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PROJETO FAMILIA

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento físico, psíquico e social da criança depende em grande


parte do seu relacionamento com os adultos e especialmente os da família,
pois é a presença mais constante em sua vida, a análise das interações no seio
do grupo familiar é fundamental, pois todo o crescimento e desenvolvimento é
influenciado pela vivência dos pais.

A função dos pais é dinâmica (êxitos e fracassos), as práticas educativas vão-


se transformando ao longo das interações da família com a criança. Assim, as
relações familiares, os mundos conhecidos da rotina da casa se tornam as
primeiras referências da criança. “A criança é um agente ativo nessa interação,
capaz de modificar o seu ambiente, como ser modificado por ele” (Marques.
1993).

Ao entrar na escola, a criança deixa de participar apenas do mundo de seu lar


e passa a conviver com outro mundo que lhe apresenta hábitos diferentes e
que, ao mesmo tempo, lhe exige posturas diferentes. Na escola, a criança
enfrenta situações conflituosas que em família não lhes são comuns. Ela tem
que dividir e compartilhar com outras crianças os brinquedos e objetos que
antes utilizava sozinha; deve esperar sua vez e aprender a conviver com
pessoas diferentes. Levando em conta que as outras crianças também estarão
passando por essa ruptura com seu mundo, é natural que a criança apresente
dificuldade de adaptação.

A família é uma instituição que vem suportando intensas modificações e


conotações, a depender da constituição social e do contexto histórico. Um
núcleo familiar bem estruturado pode ser uma forte influencia no processo de
aperfeiçoamento da criança seja na vida pessoal, profissional ou escolar.

Na escola a família é importante no processo de educação, sua presença


ajuda a esclarecer, modificar e estudar, o processo de adaptação social e
cultural.

Ressalta-se que até pouco tempo a trás os familiares eram excluídos do


processo e atualmente a família tem sido valorizada na escola, pois esta vem
se tornando cada vez mais um ambiente interativo sendo primordial que exista
uma articulação entre escola, família e aluno, fazendo-se entender que a
escola não é uma instituição isolada. Tal ligação envolve a divisão do trabalho
da educação de vários sujeitos. Considerando também que o ser humano
aprende todos os dias durante toda vida, a família tem um papel essencial,
determinando desde cedo à aprendizagem dos filhos e decisões futuras. Ao
perceber no meu ambiente de trabalho as relações entre família e escola
emergiu a necessidade de pesquisar sobre o assunto.
Considera-se que o tema deste trabalho que visa um projeto para integração
familia e escola,seja relevante por ser atual, sendo alvo de constantes debates,
além de ser um assunto importante para o currículo das faculdades de
pedagogia para que se formem profissionais conhecedores da ética que devem
seguir. Por meio do exposto, formulou-se a seguinte questão da atividade
investigativa: Qual a importância da participação da família na formação do
aluno? Para responder a esta pergunta vamos refletir na constiouição de
valores da família ao longo da história da humanidade afim de entendermos as
transformações que hoje refletem no modelo de família e de escola que busca
dar ao aluno autonomia,responsabilidade e formação cidadã em sua
plennitude.

FAMÍLIA E CRIANÇA: DO SURGIMENTO AOS TEMPOS ATUAIS

Para compreendermos a relação existente entre o aprendizado da criança e


suas relações com a família, precisamos inicialmente fazer um breve resgate
histórico sobre como era constituída a família e principalmente a criança a
partir do século XII, baseados principalmente nos estudos realizados pelo autor
Philippe Ariès (1981), sobre a história social da criança e da família. Segundo o
autor, durante este período histórico, a criança era vista de uma forma diferente
da que concebemos nos dias de hoje. Como evidência disso, podemos
observar que as obras de arte deste período, retratavam figuras de crianças no
formato de adultos, porém com tamanho reduzido, ao invés de serem pintadas
como as que vemos hoje. Essa constatação pode ser visualizada quando Ariès
(1981) destaca a pintura tendo como temática “a cena do evangelho”.

O tema é a cena do evangelho em que Jesus pede que se deixe vir a Ele as
criancinhas, [...] ora o miniaturista agrupou em torno de Jesus oito verdadeiros
homens, sem nenhuma das características da infância: eles foram
simplesmente reproduzidos numa escala menor. (ARIÈS, 1981, p.50).

Assim, podemos observar que o conceito de infância durante a chamada idade


das trevas, era praticamente inexistente. Neste período, as relações entre as
pessoas estavam ligadas à terra e ao seu cultivo, portanto, assim que uma
criança passava a andar e compreender os comandos a mesma passava
automaticamente a ser vista como um adulto em miniatura e já lhe eram
atribuídas atividades e tarefas no cultivo da terra. Assim podemos entender que
biologicamente, enquanto fase de vida, ‘a criança’ sempre existiu, porém o
conceito de infância ligado à ideia que temos na atualidade foi sendo produzido
historicamente. Nesse sentido, durante muitos séculos, percebe–se que não
havia um sentimento que direcionasse o tratamento afetivo às crianças, pois
como as mesmas eram vistas como adultos, embora menores, muito logo
apresentassem certa independência, uma grande maioria delas era desligadas
da sua família de origem e iam viver com outras famílias, onde lá através da
observação ao trabalho adulto, aprendiam uma função e passavam a continuar
o ofício dos adultos da casa. Também podemos observar que até quando uma
criança morria a grande maioria dos pais apresentava uma atitude de
indiferença diante do ocorrido, pois tinham em mente que logo outra criança a
substituiria. (ARIÈS, 1981). Somente a partir do século XVII, e também através
da iconografia produzida entre os séculos XIII a XVII (ARIÈS, 1981) é que
iniciamos um período onde a criança começa a ser vista como alguém que
transita numa fase diferenciada e que a mesma apresenta uma fase de vida
frágil e específica, onde os sentimentos em relação a ela passam a ser
diferenciados.

Depois, a idade da escola, onde os meninos eram retratados aprendendo a ler


podemos observar que as idades da vida não correspondiam às etapas
biológicas da vida, mas sim as funções sociais que cada um desempenhava na
sociedade.

No século XVI, na França, havia a identificação de três etapas da vida, a saber,


enfance, jeunesse e vieillesse. Essas palavras representavam justamente os
períodos da infância, juventude, a qual representava a força da idade adulta e a
velhice. Como podemos observar, não havia lugar para a adolescência, e até o
século XVIII, a adolescência foi confundida com a infância.

(ARIÈS, 1981). A longa duração do período da infância estava relacionada


com a indiferença que se tinha dos fenônemos biológicos, ou seja, da
puberdade, como fator limite do período da infância para a adolescência.
Sendo que, ao invés da ideia de infância estar ligada a fatores biológicos, a
mesma estava ligada à ideia de dependência.

Assim, só se saía da infância ao se sair da dependência dos pais ou dos


adultos que a cercavam. Segundo Ariès (1981), neste período histórico as
pessoas não se apegavam muito aos bebês, pela falta de vínculo criado com a
família, fato este também gerado pela grande mortalidade infantil que ocorria.
Assim, quando um bebê nascia e em consequência de diversas enfermidades
este acabava morrendo, sua perda era considerada uma perda natural, dado o
grande número de mortalidade infantil da época. Assim, o sentimento
predominante estava relacionado com o fato de se fazer muitos filhos para
conservar apenas um ou poucos.

Apesar de nos surpreendermos diante da insensibilidade deste pensamento,


para a época era absolutamente natural, considerando as condições de vida
que existia, com praticamente a inexistência de saneamento básico e o
desconhecimento científico das causas e tratamento das doenças mais
comuns. Foi somente no século XVIII, com a extensão das práticas
contraceptivas e da descoberta das causas mais comuns da mortalidade
infantil, que esta ideia de desperdício necessário desapareceu. (ARIÈS, 1981).
No entanto, precisamos observar que na sociedade medieval e também no
período do renascimento, a ideia da especificidade da infância praticamente
não existia principalmente se compararmos como vemos a infância nos dias de
hoje. Nesse sentido, assim que uma criança tinha condições de viver sem ter
que solicitar cuidados constantes das mães e amas, a mesma já era
considerada integrante da sociedade dos adultos. E este pensamento não era
próprio das classes populares e sim de toda a sociedade existente, inclusive da
burguesia. Foi a partir do século XVII, que os sentimentos em relação à
criança, passam a ser diferenciados e dá-se início a um período onde a criança
passa a ser paparicada pelos adultos, embora em muitos casos, esta
paparicação estava relacionada com o ato de se divertir com a presença das
mesmas, como faziam com os animaizinhos, como os macaquinhos. E é a
partir deste período, em que os sentimentos em relação à criança vão
mudando que surgem os chamados moralistas, os quais se preocupam com o
psicológico e as atitudes que envolviam a moral e os bons costumes, pois era
preciso conhecer a criança melhor para poder corrigi-la e consequentemente
educá-la. Ideais que inspiraram a educação até o século XX, ou seja,
disciplinar e torná-las homens racionais. Assim, após a paparicação e o
período de correção, inicia-se no século XVIII, a preocupação com a higiene e
a saúde física da criança. Como podemos ver na citação a seguir:

[...] desde a “paparicação” até a educação. Havia também uma grande


preocupação com sua saúde e até mesmo sua higiene. Tudo o que se referia
às crianças e à família tornava-se um assunto sério e digno de atenção. Não
apenas o futuro da criança, mas também sua simples presença e existência
eram dignas de preocupação – a criança havia assumido um lugar central
dentro da família. (ARIÈS, 1981, p. 164).

Portanto, foi a partir do século XVIII, que a família passou a se reorganizar em


torno da criança, e consequentemente erguer um tipo de muro que separava a
sociedade da sua vida privada. Assim, a ideia de infância não existiu sempre e
muito menos da mesma maneira que conhecemos hoje.

Pelo “[...] contrário, a noção de infância surgiu com a sociedade capitalista,


urbano-industrial, na medida em que mudavam a inserção e o papel social da
criança na comunidade”. (KRAMER, 2006, p.16).

Enfim, a partir dos estudos de Ariès (1981), podemos reconhecer que a


concepção de infância e de criança não foi sempre a mesma no decorrer dos
tempos e da história. E que, levou vários séculos para que a criança passasse
a ser concebida como a que vemos hoje. O surgimento do conceito de família
Iniciaremos o resgate histórico do conceito de família, definindo a palavra
FAMÍLIA em sua etimologia.

