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FLEXÕES VERBAIS..........................................................................................................................................................155
CONCORDÂNCIA VERBAL...........................................................................................................................................164
REGÊNCIA – PRONOMES.............................................................................................................................................166
REGÊNCIA – CRASE.......................................................................................................................................................167
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................................................168
COLOCAÇÃO PRONOMINAL.....................................................................................................................................169
SEMÂNTICA......................................................................................................................................................................169
INTERPRETAÇÃO............................................................................................................................................................171
NORMAS LINGUÍSTICAS..............................................................................................................................................175
FIGURAS DE LINGUAGEM...........................................................................................................................................175
LITERATURA.....................................................................................................................................................................176
ANEXOS.............................................................................................................................................................................187
FONOLOGIA E ACENTUAÇÃO GRÁFICA 14| |2018.2| ( ) No conjunto de palavras “infância”, “gló-
ria”, “ocasião”, “ciência” e “ausência”, todas seguem a mesma
regra de acentuação gráfica.
01| |2004| ( ) Há várias palavras acentuadas, sen-
do que algumas podem ser distribuídas em dois grupos,
15| |2019.1| ( ) No verso “Em comer os hiatos!”, a palavra
de acordo com duas diferentes regras de acentuação:
grifada apresenta um hiato.
A) práticas, década, econômicos, anônimos;
B) extraordinários, viés, história, operários. 16| |2020.1| ( ) As palavras “número”, “subtraído”, “literá-
rio” e “mistério” recebem acento gráfico agudo decorrente da
mesma regra de acentuação.
02| |2006| ( ) Os acentos gráficos em “corrupião”, “lá” e
“baldeação” são justificados pela mesma regra.
03| |2006| ( ) Em “Quando homem branco veio, disse que 15| |2014| ( ) Com a forma verbal “disséreis” – segunda
índios falavam com espíritos maus e índio deixou de escutar a pessoa do plural do pretérito mais-que-perfeito do indicativo
voz de dentro”, os verbos destacados indicam, respectivamen- do verbo dizer –, o narrador dirige-se aos leitores, o que é um
te, uma ação concluída e uma ação habitual no passado. recurso comum na prosa de Machado de Assis.
04| |2006| ( ) A exclamação em “Uma flor nasceu na rua!” 16| |2015| ( ) Os verbos “apresentara”, “ocupara” e “vaiara”
encerra uma frase imperativa. têm como variantes as formas compostas pelos verbos auxilia-
res “ter” e “haver”. Assim, sem que houvesse mudança de sen-
05| |2007| ( ) Em “Fala, Kleid. Bem que tu poderias. Tu que
tido, poderíamos substituí-los por “tinha/havia apresentado,
a tudo assististe. Tu que tudo guardaste. Vê só. Estou sozinho”,
ocupado e vaiado”, respectivamente.
o verbo destacado se encontra no modo imperativo; porém,
houve um deslize quanto à norma padrão da língua; a forma
17| |2015| ( ) As formas verbais “vem” e “vêm” são varian-
adequada seria “Veja”, já que o narrador utiliza a 2a pessoa do
tes da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo
singular para referir-se a Kleid.
“ver”.
06| |2007| ( ) Os verbos “poderias”, “assististe”, “seria” e
“foi” estão todos no pretérito perfeito, o que significa dizer 18| |2015| ( ) O texto diz respeito a fatos que acontece-
que representam ações acabadas, como ocorre na sentença ram repetidamente na vida da menina, o que pode ser obser-
“Naquela época, as brincadeiras faziam a plateia muito feliz”. vado pelo uso de formas verbais como “brincava”, “largava”,
“enfeitava”, “dirigia”, “desenhava”, “cobria” e “reproduzia”, entre
07| |2007| ( ) Na frase “Entrei em centenas de casas de outras.
Manaus”, pode-se substituir a forma verbal por “entrava”, sem
prejuízo do sentido. 19| |2016| ( ) Em “A luz pode ser produzida de diversas
formas”, “pode” é um verbo auxiliar que apresenta o mesmo
08| |2009| ( ) As palavras há e uso, sublinhadas no trecho
valor de incerteza verificado em “Pode ser que chova”.
“é resultado da ideia de que há uma modalidade de escrita
pura, associada seja à norma culta padrão, seja à gramática, 20| |2016| ( ) Em “[...] eu enfiava as mãos avermelhadas
seja à imagem de seu uso por autores literários consagrados”, no fundo dos bolsos e ia indo, eu ia indo e pulando as poças
são formas verbais flexionadas no tempo presente do modo d’água”, as formas verbais sublinhadas intensificam a duração
indicativo. da ação expressa pelo verbo “ir”.
09| |2009| ( ) A substituição dos tempos verbais subli- 21| |2016| ( ) Se a ideia contida em “não queria que ele
nhados em “Haveria, assim, um tipo de escrita sem ‘interferên- pensasse” fosse expressa no tempo presente, a construção
cias da fala’, que deveria ser seguido por todos, [...]” por há e resultante seria “não quero que ele pensa”, em conformidade
deve, respectivamente, resultaria numa afirmação mais cate- com a variedade padrão da língua escrita.
górica.
10| |2009| ( ) Se em, “alguém que soubesse ler”, a forma 22| |2017| ( ) Em “A escritora Luna Miguel destaque esse
verbal soubesse fosse substituída por sabia, não haveria alte- modo de trabalhar em rede, apesar de alertar para o fato de ser
ração do significado temporal. cedo”, o segmento sublinhado pode ser substituído por “em-
bora alerta”, sem prejuízo de sentido e sem desvio da varieda-
11| |2010| ( ) O verbo auxiliar na locução destacada em de padrão escrita da língua portuguesa.
“A Petrobras deve iniciar a produção comercial de etanol de
segunda geração feito a partir de material celulósico em 2012”
pode ser substituído, sem alteração de significado, por pode, 23| |2017| ( ) Em “Se não gostam do enfoque de seu profes-
tem que ou precisa, pois indica projeção futura de um fato que sor, ou não o entendem, buscarão alguém online”, a substituição
certamente se concretizará. das duas formas verbais sublinhadas por “gostarem” e “enten-
derem”, respectivamente, resulta em uma correlação entre
12| |2011| ( ) As formas verbais em evidência nos frag- tempos e modos verbais, no período, que está de acordo com
mentos a seguir se encontram no mesmo tempo verbal e ex- a variedade padrão escrita da língua portuguesa.
pressam, respectivamente, estado e ação que se prolongam
26| |2015| ( ) Em “[...] não houve uma só capa dizendo 34| |2017| ( ) No trecho “Essa geração usa o Youtube de
que o jornal estava sob censura ou mesmo espaços em branco forma periódica para sua lição de casa. [...] Se não gostam do
que indicassem isso”, o uso dos vocábulos “que” é um recurso enfoque de seu professor, ou não o entendem, buscarão al-
de coesão textual utilizado para retomar os termos que os an- guém online que o explique melhor”, os pronomes “seu”, “o” e
tecedem: “capa” e “espaços”, respectivamente. “o” remetem ao mesmo referente.
27| |2015| ( ) No trecho “Eu sou senhor de um sítio que 35| |2018.1| ( ) Em “Não à toa essa elite defendeu o que
está na beira do rio, aonde dá muito boas bananas e laranjas, se costumava chamar higienização da raça, ou seja, a imple-
e como vem de encaixe, peço o favor de aceitar um cestinho mentação de políticas que resultassem no embranquecimen-
das mesmas que eu mandarei hoje à tarde”, os trechos subli- to do país”, o vocábulo sublinhado funciona como pronome
nhados podem ser substituídos, sem que lhes seja modificado relativo, estabelecendo relação entre as orações e retomando
o sentido, por “onde”, “aproveitando a oportunidade” e “frutas”, um antecedente.
respectivamente.
04| |2006| ( ) O vocábulo destacado em “O avião ia e vi- 14| |2014| ( ) O trecho “apesar da resistência apresentada
nha [...]” inicia um período subordinado ao anterior, indicando por muitos e muitas” poderia ser reescrito “devido à resistência
uma adição. apresentada por muitos e muitas”, sem que isso implicasse mu-
dança no sentido da frase.
23| |2018| ( ) Em “E o que a princípio tinha sido um mero 03| |2006| ( ) O termo em evidência no segmento “Havia
pensamento interrogativo, naquela noite se transformou em apenas uma saída para o problema, mas outras poderiam haver
uma dolorosa pergunta carregada de um tom acusativo. Então caso analisássemos o problema com mais calma” é o responsá-
eu não sabia de que cor eram os olhos de minha mãe?”, o vo- vel pelo plural do verbo “poderiam”.
cábulo sublinhado funciona como conector que estabelece
relação de condicionalidade entre as informações.
