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CONTABILIDADE

FINANCEIRA

(Iniciação à Contabilidade)

José Paulo Azevedo Rafael


Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo
Instituto Politécnico de Bragança
ÍNDICE

NOTA INTRODUTÓRIA
1- INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS .......................................................................... 15
3. CONTABILIDADE FINANCEIRA ....................................................................... 58
4. CASOS PRÁTICOS ................................................................................................. 96
5. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ................................................................... 106
NOTA INTRODUTÓRIA

A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização.


Está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social de protecção à
posse e de perpetuação e interpretação dos factos ocorridos com o objecto material de
que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.
Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio.
A organização económica acerca do direito do uso do solo acarretou em separabilidade,
rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada
pessoa criava a sua riqueza.
Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado
como herança aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais denominou-se
património. O termo passou a ser utilizado para qualquer valor, mesmo que estes não
tivessem sido herdados.
A origem da Contabilidade está ligada à necessidade de registos do comércio. Há
indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do
comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da
Antiguidade.
A actividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o
acompanhamento das variações de seus bens quando cada transacção era efectuada. As
trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registos ou relatórios sobre o facto.
Mas as cobranças de impostos, na Babilónia já se faziam com escritas, embora
rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efectuados pelo governo de
seu país no ano 2000 a.C.
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores,
preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar
as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior
volume, requerendo registos.
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registos a fim de
que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.
Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a
necessidade de controlo, que não poderia ser feito sem o devido registo, a fim de que se
pudesse prestar conta da coisa administrada.
É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as
compras, vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore
assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e
do cálamo (pena de escrever) no Egipto antigo facilitou extraordinariamente o registo de
informações sobre negócios.
À medida que as operações económicas se tornam complexas, o seu controlo
refina-se. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam
receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos
itens salários, perdas e diversões.
No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por
governos locais e pela igreja. Mas é somente em Itália que surge o termo Contabilitá.

Podemos resumir a evolução da ciência da Contabilidade da seguinte forma:


CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO – período que se inicia com as
primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci, da
autoria de Leonardo Fibonaci, o Pisano.
A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objecto o
Património, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos.
O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adoptado para
o controlo dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais,
escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie.
CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL – período que vai de 1202 da Era
Cristã até 1494.
O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a consequência
natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O
processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-
se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado,
tornando os registos mais complexos.
No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital",
representando o valor dos recursos injectados nas companhias pela família proprietária.
O método das Partidas Dobradas teve sua origem em Itália, embora não se
possa precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adopção de outros livros
que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade
de Custos.
O comércio com o exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos,
surgindo, como consequência das necessidades da época, o livro de caixa que recebia
registos de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma
rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e
referindo-se, inicialmente, a pessoas.
No início do Século XIV, já se encontravam registos explicitados de custos
comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte
e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período decorrido entre a aquisição, o
transporte e a laboração; mão-de-obra directa agregada; armazenamento, etc., o que
representava uma apropriação bastante analítica para a época. A escrita já se fazia nos
moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra
directa a ser agregada e custos indirectos de fabricação.
CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO – período que vai de 1494 até
1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni
Private e Pubbliche", da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria.
Obra marcante na história da Contabilidade.
Devem ser citados três eventos importantes que ocorreram neste período:
Em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios
bizantinos emigrassem, principalmente para Itália;
Em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um
enorme potencial de riquezas para alguns países europeus;
Em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa,
emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida.
A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controlo das
inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava.
A introdução da técnica contabilística nos negócios privados foi uma contribuição
dos comerciantes italianos do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os
investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que
reflectissem os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis
aos comerciantes, nas suas relações com os consumidores e os empregados.
O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da
Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da
Contabilidade.
Escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas
Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que a teoria contabilística do débito e do
crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos.
Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou
muitas obras, destacando-se a "Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et
Proporcionalitá", impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre
Contabilidade e Escrituração.
Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das
Partidas Dobradas. O método já era utilizado em Itália, principalmente na Toscana,
desde o Século XIV.
O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir
conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial,
diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registos de operações: aquisições,
permutas, sociedades, etc. sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de
armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e "Dano"; sobre correcções
de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc.
Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia
adaptada:
"Per ", mediante o qual se reconhece o devedor;
"A ", pelo qual se reconhece o credor.
Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se
usa até hoje.
CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO – período que se inicia em 1840
e continua até aos dias de hoje.
O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores
consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com a sua
obra "La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova
fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano.
Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento
contabilístico:
A primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda;
A segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e
A terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta.
Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse
inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da
Administração, e o património definia-se como um direito, segundo postulados
jurídicos.
Nessa época, em Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A
Contabilidade começou a ser leccionada com a aula de comércio da corte, em 1809.
A obra de Francesco Villa foi escrita para participar num concurso sobre
Contabilidade, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra
natal do autor. Além do prémio, Villa teve o cargo de Professor Universitário.
Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os
quais escrituração e guarda-livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente.
Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis
e as práticas que regem a matéria administradas, ou seja, o património. Era o
pensamento patrimonialista.
Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre, demonstrando o
elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir património
como objecto da Contabilidade.
Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923,
definiu património como objecto da Contabilidade. O enquadramento da
Contabilidade como elemento fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo, o
mérito incontestável de chamar atenção para o facto de que a Contabilidade é muito
mais do que meros registos; é um instrumento básico de gestão.
Entretanto a escola Europeia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações
práticas, sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado
das partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária,
principalmente, na Contabilidade de Gestão, preocupando-se demais em demonstrar que
a Contabilidade era uma ciência ao invés de dar vazão à pesquisa séria de campo e de
grupo.
A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-
americana dentro da Contabilidade. O surgimento do American Institut of Certified
Public Accountants foi de extrema importância no desenvolvimento da Contabilidade e
dos princípios contabilísticos; várias associações empreenderam muitos esforços e
grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos.
A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por
exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos accionistas, foi a causa primeira do
estabelecimento das teorias e práticas da contabilidade, que permitissem correcta
interpretação das informações, por qualquer accionista ou outro interessado, em
qualquer parte do mundo.
No início do século XX, com o surgimento das gigantescas corporações, aliado
ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de
desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentaram e ainda
experimentam, constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas
contabilísticas, ainda que em oposição aos pensadores patrimonialistas dos países
latinos, como Lopes de Sá.
Adaptado de Portal da Contabilidade

O ENSINO DA CONTABILIDADE EM PORTUGAL

O ensino de contabilidade e administração em Portugal remonta ao tempo do Rei


D. José I. Com efeito, foi criada, pelo Marquês de Pombal em 1759, a "Aula do
Comércio", com a finalidade de formar indivíduos competentes para a organização de
negócios.
Em 1970 é criado em Coimbra o curso de Contabilidade, a funcionar então no
Instituto Comercial e Industrial. Em 1974, por separação entre os ramos de "Indústria" e
"Comércio", são criados o Instituto Industrial de Coimbra e o Instituto Comercial de
Coimbra.
Posteriormente, em 1976, os Institutos Comerciais de Lisboa, Coimbra e Porto dão
lugar aos Institutos Superiores de Contabilidade e Administração, cujas escolas vieram
a ser integradas no subsistema Politécnico do Ensino Superior
A história da contabilidade em Portugal passa pelos contributos de autores como
Gonçalves da Silva ou Lopes Amorim. Do pensamento contabilístico em língua
portuguesa não podemos deixar de focar o papel preponderante do brasileiro António
Lopes de Sá.
Test scientia

Escolha a resposta correta:

1. Na História da Contabilidade a publicação do Método da Partida Dobrada deveu-se:


A. Leonardo Fibonaci no século XIII
B. Francesco Villa no século XV
C. Luca Pacioli no século XV
D. Fábio Bésta no século XIX

2. O ensino da contabilidade em Portugal, remonta ao século..., com a criação do/da…


A. xx; Instituto Comercial e Industrial
B. xviii; Aula do Comércio
C. xx; Institutos Superiores de Contabilidade e Administração
D. xv; Instituto Industrial e Comercial de Coimbra

(chave: 1. C; 2. B)
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

1- INTRODUÇÃO

1.1 O que é uma Empresa / Organização Económica?

É o todo devidamente organizado, resultante da conjunção de pessoas e bens, que


visa a produção de bens materiais ou a prestação de serviços.

1.2 Evolução histórica da empresa/organização económica:

► 4.000 ac, Mesopotâmia, sinais de existência de exploração agrícola; normas relativas aos
contratos.

► Antigo Egipto, existência de documentos de diversas unidades produtivas ligadas ao


Faraó.

► Grécia, existência da letra de câmbio, do cheque, moeda e do crédito.

► Roma, existência de grandes companhias.

► Explorações artesanais:

► Feudalismo

► Idade Média:

└ Produção auto-suficiente

└ Florescimento do comércio.

► Descobrimentos portugueses

► A empresa capitalista:

└ Revolução industrial

└ Maximização do lucro.

└ Empresas públicas e empresas de economia mista

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

└ O negócio individual;

└ A oficina artesanal familiar;

└ O pequeno investimento (micro - empresas, pequenas empresas);

└ As grandes empresas (monopólios, multinacionais)

└ Intervenção do estado na economia, (empresas públicas e semipúblicas)

1.3 As principais funções económicas e / ou sociais da empresa:

▓ PRODUÇÃO: A finalidade principal das empresas é produzir bens, ou prestar


serviços.

▓ INVESTIMENTO: Aumento da quantidade ou melhoria da qualidade dos meios


de produção.

A produção e o investimento são funções económicas interdependentes.

▓ INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO:

Resultado do trabalho sistemático efectuado para alargar o conhecimento científico e


técnico, ou seja, o resultado da investigação estará na base do desenvolvimento.

Dada a sua estreita ligação representa-se por I&D.

1.4 A satisfação das necessidades humanas:

└ Segundo Maslow:
Realização pessoal
Dignidade
Integração social
Segurança
Necessidades fisiológicas

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

└ Tipologia das necessidades:

Necessidades: Necessidades:

Alimentação; Individuais
(alimentação, habitação);
Vestuário;
Colectivas
Habitação; (segurança, cultura)
Educação;
Cultura;
Segurança.

└ Tipologia dos bens:

Bens:
Meios que o homem dispõe para satisfação das suas necessidades.

Bens livres:
Meios que a natureza oferece, que podem ser limitados ou ilimitados.

Produtos ou bens económicos:


Bens transformados, que requerem a actividade humana.

└ Ciclo de satisfação das necessidades humanas:

Trabalho: Meios de produção:


Objectos de trabalho
Aplicação humana de (matérias primas, subsidiárias)
esforços de ordem Meios de trabalho
intelectual ou física. (máquinas, ferramentas, edifícios)

Produção:
Transformação dos recursos em bens que satisfaçam as necessidades humanas.

Distribuição: Consumo:
Transporte de produtos do Utilização dos bens, por parte do
local de produção para o homem, para satisfação das suas
local de consumo. necessidades.

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Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

└ O circuito económico (simplificado):

Rendimento das famílias

Trabalho
Vencimentos e subsídios Impostos+contribuições+consumo
Trabalho Bens e serviços
FAMÍLIAS ADMINISTRAÇÃO EMPRESAS
Bens e serviços PÚBLICA Bens e serviços

Impostos+contribuições+consumo Vencimentos e subsídios


Bens e serviços

Consumo de bens e serviços

└ A ligação da empresa ao circuito económico:

Fluxos Reais
Recebidos do exterior Fornecidos ao exterior

Matérias-primas e subsidiárias
Produtos fabricados
Mercadorias
Empresa Mercadorias
Maquinaria e equipamento
Serviços vários
Serviços vários
Prestação à própria empresa
Prestação à própria empresa
Outros
Outros

Fluxos Monetários
Entrada de fundos Saída de fundos
monetários monetários
Meios monetários Meios monetários
Empresa

Meios monetários Meios monetários

Meios monetários Meios monetários

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└ Sincronismo no circuito económico:

Entrega de moeda

Compra a pronto pagamento

Vendedor Comprador

Bens e serviços

Venda a pronto

└ Não existência de sincronismo no circuito económico:

Pagamento diferido

Compra a prazo

Vendedor Comprador
(Fornecedor) (cliente)

Bens e serviços

Venda a prazo

Na definição jurídica, Crédito:

É o direito que assiste ao vendedor de receber, em data posterior à da venda, o valor dos
bens que recebeu ou dos serviços que prestou.

Na definição jurídica, Débito:

É a obrigação que o comprador tem de pagar, em data posterior à de aquisição, o valor dos
bens e dos serviços que adquiriu.

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2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

2.1 A Contabilidade

São funções da Contabilidade:

☼ REGISTO:

Registo de todos os factos que provocam alterações no património da empresa. Esta função
da contabilidade depende de outras secções da empresa que tem de fornecer a informação
clara e precisa para a realização dos registos contabilísticos. Esta função pode dividir-se em
duas fases:

1ª Fase, montagem da empresa, onde se devem escolher os modelos de cada impresso a


utilizar, adquirir e registar os livros obrigatórios de acordo com Código Comercial.

2ª Fase, funcionamento da empresa, onde pelos registos se deve apurar claramente e a


qualquer momento a situação da empresa e os resultados obtidos.

☼ CONTROLO:

A contabilidade deve permitir o exame e a crítica das operações realizadas pela empresa.

☼ AVALIAÇÃO:

A contabilidade deve permitir conhecer com exactidão os custos dos produtos vendidos e
assim determinar os preços de venda, determinar a quantidade e qualidade das matérias,
analisar a produtividade dos colaboradores da empresa.

☼ PREVISÃO:

A previsão é feita pelos chamados orçamentos, elaborados a partir dos dados da


contabilidade, podem ser gerais, quando abrangem toda a organização e parciais, quando
abrangem determinados sectores.

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Algumas definições de Contabilidade:

GONÇALVES DA SILVA, BESTA,


“Contabilidade é uma “Contabilidade é a ciência
técnica de relevação do controlo económico”.
patrimonial”.

LOUSÃ / MAGALHÃES, ZAPPA,


“Contabilidade é a ciência “Contabilidade é a
que tem por objecto o disciplina que estuda os
estudo do património das processos seguidos nas
empresas, dando a unidades económicas para
conhecer, em qualquer relevação da gestão”.
momento, a sua
composição qualitativa e MASI,
quantitativa”. “Contabilidade é a ciência
do património”.

São divisões da Contabilidade:

CONTABILIDADE GERAL/FINANCEIRA: abrange as operações de natureza comercial


ou financeira.

CONTABILIDADE ANALÍTICA/GESTÃO: abrange as operações de carácter interno que


permitem a transformação das matérias-primas em produtos acabados.

São características da contabilidade geral/financeira:

> Regista factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros;

> Permite conhecer em qualquer momento, a situação patrimonial da empresa;

> Dá a conhecer, período a período, os resultados derivados da exploração;

> Possibilita análises de ordem económica e financeira.

São características da contabilidade analítica/gestão:

> Fornece custos totais e unitários dos produtos;

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> Permite hierarquizar responsabilidades no seio da empresa;

> Possibilita a elaboração de estudos de rentabilidade;

> Permite a tomada de decisões mais esclarecidas, seguras e eficazes.

Contabilidade é um sistema de O objetivo da Contabilidade é


informação que reconhece os apresentar o Património quer em
fluxos económicos realizados por composição, quer em valor, em
uma entidade. determinada data, evidenciando
as variações patrimoniais
ocorridas em determinado em
O objeto de estudo da período.
Contabilidade é o Património.

2.2 O património individual (jurídico)

Damos o nome de património individual ao conjunto dos bens, direitos e


obrigações pertencentes a um indivíduo, em determinado momento.

└ Exemplo:

O Património do Sr. Afonso era constituído em “01.01.n”, pelos seguintes elementos:

> Uma casa;

> Um carro;

> Mobiliário diverso;

> Depósito à ordem no banco C;

> Dinheiro;

> Empréstimo obtido no banco D.

Devido a diversos factores, o património de hoje, pode ser diferente amanhã, a isto
chamamos o dinamismo do património. Assim, surge a necessidade de datarmos, sempre
um património. Para além da data, um património deve ser sempre valorizado:

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└ Exemplo:

O Património do Sr. Afonso era constituído em “01.01.n”, pelos seguintes elementos:

> Uma casa, no valor de 100.000,00 euros;

> Um carro, no valor de 20.000,00 euros;

> Mobiliário diverso, no valor de 5.000,00 euros;

> Depósito à ordem no banco C, no valor de 50.000,00 euros;

> Dinheiro, no valor de 625,00 euros;

> Empréstimo obtido no banco D, no valor de 10.000,00 euros.

O conjunto dos bens, direitos e obrigações, representa o património do Sr. Afonso.

O Património do Sr. Afonso é constituído em “01.01.n”, pelos seguintes elementos:

BENS E DIREITOS: OBRIGAÇÕES:


- Uma casa, no valor de 100.000,00 euros; - Empréstimo obtido no banco D, no
- Um carro, no valor de 20.000,00 euros; valor de 10.000,00 euros.
- Mobiliário diverso, no valor de 5.000,00
euros,
- Depósito à ordem no banco C, no valor de
50.000,00 euros;
- Dinheiro, no valor de 625,00 euros;

Valor do património = (bens + direitos) – obrigações

Valor do património = 175.625,00 – 10.000,00 = 165.625.00 euros

2.2.1 Elementos patrimoniais:

A empresa, sendo um ente com individualidade própria, a composição do seu


património é um espelho da actividade a que se dedica.

