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ESCOLA SUPERIOR DE NEGÓCIOS E EMPREENDEDORISMO DE


CHIBUTO-ESNEC

ANÁLISE DO ESTÁGIO DAS MICRO EMPRESAS DO SECTOR FORMAL DE


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO ACESSO AO CRÉDITO BANCÁRIO NA
CIDADE DE CHIBUTO, PERIODO DE 2014-2018

Simões Francisco Mapanga

Chibuto, 2019
ii

Simões Francisco Mapanga

“Análise do Estágio das Micro Empresas do Sector Formal de Prestação de Serviços


no Acesso ao Crédito Bancário na Cidade de Chibuto, Período de 2014-2018”

Monografia apresentada à Escola Superior de Negócios


e Empreendedorismo de Chibuto (ESNEC), como parte
dos requisitos para a obtenção do grau de Licenciatura
em Gestão Comercial.

Supervisor Msc. Amâncio Benedito R. Florêncio.

Chibuto, 2019
iii

Simões Francisco Mapanga

“Análise do Estágio das Micro Empresas do Sector Formal de Prestação de


Serviços no Acesso ao Crédito Bancário, na Cidade de Chibuto, Período de 2014-
2018”.

Monografia avaliada para obtenção do grau


de licenciatura em Gestão Comercial pela
Escola Superior de Negócios e
Empreendedorismo de Chibuto – ESNEC.

Chibuto, ___/___/____

O Presidente Rubrica

_________________________ __________________________

O Supervisor Rubrica

_________________________ __________________________

O Oponente Rubrica

_________________________ __________________________
iv

DECLARAÇÃO

“Declaro que este trabalho de fim de curso é resultado da minha


investigação pessoal, que todas as fontes estão devidamente
referenciadas, e que nunca foi apresentado para a obtenção de qualquer
grau nesta Universidade, Escola ou em qualquer outra instituição.”

Assinatura

_____________________________________

(Simões Francisco Mapanga)

Data: _____/_____/________
v

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho em especial aos meus Pais Francisco Mapanga e Sara Hojuane, por
terem acreditado em mim e sacrificarem-se para a minha formação, e que mesmo em
momentos difíceis em termos financeiros nunca deixaram faltar o essencial para que a
minha formação se concretizasse. Sem deixar de agradecer também pelo suporte moral
as minhas irmãs (Iracema, Florinda, Calma, Cristina, Jéssica, Sandra, Carolina,
Mariana, Neusa e Critalina).
vi

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar parabenizo-me por ter conseguido atingir mais uma meta na minha
vida.

Os meus agradecimentos vão em especial ao meu Pai Francisco Mapanga pelo apoio
incondicional tendo este se abdicado de muita coisa para fazer face a minha formação, e
a minha Mãe Sara Hojuane pelo apoio moral e de muita atenção que sempre tem
proporcionado.

A todos os meus primos, tios e amigos que apoiaram me financeiramente e não só, com
principal destaque para Tio Titos, Vingas, Gimo, Mana Alice, Tia Júlia, Apoluim
Marule, Tia Irene, Tio Queri, Tio Dino, Manuel, Samito e Widy. Estendem-se os
agradecimentos aos amigos que se tornam família em Chibuto sendo eles Sr. Pumule,
Sr. Davane, Tia Celeste, Sra. Catarina, a família Chauque, Salves, Babu, Paciência,
Célia, vovô Zainabo e ao pessoal da OJM-Chibuto.

Agradeço também aos colegas e amigos Émerson, Daniel, Gércia, Alívio, Celeste,
Nordino, Afisal, Francelina, Sheila e Edson"in memoriam". Um especial agradecimento
endereço a minha companheira Alfa Adolfo Mucavele me que deu um suporte
inestimável durante este longo percurso académico.

E, em especial ao meu Ilustre supervisor Msc. Amâncio Benedito Rebelo Florêncio pelo
suporte e paciência demonstrada desde o início das conversações para supervisionar o
meu trabalho até ao fim do mesmo.

Agradeço o pessoal repartição de fiscalização e cadastro do SDAE-Chibuto, o Gerente


da agência do BCI Chibuto pelas informações prestadas e as Empresas que se
predispuseram a colaborar no âmbito da recolha de dados.

Vai também calorosos agradecimentos à todos os docentes da UEM-ESNEC pelas aulas


didácticas e não só, com principal destaque para o Msc. Sérgio Pedro que além de
docente tornou-se um amigo de sempre e para sempre. E a todos que não foram citados
ou mencionados os seus nomes o meu muito obrigado pelo companheirismo e
camaradagem nesta longa trajectória académica e social.
vii

EPÍGRAFE

“Todo o homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é dada pelos outros, e
muito mais importante, a que ele dá a si mesmo.”

(Edward Gibbon)
viii

RESUMO

Em Moçambique, o mercado de capital bem como o sector bancário, enfrentam


problemas pertinentes, pois as Micro Pequenas e Médias Empresas ainda encontram
constrangimentos, não só de natureza financeira mas também não financeira, que as
excluem do sistema financeiro ou pelo menos encarecem o acesso ao capital (PME,
2016). Neste sentido, o objectivo geral deste trabalho foi analisar o estágio das micro
empresas do sector formal de prestação de serviços da Cidade de Chibuto no acesso ao
crédito bancário, no período de 2014-2018. Quanto a metodologia foi aplicada uma
pesquisa quantitativa e os dados foram colectados a partir de entrevista e do
questionário, processados com programa SPSS e analisados com recursos a figuras.
Pelos resultados obtidos concluiu-se que as micro empresas do sector formal de
prestação de serviços de Chibuto ainda enfrentam problemas estruturais o que contribui
para a sua inelegibilidade no acesso ao crédito bancário. Concluiu-se ainda que os
bancos comerciais locais apesar de disporem de uma linha de crédito para as MPME´s
com uma taxa de juro bonificado de 15%, ainda não têm abertura total para financiar
este segmento de empresas, tendo por isso havido fortes evidências para rejeitar se a
hipótese nula assumida nesta pesquisa.

Palavras-chaves: Micro Empresas, Prestação de Serviços, Acesso ao Crédito


ix

ABSTRACT

In Mozambique, the capital market as well as the banking sector face pertinent
problems, as Micro Small and Medium Enterprises still face constraints, not only of a
financial nature but also of a financial nature, which exclude them from the financial
system or at least increase access to capital (SMEs, 2016). In this sense, the general
objective of this work was to analyze the stage of the micro enterprises of the formal
sector of services of the City of Chibuto in the access to the bank credit, in the period of
2014-2018. As for the methodology, a quantitative research was applied and the data
were collected from the interview and the questionnaire, processed with SPSS program
and analyzed with resources to figures. Based on the results obtained, it was concluded
that micro-enterprises in the formal sector of Chibuto services still face structural
problems, which contributes to their ineligibility in access to bank credit. It was also
concluded that local commercial banks, despite having a credit line for MSMEs with a
15% subsidized interest rate, are not yet fully open to finance this segment of
companies, and therefore there has been strong evidence for reject if the null hypothesis
assumed in this research.