04| |2006| ( ) O verbo destacado em “O desrespeito à na-
tureza é tanto que, naquele lugar, já não existem animais daque-
24| |2018.2| ( ) Em “eu ia até mais adiante, não tenho la espécie” segue as normas da concordância verbal.
como”, as orações estabelecem entre si uma relação semântica
de adição, combinando informações de valor equivalente.
05| |2006| ( ) “Hão de trazer o que me prometeram! Ora, se
hão!”. O verbo “haver” é um auxiliar que se flexionou de forma
25| |2018.2| ( ) Os conectores destacados em “Mas não adequada no plural.
deu muita confiança à morte, porque ia tocando mais... porém,
a cabeça desabou sobre o teclado” têm valor adversativo e am-
bos introduzem informações que contrastam com “ia tocando 06| |2007| ( ) De acordo com a norma culta, na frase “Vê-
mais”. -se dois vultos brancos como a neve atravessarem o mar [...]”, há
problema de concordância verbal, uma vez que o verbo “Vê”
deveria estar no plural, por ter como sujeito “dois vultos bran-
26| |2018.2| ( ) No trecho “Aquela menina. Uma que to- cos como a neve”.
cava muito bem. E sabia francês. Natural. Estudou nos melhores
colégios”, há uma relação semântica de causalidade entre as
situações apresentadas. 07| |2009| ( ) A forma verbal fazem está flexionada na ter-
ceira pessoa do plural, pois concorda com o sujeito “usos” no
fragmento “Esse mesmo conceito é o que, muitas vezes, se atribui
27| |2019.2| ( ) Em “Isso é bom para as empresas e seus aos usos que fazem os indivíduos não dotados da tecnologia da
acionistas. Porém, quando ocorre um desastre ambiental, o que escrita alfabética...”,
há é uma socialização dos prejuízos”, o termo “porém” pode ser
substituído pela expressão “sendo assim” mantendo-se a no-
ção de adversidade. 08| |2010| ( ) O plural de “haverá matéria-prima conside-
rável”, de acordo com a norma culta da língua portuguesa, é:
“haverão matéria-primas consideráveis”.
04| |2013| ( ) No trecho abaixo, temos um desvio na con- 02| |2006| ( ) Ocorreu desvio da norma padrão escrita no
cordância nominal, porque o adjetivo “primeira” deveria estar segmento “O desafio que me refiro implica em fazer escolhas”.
no masculino, de forma a concordar com “José Manuel”.
“O leitor não se deve admirar disto, pois não temos cessado de 03| |2007| ( ) Em “Peguei-lhe dos cabelos”, “[...] desde a tes-
repetir-lhe que o Leonardo herdara de seu pai aquela grande có- ta até as últimas pontas, que lhe desciam à cintura” e “Pedi-lhe
pia de fluido amoroso que era a sua principal característica. Com que se sentasse”, a palavra destacada, embora sendo um pro-
esta herança parece porém que tinha ele tido também uma ou- nome pessoal oblíquo, tem valor possessivo.
tra, e era a de lhe sobrevir sempre uma contrariedade em casos
semelhantes. José Manuel fora a primeira; vejamos agora qual
era, ou antes quem era a segunda”. 04| |2008| ( ) O pronome pessoal destacado em “É por
isso que a Editora Abril está lançando o Guia do estudante. Por-
que o que ele mais tem é exatamente o que você mais precisa
saber” faz referência ao estudante que busca uma faculdade
para cursar.
15| |2017| ( ) As formas verbais destacadas em “Qualquer 25| |2018.2| ( ) Na expressão “A brisa da modernidade
palavra pode ter qualquer significado” e em “Duas gerações po- trabalhista!”, o substantivo “brisa” é utilizado em sentido figu-
dem ser divididas pelo mesmo idioma” são usadas para expres- rado, remetendo, por associação, à noção de “bons ventos”,
sar a ideia de possibilidade. “novidade” e “progresso”.
16| |2017| ( ) Em “Essa geração já não se conforma em ser 26| |2019.2| ( ) A sentença “Homem que bate em mulher,
sujeito passivo” e em “Não querem mais ser o artista jovem e in- não gosta da mulher” pode ser reescrita como “Homem que bate
comum”, os termos sublinhados indicam que as situações ex- em mulher, não gosta de mulher”, sem alteração de sentido.
pressas em cada frase não ocorriam no passado e continuam a
não ocorrer no presente.
27| |2019.2| ( ) Em “Homem que bate em mulher, não gos-
ta da mulher”, a primeira ocorrência do termo “mulher” aponta
17| |2017| ( ) Em “por meio de aplicativos como o Vine” e para uma generalização, enquanto a segunda para uma deter-
em “plataformas online como o Playbuzz”, o vocábulo sublinha- minação.
do nas duas ocorrências introduz uma exemplificação.
28| |2020.1| ( ) A expressão “a política dos memes” difere
18| |2017| ( ) O sinal de dois pontos em “Primeira noite semanticamente de “os memes da política”.
decente. Sonhei com o consultório da Mary atravessado de pa-
pel higiênico, grande confusão: seria quem? Analista, amiga ou
namorada? Nenhuma das três?” é usado para introduzir uma 29| |2020.1| ( ) Em “Viver de textão faz com que a gente
retificação acerca do termo precedente. jamais tenha certeza do que está dizendo”, a locução “a gente”
apresenta valor semântico de pronome de primeira pessoa do
plural.
19| |2018.1| ( ) Em “Boa parte de nossa elite letrada do
século XIX desejava ardentemente viver numa sociedade
branca e europeia. Tinha, portanto, de virar as costas para o 30| |2020.1| ( ) Na frase “só sei que de tudo eu sei...”, é
país real, figurá-lo diferente do que era. Não à toa essa elite possível substituir a expressão “de tudo” por “sobretudo” sem
defendeu o que se costumava chamar higienização da raça”, prejuízo ao sentido do texto.
a expressão sublinhada pode ser substituída no texto por “ao
acaso”, sem prejuízo de significado. 31| |2020.1| ( ) A frase “só sei que nada sei...” pode ser
substituída por “não sei nada” sem prejuízo ao sentido do
20| |2018.2| ( ) A palavra “pluralidade” pode ser substitu- texto.
ída por “homogeneidade”, sem prejuízo de significado no tex-
to “[...] o INDL deve permitir o mapeamento, a caracterização 32| |2020.1| ( ) A flexão verbal “há” pode ser substituída
e o diagnóstico das diferentes situações relacionadas à plurali- por “faz” sem prejuízo ao sentido do trecho “Há dez anos con-
dade linguística brasileira”. versa com o homem de branco e de misteriosos cabelos verdes
que se mantém de pé, bem perto da mesa de snooker”.
21| |2018.2| ( ) A preposição “para” introduz circunstân-
cia com ideia de finalidade em “Entre as ações de valorização
previstas, encontra-se o reconhecimento da importância das
línguas como elemento de transmissão da cultura e como re-
ferência identitária para os diversos grupos sociais”.
05| |2017| ( ) A geração Z mudará o mundo através da 15| |2018| ( ) A defesa da “higienização da raça” pela elite
disseminação do uso da Internet, com vistas a difundir a prá- brasileira do século XIX repercutiu na língua, de modo que as
tica da interiorização, em busca de autoconhecimento e tam- diferenças do português brasileiro em relação ao português
bém de mecanismos de defesa de ameaças externas. europeu foram consideradas como erros que precisavam ser
corrigidos.
06| |2017| ( ) A geração Z caracteriza-se por grande po-
tencial para produção de conteúdos e por inclinação para o
16| |2018| ( ) O autor contrapõe fatos sócio-históricos
consumo, razão pela qual as marcas ainda buscam identificar
que envolvem aspectos gramaticais e literários a um imaginá-
traços reais de seu comportamento.
rio de certezas que emergiu fortemente no século XIX, e que
ainda persiste, segundo o qual o brasileiro fala e escreve mal a
Com base no texto 1 em Anexos, considere as afirmativas abai- língua portuguesa.
xo para responder as 5 questões a seguir:
I. Os conteúdos do site de histórias virais Buzzfeed são 17| |2018| ( ) O título do texto remete ao contraste que
postados pelos usuários. existe, desde o século XIX até os dias atuais, entre o português
II. Os jovens fazem uso recorrente de aplicativos como o europeu e o português brasileiro: àquele corresponde a nor-
Vine e de plataformas online como o Playbuzz. ma culta, efetivamente usada em Portugal; a este, a norma
III. Tavi Gevinson é um exemplo de blogueira jovem e in- curta, efetivamente usada no Brasil.
fluente.
IV. O grupo demográfico nascido entre 1994 e 2010 repre- 18| |2018| ( ) José de Alencar é representante de um
senta mais de um quarto da população mundial. ideário romântico de abrasileiramento que defendia uma lite-
V. A expressão “nativos da Internet” remete a uma questão ratura que expressasse a língua do “vulgo”, contrapondo esta
quase genética. língua ao padrão europeu.
