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Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

5. GESTÃO EM SAÚDE - INSTRUMENTOS E MECANISMOS DE GOVERNANÇA DO SISTEMA


E ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO (PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO,
AVALIAÇÃO E REGULAÇÃO DO ATENDIMENTO). ................................................................... 2
PRINCÍPIOS DO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL NO SUS ATUALMENTE ......................................... 2
FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE BRASILEIRA ............................................................. 3
PLANOS, PROGRAMAÇÕES E RELATÓRIOS DE GESTÃO DO SUS ......................................................... 5
Plano Nacional de Saúde (PNS).............................................................................................. 5
Programação Anual de Saúde (PAS) ....................................................................................... 5
Relatório Quadrimestral de Prestação de Contas (RQPC).......................................................... 5
Relatório Anual de Gestão (RAG)............................................................................................ 5
PLANEJAMENTO REGIONAL INTEGRADO ........................................................................................ 5
PLANO DE SAÚDE....................................................................................................................... 6

06
3:
PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE ................................................................................................ 6

:1
RELATÓRIO DE GESTÃO .............................................................................................................. 7

04
RELATÓRIO DETALHADO DO QUADRIMESTRE ANTERIOR .................................................................. 8

0
02
PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO EM SAÚDE: ABORDAGENS, FUNDAMENTOS E TÉCNICAS .................... 8

/2
03
PRINCIPAIS NORMAS E DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS SOBRE O PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL NO

8/
ESTADO BRASILEIRO ................................................................................................................. 12

-2
ARTICULAÇÃO DO PLANEJAMENTO ............................................................................................. 14
om
PORTARIA Nº 2.135/2013 ........................................................................................................ 19
.c
ok
FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS .......................................................... 23
tlo
ou

6. ATENÇÃO À SAÚDE - A ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA SEGUNDO SEUS NÍVEIS DE


@

DENSIDADE TECNOLÓGICA E A ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS NA LÓGICA DAS REDES


09

DE ATENÇÃO À SAÚDE. A INTEGRALIDADE COMO DESAFIO PERMANENTE. PAPEL DA


bs
-m

PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO ESTRATÉGIA INDUTORA DE POLÍTICAS INTERSETORIAIS


PARA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA. .......................................................................... 33
1
-7

PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO. ................................................................................. 34


41

PREVENÇÃO PRIMÁRIA (UNIVERSAL, SELETIVA E INDICADA)............................................................. 36


.9
34

AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE ................................................................................................ 53


.7

REDES PRIORITÁRIAS ............................................................................................................... 54


17
-0

7. ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E JOVEM, DA


a
lv

MULHER, DO HOMEM E DO IDOSO. ...................................................................................... 62


Si

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA (PNAISC) ................................. 62


o
un

REDE CEGONHA ....................................................................................................................... 69


Br

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA .................................................................................................. 70


s
co

ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA ............................................................................................. 70


ar

SAÚDE DO IDOSO ..................................................................................................................... 71


M

QUESTÕES............................................................................................................................... 71
QUESTÕES COMENTADAS E GABARITADAS......................................................................... 76

Aula 03

1
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

5. Gestão em Saúde - instrumentos e mecanismos de


governança do sistema e estratégias de
gerenciamento (planejamento, monitoramento,
avaliação e regulação do atendimento).
Define-se como Sistema de
Planejamento do Sistema Único de
Saúde a atuação contínua, articulada,

06
integrada e solidária das áreas de

3:
planejamento das três esferas de

:1
04
gestão do SUS.

0
02
PlanejaSUS - Ministério da Saúde, 2009.

/2
03
8/
Como ocorre o planejamento da Saúde no Brasil? Esse é um assunto bastante

-2
amplo e complexo. Já estudamos boa parte do que precisamos saber sobre o

om
assunto. Vamos estudar o que é planejamento e programação, as ferramentas de
.c
ok
planejamento em saúde, as ferramentas de projetos em saúde, o monitoramento e
tlo

a avaliação de programas de saúde.


ou

Primeira pergunta: quem planeja? União, Estados, Municípios e DF planejam.


@
09

Quem ajuda no planejamento? Comissões Intergestoras (CIB, CIT), aos Conselhos


bs

Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (Conass e Conasems) e


-m

aos Conselhos de Secretários Municipais de Saúde Cosems.


1
-7

Passamos por uma mudança (ainda não completa) entre o planejamento


41
.9

normativo e outros modelos de planejamento. O planejamento normativo é


34

aquele tipo de planejamento centralizado onde os outros territórios aceitam


.7
17

passivamente o plano, assimilando o que foi imposto sem reação. É um modelo,


-0

claro, superficial e incompleto. Em tese, foi usado no Brasil até a época da


a
lv

Constituição Federal. Podemos dizer que esse planejamento apresenta controle


Si

absoluto do planejador sobre o sistema social; considera as reações dos agentes


o
un

sociais como previsíveis; e considera que as variáveis que não controla não têm
Br
s

relevância no processo.
co
ar

Esse tipo de planejamento não é mais útil atualmente. Com o advento da


M

regionalização e da participação social, foi necessário utilizar ferramentas mais


sofisticadas de planejamento.

Princípios do planejamento governamental no


SUS atualmente1
Princípio 1: o planejamento consiste em uma atividade obrigatória e contínua

1
Fonte:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/articulacao_interfederativa_v4_manual_plan
ejamento_atual.pdf

| 2
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Princípio 2: o planejamento no SUS deve ser integrado à Seguridade Social e ao


planejamento governamental geral
Princípio 3: o planejamento deve respeitar os resultados das pactuações entre os
gestores nas comissões intergestores regionais, bipartite e tripartite
Princípio 4: o planejamento deve estar articulado constantemente com o
monitoramento, a avaliação e a gestão do SUS
Princípio 5: o planejamento deve ser ascendente e integrado
Princípio 6: o planejamento deve contribuir para a transparência e a visibilidade
da gestão da saúde
Princípio 7: o planejamento deve partir das necessidades de saúde da população

06
3:
:1
04
0
02
Fundamentos do Planejamento da Saúde

/2
03
Brasileira

8/
-2
om
Em 14 de dezembro de 2009 tivemos a edição do PlanejaSUS. Dentro do
.c
ok

PlanejaSUS temos 6 cadernos. Cada caderno fala sobre o seguinte assunto:


tlo
ou

Caderno 1 - Organização e funcionamento


@

Caderno 2 – Instrumentos Básicos


09

Caderno 3 – Caderno Legislativo


bs
-m

Caderno 4 – Avaliação do Desenvolvimento do Plano Nacional de


1

Saúde 2004-2007
-7
41

Caderno 5 – Perfil da Atividade de Planejamento no Sistema Único


.9

de Saúde (município)
34
.7

Caderno 6 – Orientações Gerais para a elaboração de instrumentos


17

de planejamento.
-0

Esse programa foi praticamente abandonado pelo governo. Porém, os


a
lv
Si

pontos mais importantes dos 6 cadernos são os seguintes2:


o
un

O planejamento – e instrumentos resultantes de seu processo, como planos e


Br

relatórios – é objeto de grande parte do arcabouço legal do SUS, quer indicando


s
co

processos e métodos de formulação, quer como requisitos para fins de repasse de


ar

recursos e de controle e auditoria. Em relação ao planejamento e a instrumentos


M

que lhe dão expressão concreta, destacam-se, inicialmente, as Leis Nº. 8.080/1990
e Nº. 8.142/1990 (Leis Orgânicas da Saúde). A primeira – Lei No. 8.080/90 – atribui à
direção nacional do SUS a responsabilidade de “elaborar o planejamento
estratégico nacional no âmbito do SUS em cooperação com os estados,
municípios e o Distrito Federal” (inciso XVIII do Art. 16).
A referida Lei dedica o seu Capítulo III ao planejamento e orçamento. No
primeiro artigo desse Capítulo, é estabelecido o processo de planejamento e
orçamento do SUS, que “será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus

2
Como a Portaria 399, de 22 de fevereiro de 2006 foi revogada pela Portaria nº 2.048, de
3 de setembro de 2009, não precisamos nos preocupar com o Pacto pela Saúde.

| 3
Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde


com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos municípios, dos
estados, do Distrito Federal e da União” (Art. 36). Essa lógica de formulação
ascendente é um dos mecanismos relevantes na observância do princípio de
unicidade do SUS. O seu cumprimento é desafio importante, tendo em conta as
peculiaridades e necessidades próprias de cada município, estado e região do
País, o que dificulta a adoção de um modelo único aplicável a todas as instâncias.
Nos parágrafos 1º e 2º do Art. 36, são definidos a aplicabilidade dos planos de
saúde e o financiamento das ações dele resultantes. O primeiro parágrafo
estabelece que “os planos de saúde serão a base das atividades e programações
de cada nível de direção do SUS e seu financiamento será previsto na respectiva

06
proposta orçamentária”. Já o segundo veta a “transferência de recursos para o

3:
:1
financiamento de ações não previstas nos planos de saúde”, salvo em situações

04
emergenciais ou de calamidade pública de saúde. No Art. 37, a Lei atribui ao

0
02
Conselho Nacional de Saúde a responsabilidade pelo estabelecimento de

/2
03
diretrizes para a elaboração dos planos de saúde, “em função das

8/
-2
características epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdição

om
administrativa”.
.c
Já a Lei No. 8.142/90, no seu Art. 4o, entre os requisitos para o recebimento
ok

dos recursos provenientes do Fundo Nacional de Saúde, fixa que os municípios,


tlo
ou

estados e o Distrito Federal devem contar com plano de saúde e relatório de


@

gestão “que permitam o controle de que trata o §4o do artigo 33 da Lei No. 8.080,
09
bs

de 19 de setembro de 1990” (esse parágrafo refere-se ao acompanhamento, pelo


-m

Ministério da Saúde, da aplicação de recursos repassados na conformidade da


1

programação aprovada, a ser realizado por meio de seu sistema de auditoria).


-7
41

[...]
.9
34

O funcionamento do Sistema de Planejamento do SUS tem por base a


.7

formulação e/ou revisão periódica dos seguintes instrumentos:


17
-0

- o Plano de Saúde e as respectivas Programações Anuais de Saúde; e


a

- os Relatórios Anuais de Gestão.


lv
Si

[...]
o
un

No âmbito do Sistema de Planejamento do SUS, define-se como Plano de


Br

Saúde o instrumento que, a partir de uma análise situacional, apresenta as


s
co

intenções e os resultados a serem buscados no período de quatro anos, expressos


ar
M

em objetivos, diretrizes e metas.


[...]
A Programação Anual de Saúde é o instrumento que operacionaliza as
intenções expressas no Plano de Saúde.
[...]
O Relatório Anual de Gestão é o instrumento que apresenta os resultados
alcançados com a execução da Programação Anual de Saúde.
Fonte: Ministério da Saúde, PlanejaSUS. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/planejaSUS_livro_1a6.pdf
Agora, vamos entender essa série de nomes trabalhados até aqui através
das próprias definições do Ministério da Saúde:

| 4
Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Planos, programações e relatórios de gestão do


SUS
Plano Nacional de Saúde (PNS)
O Plano Nacional de Saúde é o instrumento norteador do planejamento do SUS,
onde são explicitados as políticas e os compromissos de médio prazo do setor
saúde, com vigência de quatro anos. Abaixo estão listados os PNS desde a
elaboração do primeiro até o atual:
• Plano Nacional de Saúde – PNS 2016-2019
• Plano Nacional de Saúde – PNS 2012-2015 – (Revisão 2014) – proposta de
revisão de metas e indicadores enviado ao Conselho Nacional de Saúde em 29

06
de novembro de 2013

3:
:1
• Plano Nacional de Saúde – PNS 2012-2015

04
• Plano Nacional de Saúde – PNS 2008/09-2011

0
02
• Plano Nacional de Saúde – PNS 2004-2017 – Um pacto pela saúde no Brasil –

/2
03
Síntese

8/
• Plano Nacional de Saúde – PNS 2004-2017 – Um pacto pela saúde no Brasil –

-2
Completo
Programação Anual de Saúde (PAS) om
.c
ok

Este instrumento operacionaliza e anualiza as intenções expressas no PNS. Além


tlo
ou

da PAS 2018 vigente estão listadas abaixo as dos anos anteriores desde 2012.
@

Relatório Quadrimestral de Prestação de Contas (RQPC)


09
bs

É o instrumento que acompanha e monitora a execução da PAS, onde é


-m

demonstrada a execução das metas e dos recursos orçamentários e financeiros


1

anualizados na PAS a cada quadrimestre e é emitido nos meses de maio,


-7
41

setembro e fevereiro.
.9
34

Relatório Anual de Gestão (RAG)


.7

O RAG é o instrumento de gestão com elaboração anual que permite ao gestor


17
-0

apresentar os resultados alcançados com a execução da PAS e orienta eventuais


a

redirecionamentos que se fizerem necessários no Plano de Saúde.


lv
Si

Fonte: http://portalms.saude.gov.br/gestao-do-sus/planos-programacoes-e-
o
un

relatorios-de-gestao-do-sus
Br
s
co

Ainda, segundo o site do Ministério da Saúde:


ar
M

Planejamento Regional Integrado


O planejamento regional integrado é elaborado no âmbito da região de
saúde, com base nas necessidades de saúde expressas nos planos municipais de
saúde e pactuado, monitorando e avaliado pela Comissão Intergestores Regional
- CIR. Expressa as responsabilidades dos gestores com a saúde da população do
território quanto à integração da organização sistêmica do SUS, evidenciando o
conjunto de diretrizes, objetivos, metas e ações e serviços para a garantia do
acesso e a integralidade da atenção. O processo de planejamento regional
integrado é coordenado pela gestão estadual e envolve os três entes federados.
A produção resultante do processo de planejamento regional integrado,

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Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

realizado no âmbito da região de saúde, compõe o Contrato Organizativo da


Ação Pública da Saúde (COAP) e expressa:
I - a identificação das necessidades de saúde da população da região e a análise
da situação de saúde desse território;
II - as diretrizes, os objetivos plurianuais e as metas anuais para a região, bem
como os prazos de execução, indicadores, responsabilidades dos entes
federados;
III - a Programação Geral das Ações e Serviços de Saúde.
Fonte: http://portalms.saude.gov.br/gestao-do-sus/articulacao-
interfederativa/articulacao-de-instrumentos-da-gestao-
interfederativa/planejamento-regional-integrado

06
3:
:1
04
0
Plano de Saúde

02
/2
O Plano de Saúde é o instrumento central de planejamento da saúde,

03
8/
formulado a partir de necessidades de saúde da população, que define as

-2
iniciativas e compromissos para cada esfera de gestão do SUS para um período de
om
quatro anos. Constitui-se como base para execução, acompanhamento e
.c
ok
avaliação do sistema de saúde ao contemplar todas as áreas da atenção à saúde
tlo

com vistas a garantir a integralidade da atenção à saúde. No processo de


ou
@

discussão e elaboração do Plano de Saúde deve ser assegurado à participação


09

popular, de forma a possibilitar a transparência e visibilidade. Deve considerar as


bs

diretrizes definidas pelos Conselhos e Conferências de Saúde e deve ser submetivo


-m

à apreciação e aprovação do Conselho de Saúde e disponibilizado em meio


1
-7

eletrônico no Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão - SARGSUS.


41
.9

O Plano de Saúde deve conter: I - Análise Situacional que é orientada, dentre


34

outros, pelos temas contidos no Mapa da Saúde, a saber: estrutura do sistema de


.7
17

saúde; redes de atenção à saúde; condições sociossanitárias; fluxos de acesso;


-0

recursos financeiros; gestão do trabalho e da educação na saúde; ciência,


a
lv

tecnologia, produção e inovação em saúde e gestão. II - Definição das diretrizes,


Si
o

objetivos, metas e indicadores; III - Processo de monitoramento e avaliação.


un

Os Planos Estaduais de Saúde devem ser elaborados com base em metas


Br
s

regionais, resultantes de pactuações intermunicipais, com vistas à promoção da


co
ar

equidade inter-regional. Deve ainda explicitar a metodologia de alocação dos


M

recursos estaduais e a previsão anual de recursos aos municípios, pactuada


pelos gestores na CIB e aprovada pelo Conselho Estadual de Saúde.
Fonte: http://portalms.saude.gov.br/gestao-do-sus/articulacao-
interfederativa/articulacao-de-instrumentos-da-gestao-interfederativa/plano-de-
saude

Programação Anual de Saúde


A Programação Anual de Saúde é o instrumento que operacionaliza as
intenções expressas no Plano de Saúde e tem o objetivo anualizar as metas do

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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Plano de Saúde e prever a alocação dos recursos orçamentários a serem


executados.
Para Estados e Municípios a PAS deve conter:
I - a definição das ações, que no ano específico, irão garantir o alcance dos
objetivos e o cumprimento das metas do Plano de Saúde.
II - a identificação dos indicadores que serão utilizados para o monitoramento da
PAS;
III - a previsão da alocação dos recursos orçamentários necessários ao
cumprimento da PAS;
Para a União serão estabelecidas metas anualizadas do Plano de Saúde e a
previsão da alocação dos recursos orçamentários necessários ao cumprimento da

06
PAS;

3:
:1
No processo de elaboração e execução da PAS os gestores devem observar:

04
I - elaboração e envio para aprovação do respectivo Conselho de Saúde antes da

0
02
data de encaminhamento da LDO do exercício correspondente;

/2
03
II - execução no ano subsequente.

8/
-2
Fonte: http://portalms.saude.gov.br/gestao-do-sus/articulacao-

om
interfederativa/articulacao-de-instrumentos-da-gestao-
.c
interfederativa/programacao-anual-de-saude
ok
tlo
ou
@
09
bs

Relatório de Gestão
-m

O Relatório de Gestão é o instrumento de elaboração anual que permite


1
-7

ao gestor apresentar os resultados alcançados com a execução da Programação


41
.9

Anual de Saúde e orienta eventuais redirecionamentos que se fizerem


34

necessários no Plano de Saúde.


.7
17

O Relatório deve conter:


-0

I - as diretrizes, objetivos e indicadores do Plano de Saúde;


a
lv

II - as metas da PAS previstas e executadas;


Si
o

III - a análise da execução orçamentária;


un

IV - as recomendações necessárias, incluindo eventuais redirecionamentos do


Br
s

Plano de Saúde;
co
ar

V - os entes que assinarem o COAP deverão inserir seção especifica relativa aos
M

compromissos assumidos no contrato. § 2º O Relatório de Gestão deve ser


enviado ao respectivo Conselho de Saúde até o dia 30 de março do ano seguinte
ao da execução financeira, cabendo ao Conselho emitir parecer conclusivo, por
meio do Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão - SARGSUS.
Fonte: http://portalms.saude.gov.br/gestao-do-sus/articulacao-
interfederativa/articulacao-de-instrumentos-da-gestao-interfederativa/relatorio-
de-gestao

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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior


O Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior é um instrumento de
monitoramento e acompanhamento da execução da PAS e deve ser apresentado
pelo gestor do SUS até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, em
audiência pública na Casa Legislativa do respectivo ente da Federação.
O Relatório Detalhado Quadrimestral Anterior deve conter no
mínimo: I - montante e fonte dos recursos aplicados no período; II - auditorias
realizadas ou em fase de execução no período e suas recomendações e
determinações; III - oferta e produção de serviços públicos na rede assistencial
própria, contratada e conveniada, cotejando esses dados com os indicadores de

06
saúde da população em seu âmbito de atuação. O modelo padronizado, de

3:
acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde Nº 459/2012, do

:1
04
Relatório está disponível em meio eletrônico do Sistema de Apoio ao Relatório

0
de Gestão - SARGSUS.

02
/2
Fonte: http://portalms.saude.gov.br/gestao-do-sus/articulacao-

03
8/
interfederativa/articulacao-de-instrumentos-da-gestao-interfederativa/relatorio-

-2
detalhado-do-quadrimestre-anterior
om
.c
ok
tlo

O PlanejaSUS, como falado anteriormente era uma carta linda de boas


ou
@

intenções. Mas parece que politicamente não logrou os êxitos necessários. Hoje
09

em dia falamos apenas de Planejamento no SUS.


bs

Recentemente, em 2015, a Fundação Oswald Cruz lançou o Manual de


-m

Planejamento do SUS. Esse manual apresenta um capítulo bastante sintético


1
-7

sobre o assunto.
41
.9
34

Planejamento e programação em saúde:


.7
17

abordagens, fundamentos e técnicas


-0
a

A noção de planejamento é aplicada, fundamentalmente, em diferentes


lv
Si

áreas do conhecimento como Administração, Economia e Política. Um dos pontos


o
un

essenciais do planejamento é sua natureza estratégica, muito influenciada pelo


Br

uso nas ações militares. Na geopolítica, o planejamento estratégico pertence à


s
co

própria natureza da diplomacia e das relações internacionais. No senso comum, a


ar
M

ideia costuma estar associada a organizar atividades, buscar melhores resultados,


reduzir conflitos e incertezas. Neste sentido, programação guarda semelhança
com o planejamento, embora seja uma expressão associada a objetivos
delimitados e pontuais. Planejar ações políticas, definir estratégias econômicas,
esquemas regulatórios, modelos de administração de empresas e negócios em
geral fazem parte do cotidiano da ordem política e social. Como especialidade em
seus diferentes ramos, o tema do planejamento é tratado por especialistas
renomados em vasta literatura especializada das disciplinas aqui assinaladas.
Pode-se afirmar que planejar é reduzir incertezas. Logo, implica em algum
grau de intervenção na economia, associa-se a práticas regulatórias, orienta
investimentos e está diretamente vinculado à alocação eficiente de recursos. No

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SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

setor saúde, as práticas de planejamento estão presentes em todo o processo que


é conhecido como Gestão do SUS.
Para esses objetivos, tratar-se-á planejamento e programação como áreas
de conhecimento e atividades referidas ao setor saúde, no qual o tema tem ampla
utilização e grande diversidade de abordagens entre pesquisadores e dirigentes
nas áreas pública e privada. Definir metas, estabelecer objetivos e planejar ou
programar ações representam o dia-a-dia dos gestores do setor público em saúde.
As atividades regulatórias, sejam por meio de auditoria de processos ou de
resultados, são afetadas por tais definições de objetivos e de metas.
Este capítulo abordará noções estabelecidas entre especialistas, sem a
preocupação de cobrir todo o debate. Mais adiante serão referenciados alguns

06
autores e textos que podem ser consultados para aprofundamento no tema e para

3:
:1
conhecer o modo como são operadas no cotidiano do planejamento as diferentes

04
técnicas aqui discutidas.

0
02
Em termos atuais, muito do que se discute sobre planejamento e técnicas

/2
03
de programação está associado à noção de contrato. O estabelecimento de

8/
-2
contratos de entes públicos entre si e com agentes privados tem se tornado uma

om
realidade cada vez mais forte no SUS, seguindo uma tendência internacional. Isto
.c
tem trazido para as arenas decisórias os interesses de atores, com ou sem fins
ok

lucrativos. Buscando desconstruir a ideia usual de contrato de mercado strictu


tlo
ou

sensu, tem-se trabalhado esta interação de atores públicos e privados, muitas


@

vezes de forma controversa, como um dos aspectos da governança. Antes de tratar


09
bs

do planejamento e da programação como parte dos diferentes mecanismos de


-m

governança presentes na política de saúde será apresentado o modo como se


1

instituiu no setor saúde o tema do planejamento para o desenvolvimento social.


-7
41

Em seguida, serão discutidos aspectos da programação em saúde e o modo como


.9
34

essa se consolidou no Brasil.


.7

Há uma longa história do planejamento em saúde na experiência


17
-0

internacional e, especialmente, na América Latina. Um grande número de autores


a

tratou deste tema orientado à construção de sistemas públicos de saúde e às


lv
Si

reformas sanitárias. Assim, foi criada uma sólida tradição em associar o


o
un

planejamento às políticas de saúde. Em diversos casos, a produção dos autores


Br

principais foi aceita e praticada por agências de cooperação internacional na


s
co

América Latina e, em particular, no Brasil. A seguir, uma resumida apresentação de


ar
M

algumas das principais abordagens sobre o assunto, sem a preocupação de


abranger todo o tema.

3.1 Método CENDES/OPAS


Uma das mais antigas estratégias de planejamento em saúde na América
Latina foi o desenho do método conhecido como CENDES/ OPAS, que surge em um
ambiente favorável à intervenção do Estado na economia como forma de reduzir
ou compensar as crises econômicas por meio do planejamento e do
estabelecimento de incentivos específicos. Fundamentalmente a partir da década
de 1920, a noção do planejamento foi entendida na América Latina como uma
ferramenta do Estado para a promoção do desenvolvimento social e econômico.

| 9
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Na Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), por exemplo, um setor da


Organização das Nações Unidas (ONU) criado em 1948, o planejamento
econômico é visto como uma atividade governamental orientada a romper com a
dependência dos países latino-americanos frente às economias desenvolvidas e
estimular o crescimento econômico. As relações entre o pensamento cepalino,
suas conexões com as técnicas de planejamento e a emergência do planejamento
estratégico no contexto da América Latina foram tratadas por muitos
especialistas. Giovanella (1991) apresenta uma análise minuciosa de todo o
processo e de suas lacunas, a qual inclui a descrição da formação e dos conteúdos
do método CENDES/OPAS e a emergência do planejamento estratégico sob a
influência de formuladores relevantes para a cultura técnica da saúde pública no

06
Brasil, como Mario Testa e Carlos Matus.

3:
:1
Como analisado por Giovanella (1991), esse método aplica os fundamentos

04
do planejamento da CEPAL no setor saúde para otimizar ganhos econômicos e

0
02
diminuir custos, sendo a escolha de prioridades feita a partir da relação

/2
03
custo/benefício. O objetivo era orientar investimentos em programas com

8/
-2
menores custos para mortes evitadas em um modelo de planejamento de caráter

om
normativo.
.c
Esse método foi muito difundido no Brasil e ensinado nas escolas de saúde, em
ok

cursos acadêmicos e em treinamento de gestores. A estrutura era em forma de


tlo
ou

planilha, onde informações de recursos utilizados, custos por absorção e agravos


@

evitados eram cruzadas com o objetivo de orientar as decisões alocativas ou


09
bs

analisar o desempenho de sistemas e programas. A dificuldade estava na


-m

obtenção de informações consistentes e, principalmente, em estabelecer os


1

benefícios esperados.
-7
41

Embora seja difícil especificar quando e onde o planejamento central tenha


.9
34

começado no setor saúde, certamente o Método CENDES/OPAS representou o


.7

modelo institucional e oficial de busca de racionalidade burocrática no âmbito de


17
-0

estruturas administrativas (ministérios, institutos e secretarias de saúde) que


a

operavam de modo predominante por meio de hierarquias, comando e controle.


lv
Si

Ao longo de décadas, estruturas híbridas de cooperação entre Estado e mercado,


o
un

que hoje podem ser trabalhadas no âmbito da governança, não estiveram


Br

presentes na agenda política do sistema público de saúde.


s
co

Uma série de soluções de planejamento em saúde se desenvolveu


ar
M

enquanto o método patrocinado pela Organização Pan-Americana de Saúde


(OPAS) perdia importância. A perda de relevância pode ser atribuída a um
conjunto de fatores, dentre os quais a dificuldade na obtenção de informações
adequadas e o foco na produtividade e eficiência econômica em uma área
especial, como a de saúde, contribuindo para a perda de consenso entre os
especialistas, dirigentes e lideranças setoriais.
Em seu lugar, duas importantes estratégias se disseminaram em nosso país
no que diz respeito à difusão de ideias de especialistas em planejamento para os
dirigentes setoriais. São elas as abordagens de planejamento estratégico-
situacional e as diferentes práticas de programação em saúde. Tratar-se-á
resumidamente destes dois temas antes de entrar no item hoje dominante em

| 10
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

termos de planejamento e que se refere aos mecanismos de governança e à


entrada em cena da Nova Gerência Pública.

