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SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação Inicial 01
Conteúdo do Curso 04
Cronograma do Curso e Informações Adicionais 06
Competência Tributária 12
Definição e titularidade para o exercício 12
Competência Legislativa e sua Classificação 17
Competência Legislativa e sua Classificação 33
Classificação da Competência tributária 54
Bitributação e Bis in idem 73
Competência exclusiva do presidente da república em 77
matéria tributária
Questões Propostas 79
Gabarito 119
E é com muito prazer e satisfação que ministro mais este curso on-line no
site Estratégia, voltado para o concurso para o cargo de Auditor do Tribunal
de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR), cargo que exige diploma,
devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação de nível
superior, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo
Ministério da Educação (MEC).
O curso visa trazer até você o conhecimento necessário para fazer uma boa
prova quanto à disciplina Direito Tributário, que engloba um conteúdo
bastante extenso e de extrema importância para a sua prova e,
principalmente, para a sua aprovação. Vamos detonar geral as questões que
vierem. Sem pena da banca! Vamos para cima do CESPE!
https://www.facebook.com/prosatributaria
Conteúdo do curso
1. Competência Tributária;
2. Tributo: definição e espécies - impostos, taxas, contribuição de
melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições especiais;
3. Princípios Constitucionais Tributários;
4. Imunidades Tributárias;
5. Legislação Tributária;
6. Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação
tributária;
7. Obrigação Tributária Principal e Acessória / Fato Gerador da
Obrigação Tributária / Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade.
Capacidade Tributária / Domicílio Tributário;
8. Responsabilidade Tributária;
9. Crédito Tributário. Conceito / Constituição do Crédito Tributário /
Lançamento. Modalidades de Lançamento / Hipóteses de alteração
do lançamento;
10. Suspensão da exigibilidade do crédito tributário;
11. Extinção do Crédito tributário;
12. Exclusão do crédito tributário;
13. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário ;
14. Administração Tributária: Fiscalização, Dívida Ativa, Certidões
Negativas;
15. Impostos da União;
16. Impostos dos Estados;
17. Impostos dos Municípios;
18. Simples Nacional;
Banca: CESPE;
Quantidade de vagas: 04, e não haverá reserva imediata de vaga
para candidato com deficiência e para candidato afrodescendente para
provimento imediato, sendo mantido o cadastro de reserva;
Entre outros requisitos para investidura no cargo, temos a exigência de
diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação
de nível superior, fornecido por instituição de ensino superior
reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC);
As inscrições para o Concurso serão somente via internet, no endereço
eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/tce_pr_15_auditor,
solicitada no período entre 10 horas do dia 30 de outubro de 2015 e 23
horas e 59 minutos do dia 19 de novembro de 2015 (horário oficial de
Brasília/DF);
Taxa de Inscrição: R$ 300,00 (trezentos reais);
Data das provas: A prova objetiva terá a duração de 5 horas e será
aplicada na data provável de 10 de janeiro de 2016, no turno da manhã
/ As provas discursivas P3 e P4 terão a duração de 4 horas cada e serão
aplicadas na data provável de 14 de fevereiro de 2016,
respectivamente, nos turnos da manhã e da tarde;
Remuneração Inicial: R$ 28.947,54;
A seleção será composta por uma prova objetiva (P1), duas provas
discursivas (P2 e P3) e por uma prova de títulos (P4).
No próximo item, veremos o nosso cronograma de aulas e algumas outras
informações importantes! Vamos em frente!
Até
Aula 00 Competência Tributária Item 3
03/11/2015
Tributo: definição e espécies -
impostos, taxas, contribuição de
Aula 01 melhoria, empréstimos Item 4 07/11/2015
compulsórios, contribuições
especiais
Princípios Constitucionais
Aula 02 Item 5 11/11/2015
Tributários
Aula 03 Imunidades Tributárias Item6 15/11/2015
Item
Aula 11 Exclusão do crédito tributário 12/12/2015
14
Item
Aula 15 Impostos dos Estados 24/12/2015
18
Item
Aula 16 Impostos dos Municípios 27/12/2015
19
Item
Aula 17 Simples Nacional 31/12/2015
21
Repartição das Receitas Tributárias Itens
Aula 18 04/01/2016
/ Execução Fiscal 20 e 23
]Nosso curso trará vídeo aulas para tentar ajudar ainda mais você quanto
ao assunto apresentado nas aulas teóricas. Espero que sejam úteis à sua
preparação. Adianto que alguns vídeos ainda estão sendo editados, em
razão de terem sido gravados recentemente.
