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.
_
.INTRODUÇÃO
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~/a!.or·.dn
'~~~É
A
ABORDAGEM
~·~1
qir
·1
ANTROPOLóGICOS

1
I;

~i

l.,
ir
o
homem
nunca
parou
de
interrogar-se
sobre
si
mesmo.
Em
todas
as
sociedades
existiram
homens
que
observavam

homens.
Houve
até
alguns
que
eram
teóricos
e
forjaram,

como
diz
Léví-Strauss,
modelos
elaborados
"em
casa".
A
ORIGINAL

:.:st
reflexão
do
homem
sobre
o
homem
e
sua
sociedade,
e
a

CENTRAL
CÓPIAS

elaboração
de
um
saber
são,
portanto,
tão
antigos
quanto
CLCH
-CEFD-CECA

a
humanidade,
e
se
deram
tanto
na
Ásia
como
na
África,

na
América,
na.
Oceania
ou
na
Europa.
Mas
o
projeto
de

PASTA:3QqPág.:.!.l
fundar
uma
ciência
do
homem
-uma
antropologia
-é;
ao
c~uito
recente.
De
fato,
apenas
no
final
do
sécu~
que
começa
a
se
constituir
um
saber
científico
(ou
pretensamente
científico)
que
toma
o
homem
comQ..
objeto
de
conhecimento,
e
não
mais
a
natureza;
apenas

~
nessa
época
é
que
oespmto
cien!ffico
pensa,
pela
primeira
vez,
em
aplicar
ao
próprio
homem
os
métodos
até
então
utilizados
na
área
física
ou
da
biologla.

Isso
constitui
u~vent~nsiderável
na
história
do
pensamento
do
homem
sobre
o
home~
Um
evento
do
qual
talvez
ainõa
hOle
não
estejamos
medindo
todas
as
conse
14
o
CAMPO
E
"
ABORDAGEM
ANTROPOLóGICOS

qüências.
Esse
pensamento
tinha
sido
até
então
mitológico,
ar'
.
o
teoió
ico
'
filosófic;'-mas
mw-,-ª-científico
no
que
dizia
respeito
ao
homem
em
SI.
Trata-se,
desta
vez,
de
fazer
passar
este
último
do
estauto
de
sujeito
do
conhecimento
ao
de
objeto
da
ciência.
Finalmente,
a
antropologia,
ou
mais
precisamente,
o
projeto
antropológico
que
se
esboça
nessa
época
muito
tardia
na
História
-não
podia
existir
o
conceito
de
homem
enquanto
regiões
da
humanidade
permaneciam
inexploradas
-surge
em
uma
região
muito
pequena
de
mundo:
a
Europa.
Isso
trará,
evidentemente,
como
veremos
mais
adiante.
conseqüências
importantes.

Para
que
esse
projeto
alcance
suas
primeiras
realizações,
para
que
o
novo
saber
comece
a
adquirir
um
início
de
legitimidade
entr;e
outras
disciplinas
científicas,
será
preciso
esperar
a
segunda
metade
do
século
XIX,
durante
o
qual
a
antropologia
se
.
uIob'etos
empíricos
autônomos:
as
sociedades
então
di
primitivas",
u
seja,
exteriores
às
áreas
e
civilização,
europel
órte-americanas.
A
ciência,
ao
menos
tal
como
é
concebida
na
época.
supõe
uma
dualidade
radicaLeD.tr~-º
observador
e
seu
objeto.
Enquanto

{.

,
_'
_,
----------;
_,

~:;I
que
a
separaçao
(sem
a
qual
nao
ha
experimentação
POSSI

..
b
b'
b
débid

"
I)
,

ve
entre
o
sujeito
o
servante
e
o
o
jeto
o
serva
o
o
tI
a

.,.,
,
""
ria
física
(c~~o
na
biolo~ia,
botânica,.
ou
zoologia),
pela,

,
;,
natureza
sufICIentem;~te
dlvers~
dos
dOIS
termos
presentes,'
(/1&
\~
(li
is-..\1
~/\
~

:!"

na
his~?rja.
~
dj~tancia.
no
te~P?
,~
separa
o
histori~or

f~

~,a
socIedade
estuda.d8:..
ela
consístírá
na
ant.ro~õI~gia~e~s~
'.t
epoca
-.,-e
por
.mUlto
tem~o
-em
uma
.distância
~efl~ItI

vamente
geográfica.
As
socied
adas
p~~pnmeIros
~tropólogos
são
sociedades
longínqua'
às
quais
são
atribuí-
ú
das
as
seguintes
características.
~dades
de
dimensões
restritas:
que
tiveram
poucos
contatos
com
os
gr~pos
vizinhos;

1";
(,~.'

'I"
.,,'
.
cuja
te~é
pouco
desenvolvidaem
relação
à
nossa;
e
;i'/
nas
quais

uma'
menor
especialização
das
,atividades
e
funções
sociais.
São
também
qua1mCãdas
de
"si~";
em
conseqüência,
elas
irão
permitir
a
compreensão,como
numa

'

"

!
'\

'\

V
,f-i\\
:l\J~e\J

'O".
S~{'l
L
~v
(Jl,
JD\f7
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\,
tJ~7J
V~,J~,'V
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tJ
(J
~,l'I
(JY\';
~
{\

V\{i
i
i

11

._._-.~--

APRENDER
ANTROPOLOGIA.

\'1

e;
situação
de
laboratório.
da
organização
"complexa"
de
nossas
próprias
sociedades.

***

A
antropologia
acaba,
portanto,
de
atribuir-se
um
objeto
que
lhe
é
próprio:
o
estudo,
das
populações
que
não
pertencem
à
civilização
ocidental.
Serão
necessárias
ainda
algumas
décadas
para
elaborar
ferramentas
de
investigação
que
permitam
a
coleta
direta
no
campo
das
observações
e
informações.
Mas
logo
após
te
a:
0_
'___
róprios
métodos
de
pesquisa
-no
iníci
do
XX
a
pologia

'~e
o
objeto
empírico
q
inha
escolhido
(as
sociedades
"primitivas")
,está
desaparecendo;
pois
o
próprio
universo
dos
"selvagens"
não
é
de
forma
alguma
poupado

el
evoli.t
-OCl
ris
entidade
loca,
a
~ua,
como
seu
~asc1mento:
o
Mercier
(1966)'dsera

causar
a
morte
aque
es
que
aVIam
se
'
a
o
como
tare
a

,,?
',.
"
_
o
seu
estudo,
A
essa
perguntavãríos
tipos
de
resposta
pu
d"
ded'dd
"'D
t'
h',
trê
eram
e
po
em
am
a
ser
aos.
e
en
amo-nos
em
res
~,~,del~"
.
.
'.
'

Ela
se
vê,
po~~anto,
confrontada
a
uma
-uito
rapidamente,
uma
questão
se
co.
.
ro,
permanec:
desde
"
m
ou,.
..
?,IZ
yaul

lque
a
h'
.
e
do
pnmttíy
ha
dfe
l~,
antropologo
aceita,
por
aSSIm
dizer,
sua
morte,
e
~ara
o
âmbito
das,
outras
'ciência$
humanas.
Ele
resolve
a
quest.ão
da
autonomia
problemática
de
sua,
disci

plina
reencontrando,
esP-ecialmente
a
sociologia.
e
notadame~
que
é
chamado
de
Hsociolog~comparada"~
,
CjYEle
sai
em
busca
de
uma
outra
área
de
investigação:

o
camponês,
este
selvagem
de.
dentro,
objeto
ideal
de,
seu
~articularmente
bem
adequado,

.que
foi
deixado
:
de
lado
pelos
outros
ramos
das
ciências
do
homem.'

