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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL
FORTALEZA- CE
Novembro-2009
PATRÍCIA PINTO GONÇALVES
FORTALEZA- CE
2009
PATRÍCIA PINTO GONÇALVES
Aprovada em ____/____/_____
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Prof. André Bezerra dos Santos, Ph.D (Orientador)
Universidade Federal do Ceará – UFC
_______________________________________________________
Adriana Guimarães Costa
Universidade Federal do Ceará – UFC
________________________________________________________
Aldecira Gadelha Diógenes
Universidade Federal do Ceará - UFC
A Deus, pela vida.
Aos meus pais, pela força e apoio a mim
dedicados em todos os anos de vida
acadêmica.
À minha irmã, pelo carinho, cuidado e atenção
que sempre teve comigo.
À minha avó, pelo carinho e apoio nos
momentos difíceis
Aos meus amigos da faculdade, pela amizade e
pelos dias de estudos.
Aos meus primos, pelo apoio e incentivo.
7
Ao professor André Bezerra dos Santos pela orientação deste trabalho e, em especial,
pela dedicação, paciência, conselhos e amizade dedicados nesta graduação.
Aos meus amigos da faculdade: Paulo Rogério, Pedro Rodolfo, Vanessa, Marisônia,
Maria Micheline, Márcio Anderson, Euclides, Emanoel, Amanda e Karla pela amizade e pelo
apoio durante toda a caminhada universitária.
Aos corretores Felipe Rabelo Pinto e Leandro Rabelo Pinto, pelo apoio profissional.
Aos meus amigos da comunidade face de cristo: Carla, Cabral, Anderson e Vanessa
pelas orações e pela valorização do ser humano.
Aos meus amigos de infância: Maria Clara, Paula, Carina, Mariana, Raíssa, Isabel,
Cecília, Tássia, Luiza, Lívia e Lia pelo carinho e compreensão.
O momento atual de desequilíbrio ecológico pelo qual passa o mundo exige que empresas de
todos os ramos adotem e pratiquem técnicas sustentáveis, ou seja, elas devem reduzir os
desperdícios dos recursos naturais como forma de perpetuá-los e garantir a sobrevivência das
espécies hoje existentes na terra. O presente estudo tem como objetivo investigar as práticas
sustentáveis atuais em Fortaleza, um estudo de caso, bem como entender a visão de
empreendedores do ramo de construção quanto à tendência delas. O método de pesquisa foi
dividido em seis etapas: inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica. Em seguida, foi
elaborado um questionário com o objetivo de abordar questionamentos sobre a aplicação e
filosofia sustentável. A terceira etapa envolveu a seleção da empresa cujos empreendimentos
foram alvos de estudos de casos desse trabalho. A quarta etapa tratou-se da entrevista com o
engenheiro da empresa selecionada a fim de obter a visão da empresa sobre construções
futuras, bem como identificar a prática de sistemas ecológicos. A penúltima etapa envolveu a
busca pelo perfil do comprador dos empreendimentos citados neste trabalho, como uma forma
de verificar se o consumidor exigia a presença de práticas sustentáveis no imóvel e se isso
motivava o empreendedor. Ao final, foram feitas críticas a alguns pontos analisados durante a
entrevista. Entre as principais conclusões deste estudo, está a constatação de que as principais
práticas ecológicas encontradas em construções de Fortaleza são: reúso de água, técnica de
uso da energia solar para aquecimento de água e sistemas inteligentes de iluminação. Outra
conclusão importante deste estudo é de que tem crescido o interesse de construtores por
técnicas sustentáveis, ainda que não seja acompanhada, no mesmo ritmo, pelo interesse de
consumidores em empreendimentos deste tipo.
