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UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS 

Curso: Ciência da Computação 

Disciplina: Fundamentos de Matemática para Computação I 

Professor: Armando Peixoto 

Aluno: ______________________________________________ 

Notas de Aulas 

LÓGICA FORMAL 

Salvador, julho de 2006. 
Piada sobre Lógica 
 

⁻ Um caipira encontra um professor com um livro debaixo do braço. Pergunta, 

então: 

⁻ O que isso, moço? 

⁻ É um livro de Lógica!, reponde o professor. 

⁻ Lógica? Pra que serve isso? 

⁻ Lógica é uma coisa que ajuda a gente a raciocinar, a tirar conclusões. Por 

exemplo, Você tem cachorro em casa?, pergunta o professor. 

⁻ Tenho, sim senhor. 

⁻ Então, quando você chega em casa, ele faz festa. 

⁻ Faz, sim senhor. 

⁻ E daí, traz seu chinelo na boca. 

⁻ Traz, sim senhor. 

⁻ Então você não tem chulé! 

⁻ É verdade! Qui maravilha, sô! 

⁻ Viu? É assim que funciona a Lógica. 

O caipira, empolgado com o que aprendera, compra o livro de Lógica e vai mostrar 

a um amigo: 

⁻ Cumpadre, veja que trem bão é a Lógica! 

⁻ Lógica? Que é isso? 

⁻ Deixa eu mostrar procê: Ocê tem cachorro em casa? 

⁻ Não, responde o amigo. 

⁻ Então ocê tem um chulé brabo, cumpadre! Não é verdade? 

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ÍNDICE 
 

1.  O que é uma Proposição? ...................................................................................................... 4 

2.  Negação de uma proposição simples .................................................................................. 5 

3.  Proposições compostas e seus conectivos .......................................................................... 5 

4.  Tautologias ou proposições logicamente verdadeiras ................................................... 11 

5.  Relação de Implicação ........................................................................................................ 12 

6.  Relação de Equivalência ..................................................................................................... 12 

7.  Proposições equivalentes .................................................................................................... 13 

8.  Quantificadores.................................................................................................................... 14 

9.  Negação de proposições com quantificadores ................................................................. 14 

10. Método Dedutivo ................................................................................................................. 14 

11. Forma Normal das Proposições ........................................................................................ 15 

12. Forma Normal Conjuntiva (FNC) ..................................................................................... 15 

13. Forma Normal Disjuntiva (FND) ...................................................................................... 16 

14. Argumentos ........................................................................................................................... 16 

15. Exercícios ............................................................................................................................... 19 

16. Referências Bibliográficas .................................................................................................. 24 

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1. O que é uma Proposição?

1.1. Definição: Chama-se proposição a todo conjunto de palavras ou símbolos que


exprimem um pensamento completo, satisfazendo as seguintes premissas (ou axiomas):
a) Ser verdadeira (V ou 1) ou falsa (F ou 0) não admitindo qualquer outra possibilidade
(Princípio do Terceiro Excluído);
b) Não ser verdadeira e falsa simultaneamente (Princípio da Não-Contradição).

Pelos dois princípios anteriores temos que: Toda proposição tem um e somente um dos
valores lógicos, verdade ou falsidade.

1.2. Exemplos:
a) p: A lua é um satélite da terra – Valor lógico (V)
b) q: Nos EUA o inglês é a língua oficial – Valor lógico (V)
c) r: Todo número que divide 12 divide 6 – Valor lógico (F)
d) s: Dez é menor do que sete – Valor lógico (F)
e) t: Existe vida em outros planetas. É uma proposição já que é falsa ou verdadeira.
x
f) u: ∀ x ∈ R, = 1 – Valor lógico (F).
x

1.3. Contra-Exemplos:
a) Que dia é hoje? Temos uma frase interrogativa que não é uma oração declarativa.
b) Viva o curso de Ciência da Computação! Temos uma frase exclamativa que não é
uma oração declarativa.
c) Ela é muito talentosa. Não é uma proposição. Não é falsa nem verdadeira, pois “ela”
não está especificada, e mesmo que estivesse teríamos uma controvérsia.

d) x 2 − 1 = 0 . Expressa uma sentença aberta (função proposicional), logo não


declarativa.
Nota: Para transformar uma sentença aberta numa proposição, basta atribuir valores
às variáveis existentes ou fazer uso dos Quantificadores Universal e/ou Existencial,
os quais serão estudados na página 14. Seguem exemplos de proposições envolvendo

a sentença aberta citada acima: i) x 2 − 1 = 0 para x = ±1 (V); ii) ∀x ∈ R, x 2 − 1 = 0

(F); iii) ∃ x ∈ R ; x 2 − 1 = 0 (V) e iv) ∃ | x ∈ R ; x 2 − 1 = 0 (F).