11| |2017| ( ) A afirmativa (III) ilustra uma explicação da 21| |2018| ( ) Infere-se que a noção de norma linguística
escritora Luna Miguel e diz respeito à geração Z. é complexa, pois envolve um entrelaçamento de fatores diver-
sos, além de poderosos elementos do imaginário social.
27| |2018.2| ( ) O Brasil figura entre os países com maior 38| |2018.2| ( ) Ambos os textos contêm, predominan-
diversidade linguística, não obstante o esforço do colonizador temente, trechos narrativos que contextualizam cronologica-
português em impor sua língua pátria, extinguindo os sota- mente a situação linguística do Brasil e só diferem quanto ao
ques locais. gênero: o primeiro é uma notícia de jornal; e o segundo, uma
entrevista publicada em revista.
28| |2018.2| ( ) Entre suas ações, o INDL prevê demarca-
ção de fronteiras geográficas, de modo a delimitar o espaço 39| |2018.2| ( ) Ambos os textos mencionam a percep-
das diferentes línguas faladas no território brasileiro e, assim, ção geral da população de que o Brasil é um país monolíngue.
preservá-las.
Com base no texto 25 em Anexos, responda as 6 questões a I. [...] o INDL deve permitir o mapeamento, a caracterização e
seguir: o diagnóstico das diferentes situações relacionadas à plu-
ralidade linguística brasileira. (Texto 24)
31| |2018.2| ( ) Faraco concorda com a visão geral da II. Entre as ações de valorização previstas, encontra-se o re-
população de que o Brasil é monolíngue porque há conhecimento da importância das línguas como elemen-
to de transmissão da cultura e como referência identitária
para os diversos grupos sociais que vivem no país. (Texto
24)
45| |2018.2| ( ) A resposta de Miguelito, reforçada por 56| |2019.1| ( ) Os termos “tinha”, “tinha” e a locução “tinha
sua expressão fisionômica no segundo quadrinho, contradiz o tentado” expressam noção de existência, noção de posse e no-
conteúdo da pergunta feita por Mafalda. ção temporal de passado mais que perfeito, respectivamente.
46| |2018.2| ( ) No segundo quadrinho, a informação in- 57| |2019.1| ( ) O incêndio queimou o crânio da primeira
troduzida pelo sinal de dois-pontos retifica o conteúdo de “É múmia brasileira conhecida como Luzia.
isso mesmo”.
Com base na leitura do Texto 13 em Anexos e de acordo com 61| |2019.1| ( ) A autora organiza o texto expandindo o
a variedade padrão da língua escrita, responda as 14 questões significado de “queimar” de uma dimensão denotativa para
a seguir. uma conotativa, para evidenciar como o incêndio do museu
está relacionado a um fenômeno mais amplo, de natureza his-
tórica e de relevância social.
50| |2019.1| ( ) A publicação de Eliane Brum no site do
jornal El País, tendo em vista sua natureza histórica e arqueoló-
gica, configura-se como um exemplo de texto acadêmico. 62| |2019.1| ( ) Na frase “Está tudo sob controle”, o refe-
rente de “tudo” é o incêndio.
51| |2019.1| ( ) O trecho “Nunca salvaram. Há 500 anos
não salvam.” , faz referência à estátua de Dom Pedro II e ao le- 63| |2019.1| ( ) As referências ao crânio de Luzia personi-
gado deixado por sua família, informação retomada no pará- ficam o objeto e reforçam a noção de identificação entre a au-
grafo posterior, em “As costas de Pedro ferviam.”. tora e aquela que reconhece como sua ancestral, seu passado
que se perde.
FIGURAS DE LINGUAGEM
Com base na leitura do Texto 13 em Anexos e de acordo com a
variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:
04| |2017| ( ) Embora haja uma amizade sincera entre 14| |2017| ( ) O romance de Machado de Assis ilustra
Renê e Copi, o tema sexual é um tabu, pois aquele repudia um aspecto fundamental nas histórias literárias sobre irmãos
qualquer conversa que envolva as práticas sexuais do travesti. gêmeos, narrativas nas quais cada gêmeo possui uma perso-
nalidade diferente, diametralmente oposta, sendo os irmãos
frequentemente rivais na disputa por um objeto amoroso.
05| |2017| ( ) A lógica do senso comum afirma que “uma
imagem vale por mil palavras”, concepção que indica o fato 15| |2017| ( ) Em Esaú e Jacó, Machado de Assis pratica
de a imagem bastar por si mesma, razão pela qual Copi não uma forma de intertexto ao resgatar personagens presentes
consegue produzir textos com base nas fotografias que tira. em outros de seus consagrados romances, como é o caso de
Dom Casmurro e os sujeitos ficcionais Bentinho e Capitu.
06| |2017| ( ) No que se refere a questões estruturais da
obra, a história de Renê, alcunhado Ratón e Mr. Álcool, é conta- 16| |2017| ( ) Esaú e Jacó pode ser classificado como um
da nos capítulos “S de sangue” e “As fantasias eletivas”, ambos romance histórico, muito embora o formato apresentado seja
fragmentados em capítulos menores. o de um diário irônico e sagaz de Conselheiro Aires sobre a
implantação da República em território brasileiro, projeto con-
siderado pelo narrador como algo impossível dado o passado
07| |2017| ( ) O tema central da obra de Carlos Henrique colonial, retrógrado e agrário do país.
Schroeder é o mercado da prostituição nas cidades litorâneas
brasileiras, e o livro tem como cenário narrativo a cidade de
Balneário Camboriú. 17| |2017| ( ) No romance de Machado de Assis, a liber-
tação dos escravos é um tema político sobre o qual os dois
irmãos, Pedro e Paulo, expressam mesma postura ideológica,
08| |2017| ( ) O excerto “Da cama do hospital. A lesma momento em que se dá uma trégua na rivalidade entre os
quando passa deixa um rastro prateado. Leiam se forem capa- dois.
zes” (linhas 11 e 13 do texto 2 em Anexos) constitui uma provo-
cação de Ana Cristina Cesar para que o leitor decifre a natureza Levando em conta a obra de Elvira Vigna, Vitória Valentina, as-
do testemunho registrado. sim como outros livros recomendados pelo VESTIBULAR UFSC
2017, responda as 6 questões a seguir:
09| |2017| ( ) As cinco perguntas (linhas 02, 08 e 09 do 18| |2017| ( ) A narrativa de Vitória Valentina tem como
texto 2 em Anexos) produzem uma impressão de colóquio, ponto de partida um espaço similar ao do romance de Carlos
isto é, de conversa, ainda que seja uma fala de si para si em um Henrique Schroeder, As fantasias eletivas, porque a ação se de-
texto escrito. senrola em um hotel de uma cidade litorânea.
10| |2017| ( ) A organização do texto 2 em Anexos obe- 19| |2017| ( ) O formato característico de Vitória Valentina
dece à natureza tradicional dos diários íntimos ao exigir um é o do romance gráfico (também conhecido por novela gráfi-
interlocutor externo, alguém diferente da própria pessoa que ca ou graphic novel), uma forma de expressão artística na qual
os escreve. palavra e imagem se complementam para contar uma história
na arte sequencial dos quadrinhos.
A partir da leitura e interpretação da obra de Maria Valéria 32| |2017| ( ) Por terem uma relação contundente com a
Rezende, Quarenta dias, e de outras obras listadas como literatura, tendo em vista suas profissões, as protagonistas de
leitura obrigatória para o VESTIBULAR UFSC 2017, responda as ambas as obras se valem de intertextos para criar metáforas
7 questões a seguir: comparativas com seus estados dramáticos, sendo de uso co-
mum o clássico Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll.
39| |2017| ( ) Em sua maioria, os contos possuem como 48| |2018| ( ) O narrador do romance esboça em Lúcia
título o nome dos seus protagonistas, evidenciando a simpli- um perfil de mulher burguesa da segunda metade do século
cidade de sua origem social, fato destacado pela escolha de XIX: diverte-se em bailes e festas, frequenta teatros, toca pia-
nomes comuns, tais como os dos personagens Zé Ninguém, no, lê romances de autores franceses e faz compras na Rua do
Creuza, Mariazinha, João, Silva. Ouvidor.
41| |2017| ( ) “Ei, Ardoca” desenvolve conteúdo simbóli- 50| |2018| ( ) O Texto 5 é rico em descrição, mesclando
co poético com base no meio de transporte do conto: a linha sensações e percepções, como se percebe em “céu azul e es-
do trem é uma metáfora da jornada da vida, e o “fim da linha” trelado” (linha 03), “muda contemplação” (linha 07) e “doce me-
para Ardoca se dá quando ele decide suicidar-se com veneno, lancolia” (linha 07).
tendo na morte sido despojado de todos os seus bens por um
assaltante, ironicamente, um conhecido dele.