Keywords: Micro Enterprises, Provision of Services, Access to Credit


x

LISTA DE ABREVIATURAS

ANJE- Associação Nacional de Jovens Empresários

APME- Associação das Pequenas e Medias Empresas

BCI- Banco Comercial e de Investimentos

BIM- Banco Internacional de Moçambique

BNI- Banco Nacional de Investimento

CTA- Confederação das Associações Económicas

ESNEC- Escola Superior de Negócios e Empreendedorismo de Chibuto

GdM- Governo de Moçambique

MPME´s- Micro, Pequenas e Médias Empresas

SDAE- Serviços Distritais das Actividades Económicas

UEM- Universidade Eduardo Mondlane


xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Nível de Escolaridade dos Inqueridos ............................................................ 13

Figura 2- Recursos Para Iniciar Negocio ........................................................................ 15

Figura 3- Tempo de Existencia do Negócio ................................................................... 14

Figura 4- Prespectivas de Expansão do Negócio ........................................................... 15

Figura 5- Conta Bancaria da Empresa ............................................................................ 17

Figura 6- Acesso ao Crédito bancário ............................................................................ 18

Figura 7- Bancos em que as Empresas se dirigiram para negociar o crédito bancário .. 19

Figura 8- Documentação exigida as MPMEs ................................................................. 20

Figura 9- Estagio do acesso ao crédito para micro empresas de prestação de serviços 21


xii

LISTA DE APÊNDICES

Apêndice 1- Guião de entrevista dirigida ao gestor do Banco BCI- Agência de Chibuto

Apêndice 2- Guião de inquérito por questionário dirigida aos gestores/proprietários de


micro empresas do sector formal de prestação de serviços na cidade de Chibuto.
2

1. INTRODUÇÃO

Qualquer empresa para a realização das suas actividades quer no início, quer durante a
execução de seus planos de investimentos necessita de apoio financeiro para a
concretização dos seus objectivos. Esta necessidade faz-se sentir em empresas de maior
ou menor dimensões, por isso, o acesso ao crédito bancário por parte das empresas
independe da sua dimensão, embora as necessidades de aceder ao crédito bancário
verificam-se com maior destaque nas Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME´s)
(Belchior,2015).

As MPME´s constituem o maior tecido empresarial de Moçambique na medida em que


são as que têm maior contribuição na economia do país, geram maior emprego, são
inovadoras, ajudam as grandes empresas na oferta de produtos e serviços e são as que
mais contribuem para o sistema fiscal em comparação com as grandes empresas.
(Belchior, op.cit). No entanto elas debatem-se com problemas de acesso ao crédito
bancário com vista ao aumento da sua capacidade produtiva.

Quando compara-se as micro empresas de produção de bens e de prestação de serviços


em termos de garantias que estas podem apresentar juntos dos bancos nota-se que as
micro empresas de prestação de serviços ficam em desvantagem, visto que, as garantias
não compensam para cobrir com o exigido pelo bancos, factor que pode ser um entrave
para o seu desenvolvimento.

É neste contexto que surgiu este trabalho cujo objectivo geral foi analisar o estágio das
micro empresas de sector formal de prestação de serviços no acesso ao crédito bancário
no caso particular da Cidade de Chibuto, no período de 2014-2018.

O trabalho, foi estruturado em cinco capítulos, o primeiro é referente a introdução, onde


foram levantados os antecedentes que contextualizam o tema em causa, descrito o
problema e as hipóteses definidas, assim como os objectivos. Foi apresentada a
justificativa da escolha do tema e a relevância do estudo em distintos âmbitos. No
segundo capítulo do trabalho foram apresentados os aspectos metodológicos. O terceiro
reservou-se a revisão da literatura. No quarto capítulo foram apresentados e discutidos
os resultados da pesquisa. E no último capítulo foram apresentadas as conclusões e
recomendações. O trabalho apresenta ainda as referências bibliográficas usadas no
suporte teórico e os apêndices que complementam o mesmo.
3

1.1.Justificativa
Escolheu-se este tema por considerar-se relevante, na medida em que os relatórios1
publicados por diversas organizações ligadas a pesquisa em matéria de acesso ao crédito
bancário pelas MPME´s revelam que este grupo de empresas enfrenta dificuldades para
financiarem-se por via do crédito bancário dado o conjunto de exigências colocadas
pelos bancos (PME, 2016).

Porém, verificam-se reformas estruturantes ao nível de diversas agências de apoio as


MPME´s, associações empresariais2 e alguns bancos comerciais mediante acordos que
permitem que as MPME´s possam ser elegíveis para aceder ao crédito bancário. Sendo
que a escolha de um período de 5 anos é visto como um intervalo de tempo mínimo para
avaliar as tendências de retrocessos ou avanços nas áreas económicas e outras.

O presente estudo tornar-se-á relevante para a academia na medida em poderá servir de


ponto de partida para outros investigadores desenvolverem outros estudos relacionados
com o tema e/ou servir de base de consulta e suscitar debates para outros trabalhos que
podem ser produzidos no circuito académico da ESNEC e não só, através das
informações a serem recolhidas no âmbito desse estudo.

Na componente social a pesquisa servirá de base para estimular cada vez mais os
gestores de Micro empresas de prestação de serviços a prepararem-se melhor em termos
de informações (qualitativa e quantitativa) a fornecer ao banco, quando tiver a
necessidade de recorrer ao crédito bancário para viabilizar os seus projectos de
investimento com propósito de oferecer produto ou serviços de qualidade aos seus
clientes.

É neste âmbito que surge esta necessidade de avaliar o estágio das micro empresas de
sector formal de prestação de serviços na componente de acesso ao crédito bancário e
perceber que mudanças ocorreram no que diz respeito ao acesso ao crédito bancário
para acrescentar valor no seu negócio garantindo desta forma a contribuição para a
economia, através da oferta de serviços, emprego e melhorar a qualidade de vida dos
clientes, colaboradores e os demais interessados no crescimento e desenvolvimento das
micro empresas deste sector.

1
Um dos relatórios foi publicado em 2016 com o tema PME- situações e desafios.
2
CTA-confederação das associações económicas, APME- associação das Pequenas e médias empresas
ANJE-associação nacional de jovens empresários.
4

1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo Geral
 Analisar o estágio das micro empresas do sector formal de prestação de
serviços no acesso ao crédito bancário.

1.2.2. Objectivos Específicos


 Identificar o estágio das micro empresas do sector formal de prestação de
serviços no acesso ao crédito bancário, na Cidade de Chibuto, no período
de 2014-2018,
 Descrever o estágio das micro empresas do sector formal de prestação de
serviços no acesso ao crédito bancário, na Cidade de Chibuto, no período
de 2014-2018,
 Avaliar o estágio das micro empresas do sector formal de prestação de
serviços no acesso ao crédito bancário, na Cidade de Chibuto, no período
de 2014-2018.

