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Departamento de Ciências Sociais

Curso de Licenciatura em História

Factores de Localização da Indústria: Uma reflexão sobre a decisão da melhor


escolha1

O desenvolvimento da actividade industrial carrega consigo perspectivas que


orientam uma peculiaridade na compreensão de teorias, contextos históricos,
políticos e económicos para poder falar de visão geográfica desta actividade. As
razões que explicam esta necessidade, por um lado associam-se à capacidade que
esta actividade possui de ponto de vista geográfico na alteração do espaço criando
novas realidades e configurações espaciais e por outro lado, por ser uma actividade
que funciona como motor do desenvolvimento, com certo efeito de influência sobre
os outros sectores de actividades.

Neste contexto, é importante reflectir sobre a questão locacional da actividade


industrial implícita nos diversos factores que orientam a escolha da localização da
indústria. Isto requer um recuo em relação às teorias de localização clássicas e a
tendência actual sobre esta questão sem esquecer as suas dinâmicas para
entender o nível de complexidade da actuação dos factores locacionais ao ponto de
orientar o comportamento e processo decisório sobre a localização certa.

Vale recordar para esta reflexão, que vários autores apresentam uma subjectividade
de análise sobre os factores e outros aspectos que caracterizam a tomada de
decisão sobre a localização da actividade industrial por reconhecer estas limitações
e complexidades analíticas acima referenciadas.

BLAIR, PREMUS (1987) reconhece que a localização das actividades produtivas e


mais especificamente das indústrias, tem sido uma questão de pesquisa importante
em economia desde os trabalhos seminais sobre os “círculos concêntricos” de

1
Texto de apoio elaborado por Armindo Amaro André Vilanculo para estudantes do 4o Ano, 31 de
Março de 2020.
Johann Heinrich Von Thünen e o “Estado Isolado” de Alfred Weber. Contudo, dada
a complexidade no entorno das questões locacionais, a literatura empírica, tanto
nacional como internacional, costuma variar amplamente, de modo que não exista
dois estudos com resultados exactamente iguais. A razão para a falta de
consistência entre os estudos locacionais é explicada por um conjunto de factores.

Para Mendes (1984) a análise industrial depara-se com problemas diversos, uns de
índole fundamentalmente teórica, prendem-se com a elaboração de modelos que
permitem explicar de forma geral e abstracta, a localização das diversas indústrias,
outros sobretudo, de carácter empírico, relacionam-se com a tentativa de
compreensão e explicação da partilha das várias indústrias num determinado
contexto histórico-geográfico).

Olhando para estas perspectivas pode se entender que de facto existe uma
complexidade de aspectos que devem compor o quadro de análises na localização
de indústria tanto no passado e na abordagem actual entre eles a preferência dos
investidores, os aspectos económicos e comportamentais.

Segundo Woiler & Mathias (1996) “o problema de encontrar a localização óptima


corresponde, em termos de empresa, a achar a localização que dê a maior
diferença entre receitas e custos”. De maneira sintética, as organizações procuram
se estabelecer em locais em que consigam maximizar as receitas e minimizar as
despesas, ampliando desta forma seus resultados finais. Uma boa localização tem
influência directa na capacidade competitiva da empresa.

Estes autores, destacam ainda que o problema locacional para as organizações tem
natureza dinâmica, ou seja, a decisão locacional deve ser constantemente revisada
e alterada caso necessário, pois ao longo do tempo pode ocorrer a necessidade de
expandir ou subcontratar.

Noutros contornos, (MCFADDEN, 1974) reconhece que a decisão locacional é um


problema complexo, porque envolve escolha comportamental. Apesar de um dos
interesses fundamentais da teoria económica ser o comportamento das escolhas
humanas, as análises económicas não são capazes de observar e controlar todos
os factores que influenciam o comportamento. Essa tarefa se torna ainda mais difícil
quando a tomada de decisão envolve aspectos qualitativos e até mesmo não
económicos, como questões políticas e motivações pessoais dos empresários.
Além do aspecto comportamental, o entendimento da escolha locacional apresenta
outro agravante: a disponibilidade dos factores não é estática no tempo e no
espaço, dado que variam conforme ocorrem modificações geográficas na
disponibilidade de recursos, mudanças tecnológicas, alteração nas preferências dos
consumidores, dentre outros.

Esta ideia é também partilhada por outros autores, a partir dos factores destacados
pela Teoria Clássica, introduziram outras variáveis na escolha da localização,
como as preferências dos administradores (Townroe, 1969; Smith, 1971;
Richardson, 1981). Esses autores, relaxando os pressupostos de informação
perfeita e racionalidade económica, enfatizaram que as escolhas locacionais não
visam um objectivo único, a maximização dos lucros ou a minimização dos custos,
mas buscam soluções satisfatórias, não necessariamente optimizadoras. Factores
como informação imperfeita, racionalidade limitada por parte dos tomadores de
decisão e busca de objectivos próprios por parte dos administradores
contribuiriam para desviar as decisões tomadas no mundo real do óptimo. Nesse
contexto, a escolha da localização envolve considerações de ordem económica e
não económica, em variados graus, incluindo entre estes últimos a busca da
satisfação dos administradores, mesmo que restringida a obtenção de um lucro
mínimo por parte da firma (Araujo, s/d)

Segundo Richardson (1981), em suas decisões locacionais, as firmas adoptam


objectivos limitados que garantam a sua sobrevivência no longo prazo e não levam
em conta apenas os factores tradicionais, mas também as motivações pessoais dos
administradores, na forma de renda psíquica.