Tal como no património individual, o património das empresas é constituído por


bens, direitos e obrigações.

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Aos BENS E DIREITOS, damos o nome de ELEMENTOS PATRIMONIAIS


ACTIVOS. O seu conjunto constitui o ACTIVO.

Às OBRIGAÇÕES, damos o nome de ELEMENTOS PATRIMONIAIS PASSIVOS. O


seu conjunto constitui o PASSIVO.

Os elementos patrimoniais apresentam duas características agregadoras:

1º - São redutíveis a valores monetários;

2º - Estão afectos à mesma gestão.

Património:

Conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa, em determinada data, devidamente


valorados e utilizados para atingir determinados objectivos.

Valor do património da empresa:

O património da empresa é então a soma dos bens e direitos, subtraídos às obrigações.

Dito de outra forma:

Bens + Direitos = Activo e,

Obrigações = Passivo

Então,

Valor do património = Activo – Passivo

Ao valor do património dá-se tradicionalmente o nome de SITUAÇÃO LÍQUIDA ou


CAPÍTAL PRÓPRIO, pois dá-nos a conhecer a posição em que a empresa ficaria, se, nesse
momento, tivesse de liquidar todo o seu património.

CAPITAL PRÓPRIO ou SITUAÇÃO LIQUIDA = ACTIVO – PASSIVO

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2.2.2 O Balanço:

O Balanço é uma Demonstração Financeira que representa os elementos


patrimoniais, ou seja, a posição financeira da entidade, o seu Património.

2.2.2.1 Elementos patrimoniais:

O Activo de uma empresa é constituído pelos BENS e DIREITOS de que é titular;

O Passivo de uma empresa é constituído pelas OBRIGAÇÕES que tem para com
terceiros.

O Capital Próprio (situação liquida) resulta da diferença entre o ACTIVO e o


PASSIVO, em determinado momento.

Generalizando:

Se Activo > Passivo

A situação Líquida diz-se Activa e A = P + SLA

Esquematicamente:

Situação Líquida Activa


Activo +
=
Passivo

Se Activo = Passivo

A situação Líquida diz-se Nula e A = P

Esquematicamente:

Activo = Passivo

Se Activo < Passivo

A situação líquida diz-se Passiva e A + SLP = P

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Esquematicamente:

Activo
+
Passivo
Situação Líquida =
Passiva

Em qualquer dos três casos apresentados, chegamos sempre a uma igualdade.

Por convenção, esta igualdade pode ser representada em forma de T, no qual do lado
esquerdo, representamos a Activo da empresa e do lado direito o Passivo da empresa. A
Situação Líquida registar-se-á, do lado mais fraco, de forma a mantermos uma igualdade.

À igualdade entre dois membros, representados desta maneira damos o nome de


balanço.

Balanço

Activo Passivo
+ +
Situação Líquida Situação Líquida
Passiva Activa

A + SLP = P + SLA

A esta equação, damos o nome de, EQUAÇÃO GERAL DO BALANÇO

Qualquer Balanço deverá:

> Indicar especificamente a que empresa se refere;

> Apresentar a data de elaboração (a empresa mantém permanentemente relações


com o espaço em que se insere, pelo que está em permanente mutação, o balanço é uma
representação estática do património, dever-se-á indicar sempre a data a que se refere);

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> Ser sempre uma igualdade entre dois membros;

> Representar o património:

> Representa o património em composição, uma vez que nele estão inscritos
em extensão o activo e o passivo de uma empresa, em determinado momento;

> Representa o património em valor.

Balanço:

Uma igualdade entre dois membros, referida a uma determinada data e referente a uma dada
empresa, que nos representa o seu património, quer em composição, quer em valor.

2.2.2.2 Apresentação do Balanço:

A apresentação do Balanço deve ser realizada de acordo com a nomenclatura prevista


na Portaria 220/2015.

> As rubricas integrantes do balanço devem ser apresentadas por determinada ordem:

> primeiro os valores activos divididos em dois grupos, primeiro apresentam-


se os activos não correntes (que normalmente são usados pela entidade por períodos
superiores a um ano) seguidos dos activos correntes (que normalmente são realizados em
menos de um ano).

> seguem-se os itens de capital próprio, e finalmente os passivos da entidade


divididos em dois grupos, obrigações não correntes seguidas das obrigações correntes.

2.2.3 Variações patrimoniais:

i) Variações Permutativas ou Qualitativas:

VARIAÇÕES PERMUTATIVAS OU QUALITATIVAS, SÃO PROVOCADAS POR


FLUXOS ECONÓMICOS QUE APENAS MODIFICAM A COMPOSIÇÃO DO
PATRIMÓNIO, MAS NÃO O SEU VALOR.

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ii) Variações Modificativas ou Quantitativas:

VARIAÇÕES MODIFICATIVAS OU QUANTITATIVAS, SÃO PROVOCADAS POR


FLUXOS ECONÓMICOS QUE MODIFICAM NÃO SÓ A COMPOSIÇÃO DO
PATRIMÓNIO, MAS TAMBÉM O SEU VALOR.

Já vimos que para determinado período as operações contabilísticas têm por base um
eventual Balanço Inicial, durante o ano a empresa labora e ocorrem alterações no seu
património, no fim desse período é elaborado um novo Balanço, denominado Balanço Final.
Ao tempo que decorre entre o Balanço inicial e o Balanço final, damos o nome de período
económico, que em Portugal coincide em regra com o ano civil.

A partir da elaboração dos Balanços inicial e final é possível demonstrar as variações


ocorridas num património em determinado período, basta então calcular:

Capital Próprio Final – Capital Próprio Inicial

 Se esta diferença for positiva, a empresa aumentou o capital próprio;

 Se a diferença for negativa, a empresa diminuiu o capital próprio.

2.2.4 A demonstração dos resultados por natureza:

Já vimos que uma empresa realiza operações, que na óptica da Contabilidade, podem
ser permutativas ou modificativas. São as operações modificativas que vão levar aos
objectivos finais da empresa, a rentabilização dos investimentos, proporcionando o almejado
lucro.

Tal como fizemos no estudo do Balanço, em que agregamos os elementos com


características homogéneas e coerentes entre si, na mesma conta, assim vamos fazer para a
elaboração da Demonstração dos Resultados. Agregaremos os elementos componentes dos
rendimentos e dos gastos da empresa em contas, segundo o Sistema de Normalização
Contabilística.

Para a elaboração da demonstração de resultados por natureza, teremos que agrupar


cada uma das contas apresentadas, nas contas de resultados.

ESACT/IPB 23
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos: Agrega as contas: (71


+ 72 +73 + 74 + 75 + 78) – (61 + 62 + 63 + 66 + 67 + 68)

Resultados operacionais: Agrega o resultado anterior bem como as contas: (76) – (64 + 65)

Resultados antes de impostos: Agrega o resultado anterior, bem como as contas: (79) – (69)

Imposto sobre o rendimento do período: Implica a determinação do valor do imposto, nos


termos das disposições legais aplicáveis.

Resultado líquido do período = Resultados antes de impostos – Imposto sobre o rendimento

Resultado Liquido do Período resulta assim da diferença entre os RENDIMENTOS e os


GASTOS, liquido dos impostos que tributem os respectivos rendimentos.

Existem gastos e rendimentos que resultam da actividade normal e corrente que a


empresa desenvolve, bem como gastos e rendimentos de financiamento.

Daqui decorre a necessidade de decompormos a conta de RESULTADO LIQUIDO


DO PERÍODO de acordo com a sua natureza, ou seja, de acordo com as operações que lhe
deram origem.

2.2.5 A Conta:

Agregação dos elementos patrimoniais em contas:

Da análise aos elementos patrimoniais de uma empresa, vimos que há elementos


patrimoniais com características semelhantes, que se poderiam agrupar. O seu agrupamento
permite uma melhor arrumação e facilita o estudo do património empresarial.

Cada agrupamento de elementos patrimoniais com características semelhantes


formam um subconjunto de todos os elementos patrimoniais da empresa, a cada
subconjunto, damos o nome de CONTA.

Conjunto de elementos patrimoniais com características semelhantes, expressos em


unidades de valor.

ESACT/IPB 24
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

A CONTA deve satisfazer dois requisitos:

1º- Homogeneidade, cada conta deve conter elementos que tenham características
comuns;

2º- Integralidade, todos os elementos que apresentam características comuns devem


fazer parte da mesma conta.

CONTA:
Conjunto de elementos patrimoniais que apresentam uma certa coerência e homogeneidade
entre si e se encontram expressos em unidade de valor. Toda a conta apresenta um título e
uma extensão ou valor.

2.2.5.1 Representação da conta:

Por convenção e tradição, a CONTA poderá apresentar o traçado, em forma de T.

Este traçado permite a divisão do espaço, reservado aos registos, em duas colunas:

-coluna da esquerda (1ª coluna);

-coluna da direita (2ª coluna).

Por convenção, à coluna da esquerda deu-se o nome de (DEVE), e à da direita de (HAVER).

Assim, se uma conta recebe uma inscrição do lado esquerdo, diz-se que está a ser debitada,
se uma conta recebe uma inscrição do lado direito, diz-se que está a ser creditada.

D (deve) TITULO DA CONTA (haver) H

DÉBITOS CRÉDITOS

À diferença entre a soma dos DÉBITOS e dos CRÉDITOS, apresentados por uma
conta damos o nome de SALDO.

ESACT/IPB 25
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Saldo = Débito – Crédito

O saldo de uma conta traduz o seu valor em determinado momento.

Os saldos apurados podem apresentar natureza diferente:

Se Débito > Crédito, o saldo diz-se Devedor,

A natureza do saldo recebe o nome do lado mais forte.

Se Débito = Crédito, o Saldo diz-se Nulo,

Se Débito < Crédito, o Saldo diz-se Credor.

Esquematicamente: D (deve) TITULO DA CONTA (haver) H


Débitos Créditos
Se D > C Saldo Devedor
= +
Saldo Devedor
D (deve) TITULO DA CONTA (haver) H

Se D = C Saldo Nulo Débitos Créditos


=

D (deve) TITULO DA CONTA (haver) H


Se D < C Saldo Credor Débitos Créditos
+ =
Saldo Credor

2.2.5.2 Movimentação da Conta:

Antes de efectuar qualquer registo, temos que saber em que coluna se efectuará o
registo.

O primeiro registo a efectuar será a extensão inicial da conta evidenciada pelo


Balanço.

Podemos ver a seguir no quadro de variação de contas que no activo a extensão


inicial se regista na 1ª coluna, o equivalente ao lado esquerdo da conta. A coluna do lado
esquerdo corresponde ao débito, o que equivale a dizer que as contas do Activo DEBITAM
PELA EXTENSÃO INICIAL.

ESACT/IPB 26
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Conta
Contas Activo
+ - Equivalente a: Activo
Ext. Inicial Extensão
Inicial

Podemos ver no quadro de variação de contas que no Passivo a extensão inicial se


regista na 2ª coluna, o equivalente ao lado direito da conta. A coluna da direita equivale ao
crédito, o que equivale a dizer que as contas do Passivo se CREDITAM PELA EXTENSÃO
INICIAL.

Conta
Contas Passivo
- + Equivalente a: Passivo
Ext. Inicial Extensão
Inicial

- As contas do activo são debitadas pela extensão inicial


- As contas do capital próprio e passivo são creditadas pela extensão inicial

Se analisarmos ao pormenor, facilmente chegamos às seguintes conclusões:

1º - Movimentação das contas do ACTIVO:

Já sabemos que a extensão inicial de regista a débito, mas sabemos que uma conta
pode sofrer aumentos e diminuições de valor, como se realiza o respectivo registo?

Analisamos o quadro de variação de contas:

Contas Activo D Conta do Activo C


+ -
Equivalente a: Extensão Inicial
Ext. Inicial Aumentos Diminuições
Aumento Diminuição

Regra de movimentação das contas do ACTIVO:


As contas do Activo são debitadas pela sua extensão inicial e pelos aumentos de
extensão e creditadas pelas diminuições de extensão.

ESACT/IPB 27
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Nota Histórica:

A escola Contista, no século XV, explicava assim:

… quem recebe deve (tem um débito) , por isso o Activo foi considerado devedor.

… quem entrega tem a haver (tem um crédito), caracterizando um direito de terceiros


em relação à empresa.

2º - Movimentação das contas do CAPITAL PRÓPRIO e PASSIVO:

Nota Histórica:

A escola Contista, no século XV, explicava assim:

… a conta de capital representa uma divida da empresa para com o proprietário


(sócios / accionistas), por isso a equiparação a Passivo.

Já sabemos que a extensão inicial se regista a CRÉDITO, mas sabemos que uma
conta pode sofrer aumentos e diminuições de valor, como se realiza o respectivo registo?

Analisamos o quadro de variação de contas:

Contas CP e Passivo D Conta do CPP C


- +
Ext. Inicial Equivalente a: Extensão Inicial
Diminuições
Aumentos
Diminuição Aumento

Regra de movimentação das contas do PASSIVO e CAPITAL PRÓPRIO:


As contas do passivo são creditadas pela sua extensão inicial e pelos aumentos
de extensão e debitadas pelas diminuições de extensão.

3º - Movimentação das contas de GASTOS:

No quadro de variação de contas, as contas de gastos registam-se sempre na primeira


coluna, que equivale ao lado do DÉBITO, salvo algumas situações especiais.

Conta de Gastos
Contas Gastos D C
+ - Valor do
Equivalente a:
Valor do gasto
Gasto

ESACT/IPB 28
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Regra de movimentação das contas de GASTOS:


As contas de gastos são debitadas, sempre que a empresa suporta um gasto
(relação Gasto – Passivo).

4º - Movimentação das contas de RENDIMENTOS:

No quadro de variação de contas, as contas de rendimentos registam-se sempre na


segunda coluna, que equivale ao lado do CRÉDITO, salvo algumas situações especiais.

Contas Rendimentos Contas de Rendimentos


D C
- +
Equivalente a: Valor do
Valor do Rendimento
Rendimento

Regra de movimentação das contas de RENDIMENTOS:


As contas de rendimentos são creditadas, sempre que a empresa obtém um
rendimento (relação Rendimento – Activo).

Cada fluxo económico registado pela empresa provoca alterações no seu património.

Ora a empresa está permanentemente a efectuar operações, operações que serão


registadas nas diversas contas de acordo com as características de homogeneidade e
coerência.

Surge, assim a CONTA como um quadro de registo e de análise dos fluxos


económicos da empresa.

Podemos então definir CONTA como:

Quadro que permite seguir a evolução das aplicações e dos recursos de uma empresa.

2.2.5.3 Contas colectivas e divisionárias:

Já constatamos ao longo do estudo efectuado da necessidade que a empresa tem em


agrupar os elementos patrimoniais em contas.

ESACT/IPB 29
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

2.2.5.3.1 Desdobramento das contas:

DEPÓSITOS À ORDEM:

Sabemos o valor que a empresa tem à guarda das instituições financeiras, mas não sabemos
em qual ou em quais, temos por isso que desdobrar a conta de DO em contas divisionárias
ou sub-contas.

Contas do 1º Grau Depósitos à Ordem

Contas do 2º Grau Banco A Banco B Banco C

CLIENTES:

Sabemos o que significa o saldo de Clientes, mas não sabemos quais os clientes que nos
devem, surge agora a necessidade de a classificação contabilística, ser mais precisa. Temos
assim que dividir a conta clientes em contas subsidiárias. Assim, designamos a conta de
Clientes de conta colectiva ou acumulativa, uma vez que se pode dividir noutras – contas
divisionárias ou subcontas.
Contas do 1º Grau Clientes

Contas do 2º Grau Clientes Conta Clientes Títulos


Corrente Gerais a receber Gerais

Contas do 3º Grau A B C A B C

INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS:

De acordo com a classificação económica das empresas, podemos ter mercadorias (empresas
comerciais) e matérias-primas (empresas industriais).

Contas do 1º Grau Mercadorias Matérias-Primas

Contas do 2º Grau A B C A B C

ESACT/IPB 30
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

GASTOS:

Fornecimentos e Serviços
Externos

Subcontratos Serviços Especializados Serviços Diversos

Trabalhos Especializados Rendas O. Serviços

Honorários Seguros
Comissões

RENDIMENTOS:

Vendas

Mercadorias Dev. Vendas Desc. Abat. VND

2.2.6 O inventário:

Aos documentos onde constam as listagens dos elementos patrimoniais da empresa,


em determinado momento, damos o nome de Inventário.

2.2.6.1 Classificações:

O inventário, pode ser classificado em:

1º - Quanto à ordenação:

> Inventário simples ou corrido, quando os seus elementos se apresentam


indiscriminadamente, sem a menor preocupação de ordem ou selecção;

> Inventário classificado ou selectivo, quando os seus elementos activos e passivos


aparecem separados e agrupados nas respectivas contas, obedecendo a uma certa ordem.

