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DOI: 10.5212/TerraPlural.v.7i1.

0002

A estruturação do Complexo Industrial-Militar-Biotecnológico e


a questão da hegemonia norte-americana no século XXI

The structure of the military-industrial-complex-biotech and


the American hegemony in the century XXI

La estructura del complejo militar-industrial de biotecnología y


la cuestión de la hehemonía EE.UU. en el siglo XXI

Douglas Rundvalt
douglasrundvalt@yahoo.com.br
Universidade Estadual de Ponta Grossa

Edu Silvestre Albuquerque


edusilvestre@ufrnet.br
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Resumo: A ligação entre militares, políticos e empresários das indústrias farmacêuticas


e de biotecnologia emerge como novo padrão de reprodução capitalista na atualidade
a partir das relações ditadas no centro do sistema. Propomos, assim, a expansão do
conceito de Complexo Industrial-Militar cunhado por Eisenhower de modo a abarcar
o setor farmacêutico e biotecnológico, mais adequadamente tratado de Complexo
Industrial-Militar-Biotecnológico na atualidade. Desse modo, desvelamos o papel
das empresas de biotecnologia na reestruturação econômico-territorial em curso nos
Estados Unidos, como alternativa conservadora de saída da crise econômica atual.

Palavras-chave: Defesa. Biodefesa. Complexo Militar. Biotecnologia.

Abstract: The connection between, military, political and businessmen of the


pharmaceutical and biotechnology emerges like new pattern capitalist reproduction
current relations dictated from the center of the system. I there propose the expansion
of concept of military-industrial complex Eisenhower coined to encompass the
pharmaceutical industry and biotechnology, more adequately treated in the military-
industrial-complex-biotech today. Thus, were the revealed the role of biotechnology
companies in the economic and territorial restructuring current in the United States as
an alternative conservatively output current economic crisis.

Keywords: Defense. Biodefense. Military Complex. Biotechnology.

Resumen: La relación entre los líderes militares, políticos y empresaliares de


la industria farmacêutica y la biotecnologia surge como um nuevo nivel de la
reprodución capitalista em lãs relaciones actuales dictados desde el centro del sistema.
Propongo, pues, la expansión del concepto de complejo industrial-militar acuñado por
Eisenhower para englobar la industria farmacéutica y la biotecnología, abordam mas
adecuadamente complejo militar-industrial de biotecnología em la actualidad. Por lo

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DOUGLAS RUNDVALT; EDU SILVESTRE ALBUQUERQUE

tanto, se dieram a conocer el papel de las empresas de biotecnología en el curso de


reestructuración económica y territorial en los Estados Unidos, como una alternativa
de salida conservadora actual crisis económica.

Palabras clave: Defense. Biodefense. Complejo Militar. Biotecnología.

INTRODUÇÃO

As articulações entre militares, políticos e empresários das indústrias farmacêuticas


e biotecnológicas são investigadas no contexto da emergência de um novo padrão de
reprodução capitalista a partir dos Estados Unidos, uma saída conservadora para a nova
crise sistêmica capitalista. O objetivo principal é descrever qualitativamente esse processo
de reestruturação econômico-territorial em curso a partir do Complexo Industrial-Militar-
Biotecnológico (CIMB), uma ramificação do Complexo Industrial-Militar (CIM), conceito
cunhado pelo presidente norte-americano D. Eisenhower no final da década de 1950.
Essa atualização conceitual é necessária porque o CIM tradicional não representa mais o
suporte necessário para explicar o avanço das pesquisas militares, sobretudo nos setores
de fármacos e biotecnologia.
Para compreender essa reestruturação econômico-territorial em curso no centro
do sistema, resgata-se o conceito de hegemonia, agora aplicado a organização do sistema
internacional. A Teoria da Estabilidade Hegemônica (TEH), elaborada por Gilpin (1987),
afirma a necessidade da estabilidade e segurança internacional por meio de um ator
hegemônico. Essa reprodução das condições de hegemonia exige que a nação líder
aponte saídas sistêmicas para resolver a crise de acumulação iniciada em seu centro, que
D. Harvey (2003) aponta atualmente no resgate da “acumulação por espoliação”.
O desenvolvimento tecnológico tem sido uma saída para as crises capitalistas
provocadas pela tendência da queda da taxa de lucros em situações de capitais sobre
acumulados. Marx já descrevera este processo no século XIX, e as suas grandes guerras
mundiais ocorridas no século XX desenvolvem subitamente as tecnologias duais a partir
dos desenvolvimentos militares. Isso ocorreu durante todo o período da Guerra Fria,
onde as duas superpotências encetaram uma insana corrida armamentista, e também
ao final da crise das décadas de 1970-80, momentos em que se pode perceber o poder
reestruturador produtivo-territorial do capitalismo a partir dos Estados Unidos.
Na última grande crise dos anos 70, os EUA encetaram uma aliança estratégica com
a China para a retomada das taxas médias históricas de lucros, baseada na exportação de
capitais para o desenvolvimento do setor industrial chinês e no retorno desses capitais
na forma de compra de títulos da dívida pública para, sob a égide do governo norte-
americano, alavancar as novas tecnologias (high techonology) emergidas do CIM. Em
termos geopolíticos, esse movimento ocasionou o isolamento político e econômico da
URSS, encerrando a Guerra Fria, e hoje, leva o modelo do welfare state europeu ao
colapso diante da contínua inundação dos mercados mundiais com bens de consumo
não-duráveis produzidos na China (FIORI, 2005).

