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Direito Tributário para o TCE/PR Com vídeo Aulas

Teoria e exercícios comentados


Prof. Aluisio Neto Aula 00

AULA 00: Aula Demonstrativa

SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação Inicial 01
Conteúdo do Curso 04
Cronograma do Curso e Informações Adicionais 06
Competência Tributária 12
Definição e titularidade para o exercício 12
Competência Legislativa e sua Classificação 17
Competência Legislativa e sua Classificação 33
Classificação da Competência tributária 54
Bitributação e Bis in idem 73
Competência exclusiva do presidente da república em 77
matéria tributária
Questões Propostas 79
Gabarito 119

Como todos já sabem, foi lançado recentemente o edital para a realização do


concurso para o cargo de Auditor do Tribunal de Contas do Estado do
Paraná (TCE/PR). Serão oferecidas inicialmente 04 vagas, com a
expectativa que outras sejam criadas ao longo da validade do concurso. Esse
é mais um grande e ótimo concurso do ano de 2015, e tenho certeza que
você vai querer agarrar essa chance.

E é com muito prazer e satisfação que ministro mais este curso on-line no
site Estratégia, voltado para o concurso para o cargo de Auditor do Tribunal
de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR), cargo que exige diploma,
devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação de nível
superior, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo
Ministério da Educação (MEC).

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O cargo de Auditor do TCE/PR possui remuneração inicial de “apenas” R$


28.947,54. Nada mal para um início, não é verdade? A carga horária é de 40
horas semanais e, entre outros requisitos importantes, é necessário que o
futuro Auditor tenha mais de 35 anos, requisito quase que sempre exigido
para as carreiras de Auditoria dos TCE’s.

O curso visa trazer até você o conhecimento necessário para fazer uma boa
prova quanto à disciplina Direito Tributário, que engloba um conteúdo
bastante extenso e de extrema importância para a sua prova e,
principalmente, para a sua aprovação. Vamos detonar geral as questões que
vierem. Sem pena da banca! Vamos para cima do CESPE!

Como veremos logo adiante, o conteúdo, além de grande, trata de assuntos


os mais variados possíveis. Assim, começar “pra valer” os estudos, ou
aprofundar o que já foi estudado, é de fundamental importância para lograr
êxito em um concurso dessa área, ainda mais tão difícil, concorrido e
disputado quanto o de Auditor do Tribunal de Contas do Estado do
Paraná (TCE/PR). Gente de todo canto do Brasil irá atrás da sua tão
sonhada vaga!

Certamente a concorrência será da melhor qualidade possível. E você, amigo


concurseiro, tem que estar preparado para enfrentar um certame que exigirá
bastante conhecimento e de disciplinas bastante variadas.

Antes de irmos ao item seguinte, já conhece a nossa página no


facebook? Lá eu trago diversas informações úteis aos seus estudos,
especialmente de direito tributário. Caso tenha se interessado, e
queira receber as atualizações, dicas e ensinamentos quase que
diários, é só curtir e acompanhar. O link é o seguinte:

https://www.facebook.com/prosatributaria

Vamos ao conteúdo do nosso curso. Em frente!

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Conteúdo do curso

O conteúdo a ser visto no nosso curso será o expressamente previsto no


edital regulador do concurso anterior, realizado pela FCC em 2014, cujos
temas foram os seguintes:

1. Competência Tributária;
2. Tributo: definição e espécies - impostos, taxas, contribuição de
melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições especiais;
3. Princípios Constitucionais Tributários;
4. Imunidades Tributárias;
5. Legislação Tributária;
6. Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação
tributária;
7. Obrigação Tributária Principal e Acessória / Fato Gerador da
Obrigação Tributária / Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade.
Capacidade Tributária / Domicílio Tributário;
8. Responsabilidade Tributária;
9. Crédito Tributário. Conceito / Constituição do Crédito Tributário /
Lançamento. Modalidades de Lançamento / Hipóteses de alteração
do lançamento;
10. Suspensão da exigibilidade do crédito tributário;
11. Extinção do Crédito tributário;
12. Exclusão do crédito tributário;
13. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário ;
14. Administração Tributária: Fiscalização, Dívida Ativa, Certidões
Negativas;
15. Impostos da União;
16. Impostos dos Estados;
17. Impostos dos Municípios;
18. Simples Nacional;

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19. Repartição das Receitas Tributárias;


20. Execução Fiscal.

Vejamos agora algumas informações importantes quanto ao seu concurso.


Em frente!

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Informações sobre o concurso e o cargo

Nesse item da aula trarei algumas informações importantes e básicas sobre o


concurso que teremos pela frente. São elas:

 Banca: CESPE;
 Quantidade de vagas: 04, e não haverá reserva imediata de vaga
para candidato com deficiência e para candidato afrodescendente para
provimento imediato, sendo mantido o cadastro de reserva;
 Entre outros requisitos para investidura no cargo, temos a exigência de
diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação
de nível superior, fornecido por instituição de ensino superior
reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC);
 As inscrições para o Concurso serão somente via internet, no endereço
eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/tce_pr_15_auditor,
solicitada no período entre 10 horas do dia 30 de outubro de 2015 e 23
horas e 59 minutos do dia 19 de novembro de 2015 (horário oficial de
Brasília/DF);
 Taxa de Inscrição: R$ 300,00 (trezentos reais);
 Data das provas: A prova objetiva terá a duração de 5 horas e será
aplicada na data provável de 10 de janeiro de 2016, no turno da manhã
/ As provas discursivas P3 e P4 terão a duração de 4 horas cada e serão
aplicadas na data provável de 14 de fevereiro de 2016,
respectivamente, nos turnos da manhã e da tarde;
 Remuneração Inicial: R$ 28.947,54;
 A seleção será composta por uma prova objetiva (P1), duas provas
discursivas (P2 e P3) e por uma prova de títulos (P4).
No próximo item, veremos o nosso cronograma de aulas e algumas outras
informações importantes! Vamos em frente!

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Cronograma do Curso e Informações Adicionais

Feitas as apresentações iniciais, vamos ao que interessa: como será o nosso


curso on-line, cronograma, assuntos a serem abordados, entre outros.
Como veremos logo adiante, o conteúdo a ser apresentado no curso, além
de extenso, trata de assuntos variados.

Diante do grande conteúdo a ser estudado, é indispensável a


objetividade no trato da matéria a ser estudada. E a isso é o que se
propõe o curso. Espero trazer a matéria direito tributário da forma mais
objetiva e clara possível, na esperança de poder ajudá-lo na sua preparação
para esse certame, que é bastante atrativo, tanto em termos profissionais
quanto em termos remuneratórios. Sempre que possível, utilizaremos
gráficos, figuras e outros recursos didáticos para o melhor aprendizado e
memorização da matéria proposta na aula.

Além disso, complementares o texto da aula com várias decisões


jurisprudenciais adotadas pelos tribunais superiores do nosso país (STF e
STJ), complementando o conteúdo e o aprendizado com temas que podem
vir a ser cobrados em prova. Cada vez mais as decisões dos tribunais
superiores são cobradas em prova. E você não pode deixar escapar nada,
ou então a CESPE pode surpreender você, tenha certeza disso.

Teremos ainda muitas questões comentadas e propostas relativas ao tema,


cobradas pela CESPE, para complementação do aprendizado sempre que
necessário.

Nosso curso será organizado em dezenove aulas, já contando essa aula


demonstrativa, divididas da seguinte forma:

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Até
Aula 00 Competência Tributária Item 3
03/11/2015
Tributo: definição e espécies -
impostos, taxas, contribuição de
Aula 01 melhoria, empréstimos Item 4 07/11/2015
compulsórios, contribuições
especiais
Princípios Constitucionais
Aula 02 Item 5 11/11/2015
Tributários
Aula 03 Imunidades Tributárias Item6 15/11/2015

Aula 04 Legislação Tributária Item7 19/11/2015

Vigência, aplicação, interpretação e


Aula 05 Item 8 22/11/2015
integração da legislação tributária.

Obrigação Tributária Principal e


Acessória / Fato Gerador da
Obrigação Tributária / Sujeição
Aula 06 Item 9 25/11/2015
Ativa e Passiva. Solidariedade.
Capacidade Tributária / Domicílio
Tributário
Item
Aula 07 Responsabilidade Tributária 28/11/2015
11
Crédito Tributário. Conceito /
Constituição do Crédito Tributário /
Item
Aula 08 Lançamento. Modalidades de 02/12/2015
10
Lançamento / Hipóteses de
alteração do lançamento
Suspensão da exigibilidade do Item
Aula 09 05/12/2015
crédito tributário 12
Item
Aula 10 Extinção do Crédito tributário 08/12/2015
13

Item
Aula 11 Exclusão do crédito tributário 12/12/2015
14

Garantias e Privilégios do Crédito Item


Aula 12 15/12/2015
Tributário 16
Administração Tributária:
Item
Aula 13 Fiscalização, Dívida Ativa, 18/12/2015
15
Certidões Negativas
Item
Aula 14 Impostos da União 21/12/2015
17

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Item
Aula 15 Impostos dos Estados 24/12/2015
18
Item
Aula 16 Impostos dos Municípios 27/12/2015
19
Item
Aula 17 Simples Nacional 31/12/2015
21
Repartição das Receitas Tributárias Itens
Aula 18 04/01/2016
/ Execução Fiscal 20 e 23

]Nosso curso trará vídeo aulas para tentar ajudar ainda mais você quanto
ao assunto apresentado nas aulas teóricas. Espero que sejam úteis à sua
preparação. Adianto que alguns vídeos ainda estão sendo editados, em
razão de terem sido gravados recentemente.

Sendo assim, peço-lhes apenas um pouco de paciência caso a aula em pdf


seja postada e a vídeo aula ainda não esteja disponível, ok? Isso irá
acontecer, por exemplo, para a vídeo aula relativa às aulas 01 e 02, até
esse momento. Elas estão em fase de edição para liberação. Até o
momento, temos já quatro aulas disponíveis, contando, claro, com essa
aula demonstrativa, que trata da competência tributária.

Cada aula será disponibilizada no site conforme cronograma acima. Cada


aula será composta pelo conteúdo proposto acima e por uma lista de
questões acompanhada do respectivo gabarito, que auxiliarão na
memorização e fixação dos pontos mais importantes e que devem ser
levados para a prova. Para tanto, trarei questões de provas de concursos
anteriores.

Nosso curso contará ainda com uma serie de questões comentadas ao final,
para que você possa ver onde errou em cada situação apresentada pela
banca.

Tentei elaborar as aulas abordando os assuntos da forma mais simples


possível. Evitei ao máximo utilizar rigores e termos técnicos desnecessários,
contudo, sem deixar de abordar os temas relevantes e principais para a
prova. Entretanto, essa abordagem exige, de algum modo, o uso de alguns
termos e expressões tributárias, para não deixar as aulas por demais
superficiais. Espero cumprir o objetivo e receber as críticas construtivas ao

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final, acompanhado de um perdão, se possível, já que, como todo bom


humano, também falho. 

Ao final das nossas próximas aulas, espero prepará-lo para fazer uma boa
prova de direito tributário, abordando os temas e assuntos mais
importantes e que estarão presentes na sua prova. Fico na esperança de
poder contribuir com o pouco do meu conhecimento para a sua aprovação
nesse concorrido certame.

Antes de iniciarmos essa aula demonstrativa, peço um pequeno espaço para


fazer uma rápida apresentação pessoal e contar um pouco da minha história
como concurseiro.

Meu nome é Aluisio de Andrade Lima Neto, sou pernambucano “da gema”,
apaixonado por meu Estado e por tudo que nasce nele ou dele provém. Falo
oxênte, mainha, Ricifi e cumpadre como todo bom e autêntico
pernambucano. Tenho muito orgulho de dizer que pertencem à minha terra
o Galo da Madrugada, a praia de Porto de Galinhas, o frevo que só é
cantado em Pernambuco, Olinda, Petrolina, Capiba, Lampião, Luiz Gonzaga
e tantos outros ícones que identificam Pernambuco em qualquer lugar do
nosso imenso “Brazilzão”. Conto 33 anos de idade e sou Engenheiro Elétrico
de Telecomunicações, formado pela Escola Politécnica da Universidade de
Pernambuco, tendo concluído o curso no fim do ano de 2006.

Apesar de ser formado em Engenharia, nunca cheguei a exercer a profissão,


nem mesmo como estagiário. O motivo é simples: virei concurseiro ainda no
6º período da faculdade, em 2004. Estava muito longe para desistir e
começar um curso menor e “menos difícil”, então, a solução foi acabar o
que eu já fazia e conseguir meu diploma. Desde então, vivi quase que
exclusivamente para os concursos. E não me arrependi um só segundo
disso. Felizmente tomei a decisão e o rumo certo para a minha vida.
Sempre digo que a engenharia é muito bonita e desafiadora, mas nunca
seria feliz como engenheiro. Parabéns aos que a adotaram como profissão!

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Como havia dito, comecei minha “carreira” de concurseiro em 2004,


concorrendo no concurso do MPU. Desde então fiz concurso para os mais
variados cargos e órgãos, como, por exemplo, INCRA, ANTT, UFPE, ANTAQ,
AFTM-Natal, AFTM-Teresina, DNIT, SERPRO, MP-PE, TJ-PE, TRE-PB, IBGE,
MPU (novamente), Petrobras, STN, CGU, MDIC, MTE e finalmente para a
RFB. Sei que essa lista poderia ter mais órgãos, mas não consegui lembrar
todos eles. Certamente ainda existem muitos outros. 

Consegui ser aprovado pela primeira vez e exercer o cargo apenas em


2006, como Técnico em Redes, do SERPRO. Ainda em 2006, fui aprovado
para o cargo de Técnico Ministerial – Administrativo, do Ministério Público de
Pernambuco, ficando no Órgão até o inicio de 2009, quando fui novamente
aprovado em outro concurso público. Dessa vez, para o cargo de Analista de
Comércio Exterior (ACE), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), deixando minha querida e bela Recife e indo
morar em Brasília, a capital de todos os brasileiros. Fui aprovado também
para os cargos de Técnico em Infra-estrutura de Transportes Terrestres, da
ANTT; Analista, da Petrobras; e Auditor Fiscal de Tributos Municipais, da
Prefeitura de Natal, mas não cheguei a assumir em nenhum deles.

Atualmente exerço o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil


(AFRFB), tendo sido aprovado no último concurso realizado em 2009, na
posição 245º. Estou lotado atualmente na Delegacia da Receita Federal em
Feira de Santana, no belíssimo Estado da Bahia.

Posso dizer, sem receio, que hoje sou realizado profissionalmente e


bastante satisfeito com meu trabalho e por ser servidor público federal,
ainda mais de um órgão tão vital para o meu país e para os brasileiros. Sei
que esse será o sentimento a ser percebido por todos vocês, amigos e
alunos, ao se tornarem servidores, em breve.

Ao passar para AFRFB, consegui, em três anos, alcançar meu objetivo


traçado em janeiro de 2007, quando acabei a faculdade definitivamente e
decidi estudar exclusivamente para a Receita Federal. Deixei de lado a

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“tática fazer todos que abrirem”. Quando resolvi estudar apenas para um
concurso, estabelecendo foco e disciplina, comecei a ser aprovado, trocando
o “quase” pelo “até que enfim”. Com isso, ganhei tranquilidade e
estabilidade para seguir o caminho que levaria até a tão sonhada
vaga no cargo de AFRFB.

Assim, deixo minha experiência como concurseiro (ou ex-concurseiro) de


longas datas, aconselhando a todos estabelecer um foco, acreditarem que
vai dá certo e estudar. Estudar muito! Grandes conquistas exigem
grandes preços. E tenho certeza que, ao final da empreitada, tudo valerá
a pena! Assim como valeu para mim. Todo centavo ou minuto investido
retornará. E com a diferença de ter uma bela quantia no contracheque todo
mês. A estabilidade já é de praxe.

Terminada essa conversa inicial, vamos à nossa aula demonstrativa. Nesta,


trarei a competência tributária, uma tema bastante solicitado e muito
importante para o entendimento de outros temas dentro do direito
tributário. Nessa nossa aula demonstrativa veremos um pouco do que será
o nosso curso.

Ademais, gostaria de informar que os tópicos principais, e constante no


nosso índice geral da página 01, estão assinalados com a cor azul-claro.
Os sub-tópicos, com a cor amarela. Existindo ainda sub-tópicos dentro dos
sub-tópicos com a cor amarela, utilizarei a cor verde-claro.

Feitos os esclarecimentos, vamos à aula! Bons estudos! Grande abraço e


tudo de bom!

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Competência Tributária

Na nossa aula demonstrativa estudaremos os seguintes tópicos relativos à


competência tributária dos Entes Federativos previstos na Constituição
Federal de 1988:

 Definição e titularidade para o exercício;

 Competência Legislativa e sua classificação;

 Características da Competência tributária;

 Classificação da Competência Tributária;

 Bitributação e “Bis in idem”;

 Competência Exclusiva do Presidente da República em matéria


tributária.

Definição e titularidade para o exercício

A competência tributária pode ser definida como o poder conferido pela


Constituição Federal de 1988 (CF/88) à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios (e somente estes entes federativos, também
conhecidos como entes políticos) para que instituam e legislem sobre os
tributos nela previstos, atendendo ao processo legislativo contido no texto
constitucional. De início, temos que ter em mente que apenas estes quatro
entes possuem o poder de instituir, legislar, fiscalizar, extinguir e cobrar
tributos, uma vez que apenas eles possuem a titularidade plena conferida
pela Carta de 1988. Somente eles possuem a competência legislativa, gênero
ao qual pertence a espécie competência tributária.

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Os territórios, ainda pertencentes à União, não possuem competência


tributária (uma vez que não possuem competência legislativa), já que são
apenas entes administrativos, e não entes políticos. Atualmente, não há
nenhum território federal, existindo apenas territórios estaduais, tendo como
exemplo o Território estadual de Fernando de Noronha, pertencente ao
Estado de Pernambuco. Guarde bem: os territórios não possuem competência
tributária!

Do mesmo modo que os territórios, também não possuem competência


tributária outras pessoas jurídicas além dos entes políticos. Logo, inexiste
atribuição de competência tributária a autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas. O mesmo ocorre para as
demais pessoas jurídicas de direito privado, pertencente ou não aos entes
políticos. Nenhuma outra pessoa jurídica possui competência tributária além
das pessoas políticas.

Cada Ente Federativo, em razão da competência tributária a ele conferida,


somente poderá instituir os tributos expressamente outorgados no texto
constitucional, possuindo cada um deles poderes exclusivos (sendo,
assim, indelegável a função de instituir e de legislar sobre tributos),
não podendo, exceto nos casos expressamente previstos na CF/88, serem
invadidos pela competência tributária atribuída a outro Ente.

Se um ente é competente para instituir um tributo, ele é competente também


para isentar, fiscalizar, arrecadar, conceder remissões, parcelamentos, entre
outros institutos. Cada um no seu quadrado, Virgulino! Se o IPVA, um dos
impostos estaduais previstos na CF/88, foi conferido ao Estado de
Pernambuco, somente esse ente poderá legislar sobre aquele imposto em seu
território, e nos ditames que entender necessário. Claro: e sem ir de encontro
ao que prevê os preceitos e princípios estabelecidos na CF/88.

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Ao definir a competência tributária, a CF/88 delimitou o campo de incidência


de cada tributo a ser criado pelos entes federativos, impedindo a invasão da
competência de um ente pelos demais, como comentei. É a velha história:
dentro do seu quadrado, faça o que quiser e até a onde a CF/88 deixar. Só
não venha mexer no espaço do outro, por favor.