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2. Negação de uma proposição simples

Dada uma proposição p, a negação de p é a proposição que indicaremos por ~p, cujo valor
lógico é verdadeiro quando p é falso e cujo valor lógico é falso quando p é verdadeiro. Segue
abaixo uma tabela-verdade para representar este fato.

p ~p
V F
F V

Exemplos:
a) p: Paris é capital do Japão (F). ~p: Paris não é capital do Japão (V)
b) q: 5>3 (V). ~q: 5 ≤ 3 (F)
c) r: π ∈ Q (F). ~r: π ∉ Q (V)
d) s: 7 não é um número par (V). ~s: 7 é um número par (F).

A negação da negação de uma proposição p tem o mesmo valor lógico de p. Mais


geralmente podemos escrever:
⎧ p se n é par
~ (~ (~ (L ~ (p)))) ≡ ⎨ .
14 4244 3 ⎩ ~p se n é ímpar
n

3. Proposições compostas e seus conectivos

3.1. Definição: Chama-se de proposição composta aquela formada pela combinação de duas
ou mais proposições simples, ligadas por conectivos (símbolos lógicos).
Tipos de símbolos lógicos:
a) p ∧ q - Conjunção. Lê-se: p e q.
b) p ∨ q - Disjunção (inclusiva). Lê-se: p ou q
c) p ∨ q - Disjunção Exclusiva. Lê-se: ou p ou q. Embora, quando não houver
duplicidade de interpretação, basta escrever “p ou q”, como por exemplo: o aluno
após as avaliações será aprovado ou reprovado. Outro exemplo, “ou canto ou
assovio”, desta forma podermos dispensar o primeiro “ou”, transformando em
“canto ou assovio”.
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d) p → q – Condicional. Lê-se: “Se p, então q” ou “p é condição suficiente para q”
ou “q é condição necessária para p” ou ainda “q, se p”.
e) p ↔ q – Bicondicional. Lê-se: “p se, e somente se q” ou “p é condição necessária
e suficiente para q” ou “q é condição necessária e suficiente para p”.
Ademais, temos:

Expressão
Expressão em Português Conectivos Lógicos
Lógica
não p
É falso que p... Negação ~p
Não é verdade que p...
e; mas; também; além disso, embora, assim
como; Tanto p como q; Não só p, mas também q; Conjunção p∧q
apesar de
ou Disjunção p∨q
Se p, então q
p, logo q
p somente se q
q, se p Condicional p→q
q segue de p
p é uma condição suficiente para q
q é uma condição necessária para p
p se, e somente se, q
Bi-condicional p↔q
p é condição necessária e suficiente para q

3.2. Conjunção: Quando duas proposições simples p e q estão ligadas pelo conectivo ∧ , a
proposição composta resultante é chamada conjunção de p com q. Por exemplo,
“Caetano Veloso é baiano e 2 + 2 = 5 ”, “Platão era grego e Pilatos era romano” são
proposições que representam conjunções de proposições simples. O conceito ∧ traduz
um sentido de simultaneidade, isto é, uma proposição do tipo p ∧ q é verdadeira apenas
quando p e q são verdadeiras simultaneamente. Observe a tabela-verdade abaixo.

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p q p∧q
V V V
V F F
F V F
F F F

Construir em sala de aula o diagrama de Venn (matemático britânico do século XIX,


John Venn) e o circuito de chaveamento correspondente.

A conjunção goza das seguintes propriedades: comutativa, associativa, tem um elemento


neutro (o valor lógico 1) x ∧ 1 = x e possui um elemento absorvente (o valor lógico 0)
x∧0=0.

3.3. Disjunção inclusiva ou simplesmente Disjunção: Quando duas proposições simples p e


q estão ligadas pelo conectivo ∨ , a proposição composta resultante é denominada
disjunção de p com q. A partícula ou, na linguagem natural, pode traduzir tanto a idéia de
possibilidades mutuamente exclusivas (ou ocorre isso, ou ocorre aquilo), como a de que
pelo menos uma das hipóteses ocorre. Por exemplo, “Irei ao cinema ou ao teatro” traduz
uma idéia de exclusão, enquanto que em “Amanhã choverá ou fará frio” o que se
pretende garantir é a ocorrência de pelo menos um dos fenômenos, sendo possível que
ambos ocorram. Na Lógica Formal, no entanto, o conectivo ou é sempre usado com o
sentido não-exclusivo. A disjunção só é falsa se p e q forem falsas. Observe a tabela-
verdade a seguir:

p q p∨ q
V V V
V F V
F V V
F F F

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Construir em sala de aula o diagrama de Venn e o circuito de chaveamento
correspondente.

