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Ela precisa ele deseja, Construindo um casamento à prova de infidelidades ­

Willard F. Harley, Jr.
A história por trás deste livro...
"Que desafio! Casamentos
estavam sendo desfeitos numa
quantidade sem precedentes e
ninguém sabia como parar isto.
Então fiz do desejo de encontrar
uma solução a minha ambição."
Dr. Harley (autor do livro)
O dr. Harley admite que não foi
sempre um conselheiro
matrimonial de sucesso. Na
verdade, houve um tempo em
que quase todos os casais que
vinham a ele pedir conselho
acabavam se divorciando. Mas
ao invés de desistir, o dr. Harley
decidiu procurar diligentemente
por uma solução para o
problema. Este livro é o produto
de seu comprometimento.
Nos últimos quinze anos o
dr. Harley usou este livro para
ensinar os casais o que é mais
importante no casamento: como
se apaixonar e continuar
apaixonado. Agora, com mais de
um milhão de cópias e traduzido
para mais de dose idiomas,
Ela precisa, Ele Deseja ele
compartilha a história por trás do
livro e continua a oferecer aos
leitores um plano prático para
criar e sustentar um casamento
cheio de paixão.
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Ele Deseja
1
r
Ele Deseja
O que o homem e a mulher precisam
saber para suprir as necessidades emocionais um do outro no casamento
Construindo um casamento à prova de infidelidades
Willard F. Harley, Jr.
* * CantWa
2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira 
do
Livro, SP, Brasil)
Harley, Willard F.
Ela precisa ele deseja: construindo um casamento à prova de infidelidades /
Willard F. Harley; tradução Elda Gomes Zambrotti. ­ São Paulo, 2001.
Título original: His needs her needs: building an affair­proof marriage
1. Casamento 2. Comunicação no casamento 3. Marido e mulher­Psicologia l.
Título.
01­2980 ' CDD­306.81
índices para catálogo sistemático:
1. Casamento: Sociologia 306.81
ISBN 85­7352­122­8
Copyright © 1986, 1994, 2001 ­ By Willard F. Harley, Jr.
Originalmente publicado: Fleming H. Revell a division of Baker Book House
Company
Título original em inglês:
His needs, her needs: building an affair­proof marriage
Autor: Willard E Harley, Jr.
Editor: Ricardo de Macedo Costa
Coordenador de Produção:
Samuel Castanheira Vaz de Almeida
' * : Tradução: Elda G. Zambrotti
• . . Revisão: Andréa Filatro
Else Lemos Daniel da Silva
Capa: Magno Paganelli
Editoração: Sandra Reis Oliveira
Fotolito, Impressão e acabamento: Imprensa da Fé
2a Reimpressão: Outubro/2003
As citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Nova Versão Internacional, da
Sociedade   Bíblica   Internacional,   publicada   pela   Editora   Vida,   salvo   onde 
outra
fonte for indicada.
Publicado   no   Brasil   com   a   devida   autorização   e   com   todos   os   direitos 
reservados
pela:
EDITORA CANDEIA
Rua Domingas Galleteri Blotta, 148 ­ Jd. Santa Cruz ­ 04455­360 ­ São Paulo 
­ SP
editoracandeia@candeia.com.br
Queremos saber sua opinião sobre este livro. Escreva­nos.
A Joyce
­ minha primeira e única
3
Sumário
Prefácio 9
1. Seu casamento é à prova de relacionamentos extraconjugais? 11
2. Por que o Banco do Amor nunca fecha 19
3. A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar ­ afeto ..35
4. A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar
­ realização sexual 53
5. Ela precisa da atenção dele ­ diálogo 73
6. Ele precisa da companhia dela ­ companheirismo 97
7. Ela precisa confiar nele ­ honestidade e franqueza 115
8. Ele precisa de uma esposa de boa aparência
­ uma mulher atraente 135
9. Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com conforto
­ estabilidade financeira 153
10. Ele precisa de paz e tranqüilidade ­ apoio doméstico ... 167
11. Ela precisa que ele seja um bom pai
­ compromisso com a família 183
4
Ela Precisa, Ele Deseja
12. Ele precisa que ela se orgulhe dele ­ admiração 197
13. Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal ... 213
14. De incompatíveis a irresistíveis 231
Apêncide A ­ As necessidades emocionais
mais importantes 241
Apêndice B ­ Questionário de necessidades emocionais... 249 Apêndice C ­
Formulário Adicional (Adaptado) 265
Prefácio
v^i/ conflito conjugai é criado de duas formas: (1) o casal falha em fazer 
um ao
outro feliz ou (2) o casal realmente faz um ao outro infeliz. No primeiro 
caso,
os cônjuges se frustram porque suas necessidades não estão sendo supridas. 
No
segundo,   eles   estão   deliberadamente   magoando   um   ao   outro.   Eu   chamo   a 
primeira
causa do conflito de falha na atenção, e a segunda de falha na proteção.
Este livro é indicado para a falha na atenção ­ a falha em satisfazer as
necessidades emocionais mais importantes do cônjuge. A ignorância contribui 
para
esta falha porque homens e mulheres têm grande dificuldade em compreender e
valorizar   a   importância   das   necessidades   do   outro.   Os   homens   tendem   a 
satisfazer
as   necessidades   que   eles   próprios   valorizam,   e   assim   fazem   também   as 
mulheres. O
problema é que as necessidades masculinas em geral são muito diferentes das
necessidades   femininas   e   desperdiçamos   esforços   tentando   satisfazer 
necessidades
erradas.
As   necessidades   reais   são   tão   fortes   que,   quando   não   atendidas   no 
casamento, as
pessoas são tentadas a satisfazê­las fora do pacto conjugai. A maioria das
pessoas que tenho aconselhado cedeu à
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Ela Precisa, Ele Deseja
tentação de violar os seus votos sagrados de fidelidade no casamento.
Além do risco de uma relação extraconjugal, essas necessidades emocionais
importantes   precisam   ser   supridas   em   nome   do   próprio   cuidado   mútuo   .   O 
casamento
é um relacionamento muito especial, no qual se promete ao cônjuge o direito
exclusivo de satisfazer algumas dessas aspirações importantes. Quando elas 
não
são satisfeitas, o cônjuge se vê injustamente sem alternativas éticas para
supri­las.
Este livro ajudará os casais a identificar tais necessidades, falar delas e
aprender a satisfazê­las.
A segunda causa do conflito matrimonial, a falha na proteção, é o assunto 
de
outro livro que escrevi, Love Busters: Overcoming the Habits that Destroy
Romantic Love (Os demolidores do amor: superando os hábitos que destróem o
romantismo).Os cônjuges cujas necessidades não são satisfeitas tornam­se
negligentes e perdem o respeito mútuo. Quando isto acontece, o casamento
envereda por situações desagradáveis e destrutivas. A falha em satisfazer 
as
necessidades   nem   sempre   é   intencional,   mas   a   reação   provocada   por   essa 
falha
acaba desenvolvendo um dano intencional. Isto geralmente leva a uma dor
insuportável que culmina no divórcio.
Casamentos bem­sucedidos exigem habilidade ­ habilidade em cuidar daquele 
ou
daquela   a   quem   você   prometeu   dedicar   atenção   por   toda   a   vida.   Boas 
intenções não
são suficientes. Este livro também foi escrito para educar você na atenção 
para
com o seu cônjuge. Quando você tiver aprendido as lições aqui contidas, seu
cônjuge achará você irresistível, o que é uma condição essencial para um
casamento feliz.
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Seu casamento
é à prova de
relacionamentos
extraconjugais?
dJj u gostaria de me dirigir aos casais que desejam um casamento feliz. Não
importa se vocês estão apenas começando a vida juntos, se já estão casados 

muitos anos, se têm uma vida conjugai "ruim" ou mesmo se um dos dois já 
teve um
relacionamento   extraconjugal   ­   vocês   podem   construir   ou   reconstruir   seu 
casa­
mento se:
Aprenderem   a   tornar­se   conscientes   das   necessidades   um   do   outro   e 
aprenderem a
satisfazê­las.
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Ela Precisa, Ele Deseja
Este é um princípio simples; porém, aplicá­lo às complexidades do casamento
requer uma cuidadosa reflexão. Vejamos o que ele realmente envolve.
Quando um homem e uma mulher se casam, compartilham grandes expectativas. 
Eles
se   comprometem   a   satisfazer   com   exclusividade   aquelas   necessidades 
profundas e
íntimas um do outro. Eles concordam em "ser fiéis", conferindo um ao outro 
o
direito exclusivo de suprir essas necessidades íntimas. Isto não quer dizer 
que
todas   as   necessidades   são   satisfeitas   pelo   cônjuge,   mas   que   algumas 
necessidades
básicas   são   reservadas   para   o   casamento   pela   maioria   das   pessoas.   Muitas 
pessoas
esperam que seus cônjuges satisfaçam as suas necessidades especiais, visto 
que
concordaram em não permitir que outra pessoa o fizesse.
Por   exemplo,   quando   um   homem   assume   um   relacionamento   exclusivo   com   sua 
esposa,
depende   dela   para   suprir   suas   necessidades   sexuais.   Se   a   esposa   satisfaz 
estas
necessidades, o marido encontra nela uma fonte contínua de intenso prazer, e 
seu
amor   torna­se   mais   forte.   Por   outro   lado,   o   oposto   acontece   sé   suas 
necessidades
não forem satisfeitas. O marido começa a associá­la à frustração. E, se a
frustração continua, ele pode concluir que a esposa "simplesmente não gosta 
de
sexo",   e   até   pode   tentar   continuar   vivendo   assim.   Mas   a   sua   forte 
necessidade
sexual permanece não preenchida. Neste caso, seu compromisso de um
relacionamento sexual exclusivo com a esposa lhe oferece duas opções: a
frustração sexual ou a infidelidade. Alguns homens nunca desistem; alguns
conseguem viver desse modo da melhor forma possível durante anos. Alguns,
entretanto,   sucumbem   à   tentação   de   um   caso   extraconjugal.   Converso   com 
centenas
deles em meu consultório de aconselhamento.