A competência tributária é, assim, a aptidão constitucionalmente conferida


aos entes políticos para criar tributos, decorrendo diretamente do princípio do
federalismo, em que cada ente possui competências que lhes são próprias e
exclusivas.

E os tributos já não estão criados no corpo da CF/88? Não.

Um ponto muito importante que costuma pegar candidatos


menos atentos e bastante cobrado em provas: a CF/88 NÃO
CRIA NENHUM TRIBUTO, APENAS OUTORGA COMPETÊNCIA
PARA QUE CADA ENTE, POR MEIO DE SUAS PRÓPRIAS LEIS
INTERNAS, CRIEM OS TRIBUTOS PREVISTOS EXCLUSIVAMENTE
EM SUA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CONSTITUCIONAL.

Somente o ente competente para criar ou instituir determinado tributo por


meio de sua própria legislação interna é também competente para editar
normativos regulando o tributo, ressalvados os casos previstos na própria
CF/88, como, por exemplo, a definição de normas gerais sobre os tributos, a
serem editadas pela União por meio de lei complementar (artigo 146, III, da
CF/88).

Vou falar mais uma vez para você nem ousar ser pego em uma questão de
prova por ai: a CF/88 não cria qualquer tributo! Ela também não regula
nenhum deles, nem mesmo os da União. Não estabelece alíquotas, nem
contribuintes, nem fatos geradores, nada! Ela apenas confere (outorga)
competência tributária a cada um dos entes políticos!

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A competência tributária está DIRETAMENTE RELACIONADA À


COMPETÊNCIA LEGISLATIVA, QUAL SEJA, O PODER DE EDITAR LEIS.
Todo e qualquer tributo deve ser criado por meio de lei ou instrumento
normativo que faça as vezes de lei, tendo a mesma força normativa desta.
Assim, a competência está relacionada a uma característica de natureza
política, uma vez que existe o poder de editar leis definidoras do tributo.

Por fim, finalizando essa rápida apresentação da competência tributária,


temos um ponto que costuma ser confundido pelos candidatos, que é a
relação entre a competência tributária e a destinação legal do produto da
arrecadação de determinado tributo. Se um ente, por exemplo, repassa parte
ou a totalidade da arrecadação de tributo que ele mesmo criou, há também o
repasse da competência tributária?

Não. A destinação legal a ser dada ao produto da arrecadação


tributária não altera, em nenhuma hipótese, a competência tributária
atribuída a um ente político. Expliquemos melhor.

A CF/88, em seus artigos 157 a 159, definiu a repartição das competências


tributárias, dispondo que o produto da arrecadação dos entes maiores seja
distribuído com os entes menores. Assim, por exemplo, temos que o produto
total da arrecadação do imposto sobre a renda (IR) pago pelos servidores
públicos estaduais e municipais será destinado aos cofres estaduais ou
municipais, respectivamente, não cabendo nenhum centavo sequer à União,
ainda que sendo este um imposto previsto em sua competência tributária.

Ainda que diante dessa situação, toda e qualquer regulação legal de matéria
relativa ao IR será de competência tributária exclusiva da União, nada sendo
“tomado” pelos demais entes. Exceto a parte boa: os recursos. Essa previsão,
além de ser oriunda da intepretação dos dispositivos constantes na CF/88,
está prevista também no artigo 6º do Código Tributário Nacional (CTN), a ser
visto no item seguinte.

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Assim, a competência tributária independe da forma como se dará a


repartição da respectiva receita do tributo.

Vamos falar um pouco agora da competência legislativa e da sua


classificação, uma vez que a competência tributária, tema central da nossa
aula de hoje, é uma espécie daquela, como comentei logo no começo. Em
frente!

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Competência Legislativa e sua Classificação

A competência tributária está diretamente relacionada à competência


legislativa do Ente ao qual a CF/88 outorgou poderes para instituir, regular e
extinguir os tributos nela previstos.

A competência legislativa abrange, entre outras competências, a competência


tributária, uma vez que somente por meio de lei em sentido estrito é que
poderão ser CRIADOS os tributos, tendo em vista o princípio da legalidade
estrita no que se refere à criação de obrigações aos cidadãos. Esse princípio,
quanto à criação ou extinção de tributos, não comporta exceções.

Veja o que nos diz o artigo 6º do CTN:

“Art. 6º A atribuição constitucional de competência


tributária compreende a competência legislativa plena,
ressalvadas as limitações contidas na Constituição
Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas
do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto
nesta Lei.

Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no


todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público
pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham
sido atribuídos.” (Grifos nosso)

O parágrafo único já foi visto no item anterior, dispondo que a repartição da


receita tributária com outro ente político que não o competente para instituir
o tributo em nada altera a competência tributária e, por consequência, a
competência legislativa do ente político. Atente bem a isso!

Quanto à competência legislativa, uma observação importante deve ser feita.


Essa competência é bem mais ampla do que a competência tributária, uma
vez que esta está relacionada ao poder de instituir tributos, enquanto aquela,
ao de editar leis em todas as matérias em que o ente detém o poder de

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legislar, inclusive o relativo ao direito tributário. As competências legislativas


atribuídas a cada ente político estão presentes, especialmente, nos artigos 22
a 25 e 30 da CF/88.

A competência para legislar sobre direito tributário é genérica, sendo


prevista no artigo 24, I, da CF/88, podendo dispor sobre a instituição e a
extinção de tributos, obrigações acessórias, isenções tributárias, regimes
diferenciados de tributação, entre outros. Veremos muita coisa no nosso
curso.

Enquanto isso, a competência tributária para instituir tributos é


específica, relacionada apenas a esse poder, e conferida de maneira
exclusiva aos entes políticos da nossa federação, dentro dos campos de
incidência de cada tributo previsto na CF/88, bem como quanto às relações
jurídicas a eles concernentes.

Separe bem os conceitos, futuro servidor. A competência para legislar


sobre direito tributário é diferente da competência tributária.
Enquanto o primeiro se traduz na possibilidade de os entes políticos editarem
leis que regulam tributos e relações jurídicas a eles relativas, a competência
tributária se refere ao poder de instituir tributos previstos na CF/88, e
outorgados exclusiva e expressamente a cada um dos entes políticos da
nossa federação.

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O artigo 24 da CF/88 nos diz o seguinte:

“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal


legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e


urbanístico;” (Grifos nosso)

Veja que a competência legislativa é concorrente, sendo (ou podendo ser)


exercida por todos os Entes políticos, inclusive os Municípios, que não são
citados expressamente no texto do artigo 24. Os Municípios, quanto ao poder
de legislar sobre assuntos tributários, tem sua competência legislativa
tributária prevista no artigo 30, III, da CF/88.

“Art. 30. Compete aos Municípios: (...)

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência,


bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos
prazos fixados em lei;”

Por sua vez, cada ente irá legislar especificamente sobre os tributos presentes
em sua competência tributária, somente podendo ser exercida, repito, por
aquele expressamente determinado na CF/88. Essa previsão, contudo,
somente se excepciona no que se refere à União, conforme o artigo 146, III,
da CF/88, uma vez que esse ente político poderá editar, por meio de lei
complementar, normas gerais a serem obedecidas por todos os entes políticos
ao instituírem seus tributos, inclusive os da própria União.

Essas normas gerais irão definir, por exemplo, contribuintes, fatos geradores
e demais atributos relativos ao tributo a ser criado. Contudo, essa lei
complementar estabelecendo normas gerais, assim como a CF/88, não cria
tributo algum!

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Nesse ponto, é importante estudarmos os parágrafos do artigo 24 da CF/88.


E o que eles nos dizem de tão importantes? Antes de prosseguirmos com os
parágrafos do artigo 24 da CF/88, temos que estudar, sucintamente, a
classificação da competência legislativa, que poderá ser:

a) EXCLUSIVA;

b) PRIVATIVA;

c) CONCORRENTE;

d) SUPLEMENTAR;

e) COMUM;

f) LOCAL

g) RESIDUAL.

A competência exclusiva é aquela que somente pode ser exercida por um


ente específico determinado na CF/88, impossibilitando qualquer tipo de
delegação e exercício para outro ente, bem como também a impossibilidade
de edição de legislação suplementar. Com a competência exclusiva, todos os
demais entes ao qual esta não foi conferida ficam excluídos do poder de
legislar sobre determinado assunto.

Esses casos estão previstos, por exemplo, no artigo 21 da Carta Federal, que
confere à União o poder, dentre outros, de emitir moeda e administrar as
reservas cambiais do país, não podendo a regulação dessas atribuições ser
delegadas pela União a outros entes políticos.

“Art. 21. Compete à União: (...)

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as


operações de natureza financeira, especialmente as de
crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de
previdência privada; (...)”

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Essa competência é prioritariamente de ordem material, uma vez que não se


refere apenas à regulação, e sim à execução de atos e medidas relativas ao
tema conferido nos incisos do artigo 21.

A competência privativa é aquela conferida apenas a um Ente político, mas


que pode vir a ser delegada ou suplementada pelos demais, sendo uma
amenização da competência exclusiva. Como exemplo, temos o artigo 22 da
CF/88, dispondo que compete à União legislar, por exemplo, sobre seguridade
social, podendo lei complementar federal autorizar os Estados e o Distrito
federal (e apenas estes, excluindo os municípios) a legislar sobre questões
específicas quanto às matérias relativas à seguridade social.

“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,


agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...)

XXIII - seguridade social; (...)

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os


Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.”

A competência concorrente se refere à possibilidade de mais de um Ente


político legislar sobre o mesmo assunto, podendo a edição de leis relativa a
um determinado tema ser realizada ao mesmo tempo e com a mesma força
legislativa por todos ou parte dos entes políticos. Um exemplo dessa
competência é a relativa ao direito tributário, contida no artigo 24, I, da
CF/88.

“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal


legislar concorrentemente sobre: (...)

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e


urbanístico; (...)

IV - custas dos serviços forenses; (...)”

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“E é tão bagunçado assim, professor? Virgulino, por favor, explique isso ai


melhor. É só chegar e legislar sobre o que der na telha, desde que esteja
nesse tal de artigo 24?”

Todos os entes podem legislar sobre direito tributário, genericamente falando.


O que não pode é a União e o Estado de Pernambuco, por exemplo, legislar
sobre uma isenção relativa ao Imposto de renda, um dos impostos previstos
na competência tributária exclusiva da União. Cada macaco comendo banana
que nasce apenas no seu galho, por favor!

Por sua vez, como veremos adiante aos estudarmos os §§1º a 4º do artigo
24, a competência da União, em matéria de legislação concorrente, ficará
limitada a edição de normais gerais, não excluindo a competência
suplementar dos Estados. Falando em competência suplementar...

A competência suplementar é relativa à possibilidade dos Estados e do


Distrito Federal editarem normas que detalhem as normas gerais editadas
pela União, bem como preenchendo as ausências normativas desta e dentro
das suas peculiaridades, conforme preveem os §§ 2º e 3º do artigo 24 da
CF/88, a serem vistos logo adiante.

O exercício da competência legislativa suplementar, contudo, não pode ir


além do que dispõe a lei de normas gerias da união, especialmente se norma
for contrária aos preceitos e normas contidas na lei complementar da União,
sob pena de a legislação estadual/distrital ser declarada inconstitucional.

Além da competência suplementar dos Estados e do Distrito Federal, temos


ainda o que consta no artigo 30 da CF/88, mais especificamente em seu
inciso II, atribuindo aos Municípios o poder de suplementar a legislação
federal e a dos Estados nas matérias que específica:

“Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que


couber;

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III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem


como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de
prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em
lei;” (Grifos nosso)

Ou seja, com exceção da União, que edita as normas gerais, todos os demais
entes políticos possuem competência suplementar. São eles que irão dispor
sobre aquilo que a lei federal não dispuser, ou que não dispuser de maneira
clara ou completa, e desde que não ultrapassem os limites por esta
estabelecidos.

Já a competência comum é a aquela que poder ser exercida


indistintamente por qualquer dos entes políticos, estando presente no artigo
23 da CF/88, tendo como exemplo a regulação, por meio da edição de leis e
instrumentos normativos, que visa cuidar da saúde e assistência pública, da
proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; e proteger os
documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.

Assim como as competências presentes no artigo 21, o artigo 23 também traz


competências precipuamente de ordem material, de execução, e não
propriamente normativas.

A competência local é a contida no inciso I do artigo 30 da CF/88,


reproduzido anteriormente, prevista para os Municípios e para o Distrito
Federal (no exercício de sua competência municipal). Cabe apenas a esses
entes dispor sobre os assuntos de interesse local, como abertura e
fechamento do comércio, leis de postura municipal, entre outras. Como
exemplo, veja o que nos diz a Súmula 645 do STF:

“É competente o município para fixar o horário de


funcionamento de estabelecimento comercial.”

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Por fim, temos a competência residual ou implícita, conferida aos Estados


e ao Distrito Federal (este, no exercício de sua competência estadual),
prevista no artigo 25, §1º, da CF/88:

“Art. 25. (...)

§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não


lhes sejam vedadas por esta Constituição.”

Assim, tudo o que não for expressamente previsto como de competência da


União ou dos Municípios, será dos Estados, podendo ser livremente exercidas
por esses entes políticos, atendidas as limitações da CF/88.

Vamos finalmente aos parágrafos do artigo 24 da Carta de 1988? Ele é muito


importante para o estudo do tema dessa aula de hoje. Aprenda com cuidado,
muito embora esse tema seja visto também em direito constitucional. Caso já
tenha visto, basta pular para o próximo item da aula, que é relativo às
características da competência tributária. Vamos em frente!

Quanto ao artigo 24, temos o que nos dizem seus §§1º a 4º:

“Art. 24 (...)

§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da


União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas


gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados


exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.

§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais


suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.”

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O §1º já foi estudado por nós, prevendo a competência da União quanto à


competência concorrente (não confunda com outra espécie), que será
limitada a apenas estabelecer normas gerais. Essa competência é a que
ocorre, por exemplo, quanto ao ISS, quando a União editou a lei
complementar nº 116, de 2003, dispondo sobre as normas gerais relativas ao
imposto e de observância obrigatória por todos os Municípios e pelo Distrito
Federal ao editarem suas leis internas relativas ao imposto.

Cabe à lei de normas gerais tributárias, a ser editada pela União, entre outros
temas, e relativamente aos impostos, definir a base de cálculo, os
contribuintes e os fatos geradores. Assim, atente bem: não será a lei de
normais gerais que fixará as alíquotas do(s) imposto(s) nela regulado(s), mas
sim as leis internas de cada ente competente para instituir o tributo
respectivo. De onde tirei isso? Do artigo 146, III, da CF/88. Veja a sua
redação, que contempla ainda outros temas:

“Art. 146. Cabe à lei complementar: (...)

III - estabelecer normas gerais em matéria de


legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como,


em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de
cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência


tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo


praticado pelas sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as


microempresas e para as empresas de pequeno porte,
inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas

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no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se


refere o art. 239

Como também vimos, a competência suplementar dos Estados não pode ser
afastada pela competência da União para legislar sobre normas gerais.
Quanto ao ISS, novamente, o Distrito Federal, por exemplo, é livre para
estabelecer regras suplementares às previstas na LC nº 116/03, inclusive
suprindo eventuais lacunas deixadas pela lei federal. O que não pode é inovar
ou criar disposições diferentes das previstas na lei de normas gerais, indo de
encontro a ela.

Se a lei complementar diz que apenas determinadas situações dão origem à


possibilidade de cobrança do ISS, o Município não poderá estipular outras não
previstas na norma geral. Também, se a lei complementar determinou que
apenas o prestador do serviço é a pessoa eleita para pagar o imposto
(contribuinte), não poderá a lei ampliar essa possibilidade à pessoas
diferentes.

Por outro lado, havendo lacunas na lei de normas gerais editadas pela União,
cabe aos Estados e a o Distrito Federal suplementar a lei federal para atender
às suas peculiaridades. Essa é a previsão do §2º.

A previsão do §3º, por sua vez, é muito importante, uma vez que confere
atribuições maiores aos Estados e ao Distrito Federal. Caso determinado
assunto que deveria ser regulamentado por lei de normas gerais da União não
venha a ser tratado, a competência dos Estados e do Distrito Federal, antes
suplementar, passa a ser plena, uma vez que inexistirão normas gerais
nacionais. Se não existem normas gerais, o tributo não poderá ser criado?
Claro que não. E ele será regulado por cada um dos entes políticos, podendo
dispor sobre o tema como bem entenderem. Respeitando os princípios da
CF/88, claro!

Veja o que decidiu o STF em seu RE 607546 AgR/PR, de 23 de agosto de


2011:

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“Ante a omissão do legislador federal em estabelecer as


normas gerais pertinentes ao imposto sobre a doação de bens
móveis, os Estados-membros podem fazer uso de sua
competência legislativa plena com fulcro no art. 24, § 3º, da
Constituição e art. 34, § 3º, do ADCT.”

Observe ainda o AI 167.777 AgR/SP, de 04 de março de 1997; e a ADI


2.355/PR, de 19 de junho de 2002, respectivamente:

“Mostra-se constitucional a disciplina do Imposto sobre


Propriedade de Veículos Automotores mediante norma local.
Deixando a União de editar normas gerais, exerce a unidade
da federação a competência legislativa plena - § 3º do artigo
24, do corpo permanente da Carta de 1988 -, sendo que, com
a entrada em vigor do sistema tributário nacional, abriu-se à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a via
da edição de leis necessárias à respectiva aplicação - § 3º do
artigo 34 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
da Carta de 1988.”

“Lei estadual que determina que os municípios deverão


aplicar, diretamente, nas áreas indígenas localizadas em seus
respectivos territórios, parcela (50%) do ICMS a eles
distribuída - transgressão à cláusula constitucional da não-
afetação da receita oriunda de impostos (cf, art. 167, iv) e ao
postulado da autonomia municipal (cf, art. 30, iii) - vedação
constitucional que impede, ressalvadas as exceções previstas
na própria constituição, a vinculação, a órgão, fundo ou
despesa, do produto da arrecadação de impostos -
inviabilidade de o estado-membro impor, ao município, a
destinação de recursos e rendas que a este pertencem por
direito próprio - ingerência estadual indevida em tema de
exclusivo interesse do município.”

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Por sua vez, a Súmula STF nº 69 nos diz que:

“A constituição estadual não pode estabelecer limite para o


aumento de tributos municipais.”

Observe, por fim, que a edição de normas pelos Estados e pelo Distrito
Federal, na falta de normas gerais da União, será apenas para atender às
suas peculiaridades, e não para impor algo aos demais Entes. A lei do IPVA de
Pernambuco, por exemplo, será válida apenas para o território do Estado,
ainda que dispondo sobre todos os elementos do tributo, já que, até o
momento, não há lei de normais gerais editada pela União quanto a esse
imposto.

Essa lei, contudo, não pode ser aplicada, regra geral, ao Estado da Paraíba,
por exemplo (poderia se houvesse a celebração de acordo prevendo a
extraterritorialidade da lei pernambucana no território do Estado da Paraíba, o
que não é o caso), vez que esse Estado, igualmente, possui competência para
editar leis a serem seguidas em seu território quanto ao IPVA.

