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Direito Tributário para o TCE/PR Com vídeo Aulas

Teoria e questões comentadas


Prof. Aluisio Neto Aula 08

AULA 08

SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação Inicial 01
Crédito tributário: Conceito e Classificação 03
Fases da Relação Tributária 06
Obrigação tributária x Crédito tributário 09
Responsabilidade Funcional dos Agentes Fiscais 11
Lançamento Tributário e Modalidades de Lançamento 13
Lei Aplicada ao Fato Gerador para efeitos de
19
Lançamento (Lei formal e lei material)
Modificação dos Critérios Jurídicos adotados no
27
lançamento
Lançamento Tributário e Valor Tributário em Moeda
31
Estrangeira
Revisão do Lançamento 32
Modalidades de Lançamento 35
Lançamento por Declaração 35
Lançamento de Ofício 38
Lançamento por Homologação 44
Arbitramento da Base de cálculo 54
Questões Propostas 57
Gabaritos 89

Olá, amigo concurseiro e futuro servidor!

Chegamos à oitava aula do nosso curso de direito tributário para o


concurso de Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná
(TCE/PR).

Nessa aula iremos tratar dos seguintes temas:

 Crédito tributário: conceito e constituição;

 Lançamento do crédito tributário (modalidades, hipóteses de


alteração do lançamento).

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Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao
nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos
em seus estudos. Seguem ainda os meus contatos:

aluisioalneto@gmail.com

www.facebook.com/prosatributaria

www.facebook.com/aluisioalneto

Boa sorte! E bons estudos!

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Crédito tributário: Conceito e Constituição

No primeiro item da aula de hoje estudaremos a materialização da obrigação


tributária, que se dá por meio do lançamento do crédito tributário, podendo
ser definido como aquele que dá “vida” e “substância” à relação jurídico-
tributária oriunda da ocorrência do fato gerador.

Com a formalização do crédito tributário podemos dizer que a obrigação


tributária se torna “palpável”, medida, podendo ser quantificada. Podemos
dizer que a formalização do crédito tributário é o quinto passo para que o
Estado possa cobrar tributos (ou penalidades pecuniárias) do sujeito passivo.
Sem o lançamento do crédito tributário, a obrigação tributária possuí
natureza apenas abstrata, sem que possa ser quantificada.

E quais são os passos anteriores à formalização do crédito tributário? O 1º é


a hipótese de incidência, ou o fato gerador in abstrato. O 2º, a subsunção do
fato material à norma legal, quando teremos o fato gerador in concreto. Com
o fato gerador, nasce o 3º passo, que é o surgimento da obrigação tributária.
Por sua vez, o 5º é o crédito tributário.

“Epa, Virgulino! Pulou o 4º!!”

Foi de propósito. O 4º passo é o lançamento do crédito tributário, passo que


veremos com muito mais detalhes logo após estudar o crédito tributário. O
lançamento tributário, em síntese, é o procedimento administrativo que visa
formalizar o crédito tributário, o qual materializa a obrigação tributária
surgida com a ocorrência do fato gerador.

É através do lançamento que se define com precisão o montante do tributo


e/ou da penalidade pecuniária que constitui a obrigação tributária principal.
Com o lançamento, são definidas a base de cálculo, a alíquota, o sujeito
passivo, o prazo para pagamento, entre outros elementos importantes.
Veremos mais detalhes sobre o lançamento logo adiante. Voltemos ao crédito
tributário.

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A natureza do crédito tributário está prevista no artigo 139 do CTN, que


assim nos diz:

“Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal


e tem a mesma natureza desta.”

Assim, o crédito tributário tem a mesma natureza da obrigação


tributária principal, sendo decorrente da imposição de um tributo ou de
uma penalidade pecuniária aplicada ao sujeito passivo, originando-se sempre
de umas dessas duas fontes, ou de ambas, conforme o caso. O crédito
tributário, assim, é a formalização de uma obrigação pecuniária do
contribuinte frente ao Estado, tendo natureza de direito público. Se a
obrigação tributária principal, como vimos, tem natureza pecuniária, de dar
algo, o crédito tributário também possui essa natureza. Ok? O crédito
tributário, repito, possui natureza pecuniária, estando relacionado a uma
obrigação de ordem pública, coercitiva.

Por sua vez, como comentei anteriormente, o crédito tributário é


constituído por meio do lançamento tributário, momento em que é
formalizada a obrigação de pagar um tributo ou uma multa, conforme a
redação do artigo 142 do CTN, o qual veremos ao estudar o lançamento do
crédito tributário, atividade privativa das autoridades administrativas. Por
enquanto, guarde bem isso:

Por fim, temos que o crédito tributário é o meio pelo qual poderá ser exigida
a obrigação tributária surgida com o fato gerador. Com o lançamento, a
obrigação tributária, antes ilíquida, torna-se líquida e certa, quantificada por
meio do crédito tributário. Assim, o lançamento do crédito tributário tem
como finalidade QUALIFICAR E QUANTIFICAR a obrigação tributária,

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determinando o quantum de tributo a ser pago aos cofres públicos por meio
da constituição do crédito tributário.

Lembra-se dos passos que falei logo no começo da aula? Veja uma figura
ilustrativa:

Vamos agora às fases da relação tributária. Em frente, espartanos!

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Fases da Relação Tributária

Antes de ser constituído por meio do lançamento, não há crédito tributário a


ser exigido do sujeito passivo, uma vez que a simples presença do
nascimento da obrigação tributária não significa, isoladamente
considerada, o concomitante nascimento do tributo, mas apenas da
obrigação de pagá-lo. Apenas o lançamento torna a obrigação, antes ilíquida,
em algo líquido (quantificável) e certo, passando a existir por meio do crédito
tributário.

Somente após o lançamento é que se poderá exigir algo do sujeito passivo,


hipótese em que falamos da EXIGIBILIDADE do crédito tributário. Essa é
entendida como a qualidade conferida ao montante tributário constituído por
meio do lançamento que possibilita ao Fisco cobrar os valores do sujeito
passivo. Ou seja, torna-se passível a cobrança dos valores surgidos com o
lançamento.

A exigibilidade do crédito tributário é a segunda fase da relação jurídica


tributária, que poderá ter mais uma depois dessa, caso os valores lançados
não venham a ser pagos pelo sujeito passivo no prazo previsto na legislação
tributária: a exequibilidade, entendida como a possibilidade dos bens do
sujeito passivo serem executados pela Fazenda Pública para saldar os débitos
tributários, e após a devida inscrição do crédito tributário em dívida ativa do
ente político competente para a cobrança. Nesse caso, dizemos que o crédito
tributário é exequível, ou executável.

Veja as fases da relação tributária:

1) Nascimento da obrigação tributária  hipótese de incidência +


ocorrência do fato gerador in concreto;

2) Exigibilidade do crédito tributário  hipótese de incidência +


ocorrência do fato gerador + lançamento = formalização do crédito
tributário;

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3) Exequibilidade do crédito tributário  hipótese de incidência +


ocorrência do fato gerador + lançamento + inscrição em dívida ativa +
execução dos bens do sujeito passivo para pagamento dos valores
devidos e inscritos.

A terceira fase nem sempre existe, uma vez que, caso o sujeito passivo salde
os valores devidos, haverá a extinção do crédito tributário, não havendo
valores mais a serem executados. Assim, peço que guarde bem essas fases
da relação tributária, pois elas costumam ser exigidas em prova, ainda que
implicitamente.

Observe que o “surgimento” de uma nova fase faz com que a relação
tributária também seja alterada. Como a simples hipótese de incidência
prevista na norma tributária, teremos apenas a simples hipótese de
incidência.

Caso seja observada no mundo real a ocorrência do fato gerador, teremos o


nascimento da obrigação tributária, a segunda etapa da historinha tributária.
Até ai, existe apenas a obrigação de pagar o tributo, mas o sujeito passivo
ainda não sabe em que montante aquele será devido, em teoria, uma vez
que ainda não houve a formalização de nada, a qual se dá com o lançamento
do crédito tributário.

Ocorrendo o lançamento, tema que veremos logo em seguida, os valores


devidos passam a ser exigíveis, e o montante do tributo já é conhecido,
momento em que o Fisco já pode cobrar os valores devidos. Aqui, falamos
em EXIGIBILIDADE. No CTN, a exigibilidade está diretamente relacionada à
constituição do crédito tributário por meio do lançamento.

Caso o sujeito passivo não pague os valores devidos dentro do prazo previsto
na legislação tributária, e estando o crédito tributário definitivamente
constituído, o débito será enviado para cobrança em dívida ativa do ente
político competente para exigir o tributo respectivo. Nessa fase, o crédito
tributário passa a ser exequível, com o Estado podendo executar o sujeito

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passivo por meio dos seus bens, caso os valores não sejam novamente
saldados. Aqui, falamos em EXEQUIBILIDADE do crédito tributário.

Vamos em frente!

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Obrigação tributária x crédito tributário

Embora o crédito tributário seja decorrente da obrigação tributária que lhe


deu origem, e tendo os dois institutos a mesma natureza, o CTN deu à
obrigação tributária natureza AUTÔNOMA em relação ao crédito
tributário dele originário. Como assim? Veja o que nos diz o artigo 140 do
CTN:

“Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito


tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou
os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu
origem.”

Como vimos, primeiramente há o nascimento da obrigação tributária para só


então vir a surgir o crédito tributário. O primeiro é oriundo do fato gerador,
enquanto o segundo nasce com o lançamento. Ou seja, a obrigação
tributária é anterior ao crédito tributário, existindo aquela sem que
ainda exista este. Podemos ter obrigação tributária sem crédito tributário,
mas não o contrário, uma vez que este decorre daquele.

Após o lançamento, poderão existir circunstâncias ou situações que, por


exemplo, venham a suspender a exigibilidade ou a extinguir o crédito
tributário, ou ainda conferir a ele maiores garantias ou privilégios.

Entretanto, em nenhuma das situações a obrigação tributaria será


modificada, permanecendo inalterada. Caso determinado sujeito passivo,
por exemplo, vá até o judiciário e prove que o lançamento de determinado
crédito tributário foi realizado de maneira irregular e em valores maiores que
o devido, por exemplo, haverá a anulação do lançamento e do consequente
crédito tributário ora imposto. A obrigação tributária, contudo, permanece
existente (supondo, claro, que o fato gerador realmente ocorreu).

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A obrigação de pagar o tributo, contudo, não será alterada em razão da


anulação do lançamento e do crédito tributário por aquele constituído,
permanecendo o contribuinte com a obrigação de saldar sua dívida perante o
fisco. Qualquer outra situação que venha a alterar ou modificar o lançamento
não irá afetar a obrigação tributária nascida com o fato gerador, uma vez que
aquela é anterior a este e ao lançamento. Repito: supondo que a anulação
não implique reconhecer, também, que o fato gerador está errado ou
equivocado, situação que macula também a existência da obrigação
tributária.

Assim, não afetam a obrigação tributária:

 As circunstâncias que modificam o crédito tributário (alterações e


cancelamentos do lançamento; modificação do valor do crédito
tributário, entre outras);
 As circunstâncias que modificam a extensão do crédito tributário
(redução da incidência sobre um ou outro contribuinte/responsável,
redução de alíquotas, entre outras);
 As circunstâncias que modificam os efeitos do crédito tributário (causas
de suspensão da exigibilidade, contidas no artigo 151 do CTN);
 As garantias ou privilégios atribuídos ao crédito tributário (presentes,
genericamente, nos artigos 183 a 193 do CTN);
 As causas que excluem a exigibilidade do crédito tributário (isenções e
anistias, presentes no artigo 175 do CTN).
Guarde bem essas situações! Muitas questões de prova cobram a literalidade
do que consta nos itens que acabei de apresentar a você. Vejamos agora a
responsabilidade funcional dos agentes fiscais.

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Responsabilidade Funcional dos Agentes Fiscais

Com a constituição do crédito tributário nasce para o sujeito passivo o dever


de pagar tributo, nascendo para o Estado o direito de receber os valores
contidos no montante a ser pago por aquele, passando a constituir receita
pública de natureza derivada.

Diante disso, não é conferido aos agentes fiscais o poder de modificar ou


extinguir o crédito tributário devido sem que sejam observadas as regras
expressamente previstas em lei. O mesmo se observa nos casos de
suspensão ou exclusão da exigibilidade, que também deve obediência estrita
ao que prevê a lei.

Veja o que nos diz o artigo 141 do CTN sobre o tema:

“Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído


somente se modifica ou extingue, ou tem sua
exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos
previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na
forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.”
(Grifos nosso)

Para modificar o crédito tributário regularmente lançado, a autoridade fiscal


deverá observar estritamente o que diz o CTN, especialmente os artigos 145
e 146, a serem estudados posteriormente.

Para poder extinguir o crédito tributário, a autoridade fiscal deve se ater


apenas ao que determina o artigo 156 do CTN, que trata das causas de
extinção do crédito tributário. Para que venha a suspender a exigibilidade,
deve ser ater fielmente ao que determina, precipuamente, o artigo 151 do
mesmo Código. Por fim, para a exclusão da exigibilidade, o artigo 175 do
CTN.

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Ao descumprir o que determina a lei quanto ao crédito tributário e à sua


modificação, suspensão, extinção e exclusão, a autoridade que der causa à
ilegalidade será responsabilizada funcionalmente, conforme previsto em
lei. A atuação da autoridade administrativa, nesses casos, é estritamente
vinculada ao que determina a lei tributária. Quanto à responsabilização
funcional, as penalidades podem ser aplicadas tanto na esfera administrativa
quanto na penal, ou em ambas, cumulativamente.