Outro exemplo é o de uma esposa que dá ao marido o direito exclusivo de
satisfazer sua necessidade de um diálogo íntimo. Sempre que eles conversam 
com
honestidade   e   abertura   não   encontradas   em   diálogos   com   outros,   ele   o 
considera a
fonte de seu maior prazer. Mas se ele se recusa a dar a ela a atenção de 
que
precisa, ele será associado
Seu casamento é à prova de relacionamentos extraconjugais?
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à   sua   maior   frustração.   Algumas   mulheres   simplesmente   vivem   vidas 
frustradas,
mas   outras   não   resistem   à   tentação   de   deixar   que   outra   pessoa   satisfaça 
essa
importante   necessidade   emocional.   E   quando   isso   acontecer,   um   caso 
provavelmente
surgirá.
Necessidades Diferentes
Quando um casal recorre a minha ajuda, meu primeiro objetivo é ajudá­lo a
identificar   as   necessidades   emocionais   mais   importantes   ­   o   que   cada   um 
pode
fazer para o outro a fim de tornálos mais felizes e contentes. Ao longo dos
anos, tenho repetidamente perguntado: "O que seu cônjuge poderia fazer por 
você
que deixaria você mais feliz?" Pude classificar a maior parte das respostas 
em
dez necessidades emocionais ­ admiração, afeto, diálogo, apoio doméstico,
compromisso   familiar,   apoio   financeiro,   honestidade   e   franqueza,   atração 
física,
companhia no entretenimento e realização sexual.
E   claro   que,   para   que   marido   e   mulher   sejam   felizes   no   casamento,   ambos 
devem
satisfazer   as   necessidades   que   são   mais   importantes   para   o   outro.   Mas 
quando
conduzi   todas   essas   entrevistas   descobri   por   que   isso   é   uma   tarefa   tão 
difícil.
Quase toda vez que pedia aos casais para listar suas necessidades de acordo 
com
sua prioridade, os homens listavam­nas de uma forma e as mulheres listavam­
nas
de forma oposta. Das dez necessidades emocionais básicas, as cinco listadas 
como
mais   importantes   pelos   homens   eram   geralmente   as   cinco   menos   importantes 
para as
mulheres, e vice­versa.
Que coisa! Não surpreende o fato de que maridos e mulheres tenham tanta
dificuldade em satisfazer as necessidades um do outro. Eles estão dispostos 
a
fazer   pelo   outro   o   que   mais   apreciam,   mas   seus   esforços   são   equivocados 
porque o
que eles mais apreciam é exatamente o que seus cônjuges menos apreciam!
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Preste   atenção   à   próxima   observação   que   farei,   porque   é   um   dos   aspectos 
mais
mal­compreendidos de meu programa. Toda
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Ela Precisa, Ele Deseja
pessoa   é   única.   Enquanto   os   homens   em   média   elegem   cinco   necessidades 
emocionais
como   as   mais   importantes   e   as   mulheres   em   média   elegem   outras   cinco, 
qualquer um
pode   e   elege   qualquer   combinação   das   dez.   Assim,   embora   eu   tenha 
identificado as
necessidades emocionais mais importantes do homem e da mulher, não conheço 
as
necessidades de todos os maridos e esposas em particular. E já que estou no 
ramo
de   salvar   casamentos   de   indivíduos   únicos,   e   não   casamentos   em   geral, 
preciso
identificar   as   combinações   de   necessidades   que   são   únicas   para   o   seu 
casamento.
Trago um breve resumo das dez necessidades básicas no Apêndice A e um
Questionário de Necessidades Emocionais no Apêndice B. Isto ajudará você a
identificar as necessidades emocionais mais importantes únicas para você e 
seu
cônjuge.
Geralmente,   este   fracasso   do   homem   e   da   mulher   deve­se   à   ignorância   de 
ambos
quanto às necessidades um do outro, e não a uma simples atitude de egoísmo, 

vontade   ou   desconsideração.   Suprir   essas   necessidades   não   significa   que 
você
deva sofrer e ranger os dentes para fazer o melhor de algo que detesta.
Significa   preparar­se   para   atender   necessidades   que   você   pessoalmente   não 
tem.
Aprendendo a compreender que seu cônjuge é uma pessoa totalmente diferente, 
você
começa   a   se   especializar   em   atender   a   todas   as   necessidades   emocionais 
dele, se
você assim desejar.
Nos   casamentos   que   falham   em   suprir   essas   necessidades,   tenho   observado, 
com
preocupação, a freqüência com que pessoas casadas escolhem o mesmo modelo 
de
comportamento   para   satisfazer   suas   necessidades   não   alcançadas:   o 
relacionamento
extraconjugal.   As   pessoas   enveredam   em   romances   com   surpreendente 
regularidade,
apesar das fortes convicções morais ou religiosas que possam ter. Por quê? O
fracasso de um cônjuge em suprir as necessidades do outro resulta numa sede 
que
precisa   ser   saciada.   Se   não   houver   mudanças   dentro   do   casamento   para 
atender a
essas   necessidades,   o   indivíduo   se   verá   diante   da   forte   tentação   de 
preenchê­las
fora do guarda­chuva matrimonial.
Seu casamento é à prova de relacionamentos extraconjugais?
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Se   quisermos   manter   nosso   casamento   à   prova   de   relacionamentos 
extraconjugais,
não podemos enfiar a cabeça na areia. Quem acredita que seu cônjuge é
"diferente" jamais se envolverá num relacionamento fora do casamento, mesmo 
que
suas carências não sejam supridas, poderá receber um grande choque. Em vez
disso, precisamos entender os sinais que evidenciam a possibilidade de um 
caso
extraconjugal,   como   tal   relacionamento   pode   começar   e   como   fortalecer   as 
áreas
vulneráveis de um casamento diante dessa possibilidade. ? '
Por que ter um caso é tão tentador?
s­ . ._ _,_ . _. , v
Um   caso   consiste   em   duas   pessoas   envolvidas   num   relacionamento 
extraconjugal que
combina sexo com sentimentos de intensa paixão. Estamos excluindo desta
definição   o   afeto   sem   envolvimento   sexual,   que   pode   existir   fora   do 
casamento, e
o envolvimento sexual sem o vínculo de amor. Mesmo que esses dois tipos de
relacionamento   causem   sérios   problemas   no   casamento,   minha   experiência 
mostra
que eles podem ser resolvidos mais facilmente que um caso. O relacionamento 
que
combina sexo (geralmente  com grande  dose de  paixão) e  um amor  verdadeiro 
ameaça
a   essência   do   casamento   porque   os   amantes   experimentam   uma   intimidade 
perfeita,
e isto supre pelo menos uma necessidade do cônjuge fora do relacionamento
conjugai.   Na   maioria   dos   casos,   quando   um   cônjuge   descobre   que   o   outro 
rompeu o
compromisso da fidelidade, o casamento é abalado.
Os casos geralmente começam com um "Somos apenas bons amigos"
Um caso, em geral, começa com uma amizade ­ a pessoa já conhece o seu ou a 
sua
amante antes que o caso aconteça, e mui­
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Ela Precisa, Ele Deseja
tas vezes a terceira pessoa é o marido ou a esposa de um casal considerado
"amigos íntimos".  Em outro  exemplo  comum,  o amante pertence  à família  do 
outro
cônjuge   ­   um   irmão   ou   uma   irmã.   Também   é   possível   conhecer   o   amante   no 
trabalho.
Como eu disse, um caso costuma partir de uma simples amizade. A pessoa
compartilha seus problemas com a outra, que age da mesma forma. Geralmente, 
para
que o caso se desenvolva, os amantes devem estar juntos com freqüência:
diariamente   no   trabalho,   participando   de   alguma   comissão   ou   junta,   ou 
assumindo
algum tipo de responsabilidade que os permita estar juntos com alguma
constância.
À medida que a amizade se intensifica, ambos começam a tro­ J car apoio e
estímulo, especialmente no que diz respeito às suas l necessidades não
supridas. A vida não é fácil. Muitas pessoas se desiludem ao extremo com a 
vida
que levam. Quando encontram alguém que as incentiva e apoia, a atração por 
essa
pessoa age como um poderoso ímã. Assim, mais cedo ou mais tarde, elas se 
vêem na
cama com o amigo ou a amiga que tanto as compreende e incentiva. Isso
simplesmente acontece. Ninguém o planeja, nem você nem seu amigo ou amiga.
Geralmente, a amizade que se transforma em caso não se baseia em atração 
física.
Uma mulher olha para a amante do marido e diz: "Como pode este homem estar
interessado naquela mulher?".
A resposta é muito simples, porque a atração é emocional. Não importa tanto 
se a
outra   mulher   está   acima   do   peso,   se   é   magra   ou   simplesmente   feia.   O 
importante é
que ela foi capaz de suprir as necessidades não satisfeitas. Num caso, o 
amante
geralmente   se   torna   a   pessoa   mais   carinhosa   que   o   cônjuge   já   conheceu. 
Este, por
sua vez, desenvolve um desejo recíproco de cuidado, numa intensidade jamais
experimentada.