Por fim, temos a superveniência de lei federal quando já existente lei estadual
ou distrital. A lei federal, ao sobrevir, irá SUSPENDER A EFICÁCIA da lei
estadual ou distrital no que lhe for contrária. Os dispositivos não conflitantes
com a lei federal permanecerão em vigor, paralelamente a esta. Sendo
revogada a lei federal, a lei estadual ou distrital volta a ter força normativa
novamente. Atente bem: a lei federal não irá revogar a lei estadual, uma vez
que não há hierarquia entre leis federais e estaduais. Há APENAS A
SUSPENSÃO DOS EFEITOS DA LEI ESTADUAL ENQUANTO PERDURAR NO
TEMPO A LEI FEDERAL.

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(Questão 01) Sobre a competência para legislar sobre Direito Tributário,


assinale a opção correta.

a) Somente a União pode legislar a respeito.

b) O Estado pode legislar a respeito, mas estará sujeito às regras gerais que
a União expedir sobre a matéria em lei federal.

c) Nessa matéria, o Estado goza de competência legislativa exclusiva.

d) Tanto o Estado como a União podem legislar livremente a respeito, mas,


em caso de conflito entre as disposições normativas, prevalecerá
invariavelmente a legislação federal.

e) A competência para legislar, no caso, é concorrente, sendo que somente a


União pode legislar sobre normas gerais, estando vedada a legislação
suplementar por parte do Estado.

Alternativa a) Incorreta. A competência legislativa para legislar sobre


direito tributário é concorrente, dispondo que todos os entes políticos,
respeitando os limites impostos na CF/88, podem legislar sobre a matéria. À
União, além da regulação dos seus próprios tributos, cabe também a
definição de normas gerais, as quais deverão vir a ser obedecidas pelos
Estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.

Alternativa b) Correta. A edição de normas gerais pela União deve ser


realizada por meio de lei complementar expedida por esse ente político,
conforme nos diz o artigo 146, III, da CF/88. Porém, um erro que poderia ter
sido “sentido” pelo candidato é o de que nem sempre os Estados estão
sujeitos ao que determinam as leis de normas gerais da União, uma vez que
esta, em alguns casos, pode não chegar a editar a referida lei, o que não
impedirá o Estado ou o DF de editar leis próprias para regular o tema no
âmbito do seu território, conforme nos diz o artigo 24, §3º. Entretanto, a
questão, sob certo ponto de vista, é correto.

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“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal


legislar concorrentemente sobre:

(...)

§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a


competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.

§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas


gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados


exercerão a competência legislativa plena, para atender a
suas peculiaridades.

§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais


suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.”

Alternativa c) Incorreta. Nenhum ente goza de competência legislativa


exclusiva em matéria de direito tributário. Entretanto, quanto a alguns temas
desse ramo do direito, como a instituição de empréstimos compulsórios pela
União, há sim competências legislativas tributárias exclusivas, diferente da
competência exclusiva em matéria de direito tributário.

Alternativa d) Incorreta. Não existe hierarquia entre leis federais,


estaduais e municipais, sendo cada uma autônoma na matéria ao qual estão
afetas. A hierarquia não se verifica nem mesmo entre leis ordinárias e
complementares, que se diferenciam apenas em razão da matéria que
regulam (aspecto material) e no quórum de aprovação (aspecto formal).
Logo, eventual conflito de competência, caso não sanado, deverá ser levado
à apreciação do STF, guardião das leis do nosso ordenamento jurídico.

Alternativa e) Incorreta. Ainda que exista lei de normas gerais, os Estados


poderão livremente editar leis para suplementar a legislação federal e
atender às suas peculiaridades, conforme o artigo 24, §2º, da CF/88.

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(Questão 02) Em matéria de competência para a instituição de impostos, é


correto afirmar-se que:

a) os Municípios dos Territórios Federais são competentes para instituir seus


próprios impostos, tal como nos Estados.

b) nos Territórios Federais compete aos Estados dos quais foram


desmembrados a instituição dos impostos estaduais.

c) compete aos Territórios Federais a instituição de seus impostos, tanto


estaduais quanto municipais.

d) os Estados podem instituir impostos extraordinários e temporários, com


arrecadação vinculada a fins específicos.

e) os Municípios podem instituir novos impostos, além daqueles


expressamente previstos na Constituição Federal.

Alternativa a) Correta. Os territórios federais não possuem autonomia


política nem financeira, não sendo um dos entes políticos presentes na
constituição da nossa federação, apenas entes administrativos. Assim, não
podem instituir tributos, cabendo esse papel à União, e desde que o território
não seja dividido em municípios, diante do qual resta afastada a competência
tributária da mesma quanto à instituição de tributos municipais. Por sua vez,
os municípios presentes nos territórios federais possuem total autonomia,
assim como os demais municípios presentes nos Estados, quanto à
instituição e à cobrança dos impostos presentes na competência municipal.

Alternativa b) Incorreta. Nos territórios federais, esse papel cabe à União,


uma vez que o território não possui competência para a instituição nem de
tributos estaduais e nem de tributos municipais.

Alternativa c) Incorreta. Em nenhum caso será competência dos


territórios federais a instituição de tributos. Esse papel caberá
exclusivamente à União, caso o território não seja dividido em municípios, e
caso esse pertença à União. Caso seja dividido em municípios, caberá a cada

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município a instituição dos tributos municipais e à União apenas a instituição


dos estaduais.

Alternativa d) Incorreta. Cabe apenas à União a instituição de impostos


extraordinários, e mesmo assim apenas em casos de guerra externa,
iminente ou declarada, conforme o artigo 154, II, da CF/88. Não há a
previsão de impostos temporários no nosso atual ordenamento jurídico.

Alternativa e) Incorreta. Somente a União possui competência residual


quanto à criação de impostos e contribuições. Esse tema é visto quando do
estudo dos tributos presentes na CF/88.

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Características da Competência Tributária

A competência tributária possui características muito importantes e que


devem ser bem memorizadas por você, uma vez que vez ou outra aparecem
em provas de concursos. De acordo com a melhor doutrina, e conforme o que
é solicitado em provas de direito tributário, a competência tributária pode ser
classificada como:

 Indelegável;

 Imprescritível;

 Facultativa;

 Irrenunciável;

 Inalterável.

Vamos a cada uma delas.

 Indelegável  a competência atribuída pela CF/88, e somente por


essa, não pode ser transferida a nenhum outro Ente federativo, seja por
qual for o meio ou acordo. Uma vez atribuída a competência tributária
aos Municípios para a instituição, por exemplo, do Imposto sobre
Operações de Qualquer Natureza - ISS (Artigo 156, III, da CF/88),
somente o Município poderá instituí-lo (ou não, caso não queira), não
podendo a União e os Estados e o Distrito Federal “furtar” a
competência municipal, muito embora esse último ente politico também
possua a competência para a instituição do ISS em razão da
acumulação de competências estaduais e municipais.

Na mesma linha, a indelegabilidade não tem nada a ver com a


possibilidade de atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões

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administrativas em matéria tributária, do ente competente para a


instituição do tributo para outra pessoa jurídica de direito público.

As funções de arrecadar e fiscalizar tributos, bem como de executar leis,


serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, estão
compreendidos na chamada capacidade tributária ativa, a qual é oriunda
da competência tributária.

Observe que tudo aquilo que está presente na capacidade tributária ativa está
presente também dentro da competência tributária. Desse modo, todo ente
que possui a competência tributária possui também a capacidade tributária
ativa. O contrário, como veremos mais adiante, nem sempre é possível, já
que uma pessoa jurídica de direito público pode ter a capacidade tributária
ativa sem necessariamente ter a competência tributária.

Determinado ente federativo municipal (o Município de Recife, por exemplo)


poderá instituir o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
(IPTU), definir os elementos que definem e caracterizam o tributo, proceder à
sua fiscalização e, por consequência, à sua arrecadação. Se ele institui, ele
também possui a competência tributária para arrecadar e fiscalizar, bem
como de executar leis, atos, serviços ou decisões administrativas em matéria

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tributária relativa a esse tributo. O mesmo vale para os demais tributos


previstos na sua competência tributária.

Porém, nada impede que o determinado ente atribua, a outra pessoa jurídica
de direito público, as funções descritas acima, EXCETO A DE INSTITUIR
O TRIBUTO, que, como vimos, é indelegável.

Por serem municípios conturbados, por exemplo, Recife poderia delegar ao


município de Olinda a função de fiscalizar os tributos cujos fatos geradores
ocorressem nos bairros limítrofes às duas cidades, mas pertencente ao
território daquela cidade, e vice-versa. O que não poderia ocorrer é a
delegação, a Olinda, da atribuição de instituir e regular os tributos
pertencentes a Recife.

“Poxa, professor. Mas o senhor acabou de dizer que um ente não pode
instituir tributo pertencente à competência tributária de outro ente, mas pode
fazer tudo mais relativo ao tributo. Assim fica difícil entender.”

É, futuro servidor. Mas é isso mesmo. Exceto quanto às funções de instituir e


regular tributos, todas as demais funções podem ser delegadas a OUTRO
ENTE DE DIREITO PÚBLICO. Atente bem. Essa previsão consta no CTN, mais
precisamente em seu artigo 7º:

“Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo


atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou
de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas
em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da
Constituição.”

A competência tributária permaneceu intocável, como determina a CF/88.


Tudo o mais pertence à capacidade tributária ativa, essa, sim, passível de
delegação a outras pessoas jurídicas de direito PÚBLICO.

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Mais uma vez repito: a capacidade tributária ativa se refere apenas ao poder
de arrecadar, fiscalizar e cobrar tributos, bem como ao de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em relação à exação tributária,
podendo ser exercida pelo ente que institui o tributo ou por outras pessoas
jurídicas de direito público, desde que por delegação. A capacidade tributária
ativa, assim, está relacionada à natureza administrativa.

Veja essas duas assertivas sobre o tema que acabamos de ver. Elas falam
sobre a possibilidade de delegação de competência a outros entes.

(Questão 03) A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das


funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos
ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra.

Conforme vimos, a delegação é relativa à CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA, E


NÃO À COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA, ESSA, INDELEGÁVEL. Ainda que o item
tivesse tratado da capacidade tributária, essa pode compreender outros
assuntos, e não apenas a função de arrecadação de tributos, conforme o
artigo 7º do CTN. Assim, resta correta a assertiva apresentada.

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(Questão 04) Somente é lícita a delegação de competência tributária a


pessoa jurídica de direito privado se a função ou encargo referir-se a
arrecadação de tributos.

Vale a mesma explicação dada acima, uma vez que é possível a delegação da
função ou encargo de arrecadar os tributos, mas não da competência
tributária. Por sua vez, foi bem o legislador ao definir que a competência
tributária é indelegável. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

Atente bem para um ponto importante: todo ente que possui competência
tributária possui também a capacidade tributária ativa, mas o inverso
nem sempre é verdadeiro, apenas se estivermos falando da própria
pessoa jurídica que instituiu o tributo (aquela que é a titular da
competência tributária).

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A atribuição da capacidade tributária, por sua vez, é sempre feita por meio de
lei, razão pelo qual não pode ser feita por outro ato normativo diferente desse
ou que não faça às vezes deste. Essa atribuição encontra alguns exemplos
expressos no próprio texto constitucional.

Para ilustração, segue o que consta no artigo 153, §4º, III, da CF/88, relativo
ao Imposto Territorial Rural (ITR), de competência da União, mas que pode
vir a ser cobrado e fiscalizado pelos Municípios que assim optarem:

“§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput (ITR):(...)

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim


optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do
imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.”

A União é o ente que sempre editará as leis e normativos relativos ao


imposto, não conferindo ao Município nenhuma competência legislativa
quanto a esse tributo federal. Eventuais questionamentos quanto à cobrança
ou não do ITR, por exemplo, continuarão sob a competência da União. Aos
Municípios cabe apenas fiscalizar e cobrar, apenas isso, ou seja, possuem
apenas a capacidade tributária ativa. E a União? Possui a competência
tributária, caso venha a delegar a capacidade tributária ativa. Se não,
possuirá as duas.

Um dos tributos da União que é repartido com os Estados e com os Municípios


é o imposto de renda cobrado na fonte dos respectivos servidores desses
entes políticos, a quem cabe 100% da arrecadação. Ou seja, o imposto de
renda devido pelos servidores efetivos do Estado do Rio Grande do Norte, por
exemplo, terá sua arrecadação totalmente destinada aos cofres desse ente
político, conforme previsão do artigo 158, I, da CF/88:

“Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre


renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte,
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas

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autarquias e pelas fundações que instituírem e


mantiverem;”

Uma vez que possuem a totalidade do produto da arrecadação, esses entes


possuirão também a capacidade tributária ativa, conferida pela União. Essa
previsão está diretamente relacionada ao que determina o §1º do artigo 7º
do CTN:

“Art. 7º (...)

§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios


processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir.”

Ou seja, sempre que o ente possuidor da competência tributária delegar a


sua capacidade tributária ativa, ele também irá conferir ao delegatário as
garantias e os privilégios processuais que possui quanto ao tributo. Veja
ainda o que nos diz a Súmula 447 do STJ:

“Súmula 447: Os Estados e o Distrito Federal são partes


legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido
na fonte proposta por seus servidores.”

Logo, nas ações descritas na Súmula acima, a União confere a esses entes
políticos, além da capacidade tributária ativa, a atribuição de questionar
eventuais valores indevidamente retidos, de ajuizar ações, de dispor de
prazos processuais conferidos em especial à União, entre outras prerrogativas
e garantias processuais.

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(Questão 05) Sobre competência tributária e capacidade tributária ativa, é


correto afirmar:

(A) A competência tributária é delegável por lei.

(B) A capacidade tributária ativa indica o sujeito ativo da obrigação tributária


principal.

(C) O Código Tributário Nacional fixa as competências tributárias.

(D) A capacidade tributária ativa é exclusiva do ente político definido na


Constituição Federal.

(E) Somente o ente político competente para instituir o tributo pode ser
titular da capacidade tributária ativa.

Alternativa a) Incorreta. A competência tributária é sempre indelegável,


somente podendo ser delegada a capacidade tributária ativa, conforme
determina o artigo 7º do CTN.

Alternativa b) Correta. O sujeito ativo da relação tributária é o ente


competente para exigir o tributo devido, que poderá ser tanto a própria
pessoa jurídica de direito público que instituiu o tributo (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios) quanto as demais pessoas jurídicas de direito
público que tenham recebido delegação da capacidade tributária ativa. Assim,
a capacidade tributária ativa indica o sujeito ativo da obrigação tributária
principal, que é a obrigação de pagar tributo ou penalidade pecuniária,
conforme o artigo 113, §1º, do CTN, vista quando do estudo das obrigações
tributárias.

Alternativa c) Incorreta. Quem fixa as competências tributárias é a CF/88


em seu capítulo I do título VI da CF/88 destinado ao Sistema Tributário
Nacional, e não o CTN. O CTN é apenas uma das leis de normas gerais
relativas a tributos e relações jurídicas a eles concernentes.

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Alternativa d) Incorreta. A competência tributária é que é exclusiva das


pessoas políticas determinadas na CF/88, podendo, por outro lado, a
capacidade tributária ativa ser delegada a outras pessoas jurídicas de direito
público, conforme o artigo 7º do CTN.

Alternativa e) Incorreta. A competência tributária é indelegável, salvo


atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida
por uma pessoa jurídica de direito público a outra, conforme o artigo 7º do
CTN. Logo, outra pessoa jurídica de direito público também pode ser titular da
capacidade tributária ativa, além daquele que possui a competência
tributária.

“E se o ente que delegou a capacidade tributária ativa quiser esta de volta,


Virgulino? Tem como reaver? Ou perdeu para sempre?”

Com certeza há como reaver, futuro servidor. E fácil igual a tomar água de
coco debaixo de um guarda-sol em Porto de Galinhas. O artigo 7º, §2º, do
CTN, diz o seguinte:

“Art. 7º (...)

§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo,


por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público
que a tenha conferido.”

No dia e momento que o ente político delegante quiser pegar de volta a sua
capacidade tributária, é só editar um ato unilateral e pronto, está devolvida. E
nem adianta aquele que recebeu reclamar. O ATO É UNILATERAL, ou seja,
de vontade única do ente político que concedeu, REVOGANDO o ato anterior
de delegação.

Um exemplo dessa delegação seria a conferida pela União aos Municípios no


que diz respeito ao imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR),

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conferindo a estes entes políticos as funções, entre outras, de arrecadar e


fiscalizar os tributos de competência da União, regra geral. À Procuradoria da
Fazenda Nacional, órgão integrante da estrutura da União, por sua vez, cabe
a cobrança dos tributos por meio da execução fiscal, exercendo outra parte
da capacidade tributária ativa da União, ente de direito público. Os
municípios, assim, possuirão a capacidade tributária ativa, enquanto a União,
a competência tributária. Tudo tranquilo até aqui?

Veja ainda o que diz o artigo 84 do CTN sobre esse assunto de delegabilidade
da capacidade tributária ativa:

“Art. 84. A lei federal pode cometer aos Estados, ao


Distrito Federal ou aos Municípios o encargo de
arrecadar os impostos de competência da União cujo
produto lhes seja distribuído no todo ou em parte.

Parágrafo único. O disposto neste artigo, aplica-se à


arrecadação dos impostos de competência dos Estados, cujo
produto estes venham a distribuir, no todo ou em parte, aos
respectivos Municípios.“ (Grifos nosso)

Ou seja, caso determinado tributo federal venha a ser repartido, no todo ou


em parte, com um dos demais entes da federação, a União poderá editar lei
cometendo o encargo da função de arrecadar o tributo ao respectivo ente. O
mesmo vale para os Estados em relação aos seus Municípios, no caso de
haver repartição das respectivas receitas oriundas da arrecadação dos
tributos estaduais.

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(Questão 06) Município Deixa pra Lá, não conseguindo, hipoteticamente,


exercer sua competência constitucional tributária para instituir o ITBI no seu
território, celebrou acordo com o Estado federado em que se localiza, para
que esse Estado passasse a exercer, em seu lugar, a competência
constitucional para instituir o referido imposto em seu território municipal e,
ainda, para que exercesse as funções de fiscalizar e arrecadar esse tributo,
recebendo, em contrapartida, um pagamento fixo anual, a título de
"retribuição compensatória". Relativamente a essa situação, o Município Deixa
pra Lá

(A) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de
arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência tributária a qualquer
outra pessoa jurídica de direito público, mas pode delegar as funções de
arrecadação às instituições bancárias públicas e privadas.

(B) pode delegar sua competência tributária e suas funções de arrecadar e de


fiscalizar tributos a outra pessoa jurídica de direito público.

(C) não pode delegar sua competência tributária a qualquer outra pessoa
jurídica de direito público, embora possa delegar as funções de arrecadar e de
fiscalizar tributos de sua competência tributária.

(D) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de
fiscalizar tributos a qualquer outra pessoa jurídica de direito público, embora
possa delegar suas funções de arrecadar tributos de sua competência
tributária.

(E) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de
arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência tributária a qualquer
outra pessoa jurídica de direito público.

A competência tributária é indelegável, conforme regra presente no artigo 7º


do CTN, o que não impede a delegação, por parte do Município de Deixa Pra
Lá, das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida
por essa pessoa jurídica de direito público a outra. Ainda que a delegação se

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der por meio de acordo entre os Municípios, aquele será plenamente


inconstitucional.

Logo, o Município de Deixa Pra Lá não pode delegar sua competência


tributária a qualquer outra pessoa jurídica de direito público, embora possa
delegar as funções de arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência
tributária, o que torna correta a alternativa “c”, gabarito da questão.

(Questão 07) Analise as proposições a seguir e assinale a opção correta.