O termo FAMÍLIA origina-se do latim FAMULUS que significa: conjunto de


servos e dependentes de um chefe ou senhor. Entre os chamados
dependentes inclui-se a esposa e os filhos. (PRADO, 1988, p.51).
Assim, quando fazemos um resgate histórico em busca do entendimento sobre
família, encontramos na literatura o exemplo daquilo que já existiu, de família
durante o período greco-romano, a qual era formada de um patriarca e seus
fâmulos, ou seja, esposa, filhos, servos livres e escravos. Também
encontramos relatos que determinam que em algumas sociedades, o sistema
em vigor era o patriarcal e em outras já encontramos o modelo matriarcal. No
modelo patriarcal, a cada novo indivíduo que nascesse, o mesmo era
identificado pela origem paterna, ou seja, patrilinear, onde o pai tinha o direito
sobre os filhos e também prioridade sobre a esposa.

Em algumas culturas, que viviam sob o modelo patriarcal, as crianças eram


consideradas verdadeiras propriedades exclusivas do pai, que podiam inclusive
vendê-las, escravizá-las e tinham inclusive o direito de vida e morte sobre elas.
(PRADO, 1988).

Já nas culturas que apresentavam o modelo matriarcal, o indivíduo era


identificado através de sua origem materna, denominada família matrilinear.
Encontramos relatos inclusive do período pré-histórico, quando na fase
chamada neolítica, a mulher tinha um papel extremamente importante. Em
função da agricultura praticada estar limitada a pequenos lotes de terra, os
mesmos passam a ser monopólio das mulheres, que também exerciam o
controle das principais técnicas de sobrevivência.

Além do preparo das sementes que eram mais apropriadas para o cultivo, as
mulheres foram responsáveis pela invenção da cerâmica, as quais resistiam ao
calor e também serviam para o preparo e conservação dos alimentos, além de
servirem como reservatório de água. (PRADO, 1988).

Enfim, além das mulheres exercerem as principais funções de subsistência,


eram elas as responsáveis pela transmissão aos mais jovens, detendo,
portanto, um grande poder. Também sabemos que se encontram na história,
indicações de violentos choques entre estas duas concepções de família:
patriarcado e matriarcado.

Portanto, podemos observar em nossas reflexões, que mesmo em povos e


culturas distantes de nós, seja no tempo ou geograficamente, as famílias
foram, e ainda são, diferentes na sua constituição e variadas nas formas com
as quais evoluem e se modificam com o tempo. (PRADO, 1988).

De acordo com Antenor Nascentes, autor do Dicionário da Língua Portuguesa


da Academia Brasileira de Letras (1988), família pode ser entendida como:

S.f. - Conjunto de pessoas ligadas entre si pelos laços do casamento ou do


parentesco; o pai, a mãe e os filhos; conjunto de ascendentes, descendentes,
colaterais e afins de uma linguagem; grupo formado pelas gerações descentes
de uma linhagem; grupo formado pelas gerações descendentes de um mesmo
tronco e, portanto, fundado na consangüinidade; comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram consangüíneos uns dos outros,
comunidade formada por descendentes de um tronco ancestral comum e
estranhos admitidos por adoção; descendência, linhagem, estirpe prole;
associação de pessoas que tem a mesma origem ou os mesmos interesses; os
religiosos da mesma ordem, do mesmo convento [...]. (NASCENTES, 1988, p.
274).

Apesar das famílias muitas vezes apresentarem conflitos, pois tendem a se


modificar de uma geração para outra, o seu papel é determinante na vida e
desenvolvimento da socialização, da afetividade, do equilíbrio e principalmente
do bem estar físico dos indivíduos, especialmente enquanto crianças e durante
a adolescência. Enfim, não podemos falar em unicamente uma história da
família, pois ela não é uma instituição única no tempo e espaço, mas podemos
falar em história de cada grupo familiar, na suas peculiaridades. Assim,
podemos refletir que já na época medieval, a família também existia, no
entanto, existia como realidade vivida e não como sentimento ou valor,
servindo apenas à procriação e transmissão da linhagem. Neste período, para
a maioria das famílias existentes a autoridade totalmente patriarcal, só visava o
dinheiro e a posse, ou seja, o lado econômico, que era fruto de arranjos e não
fruto de amor, no qual o papel da mulher era de mais um objeto que entrava
nas negociações.

Segundo Ariès (1981, p.214), foi a partir do século XIV que “assistimos o
desenvolvimento da família moderna”. Sendo que, foi em meados do século
XVI, que os artistas começaram a representar, em suas obras, a família em
torno de uma mesa coberta de frutas. Daí em diante, a família seria retratada
numa cena viva, em momentos da vida cotidiana, onde pela primeira vez torna-
se possível perceber um espírito de grupo, uma alegria e união entre seus
membros. Além de certo afeto em relação à criança presente nas ilustrações,
em que podemos observar a intimidade privada da família.

A vida deixa de ser pública e começa a se tornar privada, vivida na intimidade


das famílias. No século XVI ao século XVII, na Europa Ocidental, as chamadas
“Casas Grandes”, passam a abrigar além dos membros da família, os criados,
empregados, clérigos, caixeiros, aprendizes, auxiliares etc. Segundo Ariès
(1981), o nascimento da preocupação dos pais com seus filhos e a valorização
da infância destes, fez surgir na família à valorização do sentimento afetivo. E
com o passar do tempo e o advento das forças sociais como a industrialização
e a urbanização, a sociedade passa por muitas transformações, mas sempre
num só sentido, a generalização do tipo de família nuclear.
AS TRANSFORMAÇÕES DA FAMÍLIA HOJE

A sociedade moderna caracteriza-se por grandes mudanças nos campos da


economia, da política e da cultura, afetando significativamente todos os
aspectos da existência pessoal e social. Essas mudanças reproduzem
fortemente na vida familiar. A família é a grande referência para os que fazem
parte dela, pois é dela que o indivíduo recebe educação, assistência, proteção
e toda estrutura para o seu desenvolvimento. A mesma ajuda o indivíduo
construir sua própria personalidade para que assim consiga inserir-se na
sociedade e atingir seus objetivos. Para Ariés (1978, p. 274): A família moderna
retirou da vida comum não apenas as crianças, mas grande parte do tempo e
da preocupação dos adultos. A mesma correspondeu a uma necessidade de
intimidade, e também de identidade: agora os membros da família se unem
pelo sentimento, o costume e o gênero de vida.

Atualmente a família está estruturada totalmente diferente do antigo padrão


familiar de pai, mãe e filhos. O que se observa é que este padrão se
transformou e surgiram outras formações como casais vindos de outros
relacionamentos, homossexuais, avós e netos, dentre outras. Rigonatti (2003,
p. 42) explica: O século XX foi cenário de grandes transformações na estrutura
da família.

Ainda hoje, porém, observamos algumas marcas deixadas pelas suas origens.
Da família romana, por exemplo, temos a autoridade do chefe da família, onde
a submissão da esposa e dos filhos ao pai confere ao homem o papel de chefe.
Da família medieval perpetua-se o caráter sacramental do casamento originado
no século XVI.

Da cultura portuguesa, temos a solidariedade, o sentimento de sensível ligação


afetiva, abnegação e desprendimento. O fato é que o século XX abriu espaço
para transformações que repercutiram na instituição familiar como o aumento
de divórcio e maior inserção da mulher no mercado de trabalho que na maioria
das vezes chefiam sozinha a casa e seus filhos sem a presença do pai. Desta
forma, o conceito de família foi ampliado sendo considerado pelo art. 227,
parágrafo 5º do Código Civil brasileiro de 11 de janeiro de 2003 qualquer união
estável 16 entre pessoas que se gostem e se respeitem. Para Genofre (1997,
p. 40):

“[...] o traço dominante da evolução da família é sua tendência a se tornar um


grupo cada vez menos organizado e hierarquizado e que cada vez mais se
funda na afeição mútua”. Independente da formação familiar busca ainda os
membros uma relação monogâmica, baseada no respeito.
De acordo com Piaget (apud KRAMER, 2000, p. 29) “o desenvolvimento resulta
de combinações entre o que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas
pelo meio [...] e os esquemas de assimilação vão se modificando
progressivamente, considerando estágios de desenvolvimento”, desta forma, é
correto afirma que de fato o ambiente escolar no que concerne ao espaço físico
possui relação com a aprendizagem.

No ambiente escolar o aluno passa parte de sua vida não somente recebendo
conhecimentos teóricos, mas se sociabilizando com as demais pessoas que
estão presentes nesse ambiente. Deste modo, o espaço escolar deve ser
organizado de forma que atenda todas as necessidades do aluno, sejam elas
sociais, cognitivas ou motoras. Ressalta-e que a infraestrutura da escola deve
sempre considerar o tipo de atividade que será executada na mesma, haja
vista que de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1999, p. 40) :

“Estado tem o dever de garantir padrões mínimos de qualidade de ensino


definido como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos
indispensáveis ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem".

A escola se constitui em um dos principais meios que a criança se socializa,


assim, exerce uma função primordial, trata-se do espaço onde a criança irá
interagir com outros adquirindo conhecimentos e sentimentos. (LIMA, 1989
apud ELALI, 2003) Pol e Morales (1991 apud ELALI, 2003) destacam que a
infraestrutura e o partido estético do espaço físico escolar devem refletir o
modelo de homem, as tendências pedagógicas vigentes e a própria sociedade,
podendo-se dizer, assim, que o embasamento de cada pedagogia delimita
qualidades físico-ambientais indispensáveis aos locais que a recebam. É
possível considerar o ambiente escolar como um espaço gerador de
curiosidade, de aprendizagem. Freinet (1932 apud ELALI, 2003) ampliou o
conceito de aula, afirmando que esta ultrapassa as paredes da escola,
promover trabalhos em grupos e incentivar à prática de produzir material
didático como atividade discente, evidenciava 18 a relevância de maiores
espaços, de maiores mesas de trabalho e uso de equipamentos atualizados
para reprodução de texto. Oliveira (1998 apud ELALI, 2003 p. 25) elucida que:

O projeto de escola seja ela qual for, é elaborado prevendo espaços para
trabalhos com determinados métodos e os métodos não duram para sempre.
Ficam obsoletos e exige reciclagem, o que nem sempre acontece, com a
mesma velocidade, com o espaço construído. Daí a importância de pensar
edifícios que levem em conta a mutabilidade, tão natural nas coisas humanas.