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Entretanto, a hegemonia norte-americana no período pós Guerra Fria não se faz


sem sobressaltos. O crescimento econômico oportunizado pela globalização tem arrefeci-
do especialmente nos países centrais, provocando nova crise de reprodução sistêmica do
capitalismo. No plano simbólico, assim como a Guerra do Vietnã marcou o momento de
crise e a necessidade de superação para repor a hegemonia ameaçada nos anos 1970, os
atentados terroristas do 11 de setembro de 2001 às torres símbolos do capital financeiro
(World Trade Center) e ao Pentágono (Defesa dos EUA) representam nova oportunidade
para a continuidade da hegemonia norte-americana no atual século1.
Nesse sentido, a retomada dos investimentos na indústria da defesa aos níveis da
Guerra Fria vem com a invasão do Afeganistão e do Iraque, e mais recentemente, com as
ações da OTAN na Líbia, alegadamente para deter os “Estado-Párias”, e pode-se dizer,
ainda com a ampliação do cercamento militar da Rússia, China e Irã (ALBUQUERQUE,
2011). Nessa necessidade de novas guerras reside a justificativa para a continuidade dos
investimentos militares em novas tecnologias, sobretudo diante das limitações ao desen-
volvimento de armas atômicas definidas por tratados internacionais. Esta é a ponta do
iceberg que se descortina com a entrada em cena de Donald Rumsfeld - conhecido como
“senhor das guerras” do governo republicano de George Bush -, durante o episódio da
ameaça de uma pandemia de gripe global.
O primeiro estudo de caso investiga o projeto do escudo de Biodefesa (Bioshield
Two), elaborado em 2007, e apresentado ao senado norte-americano (2004) para
supostamente sanar as irregularidades do primeiro projeto de Biodefesa elaborado ainda
no governo Bush. O projeto original disponibilizaria perto dos US$ 6 bilhões para que
o governo norte-americano investisse em vacinas contra o antraz, supostamente para
prevenir possíveis ataques bioterroristas à população civil e aos militares estacionados
em zonas conflagradas do Iraque e Afeganistão. A principal favorecida era a empresa
de biotecnologia VaxGen, recebendo um montante de quase 900 milhões de dólares
para a produção de 75 milhões de doses da vacina contra o Antraz (com entrega de 25
milhões de doses dois anos após o fechamento do contrato)2. Devido a irregularidades e
erros cometidos, o projeto sofreu críticas e interrupções, sendo retomado em 2007, agora
renomeado de “Project Bioshield Two”.
O segundo estudo de caso aborda a relação íntima entre o neoconservador
republicano e secretário de defesa Donald Rumsfeld com a empresa produtora do
TAMIFLU. Em 2004, antes mesmo da histeria da pandemia da gripe H1N1 - popularizada
pela mídia como gripe suína -, Rumsfeld conseguia do senado norte-americano a
aprovação do “Fundo de Emergência a uma Possível Pandemia Global”, com montante

1 Em 1997 Samuel P. Huntington escreve o livro “O choque das civilizações”, alertando sobre uma possível aliança entre
chineses e muçulmanos e propondo uma estratégia de contenção ocidental através do uso da pressão política e econômica e
da intervenção militar quando necessário (ALBUQUERQUE, 2011). A real intenção de Huntington é ocultar as verdadeiras
razões geopolíticas e econômicas das nações líderes do Ocidente, onde o objetivo, especialmente norte-americano, é apode-
rar-se das ricas jazidas de petróleo da região e deter a expansão do poder militar chinês.
2 A empresa Vaxgen anuncia em novembro de 2004 que receberá, sozinha, uma ajuda de custo de 877,5 milhões de dólares
para abastecer o mercado com 75 milhões de doses de vacina contra o antrax para defender a população civil. Disponível
em http://www.news-medical.net/news/2004/11/04/6115.aspx. Acessado em 15/10/2011.