Uma vez presos num caso, os dois compartilham um forte desejo de satisfazer 
as
necessidades um do outro. Este desejo os une
Seu casamento é à prova de relacionamentos extraconjugais?
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em   uma   paixão   mútua,   que   se   desenvolve   num   relacionamento   sexual 
apaixonado. A
vontade   de   proporcionar   felicidade   um   ao   outro   transforma   um   simples 
romance em
um dos mais íntimos e completos relacionamentos.
À   medida   que   este   cuidado   e   paixão   crescem,   a   pessoa   se   vê   presa   numa 
armadilha
criada por ela mesma, e perde todo o senso crítico quando, literalmente, se
torna   dedicada   à   outra   pessoa   num   relacionamento   construído   sobre   a 
fantasia,
não sobre a realidade.
Vários fatores contribuem para que um caso seja tão agradável
e emocionante:
• Os amantes conseguem o melhor um do outro.
• Os amantes ignoram as faltas um do outro.
•   Os   amantes   estão   sexualmente   ativos,   como   nunca   estiveram   antes. 
Sexualmente
falando, ninguém poderia ser tão excitante quanto o amante secreto.
O   que   realmente   excita   a   pessoa   que   se   envolve   num   relacionamento 
extraconjugal
não   é   bem   a   nova   parceira   ou   o   novo   parceiro,   mas   a   fantasia.   Quando 
planejam
juntos aonde e quando vão se encontrar para sessões de paixão e sexo, eles
ignoram as realidades da vida. Seu romance pode durar um bom tempo, até que
alguém descubra. E, quanto mais longo for, mais difícil será interrompê­lo.
Embora a maioria das pessoas afirme que jamais se envolveria em um
relacionamento   extraconjugal,   a   grande   verdade   é   que,   dependendo   das 
condições
(justas ou injustas), qualquer um de nós pode tornar­se uma vítima, se não
tivermos nossas necessidades supridas.
Não é necessário algo especial ou diferente para se envolver num caso. Pelo
contrário, muitos homens e mulheres normais envolvemse em relacionamentos
extraconjugais a partir de um processo sim­
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Ela Precisa, Ele Deseja
pies   e   ilusório.   Quando   as   necessidades   básicas   de   uma   pessoa   não   são 
supridas,
ela começa a pensar: "Isto não é certo! Isto não é justo!"
O   passo   seguinte   é   procurar   apoio:   "Se   pelo   menos   eu   tivesse   alguém   com 
quem
conversar...".
Daí   é   só   um   passo   para   procurar   apoio   fora   do   casamento.   A   pessoa   não 
precisa,
necessariamente, sair à procura de alguém: a outra ou o outro estará por 
perto.
De repente, a pessoa se flagra
pensando: "Não é ótimo podermos conversar e compartilhar jun­
^__:>"
i /
tos?".
Em   alguns   casos   o   processo   acima   dura   alguns   meses;   em   outros,   levará 
vários
anos. Mas pode acontecer. Eu já vi acontecer várias vezes nos últimos vinte 
e
cinco   anos.   Infelizmente,   parece   fazer   pouca   diferença   o   que   alguém 
professa no
que diz respeito a compromissos religiosos ou valores morais.
No início da minha carreira como conselheiro eu ficava admi^ rado ao ver 
pessoas
que declaravam ter compromisso firme com a religião e com a moral envolver­
se em
casos   extraconjugais.   Eu   pertenço   a   uma   igreja   e   tenho   minhas   convicções 
sobre a
fé crista. Como as pessoas que declaram ter este mesmo compromisso puderam
afastar­se dessa forma? Será que faltou poder em sua fé? Quanto mais eu lido 
com
crentes e outras pessoas com profundas convicções morais, mais compreendo o
poder   das   nossas   necessidades   emocionais   básicas.   Quando   casei   com   minha 
esposa
Joyce, prometi ser totalmente dedicado a ela e ao meu casamento. Tenho sido 
fiel
aos   meus   votos   durante   trinta   anos   de   casamento,   mas   não   porque   eu   seja 
algum
tipo de exemplo de força de vontade ou modelo de virtude. É porque Joyce e 
eu
temos   sido   realistas   no   que   diz   respeito   a   satisfazer   as   necessidades 
emocionais
básicas um do outro.
Resumindo,   fique   de   olho   nas   suas   necessidades   .   Para   ajudar   você   a 
entender
como isto acontece, gostaria de apresentar o Banco do Amor ­ um recurso de
equilíbrio interior que você nunca .imaginou possuir.
Por que o Banco do Amor nunca fecha
\^í/   casamento   é   um   relacionamento   complexo,   talvez   o   mais   intrincado   de 
todos.
Infelizmente, muitos de nós não imagina em que estamos nos metendo quando
dizemos   o   "sim".   Achamos   que   a   dinâmica   de   um   bom   casamento   depende   de 
alguma
misteriosa   mistura   de   pessoas   "certas".   Ou,   se   um   casamento   se   torna 
difícil,
dizemos que aquelas pessoas não foram feitas uma para a outra. Embora duas
pessoas   inerentemente   incompatíveis   possam   casar,   isto   não   é   algo   comum. 
Mais
freqüentemente,   os   rompimentos   acontecem   quando   um   parceiro   ­   ou   ambos   ­ 
não tem
a habilidade ou a consciência para suprir as necessidades um do outro.
Geralmente,   ser   a   pessoa   certa   ou   feita   para   a   outra   não   depende   de   uma 
equação
misteriosa de compatibilidade, mas de quanto se deseja ou se é capaz de
satisfazer as necessidades dessa outra pessoa. "
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Ela Precisa, Ele Deseja
E   se   alguém   deseja   fazê­lo,   mas   se   sente   incapaz   ou   inábil?   Não   há 
problema! É
possível fazer alguma coisa a respeito. Reaprender é sempre possível. Por 
esta
razão,   creio   que   os   casamentos   torpedeados   por   casos   extraconjugais   não 
precisam
necessariamente   afundar.   Eles   podem   ser   levados   para   um   estaleiro, 
consertados e
reequipados.   Uma   vez   reparados,   velejarão   para   mais   longe,   e   mais 
rapidamente
que antes.
Meu objetivo não se limita a salvar casamentos que já chegaram ao extremo 
de
abrigar um caso extraconjugal. Eu quero ir além disso. Quero mostrar como 
você
pode   tornar   seu   casamento   à   prova   desses   casos,   construindo   um 
relacionamento
que sustente o romance e aumente a intimidade e a união ano após ano. Para 
que
seu casamento seja à prova de casos, você precisa conhecer as necessidades
básicas de seu cônjuge e saber como supri­las. Mas, primeiro, quero ajudar 
você
a   entender   como   as   necessidades   são   tão   poderosas   e   exaustivas.   Como   eu 
disse no
primeiro capítulo, elas precisam ser acompanhadas com cuidado. Para ajudar 
meus
clientes a fazer isso, inventei um conceito que chamo de o Banco do Amor.
Todos nós temos um Banco do Amor
De   modo   figurado,   acredito   que   cada   um   de   nós   tem   um   Banco   do   Amor   que 
possui
diferentes contas, uma para cada pessoa que conhecemos. Cada pessoa faz
depósitos ou retiradas todas as vezes que interagimos com ela. Interações
prazerosas geram depósitos; as dolorosas geram retiradas.
No meu sistema do Banco do Amor, cada depósito ou retirada vale certo número 
de
unidades de amor. Se encontro um amigo (vamos chamá­lo de "Jorge") e este
encontro me faz sentir bem, uma unidade de amor é depositada na conta dele 
no
meu Banco do Amor. Se este mesmo encontro me faz sentir contente, o depósito 
de
Jorge será de duas unidades de amor na conta dele.
Por que o Banco do Amor nunca fecha
21
Muito   contente,   três   unidades   de   depósito.   Quatro   unidades   irão   para   a 
conta se
este encontro me fizer sentir excepcionalmente
bem.
Imaginemos que eu me sinta desconfortável ao encontrar alguém (vamos chamá­
la de
"Nair"). Uma unidade de amor é retirada da conta dela. Se ela fizer com que 
eu
me sinta mal, duas unidades são retiradas. Muito mal, a retirada eqüivale a 
três
unidades.   Se   eu   considerar   o   meu   encontro   com   Nair   uma   das   piores 
experiências
da minha vida, isto lhe custará uma retirada de quatro unidades de amor.
À medida que o tempo passa, as contas no meu Banco do Amor variam. Alguns 
dos
meus conhecidos  fazem  depósitos consideráveis. Outros têm  saldos menores, 
talvez
por   passarem   menos   tempo   comigo.   Um   terceiro   grupo   constrói   saldos   ainda 
mais
diminutos   porque   minhas   experiências   com   essas   pessoas   são   variadas. 
Algumas são
alegres, outras,  decepcionantes.  Neste  caso, os  depósitos  quase eqüivalem 
às
retiradas.
Outras   pessoas   "entram   no   vermelho"   comigo.   Isto   significa   que   elas   me 
causam
mais tristeza do que alegria. Nunca me sinto bem quando penso nelas, não 
quero
vê­las nem quero estar com elas. Em suma, as contas delas no meu Banco do 
Amor
estão com saldo negativo.
Uma história de amor de um Banco do Amor
E claro que o Banco do Amor não pretende ser matematicamente preciso, mas
simplesmente   contabilizar   o   fato   de   que   influenciamos   emocionalmente   uns 
aos
outros   em   quase   todos   os   encontros   pessoais.   O   acúmulo   de   experiências 
negativas
e   positivas   determina   nossa   reação   emocional   para   com   aqueles   que 
conhecemos. E
certo que você não está efetivamente consciente dessas coisas. Você nunca 
dirá a
si mesmo: Oba! Consegui um depósito de três unidades! ou Puxai Menos quatro
unidades para ele!