Palavras-chave: Práticas sustentáveis; Construção; Empreendedores.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................11
1.3 Objetivos......................................................................................................................13
1.3.1 Geral.........................................................................................................13
2 SISTEMAS ECOLÓGICOS.................................................................................................16
2.6.3 Vidro..........................................................................................................37
14
3 METODOLOGIA.................................................................................................................41
4.3 Entrevista.....................................................................................................................51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................59
ANEXOS.................................................................................................................................61
1 INTRODUÇÃO
O nosso planeta possui recursos finitos, tais como água, ar, solo, energia, que precisam
ser protegidos e preservados tanto quantitativamente como qualitativamente para que a
sobrevivência humana e de outras espécies não seja ameaçada. Esse é o conceito de
sustentabilidade que surgiu na década de 1980 (NÓBILE, 2003). Tal definição tornou-se um
padrão seguido mundialmente e cada vez mais infiltrado em ramos econômicos e sociais,
visto que a humanidade tem experimentado das conseqüências danosas de desequilíbrios
ambientais.
Silva (2007) menciona que a construção civil contribui para esses desequilíbrios durante
toda sua cadeia produtiva, desde a extração de matérias primas como, minerais, madeiras e
rochas, passando pela construção, manutenção e demolição.
É por essas e outras vantagens que empreendimentos sustentáveis são cada vez mais de
interesse de grandes empresas no mundo. Para atender a essa crescente demanda, o mercado
brasileiro tem disponibilizado produtos e técnicas que auxiliam empresários na implantação
dos conceitos de sustentabilidade (KROTH, 2007). Entretanto, ainda é possível observar a
carência de soluções globais. Nesse sentido, uma implantação de redes sinérgicas integrando
as esferas industrial, profissional e acadêmica, poderá promover uma abordagem mais
abrangente sobre o problema ocasionado por esta carência, resultando no oferecimento de
soluções também abrangentes e de métodos e instrumentos eficientes para sua avaliação.
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O presente trabalho foi realizado em uma empresa de construção civil que atua na
Região Metropolitana de Fortaleza. A seguir, é apresentada uma breve descrição desta
empresa que participou do estudo e a justificativa para a seleção da mesma.
Empresa A
Para este trabalho foram escolhidos quatro sistemas ecológicos a serem aprofundados:
Gerenciamento de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), sistemas inteligentes de
iluminação, sistemas de uso da energia solar e reaproveitamento de água. Estes sistemas são
normalmente os sistemas mais utilizados nos diagnósticos de sistemas ecológicos no Brasil e
no mundo.
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O Reaproveitamento de Água, quer pela captação das águas de chuva quer pelo reúso de
águas cinzas, foi escolhido por se tratar de um sistema que visa o maior aproveitamento
possível dos recursos naturais. É uma grande solução para reduzir o consumo de água da
concessionária, e minimizar o lançamento de esgotos nas redes coletoras.
1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
• Buscar dados que apontem se a inclusão desses conceitos torna as construções mais
caras.
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Cap. 1 – Introdução
O homem não pode viver sem ciência nem tecnologia, tal como não pode viver contra a
natureza. O que, entretanto, necessita de maior atenção, é o ajuste da exploração natural, do
consumo humano e da densidade de ocupação humana perante a capacidade de suporte dos
ecossistemas locais (NÓBILE, 2003).
As tecnologias estudadas, neste trabalho, ajudam a ajustar essa relação entre exploração
dos recursos naturais pelos homens e o equilíbrio que estes ocasionam em ecossistemas.
(a) a responsabilidade ambiental dos profissionais na elaboração dos projetos por meio
da redução e minimização do desperdício de materiais, exigência de manejos para a
eliminação dos impactos ambientais, diminuição dos custos finais dos empreendimentos;
(b) a responsabilidade ambiental dos profissionais nos canteiros de obras por meio da
limpeza do canteiro, segregação dos resíduos gerados e garantia de controle sobre o destino
dos resíduos em agentes legalmente licenciados, resultando numa maior limpeza e
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(d) a responsabilidade ambiental dos receptores dos RCD por meio de áreas receptoras
definidas como: área de transbordo e triagem – licenciada pelo poder público municipal, área
de reciclagem e aterros de RCD e resíduos inertes – licenciados pelos órgãos estaduais do
meio ambiente.
Apesar de não ter sido feita uma avaliação da produção de RCD, as construções
sustentáveis devem minimizar a produção dos resíduos e promoverem a reciclagem do que
puder ser reciclado e dar um correto destino da outra fração, preferencialmente em aterros
sanitários.