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de US$ 7,1 bilhões para a compra do medicamento TAMIFLU3. Rumsfeld fora presidente
da empresa Gilead Sciences Inc., detentora da patente do TAMIFLU, deixando o cargo
em 2001 para atender ao convite do presidente George W. Bush e tornar-se secretário de
Defesa.
Com estes dois estudos de caso espera-se demonstrar essas ligações profundas
e, mormente, promíscuas, entre militares, empresários das indústrias de biodefesa e o
governo norte-americano. Aliás, o próprio termo biodefesa é referenciado por senadores
norte-americanos em projetos de lei que prevêem somas bilionárias para a fabricação de
vacinas contra “possíveis ataques terroristas” ou “pandemias da globalização”.
A metodologia desenvolvida neste trabalho envolve a revisão da literatura sobre
reestruturação econômico-territorial e o levantamento de dados secundários através do
cruzamento de informações do site do senado norte-americano e da empresa Gilead
Sciences Inc., cujo elo de ligação é a figura de Donald Rumsfeld, por sua posição estratégica
no interior do CIMB como ex-empresário e autor do projeto do “Fundo de Emergência
de Combate a uma Possível Pandemia Global”. Assim, reconstruímos algumas dessas
ligações dos lobbies das indústrias farmacêuticas e de biotecnologia no meio político e
militar estadunidense.

A (RE)ESTABILIZAÇÃO HEGEMÔNICA VIA ACUMULAÇÃO POR


ESPOLIAÇÃO

A emergência do Complexo Industrial-Militar-Biotecnológico (CIMB) ocorre


num momento histórico semelhante ao dos anos 1970-80, onde os EUA investiram em
tecnologia de uso dual (FIORI, 2007), e cujo efeito spin-off (DAGNINO, 2008) ocorreu
com a conversão de tecnologias militares para uso civil, caso dos celulares, do GPS e da
internet. Em verdade, as tecnologias do CIMB já vinham experimentando importante
desenvolvimento no período da Guerra Fria, quando foram criados diversos laboratórios
especializados na criação e produção de vírus, bactérias e vacinas em massa (MILLER,
ENGELBERG e BROAD, 2002), e agora demonstram suas potencialidades de lucro no
mercado civil para as empresas norte-americanas.
A fabricação, o transporte e a produção em massa de vírus e bactérias resultam em
gastos menores se comparados às armas nucleares. Laboratórios foram criados para
estudos biotecnológicos, massificando a produção de vírus e bactérias, bem como de
antibióticos e vacinas para combater as doenças criadas e modificadas geneticamente
nos laboratórios. O exemplo clássico desses laboratórios encontrava-se na base mi-
litar de Fort Detrick, em Maryland (MILLER, ENGELBERG e BROAD, p. 53, 2002).

Com a interrupção da longa fase de crescimento econômico mundial, alavancado


pelo boom do comércio internacional, pela crise desde 2008, são resgatadas velhas táticas
para que a potência hegemônica possa fugir novamente “para a frente”. Assim, David

3 Disponível em http://www.lawrei.eu/MRA_Alliance/?p=3333 acessado em 05/10/2010.

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Harvey (2003) retoma os conceitos de acumulação por espoliação e de imperialismo,