1.3. Definição do Problema


A concessão de crédito surge como um importante meio de financiamento para o sector
privado não financeiro, tendo também um papel fulcral na actividade bancária. É certo
que os bancos não são a única fonte de financiamento das empresas, mais para as
MPME´s tendo em conta o seu tempo de vida, o crédito bancário é a mais importante
fonte de financiamento (Viera 2013 citado por Crasto, 2018)

Apesar do decréscimo do crédito bancário e da reconhecida incapacidade das MPME´s


atingirem os requisitos exigidos pelos bancos, a diminuição do crédito bancário deve-se,
especialmente à redução da procura devido ao decréscimo da actividade e dos projectos
de investimento em consequência da deterioração do ambiente macroeconómico
(Kremp e Sevestre 2013 citado por Luzio, 2015).

Bădulescu (2010 citado por Savitaca, 2017) afirma que as MPME´s são muito limitadas
pela falta de apoio ao financiamento por seguintes motivos: assimetria informacional,
riscos elevados, altas taxas de juro, insuficiência de garantias e ambiente regulamentar
desfavorável.
5

Em Moçambique, o mercado de capital bem como o sector bancário, têm problemas


pertinentes. As MPME´s encontram constrangimentos, não só de natureza financeira
mas também não financeira, que as excluem do sistema ou pelo menos encarecem o
acesso ao capital. Segundo alguns empresários, o acesso ao crédito bancário é um dos
problemas mais graves para o sector privado, associado ao custo de capital (juro) que
em geral ainda é muito alto (PME, 2016).

Em Moçambique, só cerca de 2% das MPME´s trabalham com crédito bancário, embora


ultimamente notarem-se melhorias por parte de alguns bancos no segmento PME com
abertura de mais agências, novas linhas de crédito bonificado e outras formas de apoio
dado pelos doadores internacionais ao país. Mas isto não resolve realmente e duma
maneira sustentável o fundo do problema do mercado, pois ainda persistem problemas
sendo que dentre as causas, apontam-se à oferta limitada de crédito às MPME´s e ao
baixo rácio empréstimo/depósito (PME, op.cit).

Daí que surge a seguinte questão:

 Qual é o estágio das micro empresas de sector formal de prestação de serviços


no acesso ao crédito bancário, na cidade de Chibuto?

1.4. Hipóteses
H0:O estágio das micro empresas de sector formal de prestação de serviços é favorável
no acesso ao crédito bancário.

H1:O estágio das micro empresas de sector formal de prestação de serviços não é
significativamente favorável no acesso ao crédito bancário.
6

2. METODOLOGIA
Segundo Gil (2006), metodologia é um caminho para chegar-se a um determinado fim.
Enquanto para Maria e Lakatos (2003), metodologia é um conjunto de actividades
sistémicas e racionais que com maior segurança e economia permite atingir objectivo,
isto é, conhecimentos válidos e verdadeiros traçando caminhos a ser seguidos,
detectando erros e auxiliando as decisões de cientistas.

2.1.Tipos de Pesquisa
Para este trabalho de pesquisa trabalhou-se com a pesquisa descritiva e quantitativa.
Pesquisa descritiva tem como objectivo primordial a descrição de características de
determinada população, fenómeno ou estabelecimento de relações entre variáveis
(GIL,2006). Pesquisa quantitativa tem como objectivo principal o uso de dados
recolhidos e transforma-los em números mensuráveis (GIL,2006).

Pesquisa Quantitativa considera que tudo possa ser contável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las este tipo de pesquisa
requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas percentagem, média, moda, mediana,
desvio padrão, coeficiente de correlação e outros (GIL, 2006).

O uso da pesquisa descritiva teve em vista a descrição das informações a serem


recolhidas no campo sobre estágio das micro empresas de sector formal de prestação de
serviços no acesso ao crédito bancário, ou seja, descreveu-se a relação entre os bancos e
as micro empresas do sector formal de prestação de serviços em estudo no que tange ao
crédito bancário. O uso da pesquisa quantitativa teve em vista a transformação de dados
recolhidos em inquérito por questionário em números mensuráveis, através de uso de
programas estatísticos que serviram de suporte na análise de dados.

2.2.Técnicas de Colecta de Dados


No que se refere a técnicas de colecta de dados para esta pesquisa trabalhou-se com
duas técnicas nomeadamente: a entrevista e o questionário. Segundo Gil (2006),
entrevista é uma técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe
formula perguntas com objectivo de obter dados que interessam a investigação.
7

E por sua vez, inquérito por questionário é uma técnica de investigação composta por
um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito as pessoas
tendo como objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimento, interesses,
expectativas e situações vividas (GIL, op.cit).

A entrevista foi aplicada na recolha de dados nos gestores dos bancos comerciais que
operam na Cidade de Chibuto, nomeadamente o Banco BCI e Millennium BIM, mais
devido a constrangimentos na busca de informação não foi possível obter dados na
agência do Millennium BIM. E o inquérito por questionário foi aplicado aos gestores
das 20 micro empresas de sector formal de prestação de serviços que operam na Cidade
de Chibuto.

2.3.Tamanho da Amostra e População


Para efeitos de recolha de dados, trabalhou-se com uma população de vinte micro
empresas de sector formal de prestação de serviços que operam ao nível da cidade de
Chibuto, ou seja devido ao número bastante reduzido da população que é de apenas
vinte micros empresas não houve a necessidade de se extrair uma amostra.

2.4.Processamento e Análise de Dados


Para o processamento de dados usou-se método quantitativo associado ao uso de
tabelas, gráficos, combinados ao uso dos programas SPSS e Microsoft Excel versão
2010.

Na componente de análise de dados recorreu-se aos gráficos de frequência e tabelas que


foram produzidos pelos pacotes estatísticos que foram usados no processamento de
dados, sendo que com base nessa informação pode perceber-se o estágio do micro
empresas de prestação de serviços na componente de acesso ao crédito bancário.
8

3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1.Micro Empresa
Segundo GdM (2011), micro empresa é aquela com um número total de trabalhadores
não superior a quatro e com um volume de negócio não acima de um milhão e duzentos
mil meticais ano.

3.2.Características de Serviços
Serviço é todo o acto ou prestação marcadamente intangível que uma parte pode
oferecer a outra e que não tem como resultado a propriedade de algo, podendo estar ou
não ligado a um bem físico (Brochardo et al, 2013).

Na perspectiva de Brochardo et al (2013), constituem características intrínsecas de


serviços, as seguintes:

Intangibilidade - os serviços não podem ser vistos, provados sentidos e cheirados.

Inseparabilidade - os serviços são produzidos entregues e consumidos simultaneamente.

Variabilidade - os serviços prestados variam de consumidor para consumidor.

Perecibilidade - os serviços não podem ser armazenadas, obrigando a gestão a estar


particularmente atenta a estabelecer equilíbrios entre a oferta e a procura.