A disjunção possui as seguintes propriedades: comutativa, associativa, tem um elemento


neutro (o valor lógico 0) x ∨ 0 = x e possui um elemento absorvente (o valor lógico 1)
x ∨1=1.

Propriedades mistas:
a) A disjunção é distributiva em relação à conjunção;
b) A conjunção é distributiva em relação à disjunção;
c) Para todo elemento x, existe um e um só elemento ~ x , tais que x∨ ~ x = 1 e x ∧ ~ x = 0 .

3.4. Disjunção Exclusiva: “ou p ou q”


p q p∨ q
V V F
V F V
F V V
F F F

Construir em sala de aula o diagrama de Venn e o circuito de chaveamento


correspondente.

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3.5. Condicional: Se p, então q. Por exemplo, “Se o pássaro canta, então está vivo” e “Se
chover, então não irei à Unifacs”. Algumas vezes, o “então” fica subentendido, como por
exemplo: “Se o Bahia ganhar, João fará um churrasco” e “Se beber, vá de táxi”. Num
condicional, na linguagem corrente, freqüentemente, as proposições simples constituintes
traduzem uma idéia de “causa” e “efeito”: é como se a segunda decorresse da primeira.
Como negar um condicional? No exemplo anterior, quando a promessa feita por João terá
sido quebrada? Ou seja, quando a condicional será falsa? A resposta é: apenas no caso de o
Bahia vencer o jogo e João não oferecer o churrasco. Isto é, a condicional “se p, então q” é
falsa quando se tem, simultaneamente, p verdadeira e q falsa; em qualquer outro caso, a
condicional é verdadeira.
Pode parecer um pouco estranho que a condicional “se p, então q” seja verdadeira no caso
em que a proposição p é falsa, mas isso traduz a idéia intuitiva de que, não ocorrendo a
“causa”, não existe o compromisso de o “efeito” ocorrer. No nosso exemplo, caso o Bahia
perca ou empate o jogo, ficará a critério de o João oferecer ou não o churrasco. Em qualquer
uma dessas situações, a condicional não será negada, não será falsa. Ademais, a condicional
exprime uma idéia do que é viável ou do que pode acontecer. Observe a tabela-verdade a
seguir:

p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V

Construir em sala de aula o diagrama de Venn e o circuito de chaveamento correspondente.

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3.6. Bicondicional: “p se, e somente se q”. Quando duas proposições são logicamente bi-
condicionadas, uma delas é verdadeira quando e somente quando a outra o for; e será falsa,
quando e somente quando a outra o for. É como se uma delas acarretasse a outra e vice-versa,
ou seja, intuitivamente, como se cada uma pudesse ser considerada, simultaneamente, causa e
efeito da outra. Do ponto de vista da Lógica Formal, elas afirmam a mesma coisa. Observe a
tabela-verdade dada abaixo:

p q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Construir em sala de aula o diagrama de Venn e o circuito de chaveamento correspondente.

Estabeleceremos, agora, a ordem de precedência observada entre as operações lógicas


(conectivos) estudas anteriormente, que é a seguinte:
a) ~ (negação);
b) ∧ e ∨ (conjunção e disjunção);
c) → (condicional);
d) ↔ (bicondicional).
Esta ordem de precedência entre os conectivos tem a finalidade de permitir a identificação da
forma da proposição composta, conforme mostramos a seguir:
Assim, a proposição composta p ↔ q → r é da forma bi-condicional; a proposição

p∨ ~ q → q ∧ r encontra-se na forma condicional; ao passo que, p ∨ ( ~ q → q ∧ r ) é

composta por uma disjunção. Portanto, a correta colocação de parênteses, quando for o caso,
é de extrema importância.
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Exemplo: A proposição composta p → q ↔ s ∧ r é uma bicondicional e nunca uma
condicional ou, menos ainda, uma conjunção. Fazendo uso de parênteses na expressão
anterior, pede-se para convertê-la numa proposição condicional e numa proposição
conjuntiva.
Solução:

4. Tautologias ou proposições logicamente verdadeiras

Quando uma proposição composta possui sempre o valor lógico V, independentemente dos
valores lógicos das proposições simples, esta proposição é denominada de Tautologia.
Exemplo: Construir em sala de aula.