Acredita-se que o processo de ensino e aprendizagem possui relação direta


com a infraestrutura do ambiente escolar, uma vez que é um espaço de
vivência do aluno, sendo, portanto, essencial existir uma harmonia entre
infraestrutura e pedagógico. Prescott (1987 apud ELALI, 2003) em relação aos
efeitos do ambiente escolar cita que estes são mediados pela política
institucional, e que os modelos que limitem a criança em demasia, inibindo ou
modelando seus comportamentos espontâneos de forma excessiva,
demonstram com facilidade não lidar com as exigências do processo de
desenvolvimento da criança.

Para Elali (2003) o espaço escolar exerce grande importância no


desenvolvimento da aprendizagem, uma vez que é nele que acontecem as
relações entre pessoas e ambiente, sendo, desta forma, essencial a
preocupação com a definição dos ambientes que contribuem para a formação
da identidade e das competências desenvolvidas individualmente.

Moura (2006) elucida que as escolas oferecem aos seus alunos apenas espaço
físico, sem observar se tal espaço se adéqua ao tipo de atividade a ser
exercida e ao local em que foi instalado, com isso, limita a função social da
escola. Diante do exposto, deve-se atentar para a necessidade diária do aluno
de permanecer durante um bom período de seu tempo na escola, portanto, o
local deve oferecer conforto ao mesmo, proporcionando um ambiente que
possa promover uma melhor qualidade de ensino, aprendizagem e convívio
social.

.
PROJETO :A FAMÍLIA NA ESCOLA: Família para compartilhar, Escola para
aprender, Juntas para viver!

FAMÍLIA: A família surge claramente como o serviço por


excelência à pessoa humana,
a comunidade de amor e de vida, alicerçada no núcleo
matrimonial (...), inserida na
sociedade à maneira de “célula” no organismo vivo, aberta a
outros espaços culturais e religiosos.
(...) a sociedade só ganha com uma equilibrada relação com a
família e que os adjetivos “tradicional”
ou “convencional” empobrecem a riqueza do sentido que esta
comporta enquanto comunidade.
(...) o futuro pertencerá a quem souber “gerir” bem a realidade
“família”
e dar razões sérias para a sua constituição e vitalidade.
                                                                                
 
(Georgino Rocha.)

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

2 TEMA

A família é o primeiro contexto na qual a criança desenvolve padrões


de socialização, deste modo, ela se relaciona com todo o conhecimento
adquirido durante sua experiência de vida primária que vai refletir na sua vida
escolar. Sendo assim, o sucesso da tarefa da escola depende da colaboração
familiar ativa. Os pais são responsáveis pela educação de seus filhos, em
parceria com as escolas, inclusive da parte sistemática e formativa, embora a
educação aconteça na interação com os filhos e a escola. Por serem pais
cabe-lhes pensar, participar e fazer acontecer esse processo com a melhor
qualidade possível, de acordo com as circunstâncias e sua realidade. Mas
estes pais, muitas vezes encontram-se angustiados e ansiosos, sem ter clareza
das atitudes a tomar diante de uma sociedade cheia de desamor e drogas, de
abandono e violência, de descasos interiores.
3 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Mas, não podemos esquecer que a educação é um processo


universal, que tanto a sociedade, a família, como a escola, são responsáveis
por essas funções. Da mesma forma, ressaltamos que o papel da escola é
fazer com que o educando, o filho aprenda para ter um futuro melhor, sendo
também que a família tem uma grande participação nessa construção, formar
seus filhos, para que assim seja construída uma sociedade mais justa e digna
para se viver. Quando se fala da participação da família no processo de ensino
e aprendizagem, tem que se levar em consideração o contexto em que o aluno
está inserido. Muitas famílias vivem desestimuladas, desempregadas,
ameaçadas por situações de extrema pobreza. Precisando que ocorra neste
sentido a situação inversa, que a escola seja sua parceira, que os ajude a
construir a tão sonhada educação de seus filhos. Para que existam indivíduos
saudáveis, é de fundamental importância que a convivência familiar seja
harmoniosa e feliz, o entendimento por parte de seus membros, e o
fortalecimento dos laços de afeto e proteção devem mútuos, uma vez que a
Família é a base, é o alicerce na formação de nossas crianças e qu Escola é a
extensão dessa família e que se somarmos esforços teremos primeiramente
uma mudança de atitude para alcançarmos o objetivo comum, uma educação
de qualidade através da parceria, Escola e Família Esse é o motivo do título do
projeto “Família para compartilhar, Escola para aprender, Juntas para viver!”.
Deve-se explicitar o tema escolhido para o desenvolvimento do projeto.

4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Falar sobre família em dias atuais exige de nós, muito cuidado e


compreensão, pois temos que entender que não existe um modelo de família,
mas sim uma diversidade de modelos familiares onde cada um tem sua
particularidade. Sendo que uma família hoje é constituída por avós/netos,
pai/filhos, mãe/filhos, tios/filhos e até mesmo famílias onde estão presentes
todos os anteriores citados e assim por diante.
Para guiá-los, neste mundo de confusões e desequilíbrios, este
projeto propôs levar aos membros das famílias a informação adequada sobre
como lidar com a principal dificuldade das famílias de hoje, ter um tempo para
os filhos, aproveitar esse pouco tempo para demonstrar interesse e participar
da sua vida escolar .
Entender essa diversidade familiar acabou gerando uma maior
participação dos profissionais da educação, principalmente na vida pessoal e
educacional dos alunos, substituindo a função dos pais em algumas situações,
elevando assim a sobrecarga dos professores.
A dimensão de compreender o contexto familiar e suas modificações
da estrutura do conceito família. Da mesma forma a família sempre será a
primeira instituição onde a criança nasce, cresce, vive e é educada. A
construção de conhecimentos que a escola transmite por meio de seus
professores é de suma importância, mas para que esta seja alcançada o aluno
deve vir rodeado de atitudes, valores e hábitos que levam ao verdadeiro êxito
educacional. Essas atitudes são construídas dentro de ambiente familiar
transmitido através da vivencia diária com seus pais ou familiares, ou seja, com
a família.

5 JUSTIFICATIVA

O presente cujo tema “Família para compartilhar, Escola para


aprender, Juntas para viver” vêm falar da importância da participação da família
no desenvolvimento escolar da criança e principalmente resgatar a participação
e disponibilidade dos pais na escola, assim como o cumprimento do dever de
fazer presente na educação dos seus filhos. Pois sabemos que quando os pais
são presentes na vida escolar do filhos o processo de ensino-aprendizagem
acontece.
O envolvimento e a participação da família no ambiente escolar nos
dias atuais são considerados componentes importantes para o desempenho
das instituições de ensino, e para o desenvolvimento e segurança da criança
em seu processo de ensino aprendizagem dentro do ambiente escolar. A
escola exerce uma função importantíssima na vida dos indivíduos; a função
educadora. Por isso se faz necessário a participação da família no
desenvolvimento da criança em todo o seu processo de aprendizagem nos
meios sociais do qual ela faz parte, principalmente a escola.
                                                         
          Içami Tiba (1996, p.140) nos diz que "o ambiente escolar
          deve ser de uma instituição que complemente o ambiente
          familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e
          geradores de afetos. 

6 OBJETIVOS

6.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver um trabalho coletivo no ambiente escolar onde


possibilite o conhecimento da família de cada criança, seus valores, bem
como o tipo de família a que elas pertencem. Estabelecer a integração
entre Família x Escola e propiciar a confraternização em comemoração ao
término do ano letivo entre as famílias que fazem parte do ambiente escolar
e todo corpo docente.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

› Valorizar a importância do diálogo dentro do ambiente escolar


e familiar.
› Torná-los conhecedores dos vários tipos de famílias que
compõem a sociedade.
› Promover a integração entre Família e Escola.
› Ressaltar a importância da afetividade na escola e na família.
› Trabalhar a interdisciplinaridade entre as matérias.
› Orientar os alunos sobre os direitos e deveres de cada um
dentro do
  ambiente familiar.
› Adotar atitudes de solidariedade, companheirismo, respeito e
cooperação

7 EMBASAMENTO TEÓRICO

A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA


A escola consiste em um lugar de inúmeras e diversificadas práticas,
as quais estão em permanente movimento em seu cotidiano, seja para seu
êxito seja para seu fracasso. Dentro destas diversas práticas está a gestão,
esta que no contexto histórico tem funcionado mais para controlar do que para
estimular os novos conhecimentos.
A relação família e escola, traz à comunidade escolar um
compromisso mais efetivo, onde são expostas a necessidade de gerir a escola
com base nas representações de os segmentos dela, exigindo do mesmo
compromisso com a participação de todos, construindo, assim, uma escola
participativa. De acordo com Spósito (2001) para que de fato ocorra a gestão
participativa deve-se contar com toda a comunidade escolar, esta que envolve
docentes, alunos, pais, moradores, movimentos populares e sindicais, devendo
haver práticas administrativas compartilhadas.
No âmbito do sistema público de ensino, as dificuldades permeias as
tentativas de aproximação com a escola, que na maioria das vezes evidencia o
fracasso. Para Spósito (2001) a natureza dos problemas encontrados e a
superação deles não se limitam a troca ou propostas de canais adequados,
visando a gestão participativa com capacidade de envolver de forma efetiva
professores, alunos e pais. Ressalta-se que a presença dos pais e familiares
dos usuários das escolas não trata-se de algo recente, há muito tempo busca-
se estímulos no âmbito de vária concepções pedagógicas, obedecendo à
orientações políticas extremamente conservadoras (SPÓSITO, 2001). É
preciso lembrar que as proposta de aproximação da escola com a população
que a rodeia que pouco se alteraram ao longo do tempo, apesar de
aparecessem revestidas de explicações mais modernas como ideias de
carência cultural, e a necessidade de melhorar o nível cultural da família
carente.
A defesa da participação popular no âmbito escolar exige as
explicitações clara de outros pressupostos por parte daqueles que o defendem,
tais como: o caráter público, e o caráter dessa participação. É também
necessário agrupar as praticas representativas com práticas de democracia
direta, no sentido da ampliação do espaço de discussão e decisão. Nesse
contexto, a criação de canais institucionais com capacidade de viabilizar essa
participação democrática são de suma importância.
Aos pais e moradores que integram a comunidade escolar cabe
apenas a colaboração na representação de pequenos serviços, a contribuição
financeira ou a responsabilidade de assumir penas disciplinares compartilhados
com professores e direção, considerando que atividade educativa torna-se
tarefa cada vez mais complexa.