2º - Quanto ao conteúdo:

> Inventário total ou geral, quando nele estão inscritos todos os elementos patrimoniais da
empresa, em determinado momento;

ESACT/IPB 31
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

> Inventário parcial, quando apenas são listados determinados elementos do património da
empresa.

3º - Quanto à apresentação:

> Inventário analítico, quando, além do título da conta, nele são apresentados todos os seus
elementos integrantes, devidamente valorados.

> Inventário sintético, quando nele apenas surgem as contas integrantes com o respectivo
título e extensão (valor).

2.2.6.2 Elaboração do inventário:

Na elaboração de um inventário, há a considerar, em geral, quatro fases:

1º- Arrolamento consiste em fazer a listagem dos elementos patrimoniais


constituintes do património da empresa;

2º- Classificação, agrupamento em contas, dos elementos com características


semelhantes ou comuns;

3º- Descrição consiste em indicar os elementos patrimoniais integrantes de cada


conta;

4º- Avaliação consiste na valoração dos elementos patrimoniais.

Inventário:
Relação, referida a uma determinada data, de elementos patrimoniais da empresa,
devidamente quantificados e valorizados.

2.2.7 A normalização contabilística:

2.2.7.1 Modelos contabilísticos:

Actualmente realça-se cada vez mais o papel social da empresa na medida em que a
sua ligação ao mundo que a rodeia é cada vez mais intensa. Diz-se mesmo que a empresa é
um agente económico que a todo o momento é atravessado por fluxos:

ESACT/IPB 32
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

 Fluxos externos: quando resultam de operações realizadas que colocam a empresa


em contacto com outros agentes económicos. (compras, vendas, empréstimos);

 Fluxos internos: quando resultam de operações efectuadas no interior da própria


empresa. (trabalhos para a própria entidade).

O conhecimento preciso destas operações e do seu valor é feito através de


documentos como facturas, recibos, notas de débito e de crédito. Como uma das actividades
básicas da contabilidade é a de registar documentos, compete-lhe, por um lado, receber,
seleccionar e classificar tais documentos e, por outro, fornecer dados que permitam cálculos
de rentabilidade, solvabilidade, autonomia e análise dos desvios, possibilitando julgamentos
sobre a situação da empresa, sua evolução e perspectivas futuras.

O papel da contabilidade, não se fica por aqui, é cada vez mais um precioso
instrumento de elaboração de estatísticas e das contas nacionais.

A contabilidade, para desempenhar todas as tarefas expostas, deve resumir e sumariar


os dados obtidos para que possam ser inscritos em documentos, a que damos o nome de
modelos.

Modelo contabilístico:

É uma maneira simples de representar a realidade complexa, de modo a que terceiros a


possam compreender.

Os modelos contabilísticos facilitam a gestão empresarial na medida em que


permitem planificar, medir e controlar, de modo científico, as actividades desenvolvidas ou a
desenvolver, na empresa.

Os modelos, em geral, e os contabilísticos em particular, são elaborados com base em


três tipos de orientações:

1 – Princípios: são tão importantes que determinam a natureza básica do modelo. São
universalmente aceites, permitindo obter uma imagem verdadeira e apropriada da situação
patrimonial, bem como dos resultados das operações realizadas pela empresa.

ESACT/IPB 33
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

2 – Tradições: incidem sobre aspectos contabilísticos menos importantes, permitindo,


por um lado, a uniformização do modelo dentro de um país mas possibilitando, por outro,
que os mesmos variem de país para país.

3 – Leis: destinam-se a reforçar os princípios e as tradições existentes no país, ou a


estabelecer regras a que as empresas devem aderir.

Destinam-se fundamentalmente a:

> Obrigar à divulgação das demonstrações financeiras;

> Dar segurança a terceiros, que contactem com a empresa, uma vez que se destinam
ou a fazer com que as contas anuais apresentadas sejam correctas;

> Permitir a consistência ou permanência dos métodos, isto é, a assegurar que os


resultados obtidos de ano para ano sejam comparáveis.

Os princípios, as tradições e as leis, reunidos em modelos contabilísticos, implicam


que estes variem de país para país, de acordo com a sua estrutura política e as suas
instituições, tornando-se por vezes, extremamente difícil, fazer comparações entre países.

Pode-se, mesmo afirmar que as tradições conduziram à criação de três grandes


escolas contabilísticas:

> Nas economias liberais, nestes países, as Associações de Profissionais,


desempenham um papel fundamental, uma vez, que são elas que elaboram disposições sobre
dados a apresentar no Balanço, nas Demonstrações de Resultados e no Relatório de Gestão,
sempre considerando que a contabilidade, deve dar a qualquer momento uma imagem
verdadeira e fiel da situação patrimonial da empresa.

> Nas economias de tendência planificadora, em que existem planos contabilísticos,


o que permite que a contabilidade fique sujeita a um modelo geral uniforme.

> Nas economias planificadas, em que a economia da empresa se encontra integrada


na planificação global, pelo que à empresa são fixados objectivos em quantidades físicas e
em valor, o que permite obter dados para cálculo de índices, que servem de base de análise
de desvios em relação ao planificado e de orientação para o futuro.

ESACT/IPB 34
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

No que respeita aos países da Europa ocidental, após a criação da CEE, verificou-se
um esforço de parte dos seus membros para que as divergências se esbatessem.

Deste modo, foi elaborada a IV Directiva do Conselho, de acordo com o disposto no


Tratado de Roma, que teve por objectivo harmonizar a estrutura, o conteúdo e o modo de
avaliação das contas anuais das sociedades de capitais. Esta tendência era inevitável, as
empresas mãe, passaram a abrir filiais noutros países membros, e a criação de uma zona
económica livre, levou a que a concorrência passasse a exigir equivalência de informações.

Apesar de se terem feito significativas aproximações com as disposições constantes


da 4ª Directiva da CEE, mantiveram-se determinadas características próprias do nosso
contexto jurídico – económico e das características das nossas empresas. A 7ª Directiva
introduziu novos ajustamentos ao POC de 1989, que consistiram em algumas modificações e
no aditamento respeitantes a normas de consolidação de contas e demonstrações financeiras
consolidadas, respectivamente.

O Plano Oficial de Contabilidade apresentava, uma filosofia e uma estrutura própria,


o que lhe conferia uma aptidão particular para, aplicando critérios tradicionalmente
portugueses, resolver questões específicas do nosso universo económico – financeiro.

O Regulamento (CE) n.º 1606/2002 veio estabelecer a adopção e a utilização, na


Comunidade, das normas internacionais de contabilidade — International Accounting
Standards (IAS) e International Financial Reporting Standards (IFRS) e interpretações
conexas — International Financial Reporting Interpretations Committee (SIC/ IFRIC).

A aplicabilidade das normas internacionais de contabilidade às empresas cotadas em


bolsa é a expressão mais recente dos esforços internacionais de normalização contabilística
que resultou na substituição do Plano Oficial de Contabilidade pelo Sistema de
Normalização Contabilística a partir de 2010.

2.2.7.2 Evolução histórica do conceito de Normalização Contabilística:

No início do século XX, a actividade económica caracterizava-se pela existência de


um grande mercado, sujeito à lei da livre concorrência. Cada empresa definia a sua própria
organização contabilística. Após a I Guerra Mundial (1917), assistiu-se por todo o mundo, à
formação de médias e grandes empresas, resultantes da fusão e associação de pequenas
empresas. O Estado, que até então estava afastado do mercado, decide intervir na economia,

ESACT/IPB 35
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

não só nacionalizando as grandes empresas, como também orientando o mercado. Esta


intervenção por parte do Estado levou a que a Contabilidade, passa-se a ter um carácter
colectivo, sentindo-se assim a necessidade de uniformizar os métodos contabilísticos.

As primeiras tentativas de uniformização do conteúdo e terminologia das normas


contabilísticas foram feitas nos EUA. Paralelamente em Inglaterra surgiram as “Chartered
Accountants”, associações de contabilistas, que estabelecem normas de contabilização, para
cada ramo de actividade. São estes os primeiros passos conducentes à internacionalização
das normas contabilísticas. Em 1937, surge na Alemanha o primeiro Plano Contabilístico.

A internacionalização dos negócios levou à uniformização dos procedimentos


contabilísticos.

2.2.7.2.1 O plano de contas:

São objectivos de um plano de contas:

Com a existência de um plano nacional de contabilidade, pretende-se conseguir uma


uniformização dos princípios contabilísticos nas empresas, de modo a permitir a obtenção de
informações precisas, claras e úteis, não só às próprias empresas, mas também a todas as
entidades interessadas na obtenção dos seus dados contabilísticos. Este objectivo só é
possível, existindo um plano contabilístico, aplicável a todas as organizações com
características similares.

Estas necessidades incluem:


(a) Investidores – Os fornecedores de capital de risco e os seus consultores estão ligados ao
risco inerente, e ao retorno proporcionado pelos, seus investimentos. Necessitam de
informação para os ajudar a determinar se devem comprar, deter ou vender. Os accionistas
estão também interessados em informação que lhes facilite determinar a capacidade da
entidade pagar dividendos.
(b) Empregados – Os empregados e os seus grupos representativos estão interessados na
informação acerca da estabilidade e da lucratividade dos seus empregadores. Estão também
interessados na informação que os habilite a avaliar a capacidade da entidade proporcionar
remuneração, benefícios de reforma e oportunidades de emprego.
(c) Mutuantes – Os mutuantes estão interessados em informação que lhes permita determinar
se os seus empréstimos, e os juros que a eles respeitam, serão pagos quando vencidos.

ESACT/IPB 36
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

(d) Fornecedores e outros credores comerciais - Os fornecedores e outros credores estão


interessados em informação que lhes permita determinar se as quantias que lhes são devidas
serão pagas no vencimento. Os credores comerciais estão provavelmente interessados numa
entidade durante um período mais curto que os mutuantes a menos que estejam dependentes
da continuação da entidade como um cliente importante.
(e) Clientes - Os clientes têm interesse em informação acerca da continuação de uma
entidade, especialmente quando com ela têm envolvimentos a prazo, ou dela estão
dependentes.
(f) Governo e seus departamentos – O Governo e os seus departamentos estão interessados
na alocação de recursos e, por isso, nas actividades das entidades. Também exigem
informação a fim de regularem as actividades das entidades, determinar as políticas de
tributação e como base para estatísticas do rendimento nacional e outras semelhantes.
(g) Público - As entidades afectam o público de diversos modos. Por exemplo, podem dar
uma contribuição substancial à economia local de muitas maneiras incluindo o número de
pessoas que empregam e patrocinar comércio dos fornecedores locais. As demonstrações
financeiras podem ajudar o público ao proporcionar informação acerca das tendências e
desenvolvimentos recentes na prosperidade da entidade e leque das suas actividades.

2.2.7.2.1.1 Antecedentes do plano em Portugal:

A primeira tentativa de uniformização a nível sectorial surgiu nas companhias de


seguros e nos bancos, como recomendação do Congresso Internacional de Contabilidade,
realizado em Barcelona, em 1929, surgindo anos depois o Plano Internacional de
Contabilidade, relativo ao sector. As reformas fiscais implementadas pelos governos, vêm
acentuar a necessidade de um plano de contabilidade, que permitisse controlar a tributação
dos rendimentos obtidos pelas empresas. Na década de 60 do século XX, é nomeada a 1ª
comissão pelo Ministério das Finanças, encarregada da elaboração do 1º projecto de um
Plano português de Contabilidade, tornado público em Maio de 1970, intitulado Plano Geral
de Contabilidade. Tratava-se da adaptação do Plano Contabilístico francês de 1957. Em
1973, o Ministério das Finanças, divulga o 2º projecto de Plano Português de Contabilidade.
Em 1975 é apresentado pela Sociedade Portuguesa de Contabilistas o Plano Oficial de
Contabilidade. Com a adesão de Portugal à CEE, e por efeitos da Directiva n.º 78-660-CEE,
houve necessidade de reformular o plano em vigor, introduzindo-lhe melhorias de forma a
adapta-lo, quer à realidade nacional quer à europeia. Desde então, tem havido sucessivas

ESACT/IPB 37
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

actualizações ao POC que resultaram na sua revogação e consequente substituição pelo


Sistema de Normalização Contabilística (SNC).

2.2.7.3 Sistema de normalização contabilística1:

2.2.7.3.1 Estrutura conceptual2:

2.2.7.3.1.1 Pressupostos subjacentes:

> Regime do Acréscimo (periodização económica):


A fim de satisfazerem os seus objectivos, as demonstrações financeiras são preparadas de
acordo com o regime contabilístico do acréscimo. Através deste regime, os efeitos das
transacções e de outros acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram (e não
quando caixa ou equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos) sendo registados
contabilisticamente e relatados nas demonstrações financeiras dos períodos com os quais se
relacionem. As demonstrações financeiras preparadas de acordo com o regime de acréscimo
informam os utentes não somente das transacções passadas envolvendo o pagamento e o
recebimento de caixa mas também das obrigações de pagamento no futuro e de recursos que
representem caixa a ser recebida no futuro. Deste modo, proporciona-se informação acerca
das transacções passadas e outros acontecimentos que seja mais útil aos utentes na tomada
de decisões económicas.
> Continuidade:
As demonstrações financeiras são normalmente preparadas no pressuposto de que uma
entidade é uma entidade em continuidade e de que continuará a operar no futuro previsível.
Daqui que seja assumido que a entidade não tem nem a intenção nem a necessidade de
liquidar ou de reduzir drasticamente o nível das suas operações; se existir tal intenção ou
necessidade, as demonstrações financeiras podem ter que ser preparadas segundo um regime
diferente e, se assim for, o regime usado deve ser divulgado.

2.2.7.3.1.2 Características qualitativas das demonstrações financeiras:


As características qualitativas são os atributos que tornam a informação
proporcionada nas demonstrações financeiras útil aos utentes. As quatro principais

1
Aprovado pelo DL 158/2009 de 13/07 e sucessivas alterações, Republicado DL 98/2015
2
Aviso 8254_2015

ESACT/IPB 38
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

características qualitativas são a compreensibilidade, a relevância, a fiabilidade e a


comparabilidade.
> Compreensibilidade
Uma qualidade essencial da informação proporcionada nas demonstrações
financeiras é a de que ela seja rapidamente compreensível pelos utentes. Para este fim,
presume-se que os utentes tenham um razoável conhecimento das actividades empresariais e
económicas e da contabilidade e vontade de estudar a informação com razoável diligência.
Porém, a informação acerca de matérias complexas, a incluir nas demonstrações financeiras
dada a sua relevância para a tomada de decisões dos utentes, não deve ser excluída
meramente com o fundamento de que ela possa ser demasiado difícil para a compreensão de
certos utentes.
> Relevância
Para ser útil, a informação tem de ser relevante para a tomada de decisões dos
utentes. A informação tem a qualidade da relevância quando influencia as decisões
económicas dos utentes ao ajudá-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou
futuros ou confirmar, ou corrigir, as suas avaliações passadas.
> Fiabilidade
Para que seja útil, a informação também deve ser fiável. A informação tem a
qualidade da fiabilidade quando estiver isenta de erros materiais e de preconceitos, e os
utentes dela possam depender ao representar fidedignamente o que ela ou pretende
representar ou pode razoavelmente esperar-se que represente.
Se a informação deve representar fidedignamente as transacções e outros
acontecimentos que tenha por fim representar, é necessário que eles sejam contabilizados e
apresentados de acordo com a sua substância e realidade económica e não meramente com a
sua forma legal.
Para que seja fiável, a informação contida nas demonstrações financeiras tem de ser
neutra, isto é, livre de preconceitos.
Os preparadores das demonstrações financeiras têm, porém, de lutar com as
incertezas que inevitavelmente rodeiam muitos acontecimentos e circunstâncias, tais como a
cobrabilidade duvidosa de dívidas a receber, a vida útil provável de instalações e
equipamentos e o número de reclamações de garantias que possam ocorrer.
Para que seja fiável, a informação nas demonstrações financeiras deve ser completa
adentro dos limites de materialidade e de custo.

ESACT/IPB 39
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

> Comparabilidade:
Os utentes têm de ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de uma
entidade ao longo do tempo a fim de identificar tendências na sua posição financeira e no
seu desempenho. Os utentes têm também de ser capazes de comparar as demonstrações
financeiras de diferentes entidades a fim de avaliar de forma relativa a sua posição
financeira, o seu desempenho e as alterações na posição financeira. Daqui que a mensuração
e exposição dos efeitos financeiros de transacções e outros acontecimentos semelhantes
devam ser levados a efeito de maneira consistente em toda a entidade e ao longo do tempo
nessa entidade e de maneira consistente para diferentes entidades.
Porque os utentes desejam comparar a posição financeira, o desempenho e as
alterações na posição financeira de uma entidade ao longo do tempo, é importante que as
demonstrações financeiras mostrem a informação correspondente dos períodos precedentes.