Nosso curso contará ainda com uma serie de questões comentadas ao final,
para que você possa ver onde errou em cada situação apresentada pela
banca.
Ao final das nossas próximas aulas, espero prepará-lo para fazer uma boa
prova de direito tributário, abordando os temas e assuntos mais
importantes e que estarão presentes na sua prova. Fico na esperança de
poder contribuir com o pouco do meu conhecimento para a sua aprovação
nesse concorrido certame.
Meu nome é Aluisio de Andrade Lima Neto, sou pernambucano “da gema”,
apaixonado por meu Estado e por tudo que nasce nele ou dele provém. Falo
oxênte, mainha, Ricifi e cumpadre como todo bom e autêntico
pernambucano. Tenho muito orgulho de dizer que pertencem à minha terra
o Galo da Madrugada, a praia de Porto de Galinhas, o frevo que só é
cantado em Pernambuco, Olinda, Petrolina, Capiba, Lampião, Luiz Gonzaga
e tantos outros ícones que identificam Pernambuco em qualquer lugar do
nosso imenso “Brazilzão”. Conto 33 anos de idade e sou Engenheiro Elétrico
de Telecomunicações, formado pela Escola Politécnica da Universidade de
Pernambuco, tendo concluído o curso no fim do ano de 2006.
“tática fazer todos que abrirem”. Quando resolvi estudar apenas para um
concurso, estabelecendo foco e disciplina, comecei a ser aprovado, trocando
o “quase” pelo “até que enfim”. Com isso, ganhei tranquilidade e
estabilidade para seguir o caminho que levaria até a tão sonhada
vaga no cargo de AFRFB.
Competência Tributária
Vou falar mais uma vez para você nem ousar ser pego em uma questão de
prova por ai: a CF/88 não cria qualquer tributo! Ela também não regula
nenhum deles, nem mesmo os da União. Não estabelece alíquotas, nem
contribuintes, nem fatos geradores, nada! Ela apenas confere (outorga)
competência tributária a cada um dos entes políticos!
Ainda que diante dessa situação, toda e qualquer regulação legal de matéria
relativa ao IR será de competência tributária exclusiva da União, nada sendo
“tomado” pelos demais entes. Exceto a parte boa: os recursos. Essa previsão,
além de ser oriunda da intepretação dos dispositivos constantes na CF/88,
está prevista também no artigo 6º do Código Tributário Nacional (CTN), a ser
visto no item seguinte.
Por sua vez, cada ente irá legislar especificamente sobre os tributos presentes
em sua competência tributária, somente podendo ser exercida, repito, por
aquele expressamente determinado na CF/88. Essa previsão, contudo,
somente se excepciona no que se refere à União, conforme o artigo 146, III,
da CF/88, uma vez que esse ente político poderá editar, por meio de lei
complementar, normas gerais a serem obedecidas por todos os entes políticos
ao instituírem seus tributos, inclusive os da própria União.
Essas normas gerais irão definir, por exemplo, contribuintes, fatos geradores
e demais atributos relativos ao tributo a ser criado. Contudo, essa lei
complementar estabelecendo normas gerais, assim como a CF/88, não cria
tributo algum!
a) EXCLUSIVA;
b) PRIVATIVA;
c) CONCORRENTE;
d) SUPLEMENTAR;
e) COMUM;
f) LOCAL
g) RESIDUAL.
Esses casos estão previstos, por exemplo, no artigo 21 da Carta Federal, que
confere à União o poder, dentre outros, de emitir moeda e administrar as
reservas cambiais do país, não podendo a regulação dessas atribuições ser
delegadas pela União a outros entes políticos.