1.,A
pesquisa
etnográfica
cujo
objeto
pertence
à
mesma
sociedade
que
o
observador'
foi,
de
início,
qualificada
pelo
nome
de
[olklore,
Foi
Van
Gennep
que
elaborou
os
métodos
próprios
desse
campo
de
estudo.
ernpe
oCAMPO
E
A
ABORDAGEM
ANTROPOLóGICOS
16

~Finalmente,
e
aqui
temos
um
terceiro
caminho,
que
in~
não
exclui
o
anterior
(pelo
menos
enquanto
campo
de
estudo),
ele
afirma
a
especificidade
de
sua
prática,
não
mais
através
de
um
objeto
empírico
constituído
(o
selvagem,

o
camponês),
mas
através
de
uma
t!.bordagem
epistemolá~
constituinte.
Essa
é
a
terceira
via
que
comêÇaremos--a
esboêãt=rras-páginas
que
se
seguem,
e
que
será
desenvolvida
no
conjunto
deste
trabalho.
O
objeto
teórico
da
antropologia
não
está
ligado,
na
perspectiva
na
qual
começamos
a
nos
situar
a
partir
de
agora,
a
um
espaço
geográfico,
culturalou
histórico
particular.
Pois
a
antropologia
não
é
senão
um
~
um
certo
enfoque
que
consiste
em:

--4>a
o
estudo
do
homem
inteiro;

--.L!!>
b)
o
estudo
do
homem
em
todas
as
sociedades,
sob
todas
as
latitudes
em
todos
os
seus
estados
e
em
todas
as
épocas.

o
ESTUDO
DO
HOMEM
INTEIRO

pode
ser
considerada
como
antropológica
uma
abordagem
Integrativa
que
objetive
levar
em
consideração
as
múltiplas
dimensões
do
ser
humano
em
sociedade.
Certa

"

mente,
o
acúmulo
dos
dados
colhidos
a
partir
de
observações
diretas,
bem
como
o
aperfeiçoamento
das
técnicas
de
investigação,
conduzem
necessariamente
a
uma
especialização
do
saber.
.Porém,
uma
das
vocações
maiores
de
nossa
"abordagem
consiste
em
não
parcelar
o
homem
mas,
ao
contrário,
em
tentar
relacionar
campos
de
investi
-üentemente
separados.
Ora,
existem
.
co'
áreas
rincipais
antropologia,
que
nenhum
pesquisador
pode,
evidentemente,

APRENDER
ANTROPOLOGIA

.-"
'zado
quando
trabalha
de
forma
profissional
em
algumas

..-.._....::_

delas,
dado
que
essas
cinco
áreas
mantêm
relações
estreitas

e~

-f:.
antropologia
biol6gi~esignada
antigamente
sob
o

nom~tIºpologia
física)
consiste
no
estudo
das
varia
ções
dos
caracteres
biológicos
do
homem
no
espaço
e
no

tempo.
Sua
problemática
é
a
das
relações
entre
o
patrimô

nio
genético
e
o
meio
(geográfico,
ecológico,
social),
ela

analisa
as
particularidades
morfológicas
e
fisiológicas
liga

das
a
um
meio
ambiente,
bem
como
a
evolução
destas
par

ticularidades.
O
que
deve,
especialmente,
a
cultura
a
este

patrimônio,
mas
também,
o
que
esse
patrimônio
(que
se

transforma)
deve
à
cultura?
Assim,
o
antropólogo
biologis

ta
levará
em
consideração
os
fatores
culturais
que
influen

ciam
o
cerscimento
e
a
maturação
do
indivíduo.
Ele
se
per

guntará,
por
exemplo:
por
que
o.desenvolvimento
psicomotor
da
criança
africana
é
mais
adiantado
do
que
o
da
criança

européia?

Essa
parte
da
antropologia,
longe'
de
consistir
apenas

no
estudo
das
formas
de
crânios,
mensurações
do
esqueleto,

tamanho,
peso,
cor
da
pele,
anatomia
comparada
as
raças

e
dos
sexos,
interessa-se
em
especial-desde
os
anos
.50
pela
genética
das
populações,
que
permite
discernir
o
que

diz
respeito
ao
inato
e
ao
adquirido,
sendo
que
um
e
outro

estão
interagindo
continuamente.
Ela
tem,
a
meu
ver,
um

papel
particularmente
importante
-)1
exercer
para
que
não

sejam.
r~..as.-relações
entre
as
pesquisas
das
ciências

da,vi~~
antropologia
pré-hist6ri
.e
o
estudo
do
homem
atra

vés
dosvestígíos
mareriai
enterrados
no
solo
(ossadas,
mas

!fJ
também
quaisquer
marcas
da
atividade
humana).
Seu
pro

dominar
hoje
em
dia,
mas
às
quais
ele
deve
estar
sensibili-f1.
~"
/./
jeto,
que
se
liga
à
arqueologia,
visa
reconstituir
as
socieda

des'
desaparecidas,
tanto
em
suas
técnicas
e
organizações
nhando-ee
em
explorar
exclusivamente
(mas
de
uma
forma
magistral)
as
LJl
\'v
w'Úf
sociais,
quanto
em
suas
produções
culturais
e
artísticas.
No-
tradições
populares
camponesas,
a
distância
sociale
cultural
que
separa
o
i"rt.
U\

tamos
que
esse
ramo
da
antropologia
trabalha
com
uma

objetodosujeito,substituindonessecasoadistânciageográficada
antro-J
I~
,~e~

abordagem
idêntica
às
da
antropologia
histórica
e
da
antro-.

:~~_a~p
·exóti~:·.
-..
..---

I-·
o
CAMPO
E
A
.\BORDAGEM
ANTROPOLóGICOS
pologia
social
e
cultural
de
que
trataremos
mais
adiante.
O
jlistodador
é
ant
m
historiógrafo,
isto
é.
um

'pesguisador
que
trabalha
a
partir
do
acesso
direto
aQ.s~s.

O
especialista
em
pré-história
recolhe,
pessoalmente,
objetos
no
solo.
Ele
realiza
um
trabalho
de
campo.
como
o
realizado
na
antropologia
social
na
qual
se
beneficia
de
depoimentos

vivos."..:-.
»-»
---
antropologia
lingüística.
linguagem
é,
com
toda
idência,
parte
do
patri
cultural
de
uma
sociedade.