51| |2018| ( ) A imagem de Maria da Glória apresentada
42| |2017| ( ) Olhos d’água é uma coletânea de narrativas no Texto 5 é mantida ao longo do romance, mesmo que ela
curtas na qual está ausente sentimentalismo ou julgamentos tenha tido a oportunidade de se redimir de suas ações diante
de valor moral, sendo caracterizada essencialmente pela crue- do jovem pernambucano.
za e complexidade no tratamento da realidade, podendo-se
citar, por exemplo, o caso da personagem-título de “Quantos Levando em conta os livros As fantasias eletivas (Texto 8 em
filhos Natalina teve?”, vítima de violência sexual que vê na Anexos) e Quarenta dias, responda a questão abaixo:
criança a única gravidez desejada.
52| |2018| ( ) A escrita exerce a mesma função na vida
Com base na leitura do Texto 4 em Anexos e de acordo com a
da personagem Copi, do romance As fantasias eletivas, e da
variedade padrão escrita da língua portuguesa, responda as 3
personagem Alice, do romance Quarenta dias: ambas escre-
questões a seguir:
vem para se entender melhor, veem na escrita literária uma
forma de libertação e pretendem publicar os seus escritos
43| |2017| ( ) A ideia principal da tirinha é a criação de
para atingir a fama.
novas palavras na língua.
Levando em conta os livros Olhos d’água (Texto 7 em Anexos)
44| |2017| ( ) A partir da leitura do texto 4, infere-se que a
e Quarenta dias, responda a questão abaixo:
língua pode se tornar um mecanismo de exclusão social.
Com base na leitura e interpretação do Texto 6 em Anexos, na 66| |2018| ( ) A descrição do cenário do primeiro ato de
obra Comédias para se ler na escola, de Luis Fernando Verissi- Valsa no 6 faz referência a um piano branco e cortinas verme-
mo, bem como no contexto sócio-histórico e literário, respon- lhas e contrasta com a descrição do cenário do segundo ato,
da as 4 questões a seguir: que inclui outros itens de mobiliário da casa de uma família
burguesa.
58| |2018| ( ) Embora as crônicas da coletânea sejam Levando em conta os livros Lucíola (Texto 5 em Anexos) e Val-
predominantemente narrativas – podendo-se, por vezes, con- o
sa n 6, responda a questão abaixo:
fundi-las com contos –, algumas delas ultrapassam a estrutura
prevista para o gênero crônica, aproximando-se de poemas e
de anúncios classificados. 67| |2018| ( ) Mocinha, de Valsa no 6, apaixona-se por um
homem mais velho e se envolve voluntariamente com ele da
mesma forma que Lúcia, a cortesã do romance Lucíola, rela-
59| |2018| ( ) As crônicas estão organizadas em seções ciona-se amorosamente com o personagem Couto e pretende
que reúnem textos com temas semelhantes e que abordam construir uma vida ao lado dele.
questões relacionadas a infância, adolescência e memória,
bem como assuntos de fundo moralizante que têm animais o
Com base nos livros Valsa n 6 e Nós, responda a questão
como personagens. abaixo:
78| |2018| ( ) Os romances As fantasias eletivas e Lucío- Com base na leitura do Texto 9 em Anexos, na leitura integral
la abordam a temática da prostituição em centros urbanos e do romance Lucíola, de José de Alencar, publicado pela pri-
comparam dois momentos históricos: o Rio de Janeiro do sé- meira vez em 1862, bem como no contexto sócio-histórico e
culo XIX e a cidade de “Bregário Camboriú” dos tempos atuais. literário, responda as 9 questões a seguir:
99| |2018.2| ( ) Diante da situação confusa, proporcio- Com base na leitura do Texto 15 em Anexos e na leitura integral
nada pela arquitetura da trama e pelo mistério que envolve da obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, publicada
o assassinato, pode-se deduzir que os “nós” da palavra que dá pela primeira vez em livro em 1960, no contexto sócio-histó-
título à obra não foram desfeitos pelos investigadores. rico e literário e, ainda, de acordo com a variedade padrão da
língua escrita, responda as 5 questões a seguir.
100| |2018.2| ( ) A conclusão da novela em primeira pes-
soa de que o autor é o culpado revela um dado autobiográfico 110| |2019.1| ( ) Quarto de despejo é uma coletânea de re-
de Salim Miguel, que confessa sua dificuldade na produção do latos pessoais dedicados a narrar o dia a dia do ano de 1958
gênero policial. na vida de Carolina Maria de Jesus, de sua família e da comuni-
dade.
114| |2019.1| ( ) A obra tem sido revisitada por críticos 122| |2019.1| ( ) Embora a intenção original de Nelson Ro-
contemporâneos em nova abordagem que confere ao texto drigues fosse a elaboração de um monólogo, o dramaturgo
valor literário, superando uma leitura sociológica, pois reco- optou por incluir em cena atores que representam Paulo e Dr.
nhece nele a existência de um projeto estético próprio da au- Junqueira, a fim de aumentar a tensão presente nos diálogos
tora. com Sônia.
Com base na leitura integral da obra Melhores poemas: Manuel 123| |2019.1| ( ) Valsa nº 6 narra o assassinato cometido
Bandeira e do poema “OS SAPOS” (texto 16 em Anexos) , no por uma adolescente de 15 anos que tocava, de forma com-
contexto sócio-histórico e literário e, ainda, de acordo com a pulsiva, a peça musical homônima de Chopin.
variedade padrão da língua escrita, responda as 5 questões a
seguir.
124| |2019.1| ( ) A instrução à paródia consiste na recria-
ção de uma obra já existente a partir de um ponto de vista
115| |2019.1| ( ) Em “OS SAPOS”, evidencia-se o caráter predominantemente sisudo com fins de reproduzir o mesmo
lúdico e descontraído que marcaria a poesia de Manuel conteúdo de outrem.
Bandeira até o final da vida, quando supera os temas clássicos
da juventude, como o amor, a morte e uma visão melancólica
da existência. 125| |2019.1| ( ) As linhas postas em itálico são denomi-
nadas rubricas e servem para orientar o comportamento dos
atores e/ou descrever o cenário e a cena.
116| |2019.1| ( ) Embora inicialmente tenha escrito poe-
mas ligados à poesia simbolista e à parnasiana, Manuel Ban-
deira é considerado um dos autores mais importantes do 126| |2019.1| ( ) Nelson Rodrigues, referência do nosso
modernismo brasileiro. modernismo teatral e crítico da moral pequeno-burguesa bra-
sileira, banaliza o significado trágico da morte por meio do de-
boche, da ironia e do ataque pessoal à vítima e ao agressor.
117| |2019.1| ( ) No poema, vários sapos debatem de
modo inflamado, até que um sapo-tanoeiro ofende a figura
de um “parnasiano aguado” e prescreve ao fim de cada estrofe Com base na leitura do Texto 18 em Anexos, da coletânea
como deveria ser o novo cancioneiro nacional. Melhores contos de Lygia Fagundes Telles e dos demais livros
recomendados para o Vestibular UFSC/2019, no contexto só-
cio-histórico e literário das obras e, ainda, de acordo com a
118| |2019.1| ( ) Embora o sapo-tanoeiro recomende que variedade padrão da língua escrita, responda as 5 questões a
nunca se rimem termos cognatos), o eu-poético desrespeita seguir.
essa orientação ao rimar “deslumbra” e “penumbra” na primei-
ra estrofe do poema.
127| |2019.1| ( ) A obra de Telles é escrita em prosa, no
contexto do pós-modernismo, cuja ficção intimista e de pene-
119| |2019.1| ( ) A obra de Manuel Bandeira evoca o coti- tração psicológica desenvolve-se em narrativas permeadas de
diano das metrópoles, a fala simples do povo e as misturas de fluxo de consciência.
variedades linguísticas, ao abordar temas como o amor irrea-
lizável, o jogo erótico, a nostalgia da infância, a ausência e a
128| |2019.1| ( ) “Xenofonte” é um apelido carinhoso que
morte.
Luisiana, narradora protagonista, dá ao seu estimado saxofo-
Com base na leitura do Texto 17 em Anexos e da peça Valsa nº ne.
6, montada pela primeira vez em 1951, no contexto sócio-his-
tórico e literário e, ainda, de acordo com a variedade padrão 129| |2019.1| ( ) A exemplo da personagem Carolina Maria
da língua escrita, responda as 7 questões a seguir. de Jesus, do romance Quarto de despejo: diário de uma favelada,
a protagonista do conto “Apenas um saxofone” se prostitui,
porém, diferentemente daquela, o faz não para sustentar os
filhos, mas para ostentar um padrão de vida glamouroso.
