Ernst, Aura and Temporality,

2012
ano 2012
autor Wolfgang Ernst
f.leitura feito
key 18
lido
media
files
notas
Ernst, W. 2012 . Aura and Temporality: The Insistence of the
Archive. Artigo apresentado em The Anarchival Impulse in the
ref bib Uses of the Image in Contemporary Art (conferência), Museu de
Arte Contemporânea de Barcelona. Acedido a 4 de Dezembro de
2019 em
http://www.macba.cat/uploads/20131220/QP_29_Ernst_F.pdf
título Aura and Temporality: The Insistence of the Archive

resumo
conceitos: anarchive; arquivo performativo; persistência (do arquivo
analógico); mobilidade (do arquivo digital)

"Aura and Temporality" discorre acerca da transformação do arquivo

tradicional analógico em arquivo digital computacional. Foca-se
principalmente em contrastar a acepção do arquivo analógico enquanto
receptáculo passivo com a definição do arquivo digital como mediador
activo. Ernst reitera que o novo tipo de arquivo acompanha a evolução do
sujeito dentro de uma cultura dinâmica.

Ernst, Aura and Temporality, 2012 1

 estrutura
Between passive container and active mediator: the archive
Meanings of the ‘anarchive’
Re-affirming the archive (a critique of the ‘anarchival’ aesthetics)
YouTube: An(-)archive?
Archival resistance: monumentality as epoché
Archival resistance against historical time
New ‘anarchival’ options in remembering digital images [busca por
imagens baseada em imagens (estocástica) que destitui o regime do
simbolismo textual dos metadados (categórico)]
Between image-based sorting of photography and logocentrism George
Legrady) [idem]
Temporalising the archive: from space-based to time-based archives
Flexible access to the chrono-archive
The chrono-sonic dimension of the archive
Literature]
Other titles
Colophon
About the author

principais pontos
Between passive container and active mediator: the archive [pp. 5 6
o novo arquivo:
— receptáculo passivo VS mediador activo

— anarchive: abordar obras de arte de novas perspectivas e tentar revelar

relações sem precedentes entre os trabalhos. [ref: Anarchive. ANARCHIVE -
Ernst, Aura and Temporality, 2012 2
 Digital archives on contemporary art (par.3 . Acedido a 10/12/2019 em
https://www.anarchive.net/]

— o novo arquivo é temporalizado, efémero e multimodal - tal como o seu

utilizador, que se insere numa cultura dinâmica, menos preocupada em
produzir registos para a eternidade do que em conseguir estabelecer ordem
dentro do permanente fluxo de informação. ((( ?? quote: dynamic user
culture that is less concerned with records for eternity than with order in
fluctuation. p.6 par.1

— o novo tipo de arquivo está sincronizado com o presente já que é na sua

essência identificado com um poder generativo. ((( presente - poder
generativo — qual a ponte entre estes conceitos ?? )))

— a noção de mediador atribui desde logo um papel activo àquilo que se tem
vindo a considerar antes como um espaço passivo de armazenamento: o
arquivo.
Re-affirming the archive (a critique of the ‘anarchival’ aesthetics) [pp. 8 9
— aquilo que em discurso corrente, e em especial no mundo artístico, é
frequentemente denominado por "arquivo" trata-se na verdade de uma
metáfora imprecisa muitas vezes aplicada a qualquer tipo de colecção ou
registo de memória. Mas o arquivo não se trata apenas de memória, nem é
simplesmente uma colecção (como o é uma biblioteca ou museu), é antes
uma extensão do presente sujeita a regras. Não existe nada anárquico no
mundo digital; cada acção tomada é baseada em algoritmos precisos.

— o arquivo não se trata de memória; o arquivo é um agente com poder para

separar o redundante do presente através de criteriosos processos de
selecção.

Archival resistance: monumentality as epoché [pp. 10 11

— a monumentalidade do arquivo tradicional, expressa em termos temporais,
está em excluir os seus registos do consumo imediato no presente. Ao tornar-
Ernst, Aura and Temporality, 2012 3
 se computacional o arquivo perde esta virtude, que o define por tradição, em
detrimento do consumo imediato.

— a perseverança do arquivo tradicional é corrompida ["undermined"] a partir

do momento em que um determinado registo deixa de ser fixado num meio de
armazenamento permanente e passa a tomar lugar electronicamente; o fluxo
substitui a inscrição permanente.
— a partir do momento em que o arquivo se torna computacional entra em
conflito com a sua própria tradição histórica, uma vez que a perseverança do
arquivo se opõe à sua total mobilidade.

— a Internet consiste num conjunto de tecnologias e práticas que permitem

aos utilizadores receber informação assim que é emitida, em vez de ser
necessário consultarem periodicamente uma fonte que os actualize. Da
perspectiva de McLuhan, a mensagem do meio (de comunicação) aqui é a
imediacidade. [ ((( ? A capacidade de mobilidade permitiu redescobrir o
arquivo como monumento institucional: retirando dados da cada vez mais
rápida economia de circulação, fixando-os e, assim, transformando o fluxo de
informação em monumentos.))) ]

Archival resistance against historical time [pp. 11 12

— uma virtude do arquivo tradicional é que este ocorre fora do tempo
histórico. Este exílio temporal da história é na verdade um indício da
resistência arquivista contra a capacidade de mobilidade total - característica
particular do discurso modernista. O antigo arquivo institucional serviu como
barreira à completa mobilização dos registos, em oposição aos arquivos
distribuídos online e acessíveis na internet.
— [(((institui-se, assim, uma lacuna entre a necessidade por serviços
públicos de arquivo e a defesa do secretismo arquivista. ?? )))]

— os registos do arquivo tradicional não participam no discurso público no

seu imediato.