Vamos agora ao lançamento tributário. O 5º passo do processo.

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Lançamento Tributário e Modalidades de Lançamento

Estudaremos agora o lançamento do crédito tributário, que é o ato


administrativo que formaliza a obrigação tributária surgida com a
ocorrência do fato gerador. E ele, o lançamento, que diz: “Beleza, Fisco,
agora pode cobrar os valores do sujeito passivo. Tá tudo formalizado. Boa
sorte”.

É por meio do lançamento que se determina o quantum a ser pago pelo


sujeito passivo, QUANTIFICANDO E QUALIFICANDO a obrigação
tributária, conferindo a esta exigibilidade. Desse modo, o crédito tributário
não nasce nem com o fato gerador e nem com a obrigação tributária,
mas sim com o lançamento. Somente com o lançamento é que se tem o
crédito tributário, sendo este constituído por aquele.

O ato de lançamento para a constituição do crédito tributário é atividade


privativa das autoridades administrativas, conforme disposição expressa
constante no CTN. Entenderemos melhor como se dá, materialmente, o
lançamento, quando estudarmos, mais adiante, as modalidades desse.

Quanto à constituição do crédito tributário, devemos ter em mente que este


pode se constituído também por duas maneiras atualmente reconhecidas por
jurisprudência pacífica, sem que seja necessária qualquer intervenção
de uma autoridade administrativa, ou seja, sem a necessidade do regular
lançamento por essa. São elas:

 Entrega de declarações exigidas na legislação tributária, como a famosa


Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), em que o
contribuinte declara seus débitos e créditos apurados no período e os
envia à administração tributária federal, confessando os valores
constantes na declaração e constituindo o crédito tributário sem que
seja necessária a intervenção da autoridade administrativa. Nesses
casos, há a constituição formal do crédito tributário, não sendo
necessário qualquer outro ato da autoridade administrativa.

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Outro exemplo de constituição do crédito tributário sem a necessidade


da intervenção da autoridade administrativa é em razão do envio da
GIA (Guia de Informação e Apuração do ICMS) no caso do ICMS, e da
GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência
Social), no caso de contribuições sociais para a seguridade social e do
FGTS.

Esse tipo de lançamento está diretamente relacionado aos chamados


tributos sujeitos a lançamento por homologação, que estudaremos em
seguida.

“(...) nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a


apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários
Federais - DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS
- GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em
lei, é suficiente para a cobrança dos valores nela declarados,
dispensando-se qualquer outra providência por parte do
Fisco. (STJ, AgRg no REsp 1259563/PE, de 06/10/2011)”

“Súmula STJ nº 436: A entrega de declaração pelo


contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito
tributário, dispensada qualquer outra providência por parte
do fisco.”

Nesses casos, o envio das declarações pelo sujeito passivo


importa em confissão de dívida por este e na constituição
formal do crédito tributário, sendo dispensável a
homologação formal do lançamento por parte da autoridade
competente. Não há nem mesmo a necessidade de prévia
notificação ao sujeito passivo nem a instauração de regular
processo administrativo. Sendo declarado e não pago, poderá
o débito ser inscrito automaticamente em dívida ativa. Esse é
o atual entendimento do STJ.

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 Por meio de ato judicial, conforme prevê o artigo 114, VIII, da CF/88,
em razão de sentenças proferidas pela Justiça do Trabalho relativas ao
pagamento de valores em dinheiro, nas quais devem ser recolhidas as
contribuições previdenciárias devidas.

“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


(...)

VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais


previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir; (...)”

O segundo caso é a único exemplo de exceção à obrigatoriedade de


autoridade administrativa para o lançamento do crédito tributário, hipótese
em que esse será realizado por uma autoridade judiciária. Nos demais casos,
sempre teremos uma autoridade administrativa. Por sua vez, conforme o
CTN, somente a essa cabe o ato de lançamento tributário.

Muito embora tenhamos apresentado os dois itens anteriores, em regra, o ato


de lançamento do crédito tributário é ato privativo da autoridade
administrativa. Devemos ter muito cuidado com questões que cobram esse
tema, uma vez que as bancas podem considerar que o ato é realmente
privativo, sem considerar as exceções que citei, bem como considerar que
existe essa exceção, não obstante o que diz expressamente o CTN. Atenção!
Todo cuidado é pouco! Atenção quanto às questões que cobrem esse tema
(privatividade do lançamento do crédito tributário por autoridade
administrativa)

O conceito legal do que vem a ser o lançamento tributário está previsto no


texto do artigo 142 do CTN, o qual deve ser lido e relido, uma vez que é de
grande importância para a sua prova. Preste bastante atenção:

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“Art. 142. Compete privativamente à autoridade


administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a
matéria tributável, calcular o montante do tributo
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso,
propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento


é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade
funcional.” (Grifos nosso)

Como podemos notar, o lançamento é um procedimento administrativo,


ou seja, constitui-se numa sequencia de atos previamente definidos,
organizados e intimamente relacionados, tendo como objetivo uma finalidade
específica, qual seja, constituir o crédito tributário. Ele não é realizado de
qualquer maneira, mas sim respeitando regras e formas previamente
definidas na legislação tributária.

Como finalidades, a atividade lançamento tem as seguintes:

 Verificar a ocorrência do fato gerador in abstrato (hipótese de


incidência) e a sua adequação ao que ocorreu no mundo dos fatos;

 Determinar a matéria tributável, ou o que deve ser tributado;

 Calcular o montante do tributo devido pelo sujeito passivo,


determinando a base de cálculo e a alíquota aplicável a cada situação;

 Identificar o sujeito passivo da obrigação tributária, seja ele


contribuinte ou responsável;

 Propor, nos casos em que isto se mostrar cabível, a aplicação de


penalidade em razão do descumprimento da obrigação tributária
principal ou acessória.

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Por sua vez, na atividade de lançamento, deve ser seguido o princípio


documental, que, conforme o STF, “consiste no acréscimo de um plus à
configuração do fato gerador, com a exigência de que, além da essencial
consistência do fato, ato ou negócio que nele se contém (gestum) id quod
interest – tal fato tenha por forma de exteriorização uma versão documental,
um scriptum, um instrumento específico (RE 390840/MG, de 09/11/2005).”

O lançamento é um procedimento administrativo que segue o


PRINCIÍPIO DOCUMENTAL, uma vez que deverá conter a totalidade dos
elementos necessários à identificação da obrigação tributária que deu origem
ao surgimento do crédito tributário por ele constituído.

Um ponto muito importante sobre o lançamento: a natureza desse é


DECLARATÓRIA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA e CONSTITUTIVA DO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO, uma vez que a obrigação tributária já existe ao
tempo do lançamento, tendo este apenas o condão de verificar a sua
existência, enquanto que o crédito tributário é oriundo do lançamento, com
este fazendo nascer aquele.

Em relação aos efeitos do lançamento tributário, este possui efeitos EX


TUNC, já que retroage para alcançar os efeitos surgidos com o nascimento
da obrigação tributária, desde o momento em que este foi verificada.
Veremos melhor esse tema no próximo item da nossa aula. Por enquanto,
tenha em mente apenas que o lançamento possui efeitos ex tunc.

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O parágrafo único do artigo 142 traz ainda outra característica importante do


lançamento, qual seja, seu caráter vinculado, não cabendo à autoridade
administrativa ponderar entre lançar ou não lançar determinado tributo ou
penalidade pecuniária. A atividade administrativa de lançamento é ato
vinculado e obrigatório, podendo o servidor ser responsabilizado
funcionalmente em decorrência da inobservância dessa previsão. Para que
seja realizada, deve ser sempre seguido o que consta na lei, tendo em vista o
princípio da legalidade.

(Questão 01) Ao procedimento administrativo tendente a verificar a


ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito
passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível, o Código
Tributário Nacional dá o nome de:

a) processo administrativo fiscal.

b) Auto de Infração.

c) lançamento.

d) Representação Fiscal.

e) Notificação de Lançamento.

Conforme vimos anteriormente, o artigo 142 do CTN nos diz em seu texto
que o “procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo
caso, propor a aplicação da penalidade cabível” diz respeito ao lançamento do
crédito tributário.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

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Lei aplicada ao fato gerador para efeitos de lançamento (lei formal e


lei material)

O artigo 144 do Código Tributário nos diz o seguinte:

“Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência


do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então
vigente, ainda que posteriormente modificada ou
revogada.

§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que,


posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação,
tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das
autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores
garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o
efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos


lançados por períodos certos de tempo, desde que a
respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato
gerador se considera ocorrido.”

O lançamento do crédito tributário relativo a tributos se faz tomando


em consideração todos os normativos vigentes à época da ocorrência
do fato gerador, ainda que aquele (o lançamento) somente venha a ser
feito após a revogação ou alteração da lei. Ele RETROAGE à data da
ocorrência do fato gerador da obrigação

Imagine que em 2011 determinada lei nº 11.111 previa que a alíquota de


determinado tributo era de 7%. Na vigência dessa lei, Virgulino deu origem
ao fato gerador do tributo hipotético, mas deixou de efetuar os recolhimentos
devidos.

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Dois anos depois, em 2013, para o mesmo tributo, estava em vigor a lei nº
11.400, que previa a revogação da lei nº 11.111 e ainda estipulava uma nova
alíquota de 15% para as mesmas situações presentes na lei revogada.

Em 2014, a autoridade administrativa, tomando conhecimento da obrigação


tributária surgida com o fato gerador em 2011, lavrou auto de infração contra
Virgulino. Que alíquota ele utilizou? Você (ainda bonzinho porque ainda não é
fiscal, mas será logo, logo) responde na ponta da língua: “7%, claro,
professor”.

Mas está correto. Muito bem! E se em vez de 7%, a nova lei tivesse
estipulado a alíquota de 4%? “Seria 4%, já que a lei só vem para beneficiar o
réu, professor”. E quem disse que sujeito passivo é réu? Na esfera
administrativa, ou é contribuinte ou é responsável, considerando o mesmo
tributo e operação. Concorda?

Se o fato gerador ocorreu na vigência da lei nº 11.111, esta será a lei a ser
considerada para fins de apuração da base de cálculo, da alíquota, das
deduções, compensações, traduções, jargões... TUDO!

A lei nº 11.111 será considerada ainda que no outro dia, quiçá, no mesmo
dia, ela seja revogada. Independente de quando foi feita a fiscalização, a
intimação, a lavratura de auto de infração, entre outros. Não importa, ela, a
lei nº 11.111, de 2011, será utilizada.

Observe que ainda que a lei venha a ser alterada ou revogada, as regras que
continuarão a reger o lançamento são aquelas presentes na data do fato
gerador, e não as da atual lei em vigor.

É como se a lei obrigasse a autoridade administrativa a voltar no tempo e


aplicar a legislação vigente à época da ocorrência do fato gerador. Cabe a ele
aplicar a lei vigente no tempo pretérito.

Assim é o caso, por exemplo, de determinada empresa industrial ter deixado


de recolher IPI em relação aos produtos que produz, sendo que, à época da
produção, em 2000, a alíquota vigente para o produto fabricado era de 12%,

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ano em que ele produziu diversos guardanapos de papel. Dois anos mais
tarde a lei foi alterada, passando a prevê alíquota de 18%.

Para o lançamento do IPI devido e não pago em 2000, deverá ser aplicada a
alíquota de 12%, uma vez que esta e que vigorava à época do fato gerador.
Para os produtos produzidos posteriormente à alteração da alíquota para
18%, este será o percentual a ser aplicado.

Nesses casos, estaremos diante da aplicação de uma lei de conteúdo apenas


material ou substantiva, uma vez que a mesma poderá estar revogada ou
modificada ao tempo do lançamento, bastando apenas que estivesse vigente
ao tempo da ocorrência do fato gerador.

Em relação ao fato gerador, não resta dúvida: a legislação aplicada será


aquela vigente ao tempo de sua ocorrência, e o lançamento deve se
reportar a essa data.

Contudo, essa regra não será utilizada em relação às situações previstas no


§§1º do artigo 144, aplicando-se a legislação vigente ao tempo do
lançamento do crédito tributário. As situações são as seguintes:

 Lei que tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de


fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades
administrativas;

Como exemplo desse tipo de lei, temos as que conferem às autoridades


administrativas maiores privilégios e prerrogativas quanto à
investigação de contas, bens, transações e compras do sujeito passivo,
por exemplo, bem como ampliando os poderes relativos à possibilidade
da quebra de sigilo fiscal, podendo ser aplicada de forma retroativa aos
fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei.

Nessas situações, os novos critérios de apuração ou processos de


fiscalização poderão ser utilizados para determinada imposição
tributária relativa a tributo anterior à publicação da lei, tendo em vista
os novos dados de que dispõe a Fazenda Pública para efetuar o correto
lançamento tributário.

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 Lei que tenha outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios,


exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.

Esses são os casos que uma determina lei, por exemplo, amplia o rol de
garantias a serem concedidas para que o sujeito passivo salde os
débitos em aberto, ou que amplia o prazo de decadência do lançamento
tributário, dando ao Fisco um tempo maior para agir.