A'

~Qda--que
os
indivíduos
que
compõem
uma
sociedade
se
expressam
e
expressam
seus
valores,
suas
preocupações,
seus
pensamentos.
Apenas
o
estudo
da
língua
permite
compreender:

como
os
homens
pensam
o
que
vivem
e
o
que
sentem,
isto
é,
suas
categorias
psicoafetivas
e
psicocognitivas
(etnolingüística)
;
como
eles
expressam
o
universo
e
o
social
(estudo
da
literatura,
não
apenas
escrita,
mas
também
de
tradição
oral);
como,
finalmente.
eles
interpretam
seus
próprios
saber
e
saber-fazer
(área
das
chamadas
etnociências).
A
antropologia
.lingülstica,
que
é
uma
disciplina,
que
se
situa
no
encontro
de
várias
outras.'
não
diz
respeito
apenas.
e
de
longe.
ao.
estudo
dos
dialetos
(dialetologia).
Ela

2.
Foi
notadamente
graças
a
pesquisadores
como
Paul
Rivet
e
André
Leroi-Gourhan
(1964)
que
a
articulação
entre
as
áreas
da
antropologia
física.
biológica
e
sócio-cultural
nunca
foi
rompida
na
França.
Mas
continua
sempre
ameaçada
de
ruptura
devido
a
um
movimento
de
especialização
facilmente
compreensível.
Assim.
colocando-se
do'
ponto
de
vista
da
antropologia
social.
Edmund
Leach
(1980)
fala
da
"desagradável
obrigação
de
fazer
ménage
à
trois
com
os
representantes
da
arqueologia
pré-histórica
e
9"
da
antropologia
física",
c.omparando-a
à
coabitação
dos
.psicólogos
e
dos
especialistas
da
observação
de
ratos
em
laboratório.

/\
3.
Foi
o
antropólogo
Edward
Sapir
(1967)
quem,
alérrr
de
introduzir
o
estudo
da
linguagem
entre
os
materiais
antropológicos,
começou
também
a
mostrar
que
um
estudo
antropológico
da
língua
(a
língua
como
objeto
de
pesquisa
inscrevendo-se
na
cultura)
conduzia
a
um
estudo
Iingüístico
da
cultura
(a
língua
como
modelo
de
conhecimento
da
cultura).-'--=c'-'

APRENDER
ANTROPOLOGIA

se
interessa
também
pelas
imensas
.áreas
abertas
pelas
novas

técnicas
modert}_~.~de
comunicação
(mass
media
e
cultura
UdTovisual).
~
:4antropologia
psicológica.
A,
s
três
primeiros
pólos
esquisa
que
foram
menc'
,os,
e
que
são
habitual

mente
os
umcos
considerados
como
constitutivos
(com
a
antropologia
social
e
a
cultural,
.das
quais
falaremos
a
seguir)
do
campo
global
da
antropologia,
fazemos
questão
pessoalmente
de
acrescentar
um
quinto
pólo:
o
da
antropologia
psicológica,
que
consiste
no
estudo
.dos
pr~c~
funcionamento
do
psiguismo
humano.
De
fato,
o
antropó

~go
é
em
primeira
instânciãCõnírôntado
não
a
conjuntos
sociais,
e
sim
a
indivíduos.
Ou
.seja,
somente
através
dos
comportamentos
-conscientes
e'inconscientes
-dos
seres
humanos
particulares
podemos
apreender
essa
totalidade
sem
a
qual
não
é
antropologia.
J!
a
razão
pela
qual
a
dimensão
psicológica
(e
também
psicopatológica)
é
absolutamente
indissociável
do
campo
do
ual
rocuramos
.
ar
conta.
Ela'
é
.
egrante
dele.

-ro
01
ia
social
e
cultural
(ou
e
..
nos
deterá
por
muito
mãis
tempo.
Apenas
nessa
área
temos
alguma
competência,
e
este
livro
tratará
essencialmente
dela.
Assim
sendo,
toda
vez
que
utilizarmos
a
partir
de
agora
o
termo
antropologia
mais
genericamente,
estaremos
nos
referindo
à
antropologia
social
e
cultural,
(ou
etnologia),
masprocuraremos
nuncaesquecer
que
ela
é
apenas
um
dos
aspectos'
da
antropologia.
Um
dos
aspectos
cuja
abrangência
é
considerável.

que
diz
\respeito
a
tudo-que
constitui
uma
sociedade:
seus
modos
de
p'rodução,
econômica,
suas
técni~,
sua
organização
polít~ca
e
jurídica,
seus
sistem~ntesco,
seus
SlS
emas
e
con
eCllilln
o,
suas
cre~
sas,~
~
suas
criações
artísticas.

Isso
posto,
esclareçamos
desde

~logia
consiste
menos
no
levantamento
sistemático
desses
aspectos
do
que
em
mostrar
a
maneira
particular
com
a
qual
estão
relacionados
entre
si
e
através
da
qual
aparece
a
especifici

,.---
=-~
=-'-'
20
oCAMPO
E
A
ABORDAGEM
ANTROPOLóGICOS
APRENDER
ANTROPOLOGIA

21

~-ciedade.
E
precisamente
esse
ponto
de
vista
aátotalidade,
o
fato
de
que
o
antropólogo
procura
com~
OOIw.c;~eoJfhO
diz
Lévi-Strauss,
aquilo
"não
pensam
habitualmente
em
fixar
na
no
a~l"
(nosso~
gestos,
nossasjrQcas
simbólicas,
os...menor.es-detal~.
nossos
comportamentos),
que
faz
dessa
abordagem
um
tratamento
fUndamentalmente
diferente
dos
utilizados
setorialmente
pelos
geógrafos,
economistas,
juristas,
sociólogos,
psi-//
cólogos.
.
.
///

o
ESTUDO
DO
HOMEM
EM
SUA
DIVERSIDADE
A
antropologia
não
é
apenas
o
estudo
de
tudo
que
compõe
uma
sociedade.
Ela
é
o
estudo
de
todas
as
sociedades

~(a
nossa
inclusive'),
ou
seja,
das
culturas
da
humanidade
como
um
todo
em
SUas
diversidades
históricas
e
geográficas.
'V'isand&-constituir
os
"arquivos"
da
humanidade
em
suas
diferenças
significativas,
ela,
inicialmente
privilegiou
claramente
as
áreas
de
civilização
exteriores
à
nossa.
Mas
a
antropologia
não
poderia
ser
definida
por
um
objeto
empírico
qualquer
(e,
em
especial,
pelo
tipo
de
sociedade
ao
qual
ela
a
princípio
se
dedicou
preferencialmente
ou
mesmo
exclusivamente).
Se
seu
campo
de
observação
consistisse
no
estudo
das
sociedades
preservadas
do
contato
com
o
Ocidente,
ela
se
encontraria
hoje,
como

comentamos,
sem

objeto.
.
Oçorre,
porém,
que
se
a
especifícidade
da
contribuição
dos
antropólogos
em
relação
aos
outros
pesquisadores
em
ciências.
humanas
não
pode
ser
confundida
com
a
natureza
.

4.
Os
antropólogos
começaram
a
se
dedicar
ao
estudo
das
sociedades
.
industriais
avançadas
apenas
muito
recentemente.
As
primeiras
pesquisas
trataram
primeiro.
como
vimos,
dos
aspectos'
tradicicnais"
das
'sociedades
'não
tradícíonaís"
(as
comunidades
camponesas
européias),
em
seguida.
dos
grupos
marginais.
e
finalmente.

alguns
anos
apenas
na
França,
do
setor
urbano.