2.2.7.3.1.3 Conjunto completo de demonstrações financeiras:


As demonstrações financeiras fazem parte do processo do relato financeiro. Um
conjunto completo de demonstrações financeiras inclui normalmente um balanço, uma
demonstração dos resultados, uma demonstração das alterações na posição financeira e
uma demonstração de fluxos de caixa, bem como as notas e outras demonstrações e
material explicativo que constituam parte integrante das demonstrações financeiras.
Elas podem também incluir mapas suplementares e informação baseada em tais
demonstrações ou derivada delas, e que se espera que seja lida juntamente com elas. Tais
mapas e informações suplementares podem tratar, por exemplo, de informação financeira de
segmentos industriais e geográficos e de divulgações acerca dos efeitos das variações de
preços.
As demonstrações financeiras não incluem, porém, elementos preparados pelo órgão
de gestão, tais como relatórios, exposições, debate e análise e elementos similares que
possam ser incluídos num relatório financeiro ou anual.

2.2.7.3.1.4 Objectivo das demonstrações financeiras:


O objectivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação acerca da
posição financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma
entidade que seja útil a um vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas.

ESACT/IPB 40
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

2.2.7.3.1.4.1 Posição financeira, desempenho e alterações na posição:


As decisões económicas que sejam tomadas pelos utentes das demonstrações
financeiras requerem uma avaliação da capacidade da entidade para gerar caixa e
equivalentes de caixa e da tempestividade e certeza da sua geração. Esta capacidade
determina em última instância, por exemplo, a capacidade de uma entidade pagar aos seus
empregados e fornecedores, satisfazer pagamentos de juros, reembolsar empréstimos e fazer
distribuições aos seus proprietários. Os utentes ficam mais habilitados para avaliar esta
capacidade de gerar caixa e equivalentes de caixa se lhes for proporcionada informação que
foque a posição financeira, o desempenho e as alterações na posição financeira de uma
entidade.
A posição financeira de uma entidade é afectada pelos recursos económicos que ela
controla, pela sua estrutura financeira, pela sua liquidez e solvência, e pela sua capacidade
de se adaptar às alterações no ambiente em que opera. A informação acerca dos recursos
económicos controlados pela entidade e a sua capacidade no passado para modificar estes
recursos é útil na predição da capacidade da entidade para gerar no futuro caixa e
equivalentes de caixa. A informação acerca da estrutura financeira é útil na predição de
futuras necessidades de empréstimos e de como os lucros futuros e fluxos de caixa serão
distribuídos entre os que têm interesses na entidade; é também útil ao predizer que sucesso a
entidade provavelmente terá em conseguir fundos adicionais. A informação acerca da
liquidez e solvência é útil na predição da capacidade da entidade para satisfazer os seus
compromissos financeiros à medida que se vencerem. A liquidez refere-se à disponibilidade
de caixa no futuro próximo depois de ter em conta os compromissos financeiros durante este
período. A solvência refere-se à disponibilidade de caixa durante prazo mais longo para
satisfazer os compromissos financeiros à medida que se vençam.

Calcular o indicador de Liquidez:


Liquidez = (Activo Corrente / Passivo Corrente)

Calcular o indicador de solvabilidade:


Solvabilidade = (Capital próprio / Passivo total)

ESACT/IPB 41
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Através da análise gráfica poderemos conhecer e comparar o desenvolvimento das


diferentes rubricas do Balanço em vários períodos.

A elaboração dos gráficos deve ser feita de modo a podermos relacionar os capitais
permanentes (passivo não corrente + capitais próprios) com o activo não corrente e o
passivo corrente com o activo corrente.

Activo Meios Financeiros Líquidos Passivo Contas a Pagar


Corrente
Contas a Receber Corrente (no curto prazo)

Inventários e Activos Biológicos

Activo Investimentos Passivo não Contas a Pagar


Corrente
não (no médio e longo
prazo
Corrente
Capital Capital Reservas
e Resultados
Próprio
Transitados

Podemos concluir que:

1º- Os passivos não correntes, a existirem, devem servir para financiar o activo não
corrente que não esteja «coberto» por capitais próprios.

2º- O activo corrente deve cobrir os passivos correntes, mas deve existir sempre uma
margem de segurança, denominado de, Fundo de Maneio, entre o activo corrente e os
passivos correntes, para fazer face a possíveis dificuldades de tesouraria.

ESACT/IPB 42
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

FUNDO DE MANEIO = ACTIVO CORRENTE – PASSIVOS CORRENTES

ou,

FUNDO DE MANEIO = ACTIVO NÃO CORRENTE – [CAPITAL PRÓPRIO +


PASSIVO NÃO CORRENTE]

A análise gráfica do Balanço deverá ter em conta o tipo de empresa e o seu


enquadramento dentro do ramo de actividade em que se situa. A estrutura patrimonial ideal
de uma empresa varia em relação ao tipo de actividade por ela desenvolvida, condicionando,
esta, toda a sua estrutura patrimonial, nomeadamente os valores investidos em activos não
correntes.
A informação acerca do desempenho de uma entidade, em particular a sua
lucratividade, é necessária a fim de determinar as alterações potenciais nos recursos
económicos que seja provável que ela controle no futuro. A informação acerca da
variabilidade do desempenho é, a este respeito, importante. A informação acerca do
desempenho é útil na predição da capacidade da entidade gerar fluxos de caixa a partir dos
seus recursos básicos existentes. É também útil na formação de juízos de valor acerca da
eficácia com que a entidade pode empregar recursos adicionais.
A informação respeitante às alterações na posição financeira de uma entidade é útil a
fim de avaliar as suas actividades de investimento, de financiamento e operacionais durante
o período de relato.
Esta informação é útil ao proporcionar ao utente uma base para determinar a
capacidade de uma entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades da
entidade para utilizar esses fluxos de caixa. Ao construir uma demonstração de alterações na
posição financeira, os fundos podem ser definidos de várias maneiras, tais como todos os
recursos financeiros, capital circulante, activos líquidos ou caixa.

 A informação acerca da posição financeira é principalmente proporcionada num


balanço.
 A informação acerca do desempenho é principalmente dada numa demonstração
de resultados.
 A informação acerca das alterações na posição financeira é proporcionada numa
demonstração das alterações nos capitais próprios.

ESACT/IPB 43
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

As partes componentes das demonstrações financeiras inter-relacionam-se porque


reflectem aspectos diferentes das mesmas transacções ou outros acontecimentos. Se bem que
cada demonstração proporcione informação distinta das outras, é provável que nenhuma só
por si sirva um propósito único ou proporcione toda a informação que satisfaça as
necessidades particulares dos utentes. Por exemplo, uma demonstração de resultados
proporciona uma imagem incompleta do desempenho a menos que seja usada juntamente
com o balanço e a demonstração das alterações da posição financeira.

2.2.7.3.1.5 Elementos das demonstrações financeiras:


2.2.7.3.1.5.1 Posição financeira (Balanço):
Activo é um recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos
passados e do qual se espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros;
Passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos
passados, da liquidação da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da entidade
incorporando benefícios económicos;
Capital próprio é o interesse residual nos activos da entidade depois de deduzir
todos os seus passivos.
2.2.7.3.1.5.2 Desempenho (Demonstração de Resultados):
Rendimentos são aumentos nos benefícios económicos durante o período
contabilístico na forma de influxos ou aumentos de activos ou diminuições de passivos que
resultem em aumentos no capital próprio, que não sejam os relacionados com as
contribuições dos participantes no capital próprio;
Gastos são diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico
na forma de exfluxos ou deperecimentos de activos ou na incorrência de passivos que
resultem em diminuições do capital próprio, que não sejam as relacionadas com
distribuições aos participantes no capital próprio.

2.2.7.3.1.6 Reconhecimento dos elementos das demonstrações financeiras:


Um item que satisfaça a definição de uma classe deve ser reconhecido, se:
(a) For provável que qualquer benefício económico futuro associado com o item flua
para ou da entidade, e
(b) O item tiver um custo ou um valor que possa ser mensurado com fiabilidade.

ESACT/IPB 44
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

2.2.7.3.1.7 Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras:


Mensuração é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os
elementos das demonstrações financeiras devam ser reconhecidos e inscritos no balanço e na
demonstração dos resultados.
São utilizadas diferentes bases de mensuração em graus diferentes e em variadas
combinações nas demonstrações financeiras.
Elas incluem as seguintes:
(a) Custo histórico. Os activos são registados pela quantia de caixa, ou equivalentes de caixa
paga ou pelo justo valor da retribuição dada para os adquirir no momento da sua aquisição.
Os passivos são registados pela quantia dos proventos recebidos em troca da obrigação, ou
em algumas circunstâncias (por exemplo, impostos sobre o rendimento), pelas quantias de
caixa, ou de equivalentes de caixa, que se espera que venham a ser pagas para satisfazer o
passivo no decurso normal dos negócios.
(b) Custo corrente. Os activos são registados pela quantia de caixa ou de equivalentes de
caixa que teria de ser paga se o mesmo ou um activo equivalente fosse correntemente
adquirido. Os passivos são registados pela quantia não descontada de caixa, ou de
equivalentes de caixa, que seria necessária para liquidar correntemente a obrigação.
(c) Valor realizável (de liquidação). Os activos são registados pela quantia de caixa, ou
equivalentes de caixa, que possa ser correntemente obtida ao vender o activo numa alienação
ordenada. Os passivos são escriturados pelos seus valores de liquidação; isto é, as quantias
não descontadas de caixa ou equivalentes de caixa que se espera que sejam pagas para
satisfazer os passivos no decurso normal dos negócios.
(d) Valor presente. Os activos são escriturados pelo valor presente descontado dos futuros
influxos líquidos de caixa que se espera que o item gere no decurso normal dos negócios. Os
passivos são escriturados pelo valor presente descontado dos futuros exfluxos líquidos de
caixa que se espera que sejam necessários para liquidar os passivos no decurso normal dos
negócios.
(e) Justo valor. Quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entre
partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamento
entre elas.
A base de mensuração geralmente adoptada pelas entidades ao preparar as suas
demonstrações financeiras é o custo histórico.

ESACT/IPB 45
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

A selecção das bases de mensuração e do conceito de manutenção do capital


determina o modelo contabilístico usado na preparação das demonstrações financeiras.
Modelos contabilísticos diferentes exibem diferentes graus de relevância e de fiabilidade e,
como noutras áreas, tem de procurar-se um balanceamento entre relevância e fiabilidade

2.2.7.3.1.8 Notas às demonstrações financeiras:


As demonstrações financeiras também contêm notas e quadros suplementares e
outras informações.
Por exemplo, elas podem conter informação adicional que seja relevante para as
necessidades dos utentes acerca dos itens do balanço e da demonstração dos resultados.
Podem incluir divulgações acerca dos riscos e incertezas que afectem a entidade e quaisquer
recursos e obrigações não reconhecidos no balanço (tais como recursos minerais). A
informação acerca dos segmentos geográficos e industriais e os efeitos na entidade das
variações de preços é também muitas vezes proporcionada na forma de informação
suplementar.

2.2.8 Aplicabilidade do SNC:


O SNC é obrigatoriamente aplicável às seguintes entidades:
a) Entidades abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais;
b) Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial;
c) Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada;
d) Empresas públicas;
e) Cooperativas, excepto aquelas cujo ramo específico não permita sob qualquer forma,
directa ou indirecta, a distribuição de excedentes;
f) Agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos europeus de interesse
económico;
g) Entidades do sector não lucrativo (ESNL), entendendo--se como tal as entidades que
prossigam a título principal uma actividade sem fins lucrativos e que não possam distribuir
aos seus membros ou contribuintes qualquer ganho económico ou financeiro directo,
designadamente associações, fundações e pessoas colectivas públicas de tipo associativo.

ESACT/IPB 46
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

2.2.9 Quadro Síntese de Contas3:

3
Portaria 218/2015

ESACT/IPB 47
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

ESACT/IPB 48
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

2.2.10 Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro4:

NCRF (gerais)

NCRF 1 - Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras

NCRF 2 - Demonstração de Fluxos de Caixa

NCRF 3 - Adopção pela primeira vez das NCRF

NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros

NCRC 5 – Divulgações de Partes Relacionadas

NCRF 6 - Activos Intangíveis

NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis

NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais


Descontinuadas

NCRF 9 – Locações

NCRF 10 - Custos de Empréstimos Obtidos

NCRF 11 - Propriedades de Investimento

NCRF 12 – Imparidade de Activos

NCRF 13 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas

NCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresarias

NCRF 15 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidação

NCRF 16 – Exploração e Avaliação de Recursos Minerais

4
Aviso 8256/2015

ESACT/IPB 49
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

NCRF 17 – Agricultura

NCRF 18 – Inventários

NCRF 19 - Contratos de Construção

NCRF 20 – Rédito

NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes

NCRF 22 - Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo

NCRF 23 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio

NCRF 24 - Acontecimentos Após a Data do Balanço

NCRF 25 - Impostos Sobre o Rendimento

NCRF 26 - Matérias Ambientais

NCRF 27 - Instrumentos Financeiros

NCRF 28 - Benefícios dos Empregados

NCRF (especificas)

NCRF-PE5 (pequenas entidades)

NCM-ME6 (norma Contabilística para Microentidades)

NCRF-ESNL7 (sector não lucractivo)

5
Aviso 8257/2015
6
Aviso 8255/2015
7
Aviso 8259/2015

ESACT/IPB 50
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

2.2.11 Demonstrações Financeiras8:

As entidades que adoptem as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (gerais)


devem preparar:

 Balanço (Individual ou Consolidado);

 Demonstração das Alterações no Capital Próprio (Individual ou Consolidado);

> Demonstração dos Fluxos de Caixa (Individual ou Consolidado)

> Demonstração de Resultados (Individual ou Consolidado);

> por Natureza;

> por Funções (opcional).

> Anexo

As entidades que adoptem as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro para


Pequenas Entidades, devem preparar:

> Balanço, modelo reduzido;

> Demonstração dos resultados por naturezas modelo reduzido;

> Demonstração dos resultados por funções modelo reduzido (opcional);

> Anexo, modelo reduzido

As entidades que adoptem a Norma Contabilística para Microentidades devem


preparar:

> Balanço, modelo ME;

> Demonstração dos resultados por naturezas modelo ME;

As entidades que adoptem a Norma Contabilística e de Relato Financeiro para


Entidades do Sector não Lucrativo devem preparar:

8
Portaria 220/2015

ESACT/IPB 51
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

 Balanço, modelo ESNL;

 Demonstração dos resultados por naturezas, modelo ESNL;

 Demonstração dos resultados por funções, modelo ESNL;

 Demonstração dos resultados por funções, modelo ESNL;

 Demonstração dos fluxos de caixa, modelo ESNL;

 Anexo, modelo ESNL;

As Entidades do Sector não Lucrativo que cujo volume de negócios líquido não
exceda € 150 000 em nenhum dos dois períodos anteriores, e que não optem pela aplicação
da NCRF ESNL ficam obrigadas à prestação de contas em regime de caixa, devendo
preparar:

 Um mapa de pagamentos e recebimentos,

 Um mapa de património fixo, e

 Um mapa de direitos e compromissos futuros.

ESACT/IPB 52
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Test scientia

Atenta nas seguintes afirmações e responda no espaço adequado:


(consulte o Aviso 8254/2015)
1. Base de mensuração - Os activos são escriturados pelo valor que se espera que o item
gere no decurso normal dos negócios. Os Passivos pelo valor que sejam necessários para
liquidar os passivos no decurso normal dos negócios.
2. Obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados, da
liquidação da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da entidade incorporando
benefícios económicos.
3. Diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico.
4. Processo de incorporar no balanço e na demonstração dos resultados um item que
satisfaça a definição de um elemento.
5. Método de registo dos fluxos económicos de uma entidade divulgado por Luca
Pacioli.
6. Quantia residual que permanece após os gastos terem sido deduzidos dos
rendimentos.
7. Escola de contabilidade portuguesa criada pelo Marquês de Pombal.
8. Característica da Informação Financeira - Para que seja fiável, a informação nas
demonstrações financeiras deve ser completa adentro dos limites de materialidade e de
custo.
9. Utilizadores da informação financeira - Fornecedores de capital de risco necessitam
de informação para os ajudar a determinar se devem comprar, deter ou vender e ao retorno
proporcionado pelos, seus investimentos. Accionistas interessados em informação que lhes
facilite determinar a capacidade da entidade pagar dividendos.
10. Processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os elementos das
demonstrações financeiras devam ser reconhecidos e inscritos no balanço e na demonstração
dos resultados.
11. Constrangimentos à informação relevante e fiável – Demora indevida no relato da
informação. A informação pode perder a sua relevância.
12. (Horizontal) Objecto de estudo da Contabilidade.
12. (Vertical) Quantia residual se os gastos excederem os rendimentos.

ESACT/IPB 53
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

13. Pressuposto - Através deste regime, os efeitos das transacções e de outros


acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram (e não quando caixa ou equivalentes
de caixa sejam recebidos ou pagos) sendo registados contabilisticamente e relatados nas
demonstrações financeiras dos períodos com os quais se relacionem.
14. Interesse residual nos activos da entidade depois de deduzir todos os seus passivos.
15. Demonstração Financeira - Informa da posição financeira da entidade.
16. Principal divulgador do método da partida dobrada.
17. Recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados e do
qual se espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros.
18. Mecanismo que serve de registo dos fluxos económicos de uma entidade.
19. Aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico.