3.3.Características e Finalidade do Crédito Bancário


3.3.1. Crédito Bancário
Conforme o Banco de Moçambique (2009), crédito bancário trata-se de um produto
financeiro de cedência de capital a empresas ou particulares, assente na confiança.
Tratando de uma operação comercial, o banco disponibiliza o dinheiro com objectivo de
a curto, médio, e longo prazos obter lucro por parte das instituições devedoras.

De acordo com Belchior (2015), crédito bancário é uma modalidade de financiamento


que visa, essencialmente a cedência de fundos a empresas ou particulares, assentes na
confiança, com finalidade de satisfazer uma necessidade financeira, reembolsável no
curto, médio, ou longo prazos em contrapartida de recebimento de capital mutuado,
acrescido do respectivo juro.

Segundo Esperança e Matias (2010 citados por Rosa 2014), o crédito bancário é
realizado num contrato de empréstimo (mútuo), no qual são definidas as condições de
9

empréstimos, como tal, o prazo total do empréstimo, o número de prestações a efectuar,


a taxa de juro de empréstimo, o serviço de dívida (forma de pagamento de reembolso do
capital e de pagamento dos juros).

Em suma, o crédito bancário refere-se a realização de um contrato mútuo, com vista a


cedência de capital, assente na confiança que devera o mutuário num prazo acordado
pagar as prestações devidas acrescidas aos juros de capital por este utilizado.

Segundo o Banco de Moçambique (2009), independentemente da instituição e tipo de


empréstimo/crédito, encontram-se elencadas as principais características do crédito
bancário:

 Pode ser concedido a empresas ou a particulares,


 Pode ser feito por modalidades de reembolso ou assinatura,
 As instituições bancárias permite a obtenção de lucro,
 Aos clientes possibilita a liquidez necessária no momento em que precisa.

Existem vários tipos de crédito bancário consoante a finalidade a saber: crédito a


habitação, crédito ao consumo, e crédito ao investimento. Para este trabalho olhou-se
mais o crédito na perspectiva de investimento (BANCO DE MOÇAMBIQUE, 2009).

3.4. Importância do Crédito Bancário para as Micro Empresas do Sector formal


de Prestação de Serviços.

Quando fala-se do acesso ao crédito bancário é importante ter em conta que o banco é
uma das várias instituições financeiras que este segmento de empresas (micro empresas)
e não só, recorrem para aceder ao crédito com vista a solucionar os seus problemas
financeiros de curto, médio e longo prazos para fazer os investimentos.

Um dos constrangimentos que o micro empresas do sector formal de prestação de


serviços enfrentam, é o modelo de negócio que têm no mercado que é diferente com o
modelo de negócio das micro empresas produtoras de bens, na medida em que estas
últimas têm mais mecanismo de apresentar as garantias reais que o banco exige quando
comparada com as micro empresas prestadoras de serviços pelo factor intangibilidade
que caracteriza o sector de serviços.
10

Nesta relação Banco-empresário além da variável já referida anteriormente que é por


sinal o principal elemento exigido pelos bancos, há também desafios a ter em conta para
o acesso ao crédito bancário que são: taxas de juros altas, falta de contabilidade
organizada, assimetria de informação e outras informações qualitativas e quantitativas
que o banco considera-as relevante para determinar se é viável ou não conceder crédito
a determinada empresa (CRASTO,2018).

Sendo estes motivos que contribuem para que a relação entre as micro empresas e o
sector bancário seja ainda um desafio, chegando os empresários a queixarem-se da falta
de acesso ao crédito bancário para aumentar o volume do seu negócio, com vista a
garantir que a empresa possa crescer e competir com outras sem ter que depender de
autofinanciamento que numa situação de maiores investimentos a serem feitos por este
grupo de empresários levariam muito tempo para a sua concretização e não seriam
competitivos neste mercado cada vez mais dinâmico.

O crédito bancário está entre os principais produtos e serviços que os bancos oferecem
em Moçambique. Em geral, os bancos têm investido em produtos especializados para
clientes de renda alta, incluindo serviços de gestão de investimentos e empréstimos à
empresas públicas e privadas (GdM,2016).

Relativamente ao crédito ao sector empresarial, tem-se constatado em diversos estudos,


incluindo no diagnóstico feito em 2007 para a elaboração da Estratégia para o
Desenvolvimento das PME em Moçambique, a persistência de um menor fluxo de
crédito direccionado às MPME. Segundo os resultados do relatório FinScope MSME
Survey Mozambique (2012 citado por GdM, 2016) cerca de 75% das micro e 50% das
pequenas empresas não têm acesso aos produtos e serviços financeiros no país, onde o
acesso ao financiamento bancário é o principal constrangimento. Com efeito, segundo o
diagnóstico da Estratégia para o Desenvolvimento das PME, o acesso ao financiamento
bancário tem sido apontado como um dos factores que impede um maior crescimento
das empresas no país, principalmente as micro e pequenas empresas, tendo sido
apontado três motivos para esta situação: o custo do financiamento, falta de
disponibilidade de crédito e a insuficiência da oferta de serviços bancários,
principalmente nas zonas rurais (GdM, op.cit).
11

Segundo Belchior (2015 citado por Machava, 2017) o sector privado moçambicano está
em franco desenvolvimento, no entanto, ainda enfrenta diversos desafios, sendo o
acesso ao crédito um dos maiores. As empresas a operarem no mercado moçambicano
contam com três formas principais de financiamento: o crédito bancário (bancos
comerciais), o mercado de capitais (Bolsa de Valores de Moçambique) e capital de
risco. Navalha (2015 citado por Machava, 2017) indica uma lista de fontes de
financiamento externo para o sector privado no geral, e para o seguimento de MPME´s,
em particular. No entanto, tal como foi referenciado anteriormente, na prática a
actividade de concessão de créditos é dominada pelos bancos comerciais.

Para (KPMG 2015 citado por Machava, 2017) as dificuldades de acesso ao


financiamento bancário por parte das empresas moçambicanas, devido aos elevados
custos de crédito continua a ser um dos obstáculos ao desenvolvimento do sector
privado. No entanto importa mencionar que a questão de risco de mercado que está
associada as elevadas taxas de juro que são praticadas pelos bancos comerciais. Em
relação a este aspecto de risco, e por forma a reduzir o problema de assimetria de
informação no mercado de crédito, o Governo propôs e foi aprovada pela Assembleia da
República, a Lei da Central de Registo de Informação de Crédito que tem como
objectivo autorizar o Governo a estabelecer um quadro legal para o estabelecimento de
operadores privados nos serviços de centralização de informação de crédito.