Por sua vez, como veremos adiante aos estudarmos os §§1º a 4º do artigo
24, a competência da União, em matéria de legislação concorrente, ficará
limitada a edição de normais gerais, não excluindo a competência
suplementar dos Estados. Falando em competência suplementar...
Ou seja, com exceção da União, que edita as normas gerais, todos os demais
entes políticos possuem competência suplementar. São eles que irão dispor
sobre aquilo que a lei federal não dispuser, ou que não dispuser de maneira
clara ou completa, e desde que não ultrapassem os limites por esta
estabelecidos.
Quanto ao artigo 24, temos o que nos dizem seus §§1º a 4º:
“Art. 24 (...)
Cabe à lei de normas gerais tributárias, a ser editada pela União, entre outros
temas, e relativamente aos impostos, definir a base de cálculo, os
contribuintes e os fatos geradores. Assim, atente bem: não será a lei de
normais gerais que fixará as alíquotas do(s) imposto(s) nela regulado(s), mas
sim as leis internas de cada ente competente para instituir o tributo
respectivo. De onde tirei isso? Do artigo 146, III, da CF/88. Veja a sua
redação, que contempla ainda outros temas:
Como também vimos, a competência suplementar dos Estados não pode ser
afastada pela competência da União para legislar sobre normas gerais.
Quanto ao ISS, novamente, o Distrito Federal, por exemplo, é livre para
estabelecer regras suplementares às previstas na LC nº 116/03, inclusive
suprindo eventuais lacunas deixadas pela lei federal. O que não pode é inovar
ou criar disposições diferentes das previstas na lei de normas gerais, indo de
encontro a ela.
Por outro lado, havendo lacunas na lei de normas gerais editadas pela União,
cabe aos Estados e a o Distrito Federal suplementar a lei federal para atender
às suas peculiaridades. Essa é a previsão do §2º.
A previsão do §3º, por sua vez, é muito importante, uma vez que confere
atribuições maiores aos Estados e ao Distrito Federal. Caso determinado
assunto que deveria ser regulamentado por lei de normas gerais da União não
venha a ser tratado, a competência dos Estados e do Distrito Federal, antes
suplementar, passa a ser plena, uma vez que inexistirão normas gerais
nacionais. Se não existem normas gerais, o tributo não poderá ser criado?
Claro que não. E ele será regulado por cada um dos entes políticos, podendo
dispor sobre o tema como bem entenderem. Respeitando os princípios da
CF/88, claro!
Observe, por fim, que a edição de normas pelos Estados e pelo Distrito
Federal, na falta de normas gerais da União, será apenas para atender às
suas peculiaridades, e não para impor algo aos demais Entes. A lei do IPVA de
Pernambuco, por exemplo, será válida apenas para o território do Estado,
ainda que dispondo sobre todos os elementos do tributo, já que, até o
momento, não há lei de normais gerais editada pela União quanto a esse
imposto.
Essa lei, contudo, não pode ser aplicada, regra geral, ao Estado da Paraíba,
por exemplo (poderia se houvesse a celebração de acordo prevendo a
extraterritorialidade da lei pernambucana no território do Estado da Paraíba, o
que não é o caso), vez que esse Estado, igualmente, possui competência para
editar leis a serem seguidas em seu território quanto ao IPVA.
Por fim, temos a superveniência de lei federal quando já existente lei estadual
ou distrital. A lei federal, ao sobrevir, irá SUSPENDER A EFICÁCIA da lei
estadual ou distrital no que lhe for contrária. Os dispositivos não conflitantes
com a lei federal permanecerão em vigor, paralelamente a esta. Sendo
revogada a lei federal, a lei estadual ou distrital volta a ter força normativa
novamente. Atente bem: a lei federal não irá revogar a lei estadual, uma vez
que não há hierarquia entre leis federais e estaduais. Há APENAS A
SUSPENSÃO DOS EFEITOS DA LEI ESTADUAL ENQUANTO PERDURAR NO
TEMPO A LEI FEDERAL.
b) O Estado pode legislar a respeito, mas estará sujeito às regras gerais que
a União expedir sobre a matéria em lei federal.
(...)
Indelegável;
Imprescritível;
Facultativa;
Irrenunciável;
Inalterável.