3.2 Planejamento estratégico


O planejamento estratégico é uma concepção geral que implica em dar à
dimensão política o centro da elaboração de modelos. As relações entre atores
políticos e instituições, tratadas como arenas, são analisadas e as orientações e
estratégias são definidas a partir de conjunturas e equilíbrios de poder (MATUS,
1993). Muitos autores e instituições de saúde no Brasil utilizaram, desde a década
de 1980, modelos diretamente definidos por Carlos Matus e por Mario Testa ou
fizeram adaptações ou desenvolvimentos a partir de suas ideias (TEIXEIRA, 1993;

06
RIVERA; HARTMANN, 2003; PAIM, TEIXEIRA, 2006). Especificamente com relação às

3:
:1
concepções de planejamento situacional, Giovanella (1991) afirma que o

04
planejamento estratégico situacional é uma evolução do pensamento crítico dos

0
02
anos sessenta em relação ao planejamento econômico.

/2
03
O Planejamento Estratégico Situacional (PES) se caracteriza por tentar

8/
-2
conciliar a ação sobre uma realidade complexa, com um olhar estratégico e

om
situacional, considerando a visão de múltiplos atores e a utilização de ferramentas
.c
operacionais para o enfrentamento de problemas. Pode ser considerado,
ok

conforme assinalado por Giovanella (1991), como uma vertente do planejamento


tlo
ou

estratégico de saúde, pois o pensamento de Matus, pelo seu frequente trabalho


@

como assessor da OPAS, tem sofrido adaptações para a saúde. O PES se divide em
09
bs

quatro momentos, a saber: Explicativo: seleção e análise dos problemas


-m

relevantes para os atores chaves e sobre os quais se deseja atuar. Normativo:


1

construção do plano de intervenção, a situação objetivo que se deseja alcançar.


-7
41

Estratégico: análise de viabilidade das ações e a construção de sua viabilidade


.9
34

quando consideradas essenciais. Tático-operacional: implementação do plano.


.7

O enfoque estratégico foi adotado, como dito, de modo direto ou adaptado


17
-0

para a cultura técnica do setor saúde no Brasil. Uma grande variedade de livros,
a

artigos e teses foi produzida, assim como relatórios e consultorias a governos


lv
Si

municipais, estaduais e ao Ministério da Saúde, desde o fim da década de 1980 e


o
un

ao longo da implantação do SUS, nos anos 1990.


Br

Embora haja uma ênfase em atores políticos, as matrizes fundadoras e as


s
co

diversas correntes políticas que animaram o debate entre correntes de


ar
M

planejamento situacional e estratégico na América Latina se fundamentavam na


concepção marxista de estruturas de classes sociais (GIORDANI, 1979). A
emergência dessa concepção de planejamento converge historicamente com a
construção do movimento de reforma da saúde pública nos países latinos e a luta
pela redemocratização dos países que estavam sobre regimes ditatoriais.
O pensamento marxista era muito presente na construção das políticas de
saúde e de seus mecanismos estratégicos de desenvolvimento. Vale assinalar que
a importância e relevância destes enfoques do planejamento, que acabam por
ampliar a sua base cognitiva e que se tornaram influentes nas instituições de
saúde na América Latina e Brasil, em particular, ocorrem simultaneamente a
enfoques bastante distintos já em curso em outros países. Na década de 1980,

| 11
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

começa a se desenvolver o modelo da Nova Gerência Pública, oriundo da cultura


técnica britânica que se dissemina pela Comunidade Europeia. Além disso, com
tradições fortemente
arraigadas nos Estados Unidos, e de desenvolvimento anterior, os modelos de
Teoria dos Jogos tratam de problemas semelhantes aos dos conflitos de atores e
instituições do planejamento estratégico, apesar de orientações políticas bem
diferentes e de modelos de análise fortemente matematizados. Essas orientações
chegam com maior força política ao Brasil apenas em meados da década de 1990 e
por meio de instituições fora do eixo da saúde pública.
O planejamento estratégico no Brasil foi adotado em sua abordagem
técnico-política, influenciando o desenho dos distritos sanitários e a organização

06
dos serviços de saúde. Paim (1993) contesta a adoção desse planejamento

3:
:1
situacional para a organização dos distritos, devido às limitações do método no

04
que concerne à compreensão integral da realidade e dos sujeitos. Essa visão mais

0
02
abrangente preconizada por Paim, que considera os elementos da promoção da

/2
03
saúde, da produção social da saúde e da visão de território vivo de Milton Santos

8/
-2
(1978), ficou hegemônica no que se convencionou chamar movimento de Saúde

om
Coletiva.
.c
As reformas de saúde nos anos 1970 foram influenciadas por uma série de
ok

movimentos populares e políticos de redemocratização na América Latina, o que


tlo
ou

resultou numa outra forma de entender e construir planejamento em saúde e


@

contribuiu com a construção – na academia –, do campo de Saúde Coletiva no


09
bs

Brasil.
-m

Em consonância com a disseminação de abordagens do planejamento em saúde a


1

partir de enfoques estratégicos, outra tradição se formou no setor saúde brasileiro


-7
41

e se relaciona à programação em saúde, o que passaremos a tratar na seção


.9
34

seguinte.
.7
17
-0
a

Principais normas e disposições específicas sobre


lv
Si

o planejamento governamental no estado


o
un
Br

brasileiro
s
co
ar
M

Legislação Disposições sobre o planejamento governamental


Estatui normas gerais de direito financeiro para
Lei n° 4.320, elaboração, execução e controle dos orçamentos e
de 1964 balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal.
Art. 165 a 169 Estabelece o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes
da Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA)
Constituição como os componentes fundamentais do ciclo de
Federal de planejamento e orçamento para os três entes da
1988 Federação.

| 12
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Art. 195, § 2°da


Define que a proposta de orçamento da seguridade
Constituição social será elaborada de forma integrada pelos órgãos
Federal de
responsáveis pela saúde, previdência social e
1988 assistência social.
Dispõe sobre os procedimentos a serem observados
Lei n° 12.527, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios
de 2011 visando garantir o acesso à informação previsto na
Constituição Federal de 1988.
Lei
Estabelece normas de finanças públicas voltadas para
Complementar
a responsabilidade na gestão fiscal e estatui
n° 101, de 29

06
disposições complementares para a elaboração e

3:
de dezembro

:1
execução do PPA, da LDO e da LOA.
de 2000

04
0
02
/2
03
8/
-2
LEGISLAÇÃO Disposições sobre o planejamento no SUS

om
Estabelece que o processo de planejamento e
.c
orçamento no SUS será de natureza ascendente desde
ok
tlo

a esfera municipal até a federal e deverá observar o


Art. 36 da Lei
ou

equilíbrio financeiro dos entes da Federação, define o


@

n° 8.080, de
09

Plano de Saúde como instrumento básico do


1990
bs

planejamento setorial e confere ao CNS a atribuição


-m

de estabelecer as diretrizes gerais para a elaboração


1
-7

dos planos de saúde.


41

Define as conferências de saúde como instâncias para


.9
34

avaliação da situação de saúde e proposição de


.7
17

diretrizes para a formulação da política de saúde nas


Lei n° 8.142, de
-0

três esferas, de maneira ascendente, e estabelece a


1990
a
lv

elaboração dos planos de saúde como condição para


Si

o recebimento de transferências do Fundo Nacional de


o
un

Saúde (FNS).
Br

Institui a obrigatoriedade da aplicação por parte dos


s
co

três entes da Federação de patamares mínimos de


ar

Emenda
M

recursos fiscais para o finan- ciamento das ações e


Constitucional
serviços de saúde no SUS, patamares esses que
n° 29, de 2000
deverão balizar a previsão de receitas e despesas nos
processos de planejamento do SUS.
Estabelece os fundamentos conceituais e operativos
essenciais ao processo de organização das redes de
Portaria n° atenção à saúde e as diretrizes para sua
4.279, de 2010 implementação, visando a regionalização das ações e
serviços de saúde no SUS e consequente garantia da
integralidade do cuidado.

| 13
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Regulamenta a Lei 8.080/1990 no que se refere à


organização do SUS, ao planejamento da saúde, à
assistência à saúde e à articulação interfederativa.
Estabelece critérios para a instituição das regiões de
saúde, define o planejamento como atividade
Decreto n°
obrigatória dos entes federados, de natureza
7.508, de 2011
ascendente e integrada e indutora das políticas para a
iniciativa privada. Institui o Coap como acordo de
colaboração entre os entes da Federação, visando
integrar as ações e serviços de saúde no âmbito
regional.

06
3:
Estabelece as diretrizes gerais para a instituição das

:1
regiões de saúde no âmbito do SUS, institui a Região

04
0
de Saúde como base para o planejamento dos entes

02
Resolução CIT
federados e define as CIR, as CIB e a CIT como fóruns

/2
n° 01/2011

03
de pactuação de um amplo conjunto de decisões

8/
-2
essenciais para o planejamento regional integrado no

om
SUS.
.c
Regulamenta o § 3º do art. 198 da Constituição
ok
tlo

Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem


ou

aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito


@

Lei
Federal e Municípios em ações e serviços públicos de
09

Complementar
bs

saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos


-m

n° 141, de 2012
de transferências para a saúde e as normas de
1
-7

fiscalização, avaliação e controle das despesas com


41

saúde nas 3 (três) esferas de governo.


.9
34

Estabelece diretrizes para o processo de planejamento


.7

no âmbito do SUS, define o Plano de Saúde, as


17
-0

respectivas Programações Anuais e o Relatório de


a

Gestão como os instrumentos fundamentais para o


lv
Si

planejamento no âmbito do SUS. Estabelece ainda


o

Portaria n°
un

que o Plano de Saúde deverá observar os prazos do


Br

2.135, de 2013
PPA de cada ente da Federação. Dispõe que o
s
co

processo de planejamento regional integrado será


ar
M

coordenado pela gestão estadual, envolverá os três


entes federados e será elaborado no âmbito das
regiões de saúde.

Articulação do Planejamento
Do ponto de vista do município, primeiro temos a elaboração do Plano
Municipal de Saúde (PMS), um documento que deve ter uma validade de quatro
anos, deve ser mais genérico e ser um componente do Plano Plurianual (PPA).

| 14
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Esse PMS deve ser detalhado, anualmente, no Programação Anual da Saúde


(PAS). A PAS deve explicitar operações e metas a serem cumpridas e expressas na
94
Lei Orçamentária Anual - LOA, proposta pelo executivo e aprovada pelo
legislativo.
Toda lei orçamentária possui uma flexibilidade que é dada ao gestor para um
da governança exercida na Região de Saúde por meio da CIR. Tal fato traz a necessidade
porcentual de alterações necessárias, que um eventual processo de planejamento
de uma organização que permita o acompanhamento permanente desse processo,
contínuo determine em suas revisões de metas.
uma vez que a CIR é a instância da pactuação, do monitoramento e da avaliação do
Essa PAS passa pela aprovação dos Conselhos de Saúde dos municípios. Além
planejamento regional integrado, como pode ser visto no Diagrama 2.
disso, qualquer alteração no plano municipal deve ser autorizada pelo Conselho
Municipal de Saúde - CMS. Mesmo em situações de emergência ou calamidade, a
Diagrama 2 Padrão de planejamento regional
aplicação dos recursos nestas situações deve ser aprovada posteriormente em

06
uma prestação de contas ao CMS.

3:
:1
Comissão Intergestores Regional (CIR) e o processo de planejamento
Ao final do ano, a avaliação das metas e o desempenho físico e financeiro do

04
PAS devem compor um relatório queMONITORA
é conhecido comoAVALIA Relatório Anual de

0
02
PACTUA
da governança exercida na Região de Saúde por meio
Gestão (RAG) que deve ser aprovado pelo Conselho Municipal da CIR. Tal fato trazde
a necessidade
Saúde. Esse

/2
03
de uma organização que permita o acompanhamento
relatório apresenta a avaliação da política pública. permanente desse processo,

8/
Fonte: elaboração própria.

-2
Retirei
uma vez que aalguns
CIR é adiagramas
instância da e pactuação,
algumas tabelas do documento
do monitoramento e da Planejamento
avaliação do

om
Regional Integrado,
planejamento regionalciclointegrado,
e etapas de elaboração
como , feitonoem
pode ser visto 2015, pelo
Diagrama 2. Ministério da
A coordenação do processo do planejamento regional integrado é da gestão
.c
Saúde (Fundação Oswaldo Cruz).

ok
estadual e envolve todos os Municípios que compõem a Região de Saúde, o Estado, por
tlo

Diagrama 2 Padrão de planejamento regional


meio da Secretaria Estadual de Saúde, e a União, por meio do Ministério da Saúde.
ou
@

O planejamento da saúde realizado no âmbito da Região de Saúde, denominado


09

Comissão Intergestores
planejamento Regionalvem
regional integrado, (CIR) e o processo
contribuir paradeoplanejamento
alinhamento do conjunto
bs
-m

de processos relacionados à harmonização das políticas de saúde, que estão expressos


PACTUAde planejamento
nos instrumentos MONITORA AVALIA
dos entes federados que compõe a Região de Saúde,
1
-7
41

com destaque para os planos de saúde e respectivas programações anuais, conforme


.9

o Diagrama
ilustraprópria. 3.
34

Fonte: elaboração
.7
17

Diagrama 3 do
A coordenação Ciclo geral dedo
processo planejamento regional
planejamento integrado
regional no SUS
integrado é da gestão
-0

estadual e envolve todos os Municípios que compõem a Região de Saúde, o Estado, por
a
lv
Si

meio da Secretaria
Diretrizes Estadual de Saúde, e a União, por meio do Ministério daPPA,
Nacionais — CNS Saúde.
LDO
PNS PES PMS
o

Prioridades: Conselhos de Saúde e LOA


un

O planejamento da saúde realizado no âmbito da Região de Saúde, denominado


Br

planejamento regional integrado, vem contribuir para o alinhamento do conjunto


s
co

Diretrizes, Objetivos,
de processos relacionados à harmonização Metas ede
das políticas Indicadores
saúde, que estão expressos
ar

PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE


M

nos instrumentos
MAPA DA SAÚDE
de planejamento dos entes federados que compõe a Região de Saúde,
RREO
comnecessidades
destaquede saúde
para os planos de saúde e respectivas programações anuais, conforme
PLANEJAMENTO REGIONAL INTEGRADO
ilustra o Diagrama 3. < Região de Saúde >
Relatório
Detalhado do
Quadrimestre
Diagrama 3 Ciclo geral de planejamento regional integrado no SUS
Diretrizes, Objetivos Plurianuais, Metas
e Indicadores de Saúde para a Região
Relatório
Diretrizes Nacionais — CNS PPA,deLDO
Gestão
Prioridades: Conselhos de Saúde PNS CONTRATO ORGANIZATIVO
PES PMS
DA AÇÃO e LOA
PÚBLICA DA SAÚDE — COAP
Fonte: BRASIL (2013).

Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores


Ministério da Saúde / Fundação Oswaldo Cruz PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDEManual de Planejamento no SUS
MAPA DA SAÚDE
RREO
necessidades de saúde
PLANEJAMENTO REGIONAL INTEGRADO | 15
< Região de Saúde >
Relatório
Detalhado do
Quadrimestre
as necessidades de saúde da população e as peculiaridades próprias de cada esfera.
É elaborado no primeiro ano da gestão em curso, com execução a partir do segundo
Professor Alyson Barros
ano da gestãoSEMAD-Goiânia
em curso ao primeiro
2020 ano da gestão subsequente.
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Figura 1 Planejamento governamental: relação entre o Plano de Saúde


e o Plano Plurianual

PREMISSAS:
PL ANO DE SAÚ D E ◊ Plano de Governo PL ANO PL U R IAN UAL*
Lei n° 8.080/1990 / Port. n° 2.135/2013 ◊ Prioridade da Gestão CF/88 ART. 165

Diretrizes do CNS Análise


Diretrizes
e da Conferência Situacional

EC n° 86 / Lei n° 8.142/1990 Lei n° 8.080/1990


Lei n° 141/2012 / Port. n° 2.135/13 Port. n° 2.135/2013 ORIENTADORES 1

ESTRUTURA 5

06
3:
OBJETIVOS < 4 ANOS >

:1
04
0
02
LC n° 141/2012
*O PPA também conta com estrutura “Programa”

/2
03
8/
INDICADORES M ETA AN UAL M ETA AN UAL M ETA AN UAL M ETA AN UAL

-2
om
Port. n° 2.135/2013 Decreto n° 7.508/2001 / LC n° 141/2012

.c
ok
Fonte: Ministério da Saúde.
tlo
ou
@
09

Ministério da Saúde / Fundação Oswaldo Cruz Principais instrumentos, estruturas básicas e ferramentas de apoio para o planejamento no SUS
bs
-m
1
-7
41
.9
34
.7
17
-0
a
lv
Si
o
un
Br
s
co
ar
M

| 16
111

Professor Alyson Barros


SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública
Quadro 11 Agenda do gestor segundo o ciclo de planejamento no SUS

prazo instrumento providências marco legal

Convocação pelo Poder


A cada 4 anos ou

x em período inferior
Conferência Executivo local ou, extraordi- § 1° art. 1 Lei n° 8.142,
de Saúde nariamente, pelo Conselho de 1990
extraordinariamente
de Saúde.

Elaboração do Plano de

x 1° ano de gestão
Saúde com base nas Diretrizes § 8° art. 15 Lei n° 8.080,
Plano de Saúde
dispostas pelo Conselho de 1990
de Saúde.

06
Encaminhamento da PAS do

3:
Antes da entrega

x da LDO do exercício

:1
Plano de Saúde ao respectivo § 2° art. 36 LC n° 141,

04
PAS
Conselho de Saúde, para de 2012
correspondente

0
02
Aprovação.

/2
03
x Até 15 de abril
Entrega do Projeto de LDO

8/
LDO Art. 165 CF 1988
na Casa Legislativa

-2
om
Registro da pactuação das

x
.c § 2° art. 4 Resolução n° 5,
ok
Anual Sispacto Diretrizes, Objetivos, Metas
de 2013
tlo

e Indicadores.
ou
@

Preenchimento do Sistema Art. 39 LC n° 141, de 2012,

x 30 de janeiro
09

SIOPS referente ao exercício (ano) Cap. I Dec. n° 7.827, de


bs
-m

anterior. 2012, Port. n° 53, de 2013


1
-7

Preenchimento do Sistema Art. 39 LC n° 141, de 2012,

x
41

30 de janeiro SIOPS referente ao 6° bimestre do Cap. I Dec. n° 7.827, de


.9

exercício anterior. 2012, Port. n°53, de 2013


34
.7
17

Apresentação do RDQA no
-0

Relatório
Conselho de Saúde e na Casa

x
Detalhado do § 5° art. 36 LC n° 141,
a

Fevereiro Legislativa da esfera corres-


lv

Quadrimestre de 2012
Si

pondente, referente ao
o

Anterior
un

Quadrimestre anterior.
Br
s

continua 5
co
ar

Ministério da Saúde / Fundação Oswaldo Cruz Principais instrumentos, estruturas básicas e ferramentas de apoio para o planejamento no SUS
M

| 17
Professor Alyson Barros
112 SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública
5 continuação

prazo instrumento providências marco legal

x 30 de março
Relatório de Envio do Relatório de Gestão
Art. 36 LC n° 141, de 2012
Gestão ao Conselho de Saúde

Art. 39 LC n° 141, de 2012,

x
Preenchimento do Sistema
30 de março SIOPS Cap. I Dec. n° 7.827, de
referente ao bimestre anterior.
2012, Port. n° 53, de 2013

Apresentação do RDQA no
Relatório
Conselho de Saúde e na Casa

x
Detalhado do § 5° art. 36 LC n° 141,
Maio Legislativa da esfera corres-

06
Quadrimestre de 2012
pondente referente ao

3:
Anterior

:1
Quadrimestre anterior

04
0
Art. 39 LC n° 141, de 2012,

02
x
Preenchimento do Sistema
30 de maio SIOPS Cap. I Dec. n° 7.827, de

/2
referente ao bimestre anterior.

03
2012, Port. n° 53, de 2013

8/
-2
Encerramento do período da

x om
Sessão Legislativa. Sanção § 2° Art. 35,
LDO .c
do Chefe do Poder Executivo art. 165 CF 1988
ok
tlo

da LDO.
ou
@

Art. 39 LC n° 141, de 2012,

x 30 de julho
09

Preenchimento do Sistema
SIOPS Cap. I Dec. n° 7.827, de
bs

referente ao bimestre anterior.


2012, Port. n° 53, de 2013
-m
1
-7

Entrega do Projeto de Lei

x do ano de gestão
30 de agosto
41

PPA do PPA na Casa Legislativa Art. 165 CF 1988


.9

correspondente.
34
.7
17

x 30 de agosto
Entrega do Projeto de LOA
-0

LOA Art. 165 CF 1988


na Casa Legislativa.
a
lv
Si

Apresentação do RDQA no
o

Relatório
un

Conselho de Saúde e na Casa

x Setembro
Detalhado do § 5° Art. 36 LC n° 141,
Br

Legislativa da esfera corres-


Quadrimestre de 2012
s

pondente referente ao
co

Anterior
ar

Quadrimestre anterior.
M

continua 5
Ministério da Saúde / Fundação Oswaldo Cruz Manual de Planejamento no SUS

| 18
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020 113

Conhecimentos Gerais em Saúde Pública


5 conclusão

prazo instrumento providências marco legal

Art. 39 LC n° 141, de 2012,

x
Preenchimento do Sistema
30 de setembro SIOPS Cap. I Dec. n° 7.827, de
referente ao bimestre anterior.
2012, Port. n° 53, de 2013

Art. 39 LC n° 141, de 2012,

x
Preenchimento do Sistema
30 de novembro SIOPS Cap. I Dec. n° 7.827, de
referente ao bimestre anterior.
2012, Port. n° 53, de 2013

Encerramento da Sessão

x do ano de gestão
Dezembro § 2° art. 35,
PPA Legislativa. Sanção do Chefe

06
art. 165 CF 1988
do Poder Executivo do PPA.

3:
:1
04
Encerramento da Sessão

x
§ 2° art. 35,

0
Dezembro LOA Legislativa. Sanção do Chefe

02
art. 165 CF 1988

/2
do Poder Executivo da LOA.

03
8/
-

-2
ma de educação permanente,

om
para atuar na formulação de
.c
ok
estratégias e assegurar o

x
Educação Art. 44
tlo

Permanente efetivo controle social da


Permanente Lei n° 141, de 2012
ou

execução da política de saúde,


@

especialmente os representantes
09

de usuários e trabalhadores
bs
-m

de saúde.
1
-7

Cabe ao Ministério da Saúde


41
.9
34

metodologia pactuada, os

x Anual
.7

montantes a serem transferidos § 1° art. 17 LC n° 141,


17

Metodologia
a cada Estado, ao Distrito de 2012
-0

Federal e a cada Município,


a
lv

para custeio das ações e serviços


Si

públicos de saúde.
o
un
Br

Fonte: elaboração própria.


s
co

Portaria nº 2.135/2013
ar
M

Entendeu tudo até aqui?


PrincipaisEsqueça
Ministério da Saúde / Fundação Oswaldo Cruz tudo básicas
instrumentos, estruturas de 2006. O deque
e ferramentas vale
apoio para agora noéSUSa
o planejamento

PORTARIA Nº 2.135, DE 25 DE SETEMBRO DE 2013.

Art. 1º Esta Portaria estabelece diretrizes para o processo de planejamento


no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. O planejamento no âmbito do SUS terá como base os
seguintes pressupostos:
I - planejamento como responsabilidade individual de cada um dos três
entes federados, a ser desenvolvido de forma contínua, articulada e integrada.

| 19
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

II - respeito aos resultados das pactuações entre os gestores nas Comissões


Intergestores Regionais (CIR), Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT).
III - monitoramento, a avaliação e integração da gestão do SUS.
IV - planejamento ascendente e integrado, do nível local até o federal,
orientado por problemas e necessidades de saúde para a construção das
diretrizes, objetivos e metas.
V - compatibilização entre os instrumentos de planejamento da saúde (Plano
de Saúde e respectivas Programações Anuais, Relatório de Gestão) e os
instrumentos de planejamento e orçamento de governo, quais sejam o Plano
Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária
Anual (LOA), em cada esfera de gestão;

06
VI - transparência e visibilidade da gestão da saúde, mediante incentivo à

3:
:1
participação da comunidade;

04
VII - concepção do planejamento a partir das necessidades de saúde da

0
02
população em cada região de saúde, para elaboração de forma integrada.

/2
03
Art. 2º Os instrumentos para o planejamento no âmbito do SUS são o Plano

8/
-2
de Saúde, as respectivas Programações Anuais e o Relatório de Gestão.

om
§ 1º Os instrumentos referidos no "caput" interligam-se sequencialmente,
.c
compondo um processo cíclico de planejamento para operacionalização
ok

integrada, solidária e sistêmica do SUS.


tlo
ou

§ 2º O Plano de Saúde norteia a elaboração do planejamento e orçamento do


@

governo no tocante a saúde.


09
bs

§ 3º Os prazos para elaboração do PPA, da LDO e da LOA observam o


-m

disposto nas Constituições e Leis Orgânicas dos entes federados.


1

Art. 3º O Plano de Saúde, instrumento central de planejamento para


-7
41

definição e implementação de todas as iniciativas no âmbito da saúde de cada


.9
34

esfera da gestão do SUS para o período de quatro anos, explicita os compromissos


.7

do governo para o setor saúde e reflete, a partir da análise situacional, as


17
-0

necessidades de saúde da população e as peculiaridades próprias de cada esfera.


a

§ 1º O Plano de Saúde configura-se como base para a execução, o


lv
Si

acompanhamento, a avaliação da gestão do sistema de saúde e contempla todas


o
un

as áreas da atenção à saúde, de modo a garantir a integralidade dessa atenção.


Br

§ 2º O Plano de Saúde observará os prazos do PPA, conforme definido nas


s
co

Leis Orgânicas dos entes federados.


ar
M

§ 3º A elaboração do Plano de Saúde será orientada pelas necessidades de


saúde da população, considerando:
I - análise situacional, orientada, dentre outros, pelos seguintes temas
contidos no Mapa da Saúde:
a) estrutura do sistema de saúde;
b) redes de atenção à saúde;
c) condições sociossanitárias;
d) fluxos de acesso;
e) recursos financeiros;
f) gestão do trabalho e da educação na saúde;
g) ciência, tecnologia, produção e inovação em saúde e gestão;

| 20
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

II - definição das diretrizes, objetivos, metas e indicadores; e


III - o processo de monitoramento e avaliação.
§ 4º Os Planos Estaduais de Saúde deverão ainda explicitar a metodologia de
alocação dos recursos estaduais e a previsão anual de repasse recursos aos
Municípios, pactuada pelos gestores estaduais e municipais na CIB e aprovadas
pelo Conselho Estadual de Saúde.
§ 5º Os Planos Estaduais de Saúde terão como base as metas regionais,
resultantes das pactuações intermunicipais, com vistas à promoção da equidade
inter-regional.
§ 6º A transparência e a visibilidade serão também asseguradas mediante
incentivo à participação popular e à realização de audiências públicas, durante o

06
processo de elaboração e discussão do Plano de Saúde.