A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NO CONTEXTO ESCOLAR


A família tem uma forte influencia no processo de aperfeiçoamento
da criança dentro da sociedade, pois é com ela que ocorre os primeiros
contatos da criança. Os genitores têm uma sobrecarga adicional em vários
aspectos de sua dinâmica individual e familiar, especialmente no que tange aos
aspectos psicológicos, sociais, financeiros, e às atividades de cuidado da
criança (SHAPIRO; BLACHER; LOPEZ, 1998). A educação que a criança
recebe é primordial para a sua formação de personalidade, sendo a família
essencial nesse processo de adaptação social e cultural, não se limitando a
participação ao vínculo estabelecido entre pais e filhos e sim por meio de uma
interação escolar que proporcionarão aos filhos que os pais colaboram na
formação das crianças como indivíduos. (WEBER, 2007). O autor propõe
quatro padrões de interação entre pais e filhos: O estilo autoritário, o estilo
permissivo, o estilo negligente, e o estilo participativo.
O estilo autoritário se caracteriza por pais altamente exigentes,
impõem regras e limites rígidos e inflexíveis, com o objetivo de conseguirem
obediência e controle.
Os negligentes são aqueles que permitem tudo a seus filhos, mas
não possuem papel de educadores, estabelecem poucos limites e oferece
pouco afeto e com seus filhos desenvolvem baixo desempenho, e uma maior
probabilidade de depressão, pessimismo, baixa auto-estima e estresse. Por
fim, o estilo mais adequado que é o participativo, que se caracteriza por pais
com alto nível de exigência, porém, estão sempre acessíveis para conversas e
trocas. Este estilo de pais impõe bastantes limites, contudo, compensam com
muito afeto. (WEBER, 2007, p. 21). 21 Observa-se que no padrão de pais
autoritários em geral as crianças se tornam submissas, mas com baixa auto-
estima, causando casos de ansiedade, depressão e estresse.
Quando os pais são permissivos, as crianças tendem a ser anti-
sociais e apresentar desenvolvimento atrasado.
Por último quando os pais são participativos, os filhos são crianças
com boa auto-estima, sabem respeitar os outros e se sentem amados e
valorizados. Desta forma, entende-se que a participação dos pais no contexto
escolar influencia na construção do comportamento da criança, facilitando a
resolução dos conflitos gerados pelos impulsos dos jovens em direção ao
prazer imediato
A família tem sofrido profundas transformações em sua estrutura,
diversificando seu papel diante da evolução social. Durante muito tempo, nem
foi objeto de estudos, no entanto é na instituição familiar que vivenciamos a
primeira forma de amor com que se tem contato na vida.
No antigo modelo tradicional, a família era extensa e patriarcal; os
casamentos baseavam-se em interesses econômicos, e a mulher, era
destinada a castidade, a fidelidade e a subserviência. Tratava-se de uma
estrutura patriarcal e patrimonialista onde tudo, ou quase tudo, era permitido
aos pais na criação de seus filhos e todas as relações tinham como principal
objetivo a manutenção do patrimônio. Por isso, de acordo com Pereira (1995),
era comum aos pais escolherem os maridos ou esposas para seus filhos e
filhas e, as crianças somente podiam fazer o que lhes fosse permitido.
A educação era baseada, na maioria das vezes, no autoritarismo, na
violência e na opressão. Os filhos não tinham vontade própria e deviam
obedecer aos pais e aos mais velhos. No modelo tradicional de família cabia ao
homem o sustento da mulher e dos filhos; além da manutenção e ampliação do
patrimônio. Davies (1994), explicita que, nesse modelo tradicional a escola
tinha o papel de ensinar e a família o papel de criar e educar sem interferência
de outros entes.
De acordo com o mesmo autor: “a escola também era opressora e
para repassar os conhecimentos dos quais somente os professores,
denominados mestres, eram detentores era permitido e recomendado „abusar‟
do autoritarismo e do uso de castigos físicos e psicológicos.” Gokhale (1980),
ao fazer uma breve retrospectiva histórica demonstrou que “a política
autoritária predominante até os anos 60, não apenas do Brasil, mas em muitas
partes do mundo, fez com que os jovens e, principalmente, as mulheres, se
revoltassem contra todo poder instituído, inclusive o patriarcal.” A partir disso,
as mulheres começaram a assumir um papel de maior destaque tanto na
família quanto na sociedade, seja trabalhando em empregos formais ou
ajudando nas despesas domésticas.
Com isso, aos poucos, esse modelo tradicional se rompeu e foram
surgindo novos modelos de família, como bem ressalta Kaloustian (1988).
Segundo Almeida (1987): “com a revolução feminina a mulher
passando a trabalhar fora, contribuindo para o sustento do lar e assumindo
posições de maior relevância no mercado de trabalho, o homem passou a
dividir a responsabilidade pela criação dos filhos e, isso, fez também com que o
número de filhos de uma família se tornasse menor, devido, inclusive, às
dificuldades advindas pela ausência da mãe, antes presença constante no lar.”
Gokhale (1980), relembra que a adoção de métodos contraceptivos também
teve papel de destaque na diminuição do número de filhos de um casal, pois,
trabalhando, colaborando com o sustento da família, podendo satisfazer suas
necessidades e desejos de consumo, podendo evitar ou adiar a maternidade, a
mulher passou a pensar em seu crescimento profissional dedicando muitas
horas de seu dia à sua carreira. Assim, as famílias tornaram-se menores e a
atenção dispensada pela mãe aos filhos também.
A escola passou a desenvolver um papel de cooperação na
educação dessas crianças, uma vez que os pais estavam cada vez mais
ocupados no trabalho e na divisão de tarefas.
Considerando que a família vem-se transformando através dos
tempos, acompanhando as mudanças religiosas, econômicas e socioculturais
do contexto em que se encontram inseridas, reconhece-se que os papéis dos
entes familiares também sofreram alterações.
De todas essas inovações no modelo de família aumentaram os
filhos de casais não casados e o divórcio ampliou a possibilidade dos filhos
serem criados por apenas um dos pais, fazendo surgir um novo modelo de
família: a família monoparental, consagrada posteriormente pela Constituição
Federal de 1988.
Em se tratando de Constituição Federal (2004), esta aborda a
questão da família nos artigos 5º, 7º, 201, 208 e 226 a 230. Legitimando as
inovações sociais, Por exemplo, no artigo 226 inaugura a união estável como
um novo conceito de família (§ 3º) e privilegia a comunidade formada por
qualquer dos pais e seus descendentes (§ 4º), a já tratada família
monoparental. E ainda reconhece que: os direitos e deveres referentes à
sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher (§ 5º).
Para Milano (1996):
“A Constituição Federal, além de reconhecer as mudanças
estruturais no modelo de família, considerou a criança e o adolescente como
sujeitos de direitos, o que nenhuma legislação anterior havia feito.
Anteriormente ambos eram tratados como propriedade familiar,
podendo a família utilizar quaisquer meios para a promoção de sua educação,
não podendo a sociedade e o Estado intervirem nas questões familiares. Isso
fez com que a família e a escola repensassem seus papéis, pois se antes
podiam usar da plena autoridade e autoritarismo que possuíam para „criar‟ e
„educar‟ seus filhos e alunos, o que envolvia violência e repressão”. Como
sujeitos de direitos, crianças e adolescentes, podem manifestar vontades e ter
garantias quanto à sua integridade física, moral e psíquica, o que faz com que
algumas formas de educar sejam contrárias à lei.
Para consagrar definitivamente as crianças e adolescentes como
sujeitos de direitos, a Constituição Federal determinou a criação de uma
legislação específica de proteção desses direitos. Assim, em 1990, surgiu em
nosso ordenamento jurídico o Estatuto da Criança e do Adolescente, conhecido
como ECA (Brasil. 1990), a lhes garantir direitos específicos e políticas públicas
de tratamento.
Segundo Milano (1996), esse estatuto contemplou amplamente a
família, destinandolhe obrigações quanto à criação de seus filhos e pondo fim,
ao menos legalmente, à educação pelo uso de castigos físicos. Para o mesmo
autor, quanto à educação, o ECA (Brasil. 1990), inovou ao determinar que a
família tem obrigação legal de matricular seus filhos na escola e cuidar de sua
frequência às aulas, acompanhando a evolução de sua aprendizagem.
O ECA (Brasil. 1990) dividiu a responsabilidade pelas crianças e
adolescentes brasileiros entre a família, o Estado e a sociedade. Assim, de
acordo com seu art. 4º: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em
geral e do Poder Público assegurar, com prioridade absoluta, a efetivação dos
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.” (Brasil. 1990) A reestruturação inaugurada
por essa nova legislação, na certa, trouxe benefícios à criança, pois garantiu-
lhe direitos e fez com que Estado e comunidade assumissem
responsabilidades na sua criação. Com isso, a família que não tem condições
plenas de fornecer o necessário à manutenção do sustento e da saúde de seus
filhos, pode exigir posturas sociais e políticas públicas que lhes garantam uma
sobrevivência digna. Por outro lado, essa legislação, se não for bem
interpretada, retira dos pais a obrigação de primar pela boa formação de seus
filhos sob a alegação da responsabilidade de outros entes.
Esse problema é atualmente enfrentado pelas escolas, pois, muitos
pais alegam que perderam o controle sobre a criação de seus filhos com o
excesso de proteção legislativa e delegam, cada vez mais, a função educadora
à escola.
É importante, no entanto, ressaltar que a família é a entidade
responsável pela criação e educação de seus filhos, sendo os outros entes
(sociedade e Estado) apenas colaboradores.
Segundo Marques (1993): “à escola cabe complementar a educação
dada pela família – seja ela tradicional, monoparental ou mista – ensinando a
criança conceitos básicos de ética e cidadania, não podendo assumir
responsabilidade integral na formação do caráter e de convicções que devem
ser familiares, tais como a religião.” Independente da evolução social e das
modificações no modelo de família, esta ainda é e sempre será o ente
responsável pela formação da personalidade e do caráter da criança.
Por isso, é a família que deverá fornecer as bases educacionais e
todo o apoio necessário à escola para que a criança tenha um pleno
desenvolvimento escolar, social e de caráter.
Para Serra (1999), a família tem como função primordial a de
proteção, tendo sobretudo, potencialidades para dar apoio emocional para a
resolução de problemas e conflitos, podendo formar uma barreira defensiva
contra agressões externas.