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Ela Precisa, Ele Deseja
De igual modo, as unidades de amor não são constantemente retiradas ou
depositadas.
No casamento, dois Bancos do Amor operam constantemente: o dele e o dela.
Vejamos a história de João e Maria para saber o que acontece quando a conta 
de
uma esposa no Banco do Amor do marido fica bem baixa, e outra mulher, muito
compreensiva, o espera no seu escritório. Neste exemplo, focaremos o Banco 
do
Amor de João porque ele está tendo um caso extraconjugal.
Quando João conheceu Maria, imediatamente sentiu algo especial. Ela não era
apenas bonita, mas também charmosa, inteligente e cheia de vida. Na mesma 
hora,
foram creditadas três unidades de amor na conta que Maria havia aberto no 
Banco
do   Amor   de   João.   Um   ou   dois   dias   mais   tarde,   João   ligou   para   Maria   e   a 
convidou
para   sair.   Ela   aceitou   e,   logo   que   João   desligou   o   telefone,   mais   duas 
unidades
foram para a conta de Maria.
O   encontro   foi   sensacional.   João   considerou   aquela   uma   das   melhores 
experiências
de sua vida. Quatro outras unidades foram creditadas na conta de Maria,
totalizando um saldo de nove unidades de amor. Um segundo encontro foi quase 
tão
bom quanto o primeiro, e ela conseguiu mais três unidades, elevando o seu 
saldo
para doze.
Na próxima oportunidade em que João convidou Maria para sair, ela o deixou
triste.   Disse   que   sentia   muito,   mas   já   tinha   um   compromisso   assumido 
semanas
atrás. No entanto, ela logo garantiu que estaria livre na noite seguinte, 
se
fosse interessante para ele. João estava realmente interessado e fez planos 
para
pegála às oito da noite para jantar.
O que aconteceu com a conta de Maria como resultado deste contato levemente
negativo?
Ela realmente pareceu  triste por  não poder  sair comigo,  João pensou.  Não 
posso
esperar   que   ela.   esteja   à   minha   disposição   a   toda   hora.   Além   disso,   ela 
sugeriu
que saíssemos no dia seguinte, à noite. Tenho certeza de que ela gosta de 
mim.
Por mais que João tentasse se con­
Por que o Banco do Amor nunca fecha
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vencer,   aquela   experiência   ainda   o   fazia   sentir­se   desconfortável.   Uma 
unidade
foi debitada da conta de Maria no Banco do Amor
de João.
Nos   meses   seguintes,   João   e   Maria   se   encontraram   regularmente   e   com 
freqüência.
As experiências boas estavam muito à frente das ocasionalmente negativas, e 
o
saldo de Maria logo alcançou duzentas e cinqüenta unidades de amor. Apenas 
Sara,
uma namoradinha com quem João rompera um ano antes, havia acumulado mais
unidades no Banco do Amor de João, e ele começou a acreditar que estava
apaixonado por Maria.
Seis meses depois, o saldo de Maria chegou a quinhentas unidades de amor, o
total mais elevado entre todas as mulheres da vida de João, excedendo até o 
de
Sara. Neste  ponto, João  sentiu que  nunca amara  ninguém como  amava Maria. 
Ele
confessou   que   ela   era   a   mulher   mais   atraente,   mais   inteligente,   mais 
sensível,
mais charmosa e mais encantadora que ele já conhecera.
Maria atraiu João por causa do seu saldo depositado no Banco do Amor dele. 
Ele a
associava com muitas experiências emocionais positivas ­ e até sensacionais 
­ e
apenas   algumas   poucas   negativas.   João   aguardava   com   expectativa   cada 
encontro
com Maria e seu pensamento permanecia nela quando eles se separavam.
João  começou   a  pensar   no  que   faria   se  algum   dia  perdesse   Maria.  Ele   não 
podia
imaginar passar o resto de sua vida sem ela.
Com Maria ao meu lado, eu não preciso de nada nem ninguém mais para ser 
feliz,
João dizia para si mesmo. Em sua mente, já começavam a se formar vividos
pensamentos de casar com Maria. Enquanto isso, a conta de João no Banco do 
Amor
de Maria cresceu bastante, mas não na mesma proporção. Quando eles se
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conheceram, Maria o achou bem atraente. Os dois primeiros encontros foram
experiências muito boas e, neste ponto, ela sentia bastante afeto por ele, 
mas
ainda   não   estava   muito   segura.   Maria   se   lembrava   de   Roberto   e   de   como   o 
amava
antes   de   ele   haver   rompido   com   ela   para   casar   com   uma   velha   amiga   do 
colégio.
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Ela Precisa, Ele Deseja
No encontro seguinte, de repente, Maria disse a João que precisava "dar um
tempo". Ela sugeriu que suspendessem os encontros por um mês ou mais, e
perguntou   se   eles   não   deveriam   sair   com   outras   pessoas   durante   este 
período.
João ficou arrasado. Este encontro registrou uma das piores experiências de 
sua
vida. Quatro unidades foram retiradas rapidamente da alta conta de Maria.
Alguns dias depois, João ligou para Maria e tentou convencêla a mudar de 
idéia,
mas   ela   se   manteve   firme.   João   ligou   para   ela   várias   vezes   na   semana 
seguinte.
Maria   continuava   irredutível   e,   antes   que   João   decidisse   deixá­la   em   paz 
por um
mês, já havia um débito total de vinte e cinco unidades na conta de Maria.
João passou o mês sentindo­se miserável. Continuou profundamente apaixonado 
por
Maria, cujo saldo no seu Banco do Amor continuava alto, com quatrocentas e
setenta   e   uma   unidades.   João   tentou   sair   com   outras   mulheres,   mas   não 
existia a
mínima chance com nenhuma delas. E, como ele era louco por Maria, qualquer
encontro   com   outra   garota   se   tornava   uma   experiência   negativa   para   ele. 
Embora
não tivesse culpa, todas as mulheres que João encontrou acumularam débitos 
em
seu Banco do Amor.
Ao   fim   de   um   mês,   João   ligou   para   Maria.   O   saldo   dela   permanecia   em 
quatrocentas
e setenta e uma unidades porque, enquanto ele se mantinha ligado a ela, não
houve experiências negativas que causassem mais retiradas. João se sentiu
paralisado quando Maria lhe disse que sentia terrivelmente a sua falta e
aceitava o convite para um encontro na noite seguinte. Ela apenas precisava 
de
tempo para pensar em todas as coisas e entender claramente como se sentia.
O primeiro encontro após um longo mês de separação foi uma experiência
memorável.   Outros   encontros   subseqüentes   foram   melhores   do   que   nunca.   Ao 
fim do
primeiro   ano,   o   saldo   de   Maria   no   Banco   do   Amor   de   João   chegou   a   mil 
unidades.
Ao mesmo tempo, a conta de João no Banco do Amor de Maria subiu e alcançou 
o
máximo de novecentas e vinte e cinco unidades. João
Por que o Banco do Amor nunca fecha
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conseguiu superar Roberto em todos os sentidos e Maria também já pensava em
casamento.
Uma noite, após jantar em seu restaurante favorito, João pediu Maria em
casamento. Ele  lhe disse  que  queria  viver  para fazêla feliz, e  assegurou 
que, se
ela   o   aceitasse   como   marido,   ele   jamais   faria   algo   que   a   magoasse.   Ela 
aceitou a
proposta e, após um curto noivado, eles se tornaram marido e mulher.
Além da lua­de­mel
O   primeiro   ano   de   casamento   foi   extremamente   feliz.   Sem   ter   consciência 
disso,
João e Maria satisfaziam perfeitamente as necessidades básicas um do outro. 
João
continuava   afetivo,   paciente   e   carinhoso   como   era   quando   eles   namoravam. 
Maria
reagia   apaixonadamente   enquanto   faziam   amor.   Eles   passavam   um   tempo 
considerável
juntos e compartilhavam suas esperanças e sonhos em longas conversas. Maria
começou a tomar aulas de tênis, de modo que podia jogar com seu marido de 
forma
equilibrada, já que este era o passatempo preferido de João.
Maria sabia que podia confiar em João porque ele era muito honesto em todas 
as
coisas.   Ele   se   orgulhava   de   sua   bela   esposa   e   se   sentia   particularmente 
feliz
com  a   maneira  como   ela  cuidava   dos  detalhes   da  casa,   ao  mesmo   tempo   que 
mantinha
o seu trabalho como secretária em regime de meio expediente. João ganhava 
um bom
salário   como   analista   de   sistemas,   mas   ele   e   Maria   decidiram   que   ela 
trabalharia
enquanto desejasse, pelo menos por enquanto.
Maria   se   sentia   segura   com   João,   que   parecia   satisfeito   com   uma   vida 
caseira e
familiar. Ela se sentia orgulhosa de João e, muitas vezes, verbalizava isto 
para
o marido.
Durante   o   primeiro   ano   de   felicidade   conjugai,   o   que   aconteceu   com   os 
saldos no
Banco   do   Amor   de   cada   um   deles?   E   interessante   que   João   e   Maria   não 
acumularam
pontos na mesma
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Ela Precisa, Ele Deseja
proporção   de   antes   do   casamento,   principalmente   se   levarmos   em   conta   que 
eles
passaram  a   compartilhar  uma   variedade   muito   maior  de   experiências  do   que 
quando
namoravam. Eles estavam juntos quando  se sentiam bem e quando se sentiam 
mal.
