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Educação Física No Brasil: Apontamentos Sobre As

Tendências: 
Higienista
Militarista
Pedagogicista
Celso Lima Francisco Dos Santos
Tutora: Alessandra Neves Cordeiro

Introdução

    A Educação Física (EF) tal qual a conhecemos hoje expressa a forma como os seres humanos se relacionam no modo
societário capitalista. As modificações do seu conteúdo e da forma de aplicá-los, bem como suas disposições legais,
tendem a obedecer à lógica das mudanças dessa organização social, ou seja, a medida que a sociedade é transformada
pelos homens, transforma-se a forma da educação física (MELLO, 2009).

    A educação física em sua história esteve sobre a égide da sociedade capitalista, sendo legitimada pelas necessidades
de manutenção das relações sociais capitalistas e não pela necessidade de seu conteúdo específico (MELLO, 2009). De
um lado, pode-se dizer de forma bastante sintética que a concepção funcionalista da sociedade, entende que a
Educação Física é a uma parte constituída de um corpo ou uma máquina harmoniosa, sendo que cada parte contribui
com suas devidas funções. A educação física tem então, servido de poderoso instrumento ideológico e de manipulação
para que as pessoas continuem alienadas e impotentes diante da necessidade de verdadeiras transformações nas
relações sociais.

a. Higienista Perto do fim do séc. XVIII e início do séc. XIX dá-se inicio a construção e consolidação de uma nova
sociedade, a capitalista. Imediatamente com o surgimento da nova sociedade se viu necessária a construção de um
novo homem, que fosse apto a esta sociedade, homem este que deveria ser mais ágil, mais forte, mais empreendedor.

    Com isto, para construir este estereótipo de homem é que se consolidou a gênese 1 da Educação Física em nosso
país,2 ligada às instituições médicas e militares. Essas instituições contribuíram para a consolidação e reconhecimento
da Educação Física, inicialmente entendida como Ginástica, que em um primeiro momento, segundo Vitor Marinho
(2004) foi evidente a identificação com a medicina que deu status a educação física. Dessa maneira, a prática
pedagógica foi pensada e posta em ação, uma vez que correspondia aos interesses da classe social hegemônica
daquele período histórico.

    A partir de conhecimentos e teorias gestadas no mundo europeu, os médicos desenharam um outro modelo para a
sociedade brasileira e contribuíram para a construção de uma nova ordem econômica,política e social. Nesta nova
ordem, na qual os médicos higienistas iram ocupar lugar destacado, também colocava-se a necessidade de construir,
para o Brasil, um novo homem, sem o qual a nova sociedade idealizada não se tornaria realidade [...] a medicina social,
em sua vertente higienista, vai influenciar e direcionar de modo decisivo a educação física, a educação escolar em geral
e toda a sociedade brasileira (SOARES, 2001, p.70-71).

B.  Militarista

    Até os anos 30, tínhamos uma Educação Física pautada no higienismo, preocupada com o saneamento público, a
prevenção de doenças e uma sociedade livre de vícios. Após isto, vemos durante o Governo Vargas uma Educação
Física de concepção Militarista, com o intuito de formar uma juventude pronta para defender a Pátria.

    Sobre o contexto histórico, lembremos que a década de trinta começou com o Brasil buscando sua identidade
cultural e econômica. Por identidade cultural devemos entender a revalorização de aspectos nacionais. Esses aspectos
diziam respeito aos hábitos, aos valores, à moral e à ética do povo brasileiro. Por outro lado, houve a necessidade da
reformulação do modelo econômico brasileiro, que até então estava baseado, quase que exclusivamente, no modelo
agrícola (república do café com leite). Tal mudança é ocasionada pela grande crise de 1929, que derrubou as bolsas ao
redor do mundo e obrigou o Brasil a diversificar sua economia. De país produtor de matéria prima (agrícola e mineral),
o Brasil se obrigou a se industrializar, trazendo multinacionais como a Coca-Cola (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994).

    Ghiraldelli Jr. caracterizou este período da Educação física brasileira de “militarista”, pois a EF era utilizada em um
projeto de eugenia e de preparação para a defesa da pátria. A educação física passou a ter uma identidade relacionada
a ordem moral e cívica, juntamente com os princípios de segurança nacional que se relacionava a eugenia da raça e ao
adestramento físico referente a defesa sobre os perigos internos,4 e se configuraram no sentido de desestruturação da
ordem política, econômica e social daquele momento que visava assegurar o processo de industrialização em nosso
país, tendo em busca a mão de obra fisicamente adestrada e capacitada, que para isto colocava sobre a educação física
o papel de recuperação e manutenção da força de trabalho (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994).