Observe que tudo aquilo que está presente na capacidade tributária ativa está
presente também dentro da competência tributária. Desse modo, todo ente
que possui a competência tributária possui também a capacidade tributária
ativa. O contrário, como veremos mais adiante, nem sempre é possível, já
que uma pessoa jurídica de direito público pode ter a capacidade tributária
ativa sem necessariamente ter a competência tributária.
Porém, nada impede que o determinado ente atribua, a outra pessoa jurídica
de direito público, as funções descritas acima, EXCETO A DE INSTITUIR
O TRIBUTO, que, como vimos, é indelegável.
“Poxa, professor. Mas o senhor acabou de dizer que um ente não pode
instituir tributo pertencente à competência tributária de outro ente, mas pode
fazer tudo mais relativo ao tributo. Assim fica difícil entender.”
Mais uma vez repito: a capacidade tributária ativa se refere apenas ao poder
de arrecadar, fiscalizar e cobrar tributos, bem como ao de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em relação à exação tributária,
podendo ser exercida pelo ente que institui o tributo ou por outras pessoas
jurídicas de direito público, desde que por delegação. A capacidade tributária
ativa, assim, está relacionada à natureza administrativa.
Veja essas duas assertivas sobre o tema que acabamos de ver. Elas falam
sobre a possibilidade de delegação de competência a outros entes.
Vale a mesma explicação dada acima, uma vez que é possível a delegação da
função ou encargo de arrecadar os tributos, mas não da competência
tributária. Por sua vez, foi bem o legislador ao definir que a competência
tributária é indelegável. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.
Atente bem para um ponto importante: todo ente que possui competência
tributária possui também a capacidade tributária ativa, mas o inverso
nem sempre é verdadeiro, apenas se estivermos falando da própria
pessoa jurídica que instituiu o tributo (aquela que é a titular da
competência tributária).
A atribuição da capacidade tributária, por sua vez, é sempre feita por meio de
lei, razão pelo qual não pode ser feita por outro ato normativo diferente desse
ou que não faça às vezes deste. Essa atribuição encontra alguns exemplos
expressos no próprio texto constitucional.
Para ilustração, segue o que consta no artigo 153, §4º, III, da CF/88, relativo
ao Imposto Territorial Rural (ITR), de competência da União, mas que pode
vir a ser cobrado e fiscalizado pelos Municípios que assim optarem:
“Art. 7º (...)
Logo, nas ações descritas na Súmula acima, a União confere a esses entes
políticos, além da capacidade tributária ativa, a atribuição de questionar
eventuais valores indevidamente retidos, de ajuizar ações, de dispor de
prazos processuais conferidos em especial à União, entre outras prerrogativas
e garantias processuais.
(E) Somente o ente político competente para instituir o tributo pode ser
titular da capacidade tributária ativa.
Com certeza há como reaver, futuro servidor. E fácil igual a tomar água de
coco debaixo de um guarda-sol em Porto de Galinhas. O artigo 7º, §2º, do
CTN, diz o seguinte:
“Art. 7º (...)
No dia e momento que o ente político delegante quiser pegar de volta a sua
capacidade tributária, é só editar um ato unilateral e pronto, está devolvida. E
nem adianta aquele que recebeu reclamar. O ATO É UNILATERAL, ou seja,
de vontade única do ente político que concedeu, REVOGANDO o ato anterior
de delegação.
Veja ainda o que diz o artigo 84 do CTN sobre esse assunto de delegabilidade
da capacidade tributária ativa:
(A) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de
arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência tributária a qualquer
outra pessoa jurídica de direito público, mas pode delegar as funções de
arrecadação às instituições bancárias públicas e privadas.
(C) não pode delegar sua competência tributária a qualquer outra pessoa
jurídica de direito público, embora possa delegar as funções de arrecadar e de
fiscalizar tributos de sua competência tributária.
(D) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de
fiscalizar tributos a qualquer outra pessoa jurídica de direito público, embora
possa delegar suas funções de arrecadar tributos de sua competência
tributária.
(E) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de
arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência tributária a qualquer
outra pessoa jurídica de direito público.