Segundo Kroth (2007), existem duas formas conhecidas de captação de água de chuva:
a primeira é aproveitando a cobertura da casa, e a segunda é revestindo o subsolo de uma
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região de encosta com plástico e canalizando a água pré-filtrada pelo solo até uma caixa ou
reservatório.
De acordo com Neves et al. (2006), a armazenagem da água da chuva pode ser feita em
uma caixa separada ou diretamente na cisterna, caixa central do seu estabelecimento (Lares na
cidade, fazenda, sítios, chácaras etc.) ou ainda em cisternas secas e abandonadas,
reaproveitando-as, conforme pode ser visto na Figura 2 .
1- O consumo necessário de água para abastecer uma família durante o ano ou num
período curto (dias, semanas ou meses), na medida que podem existir no local, outras fontes
de água (cisterna, mina ou nascente, etc.);
2- A quantidade de água de chuva que a cisterna pode captar e armazenar, durante este
mesmo período, sendo dependente:
2.2- A área disponível para a captação, que por sua vez dependerá: do tipo de material,
ou seja, se é telha de barro, plástico, etc.; da superfície em que é captada, que pode ocorrer
perdas.
Pode-se usar este volume de água em potencial que se tem na região como fator
limitante do dimensionamento da caixa de captação, ou não; tudo dependerá de seu objetivo
em captar este tipo de água, e das condições financeiras disponíveis para realizá-lo.
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De acordo com Neves et al. (2006), a escolha do local para a construção da caixa ou
reservatório de captação deverá atender aos seguintes requisitos:
1. A caixa deve ser montada no lugar mais baixo, podendo receber por gravidade á água
escoada de todos os lados do telhado. No caso de se usar o plástico enterrado, a água que
escorrerá por toda a extensão do mesmo, também deverá estar acima da caixa;
5. A caixa de captação ou armazenamento quando for usada como uma cisterna, ou seja,
usando balde para retirar a água, poderá ser construída próxima da cozinha para facilitar o
acesso à água pela dona de casa.
E, ainda, de acordo com Neves et al. (2006), a água armazenada na caixa pode sofrer
contaminação de duas maneiras:
Pelo risco apresentado acima, é recomendável limpeza e inspeção das caixas e dos
demais componentes envolvidos no sistema freqüentemente.
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Águas cinzas, como define Lamine et. al. (2007 apud VALENTINA, 2009), trata-se
daquele volume residuário sem contribuição de efluentes das bacias sanitárias, sendo assim,
diz respeito apenas ao volume de água produzido por chuveiros, lavatórios, máquinas de
lavar, pias de cozinha e tanques.
Assim parte da água residencial, cerca de 30% segundo Cipriani (2007), deixará de ser
recebida da distribuidora local. É preciso atentar, entretanto, a um ponto especial do sistema
que é a do tratamento da água que contem o sabão e matéria orgânica humana que, se parada
por alguns dias, inicia um processo de decomposição.
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Esgoto sanitária
Água
Água ETE
pot
potável
á vel
Água
Descarga sanitária
re
reuso
ú so
Irrigação
Ar condicionado
As tubulações devem possuir cores distintas e não ter nenhuma interligação entre elas. É
recomendável que as válvulas e os registros de cada rede possuam abertura e fechamentos
diferenciados. No caso de falta de água de reúso, os vasos sanitários devem ser abastecidos
com água potável (GONÇALVES, 2006).
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Segundo Kroth (2007), energia solar trata-se da energia luminosa captada do Sol, que é
transformada em alguma outra forma de energia utilizável pelo homem, seja diretamente para
aquecimento de água ou ainda como energia elétrica ou mecânica.
Ainda segundo Cipriani (2007), a Terra recebe 1410 W/m2 de energia, medição feita
numa superfície normal (em ângulo reto) com o sol durante seu movimento de translação ao
redor do Sol. Dessa energia, cerca de 19% é absorvida pela atmosfera e 35% é refletida.
Trata-se, portanto, de uma energia não poluente, em abundância em países tropicais e cuja
fonte, o Sol, é gratuita.