Para BNI (2018), os desafios e alternativas para o acesso crédito para sector privado
são:

 Introdução da figura de corresponde para a extensão dos serviços bancários;


 Introdução da prime rate única e maior transparência na sua determinação;

Reformas para facilitar o acesso ao crédito bancário para o sector privado

 Criação de mais Sociedades de Capital de Risco,


 Criação duma Central de Registo do Crédito Comercial,
 Papel do Estado: reduzir riscos/incerteza através da criação dum bom ambiente
de negócios e partilhar alguns riscos com os bancos,
 Estabelecer incubadoras de negócios e unidade de transformação do sector
informal em formal (BNI,op.cit).
12

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS


4.1. Localização Geográfica e Caracterização da Área de Estudo

Fonte: Plano estratégico do distrito de Chibuto, (2012)

O Distrito de Chibuto, tem cerca de 5700km² situa-se a sudeste da província de Gaza


com uma população estimada em 222.774 habitantes3, fazendo limites a este, com os
distritos de Manjacaze e Panda (Província de Inhambane) a norte com o distrito de
Chigubo, a ocidente com o distrito de Guijá e a Sul com os distritos de Xai-Xai e
Chókwè. O distrito de Chibuto possui seis Postos Administrativos nomeadamente:
Malehice, Godide, Alto Changane, Changanine, Tchaimite e Chibuto-sede. Neste
último, situa-se o Município da Cidade de Chibuto. Distrito de Chibuto tem como
principais actividades económicas Agricultura, Pecuária, Pesca e o Comércio e possui
duas agências bancárias nomeadamente: BCI e Millennium BIM (PEDD,2012).

3
Resultados do IV recenseamento geral da população e habitação de 2017.
13

4.2.Distribuição das Micro empresas do Sector Formal de Prestação de Serviços ao


Nível da Cidade Chibuto e o seu Relacionamento com os Bancos.

Foi feito o levantamento do número das micro empresas do sector formal de prestação
de serviços que operam na Cidade de Chibuto tendo-se obtido 20 micro empresas
distribuídas da seguinte maneira: 4 micro empresas estão na manutenção e reparação de
viaturas, 2 micro empresas no sector de remendo de pneus e venda de material diverso
para viaturas, 1 micro empresa na reparação de electrodomésticos, 1 micro empresa na
reparação de computadores, 1 micro empresa na manutenção e jardins, 1 micro empresa
na produção e distribuição de água, 1 micro empresa na manutenção e reparação de
motorizadas, 3 micro empresas no serviços de papelaria e fotocópias, 1 micro empresa
no serviço de salão e cabeleireiro, 1 micro empresa no serviço de lavagem de viatura e 4
micro empresas no serviço de contabilidade, pesquisa e consultoria de projectos.

Neste sentido recolheu-se os dados nas micro empresas do sector de formal de prestação
de serviços que operam na Cidade de Chibuto para perceber o seu posicionamento no
que tange ao acesso ao crédito no sector bancário e obteve-se os seguintes resultados
que apresentam-se a seguir.

O objectivo desta pergunta foi essencialmente perceber o nível de acesso a informação


sobre o acesso ao crédito bancário e como é que os gestores das micro empresas do
sector formal de prestação de serviços de Chibuto reagem a mesma informação tendo
em conta o nível de escolaridade.

Figura 1- Nível de Escolaridade dos Gestores das Micro Empresas do sector formal de
prestação de serviços de Chibuto.

Superior
Primário

Secundário

Fonte: Adaptado pelo autor


14

Conforme mostra a figura 1 15%, 20% e 65% correspondem aos níveis superior,
primário e secundário, respectivamente. Estes resultados mostram que o acesso a
informação sobre os mecanismos de financiamento com recurso ao crédito bancário
ainda é bastante reduzido para muitos gestores de micro empresas do sector formal de
prestação de serviços que operam no Chibuto o que acaba resultando em uma fraca
adesão as linhas de crédito bonificado que o BCI dispõe o que pressupõe dificuldades
dos gestores de tomar decisões acertadas em momentos oportunos para tirar benefícios
que o mercado oferece mesmo para as linhas específicas que os bancos abrem para as
MPME´s no geral.

A questão seguinte foi feita com intuito de perceber que maneiras as micro empresas do
sector formal de prestação de serviços de Chibuto começaram sob ponto de vista de
recursos financeiros para o arranque do negócio e fazer a ponte com o cenário de acesso
ao crédito bancário.

Figura 2 - Recursos para iniciar o negócio

O. fundos

Poupanças
A.e familiares

Fonte: Adaptado pelo autor

A figura 2 mostra que 10%, 20% e 70% correspondem a outros fundos, fundos
provenientes de amigos e familiares e poupanças respectivamente, sendo que dos
resultados da figura em análise nota-se que a maior parte das micro empresas do sector
formal de prestação de serviços que operam em Chibuto iniciaram com fundos próprios.

Estes resultados podem encontrar explicação no baixo nível de escolaridade de muitos


gestores das micro empresas supracitadas (figura 1) e que faz perceber que estes
15

gestores têm pouca ou nenhuma informação referente a mecanismos de acesso ao


crédito bancário para galvanizarem as suas micro empresas.

Este cenário mostra a dificuldade que caracteriza este tipo de micro empresas na
componente de acesso ao crédito bancário, principalmente devido a problemas
organizacionais por parte dos gestores de micro empresas.

Salientar que se os bancos comerciais encontrassem formas de divulgar as linhas de


financiamentos de maneiras eficaz e eficiente e reduzir a burocracia, as micro empresas
do sector formal de prestação de serviços de Chibuto e não só poderiam a curto, médio e
longo prazos serem aposta dos bancos comerciais no circuito do acesso ao crédito
bancário pois este sector está mostrar que têm condições de trabalhar com os bancos.

O objectivo desta pergunta cujos resultados estão patentes na figura 3 teve em vista
perceber o tempo em que as micro empresas do sector formal de prestação de serviços
de Chibuto operam no mercado.

Figura 3- Tempo de existência do negócio

Fonte: Adaptado pelo autor

Os resultados mostram a distribuição percentual de acordo com o tempo de vida das


micro empresas do sector formal de prestação de serviços de Chibuto sendo que 10%,
35% e 55% correspondem a intervalos propostos (0-2 anos, 2-5 anos e 5-10 anos)
respectivamente e uma soma cumulativa de 85% estão no mercado a mais de 5 anos que
é o indicador de que já passaram do risco de encerrar os seus negócios por falta de
experiência podendo estes recorrerem ao crédito bancário para alavancar as suas
actividades, ou seja, pelo tempo em que operam no mercado é pertinente que olhem no
16

crédito bancário como alternativa para aumentar os seus investimentos ao invés de


continuarem a depender de recursos próprios para melhorar cada vez mais os serviços
que prestam ao seus clientes.

Esta pergunta teve como objectivo perceber-se existe ou não vontade de aumento de
investimento no negócio.

Figura 4- Perspectivas de Expansão de Negócio

Não

Sim

Fonte: Adaptado pelo autor

Os resultados da figura 4 explicam que as micro empresas do sector formal de prestação


de serviços de Chibuto têm vontade de expandir seus negócio, como pode-se, notar 80%
mostra interesse em aumentar o negócio seja no mercado ondem actuam ou através da
abertura de novos negócios em outros locais e 20% mostra-se indiferente neste sentido
por diversas razões tais como, situação económica do país e do distrito em particular, e
a falta de espaço para o efeito.