Ernst, Aura and Temporality, 2012 4

 "It is with its becoming electronically online that the archive is being deprived
of its traditional ‘privacy’ in the literal sense (from Latin privare), its secrecy
from public discourse." (p.12

Temporalising the archive: from space-based to time-based archives [pp.

18 19
— enquanto que no arquivo tradicional - em que predominam registos textuais
- representa uma ordem espacial, hoje os arquivos audiovisuais tomam lugar
no espaço e no tempo. Observamos então a transformação do clássico
espaço de armazenamento material num arquivo em movimento dentro do
domínio digital, cunhado por uma "efemeridade electromagnética latente"
Ernst, 2012, p.18

— o ganho da flexibilidade e computabilidade é pago com uma dramática

perda de durabilidade.

— está em risco o destino da memória cultural baseada no armazenamento

electromagnético. Os media digitais tendem por fim a abdicar por completo
da sua materialização física, tornando-se tecnicamente virtuais.

citações
« T]here is nothing ‘anarchic’ in the digital world; every action here is based on
precise algorithms.» (p.5

"arquivo performativo" [novo conceito]

«So far, ‘exclusively spatial terms, such as installation, storage and collection
have dominated the art discourse on archival methods and practices,
emphasising the stability of archival content and its narrativity’» (p.5
«Panos Kouros defines ‘performative archiving’ as a dynamic process of
archive-making that evolves in the present, open for permanent re-editing
and adding of new terms – the logic of the Internet in fact, like the
Wikipedia principle. No more ‘topo-nomology’ of the static archive (as
expressed by Jacques Derrida), but a new ‘chrono-topology’. Arjun
Ernst, Aura and Temporality, 2012 5
 Appudarai calls this ‘the diasporic archive’. But can such a migrant archive
still appropriately be called an archive, or is it anarchival already?» (p.6

«Panos Kouros defines ‘performative archiving’ as a dynamic process of

archive-making that evolves in the present, open for permanent re-editing
and adding of new terms – the logic of the Internet in fact, like the
Wikipedia principle. No more ‘topo-nomology’ of the static archive (as
expressed by Jacques Derrida), but a new ‘chrono-topology’. But can such
a migrant archive still appropriately be called an archive, or is it anarchival
already?» (p.6

«We currently experience a transformation of the traditional archive that fulfils

a primarily legal function as an institution based in public administration – a
key formation for the bureaucratic nation-state. Sven Spieker 2008 has
described how a range of art practices from the earlier avant-garde to more
recent works have not only questioned the traditional status of the archive but
also developed alternative memory practices such as the Dadaist montage, in
fact: anti- or counter-archives that also include trash.» (p.7

«The so-called real-time Internet is a set of technologies and practices

enabling users to receive information as soon as it is issued, rather than
requiring they check a source periodically for updates. Among this figures
instant messaging; in McLuhan’s sense the message of the communication
medium here is: immediacy. With all that getting-inmotion of the traditional
archive, it may now (as a retro-effect) rediscover its virtue as institutional
monument: to take out data values from the ever accelerating circulation and
electronic economy, to arrest and fix and maintain chosen items, thus turning
floating records (documents, files) into monuments in Foucault’s sense, into
spatiotemporal chronotopes Michail Bachtin), taken out of time – epoché as
sublation.» (p.11

«Let us refer again to the epistemological notion of ‘archive’ as expressed by

Foucault: which rules govern what can be expressed and remembered (i.e.,
stored) at all? It is not only human archivists any more, but in a higher

Ernst, Aura and Temporality, 2012 6

 degree than ever it is technologies on which the readability of such
documents rely.» (p. 20
«The archive itself gets in motion; the storage of kinetic objects results in new
types of retrieval that are based on differentiation along the temporal axis.
Dynamic access now replaces the static classification of the traditional
catalogue, just like statistical probabilities have replaced particular knowledge
in information theory, and pattern recognition replaces alphabetical
identification towards open forms of adapting knowledge.» (p. 20

«The archive is commonly perceived as a place in silence. The documents and

the images therein usually do not speak by themselves.» (p. 21

«Benjamin defined the Aura as peculiar interlacing of time and space. The
archival ‘aura’ in this sense does not simply emanate from its air of secrecy
and power-relation; it stems from a specific temporality as well: in fact, its
tempaurality.» (p.21

bibliografia relevante
— Panos Kouros, The Public Art of Performative Archiving, in: same author
Elpida Karaba (eds), Archive Public. Performing Archives in Public Art. Topical
Interpositions. Patras: University of Patras / Cube Art Editions, 2012, pp. 41 53
42ff)
— Jussi Parikka, ‘Archives in Media Theory: Material Media Archaeology and
Digital Humanities’, in David M. Berry Hg.), Understanding Digital Humanities.
Pelgrave: Macmillan, 2012, pp. 85 104 101 , referring to: Sven Spieker, The Big
Archive: Art From Bureaucracy. Cambridge, MA The MIT Press, 2008.

Ernst, Aura and Temporality, 2012 7