..."
das
primeiras
sociedades
estudadas
(as
sociedades
extra-euro

...
_-~-_
.. . ...._.

péias),
ela
é
a
meu
ver
indissociavelmente
ligada
ao
modo

0!(f
de
conhecimento
que
foi
elaborado
a
partir
do
estudo
dessas
,4í
'\
/!J
'soc~~~ades:
a
observação
direta,
r
impregnação
lenta
e
.l()lê
cont~rupos
h~anos
mmúscu
m
os
quais
man/
lefiÍOs'uma
re~oal.

{
ú""
(
-Ãlém
disso,
apenas
a
distancia
em
relação
a
nossa
sociedade
(mas
uma
distância
que
faz
com
que
nos
tomemos
extremamente
próximos
daquilo
que
é
longínquo)
nos
permite
'}fazer
esta
descoberta:
~.
uilo
ue
tomávamos
por
natural
nós
mesmos
é,
de
fato,
cultural;
aqui
o
ra
evidente
é
infinitamente
problemátlco.
Disso
decorrêã
necessidade,
na

)V6JhLJ
I
orma
ca,
aquilo
que
não
hesitarei
em
chamar
2'
de
'estranhamento"
depaysement),
a
perplexidade
provo-
1/1(v
cada
pe
o
das
culturas
que
são
para
n~ais

distantes,
e
cujo
encontro
vai
levar
a
utna
mode:
do

olhar
que
'se
tinha
sobre
si
mesmo.
De
fato,
presos
a
uma

J
J
lQ{Ikún.icacultura,
somos
não
apenas_çe.,.gos~__dQ§..
s,
mas
~7JtWndo
se
trata
da
noss.a.
A
experiê
cia
da
alteridade
(e
a~aboração
dessa
experiência)
leva-nos
a
Ul
o
teríamos
conseguido
imaginar,
dada
a
nossa
difi

culdade
em
fixar
nossa
atenção
no
que
nos
é
habitual,
familiar,
cotidiano,
e
que
consideramos
"evidente".
Aos
poucos,
notamos
que
o
menor
dos
nossos
comportamentos
(gestos,
mímicas,
posturas,
reações
afetivas)
não
tem
realmente
nada,
de
"natural".
Começamos,
então,
a
nos
surpreender
com
aquilo
que
diz
respeito
a'
nós
mesmos,
a'
nos
espiar.
O
co

'
nhecimento
(antropológico)
da
nossa
cultura
passa
~a.:

'r'

velm~nte
pelo
conhecimento
das
outr~1t,!ras;
e
deve~os
.
especlaIíriente
reconIíec~r
que
somos
uma
cultura
possível
,
entre
tantas
outras,
mas
não
a
única.
'
.
Aquilo
que,
de
fato,
caracteriza
a
unidade
do
homem,

de
que
a
antropologia,
como

o
dissemos
e
voltaremos
a
dizer,.
faz
tanta
questão,
~~tidãO
prat~am,ent:
infin~ta
p~nventar~odos
de
VI
a
e·form~4.e
.organu:acao
socIal;
extremamente
diversos.
E,
a
meu
ver.,
apenas
a
nossa
disci
oCAMPO
E
A
ABORDAGEM
ANTROPOLóGICOS

22

APRENDER
ANTROPOLOGIA

plina
permite
notar.
com
a
maior
proximidade
possível,
que

uma
mutação
de
si
mesmo,
Como
escreve
Roger
Bastide
essas
formas
de
comportamento
e
de
vid
iedade

em
sua
Anatomia
de
André
Giâe:
"Eu
sou
mil
possíveis
em
que
tomávamos
todos'
espontaneamente
inatas
(
ossas

'J
1
mim;
mas
não
posso
querer
apenas
um
deles".
~ar>
dQJmir;;S:~=J1t~ar,
nos_
emociona:
>

e,rJQ
,
A
descob
a'd~
alteridad
"a
de
uma
relação
que
nos

ar
os
eventos
de
n.pssa~XisteficJ;~sfc;'~;-;;;:h

/}7~ikI1

/
pennit~
deixa
de
identi
..
ar
n~ssa
pequena
província.
de
r_~ade.
o
produto
de
r
s
-culturais
u
seja,
aquilõ"que

(V,
.
hUma~l?ade
com
a
h_umamdade,:
e
correlattvam:nte
deixar

os
seres
humanos
em
co
é
sua
capacidade
para

de
rejeitar
o
presumido
"selvagem"
fora
de
nos
mesmos.

se
di
uns
dos
outros,
para
elaborar
costumes,
lín-
Confrontados
à
multiplicidade,
a
priori
enigmática,
das
cul

guas.
modos
de
conhecimento,
instituições,
jogos
profunda

turas,
somos
'aos
poucos
levados
a
romper
com
a
abordagem

mente
diversos:
pois
se

algo
natural
nessa
espécie
parti-
comum
que
opera
sempre
a
naturalização
do
social
(como
cular
que
é
a
espécie
humana.
é
sua
aptidão
à
variação

se
nossos
comportamentos
estivessem
inscritos
em
nós
desde

cultural.
'

-._~--

o'
nascimento,
e
não
fossem
adquiridos
no
contato
com
a
O
projeto
antropológico
consiste,
portanto,
no
reconhe

cultura·
na
qual'
nascemos).
A
romper
igualmente
com
o
cimento,
conhecimento,
juntamente
com
a
compreensão
de
I
.P

humanismo
clássico
que
também
consiste
na
identificação
uma
humanidade
plural.
Isso
supõe
ao
mesmo
tempo
a
rup-Ji.
/

do
sujeito
com
ele
mesmo,
e
da
cultura
com
a
nossa
cultura.

tura
com
a
figura
da
monotonia
do
duplo,
do
igual
do
~
v-<v..}'

De
fato,
a
filosofia
clássica
(antolôgica
com
São
Tomás,
re

idêntico,
e
com
a
exclusão
num
irredutível
"alhures~
Y,

flexiva
com
Descartes,
criticista
com
Kant,
histórica
com
sociedades
mais
diferentes
da
nossa,
que
consideramos
espon-
Hegel),
mesmo
sendo
filosofia
social,
bem
como
as
grandes

taneamente
como
indiferenciadas
,
são
na
realidade
tão
difereligiões,
nunca
se
deram
como
objetivo
o
de
pensar
a
dife

rentes
entre
si
quantoo
são
da
nossa.
E,
mais
ainda,
elas
são
para
cada
uma
delas
muito
raramente
homogêneas
(como
seria
de
se
esperar)
mas,
pelo
contrário,
extremamente
diver

como
atestam
notadamente
os
relatos
de
viagens
realizadas
na
Europa
sificadas,
participando
ao
mesmo
tempo
de
uma
comum
desde
a
Idade
Média,
por
viajantes
vindos
da
Ásia.
E
os
índios
Flarhead

quem
nos
fala
Lévi-Strauss
eram
tão
curiosos
do
que
ouviam
dizer

humanidade.