Créditos e débitos nas contas dos seus Bancos do Amor eram movimentados de
acordo com os altos e baixos da vida.
Apesar da redução em seus depósitos, o saldo de Maria no Banco de Amor de 
João
ainda crescia. Ao fim do primeiro ano de casamento, o lucro em relação ao 
ano
anterior chegava a cem unidades. Isto somava um total de mil e cem. Na conta 
de
João, aconteceu aproximadamente o mesmo. Durante os quatro anos seguintes, 
as
contas de ambos no Banco do Amor continuaram a crescer.
No   quinto   aniversário   do   seu   casamento,   João   ainda   se   mostrava   muito 
apaixonado
por Maria e ela sentia o mesmo com relação ao marido. Eles decidiram que 
era
hora de pensar em filhos, e a pequena Sílvia chegou no início do seu sexto 
ano
de casamento.
Mudanças   significativas   começaram   a   acontecer   naquele   sexto   ano.   Maria 
ainda era
a alegria da vida de João, mas ele passou a se sentir deprimido com mais
freqüência. Ao mesmo tempo que Sílvia era uma bonequinha e João a amava
profundamente, ela criava novas exigências e experiências negativas. Ter de
trocar as fralNias da filha durante a noite não era propriamente um momento 
de
prazer para João. A decisão de Maria em não amamentar Sílvia fazia crescer, 
para
ele, a responsabilidade de segurá­la no colo e dar a mamadeira. Além disso,
Maria   teve   muita   dificuldade   em   perder   o   peso   que   ganhou   durante   a 
gravidez.
Como resultado dessas pequenas vicissitudes tão comuns, o saldo de Maria no
Banco do Amor de João caiu cem pontos durante o ano. A perda não era tão
significativa...   ainda.   O   saldo   continuava   alto,   e   João   permanecia 
apaixonado
por ela.
Mas, por volta do segundo aniversário de Sílvia, Maria começou a se mostrar
incomodada. Ela queria ser mais do que uma
Por que o Banco do Amor nunca fecha
simples secretária de meio expediente. Tinha planos para uma carreira mais
desafiadora e não queria esperar até que os filhos crescessem e saíssem de 
casa.
Pensando   assim,   perguntou   a   João   se   ele   se   oporia   caso   ela   voltasse   a 
estudar
para terminar a faculdade e, possivelmente, para cursar o mestrado em
administração de empresas.
"Serão   seis   anos   de   estudos",   Maria   explicou,   "mas   eu   deixarei   o   meu 
trabalho
como   secretária   para   que   possa   cuidar   da   nossa   filha   durante   o   dia   e 
assistir às
aulas da noite."
João aceitou a idéia com entusiasmo. Ele tinha, naquele momento, um emprego 
bom
e estável, e a família não precisava realmente do salário de Maria. Ele se
ofereceu para cuidar de Sílvia enquanto a esposa estivesse na faculdade e 
sempre
que precisasse para terminar algum trabalho.
Sueli entra em cena
Maria se matriculou no curso, e logo começou a ter notas excelentes, que 
exigiam
um grande sacrifício ­ João já não estava tão feliz com tudo isso. O que 
mais o
incomodava é que Maria parecia nunca estar disposta a fazer amor. João
compreendia o seu dilema. A faculdade consumia muita energia, e tudo o que
sobrava devia ser gasto no cuidado com a casa e com Sílvia. Quando ia para 
a
cama, Maria estava exausta, e João entendia que insistir em sexo, nestas
condições, seria falta de consideração.
João   tirava   o   melhor   proveito   que   podia   das   cada   vez   menos   freqüentes   e 
mais
apressadas   relações   sexuais   que   aconteciam   quando   sentia   que   a   esposa 
mostrava
alguma disposição, mas também sentia falta da atenção que ela lhe dava e 
das
partidas   de   tênis   que   costumavam   jogar   nos   sábados   pela   manhã.   Agora, 
raramente
Maria passava momentos a sós com ele, e muito menos jogava tênis. Em vez 
disso,
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estava sempre às voltas com o trabalho da casa ou colocando em dia os
compromissos exigidos pelo curso.
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28
Ela Precisa, Ele Deseja
João e Maria continuaram com esse estilo de vida nos dois anos seguintes. A
conta   de   Maria   no   Banco   do   Amor   de   João   caiu   aos   poucos,   mas   com 
regularidade.
João começou a indagar o que acontecera com aquela criatura adorável com 
quem
casara.   Ela   parecia   estar   sempre   perdida   nos   livros,   mas,   ironicamente, 
nunca
queria discutir suas aulas com ele.
"Isso tudo é coisa que você estudou anos atrás", Maria dizia. "Além disso, 
você
é bom em matemática, e não estou me aprofundando nessa área."
É bom destacar que a conta de João no Banco do Amor de Maria continuava 
firme,
porque   ele   estava   colaborando   para   satisfazer   uma   necessidade   muito 
especial
para ela naquele momento: obter o diploma. Maria estava consciente de que 
eles
não passavam muito tempo juntos, mas era profundamente grata ao marido por 
todo
o seu sacrifício e seu aparente total comprometimento com a família.
As coisas vão melhorar assim que eu me formar, Maria pensava. Assim, ela se
dedicou à sua formação acadêmica, não se dando conta realmente de como seu
marido se sentia.
Enquanto   isto,   no   trabalho,   João   passava   cada   vez   mais   tempo   com   uma 
gerente de
produção muito atraente chamada Sueli. A companhia a transferira para o
departamento dele, e eles começaram a trabalhar juntos. Quando o marido de 
Sueli
a deixou por causa de outra mulher, João a confortou e a apoiou como pôde.
Passaram­se meses e a amizade de João e Sueli se aprofundou dia após dia. 
Logo
ela conseguiu depositar algumas centenas de unidades na sua conta no Banco 
do
Amor de João.
Sueli fazia depósitos quando eles conversavam na hora do café e em outros
momentos   oportunos.   João   não   tinha   restrições   em   compartilhar   com   Sueli 
suas
experiências positivas e negativas. Aquelas conversas às vezes lembravam os 
bons
tempos dos primeiros anos com Maria.
Quando João começou a se sentir frustrado com relação à falta de tempo de 
Maria
para o sexo (ou para qualquer outra coisa
Por que o Banco do Amor nunca fecha
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além   de   estudar),   compartilhou   sua   frustração   com   Sueli,   que   sempre   se 
mostrava
solidária.   Aliás,   ela   dizia   para   João   que,   desde   o   divórcio,   também   se 
sentia
sexualmente frustrada.
As semanas e os meses voaram e Maria terminou o curso de bacharelado e se 
lançou
no mestrado. "Só mais dois anos e acabo tudo", ela dizia para João. "Você 
tem
sido   maravilhoso   em   me   dar   todo   este   apoio."   João   sorria,   dizendo   que 
ficava
feliz em fazer isso, mas, por dentro, sentia outra coisa.
"Ela   está   tão   envolvida   naquele   curso   que   nem   consegue   pensar   em   outra 
coisa",
João disse para Sueli no dia seguinte, enquanto tomavam café. "Eu quero que 
ela
estude, mas me pergunto se o preço não está sendo muito alto."
Algumas   semanas   mais   tarde,   Maria   estava   particularmente   exausta   com   os 
estudos
para as provas. Ao mesmo tempo, João se envolvera com um projeto especial 
que o
forçava a ficar várias noites fazendo serão com a ajuda de Sueli. Em uma 
dessas
noites, quando os dois ficaram até tarde trabalhando a sós, tudo aconteceu. 
Em
dado momento João disse para Sueli como se sentia sozinho. Logo depois, ela
estava em seus braços e eles se envolveram em uma relação sexual.
Quando terminaram e começaram a se arrumar para voltar para casa João se
mostrava visivelmente agitado e culpado. Sueli percebeu seus sentimentos e 
disse
que não desejava estragar seu casamento, nem se colocar entre ele e Maria.
"Olhe", disse ela, "preciso ser honesta. Eu me apaixonei por você e quero 
fazêlo
feliz. Por que não fazemos amor todas as vezes que pudermos? Isto é tudo o
que eu desejo."
No   caminho   para   casa,   João   decidiu   não   se   sentir   tão   culpado,   afinal. 
Aliás, ele
começou   a   se   sentir   feliz.   Em   virtude   de   uma   dificuldade   involuntária, 
Maria se
sentia   incapaz   de   satisfazer   as   necessidades   sexuais   do   marido,   e   Sueli 
nada
18
mais   desejava   do   que   preencher   essa   falta   como   sua   parceira   sexual 
temporária.
Por que não concordar, já que isto a ajudava, satisfazendo também as
necessidades dela?, João racionalizou. Será só por algum tempo, é
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30
Ela Precisa, Ele Deseja
claro... até que Maria termine o seu curso e tenha mais disposição para o 
sexo.
Sempre que João se sentia culpado, logo se valia desses pensamentos sobre 
suas
necessidades não supridas.
Daí em diante, João e Sueli se relacionaram sexualmente pelo menos uma vez 
por
semana, às vezes até com mais freqüência. Em menos de um ano, a conta de 
Sueli
no Banco do Amor de João pulou para mil unidades, aproximadamente o mesmo 
que
estava depositado na conta de Maria. Este acréscimo tão considerável em seu
crédito   ocorria   porque   ela   nunca   fazia   ou   dizia   nada   que   fizesse   João 
sentir­se
desconfortável. Cada encontro sexual era cheio de paixão. Resumindo, João 
achava
Sueli incrível e se sentia tremendamente apaixonado por ela.