A possibilidade acima somente não será possível caso venha a


aumentar as garantias ou os privilégios atribuindo responsabilidade
tributária a terceiros, devendo, nesses casos, ser aplicado o princípio da
irretroatividade, uma vez que a imposição tributária é sempre posterior
à lei. As novas garantias e privilégios poderão ser outorgadas
retroativamente, exceto se essa outorga resultar em atribuição de
responsabilidade a terceiros, vedado pelo CODEX.

Quanto aos dois casos acima, temos o que a doutrina e a jurisprudência


chamam de leis de caráter formal ou de caráter processual, uma vez
que se relacionam apenas a critérios formais do lançamento, e não ao
próprio tributo em si. Essas leis, assim, possuem efeitos retroativos.
Conforme o STJ, essas normas são chamadas de normas procedimentais, já
que, como falei, referem-se a aspectos formais do crédito tributário, tendo,
inclusive, aplicação IMEDIATA, não se submetendo a nenhum princípio
constitucional tributário.

Veja o que nos diz o STJ sobre o tema:

“O STJ possui entendimento consolidado no sentido de que a


legislação que institui novos procedimentos fiscalizatórios
pode ser aplicada na constituição de créditos tributários cujo
fato gerador tenha ocorrido antes da sua entrada em vigor.
(REsp 1212780/SP, de 15/02/2011).”

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“A jurisprudência pacífica desta Corte é no sentido de que a


Lei n. 10.174/01 e a Lei Complementar n. 105/01, que
autorizam a utilização de dados da CPMF pelo Fisco para
apuração de eventuais créditos tributários referentes a
outros tributos, não ofendem o princípio da irretroatividade
da lei tributária, na medida em que são normas
procedimentais e, por essa razão, não se submetem ao
princípio da irretroatividade das leis, ou seja, incidem de
imediato, ainda que relativas a fato gerador ocorrido antes
de sua entrada em vigor. (AgRg no REsp 1044373/SP, de
06/10/2009).”

“(...) O artigo 144, § 1º, do CTN prevê que as normas


tributárias procedimentais ou formais têm aplicação
imediata, ao contrário daquelas de natureza material, que
somente alcançariam fatos geradores ocorridos durante a sua
vigência.

6. Os dispositivos que autorizam a utilização de dados da


CPMF pelo Fisco para apuração de eventuais créditos
tributários referentes a outros tributos são normas
procedimentais e, por essa razão, não se submetem ao
princípio da irretroatividade das leis, ou seja, incidem de
imediato, ainda que relativas a fato gerador ocorrido antes
de sua entrada em vigor. (REsp 1039364/ES, de
16/09/2008).”

Diferentemente é o caso de leis que reduzem penalidades pecuniárias a


serem impostas em razão do descumprimento do que prevê a legislação
tributária. Caso uma infração seja apurada pela fiscalização tributária e que
importe em imposição de uma penalidade pecuniária, a lei a ser aplicada
deve ser a mais favorável ao sujeito passivo, desde que não existente a coisa
julgada ou a extinção do crédito tributário em razão do que consta no artigo
156 do CTN.

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Se, por exemplo, no exemplo que demos no inicio desse item da aula a
redução tivesse sido quanto ao percentual de multa a ser aplicado, esse seria
o percentual a ser aplicado, e não o vigente ao tempo da ocorrência do fato
gerador. Caso o percentual fosse maior do que o anteriormente previsto,
seria aplicado o vigente ao tempo da ocorrência do fato gerador.

Por fim, o §2º dispõe que a previsão constante no caput do artigo 144 do
CTN não será aplicada em relação aos tributos lançados por período certo de
tempo, sendo os mesmos vigentes pelas leis que os regulam na data da
ocorrência do seu fato gerador. Como exemplo desses tributos, temos o ITR e
o IPTU.

Disso tudo podemos ainda definir que o constante no caput do artigo 144 do
CTN se refere às leis de conteúdo material, enquanto o constante em seu §1º
trata das leis de conteúdo formal, já que se refere a novos critérios de
apuração e fiscalização.

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(Questão 02) Em 15/08/2008 a empresa “ASSEM TOS” realizou a venda de


300 cadeiras executivas, sendo que não declarou tal operação à Fazenda
Estadual e, tampouco promoveu o recolhimento do ICMS sobre a referida
operação. Em 23/10/2009 teve início fiscalização tributária estadual na
empresa, sendo que em 25/03/2010 foi lavrado o auto de infração,
promovendo o lançamento sobre a mencionada operação. Em análise à
legislação tributária, constata-se que a alíquota de ICMS incidente sobre tais
operações sofreu variações, sendo de 12% para o ano de 2008; 17% para o
ano de 2009 e 7% para o ano de 2010. Com base em tais informações, a
imposição tributária deve se dar com a aplicação da alíquota de:

a) 12%, adotando-se por base a data do fato gerador.

b) 17%, considerando a data do início de fiscalização, após a qual não se


admite a denúncia espontânea.

c) 7%, uma vez que o efetivo lançamento tributário ocorreu em 2010, com o
auto de infração.

d) 17%, uma vez que a sonegação praticada pelo contribuinte impõe a


adoção da alíquota mais elevada.

e) 7% em função do princípio da retroatividade benéfica em matéria


tributária.

Diante do que foi estudado, deve ser aplicada a alíquota vigente ao tempo da
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, qual seja, a de 12%,
tendo em vista o que dispõe o artigo 144, caput, do CTN. Logo, resta como
correta a alternativa “a”.

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(Questão 03) Avalie as indagações abaixo e em seguida assinale a resposta


correta.

• É vedada a aplicação ao lançamento da legislação que, posteriormente à


ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha ampliado os poderes de
investigação das autoridades administrativas?

• O crédito tributário tem a mesma natureza da obrigação tributária


principal?

• A lei vigente à data da ocorrência do fato gerador da obrigação, que tenha


sido posteriormente revogada, é aplicável ao lançamento do crédito
tributário?

a) Sim, sim, sim.

b) Sim, sim, não.

c) Sim, não, sim.

d) Não, sim, sim.

e) Não, sim, não.

Vamos aos itens da questão para encontrar a resposta que atende ao


enunciado da questão.

Item I) Não. Segundo o que determina o artigo 144, §1º, do CTN, “Aplica-
se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato
gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou
processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das
autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou
privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir
responsabilidade tributária a terceiros”.

Item II) Sim. Lembra-se do que falamos lá no começo da aula? Segundo o


artigo 139 do CTN, “o crédito tributário tem a mesma natureza da obrigação
tributária principal, sendo decorrente da imposição de um tributo ou da
ocorrência de uma multa aplicada ao sujeito passivo, sendo originário de

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umas dessas duas fontes. O crédito tributário, assim, é a formalização de


uma obrigação pecuniária do contribuinte frente ao Estado”.

Item III) Sim. Segundo prescreve o artigo 144 do CTN, “o lançamento


reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

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Modificação dos Critérios Jurídicos Adotados no Lançamento

O artigo 146 do CTN nos diz o seguinte:

“Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em


consequência de decisão administrativa ou judicial, nos
critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no
exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em
relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador
ocorrido posteriormente à sua introdução.”

Esse artigo nos diz que qualquer alteração nos critérios jurídicos adotados
pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente será
adotada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador
ocorrido POSTERIORMENTE À SUA INTRODUÇÃO, não podendo alcançar
fatos anteriores a eles.

Por exemplo, durante o período compreendido entre 2008 e 2010 a


autoridade administrativa do município de Nazaré da Mata/PE entendeu que,
para a correta definição da base de cálculo do ISS a ser pago, deveriam ser
excluídos os valores relativos aos custos administrativos apurados pelo
prestador do serviço.

Diante desse entendimento, os contribuintes passaram a retirar da base de


cálculo do ISS esses valores, agindo conforme “mandava” o Fisco municipal.
Dessa forma, vários lançamentos foram realizados.

Em 2011, revendo os critérios adotados, a Fazenda Municipal passou a


entender que esses valores não deveriam ser excluídos da base de cálculo do
tributo. Aqueles que pagaram o ISS sob o manto do entendimento anterior
deverão recolher as diferenças? Não. Apenas será aplicado o novo
entendimento aos fatos geradores ocorrido posteriormente à introdução
daquele.

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Logo, a modificação não pode ser aplicada a fatos geradores já ocorridos


anteriormente a esta, uma vez que o sujeito passivo agiu conforme o
entendimento anteriormente adotado. (Princípio da inalterabilidade dos
critérios jurídicos quanto a fatos pretéritos).

Deve ser atentado que a modificação pode dizer respeito tanto a atos de
ofício quanto a decisões administrativas ou judiciais, e que se destinam a
alterar determinado entendimento anteriormente tomado como correto pela
autoridade administrativa no exercício do lançamento.

Com essa previsão, o CTN veio a confirmar também o princípio da


confiança do contribuinte, que o protege contra mudanças de
interpretação da legislação, no qual aquele acreditou na correta aplicação dos
critérios adotados pela autoridade administrativa no momento em que esta
procedeu ao lançamento do crédito tributário.

Assim, o lançamento anteriormente efetuado não poderá mais ser revisto em


razão da mudança de determinado critério jurídico anteriormente adotado
pelo Fisco, fundado no chamado ERRO DE DIREITO, que é justamente a
mudança de interpretação, ou até mesmo na utilização incorreta de
determinado normativo legal a um caso concreto.

Veja o que nos diz o STJ sobre o tema:

“(...) 1. "A mudança de critério jurídico adotado pelo fisco


não autoriza a revisão do lançamento" (Súmula 227 do TFR).

2. A revisão de lançamento do imposto, diante de erro de


classificação operada pelo Fisco aceitando as declarações do
importador, quando do desembaraço aduaneiro, constitui-se
em mudança de critério jurídico, vedada pelo CTN.

3. O lançamento suplementar resta, portanto, incabível


quando motivado por erro de direito. (REsp 1112702/SP, de
20/10/2009)”.

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Nessa linha, temos como ERRO DE FATO aquele que acontece no mundo dos
fatos, não tendo relação com o conhecimento da norma jurídica. É o caso,
por exemplo, do contribuinte que envia declaração de isento quando na
verdade deveria enviar declaração de imune, bem como o contribuinte que
declara R$ 450,00, quando o correto seria R$ 450.000,00, ou vice-versa.

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Lançamento tributário e valor tributável em moeda estrangeira

Esse item é simples, apenas nos dizendo que quando o valor tributável
estiver expresso em moeda estrangeira, no lançamento, deverá ser feita a
conversão desse valor para a moeda nacional utilizando-se o valor do
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação, e não o
valor apurado no dia do lançamento.

Essa disposição, entretanto, poderá ser alterada por disposição de lei em


contrário, conforme vontade do legislador. Atente bem para a data a ser
considerada para fins de utilização do valor do câmbio: DIA DA OCORRENCIA
DO FATO GERADOR, exceto disposição em contrário. É comum as bancas
tentarem confundir o candidato apresentando outra data.

Veja o que nos diz o artigo 143 do CTN:

“Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o


valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no
lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.”

Observe que essa disposição pode ser alterada em razão de dispositivo legal
que preveja outra situação para a definição do valor do câmbio a ser
utilizado, fixando outro momento que não o da ocorrência do fato gerador.

Embora o CTN autorize a lei dispor de forma contrária, cabe apenas à União
legislar sobre o câmbio e sobre o sistema monetário, conforme o artigo 22,
VI e VII, da CF/88.

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Revisão do Lançamento

Após a constituição do crédito tributário pelo lançamento, é dada ao sujeito


passivo a possibilidade de recusar o que a ele foi imposto, hipóteses em que,
caso aceitas as alegações por ele apresentadas, provocará a alteração do
lançamento anteriormente efetuado, ou até mesmo a anulação deste. Vamos
a um passo-a-passo do caminho a ser seguido.

Primeiramente a autoridade administrativa lança o crédito tributário após a


apuração dos atributos que definem o tributo a ser constituído, o qual se
encontra agora constituído, embora ainda não definitivamente, uma vez que
deve ser dado ao sujeito passivo o direito de contestar o que lhe foi imposto,
caso não concorde com o lançamento efetuado.

Posteriormente, o sujeito passivo é notificado do lançamento contra ele


efetuado, por meio de aviso postal, meio eletrônico, pessoalmente ou ainda
por meio de edital, conforme dispuser a legislação tributária. É, ao mesmo
tempo, dado a ele prazo para saldar o valor cobrado ou para apresentar
contrarrazões e defesa contra o que lhe foi imposto, caso discorde da exação.
Nessa hipótese estaremos diante de uma impugnação do sujeito passivo,
uma das situações que podem ensejar a alteração do lançamento
regularmente efetuado e notificado àquele.

Caso acatadas as alegações do sujeito passivo, o lançamento anteriormente


efetuado será alterado em virtude da revisão provocada por aquele, podendo
ser relativo à anulação total ou parcial do crédito tributário contido no
lançamento.

Por sua vez, muitas leis tributárias dispõem em seu texto que, ao proceder a
um lançamento ou a uma revisão de lançamento que importe em diminuição
ou exclusão de valores de créditos tributários em valores superiores aos
fixados em seus textos, a autoridade que proceder a esse ato deve, DE
OFÍCIO, apresentar recurso de ofício à instância administrativa superior ou a
um determinado superior hierárquico, que decidirá novamente pela

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manutenção ou não da diminuição ou cancelamento, total ou parcial, do


crédito lançado pela autoridade administrativa que realizou a primeira
decisão. Esses são os casos em que o crédito tributário será alterado por
meio de recurso de ofício.