3:
:1
§ 7º O Plano de Saúde deverá considerar as diretrizes definidas pelos

04
Conselhos e Conferências de Saúde e deve ser submetidoà apreciação e aprovação

0
02
do Conselho de Saúde respectivo e disponibilizado em meio eletrônico no Sistema

/2
03
de Apoio ao Relatório de Gestão (SARGSUS), disponível em

8/
-2
www.saude.gov.br/sargsus.

om
Art. 4º A Programação Anual de Saúde (PAS) é o instrumento que
.c
operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde e tem por objetivo
ok

anualizar as metas do Plano de Saúde e prever a alocação dos recursos


tlo
ou

orçamentários a serem executados.


@

§ 1º Para Estados e Municípios, a PAS deverá conter:


09
bs

I - a definição das ações que, no ano especifico, garantirão o alcance dos


-m

objetivos e o cumprimento das metas do Plano de Saúde.


1

II - a identificação dos indicadores que serão utilizados para o


-7
41

monitoramento da PAS; e
.9
34

III - a previsão da alocação dos recursos orçamentários necessários ao


.7

cumprimento da PAS;
17
-0

§ 2º Para a União, serão estabelecidas metas anualizadas do Plano de Saúde


a

e a previsão da alocação dos recursos orçamentários necessários ao cumprimento


lv
Si

da PAS.
o
un

§ 3° O prazo de vigência da PAS coincidirá com o ano calendário.


Br

Art. 5º No processo de elaboração e execução da PAS, os gestores de saúde


s
co

observarão os seguintes prazos:


ar
M

I - elaboração e envio para aprovação do respectivo Conselho de Saúde


antes da data de encaminhamento da LDO do exercício correspondente; e
II - execução no ano subsequente.
Art. 6º O Relatório de Gestão é o instrumento de gestão com elaboração
anual que permite ao gestor apresentar os resultados alcançados com a execução
da PAS e orienta eventuais redirecionamentos que se fizerem necessários no Plano
de Saúde.
§ 1º O Relatório de Gestão contemplará os seguintes itens:
I - as diretrizes, objetivos e indicadores do Plano de Saúde;
II - as metas da PAS previstas e executadas;
III - a análise da execução orçamentária; e

| 21
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

IV - as recomendações necessárias, incluindo eventuais redirecionamentos


do Plano de Saúde.
§ 2º Os entes federados que assinarem o Contrato Organizativo de Ação
Pública em Saúde (COAP) deverão inserir seção específica relativa aos
compromissos assumidos e executados.
§ 3º O Relatório de Gestão deve ser enviado ao respectivo Conselho de Saúde
até o dia 30 de março do ano seguinte ao da execução financeira, cabendo ao
Conselho emitir parecer conclusivo, por meio do SARGSUS.
Art. 7º O Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior é um instrumento de
monitoramento e acompanhamento da execução da PAS e deve ser apresentado
pelo gestor do SUS até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, em

06
audiência pública na Casa Legislativa do respectivo ente da Federação.

3:
:1
Parágrafo único. O relatório previsto no "caput" observará o modelo

04
padronizado previsto na Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 459, de

0
02
2012 e conterá, no mínimo, as seguintes informações:

/2
03
I - montante e fonte dos recursos aplicados no período;

8/
-2
II - auditorias realizadas ou em fase de execução no período e suas

om
recomendações e determinações;
.c
III - oferta e produção de serviços públicos na rede assistencial própria,
ok

contratada e conveniada, cotejando esses dados com os indicadores de saúde da


tlo
ou

população em seu âmbito de atuação.


@

Art. 8º O planejamento regional integrado será elaborado no âmbito da


09
bs

Região de Saúde, com base nas necessidades de saúde expressas nos planos
-m

municipais de saúde e será pactuado, monitorado e avaliado pela CIR.


1

§ 1º O processo de planejamento regional integrado será coordenado pela


-7
41

gestão estadual e envolverá os três entes federados.


.9
34

§ 2º O planejamento regional integrado expressará as responsabilidades dos


.7

gestores de saúde em relação à população do território quanto à integração da


17
-0

organização sistêmica do SUS, evidenciando o conjunto de diretrizes, objetivos,


a

metas e ações e serviços para a garantia do acesso e da integralidade da atenção.


lv
Si

§ 3º A produção resultante do processo de planejamento regional integrado


o
un

realizado no âmbito da Região de Saúde expressará:


Br

I - a identificação da situação de saúde no território e das necessidades de


s
co

saúde da população da Região de Saúde;


ar
M

II - as diretrizes, os objetivos plurianuais e as metas anuais para a Região de


Saúde, bem como os prazos de execução, indicadores, responsabilidades dos
entes federados;
III - a Programação Geral das Ações e Serviços de Saúde.
§ 4º A produção referida no § 3º comporá o COAP.
§ 5º Os atuais planos de ação regional das redes de atenção à saúde, bem
como os planos de ação e de aplicação de recursos de promoção e vigilância à
saúde, de assistência farmacêutica, da gestão do trabalho e da educação na saúde
dos três entes federados comporão e integrarão os produtos do planejamento
regional integrado.

| 22
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Ferramentas de Planejamento de Políticas


Públicas
Temos duas grandes ferramentas que auxiliam o planejamento das
políticas públicas. O primeiro é o modelo do Carlos Matus (Planejamento
Estratégico Situacional), o segundo é o Modelo Lógico.
O Carlos Matus foi o cara que criou o Planejamento Estratégico Situacional.

06
A CONCEPÇÃO DE PLANEJAMENTO EM MATUS

3:
:1
A concepção de planejamento presente na obra de Matus parte da

04
articulação planejamento e governo. Pretende resgatar o planejamento como

0
02
método de governo, como ferramenta útil, flexível e eficaz para lidar com as

/2
03
necessidades da direção em cada lugar da administração pública. Governo, em

8/
Matus, se refere ao comando de um processo, não apenas do Estado, mas também

-2
de um ministério, sindicato ou unidade de saúde, por exemplo. Neste sentido, nos
om
.c
diz Matus (1985: 29), La planificación estrategica redefine y identifica, en buenas
ok

cuentas, dirección con planificación, no hace una separación tajante entre ambas.
tlo
ou

A tomada de decisões é responsabilidade de quem governa, de quem


@

conduz. Conforme Matus (1985), planeja quem governa, quem tem a capacidade
09

de decidir, de conduzir. Matus (1985: 36) é tão enfático a este respeito que a
bs
-m

terceira das oito considerações apresentadas sobre planejamento situacional em


1

um de seus trabalhos é a de que La planificación es inseparable de la gerencia. Para


-7
41

ele, a única forma para que o planejamento funcione é respondendo às


.9

necessidades de quem gerencia. Assim, o planejamento situacional é


34
.7

compreendido como uma forma de organização para a ação, e esta seria sua
17

diferença fundamental em relação ao planejamento tradicional.


-0

No planejamento situacional, a ênfase é colocada no momento da ação e usa a


a
lv
Si

exploração do futuro como recurso para dar racionalidade à ação. Cálculo e ação
o
un

são inseparáveis e recorrentes. Assim, o planejamento é o cálculo que precede e


Br

preside a ação. É o cálculo para a decisão a ser tomada hoje (Matus, 1987a).
s
co

Introduz a noção de que o planejamento está voltado para o presente, já que a


ar

única forma de construir o futuro é atuar, e só é possível agir no presente. Toda


M

ação concreta se faz no presente, para impactar o futuro desejado. Assim, a


decisão sobre o que fazer hoje será eficaz ou não para a construção do futuro
desejado.
Matus aponta como produto último do plano, o cálculo que precede e
preside a ação hoje. Todo cálculo sobre o amanhã aparece como produto
intermediário. O presente é o ponto de encontro entre governo e planejamento.
O planejamento situacional se apresenta como cálculo que permite governar em
situações de conflito e poder compartilhado e parte da premissa de que não é
possível predizer o futuro, mas sim fazer previsões de possibilidades para projetar
ações e portanto, ser oportuno e eficaz na ação.

| 23
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

O planejamento situacional aponta o fracasso do planejamento enquanto livro-


plano, ou seja, enquanto documento normativo, enquanto um futuro que "deve
ser". Como a realidade muda constantemente, é preciso que o planejamento seja
a mediação entre o conhecimento e a ação, sendo assim continuamente
construído. Em síntese, o planejamento, no enfoque estratégico-situacional, nem
se refere ao futuro como coisa essencial nem é apenas um desenho. Este é apenas
parte do processo de planejamento.
Cabe ainda explicar o conceito de situação, que se encontra atrelado à
compreensão do planejamento em situações de conflito. O planejamento
tradicional não considera, além do Estado, outras forças sociais que também
planejam. Restringe-se ao planejamento econômico, não incorporando a

06
dimensão política na construção do plano. No enfoque de Matus, o ator está

3:
:1
inserido em uma realidade concreta onde existem outros atores, inclusive

04
oponentes, que também planejam. Assim, no enfoque situacional, o planejamento

0
02
é realizado por atores que têm interesses específicos, explicações diferentes da

/2
03
realidade, e cada perspectiva estará marcada, condicionada, limitada pela

8/
-2
inserção particular de cada ator. Dessa forma, o planejamento tem que incorporar

om
a perspectiva política como forma de lidar com as resistências de outras forças
.c
presentes na realidade. Torna-se imprescindível considerar, além dos recursos
ok

econômicos, os recursos de poder existentes para criar viabilidade ao processo de


tlo
ou

mudança.
@
09
bs

OS QUATRO MOMENTOS DO PLANEJAMENTO SITUACIONAL


-m

O processo de planejamento é concebido por Matus através de quatro


1

momentos fundamentais, os quais, é preciso que fique bem claro, não se


-7
41

confundem com etapas. A idéia de momento indica instância, circunstância ou


.9
34

conjuntura de um processo contínuo que não tem nem início nem fim
.7

determinados. Nenhum momento está isolado dos demais. O que ocorre é um


17
-0

domínio passageiro de um momento sobre os demais ao longo do processo. São


a

eles: o explicativo, o normativo, o estratégico e o tático-operacional.


lv
Si

O momento explicativo é aquele onde se está indagando sobre as


o
un

oportunidades e problemas que enfrenta o ator que planeja e buscando, antes de


Br

tudo, explicar suas origens e causas. Relaciona-se a compreensão do que foi e do


s
co

que tende a ser a realidade.


ar
M

O momento normativo corresponde ao desenho de como deve ser a


realidade, que, no planejamento tradicional, se confunde com todo o processo de
planejamento. Significa a operação que supere os problemas cruciais (chamados
de nós críticos), permitindo estabelecer as operações que, em diferentes cenários,
levam à mudança da situação inicial em direção à situação objetivo.
O momento estratégico se relaciona à questão da viabilidade e, portanto,
aos obstáculos a vencer para aproximar a realidade da situação eleita como
objetivo. É nesse momento que deve se dar o cálculo para a superação dos
obstáculos que se colocam para a efetivação de mudanças, sejam eles relativos à
escassez de recursos econômicos, políticos ou institucionais-organizacionais. Está
centrado na identificação do "que pode ser".

| 24
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

O momento tático-operacional é "o fazer" — é o momento decisivo do


planejamento situacional. Já que o planejamento é concebido como cálculo que
precede e preside a ação, as possibilidades ou o alcance do processo de
planejamento se darão pela capacidade desse cálculo alterar, conduzir, orientar
as ações presentes. É o momento tático-operacional que articula o planejamento
situacional de conjuntura com o planejamento de situações-perspectivas.

O MOMENTO TÁTICO-OPERACIONAL
Pode ser compreendido a partir de dois movimentos básicos:
- Avaliação da situação na conjuntura — instância de conhecimento;
- Decisão sobre problemas e operações — instância de ação.

06
Os dois apresentam uma relação dialética entre si que concretiza a

3:
:1
mediação entre conhecimento e ação. O primeiro — apreciação situacional —

04
conforme Matus (1987b), representa o juízo que permite captar e avaliar a

0
02
realidade e o desenvolvimento de novos problemas, tendo como perspectiva a

/2
03
análise da direcionalidade do processo. O segundo — o momento das decisões —

8/
-2
volta-se para a resolução dos problemas e operações, constituindo-se como a via

om
para ajustes entre o plano e a realidade, através das decisões e ações concretas.
.c
O momento tático-operacional combina um processo de avaliação do que se tem
ok

feito frente aos efeitos esperados, com uma pré-avaliação dos impactos para
tlo
ou

conduzir a decisões que gerem maior aproximação com os objetivos perseguidos.


@

Dois critérios se apresentam para nortear a condução do dia a dia: a concentração


09
bs

estratégica e a flexibilidade tática. O primeiro implica a concentração sobre os


-m

problemas e operações estratégicas, ou seja, tratamentos diferenciados aos vários


1

problemas e operações. O segundo tem por finalidade a comparação entre o que


-7
41

foi simulado e a realidade, tendo em vista melhorar a qualidade dos cálculos


.9
34

seguintes, permitindo uma adaptação flexível entre o plano e as mudanças da


.7

realidade.
17
-0

Conforme Matus, o processo de planejamento supõe a articulação dos


a

momentos explicativo (apreciação situacional), normativo (direcionalidade),


lv
Si

estratégico (viabilidade) e tático-operacional (cálculo que precede e preside a


o
un

ação), de modo a constituir um sistema oportuno e eficaz de tomada de decisões.


Br

Essa articulação deve evitar a dissociação entre a ação e à estratégia, de modo que
s
co

as restrições do presente não levem a desvios da direcionalidade, nem que a


ar
M

estratégia leve ã perda de contato com a ação tática.


Matus (1987b) aponta ainda outros elementos, além do domínio teórico e do
cálculo formal, como fundamentais para um sistema de planejamento maduro,
que são a experiência, o pragmatismo e a criatividade.
O tipo de problema a ser tratado — processos estruturados ou semi-
estruturados — determinará o tipo de avaliação a desenvolver. Quando se
enfrentar problemas estruturados, esta ocorrerá através de informação
normatizada e auto-explicativa. Quando os problemas tiverem características de
processo semi-estruturado, será necessário o juízo situacional deliberativo, que
implica enfrentá-los de modo subjetivo e particular.

| 25
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Segundo Matus, as visões conflitivas no interior do governo impõem, para


que uma boa decisão seja tomada, que exista uma convincente argumentação e
defesa dos distintos pontos de vista. O autor aponta, entre outros, os seguintes
planos onde o conflito pode ocorrer: eficácia econômica versus eficácia política;
critérios de curto prazo versus programa de governo e estratégia de longo prazo;
tendências ideológicas e éticas contrapostas que incidem sobre a decisão.
Enfim, a mediação entre conhecimento e ação a realizar-se na conjuntura exige
uma série de articulações, sendo importante destacar:
1 - Articulação entre o cálculo estratégico e o processo permanente de tomada de
decisões, o que implica conceber o planejamento como processo permanente,
onde sempre há um plano sendo feito e, ao mesmo tempo, sempre há um plano

06
para apoiar as decisões.

3:
:1
2 - Articulação entre direção, planejamento e gestão, sob o princípio de que em

04
todos os níveis se dirige e se opera, ainda que com diferentes níveis de

0
02
complexidade.

/2
03
Com relação ao sistema de decisões, Matus (1987b) apresenta a visão de

8/
-2
múltiplas perspectivas de análise, apresentada originalmente por Allison como

om
uma aproximação a uma teoria situacional da tomada de decisões. Dentre as
.c
múltiplas perspectivas, são destacadas a visão política, dominada pelo critério de
ok

negociação entre forças distintas; a visão organizativa ou burocrática, dominada


tlo
ou

por procedimentos institucionais, e também a visão individual, dominada pelas


@

características particulares da personalidade de quem toma decisões.


09
bs

Uma questão a ser enfatizada relaciona-se ao espaço de possibilidades no


-m

processo decisório, que será sempre limitado à perspectiva situacional do ator,


1

que estará sempre cega a outras soluções que poderiam ser identificadas por
-7
41

outros atores. Desta forma, o dirigente não elege dentre as alternativas existentes,
.9
34

mas sim dentre as que se colocam como tal a partir de sua avaliação situacional.
.7

Fonte: AZEVEDO, Creuza da S.. Planning and management in the strategic-


17
-0

situational approach of Carlos Matus. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 8, n.


a

2, p. 129-133, June 1992 . Available from


lv
Si

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
o
un

311X1992000200003&lng=en&nrm=iso>. access
Br

on 21 Apr. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X1992000200003.


s
co
ar
M

A Matriz Lógica (ML) [ou quadro lógico, ou modelo lógico].

Matriz Lógica
Em 1969/70, a Agência Americana para o Desenvolvimento
Internacional1 (USAID), por meio dos consultores Rosenberg, Lawrence e Posner,
desenvolveu uma metodologia para monitorar os projetos que financiava e, ao
mesmo tempo, auxiliar os administradores, ou gestores, a desenvolver e mostrar a
efetividade de seus projetos de cooperação internacional. No contexto em que os
proponentes tinham dificuldades em focar suas ações e demonstrar seus
resultados efetivos, surgiu o método Logical Framework Approach (Enfoque Matriz

| 26
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Lógica),2utilizando conceitos do Gerenciamento por Objetivos (MBO / Management


by Objectives), importante método utilizado na época (Pfeiffer, 2000).
Atualmente várias organizações internacionais adotam obrigatoriamente a
Matriz Lógica: a Organização das Nações Unidas (ONU), a União Européia (EU), o
Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) (Pereira, 2009; Brasil, 2001). Dessa forma, a Matriz Lógica é
utilizada, principalmente, no contexto de projetos sociais, com a imposição de sua
utilização pelos financiadores internacionais. No Brasil, alguns órgãos utilizam
essa metodologia como a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Tribunal de
Contas da União (TCU) (Pereira, Conceição, Caballero Nunez, 2009).
Ortegón, autor que utiliza a Matriz Lógica no planejamento de projetos e

06
programas no Chile, escreve:

3:
:1
A Metodologia Matriz Lógica é uma ferramenta para facilitar o

04
processo de conceituação, desenho, execução e avaliação de

0
02
projetos. Sua ênfase está centrada na orientação por objetivos, a

/2
03
orientação frente a grupos beneficiários e facilitar a participação e

8/
-2
comunicação entre as partes interessadas3 (Ortegón; Pacheco;

om
Prieto, citados por Pereira, Conceição, Caballero Nunez, 2009, p. 69)
.c
Camacho (2001) aponta que, para se ter a visão a mais precisa possível da
ok

realidade que se pretende intervir e para garantir uma melhor comunicação da


tlo
ou

equipe, deve-se ter em mente que, a cada passo de construção realizado, deve ser
@

feita a formalização de acordos. Todas as partes interessadas devem participar do


09
bs

processo de desenho do projeto. O ideal é que representantes do público-alvo, ou


-m

beneficiários do projeto, toda a equipe envolvida e os representantes dos


1

financiadores participem. "Cada passo do método se constrói sobre as bases dos


-7
41

acordos alcançados no passo anterior,"4 escreve Camacho (2001, p. 22).


.9
34

O resultado do processo de construção participativa do projeto pode ser


.7

sintetizado em forma de uma matriz ou um quadro de quatro colunas por quatro


17
-0

linhas (Quadro 1), em que a primeira coluna aponta os objetivos, resultados e


a

atividades, a segunda, os indicadores, a terceira os meios de verificação dos


lv
Si

indicadores e a quarta os riscos ou pressupostos.


o
un

Peter Pfeiffer escreve:


Br

O Quadro Lógico (ou Matriz Lógica) é uma matriz que é elaborada


s
co

sucessivamente num processo de estruturação daqueles elementos


ar
M

considerados os mais importantes de um projeto e que permitem a


sua apresentação sistemática, lógica e sucinta. O que sempre tem
que anteceder o planejamento de um projeto é uma análise do que
se deseja mudar com a intervenção, de modo geral, uma situação-
problema. (Pfeiffer, 2000, p. 82-3).
É interessante notar que Pfeiffer aponta duas interessantes características da
Matriz Lógica: primeiro, ela propicia uma apresentação sistemática, lógica e
sucinta, útil para o que se apresentará na segunda parte deste artigo; segundo, ela
dá atenção especial à análise do que se deseja mudar com a intervenção e
antecede ao planejamento. Nesse momento, propõe-se, por meio de um processo
de brainstorming, elaborar uma "árvore de problemas" (causas, problema central,

| 27
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SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

efeitos), "tendo-se como intuito a percepção de um conjunto de deficiências,


dentre as quais uma é identificada como problema central" (Pereira, Conceição,
Caballero Nunez, 2009, p. 69). Mais uma vez, aponta-se a característica
participativa dessa metodologia, uma vez que brainstormings favorecem a
participação de outros atores, contribuindo para que o diagnóstico inicial seja
bem elaborado e aumentando as chances de sucesso do projeto.
Resumidamente, observa-se que, com a definição do problema central, suas
causas e seus efeitos, pensa-se a Árvore de Objetivos. Do problema central define-
se a situação desejada - aonde se quer chegar - e os efeitos se tornam fins e as
causas os meios. Então, temos elementos suficientes para a construção de alguns
quadros da Matriz Lógica. A finalidade definida é transformada em Objetivo Geral;

06
a situação desejada é transformada em Objetivo do Projeto; os meios tornam-se

3:
:1
nós críticos. "Nó crítico é a causa principal, aquela que, se atacada, resolve o

04
problema ou tende a diminuí-lo", afirma Silva (2001, p. 172). Nesse sentido, se

0
02
podemos ter governabilidade e gerenciar os nós críticos, eles entram como os

/2
03
Resultados da Matriz Lógica. Mas, se não há governabilidade e os nós críticos são

8/
-2
de ordem externa ao projeto, eles entram como fatores de risco, ou pressupostos,

om
na última coluna.
.c
A Matriz Lógica, então, é utilizada tanto para desenhar projetos por meio de um
ok

processo estruturado de maneira participativa quanto como um instrumento de


tlo
ou

apresentação, gerenciamento e avaliação de projetos. O esquema a seguir


@

(Quadro 2) demonstra como a ferramenta da Árvore de Problemas ajuda na


09
bs

construção e definição de objetivos e resultados da Matriz Lógica.


-m

A apresentação da Matriz Lógica, ou sua leitura segue três lógicas. Uma, é a leitura
1

vertical da primeira coluna, ou lógica de intervenção. Pffeifer (2000, p. 90) afirma


-7
41

que, por meio de uma "dupla checagem", averigua-se a consistência da Lógica de


.9
34

Intervenção. Assim, será observado o como, ou o porquê da intervenção.


.7

Queremos atingir o Objetivo Geral. Como? Atingindo o Objetivo do Projeto. Como?


17
-0

Atingindo tais Resultados. Como? Realizando tais Atividades. Ou, realizam-se tais
a

Atividades por que se quer atingir tais Resultados. Têm-se esses resultados porque
lv
Si

se quer atingir tal Objetivo do Projeto. Tal é o Objetivo do Projeto porque se quer
o
un

atingir tal Objetivo Geral. Ou seja, do sentido de cima para baixo temos a
Br

expressão "como" e, de baixo para cima, a expressão porque como conexão lógica
s
co

entre os níveis da intervenção.


ar
M

Já na lógica horizontal, cada nível da intervenção é seguido por seus


indicadores e meios de verificação. Dessa forma, esclarece-se de que forma o
projeto será acompanhado e avaliado pelos gestores do projeto.
A terceira lógica, que complementa as duas outras, é a leitura em
ziguezague, em que a primeira coluna, de baixo para cima, apresenta uma ligação
com a quarta coluna (riscos ou pressupostos) levando ao próximo nível de
intervenção. Ou seja, as Atividades mais o Pressuposto confirmado levam à
realização dos Resultados; os Resultados mais a confirmação dos pressupostos,
do seu nível de leitura, levam à realização do Objetivo do Projeto; o Objetivo do
Projeto mais a confirmação dos pressupostos do seu nível de leitura levam à
realização do Objetivo Geral; e, por fim, o Objetivo Geral mais os seus

| 28
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

pressupostos levam à continuidade ou sustentabilidade do projeto. Assim,


podemos pensar que os Riscos ou Pressupostos, dentro da Matriz Lógica, fazem
parte da leitura horizontal e fazem uma ligação com o nível seguinte de
intervenção.
Em relação aos "indicadores", para que se possa pensá-los e escolher os
que melhor traduzem o que se quer medir com a execução do projeto, é
importante que seja feita uma clara diferenciação dos termos "eficiência",
"eficácia", "efetividade", uma vez que "o que garante a sobrevivência da
organização é uma gerência comprometida com eficiência, eficácia e efetividade"
(Tenório, citado por Frasson, 2001, p. 79).
No entanto, pelo espaço que este artigo oferece, será indicada apenas uma

06
conceituação simplificada desses termos. Assim, seguimos Frasson (2001) em sua

3:
:1
conceituação inicial:

04
Eficiência: otimização na aplicação dos recursos financeiros e materiais em

0
02
relação aos resultados alcançados pelo projeto.

/2
03
Eficácia: capacidade demonstrada pelo projeto de atingir os objetivos e metas

8/
-2
previamente estabelecidos.

om
Efetividade: capacidade que os resultados do projeto têm de produzir mudanças
.c
significativas e duradouras no público beneficiário (Frasson, 2001, p. 3).
ok

Até mesmo a forma da escrita relaciona-se com a lógica que essa metodologia
tlo
ou

traz. Pfeiffer (2000) apresenta a maneira de escrever da seguinte forma:


@

Se um objetivo é entendido e definido como uma situação futura desejada, ele é


09
bs

descrito na ML como se já estivesse alcançado. Igualmente são descritos os


-m

resultados como se tivessem obtido esses produtos ou serviços. Já as atividades


1

são descritas com um verbo no infinitivo. Desta forma, é mais fácil para o leitor da
-7
41

proposta do projeto entender aonde se pretende chegar e o que é preciso fazer


.9
34

(Pfeiffer, 2000, p. 89).


.7

No Quadro 3, apresenta-se um resumo das considerações de Pfeiffer (2000) e do


17
-0

TCU (Brasil, 2001) a respeito de como pensar cada campo do quadro, para que se
a

aumente a precisão no desenvolvimento do planejamento.


lv
Si

Fonte: PEREIRA, Marcelo Sant' Anna. A utilização da matriz lógica em projetos


o
un

sociais. Pesqui. prát. psicossociais, São João del-Rei , v. 10, n. 2, p. 327-


Br

339, dez. 2015 . Disponível em


s
co

<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
ar
M

89082015000200010&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 21 abr. 2018.

| 29
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

06
3:
:1
04
0
02
/2
03
8/
-2
om
.c
ok
tlo
ou
@
09
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-m
1
-7
41
.9
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.7
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Si
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Br
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M

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Si
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un
Br
s
co
ar
M

Exemplo de Modelo Lógico:

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-2
om
.c
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@
09
bs
-m

6. Atenção à Saúde - a estruturação do sistema


1
-7

segundo seus níveis de densidade tecnológica e a


41
.9
34

organização dos serviços na lógica das redes de


.7
17

atenção à saúde. A integralidade como desafio


-0

permanente. Papel da Promoção da Saúde como


a
lv
Si

estratégia indutora de políticas intersetoriais para


o
un

melhoria da qualidade de vida.


