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Universidade Pedagógica
Maputo
2018
David Benjamim Chichango
Universidade Pedagógica
Maputo
2018
0.Introdução
O turismo é uma actividade económica e um fenómeno social que possui um potencial
bastante forte, capaz de transformar as características de uma sociedade com os seus
impactos que podem ser analisados através da sua cadeia produtiva.
Segundo GUAMBE (2007), as receitas geradas pelo turismo internacional tem se
equiparado as de sectores tradicionais como o petróleo, automóvel e equipamentos
electrónicos.
Moçambique é um país com características físico-naturais favoráveis para atrair turistas,
possui uma linha da costa do Oceano Índico com ricas e lindas praias brancas e com várias
espécies de animais. Possui uma flora e fauna com características únicas que agradam
aqueles que se interessam em apreciar a biodiversidade.
O presente trabalho surge no âmbito da disciplina de Turismo em Moçambique
incorporada no Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia com habilitações em
Turismo, e pretende-se analisar o desenvolvimento da actividade turística em Moçambique.
0.1.Objectivos
Com o presente trabalho pretende-se alcançar os seguintes objectivos:
Objectivo geral:
Analisar o desenvolvimento da actividade turística, em Moçambique.
Objectivos específicos:
Identificar os tipos de turismo praticado em Moçambique;
Apresentar os principais espaços e regiões turísticas em Moçambique;
Analisar o movimento turístico e seus ganhos, em Moçambique, de 1990 a 2017.
0.2.Técnicas de pesquisa
Para a materialização deste trabalho recorreu-se a análise documental, pesquisa
bibliográfica e aplicou-se o método estatístico matemático na análise de dados numéricos.
1. Conceito de Turismo
Do ponto de vista conceptual, os autores MATHIENSON e WALL (1990, p. 43), citados
por OLIVEIRA, M. (2014:18), propuseram uma definição mais esclarecedora considerando
o turismo como “o movimento temporário de pessoas para destinos fora dos seus locais
normais de trabalho e de residência, as actividades desenvolvidas durante a sua
permanência nesses destinos e as facilidades criadas para satisfazer as suas necessidades”.
Segundo esta definição o turismo é considerado como uma vasta e variada actividade que
engloba as deslocações das pessoas e de todas as relações que estabelecem nos locais
visitados, tal como os serviços desenvolvidos para responder às suas necessidades. É um
conceito que abrange em simultâneo a oferta e a procura turística (Cunha, 2009, p. 30),
citado por OLIVEIRA, M. (2014:18)
De acordo com OLIVEIRA, M. (2014:18), do ponto de vista técnico, pode ser
referenciada a definição da OMT – Organização Mundial do Turismo, que considera o
turismo como “o conjunto de actividades desenvolvidas por pessoas durante as viagens e
estadas em locais situados fora do seu ambiente habitual por um período consecutivo que
não ultrapasse um ano, por motivos de lazer, negócios e outros”.
Para MATHIENSON e WALL (1982), citados por OLIVEIRA, M. (2014:19), o turismo
é o movimento provisório das pessoas, por períodos inferiores a um ano, para destinos fora
do lugar de residência e de trabalho, as actividades empreendidas durante a estada e as
facilidades que são criadas para satisfazer as necessidades dos turistas. Estes autores
destacam o carácter temporário da actividade turística ao introduzir o termo período inferior
a um ano, mas também introduzem uma importante perspectiva da oferta quando
mencionam as facilidades criadas e introduzem na definição o fundamento de toda
actividade turística: a satisfação das necessidades dos turistas/clientes.
Finalmente há que se destacar a definição que foi adoptada pela OMT (1994) que salienta
que “o turismo compreende as actividades que realizam as pessoas durante suas viagens e
estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior
a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras”. OLIVEIRA, M. (2014:18),
1.1.Tipos do turismo
WAHAB (1991), citado por NUNES, T e PLATT, A. (2012:3), faz a divisão da actividade
turística pelo número de pessoas em viagem, apresentando os seguintes tipos:
1. Turismo individual – onde apenas uma pessoa ou família viaja;
2. Turismo de grupo – onde várias pessoas, em geral inter-relacionadas viajam
juntas.
ROLIM (2005), citado por NUNES, T e PLATT, A. (2012:3), entretanto, desenvolve uma
tipologia, de acordo com a finalidade da viagem, exemplificada abaixo:
1. Agro-turismo: Actividade realizada internamente a um estabelecimento,
associada à geração de ocupações complementares às actividades agrícolas, agregando
serviços à produção agrícola e bens materiais existentes.
2. Turismo de Aventura: Compreende os movimentos turísticos decorrentes da
prática de actividades de aventura de carácter recreativo e não competitivo.
3. Turismo Científico: Caracteriza-se por viagem de cientista na busca de pesquisa
de campo.
4. Turismo Cultural: Compreende a vivência do conjunto de elementos
significativos do património histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e
promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.