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5. Relação de Implicação

Construída a Tabela-Verdade para P → Q, sendo P e Q duas proposições quaisquer (simples


ou composta), se em nenhuma linha ocorre o par (V , F), ou seja, não acontecer de P ser
verdadeira e Q ser falsa simultaneamente, dizemos então que P → Q é uma implicação lógica
e escreveremos P ⇒ Q.
Se P ⇒ Q, então P → Q é uma Tautologia.
Exemplo: Construir em sala de aula

6. Relação de Equivalência

Sejam P e Q duas proposições quaisquer, a proposição P é equivalente à proposição Q e


escreveremos P ⇔ Q se P ⇒ Q e Q ⇒ P. Portanto, não ocorre o par (V , F) nem o par (F , V),
isto é,
Se P ⇔ Q, então P ↔ Q é uma Tautologia.
Exemplo: Construir em sala de aula

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7. Proposições equivalentes

Vamos, agora, estabelecer algumas proposições equivalentes de extrema importância para o


estudo das proposições lógicas. Para estabelecermos tais equivalências, faremos inicialmente
o preenchimento da Tabela-Verdade abaixo usando as proposições expostas na legenda.

p q ~p ~q P Q R S T U X Y Z W A B C D E G
V V F F
V F F V
F V V F
F F V V
Legenda:
1) P :~ ( p ∧ q) 2) Q :~ p ∨ ~ q 3) R :~ ( p ∨ q)
4) S :~ p ∧ ~ q 5) T : p → q 6) U :~ ( p ∧ ~ q )
7) X :~ p ∨ q 8) Y :~ ( p → q) 9) Z : p ∧ ~ q
10) W : q → p 11) A : ( p → q) ∧ (q → p) 12) B : p ↔ q
13) C :~ q →~ p 14) D :~ ( p ↔ q) 15) E :~ p ↔ q
16) G : p ↔ ~ q

Conclusões: Fazer em aula

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8. Quantificadores

São expressões que, acrescentadas às sentenças abertas, transformam-nas em proposições.


Os quantificadores mais usados são:
8.1. Quantificador Universal (∀) que significa: Qualquer que seja, para todo, todo, etc.
8.2. Quantificador Existencial (∃) que significa: Existe, existe pelo menos um, algum, etc. O
quantificador “ ∃ | ” significa “existe somente um”.

9. Negação de proposições com quantificadores

A negação destas proposições é efetuada trocando-se o quantificador universal pelo


existencial (ou vice-versa); conservando-se o universo de definição (ou seja: os conjuntos
dos números complexos, reais, racionais, irracionais, inteiros ou naturais) e negando-se a
sentença aberta (ou seja: a função proposicional).

10. Método Dedutivo

Todas as implicações e equivalências forma demonstradas até aqui pelo “Método das
tabelas-verdade”. Vamos agora exemplificar a demonstração de implicações e equivalências
por um método mais eficiente, denominado “Método Dedutivo”.

Exemplos: Demonstrar as seguintes implicações:


10.1 C ⇒ p e p ⇒ T , onde p é uma proposição qualquer, C é uma contradição e T é
uma tautologia.
10.2 p ∧ q ⇒ p (Simplificação).
10.3 p ⇒ p ∨ q (Adição).

10.4 ( p → q) ∧ p ⇒ q (Modus Ponens).

10.5 ( p → q ) ∧ ~ q ⇒~ p (Modus Tollens).

10.6 ( p ∨ q) ∧ ~ p ⇒ q (Silogismo Disjuntivo).

10.7 p∧q⇒ p∨q.


10.8 p⇒q→ p.
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10.9 p ⇒~ p → q .
10.10 p →q⇒ p∧r →q.

Exemplos: Demonstrar as seguintes equivalências:


10.11 p → q ⇔ p ∧ ~ q → C (Redução ao Absurdo).
10.12 p → q ⇔ p∨q →q.

10.13 ( p → q ) ∧ ( p →~ q ) ⇔ ~ p .
10.14 p ∧ q → r ⇔ p → ( q → r ) (Exportação-importação).

10.15 ( p → r ) ∧ (q → r ) ⇔ p ∨ q → r .
10.16 ( p → q) ∨ ( p → r ) ⇔ p → q ∨ r .
10.17 ( p → r ) ∨ (q → s) ⇔ p ∧ q → r ∨ s .

11. Forma Normal das Proposições

Definição: Diz-se que uma proposição está na forma normal (FN) se, e somente se, quando
muito, contém os conectivos ~, ∧ e ∨ . Exemplificando, estão na forma normal (FN) as
seguintes proposições:
~ p ∧ ~ q , ~ ( ~ p∨ ~ q ) e ( p ∧ q ) ∨ ( ~ q ∨ r ) .

