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o 11 — 16 de Janeiro de 2007
3 — São federações multidesportivas as que se dedi- o exercício, em exclusivo, por modalidade ou conjunto
cam, cumulativamente, ao desenvolvimento da prática de modalidades, de poderes regulamentares, disciplina-
de diferentes modalidades desportivas, em áreas espe- res e outros de natureza pública, bem como a titula-
cíficas de organização social, designadamente no âmbito ridade dos direitos e poderes especialmente previstos
do desporto para cidadãos portadores de deficiência e na lei.
do desporto no quadro do sistema educativo. 2 — Têm natureza pública os poderes das federações
desportivas exercidos no âmbito da regulamentação e
Artigo 16.o disciplina da respectiva modalidade que, para tanto, lhe
sejam conferidos por lei.
Direitos desportivos exclusivos 3 — A federação desportiva à qual é conferido o esta-
1 — Os títulos desportivos, de nível nacional ou regio- tuto mencionado no n.o 1 fica obrigada, nomeadamente,
nal, são conferidos pelas federações desportivas e só a cumprir os objectivos de desenvolvimento e genera-
estas podem organizar selecções nacionais. lização da prática desportiva, a garantir a representa-
2 — A lei define as formas de protecção do nome, tividade e o funcionamento democrático internos, em
imagem e actividades desenvolvidas pelas federações especial através da limitação de mandatos, bem como
desportivas, estipulando o respectivo regime contra- a transparência e regularidade da sua gestão, nos termos
-ordenacional. da lei.
Artigo 17.o Artigo 20.o
Deliberações sociais Atribuição, suspensão e cancelamento
do estatuto de utilidade pública desportiva
1 — Nas assembleias gerais das federações despor-
tivas, ligas profissionais e associações de âmbito ter- 1 — Para efeitos da alínea b) do artigo 14.o, o estatuto
ritorial não são permitidos votos por representação. de utilidade pública desportiva só pode ser atribuído
2 — No âmbito das entidades referidas no número a pessoas colectivas titulares do estatuto de mera uti-
anterior, as deliberações para a designação dos titulares lidade pública.
de órgãos, ou que envolvam a apreciação de compor- 2 — As condições de atribuição, por período deter-
tamentos ou das qualidades de qualquer pessoa, são minado, do estatuto de utilidade pública desportiva, bem
tomadas por escrutínio secreto. como a sua suspensão e cancelamento, são definidas
por lei.
Artigo 18.o Artigo 21.o
Justiça desportiva Fiscalização
1 — Os litígios emergentes dos actos e omissões dos A fiscalização do exercício dos poderes públicos, bem
órgãos das federações desportivas e das ligas profissio- como do cumprimento das regras legais de organização
nais, no âmbito do exercício dos poderes públicos, estão e funcionamento internos das federações desportivas é
sujeitos às normas do contencioso administrativo, efectuada, nos termos da lei, por parte da Administração
ficando sempre salvaguardados os efeitos desportivos Pública, mediante a realização de inquéritos, inspecções
entretanto validamente produzidos ao abrigo da última e sindicâncias.
decisão da instância competente na ordem desportiva.
2 — Não são susceptíveis de recurso fora das instân- SUBSECÇÃO III
cias competentes na ordem desportiva as decisões e deli-
berações sobre questões estritamente desportivas. Organização das competições desportivas profissionais
3 — São questões estritamente desportivas as que
tenham por fundamento normas de natureza técnica Artigo 22.o
ou de carácter disciplinar, enquanto questões emergen-
tes da aplicação das leis do jogo, dos regulamentos e Ligas profissionais
das regras de organização das respectivas competições. 1 — As federações unidesportivas em que se disputem
4 — Para efeitos do disposto no número anterior, as competições desportivas de natureza profissional, como
decisões e deliberações disciplinares relativas a infrac- tal definidas na lei, integram uma liga profissional, sob
ções à ética desportiva, no âmbito da violência, da dopa- a forma de associação sem fins lucrativos, com perso-
gem, da corrupção, do racismo e da xenofobia não são nalidade jurídica e autonomia administrativa, técnica e
matérias estritamente desportivas. financeira.