(chave: 1- ValorPresente; 2- Passivo; 3- Gastos; 4- Reconhecimento; 5- PartidaDobrada; 6- Lucro; 7- AulaDoComércio; 8- Plenitude; 9-


Investidores; 10- Mensuração; 11- Tempestividade; 12h- Património; 12v; Prejuízo; 13- Acréscimo; 14- CapitalPróprio; 15- Balanço; 16-
Pacioli; 17- Activo; 18- Conta; 19- Rendimentos)

ESACT/IPB 54
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Test scientia

Assinale a resposta que considera correta (mais completa):


1. O objecto de estudo da contabilidade pode ser enunciado como o:

A. Património
B. Empresa
C. Fluxos económicos
D. Todas as repostas anteriores estão corretas

2. Atendendo ao objecto de estudo da contabilidade, num circuito económico os agentes


económicos realizam entre si:
A. Negócios
B. Fluxos económicos
C. Fluxos económicos reais e fluxos económicos monetários
D. Transacções comerciais

3. Um património deve estar sempre referido a uma data, porque:


A. a principal característica é o seu dinamismo
B. a principal característica é a propriedade
C. é estático
D. deve estar afecto a uma gestão.

4. Considere que determinado agente económico detinha em 1/1/"n", um património no


valor de 10 000€. Sabe-se que é composto por 15 000€ de bens e as obrigações totais são de
6 000€. Do inventário de direitos constam créditos sobre clientes no valor de 500€ e ainda
um crédito sobre o Estado. Qual o valor do crédito sobre o Estado?
A. 1000€
B. 9000€
C. 500€
D. 0€

ESACT/IPB 55
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

5. Considere que determinado agente económico detinha um património no valor de 1000€


em dinheiro, emprestou-os a um sócio. Qual o valor do património do agente económico
após o fluxo económico anterior?
A. 0€
B. 2000€
C. 1000€
D. Nenhuma das opções anteriores está correta

6. Considere que determinado agente económico detinha em 1/1/"n" um património no valor


de 20 000€ em dinheiro depositado em conta bancária. Adquiriu uma viatura automóvel que
pagou a pronto no valor de 20 000€.
Qual o valor do património do agente económico após o fluxo económico?
A. 0€
B. 40 000€
C. 20 000€
D. Não dispomos de informação suficiente para determinar o valor do património após o
fluxo económico

7. Num património podem verificar-se variações do tipo:


A. reais ou monetárias
B. permutativas ou modificativas
C. qualitativas ou quantitativas
D. As respostas B e C estão corretas

8. A contabilidade enquanto sistema de informação que visa simplificar a realidade


complexa dos fluxos económicos de uma entidade, utiliza um mecanismo de registo que
damos o nome de:
A. fluxos
B. conta
C. classes
D. códigos de classes e contas

ESACT/IPB 56
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

9. Segundo o método da partida dobrada, em qualquer registo de fluxos económicos o valor


total dos registos efectuados a débito de uma ou mais contas deve ser sempre igual ao valor
total dos registos efectuados a crédito de uma ou mais contas.
A. A afirmação está incorrecta
B. O método da partida dobrada é a teoria dos números positivos e negativos
C. A afirmação está correta
D. O método descrito está correto mas não se denomina de partida dobrada

10. Na aplicação do método da partida dobrada, os elementos patrimoniais são agregados em


contas de 4 grupos principais:
A. bens, direitos, obrigações e de capital
B. activos, passivos, capital e de património
C. activo, passivo e capital, gastos e rendimentos
D. bens e direitos, obrigações, capital e resultados

11. A evolução do pensamento contabilístico ao qual Portugal tem necessariamente que se


adaptar, obriga à observação de um novo paradigma para a contabilidade, o utilitarista. Esse
paradigma está vertido na normalização contabilística desde 2010. A entidade normalizadora
nacional (Comissão de Normalização Contabilística) decidiu apelidar essa normalização de:
A. Plano oficial de contabilidade
B. Sistema de contas nacionais
C. Sistema de normalização contabilística
D. Normas de contabilidade e de relato financeiro
12. Um conjunto completo de Demonstrações Financeiras inclui normalmente:
A. ... um balanço, uma demonstração de resultados, uma demonstração das alterações na
posição financeira e uma demonstração dos fluxos de caixa, bem como notas às
demonstrações financeiras.
B. ... uma demonstração da posição financeira, uma demonstração das alterações à posição
financeira, uma demonstração do desempenho e uma demonstração dos fluxos de caixa.
C. ... um balanço, uma demonstração de resultados, uma demonstração dos fluxos de caixa,
uma demonstração das alterações nos capitais próprios e um anexo.
D. ... um balanço, uma demonstração de resultados e notas às demonstrações financeiras.
(Chave: 1. A; 2. C; 3. A; 4. C; 5. C; 6. C; 7. D; 8. B; 9. C; 10. C; 11. C; 12. A)

ESACT/IPB 57
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3. CONTABILIDADE FINANCEIRA:

Estudo das Classes:


3.1 Classe 1 – Meios financeiros líquidos:
Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem, quer o
dinheiro e depósitos bancários quer todos os activos ou passivos financeiros mensurados ao
justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados.
11 Caixa
A conta Caixa é constituída por todos os meios líquidos de pagamento à disposição
da empresa, ou seja, notas, moedas, cheques e vales.
O saldo final da conta Caixa é sempre devedor ou nulo, e será inscrito no Balanço na
rubrica Activo Corrente.
12 Depósitos à ordem
De acordo com os interesses da empresa os depósitos bancários podem ter
longevidade diferente:
Depósitos à Ordem: O dinheiro da empresa está à ordem, quando se encontra
depositado numa instituição financeira por tempo indeterminado, podendo a empresa
movimentá-lo sempre que necessite. Nos casos em que as empresa trabalhem com mais que
um Banco, a contabilidade deve registar separadamente os respectivos movimentos criando
para o efeito as subcontas que entender necessárias.
13 Outros depósitos bancários
Depósitos a Prazo: Quando as empresas dispõem de excedentes financeiros, podem
aplicá-los por prazos mais longos. O desdobramento da conta será feito de acordo com os
Bancos em que a empresa é cliente.
Outros Depósitos Bancários: Depósitos bancários, que não se devam registar nas
contas anteriores.

Todas as contas de depósitos bancários serão evidenciadas no Balanço, na rubrica


Activo Corrente.
14 Instrumentos financeiros 9

9
Ver NCRF 27 Instrumentos Financeiros

ESACT/IPB 58
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Partes de capital de outras entidades, como acções ou quotas, adquiridas com


intenção de revenda imediata (até 36 meses). Deve também reconhecer-se nesta conta os
Derivados.
Derivado: é um instrumento financeiro ou outro contrato com todas as três características
seguintes:
a) O seu valor altera-se em resposta à alteração numa especificada taxa de juro, preço
de instrumento financeiro, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de preços ou de
taxas, notação de crédito ou índice de crédito, ou outra variável, desde que, no caso de uma
variável não financeira, a variável não seja específica de uma parte do contrato (por vezes
denominada "subjacente");
b) Não requer qualquer investimento líquido inicial ou requer um investimento inicial
líquido inferior ao que seria exigido para outros tipos de contractos que se esperaria que
tivessem uma resposta semelhante às alterações nos factores de mercado; e
c) É liquidado numa data futura.

Os valores em moeda estrangeira devem ser actualizados à taxa de câmbio10 à data de relato:

> Se diferença de câmbio positiva a entidade obteve um rendimento que será


reconhecido na conta 7861;
> Se diferença de câmbio negativa a entidade obteve um gasto que será reconhecido
na conta 692.

10
Ver NCRF 23 Efeitos da alteração das taxas de câmbio

ESACT/IPB 59
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3.2 Classe 211 – Contas a receber e a pagar:


Esta classe destina-se a registar as operações relacionadas com clientes, fornecedores,
pessoal, Estado e outros entes públicos, financiadores, accionistas, bem como outras
operações com terceiros que não tenham cabimento nas contas anteriores ou noutras classes
específicas. Incluem-se, ainda, nesta classe, os diferimentos (para permitir o registo dos
gastos e dos rendimentos nos períodos a que respeitam) e as provisões.
21 - Clientes12
Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de
serviços.
22 - Fornecedores13
Regista os movimentos com os vendedores de bens e de serviços, com excepção dos
destinados aos investimentos da entidade.
219, 22914, 23915, 26916 e 27917 – Perdas por imparidade acumuladas
Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que
resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na
classe 2, podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação
em balanço das quantias líquidas.
As perdas por imparidade anuais serão registadas nas contas 651 – Perdas por
imparidade – Em dívidas a receber, e as suas reversões (quando deixarem de existir as
situações que originaram as perdas) são registadas nas contas 7621 – Reversões de perdas
por imparidade – Em dívidas a receber. Quando se verificar o desreconhecimento dos
activos a que respeitem as imparidades, as contas em epígrafe serão debitadas por
contrapartida das correspondentes contas da classe 2.

11
Ver NCRF 5 Divulgação de partes relacionadas
Ver NCRF 13 Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas
Ver NCRF 14 Concentrações de Actividades Empresariais
12
Ver NCRF 23 Os Efeitos de alterações em taxas de câmbio
Ver NCRF 27 Instrumentos Financeiros
13
Ver NCRF 23 Os Efeitos de alterações em taxas de câmbio
Ver NCRF 27 Instrumentos Financeiros
14
Sendo a Imparidade uma redução do valor do Activo, relativamente a fornecedores essa imparidade existe
apenas no que diz respeito a Adiantamentos a Fornecedores (registado na conta 228/2713)
15
Sendo a Imparidade uma redução do valor do Activo, relativamente a pessoal essa imparidade existe apenas
no que diz respeito a Adiantamentos ou Outras Operações (registado na conta 232/238)
16
Sendo a Imparidade uma redução do valor do Activo, relativamente a Accionistas/Sócios essa imparidade
existe apenas no que diz respeito a saldos devedores registados nas contas 263/264/266/268
17
Sendo a Imparidade uma redução do valor do Activo, relativamente a Outras Contas a pagar essa imparidade
existe apenas no que diz respeito a Adiantamentos (registado nas contas 278)

ESACT/IPB 60
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

As contas a receber e a pagar tituladas em moeda estrangeira, devem à data de fecho


testar eventuais diferenças de câmbio18:
Se negativas, os gastos resultantes das actualizações monetárias das transacções será
registada na conta 692.
Se a diferença for positiva, será registada na conta 7861.

23 Pessoal19
Esta conta regista as remunerações a pagar ao pessoal
24 - Estado e outros entes públicos
Nesta conta registam-se as relações com o Estado, Autarquias Locais e outros entes
públicos que tenham características de impostos e taxas.
241 - Imposto sobre o rendimento20
Esta conta movimenta os pagamentos de IRC efectuados e pelas retenções na fonte a
que alguns dos rendimentos da entidade estiverem sujeitos.
242 - Retenção de impostos sobre rendimentos
Esta conta movimenta o imposto que tenha sido retido na fonte pela entidade
relativamente a rendimentos pagos a sujeitos passivos de IRC ou de IRS.
243 - Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)
Esta conta destina-se a registar as situações decorrentes da aplicação do Código do
Imposto sobre o Valor Acrescentado.

VENDAS/SERVIÇOS COMPRAS (mercadorias ou


PRESTADOS bens e serviços)
IVA Liquidado IVA Dedutível
(recebido dos clientes) (pago aos fornecedores)
A entidade entrega ao Estado A entidade deduz ao estado

IVA Regularizações (anulações/correcções)

A favor do Estado A favor da Empresa

A entidade entrega ao Estado A entidade deduz ao Estado

18
Ver NCRF 23 Efeitos da alteração das taxas de câmbio
19
Ver NCRF 28 Benefícios dos Empregados
20
Ver NCRF 25 Imposto sobre os Rendimentos

ESACT/IPB 61
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

As entidades são obrigadas a prestar contas com o Estado, de acordo com:


IVA = IVA Liquidado – IVA Dedutível + Regularizações a favor do Estado –
Regularizações a favor da Empresa
i.e, as entidades devem entregar ao Estado o IVA que receberam dos seus clientes e a
esse valor devem subtrair o IVA que pagaram aos seus fornecedores.
Se IVA <0, a entidade dispõe de um crédito sobre o Estado devendo recuperar
/reportar esse imposto;
Se IVA >0, a entidade deve entregar esse imposto ao Estado.
245 Contribuições para a Segurança Social
A Lei 110/2009 de16 de Setembro Código Contributivo da Segurança Social regula
as contribuições que as entidades devem entregar à Segurança Social.
246 Tributos das Autarquias Locais
248 Outras tributações
Pode-se reconhecer nesta conta as obrigações inerentes ao Fundo de Compensação
do Trabalho e Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho, regulado pela Lei n.º
70/2013 de 30 de agosto.
25 Financiamentos obtidos21
Frequentemente, as empresas recorrem a financiamentos (empréstimos obtidos).
251 Instituições de crédito e sociedades financeiras
2511 Empréstimos bancários
2512 Descobertos bancários
2513 Locações financeiras22
252 Mercado de valores mobiliários
2521 Empréstimos por obrigações *
253 Participantes de capital
254 Subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
258 Outros financiadores
26 Accionistas/sócios
Esta conta destina-se a registar as transacções com os sócios/accionistas.
27 Outras contas a receber e a pagar
271 – Fornecedores de investimentos

21
Ver NCRF 10 Custos dos Empréstimos Obtidos
22
Ver NCRF 9 Locações

ESACT/IPB 62
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Regista os movimentos com vendedores de bens e serviços com destino aos


investimentos da entidade.
272 – Devedores e credores por acréscimos
Estas contas registam a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam ser
reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja
receita ou despesa só venha a ocorrer em período ou períodos posteriores.
273 – Benefícios pós-emprego
Regista as responsabilidades da entidade perante os seus trabalhadores ou perante a
sociedade gestora de um fundo autónomo.
274 – Impostos diferidos
São registados nesta conta os activos por impostos diferidos que sejam reconhecidos
para as diferenças temporárias dedutíveis e os passivos por impostos diferidos que sejam
reconhecidos para as diferenças temporárias tributáveis, nos termos estabelecidos na NCRF
25 – Impostos sobre o Rendimento.
28 - Diferimentos
Compreende os gastos e os rendimentos que devam ser reconhecidos nos períodos
seguintes.
281 Gastos a reconhecer
282 Rendimentos a reconhecer
283 - Subsídios para investimentos
Inclui os subsídios associados com activos, que deverão ser transferidos, numa base
sistemática, para a conta 7883 – Imputação de subsídios para investimentos, à medida em
que forem contabilizadas as depreciações/amortizações do investimento a que respeitem.
Em conformidade com o regime da periodização dos exercícios (Acréscimo), os
rendimentos e os gastos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos, independentemente
do seu recebimento ou pagamento, devendo incluir-se nas demonstrações financeiras dos
períodos a que respeitam. Geralmente a empresa suporta gastos ou realiza rendimentos no
próprio exercício e que dizem respeito ao exercício seguinte, são os gastos diferidos e/ou
rendimentos diferidos.

ESACT/IPB 63
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

29 - Provisões23
Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza esteja claramente
definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto
ao seu valor ou data de ocorrência.
As suas subcontas devem ser utilizadas directamente pelos dispêndios para que foram
reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.
291 Impostos
292 Garantias a clientes
293 Processos judiciais em curso
294 Acidentes de trabalho e doenças profissionais
295 Matérias ambientais24
296 Contratos onerosos
297 Reestruturação
298 Outras provisões

Todas as contas a receber serão evidenciadas no balanço, na rubrica activo não


corrente/corrente. Todas as contas a pagar serão evidenciadas no balanço, na rubrica passivo
não corrente/corrente.

23
Ver NCRF 21 – Provisões, passivos contingentes e activos contingentes
24
Ver NCRF 26 – Matérias ambientais

ESACT/IPB 64
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3.3 Classe 3 – Inventários25 e activos biológicos26

Noções básicas:

São Inventários e Activos Biológicos todo o bem armazenável que foi adquirido ou
produzido pela empresa e que se destina a ser vendido ou a ser incorporado no processo
produtivo.

Os bens adquiridos ou produzidos podem ser:

> Matérias – primas: bens adquiridos para serem transformados durante o processo
produtivo e que aparecem materialmente nos produtos finais;

> Matérias Subsidiárias: bens que se adquirem para serem utilizados no processo
produtivo, mas que não se incorporam materialmente no produto final;

> Produtos e trabalhos em curso: bens que se encontram em fase de transformação no


processo produtivo da empresa, não estando por isso, em condições de ser armazenados ou
vendidos;

> Produtos acabados: bens principais resultantes do processo produtivo da empresa,


estando, portanto, em condições de serem armazenados ou vendidos.

> Subprodutos, desperdícios resíduos e refugos: produtos secundários que resultam


do processo produtivo juntamente com o produto principal, tendo em geral, um valor
comercial baixo;

> Mercadorias: bens adquiridos para venda, não sendo objecto de qualquer
transformação de natureza industrial.