AS NOVAS FORMAÇÕES FAMILIARES E A SUA IMPORTÂNCIA


NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
As formações familiares desde os primórdios são diferentes na sua
constituição, dependendo principalmente da cultura e da sociedade na qual
está inserida. No entanto, na maioria das culturas, a constituição denominada
de “nuclear”, ou seja, constituída de pai, mãe e filhos, foi e ainda é
predominante em muitas culturas, principalmente nas ocidentais. Também,
podemos observar que dentro da formação familiar nuclear, encontramos o
regime patriarcal, em que o pai assume a direção desta família, ou então, o
regime matriarcal, onde as responsabilidades são atribuídas à mãe. Entretanto,
como diversos aspectos dentro de uma sociedade, a constituição familiar,
evolui e se transforma com o passar do tempo criando novas formas de se
constituir..
As formações familiares da atualidade No Brasil, as regras
estabelecidas que regem as uniões matrimoniais, estão contidas no Código
Civil Brasileiro. Regras estas, que envolvem temas referentes aos papéis
atribuídos ao marido e a mulher na sociedade conjugal, como: sistema de
filiação, adoção, herança, parentesco, regime no qual o casamento está
baseado, ou seja, comunhão parcial ou universal de bens e até separação de
bens.
Além das proibições, como o casamento entre parentes ou quando
os cônjuges forem menores de idade, e neste caso só sendo permitido o
enlace com a autorização e a emancipação dos pais ou responsáveis.
Assim, em nossa sociedade, a qual foi alicerçada desde a sua
colonização pelos preceitos dogmáticos de origem católica, a família-modelo e
almejada, está relacionada a formação nuclear, onde cabia a esta família
diversas funções, entre as quais, ser fonte de estabilidade econômica, base
religiosa, moral, profissional e principalmente educacional.
No entanto, este ideal familiar e as leis contidas no Código Civil
Brasileiro, não garantem que na sociedade brasileira haja uma harmonia
constante, idealizada e permanente. No geral, o que vemos hoje na nossa
sociedade é o contrário, pois principalmente nos tópicos onde a lei e as normas
de Direito atingem a família, as mudanças vão se ajustando à medida que os
costumes se modificam. (PRADO, 1988).
Com o advento do divórcio, surgem também novos consensos em
relação aos deveres e direitos dos pais em relação aos filhos e novas
formações familiares surgiram e estão cada vez mais diversificadas. No
entanto, estas novas formações não querem dizer que por serem diferentes as
famílias são desestruturadas, pensar assim pode ser um grande engano,
principalmente nos espaços escolares em que a diversidade aparece com
maior frequência.
Nas novas configurações familiares, o objetivo principal é sempre o
mesmo, ou seja, criar um espaço de amor e apoio ao desenvolvimento das
crianças ali inseridas. Lembrando que a diversidade, em muitos aspectos pode
ser algo positivo.
Portanto, “desde que a criança saiba qual o lugar dela dentro desse
novo núcleo familiar e sinta – se segura para solicitar o que precisa e o mais
importante tenha a sua individualidade respeitada” (PIRES, 2009, p.12).
A formação familiar específica e tradicional, deixa de ser o mais
importante. Hoje, encontramos casais que após o divórcio do primeiro
casamento, se desmembram em novas famílias, ou seja, quando um casal que
se divorcia tem filhos, e os pais com o passar do tempo formam novas famílias
com pessoas, também divorciadas e com filhos e destas novas uniões nascem
mais filhos. Então temos os filhos do primeiro casamento, que passarão a
conviver com os filhos do novo companheiro ou companheira do pai ou mãe e
também os novos filhos que virão destas novas uniões. O mais importante
nestes casos, como já dissemos acima, é que embora o número de filhos
possa aumentar com as novas relações, cada um seja respeitado e encontre o
seu espaço dentro desta nova família, onde o bom senso deve ser um fator que
garanta o bom relacionamento entre todos. (PIRES, 2009). Nesse sentido:
Filhos adotivos, gerados por inseminação artificial ou criados por
casais homossexuais não modificam o principal objetivo da família: ser um
espaço que proporciona a convivência, o amor e a segurança entre seus
integrantes. (PIRES, 2009, p.14).
Assim, de acordo com a citação acima, nos dias atuais,
encontramos na nossa sociedade formações familiares diferenciadas da
constituição nuclear. São formações que embora percorram caminhos
diferentes do tradicional matrimônio, apresentam os mesmos objetivos, ou seja,
constituir uma família cercada de afeto, união e respeito, em que seus
integrantes, principalmente as crianças devam se sentir protegidas e amadas.
A instituição família é tão importante na nossa sociedade, que a
mesma é foco de atenção da Constituição Federativa do Brasil.
De acordo com a Constituição de 1988, no seu capítulo VII, em seu
Artigo 226 – “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”.
(BRASIL, 1988, p. 147).
O Estado deverá propiciar condições que facilitem o casamento civil
de forma gratuita ou a conversão de uniões estáveis em casamento,
entendendo muitas vezes como entidade familiar, a comunidade formada por
qualquer um dos pais e seus descendentes. E também aquelas formadas por
efeito de adoção ou inseminação artificial. E baseados no Artigo 5º da mesma
Constituição, temos garantido que todos são iguais perante a lei, sem distinção
de quaisquer naturezas.
Nesse aspecto, é importante considerar que na atualidade,
encontramos alguns casos de famílias constituídas por homossexuais, as quais
tiveram os seus direitos garantidos e foram reconhecidas como instituição
familiar. Sendo que, ainda em acordo com a Constituição promulgada em 1988,
no seu Artigo 227,
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e
ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração e
opressão. (BRASIL, 1988, p.148).
Observamos que hoje não é mais considerada família apenas o
grupo formado por pai, mãe e filhos, mas sim qualquer grupo de pessoas que
se juntam e se agregam por afinidades e afeto. E que, no caso da presença de
crianças e adolescentes, o mais importante é ver que seus direitos são
respeitados e existem amor e proteção nesta fase tão importante da vida.
Também observamos que é cada vez maior o número de famílias
em que a responsabilidade de direção da família está centrada na figura da
mulher, mãe ou avó. No entanto, embora o pai possa não fazer parte da
convivência familiar, diariamente, é garantido por lei a divisão da
responsabilidade na criação dos filhos, tanto na Constituição Federativa do
Brasil, como no Estatuto da Criança e do Adolescente.
E mesmo que na maioria dos livros didáticos utilizados nas escolas,
a formação nuclear de família seja a mais comum em suas ilustrações, cabe ao
professor respeitar e dialogar com os seus alunos a respeito da importância
familiar na vida de todos, independentes da sua formação e respeitadas as
diversidades de famílias que encontramos na atualidade.
Assim, é importante ser valorizado junto à criança a importância de
nos sentirmos parte de um grupo social, onde encontramos apoio, carinho,
amor e proteção. Segundo Knobel,
“a família é um dos grupos primários e naturais de nossa sociedade,
nos quais o ser humano vive e consegue se desenvolver”. (KNOBEL, 1996, p.
19).
Assim, a importância da família na vida de todo ser humano, está
atrelada automaticamente ao bom desenvolvimento e ao indivíduo que no
futuro irá também constituir uma família alicerçado na sua própria experiência
de vida. Nesse sentido: Na interação familiar, que é prévia e social (porém
determinada pelo meio ambiente), que configura – se bem precocemente a
personalidade, determinando .
Se aí as características sociais, éticas, morais e cívicas dos
integrantes da comunidade adulta. (KNOBEL, 1996, p.19).
Enfim, a família e as relações estabelecidas dentro da mesma, em
muito influenciará na vida adulta de um indivíduo. E a presença desta família
no desenvolvimento de uma criança é de suma importância. A qual pode fazer
muita diferença desde a mais tenra idade, principalmente no período escolar.
Assunto este, que abordaremos no tópico a seguir.
A importância da família no desenvolvimento da criança A maioria
das pessoas reconhece a importância da família no que diz respeito aos
cuidados primários que se deve ter com uma criança, ou seja, alimentação,
higienização, proteção, vacinação, afeto, entre outros cuidados que um filho
necessita para a sua própria subsistência humana. E para que a vida de uma
criança fosse preservada no decorrer do movimento histórico da sociedade
brasileira, foram criados mecanismos que viessem a garantir que esses direitos
fossem respeitados.
Como no Artigo 227 da Constituição Federal do Brasil, promulgada
em 1988 e mais recentemente no Estatuto da Criança e do Adolescente, no
Capítulo III, Seção I, no seu Artigo 19, quando afirma que:
Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no
seio da família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas
dependentes de substâncias entorpecentes. (BRASIL, 1990, p.26).
Apesar das leis existirem e de inúmeras formas de divulgação das
mesmas, infelizmente ainda hoje encontramos, quase que diariamente nos
noticiários, relatos de descasos e violências praticadas contra crianças,
principalmente pelos responsáveis diretos das mesmas. Ainda que, haja
diversos programas voltados para a divulgação de informações que contribuam
com o bem estar das crianças, como projetos desenvolvidos pelas Políticas
Públicas, através dos diferentes poderes, variadas Organizações Não
Governamentais, e Mídias em geral, a incidência de casos de violências contra
a criança, acontece em todas as classes sociais, nos mais diversificados
ambientes e nas diferentes formações familiares.
Entretanto, não são só de necessidades básicas como a
alimentação, ou a falta dela, que um indivíduo vai precisar para se desenvolver.
Ou ainda, que vão determinar que tipo de adulto, este mesmo indivíduo vai se
transformar. Sendo que, se buscarmos uma definição científica do que é ser
criança, podemos dizer que, [...] pode-se definir a criança como a unidade
genética, histórica e social da humanidade, que possui um particular e especial
sistema biopsicodinâmico individualizante, que responde a um processo
evolutivo de determinada base biológica, historicamente determinada e não
poucas vezes circunstancial. (KNOBEL, 1996, p.80).
Assim, devemos entender que nesta fase de vida, é de suma
importância que os pais ou responsáveis, reflitam na complexidade que a
infância representa, pois atitudes impensadas hoje, podem se refletir na fase
da infância ou nos anos vindouros, de forma comprometedora e negativa.
São muitos os fatores que estão relacionados à formação e
desenvolvimento de um indivíduo e da sociedade que este mesmo indivíduo vai
viver e formar. Lembrando que, uma sociedade evolui de acordo com a