onde as guerras de intervenção na periferia visam à remoção dos obstáculos políticos ao
movimento de capitais sobreacumulados nos países centrais.
A acumulação por espoliação decorre do excedente de capital ou capital ocioso dos
países centrais, que necessita da liberação de um conjunto de ativos a um custo muito
baixo. Um exemplo clássico de acumulação por espoliação foi o colonialismo europeu em
terras africanas e sul-americanas, apropriando-se das terras indígenas para a exploração
de metais preciosos. Outro exemplo de acumulação por espoliação é a biopirataria, com a
apropriação da natureza e o patenteamento e licenciamento de material genético.
Portanto, o conceito de acumulação por espoliação é indissociável daquele de so-
breacumulação de capital, e demonstra a capacidade sistêmica do país hegemon de re-
estruturar a economia global em tempos de crise. Assim como durante a Guerra Fria os
CIM’s baseavam seu poder na tomada de decisões políticas para reorientar o processo
de reprodução ampliada do capital, muitas vezes, manipuladas pelos próprios militares
norte-americanos; atualmente, o senado norte-americano coloca novamente em pauta a
expansão dos CIM’s, agora na forma de criação de uma “Indústria de Biodefesa” para
proteger a população civil e as tropas militares norte-americanas estacionadas nos quatro
cantos do mundo contra um possível ataque biológico, repetindo os ataques furtivos dos
atentados de 11 de setembro de 2001.
Para alguns “teóricos da conspiração”, a produção do medo nos EUA acerca de
ataques biológicos foi orquestrada ainda a partir do próprio establishment dos CIM’s,
alegando-se que até hoje não se descobriu a autoria das diversas cartas contendo Antraz
que foram entregues via correio para diversos órgãos públicos, apesar de sua “assinatura
química” reportar para laboratórios norte-americanos do período da Guerra Fria.
As ações militaristas do país hegemon precisam ser aceitas pela comunidade in-
ternacional, então disfarçada de discurso da hegemonia benevolente (FIORI, 2007) ou da
coerção consentida (HARVEY, 2003). Desta forma, a hegemonia benevolente mescla inte-
resses políticos e militares ao mobilizar instrumento do soft power para convencer outros
países quanto ao exercício benéfico do poder do hegemon (GARCIA, 2010).
Os discursos de “guerra contra o terrorismo” ocultam justamente o propósito de
justificar as coalizões lideradas pelos Estados Unidos ou pela OTAN contra governos
hostis do Oriente Médio e Norte da África. Assim, neste começo de século, Afeganistão,
Iraque e Líbia sofreram intervenções militares “ocidentais” sob o pretexto de erradicação
do terrorismo e implantação da democracia, quando o objetivo maior era a apropriação
das jazidas petrolíferas e gasíferas destes países para a exploração das mesmas por em-
presas ocidentais (HARVEY, 2003).
Essa retomada da acumulação por espoliação pelos Estados Unidos viabiliza nova
expansão dos CIM’s, especialmente pelo uso das tecnologias duais para desenvolver
mercados civis, agora unindo políticos, militares e empresários da indústria farmacêutica
e de biotecnologia na forma de lobbies juntos ao congresso norte-americano (FLORES,
2002). Os bilionários investimentos públicos nos CIMB’s viabilizam a reestruturação
econômico-territorial na América, cujos efeitos poderão reverberar por todo o mundo.

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O PROJETO BIOSHIELD TWO

Os atentados de 11 de setembro de 20014 são apontados como marco do inicio


da crise de hegemonia norte-americana ao sinalizar uma contestação mais aberta a esta
liderança. A Teoria da Estabilidade Hegemônica (TEH) de Robert Gilpin (1987), afirma
a necessidade de uma potência hegemônica para estabilizar e manter aberta a economia
mundial, e é esta a missão histórica que os Estados Unidos buscam com as intervenções
militares no Oriente Médio Expandido.
Paralelamente a reação militar norte-americana aos ataques terroristas, o governo
Bush lançou o “Project Bioshield” (Projeto Escudo da Biodefesa), sancionado em 2004, que
previa o repasse de quase 6 bilhões de dólares para a produção de doses da vacina contra
a bactéria do Antraz5. Cerca de US$ 5,6 bilhões foram destinados ao Projeto de Biodefesa,
e um quinto deste valor a uma única empresa, a VaxGen, para a produção em massa
de doses da vacina contra o Antraz6. A VaxGen era uma empresa de biotecnologia de
pequeno porte, que tornava-se conhecida devido a esse projeto. Na sequência, a VaxGen
realiza uma fusão com outra empresa de biotecnologia, a Diadexus7.
Após uma curta interrupção do Projeto de Biodefesa, ele é retomado em 2007,
quando o senador Joe Lieberman apresenta ao congresso o “Project Bioshield: Actions
Needed to Avoid Repeatings Past Mistakes” (23/10/2007). Neste relatório, o congres-
sista ressalta a necessidade de retomar o projeto, pois tanto a população civil quanto os
militares estariam a mercê de novos ataques bioterroristas:
ASPR is responsible for the entire Project BioShield contracting process, including
issuing requests for information and requests for proposals, awarding contracts, ma-
naging awarded contracts, and determining whether contractors have met the mi-
nimum requirements for payment. ASPR maintains a Web site detailing all Project
Bioshield solicitations and awards (PROJECT BIOSHIELD 2007, p. 7).