Br
s
co
ar

Excelente tópico! Primeiro vou explicar alguns pontos que sempre


M

confundem aquele candidato que está há mais tempo nessa área e que ainda
mantém alguns vícios. Ação básica de saúde é a mesma coisa que níveis de
atenção à saúde e níveis de prevenção à saúde. O Ministério da Saúde passou a
adotar a terminologia de nível básico, de média complexidade e de alta
complexidade no início da década de 1990 em função da precisão dos termos
utilizados.
Níveis de densidade tecnológica: atenção básica, média complexidade e
alta complexidade. Ok?
É fundamental que comecemos pelos níveis de assistência à saúde do
ponto de vista do Sistema Único de Saúde – SUS. No SUS, o cuidado com a saúde

| 33
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SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

está ordenado em níveis de atenção, que são a básica, a de média complexidade e


a de alta complexidade. Essa estruturação visa a melhor programação e
planejamento das ações e serviços do sistema. Não se deve, porém, considerar um
desses níveis de atenção mais relevante que outro, porque a atenção à Saúde deve
ser integral.
A atenção básica é o ponto de contato preferencial dos usuários com o
SUS e seu primeiro contato, realizado pelas especialidades básicas da Saúde, que
são: clínica médica, pediatria, obstetrícia, ginecologia, inclusive as emergências
referentes a essas áreas. Cabe também à atenção básica proceder aos
encaminhamentos dos usuários para os atendimentos de média e alta
complexidade. Uma atenção básica bem organizada garante resolução de cerca

06
de 80% das necessidades e problemas de saúde da população de um município e

3:
:1
consolida os pressupostos do SUS: eqüidade, universalidade e integralidade. A

04
estratégia adotada pelo Ministério da Saúde, como prioritária para a organização

0
02
da atenção básica é a estratégia Saúde da Família, que estabelece vínculo sólido

/2
03
de co-responsabilização com a comunidade adscrita. A responsabilidade pela

8/
-2
oferta de serviços de atenção básica à saúde é da gestão municipal, sendo o

om
financiamento para as ações básicas à saúde de responsabilidade das três esferas
.c
de governo.
ok

A média complexidade compõem-se por ações e serviços que visam


tlo
ou

atender aos principais problemas de saúde e agravos da população cuja prática


@

clínica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de


09
bs

recursos tecnológicos de apoio e diagnóstico terapêutico. A alta complexidade,


-m

por sua vez, é um conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve


1

alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços


-7
41

qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde (atenção básica


.9
34

e de média complexidade).
.7

Vejamos onde cada uma dessas ações se organiza originalmente.


17
-0

Atenção básica à Saúde Média Complexidade Alta complexidade


a

Programa de Saúde da Família Ambulatórios Hospitais


lv
Si

e Unidade Básica de Saúde


o
un

(postos de saúde).
Br

Atenção: O que está descrito na tabela retrata o local de atuação preferencial dos
s
co

tipos de atenção à saúde. Perceba que um posto de saúde pode ter ações de
ar
M

reabilitação e de ação sobre a patologia em si, assim como os níveis de média e


alta complexidade podem trabalhar com prevenção a agravos ou à instalação de
doenças (apesar deste não ser seu fim precípuo).

Promoção, Prevenção e Reabilitação.


A prevenção é definida como uma ação antecipada, baseada no
conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior
da doença. A prevenção apresenta-se em três fases. A prevenção primária é a
realizada no período de pré-patogênese. O conceito de promoção da saúde

| 34
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

aparece como um dos níveis da prevenção primária, definido como “medidas


destinadas a desenvolver uma saúde ótima”. Um segundo nível da prevenção
primária seria a proteção específica “contra agentes patológicos ou pelo
estabelecimento de barreiras contra os agentes do meio ambiente”. A fase da
prevenção secundária também se apresenta em dois níveis: o primeiro,
diagnóstico e tratamento precoce e o segundo, limitação da invalidez. Por fim, a
prevenção terciária que diz respeito a ações de reabilitação.

06
3:
:1
04
0
02
/2
03
8/
-2
Esquematicamente, podemos definir:
om
Promoção Prevenção .c Reabilitação
ok
Educação em saúde, bons No campo da As ações de recuperação
tlo

padrões de alimentação e proteção à saúde, à saúde envolvem o


ou
@

nutrição, adoção de estilos são exemplos de diagnóstico e o tratamento


09

de vida saudáveis, uso ações: vigilância de doenças, acidentes e


bs

adequado e epidemiológica, danos de toda natureza, a


-m

desenvolvimento de vacinações, limitação da invalidez e a


1
-7

aptidões e capacidades, saneamento básico, reabilitação. Essas ações são


41
.9

aconselhamentos vigilância sanitária, exercidas pelos serviços


34

específicos, como os de exames médicos e públicos de saúde


.7
17

cunho genético e sexual. odontológicos (ambulatoriais e


-0

Por meio dessas ações, são periódicos, entre hospitalares


a
lv

estimuladas as práticas da outros A reabilitação à saúde


Si
o

ginástica e outros exercícios consiste na recuperação


un

físicos, os hábitos de parcial ou total das


Br
s

higiene pessoal, domiciliar e capacidades no processo de


co
ar

ambiental e, em doença e na reintegração do


M

contrapartida, indivíduo ao seu ambiente


desestimulados o social e à sua atividade
sedentarismo, o tabagismo, profissional. Com essa
o alcoolismo, o consumo de finalidade, são utilizados
drogas, a promiscuidade não só os serviços
sexual. hospitalares, como os
comunitários, visando à
reeducação e ao
treinamento, ao reemprego
do reabilitado ou à sua
colocação seletiva, através

| 35
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

de programas específicos
junto às indústrias e ao
comércio, para a absorção
dessa mão de obra
Campanhas educativas no Identificação de Recuperação, readaptação e
trabalho problemas no reabilitação
trabalho

Prevenção primária (universal, seletiva e


indicada)

06
3:
:1
Ainda dentro desse campo, precisamos definir os três tipos de prevenção

04
primária: universal, seletiva e indicada.

0
02
Sobre isso:

/2
03
8/
Nesse sentido, a prevenção e a promoção da saúde, em particular da saúde

-2
mental, devem contemplar a avaliação da presença de fatores
om
protetores/indicadores positivos para além dos indicadores de risco e de doença
.c
ok

(Jessor, Turbin & Costa, 1998; Iglesias, 2002; Substance Abuse and Mental Health
tlo
ou

Services Administration [SAMHSA], 2002; Keyes, 2006; World Health Organization


@

[WHO], 2004).
09
bs

No que se refere à prevenção do consumo de substâncias psicoativas, o


-m

Institute of Medicine (IOM), com base nos modelos compreensivos e de influência


1

social, preconiza que a intervenção preventiva deve ser operacionalizada através


-7
41

da avaliação dos fatores de risco associados dos indivíduos, tendo proposto um


.9

modelo operacional para o desenho das intervenções que contempla os níveis:


34
.7

universal, seletiva e indicada (IOM, 1994, 2009).


17

A Prevenção Universal é dirigida à população geral sem prévia análise do


-0
a

grau de risco individual. Toda a população é considerada como tendo o mesmo


lv
Si

nível de risco em relação ao abuso de substâncias e como podendo beneficiar dos


o
un

programas de prevenção. Os programas de prevenção universal variam no tipo,


Br

estrutura e duração. Os seus componentes contemplam a informação e o


s
co

desenvolvimento de competências entre outros.


ar

A Prevenção Seletiva é dirigida a subgrupos ou segmentos da população


M

geral com características específicas identificadas como de risco para o consumo


de substâncias psicoativas. O risco é avaliado em função dos fatores que o grupo
apresenta em relação ao abuso de substâncias, não sendo avaliado o grau de risco
individual. Os programas de prevenção seletiva são de média ou longa duração,
variam no tipo e estrutura e os componentes contemplam a informação e o
desenvolvimento de competências, entre outros.
A Prevenção Indicada dirige-se a indivíduos com comportamentos de
risco, que exibem sinais de uso de substâncias psicoativas ou que apresentam
outros comportamentos de risco ou problemáticos de dimensão subclínica. É
avaliado o nível de risco individual. Os programas de prevenção indicada são de

| 36
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

longa duração, variam no tipo e estrutura e os componentes contemplam tal


como nos níveis anteriores a informação e o desenvolvimento de competências,
entre outros (IOM, 1994, 2009).
Prevenção Ambiental
Mais recentemente tem sido desenvolvida outra abordagem em prevenção,
designada Prevenção Ambiental, que visa a alteração das normas sociais, através
de estratégias globais que intervêm ao nível da sociedade e dos sistemas sociais.
Estas estratégias preconizam a transformação dos ambientes culturais, sociais,
físicos e económicos, que interferem com as escolhas individuais do uso de
substâncias psicoativas. Neste âmbito, inserem-se medidas legislativas nacionais
e internacionais relativas ao consumo e venda de substâncias psicoativas ilícitas e

06
lícitas, como por exemplo, a taxação fiscal de produtos como o álcool e o tabaco, a

3:
:1
exposição a mensagens publicitárias, o controlo da idade de venda dos mesmos

04
ou ainda medidas em contextos particulares, como o meio escolar, que

0
02
regulamentam o seu uso para toda a comunidade escolar (alunos, professores,

/2
03
profissionais e responsáveis pelos alunos) (EMCDDA, 2011).

8/
-2
Fonte: Prevenção. Serviço Nacional de Saúde de Portugal. Disponível em:

om
http://www.sicad.pt/PT/Intervencao/PrevencaoMais/SitePages/Home%20Page.as
.c
px
ok
tlo
ou

Ainda sobre isso:


@
09

O que é? Onde se aplica?


bs

Intervenção universal – são Intervenção universal – na comunidade,


-m

programas destinados à população em ambiente escolar e nos meios de


1
-7

geral, supostamente sem qualquer comunicação.


41
.9

fator associado ao risco.


34

Intervenção seletiva – são ações Intervenção seletiva – por exemplo, em


.7
17

voltadas para populações com um ou grupos de crianças, filhos de dependentes


-0

mais fatores associados ao risco de químicos.


a
lv

uso de substâncias.
Si
o

Intervenção indicada – são Intervenção indicada – em programas que


un
Br

intervenções voltadas para pessoas visem diminuir o consumo de álcool e


s

identificadas como usuárias ou com outras drogas, mas também a melhora de


co
ar

comportamentos de risco aspectos da vida do indivíduo como, por


M

relacionados direta ou indiretamente exemplo, desempenho acadêmico e


ao uso de substâncias, como por reinserção social.
exemplo, alguns acidentes de trânsito.

A partir de agora, dividiremos nossos estudos em três partes. Na primeira


apresentarei conceitos bem rápidos sobre as RAS através da PORTARIA Nº 4.279,
DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010. Na segunda, entraremos no compêndio de
definições da OPAS, na terceira entraremos no que diz oficialmente o Ministério da
Saúde. Lembre-se: aqui o que vale é o estudo da legislação (portaria) e
doutrinário.

| 37
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

PORTARIA No 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010


[...]
A solução está em inovar o processo de organização do sistema de saúde,
redirecionando suas ações e serviços no desenvolvimento da RAS para produzir
impacto positivo nos indicadores de saúde da população.
Experiências têm demonstrado que a organização da RAS tendo a APS como
coordenadora do cuidado e ordenadora da rede, se apresenta como um
mecanismo de superação da fragmentação sistêmica; são mais eficazes, tanto em
termos de organização interna (alocação de recursos, coordenação clínica, etc.),
quanto em sua capacidade de fazer face aos atuais desafios do cenário

06
3:
socioeconômico, demográfico, epidemiológico e sanitário.

:1
No Brasil, o debate em torno da busca por maior integração adquiriu nova ênfase

04
0
a partir do Pacto pela Saúde, que contempla o acordo firmado entre os gestores

02
do SUS e ressalta a relevância de aprofundar o processo de regionalização e de

/2
03
organização do sistema de saúde sob a forma de Rede como estratégias essenciais

8/
-2
para consolidar os princípios de Universalidade, Integralidade e Equidade, se

om
efetivando em três dimensões:
.c
Pacto Pela Vida: compromisso com as prioridades que apresentam impacto sobre
ok
tlo

a situação de saúde da população brasileira;


ou

Pacto em Defesa do SUS: compromisso com a consolidação os fundamentos


@
09

políticos e princípios constitucionais do SUS.


bs

Pacto de Gestão: compromisso com os princípios e diretrizes para a


-m

descentralização, regionalização, financiamento, planejamento, programação


1
-7

pactuada e integrada, regulação, participação social, gestão do trabalho e da


41

educação em saúde.
.9
34

O Pacto de Gestão estabeleceu o espaço regional como lócus privilegiado de


.7

construção das responsabilidades pactuadas, uma vez que é esse espaço que
17
-0

permite a integração de políticas e programas por meio da ação conjunta das


a

esferas federal, estadual e municipal.


lv
Si

A construção dessa forma de relações intergovernamentais no SUS requer o


o
un

cumprimento das responsabilidades assumidas e metas pactuadas, sendo cada


Br

esfera de governo co- responsável pela gestão do conjunto de políticas com


s
co

responsabilidades explicitadas.
ar
M

Em sintonia com o Pacto pela Saúde, foi aprovada a Política Nacional de Atenção
Básica (PNAB) e a Política Nacional de Promoção à Saúde (PNPS), ambas voltadas
para a configuração de um modelo de atenção capaz de responder as condições
crônicas e as condições agudas e promover ações de vigilância e promoção a
saúde, efetivando a APS como eixo estruturante da RAS no SUS.
No campo das políticas públicas, comprometida com a garantia de oferecer
acesso equânime ao conjunto de ações e serviços de saúde, a organização do
Sistema em rede possibilita a construção de vínculos de solidariedade e
cooperação. Nesse processo, o desenvolvimento da Rede de Atenção à Saúde é
reafirmado como estratégia de reestruturação do sistema de saúde, tanto no que
se refere a sua organização, quanto na qualidade e impacto da atenção prestada,

| 38
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

e representa o acúmulo e o aperfeiçoamento da política de saúde com


aprofundamento de ações efetivas para a consolidação do SUS como política
pública voltada para a garantia de direitos constitucionais de cidadania.
2. CONCEITOS
A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos organizativos de ações e
serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio
de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a
integralidade do cuidado
O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde
com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e
humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de

06
acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica.

3:
:1
Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os pontos de atenção

04
com o centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS), pela

0
02
centralidade nas necessidades em saúde de uma população, pela

/2
03
responsabilização na atenção contínua e integral, pelo cuidado multiprofissional,

8/
-2
pelo compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados sanitários

om
e econômicos.
.c
Fundamenta-se na compreensão da APS como primeiro nível de atenção,
ok

enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários sobre os problemas mais


tlo
ou

comuns de saúde e a partir do qual se realiza e coordena o cuidado em todos os


@

pontos de atenção.
09
bs

Os pontos de atenção à saúde são entendidos como espaços onde se ofertam


-m

determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singular.


1

São exemplos de pontos de atenção à saúde: os domicílios, as unidades básicas de


-7
41

saúde, as unidades ambulatoriais especializadas, os serviços de hemoterapia e


.9
34

hematologia, os centros de apoio psicossocial, as residências terapêuticas, entre


.7

outros. Os hospitais podem abrigar distintos pontos de atenção à saúde: o


17
-0

ambulatório de pronto atendimento, a unidade de cirurgia ambulatorial, o centro


a

cirúrgico, a maternidade, a unidade de terapia intensiva, a unidade de


lv
Si

hospital/dia, entre outros.


o
un

Todos os pontos de atenção a saúde são igualmente importantes para que se


Br

cumpram os objetivos da rede de atenção à saúde e se diferenciam, apenas, pelas


s
co

distintas densidades tecnológicas que os caracterizam.


ar
M

Para assegurar seu compromisso com a melhora de saúde da população,


integração e articulação na lógica do funcionamento da RAS, com qualidade e
eficiência para os serviços e para o Sistema, faz-se necessária a criação de
mecanismos formais de contratualização entre os entes reguladores /
financiadores e os prestadores de serviço.
Quando esses contratos abrangem todos os pontos de atenção da rede o Sistema
passa a operar em modo de aprendizagem, ou seja, a busca contínua por uma
gestão eficaz, eficiente e qualificada, de forma a proporcionar a democratização e
a transparência ao SUS.
A contratualização/contratos de gestão, nesse contexto, pode ser definida como o
modo de pactuação da demanda quantitativa e qualitativa na definição clara de

| 39
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responsabilidades, de objetivos de desempenho, incluindo tanto os sanitários,


quanto os econômicos, resultando dessa negociação um compromisso explícito
entre ambas as partes. Esse processo deve resultar, ainda, na fixação de critérios e
instrumentos de acompanhamento e avaliação de resultados, metas e indicadores
definidos. Dentre os objetivos da contratualização destacam- se:
Melhorar o nível de saúde da população;
Responder com efetividade às necessidades em saúde;
Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o crescimento das despesas de origem
pública com a saúde;
Alcançar maior eficiência gestora no uso de recursos escassos, maximizando o
nível de bem- estar;

06
Coordenar as atividades das partes envolvidas;

3:
:1
Assegurar a produção de um excedente cooperativo;

04
Distribuir os frutos da cooperação;

0
02
Assegurar que os compromissos sejam cumpridos; e

/2
03
Disponibilizar, em tempo útil, a informação de produção, financiamento,

8/
-2
desempenho, qualidade e acesso, de forma a garantir adequados níveis de

om
informação ao cidadão.
.c
Para atingir esses objetivos as partes adotam em três áreas de aplicação que são:
ok

cuidados primários, atenção especializada (ambulatorial e hospitalar) e cuidados


tlo
ou

de urgência e emergência.
@

A inovação desse modelo de contrato de gestão está em "contratualizar a saúde e


09
bs

não apenas cuidados de saúde, obtendo macroeficiência para o conjunto do


-m

sistema" - e para a superação de problemas cruciais como:


1

Passar de uma abordagem populacional isolada (hospitais ou centros de saúde)


-7
41

para uma contratualização de âmbito da região de saúde, seguindo critérios de


.9
34

adscrição da população estratificada por grau de risco, e abordando os diversos


.7

estabelecimentos de saúde em termos de uma rede de cuidados;


17
-0

O contínuo aumento dos gastos para a prestação de serviços de alto custo devido
a

ao tratamento tardio de condições e agravos sensíveis à APS, pela introdução de


lv
Si

ferramentas de microgestão e incentivos financeiros para pagamento por


o
un

desempenho individual e institucional;


Br

Promover a participação efetiva do cidadão e da comunidade no processo de


s
co

contratualização, nomeadamente através da participação organizada e


ar
M

permanente dos utentes.


Considerando a necessidade de fortalecimento da APS vigente, no que se refere à
prática dos seus atributos essenciais, a contratualização das ações de saúde a
partir do primeiro nível de atenção, tem sido apontada como instrumento potente
para induzir responsabilização e qualidade, sempre no sentido de alcançar
melhores resultados em saúde.
Adicionalmente, estratégias de articulação como a análise da situação de saúde; a
interoperabilidade entre os vários sistemas de informação; a existência de
complexos reguladores; as ações de educação permanente e de educação popular
em saúde e o planejamento participativo são igualmente importantes para

| 40
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

superar para a implementação de um modelo de atenção de saúde pautado na


defesa da vida.
[...]
3. FUNDAMENTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns fundamentos precisam
ser considerados:
3.1 Economia de Escala, Qualidade, Suficiência, Acesso e Disponibilidade de
Recursos Economia de escala, qualidade e acesso são a lógica fundamental na
organização da rede de atenção à saúde.
A Economia de Escala - ocorre quando os custos médios de longo prazo diminuem,
à medida que aumenta o volume das atividades e os custos fixos se distribuem por

06
um maior número dessas atividades, sendo o longo prazo, um período de tempo

3:
:1
suficiente para que todos os insumos sejam variáveis. Desta forma, a concentração

04
de serviços em determinado local racionaliza custos e otimiza resultados, quando

0
02
os insumos tecnológicos ou humanos relativos a estes serviços inviabilizem sua

/2
03
instalação em cada município isoladamente.

8/
-2
Qualidade - um dos objetivos fundamentais do sistema de atenção á saúde e da

om
RAS é a qualidade na prestação de serviços de saúde. A qualidade na atenção em
.c
saúde pode ser melhor compreendida com o conceito de graus de excelência do
ok

cuidado que pressupõe avanços e retrocessos nas seis dimensões, a saber:


tlo
ou

segurança (reconhecer e evitar situações que podem gerar danos enquanto se


@

tenta prevenir, diagnosticar e tratar); efetividade (utilizar-se do conhecimento


09
bs

para implementar ações que fazem a diferença, que produzembenefíciosclaros


-m

aos usuários); centralidade na pessoa (usuários devem ser respeitados nos seus
1

valores e expectativas, e serem envolvidos e pró-ativos no cuidado à saúde);


-7
41

pontualidade (cuidado no tempo certo, buscando evitar atrasos potencialmente


.9
34

danosos); eficiência (evitar desperdício ou ações desnecessárias e não efetivas), e


.7

equidade (características pessoais, como local de residência, escolaridade, poder


17
-0

aquisitivo, dentre outras, não devem resultar em desigualdades no cuidado à


a

saúde).
lv
Si

Suficiência - significa o conjunto de ações e serviços disponíveis em quantidade e


o
un

qualidadepara atender às necessidades de saúde da população e inclui cuidados


Br

primários, secundários, terciários, reabilitação, preventivos e paliativos, realizados


s
co

com qualidade.
ar
M

Acesso - ausência de barreiras geográficas, financeiras, organizacionais,


socioculturais, étnicas e de gênero ao cuidado. Deverão ser estabelecidas
alternativas específicas na relação entre acesso, escala, escopo, qualidade e custo,
para garantir o acesso, nas situações de populações dispersas de baixa densidade
populacional, com baixíssima oferta de serviços. O acesso pode se analisado
através da disponibilidade, comodidade e aceitabilidade do serviço pelos
usuários:
A disponibilidade diz respeito à obtenção da atenção necessária ao usuário e sua
família, tanto nas situações de urgência/emergência quanto de eletividade.

| 41
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A comodidade está relacionada ao tempo de espera para o atendimento, a


conveniência de horários, a forma de agendamento, a facilidade de contato com
os profissionais, o conforto dos ambientes para atendimento, entre outros.
A aceitabilidade está relacionada à satisfação dos usuários quanto à localização e
à aparência do serviço, à aceitação dos usuários quanto ao tipo de atendimento
prestado e, também, a aceitação dos usuários quanto aos profissionais
responsáveis pelo atendimento.
Disponibilidade de Recursos - é outro fator importante para o desenvolvimento da
RAS. Recursos escassos, sejam humanos ou físicos, devem ser concentrados, ao
contrário dos menos escassos, que devem ser desconcentrados.
3.2 Integração Vertical e Horizontal

06
Na construção da RAS devem ser observados os conceitos de integração vertical e

3:
:1
horizontal, que vêm da teoria econômica e estão associados à concepções

04
relativas às cadeias produtivas.

0
02
Integração Vertical - consiste na articulação de diversas organizações ou unidades

/2
03
de produção de saúde responsáveis por ações e serviços de natureza diferenciada,

8/
-2
sendo complementar (agregando resolutividade e qualidade neste processo).

om
Integração Horizontal: consiste na articulação ou fusão de unidades e serviços de
.c
saúde de mesma natureza ou especialidade. É utilizada para otimizar a escala de
ok

atividades, ampliar a cobertura e a eficiência econômica na provisão de ações e


tlo
ou

serviços de saúde através de ganhos de escala (redução dos custos médios totais
@

em relação ao volume produzido) e escopo (aumento do rol de ações da unidade).


09
bs

3.3 Processos de Substituição


-m

São definidos como o reagrupamento contínuo de recursos entre e dentro dos


1

serviços de saúde para explorar soluções melhores e de menores custos, em


-7
41

função das demandas e das necessidades da população e dos recursos


.9
34

disponíveis.
.7

Esses processos são importantes para se alcançar os objetivos da RAS, no que se


17
-0

refere a prestar a atenção certa, no lugar certo, com o custo certo e no tempo
a

certo.
lv
Si

A substituição pode ocorrer nas dimensões da localização, das competências


o
un

clínicas, da tecnologia e da clínica. Ex: mudar o local da atenção prestada do


Br

hospital para o domicílio; transição do cuidado profissional para o auto-cuidado;


s
co

delegação de funções entre os membros da equipe multiprofissional, etc.


ar
M

3.4 Região de Saúde ou Abrangência


A organização da RAS exige a definição da região de saúde, que implica na
definição dos seus limites geográficos e sua população e no estabelecimento do
rol de ações e serviços que serão ofertados nesta região de saúde. As
competências e responsabilidades dos pontos de atenção no cuidado integral
estão correlacionadas com abrangência de base populacional, acessibilidade e
escala para conformação de serviços.
A definição adequada da abrangência dessas regiões é essencial para
fundamentar as estratégias de organização da RAS, devendo ser observadas as
pactuações entre o estado e o município para o processo de regionalização e
parâmetros de escala e acesso.

| 42
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3.5 Níveis de Atenção


Fundamentais para o uso racional dos recursos e para estabelecer o foco gerencial
dos entes de governança da RAS, estruturam-se por meio de arranjos produtivos
conformados segundo as densidades tecnológicas singulares, variando do nível de
menor densidade (APS), ao de densidade tecnológica intermediária, (atenção
secundária à saúde), até o de maior densidade tecnológica (atenção terciária à
saúde).
4. ATRIBUTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Considera-se que não há como prescrever um modelo organizacional único para
as RAS, contudo as evidências mostram que o conjunto de atributos apresentados
a seguir são essenciais ao seu funcionamento:

06
1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas necessidades

3:
:1
e preferências que determinam a oferta de serviços de saúde;

04
2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que presta serviços de promoção,

0
02
prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilitação e cuidados

/2
03
paliativos e integra os programas focalizados em doenças, riscos e populações

8/
-2
específicas, os serviços de saúde individuais e os coletivos;

om
3. Atenção Primária em Saúde estruturada como primeiro nível de atenção e porta
.c
de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a
ok

população, integrando, coordenando o cuidado, e atendendo as suas


tlo
ou

necessidades de saúde;
@

4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado;


09
bs

5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e


-m

integração assistencial por todo o contínuo da atenção;


1

6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, tendo em


-7
41

conta as particularidades culturais, gênero, assim como a diversidade da


.9
34

população;
.7

7. Sistema de governança único para toda a rede com o propósito de criar uma
17
-0

missão, visão e estratégias nas organizações que compõem a região de saúde;


a

definir objetivos e metas que devam ser cumpridos no curto, médio e longo prazo;
lv
Si

articular as políticas institucionais; e desenvolver a capacidade de gestão


o
un

necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos gerentes e das


Br

organizações;
s
co

8. Participação social ampla;


ar
M

9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico;


10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com incentivos
pelo alcance de metas da rede;
11. Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da rede, com
identificação de dados por sexo, idade, lugar de residência, origem étnica e outras
variáveis pertinentes;
12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as metas da
rede;
13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da equidade em
saúde; e 14. Gestão baseada em resultado.

| 43
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A integração dos sistemas de saúde deve ser entendida como um contínuo e não
como uma situação de extremos opostos entre integração e não integração. Dessa
forma, existem graus de integração, que variam da fragmentação absoluta à
integração total. Por sua vez, a integração é um meio para melhorar o
desempenho do sistema, de modo que os esforços justificam-se na medida em
que conduzam a serviços mais acessíveis, de maior qualidade, com melhor relação
custo-benefício e satisfaçam aos usuários (OPAS, 2009).
5. PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MICRO GESTÃO DOS SERVIÇOS
A Rede de Atenção à Saúde organiza-se a partir de um processo de gestão da
clínica associado ao uso de critérios de eficiência microeconômica na aplicação de
recursos, mediante planejamento, gestão e financiamento intergovernamentais

06
cooperativos, voltados para o desenvolvimento de soluções integradas de política

3:
:1
de saúde.