evolução das pessoas que a constituem. Fatos ocorridos durante a infância de
um sujeito e o meio ambiente que o cerca, influencia e muitas vezes até
determina as características e alguns comportamentos que o mesmo vai
apresentar na sua vida adulta.
Condicionando-o a fazer escolhas que poderão definir toda a sua
vida e os aspectos que a envolve como sua escolha profissional, sua
companheira, entre tantas outras circunstâncias, presentes na vida de qualquer
um. (WEIL, 2000).
Como podemos observar na citação a seguir, quando o autor postula
que, Os fracassos na vida social e na vida íntima do adulto têm muitas vezes
origem em erros de educação, pais excessivamente rígidos podem levar os
filhos à timidez e à eterna rebeldia, pais que brigam entre si, em presença da
criança, podem gerar instabilidade e incapacidade para um matrimônio feliz.
(WEIL, 2000, p.158).
Assim sendo, não basta um pai ou uma mãe se preocupar com a
alimentação, saúde e outros aspectos materiais, se não oferecerem um
ambiente de respeito mútuo e atitudes éticas no seu cotidiano.As crianças,
aprendem e imitam os adultos que a cercam, principalmente as pessoas mais
próximas que constituem a célula familiar, sejam qual for a sua constituição.
Portanto, os responsáveis pelo desenvolvimento de uma criança
devem se preocupar com suas atitudes e ações, pois podem criar problemas
futuros.
Por este motivo, “o bem estar e o aprimoramento das relações entre
pais e filhos são assuntos constantes de psicólogos, sociólogos, psicanalistas,
enfim, de especialistas” (PRIORE, 2004, p.07), os quais se preocupam em
buscar soluções para diversos problemas enfrentados na relação familiar,
veiculando estudos que podem apresentar novos caminhos, inclusive propondo
uma nova ética para a infância. Recentes pesquisas de Psicanálise e de
Psicologia Social colocaram em destaque o fato de a conduta dos filhos na
escola e em casa ser, em grande parte, uma reação ao comportamento dos
pais para com os filhos. (WEIL, 2000, p.45).
Com as mudanças que ocorreram nas relações humanas e na
educação, no século XX, os pais foram aprendendo a respeitar as crianças.
Com isso, muita coisa mudou, sem dúvida melhorou a vida da criança.
“[...] o relacionamento entre pais e filhos ganhou mais autenticidade,
menos autoritarismo. O poder absoluto dos pais sobre os filhos foi substituído
por uma relação mais democrática. E o entendimento cresceu.” (ZAGURY,
2002, p.14).
A partir do surgimento da noção de infância, sabemos que uma
criança, durante a infância, constrói-se social e historicamente. Dependendo da
organização que uma sociedade tiver, a criança nela inserida terá papéis que
variam e se diferenciam de outras sociedades. (KRAMER, 2000).
Portanto, sabemos que a ideia de infância muda conforme a
sociedade e o tempo histórico em que a criança está inserida. Na sociedade
capitalista, o que se visa é o lucro e para que o lucro seja maior, menos se
paga para os operários, fazendo surgir diferentes classes sociais, onde o poder
de dominação está centrado nas mãos daqueles que possuem maior capital
surgindo, portanto, uma sociedade desigual, onde a criança desempenha seu
papel de diferentes formas.
Diante desse novo cenário, pensadores acreditam e denunciam o
desaparecimento da infância em algumas comunidades.
“[...] uma vez que a violência contra as crianças e entre 26 elas se
tornou constante. Imagens de pobreza de crianças e trabalho infantil retratam
uma situação em que o reino encantado da infância teria chegado ao fim”.
(KRAMER, 2000, p.17).
Na atualidade, o acesso a mídia e a internet é comum,
principalmente pelo fato de que em muitos casos passaram a ser substituto das
brincadeiras, que eram características da infância. Nesse sentido, Kramer
(2000) assinala que essa mudança teria terminado por expulsar as crianças da
infância, para aproximá-las da vida adulta.
[...] a indisponibilidade do adulto que parece impregnar a vida
contemporânea, marcada pelo individualismo e pela mercantilização das
relações. Com a perda da capacidade do diálogo na modernidade, as pessoas
só conversam sobre o preço das coisas, sem diálogo, sem a narrativa, ficam
impossibilitadas de dar ou de ouvir um conselho [...]. (KRAMER, 2000, p.21).
Enfim, com as mudanças na sociedade capitalista, o ter passou a
ser mais importante que o ser. E em virtude deste pensamento, a mulher que
antes ficava no lar com a responsabilidade, quase que total, de educar os filhos
nos valores, condutas e práticas, também passou a trabalhar fora e como
substitutivo da ausência de ambos os pais, estes procuram reparar a ausência
comprando coisas ou não impondo limites aos filhos. Só que, os pequenos só
vão aprender valores e demais condutas se iniciadas pelo adulto. E se
sozinhas.
“[...] as crianças enfrentam situações além de seu nível de
compreensão, convivem com problemas além do que seu conhecimento e
experiência permitem entender”. (KRAMER, 2000, p.21).
Assim, se faz necessário que as crianças possam ser entendidas
nas suas necessidades, ou seja, brincar e também aprender, acompanhados
por adultos. Nesse sentido, os pais e professores não podem perder a
autoridade, que hoje já é vista como um dos mais graves problemas sociais do
cenário contemporâneo. (KRAMER, 2000). E quando dizemos autoridade, não
estamos falando em autoritarismo.
O que dizemos é que é necessário restabelecer o diálogo entre os
adultos e as crianças em que o sentido de solidariedade e os laços de caráter
afetivo, ético e social devem ser tratados com respeito e equilíbrio. Muitas
vezes vemos na sociedade contemporânea, em nome dos direitos da criança
como sujeito, e da infância como construção social, a abdicação de muitos
adultos, pais e professores, de seus papéis. Assim, usam destes conceitos
para não estabelecerem regras, não expressarem o seu ponto de vista, não se
posicionarem frente a algumas atitudes da criança e também do adolescente.
(KRAMER, 2000).
Nesse sentido, os pais agem ora controlando e regulando as ações
dos mesmos, ora não intervindo e ora liberando e deixando as crianças e
jovens sem sanções após uma transgressão, sem respostas a muitas
perguntas e sem o apoio e a confiança, para que ocorram relatos da vida
cotidiana dos mesmos.
“[...] as crianças são negligenciadas e vão ficando também perdidas
e confusas. Muitos adultos parecem indiferentes e não mais as iniciam. A
indiferença ocupa o lugar das diferenças”. (KRAMER, 2000, p.21).
Lembrando que muitos pais hoje, enquanto adultos, também agem
desta forma confusa e sem autoridade, pois na sua própria infância e juventude
não tiveram também suas perguntas e dúvidas respondidas. E também em
virtude de muitas vezes se verem partes de uma comunidade onde, não há
nenhuma garantia de terem respeitados seus direitos e onde a desigualdade e
injustiças sociais, são fatores que favorecem a difícil tarefa de educar uma
criança e transformá-la num cidadão solidário, que respeite as diferenças e lute
pelas desigualdades.
Ao considerarmos os paradoxos dos tempos em que vivemos e os
valores de solidariedade e generosidade que queremos transmitir, num
contexto de intenso e visível individualismo, cinismo, pragmatismo, e
conformismo, são necessários condições concretas de trabalho com qualidade
e ação coletiva que viabilizem formas de enfrentar os desafios e mudar o
futuro. (KRAMER, 2000, p.23).
. A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE A FAMÍLIA E A TRAJETÓRIA
ESCOLAR DAS CRIANÇAS
A importância dos pais na vida escolar dos filhos É importante
destacar que quando nos referimos ao termo “pais”, estamos falando de todos
os responsáveis pelas crianças, seja pais naturais e biológicos ou pais
adotivos, assim como, todos aqueles responsáveis que se enquadram nas
novas formações familiares que se apresentam no contexto da sociedade em
que vivemos e que foram abordados no capítulo anterior. Assim sendo,
observamos que as escolas e instituições educacionais, por sua vez, também
necessitam estar “abertas” a estas novas formações familiares para que a
relação escola-família se estabeleça, ou seja, uma boa relação, onde o respeito
e o não preconceito estejam sempre presentes, para que os estudantes e
futuros cidadãos sejam acompanhados e orientados na sua formação. Haja
vista que, uma relação entre duas instituições tão importantes como a escolar e
a familiar não pode ser estabelecida na forma de autoritarismo em que
somente uma das partes está sempre certa e/ou fechada para qualquer
diálogo.
Segundo a autora Zagury (2002), em sua obra “Escola sem conflito:
parceria com os pais”, as relações entre pais e escola sofreram e sofrem
transformações com o passar dos tempos. Portanto, de acordo com a autora:
Durante cerca de dois séculos, a família e a escola viveram uma
verdadeira lua-de-mel. O que a escola pensava era o que os pais pensavam. O
que a escola determinava ou afirmava, fosse em termos de tarefas, atribuições
e até mesmo de sanções, era endossado e confirmado pela família. (ZAGURY,
2002, p.11).
Assim, mesmo que houvesse desigualdade nas relações de poder
entre professores, diretores e alunos, devido ao sistema “bancário” de ensino
em que os educadores sempre eram o centro do saber e os alunos depósitos
de conhecimento, os pais sempre endossavam as atitudes provenientes dos
professores e da escola em geral, sem questionamentos.
Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, a delegação da
educação dos filhos a terceiros e a perda de autoridade do adulto perante a
criança (KRAMER, 2000), a relação entre escola e família sofreu abalos. Por
não dar conta de toda a demanda advinda de uma educação que seria
responsabilidade dos pais, muitas vezes a escola culpabiliza a família pelo
fracasso, insucesso e indisciplina do aluno. Por outro lado, por cobrar da escola
maior comprometimento na educação, pais culpabilizam escolas, professores e
diretores pelos acontecimentos indesejados com seus filhos.
Assim, mesmo com objetivos comuns, nos dias atuais a relação
família-escola tem enfrentado diversos confrontos e até a perda da confiança
que outrora existiu em relação ao seu trabalho e importância. Isso ocorre
principalmente, por vários motivos distintos, ou seja, em relação à família,
podemos identificar dois extremos: um é aquela família que discorda de tudo,
pois desconfia de professores e profissionais da educação em quase tudo e
outro aspecto é aquela família totalmente ausente, a qual atribui à escola de
forma integral a responsabilidade da educação dos filhos.
Com relação à escola o assoberbamento de funções e atribuições,
muitas vezes em variadas instituições de ensino que muitos professores têm
nos dias de hoje, além de uma formação docente precária, que deixa muito a
desejar em diversas áreas do conhecimento, colabora para que os pais, hoje
mais letrados, passem a desconfiar da escola e do ensino que a mesma
oferece. (ZAGURY, 2002).
Além de muitos outros fatores que podem contribuir para prejudicar