I. Se a Constituição atribuir à União a competência para instituir certa taxa e


determinar que 100% de sua arrecadação pertencerá aos Estados ou ao
Distrito Federal, caberá, segundo as regras de competência previstas no
Código Tributário Nacional, a essas unidades federativas a competência para
regular a arrecadação do tributo.

II. Embora seja indelegável a competência tributária, uma pessoa jurídica de


direito público pode atribuir a outra as funções de arrecadar e fiscalizar
tributos.

III. É permitido, sem que tal seja considerado delegação de competência,


cometer a uma sociedade anônima privada o encargo de arrecadar impostos.

a) As duas primeiras afirmações são corretas, e errada a outra.

b) A primeira é correta, sendo erradas as demais.

c) As três são corretas.

d) A primeira é errada, sendo corretas as demais.

e) As três são erradas.

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Item I) Incorreto. A repartição, total ou parcial, da arrecadação de


determinado tributo com outro ente não importa na delegação da
competência tributária, uma vez que esta, como vimos, é indelegável no que
diz respeito à instituição e à regulação do tributo. Assim, ainda que a União
repasse 100% do produto da arrecadação da referida taxa, em nada é
alterada a sua competência tributária, que permanece intocada. O mesmo
acontece para o caso do ITR, em que a União, nos casos em que o Município
opta pela sua fiscalização e arrecadação, repassa 100% do produto da
arrecadação do imposto, conforme artigo 153, §4º, III, da CF/88.

Item II) Correta. A delegação da capacidade tributária ativa, ao contrário


da competência tributária, é delegável a outra pessoa jurídica de direito
público, conforme determina o artigo 7º do CTN. Esse artigo nos diz que a
competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra.

Item III) Correta. Essa é a previsão do artigo 7º, §3º, do CTN, que nos diz
que não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de
direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. Veremos um
pouco mais desse assunto mais à frente.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

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(Questão 08) O cometimento a pessoa de direito privado, como os bancos,


do encargo de arrecadar tributos:

A) constitui ato de delegação de competência, de acordo com a legislação


tributária vigente.

B) constitui delegação da capacidade tributária passiva.

C) constitui ato legal em que se atribui apenas a capacidade de arrecadar,


não cabendo fiscalização ou cobrança do tributo.

D) não pode ser revogado unilateralmente.

E) pode ser anulado, e não revogado, visto que a revogação tem de ser feita
por mútuo consentimento

Questão simples, que versou sobre a delegação da capacidade tributária


ativa. De acordo com o artigo 7º do CTN, a competência tributária é
indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos,
ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. Ou
seja, o nosso CODEX pátrio somente admite a delegação da capacidade
tributária ativa, jamais da competência tributária.

Essa delegação somente pode ser feita a pessoas jurídicas de direito público,
sendo vedada a delegação, ainda que da capacidade tributária ativa, a
pessoas jurídicas de direito privado.

Por sua vez, o §3º do mesmo artigo 7º do CTN estabelece não constituir
delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do
encargo ou da função de arrecadar tributos. Entre essas pessoas jurídicas de
direito privado, por exemplo, temos os bancos comercias, que possuem a
atribuição de arrecadar os valores pagos pelos sujeitos passivos, sendo um
ato perfeitamente legal, não sendo delegada nem a competência tributária
nem a capacidade tributária ativa.

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“E esse ato de delegação da função de arrecadar tributos, conferida às


pessoas de direito privado, pode ser revogado pelo ente competente,
professor?”

Perfeitamente. Pode ser revogado a qualquer tempo pelo ente concedente.


Essa é a previsão do §2º do artigo 7º do CTN, que estabelece que a
atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa
jurídica de direito público que a tenha conferido.

Logo, o cometimento a pessoa de direito privado, como os bancos, do


encargo de arrecadar tributos constitui ato legal em que se atribui apenas a
capacidade de arrecadar, não cabendo fiscalização ou cobrança do tributo,
que somente pode ser realizado por pessoas jurídicas de direito público.
Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

 Imprescritível  “E caso determinado ente municipal não se utilize do


seu poder de instituir um tributo, professor? A sociedade não poderá
ficar sem os recursos oriundos da arrecadação do ISS, por exemplo.
Outro ente poderá fazer isso?”. Certamente não. Infelizmente a
sociedade em questão irá ficar sem um “trocadinho” a mais no
orçamento. O não exercício da competência tributária não permite que
outro ente, diverso daquele a quem a CF/88 atribuiu a competência
tributária, venha a se utilizar de tal prerrogativa. Cabe ao Ente
escolhido pela CF/88 utilizar ou não a competência tributária a ele
atribuída expressamente em seu texto, PODENDO EXERCER “NA HORA
QUE O DER NA TELHA”.

“E de onde o senhor tirou isso, professor? Doutrina?”

Quem nos diz isso é o pai do direito tributário (a CF/88 é a mãe  -


pais, sempre em segundo plano...): nosso querido CTN (Código
Tributário Nacional). Seu artigo 8º nos diz o seguinte:

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“Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a


defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela
a que a Constituição a tenha atribuído.” (Grifos nosso)

“Pernambuco, tu ainda não instituiu o IPVA nas tuas terras, cabra da peste!
Já que tu não o fez, eu vou fazer isso”, disse o Estado da Paraíba indignado.
Na mesma hora, Pernambuco retrucou: “Largue de besteira, homi! Você não
estudou competência tributária, não? Só eu posso fazer isso aqui nas minhas
bandas. E nenhum caboclo mais!”. Paraíba ficou calada e foi estudar pelas
aulas do Virgulino...

“Quer dizer então que o direito dos entes políticos instituírem os tributos
previstos em sua competência tributária não está sujeito à decadência,
Virgulino?” Perfeito, futuro servidor! O simples fato de não ter exercido não
faz com que o ente político perca seu direito de, a qualquer momento, vir a
criar qualquer tributo previsto na CF/88. A competência tributária não
prescreve! Ela é incaducável!

O não exercício da competência tributária não a defere, em nenhuma


hipótese, a outro ente que não a detenha. Por sua vez, cabe apenas ao ente
competente definir o momento de exercício (ou não) da competência a ele
atribuída, característica relacionada à facultatividade, a ser visto agora. A
União não poderá cobrar nenhum tributo de competência dos Estados, ainda
que estes não tenham exercido a sua competência tributária conferida pela
CF/88.

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 Facultativa  decorre diretamente da característica anterior: cabe ao


Ente munido da competência tributária atribuída pela CF/88 definir dia,
hora, lugar e prazo para instituir o tributo a ele conferido. Ou escolher
não exercê-la. É o que acontece, por exemplo, quanto ao imposto sobre
grandes fortunas (IFG), atribuído pela CF/88 à União, mas que jamais
chegou a ser instituído. Por quê? Bem... vamos continuar a aula. 

Essa faculdade atualmente, no entanto, pode ter algumas


consequências se olharmos sobre a ótica da responsabilidade na gestão
fiscal, conforme nos diz o artigo 11 da Lei Complementar nº 101, de
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), e relativamente aos impostos:

“Art. 11. Constituem requisitos essenciais da


responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão
e efetiva arrecadação de todos os tributos da
competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências


voluntárias para o ente que não observe o disposto no
caput, no que se refere aos impostos.” (Grifos nosso)

Muito embora exista essa previsão no texto da lei complementar, em


nada é alterada a característica de facultatividade da competência
tributária. Muitos Municípios brasileiros, em razão dos seus parcos
recursos, não têm condições de manter uma máquina administrativa
tributária, optando, muitas vezes, por sobreviver com repasses
tributários constitucionais de outros entes políticos a instituir seus
tributos.

A melhor doutrina, ao enfrentar o tema, entende que se trata apenas


de uma consequência ao não exercício da competência
tributária, e não uma obrigação ao exercício desta (guarde bem
isso!). Se a própria CF/88 não impõe essa obrigação, não seria uma lei
complementar que o faria.

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 Irrenunciável  Uma vez que nenhum outro ente pode “usufruir” da


competência a outro ente atribuída, nenhum ente pode renunciar do
seu poder de instituir um tributo constitucionalmente previsto para a
sua competência tributária. Por exemplo, Pernambuco não pode um dia
dizer “Ei, sabe de uma coisa: não quero instituir o IPVA, nem tenho
interesse em instituir um dia. Isso dá um trabalho danado e ainda tenho
que chamar Auditores para fiscalizar, fazer concursos periódicos de 20
em 20 anos... Sabe do que mais: quem quiser, pode instituí-lo e cobrar
aqui no meu território. Fiquem à vontade.” Calma, Querido Estado. Isso
não é possível. O jeito é fazer concurso mesmo, mesmo que com essa
periodicidade.

A característica da irrenunciabilidade está diretamente relacionada ao


princípio da indisponibilidade do interesse público, não sendo lícito ao
ente tributante dispor de sua competência para instituir e arrecadar
tributos constitucionalmente conferidos.

 Inalterável  Uma vez atribuída a competência tributária, esta não


poderá ser alterada por vontade de um Ente político, por leis por ele
mesmo editadas. E o vocábulo “alterada” abrange tanto a diminuição
(que seria a renúncia, vista acima) quanto o aumento do campo da
competência. Somente por reforma constitucional poderá a
competência tributária ser alterada, e desde que não prejudique a
autonomia financeira do ente.

“Entendi, professor. Somente outra ordem constitucional então poderia


alterar a competência tributária atual. É isso?”

Calma, caro aluno. Também não seja tão radical, muito menos ir para
as ruas e pedir uma nova constituição só para poder ver se a
competência tributária pode ser mesmo alterada.

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A competência tributária atual pode ser alterada sim, desde que pelo
poder constituinte derivado, aquele visto em direito constitucional e que
possui o poder de criar emendas à CF/88. Caso você tenha um livrinho
com a CF/88 antes de 17 de março de 1993, ano da publicação da
Emenda Constitucional nº 03/93, verá que a competência tributária dos
Estados e do Distrito Federal, além dos impostos previstos atualmente,
previa ainda mais um: o Adicional ao Imposto sobre a Renda (AIR);
enquanto que para os Municípios era previsto ainda o Imposto sobre
Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (IVVC).

Entendeu? Poder, pode. O que não poder é a decisão de aumentar a


competência tributária atribuída pela CF/88 ser realizada
unilateralmente por qualquer dos Entes. Tem que está bonitinha na
CF/88, do jeito que o legislador constituinte determinar.

Outro ponto muito importante, e que deve ser atentado: as


competências tributárias estão estabelecidas no texto da Carta Magna
de forma bastante rígida, não podendo ser modificadas livremente pelo
constituinte derivado. Jamais a alteração na competência tributária
pode se dar em detrimento da autonomia financeira de um ente em
benefício dos demais. Seria o caso, por exemplo, de uma reforma na
Constituição Federal vir a suprimir o ISS do campo de incidência dos
Municípios e do Distrito Federal, seja pela abolição do tributo, seja pela
transferência deste, por exemplo, aos Estados (O Distrito Federal não
seria prejudicado, uma vez que, em tese, passaria o ISS dele para ele
mesmo. ).

Segue um quadro resumo para melhor memorização:

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Em relação à capacidade tributária, é importante sabermos bem o que


dispõem os §§1º a 3º do artigo 7º do CTN, que possuem a seguinte redação:

“Art. 7º (...)

§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios


processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir.

§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por


ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a
tenha conferido.

§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento,


a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de
arrecadar tributos.”

Quanto ao §1º, a atribuição da capacidade tributária leva consigo todas as


garantias e privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir. Vimos isso em ponto anterior dessa aula.

Por exemplo, ao conferir a capacidade tributária ativa aos Municípios para


arrecadar e fiscalizar o imposto sobre a propriedade territorial rural, regra
geral, todas as garantias e os privilégios processuais que pertencem à União
são conferidos aos Municípios.

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Por sua vez, o §2º nos diz que toda atribuição de capacidade tributária
poderá ser revogada, e a QUALQUER TEMPO pela pessoa jurídica que a tenha
conferido. Esse ato é unilateral, e independe da vontade ou aceitação da
pessoa que tenha recebido a capacidade tributária.

Repeti esses parágrafos, primeiramente, para que você possa tentar


memorizá-los mais uma vez e, segundo, porque, após tudo que nós
dissemos, vem o STJ e edita a seguinte Súmula:

“Súmula 396: A Confederação Nacional da Agricultura


(CNA) tem legitimidade ativa para a cobrança da
contribuição sindical rural.”

A CNA é uma pessoa jurídica de direito privado, o que leva embora tudo o
que nós vimos? Não. É apenas uma decisão isolada da Corte Superior,
dispondo que uma pessoa jurídica de direito privado pode ser sujeito ativo da
uma relação tributária, ou seja, possuidor de capacidade tributária ativa.
Desse modo, não esqueça essa súmula ao responder suas questões sobre a
capacidade tributária ativa.

Se a questão nada pedir ou falar expressamente sobre essa Súmula, ou o


entendimento sumulado do STJ, nem se lembre dela quando for responder
uma questão de prova que venha a solicitar se a capacidade tributária pode
ser delegada a pessoa jurídica de direito privado. Se solicitar, lembre-se dela
com carinho, e seja cauteloso ao responder a questão apresentada. 

Por fim, a simples função de arrecadar tributos não se configura como uma
delegação da capacidade tributária. Por exemplo, a função atribuída aos
bancos de arrecadar os tributos dos entes políticos não constitui delegação.
Há apenas a simples função ou encargo de arrecadar tributos. Tanto é assim
que, qualquer restituição ou compensação por pagamento a maior será feita,
SEMPRE, junto ao ente competente para instituir e cobrar o tributo. Observe
ainda que, fora desses casos, não pode haver delegação a pessoa de direito
privado de nenhuma outra atribuição relacionada à competência tributária,
como, por exemplo, da função de fiscalizar os tributos.

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Classificação da Competência tributária

Vejamos agora a classificação da competência tributária, a qual pode ser:

 COMUM;

 CUMULATIVA;

 EXCLUSIVA;

 EXTRAORDINÁRIA; e

 RESIDUAL.

A competência comum é aquela que pode ser exercida por todos os


Entes, indiferentemente, também chamada de competência concorrente, já
que os vários entes podem exercê-la ao mesmo tempo e sem que haja
invasão da competência tributária de um pelos demais. Essa competência
está geralmente relacionada à instituição de tributos denominados
vinculados, em que há a uma contraprestação do Estado junto ao sujeito
passivo para a arrecadação desses (taxas de polícia e taxas de serviços),
embora não seja uma regra (contribuição de melhoria, por exemplo). Essa
característica dos tributos é visualizada ao estudar esse assunto.

Essa competência está presente quanto à instituição das taxas (tanto de


polícia quanto de serviços), das contribuições de melhoria e das
contribuições previdenciárias (esta cobrada dos servidores de cada Esfera
de Federação, dentro do que prevê a sua autonomia político-administrativa)

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Não significa, porém, que, por exemplo, a União e o Município poderão


instituir uma taxa sobre a prestação do mesmo serviço público. Cada um,
dentro de sua respectiva área de atuação, instituirá o tributo, obedecendo
aos limites impostos pela CF/88.

Veja o que diz o seguinte enunciado.

(Questão 09) Compete à União e aos Estados a instituição de contribuições


de intervenção no domínio econômico.

Conforme podemos ver na figura relativa à competência comum, mostrada


anteriormente, a instituição de contribuição de intervenção no domínio
econômico não faz parte das hipóteses previstas. Assim, a alternativa é
incorreta.

Por sua vez, a competência cumulativa se refere àquela conferida à


União, quanto aos territórios federais (hoje inexistentes na atual divisão
político-administrativa do nosso país), e ao Distrito Federal, diante da sua
natureza anômala.

Quanto determinado território federal for dividido em Municípios, cada


um desses, no exercício da competência municipal, instituíra os tributos a
eles previstos, cabendo à União a instituição dos tributos de natureza
estadual. Caso o território não seja dividido em Municípios, caberá à
União, além dos tributos estaduais, a instituição, também, dos tributos
previstos na competência municipal. As duas situações estão reguladas no
artigo 147 da CF/88. Nesse último caso, a União terá a competência
tributária plena, uma vez que, além da capacidade de instituir os impostos
federais, instituirá também os impostos estaduais e municipais.

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Observe a figura para poder visualizar melhor o que falamos.

Por sua vez, diante de sua natureza anômala, ao Distrito Federal cabe, além
dos tributos estaduais, a instituição e cobrança dos tributos de natureza
municipal, uma vez que o Ente acumula as duas funções federativas. Desse
modo, o Distrito Federal possui competência para a instituição de seis
impostos, que veremos quais são mais adiante. Esta previsão também está
contida no artigo 147 da CF/88:

“Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os


impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao
Distrito Federal cabem os impostos municipais.”

A mesma previsão consta no artigo 18 do CTN:

“Art. 18. Compete:

I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos


atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divididos em
Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes;

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II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em


Municípios, instituir, cumulativamente, os impostos
atribuídos aos Estados e aos Municípios.” (Grifos nossos)

Embora o texto faça menção apenas aos impostos, é plenamente cabível a


extensão às demais espécies tributárias: taxas e contribuições de melhoria.
Se assim não fosse, não existiria ente competente para instituí-los nos
territórios federais e nem no Distrito Federal. 

“E se tivermos diante de um território estadual, como acontece com o


território pernambucano de Fernando de Noronha?” Se o território é
estadual, cabe ao Estado de Pernambuco, por exemplo, instituir
normalmente os impostos estaduais a serem cobrados dentro do território.
Os municipais, aos respectivos Municípios presentes dentro do território,
assim como para os demais Municípios pernambucanos, para o nosso
exemplo específico de Fernando de Noronha. Bateu agora aquela vontade
de estudar forte para passar mais rápido e poder fazer uma viagem a
Fernando de Noronha, caro aluno? Muita HBC então!

Para complementar, o poder de instituir tributo, no exercício da


competência cumulativa, está intimamente relacionado ao poder, também,
de isentar ou dispensar os tributos, bem como da aplicação dos demais
institutos tributários presentes na nossa legislação (moratório,
parcelamento, remissão, entre outros). Assim, por exemplo, a União poderá
conceder isenções, num mesmo espaço territorial, a tributos federais,
estaduais e municipais, caso estejamos falando de território federal não
dividido em Municípios.

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(Questão 10) De acordo com o Código Tributário Nacional, caso o atual


município pernambucano de Fernando de Noronha fosse transformado em
Estado federado, não dividido em municípios,

(A) a União teria competência para instituir os tributos federais e os


impostos estaduais.

(B) o novo Estado teria competência para instituir apenas o ITBI e o IPTU.

(C) o novo Estado teria competência para instituir apenas o ISS e o ITBI.

(D) nem a União, nem o novo Estado teriam competência para instituir
impostos municipais.

(E) o novo Estado teria competência para instituir todos os impostos


municipais.

Vimos que a competência para a instituição de impostos municipais e


estaduais em território federais não divididos em municípios é da União,
tendo em vista o que dispõe o artigo 147 da CF/88. Entretanto, a CF/88
nada fala sobre os Estados não divididos em municípios.

Essa competência, porém, está regulada, e em conformidade com o que


consta na CF/88, no artigo 18, II, do CTN, dispondo competir ao Distrito
Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir,
cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.
Logo, caso o atual município pernambucano de Fernando de Noronha fosse
transformado em Estado federado, não dividido em municípios, o novo
Estado teria competência para instituir todos os impostos municipais, além
dos impostos estaduais. O mesmo vale para os demais tributos que seriam
de competência dos municípios.