04
É preciso ampliar o objeto de trabalho da clínica para além das doenças, visando

0
02
compreender os problemas de saúde, ou seja, entender as situações que ampliam

/2
03
o risco ou a vulnerabilidade das pessoas.

8/
-2
Os problemas ou condições de saúde estão em sujeitos, em pessoas, por isso, a

om
clínica do sujeito é a principal ampliação da clínica, que possibilita o aumento do
.c
grau de autonomia dos usuários, cabendo uma decisão compartilhada do projeto
ok

terapêutico.
tlo
ou

A gestão da clínica aqui compreendida implica "a aplicação de tecnologias de


@

micro-gestão dos serviços de saúde com a finalidade de: a) assegurar padrões


09
bs

clínicos ótimos; b) aumentar a eficiência; c) diminuir os riscos para os usuários e


-m

para os profissionais; d) prestar serviços efetivos; e e) melhorar a qualidade da


1

atenção à saúde".
-7
41

Como subsídio à gestão da clínica utiliza-se a análise da situação de saúde em que


.9
34

o objetivo é a identificação e estratificação de riscos em grupos individuais


.7

expostos a determinados fatores e condições que os colocam em situação de


17
-0

prioridade para a dispensação de cuidados de saúde, sejam eles preventivos,


a

promocionais ou assistenciais.
lv
Si

A gestão clínica dispõe de ferramentas de microgestão que permitem integrar


o
un

verticalmente os pontos de atenção e conformar a RAS. As ferramentas de


Br

microgestão partem das tecnologias-mãe, as diretrizes clínicas, para, a partir


s
co

delas, desenhar a RAS e ofertar outras ferramentas como a gestão da condição de


ar
M

saúde, gestão de casos, auditoria clínica e as listas de espera.


Diretrizes clínicas - entendidas como recomendações que orientam decisões
assistenciais, de prevenção e promoção, como de organização de serviços para
condições de saúde de relevância sanitária, elaboradas a partir da compreensão
ampliada do processo saúde- doença, com foco na integralidade, incorporando as
melhores evidências da clínica, da saúde coletiva, da gestão em saúde e da
produção de autonomia. As diretrizes desdobram-se em Guias de Prática
Clínica/Protocolos Assistenciais, orientam as Linhas de Cuidado e viabilizam a
comunicação entre as equipes e serviços, programação de ações e padronização
de determinados recursos.

| 44
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Linhas de Cuidado (LC) - uma forma de articulação de recursos e das práticas de


produção de saúde, orientadas por diretrizes clínicas, entre as unidades de
atenção de uma dada região de saúde, para a condução oportuna, ágil e singular,
dos usuários pelas possibilidades de diagnóstico e terapia, em resposta às
necessidades epidemiológicas de maior relevância. Visa à coordenação ao longo
do contínuo assistencial, através da pactuação/contratualização e a conectividade
de papéis e de tarefas dos diferentes pontos de atenção e profissionais.
Pressupõem uma resposta global dos profissionais envolvidos no cuidado,
superando as respostas fragmentadas. A implantação de LC deve ser a partir das
unidades da APS, que têm a responsabilidade da coordenação do cuidado e
ordenamento da rede. Vários pressupostos devem ser observados para a

06
efetivação das LC, como garantia dos recursos materiais e humanos necessários à

3:
:1
sua operacionalização; integração e co-responsabilização das unidades de saúde;

04
interação entre equipes; processos de educação permanente; gestão de

0
02
compromissos pactuados e de resultados. Tais aspectos devem ser de

/2
03
responsabilidade de grupo técnico, com acompanhamento da gestão regional.

8/
-2
Gestão da condição da saúde - é a mudança de um modelo de atenção à saúde

om
focada no indivíduo, por meio de procedimentos curativos e reabilitadores, para
.c
uma abordagem baseada numa população adscrita, que identifica pessoas em
ok

risco de adoecer ou adoecidas, com foco na promoção da saúde e/ou ação


tlo
ou

preventiva, ou a atenção adequada, com intervenção precoce, com vistas a


@

alcançar melhores resultados e menores custos. Sua premissa é a melhoria da


09
bs

qualidade da atenção à saúde em toda a RAS. Para tanto, engloba o conjunto de


-m

pontos de atenção à saúde, com o objetivo de alcançar bons resultados clínicos, a


1

custos compatíveis, com base em evidência disponível na literatura científica.


-7
41

Pode ser definida como a gestão de processos de uma condição ou doença que
.9
34

envolve intervenções na promoção da saúde, na prevenção da condição ou


.7

doença e no seu tratamento e reabilitação.


17
-0

A gestão dos riscos coletivos e ambientais passa pela vigilância, prevenção e


a

controle das doenças, agravos e fatores de risco, onde o foco é a identificação


lv
Si

oportuna de problemas de saúde na população, a identificação das causas e


o
un

fatores desencadeantes, a descrição do comportamento, a proposição de medidas


Br

para o controle ou eliminação e o desencadeamento das ações. Os problemas


s
co

podem se manifestar através de doenças transmissíveis, doenças crônicas não


ar
M

transmissíveis, agravos à saúde como as violências, exposição a produtos danosos


à saúde, alterações do meio ambiente, ou ambiente de trabalho, entre outros.
Gestão de caso - é um processo que se desenvolve entre o profissional responsável
pelo caso e o usuário do serviço de saúde para planejar, monitorar e avaliar ações
e serviços, de acordo com as necessidades da pessoa, com o objetivo de propiciar
uma atenção de qualidade e humanizada. Seus objetivos são: a) atender às
necessidades e expectativas de usuários em situação especial; b) prover o serviço
certo ao usuário no tempo certo; c) aumentar a qualidade do cuidado; e d)
diminuir a fragmentação da atenção. É, portanto, uma relação personalizada entre
o profissional responsável pelo caso e o usuário de um serviço de saúde.

| 45
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Auditoria clínica - segundo BERWICK E KNAPP, 1990, há três enfoques principais de


auditoria clínica: auditoria implícita, que utiliza opinião de experts para avaliar a
prática de atenção à saúde; a auditoria explícita, que avalia a atenção prestada
contrastando-a com critérios pré- definidos, especialmente nas diretrizes clínicas;
e a auditoria por meio de eventos- sentinela. A auditoria clínica consiste na análise
crítica e sistemática da qualidade da atenção à saúde, incluindo os procedimentos
usados no diagnóstico e tratamento, o uso dos recursos e os resultados para os
pacientes em todos os pontos de atenção, observada a utilização dos protocolos
clínicos estabelecidos. Essa auditoria não deve ser confundida com a auditoria
realizada pelo Sistema Nacional de Auditoria (SNA).
Lista de espera - pode ser conceituada como uma tecnologia que normatiza o uso

06
de serviços em determinados pontos de atenção à saúde, estabelecendo critérios

3:
:1
de ordenamento por necessidades e riscos, promovendo a transparência, ou seja,

04
constituem uma tecnologia de gestão da clínica orientada a racionalizar o acesso a

0
02
serviços em que exista um desequilíbrio entre a oferta e a demanda.

/2
03
6. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

8/
-2
A operacionalização da RAS se dá pela interação dos seus três elementos

om
constitutivos: população/região de saúde definidas, estrutura operacional e por
.c
um sistema lógico de funcionamento determinado pelo modelo de atenção à
ok

saúde.
tlo
ou

6.1 População e Região de Saúde


@

Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das pessoas e da comunidade, as


09
bs

RAS deve ser capazes de identificar claramente a população e a área geográfica


-m

sob sua responsabilidade. O Pacto pela Saúde define as regiões de saúde como
1

espaços territoriais complexos, organizados a partir de identidades culturais,


-7
41

econômicas e sociais, de redes de comunicação e infra-estrutura de transportes


.9
34

compartilhados do território. Assim, a população sob responsabilidade de uma


.7

rede é a que ocupa a região de saúde definida pelo Plano Diretor de


17
-0

Regionalização e Investimentos (PDRI).


a

A região de saúde deve ser bem definida, baseada em parâmetros espaciais e


lv
Si

temporais que permitam assegurar que as estruturas estejam bem distribuídas


o
un

territorialmente, garantindo o tempo/resposta necessário ao atendimento, melhor


Br

proporção de estrutura/população/território e viabilidade operacional


s
co

sustentável.
ar
M

6.2 Estrutura Operacional


A estrutural operacional da RAS é constituída pelos diferentes pontos de atenção à
saúde, ou seja, lugares institucionais onde se ofertam serviços de saúde e pelas
ligações que os comunicam.
Os componentes que estruturam a RAS incluem: APS - centro de comunicação; os
pontos de atenção secundária e terciária; os sistemas de apoio; os sistemas
logísticos e o sistema de governança.
APS - Centro de Comunicação
A Atenção Primária à Saúde é o centro de comunicação da RAS e tem um papel
chave na sua estruturação como ordenadora da RAS e coordenadora do cuidado.

| 46
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Para cumprir este papel, a APS deve ser o nível fundamental de um sistema de
atenção à saúde, pois constitui o primeiro contato de indivíduos, famílias e
comunidades com o sistema, trazendo os serviços de saúde o mais próximo
possível aos lugares de vida e trabalho das pessoas e significa o primeiro elemento
de um processo contínuo de atenção.
Deve exercer um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que
abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde.
A coordenação do cuidado é desenvolvida por meio do exercício de práticas
gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho em
equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume

06
a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território

3:
:1
em que vivem essas populações.

04
Cabe a APS integrar verticalmente os serviços que, normalmente são ofertados de

0
02
forma fragmentada, pelo sistema de saúde convencional.

/2
03
Uma atenção primária de qualidade, como parte integrante da Rede de atenção à

8/
-2
saúde estrutura-se segundo sete atributos e três funções:

om
Atributos - Primeiro Contato; Longitudinalidade; Integralidade; Coordenação;
.c
Centralidade na Família; Abordagem Familiar e Orientação Comunitária.
ok

O Primeiro Contato: evidências demonstram que o primeiro contato, pelos


tlo
ou

profissionais da APS, leva a uma atenção mais apropriada e a melhores resultados


@

de saúde a custos totais mais baixos.


09
bs

A Longitudinalidade: deriva da palavra longitudinal e é definida como "lidar com o


-m

crescimento e as mudanças de indivíduos ou grupos no decorrer de um período de


1

anos" (STARFIELD, 2002). É uma relação pessoal de longa duração entre


-7
41

profissionais de saúde e usuários em suas unidades de saúde, independente do


.9
34

problema de saúde ou até mesmo da existência de algum problema. Está


.7

associada a diversos benefícios: menor utilização dos serviços; melhor atenção


17
-0

preventiva; atenção mais oportuna e adequada; menos doenças evitáveis; melhor


a

reconhecimento dos problemas dos usuários; menos hospitalizações; custos totais


lv
Si

mais baixos. Os maiores benefícios estão relacionados ao vínculo com o


o
un

profissional ou equipe de saúde e ao manejo clínico adequado dos problemas de


Br

saúde, através da adoção dos instrumentos de gestão da clínica - diretriz clínica e


s
co

gestão de patologias.
ar
M

A Integralidade da Atenção: a integralidade exige que a APS reconheça as


necessidades de saúde da população e os recursos para abordá-las. A APS deve
prestar, diretamente, todos os serviços para as necessidades comuns e agir como
um agente para a prestação de serviços para as necessidades que devam ser
atendidas em outros pontos de atenção. A integralidade da atenção é um
mecanismo importante porque assegura que os serviços sejam ajustados às
necessidades de saúde da população.
A Coordenação: é um "estado de estar em harmonia numa ação ou esforço
comum" (SARFIELD, 2002). É um desafio para os profissionais e equipes de saúde
da APS, pois nem sempre têm acesso às informações dos atendimentos de
usuários realizados em outros pontos de atenção e, portanto, a dificuldade de

| 47
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

viabilizar a continuidade do cuidado. A essência da coordenação é a


disponibilidade de informação a respeito dos problemas de saúde e dos serviços
prestados. Os prontuários clínicos eletrônicos e os sistemas informatizados podem
contribuir para a coordenação da atenção, quando possibilitam o
compartilhamento de informações referentes ao atendimento dos usuários nos
diversos pontos de atenção, entre os profissionais da APS e especialistas.
A Centralidade na Família: remete ao conhecimento pela equipe de saúde dos
membros da família e dos seus problemas de saúde. No Brasil, atualmente, tem se
adotado um conceito ampliado e a família é reconhecida como um grupo de
pessoas que convivam sobre o mesmo teto, que possuam entre elas uma relação
de parentesco primordialmente pai e/ou mãe e filhos consanguíneos ou não,

06
assim como as demais pessoas significativas que convivam na mesma residência,

3:
:1
qualquer que seja ou não o grau de parentesco.

04
A centralização na família requer mudança na prática das equipes de saúde,

0
02
através da abordagem familiar. A equipe de saúde realiza várias intervenções

/2
03
personalizadas ao longo do tempo, a partir da compreensão da estrutura familiar.

8/
-2
A Abordagem Familiar: deve ser empregada em vários momentos, como, por

om
exemplo, na realização do cadastro das famílias, quando das mudanças de fase do
.c
ciclo de vida das famílias, do surgimento de doenças crônicas ou agudas de maior
ok

impacto. Estas situações permitem que a equipe estabeleça um vínculo com o


tlo
ou

usuário e sua família de forma natural, facilitando a aceitação quanto à


@

investigação e intervenção, quando necessária.


09
bs

A Orientação Comunitária: a APS com orientação comunitária utiliza habilidades


-m

clínicas, epidemiológicas, ciências sociais e pesquisas avaliativas, de forma


1

complementar para ajustar os programas para que atendam às necessidades


-7
41

específicas de saúde de uma população definida. Para tanto, faz-se necessário:


.9
34

Definir e caracterizar a comunidade;


.7

Identificar os problemas de saúde da comunidade;


17
-0

Modificar programas para abordar estes problemas;


a

Monitorar a efetividade das modificações do programa.


lv
Si
o
un

Funções - Resolubilidade, Organização e Responsabilização.


Br

A Atenção Primária à Saúde deve cumprir três funções essenciais (MENDES, 2002):
s
co

Resolução: visa resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população;


ar
M

Organização: visa organizar os fluxos e contra-fluxos dos usuários pelos diversos


pontos de atenção à saúde, no sistema de serviços de saúde;
Responsabilização: visa responsabilizar-se pela saúde dos usuários em qualquer
ponto de atenção à saúde em que estejam.
Pontos de Atenção Secundários e Terciários:
Somente os serviços de APS não são suficientes para atender às necessidades de
cuidados em saúde da população. Portanto, os serviços de APS devem ser
apoiados e complementados por pontos de atenção de diferentes densidades
tecnológicas para a realização de ações especializadas (ambulatorial e hospitalar),
no lugar e tempo certos.
Sistemas de Apoio

| 48
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São os lugares institucionais da rede onde se prestam serviços comuns a todos os


pontos de atenção à saúde. São constituídos pelos sistemas de apoio diagnóstico
e terapêutico (patologia clínica, imagens, entre outros); pelo sistema de
assistência farmacêutica que envolve a organização dessa assistência em todas as
suas etapas: seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição,
prescrição, dispensação e promoção do uso racional de medicamentos; e pelos
sistemas de informação em saúde.
Sistemas Logísticos
Os sistemas logísticos são soluções em saúde, fortemente ancoradas nas
tecnologias de informação, e ligadas ao conceito de integração vertical.
Consiste na efetivação de um sistema eficaz de referência e contrarreferência de

06
pessoas e de trocas eficientes de produtos e de informações ao longo dos pontos

3:
:1
de atenção à saúde e dos sistemas de apoio na rede de atenção à saúde. Estão

04
voltados para promover a integração dos pontos de atenção à saúde. Os principais

0
02
sistemas logísticos da rede de atenção à saúde são: os sistemas de identificação e

/2
03
acompanhamento dos usuários; as centrais de regulação, registro eletrônico em

8/
-2
saúde e os sistemas de transportes sanitários.

om
Sistema de Governança
.c
A governança é definida pela Organização das Nações Unidas como o exercício da
ok

autoridade política, econômica e administrativa para gerir os negócios do Estado.


tlo
ou

Constitui-se de complexos mecanismos, processos, relações e instituições através


@

das quais os cidadãos e os grupos sociais articulam seus interesses, exercem seus
09
bs

direitos e obrigações e mediam suas diferenças (RONDINELLI, 2006).


-m

A governança da RAS é entendida como a capacidade de intervenção que envolve


1

diferentes atores, mecanismos e procedimentos para a gestão regional


-7
41

compartilhada da referida rede. Nesse contexto, o Colegiado de Gestão Regional


.9
34

desempenha papel importante, como um espaço permanente de pactuação e co-


.7

gestão solidária e cooperativa onde é exercida a governança, a negociação e a


17
-0

construção de consensos, que viabilizem aos gestores interpretarem a realidade


a

regional e buscarem a conduta apropriada para a resolução dos problemas


lv
Si

comuns de uma região.


o
un

Exercer uma governança solidária nas regiões de saúde implica o


Br

compartilhamento de estruturas administrativas, de recursos, sistema logístico e


s
co

apoio, e de um processo contínuo de monitoramento e avaliação da Rede de


ar
M

Atenção à Saúde. Assim, a governança da RAS é diferente da gerência dos pontos


de atenção à saúde, dos sistemas de apoio e dos logísticos.
O exercício da governança implica, ainda, o enfrentamento de questões políticas e
estruturais do processo de regionalização, como as relações federativas, as
relações público- privadas, as capacidades internas de gestão, a sustentabilidade
financeira, a regulação da atenção e o estabelecimento de padrões de qualidade
para a provisão de serviços (públicos e privados), bem como os padrões de gestão
e desempenho das unidades de saúde, entre outros.
No processo de governança são utilizados instrumentos e mecanismos de
natureza operacional, tais como: roteiros de diagnóstico, planejamento e
programações regionais, sistemas de informação e identificação dos usuários,

| 49
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

normas e regras de utilização de serviços, processos conjuntos de aquisição de


insumos, complexos reguladores, contratos de serviços, sistemas de
certificação/acreditação, sistema de monitoramento e avaliação,
comissões/câmaras técnicas temáticas, etc.
Alguns desses mecanismos podem ser viabilizados por intermédio de consórcio
público de saúde, que se afigura como uma alternativa de apoio e fortalecimento
da cooperação interfederativa para o desenvolvimento de ações conjuntas e de
objetivos de interesse comum, para melhoria da eficiência da prestação dos
serviços públicos e operacionalização da Rede de Atenção à Saúde.
No que tange ao Controle Social, as estruturas locais e estaduais devem
desenvolver mecanismos e instrumentos inovadores de articulação, tais como

06
fóruns regionais, pesquisas de satisfação do usuário, entre outros, cujas

3:
:1
informações podem ser transformadas em subsídios de monitoramento e

04
avaliação das políticas de saúde no espaço regional.

0
02
O processo de Planejamento Regional, discutido e desenvolvido no CGR,

/2
03
estabelecerá as prioridades de intervenção com base nas necessidades de saúde

8/
-2
da região e com foco na garantia da integralidade da atenção, buscando a

om
maximização dos recursos disponíveis.
.c
Esse planejamento deverá ainda seguir a mesma sistemática do processo de
ok

elaboração do planejamento municipal/estadual, considerando os pressupostos e


tlo
ou

características do Sistema de Planejamento do SUS, no tocante à construção de


@

seus instrumentos básicos. Os planos municipais de saúde do conjunto de


09
bs

municípios da região, e o plano estadual de saúde são subsídios essenciais ao


-m

processo de planejamento regional respectivo e são influenciados pelo resultado


1

deste.
-7
41

O produto do processo de planejamento regional deverá ser expresso no PDRI, o


.9
34

que permitirá o monitoramento e a avaliação das metas acordadas entre os


.7

gestores, bem como, a definição dos recursos financeiros necessários.


17
-0

Como parte intrínseca à governança da RAS, seu financiamento é atribuição


a

comum aos gestores das três esferas de governo, sendo orientado no sentido de
lv
Si

reduzir a fragmentação, estimular o compartilhamento de responsabilidades, a


o
un

continuidade do cuidado, a eficiência da gestão e a equidade.


Br

As modalidades de repasses financeiros devem estar alinhadas com o modelo de


s
co

atenção e ao planejamento regional, fortalecendo as relações de


ar
M

complementaridade e interdependência entre os entes envolvidos, na organização


da atenção.
A alocação dos recursos de custeio da Rede de Atenção à Saúde deve ser pautada
por uma combinação de critérios de necessidades de saúde envolvendo variáveis
demográficas, epidemiológicas e sanitárias e, ainda, ao desempenho no
cumprimento dos objetivos e das metas fixadas. A construção de programação
pactuada e integrada - PPI consiste em uma estratégia para orientar a definição de
alocação compartilhada de recursos.
Além do modelo de alocação, torna-se necessário também o dimensionamento e a
garantia de um volume de recursos compatível com as necessidades de
investimento na Rede de atenção à saúde.

| 50
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Da mesma forma, é necessário buscar a unificação dos processos decisórios


relativos aos investimentos, que se devem pautar pelos critérios de ampliação do
acesso, integralidade e equidade na organização da estrutura regional de atenção
à saúde e sustentabilidade, materializados nos Planos Diretores de Regionalização
e Investimentos.
6.3 Modelo de Atenção à Saúde
O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o funcionamento
da RAS, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas sub
populações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de
atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definido em
função da visão prevalecente da saúde, das situações demográficas e

06
epidemiológicas e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado

3:
:1
tempo e em determinada sociedade. Para a implantação da RAS, é necessária uma

04
mudança no atual modelo de atenção hegemônico no SUS, ou seja, exige uma

0
02
intervenção concomitante sobre as condições agudas e crônicas.

/2
03
O modelo de atenção definido na regulamentação do SUS preconiza uma

8/
-2
contraposição ao modelo atual que é centrado na doença e em especial no

om
atendimento à demanda espontânea e na agudização das condições crônicas.
.c
Aponta para a necessidade de uma organização que construa a intersetorialidade
ok

para a promoção da saúde, contemple a integralidade dos saberes com o


tlo
ou

fortalecimento do apoio matricial, considere as vulnerabilidades de grupos ou


@

populações e suas necessidades, fortalecendo as ações sobre as condições


09
bs

crônicas.
-m

A diferença entre RAS baseada na APS e rede de urgência e emergência está no


1

papel da APS. Na rede de atenção às condições crônicas ela funciona como centro
-7
41

de comunicação, mas na Rede de atenção às urgências e emergências ela é um


.9
34

dos pontos de atenção, sem cumprir o papel de coordenação dos fluxos e contra
.7

fluxos dessa Rede.


17
-0

Um dos problemas contemporâneos centrais da crise dos modelos de atenção à


a

saúde consiste no enfrentamento das condições crônicas na mesma lógica das


lv
Si

condições agudas, ou seja, por meio de tecnologias destinadas a responder aos


o
un

momentos agudos dos agravos - normalmente momentos de agudização das


Br

condições crônicas, autopercebidos pelas pessoas -, através da atenção à


s
co

demanda espontânea, principalmente, em unidades de pronto atendimento ou de


ar
M

internações hospitalares de urgência ou emergência. É desconhecendo a


necessidade imperiosa de uma atenção contínua nos momentos silenciosos dos
agravos quando as condições crônicas insidiosamente evoluem.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2003), um sistema de Atenção
Primária incapaz de gerenciar com eficácia o HIV/Aids, o diabetes e a depressão irá
tornar-se obsoleto em pouco tempo. Hoje, as condições crônicas são responsáveis
por 60% de todo o ônus decorrente de doenças no mundo. No ano 2020, serão
responsáveis por 80% da carga de doença dos países em desenvolvimento e,
nesses países, a aderência aos tratamentos chega a ser apenas de 20% (OMS,
2003). Por este motivo, no sistema integrado, a Atenção Primária deve estar
orientada para a atenção às condições crônicas, com o objetivo de controlar as

| 51
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

doenças/agravos de maior relevância, através da adoção de tecnologias de gestão


da clínica, tais como as diretrizes clínicas e a gestão de patologias.
No SUS, a Estratégia Saúde da Família, representa o principal modelo para a
organização da APS. O seu fortalecimento tornase uma exigência para o
estabelecimento da RAS.

Um pouco de história.
Uma análise histórica da APS desde o início do século XX até o presente
momento permite identificar oito ciclos de sua expansão no País (MENDES, 2002a).
O primeiro ciclo foi o do modelo da rede local permanente, vigente nos

06
3:
primeiros anos do século passado; o segundo ciclo foi o dos centros de saúde-

:1
04
escola, instituídos pelo Prof. Paulo Souza na Universidade de São Paulo, nos anos

0
20; o terceiro ciclo foi o dos Serviços Especiais de Saúde Pública (SESP), parte do

02
/2
esforço de guerra, a partir dos anos 40; o quarto ciclo foi o dos centros de saúde

03
implantados pelas Secretarias Estaduais de Saúde, em todo País, que teve seu

8/
-2
auge nos anos 60; o quinto ciclo foi o dos programas de extensão de cobertura,

om
iniciados por experiências acadêmicas ou institucionais, e que confluíram para o
.c
Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), na
ok
tlo

segunda metade dos anos 70; o sexto ciclo foi o das Ações Integradas de Saúde
ou

(AISs) que articulou os cuidados primários das Secretarias Estaduais de Saúde com
@
09

os da Previdência Social (INAMPS) em núcleos urbanos, no início dos anos 80; o


bs

sétimo ciclo foi o da municipalização das ações de APS, decorrência da criação do


-m

SUS e do movimento de municipalização da saúde, ocorrido a partir do final dos


1
-7

anos 80; o oitavo ciclo, o ciclo vigente, o da atenção básica, surgiu no final de 1993,
41

com a institucionalização, pelo Ministério da Saúde, do PSF.


.9
34

O ciclo da atenção básica, representado pela opção política pelo Programa


.7
17

de Saúde da Família sofreu a influência de várias matrizes: a Medicina Geral e


-0

Comunitária, com origem no Rio Grande do Sul (ABATH, 1985), a Ação


a
lv

Programática em Saúde, em São Paulo (NEMES, 1996), o Programa do Médico de


Si

Família, em Niterói (RODRIGUES, 1996), e o Modelo de Defesa da Vida da


o
un

Faculdade de Ciências Mé- dicas da UNICAMP (CAMPOS, 1997). Mas a influência


Br

principal foi do Programa de Saúde da Família (PSF), desenvolvido a partir da


s
co

ampliação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), no Ceará, pela


ar
M

Secretaria Estadual de Saúde e pela Secretaria Municipal de Saúde de Quixadá. Foi


esse modelo, surgido no Nordeste do País, que foi acolhido como base da
proposta de saúde da família no SUS; sua singularidade está em romper com os
modelos clássicos da medicina familiar e instituir-se como prática de saúde da
família, o que, provavelmente, sofreu a influ- ência de sua origem intersetorial, no
PACS, proposto como ação de emergência de frentes de trabalho para o
enfrentamento da seca no semiárido cearense, no ano de 1987 (MENDES, 2002a).
Os resultados do PSF no SUS são muito expressivos. Houve avanços
notáveis em termos de estrutura: em junho de 2010, estavam implantadas, em
5.272 municípios brasileiros, 30.996 equipes de PSF que cobriam 98.002.920
brasileiros, 51,6% da população total; 238.304 agentes comunitários de saúde

| 52
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

estavam operando em 5.357 municípios, cobrindo uma população de 116.590.839


brasileiros, 61,4% da população total; em termos de processos, como o
incremento das consultas médicas e de enfermagem, do exames pré-natais, dos
procedimentos odontológicos etc.; e em termos de resultados: o aumento das
equipes do PSF contribuiu, significativa- mente, para a diminuição da mortalidade
infantil no País (MACINKO et al., 2006).
Não obstante seus resultados favoráveis, esse modelo de atenção básica, tal como
praticado, esgotou-se. Ele não dá conta de cumprir com as funções que as RASs
convocam na APS, nem de sustentar as mudanças da APS preconizadas no
relatório anual de 2008 da Organização Mundial da Saúde (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2008d).