A proposta de retomada do Projeto de Biodefesa ficou conhecida como “Bioshield


Two”. A ASPR (Sociedade Americana de Pesquisas Científicas) tornar-se-ia o órgão re-
gulador das atividades de produção e estocagem dos materiais, para evitar os erros e
irregularidades cometidos no passado. Os três fatores listados que contribuíram para o
fracasso do projeto anterior foram:

4 Para Vesentini, estamos presenciando uma “segunda onda” de atentados terroristas movida pelo que ele chama de “terroris-
tas pós-modernos” (2002, p. 279), pois, diferentemente do que ocorria no inicio do séc. XX, quando os terroristas praticavam
seus atentados contra pessoas públicas e elites locais, os atuais terroristas não possuem um objetivo concreto como a derru-
bada do Estado, mas apenas declaram “guerra ao ocidente” e aos aliados dos EUA.
5 Essas informações percorreram vários meios de comunicação na época, e a esperança do governo Bush era de que a popula-
ção estadunidense ficasse mais tranquila e protegida contra possíveis ataques terroristas. Disponível em http://www.bbc.
co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2004/07/040721_washingtonng.shtml. Acessado em 09/10/2011.
6 Disponível http://www.news-medical.net/news/2004/11/04/6115.aspx. Acessado em 09/19/2011.
7 No mundo globalizado a onda de fusões entre grandes empresas tornam-se o cerne dessa nova fase do sistema capitalista,
o capitalismo financeiro. Disponível em http://www.news-medical.net/news/20100529/25/Portuguese.aspx. Acessado
em 09/10/2011.

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First, ASPR awarded the first BioShield procurement contract to VaxGen when its
product was at a very early stage of development and many critical manufacturing
issues had not been addressed. Second, VaxGen took unrealistic risks in accepting the
contract terms. Third, key parties did not clearly articulate and understand critical
requirements at the outset. (idem, p. 8).

Percebe-se que a empresa VaxGen é citada quando mencionado o estágio inicial


das pesquisas para a elaboração da vacina contra o Antraz, que não deveria ser delegado
à uma empresa tão pequena essa gigantesca responsabilidade, pois os estudos para a
fabricação e produção dessa vacina estariam em estágio embrionário. O documento cita
ainda que a empresa não realizou as pesquisas necessárias, nem atingiu resultados de
eficácia da vacina. Outra irregularidade apontada no primeiro projeto é de que o governo
exigia a fabricação de 75 milhões de doses da vacina, porém, a empresa deveria entregar
apenas 1/3 ou 25 milhões de doses em dois anos8.
Outro apontamento que chama atenção foram as justificativas da ASPR quando
perguntada da escolha dessa empresa, alegando a urgência da fabricação e produção
do medicamento, e que as chances de sucesso giravam em torno de 80 a 90%, quando o
discurso da própria empresa era de que as chances de sucesso estariam apenas entre 10
a 15% justamente pelo fato de que suas pesquisas ainda estavam num estágio embrio-
nário9. Mas determinadas lideranças políticas norte-americanas não desejavam esperar
mais tempo, demonstrando a influência dos lobbies na afirmação do emergente CIMB.

DONALD RUMSFELD E O CASO TAMIFLU

Entre 2008 e 2009, a mídia internacional noticiou uma suposta elevada letalidade
do vírus da gripe H1N1, associada a sua característica de pandemia global, provocan-
do verdadeira histeria planetária10. Falava-se inclusive na repetição da terrível gripe
espanhola, que dizimou parcela expressiva da população ocidental no inicio do século
passado.
Em 2005, outra histeria fabricada havia sido ensaiada com o surto da gripe
aviária. Mas foi com o H1N1, que o governo Bush alcançou criar o bilionário “Fundo de
Emergência para Combate a uma possível Pandemia Global”, base financeira de novos
ramos do CIMB. Seu secretário de Defesa da época, Donald Rumsfeld, foi justamente

