que é hoje. par~ muitos,
a "Canaan do Brasil".
para oeste até Porto S. José, às margens do Tio ,Paraná; para o norte até Porecatu
e ],0 de Maio; para leste até Jataizinho. Contudo, Porecatu e 1.0 de Maio sofrem
também uma pequena influência de Assis, o mesmo acontecendo com Jataizinho BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
em relação a Comélio Procópio e com Campo Mourão em relação a Guarapuava.·
As cidade,s a oeste, porém, dependiam inteiramente de Londrina.
LIVROS E ARTIGOS:
Hoje, entretanto, vê·se a possibilidade de algumas dessas cidades do oeste
virem a fazer certa concorrência à "cidade menina".
AZEVEDO (Aroldo de) - Monografias Regionais - 1943.
A primeira dessas cidades a se destacar foi Apucarana. Distante de Londrina BIGARELLA(João José) - Esbôço das relações entre o relêvo topográfico e a estru.
cêrca de 60 kms., pôde libertar·se um pouco de sua influência; além disso, tem tura geológica do Estado do Paraná - BoI. Geográfico, ano V _ n.o 54.
uma posição de destaque já garantida, pois dela partirá a Estrada de I'erro Central Boletim Geográfico - ano III - n.O 28 - Centésima quarta tertúlia. realizada em
do Paranâ dá em construção), que a ligará a Ponta Grossa, e cuja finalidade 19 de Junho de 1945 - Londrina e a lOna pioneira do NW do Paraná.
é limitar a exportaçllo do café para São Paulo, que é' feita em grande escala, CHABOT (Georges) - Les Villes - Col. Armand Colin - Paris - 1948.
prejudicando a economia paranaense. Nenhum outro fator faz prever maior Estado LUPION
do Paraná - A concretização
- 1947-1950. do plano de obras do governador MOISÉ.S
desenvolvimento de Apucarana. uma vez que já f6i criada mais para o oeste.
a 127 kms. de Londrina, a cidade que será a futura sede da Cia. de Terras, ou FIGUEIREDO(Lima)
n.o 4. - Paraná Oeste - Rev. Brasileira de Geografia, ano VI _
seja Maringá. De fato, a "cidade menina" acha-se atualmente muito afastada
JAMESfico,
(Preston)
ano V- -n.O
A expansão
49. das colônias do Brasil Meridional - BoI. Geográ.
da frente pioneira e a Cia. de Terras cria, assim, uma nova "cabeça de zona",
em pleno coraçllo 'das suas terras, destinada, como foi Londrina, a ser uma impor. KRETZEN (João) - As Grandes Potências Econômicas no Estado do Paraná em
tante cidade e que certamente roubará àquela parte de sua área de influência. 1949 - Edit. Escritório Sul - Brasil Econômico - S. Paulo-Curitiba.
Maringá conta apenas quatro·anos. mas já é servida por linhas aéreas que a ligam LAVEDAN(Pierre) - Géographie des Villes - Cal. Pierre Deffontaines - Paris-1936.
diretamente a São Paulo e Curitiba e. no futuro, com a construção de estrada MAACK (Reinharel) - Notas preliminares sôbre c1ima"solos e vegetaçllo do Estaelo
de ferro partindo de Apucarana, tôda esta lOna estará pràticamente desligada de do Paraná - BoI. Geográfico, ano VII - n.O 84.
Londrina. Sua área de influência direta ficará, ou já quase está na realidade, MONBEIG (Pierre) - O estudo geográfico das cidades - Rev. do Arquivo Muni-
cipal - S. Paulo - ano VIII - VaI. 73. Janeiro de 1941.
limitada aos municípios de: Jaguapitll, porecatu. Bela Vista do Paraiso, Serta-
MONBEIG (Pierre) - Ensaios de Geografia Humana Brasileira - 1940 - S. Paulo.
nópolis, Ibiporã, Jataizinho, Cambé e Rolândia. Isso tudo, porém, não quer dizer
que Londrina deixará de ser a capital regional do "norte paranaense". Justa- MONHEIG (Pierre) - A zona Pioneira do Norte do Paraná - BoI. Geográfico,
ano III - n.O 25.

j
80 ANAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS

Norte do Paraná - "Terra Abençoada" - Setembro de 1949 - Londrina.


Paraná no Bôlso - Guia do Estado - 1949.
Rel.atório - referente ao ano de 1948 da Rêde de Viação Paran;Í-Santa Catarina.
Relatório - apresentado à Câmara Municipal de Londrina em 1950.
RevIsta do Café - n.o XI - ano II - Junho-Julho - 1950 - S. Paulo.
Sinopse Estatística do Município de Londrina - 1950.
Revista do Café - n.O XI - ano II - Junho-Julho - 1950 - S. Paulo.
Sinopse Estatística do Município de Londrina - 1950.
Sinopse Preliminar do Censo Demográfico de 1.0 de Julho de 1950.

MAPAS E PLANTAS:

Planta Aerofotogramétrica da Cidade de Londrina - 1949 - E. N. F. A. - Es-


cala - I: 2.000.
Planta da Area Urbana de Londrina - Escala - I: 5.000.
Planta da Area Urbana e Suburbana de Londrina - Escala - 1:20.000.
Planta do Município de Londrina - Escala - 1:250.000.
Mapa do Estado do Paraná: Rodoviário e Turístico - Escala - 1:900.000.

DADOS ESTA TISTICOS OBTIDOS:

No Dep.' de Geografia e Estatística de Londrina


Na Prefeitura Municipal de Londrina
Nos.Escritórios da Cia. de Terras Norte do Paraná: Londrina - S. Paulo.

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