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2005
Vagner Diniz 1
1) Introdução
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Vagner Diniz é presidente do Instituto CONIP Conhecimento, Inovação e Práticas de TI na Gestão Pública.
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X Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Santiago, Chile, 18 - 21 Oct. 2005
Um olhar sobre a história do conteúdo do CONIP nos últimos dez anos, com seus
temas, palestras e palestrantes é também um olhar sobre a história da informática pública
brasileira. São muitos discursos que não viraram práticas, práticas que não foram vistas
pelos discursos, muitas práticas que desapareceram sem deixar rastros, muita futurologia
que não virou realidade e muitas práticas de anônimos que continuam fazendo história.
Esse trabalho não é um estudo ou pesquisa sobre o conteúdo das 10 edições CONIP
com fundamentos e metodologia acadêmica, mas uma observação empírica de quem
coordenou a programação do CONIP nos oito últimos anos, em nome de seu Comitê
Gestor 2 . Foram mais de 1000 palestras e debates, a metade com seus registros
preservados, que certamente merecem um estudo aprofundado por pesquisadores mais
abnegados e podem ser objetos de uma base de dados de um observatório de práticas.
- as tendências que vão ganhando importância nas experiências esparsas que estão
em desenvolvimento e implementação.
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O Comitê Gestor do CONIP é uma instância deliberativa que tem a responsabilidade de prover a organização do evento
de:
- diretrizes de conteúdo e formato, que são os balizadores do foco, abrangência e como o evento se apresenta;
- tendências, que são as referências para que o evento cumpra seu papel de permanente sensibilidade para inovações;
- indicações de experts, que são os garantidores de consistência de conteúdo.
O Comitê Gestor do CONIP é composto, em 2005, pelas seguintes instituições e representantes:
. Ministério da Ciência e Tecnologia – Marcelo Lopes
. Ministério do Planejamento – Patrícia Pessi
. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – Rogério Vianna
. Casa Civil da Presidência da República – Denise Direito
. Governo do Estado de São Paulo – Roberto Agune
. Comitê Gestor da Internet no Brasil – Hartmut Richard Glaser
. Pontifícia Universidade Católica – Maria Alexandra Cunha
. Universidade de São Paulo – Faculdade de Economia e Administração – Nicolau Reinhard
. Universidade de São Paulo – Instituto de Estudos Avançados – Gilson Schwartz
. Fundação de Desenvolvimento Administrativo – Fundap – Maria Luíza Pascale
. Instituto Polis – José Carlos Vaz
. Sucesu – Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de São Paulo
Além do Comitê Gestor, o CONIP tem uma instância colaborativa que tem o papel de refinar as diretrizes do Comitê Gestor
e de prover capilaridade às iniciativas da organização do CONIP. São cerca de 30 instituições públicas, não governamentais
e organismos internacionais.
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De 1999 a 2004 – foco na entrega de serviços via Internet: aprendizado e domínio das
tecnologias da Internet como ferramenta e canal de entrega de serviços;
A Declaração de Imposto de Renda por meios eletrônicos em seu início surgiu como
uma facilidade para o contribuinte fazer a sua declaração eletronicamente, em substituição
ao processo manual. Processo este muito sujeito à falhas em função das regras complexas
sobre que receitas devem ou não ser registradas, que despesas podem ou não ser
deduzidas do imposto na declaração, quais bens devem ser declarados à Receita Federal e,
não menos complexo, o cálculo do imposto efetivo.
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Hoje, quase 100% das declarações são entregues eletronicamente e via Internet. É
uma aplicação consolidada, de alta confiabilidade e positivamente reconhecida pelo
contribuinte.
O uso das tecnologias da informação, em sua fase inicial, na década de 70, estava
restrito as áreas financeiras, mormente a automação do controle de arrecadação (gestão
tributária) e das despesas, em especial a folha de pagamento. As Secretarias de Fazenda
tiveram um papel relevante na definição do modelo da gestão da informação, que em larga
medida perdura até hoje, baseado em empresas públicas prestadoras de serviços,
detentoras do monopólio dos serviços de tecnologia da informação para o setor público.
