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No rastro
A polícia está no rastro do assassino
do jovem ator Rafael Miguel. O crime
aconteceu em junho de 2019 e, após co-
bertura razoável, parte da imprensa es-
queceu do caso. A Metrópole, em edi-
ção deste mês do Jornal da Metrópole,
lembrou do caso e cobrou solução. O
desfecho, ao que parece, está próximo:
Paulo Cupertino, acusado pelo crime,
foi visto em uma cidade do Paraná, mas
ainda não foi capturado.
tacio moreira/metropress
reproducao/record
Conta da cassação
Nova febre Na Bahia, ninguém tem certeza sobre
quem herda os mandatos de Marcell Moraes
No interior da Bahia, uma nova fe- (PSDB) e Targino Machado (DEM). A conta,
bre tem tomado conta das discussões segundo especialistas, é complexa e nin-
políticas: as apostas. Há quem aposte guém quer se arriscar a dar palpite furado. As
uma caixa de cerveja, R$ 50, R$100… cassações dos políticos da base de ACM Neto
aliás, isso sempre existiu. O problema é tiram 131.383 votos da coligação, o que, se-
que agora as pessoas estão apostando gundo o advogado especialista em Direito
milhões, fazendas e grandes imóveis. Eleitoral Jaime Barreiros, deixa incerto quem
Seria interessante a Justiça Eleitoral assumirá as vagas deixadas pelo tucano e
meter o bedelho e procurar saber de pelo democrata. “O próprio quociente elei-
onde partem recursos tão vultuosos. toral vai ser reduzido. Outros partidos e coli-
gações podem ser beneficiados”, disse.
reproducao
Jornal da
Publisher Editora KSZ Editor de Arte Paulo Braga Revisão Alexandre Galvão e Matheus Simoni
Diretor Executivo Chico Kertész Diagramação Dimitri Argolo Cerqueira Comercial (71) 3505-5022 Grupo Metrópole
Editor Alexandre Galvão e Matheus Simoni Redação Alexandre Galvão, James Martins e comercial@jornaldametropole.com.br Rua Conde Pereira Carneiro, 226
Pernambués CEP 41100-010
Projeto Gráfico Marcelo Kertész Matheus Simoni
Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000
O TIRO CERTEIRO
DO TSEPolítica
Texto Alexandre Galvão
de vacinação promovidas pelo
parlamentar eram realizadas
sem a autorização prévia das
Deputados baianos em franco crescimento
político são flagrados em crime eleitoral e TSE
retira mandatos; conheça história de Marcell
Moraes e Targino Machado
alexandre.galvao@metro1.com.br
respectivas vigilâncias sanitá-
rias e sem as anotações técni-
Coube ao Tribunal Supe- cas obrigatórias nas caderne-
rior Eleitoral (TSE) colocar um tas de vacinação, o que pode
ponto final no mandato de dois provocar danos à saúde do ani-
deputados estaduais da Bahia mal e interferir o controle de
que estavam em franca ascen- zoonose e a eficácia da campa-
são na política local. Flagrados nha de cada município.
em delitos eleitorais, Targino Moraes está no seu segundo
Machado (DEM) e Marcell Mo- mandato na Assembleia Legis-
raes (PSDB) foram destituídos lativa da Bahia. Em 2018 teve
dos cargos por motivos seme- mais de 64 mil votos. Ele tem
lhantes: o democrata, segundo ainda influência sobre o man-
o Ministério Público Eleitoral, dato de sua irmã, vereadora de
atendia pessoas ao passo que Salvador, Marcelle Moraes, que
pedia votos, dava santinhos e pode não se reeleger após es-
enaltecia a própria imagem. colher o DEM para disputar a
Para o órgão, isso caracterizou permanência na Casa.