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

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A competência exclusiva é aquela que somente pode ser exercida por


um, e apenas um, dos entes da Federação, conforme disciplinado no texto
constitucional, sendo relativa à instituição de tributos a eles expressamente
conferidos. Para cada um dos Entes (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios), teremos tributos que somente podem ser criados por um deles,
exceto, claro, no caso da competência tributária cumulativa da União.

Para a União, temos os seguintes:

 Imposto de Importação – II (artigo 153, I);

 Imposto sobre a Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados


para o exterior – IE (artigo 153, II);

 Imposto sobre e renda e proventos de qualquer natureza – IR (artigo


153, III)

 Imposto sobre produtos Industrializados – IPI (artigo 153, IV);

 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a


títulos e valores mobiliários – IOF (artigo 153, V)

 Imposto sobre a propriedade territorial rural – ITR (artigo 153, VI);

 Imposto sobre grandes fortunas – IGF ((artigo 153, VII);

 Empréstimos Compulsórios, em razão de calamidade pública, guerra


externa ou sua iminência, ou no caso de investimento público de
caráter urgente e de relevante interesse nacional – EC (artigo 148, I e
II);

 Contribuições de Intervenção no domínio econômico – CIDE (artigo


149 e 177, §4º);

 Contribuições para a seguridade social (artigo 195 e 239; artigo 74,


75, 84 e 90, da ADCT);

 Contribuições sociais (artigo 212, §5º, e 240);

 Contribuições corporativas – categorias profissionais ou econômicas


(artigo 149).

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Para os Estados e o Distrito Federal (competência estadual), temos:

 Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens


ou direitos – ITCMD (artigo 155, I);

 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e


sobre a de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicações – ICMS (artigo 155, II);

 Imposto sobre a propriedade de veículos automotores – IPVA (artigo


155, III).

Para os Municípios e o Distrito Federal (competência municipal), temos:

 Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana – IPTU (artigo


156, I);

 Imposto sobre a transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens


imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos à sua aquisição – ITBI (artigo 156, II);

 Imposto sobre serviços de qualquer natureza, definidos em lei


complementar – ISS (artigo 156, III);

 Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública – COSIP


(artigo 149-A).

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(Questão 11) Assinale a alternativa que traduz corretamente dois impostos


que podem ser exigidos pelo Distrito Federal.

a) Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporte


interestadual e intermunicipal e de comunicação e imposto sobre serviços
de qualquer natureza.

b) Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana e imposto sobre


a propriedade territorial rural.

c) Imposto sobre a transmissão de bens imóveis por ato oneroso e imposto


sobre produtos industrializados.

d) Imposto sobre a propriedade de veículos automotores e imposto


territorial rural.

Conforme acabamos de ver na lista anterior, apenas o imposto previsto na


alternativa “a” pode ser exigido do Distrito Federal, uma vez que o ICMS e o
ISS estão previstos no campo de tributação do Distrito Federal, tendo em
vista sua natureza anômala, acumulando a competência tributária dos
Estados e dos Municípios. Na alternativa “b”, temos um imposto municipal
(IPTU) e outro da União (ITR). Na “c”, o ITBI, municipal, e o IPI, federal. Na
“d”, um estadual (IPVA) e outro federal (ITR).

(Questão 12) Compete aos Municípios instituir impostos sobre

I. propriedade predial e territorial urbana;

II. transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis e de direitos reais de garantia, bem como cessão de direitos à sua
aquisição;

III. serviços de qualquer natureza;

IV. transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos.

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Está correto apenas o indicado em

a) I e II.

b) I, II e III.

c) I e IV.

d) I.

Mais uma questão fácil, que cobrou apenas os tributos presentes na


competência tributária dos Municípios. Quais são? ITBI, ISS e IPTU. O
ITCMD, presente no item IV, é de competência dos Estados e do Distrito
Federal no exercício de sua competência estadual. O ISS, por sua vez, é o
imposto sobre serviços de qualquer natureza, mas desde que definidos em
lei complementar, e não sobre serviços indefinidamente. O ITBI, por sua
vez, não incide sobre os direitos reais de garantia.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

(Questão 13) O Distrito Federal, com o advento da Constituição Federal


de 1988, assumiu titularidade de pessoa jurídica pública com capacidade
política e gozo de ampla autonomia e governabilidade. Deixou, portanto, de
ser, apenas, sede administrativa da União. Em conseqüência dessa nova
estrutura constitucional que lhe foi atribuída, assinale a opção correta.

a) A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem ampla competência, em


concreto, para instituir só os impostos que a Constituição autoriza os
Estados a cobrá-los.

b) O exercício da competência tributária do Distrito Federal pode ser


limitado por Lei Complementar Nacional.

c) O Distrito Federal, por meio de sua Câmara Legislativa, tem competência


para editar lei sobre o pagamento de IPVA, quando ausente Lei
Complementar da União estabelecendo normas gerais.

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d) O Distrito Federal não tem competência concorrente para instituir a


cobrança de custas dos serviços forenses prestados pelo Poder Judiciário
local, mesmo quando a União permaneça omissa em estabelecer, por Lei
Complementar, normas gerais a respeito.

e) A inércia da União em regulamentar a matéria tributária prevista no art.


24 da Constituição Federal, redação atual, impedirá o Distrito Federal de,
exercendo competência concorrente, legislar, de modo específico, sobre
atualização do valor do ICMS.

Alternativa a) Incorreta. O Distrito Federal detém a competência


legislativa cumulativa, a qual abrange a competência atribuída aos Estados
e aos municípios. Assim, compete a este ente político a competência
tributária para instituir seis impostos previstos na CF/88 (IPVA, IPTU,
ITCMD, ITBI e ISS).

Alternativa b) Incorreta. Somente o próprio texto da CF/88 poderá


limitar ou excluir a competência tributária, não podendo nenhum outro
normativo fazer isso. As delimitações da competência tributária estão
previstas na seção do Sistema Tributário Nacional intitulado “Das limitações
ao poder de tributar”, no qual estão contidos os princípios e as imunidades
tributárias principais, possuindo ainda a CF/88 outros ao longo do seu texto.

Alternativa c) Correta. Inexistindo lei de normas gerais da União sobre o


assunto, o Distrito Federal, assim como os Estados, está autorizado a editar
suas próprias leis regulando o tema, conforme dispõe o artigo 24, §3º, da
CF/88.

Alternativa d) Incorreta. Mais uma vez, inexistindo lei federal sobre


normas gerais, os Estados e o Distrito Federal exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades, conforme o artigo 24,
§3º, da CF/88. As custas dos serviços forenses prestados pelo Poder
Judiciário, por sua vez, são espécies de taxas, presentes também na
competência tributária do Distrito Federal.

Alternativa e) Incorreta. Idem à alternativa anterior.

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Já a competência extraordinária se refere à conferida à União para a


instituição do imposto extraordinário de guerra (IEG), desde que na
iminência ou no caso de guerra externa, podendo ou não estar
compreendidos na sua competência tributária. Esse imposto deverá, por sua
vez, ser suprimido gradativamente ao cessarem as causas que lhe deram
vida, ou seja, a guerra externa ou a sua iminência.

Como o próprio nome nos fala, o imposto somente poderá será instituído
caso sejam observadas a iminência ou a própria declaração de guerra
externa, podendo a União utilizar sua competência para a instituição do
imposto ainda que isto implique, caso não fosse observada a situação
extraordinária, a invasão de competência dos demais entes.

Seria o caso de instituição de um IEG que tivesse como hipótese de


incidência, por exemplo, a propriedade predial urbana, base de incidência
de imposto previsto na competência municipal.

Uma vez que decorre de expressa previsão e autorização constitucional, não


haveria invasão de competência do ente municipal pela União. Sem previsão
constitucional, jamais poderia haver essa invasão da competência tributária
de um ente por outro.

O IEG está previsto no inciso II do artigo 154 da CF/88:

“Art. 154. A União poderá instituir: (...)

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos


extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente,
cessadas as causas de sua criação.”

E caso ocorra no Brasil um grave guerra civil que exija da União a utilização
de grandes somas de recursos públicos, com severas consequências para as
finanças públicas federais? Os governantes terão que se virar. Somente o
que autoriza a instituição do IEG é uma guerra externa ou a sua iminência,
jamais uma guerra civil, que é de ordem interna, tenha as consequências
que tiver. Ok?

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O IEG está regulado também no artigo 76 do CTN, que assim nos diz em
seu texto:

“Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a


União pode instituir, temporariamente, impostos
extraordinários compreendidos ou não entre os referidos
nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo
de cinco anos, contados da celebração da paz.”

O prazo máximo para a cobrança do imposto é, assim, cinco anos, contados


do fim da guerra externa. Guarde bem essa data. Além disso, a supressão
deverá ser gradativa, o que significa que ele não poderá ser extinto do dia
para a noite, sendo extinto aos poucos, conforme constar na lei de criação
do tributo.

Esse tributo, por fim, deverá ser instituído por meio de lei ordinária, uma
vez que o texto constitucional, não obstante a relevância do tributo, não
previu a necessidade de lei complementar.

Por fim, temos a competência residual ou remanescente, a qual é


conferida apenas à União. Essa competência está prevista nos artigos 154,
I, quanto aos impostos, e 195, §4º, quanto às contribuições sociais, ambos
da CF/88. O texto do artigo 154, I, da CF/88 é o seguinte:

“Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no


artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição; (...).”

Ou seja, a previsão conferida à União é quase que uma carta branca à


criação de novos impostos não previstos na sua própria competência
tributária nem na dos demais entes políticos, bastando apenas que sejam
atendidos os seguintes requisitos:

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1) Sejam instituídos por meio de lei complementar


federal;

2) Devem ser não-cumulativos;

3) Não podem ter fato gerador ou base de cálculo


própria dos impostos já previstos no texto da
CF/88, seja em relação à própria União, seja em
relação aos Estados, Distrito Federal ou
Municípios.

Guarde bem as características acima. Elas são muito solicitadas em prova.


Não as perca de vista!

Observe que a instituição de um novo imposto não previsto expressamente


na outorga do texto constitucional (impostos presentes nos artigos 153, 155
e 156 da Carta Federal) deve ser feito por meio de lei complementar, ou
seja, pelo legislador ordinário, ainda que se utilizando de lei
complementar, a qual possui um rito solene bem mais rígido do que as leis
ordinárias. Esse legislador, além da lei complementar, deve cumprir ainda
os dois outros itens previstos no artigo 154, I, da CF/88.

Desse modo, o poder de reforma constitucional, exercido pelo


legislador constituinte derivado, não estará jamais limitado ao que
diz o artigo, limitando apenas o legislador ordinário. Assim, nada
impede que aquele, o legislador derivado (o qual tem poder de alterar a
CF/88 dentro dos limites por ela mesma impostos), em tese, edite uma
emenda ao texto constitucional criando novo imposto com a mesma base de
cálculo ou fato gerador já previsto para outro imposto. O mesmo ocorre
para o fato gerador e para a observância ou não do requisito da não-
cumulatividade.

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Lembre-se: a limitação relativa aos impostos residuais (e também às


contribuições residuais, como veremos a seguir) é direcionada apenas ao
legislador ordinário, e não ao legislador derivado, que pode alterar a CF/88
da maneira que bem entender, e desde que respeitados os princípios e
regras já estabelecidos no corpo da Carta Federal.

Para os impostos residuais, temos ainda que a lei complementar de criação,


além de ter que prever a base de cálculo, o fato gerador e os contribuintes
do novo tributo, deve dispor ainda sobre as alíquotas do mesmo, ficando
sujeito ainda ao princípio da anterioridade tributária, visualizados quando do
estudo dos princípios tributários, dentro das chamadas limitações ao poder
de tributar.

Complementado a competência residual da União, dessa vez quanto às


contribuições para a seguridade social, temos o que determina o artigo 195,
§4º, da CF/88, que assim nos diz:

“Art.195 (...)

§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a


garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
obedecido o disposto no art. 154, I.”

Assim, valem as mesmas condições previstas para os impostos, exceto


quanto ao paralelismo que deve ser observado para cada espécie, uma vez
que as novas contribuições não poderão ter base de cálculo e fato gerador
próprios de OUTRAS CONTRIBUIÇÕES, E NÃO DE OUTROS IMPOSTOS. Ou
seja, podemos ter uma contribuição social e um imposto com a mesma base
de cálculo, ou com o mesmo fato gerador, já que a limitação é apenas para
espécies tributárias de mesma natureza.

Lembre-se bem: a competência residual da União diz respeito tanto à


instituição de impostos quanto de contribuições sociais não previstas no
texto constitucional. Tanto um quanto o outro somente podem ser criados
por LEI COMPLEMENTAR, assim, não podem ser criados nem por lei
ordinária nem por meio de medida provisória.

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Na mesma linha, embora a CF/88 expressamente afirme que a competência


residual se mostra apenas quanto à União, fato curioso se mostrou em
questão de prova aplicada pela ESAF para o cargo de Fiscal de Tributos
Estaduais do Estado do Pará, em 2002, cujo enunciado possui o seguinte
texto:

A Constituição Federal atribui a denominada competência residual ou


remanescente, quanto aos impostos __________¹__________, e, no que
se refere às taxas e às contribuições de melhoria,
__________²__________.

a) ¹ aos Estados-membros, ² à União

b) ¹ à União, ² aos Municípios

c) ¹ ao Distrito Federal, ² aos Estados-membros

d) ¹ à União, ² aos Estados-membros

e) ¹ aos Estados-membros, ² aos Municípios

O gabarito foi dado como sendo a alternativa “d”, seguindo o que determina
a doutrina minoritária, prevendo que as taxas e as contribuições de
melhoria que não estejam previstas na competência tributária da União e
dos Municípios sejam instituídas pelos Estados e pelo Distrito Federal
(competência estadual), por meio de sua competência RESIDUAL.

Sendo assim, muito cuidado com esse tipo de questão de prova. Nunca se
sabe onde o elaborador irá buscar inspiração para fazer uma questão. Veja
algumas questões para treinar o que foi visto anteriormente.

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(Questão 14) Por competência tributária residual entende-se

a) a faculdade de os Estados, o Distrito Federal e os Municípios também


instituírem taxas e contribuições de melhoria.

b) a faculdade da União de instituir, mediante lei complementar,


empréstimos compulsórios e, mediante lei ordinária, impostos
extraordinários.

c) a faculdade de os Estados, o Distrito Federal e os Municípios também


instituírem taxas e contribuições sociais, cobradas de seus servidores para o
custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e de assistência
social.

d) a faculdade da União de instituir, mediante lei complementar, impostos


não expressamente previstos em sua competência tributária, desde que
não-cumulativos e que tenham base de cálculo e fatos geradores diversos
daqueles já discriminados pela Constituição Federal.

Como vimos, apenas a União possui competência tributária residual, muito


embora, como vimos, alguns autores, e a banca ESAF, entenda que os
Estados possuem competência tributária residual quanto à instituição de
taxas e contribuições de melhoria. Salvo esse caso relativo aos Estados,
apenas a União poderá criar impostos e contribuições sociais residuais.

Alternativa a) Incorreta. Essa competência não se estende aos


Municípios. Conforme doutrina majoritária, também não se estende aos
Estados e ao Distrito Federal.

Alternativa b) Incorreta. Os empréstimos compulsórios estão presentes


na competência tributária exclusiva, e não na residual. Por sua vez, o IEG
está presente na competência tributária extraordinária da União.

Alternativa c) Incorreta. Essa previsão está presente na competência


tributária comum, e não na residual.

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Alternativa d) Correta. Essa é a transcrição do que determina o artigo


154, I, da CF/88, que regula a competência tributária residual da União em
matéria de impostos.

(Questão 15) Competência Tributária é a parcela de poder fiscal que as


pessoas políticas que compõem a Federação recebem diretamente da
Constituição para instituir, cobrar e administrar os tributos a ela atribuídos.
Sobre a Competência Tributária, julgue os itens abaixo, e em seguida
assinale a opção correspondente.

I. Embora tal competência seja indelegável, a lei permite a delegação das


funções de arrecadar ou fiscalizar tributos a outras pessoas jurídicas de
direito público.

II. O produto da arrecadação do Imposto de Renda retido na fonte dos


servidores estaduais e municipais, embora pertença aos respectivos Estados
e Municípios, não retira da União sua competência legislativa e
regulamentadora em relação a este tributo, tampouco as funções de
fiscalizar e exigir o pagamento quando não tenha havido retenção.

III. A mesma pessoa política detentora da competência de instituir,


arrecadar e administrar determinado tributo é também aquela competente
para conceder isenções dele, sem exceções.

IV. O não exercício da competência tributária por determinada pessoa


política autoriza a União a exercitar tal competência.

a) Há apenas um item correto.

b) Há apenas dois itens corretos.

c) Há apenas três itens corretos.

d) Todos os itens estão corretos.

e) Todos os itens estão incorretos.

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Item I) Correto. Conforme nos diz o artigo 7º, caput, do CTN, "a
competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou
decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra".

Item II) Correto. A competência legislativa está completamente


dissociada do destino a ser dado à arrecadação do respectivo tributo,
inclusive em relação ao Imposto sobre a Renda (IR). O fato de parcela, ou
até mesmo a totalidade, do produto da arrecadação de um tributo ser
destinado a outro ente político não altera em nada a competência tributária
atribuída pela CF/88. No caso em questão, a União permanece com sua
competência legislativa e regulamentadora em relação a este tributo,
inclusive quanto às funções de fiscalizar e exigir o pagamento quando não
tenha havido retenção.

Item III) Incorreto. Em regra, apenas a pessoa política detentora da


competência de instituir, arrecadar e administrar determinado tributo é
também aquela competente para conceder isenções relativas ao mesmo.
Entretanto, a União, ao celebrar tratados e convenções internacionais,
agindo em nome da República Federativa do Brasil, poderá conceder
isenções de tributos estaduais, municipais e distritais, as chamadas isenções
heterônomas. Assim, a aplicação do artigo 151, III, da CF/88, é restrita
apenas à ordem interna.

Item IV) Incorreto. A competência tributária é indelegável e


imprescritível, não podendo ser exercida por outro ente caso o ente
competente não exerça o poder a ele atribuído pela CF/88. Assim, caso o
ente político competente decida instituir o tributo a ele constitucionalmente
previsto no dia seguinte ao da publicação da CF/88 ou apenas em 2030,
cabe apenas a ele decidir sobre isso.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

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(Questão 16) A competência do Distrito Federal para instituir impostos é:

a) exclusiva, relativamente aos impostos municipais.

b) concorrente, relativamente aos impostos estaduais.

c) cumulativa, relativamente aos impostos estaduais e municipais.

d) concorrente, relativamente aos impostos estaduais e federais.

No tocante a impostos, cabe ao Distrito Federal instituir somente aqueles


previstos na sua competência tributária exclusiva, quais sejam: ITCMD,
ICMS, IPVA, ISS, ITBI e IPTU. Essa atribuição somente é possível uma vez
que esse Ente possui, cumulativamente, as competências tributárias
conferidas aos Estados e aos Municípios. Logo, estamos diante da
competência cumulativa, o que nos fornece a alternativa “c” como gabarito
da nossa questão.

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Bitributação e “Bis in idem”

Nesse item da aula estudaremos dois temas freqüentemente confundidos


pelos candidatos menos atentos, e diretamente relacionado ao tema
“competência tributária”. E candidato desatento ou sem conhecimento
afiado é presa fácil para uma banca maldosa.  Embora os dois itens
possam ser, indevidamente, utilizado como sinônimos, são termos
diferentes, como passaremos a ver agora.