A paixão de João não significava que ele deixara de amar sua esposa. Sem as
frustrações   sexuais,   o   relacionamento   entre   João   e   Maria   melhorara 
bastante.
Eles incluíam a pequena Sílvia em tudo o que faziam juntos, e se esforçavam 
para
desfrutar dos passeios em família. Quando Maria tinha um pequeno recesso na
universidade e se dispunha a fazer amor, João se mostrava um parceiro
entusiasmado.   Infelizmente,   esses   momentos   não   aconteciam   com   grande 
freqüência.
João   e   Sueli   lidavam   com   seus   encontros   semanais   de   forma   racional.   Ele 
nunca se
permitia pensar duas vezes no fator certo ou errado da situação. O grande
projeto no qual João se envolvera continuava a exigir serões, e Maria nunca
suspeitou de nada. Maria, na verdade, nunca teria sabido da existência de 
Sueli
se   não   fosse   por   Gilda,   sua   grande   amiga.   Através   de   outra   mulher,   cujo 
marido
trabalhava   no   departamento   de   João,   Gilda   soube   como   ele   e   Sueli   se 
portavam
carinhosamente   na   hora   do   cafezinho.   Gilda   ficou   curiosa   e   decidiu 
investigar.
Descobriu, então, o romance de João e Sueli e foi direto a Maria contar a
terrível novidade.
A princípio Maria não acreditou na história de Gilda, mas, quando resolveu 
tirar
tudo a limpo, flagrou o marido, que se mostrou envergonhado.
Por que o Banco do Amor nunca fecha
31
João ficou abalado porque nunca imaginou que seria descoberto. Se Maria não
soubesse   sobre   Sueli,   não   ficaria   magoada.   Pela   primeira   vez,   João   se 
sentiu
profundamente culpado. Implorou o perdão de Maria e tentou explicar por que
havia agido daquela forma.
"Eu percebia o quanto você estava ocupada com seus estudos e não quis ser
egoísta, exigindo que fizéssemos amor. Esta coisa com Sueli simplesmente
aconteceu... Acho que permiti que continuasse porque eu precisava de sexo. 
Eu
nunca pretendi magoar você. Agora posso ver que fui egoísta e realmente
estúpido. Prometo que nunca mais isto acontecerá."
Maria ficou angustiada e furiosa. Por que João nunca dissera nada? Por que 
teve
de   trair   seu   casamento   para   satisfazer   suas   necessidades?   Pela   primeira 
vez,
Maria percebeu que o seu investimento em busca de mais um curso se revelara 
uma
armadilha.   Ela   chorou   incontrolavelmente   e   João   sentiu­se   igualmente 
arrasado.
Ele pediu que Maria o perdoasse e jurou que nunca mais veria Sueli.
Como   Maria   amava   seu   marido   de   verdade,   ela   o   perdoou   e   tentou   fazer 
algumas
mudanças. Abandonou algumas disciplinas em busca de tempo para jogar tênis
novamente com o marido. Tentou fazer amor com João várias vezes por semana, 
com
paixão   e   entusiasmo.   João   tinha   a   intenção   de   se   manter   fiel,   mas,   nas 
primeiras
semanas após o confronto, ele sofreu a mais severa depressão de sua vida.
Gostando ou não, o seu Banco do Amor havia feito os seus depósitos. Agora, 
ele
amava Maria e Sueli. João sentia a falta de Sueli, mas não podia abandonar
Maria. Em suma, João amava as duas mulheres e precisava de ambas. As duas 
tinham
saldos substanciais no seu Banco do Amor e ele já não podia mais ficar sem 
uma
delas.
Por mais que tentasse, João não conseguia mais ficar longe de Sueli. Para
aliviar sua depressão, voltou a estar com ela, e descobriu que ela também 
ficara
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deprimida com sua ausência. Ela o recebeu alegremente numa incrível noite 
de
amor, e os dois fizeram planos ela­
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Ela Precisa, Ele Deseja
borados para estarem juntos sem serem descobertos. Mas não demorou muito e 
Maria
suspeitou, e logo confirmou, que estava compartilhando seu marido com outra
mulher, a quem João se afeiçoara.
E agora?
Nesse   ponto,   pessoas   como   João   e   Maria   freqüentemente   acabam   no   meu 
consultório.
João   deseja   terminar   seu   relacionamento   extraconjugal   por   causa   da 
crescente
pressão em casa. Maria deseja que ele se livre da outra mulher porque isto 
a
deixa perturbada. Sueli, a esta altura, está cansada de se mostrar nobre e
paciente: ela pressiona João a se divorciar e casar com ela.
O problema é que o cônjuge errante ­ neste caso, o marido
­   não   consegue   decidir   entre   uma   mulher   e   outra.   Sua   amante   consegue 
satisfazer
algumas   de   suas   necessidades,   e   sua   mulher,   outras.   Ele   é   como   um   burro 
entre
dois fardos  de feno, que,  em vez  de morrer de  fome por  não decidir  qual 
fardo
escolher, prefere beliscar um pouco de cada um!
Às   vezes,   sou   capaz   de   ajudar.   Às   vezes,   não.   Tudo   depende   de   o   cônjuge 
errante
e sua amante conseguirem separar­se permanentemente e de o casal legítimo
aprender a satisfazer as necessidades básicas um do outro dentro dos laços 
do
casamento.
/ O que aconteceu com o compromisso? /
Talvez você esteja perguntando a si mesmo: Será que preciso preocupar­me se 
meu
cônjuge terá ou não um relacionamento extraconjugal, caso eu não satisfaça 
as
suas   necessidades?   E   o   meu   cônjuge   deve   temer   que   eu   tenha   um 
relacionamento
extraconjugal,   caso   minhas   necessidades   não   sejam   satisfeitas?   De   acordo 
com as
necessidades descritas neste livro, a resposta é "sim".
Reconheço   que   esta   não   é   uma   boa   notícia.   "O   que   aconteceu   com   o 
compromisso?",
você pode questionar. "E a confiança*.
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar ­ afeto
33
Como   construir   um   casamento,   se   os   parceiros   não   podem   confiar   um   no 
outro?"
Sou   totalmente   a   favor   do   compromisso   e   acredito   que   confiança   é   um   elo 
vital em
qualquer casamento. Mas os vinte e cinco anos de experiência com milhares 
de
pessoas têm me ensinado uma verdade inegável: Se uma das cinco necessidades
emocionais básicas de um dos cônjuges não for satisfeita, este cônjuge se 
torna
vulnerável à tentação de um relacionamento extraconjugal. Ao examinar cada 
uma
dessas áreas de necessidades separadamente, os casais podem descobrir como
cuidar   um   do   outro,   de   várias   formas,   a   fim   de   que   seus   casamentos   se 
tornem
resistentes a esses possíveis casos. E, mais importante ainda, seus
relacionamentos tornam­se mais excitantes e completos ­ e confiáveis ­ do 
que
eles jamais imaginaram.
No primeiro capítulo, mencionei dez necessidades emocionais de homens e
mulheres. Embora sejam comuns a ambos os sexos, cinco delas são mais
identificadas como as mais importantes para as mulheres, e as outras cinco, 
como
mais importantes para os homens.
A disparidade entre homens e mulheres no que se refere à prioridade dada a 
essas
dez necessidades dificulta, para ambos os sexos, a compreensão do que se 
passa
com o outro. Eles podem perguntar: "Por que estas cinco coisas são tão
importantes para você? Nenhuma delas me afeta a ponto de eu achar que não
conseguiria   passar   sem   elas,   ao   menos   por   algum   tempo.   O   que   está 
acontecendo
com você?".
Devido a esta falta de compreensão, o casal, sem saber, age no sentido
contrário, porque cada um tenta satisfazer sua própria necessidade, e não a 
que
o   parceiro   ou   parceira   sente.   Assim,   as   esposas   freqüentemente   enchem   os 
maridos
de afeto porque é isto o que elas mais apreciam, e os maridos sufocam as 
esposas
com investidas sexuais, por ser esta uma de suas mais fortes necessidades.
Qualquer um fica confuso quando, na melhor das hipó­
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Ela Precisa, Ele Deseja
teses, o cônjuge reage com um prazer mínimo e, na pior, com irritação,
aborrecimento e até desinteresse.
Este tipo de comportamento ­ no qual o marido dá à mulher algo de que, na
verdade, ela não necessita tanto assim, e viceversa, ­ é prejudicial e
destrutivo. Como as necessidades prioritárias masculinas são diferentes das
femininas, cada parceiro precisa dedicar­se a descobrir e entender o que é 
mais
importante   para   o   outro,   ou   seja,   qual   é   a   necessidade   com   maior 
prioridade.
Muitas   pessoas   acreditam   que   podem   conseguir   isto   apenas   agindo   por 
intuição,
mas   estou   certo   de   que   isto   só   pode   acontecer   como   resultado   de   uma 
comunicação
clara e de um treinamento efetivo.
O marido e a mulher que se comprometem a satisfazer as necessidades um do 
outro
estão lançando as bases de uma felicidade duradoura no seu casamento, que 
pode
ser mais intensa e prazerosa do que eles jamais sonharam ser possível.
Nos dois próximos capítulos analisaremos a necessidade mais importante para 
a
mulher (afeto) e a mais importante para o homem (sexo). Começaremos com o 
afeto
porque, quando esta necessidade é satisfeita, prepara o caminho para que a
necessidade de sexo seja igualmente satisfeita.