a relação família/escola, os quais não vamos citá-los, pois o nosso objetivo não
é nos deter nas causas do confronto e sim discutir a importância desta relação
na vida das nossas crianças e como enfrentar sem preconceitos mútuos
qualquer dos problemas que possa inviabilizar esta relação.
Já que, Se as duas maiores agências educacionais encontram-se
em campos opostos, dicotomizados, o perigo de novas gerações ficarem no
meio de uma disputa sem o menor sentido é real. E mais:
[...] que nossos filhos lucrem com esta visão esclarecida e tranqüila,
que é como deve ser o olhar dos pais sobre a escola: um olhar que desvele
uma parceria necessária. (ZAGURY, 2002, p.16).
Sendo que,:
“[...] educação é a permissão para o que se pode e o que não se
pode fazer” (MARTINS, 2007, p.79).
Assim, como determinar estas regras e quem determina as mesmas,
se baseia na discussão sobre quais conceitos culturais, psicológicos e
familiares estão sendo colocados numa sociedade em que segundo o pediatra
José Martins Filho, a criança está cada vez mais terceirizada. Já que, vivemos
numa sociedade que tende a perpetuar muito mais o ter do que o ser e onde
em muitos casos a mulher é o chefe da família e mesmo que ela queira, a
necessidade de manter as provisões necessárias para a própria subsistência, a
coloca o dia todo longe de seus filhos, que se pertencem a classe média ou
alta, muitas vezes são sobrecarregados de atividades como:
Ir à escola de inglês, tênis, judô, futebol, e outras tantas atividades
que os ocupem o dia todo. E se pertencem a classes economicamente
desfavorecidas, o problema pode se agravar, pois em muitos casos, as
crianças ficam em total abandono ou nas ruas, entregues a própria sorte.
Assim, ocorre também “[...] a terceirização da educação, conferida às escolas
que, por sua vez, não querem essa função e nem sempre estão preparadas
para exercê-la”. (MARTINS, 2007, p.92).
Numa sociedade que não podemos dizer se é patriarcal ou
matriarcal e que o que prevalece é uma ausência de definição de papéis, de
quem vai assumir o que em relação à família ou aos filhos, e que, segundo o
psicanalista e professor Raymundo de Lima (apud MARTINS, 2007), é culpa da
sociedade capitalista que vivemos hoje, quando afirma que:
“A sociedade capitalista corroeu, por um lado, a autoridade do pai e
por outro lado, seqüestrou a mãe para o trabalho, impedindo-a de dar o
necessário colo ao filho”. (MARTINS, 2007, p.95).
Esta visão da sociedade pode explicar as causas da difícil relação
escola-família, no entanto, não se pode esperar que a escola seja a única
responsável por toda a educação de uma criança.
Toda escola tem como “[...] especificidade, a obrigação de ensinar
bem conteúdos específicos de áreas do saber, escolhidos como sendo
fundamentais para a instrução de novas gerações”. (SZYMANSKI, 2010, p.99).
E que por sua vez, devem ser ministrado com responsabilidade,
respeito e confiança, pelos professores. O que é diferente de carinho maternal,
acolhimento e acompanhamento, o qual deve ser dado pelas famílias. Seja ela
pertencente a qual formação contemporânea for, ou tenha menos ou mais
tempo disponível para exercê-la.
“[...] não repetiremos suficientemente jamais que sem uma estreita
colaboração entre os professores e pais as aprendizagens não se darão
facilmente para todos”. (CHARMEUX, 2000, p.114).
Assim, pais e professores são partes complementares do sistema
educativo, e desta forma não podem ser divergentes, conflitantes ou então
trabalharem de forma isolada. Nesse sentido, os pais interagindo com a escola
e com os professores auxiliam seus filhos na elaboração de suas
aprendizagens, não fazendo o papel dos professores sendo meros repetidores
do trabalho escolar, mas sim colaborando para que a educação escolar possa
ter continuidade no espaço familiar. Já a escola necessita ser uma instituição
responsável pelo ensino dos conhecimentos, atentando-se para o fato de que a
constituição da subjetividade da criança se faz tanto na interação com a família
quanto na interação com a escola.
Portanto, a relação que une os pais à escola não pode ser de
concorrência, mas também não pode ser de dependência, ou seja, o professor
não pode substituir os pais, desempenhando o seu papel e em contrapartida os
pais não devem assumir o que é de responsabilidade da escola, mas sim
auxiliar naquilo que se refere a continuidade da aprendizagem escolar no
espaço familiar, já que a função dos pais é essencial e insubstituível, mesmo
antes da escola e independente desta.
De acordo com Szymanski (2010, p.99) “[...] as famílias têm de dar
acolhimento a seus filhos: um ambiente estável, provedor, amoroso”. E também
ser um exemplo de superação das dificuldades, no sentido de orientar os filhos
para as vivências que terão fora de casa, sem violência, mas sim considerando
o diálogo como forma de educação. No entanto, sabemos que muitas famílias
não conseguem fazer isso devido a questões pessoais, sociais e até por
questões econômicas, pois a miséria é cruel e traz com ela muitos empecilhos
para que as famílias possam ter o equilíbrio necessário para apoiar seus filhos.
Para isso existem muitos serviços de atenção às famílias carentes, como o
CRAS (Centro de Referência em Assistência Social), em muitos municípios e
serviços de saúde que em muito podem ajudar as famílias com dificuldades..
Entretanto, sabemos que muitos pais, principalmente os
pertencentes à classe economicamente e culturalmente desfavorecida
enfrentam dificuldades para buscar estas instituições que oferecem ajuda em
virtude de seu baixo nível de instrução e escolaridade.
Assim, os conflitos entre famílias e escolas podem advir das
diferenças de classes sociais, valores, crenças, hábitos de interação e
comunicação subjacentes aos modelos educativos. Tanto crianças como pais
podem comportar-se segundo modelos que não são os da escola.
(SZYMANSKI, 2010, p.103).
O papel dos pais na aquisição da leitura e da escrita , é de suma
importância que haja a participação da família no contexto escolar dos filhos,
de forma complementar ao trabalho realizado na escola.
Um trabalho conjunto, em que a participação dos pais é essencial e
insubstituível. No entanto, esta participação dos pais no processo de
aprendizado de seus filhos, se dá muito antes da criança entrar na escola.
Sendo que, o meio que cerca esta criança influenciará diretamente no seu
aprendizado na escola, pois no que concerne ao aprendizado da leitura, por
exemplo, a criança terá um maior interesse em aprender a ler, se em seu meio
familiar a mesma está acostumada a ver seus pais lendo e se estes momentos
de leitura estiverem relacionados com lembranças de prazer e situações de
vida cotidiana.
“[...] a maneira através da qual a “coisa escrita” é recebida em casa
determina em grande parte o modo pelo qual a criança vai recebê-la.
(CHARMEUX, 2000, p.115).
Porém, é a escola que tem a função de ensinar as crianças a ler e a
escrever, adensando os conhecimentos que trazem de suas experiências
familiares com a leitura. Assim, podemos dizer que a presença de amostras
escritas em casa e a variedade de materiais escritos já é o início da ajuda que
os pais podem oferecer a seus filhos.
A diversidade de situações em que é demonstrada à criança a
funcionalidade da escrita, em que os filhos vêem seus pais fazerem uso da
escrita em diversas tarefas como: a escrita de uma receita culinária, a leitura de
uma receita que será feita conjuntamente com a criança, a leitura das
instruções de como utilizar um produto de limpeza ou a validade de um
alimento, as placas indicativas de um caminho e até manuais explicativos que
acompanham diversas máquinas que adquirimos como eletrodomésticos, são
situações constitutivas da aprendizagem das crianças e que favorecem o
trabalho do professor em sala de aula.
Portanto, nesses momentos tão comuns da vida de qualquer
pessoa, se encontram preciosos momentos dos pais demonstrarem as várias
funções da escrita e da leitura e com isso despertarem a curiosidade da criança
em querer também aprender.
Há tempos “[...] os especialistas insistem na necessidade de ler
livros às crianças bem cedo” (CHARMEUX, 2000, p.118).
Estes momentos de leitura devem estar relacionados com momentos
de prazer.
[...] ensinar as crianças, assim, a alimentar suas opiniões de
leituras, e de leituras diferentes, ensiná-las a nunca se contentar com uma
única visão dos problemas, uma única abordagem das questões. Trata-se de
formar o espírito na busca incansável da informação, na desconfiança em
relação às evidências, na busca de opiniões diferentes para formar uma idéia
das coisas; de fazer a criança desprezar o que é apressado, dogmático, mais
ou menos os lugares-comuns, as afirmações sem provas, os princípios
absolutos. [...] Ter “o espírito livre” implica tudo isso. (CHARMEUX, 2000,
p.122).
O conhecimento e a boa relação com os livros geram inclusive a
preservação do mesmo, quando utilizado em comum com outros
principalmente, já que se o mesmo lhe dá prazer à tendência é não estragá-lo,
respeitando o seu valor e importância.
Quanto à ajuda que os pais podem oferecer aos filhos que já
frequentam a escola, podemos dizer que interessar-se por ela já é um bom
começo. No entanto, interessar não quer dizer vigiar. Já que vigiar está
relacionado diretamente com desconfianças e com ameaças.
Ajudar uma criança no trabalho escolar, instruindo, fornecendo
pistas e prestando atenção em seus avanços e retrocessos pode se configurar
numa boa relação com a escola, com o conhecimento e com aquilo que a
professora ensina em sala de aula. Na verdade, a criança tem necessidade de
que a tranqüilizemos, de que lhe provemos que ela tem os meios de fazer o
que lhe é proposto, de que lhe provemos que ela fez bem o que o professor lhe
pediu para fazer, não de que lhe compliquemos a vida já bastante complicada.
Além disso, quando os pais se aproximam da escola e do professor,
acompanhando diariamente os cadernos e as anotações de seus filhos, a
parceria com a escola tende a dar certo. Participar de eventos, festas e
exposições que a escola elabora também é uma atitude interessante, pois é
inteiramente necessário para o equilíbrio e o sucesso da criança que as
“[...] duas partes educativas encarregadas de seu futuro trabalhem
em colaboração”. (CHARMEUX, 2000, p. 126).
De forma que, cada parte responsável pela criança, ou seja, família
e escola busquem juntas as soluções necessárias para que a trajetória escolar
da criança seja tranquila e enriquecedora. Nesse sentido, é interessante que a
escola na parceira com a família mostre a importância da aprendizagem dos
conhecimentos do mundo pela criança para que, mesmo os pais que por várias
situações de vida não tiveram a oportunidade de estudar, tenham a visão da
importância que os estudos podem fazer por seus filhos, até para interromper
muitas vezes um círculo vicioso, o qual afasta a criança da escola e perpetua o
analfabetismo no nosso país .