> Activos Biológicos: Animais ou Plantas.

A movimentação das contas de Inventários e Activos Biológicos visa três objectivos


essenciais:

> Conhecer o valor de existências de que a empresa é detentora;

25
Ver NCRF 18 Inventários
26
Ver NCRF 17 Agricultura

ESACT/IPB 65
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

> Determinar o custo das existências vendidas;

> Apurar o resultado obtido com a transacção das suas existências.


As entidades a que seja aplicável o SNC ou as normas internacionais de
contabilidade adoptadas pela UE ficam obrigadas a adoptar o sistema de inventário
permanente na contabilização dos inventários, nos seguintes termos:
a) Proceder às contagens físicas dos inventários com referência ao final do exercício,
ou, ao longo do exercício, de forma rotativa, de modo a que cada bem seja contado, pelo
menos, uma vez em cada exercício;

b) Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e custos unitários e globais,


por forma a permitir a verificação, a todo o momento, da correspondência entre as contagens
físicas e os respectivos registos contabilísticos.

Os objectivos anteriores podem ser alcançados:

> Utilizando alguns métodos de custeio: FIFO (First in First Out); ou Custo Médio
Ponderado [(Custo Inventários Iniciais + Custo Inventários Adquiridos) / (Quantidades
Inventários Iniciais + Quantidades Inventários Adquiridos)].

As entidades dispensadas (microentidades bem com qualquer entidade que se


dedique às actividades de Agricultura, produção animal, apicultura e caça, Silvicultura
e exploração florestal, Indústria piscatória e aquicultura, Pontos de vendas a retalho
que, no seu conjunto, não apresentem, no período de um exercício, vendas superiores a
€ 300 000 nem a 10 % das vendas globais da respectiva entidade, prestação de serviços,
considerando -se como tais, as que apresentem, no período de um exercício, um custo
das mercadorias vendidas e das matérias consumidas que não exceda € 300 000 nem 20
% dos respectivos custos operacionais) poderão utilizar o Sistema de Inventário
Intermitente, neste sistema não é possível saber a qualquer momento o CMVMC, este só é
calculado após inventariação física das existências no fim do período considerado.

CMVMC = Inventário Inicial + Compras – Inventário Final +/- Reclassificação e


Regularização de Inventários e Activos Biológicos

De forma simples podemos determinar a margem bruta obtida pela entidade em cada
venda:
Margem Bruta = Valor da venda – Custo da mercadoria vendida e da matéria consumida

ESACT/IPB 66
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Para laborar, as empresas têm de adquirir bens para colocarem no mercado e assim
gerar rendimentos que mantenham o negócio rentável. As empresas industriais adquirem
matérias-primas, matérias subsidiárias, embalagens, e outros serviços, que serão
transformados em produtos finais, as empresas comerciais, adquirem já o produto acabado,
para posterior venda.
Ao fazer uma compra, a empresa terá que registar o preço de compras dos bens,
assim como as despesas inerentes à compra, como é o caso dos fretes, seguros, transportes,
direitos alfandegários, entre outros. As compras são registadas ao custo de aquisição, ou
seja, pelo preço de compra das mercadorias, acrescido das despesas adicionais, tidas com a
compra.
O registo contabilístico da compra é efectuado mediante a factura do fornecedor.
A conta compras, será dividida em várias subcontas, de acordo com as necessidades
das empresas. Esta divisão permite o conhecimento com clareza e precisão, do valor dos
diferentes tipos de bens adquiridos.
Sobre a aquisição das mercadorias, incide o Imposto sobre o Valor Acrescentado. A
base de incidência é o valor líquido dos bens adquiridos, isto é, os descontos e abatimentos
incluídos na factura, dão origem a que o IVA incida sobre o valor líquido resultante.
O IVA, em geral não gera custos para a empresa, uma vez que este imposto é
dedutível, tornando-se a empresa credora do Estado, pelo imposto suportado na compra.
Descontos e Abatimentos Comerciais:
Os descontos e abatimentos de natureza comercial concedidos através de documentos
que não a factura (nota de crédito) podem revestir a forma de:
> Abatimentos de revenda, feitos pelos produtores aos armazenistas;
> Bónus de quantidade, concedidos porque o cliente ultrapassou um determinado
volume de compras;
> Abatimentos acidentais, resultantes de atrasos ou da má qualidade da mercadoria
entregue.
Estes abatimentos requerem geralmente a regularização do IVA a favor do Estado.
Devoluções de compras:
Poderá acontecer que os bens comprados, não cheguem em boas condições, ou não se
encontrem de acordo com as amostras, o que leva o comprador a proceder à sua devolução
total ou parcial, após ter registado a respectiva factura.

ESACT/IPB 67
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

O valor da devolução requer a regularização IVA a favor do Estado.


Descontos de natureza financeira:
Para além dos descontos de natureza comercial, existem ainda os descontos de
natureza financeira, que dizem respeito a descontos obtidos em pagamentos, nomeadamente
de pronto pagamento e antecipação de pagamento, efectuados nas compras.
Estes descontos não afectam o custo de aquisição das mercadorias compradas, pelo
que são registados na classe 7, conta 782 Descontos de pronto pagamento obtidos.
Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos:
É uma conta de informação, nela se registam as variações de existências, não
derivadas de compras, vendas ou consumos.
Os aumentos de existências (rendimentos registados na conta 784), não derivados de
compras, podem ser devidos fundamentalmente a:
> Ofertas de fornecedores;
> Sobras.
As diminuições em existências (gastos registados na conta 684), não derivados de
vendas ou de consumos, podem ser devidos fundamentalmente a:
> Ofertas a clientes;
> Quebras.
Em resumo, movimenta-se pelas seguintes ocorrências:

Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos (38)

Ofertas de fornecedores Ofertas a


+ Clientes
Sobras +
Quebras

Outras normas aplicáveis:


NCRF 10 Custos de Empréstimos Obtidos;
NCRF 21 Provisões, Passivos contingentes e Activos contingentes

Todas as contas de inventários serão evidenciadas no balanço, na rubrica activo


corrente.

ESACT/IPB 68
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3.4 Classe 4 – Investimentos27

Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se
destinem a ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade,
quer sejam de sua propriedade, quer estejam em regime de locação financeira. Compreende
os investimentos financeiros, as propriedades de investimento, os activos fixos tangíveis, os
activos intangíveis, os investimentos em curso e os activos não correntes detidos para venda.
Na rubrica INVESTIMENTOS, agrupam-se todos os bens da empresa, que aí
permanecem de uma forma durável e são indispensáveis à actividade que desenvolvem, bem
como as aplicações financeiras de carácter permanente.
Desta noção ressaltam três características:
> A posse, só se podem classificar na rubrica investimentos de uma empresa os bens
de que é proprietária (incluindo os bens adquiridos em locação financeira).
> A permanência, esta característica permite distinguir O INVESTIMENTO do
INVENTÁRIO. Os inventários destinam-se a ser vendidos com ou sem transformação, os
investimentos não se destinam a venda mas a serem utilizadas de uma maneira durável como
meio de produção.
> A indispensabilidade, o papel desempenhado pelo investimento é determinante,
porque, sem o adequado activo não corrente (investimentos), os bens não serão produzidos
ou sê-lo-ão a custos tão elevados que não será rentável a sua produção.
O Activo não Corrente pode ser classificado em quatro categorias principais:
> Activos fixos tangíveis:
Integra os elementos móveis ou imóveis adquiridos ou fabricados pela própria empresa
e que não se destinam a ser transformados, vendidos ou aplicados financeiramente, mas a
permanecer na empresa para uso na sua actividade por prazo superior a um ano.

27
Ver NCRF 6 Activos intangíveis
Ver NCRF 7 Activos fixos tangíveis
Ver NCRF 8 Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas
Ver NCRF 9 Locações
Ver NCRF 10 Custos de Empréstimos Obtidos
Ver NCRF 11 Propriedades de Investimentos
Ver NCRF 12 Imparidade de Activos
Ver NCRF 13 Investimentos em Associadas e Empreendimentos Conjuntos
Ver NCRF 14 Concentração de Actividades Empresariais
Ver NCRF 15 Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
Ver NCRF 16 Exploração e Avaliação de Recursos Minerais
Ver NCRF 21 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes
Ver NCRF 27 Instrumentos Financeiros

ESACT/IPB 69
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

> Propriedades de Investimento:


Integra os imóveis destinados a gerar rendas ou para valorização, não sendo usados na
actividade realizada pela empresa.
> Activos intangíveis:
Integra os elementos patrimoniais não materiais que se mantêm na empresa com
carácter de permanência.
> Investimentos financeiros:
Integra as participações sociais de capital noutras empresas, aquisições de títulos para
rendimento ou controlo de outras empresas, empréstimos de financiamento, investimento em
imóveis e outras aplicações financeiras.
Todos estes elementos têm a característica comum de se destinarem a permanecer na
empresa de forma duradoura, permitindo que esta obtenha benefícios económicos.
As operações inerentes às aquisições de bens do investimento estão sujeitas a IVA e
geralmente conferem à entidade o direito à dedução, não sendo dedutível o IVA integra o
valor global do Activo.
41 – Investimentos financeiros
Os investimentos financeiros representem participações de capital noutras entidades,
são mensurados de acordo com os métodos indicados no quadro seguinte, conforme NCRF
13 – Interesses em empreendimentos conjuntos e investimentos em associadas, NCRF 15 –
Investimentos em subsidiárias e consolidação e NCRF 27 – Instrumentos financeiros:

De acordo com o método da equivalência patrimonial, o custo de aquisição de uma


participação será acrescido ou reduzido:
• quando da primeira aplicação do método da equivalência patrimonial, devem ser
atribuídas às partes de capital as quantias correspondentes à fracção dos capitais próprios
que elas representavam no início do período.
• da quantia correspondente à proporção nos resultados líquidos da entidade
participada;

ESACT/IPB 70
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

• da quantia correspondente à proporção noutras variações nos capitais próprios da


entidade participada;
• da quantia dos lucros distribuídos à participação; e
• da quantia da cobertura de prejuízos que tenha sido deliberada.
Os métodos de consolidação são usados pelos grupos económicos como forma de
integrar as contas de todas as empresas do grupo como se fossem uma só.
419, 429, 439, 449, 459 e 469 – Perdas por imparidade acumuladas
Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que
resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na
classe 4.
As perdas por imparidade anuais serão registadas nas subcontas da conta 65, e as suas
reversões (quando deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são registadas
nas subcontas da conta 762.
42 Propriedades de investimento
421- Terrenos e recursos naturais
422- Edifícios e outras construções
43 Activos fixos tangíveis
431 Terrenos e recursos naturais
432 Edifícios e outras construções
433 Equipamento básico
434 Equipamento de transporte
435 Equipamento administrativo
436 – Equipamentos biológicos
Serão registados nesta conta os animais e plantas vivos que reúnam os requisitos de
reconhecimento como investimento e não inventário.
438 Depreciações acumuladas
Perda de valor sofrida pelo activo em função do respectivo uso.
44 Activos intangíveis
441 Trespasse (goodwill)
Valor que corresponde ao excesso entre o valor pago pela entidade e o respectivo justo
valor.
442 – Projectos de desenvolvimento
Activos que reúnam as condições para se qualificarem como activos intangíveis.

ESACT/IPB 71
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Desenvolvimento: é a aplicação das descobertas derivadas da pesquisa ou de outros


conhecimentos a um plano ou concepção para a produção de materiais, mecanismos,
aparelhos, processos, sistemas ou serviços, novos ou substancialmente melhorados, antes do
início da produção comercial ou uso.
443 Programas de computador
444 Propriedade industrial
448 Amortizações acumuladas
Perda de valor dos activos em função da passagem do tempo.
45 Investimentos em curso
46 Activos não correntes detidos para venda
Esta conta destina-se a registar os activos não correntes detidos para venda e unidades
operacionais descontinuadas.

Depreciação / Amortização:
Os bens/direitos de investimentos, nomeadamente as propriedades de investimento, os
activos fixos tangíveis e intangíveis com período de vida útil limitado, por várias razões,
estão sujeitas a perdas de valor, a deperecimento, nomeadamente devido a:
> Factores de ordem física, devido ao desgaste funcional do bem (uso), depreciação
espontânea, provocada por corrosão ou inundações, etc.
> Factores de ordem económica, devido ao progresso tecnológico que leva à
obsolescência, à alteração das preferências dos consumidores, etc.
A depreciação/amortização deve, exercício a exercício ser o espelho fiel da
depreciação/amortização real sofrida pelo investimento.
Métodos de depreciação/amortização:
¬ Método das Quotas Constantes ou linha recta:
Depreciação/Amortização = Custo do Investimento/ Vida Útil
¬ Método do Saldo Decrescente ou soma dos dígitos dos anos:
1º Passo: Soma dos algarismos que compõem o número de anos da vida útil
do bem: Exemplo para um investimento com período de vida útil de 4 anos,
(1+2+3+4 = 10)
2º Passo: A depreciação de cada ano é uma fracção em que o denominador é a
soma dos algarismos e o numerador será o n.º de anos de vida útil
remanescente,
Depreciação/Amortização (1º ano) = Custo do Investimento x (4/10)

ESACT/IPB 72
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Depreciação/Amortização (2º ano) = Custo do Investimento x (3/10)


Depreciação/Amortização (3º ano) = Custo do Investimento x (2/10)
Depreciação/Amortização (4º ano) = Custo do Investimento x (1/10)

¬ Método das unidades de produção ou horas de trabalho:


Depreciação/Amortização = Quantia depreciável x
Número de unidades produzidas no ano Número de horas de trabalho no ano
Número total de unidades estimadas Número total de horas de trabalho estimado

A avaliação da depreciação/depreciação destes activos é muito subjectiva, pelo que


geralmente se recorre às disposições fiscais para a sua contabilização, o diploma legal que
estabelece as taxas de depreciação/amortização anual dos activos de investimentos é o
Decreto Regulamentar 25/2009 de 14 de Setembro e sucessivas alterações.

Alienação de bens de investimento:


A qualquer altura os bens de investimento de uma empresa podem ser alienados,
fundamentalmente por duas razões:
> É preferível substituir por um modelo que proporcione maior produtividade;
> O custo de manutenção é elevado, excedendo os benefícios da sua utilização.
Na alienação de investimentos podem acontecer duas situações, mais-valia (ganho) ou
menos-valia (perda).

A (+/-) Valia = Valor de venda – (Custo activo – Depreciações/Amortizações Acumuladas


activo +/- Excedentes Revalorização/Perdas Imparidade)

No caso de existir uma mais valia será reconhecido um rendimento na conta 7871. Se
existir uma menos valia, será reconhecido um gasto na conta 6871.

ESACT/IPB 73
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3.5 Classe 5 – Capital, reservas e resultados transitados:

Podemos considerar como principais fontes de financiamento dos capitais próprios da


empresa, os seguintes:
> As contribuições dos sócios,
> Contribuições iniciais, entradas feitas pelos sócios no início da actividade
da empresa. As contribuições podem ser em dinheiro ou em espécie (bens, direitos ou
obrigações).
51 - Capital
Esta conta evidencia o capital subscrito pelos sócios.
52 - Acções (quotas) próprias
Esta conta evidência o valor nominal das acções ou quotas próprias adquiridas.
> Contribuições adicionais, têm lugar quando os sócios chegam à conclusão
que o valor do capital próprio existente se mostra insuficiente para o financiamento da sua
actividade.
53 - Prestações suplementares e outros instrumentos de capital próprio
Esta conta será utilizada para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer
outros instrumentos financeiros (ou as suas componentes) que não se enquadrem na
definição de passivo financeiro.
54 Prémios de emissão
Resulta da diferença entre o valor de subscrição das acções/quotas emitidas pela
empresa e o respectivo valor nominal.
55 Reservas
551 Reservas legais
552 Outras reservas
As reservas são definidas tradicionalmente, como lucros não distribuídos, só podendo
criar-se, consequentemente, nos exercícios em que houver lucros. As reservas incluem ainda
as reavaliações do investimento, bem como as ofertas de bens do investimento.
Têm por finalidade a consolidação da situação económico-financeira da empresa,
constituindo o seu montante um aumento do seu património real.
Tipos de reservas:
> Reservas obrigatórias:
> Reservas legais, obrigatórias por força do Código das Sociedades
Comerciais, as empresas terão que criar uma dotação anual para reserva legal no montante

ESACT/IPB 74
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

de 5% dos RLE obtidos, até ao montante mínimo de 1/5 do capital social. (obrigatórias para
as Sociedade por Quotas e Sociedades Anónimas).
> Reservas estatutárias, constituídas por força dos estatutos das sociedades.
> Reservas contratuais, constituídas por força dos contratos de que a empresa
é signatária.
> Reservas especiais, podem ter origem em:
> Subsídios: constituem reservas que são destinadas a acréscimos do capital
próprio.
> Doações: regista as ofertas de bens destinadas ao investimento da empresa.
> Reservas de reavaliação: são constituídas para registar a diferença entre o valor
contabilístico de elementos do activo e o valor real desses mesmos elementos.
> Reservas livres, são criadas ou reforçadas por deliberação da assembleia-geral.
56 Resultados transitados
Respeita a lucros retidos, resulta do facto de não serem distribuídos pelos sócios os
lucros gerados pela empresa;

Aplicação dos lucros do exercício:


Os lucros do exercício, podem ser destinados a:
 constituição de reservas, distribuição pelos sócios/accionistas, gratificações ao
pessoal e aos órgãos sociais.