Há duas espécies de FN para uma proposição: a forma normal conjuntiva (FNC) e a forma
normal disjuntiva (FND), que a seguir vamos definir e exemplificar.

12. Forma Normal Conjuntiva (FNC)

Definição: Diz-se que uma proposição está na forma normal conjuntiva (FNC) se, e somente se,
são verificadas as seguintes condições:
a) Contém, quando muito, os conectivos ~, ∧ e ∨ ;
b) ~ não aparece repetido (como ~ ~) e não tem alcance sobre ∧ e ∨ , isto é, a negação só
incide sobre letras proposicionais;
c) A disjunção ( ∨ ) não tem alcance sobre a conjunção ( ∧ ), isto é, não há componentes do tipo
p ∨ (q ∧ r ) .

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Exemplificando, estão na FNC as seguintes proposições:
~ p ∧ ~ q , ~ p ∧ q ∧ r e ( ~ p ∨ q ) ∧ ( ~ q∨ ~ r ) .

Exemplo: Determinar a FNC das seguintes proposições:

a) ~ ((( p ∨ q ) ∧ ~ q ) ∨ ( q ∧ r )) ;
b) ( p → q ) ↔ ( ~ q →~ p ) ;
c) p ↔ q∨ ~ r .

13. Forma Normal Disjuntiva (FND)

Definição: Diz-se que uma proposição está na forma normal disjuntiva (FND) se, e somente se,
são verificadas as seguintes condições:
d) Contém, quando muito, os conectivos ~, ∧ e ∨ ;
e) ~ não aparece repetido (como ~ ~) e não tem alcance sobre ∧ e ∨ , isto é, a negação só
incide sobre letras proposicionais;
f) A conjunção ( ∧ ) não tem alcance sobre a disjunção ( ∨ ), isto é, não há componentes do tipo
p ∧ (q ∨ r ) .

Exemplificando, estão na FND as seguintes proposições:


~ p∨ ~ q , p ∨ ( ~ q ∧ r ) e ( p ∧ ~ q ) ∨ ( ~ p ∧ ~ q ∧ r ) .

Exemplo: Determinar a FND das seguintes proposições:


a) ( p → q) ∧ (q → p) ;
b) ~ ((( p ∨ q ) ∧ ~ q ) ∨ ( q ∧ r )) .

14. Argumentos

Sejam as proposições P1, P2 ,K , Pn (n ≥ 1) e Q proposições quaisquer, simples ou compostas.

Definição: Chama-se argumento toda a afirmação de que uma dada seqüência finita
P1, P2 ,K , Pn (n ≥ 1) de proposições tem como conseqüência ou acarreta uma proposição final Q.

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As proposições P1, P2 ,K , Pn dizem-se as premissas do argumento, e a proposição Q diz-se a
conclusão do argumento.

Um argumento de premissas P1, P2 ,K , Pn e de conclusão Q indica-se por:

P1, P2 ,K , Pn |⎯ Q , ou ainda P1 ∧ P2 ∧ K ∧ Pn |⎯ Q .
e se lê de uma das seguintes maneiras:
a) As proposições P1, P2 ,K , Pn acarretam Q;

b) Q decorre de P1, P2 ,K , Pn ;

c) Q se deduz de P1, P2 ,K , Pn ;

d) Q se infere de P1, P2 ,K , Pn .

Um argumento que consiste em duas premissas e uma conclusão chama-se silogismo, isto é, um
argumento da forma P1 ∧ P2 |⎯ Q .

Proposição: Um argumento P1 ∧ P2 ∧ K ∧ Pn |⎯ Q será válido se, e somente se, a condicional

P1 ∧ P2 ∧ K ∧ Pn → Q é tautológica.

Observe que, ao construir um argumento, pretendemos justificar a verdade da conclusão a partir


da verdade das premissas. Duas condições, portanto, são necessárias para que possamos garantir
a verdade de uma conclusão: a verdade das premissas e o recurso a uma argumentação coerente.
Se pelo menos uma das premissas é falsa, mesmo argumentando de modo coerente, não podemos
garantir a verdade da conclusão. E mesmo partindo de premissas verdadeiras, se recorrermos a
uma argumentação não coerente, a verdade da conclusão não pode ser garantida. Em geral, estas
duas condições são independentes.
Notemos que, partindo de premissas verdadeiras, um argumento válido NUNCA conduz a uma
conclusão falsa; é isso que garante a confiabilidade nos resultados da ciência.