Item III) Correta. Essa é a previsão do artigo 7º, §3º, do CTN, que nos diz
que não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de
direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. Veremos um
pouco mais desse assunto mais à frente.
E) pode ser anulado, e não revogado, visto que a revogação tem de ser feita
por mútuo consentimento
Essa delegação somente pode ser feita a pessoas jurídicas de direito público,
sendo vedada a delegação, ainda que da capacidade tributária ativa, a
pessoas jurídicas de direito privado.
Por sua vez, o §3º do mesmo artigo 7º do CTN estabelece não constituir
delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do
encargo ou da função de arrecadar tributos. Entre essas pessoas jurídicas de
direito privado, por exemplo, temos os bancos comercias, que possuem a
atribuição de arrecadar os valores pagos pelos sujeitos passivos, sendo um
ato perfeitamente legal, não sendo delegada nem a competência tributária
nem a capacidade tributária ativa.
“Pernambuco, tu ainda não instituiu o IPVA nas tuas terras, cabra da peste!
Já que tu não o fez, eu vou fazer isso”, disse o Estado da Paraíba indignado.
Na mesma hora, Pernambuco retrucou: “Largue de besteira, homi! Você não
estudou competência tributária, não? Só eu posso fazer isso aqui nas minhas
bandas. E nenhum caboclo mais!”. Paraíba ficou calada e foi estudar pelas
aulas do Virgulino...
“Quer dizer então que o direito dos entes políticos instituírem os tributos
previstos em sua competência tributária não está sujeito à decadência,
Virgulino?” Perfeito, futuro servidor! O simples fato de não ter exercido não
faz com que o ente político perca seu direito de, a qualquer momento, vir a
criar qualquer tributo previsto na CF/88. A competência tributária não
prescreve! Ela é incaducável!
Calma, caro aluno. Também não seja tão radical, muito menos ir para
as ruas e pedir uma nova constituição só para poder ver se a
competência tributária pode ser mesmo alterada.
A competência tributária atual pode ser alterada sim, desde que pelo
poder constituinte derivado, aquele visto em direito constitucional e que
possui o poder de criar emendas à CF/88. Caso você tenha um livrinho
com a CF/88 antes de 17 de março de 1993, ano da publicação da
Emenda Constitucional nº 03/93, verá que a competência tributária dos
Estados e do Distrito Federal, além dos impostos previstos atualmente,
previa ainda mais um: o Adicional ao Imposto sobre a Renda (AIR);
enquanto que para os Municípios era previsto ainda o Imposto sobre
Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (IVVC).
“Art. 7º (...)
Por sua vez, o §2º nos diz que toda atribuição de capacidade tributária
poderá ser revogada, e a QUALQUER TEMPO pela pessoa jurídica que a tenha
conferido. Esse ato é unilateral, e independe da vontade ou aceitação da
pessoa que tenha recebido a capacidade tributária.
A CNA é uma pessoa jurídica de direito privado, o que leva embora tudo o
que nós vimos? Não. É apenas uma decisão isolada da Corte Superior,
dispondo que uma pessoa jurídica de direito privado pode ser sujeito ativo da
uma relação tributária, ou seja, possuidor de capacidade tributária ativa.
Desse modo, não esqueça essa súmula ao responder suas questões sobre a
capacidade tributária ativa.
Por fim, a simples função de arrecadar tributos não se configura como uma
delegação da capacidade tributária. Por exemplo, a função atribuída aos
bancos de arrecadar os tributos dos entes políticos não constitui delegação.
Há apenas a simples função ou encargo de arrecadar tributos. Tanto é assim
que, qualquer restituição ou compensação por pagamento a maior será feita,
SEMPRE, junto ao ente competente para instituir e cobrar o tributo. Observe
ainda que, fora desses casos, não pode haver delegação a pessoa de direito
privado de nenhuma outra atribuição relacionada à competência tributária,
como, por exemplo, da função de fiscalizar os tributos.
COMUM;
CUMULATIVA;
EXCLUSIVA;
EXTRAORDINÁRIA; e
RESIDUAL.