57 - Ajustamentos em activos financeiros


Evidencia os ajustamentos decorrentes, designadamente, da utilização do método da
equivalência patrimonial em subsidiárias, associadas e entidades conjuntamente controladas.
58 - Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis
Esta conta é movimentada em consequência da revalorização dos activos fixos.
59 Outras variações no capital próprio
591 - Diferenças de conversão de demonstrações financeiras
Inclui as diferenças de câmbio derivadas da transposição de uma unidade operacional
estrangeira.
593 — Subsídios28

28
Ver NCRF 22 Contabilização dos subsídios do governo e divulgação dos apoios do governo

ESACT/IPB 75
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Inclui os subsídios associados com activos, que deverão ser transferidos, numa base
sistemática, para a conta 7883 — Imputação de subsídios para investimentos, à medida que
forem contabilizadas as depreciações/ amortizações do investimento a que respeitem.

Nota:
Para um conhecimento mais completo das operações da classe 5 deve consultar-se o Código
das Sociedades Comerciais.

ESACT/IPB 76
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3.6 Classe 6 – Gastos:

Esta classe inclui os gastos e as perdas incorridas pela entidade respeitantes ao período.
61 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
611 Mercadorias
612 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
613 – Activos biológicos
62 Fornecimentos e serviços externos
Esta conta inclui a aquisição de bens e serviços necessários ao processo produtivo
próprio.
621 Subcontratos
622 Serviços especializados
623 Materiais
624 Energia e fluidos
625 Deslocações, estadas e transportes
626 Serviços diversos
63 Gastos com o pessoal29
A conta gastos com o pessoal, está decomposta em várias subcontas de acordo com os
tipos de gastos com o pessoal suportado pela empresa.
631 Remunerações dos órgãos sociais
632 Remunerações do pessoal
633 Benefícios pós-emprego
634 Indemnizações
635 Encargos sobre remunerações
636 Seguros de acidentes no trabalho e doenças profissionais
637 Gastos de acção social
638 Outros gastos com o pessoal
64 Gastos de depreciação e de amortização
Esta conta destina-se a registar a perda de valor dos activos fixos tangíveis e
propriedades de investimento em função do respectivo uso – depreciação. Também se inclui
nesta conta a perda de valor dos activos intangíveis em função da passagem do tempo –
amortização.

29
Ver NVRF 28 Benefícios dos Empregados

ESACT/IPB 77
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

641 Propriedades de investimento


642 Activos fixos tangíveis
643 Activos intangíveis.
65 Perdas por imparidade
Esta conta destina-se a registar o valor em excesso da quantia escriturada face ao justo
valor dos activos.
651 Em dívidas a receber
6511 Clientes
6512 Outros devedores
652 Ajustamentos em inventários
653 Em investimentos financeiros
654 Em propriedades de investimento
655 Em activos fixos tangíveis
656 Em activos intangíveis
657 Em investimentos em curso
658 Em activos não correntes detidos para venda
66 Perdas por reduções de justo valor
Esta conta destina-se a registar a desvalorização sofrida no justo valor do activo.
661 Em instrumentos financeiros
662 Em investimentos financeiros
663 Em propriedades de investimento
664 Em activos biológicos
67 – Provisões do período30
Esta conta regista os gastos no período decorrentes das responsabilidades cuja natureza
esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa,
mas incertas quanto ao seu valor ou data de ocorrência.
671 Impostos
672 Garantias a clientes
Obrigação imposta por lei às empresas produtoras de equipamentos (bens/serviços)
673 Processos judiciais em curso
674 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
675 Matérias ambientais

30
Ver NCRF 21 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes
Ver NCRF 26 Matérias Ambientais

ESACT/IPB 78
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

O termo ambiente refere-se ao meio físico natural, incluindo o ar, a água, a terra, a
flora, a fauna e os recursos não renováveis como, por exemplo, os combustíveis fósseis e os
minerais. Os dispêndios de carácter ambiental incluem os custos das medidas tomadas por
uma entidade, para evitar, reduzir ou reparar danos de carácter ambiental decorrentes das
suas actividades.
676 Contratos onerosos
Contrato oneroso: Contrato em que os custos inevitáveis de satisfazer as obrigações
segundo o contrato excedem os benefícios económicos que se espera venham a ser
recebidos.
677 Reestruturação
Reestruturação: por regra, inclui, entre outras, as seguintes situações:
a) Venda ou cessação de uma linha de negócios;
b) Fecho de locais de negócio num país ou região ou a deslocalização de actividades
de negócio de um país ou de uma região para um outro ou uma outra;
c) Alterações na estrutura de gestão, como, por exemplo, a eliminação de um
determinado nível; e
d) Reorganizações fundamentais que tenham um efeito material na natureza e foco das
operações da entidade.
678 Outras provisões
68 Outros gastos e perdas
681 Impostos
6811 Impostos directos
6812 Impostos indirectos:
6813 Taxas
A empresa terá que pagar impostos e taxas, considerados como gastos nos exercícios a
que respeitem. A Imposto é uma prestação pecuniária, unilateral, coercivamente imposta
pelo Estado. A taxa, apesar de ser uma prestação pecuniária, o cidadão usufrui de
determinado serviço prestado pelo Estado.
As empresas pagam diversos tipos de Impostos, que se podem dividir em dois grandes
grupos, impostos directos e impostos indirectos.
> Imposto directo, é aquele que atinge o rendimento do contribuinte ou o seu
património directa e imediatamente (IRS, IRC, IMI).
> Imposto indirecto, é aquele que atingindo o rendimento, fá-lo indirectamente, através
da despesa, pelo consumo. (IVA, Impostos Especiais sobre o Consumo)

ESACT/IPB 79
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

682 Descontos de pronto pagamento concedidos


683 – Dívidas incobráveis
Esta conta regista as dívidas cuja incobrabilidade se verifique no período e que não
tivessem sido consideradas anteriormente em situação de imparidade.
684 – Perdas em inventários
Esta conta regista, as perdas que se verificarem no período e que não tivessem sido
consideradas anteriormente em situação de imparidade.
6841 Sinistros
6842 Quebras
6848 Outras perdas
685 Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
6851 Cobertura de prejuízos
6852 – Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e empreendimentos
conjuntos – Aplicação do método da equivalência patrimonial
Esta conta regista os gastos e perdas relativos às participações de capital, derivados
da aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito
apenas os resultados dessas entidades.
6853 Alienações
6858 Outros gastos e perdas
686 - Gastos e perdas nos restantes investimentos financeiros
Respeita aos gastos e perdas relacionados com os investimentos financeiros
contabilizados nas contas 414 e 415.
6861 Cobertura de prejuízos
6862 Alienações
6868 Outros gastos e perdas
687 Gastos e perdas em investimentos não financeiros
6871 Alienações
6872 Sinistros
6873 Abates
6874 Gastos em propriedades de investimento
6878 Outros gastos e perdas
688 Outros *
6881 Correcções relativas a períodos anteriores
6882 Donativos

ESACT/IPB 80
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

6883 Quotizações
6884 Ofertas e amostras de inventários
6885 Insuficiência da estimativa para impostos
6886 – Perdas em instrumentos financeiros
Regista as perdas relacionadas com a conta 14 – Instrumentos financeiros
6888 Outros não especificados
69 Gastos e perdas de financiamento
691 Juros suportados
6911 Juros de financiamentos obtidos
6918 Outros juros
692 Diferenças de câmbio desfavoráveis
6921 Relativas a financiamentos obtidos
6928 Outras
698 Outros gastos e perdas de financiamento
6981 Relativos a financiamentos obtidos
6988 Outros

ESACT/IPB 81
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3.7 Classe 7 – Rendimentos31

Inclui os rendimentos e os ganhos respeitantes ao período.


71 - Vendas
As vendas, representadas pela facturação, devem ser líquidas do IVA e de outros
impostos e incidências nos casos em que nela estejam incluídos.
711 Mercadorias
712 Produtos acabados e intermédios
713 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
714 Activos biológicos
716 IVA das vendas com imposto incluído
717 Devoluções de vendas
718 Descontos e abatimentos em vendas

Sabemos que:

> As empresas comerciais vendem aos seus clientes mercadorias;

> As empresas industriais vendem produtos acabados, subprodutos, desperdícios,


resíduos e refugos.

Tal como nas compras a factura é o documento básico que permite efectuar o registo
contabilístico das vendas.

Movimentação das contas Vendas e Custo das Mercadorias Vendidas:

Proveito Líquido das Vendas = Vendas brutas – Devoluções de Vendas – Descontos e


Abatimentos em Vendas

VENDAS

Devoluções de Vendas Vendas


+ Brutas
Descontos e
Abatimentos em
Vendas

31
Ver NCRF 20 Rédito
Ver NCRF 19 Contratos de construção

ESACT/IPB 82
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Quanto ao custo da Vendas:

Mercadorias C. Mercad. Vendida MC


Ex. Inicial Custo da Venda Custo da Venda Custo da
+ Devolução
Compras
+
Custo das
Devoluções

Existem ainda empresas que não transaccionam mercadorias, mas prestam serviços,
assim, o rendimento será reconhecido na conta Prestação de Serviços (conta 72).

Existem empresas, que prestam serviços e simultaneamente, vendem mercadorias,


registando-se neste caso as duas contas de proveitos (conta 71 e 72).
72 - Prestações de serviços
Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam próprios dos
objectivos ou finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no
caso de estes não serem facturados separadamente. A contabilização a efectuar deve basear-
se em facturação emitida ou em documentação externa (caso das comissões obtidas), não
deixando de registar os réditos relativamente aos quais não se tenham ainda recebido os
correspondentes comprovantes externos.
73 – Variações nos inventários da produção
No caso de ser adoptado o sistema de inventário permanente dever-se-á determinar a
variação que resulta da subtracção entre as existências finais e as iniciais.
731 Produtos acabados e intermédios
732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
733 Produtos e trabalhos em curso
734 Activos biológicos
74 Trabalhos para a própria entidade
741 Activos fixos tangíveis
742 Activos intangíveis
743 Propriedades de investimento
744 Activos por gastos diferidos

ESACT/IPB 83
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

75 – Subsídios à exploração
Esta conta inclui os subsídios relacionados com o rendimento, conforme estabelecido
na NCRF 22 – Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do
Governo.
76 Reversões
761 De depreciações e de amortizações
7611 Propriedades de investimento
7612 Activos fixos tangíveis
7613 Activos intangíveis
762 De perdas por imparidade
7621 Em dívidas a receber
76211 Clientes
76212 Outros devedores
7622 Ajustamentos em inventários
7623 Em investimentos financeiros
7624 Em propriedades de investimento
7625 Em activos fixos tangíveis
7626 Em activos intangíveis
7627 Em investimentos em curso
7628 Em activos não correntes detidos para venda
763 De provisões
7631 Impostos
7632 Garantias a clientes
7633 Processos judiciais em curso
7634 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
7635 Matérias ambientais
7636 Contratos onerosos
7637 Reestruturação
7638 Outras provisões
77 Ganhos por aumentos de justo valor
Esta conta reconhece a valorização do justo valor dos respectivos activos.
771 Em instrumentos financeiros
772 Em investimentos financeiros
773 Em propriedades de investimento

ESACT/IPB 84
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

774 Em activos biológicos


78 Outros rendimentos e ganhos
781 Rendimentos suplementares
São rendimentos suplementares aqueles que não estão contemplados no objecto de
actividade da entidade.
7811 Serviços sociais
7812 Aluguer de equipamento
7813 Estudos, projectos e assistência tecnológica
7814 Royalties
7815 Desempenho de cargos sociais noutras empresas
7816 Outros rendimentos suplementares
782 Descontos de pronto pagamento obtidos
783 Recuperação de dívidas a receber
784 Ganhos em inventários
7841 Sinistros
7842 Sobras
7848 Outros ganhos
785 Rendimentos e ganhos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
7851 Aplicação do método da equivalência patrimonial
Esta conta reconhece os rendimentos e ganhos relativos às participações de capital,
em resultado da aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o
efeito apenas os resultados dessas entidades.
7852 Alienações
7858 Outros rendimentos e ganhos
786 Rendimentos e ganhos nos restantes investimentos financeiros
7861 Dividendos
7862 Juros
7863 Diferenças de câmbio favoráveis
7864 Alienações
7868 Outros rendimentos e ganhos
787 Rendimentos e ganhos em investimentos não financeiros
7871 Alienações
7872 Sinistros
7873 Rendas e outros rendimentos em propriedades de investimento

ESACT/IPB 85
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

7878 Outros rendimentos e ganhos


788 Outros
7881 Correcções relativas a períodos anteriores
7882 Excesso da estimativa para impostos
7883 Imputação de subsídios para investimentos
7884 – Ganhos em instrumentos financeiros
Regista os ganhos relacionados com a conta 14 – Instrumentos financeiros.
7888 Outros não especificados
79 Rendimentos e ganhos de financiamento
791 Juros obtidos
7911 De aplicações de financiamentos obtidos
7918 Outros
792 Diferenças de câmbio favoráveis
7921 Relativas a aplicações de financiamentos obtidos
7928 Outras
798 Outros rendimentos e ganhos de financiamento
7981 Relativos a aplicações de financiamentos obtidos
7988 Outras

ESACT/IPB 86
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3.8 Classe 8 – Resultados:


Esta classe destina-se a apurar o resultado líquido do período, podendo ser utilizada
para auxiliar à determinação do resultado extensivo, tal como consta na Demonstração das
Alterações no Capital Próprio.
81 Resultado líquido do período
811 - Resultado antes de impostos
Destina-se a concentrar, no fim do período, os gastos e rendimentos registados,
respectivamente, nas contas das classes 6 e 7.
812 Imposto sobre o rendimento do período32
8121 - Imposto estimado para o período
Considera-se nesta conta a quantia estimada para o imposto que incidirá sobre os
resultados corrigidos para efeitos fiscais, por contrapartida da conta 241 – Estado e outros
entes públicos – Imposto sobre o rendimento.
8122 Imposto diferido
818 Resultado líquido
89 Dividendos antecipados

32
Ver NCRF 25 – Impostos sobre o rendimento

ESACT/IPB 87
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Test scientia

Nas seguintes questões escolha a que considera mais completa:

1. No registo do seguinte fluxo económico:


"Compra de mercadorias, pagamento imediato em dinheiro”, o registo correto é:
A. Débito: Mercadorias
Crédito: Dinheiro
B. Débito: Mercadorias
Crédito: Clientes
C. Débito: Fornecedores
Crédito: Mercadorias
D. Débito: Mercadorias
Crédito: Fornecedores, pelo fluxo real
Débito: Fornecedores
Crédito: Dinheiro, pelo fluxo monetário

2. No registo do fluxo económico seguinte:


"Pagamento dos salários ao pessoal, via transferência bancária", o registo correto é:
A. Débito: Débitos ao pessoal
Crédito: Depósitos bancários
B. Débito: Depósitos bancários
Crédito: Débitos ao pessoal
C. Débito: Gastos com o pessoal
Crédito: Débitos ao pessoal
D. Débito: Capital
Crédito: Gastos

ESACT/IPB 88
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3. Considere que determinada entidade adquiriu mercadorias cujo pagamento ocorrerá a 90


dias.
A. Do fluxo económico resulta o reconhecimento de um passivo (débito a fornecedores) e de
um gasto.
B. Do fluxo económico resulta o reconhecimento de um activo (mercadorias) e de um gasto.
C. Podemos considerar que estão reunidos os requisitos para a definição e reconhecimento
de um activo (mercadorias) e de um passivo (fornecedores).
D. Podemos considerar que não estão reunidos os requisitos para a definição e
reconhecimento de um activo (mercadorias), pelo que a aquisição da mercadoria resulta no
reconhecimento de um gasto. Podemos considerar que estão reunidos os requisitos para a
definição e reconhecimento de um passivo (fornecedores).

4. Considere que determinada entidade prestou serviços que receberá a 90 dias.


A. Do fluxo económico resulta o reconhecimento de um passivo (crédito sobre clientes) e de
um gasto.
B. Do fluxo económico resulta o reconhecimento de um activo (crédito sobre clientes) e de
um rendimento.
C. Do fluxo económico resulta o reconhecimento de um activo (dinheiro) e de um
rendimento.
D. Do fluxo económico resulta o reconhecimento de um activo (débito a fornecedores) e de
um rendimento.