Em várias situações de aconselhamento vi homens incrivelmen­/ te inábeis no 
que
se   refere   a   demonstrações   de   afeto   para   com   as\   esposas.   Com   algumas 
exceções,
estes   homens   se   queixam   da   "es­\   cassez   de   sexo".   Enquanto   isto,   suas 
mulheres,
que não entendem o que significa realmente uma relação sexual completa, ou 
como
ter   prazer   ao   fazer   amor,   queixam­se   de   que   os   maridos   só   querem   o   seu 
corpo e
nunca   demonstram   um   pouco   de   afeto.   A   frustração   resultante   em   ambos   os 
lados
pode facilmente levar a um relacionamento extraconjugal ou, possivelmente, 
ao
divórcio. Não precisa ser assim! Deixe­me mostrar por quê.
A primeira coisa
sem a qual ela não pode
ficar ­ afeto
^­<L   uando   Jane   se   apaixonou   por   Ricardo   achou   que   havia   encontrado   seu 
príncipe
encantado.   Com   um   metro   e   noventa   e   dois   de   altura,   os   oitenta   e   cinco 
quilos de
Ricardo   eram   tão   esguios   e   musculosos   aos   vinte   e   três   anos   quanto   eram 
quando
Jane   o   admirava   na   quadra   de   basquete   do   colégio.   Incrivelmente   bonito, 
Ricardo
fazia o tipo forte e calado, o que intrigava Jane mais ainda. Os encontros 
eram
maravilhosos   e,   quando   ele   a   tomou   em   seus   braços,   seu   nível   de   paixão 
superou
as expectativas.
"Acho que temos a mesma química", Jane garantiu a si mesma.
Entretanto, apenas alguns meses após o casamento, aquela paixão começou a
enfraquecer. Jane percebeu que algo estranho es­
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Ela Precisa, Ele Deseja
tava acontecendo. Todas as vezes que  ela se aproximava do marido para um 
abraço
ou um beijo, ele se excitava quase de imediato. O contato físico geralmente 
os
conduzia direto ao quarto.
Jane descobriu também que o estilo forte e calado que Ricardo demonstrava 
nos
dias   de   namoro   encobriam   suas   tendências   ao   mau   humor   e   à   introspecção. 
Ricardo
contou para a esposa que sua mãe havia morrido quando ele tinha apenas dez 
anos
de idade, e ele tinha sido criado por seu pai e dois irmãos mais velhos. 
Jane
não deu muita importância ao fato. Talvez por isso ele seja tão forte e
masculino, pensou.
Jane   não   imaginava   que   o   marido   havia   crescido   num   lar   em   que   as 
demonstrações
de afeto eram pouco freqüentes antes da morte da mãe, e quase inexistentes
depois. Literalmente, ele não sabia como dar afeto porque pouco recebera. 
Para
Ricardo, afeto no casamento era sinônimo de sexo, o que fazia Jane sentir­se
decepcionada e usada. Quando se aproximou o primeiro aniversário de seu
casamento, a conta de Ricardo no Banco do Amor de Jane mal se mantinha.
No   trabalho,   Jane   foi   transferida   para   outro   departamento,   onde   conheceu 
Edu, um
rapaz simpático que gostava de todo o mundo. Edu tinha o hábito de passar o
braço pelo ombro da pessoa com quem estivesse caminhando, homem ou mulher.
Ninguém se sentia ofendido. Era apenas um homem amável com todos.
Jane percebeu que estava começando a desejar os abraços ocasionais de Bob. 
Eles
sempre a faziam sentir­se bem ­ confortável, querida e cuidada. Um dia,
encontraram­se na entrada.
"Oi,   Jane,   como   vão   as   coisas?"   Assim   Edu   saudou   Jane,   enquanto   dava   um 
abraço e
um beijo no rosto dela.
"Sabe, Edu, há tempos quero dizer como gosto dos seus abraços. É muito bom
conhecer um homem que gosta de dar um abraço como você faz", Jane disse.
"Bem,   então   chegue   mais   perto!",   ele   disse   sorrindo,   enquanto   dava   outro 
abraço
e outro beijinho no rosto de Jane.
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar ­ afeto
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Ela   tentou   manter   a   calma,   mas   aquela   pequena   aproximação   foi   suficiente 
para
fazer   seu   coração   bater   forte.   E   continuou   assim   nas   semanas   seguintes, 
quando
ela   começou   a   receber   bilhetinhos   de   Edu,   adoráveis   e   doces.   Um   deles 
dizia:
"Bom dia! Espero que tenha um dia maravilhoso! Você é uma pessoa especial e
merece o melhor. Seu amigo, Edu".
Jane   começou   a   responder   aos   bilhetes.   Logo   passou   a   aguardar   com 
expectativa
mais um  bilhete  de Edu  como o  ponto  alto do  seu dia.  Algumas vezes, Edu 
trazia
para ela um pequeno buquê de flores. Isto fazia com que ela se sentisse uma
verdadeira princesa.
Eles almoçavam juntos muitas vezes, e a conta de Edu no Banco do Amor de 
Jane
subia   bastante.   Jane   flagrou­se   desejando   cada   expressão   de   afeto   que 
recebia de
Edu: os abraços, os sorrisos, os bilhetes. Finalmente, escreveu a seguinte 
nota
para ele: "Não posso evitar. Acho que estou ficando apaixonada por você".
Edu   não   respondeu   da   mesma   forma,   mas   continuou   a   se   mostrar   afetuoso   e 
gentil
para   com   Jane.   As   semanas   se   passaram   e,   um   dia,   eles   se   encontraram 
sozinhos
num   lugar   retirado   que   escolheram   para   um   lanche   rápido.   Enquanto   se 
preparavam
para voltar, Jane colocou sua mão sobre a de Edu e a apertou de leve. Edu
respondeu   com   um   abraço   afetuoso.   O   que   veio   depois   aconteceu   tão 
naturalmente e
de forma tão bonita que Jane mal conseguia acreditar. Fazer amor com Edu foi 
a
experiência mais excitante de sua vida porque ela sabia o quanto ele se
importava com ela.
Nas semanas seguintes, eles escapavam juntos, sempre que possível, para um
encontro   apaixonado.   Ter   uma   relação   sexual   com   Edu   era   algo   maravilhoso 
porque
Jane podia liberar todas as suas emoções e se envolver totalmente. O afeto
genuíno de Edu fez com que Jane se sentisse amada e querida como pessoa.
24
O que aconteceu? Será que os votos do matrimônio não significavam nada para
Jane? Será que ela estava só esperando uma
25
38
Ela Precisa, Ele Deseja
chance   para   ser   infiel   a   seu   marido?   Dificilmente.   Jane   simplesmente 
sentiu­se
tão carente de afeto que foi literalmente abraçada por um relacionamento
extraconjugal.
O afeto é o cimento de um relacionamento
Para a maioria das mulheres, afeto significa segurança, proteção, conforto e
aprovação,   coisas   de   vital   importância   a   seus   olhos.   Quando   o   marido 
demonstra
afeto por sua esposa, está enviando a ela as seguintes mensagens:
•   Eu   cuidarei   de   você   e   a   protegerei.   Você   é   importante   para   mim   e   eu 
desejo que
nada de mal lhe aconteça.
• Eu me preocupo com os problemas que você enfrenta e estou ao seu lado.
• Acho que você fez um bom trabalho e estou muito orgulhoso de você.
Um   abraço   pode   significar   qualquer   uma   das   coisas   mencionadas   acima.   Os 
homens
precisam entender o quanto as mulheres precisam destas afirmações. Para a
mulher, de modo geral, dificilmente haverá um limite.
Mencionei o abraço porque acredito ser esta uma habilidade que os homens
precisam desenvolver como forma de demonstrar afeto às suas mulheres. Também 
é
um modo simples de aumentar seu saldo no Banco do Amor de suas esposas.
A   maioria   das   mulheres   gosta   de   abraços.   Elas   abraçam   umas   às   outras, 
abraçam as
crianças, os animais de estimação, os parentes ­ até bichos de pelúcia. Não
quero dizer com isso que elas se jogariam nos braços de qualquer um. Aliás, 
elas
podem   ficar   inibidas   se,   em   um   abraço,   forem   mal   interpretadas,   como   se 
houvesse
algum   interesse   sexual.   Mas   em   outras   situações,   em   muitos   países   e 
culturas, as
mulheres gostam de abraçar e ser abraçadas.
r
,
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar ­ afeto
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E claro que um homem pode mostrar afeto de outras maneiras igualmente
importantes para a mulher. Um cartão ou um bilhetinho que expressem amor e
carinho podem, de forma simples mas efetiva, comunicar as mesmas emoções. 
Não se
esqueça   da   maneira   imbatível   em   todos   os   tempos:   o   buquê   de   flores.   As 
mulheres,
quase   universalmente,   adoram   receber   flores.   Vez   por   outra,   encontro   um 
homem
que   aprecia   recebê­las,   mas   não   posso   dizer   o   mesmo   sobre   a   maioria. 
Entretanto,
para as mulheres, as flores trazem uma mensagem poderosa de amor e cuidado.
Um convite para jantar também sinaliza afeto. É uma forma de dizer à esposa:
"Você não precisa fazer o que sempre faz para mim. Em vez disso, eu farei 
algo
para você. Você é especial para mim e, por isso, quero lhe mostrar o quanto 
a
amo e como me importo com você".
Há muitas piadas e anedotas sobre o que acontece quase imediatamente após o
casamento,   quando   a   mulher   deve   descobrir   o   seu   próprio   modo   de   sair   e 
entrar em
carros, na casa e em restaurantes. Um marido sensível, entretanto, abrirá a
porta para a esposa em todas as oportunidades ­ outra forma de dizer: "Eu a 
amo
e me importo com você".