7.1 DEFINIÇÃO DE TERMOS: definições de palavras chave da pesquisa;

7.2 TEORIA DE BASE: texto que demonstre resumo de obra, teoria ou


autor priorizado, considerado como a mais adequado para solução do problema;

7.3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA (resumo dos autores de importância


secundária, não necessariamente adotados, mas que serão importantes para a
pesquisa).

8 METODOLOGIA

8.1 MÉTODO DE ABORDAGEM

Diante das perspectivas de criar o Projeto família e contando


com a participação ativa dos alunos, iniciaremos as atividades propostas
pelo projeto. Primeiramente haverá a explanação do tema do projeto aos
alunos, ressaltando que a participação deles é que irá abrilhantar o
desenvolvimento do mesmo, uma vez que terão que repassar aos pais e
ao mesmo tempo demonstrar a eles o interesse da participação dos
mesmos para que o projeto possa ser desenvolvido e concluído com
grande êxito.

Para introduzir o tema FAMILIA na turma foram selecionadas


algumas atividades sobre a mesma para que assim os alunos pudessem
perceber através delas o quanto a FAMÍLIA é importante e se faz
necessário em nosso dia-a-dia e também no ambiente escolar. Diante
disso estas atividades serão trabalhadas semanalmente até a conclusão
do projeto.

As mesmas relatam a problemática que nossas famílias vivem


nos tempos atuais e dos diferentes tipos de famílias que encontramos
hoje em nossa sociedade, famílias com tempo e compromisso com a
educação dos filhos e também as que acham que a educação é
compromisso apenas da escola.

Para que os alunos possam perceber que nem sempre as


famílias foram tão liberais com as de hoje, eles precisam conhecer como
eram as famílias antigas do tempo de seus avós, bisavós e até mesmo
dos seus tataravós, então trabalharemos com atividades que tenham
fotos dessa época e relatem o cotidiano destas famílias. Com isso
poderão comparar a evolução das famílias, e que os hábitos e costumes
mudam com o passar dos tempos. As fotos estarão compostas no álbum "
lembranças doces de um tempo que se fora"para uma posterior
demonstração do trabalho.

Na proxima atividadeo debate será sobre as famílias nos dias


atuais, que não tem uma convivência diária com os filhos, pois saem de
manhã e só voltam à noite e muitas vezes quando retornam para casa já
encontram os filhos dormindo e por necessidade em mantê-los, não tem
tempo nem para perguntar “Como foi seu dia meu filho”, mas mesmo
tendo tempo só nos finais de semana procuram passar valores.A proposta
é que cada aluno elabore uma mensagem a seus pais e coloque no
bolso, no paletó,na bolsa,no carro dos pais para que estes percebam o
quão

Sabendo que muitas vezes durante o desenvolvimento das


atividades alguns alunos podem questionar outros para saber como era
formada a família do outro e aproveitando o desejo e a curiosidade dos
mesmos, foram incluídas atividades que relatavam os diferentes tipos de
famílias que encontramos hoje, saindo do paradigma de que as famílias
são formadas apenas por pai, mãe e filhos, e que hoje encontramos
vários tipos de famílias e que também passam os mesmos valores e
vivem muito felizes. Durante a realização das atividades, será
desenvolvido pelos alunos pesquisas e entrevistas com alguns de seus
familiares, e montaremos a árvore genealógica de cada um.
Para que não ficássemos apenas em textos escritos
trabalharemos também com algumas imagens de pintores famosos, onde
estes retratavam alguns tipos de famílias. Para que os alunos possam
perceber que as famílias de hoje necessitam da colaboração de todos
realizamos atividades onde eles pudessem perceber que mesmo com
pouca idade eles podem colaborar em alguns afazeres de casa para que
ninguém na família se sobrecarregue. Contar a história: Minha família é
colorida; Um amor de família; Era uma vez duas avós.

Prosseguindo com os trabalhos será realizados um concurso


de desenhos sobre o tema família para que o melhor desenho possa
ilustrar as atividades do projeto: "Família para compartilhar, Escola para
aprender, Juntas para viver

Buscando a participação da família e da comunidade na escola


será realizada uma aula sobre “detergente caseiro” no qual algumas mães
e avós participarão e aprenderão uma nova receita de sabão caseiro, o
que para elas sera de grande ajuda, pois com isso elas melhorar o
orçamento da família. (anexa receita do sabão).

Será proposta uma palestra para as famílias,juntamente com a


participação dos alunos, para mostrar a eles a importância de uma
alimentação balanceada. Orientar sobre o consumo de guloseimas que
tão prejudiciais a saúde e ao desenvolvimento físico e intelectual dos
alunos.

Sabendo que nosso intuito é buscar parcerias e conseguimos


junto entidades não governamental, realizaremos na escola e na rua
paralela a ela um dia de grandes eventos, onde nossos alunos e
familiares poderão participar: cortar cabelo, fazer exames como diabetes,
pressão alta, exame odontológicos. Para abrilhantar e alegrar o evento
eles teremos contação de historias, teatros de fantoche, palhaço, cama
elástica além de muita orientação.

Para nosso projeto ter um diferencial em nossas ações e


possamos chamar a atenção tanto da família quanto da comunidade
confeccionaremos alguns coletes com o tema do projeto e o nome da
escola, assim toda vez que realizarmos uma ação do projeto tanto o
colete era usado. Quando as mães que se disponibilizarem a passar a
tarde na sala de aula ajudando nas atividades trabalhadas ela também
usarão o colete.

Para estimular e aproximar ainda mais pais, e para que estes


realmente acompanhem a vida escolar de seus filhos, será realizado um
concurso de cartazes, onde os alunos levaram para casa uma cartolina e
com a ajuda da família, fazerão o melhor desenho que represente a
convivência e o cotidiano entre eles. Os cartazes serão expostos no
refeitório da escola para que os demais alunos possam apreciar o
trabalho

Entre uma atividade e outra confeccionaremos um livro sobre a


família, onde este relata a diversidade e os tipos de famílias que temos
hoje, com isso os alunos terão a oportunidade de se reconhecerem em
algum tipo de família.

8.2 TÉCNICAS DE PESQUISA

Técnicas que serão utilizadas para a coleta de dados e para a análise dos
mesmos. Exemplo: revisão bibliográfica; coleta de jurisprudência; análise de conteúdo
de argumentos jurisprudenciais.

9 CRONOGRAMA

É a distribuição das atividades da pesquisa no tempo, incluindo período de


TCCI e TCCII, que pode ser apresentada em forma de tabela. Contudo, a tabela não
deve ser, obrigatoriamente, apresentada na forma idêntica a seguir. A tabela a seguir
serve como exemplo e foram previstas atividades somente nos meses em que há
atividade letiva regular (excetuando-se, portanto, os meses de janeiro e fevereiro).

10 PROPOSTA DE SUMÁRIO PARA O TCC II

Deve-se propor um sumário, ainda que provisório, para a monografia, que


será efetivamente realizada na disciplina de TCCII. Deve-se inserir o título e
desdobramentos de cada capítulo que serão desenvolvidos na monografia. Exemplo:
.

ESTRUTURA DO PROJETO:

Serão feitas atividades com os educandos, atividades que traga


informações sobre a família de cada aluno e seus respectivos valores.
Atividades entre os familiares, visando à importância da integração: Escola
X Família.
5. RECURSOS:
HUMANOS: todos os profissionais da escola, inclusive a família
e os que vierem participar colaborando com o desenrolar do Projeto;
MATERIAS: Todos os materiais que cada professor necessitar
para elaboração das atividades.

TÓPICOS A SEREM ABORDADOS:

A formação da família.
Família Ampliada ou Consanguínea.  
Família Tradicional.
Família do Coração.
Família Moderna.
Família Monoparental.
Família Nuclear.
O que una as famílias?

7. DESENVOLVIMENTO: (sugestões de atividades)

• Como é a minha família?                  


• Quem sou eu na minha família?
• Minha família é assim.
• Montando a árvore genealógica.
• Painel de fotografias da família.     
• Conversação sobre a família.                         
• Trabalhando com Álbuns.                 
• Construção de álbum de nomes.    
• Mural com palavras mágicas que ajudam na boa convivência
• Cuidado com as coisas alheias (na família cada um tem seu
espaço.)
• Filmes, poesia, brincadeiras e músicas, desenhos e recorte, histórias
e contos.

8. ETAPAS PREVISTAS:

• Oficinas em sala de aula (de acordo com o tema).


• Troca de informações dos professores e alunos com as outras
turmas.
• Produção do material a ser exposto, lembranças e ensaios para
as
  apresentações.
• Conversa informal sobre: O que faz uma família feliz.
                                           Que fatores levam a desagregação dos
lares.
• Construção do folder- cada turma o seu tema.
• Palestras: Minha família. (apresentada por famílias dos
educandos ou convidadas.)
                                          
9. FINALIZAÇÃO DO PROJETO:

O projeto será finalizado em duas etapas com a participação da


família.
Iª ETAPA: Cada turma apresentará o tema trabalhado em sua
sala de aula de forma expositiva para os seus familiares que visitarão as
salas durante a reunião final de Pais e Mestres.

IIª ETAPA: O encerramento será dia -------------- Todas as


turmas farão apresentações que retrate a família ou o tema trabalhado e
teremos uma tarde de piquenique entre as famílias.

10. AVALIAÇÃO:

QUALITATIVA: Será feita através de registros, de acordo com a


participação, interesse e desenvolvimento de cada aluno, individual e
coletivamente.

     

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