Esta vontade que as micro empresas do sector formal de prestação de serviços de


Chibuto têm em alargar os seus negócios, pode-se aliar a capacidade de gestão
sustentável destas MPME´s pelo tempo que estão no mercado, visto já perceberam que
são capazes de aumentar os serviços que prestam com abertura de novos lojas,
ampliação e requalificação dos já existentes.

Estes resultados fazem perceber que por um lado as micro empresas do sector formal
de prestação de serviços de Chibuto têm expectativa de crescimento, por outro, ainda a
falta de abertura dos bancos comerciais para a concessão de crédito embora este cenário
esteja associado também a falta de capacidade dos gestores das micro empresas
17

supracitadas para a tomada de decisão com vista a saber qual é o momento ideal para
recorrer ao crédito bancário.

A questão abaixo foi colocada aos entrevistados no sentido de perceber-se as micro


empresas do sector formal de prestação de serviços de Chibuto estão cientes de que um
dos requisitos para ser uma empresa finaciável é ter uma conta bancária.

Figura 5- Existência de Conta Bancária em Nome da Empresa

Não

Sim

Fonte: Adaptado pelo autor

Os resultados da figura 5 mostram que 85% das micro empresas do sector formal de
prestação de serviços de Chibuto percebem a pertinência de ter uma conta bancária,
sinal de que estão aderir um dos principio de uma boa gestão financeira nas suas micro
empresas, ou seja, os gestores destes pequenos empreendimentos estão ser cada vez
mais se organizar para garantir confiança dos bancos e melhoria do modelo de gestão do
seu negocio, pois a conta bancaria é um dos requisitos fundamentais para análise da
posição financeira das empresas no geral em particular para as micro empresas do sector
formal de prestação de serviços quando estas têm objectivo de negociar o crédito
bancário e outras modalidades de financiamento.

Estes resultados associam-se aos obtidos na questão (figura 3) sobre tempo da


existência micro empresas do sector formal de prestação de serviços que operam no
Chibuto que se associa a sua maturidade no mercado pois, permite que os gestores
percebam que as micro empresas de prestação de serviços e não só, devem ter contas
bancárias como forma de melhorar a gestão financeira como também ultrapassa-se a
questão de uso de conta individual para depósito de receitas das empresas que por sinal
18

o efeito deste acto impede que as micro empresas de prestação de serviços possam
negociar crédito em nome colectivo e se beneficiarem das taxas bonificadas.

Esta pergunta abaixo foi colocada com objectivo de conhecer o número real das micro
empresas de prestação do sector formal de prestação de serviços de Chibuto que já se
dirigiram algum banco para negociar empréstimo.

Figura 6- Acesso ao crédito bancária pelas Micro empresas do sector formal de


prestação de serviços de Chibuto.

Sim

Não

Fonte: Adaptado pelo autor

Os resultados da figura 6 mostram que 45% dos gestores das micro empresas do sector
formal de prestação de serviços de Chibuto em algum momento já tiveram a
oportunidade de negociar crédito com as agências bancárias locais com principal
destaque para o BCI, e 55% ainda não se aproximaram a nenhuma agência bancária
para negociar um crédito para fins do seu investimento.

Estes resultados demonstram que há vontade das micro empresas do sector formal
prestação de Chibuto crescer conforme a figura 4, mais que há de alguma forma esta
barreira de difícil acesso ao crédito bancário por parte destas micro empresas, pois
muitas delas já estão há muito tempo no mercado a trabalhar com fundos próprios mais
para aumentar os seus negócios é difícil devido a falta de recursos financeiros.

De uma maneira geral há um trabalho que deve ser feito no sentido de melhorar o
acesso ao crédito bancário, pois a maioria os proprietários ou gestor das micro empresas
do sector formal de prestação de serviços de Chibuto desconhecem os procedimentos
para aceder ao crédito bancário, visto que, a maior parte destes o seu nível de
escolaridade ainda é baixo. Em adição, pode-se frisar que as dificuldades que as micro
19

empresas têm no acesso ao crédito bancário não é apenas da responsabilidade dos


bancos, visto que as micro empresas do sector formal de prestação de serviços de
Chibuto não procuram maximizar as poucas facilidades que lhes são concedidas devido
aos seus problemas estruturais.

O objectivo desta pergunta era no sentido de perceber as tendências de busca de


recursos financiamento bancário tendo em conta que ao nível da zona de estudo apenas
existem duas agências bancárias.

Figura 7- Agências Bancárias em que as micro empresas do sector formal de prestação


de serviços de Chibuto se dirigiram para negociar o crédito bancário

BCI

Nenhum

Fonte: Adaptado pelo autor

Os resultados mostram que 45% das micro empresas de prestação do sector formal de
prestação de serviços de Chibuto dirigiram-se ao balcão do BCI para negociar o crédito
bancário e as restantes 55% estão indiferentes pois estas nunca foram ao banco negociar
qualquer tipo de crédito, ou seja, preferem trabalhar com fundos próprios devido a falta
de informação e medo de interagir com os bancos para puder saber os mecanismos para
aceder ao crédito deste banco apesar de existência de um leque de linhas de crédito a
disposição das MPME´s.

Se tivermos em conta que são micro empresas que operam no mercado há mais de 5
anos é evidente que em algum momento precisaram de crédito bancário para
impulsionar os seus negócios, mais dada a falta de informação dos procedimentos que
permitem aceder ao crédito bancário dificilmente tiveram acesso ao mesmo, podendo
ser essa a razão destas continuarem ainda no escalão de micro empresas.
20

Este facto associa-se ao baixo nível de escolaridade (figura 1) que domina em maior
parte dos proprietários das micro empresas de prestação de serviços que operam em
Chibuto, visto que 85% representa um cumulativo dos proprietários com os níveis
primário e secundário.

Este cenário torna visível a necessidade de introdução de seminários de capacitação


para permitir que os gestores destas micro empresas tenham informações seguras sobre
os mecanismos de acesso ao crédito bancário, pois, só assim tomarão decisões racionais
em prol do crescimento das suas empresas.

O objectivo desta pergunta visou aferir quais os documentos mais exigidos para o
acesso ao crédito bancário as MPME´s, no geral, e as micro empresas do sector formal
de prestação de serviços de Chibuto em particular.

Figura 8 - Documentação Exigida as MPME´s no geral, e em particular as micro


empresas do sector formal de prestação de serviços de Chibuto.

Todos os
documentos

Não aplicavel

Fonte: Adaptado pelo autor

Os resultados da figura 8 mostram que 45% das micro empresas do sector formal de
prestação de serviços de Chibuto que se dirigiram ao BCI em particular foram exigidas
os mesmos documentos que se exigem as empresas independentemente da sua
dimensão.

Esta situação inerente a documentação exigida em algum momento constitui um


constrangimento para micro empresas do sector formal prestação de serviços que
operam em Chibuto, uma vez que, o nível de organização destas não se pode comparar
21

com as empresas de pequena e maior dimensões, sendo que, e para efeitos de avaliação
as micro empresas do sector formal prestação de serviços ficam em desvantagem face a
estes documentos, que por consequência culminam com aprovação de alguns pedidos e
outros reprovados.