Por sua vez, diante de sua natureza anômala, ao Distrito Federal cabe, além
dos tributos estaduais, a instituição e cobrança dos tributos de natureza
municipal, uma vez que o Ente acumula as duas funções federativas. Desse
modo, o Distrito Federal possui competência para a instituição de seis
impostos, que veremos quais são mais adiante. Esta previsão também está
contida no artigo 147 da CF/88:
(B) o novo Estado teria competência para instituir apenas o ITBI e o IPTU.
(C) o novo Estado teria competência para instituir apenas o ISS e o ITBI.
(D) nem a União, nem o novo Estado teriam competência para instituir
impostos municipais.
II. transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis e de direitos reais de garantia, bem como cessão de direitos à sua
aquisição;
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I e IV.
d) I.
Como o próprio nome nos fala, o imposto somente poderá será instituído
caso sejam observadas a iminência ou a própria declaração de guerra
externa, podendo a União utilizar sua competência para a instituição do
imposto ainda que isto implique, caso não fosse observada a situação
extraordinária, a invasão de competência dos demais entes.
E caso ocorra no Brasil um grave guerra civil que exija da União a utilização
de grandes somas de recursos públicos, com severas consequências para as
finanças públicas federais? Os governantes terão que se virar. Somente o
que autoriza a instituição do IEG é uma guerra externa ou a sua iminência,
jamais uma guerra civil, que é de ordem interna, tenha as consequências
que tiver. Ok?
O IEG está regulado também no artigo 76 do CTN, que assim nos diz em
seu texto:
Esse tributo, por fim, deverá ser instituído por meio de lei ordinária, uma
vez que o texto constitucional, não obstante a relevância do tributo, não
previu a necessidade de lei complementar.
“Art.195 (...)
O gabarito foi dado como sendo a alternativa “d”, seguindo o que determina
a doutrina minoritária, prevendo que as taxas e as contribuições de
melhoria que não estejam previstas na competência tributária da União e
dos Municípios sejam instituídas pelos Estados e pelo Distrito Federal
(competência estadual), por meio de sua competência RESIDUAL.
Sendo assim, muito cuidado com esse tipo de questão de prova. Nunca se
sabe onde o elaborador irá buscar inspiração para fazer uma questão. Veja
algumas questões para treinar o que foi visto anteriormente.
Item I) Correto. Conforme nos diz o artigo 7º, caput, do CTN, "a
competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou
decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra".
Por exemplo, imagine que a União edite lei complementar definindo que o
novo imposto sobre a comercialização de produtos radioativos (criado,
“inocentemente”, em razão da sua competência tributária residual) será
tributado em razão da circulação desse tipo de mercadoria pelas estradas
federais. Ora! A circulação de mercadorias, seja ela qual for, será tributada,
em regra, com o ICMS, imposto de competência estadual e distrital,
previsto expressamente na CF/88 em seu artigo 155, II. Esse imposto tem
como fato gerador as operações relativas à circulação de mercadorias e à
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.
Lá se foi sua alegria, futuro servidor. Essa regra tem exceções sim. Mas,
para isso, tem que estar presente expressamente no corpo da CF/88,
não podendo jamais ser disciplinada originariamente em normativos
infraconstitucionais, como é o caso da lei complementar que criou o imposto
radioativo.
Nada impediria, por exemplo, que, numa possível guerra contra o Suriname,
a União instituísse o IEG tendo como fato gerador a propriedade predial e
territorial urbana de imóveis localizados nos Municípios dos Estados do Pará
e do Amapá. Como sabemos, a propriedade predial e territorial urbana é
fato gerador do IPTU, imposto de competência dos Municípios, portanto,
“invadindo” a competência tributária dos Municípios. Claro que não seria
uma invasão, pois, como dissemos, o IEG sobre esse fato gerador possui
respaldo na própria CF/88, sendo, assim, legítimo.
Por sua vez, o “bis in idem” é definido com a tributação de um único fato
gerador por mais de uma vez, e desde que PELO MESMO ENTE
COMPETENTE para instituir tributo relativo a esse fato gerador. É o caso
em que um ente federado, dentro da sua competência tributária, institui
novo tributo com fato gerador ou base de calculo já prevista para outro
tributo anteriormente instituído.