Segundo Cipriani (2007), o aumento cada vez maior da demanda por abastecimento
energético tem sido uma das principais características de nossa sociedade, ao menos sob um
ponto de vista prático e material. Pois indústria, meios de transporte e até mesmo a agricultura
e a vida urbana necessitam de energia para seu funcionamento e desenvolvimento.
Ainda de acordo com Cipriani (2007), mais de 98% de nossa energia procede de
combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás natural. As reservas destes combustíveis fósseis
são limitadas como todos os recursos naturais e, como a exploração deles está muito acelerada
por causa do crescente consumo, é possível prever a falta destes recursos para a continuidade
de práticas atuais.
Cada vez mais, pessoas comuns são mais bem informadas, devido à crescente eficiência
dos meios de comunicação, o que gera um fortalecimento da consciência comum, quanto à
necessidade da manutenção de nossas reservas esgotáveis de energia e do desenvolvimento
tecnológico no setor de aproveitamento de fontes de energia alternativas.
Frente a esta realidade, seria irracional não buscar, por todos os meios tecnicamente
possíveis, aproveitar uma fonte de energia limpa, inesgotável e gratuita, como a energia solar,
os métodos de captação dela e possíveis usos e aplicações.
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Assim, são apresentados métodos de conversão térmica e elétrica da energia solar, bem
como seus usos e aplicações.
Estes sistemas possibilitam a geração de energia elétrica capaz de suprir toda a demanda
de uma residência se corretamente dimensionados. O sistema, na Figura 4, mostra como
funciona a energia fotovoltaica ligada a baterias.
A energia, então, é destinada para o banco de baterias, responsável por acumular a energia
necessária para o uso à noite ou em momentos de pouca insolação. Estas baterias podem ser
do tipo estacionário (deep-cycle) ou automotivo (HELIODINAMICA, 2009).
Nesta etapa, a energia ainda não está pronta para ser utilizada pelas redes elétricas
residenciais, pois a corrente gerada pelas placas é contínua de 12, 24 ou 48 volts, e precisando
ser transformada em 110 ou 220 volts de corrente alternada. O aparelho responsável por esta
transformação é o inversor, outro papel importante deste aparelho é prevenir que anomalias na
rede ou na geração da energia causem danos ao sistema elétrico da casa, em caso de
anomalias o sistema desconecta a rede das baterias (HELIODINAMICA, 2009).
Esse sistema, segundo Quinteros (2001), funciona da seguinte forma: os raios de sol
atravessam a tampa do coletor, feita de vidro, incidem em aletas feitas de cobre ou alumínio
pintadas com uma tinta especial e escura, gerando a máxima absorção da radiação solar
(Figura 5).
Então o calor captado é transferido por condução para a água que passa no interior da
placa em tubos de cobre em forma de serpentina e, posteriormente, vão ao reservatório
térmico. No caso do reservatório estar em um nível superior aos coletores o fluxo da água é
um fenômeno físico devido à diferença de densidade da água quente e da água fria, conforme
mostrado na Figura 6. A água que está na serpentina é aquecida e ao diminuir sua densidade
fica mais leve, encaminhando-se em direção do reservatório, dando assim lugar à água mais
fria e mais pesada (KROTH, 2007).
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O reservatório térmico, Boiler (Figura 7), tem como característica principal manter a
temperatura da água o mais quente possível; em dias normais a temperatura da água dentro do
sistema, mesmo no período da noite, fica acima da temperatura de uso, sendo necessária a
mistura com água fria. Isto garante a não necessidade de sistema auxiliar em períodos em que
não há sol. Os cilindros são feitos de cobre, inox ou polipropileno e, posteriormente, são
revestidos com isolante térmico. Os reservatórios vendidos no mercado variam de tamanho, e
devem ser dimensionados de acordo com o uso diário da água quente na residência. O
principal fator de dimensionamento é a quantidade de banhos e seu tempo médio, porém,
também são levados em conta todos os pontos de uso, como a cozinha, pias de lavatórios e
lavanderia (QUINTEROS 2001).