A bitributação ocorre quando DOIS ENTES FEDERATIVOS DISTINTOS


(ou mais de dois) tributam o mesmo fato gerador ou a mesma base de
cálculo. Uma vez que a competência tributária para a criação de um
determinado tributo conferido expressamente pela CF/88 para determinado
Ente Federativo é exclusiva, estaremos diante de uma invasão da
competência tributária.Em regra, como veremos mais adiante.

Por exemplo, imagine que a União edite lei complementar definindo que o
novo imposto sobre a comercialização de produtos radioativos (criado,
“inocentemente”, em razão da sua competência tributária residual) será
tributado em razão da circulação desse tipo de mercadoria pelas estradas
federais. Ora! A circulação de mercadorias, seja ela qual for, será tributada,
em regra, com o ICMS, imposto de competência estadual e distrital,
previsto expressamente na CF/88 em seu artigo 155, II. Esse imposto tem
como fato gerador as operações relativas à circulação de mercadorias e à
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.

“Entendi então, professor. Se está previsto na CF/88, nenhum outro ente


poderá utilizar a mesma base de calculo ou fato gerador já previsto
constitucionalmente como pertencente à competência tributária de outro
ente federativo. Até que enfim outra regra que não tem exceção”.

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Lá se foi sua alegria, futuro servidor. Essa regra tem exceções sim. Mas,
para isso, tem que estar presente expressamente no corpo da CF/88,
não podendo jamais ser disciplinada originariamente em normativos
infraconstitucionais, como é o caso da lei complementar que criou o imposto
radioativo.

Os empréstimos compulsórios e os impostos extraordinários de guerra (IEG)


podem ser instituídos e terem a mesma base de cálculo ou fato gerador já
previsto para outro tributo pertencente à competência tributária de outro
Ente federativo, ou da própria União, já que ela detém a competência
tributária quanto à instituição desses dois tributos.

Nada impediria, por exemplo, que, numa possível guerra contra o Suriname,
a União instituísse o IEG tendo como fato gerador a propriedade predial e
territorial urbana de imóveis localizados nos Municípios dos Estados do Pará
e do Amapá. Como sabemos, a propriedade predial e territorial urbana é
fato gerador do IPTU, imposto de competência dos Municípios, portanto,
“invadindo” a competência tributária dos Municípios. Claro que não seria
uma invasão, pois, como dissemos, o IEG sobre esse fato gerador possui
respaldo na própria CF/88, sendo, assim, legítimo.

Quanto aos moradores desses Municípios, estes seriam obrigados a pagar


imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana duas vezes: uma
quanto ao IPTU e outra quanto ao IEG.

Quanto à bitributação, veja o que diz o STF sobre o assunto:

“A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido da


ausência de bitributação quando da incidência da
contribuição previdenciária sobre o 13º salário. (RE 212845
Arg/SP, de 31/05/2011)”

“1. Recurso extraordinário em que se argumenta a não


incidência do II e do IPI sobre operação de importação de
sistema de tomografia computadorizada, amparada por
contrato de arrendamento mercantil. 2. Alegada

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insubmissão do arrendamento mercantil, que seria um


serviço, ao fato gerador do imposto de importação (art.
153, I da Constituição). Inconsistência. Por se tratar de
tributos diferentes, com hipóteses de incidência específicas
(prestação de serviços e importação, entendida como a
entrada de bem em território nacional – art. 19 do CTN), a
incidência concomitante do II e do ISS não implica
bitributação ou de violação de pretensa exclusividade e
preferência de cobrança do ISS. (RE 429306/PR, de
02/01/2011).”

Por sua vez, o “bis in idem” é definido com a tributação de um único fato
gerador por mais de uma vez, e desde que PELO MESMO ENTE
COMPETENTE para instituir tributo relativo a esse fato gerador. É o caso
em que um ente federado, dentro da sua competência tributária, institui
novo tributo com fato gerador ou base de calculo já prevista para outro
tributo anteriormente instituído.

Seria o caso, por exemplo, relativo à importação de produtos estrangeiros


industrializados, sobre os quais incide, sobre o mesmo fato gerador, o
imposto de importação (II) e o imposto sobre produtos industrializados
(IPI). Outro caso, também quanto a tributos da União, seria o previsto para
o imposto sobre a renda (IR) e para a contribuição social sobre o lucro
líquido (CSSL), ambos tributando o lucro das empresas.

O bis in idem, portanto, é perfeitamente admitido no nosso ordenamento,


diferentemente da bitributação, que é permitida apenas nos casos
expressamente previsto na CF/88.

Segue um resumo:

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BITRIBUTAÇÃO  ENTES FEDERATIVOS DIFERENTES – PERMITIDA


APENAS NOS CASOS EXPRESSAMENTE PREVISTOS NA CF/88

BIS IN IDEM  MESMO ENTE FEDERATIVO – PERMITIDA, observados os


requisitos da CF/88.

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Competência exclusiva do presidente da república em matéria

tributária

No último item da nossa aula de hoje iremos estudar a existência ou não de


competência exclusiva do presidente da república quanto à iniciativa de leis
em matéria tributária. A questão é suscitada em razão do que consta em
dois normativos presentes na CF/88. No artigo 61, §1º, I, “b”, da CF/88,
temos o seguinte em seu texto:

“Art. 61. (...)

§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da


República as leis que:

(...)

II - disponham sobre:

(...)

b) organização administrativa e judiciária, matéria


tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração dos Territórios;”

Já o artigo 165, II, da CF/88, estabelece em seu texto que leis de iniciativa
do Poder Executivo estabelecerão, entre outros temas, as diretrizes
orçamentárias e os orçamentos anuais. Diante disso, pode-se dizer que as
leis tributárias também são de iniciativa do Poder Executivo? Certamente
não.

A iniciativa de leis tributárias somente é exclusiva do Presidente da


República quando o assunto é território federal, e nada mais do que isso.
Para o STF, exceto no caso comentado anteriormente, não há qualquer tipo
de reserva legal para o Presidente da República quanto às matérias

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tributárias, podendo os poderes legislativos de todas as unidades da


federação dispor sobre assuntos tributários.

A regra contida no artigo 165, II, da CF/88, também não delimita a


iniciativa de leis tributárias apenas ao poder executivo, uma vez que as
matérias nele tratadas dizem respeito apenas ao direito financeiro, e não ao
direito tributário. Mais uma vez: qualquer lei que trata de temas tributários
pode ser proposta por projeto elaborado em qualquer casa legislativa da
Federação, não sendo de reserva legal do Poder Executivo.

(Questão 17) De acordo com entendimento do STF, a iniciativa de lei que


verse sobre matéria tributária é concorrente entre o chefe do Poder
Executivo e os membros do Legislativo.

Uma questão simples sobre o que acabamos de ver, e que ainda solicita o
entendimento do STF. Então vamos a ele. Conforme essa corte, temos a
seguinte decisão:

“(...) A iniciativa de leis que versem sobre matéria tributária


é concorrente entre o chefe do poder executivo e os
membros do legislativo. II – A circunstância de as leis
que versem sobre matéria tributária poderem repercutir no
orçamento do ente federado não conduz à conclusão de que
sua iniciativa é privativa do chefe do executivo.” (RE
590697/Mg, de 23/08/2011)

Assim, resta correta a assertiva apresentada.

Por hoje é só, pessoal. Espero revê-los em breve no nosso curso! Bons
estudos e forte abraço!

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Questões Propostas

1. (CESPE/TRT 15ª/Analista de Contabilidade/2013) A Secretaria da


Receita Federal do Brasil é o órgão com competência tributária relativa aos
tributos da União.

Quem detém a competência tributária quanto aos tributos da União é a


própria União, e ninguém mais. A competência tributária não pode nem se
quer ser delegada, ainda que para outra pessoa jurídica de direito público,
como os demais entes políticos. A Receita Federal do Brasil é apenas o
órgão administrativo responsável pela fiscalização e cobrança dos tributos
outorgados pela CF/88 à União. Esse órgão, por sua vez, possui apenas a
capacidade tributária ativa.

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

2. (CESPE/TCE-SP/Analista – Direito/2013) Acerca de competência


tributária, assinale a opção correta.

A) A capacidade de legislar e fiscalizar compõe todo o espectro da


competência tributária.

B) A competência tributária residual é atribuída aos estados da Federação.

C) A competência tributária não exercida a tempo e a hora pode ser


usufruída por outro ente da Federação.

D) A competência tributária é indelegável, mas a fiscalização da cobrança de


um tributo constitucionalmente criado pode ser atribuída a outro ente da
Federação.

E) Atribuir a arrecadação de tributo a uma instituição financeira configura


delegação extraordinária da competência tributária.

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Alternativa a) Incorreta. A competência tributária compreende, além da


de legislar a de fiscalizar tributos, as funções de executar leis, serviços, atos
ou decisões administrativas em matéria tributária, que podem ser
conferidas por uma pessoa jurídica de direito público a outra. Exceto quanto
à função de legislar, todas as demais funções estão contidas na capacidade
tributária ativa, que poderá ser delegada, conforme o caput do artigo 7º do
CTN.

Alternativa b) Incorreta. Essa competência, conforme a doutrina


dominante, é atribuída apenas à União, e relativamente aos impostos
(artigo 154, I, da CF/88) e às contribuições para a seguridade social (artigo
195, §4º, da CF/88). Os Estados da federação, conforme pequena parte da
doutrina, e quanto às taxas e contribuições de melhoria, também possuem
competência tributária residual. Entretanto, em regra, a competência
residual é da Uniao!

Alternativa c) Incorreta. São características da competência tributária a


indelegabilidade, a imprescritibilidade, a facultatividade, e irrenunciabilidade
e a inalterabilidade. Logo, a competência tributária não exercida a tempo e
a hora NÃO pode ser usufruída por outro ente da Federação, somente
podendo ser por aquele ente político a quem a CF/88 expressamente a
conferiu.

Alternativa d) Correta. Perfeito. Embora a competência tributária seja


indelegável, a capacidade tributária ativa pode ser perfeitamente delegada a
outro ente político e a outras pessoas jurídicas de direito público, nas quais
se incluem a fiscalização da cobrança de um tributo constitucionalmente
criado.

Alternativa e) Incorreta. De acordo com o artigo 7º, §3º, do CTN, não


constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito
privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

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3. (CESPE/TCE-SP/Analista – Direito/2013) Considere que um estado


da federação discorde da definição de fato gerador estabelecida por lei
complementar federal e resolva alterar os fatos geradores que servem de
parâmetros de incidência de um tributo, para adequar os fatos à sua
realidade. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

A) A competência tributária privativa dos estados possibilita não só a


alteração de alíquotas de tributos, por meio de lei ordinária, mas a definição
de fatos geradores e da base de cálculo.

B) O estado pode criar novos tributos além dos elencados na CF, desde que
observe os fatos geradores e a base de cálculo dos tributos existentes, e
impor fatos geradores diversos daqueles previstos em lei complementar.

C) O estado da federação tem capacidade tributária para legislar a respeito


de fato gerador disposto em lei complementar federal e adequá-lo à sua
realidade, desde que altere o fato gerador desse tributo por lei ordinária.

D) O estado da federação é incompetente para legislar sobre fato gerador e


deve observar o que previsto em lei complementar federal, pois qualquer
outro tipo de regulamentação é inconstitucional.

E) O estado da federação somente pode alterar a definição de fatos


geradores previstos em lei complementar Federal por meio de lei
complementar estadual.

Cabe à lei de normas gerais tributárias, a ser editada pela União, entre
outros temas, e relativamente aos impostos, definir a base de cálculo, os
contribuintes e os fatos geradores. Assim, atente bem: não será a lei de
normais gerais que fixará as alíquotas do(s) imposto(s) nela regulado(s),
mas sim as leis internas de cada ente competente para instituir o tributo
respectivo, inclusive uma lei da própria União, quanto aos tributos previstos
em sua competência tributária. De onde tirei isso? Do artigo 146, III, da
CF/88. Veja a sua redação, que contempla ainda outros temas:

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“Art. 146. Cabe à lei complementar: (...)

III - estabelecer normas gerais em matéria de


legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem


como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases
de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência


tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo


praticado pelas sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para


as microempresas e para as empresas de pequeno porte,
inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a
que se refere o art. 239

Por sua vez, o artigo 24 da CF/88 nos diz o seguinte em seu texto, mais
precisamente em seu §1º:

“Art. 24 (...)

§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a


competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.

§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas


gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.

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§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os


Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades.

§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais


suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.”

Esse parágrafo dispõe sobre a competência da União quanto à competência


concorrente (não confunda com outra espécie), que será limitada a apenas
estabelecer normas gerais. Essa competência é a que ocorre, por
exemplo, quanto ao ISS, quando a União editou a lei complementar nº 116,
de 2003, dispondo sobre as normas gerais relativas ao imposto sobre
serviços de qualquer natureza (ISS), imposto de competência municipal, e
de observância obrigatória por todos os Municípios e pelo Distrito Federal ao
editarem suas leis internas relativas ao tributo.

Desse modo, uma vez que a União já tinha editado a lei de normas gerais, o
Estado membro não poderia estabelecer, em lei própria, normativo que
fosse de encontro ao que prevê a lei nacional de normas gerais. Desse
modo, a competência tributária privativa dos estados permite a alteração de
alíquotas de seus tributos, por meio de lei ordinária, mas não a definição de
fatos geradores e da base de cálculo, quando estes já estejam definidos em
lei complementar da União. Logo, incorreta a alternativa “a”.

O estado da federação também não pode alterar a definição de fatos


geradores previstos em lei complementar Federal, nem mesmo por meio de
lei complementar estadual. Logo, incorreta a alternativa “e”.

A alternativa “b” também está incorreta, uma vez que o estado não pode
criar novos tributos além dos elencados na CF, mesmo que observe os fatos
geradores e a base de cálculo dos tributos existentes, e impor fatos
geradores diversos daqueles previstos em lei complementar. A competência
tributaria residual, conforme o artigo 154, I, da CF/88, é exclusiva da União.

Por sua vez, o estado da federação tem capacidade tributária para legislar a
respeito de fato gerador disposto em lei complementar federal e adequá-lo

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à sua realidade, desde que não altere o fato gerador desse tributo. Logo,
incorreta a alternativa “c”.

Por fim, temos a alternativa “d”, gabarito da questão, dispondo que o


estado da federação é incompetente para legislar sobre fato gerador e deve
observar o que previsto em lei complementar federal, pois qualquer outro
tipo de regulamentação é inconstitucional.

4. (CESPE/TCDF/Procurador/2013) Quando a União deixa de editar


normas gerais sobre matéria tributária, cabe aos estados a prerrogativa de
exercer a competência legislativa plena.

Caso determinado assunto que deveria ser regulamentado por lei de normas
gerais da União não venha a ser regulado por essa lei, a competência dos
Estados e do Distrito Federal, antes suplementar em razão do §2º do artigo
24 da CF/88, passa a ser plena, uma vez que inexistirão normas gerais
nacionais, conforme determina o mesmo artigo 24 em §3º.

Assim, resta correta a assertiva apresentada.

5. (CESPE/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2013)


Considere que, em projeto de lei ordinária estadual, seja prevista a
cobrança de ICMS, com alteração da base de cálculo prevista na lei
complementar federal. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção
correta. Considere que a sigla CF, sempre que utilizada, se refira a
Constituição Federal de 1988.

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A) As limitações do poder de tributar, previstas na CF, servem para que as


unidades da Federação possam exercer sua competência legislativa plena.

B) As normas gerais definidoras do fato gerador e da base de cálculo para


cada imposto estão previstas na CF, não sendo, portanto, o estado obrigado
a observar o previsto a esse respeito na lei complementar federal.

C) O estado possui competência para instituir tributo da forma que bem


entender, uma vez que sua competência é plena no sistema federativo.

D) Lei complementar estadual pode instituir tributo de forma diferente da lei


complementar federal, por terem ambas a mesma hierarquia.

E) O estado pode instituir tributo no momento em que desejar, devendo


respeitar o disposto na CF no que se refere à instituição dos discriminados
como de sua competência.

Alternativa a) Incorreta. É exatamente o contrário do que afirma a


redação da alternativa. As limitações ao poder de tributar servem
justamente para limitar a ação legislativa tributária dos entes políticos,
definindo limites e proibições que devem ser estritamente seguidas pelo
legislador ordinário. Entre essas limitações ao poder de tributar, por
exemplo, temos a chamada imunidade recíproca, presente no artigo 150,
VI, “a”, da CF/88, que proíbe os entes políticos de instituírem impostos
sobre o patrimônio, as rendas e os serviços uns dos outros.

Alternativa b) Incorreta. O artigo 146, III, “a” e “b”, da CF/88 é claro ao


dispor que caberá a lei complementar estabelecer normas gerais em
matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de tributos e
de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes; e obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência
tributários.

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As normas gerais relativas aos impostos estão previstas em lei


complementar, e não no texto constitucional, que apenas estabelece as
competências tributárias atribuídas a cada ente político. A CF/88 não cria
tributo algum, nem estabelece os requisitos e atributos deles. Apenas define
competência tributária.

Alternativa c) Incorreta. Vale a mesma explicação dada na alternativa


“a”. Os Estados, bem como os demais entes políticos, devem sempre
observar as limitações constitucionais ao poder de tributar, não sendo
ampla e irrestrita a base de incidência tributária e a utilização desta pelos
entes integrantes do nosso sistema federativo nacional.

Alternativa d) Incorreta. Como comentamos na alternativa “b”, a lei


complementar federal irá dispor sobre as normas gerais relativas aos
tributos. Se uma lei complementar federal criar um tributo dentro da
competência tributária da União, o Estado não pode criar tributo de mesma
natureza, uma vez que a competência tributária somente foi atribuída, em
regra, a um ente político, ainda que se utilizando de outro instrumento
normativo.

Se a lei complementar da União cria um imposto residual, por exemplo,


baseado na competência atribuída pelo artigo 154, I, da CF/88, o Estado de
Pernambuco não poderá criar nem um imposto semelhante ou igual, quiçá
diferente. As duas leis têm a mesma hierarquia. Mas não estamos diante de
uma questão de hierarquia ou não de leis, mas sim de competência
tributária.

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Alternativa e) Correta. Perfeita passagem relacionada à competência


tributária e ao seu exercício pelo ente político a quem a CF/88 a conferiu.
Os Estados, assim como os demais entes políticos, podem perfeitamente
instituir tributo no momento em que desejarem, devendo respeitar o
disposto na CF no que se refere à instituição apenas daqueles que estão
discriminados em sua competência. O exercício da competência tributária é
facultativo, mas, quando exercido, deve ser dentro dos limites estipulados
na CF/88.

6. (CESPE/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2013) O


cometimento a pessoa de direito privado, como os bancos, do encargo de
arrecadar tributos:

A) constitui ato de delegação de competência, de acordo com a legislação


tributária vigente.

B) constitui delegação da capacidade tributária passiva.

C) constitui ato legal em que se atribui apenas a capacidade de arrecadar,


não cabendo fiscalização ou cobrança do tributo.

D) não pode ser revogado unilateralmente.

E) pode ser anulado, e não revogado, visto que a revogação tem de ser
feita por mútuo consentimento.

Questão simples, que versou sobre a delegação da capacidade tributária


ativa. De acordo com o artigo 7º do CTN, a competência tributária é
indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos,
ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. Ou
seja, o nosso CODEX pátrio somente admite a delegação da capacidade
tributária ativa, jamais da competência tributária.