06
Não dá para ter uma APS de qualidade, cumprindo com as funções

3:
:1
resolubilidade, de centro de comunicação e de responsabilização nas RASs, com

04
uma APS que se instala em casas alugadas, que oferta serviços de baixa densidade

0
02
tecnológica, que tem uma carteira de medicamentos restrita, que funciona com

/2
03
base em cuidados profissionais prestados por médicos e enfermeiros, que não

8/
-2
pode oferecer o autocuidado apoiado em função da carência de equipes

om
multiprofissionais, que apresenta sistemas de contratação de profissionais
.c
precarizados e que, em geral, não dispõe de uma gerência profissionalizada. Muito
ok

menos de tentar resolver os problemas do PSF, com uma agenda contrangida que
tlo
ou

se concentra na flexibilização do trabalho médico.


@

Por isso, há que se instituir um nono ciclo da APS no Brasil, o que implicará
09
bs

assumi-la, verdadeiramente e, não só discursivamente, como a estratégia de


-m

organização do SUS. Essa mudança paradigmática significará uma APS mais


1

qualificada, adensada tecnologicamente, com mais recursos, com equipe


-7
41

multiprofissional e que, para isso, deverá ser tomada como uma efetiva prioridade
.9
34

pelos gestores do SUS, nas três instâncias federativas. E, muito importante, não
.7

será tão barata, exigindo investimentos adicionais consideráveis (WORLD HEALTH


17
-0

ORGANIZATION, 2008d).
a

Fonte: As Redes de Atenção à Saúde. OPAS e CONASS. 2ª Edição – 2011.


lv
Si
o
un

As Redes de Atenção à Saúde


Br
s

As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços


co
ar

de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de


M

sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade


do cuidado (Ministério da Saúde, 2010 – portaria nº 4.279, de 30/12/2010).
A implementação das RAS aponta para uma maior eficácia na produção de
saúde, melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e
contribui para o avanço do processo de efetivação do SUS. A transição entre o
ideário de um sistema integrado de saúde conformado em redes e a sua
concretização passam pela construção permanente nos territórios, que permita
conhecer o real valor de uma proposta de inovação na organização e na gestão do
sistema de saúde.

| 53
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

A atual grande diretriz da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) para o


período de 2011 a 2014 é a implantação das RAS, sendo sua gestora no âmbito
federal.
No dia 30 de dezembro de 2010, o Documento de Referência contendo as
“Diretrizes para a organização das RAS no âmbito do SUS” foi oficializado por meio
da Portaria GM/MS nº 4.279, publicada no Diário Oficial de 31/12/2010. Este
documento havia sido aprovado pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT) no
dia 16 de dezembro.
Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns fundamentos precisam
ser considerados: economia de escala, qualidade, suficiência, acesso e
disponibilidade de recursos.

06
3:
:1
Redes Prioritárias

04
0
02
/2
A rede de atenção á saúde temática deve se organizar a partir da necessidade de

03
enfrentamentos de vulnerabilidades, agravos ou doenças que acometam as

8/
-2
pessoas ou as populações.

om
Após pactuação tripartite, em 2011, foram priorizadas as seguintes redes
.c
ok
temáticas:
tlo

• Rede Cegonha, que tem um recorte de atenção à gestante e de atenção à criança


ou

até 24 meses.
@
09

• Rede de Atenção às Urgências e Emergências.


bs

• Rede de Atenção Psicossocial (com prioridade para o Enfrentamento do Álcool,


-m

Crack, e outras Drogas).


1
-7

• Rede de Atenção às Doenças e Condições Crônicas: iniciando-se pelo câncer (a


41
.9

partir da intensificação da prevenção e controle do câncer de mama e colo do


34

útero).
.7
17

• Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência.


-0
a
lv

Todas as redes também são transversalizadas pelos temas: qualificação e


Si

educação; informação; regulação; e promoção e vigilância à saúde.


o
un
Br
s
co

Lógica Comum das Portarias de Redes Temáticas


ar
M

Na conformação das redes temáticas, tentou-se imprimir as seguintes


lógicas:
Identificação dos componentes das redes temáticas e suas formas de
articulação;
Estabelecimento de fases para a implementação das redes, constando nas
portarias específicas os passos necessários para o cumprimento das fases.b
Nem todas as redes identificaram a necessidade de todas as fases construídas
inicialmente: diagnóstico e adesão; desenho da rede regional; contratualização
dos pontos de atenção; qualificação dos componentes/pontos de atenção; e
certificação da rede.
Fonte: Rede de Atenção à Saúde. Ministério da Saúde. Disponível em:

| 54
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

http://dab.saude.gov.br/portaldab/index.php

Ah, não esqueça o que a PNAB (2017) fala:


Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária
para expansão e consolidação da Atenção Básica.
Só falei por curiosidade mesmo.
Sigamos com um conteúdo EXTRA.

[…] a Atenção Primária à Saúde (APS) foi posicionada como um dos elementos da
estrutura operacional de uma rede de atenção à saúde (RAS): centro comunicador
e coordenador do cuidado. Partindo do centro, ela tem a responsabilidade de

06
3:
fazer a ponte entre os diferentes níveis e pontos de atenção, assim como integrar

:1
ao processo os sistemas logísticos e de apoio, garantindo, assim, a integralidade

04
0
da atenção aos usuários do sistema de saúde.

02
[…]

/2
03
Uma APS de qualidade deve possuir atributos essenciais para sua

8/
-2
consolidação e efetiva atenção à população assistida. Na gura 14 estão

om
apresentados esses atributos.
.c
O primeiro atributo diz respeito à atenção primária como serviço de
ok
tlo

primeiro contato. Para isso, é necessário que o serviço seja acessível em todos os
ou

aspectos (financeiros, geográ cos, culturais, etc.) e que o usuário possa utilizar os
@
09

serviços para todo problema de saúde que identificar.


bs

A longitudinalidade consiste na regularidade do cuidado à saúde do


-m

usuário pela equipe em um processo que gere responsabilização e uma relação


1
-7

mútua e contínua de con ança entre a equipe, as famílias e os indivíduos.


41
.9
34

Atenção primária à
.7

saúde
17
-0
a
lv
Si

Atributos essenciais
o
un

acesso
Br

longitudinalidade
s
co

coordenação
integralidade
ar
M

Atributos derivados

focalização na família
orientação comunitária
competência cultural

Figura 14. Atributos necessários à Atenção Primária à Saúde.

A integralidade implica a oferta de serviços


A integralidade implica adeoferta
cuidado à saúdede
de serviços docuidado
usuário,àtanto
saúde do usuário,
eventivos como curativos, nos diferentes pontos de atenção, de maneira a atender
tanto preventivos como curativos, nos diferentes pontos de atenção, às de maneira a
atenderconsiderando
cessidades da população, às necessidades da população,
a múltipla considerando
determinação da saúde.a múltipla determinação da
A fim de garantir a integralidade da atenção, a coordenação das ações e serviços é
m atributo essencial para que a APS se estabeleça como centro de comunicação das redes. | 55
Outro atributo da APS é a focalização na família. O contexto familiar é considerado
oco prioritário no diagnóstico da situação e no processo decisório das medidas a serem
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

saúde.
Afim de garantir a integralidade da atenção, a coordenação das ações e
serviços é um atributo essencial para que a APS se estabeleça como centro de
comunicação das redes. Outro atributo da APS é a focalização na família. O
contexto familiar é considerado o foco prioritário no diagnóstico da situação e no
processo decisório das medidas a serem adotadas.
De maneira complementar, o
atributo de orientação comunitária considera a comunidade como protagonista
para reconhecimento dos problemas e decisão sobre os melhores caminhos para
melhoria das condições de saúde e de nição de decisões sanitárias e econômicas.
E finalmente, reconhecer e valorizar os diferentes saberes e soluções, sejam
eles científicos ou populares, é o atributo da APS denominado competência

06
3:
cultural.

:1
Assim, respeitar e valorizar esses atributos junto à APS significa também

04
0
contribuir para a consolidação desse nível de atenção como o centro coordenador

02
em um sistema estruturado em redes de atenção. Uma APS forte resulta em uma

/2
03
RAS com base forte o suficiente para consolidação do SUS.

8/
-2
[…]

om
1. Elementos constitutivos das Redes de Atenção à Saúde
.c
As RAS são constituídas por três elementos fundamentais: população, estrutura
ok
tlo

operacional e modelo de atenção à saúde.


ou

a. População. A população e a área geográfica ficam sob responsabilidade de uma


@

RAS, que ocupa a região de saúde definida pelo Plano Diretor de Regionalização
09
bs

e Investimentos (PDRI).
-m

b. Estrutura operacional. É formada pelos pontos de atenção das redes e pelas


1
-7

ligações materiais e imateriais que integram esses diferentes serviços. Assim, há


41

cinco componentes que fazem parte da estrutura operacional:


.9
34

i.
.7

Centro de comunicação: a APS tem papel chave na estruturação das redes,


17
-0

atuando como ordenadora e coordenadora dos fluxos e contra-fluxos do cuidado.


a

Ela é fundamental na constituição do sistema de saúde por sua proximidade com


lv
Si

os indivíduos e seu cotidiano. Assim, esse componente deve desempenhar ações


o
un

de saúde e também fazer a ligação entre os demais pontos de atenção, de modo a


Br

garantir a integralidade e continuidade da atenção à saúde dos usuários.


s
co

Exemplo: na Rede Cegonha, uma
gestante faz o acompanhamento
pré-natal em


ar
M

uma Unidade Básica
de Saúde (UBS). Esta UBS tem como
responsabilidade –


entre outras -
fazer a articulação com os serviços
de apoio diagnóstico para
realização
de exames necessários durante a
gestação, a programação do parto

na maternidade mais próxima da 
 residência da usuária, e fazer o 

acompanhamento pós-parto do
binômio mãe-bebê.

| 56
tituição do sistema de saúde por sua proximidade com
no. Assim, esse componente deve
Professor desempenhar
Alyson Barros ações
a ligação entre os demaisSEMAD-Goiânia
pontos de 2020
atenção, de modo
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública
e continuidade da atenção à saúde dos usuários.
onha, uma
anhamento
ade Básica
tem como
e outras -
os serviços

06
a realização

3:
:1
durante a

04
0
02
o do parto

/2
03
róxima da

8/
-2
om
e fazer o ok
.c
parto do
tlo
ou
@
09
bs
-m

RAS
ii. Pontos de atenção à saúde secundários e terciários: os pontos17
de atenção de
1
-7

diferentes densidades tecnológicas servem de apoio aos serviços da APS, com


41

ações especializadas em nível ambulatorial, hospitalar, apoio diagnóstico e


.9
34

terapêutico.
.7
17
-0
a
lv
Si
o
un
Br
s
co
ar
M

| 57
ii. Pontos de atenção à saúde secundários e terciários: os pontos de atenção
ii. Pontos de atenção à saúde secundários e terciários: os pontos de atenção
de diferentesProfessor
densidades
de diferentes Alyson
densidadesBarros
tecnológicas servem
tecnológicas de apoio
servem aosaos
de apoio serviços
serviçosdadaAPS,
APS,
com ações SEMAD-Goiânia em 2020
com ações especializadas em nível ambulatorial, hospitalar, apoio diagnósticoee
especializadas nível ambulatorial, hospitalar, apoio diagnóstico
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública
terapêutico.
terapêutico.

06
3:
:1
04
0
02
/2
03
8/
-2
Ponto secundário: UPA

om
Ponto terciário: hospital
.c
Centro coordenador: unidade básica de saúde, atenção domiciliar
ok
Ponto secundário: UPA
tlo

Figura
Ponto7.terciário:
Exemplos de pontos de atenção secundários e terciários que compõem uma Rede de Atenção à Saúde.
hospital
ou
@

Centro coordenador: unidade básica de saúde, atenção domiciliar


09
bs

Figura 7. Exemplos de pontos de atenção secundários e terciários que compõem uma Rede de Atenção à Saúde.
-m

iii. Sistemas
iii. de apoio:
Sistemas locais
de apoio: onde
locais ondesão
são prestados serviços
prestados serviços de saúde
de saúde comuns
comuns a todosa
1

todos os pontos de de
atenção.
atenção.São
Sãoconstituídos por 33 sistemas
sistemasprincipais:
principais: sistemas
-7

os pontos constituídos por sistemas de


41

de apoio apoio
diagnóstico
diagnóstico e terapêutico; sistema de assistência farmacêutica e sistemase
e terapêutico; sistema de assistência farmacêutica
.9

iii. Sistemas
sistemas dede apoio:
informação emsaúde.
locais saúde.
onde Seguem
são prestadosexemplos
serviçosnadefigura
saúdeabaixo:
comuns a todos
34

de informação em Seguem exemplos na figura abaixo:


.7

os pontos de atenção. São constituídos por 3 sistemas principais: sistemas de


17
-0

apoio Sistemas
diagnóstico e terapêutico; sistema
de apoios Sistemade
deassistência farmacêutica
Sistemasedesistemas
a

diagnóstico e assistência
lv

de informação em saúde. Seguem exemplos na figura abaixo: informação


Si

terapêutico farmacêutica em saúde


o
un

• Diagnóstico por imagem • Medicação (seleção, pro- • Mortalidade (SIM)


Br

Sistemas• deMedicina
apoios nuclear Sistema de aquisição, arma-
gramação, • Sistemas
Nascidos vivosde
(SINASC
s

diagnóstico e assistência
co

• Eletrofisiologia zenamento e distribuição) • informação


Agravos de notificação com-
terapêutico • farmacêutica
ar

• Endoscopias Ações assistenciais em saúde


pulsória (SINAN)
M

• Hemodinâmica • Farmácia clínica • Informações ambulatoriais do


• DiagnósticoPatologia
• clínica
por imagem • • Farmacovigilância
Medicação (seleção, pro- • SUS (SIA SUS)
Mortalidade (SIM)
• Informações hospitalares do
• Medicina nuclear gramação, aquisição, arma- • Nascidos vivos (SINASC
SUS (SIH SUS)
• Eletrofisiologia zenamento e distribuição) • Agravos
• de notificação
Atenção básica (SIAB)com-
• Endoscopias • Ações assistenciais pulsória (SINAN)
• Hemodinâmica • Farmácia clínica • Informações ambulatoriais do
• Patologia clínica
Figura 8. Os• diferentes
Farmacovigilância SUS
sistemas de apoio que compõem as Redes de (SIA àSUS)
Atenção Saúde.
• Informações hospitalares do
18 RAS
iv. Sistemas logísticos: oferecem soluções em saúde baseadas SUS (SIH SUS) nas tecnologias de
informação, voltadas para promover a e caz integração e comunicação • Atenção básica (SIAB) entre
pontos de atenção à saúde e os sistemas de apoio. Podem referir-se a pessoas,
produtos ou8. informações,
Figura e de
Os diferentes sistemas estão fortemente
apoio que ligados
compõem as Redes ao conceito
de Atenção à Saúde. de integração
RAS

| 58
iv. Sistemas logísticos: oferecem soluções em saúde baseadas nas tecnologias de
informação, voltadas para promover a eficaz integração e comunicação entre
Professor Alyson Barros
pontos de atenção à saúde e os sistemas de apoio. Podem referir-se a pessoas,
SEMAD-Goiânia 2020
produtos ou informações, e estão fortemente ligados ao conceito de integração
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública
vertical.
aúde baseadas nas tecnologias de Os sistemas logísticos são: identificação do usuário por meio do Cartão
Nacional
vertical. Os
integração e comunicação do logísticos
sistemas
entre SUS; prontuário clínico; cação
são: identi sistemadodeusuário
acesso regulado
por meioà do
atenção
Cartãoe
Nacional do SUS; de
sistemas
apoio. Podem referir-se a pessoas, prontuário
transporte.clínico; sistema de acesso regulado à atenção e
sistemas de transporte.
igados ao conceito de integração
ão do usuário por meio do Cartão
de acesso regulado à atenção e
Sistema de
Cartão de Prontuário clínico Sistema de acesso transporte (pessoas,
identificação (informatizado ou regulado à atenção material, biológico e
dos usuários manuscrito) à saúde resíduos sólidos)

Figura 9. Exemplos de componentes de um sistema logístico presente na Rede de Atenção à Saúde.

06
3:
:1
v. Sistemas de governança: de acordo com Mendes, são arranjos institucionais

04
Sistema de
v. Sistemas de governança: de acordo com Mendes3, são arranjos
organizados
transporte (pessoas, que envolvem diferentes atores, estratégias e procedimentos, para

0
cesso

02
enção gerir,
material, biológico einstitucionais
de forma organizadose que
compartilhada envolvem diferentes
interfederativa, atores, entre as outras
as relações

/2
quatro
resíduos (4) estratégias
sólidos) estruturase procedimentos,
operacionais para
citadas
gerir,anteriormente, com vistas à obtenção
de forma compartilhada

03
8/
de maior interdependência
e interfederativa, easmelhores
relações resultados sanitários
entre as outras quatroe (4)
econômicos. Assim,

-2
esente na Rede de Atenção à Saúde.
é por meioestruturas
destes sistemas transversais
operacionais que se articulam
citadas anteriormente, com os elementos
vistas à da RAS em
função da missão,
obtençãoda devisão
maiore interdependência
dos objetivos comuns das redes.
om
e melhores resultados .c
ok

es3, são arranjos sanitários e econômicos. Assim, é por meio destes sistemas
tlo
ou

erentes atores, transversais que se articulam os elementos da RAS em função


@
09

compartilhada da missão, da visão e dos objetivos comuns das redes.


bs

ras quatro (4)


-m

Figura 10. O sistema de governança responsável por gerir a Rede de Atenção à Saúde.
com vistas à
1

Articulando cada um dos componentes da estrutura operacional da RAS em seu


-7
41

ores resultados município, surge a figura abaixo. Ela foi proposta por Mendes12, e sintetiza muito bem a
.9
34

estes sistemas estrutura operacional das RAS.


.7
17

RAS em função
-0

redes. RT 1 RT 2 RT 3 RT n
a
lv

Pontos de Pontos de Pontos de Pontos de


Si

Atenção Atenção Atenção Atenção


Articulando cada um dos componentes da estrutura operacional da RAS em seu
à Saúde à Saúde à Saúde à Saúde
o

Secundários Secundários Secundários Secundários


município,
surge a figura abaixo. Ela foi proposta por Mendes, e sintetiza muito
a responsável por gerir a Rede de Atenção à eSaúde.
un

Terciários e Terciários e Terciários e Terciários


GOVERNANÇA DA RAS
Br

tura operacional da RAS em seu operacional da RAS:


bem a estrutura
LOGÍSTICOS

Sistema de transporte em saúde


SISTEMAS

s
co

Mendes , e sintetiza muito bem a


12 Sistema de acesso regulado à atenção
ar

Prontuário Clínico
M

Cartão de Identificação das pessoas usuárias


Sistema de Apoio Diagnóstico e Terapêutico
DE APOIO
SISTEMAS

Sistema de Assistência Farmacêutica


Sistemas de Informação em Saúde

Figura 11. Síntese da estrutura operacional da Rede de Atenção à Saúde. Fonte: Mendes12.
GOVERNANÇA DA RAS

de transporte em saúde
RAS 19
de acesso regulado à atenção
o Clínico
e Identificação das pessoas usuárias
de Apoio Diagnóstico e Terapêutico
de Assistência Farmacêutica
de Informação em Saúde

| 59
Saúde. Fonte: Mendes12.

RAS 19
da missão, da visão e dos objetivos comuns das redes.

Figura 10. O sistema de governança responsável por gerir a Rede de Atenção à Saúde.
Professor Alyson Barros
Articulando cada um dos componentes da estrutura operacional da RAS em seu
SEMAD-Goiânia 2020
município, surge a figura abaixo. Gerais
Conhecimentos Ela foi proposta
em Saúde porPública
Mendes12, e sintetiza muito bem a
estrutura operacional das RAS.

RT 1 RT 2 RT 3 RT n
Pontos de Pontos de Pontos de Pontos de
Atenção Atenção Atenção Atenção
à Saúde à Saúde à Saúde à Saúde
Secundários Secundários Secundários Secundários
e Terciários e Terciários e Terciários e Terciários

GOVERNANÇA DA RAS
LOGÍSTICOS

Sistema de transporte em saúde


SISTEMAS

Sistema de acesso regulado à atenção


Prontuário Clínico
Cartão de Identificação das pessoas usuárias
Sistema de Apoio Diagnóstico e Terapêutico
DE APOIO
SISTEMAS

Sistema de Assistência Farmacêutica


Sistemas de Informação em Saúde

06
3:
:1
Figura 11. Síntese da estrutura operacional da Rede de Atenção à Saúde. Fonte: Mendes12.

04
RAS 19

0
Independentemente do tipo ou quantidade de redes temáticas (RT) de

02
/2
atenção à saúde que foram ou serão implantadas em seu município, elas sempre

03
terão como centro coordenador unidades e equipes da APS, que por sua vez

8/
-2
ordenarão os fluxos e contra fluxos de atenção junto aos pontos de atenção

om
secundários e terciários que pertencem a esta RT, por meio dos sistemas
.c
logísticos, e contando com o auxílio dos sistemas de apoio. Todo esse conjunto
ok
tlo

será gerido por um sistema de governança interfederativo e transversal.


ou

c. Modelo de atenção à saúde. Este é o último e não menos importante elemento


@
09

que constitui uma RAS. Pode ser definido como:


bs

“um sistema lógico que organiza o funcionamento das RAS,


-m

articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas


1
-7

subpopulações (grupos) estratificadas por riscos, os focos das


41

intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de


.9
34

intervenções sanitárias, definido em função da visão prevalecente da


.7

saúde, das situações demográfica e epidemiológica e dos


17
-0

determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e


a

em determinada sociedade”. (p. 209)


lv
Si

Em outras palavras, é a lógica adotada pelos gestores municipais e


o
un

estaduais para atender às demandas de saúde da população local de forma mais


Br
s

efetiva, e ciente e segura. Cabe relembrar que esta lógica deve condizer com o
co

atual cenário de tripla carga de doenças, com prevalências crescentes e


ar
M

alarmantes das condições crônicas de doença. Logo, os modelos de atenção à


saúde devem subsidiar toda a formação e implantação das RAS, e também ter
como foco prioritário as condições crônicas (garantindo atenção aos respectivos
eventos agudos), e não somente as condições agudas.
No Box 3 abaixo estão descritos diferentes modelos de saúde, segundo o seu foco
de atenção.

Box 03. Os diferentes modelos de atenção à saúde


Os modelos de saúde operam segundo lógicas estruturais e operacionais
que variam de acordo com a região e a natureza das condições de saúde da
população assistida. Sabe-se que as condições de saúde da população variam,

| 60
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

podendo ter natureza aguda ou crônica. Assim, vários modelos foram


desenvolvidos.
a. Modelos de atenção às condições agudas. São modelos que atendem às
condições agudas e aos eventos agudos de doença crônica, e têm como objetivo
identificar, no menor tempo possível, a gravidade de uma pessoa em situação de
urgência ou emergência e definir o ponto de atenção adequado à situação. É o
modelo que hegemonicamente tem sido adotado pelos gestores do SUS. 

b. Modelo de atenção às condições crônicas. Desenvolvido pela equipe do MacColl
Institute for Healthcare Innovation, nos Estados Unidos, o Modelo de Atenção
Crônica, ou Chronic Care Model (CCM) na tradução literal, constitui-se em uma
solução complexa e sistêmica para o problema da atenção às condições crônicas.

06
3:
Este modelo é composto por seis elementos, que inter-relacionados, permitem aos

:1
usuários estarem informados e serem ativos, bem como permitem à equipe

04
0
produzir melhores resultados funcionais e sanitários para a população. Entre os

02
elementos, estão mudanças relacionadas: (1) à organização da atenção à saúde,

/2
03
(2) ao desenho do sistema de prestação de serviços, (3) ao apoio às decisões

8/
-2
técnicas, (4) ao sistema de informação clínica e (5) ao apoio ao autocuidado, 6) à

om
articulação dos serviços de saúde com os recursos da comunidade. 
As diferenças
.c
entre as redes de atenção às condições crônicas e às condições agudas estão 

ok
tlo

relacionadas ao papel da APS. Nas redes de atenção às doenças crônicas, a APS é o


ou

centro de comunicação das RAS, tendo como função a coordenação dos fluxos
@
09

dentro de toda a rede. Já nas redes de atenção às condições agudas, a APS não faz
bs

parte do centro de comunicação, tornando-se um importante ponto de atenção à


-m

saúde (‘nó’), sem cumprir a função central de coordenação de fluxos e contra


1
-7

fluxos da rede.
41
.9
34

Todos estes 03 elementos constitutivos, juntos, compõem as RAS: população,


.7

estrutura operacional e modelo de atenção à saúde. Sem a presença de qualquer


17
-0

um desses elementos, é impossível implantar uma RAS capaz de cumprir com seu
a

papel.
lv
Si
o
un
Br
s
co
ar
M

| 61
Todos estes 03 elementosProfessor
constitutivos,
Alysonjuntos,
Barroscompõem as RAS: população,
strutura operacional e modelo de SEMAD-Goiânia
atenção à saúde.2020
Sem a presença de qualquer um desses
ementos, é impossível implantar Conhecimentos
uma RAS capaz de Gerais emcom
cumprir Saúde
seuPública
papel.

População

Modelo
de saúde Sistema
logístico

Sistema de Centro
governança
RAS comunicador
(APS)

Pontos de
atenção

06
Sistema
terciários de apoio

3:
Pontos

:1
de

04
atenção
secundários

0
02
/2
03
Figura 12. Elementos constitutivos da Rede de Atenção à Saúde.

8/
Fonte: Redes de Atenção à Saúde no Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde

-2
- Coordenação
2. Ferramentas de microGeral de Alimentação
gestão e Nutriçãonas
dos serviços (CGAN). Brasília,
Redes de2012
Atenção à Saúde om
.c
ok
tlo
ou

As RAS devem ser organizadas localmente segundo os atributos e fundamentos


@

7.aulaAtenção integral à de planejamento


Saúde da Criança, do
09

scutidos na anterior, por meio de um processo que considere a


bs

alidade e Adolescente e Jovem,


os determinantes de saúde específicos deda Mulher,
um território do
sanitário e dasHomem
pessoas e do
-m

Idoso.
1

ue nele vivem. Ainda, devem estar associados o uso de critérios gerenciais e eficiência
-7
41

conômica, com vistas a soluções integradas de atenção à saúde.