Por fim, temos as situações em que a autoridade administrativa, por iniciativa


própria e de ofício, realiza a alteração do lançamento efetuado anteriormente.
Porém, SEMPRE NAS SITUAÇÕES PREVISTAS NO ARTIGO 149 do CTN, e não
porque a autoridade administrativa resolveu, após brigar com a namorada,
revisar tudo que é lançamento apenas para esquecer a amada.  Veremos
essas hipóteses mais adiante.

Tudo que foi visto por nós consta no artigo 145 do CTN, que assim dispõe:

“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao


sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa,


nos casos previstos no artigo 149.”

Exceto nos casos previstos nos incisos I a III do artigo 145 do CTN, o
lançamento rege-se pelo princípio da imutabilidade, que veda a alteração do
lançamento fora das hipóteses previstas em lei depois de regularmente
notificado ao sujeito passivo.

Essas são as únicas três situações que permitem, no âmbito administrativo, a


alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo, não
existindo outras situações aptas. Nada impede, contudo, que o lançamento
venha a ser alterado, também, em razão de decisão judicial, mesmo que já
notificado o sujeito passivo (claro, já que, sem notificação, em regra, o
sujeito passivo não sabe da existência do débito cobrado ).

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Por fim, a única situação em que não se verifica caráter litigioso de alteração
do lançamento está contida no inciso III do artigo 149, possuindo as demais
caráter litigioso.

(Questão 04) O lançamento de obrigação tributária regularmente notificado


ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de

a) impugnação de terceiro interessado.

b) recurso interposto pela procuradoria fiscal.

c) iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no


CTN.

d) interesse do sujeito passivo.

e) impugnação do sujeito ativo.

Os casos possíveis de serem observados quanto à alteração do lançamento


são expressamente os previstos no artigo 145, constando apenas a situação
prevista na alternativa “c” como hipótese válida, conforme os incisos I a III
desse artigo. Entre essas, está incluída a revisão de ofício efetuada pela
autoridade administrativa, nos casos previstos expressamente no CTN.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

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Modalidades de Lançamento

O texto do CTN prevê três modalidades de lançamento do crédito tributário,


sendo classificadas conforme a maior ou menor participação do sujeito
passivo (seja o contribuinte ou o responsável) no ato de lançamento. Assim,
as modalidades de lançamento do crédito tributário são as seguintes:

 Lançamento por Declaração ou misto;

 Lançamento de Ofício, direto, unilateral ou ex officio;

 Lançamento por Homologação ou autolançamento.

Vamos agora ao que nos diz cada tipo de lançamento previsto acima,
possuindo, cada um deles, características próprias e que as diferenciam
bastante um do outro.

Lançamento por Declaração ou Misto

É a modalidade onde a autoridade administrativa prevista na lei utiliza


elementos (documentos, comprovantes, declarações, informações) fornecidos
pelo sujeito passivo ou por terceiros, necessários à formalização do crédito
tributário. Esta modalidade está prevista no artigo 147 do CTN, que assim
nos diz em seu texto:

“Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração


do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na
forma da legislação tributária, presta à autoridade
administrativa informações sobre matéria de fato,
indispensáveis à sua efetivação.

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§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio


declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é
admissível mediante comprovação do erro em que se
funde, e antes de notificado o lançamento.

§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu


exame serão retificados de ofício pela autoridade
administrativa a que competir a revisão daquela.” (Grifos
nosso)

No lançamento por declaração percebemos a clara “parceria” entre o Fisco e


o sujeito passivo ou terceiros, uma vez que somente após a prestação das
informações por estes dois últimos é que a autoridade administrativa poderá
apurar todos os elementos constitutivos do futuro crédito tributário e realizar
o lançamento deste, considerando que o valor devido seja cobrado com a
utilização dessa modalidade de lançamento.

Por sua vez, nessa modalidade, há a iniciativa do sujeito passivo para o


lançamento. Entretanto, muito embora exista a participação do sujeito
passivo, o lançamento continua a ser ato privativo da autoridade
administrativa.

Como exemplo de tributo sujeito ao lançamento por declaração, temos o


ITBI, imposto de competência municipal, o qual somente é calculado, em
regra, após a prestação das informações do imóvel a ser transmitido,
possibilitando à autoridade fiscal apreciar elementos relativos ao imóvel,
calcular possíveis deduções/acréscimos previstos na legislação e,
principalmente, o valor do imposto devido em razão do valor venal do imóvel.
Nada impede, porém, que a autoridade administrativa, não sendo munida
com as informações que deveriam ser prestadas pelo sujeito passivo, realize
sozinho a apuração e posterior lançamento do tributo devido. Nesse último
caso, porém, estaremos, em regra, diante do lançamento de ofício.

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Por sua vez, em relação à retificação da declaração apresentada pelo


contribuinte e por iniciativa própria deste, visando a reduzir ou a excluir
tributo (se for par aumentar, o Fisco é mais bondoso ), o §1º do artigo 147
do CTN dispõe que somente será admissível a retificação caso seja
COMPROVADO O ERRO EM QUE SE FUNDE A RETIFICAÇÃO E, SEMPRE,
ANTES DE NOTIFICADO O LANÇAMENTO ao sujeito passivo.

Após a notificação do lançamento, somente será possível a revisão do


lançamento por meio do lançamento de ofício, seguindo todos os trâmites
administrativos e conforme o que determina o artigo 149 do CTN, a ser
estudado logo em seguida. Atente bem à ressalva do parágrafo: QUE VISE A
REDUZIR OU A EXCLUIR TRIBUTO.

Já o §2º nos fala da revisão de ofício a ser realizada pela autoridade


administrativa que examinar e detectar erros na declaração apresentada pelo
sujeito passivo.

A matéria de fato a que se refere o artigo 147 seria, por exemplo, quanto ao
ITBI, o tipo de transmissão (onerosa ou gratuita), a natureza das partes
envolvidas (adquirente e alienante), o tipo do imóvel (urbano, rural,
comercial, residencial), entre outras.

(Questão 05) Em determinado Município, prevê-se que os contribuintes do


ITBI (Imposto sobre a Transmissão onerosa, por ato “inter vivos”, de Bens
Imóveis) devem apresentar à autoridade tributária competente, em
formulário próprio, informação sobre a alienação do imóvel, indicando,
inclusive, o valor do negócio jurídico. A partir destes dados, a autoridade irá
apurar o valor devido, a título de ITBI, identificando o sujeito passivo e
notificando-o a pagar o valor apurado.

Esta previsão municipal, no que tange ao lançamento do ITBI, corresponde


ao:

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a) lançamento de ofício;

b) lançamento por homologação;

c) autolançamento;

d) lançamento por declaração.

Conforme acabamos de comentar, o ITBI, regra geral, é lançado por


declaração. Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

Lançamento de Ofício

É a modalidade em que o próprio Fisco, por meio de seus servidores fiscais


competentes, efetua o lançamento do crédito tributário sem que haja
qualquer ação ou prestação de informação por parte do sujeito
passivo. Nesse tipo de lançamento, a Administração Tributária já dispõe de
dados suficientes para realizar o ato administrativo de lançamento do crédito
tributário.

Por exemplo, imagine que determinada empresa, submetida à fiscalização


federal, foi autuada mediante a lavratura do auto de infração por falta de
recolhimento do IPI no montante de R$ 600.000,00, com acréscimo de multa
de 75% incidente sobre o valor do respectivo imposto. Nessa linha, a
modalidade de lançamento empregada é a de ofício, uma vez que houve
apenas a iniciativa do Fisco para que o lançamento fosse efetuado. Coube
àquele apurar o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota, o montante do
imposto devido e, em razão da infração, a penalidade pecuniária
correspondente, aplicando o percentual previsto na legislação.

Assim, o lançamento de ofício diz respeito ao lançamento tanto ao tributo


devido quanto a eventuais penalidades pecuniárias apuradas pela
fiscalização. Por outro lado, o lançamento de ofício pode dizer respeito

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apenas à imposição de uma penalidade pecuniária, em razão de uma infração


quanto ao descumprimento de uma obrigação tributária acessória, por
exemplo.

O lançamento de ofício, bem como a sua REVISÃO, está regulado no artigo


149 do CTN, que possui o seguinte texto:

“Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício


pela autoridade administrativa nos seguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

II - quando a declaração não seja prestada, por quem


de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora


tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior,
deixe de atender, no prazo e na forma da legislação
tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela
autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou
não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela
autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão


quanto a qualquer elemento definido na legislação
tributária como sendo de declaração obrigatória;

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por


parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da
atividade a que se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito


passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê
lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou


terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude
ou simulação;

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VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou


não provado por ocasião do lançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior,


ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o
efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato
ou formalidade especial.

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser


iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda
Pública.” (Grifos nosso)

Observe que o lançamento de ofício poder acontecer em diversas situações,


inclusive nos casos de falta de apresentação de declaração pelo sujeito
passivo, que, caso apresentada, poderia levar a um lançamento por
declaração. Entretanto, o caso que mais caracteriza o lançamento de ofício é
o contido no inciso I do artigo acima. Assim, a iniciativa no lançamento de
ofício é da autoridade administrativa, não sendo verificada nenhuma ação do
sujeito passivo. Nada impede, porém, que o lançamento efetuado pela
autoridade administrativa leve em consideração dados fornecidos pelo sujeito
passivo em momento anterior ao procedimento de fiscalização.

Por exemplo, determinado contribuinte entrega declaração afirmando que,


em razão da prática de determinado ato, passou a dever ao Fisco R$
200.000,00. Ao proceder à fiscalização dessa declaração, a autoridade fiscal
apura que o valor realmente devido não era o declarado pelo sujeito passivo,
mas sim R$ 270.000,00. Assim, haverá o lançamento de oficio do restante do
tributo devido, ou seja, dos R$ 70.000,00, sem prejuízo de eventuais
penalidades pecuniárias devidas em razão de infração à legislação tributária.

Por meio do lançamento de ofício pode ser lançado qualquer tipo de


tributo, inclusive os sujeitos às demais modalidades de lançamento,
nos casos em que seja verificada alguma inexatidão, incorreção,
fraude ou dolo praticado pelo sujeito passivo e que importe em uma
ação da Autoridade Administrativa. Assim, o lançamento de ofício pode

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ser utilizado em qualquer modalidade em que seja devido outro tipo de


lançamento, conforme o tipo de tributo devido.

O lançamento de ofício poderá ser utilizado inclusive se outro tipo de


lançamento já houver sido utilizado anteriormente, situação em que teremos
uma revisão de ofício, conforme dispõem as hipóteses previstas nos incisos I
a IX do artigo 149 do CTN.

Por exemplo, considere que determinado contribuinte, numa transmissão de


imóvel, informa ao Fisco municipal determinados valores e dados, e, em
razão desses, o fisco lança, por meio de um lançamento por declaração, o
ITBI no montante de R$ 1.540,00. Posteriormente, a fiscalização apura que o
valor do imóvel era maior do que o informado pelo sujeito passivo, o que
resultaria, à época, em ITBI a pagar no montante de R$ 2.000,00. Com essa
certeza, o fisco irá lançar, de ofício, R$ 460,00.

Estão sujeitos a lançamento de ofício, precipuamente, por exemplo, o IPTU, o


IPVA e as Contribuições de Melhoria, uma vez que o lançamento é realizado
apenas por meio de informações já conhecidas pelo Fisco, sem que seja
necessária a prestação de informações pelo sujeito passivo.

Outra observação muito importante deve ser feita em relação ao parágrafo


único do artigo 149, que somente permite a revisão do lançamento caso
ainda não extinto o direito da Fazenda Pública. Depois do período
previsto em lei, não poderá haver mais nenhuma alteração do lançamento,
ainda que para o lançamento de valores complementares ainda não cobrados
anteriormente.

O artigo 174 do CTN, que trata da extinção do crédito tributário, determina


que a administração tributária, após a constituição definitiva daquele, terá o
prazo de cinco anos para efetuar a cobrança dos valores lançados. Sendo
assim, considere que determinada autoridade fiscal tenha lançado um tributo
no valor de R$ 50.000,00 em 2010, estando este definitivamente constituído.
Nessa linha, em 2016 restará extinto o direito da Fazenda cobrar qualquer
valor do sujeito passivo quanto ao crédito apurado e constituído em 2010.

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Em 2017 a mesma autoridade fiscal apura que, no lugar dos R$ 50.000,00, o


correto seria ter lançado R$ 58.000,00. Entretanto, uma vez que já se operou
a prescrição (uma das modalidades de extinção do crédito tributário), não
poderá mais haver a revisão do lançamento, uma vez que o direito da
Fazenda pública já está extinto.

(Questão 06) Nos termos do Código Tributário Nacional, o lançamento é


efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes
casos, exceto:

a) quando a lei assim o determine.

b) quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na


forma da legislação tributária.

c) quando se suspeite que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele,


agiu com dolo, fraude ou simulação.

d) quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer


elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração
obrigatória.

e) quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração,


deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-
lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade.

Questão simples, que exigiu apenas o conhecimento das hipóteses que


ensejam o lançamento ou a revisão de ofício para autoridade administrativa,
conforme constante nos incisos I a IX do artigo 149 do CTN.