dos
brancos
que
tomaram
um
dia
a
Iniciativa
de
organizar
expedições'
a
A_
abordagem
antropolôgica
provoca,
assim,
urna
ver-fim
de
encontrã-los.
Poderíamos
multipílcar
os
exemplos.
Isso
não
impede
dadeira
revolução
epistemológica,
que
começa
por
uma
re-que
a
constituição
de
um'
saber
.de
"vocação
científica
.sobre
a
alteridade
sempre
tenha
se
desenvolvido'
a'
partir'
da
cultura
européia.
Esta
elaborou

volução
do
olhar.
Ela
implica
um
descentramento
radical,

um
orientalismo,
um
americanismo,
um
africanismo,
um
oceanismo.
enuma
ruptura
com
a
idéia
de
que
existe
um
"centro
do
quanto
que
nunca
ouvimos
falar
de
um
europeísmo',
que
teria
se
constimundo",
e,
correlativamente,
uma
ampliação
do
saber"
e
tuído
como
campo
de
saber
teórico
a'
partir
da
Ásia,
da
Áfrka
ou
da

Oceania.

r.
Isso
posto,
as
condições
de
produção
históricas,
geográficas.
sociais
e

5.
Veremos
que
a
antropologia
supõe
não
apenas
esse
desmembramenculturais
da
.antropologia
constituem
um
aspecto
que
seria
rigorosamente

~o
léclatement]
do
saber,
que
se
expressa
no
relativismo
(de
um
[ean
de

antiantropolõgico
perder
de
vista,
mas
que
não'
devem
ocultar
a
vocaçâo
:Léry)
ou
no
ceticismo
(de
um
Montaigne),
ligados
ao
questionamento
da

(evidentementeproblemâtica)
de
nossa
disciplina,
que
visa
superar
a
irredu

cultura
à
qual
se
pertence,
mas
também
uma
nova
pesquisa
e
uma
recons

tibilidade
das
culturas.
Como.
escreve.
Lévi-Strauss:
"Nâo
se
trata
apenast;tuição
deste
saber.
Mas
nesse
ponto
coloca-se
uma
qu~~
será
que
a

.de
elevar-se
acima_._dos
.valores
próprios.
da
sociedade
ou,
do
grupo
do
antropologia
é
o
discurso
do
Ocidente
(e
somente
dele)
sobre
a
alteridade?

observador,
e
sim
de
seus
métodos
de
pensamento;
é
preciso
alcançar
uma
Evidentemente,
o
europeu
não
foi
o
único
a
interessar-se
pelos
hábitos

formulação
'válida,
-não
apenas
para
um
observador
honesto,
e
objetivo.
e
pelas
instituições
do
não-europeu.
A
recíproca'
também
é
verdadeira,

mas
para
todos
os
observadores
possíveis'
.

.~~_._.

~
APRENDER
ANTROPOLOGIA

O
CAMPO
E
A
ABORDAGEM
ANTROPOLóGICOS

.
rença
(e~muito
menos,
de
pensá-Ia
cientificamente);
e
sim
o

de
reduzi-Ia,
freqüentem
ente
inclusive
de
uma
forma
iguali

tária
e
coín
as
melhores
intenções
do
mundo.

O
pensamento
antropológico,
por
sua
vez,
considera

que,
assim
como
uma
civilização
adulta
deve
aceitar
que'

seus
membros
se
tornem
adultos.
ela
deve
igualmente
aceitar

a
diversidade
das
culturas,
também
adultas.
Estamos,
.eviden

temente,
no
direito
de
nos
perguntar
como
a
humanidade

pôde
permanecer
por
tanto
tempo
cega
para
consigo
mesma,

amputando
parte
de
.sí
própria
e
fazendo,
de
tudo
que
não
eram
suas
ideologias
dominantes
sucessivas,
um
objeto
de

exclusão:
Desconfiemos
porém
do
pensamento
-que
seria

o
cúmulo
em
se
tratando
de
antropologia
-de
que
estamos
finalmente
mais
"lúcidos",
mais
"conscientes",
mais
"livres",
mais
"adultos",
como
acabamos
de
escrever,
do
que
em
uma
época
da
qual
seria
errôneo
pensar
que
está
definitivamente
encerrada.
Pois
essa
transgressão
de
uma
das
tendências
dominantes
de
nossa
sociedade
-o
expansionismo
ocidental
sob
todas
as
suas
formas
econômicas,
políticas,
intelectuais
-deve
ser
sempre
retomada.
O
que
significa
de
forma
alguma
que
o
antropólogo
esteja
destinado,
seja
levado
por
al-.:,.'
......;.~..::'-....~
.

AluJ~,
frJtwUr

,,,.~r

guma
crise
de
identidade,
ao
adotar
ipso_jacto
a
1.~gi~s
\
1//".
,:~...
outras
sociedades
e
a
censurar
a
sua.
Procuraremos,
pelo
'<
)./.;.

contrário,
mostrar
nesse
livro
que
a
dúvida
e
a
crítica
de
(.{.
si
mesmos6
são
cientificamente
fundainentadas
se
forem
acompanhadas
da
interpelação
crítica
dos
de
outrem.

DIFICULDADES

.Se
os
antropólogos
estão
hoje
convencidos
de
que
uma
das
características
maiores
de
sua
prática
reside
no
confronessoal
com
a
alteridade,
isto
é,
convencidos
do
fato
de
.
que
os
fe
socIais
que
estudamos
sãó
fenômenos
que
seres
humanos,
com
os
quaisestlvemo
yi-.
yendo;
se
eles
são
tam
m
unan
em
pensarl
que

unidade
da
família
humana,
a
família
dos
antropólogos
é,
por

.(
. i'.!
(/
I
J
f
v
\IV~

/
Lv
IN
podem
ser
recolhidos
tomandO-S~.
também
por
gravaçao
sonora.
(0;J
Yly
fotográfica
ou
cinematográfica,
.-etnolo'
nsiste
em
um
primeiro
nível
:V
.
de
abstração:
analisando
os
maten
IS
c
.
'i
aparecer
a
lógica
/J
l'A/(,I)
específica
da
sociedade
que
se
'estuda.
A
ropolo
'a,
finalmente,
consiste
.J
U
f'L
em
um
segundo
nível
de
inteligibilidade:
cons
ir
modelos
que
permitam
\
\
çomparar
as
sociedades
entre
si.
Como
escreve
Lévi-Strauss,
seu
objetivo
é

/'
fiV
\NiYY'
\N"ralcançar;
além
da
imagem
consciente
e
sempre
diferente
que
os
homens
f'\
\
q
fonnam
de
seu
devir,
um
inventário
das
possibilidades
inconscientes,
que
não
existem
em
número
Ilimitado".
'