5. Turismo Desportivo: No turismo desportivo, o turista vem com a intenção de
praticar o desporto por lazer ou treinamento, sem o intuito de competir.
Para ROSE (2002:6), citado por GUAMBE (2007:23), de acordo com a amplitude das
viagens, o turismo pode ser classificado em:
Turismo local: quando ocorre entre municípios vizinhos;
Turismo regional: quando abrange um raio de 200 a 300 quilometro de distancia
da residência do turista.
Turismo doméstico ou nacional: quando ocorre dentro do pais de residência do
turista.
Turismo internacional: quando ocorre fora do pais de residência do turista.
As praias em Moçambique têm uma nota elevada e são classificadas como sendo “muito
boas”.
As Áreas de Conservação são consideradas no sector do turismo como a alavanca para o
desenvolvimento de turismo no País devido a sua rica biodiversidade, endemismo das
espécies, paisagens naturais e o estado menos perturbado dos seus ecossistemas terrestres e
aquáticos naturais e que são de grande valor turístico.
Quanto à distribuição das espécies faunísticas no território nacional, o Norte comporta a
maior parte, visto que a região é maior e possui ecossistemas e habitats terrestres naturais
menos perturbados pelo Homem. Com relação as Áreas de Conservação Transfronteiras
(ACTF) o conceito principal da sua criação, é a conservação da biodiversidade além
fronteira. A existência das áreas protegidas entre países é os habitats que constituem os nós
de ligação. A implantação deste programa vai estendendo-se ao longo do País, onde já estão
a funcionar a ACTF dos Libombos, a ACTF do Grande Limpopo e a ACTF de
Chimanimani. (MITUR, 2006.)
10552 15919
3034 2793 2899 7642 8657 4193
1870 1118
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O gráfico 1 ilustra que em 2005, a Cidade de Maputo recebeu maior número de turistas
nacionais, com 60215 turistas, seguida da província da Zambézia com 16601 turistas, sendo
que e a província de Manica encontra-se em último lugar com 6966 turistas.
O gráfico 2 ilustra que em 2005 a cidade de Maputo recebeu maior número de turistas
estrangeiros com 112882, seguida pela província de Inhambane com 15919. No mesmo
ano, a província de Manica é que recebeu menor número de turistas estrangeiros, com um
registo de 1118 turistas estrangeiros.
Quadro 2 – Situação do turismo em Moçambique no ano 2010
O quadro 2, demonstra que em 2010, a Cidade de Maputo apresenta-se como a que possui
maior número de hotéis (24), seguida da província de Inhambane, com 18 hotéis. Em 2010,
a província do Niassa apresenta menor número de hotéis (2 unidades), liderando o número
de pensões com 13 unidades. A província de Inhambane lidera o número de pousadas com
5 unidades, seguida pelas províncias de Tete e Gaza com 3 unidades por cada. A Cidade de
Maputo lidera os ganhos com 1.640.126.000.00.Mt
O quadro 3 ilustra que em 2017, o país possuía 105 hotéis, sendo que a cidade de Maputo
lidera com um total de 25 unidades, seguida pela província de Inhambane com 19 unidades.
A província de Tete apresenta o menor número de hotéis com somente 3 unidades. A
província de Niassa lidera o número de pensões com 13 unidades, seguida pela Cidade de
Maputo com 12 unidades. Quanto as pousadas, a província de Inhambane lidera as
estatísticas com 5 unidades, seguida das províncias de Niassa e Zambézia com 4 posadas
para cada.
Dos 196. 989 hóspedes nacionais recebidos, em 2017, a Cidade de Maputo recebeu maior
número com um registo de 89.549, seguida pela província da Zambézia com um registo de
20.426 turistas nacionais, sendo que a província de Maputo apresenta o menor número de
turistas nacionais com 2.349.
Conclusão
Bibliografia
Direcção Nacional de Estatística. Anuário Estatístico 1991. Maputo. 1992.
GUAMBE, J. Contribuição do turismo no desenvolvimento local em Moçambique: Caso
da zona costeira de Inhambane. Maputo. Universidade Eduardo Mondlane.2007
Instituto Nacional de Estatística. Anuário Estatístico. 1996. Maputo. 1996.
Instituto Nacional de Estatística. Anuário Estatístico. 2005. Maputo. 2006.
Instituto Nacional de Estatística. Anuário Estatístico. 2010. Maputo. 2011.
Instituto Nacional de Estatística. Anuário Estatístico. 2017. Maputo. 2018.
Ministério do Turismo. Estratégia de Marketing Turístico 2006 – 2013. Maputo. 2006.
NUNES, T. e PLATT. Organização de eventos como estratégia de Marketing. Algarve.
Universidade Federal de Santa Catarina. 2012
OLIVEIRA, M. A influência dos eventos na taxa de ocupação hoteleira. Estoril. Escola
Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. 2014.