131| |2019.1| ( ) Ao final do conto “Apenas um saxofone”, 140| |2019.2| ( ) A referência ao ano, caracterizado como
a personagem se dá conta de que envelheceu, de que os ho- de terror, faz alusão ao contexto sociopolítico do golpe civil-
mens se foram, de que o amor não resistiu, e comete suicídio. -militar de 1964.
Com base na leitura do Texto 19 em Anexos e da obra Capi- 141| |2019.2| ( ) A sequência de termos “como” marca o
tães da Areia, publicada originalmente em 1937, no contexto conjunto de acusações pelas quais Pedro Bala foi julgado e
sócio-histórico e literário e, ainda, de acordo com a variedade condenado.
padrão da língua escrita, responda as 4 questões a seguir.
142| |2019.2| ( ) O substantivo “bocas” é empregado, res-
132| |2019.1| ( ) Os termos “menino”, “tu”, “frangote” e “fi- pectivamente, como metonímia dos trabalhadores e como
lho do Loiro” têm como referente Pedro Bala. metáfora dos jornais de classe.
133| |2019.1| ( ) O emprego do termo “frangote” pode ser 143| |2019.2| ( ) A frase “Porque a revolução é uma pátria
tomado como exemplo de personificação por adjetivação. e uma família”, por analogia, sugere que Pedro Bala engaja-se
na revolução por não ter uma família e sentir-se alijado de sua
pátria.
134| |2019.1| ( ) No texto, a palavra “destino” é tratada pe-
las personagens de modo distinto, até antagônico, revelando
a visão delas sobre a vida, compreendida de modo fatalista ou 144| |2019.2| ( ) Os termos “militante proletário”, “cama-
como resultado da ação humana. rada” e “inimigo da ordem” caracterizam a personagem Pedro
Bala e evidenciam seu alinhamento político ideológico, com-
batido à época.
135| |2019.1| ( ) A obra Capitães da Areia foi perseguida
após sua publicação devido à perspectiva comunista, dada a
Relacionando os Textos 29 e 30 em Anexos, a obra Capitães
atuação política do escritor Jorge Amado.
da Areia, o contexto sócio-histórico e literário do romance e,
ainda, de acordo com a variedade padrão da língua escrita,
Com base na leitura do Texto 20 em Anexos e da obra Nós, pu- responda as 5 questões a seguir.
blicada originalmente em 2015, no contexto sócio-histórico e
literário e, ainda, de acordo com a variedade padrão da língua
145| |2019.2| ( ) Nos Textos 29 e 30, as crianças de-
escrita, responda as 4 questões a seguir. monstram facilidade para estabelecer relações entre si,
mesmo percebendo a existência de diferenças étnicas, raciais
136| |2019.1| ( ) A obra explora a intertextualidade e socioeconômicas.
com a tradição do romance policial, como atestam as
referências a Edgar Allan Poe e a investigadores famosos na 146| |2019.2| ( ) A ironia presente na charge consiste no
literatura, como Sherlock Holmes e Nero Wolfe. fato de o adulto e a criança compartilharem a mesma visão de
mundo.
137| |2019.1| ( ) O escritor líbano-catarinense Salim Mi-
guel é um dos expoentes da literatura catarinense contempo- 147| |2019.2| ( ) Os Textos 29 e 30 pertencem ao mesmo
rânea e tematiza em Nós a chegada dos imigrantes libaneses gênero textual, mas se diferenciam pela temática.
ao Brasil.
153| |2019.2| ( ) O cotidiano da favela evidencia a brutali- Com base no Texto 35 em Anexos e na leitura integral da obra
dade e a violência sistêmica a que todos os moradores estão Melhores Contos de Lygia Fagundes Telles, no contexto sócio-
submetidos, fazendo com que brigas, episódios de violência -histórico e literário e, ainda, de acordo com a variedade pa-
doméstica e surras sejam vistos como entretenimento pela vi- drão da língua escrita, responda as 5 questões a seguir.
zinhança.
155| |2019.2| ( ) Vera, João e José Carlos, filhos da narra- 164| |2019.2| ( ) Em “nas narinas o perfume dos eucalip-
dora, adaptam-se com mais facilidade do que a mãe à vida na tos” e “morder-lhe a pele o frio úmido da madrugada” , o narra-
favela, sendo caracterizados como bajuladores, que pedem dor faz uso da sinestesia, recurso frequentemente empregado
esmolas e obedecem à mãe. pela autora com o intuito de estimular os sentidos do leitor.
156| |2019.2| ( ) As locuções “proverbialmente linda” e 166| |2019.2| ( ) Em “A caçada”, o protagonista parte de
“uma estrela de cinema” estabelecem uma relação de forte uma loja de antiguidades, deslocando-se para outro tempo e
contraste com o “tensa e fora do lugar” e “empregada domés- outro lugar, estratégia usada de forma recorrente pela autora.
tica de Clarice” , sugerindo a superioridade de Clarice sobre
Carolina. 167| |2019.2| ( ) No conto “A caçada”, a personagem de-
nuncia o prazer perverso de um caçador ao perseguir um ani-
157| |2019.2| ( ) Após ser procurado pela revista, Moser mal inocente.
reconheceu seus equívocos, mas não fez modificações na bio-
grafia de Clarice Lispector, pois o original da obra já estava“fe- Com base no Texto 41 em Anexos, na leitura integral de Um
chado”. útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas, original-
mente publicada em 2012, no contexto sócio-histórico e lite-
rário da obra e, ainda, de acordo com a variedade padrão da
língua escrita, responda as 4 questões a seguir.
175| |2020.1| ( ) Na frase sublinhada (linhas 18-19), o pon- 183| |2020.1| ( ) O título do conto expressa o gesto pro-
to e vírgula pode ser substituído por dois-pontos sem prejuízo duzido pela mão que desperta o protagonista do sonho e o
ao sentido do texto. salva da morte.
176| |2020.1| ( ) O excerto faz referência à existência de 184| |2020.1| ( ) O conto constrói-se em torno de uma re-
um livro chamado “O cemitério dos vivos”, publicado na China, flexão sobre a vida diante da iminência da morte.
que inspirou o título da obra de Lima Barreto.
Com base no Texto 44 em Anexos e na leitura integral de Quar- 185| |2020.1| ( ) As ocorrências sublinhadas do termo “se”,
to de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Je- no Fragmento 1, integram o verbo que o segue ou o antecede,
sus, publicada pela primeira vez em livro em 1960, no contexto denotando atitudes próprias do sujeito.
sócio-histórico e literário da obra e, ainda, de acordo com a
obra O cemitério dos vivos, de Lima Barreto, e com a variedade
padrão da língua escrita, responda as 5 questões a seguir. 186| |2020.1| ( ) As ocorrências sublinhadas da palavra
“agora”, nos Fragmentos 1 e 3, indicam circunstância de tempo
e referem-se ao momento em que o protagonista estava so-
nhando.
Texto 1
Geração Z mudará o mundo
01 Acabou o egoísmo, o narcisismo selfie, a obsessão pelo consumo e a passividade que isso acarreta. Há uma
02 geração que quer salvar o mundo, mas ainda não sabe como. Nasceu ou cresceu em plena recessão, em
03 um mundo fustigado pelo terrorismo, índices de desemprego galopantes e uma sensação apocalíptica
04
provocada pelas mudanças climáticas. São mais realistas que seus irmãos mais velhos, indicam todas as
05
consultorias de marketing (sempre preocupadas com seus futuros consumidores). São a geração Z, o gru-
06
07 po demográfico nascido entre 1994 e 2010, que representa 25,9% da população mundial. Os especialistas
08 já analisam todos os traços de sua personalidade.
09 Deixando de lado os riscos e a evidente frivolidade de atribuir uma letra e um só rosto a um espectro de
10 dois bilhões de pessoas, há alguns elementos que podem ser extraídos das múltiplas pesquisas. Especial-
11 mente em contraposição a seus predecessores, os chamados millennials (ou Geração Y), que as marcas
12 ainda vivem obcecadas em decifrar. Fundamentalmente porque são um grupo de 80 milhões de pessoas
13 nos EUA e pouco mais de oito milhões na Espanha, que em 2025 representará – de acordo com prognós-
14 tico da consultoria Deloitte – 75% da força de trabalho do mundo. O potencial produtivo e de consumo
15
dos millennials já é algo tangível (somente nos EUA têm uma capacidade de compra equivalente a 112
16
bilhões de reais). Para as empresas, no entanto, a aventura com seus irmãos mais novos consiste agora em
17
18 decodificá-los no laboratório.
19 A teoria do consumo diz que o segmento populacional dos 18 aos 24 anos é o mais influente. As gerações
20 anteriores e as posteriores sempre querem se parecer com ele. É a referência estética. Os Z – assim chama-
21 dos por virem depois das gerações X e Y – começam a posicionar-se no topo dessa pirâmide de influência,
22 e em cinco anos a terão dominado.