Segue um resumo:
tributária
(...)
II - disponham sobre:
(...)
Já o artigo 165, II, da CF/88, estabelece em seu texto que leis de iniciativa
do Poder Executivo estabelecerão, entre outros temas, as diretrizes
orçamentárias e os orçamentos anuais. Diante disso, pode-se dizer que as
leis tributárias também são de iniciativa do Poder Executivo? Certamente
não.
Uma questão simples sobre o que acabamos de ver, e que ainda solicita o
entendimento do STF. Então vamos a ele. Conforme essa corte, temos a
seguinte decisão:
Por hoje é só, pessoal. Espero revê-los em breve no nosso curso! Bons
estudos e forte abraço!
Questões Propostas
B) O estado pode criar novos tributos além dos elencados na CF, desde que
observe os fatos geradores e a base de cálculo dos tributos existentes, e
impor fatos geradores diversos daqueles previstos em lei complementar.
Cabe à lei de normas gerais tributárias, a ser editada pela União, entre
outros temas, e relativamente aos impostos, definir a base de cálculo, os
contribuintes e os fatos geradores. Assim, atente bem: não será a lei de
normais gerais que fixará as alíquotas do(s) imposto(s) nela regulado(s),
mas sim as leis internas de cada ente competente para instituir o tributo
respectivo, inclusive uma lei da própria União, quanto aos tributos previstos
em sua competência tributária. De onde tirei isso? Do artigo 146, III, da
CF/88. Veja a sua redação, que contempla ainda outros temas:
Por sua vez, o artigo 24 da CF/88 nos diz o seguinte em seu texto, mais
precisamente em seu §1º:
“Art. 24 (...)
Desse modo, uma vez que a União já tinha editado a lei de normas gerais, o
Estado membro não poderia estabelecer, em lei própria, normativo que
fosse de encontro ao que prevê a lei nacional de normas gerais. Desse
modo, a competência tributária privativa dos estados permite a alteração de
alíquotas de seus tributos, por meio de lei ordinária, mas não a definição de
fatos geradores e da base de cálculo, quando estes já estejam definidos em
lei complementar da União. Logo, incorreta a alternativa “a”.
A alternativa “b” também está incorreta, uma vez que o estado não pode
criar novos tributos além dos elencados na CF, mesmo que observe os fatos
geradores e a base de cálculo dos tributos existentes, e impor fatos
geradores diversos daqueles previstos em lei complementar. A competência
tributaria residual, conforme o artigo 154, I, da CF/88, é exclusiva da União.
Por sua vez, o estado da federação tem capacidade tributária para legislar a
respeito de fato gerador disposto em lei complementar federal e adequá-lo
à sua realidade, desde que não altere o fato gerador desse tributo. Logo,
incorreta a alternativa “c”.
Caso determinado assunto que deveria ser regulamentado por lei de normas
gerais da União não venha a ser regulado por essa lei, a competência dos
Estados e do Distrito Federal, antes suplementar em razão do §2º do artigo
24 da CF/88, passa a ser plena, uma vez que inexistirão normas gerais
nacionais, conforme determina o mesmo artigo 24 em §3º.
E) pode ser anulado, e não revogado, visto que a revogação tem de ser
feita por mútuo consentimento.
Por sua vez, o §3º do mesmo artigo 7º do CTN estabelece que não constitui
delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do
encargo ou da função de arrecadar tributos. Entre essas pessoas jurídicas
de direito privado, por exemplo, temos os bancos comercias, que possuem a
atribuição de arrecadar os valores pagos pelos sujeitos passivos, sendo um
ato perfeitamente legal, não sendo delegada nem a competência tributária
nem a capacidade tributária ativa.
Uma questão simples sobre o que acabamos de ver, e que ainda solicita o
entendimento do STF. Então vamos a ele. Conforme essa corte, temos a
seguinte decisão:
a) produtos industrializados.
c) grandes fortunas.
Alternativa a) Correa. Essa divisão está expressa nos artigos 153, 155 e
156, os quais enumeram os impostos previstos na competência tributária da
União, dos Estados e Distrito Federal e dos municípios.