Em relação aos que ficam indiferentes (55%) correspondem ao grupo nunca trabalhou
com o banco em matéria de crédito, embora esta apatia com o sector bancário resulta da
falta de informação associado ao baixo nível de escolaridade principalmente, ou seja,
mesmo que ainda não tenham-se dirigido a uma agência bancária já tem a convicção da
dificuldade para obtenção de crédito.

O objectivo desta pergunta visava perceber o posicionamento das micro empresas do


sector formal de prestação de serviços de Chibuto no que tange ao acesso ao crédito
bancário.

Figura 9 - Estágio do acesso ao crédito para micro empresas do sector formal de


prestação de serviços de Chibuto

Facil

Dificil
Não aplicavel

Fonte: Adaptado pelo autor

Os resultados da figura 9 mostram que apenas 10% das micro empresas inqueridas
considera que o acesso ao crédito é fácil, 35% refere que é difícil ter acesso ao crédito e
55% é indiferente nesta matéria visto que ainda não se dirigiu a um banco para pedir
financiamento.

Este cenário mostra que ainda há muito trabalho que tem ser feito por várias entidades
que apoiam as iniciativas empresariais por forma a melhorar o acesso ao crédito as
22

MPME´s locais. Estes resultados podem ser o espelho das dificuldades que as micro
empresas têm para obter crédito embora os contornos desta situação ultrapassem a
organização administrativa das MPME´s, havendo necessidade de maior aprimoramento
(melhorias) das exigências do sector bancário a este grupo de empresas.

Embora noutra visão é fácil perceber que grosso modo dos inqueridos não têm uma
posição a dar nesta matéria mais que o desejo de crescer e ser competitivo no mercado é
visível (figura 4) onde 80% destas micro empresas mostraram interesse em crescer no
mercado e associado a este cenário está o baixo nível de escolaridade que muitos dos
empresários possui (figura 1) o que torna um desafio a tomada de decisões acertadas.

4.3.Banco Comercial e de Investimento (BCI) -Chibuto

Em entrevista ao representante da Agência do BCI- Chibuto para melhor perceber por


parte do banco que contributo tem dado as micro empresas do sector formal de
prestação de serviços do Chibuto, este deu a conhecer as várias linhas de crédito
destinadas a apoiar as MPME´s no geral tendo destacado a linha crédito para empresas
rurais com uma taxa de juro bonificada de 15% fixa como forma incentivar as empresas
que reclamavam a falta de crédito.

Segundo o representante da agência do BCI- Chibuto o maior entrave para a fraca


adesão esta linha de crédito, deve-se fundamentalmente a falta de uma organização
interna administrativa por parte das MPME´s nas várias componentes que o banco exige
para puder financia-as. Este por sua vez destacou algumas informações quantitativas
que as MPME´s não conseguem apresentar ao banco tais como: contabilidade
organizada, pagamento de impostos e taxas e Plano de negócio.

Como mecanismo para maior divulgação de linhas de crédito dedicadas as MPME´s o


representante deste balcão falou dos seguintes meios de comunicação: Rádio, Banners,
Gestores comerciais, redes sociais, como forma de permitir a maior divulgação destas
linhas de crédito para o benefício das MPME´s que operam na Cidade de Chibuto e não
só. As informações dadas pelo representante da agência do BCI de Chibuto, apresentam
de alguma forma lacunas principalmente no aspecto dos meios de divulgação, pois não
se mostram ineficazes para a realidade local, pois muitos dos gestores das micro
empresas não estão familiarizados com uma boa parte dos meios de anúncio de
informação sobre as linhas de financiamento.
23

5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1.Conclusões

O acesso ao crédito para micro empresas do sector formal de prestação serviços e não
só, constitui uma maneira de apoiar o seu crescimento e desenvolvimento, pois com o
crédito disponível abre-se espaço para que estas ofereçam serviços de qualidade e
aumentem o seu nível de competitividade no mercado

Neste sentido foram identificados alguns constrangimentos que as micro empresas do


sector formal de prestação de serviços encontram no mercado que são: fraca
organização empresarial, dificuldade de acesso ao financiamento bancário, falta de
acompanhamento pelas entidades reguladoras e falta de informação sobre como é que os
bancos trabalham com as MPME´s.

As dificuldades que as micro empresas do sector formal de prestação de serviços de


Chibuto têm para se financiar junto dos bancos, resultam da falta de ligação entre as
micro empresas de prestação de serviços e os bancos, pois, por um lado, as micro
empresas enfrentam problemas estruturais que culminam com a sua inelegibilidade para
o financiamento bancário, e por outro, a não diferenciação dos critérios de elegibilidade,
por parte dos bancos, no tratamento das micro empresas do sector formal de prestação
de serviços que operam na Cidade Chibuto.

Sendo no contexto acima que se concluiu através deste estudo que o estágio das micro
empresas de sector formal de prestação de serviços que operam no distrito de Chibuto
não é favorável no acesso ao crédito bancário pelo que se rejeita a hipótese nula
assumida neste trabalho.
24

5.2.Sugestões

Após análise e em função dos resultados da pesquisa é oportuno que deixe se algumas
recomendações para as micro empresas do sector formal de prestação de serviços, os
bancos comerciais, e a entidade reguladora ao nível do distrito de Chibuto que e o
SDAE- centro de serviços de negócios representante do Governo do distrito.

 Para as micro empresas de prestação de serviços devem pautar por um espírito de


organização empresarial conforme manda as normas por forma a garantir que em
caso da necessidade de aceder ao crédito bancário o façam sem encontrar muita
discrepância entre o exigido pelo banco e o que micro empresas dispõem,
 Para os bancos devem pautar por uma maior abertura e divulgação de produtos e
serviços que se adequam as necessidades das MPME's, optando pelo uso de meios
de divulgação informações locais pois este tipo de meios de comunicação são mais
eficaz e adequam se a realidade local,
 Os gestores das micro empresas do sector formal de prestação de serviços devem
optar pela formação em matéria de gestão empresarial com vista a ultrapassar as
dificuldades de ordem administrativa no seu dia-a-dia nas suas micro empresas,
 Maior aprimoramento das acções por parte das micro empresa do sector formal de
prestação de serviços junto das suas associações por forma a encontrar
mecanismos mais adequados para o acesso ao crédito bancário nas condições mais
favoráveis possíveis,
25

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Banco de Moçambique (2009). Crédito bancário para as PME´s, Maputo-Moçambique

Belchior. O (2015) financiamento PME,um guia pratico para apoio as empresas no


acesso ao crédito, Maputo-Moçambique

BNI (2018). Desafios e alternativas para o crédito ao sector privado em Moçambique,


Maputo-Moçambique

Brochardo. A, at al (2013).Marketing e Comunicação, desafios da globalização,


Escolar Editora, Lisboa-Portugal

Crasto (2018). Financiamento das Empresas e os Determinantes da Concessão de


Crédito Bancário, Lisboa-Portugal

GdM (2016). Estratégia nacional de inclusão financeira, Maputo-Moçambique

GdM (decreto nº44/2011, de 21 de Setembro),Imprensa nacional, Maputo-Moçambique

Gil. A (2006). Métodos e técnicas de pesquisa social, altas, Brasil

Luzio.R (2015). Determinantes do financiamento bancário a PME´s Portuguesas

Machava.A (2017) Crédito bancário em Moçambique, Maputo-Moçambique

Maria.M., & Lakatos.E, (2003). Fundamentos de metodologia Científica, Atlas, são


Paulo-Brasil

PEDD (2012). Plano estratégico do Distrito de Chibuto. Gaza-Moçambique

PME, (2016).Pequenas e médias empresas, situação e desafio, Maputo-Moçambique

Rosa. K, (2014).Financiamento das pequenas e médias empresas de cabo verde.