Exemplos:

14.1) Para os itens de a) até j), testar, através de atribuição de valores lógicos, a validade dos
seguintes argumentos:

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P1 : p ∨ ~ q
P1 : p → q P1 : p → q P1 : p ∨ q P1 : p → q
P2 : p → r
a) P2 :~ q b) P2 :~ p c) d) P2 : p ∨ ~ q e) P2 :~ ( ~ p ∨ q )
P3 :~ r
∴~ p ∴~ q ∴p ∴p
∴~ q

P1 : p ∨ q
P1 : p ∨ q P1 : p ∨ q P1 : p ∨ q P1 : p ∨ ~ q
P2 : q → r
f) P2 : q → r g) P2 :~ p →~ q h) i) P2 : q → r j) P2 : q ∧ r
P3 :~ r
∴~ p → r ∴p ∴~ p → r ∴p
∴p

14.2) Testar a validade dos argumentos abaixo.

a) q →~ p, ~ (~ p) |⎯ ~ q b) p →~ q, p ∧ q |____ q
c) p → q, ~ ( ~ r ∨ q ) |____ ~ r →~ p d) p∨ ~ r , p → q, q → r , ~ s |____ ~ r

e) ( p → q ) ∨ ~ r , ~ r → s, ~ s ∨ q |____ q f) ~ p ∨ q, q →~ r |____ ~p

P1 : x = 0 → x ≠ y
P1 : 1 + x = 1 → x = 0
P2 : x = z → x = y
g) h) P2 : x ≠ 0 ∨ 2 x = 0
P3 : x = z
∴ 2x ≠ 0 → 1 + x ≠ 1
Q:x ≠0

P1 : p → ( q → r )
P2 : s → ( t → v )
i) P3 : q → s ∧ t
P4 :~ ( q ∧ v )
Q: p ↔ r

14.3) Considerando a estrutura lógica abaixo, verifique se é um argumento válido ou um


sofisma (argumento não válido)

p∨ ~ q, ~ ( ~ r ∧ s ) , ~ ( ~ p ∧ ~ s ) |____ ~ q → r .

14.4) Você foi convocado a participar do júri em um processo criminal. O advogado de defesa
argumenta: “Se meu cliente fosse culpado, a faca estaria na gaveta. Ou a faca não estava
na gaveta ou Jason Pritchard viu a faca. Se a faca não estava lá no dia 10 de outubro,
então Jason Pritchard não viu a faca. Além disso, se a faca estava lá no dia 10 de outubro,
então a faca estava na gaveta e o martelo esta no celeiro. Mas todos sabemos que o

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martelo não estava no celeiro. Portanto, senhoras e senhores, meu cliente é inocente”. O
argumento do advogado está correto? Qual seria o seu voto?

14.5) Testar a validade do argumento P1, P2 , P3 |⎯ Q sabendo-se que:


P1 : Se chove e é sábado, então fico em casa
P2 : Se não chove, ando na praia

P3 : Hoje é sábado
Q: Hoje, eu fico em casa ou ando na praia.

15. Exercícios

1) Dar a negação das seguintes proposições:


(a) A cidade é grande e não dorme.
(b) Se Rui Barbosa é soteropolitano, então é baiano.
(c) Se não for o Curso de Ciência da Computação da Universidade Salvador, desista.
(d) Se x 2 = 9 , então x = 3 ou x = −3 .
(e) ∀x ∈ N, ∃ y ∈ N; xy = 1 .

(f) x ∈ R se, e somente se, x ≥ 0 .


(g) Se existem boas mulheres, então todo homem será bem amado.
(h) Choro, se penso em ti.
(i) “Se um dia eu fosse teu e fosses minha, o nosso amor conceberia um mundo e do teu
ventre nasceriam deuses”.
(j) ( p ∧ ~ q) ∨ ( p → q)
(k) (~ q → p) ∧ ( p ∨ q)

2) Se p é falsa e ~q é verdadeira, então as proposições falsas são:


(a) ~ p → q (b) ~ p ∧ ~ q (c) p ∨ q
(d) ( p ∧ q) → ( p∨ ~ q) (e) p →~ q (f) p ↔ q
(g) q∨ ~ (~ p)

3) A condicional ~ p → q é falsa. Obtenha os valores lógicos das proposições p e q.