6.
Lembremos
que
a
antropologia

começou
a
ser
ensinada
nas
uníversidades

algumas
décadas.
Na
Grã.Bretanha
a
partir
de
1908
(Prazer.
emLiverpool),
ena
França
a
partir
de
1943(Griaule
na
Sorbonne,seguido
por
Leroi-Gourhan).
7.
Para
que
o
leitor
que
não
te.
ílíarídade
com
esses
conceitos
possa
localizar-se,vale
peiíã~especifi
bem
o
sígníficado
dessas
palavras.
abeleçamos,
co
o
Lévi
s,
que
a
etnografia,
a
etnologia
e
constituem
os
três
momentos
de
uma
mesma
abordagem.
etnografia
coleta
direta,
e
o
mais
minuciosa
possível,
dos
fenômenos
qu
amos,
por
uma
impregnação
duradoura
e
conúnua
eumprocessoqu~serealiza
poraproximaçõessucessivas,Esses~enômenos
o
CAMPO
'E
A
ABORDAGEM
ANTROPOLOGICOS
'-1/
APRENDER
ANTRq.POLOGIA

2)
A
segunda
dificuldade
diz
respeito
ao
grau
de
cien-)
~dades
sem
história",
do
que
.sociedades
que
não
quer

tificidade
que
convém
atribuir
à
antropologiã:'ÜTíomem
está
estórias'':'-'(únicos
objetos
da
antrop
Ia
c
asslca)
a
nessas

em
condições
de
estudar
cientificamente
ohomem,
isto'
é,
um
objeto
que
é
de
mesma
natureza
que
o
sujeito?
E
nossa
próprias
sociedades
qualificadas
ti
"sociedades
quentes"
prática
ra
nov
ente
dividida
entre
os
que
pensam,
Essa
preocupação
de
separaç
entre
ordagens

Radcliffe-Bro
(1968),
que
as
sociedade
são
sistemas
histórica
e
antropológica
está
longe,
como
veremos,
de
ser
na
evem
ser
estudados
segundo-:OS
métodos..:com-unânime,
e
a
história
recente
da
antropologia
testemunha
rova
os
pelas
reza
,li
e
os
que
pensam,
com
também
um
desejo
de
coabitação'
entre
as
duas
disciplinas,

--ritchard
69),
que
é
preciso
tratar
as
sociedades
Aqui,
no
Nordeste
do
Brasil,
onde.
começo
a
escrever
este
-fta2
eonlo
si
Leinas
orgânif.os,
ma~
sistemas
simbólicos.
livro,
desde
1933,
um
autor
corno
Gilberto
Freyre,
empe-
Para
estes
últimos,
longe
de
ser
uma
li
ciencia
natural
da
nhando-se
em
compreender
a
formação
da
sociedade
brasi

sociedade"~),
a
antropologia
deve
antes
ser
leira,
mostrou
o
proveito
que
a
antropologia
podia
tirar
do
y

conhecimento
histórico.
".

considerada
como
uma
"arte"
(Evans-Pritchard).
.

J)
Uma
terceira
dificuldade
provém
da
relação
ambígua
quarta
dificuldade
provém
do
fato
de
que
Clsem
parar,
e
isso
desde
seu
nascimento,

que
a
antropologia
mantém
desde
sua
gênese
com
a
História.
~
h.
·/

'pe~ri'~a
que
se
pode
qualificar.~

Estreitamente
vinculadas
nos
séculos
XVIII
e
XIX,
as
dua~s

r:
designado
sob
o
termo
de'''antropologia
anlk
práticas
vão
rapidamente
se
emancipar
uma
da
outra
no
yt,/f
I
.~

século
XX,
procurando
ao
mesmo
tempo
se
reencontrar
pe
riodicamente.
,manife
as
se
devem
essencialmen
e'
Começaremos
examinando
o
segundo
termo
da
altera
antropólo
s.Eva
-'
:
'~Om~n~e~den~.is-nativa
.aqui
colocada
e
a
dividindo'
profundatória
das
socie
-e
e
nennu
a
uu~ndo...se
1
mente
os
pesquisadores'.
Durkheim
onsiderava
que
a
socio'
procura
compreender
o
funci
nto
lnstítuições".
logia
não
valeria
sequer
.
de
dedicação
se
ela
não
Maiscategonco
ainda
e:."Ageração
deantro-t'
-.~
'.
os
antropólogos
compartilham
sua
opipõlogos
à
qual
perte
u
orgulho
de
sempre
ter-se
nião.
argaret
Me
por
exemplo,
estudando
o
comporta

'rewsado
a
tomar
.a
História
em
consideração"
..
~
mento
os.
a
o
escentes
das
ilhas
Samoa
(1969),
pensava
t~mbém
lembrar
aqui'
a
distinção~gora··.
fa~osa
~
que
seuséstudos
deveriam
permitira
instauração
de
uma
sociedade
melhor,'
e,
mais
especificamente'
a
aplicação
de
~pondo
as
"sociedades
frias",
isto
é,tpr6ximas
do
uma
pedagogia
menos
frustrante
ti
s
.
.
icana.
Hoje
gniu
zero'
de
terrtperiitura
.histórica",
que
são'menoij'sog;-
r
vários
co
egas
nossos
consi
eram
que
a~!1tropologia
deve

~Ã~
model
â
'co
dos
funcionalistas
in
lese
Lévi-Strauss
substi-colocar-se
"a'
serviço
da
revolução"
(segundo
especíalmente
tURa;
o
veremos,
um
modelo
lingüístico,
e
mostrou
'que
trabalhando
no
Iean
Copans:-T975).O
s
uisador
toma-se,
então,
um
miplJlllO
de
encontro
da
natureza
(o
inato)'
e
da
cultura
(tudo
o
que
não
é

[tante,
~m
'~opólogo
revoluclonálio",
co
tribuindo
na
hcftditariamente
programado
e
deve
ser
inventado
pelos
-.homens
onde
a.

construção
de
uma
'~antropologla
,da
libertação".
Numerosos
R*reza
não
programou
nada),
a
antropologia
deveaspirara-tornar-se
uma
ci&lcia
natural:
.~A
antropologia
pertence
às
ciências
,hum~lIS,seu
nome
pesquisadores
ainda
reivindicam
a
qualidade
de
especialistas.

o
jeoclema
suficientemente;
mas
se
se
resigna
em.
fazer
seu
purgatório
de
conselheiros,
participando
em'
.especíal
dos
programas
de

enbe
as
ciências
sociais,
é
porque'
não
desespera
de
despertar
ventre
as

.'desenvolvimento'
e
das
decisões
políticas
relacionâdas
à
ela-
ci~ias
naturais
na
hora
do
julgamento
final"
(Lévi-Strauss,
1973)..

---:r"","'-. .

boração
desses
programas.
Queríamos
simplesmente
observar
28
o
CA."dPO
E
A
ABORDAGEM
ANTROPOLOGlCOS
APRENDER
ANTROPOLOGIA

1
1
29

'"
....__
~. .......;:-_.~..

aqui
que
a
.antropologia
aplicada"?
não
é
uma
grande
novi-Perfeitamente
à
vontade
entre
os
astecas,
ele
estava

endade.
e:
por
ela
que,
com
a
colonização,
a
antropologia
teve
quanto
missionário
a
fim
de
converter
a
população
que
es-
Início.'?
.
tuda."
'

"

Foi
com
ela,
inclusive,
que
se
deu
o
início
da
Antropologia,
durante
a
colonização.
No
ex
osto
das
atí

'-..

tudes
"engajadas"
das
quais
ontramos
a
posição
determinada
de
u
laude
Lévi-Strauss
ue,
após
ter
lembrado
que
o
saber
cíentí
em
ainda
se
encontrava
num
estágio
extremamente
primitivo
em
relação
ao
saber
sobre
a
natureza,
escreve:

"Supondo
que
nossas
ciências
um
dia
possam
ser
colocadas
a
serviço
da
ação
prática,
elas
não
têm,
no
momento,
nada
ou
quase
nada
a
oferecer.
O
verdadeiro
meio
de
permitir
sua
existência,
é
dar
muito
a
elas,
mas
sobretudo
não
lhes
pedir
nada".