A iluminação natural pode ser utilizada sem acrescentar um excesso de carga térmica
no ambiente. Segundo Cipriani (2007), soluções como as prateleiras horizontais refletoras, ou
os protetores solares externos de rastreamento azimutal, são ferramentas de projeto, viáveis e
disponíveis. Comenta também sobre a existência de ferramentas computacionais que auxiliam
projetos e reformas a contemplar a melhor forma de usar a luz natural. Elas são capazes de
aliar a modelagem computacional, elaborando modelos em três dimensões (3D) ou, ainda, a
maquete eletrônica, e associar as características físicas da luz com os procedimentos
analíticos, calculando desde a entrada da luz natural por uma abertura até as interações ou
múltiplas e inúmeras reflexões entre as diversas superfícies, materiais, cores e, inclusive,
fontes de luz.
A partir da estimativa da iluminação natural, pode-se projetar a luz artificial, que será
complementar, e apenas acionar o que for absolutamente necessário. Pode haver a conjugação
com sensores de forma a automatizar tal controle.
energética passem a adotar a tecnologia para, além de seduzir o cliente e o usuário pelos
aspectos visuais das apresentações, utilizarem tais ferramentas e a luz como instrumentos a
serviço da qualidade do ambiente construído, do conforto nas condições de trabalho e do
bem-estar da sociedade, com economia de recursos energéticos, por um desenvolvimento
sustentável e por uma arquitetura ecologicamente correta.
• A forma;
• Térmica;
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2. Escolha de lâmpadas;
3. Escolha de luminárias;
5. Iluminação de emergência;
Após a resolução destas variáveis, pode-se falar em automação predial, que terá como
atividade primordial o gerenciamento dessas variáveis.
jardim da cobertura foi uma das primeiras obras realizadas por Roberto Burle Marx, em 1938.
Já o projeto arquitetônico foi elaborado por Lúcio Costa, Affonso Reidy, Jorge Moreira,
Carlos Leão, Ernani Vasconcellos e Oscar Niemeyer, baseados em oficinas ministradas por
Le Corbusier e em alguns esboços feitos durante a sua estadia no Brasil em 1936 (BRUAND,
1984 apud LOHNMANN, 2008).
• Absorção de ruídos;
De acordo com Lohmann (2008), os telhados vivos têm duas classificações: intensivos
ou extensivos. A diferença entre essas categorias está na função da escolha da vegetação. Os
telhados intensivos caracterizam-se pelo uso de plantas que demandam maior consumo de
água, adubo e manutenção geral. Já os telhados extensivos se caracterizam pela alta
resistência às variações pluviais, tornando praticamente desnecessária sua manutenção. Nesse
último caso, também o uso de camadas mais estreitas e leves de substratos minimizam os
custos com a estrutura.
De acordo com Lohmann (2008), os telhados vivos são compostos por várias camadas,
cada qual com uma função específica (Figura 12):
• Camada de impermeabilização: para impedir a infiltração de água na laje;
2.6.3 Vidro
Ainda, de acordo com Cipriani (2007), existe um conjunto de qualidades novas que
resultam do desenvolvimento tecnológico do vidro que é extremamente importante ter em
consideração no momento de selecionar criteriosamente este material para um dado projeto. A
especificação do vidro varia consoantes os contextos específicos em que se pretende aplicar o
painel de vidro duplo, dado este representar, cada vez mais, o papel de um filtro que
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transmite, tanto para o interior como para o exterior, apenas uma parte controlável da
radiação.
• O fator solar do vidro resulta da soma do fluxo transmitido e do fluxo irradiado pelos
raios solares que incidem sobre o vão e deve ser o adequado para o contexto
específico em que o vidro é aplicado;
Algumas indicações úteis para a especificação do vidro, sempre duplo, num projeto de
edifício em contexto urbano, novo ou a reabilitar, em que as áreas envidraçadas não
ultrapassam os 25% da área útil da habitação e em que, pelo menos, as paredes externas são
maciças, capazes de armazenar os ganhos solares térmicos. Para facilitar a manutenção e
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limpeza é importante que todas as janelas proporcionem o acesso a ambas as faces e que se
especifique um vidro que tenha elevada resistência à sujidade (CIPRIANI, 2007).