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4) A proposição p ↔ q é verdadeira e ~p é falsa, então as proposições cujo valor lógico é
verdadeiro são:
(a) ~ p ∧ ~ q (b) p ∧ ~ q (c) p → q

5) Os itens equivalentes à proposição “Se um número termina em zero então é par”, são:
(a) Se um número é par então termina em zero
(b) Se um número não é par então não termina em zero
(c) Um número não termina em zero ou é par

6) Sejam as proposições: p: o estudante é atleta e q: o estudante é forte. Quais das proposições


abaixo representam simbolicamente a proposição “O estudante é fraco, se é atleta”?
(a) p → q (b) p → ~ q (c) p ∧ ~ q (d) ~ ( p ∧ q)

7) Quais das proposições abaixo são equivalentes a ~ p ∧ q ?


(a) p ∧ ~ q (b) ~ ( p∨ ~ q) (c) ~ (~ p ∧ q) (d) ~ ( q → p )

8) Classifique em verdadeira (V) ou falsa (F) as proposições abaixo.

(a) ( ) ∀ x ∈ R, x −1 ∈ R

(b) ( ) ∃ x ∈ R; x 2 + 1 = 0
(c) ( ) ∃ x ∈ R; x + 1 = 6
(d) ( ) ∀ x ∈ R, x / x = 1

(e) ( ) ∀ x ∈ R, ( x 2 − 4) = ( x + 2)( x − 2)

(f) ( ) ∃ | x ∈ R; x 2 − 5 x + 6 = 0

(g) ( ) ∀ x ∈ R, x 2 − x + 1 > 0

(h) ( ) ∀ x ∈ R, x 2 − 3x + 2 < 0
(i) ( ) ∀ x ∈ R, ∀ y ∈ R, x + y = 4
(j) ( ) ∀ x ∈ R, ∃ y ∈ R; x + y = 4

(k) ( ) ∃ x, y ∈ R; x 2 + y 2 = 1
(l) ( ) ∀ x ∈ R, ∃ y ∈ R; ( x − 2) y = 0
(m) ( ) ∀ x ∈ R, ∀ y ∈ R; ( x − 2) y = 0

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9) Qual é a negação da proposição ∀ ε > 0, ∃ δ > 0; 0 < x − a < δ ⇒ f ( x ) − L < ε ?

10) Demonstre as seguintes equivalências:


(a) p ∨ ( q ∧ r ) ⇔ ( p ∨ q) ∧ ( p ∨ r )
(b) ~ ( p ∧ q) ⇔ ~ p ∨ ~ q
(c) ~ ( p ∨ q) ⇔ ~ p ∧ ~ q
(d) ( p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ ( q ∧ r )
(e) ( p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ ( q ∨ r )
(f) p ↔ q ⇔ ~ p ↔~ q
(g) ~ ( p → q) ⇔ p ∧ ~ q

11) Sejam as proposições p: Bill Gates adora computador e q: Dadá Maravilha nunca foi
campeão de pingue-pongue. Escreva cada proposição abaixo na linguagem corrente.
(a) ~ p (e) p → ~ q
(b) p ∧ q (f) p ∨ ~ q
(c) p ∨ q (g) ~ p ∧ ~ q
(d) q ↔ p (h) p ∧ ~ q → p

12) Sejam p: Ele fala inglês e q: Ele fala alemão. Escreva cada uma das proposições seguintes
sob a forma simbólica usando p e q.
(a) Ele não fala inglês e nem fala alemão.
(b) Não falar inglês é não falar alemão.
(c) Ninguém fala alemão, se não falar inglês.
(d) Ele não pode falar ao mesmo tempo inglês e alemão.
(e) Ele não fala inglês, porém fala alemão.
(f) Ele não fala inglês ou, ainda ele fala ao mesmo tempo inglês e alemão.

13) Supondo que:


(a) V(p ∨ q) = V e V(~ p → ~ r) = F, determine o V(p), V(q) e V(r).
(b) V(p → ~ s) = F, determine V(~ s → r ∨ p)

14) Construa as tabela-verdades das seguintes proposições:


(a) ~ (p ∧ ~ q)
21
(b) p ∧ q → p ∨ q
(c) ~ p → (q → p)
(d) ( p ↔ p ∧ ~ p ) ↔ ~ p
(e) ( p ↔ ~ q) ↔ q → p
(f) [ (p ∧ r) ∨ (q ∧ ~ r) ] ↔ [ (~ p ∧ r) ∨ (~ q ∧ ~ r) ]
(g) p → ( p → ~ r) ↔ q ∨ r
(h) ( p ∨ q ) ∧ ~ p → q

15) Verifique quais das proposições acima (ou seja, da questão 14) são tautológicas e quais são
contradições.

16) Mostre que as proposições " x = 2 ∨ x ≥ 3 " e " ~ (x< 3 ∧ x ≠ 2) " são equivalentes.