8 ASPR’s decision to launch the VaxGen procurement contract for the rPA anthrax vaccine at an early stage of development,
combined with the delivery requirement for 25 million doses within 2 years, did not take the complexity of vaccine
development into consideration and was overly aggressive. Citing the urgency involved, ASPR awarded the procurement
contract to VaxGen several years before the planned completion of earlier (2007, p. 8).
9 At the time of the award, ASPR officials had no objective criteria, such as Technology Readiness Levels (TRL), to assess
product maturity. They were, however, optimistic that the procurement contract would be successful. One official described
its chances of success at 80 percent to 90 percent. However, a key official at VaxGen told us at the same time that VaxGen
estimated the chances of success at 10 percent to 15 percent. When we asked ASPR officials why they awarded the
procurement contract when they did, they pointed to a sense of urgency at that time and the difficulties in deciding when to
launch procurement contracts (2007, p. 9).
10 Um dos principais meios de comunicação on-line brasileiro noticiou de três a quatro vezes por dia, entre junho e julho de
2009, sobre a possibilidade da pandemia H1N1 chegar ao país. Noticiava ainda quase que instantaneamente os casos de óbito
ocorridos no país naquele ano. Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/saude/arquivo. Acessado em 11/09/2009.

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o presidente da empresa Gilead Sciences Inc. no período de 1997 a 2001, e atualmente


possui ações dessa companhia. Essa empresa de biotecnologia era quem detinha os
direitos patenteados11 do antiviral TAMIFLU, o único medicamento reconhecido
oficialmente como eficiente para o tratamento da gripe H1N1.
“Adepto às ideias da ‘Escola de Chicago’ e amigo íntimo do economista liberal
Martin Friedman, veteranos ‘senhor das guerras’ e de intervenções no chamado
‘tratamento de choque’ econômico” (KLEIN, 2008, p. 17), Rumsfeld sempre fora
ligado à política, iniciando sua carreira pública aos 25 anos, em 1957, como assistente
no Congresso dos EUA. Em 1962, foi eleito deputado pelo Partido Republicano, e
reeleito, sucessivamente, em 1964, 1966 e 1968. Como adepto dos ideais republicanos,
sempre defendeu a política de defesa, o que lhe rendeu em pouco tempo o respeito
dos militares12. Em 1975, torna-se o mais jovem secretário de Defesa dos EUA, e nesse
momento já intervêm militarmente no Chile do então presidente Salvador Allende com
sua ‘terapia de choque’ seguido pelo caos econômico no país onde “medo e desordem
são os catalisadores de um novo salto para frente (KLEIN, 2008, p. 18), forçando o Chile
para a abertura econômica e adesão ao livre-comércio, sendo esse um dos episódios
que marcam a grande influência de Donald Rumsfeld no meio político e militar
estadunidense.
Rumsfeld afastara-se da vida política brevemente em razão da ascensão dos de-
mocratas ao poder, então assumindo a administração da GD Searle (1977-1985), empre-
sa do ramo farmacêutico de renome internacional. Durante sua administração, ganha
importantes prêmios, como o Outstandin Chief Executive Office (1980). Paralelamente,
presidia a General Instrument Corporation (1980-81)13, empresa especializada na fabri-
cação de produtos de alta tecnologia.
Em 1997, Rumsfeld assume a presidência do conselho da Gilead Sciences Inc.,
permanecendo até 2001, momento em que retorna à vida pública como secretário de
Defesa de George W. Bush. No site da Gilead Sciences Inc., pode-se encontrar uma
matéria sob o título “Donald H. Rumsfeld Named Chairman of Gilead Sciences”14
(Donald H. Rumsfeld nomeado presidente da Gilead Sciences Inc.) (Foster City, CA
- January 3, 1997) , relatando sua íntima ligação com as empresas de biotecnologia, o
governo e os militares15.
De fato, Rumsfeld procurou favorecer as empresas pelas quais passou, mesclando
interesses pessoais, políticos e por vezes militares, dois casos nos chamam a atenção
nesse momento, o primeiro foi a aprovação extraodinária em Janeiro de 1981 do
“Aspartame”, um adoçante artificial. Relato da contido no site da Monsanto (empresa
que comprou GD Searle e deteve a patente desse produto até 1992) apresenta possíveis
irregularidades na aprovação desse produto:

11 No momento em que o pânico dominava o mundo, a única empresa detentora da patente era a Gilead Science Inc., que junto
com a Roche, produziam e comercializavam esse medicamento.
12 Disponível em http://www.biografiasyvidas.com/biografia/r/rumsfeld.htm. Acessado em 02/10/2010.
13 Disponível em http://www.defense.gov/specials/secdef_histories/bios/rumsfeld.htm. Acessado em 08/10/2010.
14 Donald Rumsfeld nomeado presidente da Gilead Sciences Inc. (Tradução nossa).
15 Disponível em http://www.gilead.com/wt/sec/pr_933190157/. Acessado em 19/05/2011.