As
duas
atitudes
que
acabamos
de
citar
-aantropologia
"pura"
ou
a
antropologia
"diluída"
como
diz
ainda
Lévi-Strauss
-encontram
na
realidade
suas
primeiras
formulações
desde
os
primórdios
da
confrontação
do
europeu
Como
"selvagem".
Desde
o
século
XVI,
de
fato,
começa
a
seimplantar
aquilooquealgunschamariam
de'''arquétipos''
do
discurso
etnológico,
que
podem
ser
ilustrados
pelas
posiçõesrespectivasdeumIeandeLeryedeumSahagun.
[ean

.
de
Leiy
foi
um
huguenote"
francês
que
permaneceu
algum,
'
tempo
no
Brasil
entre
os
Tupinambãs.
Longe
de
procurar
convencer
seus
hóspedes
da
superioridade
da
cultura
européia
edareligiãoreformada,
eleosinterrogae,sobretudo,
seInterroga.
Sahagun
foi
um
franciscano
espanhol
que
alguns
anos
mais
tarde
realizou
uma
verdadeira
investigação
no
México.

9.
Sobre
a
antropologia
aplicada,
cí.
R.
Bastide,
1971.
10.
A
maioria
dos
antropólogos
ingleses,
especialmente,
realizou
suas
pesquisas
a
pedido
das
administrações:
Os
Nuers
de
Evans-Prítchard
foram
encomendados
pelo
governo
britânico,
Fortes
estudou
os
Tallensi
a
pedido
do
governo
da
Costa
do
Ouro"
Nadei
foi
conselheiro
do
governo
do
Sudão,
etc.
,
-Protestante.
(N.T.)

''
,
'O
fato
da
diversidade
das
ideologias
sucessivamente
defendidas
(a
conversão
religiosa,
a
"revolução",
a
ajuda
ao
l
"Terceiro
Mundo",
as
estratégias
daquilo
que
é
hoje
chamado
"desenvolvimento"
ou
ainda
"mudança
social")
não
altera
nada
quanto
ao
âmago
do
problema,
que
é
o
seguinte:'

q
·
o
antropólogo
deve
contribuir,
enquanto
antropólogo,
para
a
transformação
das
sociedades
que
ele
estuda?

Eu
responderia,
no
que
me
diz
respeito,
da
seguinte
forma:
nossa
abordagem,
que
consiste
antes
em
nos
surpreender
com
aquilo
que
nos
é
mais
familiar
(aquilo
que
vive

'l
mos
cotidianamente
na
sociedade
na'
qual
nascemos)
e
em
tornar
mais
familiar
aquilo
que
nos
é
estranho
(os
comportamentos,
as
crenças,
os
costumes
das
sociedades
que
não
são
as
nossas,
mas
nas
quais
poderíamos
ter
nascido),
está
diretamente
confrontada
hoje
a
um
movimento
dehomogeneização,
ao
meu
ver,
sem
precedente
na
História:
o
desenvolvimento
de.uma
forma
de
cultura
industrial-urbana
e
de
uma
forma
de
pensamento
que
é
a
do
racionalismo
social.
Eu
pude,
no
decorrer
de
minhas
estadias
sucessivas
entre
os
Berberes
do
Médio
Atlas
e
entre
os
Baulés
da
Costa
do
Marfim;
perceber
realmente
o
fascínio
que
exerce
este
modelo,
perturbando
completamente
os
modos
de
;vida
(a
maneira
de
se
alimentar,
de
se
vestir,
de
se
distrair,
de
se
encontrar,
de
.pensar12
e
levando
a
novos
comportamentos
que
não
decorrem
de
uma
escolha)"
'

n.
Essa
dupla'
abordagem
da
relação
ao
outro
pode
muito
bem
ser
realizada
por
um
único
pesquisador.
Assim
Malinowski
chegando
às
ilhas
Trobriand
(trad,
franc.,
1963)
se
deixa
literalmente
levar
pela
cultura
que
descobre
e
que
o
encanta.
Mas
vários
anos
depois
(trad.
franc.,
1968)
participa
do
que
chama
"uma
experiência
controlada"
do
desenvolvimento.
12.Asmutaçõesde.comportamentos
geradasporessafonna
decivilização
mundialista
podem
também
evidentemente
ser
encontradas
nas
nossás
~

.
próprias
.culturas'
rurais
e
urbanas.
Em
compensação,
parecem-me
bastante
fracas
aqui;
no
Nordeste
do
Brasil,
onde
comepo
a
redigir
este
livro.
APRENDER
ANTROPOLOGIA

oCAMPO
E
A
ABORDAGEM
ANTROPOLúGICOS
30

t
con
encer
reciprocamente
da
necessidade
de
não
deixar
se

A
questão
que
está
hoje
colocada
para
qualquer
antro

pe
er
ormas
de
pensamento
e
atividade
únicas.

pólogo
é
a
seguinte:

uma
possibilidade
em
minha
socieb
Urgência
de
análise
das
mutações
culturais
impostas
dade
(qualquer
que
seja)
permitindo-lhe
o
acesso
a
um
está-
p
o
esenvolvimento
extremamente
rápido
de
todas
as
so

gio
de
sociedade
industrial
(ou
pós-industrial)
sem
conflito

ciedades
contemporâneas,
que
não
são
mais
"sociedades
tra

dramático,
sem
risco
de
despersonalização?

dicionais",
e
sim
sociedades
que
estão
passando
por
um
de-
Minha
convicção
é
de
que
o
antropólogo,
para
ajudar
-'!-
senvolvimento
tecnológico
absolutamente
inédito,
por
mutaos
atores
sociais
a
responder
a
essa
questão,
não
deve,
pelo
ções
de
suas
relações
sociais,
por
movimentos
de
migração
menos
enquanto
antropólogo,
trabalhar
para
a
transformação
interna,
e
por
um
processo
de
urbanização
acelerado.
Através
das
sociedades
que
estuda.
Caso
contrário,
seria
conveniente,
da
especificidade
de
sua
abordagem,
nossà
disciplina
deve.
de
fato,
que
se
convertesse
em
economista,
agrônomo,
mé-não
fornecer
respostas
no
lugar
do~
interessados,
e
sim
for

dico.
político,
a
não
ser
que
ele
seja
motivado
por
alguma
mular
questões
com
,eles,
elaborar
com
eles
uma
reflexão
racional
(e
não
mai
/
,
ica
s
colocann-..--~
concepção
messiânica
da
antropologia.
Auxiliar
uma
deter-
pela
crise
mundial
u
--m-'~~u
ris
.
entidade

minada
cultura
na
explicitação
para
ela
mesma
de
sua
pró-'}..