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Entre as situações, apenas o constante na alternativa “c” atende o enunciado


da questão, uma vez que simples suspeita não é causa para o lançamento de
oficio, tendo em vista a redação do seu inciso VII, que exige a comprovação
de que o sujeito passivo, ou o terceiro em benefício daquele, agiu com dolo,
fraude ou simulação.

(Questão 07) Consideradas as disposições do Código Tributário Nacional, é


correto afirmar que é lícito à autoridade administrativa rever de ofício o
lançamento já procedido:

a) somente no caso de lançamento anterior por homologação.

b) no caso de qualquer lançamento anterior, exceto o de ofício.

c) no caso de qualquer lançamento anterior, inclusive o de ofício.

d) somente no caso de lançamento anterior com base na declaração do


sujeito passivo.

e) somente no caso de lançamento anterior relativo à empresa concordatária.

O lançamento de ofício é aquele realizado por ato exclusivo da autoridade


administrativa, sem que seja necessária nenhuma intervenção ou “ajuda” do
sujeito passivo. Essa modalidade de lançamento é utilizada inclusive naquelas
em que seja devido, originalmente, o lançamento por homologação e por
declaração.

Desse modo, conforme o que dispõe o artigo 149 do CTN, é lícito à


autoridade administrativa rever de ofício o lançamento já procedido de
qualquer lançamento anterior, inclusive o de ofício, e desde que o direito da
fazenda público não esteja extinto, conforme o parágrafo único do mesmo
artigo do CTN.

Caso determinado contribuinte, por não declarar alguma informação que


fosse influenciar na apuração de um tributo sujeito a lançamento por

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declaração, importe em valor inicial de tributo a pagar menor do que o devido


e posteriormente a autoridade fiscal apura esses valores omitidos, esta
poderá efetuar normalmente o lançamento de ofício.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

Lançamento por Homologação

Por fim, chegamos ao lançamento por homologação, previsto no artigo 150


do CTN, o qual estudaremos agora. Esse artigo nos diz o seguinte:

“Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre


quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito
passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio
exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato
em que a referida autoridade, tomando conhecimento da
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a
homologa.

§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos


deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória
da ulterior homologação ao lançamento.

§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer


atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito
passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do
crédito.

§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão,


porém, considerados na apuração do saldo porventura

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devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua


graduação.

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de


cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador;
expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e
definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” (Grifos nosso)

(Questão 08) O ato mediante o qual o contribuinte antecipa o pagamento


de imposto, sem prévio exame da autoridade administrativa, e fica
aguardando a ratificação do seu proceder, de modo expresso ou tácito,
chama-se:

a) pagamento por consignação

b) lançamento por homologação

c) lançamento por declaração ou misto

d) antecipação de pagamento, sob condição suspensiva

e) denúncia espontânea de pagamento para evitar a mora fiscal e aplicação


de penalidades pela fazenda pública

Conforme o artigo 150 do CTN, que acabamos de ler (assim eu espero ), o
lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio
exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida
autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo
obrigado, expressamente a homologa.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

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Nesse tipo de lançamento, o sujeito passivo participa ativamente do


processo, sendo responsável pela prática de quase todos os atos e efetuando
o pagamento dos tributos que entende devido sem que nenhuma
providência anterior ou concomitante seja tomada pelo Fisco.
Compete ao sujeito passivo apurar o fato gerador, determinar a base de
cálculo e a alíquota aplicável e apurar o montante devido, realizado o
respectivo pagamento.

Assim como no lançamento por declaração, no lançamento por


homologação a iniciativa é do sujeito passivo. Já no lançamento de
ofício, a iniciativa é sempre da autoridade administrativa.

“Se o sujeito faz tudo e ainda paga, então é ele que realiza o lançamento,
correto, professor?”

Também pensei isso ao começar a devorar meus estudos de direito tributário,


mas isso é incorreto. Observe o que dispõe a parte final do caput do artigo
150: “(...) opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a
homologa”.

Assim, todos os atos do sujeito passivo, inclusive e principalmente o


pagamento efetuado, serão posteriormente revisados pela autoridade
administrativa competente pela fiscalização do tributo. Disso, duas situações
podem ser observadas:

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1. A autoridade administrativa concorda com o procedimento e com os


valores apurados e pagos pelo sujeito passivo, HOMOLOGANDO o pagamento
efetuado, “extinguindo“ o crédito tributário existente.

Observe que o crédito tributário não será extinto no sentido técnico da


palavra, uma vez que ainda não houve o lançamento do mesmo, mas apenas
o pagamento, pelo sujeito passivo, dos valores que esse entendeu ser devido
após a apuração. O que se quer dizer é que a obrigação correspondente
passa a deixar de existir com a homologação realizada pela autoridade
administrativa, que diz “Seu pagamento está correto, muito bem. Ganhou
uma homologação de presente, caro contribuinte”.

Diante disso, temos ainda que distinguir o ato praticado por cada parte.
Enquanto ao sujeito passivo cabe o pagamento do tributo por ele apurado,
cabe à autoridade administrativa verificar a exatidão dos valores e proceder
ao lançamento do crédito tributário, homologando tudo aquilo que foi feito
pelo sujeito passivo. Quanto ao sujeito passivo, temos ainda que o ato de
apuração e pagamento do tributo devido por homologação é um dever do
contribuinte, não podendo ser cogitada a ideia de serem os atos realizados
pela autoridade administrativa.

Nesse primeiro caso, ocorre o lançamento do crédito tributário e a


consequente homologação dos pagamentos efetuados pelo sujeito passivo.
Nesse momento, em razão da exatidão dos valores pagos, é também extinto
o crédito tributário correspondente.

2. A autoridade administrativa não concorda com o procedimento e/ou com


os valores recolhidos pelo sujeito passivo, lançando os valores devidos de
ofício, após a apuração dos valores corretos.

Nesse segundo caso, o sujeito passivo entendeu que, por exemplo, deveria
pagar R$ 30.000,00 de imposto sobre a renda, efetuando o pagamento
conforme prevê a legislação após apurar a base de cálculo, a alíquota e o
corespondente montante devido.

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Ao proceder à atividade de verificação da exatidão e da posterior


homologação dos valores devidos, a autoridade administrativa verificou (e
assim não homologou totalmente o ato praticado) que o sujeito passivo
deveria ter pago R$ 34.000,00, e não apenas R$ 30.000,00. Desse modo, a
autoridade administrativa homologa os R$ 30.000,00 e lança de ofício o
restante do tributo devido, ou seja, R$ 4.000,00, e sem prejuízo das
penalidades porventura devidas. Vamos agora ao §1º do artigo 150 do CTN.

O §1º nos fala que os pagamentos antecipados efetuados pelo sujeito passivo
serão considerados para o pagamento dos tributos que este considera serem
devidos, dizendo o CTN, indevidamente, repito, que há a extinção do crédito
tributário com o pagamento efetuado. Entretanto, o pagamento antecipado
ficará submetido à ulterior homologação do lançamento pela autoridade
administrativa competente, ou seja, os créditos somente se extinguem após a
homologação, expressa ou tácita. Caso sejam devidos valores maiores do que
aqueles apurados pelo sujeito passivo, haverá o lançamento de ofício. Foi o
caso do exemplo presente no parágrafo anterior.

Por sua vez, a condição resolutória é aquela que, se verificada, dá origem ao


fato por ela regulado. Caso seja verificada a exatidão dos atos praticados pelo
sujeito passivo, opera-se a condição resolutória de homologação do
pagamento efetuado pelo sujeito passivo, extinguindo, agora sim, o crédito
tributário.

O §2º nos diz que nenhum ato praticado pelo sujeito passivo ou por terceiro
antes da homologação do lançamento, e que visem à extinção total ou parcial
do crédito, terá influência sobre a obrigação tributária que lhe deu origem.
Assim, ainda que o ocorra o pagamento, e o sujeito passivo vise, com isso,
extinguir o crédito tributário homologado posteriormente ao pagamento,
nenhum ato irá ferir a obrigação tributária, que continuará a existir até a
homologação do lançamento, expressa ou tácita, realizada pelo Fisco.
Somente com a extinção formal do crédito tributário é também extinta a
obrigação tributária correspondente. Antes disso, essa permanece intacta.

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Já o §3º está diretamente relacionado ao que consta no §2º. Aquele nos diz
que, embora não possam influir sobre a obrigação tributária correspondente,
os atos praticados pelo sujeito passivo ou por terceiros anteriormente à
homologação serão considerados na apuração do saldo porventura
ainda devido e detectados pela autoridade responsável pela homologação
do crédito.

Caso sejam devidos valores, há o cometimento de infração à legislação


tributária, devendo, em razão disso, ser aplicada a penalidade
correspondente. Essa, por sua vez, será determinada, também, em razão dos
atos e pagamentos já realizados pelo sujeito passivo. Se a multa prevista for
devida em razão do tributo ainda devido, e o sujeito passivo pagou apenas
metade desse valor, a multa a ser aplicada também será devida em
relação à metade faltante, salvo disposição em contrário.

Por fim, temos o §4º. Ele nos fala sobre o prazo geral para a homologação do
pagamento efetuado pelo sujeito passivo ou por terceiro.

“Art. 150 (...)

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de


cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador;
expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se
tenha pronunciado, considera-se homologado o
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.”
(Grifos nosso)

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Observe que o prazo para homologação do lançamento pela autoridade


administrativa é de livre escolha do legislador competente de cada um
dos Entes Federativos. Entretanto, caso esse prazo não esteja expresso em
lei, será ele de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador. Em geral,
as legislações seguem esse prazo, nas três esferas estatais.

Se a autoridade administrativa, dentro do prazo de cinco anos (ou outro


fixado na lei), verifica a exatidão dos valores pagos, ela irá homologar o
pagamento efetuado pelo sujeito passivo. Esse prazo de cinco anos, por sua
vez, deve ser contado da ocorrência do fato gerador do tributo em
questão.

Caso haja o decurso do prazo de cinco anos sem que a autoridade


administrativa se pronuncie sobre os valores apurados e pagos pelo sujeito
passivo ou por terceiro, considera-se tacitamente homologado o
pagamento e realizado o lançamento por homologação. Estamos diante da
chamada HOMOLOGAÇÃO TÁCITA, extinguido qualquer obrigação que
porventura o sujeito passivo viesse a ter caso a autoridade administrativa
venha a efetuar o lançamento expresso.

Decorrido o prazo de cinco anos, nada mais poderá ser cobrado do sujeito
passivo. Se esse deveria ter pago R$ 100,00 e pagou apenas R$ 80,00, e não
houve a homologação expressa, após o decurso do prazo de cinco anos,
contados da ocorrência do fato gerador, ocorrerá a homologação tácita,
sendo o valor pago, ainda que a menor, considerado como sendo o correto e
homologado o lançamento.

A homologação tácita, que decorre da falta de manifestação da autoridade


administrativa e depois de decorrido o prazo de cinco anos da ocorrência do
fato gerador, somente se opera se não forem observados nenhum tipo
de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou de terceiro com o
fim de não pagar tributo ou penalidade devidas.

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Caso seja observado dolo, fraude ou simulação quanto ao pagamento de


tributos sujeito a lançamento por homologação, resta afastado o prazo de
cinco anos contido no §4º do artigo 150 da CTN, devendo ser observado o
que dispõe o artigo 173 do mesmo CTN. Conforme esse artigo, o direito de a
Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco)
anos, contados:

 do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento


poderia ter sido efetuado;

 da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por


vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.

Por fim, como exemplo de tributos sujeitos a lançamento por homologação,


temos o ICMS, o IR, o ITR e o ISS, todos dependendo de atos praticados pelo
contribuinte e sendo posteriormente homologados pela autoridade
administrativa.

Por fim, o lançamento por homologação é conhecido também por


autolançamento. Já dá para imaginar o porquê, não é?

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(Questão 09) Avalie os itens a seguir e assinale a opção correta.

I. Após o sujeito passivo ser regularmente notificado, o lançamento de


determinado tributo poderá ser modificado em face de impugnação ou
recurso.

II. O lançamento de tributo pode ter por base declaração do sujeito passivo
ou de terceiro, na forma da legislação.

III. Ocorre o lançamento por homologação quando o sujeito passivo tem o


dever de antecipar o pagamento de tributo sem interferência da autoridade
administrativa.

a) Somente o item I está correto.

b) Somente os itens I e II estão corretos.

c) Os itens I, II e III estão corretos.

d) Somente os itens II e III estão corretos.

e) Somente os itens I e III estão corretos.

Item I) Correto. Essa é uma das possibilidades de alteração do lançamento


regularmente notificado ao sujeito passivo previstas no artigo 145 do CTN,
que estipula ainda a iniciativa de ofício da autoridade administrativa. O artigo
possui a seguinte redação em seu texto:

“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito


passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos


casos previstos no artigo 149.”

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Item II) Correto. De acordo com o artigo 147 do CTN, que regula o
lançamento por declaração ou misto, o lançamento é efetuado com base em
declaração prestada pelo sujeito passivo ou por terceiro, quando um ou
outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa
informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

Item III) Correto. De acordo com o artigo 150 do CTN, o lançamento por
homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da
autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade,
tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado,
expressamente a homologa.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

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Arbitramento da Base de Cálculo

O último item relativo ao lançamento trata do arbitramento da base de


cálculo, muitas vezes confundida e sendo tratada como uma modalidade de
lançamento, além das três já estudadas anteriormente. Entretanto, nosso
atual ordenamento jurídico contempla apenas as três modalidades de
lançamento que estudamos anteriormente. O arbitramento não é uma
modalidade de lançamento. Guarde isso!