23 Essa geração já não se conforma em ser sujeito passivo de marcas e publicações, deseja produzir seus
24 conteúdos. E consegue através do YouTube, onde as novas celebridades surgidas nessa mídia já são mais
25 populares do que as da indústria do entretenimento tradicional (63% contra 37%, segundo o Cassandra
26
Report, um dos relatórios mais utilizados pelas grandes empresas para sondar os gostos da juventude). Ou
27
por meio de aplicativos como o Vine (para vídeos em loop) e plataformas online como o Playbuzz, a guina-
28
29 da do popular site de histórias virais Buzzfeed, onde agora os conteúdos são postados pelos usuários, que
30 já somam 80 milhões por mês, segundo o Google Analytics.
31 O tempo livre está cada vez mais direcionado para as vocações profissionais (blogs, desenho de moda,
32 fotografia...) e as comunidades se formam em torno disso. A escritora Luna Miguel destaca esse modo de
33 trabalhar em rede, apesar de alertar para o fato de ser cedo para analisar uma geração que ainda compar-
34 tilha muitos códigos com a anterior. “São figuras importantes, mas ajudam os demais e criam comunidade.
35 A solidariedade será um valor importante. Não querem mais ser o artista jovem e incomum. Até os ‘nativos
36 da Internet’ soam como algo velho, é uma questão quase genética. Um exemplo seria Tavi Gevinson, que
37
desde os 13 anos tem um dos blogs mais importantes do mundo”, afirma, referindo-se à multifacetada e
38
influente blogueira e editora norte-americana, nascida em 1996, um dos ícones da geração Z.
39
40 A tendência também se estende à educação e aos novos canais de acesso. Para Anne Boysen, consultora
41 em estratégia e especialista em questões geracionais da empresa After the Millennials, grande parte da
42 aprendizagem se dá fora da sala de aula. “Essa geração usa o YouTube de forma periódica para sua lição de
43 casa, o que indica que quer um maior grau de personalização na educação. Se não gostam do enfoque de
44 seu professor, ou não o entendem, buscarão alguém online que o explique melhor”, afirma. O mundo, tal
45 qual deixaram seus antecessores, não lhes parece um lugar habitável.
01 Primeira noite decente. Sonhei com o consultório da Mary atravessado de papel higiênico, grande con-
02 fusão: seria quem? Analista, amiga ou namorada? Nenhuma das três?
03 Não quero agora computar as perdas. Perder é uma lenha. Lá fora está sol, quem escreve deixa um
04 testemunho. Reesquentando. Joguei fora algumas coisas já escritas porque não era o testemunho que eu
05 queria deixar. É outro. Outro agora. Acredite se puder. Rejane por perto, acompanhando meus progressos.
06 Peço a ela encarecidamente que me faça o favor de lembrá-los. Eu mesma me exercito, mas que péssima
07 memória! Notas, Armando. A memória Fraca para os progressos! Chega desse lero, Poesia virá quando pu-
08 der. Por enquanto, Filho, é isso aí apenas. Saí ao sol onde tentei um do-in, me sinto exaurida. Lembra que
09 o diário era alimento cotidiano? Que importa a má fama depois que estamos mortos? Importa tanto que
10
abri a lata de lixo: quero outro testemunho. Diário não tem graça, mas esquenta, pega-se de novo a caneta
11
12 abandonada, e o interlocutor é fundamental. Escrevo para você sim. Da cama do hospital. A lesma quando
13 passa deixa um
14 rastro prateado.
15 Leiam se forem capazes.
CESAR, Ana Cristina. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 309.
Texto 3
Os filhos chegaram tarde, cada um por sua vez, e Pedro mais cedo que Paulo. A melancolia de um ia com a alma
da casa, a alegria de outro destoava desta, mas tais eram uma e outra que, apesar da expansão da segunda, não
houve repressão nem briga. Ao jantar, falaram pouco. Paulo referia os sucessos amorosamente. Conversara com
alguns correligionários e soube do que se passara à noite e de manhã, a marcha e a reunião dos batalhões no
campo, as palavras de Ouro Preto ao Marechal Floriano, a resposta deste, a aclamação da República. A família
ouvia e perguntava, não discutia, e esta moderação contrastava com a glória de Paulo. O silêncio de Pedro prin-
cipalmente era como um desafio. Não sabia Paulo que a própria mãe é que o pedira ao irmão com muitos beijos,
motivo que em tal momento ia com o aperto do coração do rapaz.
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Ática, 1999, p. 119
Texto 4
Texto 6
01 Um dia chega a Cântaro um jovem trovador, Lipídio de Albornoz. Ele cruza a Ponte de Safena e entra na cidade
02 montado no seu cavalo Escarcéu. Avista uma mulher vestindo uma bandalheira preta que lhe lança um olhar cheio
03 de betume e cabriolé. Segue-a através dos becos de Cântaro até um sumário – uma espécie de jardim enclausurado
04 –, onde ela deixa cair a bandalheira. É Lascívia. Ela sobe por um escrutínio, pequena escada estreita, e desaparece por
05 uma porciúncula. Lipídio a segue. Vê-se num longo conluio que leva a uma prótese entreaberta. Ele entra. Lascívia
06 está sentada num trunfo em frente ao seu pinochet, penteando-se. Lipídio, que sempre carrega consigo um fanfarrão
07 (instrumento primitivo de sete cordas), começa a cantar uma balada. […]
VERISSIMO, Luis Fernando. Palavreado. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 73-74.
Texto 7
01 Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estranha pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram os
02 olhos de minha mãe? Atordoada, custei a reconhecer o quarto da nova casa em que eu estava morando e não con-
03 seguia me lembrar de como havia chegado até ali. E a insistente pergunta martelando, martelando. De que cor eram
04 os olhos de minha mãe? Aquela indagação havia surgido há dias, há meses, posso dizer. Entre um afazer e outro, eu
05 me pegava pensando de que cor seriam os olhos de minha mãe. E o que a princípio tinha sido um mero pensamento
06 interrogativo, naquela noite se transformou em uma dolorosa pergunta carregada de um tom acusativo. Então eu
07 não sabia de que cor eram os olhos de minha mãe?
EVARISTO, Conceição. Olhos d’água. In: Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas, Fundação Biblioteca Nacional, 2015, p. 15. [Adaptado].
Texto 8
01 “Quando você se transformou...”
02 “Nisso?! Nessa coisa?”
03 “Não foi isso que...”
04 “Há duas maneiras de lidar com o desejo: ou você apaga com o extintor, que é o que as pessoas geralmente fazem,
05 ou você deixa o fogo se alastrar. Eu resolvi me incendiar.”
06 “Mas você tinha um bom emprego...”
07 “Um bom emprego? Jornalista? Em Mendoza? É tudo prostituição, meu caro, tudo, uns vendem o corpo, outros a
08 cabeça, alguns seu tempo, é tudo putaria [...].”
SCHROEDER, Carlos Henrique. As fantasias eletivas. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 50.
Texto 9
01 A primeira vez que vim ao Rio de Janeiro foi em 1855.
02 Poucos dias depois da minha chegada, um amigo e companheiro de infância, o Dr. Sá, levou-me à festa da Glória;
03 uma das poucas festas populares da corte. Conforme o costume, a grande romaria desfilando pela Rua da Lapa e ao
04 longo do cais, serpejava nas faldas do outeiro, e apinhava-se em torno da poética ermida, cujo âmbito regurgitava
05 com a multidão do povo.
06 [...]
07 A lua vinha assomando pelo cimo das montanhas fronteiras; descobri nessa ocasião, a alguns passos de mim, uma
08 linda moça, que parara um instante para contemplar no horizonte as nuvens brancas [...].
09 [...]
10 Quem é esta senhora? perguntei a Sá.
11 A resposta foi o sorriso inexprimível, mistura de sarcasmo, de bonomia e fatuidade, que desperta nos elegantes da
12 corte a ignorância de um amigo, profano na difícil ciência das banalidades sociais.
13 Não é uma senhora, Paulo É uma mulher bonita. [...]
14 [...] Só então notei que aquela moça estava só; e que a ausência de um pai, de um marido, ou de um irmão, devia-me
15 ter feito suspeitar a verdade.
ALENCAR, José de. Lucíola. 4. ed. São Paulo: FTD, 1997, p. 14-15.
Texto 11
01 Mas não deu muita confiança à morte,
02 Porque ia tocando mais... Porém, a cabeça desabou sobre o teclado...
03 (golpe no teclado)
04 Quando apareceu gente, Sônia já estava morta.
05 (grita)
06 SÔNIA
07 (baixo)
08 Sônia, disseram Sônia?
09 (cochicho)
10 Sônia, sim, como não? Aquela menina.
11 Uma que tocava muito bem. E sabia francês.
12 Natural.
13 Estudou nos melhores colégios.
RODRIGUES, Nelson. Valsa no 6. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012, p. 43
Texto 12
Texto 15
01 13 de maio [...]