5. No registo do fluxo económico seguinte:


“Compra de uma viatura automóvel, com financiamento em Locação Financeira, para uso da
entidade” o registo correto é:
A. Débito: Investimentos
Crédito: Depósitos bancários
B. Débito: Investimentos
Crédito: Financiamentos
C. Débito: Financiamentos
Crédito: Investimentos
D. Débito: Investimentos
Crédito: Gastos

ESACT/IPB 89
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

6. No registo do fluxo económico seguinte:


“Consumos de electricidade, pagamento a 15 dias” o registo correto é:
A. Débito: Rendimentos
Crédito: Depósitos bancários
B. Débito: Gastos
Crédito: Fornecedores
C. Débito: Fornecedores
Crédito: Caixa
D. Débito: Investimentos
Crédito: Gastos

7. No registo do fluxo económico seguinte:


“Levantamento de dinheiro de uma conta depósitos bancários para reforçar a caixa” o registo
correto é:
A. Crédito: Depósitos bancários
B. Débito: Caixa
Crédito: Depósitos bancários
C. Débito: Depósitos bancários
Crédito: Caixa
D. Crédito: Caixa

8. Considere que determinada efectuou o pagamento de uma prestação de um empréstimo


bancário.
A. Do fluxo económico resulta o reconhecimento de uma diminuição do passivo e de um
gasto.
B. Do fluxo económico resulta o reconhecimento de uma diminuição do activo e de um
rendimento.
C. Do fluxo económico resulta o reconhecimento de uma diminuição do activo e de uma
diminuição do passivo.
D. Do fluxo económico resulta o reconhecimento de um aumento do activo e de um
aumento do passivo.

(chave: 1. D; 2. A; 3. C; 4. B; 5. B; 6. B; 7.B; 8.C)

ESACT/IPB 90
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3.9 Demonstrações financeiras33:

33
Portaria 220/2015

ESACT/IPB 91
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ESACT/IPB 92
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ESACT/IPB 93
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

ESACT/IPB 94
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

3.10 Normalização contabilística para microentidades:

Consideram-se microentidades aquelas que à data do balanço, não ultrapassem dois


dos três limites seguintes:
a) Total do balanço: € 350 000;
b) Volume de negócios líquido: € 700 000;
c) Número médio de empregados durante o período: 10.
Quadro de contas (Portaria 218/2015)
Norma contabilística para microentidades (Aviso n.º 8255/2015)
Demonstrações financeiras para microentidades (Portaria 220/2015)

3.11 Normalização contabilística para pequenas entidades:

Consideram -se pequenas entidades, aquelas que à data do balanço, não ultrapassem
dois dos três limites seguintes:
a) Total do balanço: € 4 000 000;
b) Volume de negócios líquido: € 8 000 000;
c) Número médio de empregados durante o período: 50.
Quadro de contas (Portaria 218/2015)
Norma contabilística para micro entidades (Aviso n.º 8257/2015)
Demonstrações financeiras para pequenas entidades (Portaria 220/2015)

3.12 Normalização contabilística para entidades do sector não lucrativo:

Às entidades do sector não lucrativo aplica -se a Norma contabilística e de relato


financeiro para entidades do sector não lucrativo (Aviso 8259/2015)
Quadro de contas (Portaria 218/2015)
Demonstrações financeiras para entidades do sector não lucrativo (Portaria 220/2015)

ESACT/IPB 95
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

4. CASOS PRÁTICOS

Ficha de Trabalho nº 1

Classifique o património do comerciante J. Silva, em 30/06/N, composto pelos seguintes


elementos patrimoniais:
Descritivo Valor Bem/Direito/Obrigação Activo / Passivo
Numerário 100,00
Dívida a pagar a fornecedores 300,00
Mercadorias diversas 10 800,00
Mobiliário diverso 500,00
Créditos a receber de clientes 250,00
Empréstimos bancários 1 000,00
Depósitos bancários 500,00
Viaturas 1 500,00
 Calcule o valor do património em 30/06/N.
Na tabela seguinte:
Determine a natureza das variações patrimoniais (Permutativa ou qualitativa/ Modificativa
ou quantitativa) provocadas pelos seguintes factos patrimoniais:
Descritivo Valor Activo/Passivo Variação Patrimonial
Gasto/Rendimento
Consumo de serviços de comunicação 400,00
Pagamento, em numerário, de uma factura ao 30,00
fornecedor “X”
Venda de mercadorias 200,00
Depósito de numerário, no Banco “A” 25,00
Recebimento de juros de depósitos 25,00
Salários do pessoal 840,00
Recebimento, em numerário, de créditos 200,00
sobre clientes

ESACT/IPB 96
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Ficha de Trabalho nº 2

O património da empresa J. Silva, Lda., em 31/03/N é composto pelos seguintes elementos


patrimoniais (em u. m.):

Descritivo Valor B/D/O Activo / Passivo Conta (SNC)


Numerário 10
Depósitos à ordem 185
Depósitos a prazo 500
Edifício industrial 10.000
Viaturas 2.500
Equipamento administrativo 1.000
Créditos sobre clientes 3.000
Mercadorias em armazém 3.500
Financiamento contraído no BBI 7.000
Dívidas a fornecedores 2.500
Dívidas ao Estado 3.000
Créditos sobre sócios 500
Equipamento industrial 5.000
Débitos ao pessoal 1.000
Marca comercial 500
Dívida à segurança social 2.000

Identifique os elementos patrimoniais, nas classificações solicitadas na tabela anterior.


Calcule o valor do Património.

ESACT/IPB 97
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Ficha de Trabalho nº 3

Em Maio do ano “n”, a empresa em questão efectuou os seguintes factos patrimoniais (em
u.m.):
Descritivo Valor Contas (SNC) Variação
(D) (C) Patrimonial
1º Compra das Mercadorias
 Fluxo Real...................................... 4.500 _____ _____ __________________
 Fluxo Monetário............................. 4.500 _____ _____ __________________
2º Venda a clientes:
 Fluxo Real....................................... 8.500 _____ _____ __________________
 Fluxo Monetário.............................. 8.500 _____ _____ __________________
3º Recebimento de clientes...................
Fluxo ______________ 4.200 _____ _____ __________________
4º Pagamentos efectuados:
Fluxo ______________
 a fornecedores........................................... 3.000 _____ _____
 ordenados líquidos.................................... 1.750 _____ _____
 à segurança social..................................... 600 _____ _____ _______________

 amortização do financiamento obtido …. 600 _____ _____

5º Gastos do período:
Fluxo ______________
 energia eléctrica........................................ 450 _____ _____

 renda do escritório.................................... 100 _____ _____


30 _____ _____
 seguros……………………….…............
50 _____ _____ _______________
 telefone……….........................................
180 _____ _____
 juros do financiamento obtido .................
6º Juros cobrados a clientes por atraso no
pagamento........................................................ 80 _____ _____ __________________
7º Juros de depósitos bancários....................... 200
8º Financiamento bancário obtido………...... 2.000

 Identifique os elementos patrimoniais, nas classificações solicitadas na tabela anterior.

ESACT/IPB 98
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Ficha de Trabalho nº 4

Atente na seguinte Demonstração Financeira:

ESACT/IPB 99
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Determine:
Indicador de Liquidez “n”
Indicador de Liquidez “n-1”
Evolução do Indicador de Liquidez
Indicador de Solvabilidade “n”
Indicador de Solvabilidade “n-1”
Evolução do Indicador de Solvabilidade
Fundo de Maneio Corrente “n”
Fundo de Maneio Não Corrente “n-1”
Evolução do Fundo de Maneio

ESACT/IPB 100
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Ficha de Trabalho nº 5

Atente na seguinte demonstração financeira:


Entidade: "SolTua, SA"
BALANÇO (INDIVIDUAL) EM 31 DE DEZEMBRO DE 200N
(VALORES EUROS)(1)
PERÍODOS
RÚBRICAS NOTAS 31 DEZ N 31 DEZ N-1
ACTIVO

Activo não corrente


Activos fixos tangíveis 1.200.000,00 800.000,00
Propriedades de investimento 500.000,00 750.000,00
Goodwill
Activos intangíveis 50.000,00 50.000,00
Activos biológicos
Participações financeiras - método da equivalência patrimonial 250.000,00 250.000,00
Participações financeiras - outros métodos
Accionistas/sócios
Outros activos financeiros
Activos por impostos diferidos
2.000.000,00 1.850.000,00
Activo corrente
Inventários 350.000,00 400.000,00
Activos biológicos
Clientes 50.000,00 200.000,00
Adiantamentos a fornecedores
Estado e outros entes públicos
Accionistas/sócios
Outras contas a receber
Diferimentos
Activos financeiros detidos para negociação
Outros activos financeiros
Activos não correntes detidos para venda
Caixa e depósitos bancários 150.000,00 50.000,00
550.000,00 650.000,00
Total do activo 2.550.000,00 2.500.000,00

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital próprio

Capital realizado 750.000,00 750.000,00


Acções (quotas) próprias
Outros instrumentos de capital próprio
Prémios de emissão
Reservas legais 150.000,00 150.000,00
Outras reservas
Resultados transitados -100.000,00 -80.000,00
Ajustamentos em activos financeiros
Excedentes de revalorização
Outras variações no capital próprio

Resultado líquido do período 250.000,00 20.000,00

Interesses minoritários

Total do capital próprio 1.050.000,00 840.000,00

Passivo

Passivo não corrente


Provisões 100.000,00 100.000,00
Financiamentos obtidos 450.000,00 500.000,00
Responsabilidades por benefícios pós-emprego
Passivos por impostos diferidos
Outras contas a pagar 350.000,00 640.000,00
900.000,00 1.240.000,00
Passivo corrente
Fornecedores 400.000,00 350.000,00
Adiantamentos de clientes
Estado e outros entes públicos 10.000,00 15.000,00
Accionistas/sócios 120.000,00
Financiamentos obtidos
Outras contas a pagar 20.000,00 55.000,00
Diferimentos 50.000,00
Passivos financeiros detidos para negociação
Outros passivos financeiros
Passivos não correntes detidos para venda
600.000,00 420.000,00
Total do passivo 1.500.000,00 1.660.000,00
Total do capital próprio e do passivo 2.550.000,00 2.500.000,00

a) Analise a evolução do equilíbrio financeiro da entidade na óptica de:


i) Fundo de Maneio;
ii) Liquidez;
iii) Solvabilidade.

ESACT/IPB 101
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Ficha de Trabalho nº 6

Considere as seguintes Demonstrações Financeiras da sociedade por quotas “Y, Lda”:


Entidade: "Y, Sociedade Agrícola e Turística, Lda"
BALANÇO INDIVIDUAL EM 31 DE Dezembro DE 200N
(VALORES EUROS)
PERÍODOS
RÚBRICAS NOTAS 31 DEZ N 31 DEZ N-1
ACTIVO

Activo não corrente


Activos fixos tangíveis 100000 80000
Propriedades de investimento 50000
Goodwill
Activos intangíveis 25000 5000
Activos biológicos
Participações financeiras - método da equivalência patrimonial
Participações financeiras - outros métodos
Accionistas/sócios
Outros activos financeiros
Activos por impostos diferidos
175000 85000
Activo corrente
Inventários 30000 28000
Activos biológicos 50000 45000
Clientes 80000 35000
Adiantamentos a fornecedores
Estado e outros entes públicos
Accionistas/sócios
Outras contas a receber
Diferimentos
Activos financeiros detidos para negociação
Outros activos financeiros
Activos não correntes detidos para venda
Caixa e depósitos bancários 25000 30000
185000 138000
Total do activo 360000 223000

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital próprio

Capital realizado 50000 50000


Acções (quotas) próprias
Outros instrumentos de capital próprio
Prémios de emissão
Reservas legais 2000 2000
Outras reservas
Resultados transitados 66500 81500
Ajustamentos em activos financeiros
Excedentes de revalorização
Outras variações no capital próprio

Resultado líquido do período 45000 -15000

Interesses minoritários

Total do capital próprio 163500 118500

Passivo

Passivo não corrente


Provisões
Financiamentos obtidos 125500 75000
Responsabilidades por benefícios pós-emprego
Passivos por impostos diferidos
Outras contas a pagar
125500 75000
Passivo corrente
Fornecedores 64250 29500
Adiantamentos de clientes
Estado e outros entes públicos 6750
Accionistas/sócios
Financiamentos obtidos
Outras contas a pagar
Diferimentos
Passivos financeiros detidos para negociação
Outros passivos financeiros
Passivos não correntes detidos para venda
71000 29500
Total do passivo 196500 104500
Total do capital próprio e do passivo 360000 223000

ESACT/IPB 102
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

Entidade:"Y, Sociedade Agrícola e Turistica, Lda"


DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL DOS RESULTADOS POR NATUREZAS
PERÍODO FINDO EM 31 DE Dezembro DE 200N
(VALORES EUROS)
PERÍODOS
RENDIMENTOS E GASTOS NOTAS N N-1

Vendas e serviços prestados 200000 92000


Subsídios à exploração 7000 20000
Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
Variação nos inventários da produção
Trabalhos para a própria entidade
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas 75000 48000
Fornecimentos e serviços externos 25000 30000
Gastos com o pessoal 30000 25000
Ajustamentos de inventários (perdas/reversões)
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções)
Imparidade de activos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
Aumentos/reduções de justo valor
Outros rendimentos e ganhos 750 4250
Outros gastos e perdas 2500 2750

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos ? ?

Gastos/reversões de depreciação e de amortização 12000 17500


Imparidade de activos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) ? ?

Juros e rendimentos similares obtidos 1000


Juros e gastos similares suportados 12500 8000

Resultado antes de impostos ? ?

Imposto sobre o rendimento do período 6750

Resultado líquido do período ? ?

Resultado das actividades descontinuadas (líquido de impostos) incluido no resultado


líquido do período

Resultado líquido do período atribuível a: (2)


Detentores do capital da empresa-mãe
Interesses minoritários

Resultado por acção básico

Analise as Demonstrações Financeiras da sociedade por quotas “Y, Lda”:


a) Balanço na óptica do Fundo de Maneio.
b) Calcule na Demonstração de Resultados por Naturezas os campos assinalados com
“?”.
c) Comente os resultados obtidos comparativos, para os dois períodos em análise.

ESACT/IPB 103
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

PUBLICAÇÕES

Os impostos sobre o rendimento: NCRF 25 [2015]


Publicado em “Jornal de Contabilidade” de APOTEC, Novembro/dezembro

Regularização de IVA em créditos de cobrança duvidosa e incobrável [2014]


Publicado em “Revista Revisores e Auditores” de Ordem dos Revisores Oficiais
de Contas, outubro/dezembro

Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas, erros e [2014]


acontecimentos após a data do balanço

Publicado em “Jornal de Contabilidade” de APOTEC, março/abril.

A tributação dos rendimentos das pessoas colectivas – Entidades residentes [2013]


que não exerçam a título principal uma actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola

Publicado em “Jornal de Contabilidade” de APOTEC, setembro/outubro

Tributação em IRS (Parte I) [2013]

Publicado em “Jornal de Contabilidade” de APOTEC, março/abril

Tributação em IRS (Parte II) [2013]

Publicado em “Jornal de Contabilidade” de APOTEC, maio/junho

Tributação em IRS (Parte III) [2013]

Publicado em “Jornal de Contabilidade” de APOTEC, julho/agosto

Investimentos Financeiros [2012]

Publicado em “Jornal de Contabilidade” de APOTEC, maio

Análise e Exemplificação da NCRF 27 – Instrumentos Financeiros [2012]


Publicado em “Jornal de Contabilidade” de APOTEC, fevereiro

ESACT/IPB 104
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

PRÉMIOS

Prémio de Contabilidade "Luiz Chaves de Almeida" de APOTEC [2014]


3.º PRÉMIO
Título: “Do Resultado Contabilístico ao Lucro Tributável: Entidades Residentes
que exercem a título principal uma Atividade de Natureza Comercial Industrial
ou Agrícola.”

ESACT/IPB 105
Manual de CONTABILIDADE FINANCEIRA (iniciação)

5. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Contabilidade para Todos (2ª Edição) de Ana Maria Rodrigues, Dina Paula de Jesus Rocha e
Graça Maria do Carmo Azevedo, edição: Edições Almedina, junho de 2016 ‧ isbn:
9789724065823

Elementos de Contabilidade Geral De acordo com o SNC (26ª Edição) de António Borges,
Rogério Rodrigues e José Azevedo Rodrigues, edição: Áreas Editora, dezembro de 2014 ‧
isbn: 9789898058874

Estudos sobre a Normalização Contabilística em Portugal, de Joaquim Fernando da Cunha


Guimarães, edição: Vida Económica, maio de 2011 ‧ isbn: 9789727884100

O Jogo da Contabilidade Iniciação à contabilidade de Darrell Mullis e Judith Orloff;


Tradução: Eduardo Ferreira, edição: Edições Centro Atlântico, outubro de 2009 ‧ isbn:
9789896150846

Os Mestres / Professores de Contabilidade em Portugal, Reconhecimento do mérito –


Homenagens, de Joaquim Fernando da Cunha Guimarães, edição: Vida Económica,
novembro de 2011 ‧ isbn: 9789727884339;

SNC - Sistema de Normalização Contabilística 6.ª Edição, edição: Porto Editora, S.A.,
setembro de 2018 ‧ isbn: 978-972-0-01983-7

Teorias da Contabilidade - Construção e Demarcação Epistemológica, de Bruno José


Machado Almeida e José Joaquim Marques de Almeida, edição: Escolar Editora, novembro
de 2016 ‧ isbn: 9789725925027;

ESACT/IPB 106

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