Ao reflectir sobre os factores de localização da indústria precisamos tomar em


consideração um conjunto de elementos, que, apesar de subjectivos, compõem um
cenário de determinantes imprescindíveis para a decisão na escolha do ponto onde
a indústrias deve se localizar. Estes elementos envolvem nomeadamente:

- Compreensão das teorias clássicas dos modelos locativos;

- A necessidade de compreender as dinâmicas evolutivas das orientações na


escolha da localização;

- A investigação da mudança nos factores de determinação ou de influência na


localização;
- As motivações subjectivas dos investidores que envolvam interesses económicos
e não económicos.

Ficou mais do que clara a complexidade existente na compreensão dos factores de


localização da indústria e a subjectividade na sua análise, o que leva a entender que
os factores de localização variaram ao longo de tempo, de tal sorte que no passado
as indústrias tinham uma tendência de localização olhando para os factores de
produção o que sustenta por exemplo a teoria locativa de Weber (envolvendo como
base a matéria prima e os transportes).

Não só, mas também, nesta senda percebe-se que no passado as indústrias eram
grandes consumidoras de energia e devido também ao sistema de transportes não
evoluído localizavam-se necessariamente perto das fontes geradoras de energia
para o trabalho das máquinas o que ditou uma configuração espacial atípica de
modelo industrial nesses pontos.

Diante deste paradoxo de análise sobre o que poderia pesar mais para a localização
da actividade industrial, é crucial fazer referência a alguns factores que os autores
apresentam para a localização da indústria.

Kon (1994) Apud Souza e Muniz (2010) aponta alguns factores económicos e
técnicos que devem ser considerados pelas indústrias no momento de se definir a
melhor localização:

a) Custo e eficiência dos transportes - o custo de transporte de matéria-prima e


dos produtos acabados deve ser levado em conta. Neste caso, a distância é um
factor determinante em relação à localização, em termos de custos e de tempo
gastos.

b) Áreas de mercados e capitais - o mercado influi directamente na escolha


locacional tendo em vista dois aspectos principais: sua localização e sua dimensão.
A localização mais próxima do mercado consumidor conduz a uma maior
rentabilidade do empreendimento, primeiramente pelos reflexos nos custos de
transportes.

c) Disponibilidade e custos da mão-de-obra - a existência da mão-de-obra


também é um factor importante na escolha locacional. No que se refere aos custos,
a localização próxima a grandes centros urbanos determina salários mais elevados
relativamente a áreas mais afastadas. Deve-se verificar também a existência de
mão-de-obra qualificada, dada as especificidades de cada negócio. Normalmente
regiões com abundância de mão-de-obra permitem a organização contratar este
factor a salários relativamente menores do que regiões com escassez de mão-de-
obra. Ou seja, a mão-de-obra também tem que ser avaliada em termos de
quantidade e qualidade.

d) Disponibilidade de energia e água - a existência destes itens em suas diversas


formas ou mesmo a potencialidade de recursos naturais a serem explorados, bem
como seu custo unitário devem ser levados em consideração também.

e) Suprimento de matérias-primas - as condições de utilização em grande escala


ou o carácter perecível ou de fragilidade de certas matérias-primas constituem
factores que não podem ser esquecidos na decisão locacional.

f) Dispositivos fiscais e financeiros - também considerado como actuação de


estado, em relação a este factor, deve-se ficar atento também para os possíveis
incentivos fiscais (isenção de impostos e taxas). Este é um factor que estimula muito
as empresas, pois implica justamente em uma redução considerável de tributos, o
que implica inclusive na possibilidade de praticar preços mais baixos, e, portanto, na
própria competitividade da empresa no mercado.

Para além desta lista apresentada pelos autores pode se acrescer outros factores
não menos relevantes para a localização da indústria.

g) Complementaridade ou solidariedade técnica – é comum as industrias


instalarem-se onde podem ter alguma ajuda de outras indústrias que funcionem com
ramos de especialização afins, de onde se pode capitalizar alguns serviços e
produtos dessas outras indústrias. Isto pode acontecer também como factor para
instalação das outras pequenas indústrias gerando uma concentração industrial;

h) Espaço – as indústrias precisam de espaços e uso do solo para o


desenvolvimento da actividade industrial o que não pode ser deixado de lado para
sua localização. Dependendo do tipo de actividade a se desenvolver, existem
indústrias que consomem mais espaço que as outras. Sendo que o uso do solo
pode ter implicações económicas e sociais, este factor pode orientar de certa
maneira a decisão sobre a melhor localização.