.9
34

Partindo do ponto de vista da prática micro gerencial, onde os profissionais de


Aqui devemos listar e explicar brevemente os principais programas de
.7
17

aúde têm maior responsabilidade,


saúde da criança, são necessárias
da mulher, ferramentas
do adulto capazes
e do idoso. deque
Advirto assegurar
não conseguiremos
-0

adrões clínicos ótimos; diminuição de riscos para os usuários e profissionais; aumento


separar o que é só da criança, o que é só da mulher, o que é só do adulto e o que é
a
lv

só do
a eficiência; prestação deidoso. Muitas
serviços políticas
efetivos são voltadas
e melhoria para vários
na qualidade grupos.à saúde26.
da atenção
Si
o

xistem possibilidades comAgrande


bem da verdade,e aquando falamos de políticas de idosos, mulheres e
un

potencial, seguir estão apresentadas 6 ferramentas


Br

adultos temos que entender que as políticas conferem direitos e que esses direitos
e micro gestão1,2.
s

são exercidos em diferentes programas. A Estratégia de Saúde da Família, por


co
ar

exemplo, alcança além destes, as crianças. A mesma coisa ocorre com a PNAB.
M

Diretrizes clínicas: recomendações desenvolvidas de modo sistemático, baseadas


Capiche?
Vamosdecisões
em evidências, que orientam lá! Selecionei os pontos
dos profissionais de mais
saúdeconcursáveis direto do site do
em um caso clínico,
envolvendo açõesMinistério da Saúde,
de prevenção, preste
promoção atenção noSão
e assistência. destaque das informações!
conhecidas como protocolos
ou linhas-guia. Viabilizam a comunicação entre as equipes e serviços, e orientam as Linhas
Política
de Cuidado. Exemplo: diretriz Nacional de Atenção
clínica para diagnóstico/ tratamento daIntegral
fibrose cística. à Saúde
da Criança
) Linhas de Cuidado: (PNAISC)
forma de articulação de recursos e práticas de saúde entre as
unidades de atenção deCom uma o objetivo
região de promover
(primária, e proteger
secundária a saúde
ou terciária), daacolhimento
com criança e o aleitamento
materno, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à
e condução dos usuários pelas possíveis vias de diagnóstico e tratamento dentro da rede
Saúde da Criança (PNAISC). A política abrange os cuidados com a criança da
de saúde. Exemplo: linha de
gestação cuidado
aos 9 anos dode
parto e puerpério;
idade, linha de
com especial cuidadoàdo
atenção diabetesinfância e às
primeira
e hipertensão arterial; linha de cuidado da obesidade.
RAS 21
| 62
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

populações de maior vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade e


um ambiente facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno
desenvolvimento.
A política se estrutura em 7 (sete) eixos estratégicos, com a finalidade de orientar e
qualificar as ações e serviços de saúde da criança no território nacional,
considerando os determinantes sociais e condicionantes para garantir o direito à
vida e à saúde, visando à efetivação de medidas que permitam o nascimento e o
pleno desenvolvimento na infância, de forma saudável e harmoniosa, bem como a
redução das vulnerabilidades e riscos para o adoecimento e outros agravos, a
prevenção das doenças crônicas na vida adulta e da morte prematura de crianças.
Assista: https://www.youtube.com/watch?v=rzide7nnUp0

06
Descrição:

3:
:1
O vídeo aborda os sete eixos estratégicos da Política Nacional de Atenção

04
Integral à saúde da Criança, com a finalidade de orientar e qualificar as ações e

0
02
serviços de saúde da criança no território. A Coordenação Geral de Saúde da

/2
03
Criança e Aleitamento Materno (CGSCAM) é responsável por coordenar e

8/
-2
implementar a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC)

om
mediante a articulação interfederativa com os gestores estaduais e municipais. A
.c
PNAISC tem por objetivo promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento
ok

materno, mediante a atenção e cuidados integrais e integrados, da gestação aos


tlo
ou

nove anos de vida, com especial atenção, à primeira infância e populações de


@

maior vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade e contribuir para


09
bs

um ambiente facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno


-m

desenvolvimento.
1
-7
41

Os pilares da política são:


.9
34

I - Atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto, ao


.7

nascimento e ao recém-nascido
17
-0

II - Aleitamento materno e alimentação complementar saudável


a

III - Promoção e acompanhamento do crescimento e do


lv
Si

desenvolvimento integral
o
un

IV - Atenção integral a crianças com agravos prevalentes na infância e


Br

com doenças crônicas


s
co

V - Atenção integral a crianças em situação de violências, prevenção de


ar
M

acidentes e promoção da cultura de paz


VI - Atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações
específicas e de vulnerabilidade
VII - Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno

[decore!]

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) foi


instituída pela Portaria nº 1.130, de 5 de agosto de 2015, após 4 anos de
construção coletiva do Ministério da Saúde com as Coordenações de Saúde da
Criança das Secretarias Estaduais de Saúde e Municipais das capitais, com o apoio

| 63
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

metodológico da Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis


EBBS/IFF/FIOCRUZ.

O que é a Primeira Infância?


A primeira infância é o período que vai desde a concepção do bebê até os 6
anos de idade. Pesquisas têm demonstrado que essa fase é extremamente sensível
para o desenvolvimento do ser humano, pois é quando ele forma toda a sua
estrutura emocional e afetiva e desenvolve áreas fundamentais do cérebro
relacionadas à personalidade, ao caráter e à capacidade de aprendizado.
A ciência tem comprovado que as experiências vividas na Primeira Infância,
desde o período de gestação, influenciam diretamente na formação do adulto que

06
a criança será no futuro. Essa fase é uma janela de oportunidades para que o

3:
:1
indivíduo desenvolva todo o seu potencial. Nos primeiros anos de vida, a

04
arquitetura do cérebro começa a se formar.

0
02
Esse processo continua ao longo do tempo, moldado pelas experiências

/2
03
positivas ou negativas vividas e compartilhadas, principalmente, com seus pais,

8/
-2
parentes e cuidadores em geral. Por isso, a proteção é essencial: problemas graves

om
logo no início da vida, como violência familiar, negligência e desnutrição, podem
.c
interferir no desenvolvimento saudável do cérebro.
ok

Por outro lado, o estímulo adequado gera benefícios, que vão desde o
tlo
ou

aumento da aptidão intelectual, que favorece o acompanhamento escolar e


@

diminui os índices de repetência e evasão, até a formação de adultos preparados


09
bs

para aprender a lidar com os desafios do cotidiano.


-m

A primeira infância, de zero a 6 anos, é um período muito importante para o


1

desenvolvimento mental e emocional e de socialização da criança. É fundamental


-7
41

estimular bem a criança nessa fase, para que ela tenha uma vida saudável e possa
.9
34

desenvolver-se bem na infância, na adolescência e na vida adulta. Acompanhe o


.7

desenvolvimento da criança com o profissional de saúde. Se achar que algo não


17
-0

vai bem, não deixe de alertá-lo para que possa examiná-la melhor.
a

[…]
lv
Si

Caderneta da Criança
o
un

Toda criança nascida em maternidades pública ou privada no Brasil tem


Br

direito a receber gratuitamente a Caderneta de Saúde da Criança que deve ser


s
co

devidamente preenchida e orientada pelo profissional por ocasião da alta


ar
M

hospitalar. A Caderneta é um documento importante para acompanhar a saúde,


crescimento e desenvolvimento da criança do nascimento até os 9 anos de idade.
A primeira parte da caderneta é mais direcionada a família/quem cuida da
criança. Contém informações e orientações sobre saúde, direitos da criança e dos
pais, registro de nascimento, amamentação e alimentação saudável, vacinação,
crescimento e desenvolvimento, sinais de perigo de doenças graves, prevenção de
violências e acidentes, entre outros.
A segunda parte da Caderneta é destinada aos profissionais de saúde, com
espaço para registro de informações importantes relacionadas à saúde da criança.
Contém, também, os gráficos de crescimento, instrumentos de vigilância do
desenvolvimento e tabelas para registro de vacinas aplicadas.

| 64
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

As Cadernetas de Saúde da Criança são distribuídas pelo Ministério da


Saúde diretamente para as Secretaria de Saúde Estaduais, de capitais e do Distrito
Federal, que distribui para as maternidades públicas ou privadas.

Como funciona a Caderneta da Criança?


A primeira parte da caderneta é mais direcionada a família/quem cuida da
criança. Contém informações e orientações sobre saúde, direitos da criança e dos
pais, registro de nascimento, amamentação e alimentação saudável, vacinação,
crescimento e desenvolvimento, sinais de perigo de doenças graves, prevenção de
violências e acidentes, entre outros.
A segunda parte da Caderneta da Criança é destinada aos profissionais de

06
saúde, com espaço para registro de informações importantes relacionadas à

3:
:1
saúde da criança. Contém, também, os gráficos de crescimento, instrumentos de

04
vigilância do desenvolvimento e tabelas para registro de vacinas aplicadas.

0
02
/2
03
Quem pode ter acesso à Caderneta da Criança?

8/
-2
Toda criança nascida em maternidades públicas ou privadas no Brasil tem

om
direito a receber gratuitamente a Caderneta de Saúde da Criança, que deve ser
.c
devidamente preenchida e orientada pelo profissional por ocasião da alta
ok

hospitalar.
tlo
ou
@

Como ter acesso à Caderneta da Criança?


09
bs

Toda criança nascida em maternidades pública ou privada no Brasil tem


-m

direito a receber gratuitamente a Caderneta de Saúde da Criança que deve ser


1

devidamente preenchida e orientada pelo profissional por ocasião da alta


-7
41

hospitalar.
.9
34
.7

[…]
17
-0

Aleitamento materno
a

O aleitamento materno é uma das prioridades do Governo Federal. O


lv
Si

Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais,


o
un

e que nos primeiros 6 meses o bebê receba somente leite materno (aleitamento
Br

materno exclusivo), ou seja, sem necessidade de sucos, chás, água e outros


s
co

alimentos. Quanto mais tempo o bebê mamar no peito da mãe, melhor para ele e
ar
M

para a mãe. Depois dos 6 meses, a amamentação deve ser complementada com
outros alimentos saudáveis e de hábitos da família, mas não deve parar.
IMPORTANTE: Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo
que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado
nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua
fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional.
Benefícios da amamentação ou aleitamento materno
O leite materno é um alimento completo. Isso significa que, até os 6 meses,
o bebê não precisa de nenhum outro alimento (chá, suco, água ou outro leite). Ele
é de mais fácil digestão do que qualquer outro leite e funciona como uma vacina*,
pois é rico em anticorpos, protegendo a criança de muitas doenças como diarreia,

| 65
Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

infecções respiratórias, alergias, além de diminuir o risco de hipertensão,


colesterol alto, diabetes e obesidade. É limpo, está sempre pronto e quentinho. A
amamentação favorece um contato mais íntimo entre a mãe e o bebê. Sugar o
peito é um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança, ajuda a
ter dentes bonitos, a desenvolver a fala e a ter uma boa respiração.
*O aleitamento materno não exclui a necessidade de cumprimento do
calendário de vacinação da criança.
[…]

Pré-Natal e Parto
Os cuidados com o bebê começam a partir do momento em que a gravidez

06
é confirmada, através do teste rápido e gratuito. A partir daí, a mulher passa a ter

3:
:1
acesso a consultas de pré-natal, onde recebe orientações necessárias ao

04
acompanhamento da gestação.

0
02
Nas consultas, a gestante é examinada e encaminhada para realização de exames,

/2
03
vacinas e ecografias. São recomendadas no mínimo 6 consultas de pré-natal

8/
-2
durante toda a gravidez. O ideal é que iniciem nos primeiros três meses de

om
gestação. Ainda durante o pré-natal, a mulher deve ser vinculada à maternidade
.c
em que dará à luz.
ok

Conheça as vacinas que devem ser tomadas durante o pré-natal


tlo
ou

Saiba mais sobre planejamento reprodutivo


@
09
bs

Participação da família no Pré-Natal


-m

É importante que a família da gestante se envolva na chegada do bebê


1

desde a descoberta da gravidez. Por isso, se for possível, leve o companheiro (a) a
-7
41

todas as consultas. Na impossibilidade do pai da criança participar neste


.9
34

momento, leve alguém da família ou outra pessoa que você tenha confiança.
.7

Pré-Natal do Parceiro
17
-0

O envolvimento consciente dos homens, independentemente de ser pai


a

biológico ou não, em todas as etapas do planejamento reprodutivo e da gestação,


lv
Si

pode ser determinante para a criação e fortalecimento de vínculos afetivos


o
un

saudáveis entre eles e suas parceiras e filhos(as).


Br

[…]
s
co

Parto e Nascimento
ar
M

Durante a gravidez, a Unidade Básica de Saúde onde a gestante realiza o


pré-natal deve encaminhá-la para conhecer a maternidade onde será realizado o
parto.
A forma como uma criança é recebida no momento do nascimento faz diferença
para o seu desenvolvimento sadio e pleno. Por isso, a rede de saúde busca
oferecer um cuidado adequado, respeitoso e humanizado à mulher e à criança no
momento do parto. Algumas boas práticas são recomendadas:
Cortar o cordão umbilical quando parar de pulsar
O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde preconizam cortar
o cordão umbilical de todos os recém-nascidos, independentemente de sua idade
gestacional, somente após a parada total da circulação, quando o cordão está

| 66
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

achatado e sem pulso (aproximadamente 3 minutos ou mais depois do


nascimento). A recomendação é necessária porque enquanto o cordão está
pulsando, ainda há circulação entre o recém-nascido e a placenta, fazendo com
que o clampeamento em tempo oportuno tenha profundos efeitos para a saúde
do bebê, como o aumento do volume sanguíneo do recém-nascido e das reservas
de ferro e diminuição das chances de desenvolver anemia os primeiros 6 meses de
vida.
Contato pele-a-pele imediato entre mãe e o recém-nascido
O contato pele-a-pele entre a mãe e o bebê imediatamente após o parto é uma
prática que ajuda na adaptação do recém-nascido à vida fora do útero, facilita o
aleitamento materno e traz benefícios como o controle da temperatura corporal

06
da criança e o vínculo entre mãe-filho. Recomenda-se colocar o bebê sem roupa,

3:
:1
de bruços, sobre o tórax ou abdome desnudo da mãe, e cobri-los com um cobertor

04
aquecido, independente se o parto for normal ou cesárea.

0
02
Aleitamento materno na primeira hora de vida

/2
03
O início da amamentação o mais cedo possível, de preferência logo após o parto,

8/
-2
fortalece a proteção à saúde da criança e assegura que o recém-nascido receba o

om
colostro, que é o leite que sai nos primeiros dias após o parto, rico em importantes
.c
nutrientes que ajudam a fortalecer a imunidade e a proteger a criança de doenças
ok

comuns no primeiro ano de vida e na fase adulta.


tlo
ou

Alojamento conjunto
@

O Alojamento Conjunto é o local em que a mulher e o recém-nascido sadio, logo


09
bs

após o nascimento, permanecem juntos, em tempo integral, até a alta da


-m

maternidade. Deixar mãe e bebê juntos é uma prioridade para o Ministério da


1

Saúde e tem várias vantagens:


-7
41

I - favorece e fortalece o estabelecimento do vínculo afetivo entre pai, mãe e filho;


.9
34

II - propicia a interação de outros membros da família com o recém-nascido;


.7

III - favorece o estabelecimento efetivo do aleitamento materno com o apoio,


17
-0

promoção e proteção, de acordo com as necessidades da mulher e do recém-


a

nascido, respeitando as características individuais;


lv
Si

IV - propicia aos pais e acompanhantes a observação e cuidados constantes ao


o
un

recém-nascido, possibilitando a comunicação imediata de qualquer anormalidade;


Br

V - fortalece o autocuidado e os cuidados com o recém-nascido, a partir de


s
co

atividades de educação em saúde desenvolvidas pela equipe multiprofissional;


ar
M

VI - diminui o risco de infecção relacionada à assistência em serviços de saúde; e


VII - propicia o contato dos pais e familiares com a equipe multiprofissional por
ocasião da avaliação da mulher e do recém-nascido, e durante a realização de
outros cuidados.

Exames de Triagem Neonatal


Todo bebê que nasce no Brasil tem direito a realizar gratuitamente quatro exames
muito importantes para a sua saúde. São os chamados exames da triagem
neonatal:
• Teste do Pezinho

| 67
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

• Teste do Olhinho
• Teste da Orelhinha
• Teste do Coraçãozinho
Teste do Pezinho
O teste do pezinho é uma das principais formas de diagnosticar seis
doenças que, quanto mais cedo forem identificadas, melhores são as chances de
tratamento. São elas fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme
e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, deficiência de biotinidase e
hiperplasia adrenal congênita.
IMPORTANTE: Para realizar o teste do pezinho, a família deve levar o recém-
nascido a uma unidade básica de saúde entre o 3° e o 5° dia de vida. É

06
fundamental ter atenção a esse prazo.

3:
:1
04
O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda garante o atendimento com

0
02
médicos especialistas (Atenção Especializada) a todos os pacientes triados. Para

/2
03
as seis doenças detectadas no programa, há tratamento adequado, gratuito e

8/
-2
acompanhamento por toda a vida nos 31 serviços de referência em triagem

om
neonatal do país, presentes em todos os estados brasileiros. O Teste do Pezinho
.c
está disponível no Brasil todo, com 21.446 pontos de coleta, distribuídos na rede
ok

de Atenção Básica, Hospitais e Maternidades.


tlo
ou

O teste é feito no pezinho por ser uma região bastante irrigada do corpo, o
@

que facilita o acesso ao sangue para a coleta da amostra. Apesar de muitos bebês
09
bs

chorarem durante o exame, a picadinha no calcanhar é muito importante para dar


-m

as melhores condições de desenvolvimento para as crianças brasileiras. Esse não é


1

um exame que traz riscos ao bebê. Muito pelo contrário, é rápido, pouco invasivo e
-7
41

até bem menos incômodo do que a coleta com seringa em uma veia no bracinho.
.9
34

[…]
.7
17
-0

Acompanhando a Saúde da Criança


a

Para que a criança cresça e se desenvolva bem, é fundamental comparecer


lv
Si

à unidade de saúde para fazer o acompanhamento do seu crescimento e


o
un

desenvolvimento.
Br

Nas consultas de rotina, peça orientações sobre os cuidados necessários para que
s
co

a criança tenha boa saúde e esclareça as suas dúvidas.


ar
M

O Ministério da Saúde recomenda o seguinte esquema para as consultas de rotina:


1ª semana - 1º mês - 2º mês - 4º mês - 6º mês - 9º mês - 12º mês - 18º mês - 24º
mês
A partir dos 2 anos de idade, as consultas de rotina devem, no mínimo, ser
anuais, próximas ao mês de aniversário. Lembre-se de levar a Caderneta de Saúde
da Criança a todas as consultas.
Algumas crianças necessitam de maior atenção e devem ser vistas com
maior frequência.
Em todas as consultas de rotina, o profissional de saúde deve avaliar e
orientar sobre:
• Alimentação da criança.

| 68
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

• Peso, comprimento ou altura e perímetro cefálico (este último até


os 2 anos).
• Vacinas.
• Desenvolvimento.
• Prevenção de acidentes.
• Identificação de problemas ou riscos para a saúde.
• Outros cuidados para uma boa saúde.

[…]
Ações, programas e iniciativas
O Ministério da Saúde tem algumas ações, programas e iniciativas voltadas

06
especificamente para o atendimento a mães e crianças, desde o pré-natal,

3:
:1
passando pelo parto e puerpério.

04
Iniciativa Hospital Amigo da Criança - IHAC

0
02
Método Canguru

/2
03
Estratégia QualiNeo

8/
-2
Visitas domiciliares para o DPI por agentes de saúde

om
AIDPI Neonatal
.c
Nas Ondas do Rádio
ok

Ampliação e Qualificação dos Leitos de Internação Neonatal


tlo
ou

Prevenção de Violências e Promoção da Cultura de Paz


@

Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil


09
bs
-m

Rede Cegonha
1
-7

O que é a Rede Cegonha?


41
.9

É uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de


34

cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a


.7
17

atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às


-0

crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento


a
lv

saudáveis.
Si

Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde


o
un

materno-infantil no País e será implantada, gradativamente, em todo o território


Br

nacional, iniciando sua implantação respeitando o critério epidemiológico, taxa de


s
co

mortalidade infantil e razão mortalidade materna e densidade populacional.


ar
M

Quais são os quatro componentes da Rede Cegonha?


I - Pré-natal;
II - Parto e nascimento;
III - Puerpério e atenção integral à saúde da criança; e
IV - Sistema logístico (transporte sanitário e regulação).

Quais as modalidades de adesão à Rede Cegonha?


• Adesão Regional - para o Distrito Federal e o conjunto de municípios
da região de saúde priorizada na CIB, conforme critérios da Portaria GM/MS
nº 2.351/2011 .

| 69
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Referente à adesão aos componentes pré-natal e puerpério/atenção


integral à saúde da criança, prevê duas possibilidades:
• Adesão Facilitada - para os municípios que NÃO pertencem à região
de saúde priorizada na CIB e que NÃO aderiram ao Programa da Melhoria
do Acesso e da Qualidade (PMAQ);
• Adesão Integrada - para os municípios com adesão ao Programa da
Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ), que estão previstos ou não na
adesão regional.

Programa Saúde na Escola

06
O Programa Saúde na Escola (PSE), política intersetorial da Saúde e da

3:
Educação, foi instituído em 2007. Nele, as políticas de saúde e educação voltadas

:1
04
às crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira se unem

0
para promover saúde e educação integral dos estudantes da rede pública de

02
/2
ensino.

03
O objetivo do programa é contribuir para a formação integral dos

8/
-2
estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com

om
vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno
.c
ok
desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino.
tlo
ou

Estratégia de Saúde da Família


@
09

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi criada em 1994 e tem se


bs
-m

fortalecido como uma porta de entrada no Sistema Único de Saúde. No entanto,


1

inicialmente, não era uma estratégia, mas sim um “programa” do Ministério da


-7
41

Saúde (chamado de Programa Saúde da Família – PSF – e regularizado em 1994).


.9

Devido ao seu impacto positivo na saúde brasileira, teve sua abrangência


34
.7

aumentada, bem como caráter estendido ao nível de estratégia. Desta forma,


17

passa a ser entendido como estratégia a partir do ano de 2003.


-0

Hoje, a ESF é baseada na proximidade das equipes médicas com a família e


a
lv
Si

a comunidade. O envolvimento com a família permite que o profissional da saúde


o

entenda melhor a sua realidade e também contribui para que haja maior adesão
un
Br

aos tratamentos.
s
co

Conhecer a comunidade é fundamental nessa estratégia pois cada cidade, região


ar

ou bairro tem características específicas e portanto, necessidades diferentes no


M

que diz respeito à saúde.


A Equipe de Saúde da Família está ligada à Unidade Básica de Saúde e é
composta por:
• Médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de
família e comunidade;
• Enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou
técnico de enfermagem;
• Agentes comunitários de saúde;
• Cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família e auxiliar
ou técnico em saúde bucal (opcional).

| 70
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SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Cabe a essas equipes, além dos atendimentos nas Unidades Básicas de


Saúde: entender a realidade das famílias, os riscos aos quais a população está
exposta e problemas de saúde mais comuns; promover na comunidade discussões
relacionadas à cidadania e direitos de saúde e incentivar a participação da
comunidade nos conselhos locais e no Conselho Municipal de Saúde.

Saúde do Idoso
Sobre a saúde do idoso, recomendo que dê uma olhadinha rápida aqui:
https://saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-da-pessoa-idosa

06
3:
:1
04
0
02
/2
03
8/
-2
Questões om
.c
ok
tlo
ou

1. CONSULPLAN - 2010 - Prefeitura de Santa Maria Madalena - RJ -


@

Enfermeiro
09

Considerando a Política Nacional de Humanização e a construção de uma


bs
-m

política de qualificação do SUS, é correto afirmar que:


1

a) A humanização deve ser adotada como diretriz política transversal, entendida


-7
41

como um conjunto de princípios e diretrizes que se traduzem em ações nas


.9

diversas práticas de saúde.


34
.7

b) A qualificação deve ser entendida como estudo em sistema presencial regular.


17

c) O Programa na forma transversal reduzirá as informações.


-0

d) O fortalecimento das ações para a humanização da saúde através do SUS.


a
lv
Si

e) O controle de qualidade no caso da humanização faz parte de uma rede


o

integrada, que de forma generalizada, complementa os interesses primários.


un
Br
s
co

2. CONSULPLAN - 2010 - Prefeitura de Resende - RJ - Médico cardiologista -


ar

Plantonista
M

Na busca de uma política de qualidade para humanização do SUS, tendo como


diretriz uma política transversal entendida como uma construção coletiva, a
estratégia de alcance deverá ser:
a) Aplicação e operacionalização de normas descontextualizadas.
b) Ações pautadas em índices e metas.
c) Operação no conjunto das relações entre profissionais e usuários de forma
metódica e individualizada
d) Atenção integral, equânime, com responsabilização e vínculo.
e) Controle social como forma de democratização, independente da gestão
compartilhada.

| 71
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

3. CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Enfermagem - Específicos


Em relação à saúde da mulher, julgue os itens seguintes.
A humanização do parto e do nascimento, que é vista como um processo
compreendido desde a pré-concepção até o puerpério, em que as pessoas que o
estão vivenciando influenciam e são influenciadas pelo contexto sociocultural,
pode ser entendida como o conjunto de condutas e procedimentos que visam a
promoção do parto e nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade
materna, fetal e perinatal, com a utilização de tecnologia apropriada.
( ) Certo ( ) Errado

06
4. FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Enfermagem - do

3:
:1
Trabalho

04
O acolhimento é recurso importante para a humanização dos serviços de

0
02
saúde e requer uma nova atitude de mudança no fazer em saúde, considerando:

/2
03
I. a reorganização do serviço de saúde a partir da problematização

8/
-2
dos processos de trabalho, de modo a possibilitar a intervenção de

om
toda a equipe multiprofissional, encarregada da escuta e da
.c
resolução do problema do usuário;
ok

II. as mudanças estruturais na forma de gestão do serviço de saúde,


tlo
ou

ampliando os espaços democráticos de discussão, de escuta, trocas


@

e decisões coletivas;
09
bs

III. a postura de escuta e compromisso em dar respostas às


-m

necessidades de saúde trazidas pelo usuário, valorizando a cultura,


1

saberes e a capacidade de avaliar riscos.


-7
41

É correto o que consta em


.9
34

a) I e II, apenas.
.7

b) II, apenas.
17
-0

c) III, apenas.
a

d) II e III, apenas.
lv
Si

e) I, II e III.
o
un
Br

5. CESPE - 2013 - DEPEN - Técnico de enfermagem


s
co

Com relação às unidades de saúde nas instituições prisionais, julgue os


ar
M

próximos itens. Nesse sentido, considere que a sigla SUS, sempre que empregada,
refere- se ao Sistema Único de Saúde.
O acolhimento é uma etapa da política de humanização do SUS que
favorece a construção de uma relação de confiança e compromisso dos usuários
com os profissionais de saúde.
( ) Certo ( ) Errado

6. CESPE - 2013 - MPU - Técnico de enfermagem


Considerando a Política Nacional de Humanização (PNH), implementada pelo
Ministério da Saúde, julgue os itens a seguir.

| 72
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SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Com a humanização da saúde, busca-se, entre outros objetivos, valorizar


diretamente o trabalho e o trabalhador.
( ) Certo ( ) Errado

7. CESPE - 2013 - DEPEN - Técnico de enfermagem


Com relação às unidades de saúde nas instituições prisionais, julgue os
próximos itens. Nesse sentido, considere que a sigla SUS, sempre que empregada,
refere- se ao Sistema Único de Saúde.
O acolhimento é uma etapa da política de humanização do SUS que favorece a
construção de uma relação de confiança e compromisso dos usuários com os
profissionais de saúde.