Como os governos levam muito tempo para refletir nas suas aplicações de tecnologia
de informação as mudanças em curso nas relações Estado – cidadão, as três primeiras
edições do CONIP ainda são caixa de ressonância do antigo modelo centralizado de gestão,
cujo foco é eficiência da gestão pública interna.
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em cada órgão gerava um grande número de deslocamentos dos usuários dos serviços e
falta de integração das informações quando estas eram geradas por órgãos diferentes.
Tais iniciativas levaram os serviços públicos, mediados pelo uso da tecnologia, para
mais perto do cidadão. Proximidade identificada pelo atendimento personalizado e
qualificado, rápido e eficiente.
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A cada período, esse barco saindo da capital do Estado, Belém, por um rio, parava em
cada vilarejo para desenvolver programas que permitiam a realização de diferentes serviços
de inclusão da população nos programas sociais do governo, a inclusão digital com
treinamento em informática e acesso a Internet e cursos de prevenção a doenças. Depois,
voltando para capital, seguia por um outro rio.
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embora a maioria dos sítios existentes ainda esteja restrita a fornecer apenas informações e
poucos serviços completos, há sem dúvida um grande crescimento no uso desse canal de
comunicação para melhorar a qualidade e o acesso às informações e serviços dos governos.
Por outro lado, os cidadãos mais conhecedores e exigentes dos seus direitos têm
pressionado os governos a disponibilizarem serviços da mesma forma que estão disponíveis
serviços semelhantes pelo setor privado.
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Local:
Prefeitura de Curitiba, Paraná
Situação anterior:
Toda a gestão e execução dos serviços de informática sob a responsabilidade de um único
órgão da administração direta, o IPPUC, Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba, cujo
negócio principal não era informática.
Nova situação:
Toda a execução dos serviços transferidos para uma organização não governamental, ICI –
Instituto Curitiba de Informática, cuja missão é a permanente produção de inovações em
soluções para a gestão municipal, com autonomia para desenvolver novos clientes.
Local:
Governo do Estado de São Paulo
Situação anterior:
Toda a gestão e execução dos serviços de informática sob a responsabilidade de uma
empresa pública, a PRODESP – Companhia de Informática do Estado de São Paulo.
Nova situação:
Todo planejamento e gestão dos serviços sob a responsabilidade de um colegiado, o Comitê
de Qualidade da Gestão Pública (CQGP) que reúne os gestores públicos de todos os órgãos
do Estado. A PRODESP permanece como executora de boa parte dos sistemas missão-
crítica.
Situação anterior:
Concentração da gestão e execução dos serviços de informática em 2 empresas públicas –
SERPRO e DATAPREV
Nova situação:
Descentralização da gestão e execução dos serviços de informática para cada órgão,
propiciando a terceirização dos serviços em larga escala.
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Situações assim reforçam o desconforto muito grande por parte dos funcionários
públicos em deixar dados e aplicações aos cuidados de terceiros.
4) As tendências
A definição do foco das aplicações guarda relação com a definição das tecnologias a
serem utilizadas. A definição do modelo de gestão guarda relação com a maior ou menor
eficiência da implementação das aplicações.
Nas últimas edições do CONIP surgiram diversas iniciativas de inclusão digital, muitas
delas com base no conceito de Telecentros, pontos públicos de uso de computadores e
acesso a Internet. Embora seja certo que este modelo de inclusão digital ainda não se
mostrou consolidado, não resta dúvida que o tema inclusão digital está na agenda nacional e
internacional dos governos. Uma resposta possível para o futuro surgiu na edição do CONIP
2005 com diferentes governos buscando uma comunicação multicanal com o cidadão.
A convergência das tecnologias de voz, dados e imagem abriu um campo vasto para
os serviços públicos móveis, também conhecido como M-Gov (Móbile Government). A
quantidade cada vez maior de aparelhos que acompanham o cidadão para qualquer lugar
(telefones celulares, handhelds, PDAs, notebooks) é um estímulo para a implementação de
novos serviços ou serviços complementares aos já existentes.
Por outro lado, a eficiência do uso de diversos canais de comunicação com o cidadão
exige a construção de uma plataforma comum de integração dos serviços e aplicações. As
iniciativas conhecidas como Plataformas de Interoperabilidade, que buscam a padronização
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RESENHA BIOGRÁFICA
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