Veja o que nos diz o artigo 148 do CTN:

“Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou


tome em consideração, o valor ou o preço de bens,
direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora,
mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou
preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé
as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os
documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo
terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de
contestação, avaliação contraditória, administrativa ou
judicial.” (Grifos nosso)

Como se observa na parte sublinhada do artigo, o arbitramento é uma


medida excepcional a ser adotada pelo Fisco, sempre que não merecerem fé
as informações, declarações ou esclarecimentos prestados pelo sujeito
passivo ou por terceiros, bem como documentos por eles emitidos, ou os
mesmos forem omissos quanto às suas obrigações tributárias. Somente

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nessas situações o CTN autoriza o arbitramento da base de cálculo do tributo


devido na operação ou prestação.

Por sua vez, o arbitramento é uma técnica para a definição da base de cálculo
em razão de não ser possível encontrá-la, ou não merecer fé a encontrada ou
fornecida pelo sujeito passivo. Assim, o arbitramento não pode ser utilizado
indistintamente pela Fiscalização Tributária, mas apenas nos casos previstos
no CTN em seu artigo 148.

O arbitramento é sempre um procedimento anterior a um lançamento de


ofício, uma vez que este é realizado após a autoridade administrativa dispor
de dados para efetuá-lo. Por sua vez, devemos ter em mente que o
arbitramento segue regras previamente estabelecidas em lei, sendo uma
técnica no qual chegaremos ao chamado “Valor arbitrado”. Este valor é
diferente do chamado “valor arbitrário”, que não possui fundamento legal
algum.

Com o arbitramento não se busca uma punição ao sujeito passivo, como


muitos pensam, mas sim encontrar um valor razoável para a base de cálculo
que se quer encontrar. Logo, deve haver prudência e razoabilidade por parte
da autoridade administrativa ao fixar a base de cálculo por arbitramento.

“Ok, professor. O Fisco vai ao estabelecimento do contribuinte, verifica a


irregularidade, faz o arbitramento e encontra um valor duas vezes maior do
que o que realmente é. O contribuinte não concorda com esse valor, mas
mesmo assim terá que aceitar, tendo em vista que se enquadrou em uma das
situações que preveem o arbitramento?”

Não. O contribuinte, em qualquer situação, inclusive no caso de lançamento


efetuado nas três modalidades que estudamos, poderá discordar do valor
arbitrado para a base de cálculo do tributo em questão, sendo assegurada a
ele a contestação por meio de avaliação contraditória, podendo ser feita no
âmbito judicial ou administrativo. No arbitramento realizado pelo Fisco não se
verifica o caráter absoluto do valor fixado pela autoridade administrativa,

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podendo o mesmo ser contestado e alterado posteriormente, desde que


fundamentadamente.

Quanto ao tema, temos o que nos diz o STJ em sua Súmula 431:

“É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da


mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal.”

A pauta fiscal é o procedimento por meio do qual o Fisco fixa os valores a


serem utilizados como base de cálculo, prévia e aleatoriamente ao
arbitramento que deveria ser feito caso a caso. Esse método vai de encontro
ao princípio da legalidade, jogando num mesmo saco situações (operações e
prestações) que, a princípio, podem ser bastante diferenciadas, levando,
consequentemente, a bases de cálculo diferenciadas.

Antes mesmo da ocorrência do fato gerador, com a pauta fiscal o Fisco já


dispõe de valores a serem fixados como base de cálculo dos bens,
mercadorias ou transações, sendo desconsiderados, de pronto, os valores
reais transacionados, caso menores do que os constante nas pautas, via de
regra. As pautas fiscais, e ainda dentro de certos limites, só são autorizadas
nos casos previstos no CTN, em que o contribuinte não prova os valores
transacionados, ou estes, quando demonstrados, não mereçam fé, devendo
ser arbitrados pelo Fisco.

Veja o que nos diz o STF sobre o tema, finalizando o tema:

“O arbitramento feito pela autoridade lançadora só poderá


ser feito mediante "processo regular" (art. 148 do código
tributário nacional) e não por portaria de efeito normativo,
sem exame de cada caso em particular. (RE 71400/RN, de
29/10/1971).”

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Questões Propostas

1. (CESPE/TRF 5ª/Juiz Federal/2013) À luz da jurisprudência dos


tribunais superiores, julgue a assertiva seguinte.

A ausência de notificação ao contribuinte acerca do ato de lançamento do


crédito tributário a ele concernente não implica, necessariamente, nulidade
do lançamento e da execução fiscal nele fundada.

Se não houve a regular notificação ao sujeito passivo do lançamento do


crédito tributário a ele imposto, não há a nulidade automática do ato,
contudo, impedindo que seja tomada qualquer medida de cobrança enquanto
aquela, a notificação, não for realizada formalmente.

Uma vez que não houve a notificação, o que, em regra, não invalida o
lançamento, há sim a nulidade da execução fiscal empreendida contra o
sujeito passivo que, em tese, não conseguiu se defender nem mesmo do ato
anterior, qual seja, o lançamento do crédito tributário.

Quanto a esse tema, e relativo ao IPTU, o STJ decidiu o seguinte:

“(...) entendimento nesta Corte acerca da necessidade da


notificação do contribuinte, que se presume com a entrega do
carnê do IPTU, cabendo ao contribuinte o ônus de provar que não
o recebeu.

4. Portanto, se há provas de que o carnê não foi entregue (ônus


de prova pelo contribuinte), necessário se faz sua notificação, nos
termos do art. 142 e 145 do CTN. Implicando, sua ausência, a
nulidade da execução fiscal. (AgRg no AREsp 91127/PR, de
22/11/2012)”

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

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2. (CESPE/TRF 5ª/Juiz Federal/2013) Considerando a CF, as normas


gerais de direito tributário e a jurisprudência do STJ e do STF sobre a
matéria, julgue a assertiva seguinte.

O contribuinte que declara o tributo sujeito a lançamento por homologação e


deixa de efetuar o pagamento na data estabelecida não perde o direito de se
valer do benefício da denúncia espontânea.

Para responder essa questão, vejamos o que decidiu o STJ em um dos seus
julgados:

“(...) 2. Tratando-se de tributos sujeitos a lançamento por


homologação, ocorrendo a declaração do contribuinte
desacompanhada do seu pagamento no vencimento, não se
aguarda o decurso do prazo decadencial para o lançamento. A
declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição
formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em
dívida ativa, tornando-se exigível, independentemente de
qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao
contribuinte.

3. O termo inicial da prescrição, em caso de tributo declarado e


não pago, não se inicia da declaração, mas da data estabelecida
como vencimento para o pagamento da obrigação tributária
declarada.

4. A Primeira Seção pacificou o entendimento no sentido de não


admitir o benefício da denúncia espontânea no caso de
tributo sujeito a lançamento por homologação quando o
contribuinte, declarada a dívida, efetua o pagamento a
destempo, à vista ou parceladamente. Precedentes.

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5. Não configurado o benefício da denúncia espontânea, é devida


a inclusão da multa, que deve incidir sobre os créditos tributários
não prescritos.

6. Recurso especial provido em parte." (REsp 850.423/SP, de


28/11/2007)

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

3. (CESPE/MPU/Analista/2013) Quando o contribuinte é obrigado a


efetuar o pagamento do imposto sem que haja o prévio exame da autoridade
administrativa, a fazenda pública homologa esse pagamento tacitamente.
Decorrido o prazo de cinco anos, entretanto, a Fazenda é obrigada a fazer a
homologação expressa.

De acordo com o artigo 150, §4º, do CTN, se a lei não fixar prazo a
homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador;
expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito,
salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

Desse modo, se não houver o lançamento dos valores pagos no prazo de


cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, haverá a homologação
tácita. A homologação expressa, como o próprio nome nos diz, somente se
verifica quando há um ato expresso da autoridade administrativa
competente.

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

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4. (CESPE/DP-DF/Defensor Público/2013) Segundo o disposto no CTN,


o crédito tributário é constituído a partir do momento em que ocorre o fato
gerador do tributo.

De acordo com o artigo 142 do CTN, compete privativamente à autoridade


administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim
entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo
caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

O crédito tributário, assim, é constituído com o lançamento, e não com a


ocorrência do fato gerador. Esse, por sua vez, dá origem à obrigação
tributária principal, a qual é declarada com a realização do lançamento pela
autoridade administrativa.

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

5. (CESPE - 2012 - TJ - BA - Juiz de Direito Substituto) No caso de, após


a ocorrência do fato gerador, advir lei que amplie os poderes de investigação
das autoridades administrativas, o lançamento será regido pela lei que estiver
em vigor na data

a) do pagamento do tributo.

b) da inscrição da dívida na repartição administrativa competente.

c) da ocorrência do fato gerador.

d) da cobrança do tributo.

e) da feitura do lançamento.

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De acordo com o artigo 144, §1º, do CTN, aplica-se ao lançamento a


legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação,
tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização,
ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último
caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Desse
modo, no caso de, após a ocorrência do fato gerador, advir lei que amplie os
poderes de investigação das autoridades administrativas, o lançamento será
regido pela lei que estiver em vigor na data da realização do lançamento
tributário.

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

6. (CESPE - 2012 - TJ - AC - Juiz de Direito Substituto) Assinale a opção


correta acerca de lançamento.

a) Sendo os delitos cometidos contra a ordem tributária crimes materiais, é


necessário o esgotamento do lançamento administrativo para que ocorra o
resultado naturalístico.

b) Se, efetivado o lançamento por homologação, houver atraso no


recolhimento, o contribuinte, para desonerar-se do recolhimento da multa
moratória, poderá valer-se da denúncia espontânea e efetivar o pagamento
integral do débito tributário, com a correção monetária incidente.

c) Se verificar que determinada sociedade comercial efetua venda abaixo do


valor de custo e omite esse fato das declarações do contribuinte, o fisco
deverá fazer o lançamento por arbitramento, inaugurando o processo
administrativo fiscal para viabilizar o contraditório e, após apuração do
tributo devido, efetivar a constituição definitiva do crédito tributário.

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d) Se determinado contribuinte efetivar a apuração do ICMS e comunicar o


montante devido ao fisco, na forma de lançamento por homologação, não lhe
será lícito impugnar a pretensão da fazenda pública de realizar a inscrição do
débito em dívida ativa de valor não recolhido, a pretexto de erro.

e) Após o contribuinte apurar e comunicar ao fisco o montante devido a título


de ICMS, sem, contudo, efetuar o recolhimento aos cofres públicos, a
autoridade fiscal lavrará auto de infração e notificará esse contribuinte para
que impugne ou recolha o débito tributário, sob pena de não poder inscrever
o débito em dívida ativa.

Alternativa a) Incorreta. De acordo com a Súmula Vinculante STF nº 24,


não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º,
incisos I a IV, da lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

Ainda quanto ao tema, temos a seguinte passagem em decisão proferida pelo


STF:

"Segundo a Súmula Vinculante 24, o termo inicial para a


contagem do prazo prescricional, nos delitos do art. 1º, I a
IV, da Lei 8.137/1990, é a data do lançamento definitivo do
crédito tributário. No presente caso, não há que se falar em
prescrição retroativa, uma vez que não transcorreu o decurso
de 04 (quatro) anos entre a constituição definitiva do crédito
e o recebimento da denúncia, ou entre os demais marcos
interruptivos.

É antiga a jurisprudência desta Corte no sentido de que os


crimes definidos no art. 1º da Lei 8.137/1990 são materiais e
somente se consumam com o lançamento definitivo do
crédito. Por consequência, não há que falar-se em prescrição,
que somente se iniciará com a consumação do delito, nos
termos do art. 111, I, do Código Penal. (...)" (ARE 649.120,
de 01/06/2012 - Relator Ministro Joaquim Barbosa)

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Alternativa b) Incorreta. É exatamente o contrário do que entende o STJ


quanto aos tributos declarados e não pagos pelo contribuinte e o consequente
efeito sobre a possibilidade de utilização da denúncia espontânea da infração.

O entendimento do STJ pode ser visualizado em seu AgRg no REsp


902823/RS, de 06/11/2008, que assim nos diz:

“Ementa: TRIBUTÁRIO – RECURSO ESPECIAL – AGRAVO


REGIMENTAL – GFIP – DÉBITO CONFESSADO E NÃO PAGO
(OU PAGO A MENOR): DESNECESSIDADE DE
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO – JURISPRUDÊNCIA
REVISTA PELA PRIMEIRA SEÇÃO – TRIBUTO SUJEITO A
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO RECOLHIDO COM
ATRASO – INCIDÊNCIA DA MULTA MORATÓRIA. 1. Em se
tratando de tributo lançado por homologação, tendo o
contribuinte declarado o débito através de Declaração de
Contribuições de Tributos Federais – DCTF, Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social – GFIP ou documento
equivalente e não pago no vencimento, considera-se desde
logo constituído o crédito tributário, tornando-se dispensável
a instauração de procedimento administrativo e respectiva
notificação prévia. 2. A Jurisprudência do STJ fixou o
entendimento no sentido de que, em se tratando de
tributo sujeito a lançamento por homologação,
declarado pelo contribuinte e recolhido com atraso,
descabe o benefício da denúncia espontânea, sendo
legítima a cobrança de multa moratória. (...)” (Grifos
nosso)

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Alternativa c) Correta. Se verificar que determinada sociedade comercial


efetua venda abaixo do valor de custo e omite esse fato das declarações do
contribuinte, o fisco deverá fazer o lançamento de ofício, uma vez que não há
a modalidade de lançamento por arbitramento, inaugurando o processo
administrativo fiscal para viabilizar o contraditório e, após apuração do
tributo devido, efetivar a constituição definitiva do crédito tributário.