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Em 1980, a U.S. Food and Drug Administration (FDA) concluiu que o aspartame não
causa danos ao cérebro, mas não emitiu sua aprovação, citando dados insuficientes
sobre câncer. Em 1981, a FDA confiou em informações de um estudo feito no Japão e
aprovou o aspartame para uso em alguns alimentos secos. Em 1983, a FDA aprovou o
uso do aspartame em bebidas com gás e alimentos assados. Antes de 1996, o asparta-
me obteve a aprovação da FDA para todos os produtos alimentícios16.

Possivelmente usando seu poder no meio político o presidente da GD Searle


acelerou o processo para inserção desse produto ao mercado, gerando inúmeras dis-
cussões sobre os malefícios que esse produto causa nos seres humanos, no entanto esse
assunto nos leva a outra discussão que não vêm ao caso nesse momento. Outro acon-
tecimento que merece nossa atenção neste artigo, além de mais recente envolve direta-
mente, militares, políticos e uma empresa pela qual Rumsfeld presidiu até 2001 sendo
ela a Gilead Sciences Inc. Os lucros dessa empresa tiveram um salto extraordinário já
em 2005, arrecadando em torno de US$ 1 bilhão, quantia quatro vezes maior do que um
ano antes, quando sua receita alcançara US$ 258 milhões. Esse sobressalto vertiginoso
em sua arrecadação se deve em partes, ao fato de que Rumsfeld apresenta uma carta ao
senado norte-americano alertando sobre a necessidade de proteger as tropas militares
estacionadas pelo mundo contra essas novas gripes que surgiram. Incitando o governo
norte-americano a criar o “Fundo de Emergência de Combate a uma Possível Pandemia
Global” e ao mesmo tempo comprar 58 milhões de dólares em doses do TAMIFLU.
Em 2008, a Gilead Sciences Inc. anuncia outro boom em sua receita agora ba-
tendo em 5,34 bilhões de dólares, crescimento de 26% da receita em relação a 2007. É
perceptível nessa ascensão da arrecadação da empresa sua correspondência com os pe-
ríodos das supostas pandemias gripais, quando vendas dos medicamentos antigripais
ascendem na mesma proporção. O gráfico 1 apresenta justamente essa relação positiva
entre a ascensão dos lucros da empresa Gilead Sciences Inc. nos anos de 2004 e 2005
com o suposto surto planetário da gripe aviária – ainda que particularmente centrada
nos países asiáticos, e ainda nos anos de 2007 e 2008 com a “gripe suína”.

16 Informação disponível no próprio site da Monsanto http://www.monsanto.com.br/institucional/para_sua_informacao/


aspartame_nutrasweet.asp acessado em 20/05/2011

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DOUGLAS RUNDVALT; EDU SILVESTRE ALBUQUERQUE

Gráfico 1 - Lucros da Gilead Sciences Inc. de 2004 a 2008 – em bilhões de US$

(Bilhões de dólares)
4

0
Ano 2004 2005 2007 2008
Arrecadação (bilhões de dólares)

Percebe-se a ascensão dos lucros em períodos de medo de uma pandemia gripal


a nível mundial nos anos de 2004-2005 e 2007-2008.
Org: RUNDVALT, 2011.