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abuso de poder econômico e
político. A tese foi referendada
pelo TSE. Na eleição de 2018,
Targino foi o opositor ao go-
vernador Rui Costa (PT) mais
bem votado, com mais de 67
mil votos. Já Marcell Moraes
fazia o mesmo procedimento
de Targino, só que com ani-
mais. A partir de denúncia do
Conselho de Medicina Vete-
rinária da Bahia (CRMV-BA),
o MP Eleitoral apresentou re- deputados
clamação contra o tucano que estaduais
se autointitula “protetor de foram
animais”. Na queixa, o CRMV
apontou que as campanhas
cassados
4 Jornal da Metrópole, Salvador, 29 de outubro de 2020
BAHIA
reproducao/youtube
Para TSE,
Corte
baiana foi
“bondosa”
MALU FONTES
Jornalista, doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas,
professora da Facom/UFBA e colaboradora da Rádio Metrópole
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deral, como o Museu Nacional. nor. A unidade só não está fe- todo mundo ali, dos dois lados, coisas públicas era tão concre-
O hospital de Bonsucesso, chada porque, Brasil, sabe como sabia do percurso do dinhei- to que ninguém ia perder tem-
lotado de gente, com capaci- é: ruim assim? muito pior sem. ro entre caixa 2, empreiteiras e po, nem centavos, para fazer de
dade para 3.000 internações, Onde atender essas pessoas to- governantes, até a Lava-Jato de- conta que estava preocupado
estava queimando. Pacientes das que diariamente passam senhar a trajetória que levaria à com essas abstrações chamadas
e servidores deram o nome por lá? No mínimo 40 macas, cadeia, não há como não puxar cultura e povo.
certo ao fato: o incêndio
anunciado. Três pacientes
morreram.
ANOS muitas ocupadas por pacientes
tirados da UTI, foram abrigadas
durante o resgate por uma loja
um tracinho daquela narrativa
até tanto fogo na cidade mara-
vilhosa.
Entre o incêndio do Mu- de autopeças vizinha, que tirou, Durante anos, o Rio cabrali- Incêndios
seu Nacional e o do Hospital no meio do caos, os carros dos no (e o de antes e o de depois, parecem ter
de Bonsucesso, parecem já ter
entrado no esquecimento as
clientes para socorrer funcioná-
rios do hospital que chegavam
embora numa escala mais atro-
entrado no
de investimentos fiada) massageava os intestinos
esquecimento
cerca de 20 mortes de pacientes em pânico pedindo ajuda. com dinheiro público e de es-
causadas pelo incêndio do Hos- precários CAIXA DOIS - As engrenagens quemas. Até a água do vaso sa- no RJ
pital Badim, no Maracanã, no no Hospital do Brasil estão aí, sempre ex- nitário de Cabral era morninha
ano passado. Onze morreram no Bonsucesso postas, fáceis de entender. Todo e circulava por tubos de cerâmi-
dia da tragédia e 12 alguns dias mundo, no Rio e no país, podia ca especial importada da Polô-
Por James Martins tratado ele diga ‘ai, que legal!’. Fato é que, embora mani-
james.martins@metro1.com.br
Tanto que não sou eu que faço festações racistas não cessem
restrição a negro. É a PROPA- de brotar, a sociedade brasi-
“Eu, pessoalmente, não bo- GANDA que não usa o negro de leira aprendeu a não aceitá-las
taria um preto nos meus co- maneira normal, rotineira”. impunemente. Assim, não só
merciais porque eu acho que Em seguida publicamos preto já não desvaloriza produ-
o preto desvaloriza o produto um comercial do início dos tos como cada vez mais o negro
anunciado”, diz tranquilamen- anos 2000 estrelado por Láza- reivindica a própria negritude.
te o publicitário Ênio Mainardi, ro Ramos e Wagner Moura. No E a PROPAGANDA também já
morto em agosto desse ano, no anúncio de tinta, eles encar- sabe disso. Avanço em si mes-
documentário “O Brasil Negro”, nam papéis bastante estereo- mo, a situação atual traz novas
de 1988. A cena caiu essa sema- tipados: o patrão branco sério, questões. “Eu não dirijo o carro
na nas redes sociais do Grupo o empregado preto histriônico. pelo prestígio. Eu o dirijo pelos
Metrópole e se espalhou pelo E, se a manifestação do cria- meus próprios sentimentos de
país, antecipando as discussões dor do slogan do Tostines não satisfação”, diz um médico pre-
sobre racismo, representati- provocou seu “cancelamento” to no anúncio estadunidense
vidade e mercado que sempre no centenário da abolição, a do Cadillac F. Borigham 1974.