Segundo Cipriani (2007), a correta utilização dos recursos passivos, como o efeito da
insolação, do sombreamento, da evaporação da água, da variação de temperatura entre o dia e
a noite e da ventilação natural, além de conferir valor de conforto às estruturas, também as
deixam mais bela.
• O uso da cor. Cores escuras em superfícies externas absorvem mais o calor solar
(bom para locais que necessitam de aquecimento). O contrário também é válido, já
cores claras têm maior reflexão da radiação, reduzindo os ganhos de calor dos
fechamentos opacos. Assim como, cores claras no interior da edificação podem ser
usadas estrategicamente junto com sistemas de iluminação artificial e/ou natural.
Cipriani (2007) sempre que a análise bioclimática do local indicar períodos de calor,
essas proteções são necessárias.
• Uso da vegetação como sombreamento: É possível que uma proteção solar não seja
suficiente para sombrear adequadamente uma abertura. Na fachada oeste, por
exemplo, um brise adequado às necessidades de sombreamento no verão deveria, em
alguns casos, bloquear completamente a radiação solar. Em algumas horas da tarde o
sol estará quase perpendicular à fachada, o que induziria a uma proteção que
praticamente obstruísse a abertura. Para efeito de iluminação, isso não seria adequado,
pois acarretaria necessidade de iluminação artificial (CIPRIANI, 2007).
3 METODOLOGIA
a) Revisão bibliográfica;
Para aplicar esse questionário, foi necessária uma etapa de seleção da empresa para o
estudo de caso, a qual se configurava como a primeira da área de construção civil a lançar
empreendimentos ecológicos.
A quarta etapa consistiu em uma entrevista onde foi aplicado na empresa selecionada o
questionário elaborado durante as etapas anteriores. Durante esse momento, buscou-se
diagnosticar as práticas adotadas pela empresa em suas obras e a visão dos empreendedores
quanto às futuras construções.
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A sexta etapa tratou-se da busca pelo perfil do consumidor, ou seja, quais foram os
principais critérios ou principais motivações que levaram esses compradores a buscarem
construções mais ecológicas.
ÁREA PERGUNTA
A empresa tem em sua missão e visão a sustentabilidade, construir e
promover o desenvolvimento do país em equilíbrio com o meio
ambiente?
A empresa já adotou as técnicas sustentáveis em quantos
Filosofia empreendimentos?
Sustentável A empresa se preocupa em trabalhar com empresas que buscam
sustentabilidade (fornecedores de materiais com autorização ambiental,
subempreiteiros...) ?
Como a empresa conheceu as técnicas sustentáveis em construções?
A empresa faz uso da tecnologia de reúso de águas cinza no
empreendimento? Por quê?
E quanto ao reúso de águas pluviais? Por quê? Em caso afirmativo, qual a
Sistema de Reúso aplicação da água reutilizada?
de Água
Qual a tecnologia de tratamento de efluente mais utilizada?
A empresa estaria disposta a inclusão do reúso de águas cinzas mesmo
não havendo ainda a normatização?
Sistema de Os projetos arquitetônicos e estruturais contemplam o melhor
conforto térmico aproveitamento da iluminação natural no empreendimento?
e energético O formato e a orientação da edificação são projetados para maximizar a
exposição da edificação às brisas do verão? (Orientando corretamente o
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Foi feita uma pesquisa sobre as aplicações de técnicas sustentáveis: práticas atuais e
visão dos empreendedores sobre construções futuras em uma determinada empresa.
4.1 Empreendimento A
O empreendimento tem duas torres de quatorze andares, cada qual com quatro
apartamentos e quatro opções de plantas, como mostra o quadro 2 e a Figura 15 abaixo:
Sua entrega está prevista para dezembro de 2010. Todos os apartamentos foram
vendidos em 21 dias. Dentro da infra-estrutura do condomínio podemos contar com:
• Quadra poliesportiva;
• Churrasqueira na varanda.
• Playground e playbaby.
Água
Energia
Geral
• Localização privilegiada.