Lisboa-Portugal

Savitaca.B (2017). Financiamento das micro, pequenas e médias empresas. Uma


análise às empresas da província do Huambo Angola, Coimbra-Portugal
26

Apêndice 1- Guião de entrevista dirigida ao gestor do Banco BCI- Agencia de Chibuto

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE


ESCOLA SUPERIOR DE NEGÓCIOS E EMPREENDEDORISMO DE CHIBUTO
Licenciatura em Gestão Comercial

A presente entrevista é um instrumento de colecta de dados enquadra-se no âmbito da realização


do trabalho do fim do curso do estudante Simões Francisco Mapanga. O trabalho tem como tema
“Análise do estágio das micro empresas do sector formal de prestação de serviços

no acesso ao crédito bancário na cidade de Chibuto,periodo de 2014-2018”.


Importa referenciar que as informações aqui tomadas, simplesmente serão usadas exclusivamente
para fins de suporte académico.

1. O BCI dispõe de várias linhas de financiamento para as micro, pequenas e medias


empresas (MPME´s), em particular. Como é que esta agência avalia o nível de
adesão a linhas de financiamento por parte dos (pequenos empresários) do distrito
de Chibuto?
2. No que concerne as taxas de juros aplicados pelo BCI, existe algum tratamento
diferenciado para MPME´s locais?
3. Para o caso concreto das Micro empresas de prestação de serviços como é que tem
sido financiados tendo em conta o seu modelo de negócio?
4. Quais é que têm sido os requisitos do BCI a este grupo de empresas tendo em conta
as características específicas do seu negócio que é a prestação de serviços?
5. Que meios de divulgação dos produtos e serviços o BCI têm usado para dar a
conhecer sobre as linhas de financiamento que o banco oferece para este grupo de
empresas?
27

Apêndice 2- Guião de inquérito por questionário dirigida aos gestores/proprietários de


micro empresas do sector formal de prestação de serviços na cidade de Chibuto.

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE


ESCOLA SUPERIOR DE NEGÓCIOS E EMPREENDEDORISMO DE CHIBUTO
Licenciatura em Gestão Comercial

O presente inquerito por questionario é um instrumento de colecta de dados enquadra-se no


âmbito da realização do trabalho do fim do curso do estudante Simões Francisco Mapanga. O
trabalho tem como tema “Análise do estágio das micro empresas do sector formal de

prestação de serviços no acesso ao crédito bancário na cidade de Chibuto,periodo


de 2014-2018”. Importa referenciar que as informações aqui tomadas, simplesmente serão
usadas exclusivamente para fins de suporte académico.

1. Qual é o seu nível de escolaridade?


Primário___ Secundário____ Superior______

2. Há quanto tempo opera neste negócio?


0 a 2 anos___ 2 a 5 anos___ 5 a 10 anos_____

3. Onde é que conseguiu o dinheiro para iniciar o seu negócio?


Poupanças______ Amigos e familiares_____ Bancos______ FDD______

4. Já pensou em alargar o seu negócio?


Sim____ Não_____ Porque?__________

5. Onde é que guarda as suas receitas?


Em casa____ Banco____ Associações________
6. A sua empresa tem uma conta bancaria?
Sim____ Não_____ Porque?____________
7. Alguma vez já foi para algum banco negociar empréstimo para aumentar o seu
negócio?
Sim____ Não____ Porque?____________

8. Em qual dos bancos já foi negociar empréstimo?

BCI_____ BIM_____ Outros Bancos_______ Porque?_________


Nenhum____
28

9. Que condições o banco lhe exigiu para poder lhe emprestar dinheiro?
Conseguiu?
Licença _____ Contabilidade organizada________ Garantias______
Todos os documentos mencionados __________ N/A_______
10. Tem feito balanço mensal das suas contas?
Sim_____ Não______ As Vezes____ Porque?__________

11. Como é que avalia o assunto acesso ao crédito para investir no negócio aqui no
distrito de Chibuto?
É difícil ter crédito______ É fácil ter crédito_______ Porque?___________
N/A_________
29

Índice
Declaração ...................................................................................................................... iv
Dedicatória ....................................................................................................................... v
Agradecimentos ............................................................................................................... vi
Epígrafe .......................................................................................................................... vii
Resumo .......................................................................................................................... viii
Abstract............................................................................................................................ ix
Lista De Figuras .............................................................................................................. xi
Lista De Apêndices ......................................................................................................... xii
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 2
1.1. Justificativa ........................................................................................................ 3
1.2. Objectivos .......................................................................................................... 4
1.2.1. Objectivo Geral........................................................................................... 4
1.2.2. Objectivos específicos ................................................................................ 4
1.3. Definição de Problema ....................................................................................... 4
1.4. Hipóteses ............................................................................................................ 5
2. METODOLOGIA ..................................................................................................... 6
2.1. Tipos de Pesquisa............................................................................................... 6
2.2. Técnicas de Colecta de Dados ........................................................................... 6
2.3. Tamanho da Amostra e População .................................................................... 7
2.4. Processamento e Análise de Dados ................................................................... 7
3. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 8
3.1. Micro Empresa ................................................................................................... 8
3.2. Características de Serviços ................................................................................ 8
3.3. Características e Finalidade do Crédito Bancário .............................................. 8
3.3.1. Crédito Bancário ......................................................................................... 8
3.4. Importância do Crédito Bancário para as Micro Empresas do Sector formal de
Prestação de Serviços. ................................................................................................... 9
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .................................................... 12
4.1. Localização Geográfica e Caracterização da Área de Estudo ......................... 12
4.2. Distribuição das Micro empresas do Sector Formal de Prestação de Serviços ao
Nível da Cidade Chibuto e o seu Relacionamento com os Bancos. ........................... 13
4.3. Banco comercial e de Investimento (BCI) -Chibuto ....................................... 22
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES ........................................................................... 23
5.1. Conclusões ....................................................................................................... 23
5.2. Sugestões ......................................................................................................... 24
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 25

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