Apesar de uma das mais novas empresas no ramo da biotecnologia, iniciando


seus trabalhos apenas em 1987, a Gilead Sciences Inc. já se destacava na produção de
medicamentos para o tratamento do vírus HIV, além de comercializar várias drogas
para o tratamento de gripes do tipo “A” e “B”. Mas mesmo com este portfólio, a empresa
apresentou déficits no orçamento, até que em 1991 consegue financiamento privado para
desenvolver bloqueadores no tratamento de câncer.
A empresa investiu em torno de 93 milhões de dólares, em 8 anos de pesquisa,
para apresentar ao mercado seu primeiro produto, o VISTIDE, usado no tratamento de
infecções nos olhos, de modo que em meados da década de 1990 seu crescimento já era
inegável.
Mas essa extraordinária ascensão dos lucros da empresa somente ocorreu com uma
maior aproximação com os políticos e o Estado norte-americano, por meio de compras
governamentais direcionadas a seu portfólio. Somente então as vendas dos medicamen-
tos patenteados pela empresa aumentaram em 501% no curto intervalo de 1998 a 2001,
antes mesmo do TAMIFLU17.
Com a explosão da demanda de antivirais capazes de conter uma possível pandemia
global de gripe, a empresa procura por parcerias com concorrentes de porte mundial.
Essas parcerias servem para aumentar a base de produção e a rede de comercialização de
alguns medicamentos. É o caso da gigante Roche, com quem acabaria se fundindo para
dar origem a uma das maiores parcerias mundiais no ramo. Conforme o site da própria
Gilead Sciences Inc.:
(...) a ameaça global de uma pandemia de gripe aviária em potencial tem desafiado
os governos, as autoridades de saúde pública e a indústria farmacêutica as quais se
unem em parceria com o propósito de estabelecer um plano global de luta contra esta

17 Disponível em http://www.fundinguniverse.com/company-histories/Gilead-Sciences-Inc-Company-History.html
acessado em 05/10/2010.

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A ESTRUTURAÇÃO DO COMPLEXO INDUSTRIAL-MILITAR-BIOTECNOLÓGICO E A QUESTÃO DA ...

doença mortal. Além desta ameaça, a gripe sazonal também aponta surtos e resulta
em centenas de milhares de mortes anualmente em todo o mundo. E nesse momento
a nossa disputa terminou com a Roche, em um esforço para trabalhar em conjun-
to, com a máxima diligência para resolver esta necessidade de saúde pública global
(16/11/2005)18.

Essas empresas anunciaram que a fusão se deu para a produção e comercialização


em larga escala do antiviral TAMIFLU19, e ocorreu no mesmo mês e ano em que o senado
norte-americano aprovava o “Fundo de Emergência para Combate e uma Possível
Pandemia Global”, depois do alerta do secretário de Defesa Donald Rumsfeld da
necessidade de vacinação das tropas contra as novas gripes.
Essa fusão entre as duas gigantes visava encerrar as disputas comerciais entre am-
bas, aproveitando as oportunidades da exploração conjunta de mercados globais viabili-
zados pelo capitalismo financeiro e pela formação de monopólios internacionais. Nesse
novo modelo, “as empresas deixam de lado a competição direta para explorarem novos
mercados através do desenvolvimento de novas técnicas e da maximização das estrutu-
ras logísticas.” (SANTOS, 2007, p. 46).
Uma externalidade ao governo norte-americano, é que ao “salvar o mundo” das
pandemias gripais, fortalece-se o discurso de hegemonia benevolente dos Estados Unidos,
o que acaba servindo de substrato ideológico para justificar a retomada do padrão de
acumulação de capitais pela via da espoliação (HARVEY, 2003).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste artigo foram apresentados dois estudos de caso para iniciar uma discussão
que vai além de meras “teorias conspiratórias”, onde desvelamos as ligações entre mili-
tares, políticos e industriais nos Estados Unidos no atual período de crise de acumulação
e de hegemonia.
Essas profundas ligações entre meio militar e político e as indústrias de biotecno-
logia foram demonstradas para o caso do Projeto Escudo de Biodefesa e em particular,
na produção da vacina TAMIFLU. A intenção de manipular parte do orçamento público
dos Estados Unidos em beneficio de umas poucas empresas e pessoas torna-se evidente
nestes estudos de caso apresentados e que, de resto, parecem interligados.
Presenciamos uma espécie de dèja vu quando lembramos a denúncia do presidente
D. Eisenhower, ainda na década de 1950, da manipulação dos militares e dos CIM’s do
orçamento e da opinião pública do país. Agora, a “vontade política” dos EUA formada
por altos escalões políticos e militares aprofunda os complexos industriais e militares ao
integrarem as novas tecnologias biológicas.
Desde o advento das guerras gerais do capitalismo e também os períodos de crise
sistêmica que as estratégias imperialistas e de desenvolvimento de tecnologias de uso dual

18 Disponível em http://www.gilead.com/pr_783456 acesso em 02/10/2010 (Tradução nossa).


19 Somente os royalties pagos à Roche referentes ao TAMIFLU quase alcançaram os 500 milhões de dólares

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são mobilizadas pelos países centrais para retomarem a reprodução capitalista ampliada,
ainda que pela velha forma de sempre: a produção do medo.

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Recebido em 13/02/2012
Aceito para publicação em 25/05/2012

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