4.2 Empreendimento B
Será construído em uma área de 2.860 mil m², com duas torres, cada qual com vinte e
dois andares e quatro apartamentos por andar, este têm cerca de 98,76 m² de área, são
voltados para o nascente e têm duas vagas na garagem. Lançado em outubro de 2009, com
previsão de entrega para outubro de 2012. A venda de 75% deste empreendimento se deu em
27 dias. O condomínio conta com:
• Quadra poliesportiva;
• Churrasqueira na varanda.
• Playground e playbaby;
• Muro decorado;
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• Área pedagógica.
a) Localização
c) Uso de energia solar para aquecimento da água da piscina e dos chuveiros da suíte
máster e reversível;
d) Uso de energia solar transformada em elétrica para iluminação dos acessos dos
veículos, dos pedestres e garagens dos pilotis;
automação que é acionado para controle de temperatura. Se o sol não consegue atingir 50º,
que é a temperatura de uso dessa água, entra o sistema complementar automaticamente para
compensar a diferença, que pode variar de 1 a 30ºC. A posição dessas células no
empreendimento, ainda, é incerta visto que os profissionais envolvidos nele não chegaram a
um consenso.
Durante a execução da obra e após a sua entrega será adotada a coleta seletiva de
resíduos. Foi projetada uma sala específica de separação de materiais e será entregue aos
51
l) Medição individual de água fria, água quente, de água potável e de gás natural;
4.3 Entrevista
Segundo o diretor técnico da empresa na qual foi feita a entrevista, a aceitação dos dois
empreendimentos sustentáveis foi bastante satisfatória, tanto que a empresa planeja dar
continuidade a esse tipo de construção. Por meio da entrevista foi possível avaliar a visão do
engenheiro sobre diversos aspectos, tais como os observados no quadro a seguir:
Outro ponto em que a empresa precisa rever, pois é alvo de critica, é a questão de ver o
reaproveitamento de águas pluviais como um marketing “enganativo”. Segundo André
Bezerra dos Santos, professor adjunto da Universidade Federal do Ceará, há pesquisas que
mostram as vantagens de se adotar esse sistema em cidades como Fortaleza.
Alguns dos valores imobiliários, fornecidos pelo corretor Felipe Rabelo Pinto, Felipe
Rabello Imóveis, de empreendimentos próximos aos analisados neste trabalho, com uma infra
estrutura de lazer similar ao dos empreendimentos analisados, entretanto, não apresentam
sistemas ecológicos em sua estrutura, trata-se de empreendimentos convencionais.
1) Empreendimento C – Empresa B
Especificações do Apartamento
Os apartamentos tipo serão constituídos de varanda com churrasqueiras, sacadas, sala de estar e jantar,
quatro suítes, closet, copa, área de serviço, dependência completa de empregada e área de
compressores.
Prazo de Entrega
Junho de 2012
Localização
Av. Engenheiro Santana Junior 2977 - Cocó
Obs: Dados obtidos da tabela imobiliária correspondente ao mês de setembro de 2009. Podem ser
modificados conforme orientação da construtora.
Quadro 4 - Tabela referente ao empreendimento C
2) Empreendimento D – Empresa C
3) Empreendimento B – Empresa A
Não foi possível ter acesso ao orçamento das construções, mas, foi possível constatar
que os sistemas ecológicos têm custos elevados em sua implantação, entretanto a empresa
analisada comprometeu parte de seus lucros para implantá-los e não repassar os custos
adicionais deles aos clientes. Durante este estudo, também foi possível chegar a conclusão de
que os clientes desses empreendimentos aprovam as inovações sustentáveis, no entanto, não
as têm como principal motivação de compra, visam em primeiro plano o valor da unidade e a
localização dele.
empresas do setor à adoção de novas práticas de construção. Como sugestão para trabalhos
futuros, tem-se:
• Analisar a economia gerada por esses sistemas ecológicos aos usuários deles;
QUINTEROS, André Ricardo. Aquecimento de Água por Energia Solar. Revista Sinergia,
São Paulo, SP, 2001. Disponível em: <http://www.cefetsp.br/edu/sinergia/andre2.html>.
Acesso em: 17 abr. 2009 às 21:30hs e 07 out. 2009 às 21:00hs.
Resoluções e Normas
ENTREVISTA
DADOS INICIAIS
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