-'
ou
sobre
lurarismo
cultural,
to
é,
o
e
onn-t.-~-·

pria
diferença
é
uma
coisa;
organizar
política,
econômica
e

de
li
técnicas,
ta
idades.
Em
a,
a
pesquisa
an

socialmente
a
evolução
dessa
diferença
é
uma
outra
coisa.>
,/
.tropológica,
que
não
e
m
uma,
como
podemos

Ou
seja,
a
participação
do
antropólogo
naquilo
que
é
hoje

notar,
uma
atividade
de
luxo,
sem,nunca
se
substituir
aos

a
vanguarda
do
anticolonialismo
e
da
luta
para
os
direitos

projetos
e
às
decisões
dos
próprios
atores
sociais,
tem
hoje

humanos
e
das
minorias
étnicas
é,
a
meu
ver,
uma
conse

como
vocação
maior
a
de
propor
não
soluções
mas
instruqüência
de
nossa
profissão.
mas
não
é
a
nossa
profissão
',!

mentos
de
investigação
que
poderão
ser
utilizados
em
espepropriamente
dita.
cial
para
reagir
ao
choque
da
aculturação,
isto
é,
ao
risco
de
um
desenvolvimento
conflituoso
levando
à
violência
ne-
Somos,
por
outro
lado,
diretamente
confrontados
a
uma

gadora
das
particularidades
econô~cas,
sociais,
culturais
de
d~ên~ia.à
qual
te.m.os
~_deve:.de
r~sp~~~er...
'
.
I
I
um
povo.

/
a)
rgencia
de
r
erva
ao
dos
atr17'r!omos
culturais

5)
Uma
quinta
dificuldade
diz-rêspeito,~·finalmen{ê,.à

loc~.
meaçadC!!
(e
a
respeito
disso
a
etnologia
es
sde
\
natureza
desta
obra
que
deve
apresentar,
em
uin
número
de.

o
seu
nascimento
lutando
contra
o
tempo
para
que
a
trans-I··
Ipáginasreduzido,
'uni"campo
de
pesquisa
imenso,
cujo
desencrição
dos
arquivos
orais
e
visuais
possa
ser
realizada
a
f,-volvimento
recente
é
extremamente
especializado;
No
final
tempo,
enquanto
os
últimos
depositários
das
tradições
ainda
i
do
século
XIX,
um
único
pesquisador
podia,
no
limite,
do-
estão
vivos)
e,
sobretudo,
de
restituição
aos
habitantes
das
I
minar
o
campo
global
da
antropologia
(Boas
fez
pesquisas
diversas
regiões
nas
quais
trabalhamos,
de
seu
próprio
saber
em
antropologia
social,
cultural,
lingüística,
pré-histérica,
e

e
saber-fazer.
Isso
supõe
uma
ruptura
com
aconcepção
assi-também
mais
recentemente
o
caso
de
Ktoeber,
provavelmétrica
da
pesquisa,
baseada
na
captação
di~informações.
mente
o
último
antropólogo
que
explorou
-com
sucesso
'
Não
há,
de
fato,
antropologia
'sein
"troca,
isto
é~sem
itine-.uma
área
tão
extensa).
Não
é,
evidentemente,
o
caso
hoje

em
dia.
O
antropólogo
considera
agora
-com
razão
-que
rário
no
decorrer
do
qual
as
parfeSenvolviãas
chegam
a
se
~.-.._-'~.:- ...
"
I~

-ri

}2
oCAMPO
E
A
ABORDAGEM
ANTROPOLOGICOS

APRENDER
ANTROPOLOGIA
j
é
competente
apenas
dentro
de
uma
área
restrita
13
de
sua
.Eu
queria
finalmente
acrescentar
que
este
livro
dirige-se
própria
disciplina
e.para
uma
área
geográfica
delimitada.
ao
mais
amplo
público
possível.
Não
àqueles
que
têm
por

Era-me
portanto
impossível,
dentro
de
um
texto
de
dimensões
tão
restritas,
dar
conta,
mesmo
de
uma
forma
parcial,
do
alcance
e
da
riqueza
dos
campos
abertos
pela
antropologia.
Muito
mais
modestamente,
tentei
colocar
um
certo
número
de
referências,
definir
alguns
conceitos
a
partir
dos
quais
o
leitor
poderá,
espero,
interessar-se
em
ir
mais
adiante.

Ver-se-á
que
este
livro
caminha
em
espiral.
As
preocupações
que
estão
no
centro
de
qualquer
abordagem
antropológica
e
que
acabam
de
ser
mencionadas
serão
retomadas,
mas
de
diversos
pontos
de
vista.
Eu
lembrarei
em
primeiro
lugar
quais
foram
as
principais
etapas
da
constituição
de
nossa
disciplina
e
como,
através
dessa
história
da
antropologia,
foram
se
colocando
progressivamente
as
questões
que
continuam
nos
interessando
até
hoje.'
Em
seguida,
esboçarei
os
pólos
teóricos
-a
meu
ver
cinco
-"
em
volta
dos
"quàis
oscilamo
pensamento
e
a
prática
antropológica.
Teria
sido,
de
fato,
surpreendente,
se,
procurando
dar
conta
da
pluraridade,
a
antropologia
permanecesse
monolítica.
Ela
é
ao
contrário
claramente
pluraL
Veremos
no
decorrer
deste
livro
.que
existein
perspectivas
complementares,
mas
também
mutuamente
exclusivas,
entre
as
quais
é
preciso
.escolher.
E,
em
vez
de
fingir
ter
adotado
o
ponto
de
vistade
Sirius,
em
vez
de
pretender
uma
neutralidade,
que
nas
cíências
humanas
é
um
engodo.
esforçando-me
ao
mesmo
tempo
para
apresentar.
com
o
máximo
de
objetividade
o
pensamento
dos
outros,
não
dissimularei
as
minhas'
próprias
opções.
Finalmente,
em
uma
última
parte.
os
principais
eixos
anteriormente
examinados
serão,
em
um
movimento
por
assim
dizer
retroativo,
reavaliados
com
o
objetivo
de
definir
aquilo
que
constitui,
a
meu
ver,
a
especificidade
da
antropologia.

13.
A
antropologia
das
técnicas,
a
antropologia
econômica,
política,
a
antropologia
do
parentesco,
das
organizações
sociais,
a
antropologia
religiosa,
artístjca,
a
antropologia
dos
sistemas
de
comunicações...
profissão
a
antropologia
-duvido
que
encontrem
nele
um
grande:'interesse
-mas
a
todos
que,
em
algum
momento
de
sua
vida
(profissional,
mas
também
pessoal),
possam
ser
levados
a
utilizar
o
modo
de
conhecimento
tão
característico
da
antropologia.
Esta
é
a
razão
pela
qual,
entre
o
inconve

.niente
de
utilizar
uma
linguagem
técnica
e
o
de
adotar
uma
linguagem
menos
especializada,
optei
voluntariamente
pela
segunda.
Pois
a
antropologia,
que
é
a
ciência
do
homem
por
excelência,
pertence
a
todo
o
mundo.
Ela
diz
respeito
a
todos
nós.

,',

'.

v'

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