02 – “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje
03 choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço.Carolina.”
04 ... Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu
05 não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para
06 fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando
07 comemos.
08 E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10. ed. São Paulo: Ática, 2018, p. 30-32.
Texto 16
OS SAPOS
Segundo ato
01 (Mesmo cenário. Detrás da cena, o bombo, com o seu obstinado acompanhamento. A menina já não está no piano. No
02 meio da cena, faz a sua encantada viagem ao passado. É, agora, uma menina em pleno jogo infantil.)
03
MOCINHA – Bento que o bento, ó frade Frade
04
Na boca do forno Forno
05
Virai um bolo Bolo
06 Faremos tudo o que seu mestre mandar? (erro de português bem enfático) “Fazeremos” todos
07 (paródia de um delirante riso infantil transfigura-se. Lamento) Não sei, meu Deus
08 Isto é, sei Foi assim.
09 (senta-se ao piano. Breve trecho da “Valsa no 6”)
10 Eu estava tocando a “Valsa”, a pedido de alguém.
RODRIGUES, Nelson. Valsa no 6. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012, p. 29.
Texto 18
Apenas um saxofone
01 Anoiteceu e faz frio. “Merde! voilà l’hiver” é o verso que segundo Xenofonte cabe dizer agora. Aprendi com ele que
02 palavrão em boca de mulher é como lesma em corola de rosa. Sou mulher, logo, só posso dizer palavrão em língua
03 estrangeira, se possível, fazendo parte de um poema. Então as pessoas em redor poderão ver como sou autêntica e
04 ao mesmo tempo erudita. Uma puta erudita, tão erudita que se quisesse podia dizer as piores bandalheiras em grego
05 antigo, o Xenofonte sabe grego antigo.
TELLES, Lygia Fagundes. Melhores contos de Lygia Fagundes Telles. Seleção de Eduardo Portella. 12. ed. São Paulo: Global, 2003, p. 19-20.
Texto 19
Destino
01 Ocuparam a mesa do canto, o Gato puxou o baralho. Mas nem Pedro Bala, nem João Grande, nem Professor, tampou-
02 co Boa-Vida se interessaram. Esperavam o Querido-de-Deus na Porta do Mar. As mesas estavam cheias. Muito tempo
03 a Porta do Mar andara sem fregueses. A varíola não deixava. Agora que ela tinha ido embora, os homens comenta-
04 vam as mortes. Alguém falou no lazareto. “É uma desgraça ser pobre”, disse um marítimo.
05 Numa mesa pediram cachaça. Houve um movimento de copos no balcão. Um velho então disse:
06 Ninguém pode mudar o destino. É coisa feita lá em cima – apontava o céu. Mas João de Adão falou na outra mesa:
07 Um dia a gente muda o destino dos pobres...
08 Pedro Bala levantou a cabeça, Professor ouviu sorridente. Mas João Grande e Boa-Vida pareciam apoiar as palavras
09 do velho, que repetiu:
10 Ninguém pode mudar, não. Está escrito lá em cima.
11 Um dia a gente muda... – disse Pedro Bala, e todos olharam para o menino.
12 Que é que tu sabe, frangote? – perguntou o velho.
13 É filho do Loiro, fala a voz do pai – respondeu João de Adão olhando com respeito. – O pai morreu pra mudar o des-
14 tino da gente.
15 Olhou para todos. O velho calou e também olhava com respeito. A confiança foi de novo chegando para todos. Lá
16 fora um violão começou a tocar.
AMADO, Jorge. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 159.
Texto 21
Edição do dia 22/12/2016
22/12/2016 21h10 – Atualizado em 22/12/2016 21h57
Acordos fechados pelas categorias terão peso legal. Férias poderão ser parceladas em até três vezes.
Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/12/governo-anuncia-propostas-para-modernizar-leis-trabalhistas-de-1940.html>. [Adaptado]. Acesso em:
26 jan. 2017.
Texto 22
Texto 24
31 Virgílio Viana é engenheiro florestal pela ESALQ, Ph.D. pela Universidade de Harvard, ex-secretário de Meio Ambiente e
32 Desenvolvimento Sustentável do Amazonas e superintendente da Fundação Amazonas Sustentável.
VIANA, Virgílio. Não há desenvolvimento sem proteção ambiental. El País: Opinião, 16 mar. 2019. Disponível em: https://brasil. elpais.com/bra-
sil/2019/03/15/opinion/1552674544_685747.html. [Adaptado]. Acesso em: 30 mar. 2019.
Texto 27
Texto 29
Texto 30
CARTAS À REDAÇÃO
01 A OPINIÃO DA INOCÊNCIA
02 A nossa reportagem ouviu também o pequeno Raul, que, como dissemos, tem onze anos e já é dos ginasianos mais
03 aplicados do Colégio Antônio Vieira. Raul mostrava uma grande coragem, e nos disse acerca da sua conversa com o
04 terrível chefe dos Capitães da Areia.
05 – Ele disse que eu era um tolo e não sabia o que era brincar. Eu respondi que tinha uma bicicleta e muito brinquedo.
06 Ele riu e disse que tinha a rua e o cais. Fiquei gostando dele, parece um desses meninos de cinema que fogem de
07 casa para passar aventuras.
08 Ficamos então a pensar neste outro delicado problema para a infância que é o cinema, que tanta ideia errada infunde
09 às crianças acerca da vida. Outro problema que está merecendo a atenção do dr. juiz de menores. A ele volveremos.
10 (Reportagem publicada no Jornal da Tarde, na página de “Fatos Policiais”, com um clichê da casa do comendador e um
11 deste no momento em que era condecorado.)
AMADO, Jorge. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 12.
Texto 32
Escritor é acusado de racismo por trecho em biografia de Clarice Lispector
As escritoras Clarice Lispector e Carolina de Jesus durante o lançamento de um livro (Foto: Acervo de divulgação/
Editora Rocco)
01 O escritor e historiador Benjamin Moser, autor da mais recente biografia de Clarice Lispector, vem sendo acusado
02 de racismo desde que um trecho do livro, publicado no Brasil em 2011, foi resgatado nas redes sociais.
03 A lembrança veio da autora mineira Ana Maria Gonçalves. No último sábado (14), ela republicou uma passagem
04 de Clarice em que Moser descreve uma imagem na qual Lispector aparece conversando com Carolina Maria de Jesus
05 durante o lançamento de um livro.
06 “Numa foto, ela aparece em pé, ao lado de Carolina Maria de Jesus, negra que escreveu um angustiante
07 livro de memórias da pobreza brasileira, Quarto de despejo, uma das revelações literárias de 1960. Ao lado da
08 proverbialmente linda Clarice, com a roupa sob medida e os grandes óculos escuros que a faziam parecer uma estrela
09 de cinema, Carolina parece tensa e fora do lugar, como se alguém tivesse arrastado a empregada doméstica de Clarice
10 para dentro do quadro”, escreve o biógrafo na página 25. [...]
11 Procurado pela CULT, Benjamin Moser não quis dar entrevista. Ele afirmou que fez as modificações necessárias
12 no texto para que, nas próximas edições da biografia, “suas intenções fiquem mais claras”. Ele não concorda que a
13 descrição tenha sido, de fato, preconceituosa, e afirmou que considera o assunto “fechado”.
Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/escritor-e-acusado-de-racismo-por-trecho-em-biografia-de-clarice-lispector. [Adaptado].
Acesso em: 30 mar. 2019.
Texto 33
Texto 35
A caçada
01 O homem deixou cair o cigarro. Amassou-o devagarinho na sola do sapato. Apertou os maxilares numa contração
02 dolorosa. Conhecia esse bosque, esse caçador, esse céu – conhecia tudo tão bem, mas tão bem Quase sentia nas
03 narinas o perfume dos eucaliptos, quase sentia morder-lhe a pele o frio úmido da madrugada, ah, essa madrugada
04 Quando? Percorrera aquela mesma vereda, aspirara aquele mesmo vapor que baixava denso do céu verde... Ou subia
05 do chão? O caçador de barba encaracolada parecia sorrir perversamente embuçado. Teria sido esse caçador? Ou o
06 companheiro lá adiante, o homem sem cara espiando entre as árvores? Uma personagem de tapeçaria. Mas qual?
07 Fixou a touceira onde a caça estava escondida. Só folhas, só silêncio e folhas empastadas na sombra. Mas detrás das
08 folhas, através das manchas pressentia o vulto arquejante da caça. Compadeceu-se daquele ser em pânico, à espera de
09 uma oportunidade para prosseguir fugindo. Tão próxima a morte O mais leve movimento que fizesse, e a seta...
TELLES, Lygia Fagundes. Melhores Contos de Lygia Fagundes Telles: seleção de Eduardo Portella. São Paulo: Global. 2003, p. 163-164.