06
( ) Certo ( ) Errado

3:
:1
04
8. CESPE - 2013 - UNIPAMPA - Enfermeiro

0
02
Com relação à vigilância em saúde e à estratégia de saúde da família,

/2
03
julgue os itens que seguem.

8/
-2
O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde e

om
de atender a todos os que procuram os serviços mediante uma postura capaz de
.c
acolher, escutar e pactuar respostas mais adequadas aos usuários.
ok

( ) Certo ( ) Errado
tlo
ou
@

9. CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Enfermeiro do Trabalho


09
bs

Como dispositivo técnico-assistencial e guia orientador para atenção e


-m

gestão nas urgências, o acolhimento inclui a(o)


1

a) Notificação Compulsória
-7
41

b) Vigilância Epidemiológica
.9
34

c) Classificação de Risco
.7

d) Chefia e Liderança
17
-0

e) Apoio Institucional
a
lv
Si

10. IBFC - 2014 - TRE-AM - Técnico de enfermagem


o
un

___________ é oferecer atendimento com qualidade articulando os avanços


Br

tecnológicos com acolhimento, com melhoria nos ambientes de cuidado e das


s
co

condições de trabalhos dos profissionais.


ar
M

Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.


a) Classificação de Risco.
b) Gestão do Cuidado.
c) Humanização da Assistência.
d) Qualidade Gerencial.

11. COMPERVE – SESAP/RN – Psicólogo – 2018


No Brasil, o planejamento em saúde aparece no centro da agenda da gestão, para
ser desenvolvido nas três esferas de governo, considerando as especificidades do
território e as necessidades de saúde da população, entre outras questões. Nesse
contexto, o planejamento estratégico situacional proposto por Carlos Matus (1996)

| 73
Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

A) contempla um conjunto de métodos a serem utilizados nos quatro momentos


do processo de planejamento: o explicativo, o normativo, o estratégico e o tático-
operacional. 

B) utiliza-se do diagnóstico de verdade única, da teoria econômica determinista
positivista, da visão de um único ator (Estado, empresa etc.) e tenta explicar a
realidade. 

C) pressupõe a noção de momentos, definidos no processo de planejamento,
como etapas sequenciais que não se interpõem uma com a outra. 

D) considera um conjunto de etapas ou momentos claramente definidos e
sequenciais construídos por diversos atores sociais.

06
3:
12. COMPERVE – SESAP/RN – Psicólogo – 2018

:1
Os estudos de pré-avaliação são essenciais à descrição de um programa mediante

04
0
a identificação de metas, objetivos e ações; a definição de perguntas avaliativas; o

02
delineamento de um modelo de avaliação; entre outros aspectos. O

/2
03
funcionamento do programa estruturado de forma esquemática e baseado nos

8/
-2
recursos, atividades, impactos esperados e as possíveis relações de causas entre

om
esses elementos é demonstrado através do
.c
A) estudo avaliativo.

ok
tlo

B) modelo teórico.

ou

C) estudo de avaliabilidade.
@
09

D) modelo lógico.
bs
-m

13. FUNRIO - SESAU-RO - Técnico em Registro e Informações em Saúde –


1
-7

2017
41

Um desdobramento do planejamento estratégico em saúde é representado pelo


.9
34

“pensamento estratégico”, cujo autor foca na análise das relações de Poder e nas
.7
17

práticas de saúde como práticas ideológicas, avançando na direção de um pensar


-0

a ação política em saúde. O proponente dessa corrente é:


a

a) Carlos Matus.
lv
Si

b) Emerson Merhy.
o
un

c) Habermas.
Br

d) Francisco Javier Uribe Rivera.


s
co

e) Mário Testa.
ar
M

14. FDC – FIOCRUZ -Analista em Gestão de Saúde - Contabilidade – 2014


Segundo Carlos Matus (1996), a ação de um governo se articula em três vértices de
um sistema complexo, constituído pelo projeto de governo, pela governabilidade e
pela capacidade de governo. O planejamento estratégico constitui um dos
principais instrumentos para elevar a capacidade de governo e para tanto o
desenho do programa direcional é chave para o sucesso do plano. Para Matus, a
direcionalidade do plano é marcada por três variáveis principais:
a) a definição dos atores sociais envolvidos na ação; a seleção dos problemas; a
definição dos resultados esperados com as ações implementadas.

| 74
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

b) a seleção dos problemas; a seleção dos meios políticos, econômicos, cognitivos


e organizacionais para enfrentar os problemas; a busca dos resultados como
consequência do uso dos meios para enfrentar os problemas.
c) a seleção dos objetivos estratégicos; a definição das operações, ações e projetos
necessários para realizá-los; a definição dos indicadores de monitoramento e
avaliação.
d) a definição dos resultados a serem alcançados; a seleção dos indicadores de
monitoramento e avaliação; a identificação dos atores responsáveis pelas ações.
e) a definição dos cenários prospectivos; a seleção dos objetivos estratégicos; a
identificação das alternativas de ação para cada cenário e objetivo.

06
15. FCC – MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Serviço Social – 2016

3:
:1
Em uma instituição previdenciária, foi solicitado ao Assistente Social preparar um

04
programa de pré-aposentadoria. Para tanto, foi necessário elaborar um

0
02
planejamento estratégico que, segundo Carlos Matus (1996), pode ser definido

/2
03
como

8/
-2
a) um instrumento que se destaca por apresentar leitura essencialmente prática

om
cujas ações são planejadas a partir de dados eminentemente mensuráveis,
.c
colhidos da realidade social a que se pretende intervir.
ok

b) uma ação com compreensão de uma realidade sem conflitos nas dimensões
tlo
ou

técnico-política. Neste processo de planejar, os sujeitos envolvidos devem


@

comungar sempre do posicionamento de seu líder para que não haja dificuldades
09
bs

no estabelecimento dos objetivos (ponto mais importante do planejamento).


-m

c) uma ação que institui diferentes campos de visão e se destaca pelo método de
1

apreender a verdade diante de realidades distintas. No entanto, tal modalidade de


-7
41

planejamento só pode ser aplicada no setor público, dada sua complexidade para
.9
34

aplicar o PES (Planejamento Estratégico Situacional).


.7

d) um instrumento teórico com metodologia prática, que busca tratar dos


17
-0

problemas de transformação social; deve ser aplicado de forma sistemática e com


a

rigor no acompanhamento das ações predefinidas, além de considerar os agentes


lv
Si

que atuam, por vezes, em cooperação ou em conflito.


o
un

e) um processo que inclui diferentes etapas, sendo as mais importantes: estudo


Br

situacional, aplicação de dados comparativos de caráter quantitativo, execução


s
co

das ações até sua etapa final e avaliação.


ar
M

16. ESAF – MPOG - Analista Técnico de Políticas Sociais - Conhecimentos


Básicos – 2012
Problemas administrativos, econômicos e sociais exigem métodos e
planejamentos que contemplem as suas complexidades. Para tanto, o economista
Carlos Matus desenvolveu o Planejamento Estratégico Situacional,
compreendendo os momentos explicativo, normativo, o estratégico e o tático-
operacional como fundamentais. Em relação a esses quatro momentos, pode-se
afirmar que:
a) o momento tático-operacional precede todos os demais momentos.

| 75
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

b) devem ser considerados como momentos que se confundem com etapas, para
efeitos do planejamento.
c) devem ser considerados como parte de processo contínuo que tem início e fim
determinados e conhecidos.
d) apesar de não haver uma hierarquia entre eles, o momento estratégico assume
importância constante e situacional.
e) o momento estratégico se relaciona à questão da viabilidade e aos obstáculos a
vencer para aproximar a realidade da situação eleita como objetivo.

17. ESAF – MPOG - Analista de Planejamento e Orçamento - Planejamento e


Orçamento – 2010

06
Identifique a opção incorreta sob o ponto de vista das teorias de planejamento

3:
:1
governamental.

04
a) No caso de uma economia socialista, o planejamento é centralizado e afeta

0
02
todas as decisões da sociedade e o papel do mercado é minimizado.

/2
03
b) O Método PES (Planejamento Estratégico Situacional) contrapõe-se ao

8/
-2
planejamento tradicional e propõe uma abordagem tecnopolítica do

om
planejamento.
.c
c) Segundo Carlos Matus, planejar está associado à ideia de preparação e controle
ok

do futuro, considerando a reflexão sistemática sobre a realidade a enfrentar e os


tlo
ou

objetivos a atingir.
@

d) Em uma economia capitalista, predominam as economias mistas, em que


09
bs

prevalece a economia de mercado, mas é reservado um papel importante para o


-m

planejamento governamental, seja na promoção do desenvolvimento seja na


1

promoção do bem-estar.
-7
41

e) A organização e a metodologia para elaboração dos programas do PPA (Plano


.9
34

Plurianual) basearam-se no método PES (Planejamento Estratégico Situacional).


.7
17
-0
a
lv
Si

Questões Comentadas e Gabaritadas


o
un
Br
s
co

18. CONSULPLAN - 2010 - Prefeitura de Santa Maria Madalena - RJ -


ar
M

Enfermeiro
Considerando a Política Nacional de Humanização e a construção de uma
política de qualificação do SUS, é correto afirmar que:
a) A humanização deve ser adotada como diretriz política transversal, entendida
como um conjunto de princípios e diretrizes que se traduzem em ações nas
diversas práticas de saúde.
b) A qualificação deve ser entendida como estudo em sistema presencial regular.
c) O Programa na forma transversal reduzirá as informações.
d) O fortalecimento das ações para a humanização da saúde através do SUS.
e) O controle de qualidade no caso da humanização faz parte de uma rede
integrada, que de forma generalizada, complementa os interesses primários.

| 76
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Gabarito: A
Comentários: A humanização é uma política transversal, entendida como um
conjunto de princípios e diretrizes que se traduzem em ações nos diversos
serviços, nas práticas de saúde e nas instâncias do sistema, caracterizando uma
construção coletiva. Por ser uma política transversal, pressupõe a interligação de
vários setores das grandes áreas da saúde e da organização dos serviços de saúde.
Como política, a Humanização deve traduzir princípios e modos de operar no
conjunto das relações entre profissionais e usuários, entre os diferentes
profissionais, entre as diversas unidades e serviços de saúde e entre as instâncias
que constituem o SUS. O confronto de ideias, o planejamento, os mecanismos de
decisão, as estratégias de implementação e de avaliação, mas principalmente o

06
modo como tais processos se dão, devem confluir para a construção de trocas

3:
:1
solidárias e comprometidas com a produção de saúde, tarefa primeira da qual não

04
podemos nos furtar.

0
02
/2
03
19. CONSULPLAN - 2010 - Prefeitura de Resende - RJ - Médico cardiologista -

8/
-2
Plantonista

om
Na busca de uma política de qualidade para humanização do SUS, tendo como
.c
diretriz uma política transversal entendida como uma construção coletiva, a
ok

estratégia de alcance deverá ser:


tlo
ou

a) Aplicação e operacionalização de normas descontextualizadas.


@

b) Ações pautadas em índices e metas.


09
bs

c) Operação no conjunto das relações entre profissionais e usuários de forma


-m

metódica e individualizada
1

d) Atenção integral, equânime, com responsabilização e vínculo.


-7
41

e) Controle social como forma de democratização, independente da gestão


.9
34

compartilhada.
.7

Gabarito: D
17
-0

Comentários: A humanização deve ser aplicada para melhorar a relação entre


a

profissionais e usuários, e deve ser feita de forma constante e organizada para que
lv
Si

o usuário saia com um acolhimento próprio (individualizado). O paciente não deve


o
un

mais ser tratado no “atacado”, ser um número em um protocolo ou não ser o fim
Br

dos serviços de saúde.


s
co
ar
M

20. CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Enfermagem - Específicos


Em relação à saúde da mulher, julgue os itens seguintes.
A humanização do parto e do nascimento, que é vista como um processo
compreendido desde a pré-concepção até o puerpério, em que as pessoas que o
estão vivenciando influenciam e são influenciadas pelo contexto sociocultural,
pode ser entendida como o conjunto de condutas e procedimentos que visam a
promoção do parto e nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade
materna, fetal e perinatal, com a utilização de tecnologia apropriada.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: C

| 77
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Comentários: Toda questão coerente e que descrever a melhora humanizada de


qualquer processo estará certa à luz da humanização.

21. FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Enfermagem - do


Trabalho
O acolhimento é recurso importante para a humanização dos serviços de
saúde e requer uma nova atitude de mudança no fazer em saúde, considerando:
I. a reorganização do serviço de saúde a partir da problematização
dos processos de trabalho, de modo a possibilitar a intervenção de
toda a equipe multiprofissional, encarregada da escuta e da
resolução do problema do usuário;

06
II. as mudanças estruturais na forma de gestão do serviço de saúde,

3:
:1
ampliando os espaços democráticos de discussão, de escuta, trocas

04
e decisões coletivas;

0
02
III. a postura de escuta e compromisso em dar respostas às

/2
03
necessidades de saúde trazidas pelo usuário, valorizando a cultura,

8/
-2
saberes e a capacidade de avaliar riscos.

om
É correto o que consta em
.c
a) I e II, apenas.
ok

b) II, apenas.
tlo
ou

c) III, apenas.
@

d) II e III, apenas.
09
bs

e) I, II e III.
-m

Gabarito: E
1

Comentários: Todas estão absolutamente corretas.


-7
41
.9
34

22. CESPE - 2013 - DEPEN - Técnico de enfermagem


.7

Com relação às unidades de saúde nas instituições prisionais, julgue os


17
-0

próximos itens. Nesse sentido, considere que a sigla SUS, sempre que empregada,
a

refere- se ao Sistema Único de Saúde.


lv
Si

O acolhimento é uma etapa da política de humanização do SUS que


o
un

favorece a construção de uma relação de confiança e compromisso dos usuários


Br

com os profissionais de saúde.


s
co

( ) Certo ( ) Errado
ar
M

Gabarito: C
Comentários: Toda questão coerente e que descrever a melhora humanizada de
qualquer processo estará certa à luz da humanização.

23. CESPE - 2013 - MPU - Técnico de enfermagem


Considerando a Política Nacional de Humanização (PNH), implementada pelo
Ministério da Saúde, julgue os itens a seguir.
Com a humanização da saúde, busca-se, entre outros objetivos, valorizar
diretamente o trabalho e o trabalhador.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: C

| 78
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Comentários: Mesmo que você não domine 100% da Política Nacional de Saúde,
recomendo que use sempre o bom senso para responder as questões dessa área.
Sabemos que a humanização possui dois usuários finais: os pacientes e os
trabalhadores. Assim, é coerente falar em melhora da qualidade de ambiente de
trabalho dos profissionais de saúde através de sua valorização.

24. CESPE - 2013 - DEPEN - Técnico de enfermagem


Com relação às unidades de saúde nas instituições prisionais, julgue os
próximos itens. Nesse sentido, considere que a sigla SUS, sempre que empregada,
refere- se ao Sistema Único de Saúde.
O acolhimento é uma etapa da política de humanização do SUS que favorece a

06
construção de uma relação de confiança e compromisso dos usuários com os

3:
:1
profissionais de saúde.

04
( ) Certo ( ) Errado

0
02
Gabarito: C

/2
03
Comentários: Novamente digo que toda questão coerente e que descrever a

8/
-2
melhora humanizada de qualquer processo estará certa à luz da humanização.

om
.c
25. CESPE - 2013 - UNIPAMPA - Enfermeiro
ok

Com relação à vigilância em saúde e à estratégia de saúde da família,


tlo
ou

julgue os itens que seguem.


@

O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde e


09
bs

de atender a todos os que procuram os serviços mediante uma postura capaz de


-m

acolher, escutar e pactuar respostas mais adequadas aos usuários.


1

( ) Certo ( ) Errado
-7
41

Gabarito: C
.9
34

Comentários: Adivinha o que vou falar... Toda questão coerente e que descrever a
.7

melhora humanizada de qualquer processo estará certa à luz da humanização.


17
-0
a

26. CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Enfermeiro do Trabalho


lv
Si

Como dispositivo técnico-assistencial e guia orientador para atenção e


o
un

gestão nas urgências, o acolhimento inclui a(o)


Br

a) Notificação Compulsória
s
co

b) Vigilância Epidemiológica
ar
M

c) Classificação de Risco
d) Chefia e Liderança
e) Apoio Institucional
Gabarito: C
Comentários: A classificação de risco está dentro do acolhimento na rede de
saúde. Ela serve para organizar a fila de espera na ordem de urgência, e não na
ordem de chegada.

27. IBFC - 2014 - TRE-AM - Técnico de enfermagem

| 79
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

___________ é oferecer atendimento com qualidade articulando os avanços


tecnológicos com acolhimento, com melhoria nos ambientes de cuidado e das
condições de trabalhos dos profissionais.
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.
a) Classificação de Risco.
b) Gestão do Cuidado.
c) Humanização da Assistência.
d) Qualidade Gerencial.
Gabarito: C
Comentários: Eeeeeeita que questão fácil! Estamos tratando aqui da
humanização do atendimento.

06
3:
:1
28. COMPERVE – SESAP/RN – Psicólogo – 2018

04
No Brasil, o planejamento em saúde aparece no centro da agenda da gestão, para

0
02
ser desenvolvido nas três esferas de governo, considerando as especificidades do

/2
03
território e as necessidades de saúde da população, entre outras questões. Nesse

8/
-2
contexto, o planejamento estratégico situacional proposto por Carlos Matus (1996)

om
A) contempla um conjunto de métodos a serem utilizados nos quatro momentos
.c
do processo de planejamento: o explicativo, o normativo, o estratégico e o tático-
ok
tlo

operacional. 

ou

B) utiliza-se do diagnóstico de verdade única, da teoria econômica determinista


@

positivista, da visão de um único ator (Estado, empresa etc.) e tenta explicar a


09
bs

realidade. 

-m

C) pressupõe a noção de momentos, definidos no processo de planejamento,


1
-7

como etapas sequenciais que não se interpõem uma com a outra. 



41

D) considera um conjunto de etapas ou momentos claramente definidos e


.9
34

sequenciais construídos por diversos atores sociais.


.7

Gabarito: A
17
-0

Comentários: Os “momentos” do PES são 4: o explicativo, o normativo, o


a

estratégico e o tático-operacional. 
O PES é bastante usado para problemas


lv
Si

complexos, onde não há uma verdade única. Esqueça o positivismo aqui. Sim,
o
un

uma etapa está relacionada com a outra. Os momentos não ocorrem


Br

necessariamente de modo linear e sequencial.


s
co
ar
M

29. COMPERVE – SESAP/RN – Psicólogo – 2018


Os estudos de pré-avaliação são essenciais à descrição de um programa mediante
a identificação de metas, objetivos e ações; a definição de perguntas avaliativas; o
delineamento de um modelo de avaliação; entre outros aspectos. O
funcionamento do programa estruturado de forma esquemática e baseado nos
recursos, atividades, impactos esperados e as possíveis relações de causas entre
esses elementos é demonstrado através do
A) estudo avaliativo.

B) modelo teórico.

C) estudo de avaliabilidade.
D) modelo lógico.

| 80
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Gabarito: D
Comentários: A ferramenta que melhor avalia causa-efeito é o quadro lógico do
Modelo Lógico (matriz lógica).

30. FUNRIO - SESAU-RO - Técnico em Registro e Informações em Saúde –


2017
Um desdobramento do planejamento estratégico em saúde é representado pelo
“pensamento estratégico”, cujo autor foca na análise das relações de Poder e nas
práticas de saúde como práticas ideológicas, avançando na direção de um pensar
a ação política em saúde. O proponente dessa corrente é:
a) Carlos Matus.

06
b) Emerson Merhy.

3:
:1
c) Habermas.

04
d) Francisco Javier Uribe Rivera.

0
02
e) Mário Testa.

/2
03
Gabarito: E

8/
-2
Comentários: Para entender o pensamento, algumas vezes caótico, de Mário

om
Testa, recomendo: Planejamento estratégico em saúde: uma discussão da
.c
abordagem de Mário Testa
ok

(http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
tlo
ou

311X1990000200003) . Caso esteja com preguiça: Mario Testa é marxista. Pronto.


@

No resumo do artigo, temos: Ao compreender os problemas de saúde como


09
bs

socialmente determinados, Testa interessa-se pelo comportamento dos atores


-m

sociais, e põe ênfase na analise das relações de Poder e na consideração das


1

práticas de saúde, enquanto práticas ideológicas, conformadoras de seus sujeitos.


-7
41

Testa, assim, avança de uma proposta de planejamento estratégico em saúde para


.9
34

um pensar a ação política em saúde.


.7

Poder e Ideologia são categorias que fundamentam esse pensar,, sendo escolhidas
17
-0

para a análise de sua proposta. É realizado um estudo sobre Poder e Ideologia,


a

discutindo-se as compreensões de Testa a respeito. Dessa discussão, conclui-se


lv
Si

que as práticas de saúde, enquanto práticas sociais, são práticas ideológicas e


o
un

afetam as concepções de mundo de seus sujeitos, sendo difícil, porém, garantir a


Br

direcionalidade da mudança dessas concepções.E argumenta-se favoravelmente


s
co

ao conteúdo transformador da proposta de Testa para o planejamento em saúde,


ar
M

por desvendar os conteúdos de Poder nas ações em saúde, não escamoteando as


bases reais da dominação, e por ser transparente nos deslocamentos de Poder
que objetiva.

31. FDC – FIOCRUZ -Analista em Gestão de Saúde - Contabilidade – 2014


Segundo Carlos Matus (1996), a ação de um governo se articula em três vértices de
um sistema complexo, constituído pelo projeto de governo, pela governabilidade e
pela capacidade de governo. O planejamento estratégico constitui um dos
principais instrumentos para elevar a capacidade de governo e para tanto o
desenho do programa direcional é chave para o sucesso do plano. Para Matus, a
direcionalidade do plano é marcada por três variáveis principais:

| 81
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

a) a definição dos atores sociais envolvidos na ação; a seleção dos problemas; a


definição dos resultados esperados com as ações implementadas.
b) a seleção dos problemas; a seleção dos meios políticos, econômicos, cognitivos
e organizacionais para enfrentar os problemas; a busca dos resultados como
consequência do uso dos meios para enfrentar os problemas.
c) a seleção dos objetivos estratégicos; a definição das operações, ações e projetos
necessários para realizá-los; a definição dos indicadores de monitoramento e
avaliação.
d) a definição dos resultados a serem alcançados; a seleção dos indicadores de
monitoramento e avaliação; a identificação dos atores responsáveis pelas ações.
e) a definição dos cenários prospectivos; a seleção dos objetivos estratégicos; a

06
identificação das alternativas de ação para cada cenário e objetivo.

3:
:1
Gabarito: B

04
Comentários: A primeira coisa é estabelecer o foco (seleção de problemas), depois

0
02
o entendimento e seleção dos contextos que devem ser trabalhados e, por fim, a

/2
03
busca de resultados decorrentes do enfrentamento dos problemas.

8/
-2
om
32. FCC – MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Serviço Social – 2016
.c
Em uma instituição previdenciária, foi solicitado ao Assistente Social preparar um
ok

programa de pré-aposentadoria. Para tanto, foi necessário elaborar um


tlo
ou

planejamento estratégico que, segundo Carlos Matus (1996), pode ser definido
@

como
09
bs

a) um instrumento que se destaca por apresentar leitura essencialmente prática


-m

cujas ações são planejadas a partir de dados eminentemente mensuráveis,


1

colhidos da realidade social a que se pretende intervir.


-7
41

b) uma ação com compreensão de uma realidade sem conflitos nas dimensões
.9
34

técnico-política. Neste processo de planejar, os sujeitos envolvidos devem


.7

comungar sempre do posicionamento de seu líder para que não haja dificuldades
17
-0

no estabelecimento dos objetivos (ponto mais importante do planejamento).


a

c) uma ação que institui diferentes campos de visão e se destaca pelo método de
lv
Si

apreender a verdade diante de realidades distintas. No entanto, tal modalidade de


o
un

planejamento só pode ser aplicada no setor público, dada sua complexidade para
Br

aplicar o PES (Planejamento Estratégico Situacional).


s
co

d) um instrumento teórico com metodologia prática, que busca tratar dos


ar
M

problemas de transformação social; deve ser aplicado de forma sistemática e com


rigor no acompanhamento das ações predefinidas, além de considerar os agentes
que atuam, por vezes, em cooperação ou em conflito.
e) um processo que inclui diferentes etapas, sendo as mais importantes: estudo
situacional, aplicação de dados comparativos de caráter quantitativo, execução
das ações até sua etapa final e avaliação.
Gabarito: D
Comentários: O PES é comprometido com a mudança social. É prático (apesar de
partir de pressupostos teóricos) e desenvolvido em grupos (harmônicos ou não).

| 82
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

33. ESAF – MPOG - Analista Técnico de Políticas Sociais - Conhecimentos


Básicos – 2012
Problemas administrativos, econômicos e sociais exigem métodos e
planejamentos que contemplem as suas complexidades. Para tanto, o economista
Carlos Matus desenvolveu o Planejamento Estratégico Situacional,
compreendendo os momentos explicativo, normativo, o estratégico e o tático-
operacional como fundamentais. Em relação a esses quatro momentos, pode-se
afirmar que:
a) o momento tático-operacional precede todos os demais momentos.
b) devem ser considerados como momentos que se confundem com etapas, para
efeitos do planejamento.

06
c) devem ser considerados como parte de processo contínuo que tem início e fim

3:
:1
determinados e conhecidos.

04
d) apesar de não haver uma hierarquia entre eles, o momento estratégico assume

0
02
importância constante e situacional.

/2
03
e) o momento estratégico se relaciona à questão da viabilidade e aos obstáculos a

8/
-2
vencer para aproximar a realidade da situação eleita como objetivo.

om
Gabarito: E
.c
Comentários: Lembre-se que os momentos NÃO são necessariamente
ok

sequenciais. O PES pensa em momentos e não em etapas. O momento é a


tlo
ou

instância repetitiva de um processo de cadeia contínua sem começo nem fim.


@

Todos os momentos tem igual importância.


09
bs
-m

34. ESAF – MPOG - Analista de Planejamento e Orçamento - Planejamento e


1

Orçamento – 2010
-7
41

Identifique a opção incorreta sob o ponto de vista das teorias de planejamento


.9
34

governamental.
.7

a) No caso de uma economia socialista, o planejamento é centralizado e afeta


17
-0

todas as decisões da sociedade e o papel do mercado é minimizado.


a

b) O Método PES (Planejamento Estratégico Situacional) contrapõe-se ao


lv
Si

planejamento tradicional e propõe uma abordagem tecnopolítica do


o
un

planejamento.
Br

c) Segundo Carlos Matus, planejar está associado à ideia de preparação e controle


s
co

do futuro, considerando a reflexão sistemática sobre a realidade a enfrentar e os


ar
M

objetivos a atingir.
d) Em uma economia capitalista, predominam as economias mistas, em que
prevalece a economia de mercado, mas é reservado um papel importante para o
planejamento governamental, seja na promoção do desenvolvimento seja na
promoção do bem-estar.
e) A organização e a metodologia para elaboração dos programas do PPA (Plano
Plurianual) basearam-se no método PES (Planejamento Estratégico Situacional).
Gabarito: E
Comentários: Queremos a incorreta. O PPA não é baseado no PES.

| 83

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