C. Pedagogicista

    Após a II Guerra Mundial (1939-1945), a ginástica perdeu espaço para o esporte que passou a ser hegemônico no
Brasil. O contexto político, social, econômico e histórico do país nas décadas posteriores a guerra conduziram a uma
tendência chamada de Educação Física Pedagogicista (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994). Esta foi a concepção que
reclamou na sociedade a necessidade de encarar a Educação Física não somente como uma prática capaz de
promover saúde ou de disciplinar a juventude, mas de encarar a Educação Física como uma prática eminentemente
educativa.

    A Educação Física Pedagogicista trouxe marcadas as influências da Pedagogia Nova e da Fenomenologia, que
mesmo sustentando o pensamento liberal burguês, foi o primeiro movimento na área que buscou a valorização da
Educação Física (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994).

    No processo de implantação da Educação Física na grade curricular das escolas, buscava-se habilidades
consideradas fundamentais para a saúde física e mental, por meio de competições gincanas, desfiles entre outras que
visassem o lazer com o intuito de suscitar o controle emocional, o aproveitamento das horas livres e a formação do
caráter dos alunos.

    Tal espaço foi sendo construído muito lentamente, e começou a se constituir de fato quando foram acrescentadas
disciplinas como “prática de ensino”, “recreação e lazer”, didática”, etc. aos currículos das faculdades. Estas disciplinas
visavam formar, no futuro profissional, um olhar mais direcionado ao ato educativo, levando o professor a pensar a
atividade física não só como meio de desenvolver a eficiência e o rendimento (CASTELHANI FILHO, 1988).

    O aspecto não crítico da Educação Física Pedagogicista elencava alguns fins para os quais a Educação Física
deveria ser dirigida:

1. saúde: a Educação Física deveria contribuir para a saúde física e mental;


2. caráter e qualidades mínimas de um bom membro de família e bom cidadão, no qual a Educação Física
serviria para o desenvolvimento do caráter;
3. preparação vocacional, no qual certos tipos de atividades físicas, especialmente as competições desportivas,
desenvolveriam controle emocional e liderança;
4. uso contínuo das horas livres ou de folga: A EF estaria relacionada com o intuito de ir contra o mau
aproveitamento do tempo livre, pois isto poderia destruir a saúde, reduzir a eficiência e quebrar o caráter, além de
degradar a vida (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994).
    A educação física pedagogicista seguiu então, a forma da educação liberal, a qual buscava a formação de um
cidadão voltado aos valores da sociedade vigente. E que em um primeiro momento, discutiu uma nova concepção de
Educação Física, mas que apesar de sua contribuição, não fugiu a reprodução dos ideais conservadores.

Considerações finais

    As tendências que contemplam a Educação Física até a década de 80 partiram de planos elaborados para tipos
específicos de formação ideológica e corporal que correspondiam as expectativas da sociedade capitalista. Entretanto,
ambas são concepções não críticas por fazerem da Educação Física um simples instrumento na reprodução da
sociedade em que ela se insere.

    O aspecto não crítico da Educação Física neste período elencava alguns fins para os quais a Educação Física
deveria ser dirigida, fins estes que tinham seus pressupostos na da sociedade capitalista, condicionadas pelos
princípios positivistas. A Educação Física no decorrer de seu processo histórico assumiu diversas tendências. Porém,
todas elas objetivavam dois pontos em comum:
1) a dominação do corpo (pelo exercício físico, eugenia da raça, identidade relacionada a ordem moral e cívica,
melhoria na força de trabalho, controle do comportamento com vistas à saúde pública, preparação de mão de obra
fisicamente adestrada e capacitada, recuperação e manutenção da força de trabalho);
2) manipulação ideológica (relacionada a segurança e defesa da pátria com a colaboração civil por meio do
esporte, senso de superioridade, obediência, consciência, homogeneização das mentes, transmissão de certos valores
sobre a população, caráter e qualidades mínimas de um bom membro de família e bom cidadão, preparação
vocacional).

    É importante ressaltar que a Educação Física não teve um caráter de neutralidade, e sim, de direcionamentos
políticos e ideológicos definidos, que visavam construir uma determinada estrutura social que produzisse uma visão de
mundo e de sociedade sob a lógica da manutenção e perpetuação das relações sociais capitalistas.

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