Contudo, ao proceder ao lançamento de ofício, nada impede que a autoridade


administrativa, para determinar a real base de cálculo do tributo lançado, e
desde que haja previsão em lei, se utilize do arbitramento previsto no artigo
148 do CTN.

“Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou


tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos,
serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante
processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre
que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os
esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo
sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado,
ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória,
administrativa ou judicial.”

Não obstante o único equívoco presente quanto à utilização do termo


“lançamento por arbitramento”, a alternativa foi dada como correta pela
banca, sendo o gabarito da questão.

Alternativa d) Incorreta. A Súmula STJ nº 436, que o seguinte em seu


texto:

“A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo


débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada
qualquer outra providência por parte do fisco.”

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Uma vez que é desnecessário o lançamento, e já estando o crédito tributário


definitivamente constituído, nada impede a Fazenda de efetuar a inscrição em
dívida ativa dos valores declarados e não pagos pelo sujeito passivo, não
sendo lícito impugnar a pretensão da fazenda pública de realizar a inscrição
do débito em dívida ativa de valor não recolhido, a pretexto de erro.

Alternativa e) Incorreta. Vale a mesma explicação dada na alternativa


anterior, uma vez que o crédito tributário já está definitivamente constituído
com a entrega da declaração, podendo os valores declarados e ainda não
pagos ser enviados à inscrição em dívida ativa.

7. (CESPE - 2012 - MP - PI - PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO)


Com relação ao crédito tributário, assinale a opção correta.

I) A atividade administrativa de lançamento é balizada pelo juízo de


conveniência e oportunidade da autoridade fiscal competente.

II) Compete privativamente à autoridade administrativa a constituição do


crédito tributário pela concretização da hipótese descrita em lei, o que dá
origem à obrigação tributária.

Item I) Incorreta. De acordo com o artigo 142 do CTN, compete


privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente,
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade
cabível.

Por sua vez, o parágrafo único do mesmo artigo 142 dispõe que a atividade
administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.

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Item II) Incorreta. A obrigação tributária nasce anteriormente ao crédito


tributário. Esse, por sua vez, nasce com o lançamento, conforme dispõe o
artigo 142 do CTN, transcrito anteriormente.

8. (CESPE - 2012 - TJ - PA - Juiz Substituto) Assinale a opção correta no


que se refere às obrigações e ao lançamento tributário.

a) A iniciativa do lançamento por declaração é da autoridade administrativa e


independe de qualquer colaboração do sujeito passivo.

b) O lançamento não pode ser objeto de revisão.

c) A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal


constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte
do fisco.

d) O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade gera, por si só, a


responsabilidade solidária do sócio-gerente.

e) Aplica-se o benefício da denúncia espontânea aos tributos sujeitos a


lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a
destempo.

Alternativa a) Incorreta. O lançamento por declaração está regulado no


artigo 147 do CTN, que estabelece que lançamento é efetuado com base na
declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma
da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre
matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. O lançamento que depende
apenas de ato da autoridade administrativa, sem colaboração do sujeito
passivo, é o lançamento de ofício, regulado no artigo 149 do CTN.

Alternativa b) Incorreta. O artigo 145 do CTN, que estabelece as situações


em que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo poderá ser
alterado, dispõe o seguinte em seu texto:

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“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito


passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos


casos previstos no artigo 149.”

Alternativa c) Correta. Esse é o teor da Súmula STJ nº 436, que dispõe o


seguinte em seu texto:

“A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo


débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada
qualquer outra providência por parte do fisco.”

Alternativa d) Incorreta. Essa previsão vai de encontro ao que dispõe a


Súmula STJ nº 430, que estabelece o seguinte em seu texto:

“O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade


não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-
gerente.”

Alternativa e) Incorreta. Essa previsão vai de encontro ao que dispõe a


Súmula STJ nº 360, que estabelece o seguinte em seu texto:

“O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos


tributos sujeitos a lançamento por homologação
regularmente declarados, mas pagos a destempo.”

9. (CESPE - 2012 - TJ - PI - Juiz Substituto) No que concerne à obrigação


tributária e ao crédito tributário, assinale a opção correta.

I) O lançamento não poderá ser revisto de ofício pela autoridade


administrativa caso a declaração não seja prestada por quem de direito, no
prazo e na forma da legislação tributária.

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II) Somente nos casos previstos no CTN pode ser modificado ou extinto o
crédito tributário regularmente constituído.

III) O lançamento do crédito reporta-se à data da ocorrência do fato gerador


da obrigação e rege-se pela lei vigente, salvo se esta for posteriormente
modificada ou revogada.

Item I) Incorreta. As situações que autorizam o lançamento de ofício estão


previstas no artigo 149 do CTN, que assim nos diz em seu texto:

“Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela


autoridade administrativa nos seguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

II - quando a declaração não seja prestada, por quem


de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha


prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de
atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a
pedido de esclarecimento formulado pela autoridade
administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a


qualquer elemento definido na legislação tributária como
sendo de declaração obrigatória;

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da


pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que
se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito


passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à
aplicação de penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro


em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

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VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não


provado por ocasião do lançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior,


ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o
efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou
formalidade especial.

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser


iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.”

Item II) Correto. De acordo com o artigo 141 do CTN, o crédito tributário
regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua
exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos no CTN, fora dos
quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na
forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.

Item III) Incorreto. De acordo com o artigo 144 do CTN, o lançamento


reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

10. (CESPE - 2011 - TRF 2ª Região - Juiz Federal Substituto) Supondo


que um contribuinte faça à Receita Federal do Brasil uma declaração para
efeitos de cálculo de determinado imposto, assinale a opção correta.

a) O tributo será, obrigatoriamente lançado por homologação.

b) Se a declaração não atender à forma prevista na legislação tributária, o


lançamento deverá ser feito por homologação, após a devida correção formal
da declaração.

c) Sendo o tributo lançado por homologação, se a Receita Federal verificar


que o tributo está subdimensionado, deverá cobrar a diferença por meio de
um lançamento de ofício.

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d) O tributo será, obrigatoriamente, lançado por declaração.

e) O tributo poderá ser lançado por declaração ou por homologação, à


escolha da Receita Federal.

De acordo com o artigo 147 do CTN, o lançamento é efetuado com base na


declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma
da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre
matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. Esse é o lançamento por
declaração, que será utilizado no caso de serem verdadeiras e fidedignas as
informações prestadas pelo sujeito passivo. Nada impede, contudo, que a
autoridade administrativa, verificando lançamento a menor do tributo ou
pagamento a menor, venha a cobrar o saldo restante, mas dessa vez se
utilizando do lançamento de ofício. Essa possibilidade, contudo, não é
encontrada em nenhuma das alternativas.

Outra possibilidade é a do lançamento por homologação, em que o sujeito


passivo entrega declaração ao Fisco e, em regra, efetua o pagamento do
tributo devido, vindo esse pagamento a ser posteriormente homologado pelo
fisco, nos casos em que esse atesta as informações e pagamentos realizados
pelo contribuinte, hipótese em que teremos o chamado lançamento por
homologação. Artigo 150 do CTN.

Porém, caso o Fisco federal entenda que o recolhimento se deu a menor do


que o devido, a diferença deverá ser cobrada do sujeito passivo por meio de
lançamento de ofício, nos termos do artigo 149 do CTN.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

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11. (CESPE - 2011 - TRF 2ª Região - Juiz Federal Substituto) Supondo


que um contribuinte faça à Receita Federal do Brasil uma declaração para
efeitos de cálculo de determinado imposto, assinale a opção correta.

a) O tributo será, obrigatoriamente lançado por homologação.

b) Se a declaração não atender à forma prevista na legislação tributária, o


lançamento deverá ser feito por homologação, após a devida correção formal
da declaração.

c) Sendo o tributo lançado por homologação, se a Receita Federal verificar


que o tributo está subdimensionado, deverá cobrar a diferença por meio de
um lançamento de ofício.

d) O tributo será, obrigatoriamente, lançado por declaração.

e) O tributo poderá ser lançado por declaração ou por homologação, à


escolha da Receita Federal.

De acordo com o artigo 147 do CTN, o lançamento é efetuado com base na


declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma
da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre
matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. Assim, o tributo, uma vez
que o contribuinte fez, junto à Receita Federal do Brasil, uma declaração para
efeitos de cálculo de determinado imposto, será lançado, em regra, por
declaração. Contudo, nada impede que esse tributo venha a ser lançado de
oficio, desde que observados os casos previstos nos incisos do artigo 149 do
CTN, tornando incorreta a alternativa “d”.

Por sua vez, conforme o artigo 150 do CTN, o lançamento por homologação,
que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o
dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a
homologa, o que torna incorretas as alternativas “a” e “e”. O CTN prescreve
expressamente as situações em que a autoridade administrativa deverá
utilizar cada uma das modalidades de lançamento, não cabendo

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discricionariedade quanto a esse ponto, conforme estabelecido nos artigos


147, 149 e 150.

Na mesma linha, se a declaração não atender à forma prevista na legislação


tributária, o lançamento deverá ser feito, em regra, de oficio, após a devida
correção formal da declaração. Nesse caso, a depender do erro ou incorreção
da declaração prestada, o lançamento também poderá ser realizado por
declaração. Logo, incorreta também a alternativa “b”.

Contudo, mesmo o tributo sendo sujeito ao lançamento por declaração (o


mesmo valendo quanto aos tributos lançados por homologação), se a Receita
Federal verificar que o tributo está subdimensionado, deverá cobrar a
diferença por meio de um lançamento de ofício, conforme estabelece o artigo
149 do CTN, o que torna correta a alternativa “c”, gabarito da questão.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

12. (CESPE - 2011 - TJ - PB - Juiz Substituto) De acordo com o que


dispõe o CTN a respeito do crédito tributário, assinale a opção correta.

a) O lançamento tributário rege-se pela lei vigente na data da ocorrência do


fato gerador, ainda que ao tempo da constituição do crédito tal lei haja sido
revogada.

b) Em regra, caso o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, a


conversão em moeda nacional deverá ser feita ao câmbio do dia do efetivo
pagamento do tributo.

c) O crédito tributário surge com a ocorrência do fato gerador do tributo.

d) O lançamento é o procedimento administrativo por meio do qual se apura


a certeza e a liquidez do crédito tributário, que constitui o devedor em mora.

e) Notificado regularmente o lançamento ao sujeito passivo tributário, a


autoridade administrativa não pode mais alterá-lo de ofício.

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Alternativa a) Correta. De acordo com o artigo 144 do CTN, o lançamento


reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

Alternativa b) Incorreta. De acordo com o artigo 143 do CTN, e salvo


disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em
moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda
nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

Alternativa c) Incorreta. De acordo com o artigo 139 do CTN, o crédito


tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
Quem nasce com a ocorrência do fato gerador do tributo é a obrigação
tributária correspondente, materializada com o lançamento do crédito
tributário.

Alternativa d) Incorreta. Essa definição é relativa à inscrição do débito em


dívida ativa, conforme estabelece o artigo 201 do CTN, constitui dívida ativa
tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na
repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado,
para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular,
e a fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a
liquidez do crédito.

Alternativa e) Incorreta. De acordo com o artigo 145 do CTN, o


lançamento poderá ser alterado nas situações previstas nos incisos I a III.
Seu texto é o seguinte:

“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito


passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos


casos previstos no artigo 149.”

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13 - (CESPE - 2009 - MPE-RN - Promotor de Justiça) O fisco local


constatou que determinada empresa estava fraudando a fiscalização
tributária e a autuou em valor correspondente ao tributo e a uma penalidade
pecuniária. Após a revisão administrativa do referido auto de infração, a
penalidade pecuniária foi majorada.

Nessa situação,

a) a obrigação acessória não pode ser revista administrativamente.

b) a obrigação tributária não se altera com a alteração do crédito tributário.

c) o auto de infração fiscal constituiu o crédito tributário e, por isso, a revisão


não poderia alterar o valor da penalidade para majorá-lo.

d) o valor do auto de infração acabou constituído pelo tributo e penalidade


pecuniária, que se referem à obrigação acessória.

e) a obrigação acessória não pode ser convertida em obrigação principal.

A obrigação tributária é independente do crédito tributário originário daquela.


A alteração dos valores constantes no crédito tributário não altera em nada a
obrigação tributária existente, uma vez que está é anterior ao nascimento
daquele. A previsão consta no artigo 140 do CTN, que assim nos diz em seu
texto:

“Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito


tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou
os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu
origem.”

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

Por sua vez, o lançamento pode ser revisto de ofício, como bem nos diz o
artigo 149 do CTN, podendo, inclusive, alterar os valores já formalizados por
meio de auto de infração, o que torna incorreta a alternativa “c”. A revisão
poderá, sim, majorar a penalidade aplicada anteriormente à revisão.