Texto 36
01 O professor Viktor Chagas chegou ao Museu da República, no Rio de Janeiro, cumprimentou os seguranças e
02 apontou para a maior tela do salão térreo. “Esta é a famosa pintura da confecção da bandeira, de Pedro Bruno”,
03 disse, apressado. O quadro A Pátria, de 1919, retrata uma criança agarrada a uma imensa bandeira do Brasil que está
04 sendo confeccionada por um grupo de mulheres. É uma das imagens emblemáticas da virada republicana do país.
05 O professor subiu as escadas, atravessou uma sala, depois outra, e por fim se postou diante de uma imagem menor
06 que reproduzia a tela de Pedro Bruno, mas coberta de letras brancas que diziam: “Ordem e Progresso: é verdade esse
07 bilete.”
08 Trata-se de uma das montagens que Chagas pinçou da internet para integrar a exposição “A política dos memes
09 e os memes da política”, organizada por ele. “O meme, em essência, é tudo que é replicado. E sempre pressupõe
10 muitas camadas de significados”, afirmou o professor, diante da imagem. “Este meme, por exemplo, só ganha sentido
11 ao conhecermos o quadro original, o contexto político do momento e outro meme que mostrava o recado de um
12 menino para a sua mãe” (“Senhores paes, amanhã não vai ter aula poorque pode ser feriado. Assinado: Tia Paulinha.
13 É verdade esse bilete”). A frase final do recado virou mote para diversos memes.
14 A exposição espalha-se por quatro salas que tratam da relação dos memes com os símbolos nacionais,
15 a propaganda política, a persuasão e a desinformação, entre outros temas. Tudo é acompanhado de textos que
16 mostram a complexidade das forças políticas e sociais em jogo nas imagens. “Ver um meme na parede de um museu:
17 essa provocação sempre foi nossa intenção”, disse Chagas, do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade
18 Federal Fluminense (UFF). “Queremos que as pessoas encarem o objeto do meme como algo relevante, fugindo do
19 oba-oba, do besteirol, da balbúrdia.” [...]
20 Formado em jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com mestrado e doutorado
21 em história pela Fundação Getulio Vargas, Chagas sempre trabalhou com temas relacionados à mídia e ao poder.
22 Quando foi contratado pela UFF, em 2011, começou a ser indagado pelos alunos sobre fenômenos da internet.
23 Leigo no assunto, ele passou a pesquisar sobre memes e percebeu que tinham muito a ver com seus temas de
24 estudo. Organizou, então, um grupo de alunos para catalogar os memes e analisá-los. A ideia era colocar as pesquisas
25 como verbetes na Wikipédia, mas seus colegas na universidade não endossaram a proposta. Disseram que uma
26 enciclopédia deveria prezar pela relevância e, para a academia, memes não eram importantes.
27 Chagas decidiu, então, montar uma “enciclopédia” por conta própria. Criou com sua equipe o #MUSEUdeMEMES,
28 um site que reúne as intervenções mais difundidas e influentes, que explica em que contexto surgiram e que impacto
29 político e/ou social tiveram. Na última contagem feita, estavam catalogadas e analisadas no museu cerca de 200
30 famílias de memes, séries com o mesmo tema.
31 O site também abriga cerca de 1.200 trabalhos escritos cadastrados (teses, artigos etc.) e tornou-se referência no
32 assunto. Em quatro anos de existência, teve mais de 2 milhões de visitantes, marca considerável para um projeto
33 acadêmico. Chagas, porém, sentia falta desta parte importante do trabalho: transformar o museu virtual numa
34 exposição real. E assim ele chegou ao Museu da República, que hospeda a mostra até o dia 24 de agosto. [...]
PAVARIN, Guilherme. Memes no museu. Revista Piauí, ed. 155, ago. 2019. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/memes-no-museu.
[Adaptado]. Acesso em: 2 set. 2019.
Disponível em: https://m.educador.brasilescola.uol.br e em: https://exercícios.mundoeducacao.bol.uol.com.br. [Adaptado]. Acesso em: 30 set. 2019.
Texto 40
Texto 42
Texto 44
01 25 de dezembro... O João entrou dizendo que estava com dor de barriga. Percebi que foi por ele ter comido me-
02 lancia deturpada. Hoje jogaram um caminhão de melancia perto do rio.
03 Não sei porque é que estes comerciantes inconscientes vem jogar seus produtos deteriorados aqui perto da fave-
04 la, para as crianças ver e comer.
05 ... Na minha opinião os atacadistas de São Paulo estão se divertindo com o povo igual os Cesar quando torturava
06 os cristãos. Só que o Cesar da atualidade supera o Cesar do passado. Os outros era perseguido pela fé. E nós, pela
07 fome!
Naquela epoca, os que não queriam morrer deixavam de amar a Cristo. Mas nós não podemos deixar de comer.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2018, p. 146.
Texto 45
A mão no ombro
Fragmento 1
E se cheguei até aqui é porque vou morrer. Já?, horrorizou-se olhando para os lados mas evitando olhar para trás. A vertigem
o fez fechar de novo os olhos. Equilibrou-se tentando se agarrar ao banco, Não quero!, gritou. Agora não, meu Deus, espera
um pouco, ainda não estou preparado! Calou-se, ouvindo os passos que desciam tranquilamente a escada. Mais tênue que a
brisa, um sopro pareceu reavivar a alameda. Agora está nas minhas costas, ele pensou, e sentiu o braço se estender na dire-
ção do seu ombro. Sentiu a mão ir baixando numa crispação de quem (familiar e contudo cerimonioso) dá um sinal, Sou eu.
O toque manso. Preciso acordar, ordenou se contraindo inteiro, isso é apenas um sonho! Preciso acordar!, acordar. Acordar,
ficou repetindo e abriu os olhos. (p. 149)
Fragmento 2
Cumpriu a rotina da manhã com uma curiosidade comovida, atento aos menores gestos que sempre repetiu automatica-
mente e que agora analisava, fragmentando-os em câmara lenta, como se fosse a primeira vez que abria uma torneira. Podia
também ser a última. Fechou-a, mas que sentimento era esse? (p. 150-151)
Fragmento 3
A alegria era quase insuportável: da primeira vez, escapei acordando. Agora vou escapar dormindo. Não era simples? Recos-
tou a cabeça no espaldar do banco, mas não era sutil? Enganar assim essa morte saindo pela porta do sono. Preciso dormir,
murmurou fechando os olhos. Por entre a sonolência verde-cinza, viu que retomava o sonho no ponto exato em que fora
interrompido. A escada. Os passos. Sentiu o ombro tocado de leve. Voltou-se. (p. 153)
TELLES, Lygia Fagundes. A mão no ombro. In: TELLES, Lygia Fagundes. Melhores contos de Lygia Fagundes Telles. Seleção de Eduardo Portella. 13. ed. São Paulo:
Global, 2015. [Fragmentos].
Texto 47
No museu
01 O pintor de roxas faces disse adeus à mãe e foi direto ao museu conversar com o seu quadro predileto. Trata-se
02 do Café à noite, de Van Gogh.
03 Todos os dias, após o almoço, bate na porta da conhecida casa de arte, sendo recebido por Lipont, simpático
04 general responsável pela guarda das telas.
05 Há dez anos conversa com o homem de branco e de misteriosos cabelos verdes que se mantém de pé, bem perto
06 da mesa de snooker. São velhos amigos?
07 O que o público não tem notado é a sensível modificação da bela pintura. O pintor de roxas faces, frustrado, fez
08 um pacto com o homem de branco e de misteriosos cabelos verdes: libertá-lo-ia do quadro se subvertesse todo o
09 ambiente, pois odiava Van Gogh, o grande gênio. E assim foi feito.
10 O relógio, que no quadro antes marcava doze horas e quatorze minutos, agora está atrasado, assinalando quinze
11 para as oito; sobre a mesa, sete bolas coloridas; desaparecido o taco; dos três lampiões, um apenas se encontra aceso;
12 no chão manchas de sangue sugerindo luta; na parede vermelha uma rachadura em forma de V e a cabeça de todos
13 os fregueses pendidas sobre as cadeiras. A famosa obra está finalmente transformada.
14 Quando faz menção de levantar-se, o homem de branco e de misteriosos cabelos verdes pergunta, baixinho, se
15 não irá libertá-lo.
16 – Ora, a libertação está em ti.
17 Sai zombando, mas não consegue ultrapassar a porta. O velho militar retira um antigo
18 punhal de suas costas. A polícia ainda o está investigando e os seus depoimentos, por incrível que pareça, são
19 considerados contraditórios.
PRADE, Péricles. No museu. In: PRADE, Péricles. Os milagres do cão Jerônimo; Alçapão para gigantes. Florianópolis: Editora da UFSC, 2019, p. 43-44.