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Quando Freud falava de sintoma, geralmente se referia ao sintoma histérico.

Segundo Freud (1893-1895), os sintomas histéricos são afetos e restos de


excitações que atuaram sobre o sistema nervoso como traumas. Todo sintoma
histérico, expressa um desejo proibido e surge como uma defesa a esse desejo
proibido. O desejo, na histeria, é um desejo de insatisfação. Para a histérica, a
insatisfação é o que garante que haja desejo.
Freud na interpretação dos sonhos caminhava na direção de provar que todo
sonho é a realização de um desejo, de que os sonhos são encenações do desejo,
mas quando se depara com a Bela Açougueira, uma paciente histérica, que tem um
sonho com um desejo insatisfeito, Freud precisa de um novo saber para decifrar
esse enigma.
Eis aqui o sonho da Bela Açougueira:

“Eu queria oferecer um jantar, mas o único mantimento que tinha era um
pouco de salmão defumado, então tentou resolver a situação pensando em
sair para comprar algo, ou telefonando para algum fornecedor, mas
lembrou-se que era domingo, e tudo estava fechado. Pensou em telefonar
para alguns fornecedores, mas o telefone não funcionava. Portanto teve que
desistir do desejo de oferecer o tal jantar”. (FREUD, 1900/1996, p.181)

Diante desse sonho, Freud começa a questioná-la sobre o que ocorreu antes do
sonho, visto que o sonho são os vestígios de nossos dias anteriores. A paciente trás
uma série de associações e outros significantes além do salmão vão aparecendo; o
marido que desejava emagrecer, o desejo de comer caviar e a proibição que ela
mesma impôs ao marido de que lhe desse caviar, para que continuasse implicando
com ele, a amiga que queria engordar e por isso queria tanto jantar na casa dela, e
também o gosto do marido pelas “cheinhas”. Freud então diante desses fatos faz
algumas interpretações a respeito do sonho, tais como: não fazer o jantar para que
sua amiga não engorde, e assim não desperte o interesse do seu marido, já que
para ela, ele gostava mais das “cheinhas”. O pedido de que seu marido lhe compre
caviar, como um desejo renunciado, um desejo não realizado.
Freud ainda pergunta como o salmão defumado surgiu no sonho e a paciente lhe
diz que sua amiga gosta muito de salmão. Neste ponto temos uma hipótese de que
a paciente se coloca no lugar de sua amiga, como um desejo insatisfeito, ou seja,
oferecer o salmão, assim como ela gostaria de comer o caviar, porém para que sua
amiga não engorde a oferta não é concluída.

Para Lacan o fato dela não querer o caviar, significa querer o amor de seu marido.
Ela não quer o caviar para que eles possam continuar se amando. A demanda
dessa paciente apaixonada pelo paciente é o amor, e assim como todas as
histéricas demandam de amor. Ela deseja caviar, mas o que ela quer é que não lhe
deem caviar.

Assim, o desejo relatado nesta sessão de análise é o desejo insatisfeito, onde


todo o enigma é desenrolado. O desejo do sujeito no sonho descrito não é assumido
em sua falta, é articulado no lugar do Outro.

O desejo é manifesto naquilo que se espera que o Outro preencha, e no sonho da


Bela Açougueira, o desejo não é pela falta, ele é pelo lugar do Outro, o que pode
explicar o significado do sonho no desejo não realizado.

Referências Bibliográficas:

Freud, Sigmund - Obras completas, volume 4: A interpretação dos sonhos (1900).


São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

Lacan, Jacques - O Seminário, livro 5: as formações do inconsciente. Rio de


Janeiro; Jorge Zahar Editora, 1999.
Quinet, A. A Descoberta do Inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora,
2003.

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