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Por sua vez, a obrigação tributária acessória pode ser revista


administrativamente, quando for incorretamente cumprida ou edificada pela
fiscalização tributária, uma vez que as obrigações tributárias principais e
acessórias são independentes entre si. Assim, a alternativa “a” é incorreta.

Na alternativa “d”, o tributo se refere á obrigação tributária principal, e não à


obrigação tributária acessória, o que torna aquela incorreta.

Por fim, temos a alternativa “e”, que, sob o ponto de vista estritamente da
redação constante no CTN, artigo 113, §3º, está incorreta, já que a obrigação
tributária acessória converte-se em obrigação tributária principal
relativamente à penalidade pecuniária, casa não seja observada. Entretanto,
não há a conversão da obrigação tributária acessória em uma obrigação
tributária principal, uma vez que aquela continua a existir
independentemente desta.

14 - (CESPE - 2007 - OAB-SP - Exame de Ordem - 2 - Primeira Fase)


No que respeita ao lançamento tributário, é correto afirmar que

a) o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação


e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou
revogada.

b) o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo não pode ser


alterado.

c) lançamento de ofício é a modalidade em que o contribuinte declara, apura


e recolhe o tributo devido, para ulterior homologação pelo fisco.

d) havendo decisão administrativa definitiva que anule determinado


lançamento fiscal por vício formal, fica impedido o fisco de efetuar novo
lançamento para constituição do crédito tributário.

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Alternativa a) Correta. De acordo com o artigo 144 do CTN, o lançamento


reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

Alternativa b) Incorreta. O lançamento, mesmo que depois de


regularmente notificado ao sujeito passivo, pode ser alterado nas situações
previstas nos incisos I a III do artigo 145 do CTN, cuja redação é a seguinte:

“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito


passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos


casos previstos no artigo 149”

Alternativa c) Incorreta. A modalidade de lançamento em que o


contribuinte declara, apura e recolhe o tributo devido, para ulterior
homologação pelo fisco, é o lançamento por homologação, conforme nos diz
o artigo 150 do CTN.

“Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre


quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo
o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da
autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a
referida autoridade, tomando conhecimento da atividade
assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.”

Alternativa d) Incorreta. Ocorrendo a anulação do lançamento


anteriormente efetuado, não há qualquer proibição quanto ao Fisco para que
esse realize novo lançamento, sendo perfeitamente válido o ato.

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15 - (CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 1 - Primeira


Fase (Mai/2009) Não está prevista, no Código Tributário Nacional, no que
se refere a lançamento efetuado de ofício, a comprovação de:

a) ação ou omissão do sujeito passivo que dê lugar à aplicação de penalidade


pecuniária.

b) falta funcional que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária.

c) ocorrência, no lançamento anterior, de fraude funcional da autoridade que


o efetuou.

d) ocorrência, no lançamento anterior, de omissão de formalidade especial da


autoridade que o efetuou.

As situações que autorizam o lançamento de ofício estão previstas no artigo


149 do CTN, que assim nos diz em seu texto:

“Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela


autoridade administrativa nos seguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

II - quando a declaração não seja prestada, por quem de


direito, no prazo e na forma da legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha


prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de
atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a
pedido de esclarecimento formulado pela autoridade
administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a


qualquer elemento definido na legislação tributária como
sendo de declaração obrigatória;

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V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da


pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que
se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito


passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à
aplicação de penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro


em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não


provado por ocasião do lançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior,


ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o
efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou
formalidade especial.

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser


iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.”

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

16 - (CESPE - 2008 - TJ-SE - Juiz) Considere que, após preencher e


entregar ao órgão fiscal todos os documentos e informações necessários à
apuração de determinado tributo, a empresa X receba uma notificação para
pagamento. Nessa situação, tal tributo tem lançamento:

a) por declaração.

b) por apontamento.

c) de ofício.

d) por homologação.

e) por substituição.

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De acordo com o artigo 147 do CTN, o lançamento por declaração é aquele


efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando
um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade
administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua
efetivação.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

17 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - Promotor de Justiça) Se um agente


tributário detecta, no dia de hoje, a ocorrência de uma importação ocorrida
há um mês e cujo imposto foi sonegado, ele deverá, em regra, efetuar o
lançamento tributário calculando o respectivo valor pela taxa de câmbio de
hoje.

( ) Certo ( ) Errado

Essa questão se resolve com o que dispõe o artigo 143 do CTN, que assim
nos diz em seu texto:

“Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o


valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no
lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

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18 - (CESPE - 2009 - PGE-AL - Procurador de Estado - Prova Objetiva)


O lançamento de obrigação tributária regularmente notificado ao sujeito
passivo só pode ser alterado em virtude de:

a) impugnação de terceiro interessado.

b) recurso interposto pela procuradoria fiscal.

c) iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no


CTN.

d) interesse do sujeito passivo.

e) impugnação do sujeito ativo.

Os casos possíveis de serem observados quanto à alteração do lançamento


são expressamente os previstos no artigo 145, constando apenas a situação
prevista na alternativa “b” como hipótese válida, conforme os seus incisos I a
III. Veja o que nos diz o texto do artigo:

“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito


passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos


casos previstos no artigo 149.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

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19 - (CESPE - 2009 - Prefeitura de Ipojuca - PE - Procurador


Municipal) Julgue os itens seguintes, acerca do direito tributário nacional.

Na hipótese de se comprovar ação ou omissão de contribuinte que esteja


sujeita à aplicação de multa, é lícito que o lançamento seja efetuado e revisto
de ofício.

( ) Certo ( ) Errado

Os casos em que é admitido o lançamento de oficio estão contidos nos artigo


149 do CTN, que assim nos diz em seu texto:

“Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela


autoridade administrativa nos seguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

II - quando a declaração não seja prestada, por quem de


direito, no prazo e na forma da legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha


prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de
atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a
pedido de esclarecimento formulado pela autoridade
administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a


qualquer elemento definido na legislação tributária como
sendo de declaração obrigatória;

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da


pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que
se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito


passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê
lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

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VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro


em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não


provado por ocasião do lançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior,


ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o
efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou
formalidade especial.

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser


iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública”

Assim, resta correta a assertiva apresentada.

20 - (CESPE - 2010 - DETRAN-ES - Advogado) Julgue os itens a seguir,


relativos a crédito tributário.

O crédito tributário é definitivamente constituído no momento da ocorrência


do fato gerador do tributo.

( ) Certo ( ) Errado

O crédito tributário é constituído definitivamente após o julgamento de


eventual impugnação apresentada pelo contribuinte quanto ao lançamento
realizado, e desde que seja desfavorável àquele; ou quando esgotado o prazo
para impugnação sem que esta tenha sido realizada pelo interessado. Antes
desses dois eventos, o crédito tributário esta apenas constituído, mas, em
regra, de maneira ainda não definitiva, uma vez que poderá ser alterado por
uma das situações previstas no artigo 145 do CTN.

“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito


passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

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II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos


casos previstos no artigo 149.”

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

21. (CESPE - 2010 - TRE - MT - Analista Judiciário – Judiciária)


Considere que, após a ocorrência de um fato gerador, nova lei aumentando
as alíquotas do tributo tenha sido publicada. Nessa situação, o lançamento
será regido pela lei

a) em vigor na data da ocorrência do fato gerador.

b) em vigor na data da feitura do lançamento.

c) em vigor na data do pagamento do tributo.

d) mais favorável ao incremento da arrecadação.

e) discricionariamente indicada pela autoridade fazendária competente.

De acordo com o artigo 144 do CTN, o lançamento reporta-se à data da


ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente,
ainda que posteriormente modificada ou revogada.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

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22 - (CESPE - 2009 - PGE-AL - Procurador de Estado - Prova Objetiva)


Um contribuinte foi autuado por ter praticado infração tributária. Assim,
contra ele foi lavrado auto de infração cobrando o tributo sonegado e
estipulando as penalidades. Após a defesa administrativa, ele conseguiu
diminuir o valor referente à multa aplicada.

Na situação hipotética acima descrita,

a) o crédito tributário foi alterado, ficando intacta a obrigação tributária.

b) o fato gerador foi modificado e, por isso, também foi modificado o crédito
tributário.

c) uma vez que o crédito tributário tem origem na obrigação tributária, a


modificação feita em um causa alteração no outro.

d) o crédito tributário faz nascer a obrigação tributária e, por esse motivo,


qualquer modificação no crédito altera a obrigação.

e) a multa alterada modifica o fato gerador e, portanto, o crédito tributário.

A obrigação tributária é independente do crédito tributário daquela originária.


A alteração dos valores constantes no crédito tributário não altera em nada a
obrigação tributária existente, uma vez que está é anterior àquele. Essa
previsão consta no artigo 140 do CTN, que assim nos diz em seu texto:

“Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito


tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou
os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu
origem.”

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. Apenas o


valor da multa aplicada foi reduzido, em nada alterando a obrigação tributária
e muito menos o fato gerador da obrigação, uma vez que o crédito tributário,
em razão do lançamento, é decorrente dessa. A obrigação, por sua vez,
decorre sempre do fato gerador previsto em lei.

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23. (CESPE - 2008 - PGE- PI - Procurador do Estado Substituto)


Assinale a opção correta acerca de crédito tributário.

a) As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus


efeitos afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.

b) As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus


efeitos ou as garantias ou os privilégios a eles atribuídos, ou que excluem a
sua exigibilidade, podem afetar o seu lançamento, mas não, a obrigação que
lhe deu origem.

c) As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus


efeitos ou as garantias ou os privilégios a eles atribuídos, ou que excluem a
sua exigibilidade, não afetam o lançamento que lhe deu origem, apenas a
obrigação.

d) As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus


efeitos podem modificar a obrigação tributária apenas no que diz respeito aos
seus elementos principais.

e) A autoridade administrativa não pode, mesmo amparada na lei, extinguir o


crédito tributário devidamente constituído.

De acordo com o artigo 140 do CTN, as circunstâncias que modificam o


crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os
privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a
obrigação tributária que lhe deu origem. O lançamento, contudo, pode ser
afetado, podendo o lançamento inicial ser anulado ou complementado.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

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24. (CESPE - 2005 - TJ - DFT - Juiz Substituto) Sobre a constituição do


crédito tributário pode-se afirmar, exceto:

a) que a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória.

b) que o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da


obrigação e rege-se pela lei então vigente, salvo se posteriormente
modificada ou revogada.

c) que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser


alterado no caso de recurso de ofício.

d) que compete privativamente à autoridade administrativa constituir o


crédito tributário pelo lançamento.

Alternativa a) Correta. De acordo com o artigo 142, parágrafo único, do


CTN, a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob
pena de responsabilidade funcional.

Alternativa b) Incorreta. De acordo com o artigo 144 do CTN, o


lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e
rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou
revogada.

Alternativa c) Correta. O lançamento, mesmo que depois de regularmente


notificado ao sujeito passivo, pode ser alterado nas situações previstas nos
incisos I a III do artigo 145 do CTN, cuja redação é a seguinte:

“Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito


passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos


casos previstos no artigo 149”

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Alternativa d) Correta. De acordo com o artigo 142 do CTN, compete


privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente,
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade
cabível.

25. (CESPE/ANATEL/Especialista/2014) Considere que um contribuinte


tenha feito uma declaração necessária à elaboração de um lançamento
tributário. Considere, ainda, que, posteriormente, ele tenha pretendido
retificá-la, por ter observado que o valor do tributo que dela resultaria seria
superior ao devido. Nessa situação, o contribuinte poderá realizar tal
retificação desde que comprove o erro que fundamenta a retificação e desde
que a faça antes de notificado o lançamento.

De acordo com o artigo 147, §1º, do CTN, a retificação da declaração por


iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só
é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de
notificado o lançamento. Assim, resta correta a assertiva apresentada.

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26. (CESPE/ANATEL/Especialista/2014) Considere que um sujeito


passivo tenha sido regularmente notificado de um lançamento tributário.
Nesse caso, o lançamento tributário poderá ser alterado em virtude de
impugnação proposta pelo sujeito passivo, mas não em decorrência de
recurso de ofício.

De acordo com o artigo 145 do CTN, o lançamento regularmente notificado


ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:

 impugnação do sujeito passivo;

 recurso de ofício;

 iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no


artigo 149.

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

27. (CESPE/MPU/Analista/2015) Os lançamentos do IPTU e do IPVA são


tipicamente da espécie por homologação, pois o contribuinte pode calculá-los
e pagá-los antecipadamente, por iniciativa própria.

O IPVA e o IPTU são tipicamente tributos sujeitos a lançamento de ofício,


uma vez que cabe ao Fisco apurar a base tributável, definir a alíquota
aplicável e calcular o montante do tributo devido, sem qualquer participação
do sujeito passivo. Para esses tributos, a regra é essa modalidade de
lançamento, muito embora, por exceção, possa ser aplicado o lançamento
por homologação, como ocorre no Estado de São Paulo quanto ao IPVA.

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

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Gabaritos

1 E 10 C 19 C
2 E 11 C 20 E
3 E 12 A 21 A
4 E 13 B 22 A
5 E 14 A 23 B
6 C 15 B 24 B
7 EE 16 A 25 C
8 C 17 E 26 E
9 ECE 18 C 27 E

Aluisio de Andrade Lima Neto


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