acontecem em novembro: mês pergunta que fazemos agora é: E é preciso sempre ter caute-
da consciência negra e do black será que a dupla baiana acei- la com satisfação publicitária.
friday. A maioria das manifesta- taria os mesmos personagens Tipo, mais consciência negra,
ções foi de nojo pelas palavras em 2020? Provavelmente não. menos black friday. Fui claro?
proferidas, mas, se elas têm al- Assim como, hoje, uma fala
gum mérito é justamente o de daquelas não passaria, diga-
exalar com desabrida sinceri- mos, em branco. Na verdade,
Embora
dade (ainda que nojenta) o que é de se crer que o próprio Ênio racismo
muitas vezes só se manifesta Mainardi já não diria a mesma não cesse,
enviesadamente. Ênio prosse- coisa a essa altura do campe- sociedade
gue: “E mais: o negro não quer
ser negro, né? Se você anunciar
onato: ou por avanço de visão
ou por temer a rebordosa que,
passou a não
o produto mostrando um negro, post-mortem, vem recebendo aceitar
eu duvido que ele se vendo re- por sua causa.
RESPONSÁVEL TÉCNICO
NA COLA DE QUEM
FAZ BESTEIRA
Metrópole relembra
casos que ainda não
tiveram desfecho e
cobra posicionamen-
to de figuras públicas
sandra travassos/alba
reginaldo ipe/cms
90
e 2018 R$ 90 mil reais da Prefei- mento do aluguel devido.
tura Municipal de Salvador.
À época, Ana Rita era aliada
da administração da capi-
tal. Tão logo rompeu a par-
ceira política, os repasses
foram cessados. O período
dos recebimentos bate com
o do contrato firmado entra
MIL
a ONG e a Chácara Tutti
Frutti. Os acordos foram
assinados por Maria Ale-
xandra Deering, que já foi
foi o valor
presidente da Terra Verde Viva e, recebido pela
desde 2017, atua como assessora ONG ligada a
parlamentar de Ana Rita na Câ- Ana Rita
mara Municipal de Salvador, com
Jornal da Metrópole, Salvador, 29 de outubro de 2020 9
ENTREVISTA
“Ir para reunião
ALEXI
para ouvir o que vai
fazer ou que deixou
de fazer, esqueça.
Não vou mais. Ou
PORTELA
a gente senta para
discutir, participar,
ou eu estou fora.
tiago caldas/ecv
VAZ
heterossexual e
cristão.
Promotora do Ministério
Público da Bahia
RACISMO
A promotora de Justiça Lívia
Sant’Ana Vaz, coordenadora do
Grupo de Atuação Especial de
Proteção dos Direitos Huma-
Ela comentou a formação do
nos e Combate à Discrimina-
sistema de justiça brasileiro e
ção (GEDHDIS) do Ministério
como a lei pune, de forma ma-
Público da Bahia (MP-BA) foi
joritária, mais pessoas negras
reconhecida como uma das 100
do que brancas e o problema da
pessoas de descendência afri-
intolerância religiosa como uma
cana mais influentes do mundo
das lutas enfrentadas pelo grupo.
e destacou a atuação do órgão
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baiano no combate ao racismo e
à intolerância religiosa.
%
Em entrevista a Mário Ker-
tész na Rádio Metrópole,
ela destacou a atuação pio-
neira do órgão, que é refe-
rência para outros estados.
“Para mim, esse reconheci-
mento é um reconhecimen-
to da importância desse
trabalho de enfrentamen-
to ao racismo, de combate dos casos de
à intolerância religiosa e de intolerância
promoção da igualdade racial
junto ao MP-BA. Portanto, é
religiosa são
um incentivo para continuar contra religiões
atuando”, afirmou Vaz. de matriz
africana
matheus simoni/metropress