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Entretanto, essa delegação somente pode ser feita a pessoas jurídicas de


direito público, sendo vedada a delegação, ainda que da capacidade
tributária ativa, a pessoas jurídicas de direito privado.

Por sua vez, o §3º do mesmo artigo 7º do CTN estabelece que não constitui
delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do
encargo ou da função de arrecadar tributos. Entre essas pessoas jurídicas
de direito privado, por exemplo, temos os bancos comercias, que possuem a
atribuição de arrecadar os valores pagos pelos sujeitos passivos, sendo um
ato perfeitamente legal, não sendo delegada nem a competência tributária
nem a capacidade tributária ativa.

“E esse ato de delegação da função de arrecadar tributos, conferida às


pessoas de direito privado, pode ser revogado pelo ente competente,
professor?”

Perfeitamente. Pode ser revogado a qualquer tempo pelo ente concedente.


Essa é a previsão do §2º do artigo 7º do CTN, que estabelece que a
atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da
pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.

Logo, o cometimento a pessoa de direito privado, como os bancos, do


encargo de arrecadar tributos constitui ato legal em que se atribui apenas a
capacidade de arrecadar, não cabendo fiscalização ou cobrança do tributo,
que somente pode ser realizado por pessoas jurídicas de direito público.
Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

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7. (CESPE/TJ-Ma/Juiz/2013) De acordo com entendimento do STF, a


iniciativa de lei que verse sobre matéria tributária é concorrente entre o
chefe do Poder Executivo e os membros do Legislativo.

Uma questão simples sobre o que acabamos de ver, e que ainda solicita o
entendimento do STF. Então vamos a ele. Conforme essa corte, temos a
seguinte decisão:

“(...) A iniciativa de leis que versem sobre matéria tributária


é concorrente entre o chefe do poder executivo e os
membros do legislativo. II – A circunstância de as leis
que versem sobre matéria tributária poderem repercutir no
orçamento do ente federado não conduz à conclusão de que
sua iniciativa é privativa do chefe do executivo.” (RE
590697/Mg, de 23/08/2011)

Assim, resta correta a assertiva apresentada.

8. (CESPE/DPE-TO/Defensor Público/2013) Julgue os itens a seguir.

A) competência tributária é atribuída, constitucionalmente ou legalmente, a


um ente estatal não necessariamente dotado de poder legislativo, haja vista
que é exercida mediante atos administrativos.

B) As competências tributárias foram rigidamente traçadas pelo constituinte


originário, portanto são insuscetíveis de alterações pelo poder constituinte
de reforma.

Alternativa a) Incorreta. A competência tributária é sempre atribuída


pela CF/88, jamais por qualquer ato infraconstitucional. Ela sempre é
conferida a um ente político dotado de competência legislativa, uma vez que
aquela está contida nessa. Para ser exercida, a competência tributária
sempre necessita de lei em sentido estrito.

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Alternativa b) Incorreta. A competência tributária atual pode ser alterada


sim, desde que pelo poder constituinte derivado, aquele visto em direito
constitucional e que possui o poder de criar emendas à CF/88. O que não
pode é a decisão de aumentar a competência tributária atribuída pela
CF/88 ser realizada unilateralmente por qualquer dos Entes. Tem que
estar bonitinha na CF/88, do jeito que o legislador constituinte determinar.

Outro ponto muito importante, e que deve ser atentado: as competências


tributárias estão estabelecidas no texto da Carta Magna de forma
bastante rígida, não podendo ser modificadas livremente pelo
constituinte derivado. Jamais a alteração na competência tributária pode
se dar em detrimento da autonomia financeira de um ente, ainda que em
benefício dos demais.

9. (CESPE/TJ-CE/Juiz substituto/2012) Compete à União instituir,


mediante lei complementar, o imposto sobre

a) produtos industrializados.

b) operações de crédito, câmbio e seguro, ou imposto relativo a títulos e


valores mobiliários.

c) grandes fortunas.

d) propriedade territorial rural.

e) renda e proventos de qualquer natureza.

De acordo com o que consta no artigo 153, incisos I a VII, somente o


imposto sobre grandes fortunas exige a edição de lei complementar relativa
à sua instituição, muito embora exista a discussão se essa lei seria apenas
para a instituição do tributo ou se deveria apenas estabelecer as normas
gerais relativas ao tributo, vindo a ser instituído por lei ordinária, como é
para os demais impostos da União presentes nos incisos I a VI.

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Como comentei, todos os demais impostos presentes nas alternativas “a”,


“b”, “d” e “e” podem ser instituídos por lei ordinária editada pela União.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

10. (CESPE/TJ-PI/Juiz Substituto/2012) No que concerne à


competência tributária, assinale a opção correta.

a) O poder de criar tributos é repartido entre os vários entes políticos, e a


CF assinala a esfera de competência dos níveis federal, estadual e
municipal.

b) Mesmo na ausência de normas gerais da União, os estados e o DF não


têm a possibilidade de exercer a competência legislativa plena em
matéria tributária.

c) As principais características da competência tributária são a


transmissibilidade e a renunciabilidade, conforme a legislação em vigor.

d) Sendo, como regra geral, delegável a competência tributária, justifica-se


a delegação da atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos.

e) À luz do CTN, o não exercício da competência tributária pelo ente


competente defere a outra pessoa jurídica de direito público o exercício
tributário, que não pode ser obstaculizado.

Alternativa a) Correa. Essa divisão está expressa nos artigos 153, 155 e
156, os quais enumeram os impostos previstos na competência tributária da
União, dos Estados e Distrito Federal e dos municípios.

Em outros artigos, a CF/88 outorgou competência quanto à instituição de


outros tributos, como a COSIP, no artigo 149-A, conferida aos Municípios e
ao Distrito Federal; as CIDES, no artigo 149, de competência da União;
entre outros, e sempre obedecendo a uma estrita e delimitada divisão de
competências, afirmando ainda mais o pacto federativo.

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Alternativa b) Incorreta. De acordo com o artigo 24, §3º, da CF/88,


inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

Alternativa c) Incorreta. Uma das principais características da


competência tributária é justamente a sua intransmissibilidade, ou
indelegabilidade, que veda a transferência desta a outra pessoa jurídica de
direito público.

Alternativa d) Incorreta. A competência tributária é indelegável, podendo


ser delegada apenas a capacidade tributária ativa, conforme determina o
artigo 7º do CTN.

Alternativa e) Incorreta. Vale a mesma explicação dada na alternativa


“c”, uma vez que a competência tributária é indelegável, ainda que o ente
competente jamais venha a dela se utilizar.

11. (CESPE - 2012 - TJ - PI - Juiz Substituto) No que concerne à


competência tributária, assinale a opção correta.

a) O poder de criar tributos é repartido entre os vários entes políticos, e a


CF assinala a esfera de competência dos níveis federal, estadual e
municipal.

b) Mesmo na ausência de normas gerais da União, os estados e o DF não


têm a possibilidade de exercer a competência legislativa plena em matéria
tributária.

c) As principais características da competência tributária são a


transmissibilidade e a renunciabilidade, conforme a legislação em vigor.

d) Sendo, como regra geral, delegável a competência tributária, justifica-se


a delegação da atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos.

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e) À luz do CTN, o não exercício da competência tributária pelo ente


competente defere a outra pessoa jurídica de direito público o exercício
tributário, que não pode ser obstaculizado.

Alternativa a) Correa. Essa divisão está expressa nos artigos 153, 155 e
156, os quais enumeram os impostos previstos na competência tributária da
União, dos Estados e Distrito Federal e dos municípios. Em outros artigos, a
CF/88 outorgou competência quanto à instituição de outros tributos, como a
COSIP, no artigo 149-A, conferida aos Municípios e ao Distrito Federal; as
CIDES, no artigo 149, de competência da União; entre outros, e sempre
obedecendo a uma estrita e delimitada divisão de competências, afirmando
ainda mais o pacto federativo.

Alternativa b) Incorreta. De acordo com o artigo 24, §3º, da CF/88,


inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

Alternativa c) Incorreta. Uma das principais características da


competência tributária é justamente a sua intransmissibilidade, ou
indelegabilidade, que veda a transferência desta a outra pessoa jurídica de
direito público.

Alternativa d) Incorreta. A competência tributária é indelegável, podendo


ser delegada apenas a capacidade tributária ativa, conforme determina o
artigo 7º do CTN.

Alternativa e) Incorreta. Vale a mesma explicação dada na alternativa


“c”, uma vez que a competência tributária é indelegável, ainda que o ente
competente jamais venha a dela se utilizar.

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12. (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem 2009-2) Assinale a opção


correta acerca da competência tributária.

a) É lícita a delegação da competência tributária de uma pessoa jurídica de


direito público interno a outra.

b) A União, os estados e o DF têm competência para instituir impostos não


previstos expressamente na CF, desde que sejam não cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados no
texto constitucional.

c) O ente político poderá transferir a terceiros as atribuições de arrecadação


e fiscalização de tributos.

d) Os estados, na forma das respectivas leis, têm competência para instituir


contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.

Alternativa a) Incorreta. Ainda que para outra pessoa jurídica de direito


pública, não é possível a delegação da competência tributária, tendo em
vista o que dispõe o artigo 7º do CTN.

Alternativa b) Incorreta. Somente a União possui essa competência,


denominada de competência residual, conforme prescreve o artigo 154, I,
da CF/88.

Alternativa c) Correta. A capacidade tributária pode ser sempre delegada,


desde que por uma pessoa jurídica de direito público a outra, conforme
determina o artigo 7º, caput, do CTN.

Alternativa d) Incorreta. Somente os municípios e o Distrito Federal


possuem competência para a instituição da COSIP, conforme determina o
artigo 149-A da CF/88.

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13. (CESPE - 2009 - SEGER - ES - Analista Administrativo) e


Financeiro – Ciências Contábeis Acerca da competência tributária, julgue
os itens subsequentes.

a) A competência residual é aquela que estabelece os tributos que a União


tem poder de instituir, mesmo não estando no rol dos tributos listados na
CF.

b) A instituição de empréstimos compulsórios encontra respaldo na


competência tributária especial, que cabe apenas à União.

c) A instituição de imposto de renda pela União encontra-se albergada na


sua competência tributária privativa.

Alternativa a) Correta. Essa é a previsão constante no artigo 154, I, da


CF/88. Os impostos residuais são exatamente aqueles que não estão
capitulados nos artigos 153, 155 e 156 da CF/88.

Alternativa b) Correta. Essa competência é também chamada de


competência tributária exclusiva, uma vez que somente a União poderá
usufruir, conforme o que consta no artigo 148, I e II, da CF/88.

Alternativa c) Correta. O imposto de renda é tributo sujeito apenas à


competência tributária da União, conforme determina o artigo 153, III, da
CF/88.

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14. CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem 2008-3) Para que um


município crie um tributo, é necessário, além da competência para fazê-lo, o
atendimento às normas limitadoras, que lhe são impostas

a) pela CF, pela constituição do respectivo estado, pelas normas gerais


tributárias e pela lei orgânica do próprio município.

b) pela CF e pela constituição estadual, apenas.

c) pela CF e pela lei orgânica do próprio município, somente.

d) pela CF, apenas.

O candidato mais afobado pode ter marcado a alternativa “d”, uma vez que
compete à CF/88 estabelecer as normas primárias relativas à tributação em
nosso país. Entretanto, a instituição de um tributo também está sujeito ao
que determina o CTN (normas gerais tributárias, assim com a lei
complementar federal nº 87/96, que regula o ICMS), à constituição estadual
e à própria lei orgânica do município.

Por exemplo, a lei orgânica do município (LOM) de São João da Serra/PI


prevê que não estarão sujeitos ao ISS os agricultores que comercializem
seus produtos em épocas de seca prolongada, conforme regulamento
baixado pelo poder executivo. Ao criar o ISS em seu território, a Câmara
desse município piauiense deverá observar essa limitação constante na
LOM.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

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15. (CESPE - 2008 - OAB - Exame de Ordem 2008-2) Supondo que a


União tenha criado dois territórios federais em determinada área da região
amazônica: o primeiro localizado em área não dividida em municípios e o
segundo, em área onde há três municípios, assinale a opção correta
relativamente à competência para a arrecadação dos tributos nos dois
territórios.

a) No segundo território, tanto a arrecadação dos tributos estaduais quanto


a dos municipais caberiam à União.

b) No primeiro território, a arrecadação dos tributos estaduais caberia ao


governo do próprio território, e a dos tributos municipais, à União.

c) No primeiro território, tanto a arrecadação dos tributos estaduais quanto


a dos municipais caberiam à União.

d) No segundo território, a arrecadação dos tributos estaduais caberia ao


governo do próprio território, e a dos tributos municipais, à União.

De acordo com o que consta no artigo 147 da CF/88, competem à União,


em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais.

Desse modo, no território não dividido em municípios, cabe à União federal


a competência tributária plena, podendo instituir os tributos federais,
estaduais e municipais. No segundo território, dividido em três municípios,
caberá à União apenas a instituição dos tributos federais e estaduais.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

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16. (CESPE - 2008 – Pref. Municipal de Natal - Procurador Municipal)


Em relação à competência tributária, assinale a opção correta.

a) A entrega pela União ao Fundo de Participação dos Municípios de


percentual do produto de arrecadação do IPI, prevista na CF, representa
outorga parcial de competência tributária.

b) Caso determinado município da Federação brasileira tenha celebrado


convênios com instituições financeiras, para facilitar a arrecadação dos
tributos municipais, permitindo ao contribuinte efetuar o recolhimento dos
tributos diretamente nas instituições conveniadas de sua preferência, nessa
situação, o cometimento do encargo de arrecadação de tributos às referidas
instituições constitui delegação de competência.

c) Se a União, por intermédio de lei federal, delegar aos municípios as


funções de arrecadação e fiscalização do imposto sobre a renda e proventos
de qualquer natureza, incidentes na fonte, sobre rendimentos pagos aos
seus respectivos servidores e empregados públicos municipais, nesse caso,
estarão compreendidas na aludida atribuição aos municípios as garantias e
privilégios processuais que competem à União.

d) Caso determinado município brasileiro, apesar de constitucionalmente


autorizado, não institua contribuição para o custeio do serviço de iluminação
pública, será legítimo que o estado a que pertença o aludido município
assuma a competência tributária institua o referido tributo.

Alternativa a) Incorreta. O parágrafo único do artigo 6º do CTN


determina que os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte,
a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência
legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. Assim, o fato de a União
entregar parcela da arrecadação do IPI ao FPM não importa em outorga
parcial de sua competência tributária.

Alternativa b) Incorreta. De acordo com o artigo 7º, §3º, do CTN, não


constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito
privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

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Alternativa c) Correta. Essa é a previsão constante no artigo 7º, §1º, do


CTN, que determina que a atribuição da competência tributária compreende
as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de
direito público que a conferir.

Alternativa d) Incorreta. A competência tributária é indelegável e


imprescritível, não podendo ser exercida senão pelo ente político
competente previsto na CF/88. Somente ele, e ao tempo em que entender
necessário, poderá instituir os tributos expressamente outorgado pela CF/88
àquele.

17. (CESPE - 2007 - TJ - AC - Juiz de Direito Substituto) Consoante o


Código Tributário Nacional, a competência tributária é indelegável. Todavia,
a União pode atribuir a determinado estado as funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos. Relativamente a essas funções, assinale a opção
incorreta.

a) Além de atribuir as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, a União


pode ainda conferir a de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária.

b) Ao atribuir as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, a União estará


concedendo ao estado, ainda, as garantias e os privilégios processuais que
lhe competem.

c) A União pode, a qualquer tempo, por ato unilateral seu, revogar a


atribuição.

d) A União pode delegar competência tributária do encargo ou da função de


arrecadar tributos a pessoas de direito privado.

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Alternativa a) Correta. Essa é a previsão constante no caput artigo 7º do


CTN.

Alternativa b) Correta. Essa previsão consta no artigo 7º, §1º, do CTN,


que determina que a atribuição da competência tributária compreende as
garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de
direito público que a conferir.

Alternativa c) Correta. Essa previsão consta no artigo 7º, §2º, do CTN,


que determina que a atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por
ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.

Alternativa d) Incorreta. Essa delegação não é possível a pessoas


jurídicas de direito privado. À estas, somente pode ser delegado o encargo
ou a função de arrecadar tributos.

18. (CESPE /2008 /MPE-RR /Promotor de Justiça) Considere que o


estado de Roraima tenha atribuído à União as funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária. Nessa situação, tal atribuição não
compreenderá as garantias e os privilégios processuais que competem
àquele estado.

A competência tributária não pode ser exercida por ente estranho àquele a
que a CF/88 a tenha atribuído expressamente, ainda que delegada pelo
próprio ente político a quem a CF/88 a atribuiu. A competência tributária é
indelegável. Entretanto, a capacidade tributária poderá ser plenamente
delegada por uma pessoa jurídica de direito público a outra, conforme prevê
o artigo 7º do CTN, dispondo poder ser delegadas as funções de arrecadar
ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária.

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Por sua vez, o §1º do mesmo artigo 7º do CTN dispõe que a atribuição da
capacidade tributária ativa compreenderá as garantias e os privilégios
processuais que competem ao ente delegante, no caso, o Estado de
Roraima.

Assertiva incorreta.

19. (CESPE/2008/MPE-RR/Promotor de Justiça) Considere que o


estado de Roraima tenha atribuído à União as funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária. Nessa situação, tal atribuição não
compreenderá as garantias e os privilégios processuais que competem
àquele estado.

Essa questão é respondida facilmente com o que determina o artigo 7º do


CTN, caput e §1º. Seu texto é o seguinte:

“Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo


atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos,
ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do §
3º do artigo 18 da Constituição.

§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios


processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir.”

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

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20. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS-RJ/2009) Em relação à competência


tributária, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Corresponde à aptidão de que são dotados os entes políticos para


editarem leis instituidoras de tributos.

(B) É indelegável, salvo a atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar


tributos.

(C) De acordo com os ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem


requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição,
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da Federação.

(D) Seu não-exercício no tempo, pelo prazo de cinco anos contados da


promulgação da Constituição, implica sua transferência para outro ente
federativo, nos termos de Resolução a ser editada pelo Senado Federal.

(E) A outorga de competências tributárias aos entes federativos afigura-se


como pedra angular da forma federativa de Estado, caracterizado por entes
políticos dotados de autonomia financeira.

Alternativa a) Correta. A competência tributária é a aptidão para a


instituição e regulação de tributos expressamente conferidos pela CF/88 aos
entes políticos. Somente a competência tributária autoriza as pessoas
políticas instituírem tributos, não podendo, como vimos já exaustivamente,
ser delegada a outra pessoa jurídica de direito público.

Alternativa b) Correta. A competência tributária é indelegável, podendo


ser delegada apenas a capacidade tributária, que abrange as funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, bem como de executar leis, serviços, atos
ou decisões administrativas em matéria tributária.

Alternativa c) Correta. É o que consta na lei complementar federal nº


101, de 04 de maio de 2000, em seu artigo 11.

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“Art. 11. Constituem requisitos essenciais da


responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da Federação.”

Alternativa d) Incorreta. A competência tributária é indelegável e


imprescritível, não sendo transferida a outro ente político diferente daquele
a quem a CF/88 atribuiu expressamente em razão do não exercício.
Ademais, a competência tributária é facultativa, cabendo ou não ao ente
competente exercê-la, e ao tempo que entender necessário. Não há
nenhuma regra decadencial quanto ao exercício da competência tributária.