5 — Os litígios relativos a questões estritamente des- 2 — As ligas profissionais exercem, por delegação das
portivas podem ser resolvidos por recurso à arbitragem respectivas federações, as competências relativas às com-
ou mediação, dependendo de prévia existência de com- petições de natureza profissional, nomeadamente:
promisso arbitral escrito ou sujeição a disposição esta-
tutária ou regulamentar das associações desportivas. a) Organizar e regulamentar as competições de natu-
reza profissional, respeitando as regras técnicas defi-
nidas pelos competentes órgãos federativos nacionais
SUBSECÇÃO II e internacionais;
Utilidade pública desportiva b) Exercer, relativamente aos seus associados, as fun-
ções de controlo e supervisão que sejam estabelecidas
Artigo 19.o na lei ou nos respectivos estatutos e regulamentos;
Estatuto de utilidade pública desportiva
c) Definir os pressupostos desportivos, financeiros e
de organização de acesso às competições profissionais,
1 — O estatuto de utilidade pública desportiva con- bem como fiscalizar a sua execução pelas entidades nelas
fere a uma federação desportiva a competência para participantes.
360 Diário da República, 1.a série — N.o 11 — 16 de Janeiro de 2007
3 — As ligas profissionais são integradas, obrigato- sem fins lucrativos, que tenham como escopo o fomento
riamente, pelos clubes e sociedades desportivas que dis- e a prática directa de modalidades desportivas.
putem as competições profissionais. 2 — Os clubes desportivos participantes nas compe-
4 — As ligas profissionais podem ainda, nos termos tições profissionais ficam sujeitos ao regime especial de
da lei e dos respectivos estatutos, integrar representantes gestão, definido na lei, salvo se adoptarem a forma de
de outros agentes desportivos. sociedade desportiva com fins lucrativos.
Autónomas e das autarquias locais na área do desporto, públicas ou privadas nele previstas cuja actividade con-
ficam sujeitas a fiscalização por parte da entidade con- sista, predominantemente, na realização de iniciativas
cedente, bem como à obrigação de certificação das suas na área desportiva.
contas quando os montantes concedidos sejam supe-
riores ao limite para esse efeito definido no regime jurí-
dico dos contratos-programa de desenvolvimento des- CAPÍTULO VI
portivo.
5 — As federações desportivas, ligas profissionais e Disposições finais
associações de âmbito territorial têm obrigatoriamente
de possuir contabilidade organizada segundo as normas Artigo 49.o
do Plano Oficial de Contabilidade, adaptadas, se disso
for caso, ao plano de contas sectorial aplicável ao Acesso a espectáculos desportivos
desporto.
1 — A lei define as medidas de protecção dos con-
6 — O disposto no número anterior aplica-se, tam-
sumidores, nomeadamente no que se refere à protecção
bém, aos clubes desportivos e sociedades desportivas,
dos interesses económicos e ao direito à informação
com as adaptações constantes de regulamentação ade-
prévia quanto ao valor a pagar nos espectáculos des-
quada à competição em que participem.
portivos praticados ao longo da temporada.
7 — Sem prejuízo de outras consequências que resul-
2 — A entrada em recintos desportivos por parte de
tem da lei, não podem beneficiar de novos apoios finan-
titulares do direito de livre trânsito, durante o período
ceiros por parte do Estado, das Regiões Autónomas
em que decorrem espectáculos desportivos com entradas
e das autarquias locais, as entidades que estejam em
pagas, só é permitida desde que estejam em efectivo
situação de incumprimento das suas obrigações fiscais
exercício de funções e tal acesso seja indispensável ao
ou para com a segurança social, devendo ser suspensos
cabal desempenho das mesmas, nos termos da lei.
os benefícios financeiros decorrentes de quaisquer con-
tratos-programa em curso enquanto a situação se
mantiver. Artigo 50.o
Artigo 47.o Situações especiais