No caso das plantas industriais, que necessitam de grandes áreas para sua
implantação, o custo da terra pode consistir em um factor decisivo nos cálculos de
localização. As áreas situadas mais próximas dos grandes centros urbanos
apresentam um custo da terra proporcionalmente mais elevados, que se relaciona
directamente à disponibilidades de infra-estrutura e serviços.

i) Tecnologia – este factor responde muito a aplicação de mecanismos de


tecnológicos que acompanham o processo de produção alicerçado pela
disponibilidade de centros de pesquisa e centros universitários por onde se
desenvolve aplicações e sistemas operacionais para dar resposta à actividade
industrial.

Estes são de forma mais ou menos consensual os considerados factores essenciais


para a localização da actividade industrial, apesar de que eles encontram outros
factores de actuação local que respondem o factor económico e não económico
previamente explicito que pode orientar o investidor na sua tomada de decisão.

Sobre a actuação dos factores locacionais ao longo de tempo, Sene e Morreira


(2012) refere que durante a primeira revolução industrial as jazidas eram um dos
factores para a localização das fábricas por considerar o carvão a fonte de energia
usada para as máquinas, já na segunda revolução com evolução dos meios de
transportes o factor energia e as fontes geradoras deixaram seu papel crucial. A
substituição da energia de carvão pelo petróleo também ajudou esta mudança na
orientação de factores e que o próprio petróleo foi considerado como matéria-prima
para industrialização, fazendo com que a indústria petroquímica crescesse de forma
acelerada e a procura destas e outras matérias também se alastrasse e ditasse de
certo modo a localização das indústrias.

Pela diversificação da indústria cresceu também a indústria de bens de consumo em


detrimento da indústria pesada (que dependia grandemente dos custos de
transportes aliado ao carácter oneroso da matéria prima). Este crescimento no nível
de consumo fez também com que esta indústria se instalasse nos aglomerados
populacionais por causa da disponibilidade de mão-de-obra e mercado
consumidor.

Este factor condicionou o desenvolvimento pela relação antiga de reciprocidade


entre o desenvolvimento da indústria, assentamentos humanos e desenvolvimento
económico. É também factor não menos relevante resultante desta relação a
poluição do meio ambiente, que passou com alertas através de conferencias
ligadas ao meio ambiente a orientar a localização das industrias, sendo que as
industrias poluidoras deveriam se distanciar das zonas urbanas o que condicionou o
surgimento de zonas francas e/ou económicas especiais onde se concentra a
actividade industrial. Neste processo surge o actual panorama de análise industrial a
concentração e desconcentração industrial devido aos factores locacionais da
actividade industrial analisados em série.

Para este panorama e aliado ao desenvolvimento económico nos grandes blocos de


países, começam a surgir e ter maior ênfase as actuações do estado em criar
mecanismos de incentivo de vária ordem como elementos de atracão dos
investidores para a instalação de indústrias em principio na esperança de ver
alavancada economia sobretudo dos países em desenvolvimento. Contudo, o
resultado disto, às vezes não é o melhor esperado tal como refere Bartelli e Ribeiro
(2017) nos seguintes termos:

As empresas transnacionais ou multinacionais surgiram com o


aprimoramento dos meios de transporte e de comunicação.
São grandes empresas que, a partir de uma base nacional
(matriz), actuam em diversos outros países através de filiais ou
subsidiárias e buscam cada vez mais investir em sectores
diferentes (sector electrónico, financeiro, imobiliário, químico,
etc.) e ampliar seus lucros. Também têm facilidade de “engolir”
as empresas concorrentes dos países em que se instalam,
reduzindo a concorrência aos seus produtos. Algumas delas
chegam até a interferir no governo das nações onde se alojam,
através de lobby na política. Elas geralmente têm seu alto
comando no país sede, onde possuem escritórios, empresas
de administração e investimentos em sectores económicos
variáveis. Este tipo de relação define o espaço industrial
actual.

Os motivos para as transnacionais se instalarem em países subdesenvolvidos são:

 Mão de obra barata;


 Legislação ambiental pouco rígida ou inexistente;
 Mercado consumidor inexplorado;
 Riqueza de matérias-primas.
Referencias Bibliográficas

BARTELLI, Marcus e RIBEIRO, João Gabriel. Geografia da indústria, Salva, 2017.

SENE, Eustáquio e MORREIRA, João Carlos. Geografia geral do Brasil: Espaço


geográfico e globalização. Editora Scipione, São Paulo, 2012.

SOUZA,, L. A e MUNIZ, A. L. P. Os factores determinantes da localização das


indústrias goianas. Revista CEPPG – Nº 23 – 2/2010

MCFADDEN, D. Conditional logit analysis of qualitative choice behavior. Academic


press, 1974

RICHARDSON, Harry W. Economia Regional: Teoria da Localização, Estrutura


Urbana e Crescimento Regional. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

MENDES, J.M.A. A área económica de Coimbra: Estrutura e desenvovlvimento


industrial, 1867-1927. Coimbra, 1984.

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