17) Mostre sem utilizar a tabela verdade que: p ↔ q ⇔ ( p ∧ q) ∨ ( ~ p ∧ ~ q).

18) Utilizando propriedades simplifique as seguintes proposições:


(a) p ∧ ~ (p ∧ ~ q)
(b) [( p ∨ q ) ∧ ~ p ] ∨ ~ (p ∨ q )
(c) ~ ( ~ p → ~ q )
(d) ~ ( p ∨ q ) ∨ ( ~ p ∧ q )
(e) ( p → q ) ∧ ( ~ p → q )

19) Dada a condicional: Se x2 é impar então x é impar, determine: a sua recíproca, a


contrapositiva e a recíproca da contrapositiva.

20) Verifique a validade dos argumentos, justificando suas respostas:


a) Bruno vai ao cinema ou ao teatro b) Se trabalho, não posso estudar
Se Bruno vai ao teatro então telefona Trabalho ou passo em Álgebra
Bruno não telefona Trabalhei
Logo, Bruno foi ao cinema. Logo, passei em Álgebra.
c) Se eu for ao cinema e estudar então irei à praia d) p1 : x = y → x = z
Se eu não for ao cinema ou não estudar, então terei boas p2 : x = z → x = 1
notas p3 : x = 0 → x ≠ 1

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Não fui à praia p4 : x = y
Portanto, terei boas notas. ∴x ≠ 0

21) (Poscomp – 2002) Assinale o argumento válido, onde S1 , S2 indicam premissas e S a


conclusão:
(a) S1: Se o cavalo estiver cansado então ele perderá a corrida
S2: O cavalo estava descansado
S: O cavalo ganhou a corrida
(b) S1: Se o cavalo estiver cansado então ele perderá a corrida
S2: O cavalo ganhou a corrida
S: O cavalo estava descansado
(c) S1: Se o cavalo estiver cansado então ele perderá a corrida
S2: O cavalo perdeu a corrida
S: O cavalo estava cansado
(d) S1: Se o cavalo estiver cansado então ele perderá a corrida
S2: O cavalo estava descansado
S: O cavalo perdeu a corrida

22) Use a demonstração indireta (por absurdo) para verificar se os quatro argumentos dados a
seguir são válidos.

p1 : ~ p → ~ q ∨ ~ r
p1 : p ∨ q
p2 : s → q ∧ r
p2 : ~p ∧ ~ q → r
p3 : s ∧ r
p3 : r ↔ q
p
q

p1 : p → q ∨ r p1 : (p → q ) ∨ r
p2 : s ↔ r p2 : s ∨ t → ~ r
p3 : ~ p ∨ q p3 : s ∨ ( t ∧ u )
~p∧q p→q

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23) Verifique a validade dos argumentos para cada conclusão proposta:

1º Argumento:
p1 : Todos os poetas são pobres
p2 : Para se professor é preciso diplomar-se pela Universidade
p3 : Nenhum diplomado em Universidade é pobre
c1 : Professores não são pobres
c2 : Poetas não são professores
c3 : Se Vicente é diplomado pela Universidade então ele não é poeta.

2º Argumento:
p1 : Todos os matemáticos são pessoas interessantes
p2 : Alguns professores vendem seguros
p3 : Somente pessoas desinteressantes tornam-se vendedores de seguros
c1 : Vendedores de seguros não são matemáticos
c2 : Algumas pessoas interessantes não são professores
c3 : Alguns professores não são pessoas interessantes
c4 : Alguns professores não são matemáticos
c5 : Alguns matemáticos são professores
c6 : Se Armando é um matemático então não vende seguros.

16. Referências Bibliográficas

16.1) ABE, Jair Minoro [et al]. Introdução à lógica para a Ciência da Computação. São
Paulo: Arte & Ciência, 2002.
16.2) ALENCAR FILHO, Edgard. Iniciação à Lógica Matemática. Editora Livraria Nobel
S.A., 1975.
16.3) DAGHLIAN, Jacob. Lógica e Álgebra de Boole. 4ª ed. São Paulo: Atlas S. A., 1995.
16.4) GERSTING, Judith L. Fundamentos Matemáticos para a Ciência da Computação. Rio
de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 1999.
16.5) LIMA, Arlete Cerqueira. Lógica e Linguagem. Centro Editorial e Didático da UFBA,
1992.
16.6) MACHADO , Nilson José. Lógica e linguagem cotidiana – verdade, coerência,
comunicação, argumentação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
16.7) SOUZA, João Nunes de. Lógica para Ciência da Computação: fundamentos da
linguagem, semântica e sistemas de duração. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

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