Alternativa e) Correta. A repartição da competência tributária é um dos


pilares do Regime Federativo do Estado, sendo atribuída apenas aos entes
políticos dotados de autonomia financeira, sendo esta decorrente da
competência legislativa e tributária expressamente prevista na CF/88.

21. (CESPE - 2009 - BACEN - Procurador) Uma empresa detém a


propriedade sobre terras agriculturáveis em diversos estados do Brasil, no
ambiente rural, e, em diversos municípios de seu estado de origem, é
proprietária de terras urbanas. Nessa situação, em razão das propriedades
que detém, a empresa torna-se contribuinte de:

a) dois impostos federais e um estadual.

b) dois impostos estaduais e um municipal.

c) um imposto municipal e um federal.

d) um imposto municipal, um estadual e um federal.

e) um imposto municipal e um estadual.

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No nosso atual ordenamento jurídico tributário, a propriedade territorial esta


sujeito, em regra, a apenas um dos dois impostos:

 Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, de


competência dos municípios e do Distrito Federal, conforme o artigo
156, I, da CF/88;

 Imposto sobre a propriedade territorial rural, de competência da


União, conforme o artigo 153, VI, da CF/88.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão, uma vez
que sobre os imóveis rurais irá incidir o ITR, de competência da União.
Sobre os imóveis urbanos, o IPTU, de competência municipal.

22. (CESPE - 2010 - AGU - Procurador) Julgue os itens seguintes, que


versam sobre as competências dos entes federativos no Estado brasileiro.

A CF atribui à União a competência tributária residual, permitindo-lhe


instituir, mediante lei ordinária específica, outros impostos além dos
arrolados em sua esfera de competência, desde que esses impostos não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos arrolados na CF e
sejam não cumulativos.

O texto da assertiva está perfeito, exceto em relação ao normativo a ser


utilizado na instituição de impostos residuais, que é a lei complementar, e
não lei ordinária específica, conforme nos diz o artigo 154, I, da CF/88. Nas
matérias reservadas à lei complementar, expressas no texto constitucional,
somente esta espécie normativa poderá ser utilizada. Nas demais matérias,
pode ser utilizada a lei ordinária, que, em matérias de tributos, tem que
obedecer ainda ao que consta no artigo 150, §6º, da CF/88 quanto a alguns
temas:

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“Art. 150. (...)

§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de


cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só
poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as
matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º,
XII, g.”

Por sua vez, o artigo 154, I, da CF/88, possui a seguinte redação:

“Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no


artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;

(...)”

Assim, a assertiva está incorreta.

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23. (CESPE - 2009 - AGU - Advogado) Com base no Direito Tributário,


julgue os itens que se seguem.

Suponha que determinado tributo criado pela União, com base em sua
competência tributária residual, tenha o produto de sua arrecadação
destinado à formação de reservas cambiais. Nesse caso, o referido tributo
somente poderá ser uma contribuição.

Não há nenhuma outra possibilidade. Se fosse um imposto, e fora dos casos


previstos no artigo 167, IV, da CF/88, não poderia ter sua arrecadação
destinada a nenhum fim pré-estabelecido, uma vez que os impostos são
tributos de arrecadação não-vinculada, regra geral.

Se fosse uma contribuição, a vinculação não poderia ser para esses


motivos.

Não pode ser um empréstimo compulsório, uma vez que este não está
previsto na competência residual do artigo 154, I, da CF/88, mas sim na
competência exclusiva da União.

Logo, não será tributo algum, uma vez que não atende os normativos
constitucionais. Muito menos uma contribuição, o que torna a assertiva
incorreta.

24. (CESPE - 2010 - BRB - Advogado) Quanto ao Sistema Tributário


Nacional, julgue os itens a seguir.

Para que a União tenha competência para instituir impostos residuais por lei
ordinária federal, é suficiente que estes obedeçam ao requisito de não
cumulatividade.

Mais uma vez o mesmo tema: impostos residuais e normativo competente


para instituí-los. Como vimos, somente lei complementar poderá instituir
impostos residuais, devendo ainda ser observado que não poderão ter fatos

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geradores ou bases de cálculos previstos para outros impostos já constantes


na CF/88, conforme o artigo 154, I, da CF/88.

Logo, resta incorreta a assertiva apresentada.

25. (CESPE/2009/DETRAN-DF/Analista - Advocacia) Quanto ao direito


tributário nacional, cada um dos itens a seguir apresenta uma situação
hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

A União efetuou a cobrança do imposto sobre a propriedade territorial rural


(ITR) sobre imóvel localizado nas adjacências do DF que, por sua vez,
efetuou a cobrança do imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana (IPTU), por entender que o imóvel está localizado na zona urbana do
DF. Nesse caso, essa é uma hipótese da ocorrência do bis in idem.

Errada a assertiva apresentada. O bis in iden se refere à cobrança, pelo


mesmo ente político, de dois tributos diferentes sobre a mesma base de
cálculo ou hipótese de incidência, sendo permitida pela CF/88 quando
expressamente autorizada em seu texto, observada a repartição de
competências prevista nesta e em regras relativas à instituição de impostos
residuais.

Por sua vez, a bitributação é a cobrança, por dois entes políticos diferentes,
de tributos, iguais ou diferentes, sobre a mesma base de cálculo ou hipótese
de incidência.

Um determinado imóvel, quanto ao imposto incidente sobre o patrimônio,


somente poderá ser tributado pelo ITR ou pelo IPTU, uma vez que este
imóvel somente pode estar situado na zona urbana ou na rural, e não em
ambas. Desse modo, a bitributação, em regra, é proibida, tendo em vista a
divisão expressa das competências tributárias.

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Porém, apenas nos casos expressamente previstos na CF/88 podemos ter


uma bitributação válida, hipótese que ocorre com a instituição dos impostos
extraordinários de guerra, previstos na competência tributária da União, por
exemplo, quando o legislador federal escolhe uma mesma base de
incidência já prevista para outro tributo presente no texto constitucional.

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

26. (CESPE/2008/MPE-RO/Promotor de Justiça) A lei estadual


estabelece os critérios para cobrança de tributos em conformidade com as
diretrizes constitucionais. No que se refere a esse assunto, assinale a opção
correta.

a) A criação do tributo se dá pela capacidade tributária ativa do ente da


Federação que por lei estabelece a cobrança do tributo.

b) A instituição do tributo ocorre em função da competência tributária do


ente da Federação.

c) O nascimento da obrigação tributária para o contribuinte ocorre com a


distribuição da competência tributária disciplinada na CF.

d) O Poder Legislativo local é que possui a capacidade tributária.

e) O Poder Executivo local é que possui a competência tributária.

Alternativa a) Incorreta. A criação de tributos se dá em razão da


competência tributária, e não da capacidade tributária ativa, que é
decorrente da primeira. Por sua vez, a competência tributária é uma das
vertentes da chamada competência legislativa, que á competência para criar
leis, entre as quais as que instituam os tributos previstos na competência
tributária dos entes políticos.

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Alternativa b) Correta. É por meio do exercício da competência tributária


que os entes políticos podem instituir os tributos nela previstos
expressamente a estes. A instituição dos tributos se dá por meio da
competência legislativa, da qual decorre a competência tributária, que é a
aptidão para criar leis que instituam e regulem tributos.

Alternativa c) Incorreta. O nascimento da obrigação tributária para o


sujeito passivo nasce com a ocorrência, no mundo real, da hipótese de
incidência prevista na lei, chamada de fato gerador, não tendo nada a ver
com a distribuição de competências previstas na CF/88. Essa distribuição
apenas confere a competência tributária de cada ente político para a
instituição e regulação de tributos. Somente com a instituição de tributos, e
consequentemente com a lei que define as hipóteses de incidência que
podem dar origem à obrigação tributária, essa pode ser imputada ao sujeito
passivo que dá origem ao fato gerador.

Alternativa d) Incorreta. Quem possui a competência tributária, bem


como a capacidade tributária, é o ente político previsto expressamente na
CF/88. As duas, por sua vez, são exercidas pelo poder legislativo
(competência tributária legislativa) e pelo poder executivo (capacidade
tributária), conforme o caso.

Alternativa e) Incorreta. Idem à alternativa anterior.

27. (CESPE - 2011 - IFB - Professor - Direito) A competência tributária


é indelegável, não sendo admissível atribuir a outra pessoa jurídica as
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, bem como executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária.

Uma coisa é a competência tributária, esta sempre indelegável. Outra coisa


é a capacidade tributária ativa, que poderá ser delegada a outra pessoa
jurídica de direito público. Quanto à delegação da capacidade tributária,

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esta compreende as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, bem como


executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conforme o artigo 7º do CTN.

Assim, a assertiva é incorreta.

28. (CESPE/2011/IFB/Professor - Direito) Julgue os itens


seguintes, que dizem respeito à competência tributária.

Caso certo município paulista não exerça sua competência tributária, caberá
ao município limítrofe o exercício dessa competência.

Como comentamos em questão passada, a competência tributária não pode


ser exercida por ente estranho àquele a que a CF/88 a tenha atribuído
expressamente. Desse modo, se determinado município paulista não
exercer sua competência tributária, o Município limítrofe não poderá exercer
essa competência.

Assertiva incorreta.

29. (CESPE/2011/IFB/Professor - Direito) À luz da competência


privativa, cabe aos estados, ao DF e aos municípios instituir contribuições
sociais para custeio do sistema de previdência e assistência social de seus
próprios servidores.

Essa redação esteve correta até a publicação da emenda constitucional nº


41/2003, que excluiu a assistência social do sistema de custeio instituído
por meio de contribuição previdenciária criada pelos estados, pelos
municípios e pelo Distrito Federal.

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“§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o
custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de
que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da
contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)”

Hoje, consta apenas a previdência social. Quanto ao mais, o texto mostra-


se correto, exceto, como comentei, em relação a assistência social.

Assertiva incorreta.

30. (CESPE/2009/OAB/Exame de Ordem Unificado - 2/Primeira


Fase) Assinale a opção correta acerca da competência tributária.

a) É lícita a delegação da competência tributária de uma pessoa jurídica de


direito público interno a outra.

b) A União, os estados e o DF têm competência para instituir impostos não


previstos expressamente na CF, desde que sejam não cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados no
texto constitucional.

c) O ente político poderá transferir a terceiros as atribuições de arrecadação


e fiscalização de tributos.

d) Os estados, na forma das respectivas leis, têm competência para instituir


contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.

Alternativa a) Incorreta. A delegação da competência tributária é uma


prerrogativa não prevista em nosso ordenamento constitucional atual,
sendo impossível essa previsão. Somente o ente a quem a CF/88
expressamente atribuiu a competência tributária poderá se utilizar dela,
sendo, assim, indelegável.

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Alternativa b) Incorreta. Somente a União possui competência tributária


residual em matéria de impostos, conforme prevê o artigo 154, I, da CF/88.

Alternativa c) Correta. É a essência da delegação da capacidade


tributária ativa, que poderá ainda conter a delegação para executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conforme
nos diz o artigo 7º do CTN.

Alternativa d) Incorreta. A atribuição para a instituição de contribuição


para o custeio do serviço de iluminação pública é de competência exclusiva
dos municípios e do Distrito Federal, conforme previsão constante no artigo
149-A, incluído pela Emenda Constitucional nº 39/2002.

31. (CESPE/2009/OAB/Exame de Ordem Unificado – 1/Primeira


Fase) É de competência exclusiva da União instituir:

a) contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de


interesse das categorias profissionais ou econômicas.

b) contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

c) contribuição para o custeio do regime previdenciário próprio dos


servidores estaduais.

d) contribuição de melhoria, no caso de investimento público de caráter


urgente e de relevante interesse nacional.

A União é o ente que detém o maior número de tributos em sua


competência tributária, sendo alguns exclusivos e outros presentes em sua
competência comum. Entre os tributos de competência exclusiva, estão,
entre outros, os empréstimos compulsórios (artigo 148 da CF/88), os
impostos extraordinários de guerra (artigo 154, II, da CF/88) e
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse
das categorias profissionais ou econômicas (artigo 149 da CF/88).

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Por sua vez, conforme o artigo 149, §1º, da CF/88, a contribuição para o
custeio do regime previdenciário próprio dos servidores estaduais tem sua
instituição prevista na competência exclusiva dos Estados membros.

A contribuição de melhoria, decorrentes de obras públicas, é de


competência comum, podendo ser instituída por todos os Entes políticos,
conforme nos diz o artigo 145, III, da CF/88.

Assim, resta como correta a alternativa “a”, gabarito da questão.

32. (CESPE/2011/Correios/Analista de Correios - Advogado) Julgue


os itens a seguir, acerca do Sistema Tributário Nacional, da competência
tributária e dos tributos.

Se determinado estado da Federação não tiver instituído o imposto sobre a


propriedade de veículos automotores (IPVA), essa ausência de exercício da
competência tributária não a deferirá a pessoa jurídica de direito público
diversa daquela a que a Constituição Federal de 1988 tenha atribuído tal
competência.

A competência tributária é indelegável, intransferível, imprescritível,


irrenunciável e facultativa. Desse modo, o não exercício da competência
tributária não a defere a nenhum ente político diferente daquele
expressamente atribuída pela CF/88. A prerrogativa de instituir determinado
tributo não pode ser conferida a outro ente, ainda que da mesma natureza
(Estado para Estado; ou Município para Município). Esse é o caráter de
intransferibilidade da competência tributária. Artigo 8º do CTN.

Assim, a assertiva é correta.

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33. (CESPE/2011/EBC/Analista - Advocacia) Com referência ao direito


tributário, julgue os itens subsecutivos.

A competência tributária independe da forma como se dará a repartição da


respectiva receita.

Em relação ao tema “repartição das receitas tributárias”, presente nos


artigos 157 a 159 da CF/88, alguns tributos pertencentes à competência
tributária de um determinado ente têm parcela da sua arrecadação, ou até
mesmo a sua totalidade, repartida com os outros entes federativos.

É o caso, por exemplo, do IPVA, imposto de competência estadual, em que


a CF/88 determinou expressamente que 50% do produto da arrecadação
desse tributo será repartido com o município onde tenha sido licenciado o
veiculo automotor.

Embora uma parte do produto da arrecadação de determinado tributo


possa vir a ser repartido com outro ente político, nada muda em relação à
competência tributária, permanecendo esta intocável, sem que nenhuma
parcela desta seja conferida ao ente político que receberá o recurso. Veja o
que nos diz o artigo 6º, parágrafo único, do CTN:

“Art. 6º (...)

Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída,


no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito
público pertencerá à competência legislativa daquela a que
tenham sido atribuídos.”

Assim, resta como correta a assertiva apresentada.

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34. (CESPE/2011/EBC/Analista - Advocacia) Somente é lícita a


delegação de competência tributária a pessoa jurídica de direito privado se
a função ou encargo referir-se a arrecadação de tributos.

A capacidade tributária ativa poderá ser delegada por uma pessoa jurídica
de direito público a outra, o mesmo não sendo possível em relação à
competência tributária, a qual é indelegável, seja a pessoa jurídica de
direito público ou de direito privado. Essa é a previsão do artigo 7º do CTN.

Quanto à capacidade, poderão ser delegadas, conforme o texto do artigo 7º


do CTN, as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, e não
apenas a de arrecadar tributos. Essa delegação da capacidade se refere a
pessoas jurídicas de direito público.

Não poderá haver a delegação da capacidade tributária a pessoas jurídicas


de direito privado. Por sua vez, a simples função de arrecadar tributos não é
considerada como delegação, situação que ocorre quanto aos bancos
oficiais, que são autorizados pelos entes políticos a arrecadar e recolher os
tributos de competência dos Entes. É o que nos diz o artigo 7º, §3º.

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

35. (CESPE/2008/SEMAD-ARACAJU/Procurador Municipal) Julgue os


itens que se seguem, de acordo com as normas do direito tributário.

A União pode instituir isenções de tributos da competência municipal, desde


que haja anuência do respectivo município.

Questão simples, que tratou da competência tributária quanto à instituição


de tributos e à regulação de temas a eles relativos.

Uma vez que apenas o ente competente para a instituição de tributos é


também competente para dispensar o pagamento, somente por meio de lei
municipal poderá ser concedida isenção relativa a qualquer tributo

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municipal, não podendo isso ser feito nem mesmo por meio de lei da União
Federal.

Tanto a instituição de tributos quanto a renúncia dos mesmos,


prerrogativas presentes na competência tributária dos entes políticos,
possuem as mesmas características, sendo indelegável, imprescritível,
irrenunciável e facultativo apenas ao Ente que a possui. Essa interpretação
decorre ainda do que consta no artigo 151, II, da CF/88, que assim nos diz
em seu texto:

“Art. 151. É vedado à União: (...)

III - instituir isenções de tributos da competência dos


Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Assim, resta incorreta a assertiva.

36. (CESPE/2011/EBC/Analista de Administração) Julgue os itens


que se seguem, relativos a aspectos tributários.

Compete à União instituir impostos sobre importação; exportação; rendas e


proventos; produtos industrializados; operações de crédito, câmbio e
seguro, ou relativas a títulos e valores mobiliários; propriedade territorial
rural e grandes fortunas.

Todos esses tributos estão previstos nos incisos I a VII do artigo 153 da
CF/88, que trata dos impostos de competência da União. Veja a redação
desse artigo conforme consta no texto magno:

“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros;

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou


nacionalizados;

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III - renda e proventos de qualquer natureza;

IV - produtos industrializados;

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a


títulos ou valores mobiliários;

VI - propriedade territorial rural;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.”

Assim, resta correta a assertiva apresentada

37. (CESPE/ANATEL/Advogado/2014) De acordo com a CF, compete


privativamente à União instituir, entre outros, os seguintes tributos:
imposto de importação, imposto de exportação, imposto de renda,
empréstimos compulsórios e impostos extraordinários, neste último caso em
situação de iminência ou de guerra externa, compreendidos ou não em sua
competência tributária.

De acordo com o que vimos anteriormente, a União pode instituir os


seguintes tributos de forma privativa/exclusiva:

 Imposto de Importação – II (artigo 153, I);


 Imposto sobre a Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados
para o exterior – IE (artigo 153, II);
 Imposto sobre e renda e proventos de qualquer natureza – IR (artigo
153, III)
 Imposto sobre produtos Industrializados – IPI (artigo 153, IV);
 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos e valores mobiliários – IOF (artigo 153, V)
 Imposto sobre a propriedade territorial rural – ITR (artigo 153, VI);
 Imposto sobre grandes fortunas – IGF ((artigo 153, VII);

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 Empréstimos Compulsórios, seja em razão de calamidade pública,


guerra externa ou sua iminência, ou ainda no caso de investimento
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional – EC
(artigo 148, I e II);
 Contribuições de Intervenção no domínio econômico – CIDE (artigo
149 e 177, §4º);
 Contribuições para a seguridade social (artigo 195 e 239; artigo 74,
75, 84 e 90, da ADCT);
 Contribuições sociais (artigo 212, §5º, e 240);
 Contribuições corporativas – categorias profissionais ou econômicas
(artigo 149).
 Impostos extraordinários de Guerra – IEG (artigo 154, II, da CF/88),
na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Assim, resta correta a assertiva apresentada.

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Gabarito

1 E 14 A 27 E
2 D 15 C 28 E
3 D 16 C 29 E
4 C 17 D 30 C
5 E 18 E 31 A
6 C 19 E 32 C
7 C 20 D 33 C
8 EE 21 C 34 E
9 C 22 E 35 E
10 A 23 E 36 C
11 A 24 E 37 C
12 C 25 E
13 CCC 26 B

Aluisio de Andrade Lima Neto


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