Alternativa a) Correa. Essa divisão está expressa nos artigos 153, 155 e
156, os quais enumeram os impostos previstos na competência tributária da
União, dos Estados e Distrito Federal e dos municípios. Em outros artigos, a
CF/88 outorgou competência quanto à instituição de outros tributos, como a
COSIP, no artigo 149-A, conferida aos Municípios e ao Distrito Federal; as
CIDES, no artigo 149, de competência da União; entre outros, e sempre
obedecendo a uma estrita e delimitada divisão de competências, afirmando
ainda mais o pacto federativo.
O candidato mais afobado pode ter marcado a alternativa “d”, uma vez que
compete à CF/88 estabelecer as normas primárias relativas à tributação em
nosso país. Entretanto, a instituição de um tributo também está sujeito ao
que determina o CTN (normas gerais tributárias, assim com a lei
complementar federal nº 87/96, que regula o ICMS), à constituição estadual
e à própria lei orgânica do município.
A competência tributária não pode ser exercida por ente estranho àquele a
que a CF/88 a tenha atribuído expressamente, ainda que delegada pelo
próprio ente político a quem a CF/88 a atribuiu. A competência tributária é
indelegável. Entretanto, a capacidade tributária poderá ser plenamente
delegada por uma pessoa jurídica de direito público a outra, conforme prevê
o artigo 7º do CTN, dispondo poder ser delegadas as funções de arrecadar
ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária.
Por sua vez, o §1º do mesmo artigo 7º do CTN dispõe que a atribuição da
capacidade tributária ativa compreenderá as garantias e os privilégios
processuais que competem ao ente delegante, no caso, o Estado de
Roraima.
Assertiva incorreta.
Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão, uma vez
que sobre os imóveis rurais irá incidir o ITR, de competência da União.
Sobre os imóveis urbanos, o IPTU, de competência municipal.
(...)”
Suponha que determinado tributo criado pela União, com base em sua
competência tributária residual, tenha o produto de sua arrecadação
destinado à formação de reservas cambiais. Nesse caso, o referido tributo
somente poderá ser uma contribuição.
Não pode ser um empréstimo compulsório, uma vez que este não está
previsto na competência residual do artigo 154, I, da CF/88, mas sim na
competência exclusiva da União.
Logo, não será tributo algum, uma vez que não atende os normativos
constitucionais. Muito menos uma contribuição, o que torna a assertiva
incorreta.
Para que a União tenha competência para instituir impostos residuais por lei
ordinária federal, é suficiente que estes obedeçam ao requisito de não
cumulatividade.
Por sua vez, a bitributação é a cobrança, por dois entes políticos diferentes,
de tributos, iguais ou diferentes, sobre a mesma base de cálculo ou hipótese
de incidência.
Caso certo município paulista não exerça sua competência tributária, caberá
ao município limítrofe o exercício dessa competência.
Assertiva incorreta.
Assertiva incorreta.
Por sua vez, conforme o artigo 149, §1º, da CF/88, a contribuição para o
custeio do regime previdenciário próprio dos servidores estaduais tem sua
instituição prevista na competência exclusiva dos Estados membros.
“Art. 6º (...)
A capacidade tributária ativa poderá ser delegada por uma pessoa jurídica
de direito público a outra, o mesmo não sendo possível em relação à
competência tributária, a qual é indelegável, seja a pessoa jurídica de
direito público ou de direito privado. Essa é a previsão do artigo 7º do CTN.
municipal, não podendo isso ser feito nem mesmo por meio de lei da União
Federal.
Todos esses tributos estão previstos nos incisos I a VII do artigo 153 da
CF/88, que trata dos impostos de competência da União. Veja a redação
desse artigo conforme consta no texto magno:
IV - produtos industrializados;
Gabarito
1 E 14 A 27 E
2 D 15 C 28 E
3 D 16 C 29 E
4 C 17 D 30 C
5 E 18 E 31 A
6 C 19 E 32 C
7 C 20 D 33 C
8 EE 21 C 34 E
9 C 22 E 35 E
10 A 23 E 36 C
11 A 24 E 37 C
12 C 25 E
13 CCC 26 B