Andar de mãos dadas é um antigo e efetivo sinal de afeto. Caminhadas após o
jantar, chamadas telefônicas e conversas com expressões de carinho e amor, 
tudo
isso acrescenta unidades ao Banco do Amor. Como diz a canção, "há milhares 
de
formas de dizer 'eu te amo'".
Do   ponto   de   vista   feminino,   o   afeto   é   o   cimento   essencial   do   seu 
relacionamento
com o sexo oposto. Sem ele, uma mulher provavelmente se sentiria alienada 
do seu
companheiro. Com o afeto ela se torna intimamente ligada ao marido enquanto 
ele
credita unidades na conta de seu Banco do Amor.
26
40
Ela Precisa, Ele Deseja
"Mas ela sabe que não sou do tipo afetuoso"
Os homens precisam conscientizar­se desta verdade importante: as mulheres
consideram o afeto importante por si mesmo.
Elas amam o sentimento que acompanha tanto o ato de dar quanto o de receber
afeto, mas isso nada tem que ver com o sexo. Na maior parte das vezes em 
que
elas dão ou recebem afeto, fazem isso sem nenhuma intenção sexual. É uma 
atitude
que pode ser comparada ao sentimento compartilhado com seus filhos ou até 
mesmo
com animais de estimação.
Tudo  isso  confunde  a  maioria  dos  homens.  Eles  entendem  a  demonstração  de 
afeto
como   a   parte   que   antecede   a   relação   sexual,   o   que   normalmente   os   torna 
excitados
em um minuto. Em alguns casos, o homem quer simplesmente omitir a parte do 
afeto
porque já está excitado.
Tomemos   como   exemplo   um   casal   hipotético,   que   chamaremos   de   Cláudia   e 
Marcos.
Eles vivem sob grande tensão ultimamente porque Cláudia não tem reagido com
muito entusiasmo às insinuações de Marcos para o sexo. A primeira cena nos
mostra Cláudia percebendo novamente aquele olhar do marido, mas tentando
dissuadi­lo   do   seu   intento.   "Marcos,   vamos   relaxar   por   alguns   instantes. 
Depois,
talvez você possa tomar minhas mãos e me dar um abraço. Eu não estou pronta 
para
fazer amor deste modo. Preciso de um pouco de afeto primeiro." Marcos se 
irrita,
com   um   tanto   de   impaciência   masculina,   e   responde:   "Você   me   conhece   há 
anos. Eu
não sou do tipo afetuoso, e não vou passar a ser agora!".
Você acha que esta história soa inacreditável ou falsa? Pois saiba que eu 
ouço,
com   freqüência,   as   mais   variadas   versões   da   mesma   história   em   meu 
consultório.
Marcos falha por não perceber a sua ironia ao desejar sexo mas recusar afeto 
à
sua esposa. O homem que rosna "Eu não sou do tipo afetuoso" e, ao mesmo 
tempo,
agarra­se ao corpo de sua esposa apenas para satisfazer aos
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar ­ afeto
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seus   próprios   desejos   sexuais   é   como   um   vendedor   que   tenta   fechar   um 
negócio
dizendo:   "Eu   não   sou   do   tipo   amigo;   assine   logo   aqui.   Tenho   outro 
compromisso me
esperando".
Mesmo   não   sendo   difícil   entender   esta   lógica   tão   simples,   os   homens   se 
perdem na
Primeira Lei do Casamento de Harley:
Quando se trata de sexo e afeto, não se pode ter um sem o outro.
Todo homem é capaz de aprender a ser afetuoso
O afeto é tão importante para as mulheres que elas ficam confusas quando 
seus
maridos não reagem da mesma forma. Por exemplo: uma esposa pode ligar para 
o seu
marido   no   trabalho   apenas   para   conversar   um   pouco.   Da   mesma   forma,   ela 
adoraria
receber uma ligação, na certeza de que seu marido sente a mesma alegria. 
Muitas
vezes, ela fica decepcionada quando ele abrevia a conversa, dizendo: "Tenho
muito trabalho ainda para fazer até às cinco". Isto não significa que ele 
não
ame a esposa; simplesmente ele tem prioridades diferentes devido à diferença 
nas
suas necessidades bá­
sicas.
Quando viajo, sempre encontro bilhetinhos que Joyce coloca entre as minhas
roupas. Nesses bilhetes, ela fala do quanto me ama, mas neles está contida 
ainda
outra mensagem. Joyce gostaria de receber de mim os mesmos bilhetinhos, e 
tenho
tentado não me esquecer de deixar alguns ­ embaixo do seu travesseiro, por
exemplo ­ sempre que saio em viagem.
Minhas necessidades de proteção, aprovação e cuidado não são as mesmas que 
as
dela,   nem   são   satisfeitas   da   mesma   forma.   Precisei   descobrir   estas 
diferenças e
agir   de   acordo   com   elas.   Por   exemplo,   quando   estamos   caminhando   pelo 
shopping, é
impor­
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42
Ela Precisa, Ele Deseja
tan te para ela que estejamos de mãos dadas, o que, para mim, não acontece 
de
forma   automática   ou   natural.   Ela   me   incentiva   a   segurar   sua   mão,   e   fico 
feliz em
fazê­lo porque sei que isto a agrada e transmite a ela uma mensagem que ela 
quer
receber.
Quando tento explicar esta coisa de andar de mãos dadas a alguns maridos 
que vão
ao   meu   consultório,   eles   podem   até   questionar   um   pouco   a   minha 
masculinidade. A
minha esposa não estaria, de alguma forma, "dando as ordens"? Respondo que, 
na
minha opinião, nada poderia estar mais longe da verdade. Se o fato de andar 
de
mãos   dadas   com   Joyce   em   um   shopping   faz   com   que   ela   se   sinta   amada   e 
querida, eu
seria um tolo se me recusasse a fazê­lo. Gosto quando ela me ensina como
demonstrar afeto. Quando casamos, prometi que ela teria todo o meu carinho e 
fui
sincero em cada palavra dessa promessa. Se ela me diz expressamente qual é 
a
melhor forma de eu oferecer o carinho que deseja, estou pronto a aprender,
porque quero que ela esteja feliz.
Quase todos os homens precisam de alguma orientação sobre como se tornarem 
mais
afetuosos,   e   os   que   já   desenvolveram   tais   hábitos,   em   geral,   obtiveram   a 
ajuda
de bons instrutores ­ talvez de alguma antiga namorada. Na maioria dos
casamentos, a esposa pode ser a melhor instrutora, se o marido buscar a sua
ajuda da forma certa.
Primeiro, você precisa explicar à sua esposa que a ama muito, mas muitas 
vezes
falha   na   hora   de   expressar   este   amor   profundo   da   forma   apropriada.   Em 
seguida,
deve pedir que ela o ajude a aprender de que forma expressar esse afeto que 
você
já sente, mas de um modo que a agrade.
No   início,   é   provável   que   ela   fique   confusa   com   este   pedido   e   talvez 
responda:
"Quando você ama alguém, o afeto vem naturalmente!". Ela pode não entender 
que o
afeto acontece mais naturalmente com ela do que com você.
Ela   pode   pensar   que,   tendo   o   sexo   como   prioridade,   você   só   estaria 
maquinando
alguma nova estratégia para melhorar o seu relacionamento sexual.
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar ­ afeto
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"Acho que não consigo demonstrar o quanto a amo e me importo com você.
Simplesmente acho que você já sabe disso porque eu trabalho, saio com você 
e a
ajudo nos afazeres da casa. Acho que deveria estar fazendo mais para lhe 
mostrar
o quanto me importo", você diz.
"Ótimo! Quando começamos?", ela devolve.
Ela   pode   ajudá­lo   fazendo   uma   lista   daqueles   pequenos   sinais   de   carinho 
mais
significativos   para   ela.   As   mulheres   geralmente   expressam   grande 
necessidade de
aproximação física, expressa em um abraço, ficar de mãos dadas ou sentados 
bem
juntinhos. O beijo é muito importante para a maioria das mulheres, bem como
presentinhos e cartões que expressem o seu envolvimento emocional e o seu
compromisso. A mulher adora quando seu marido a leva para jantar num
restaurante,   e   geralmente   leva   em   consideração   qualquer   esforço   que   ele 
faça
para acompanhá­la ao supermercado ou para comprar roupas, como um sinal de
atenção.   Ao   aconselhar   mulheres   que   expressam   a   necessidade   de   afeto, 
costumo
usar   um   modelo,   o   Inventário   de   Afeto,   para   ajudá­las   a   identificar   as 
atitudes
de afeto que são mais importantes.
Veja   a   seguir   a   lista   de   hábitos   e   atitudes   que   podem   ajudar   você   a   se 
tornar um
marido mais afetuoso:
•   Abrace   e   beije   sua   esposa   todas   as   manhãs,   enquanto   ainda   estiver   na 
cama.
• Enquanto tomam café juntos, diga para ela o quanto a ama.
• Beije­a antes de sair para o trabalho.
• Telefone para ela durante o dia, para saber como está passando.
• Vez ou outra, faça uma surpresa, trazendo flores para ela (não se esqueça 
do
cartão, expressando seu amor por ela).
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• Presentes para ocasiões especiais (aniversários, Natal, aniversário de
casamento, Dia das Mães, Dia dos Namorados),
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Ela Precisa, Ele Deseja
além   de   práticos,   devem   ser   também   sentimentais.   Aprenda   a   arte   de 
presentear
uma mulher.
•   Ligue   para   sua   esposa   antes   de   sair   do   trabalho,   para   que   ela   possa 
calcular a
hora em que você vai chegar e preparar­se para esperá­lo.
• Quando você chegar em casa, vindo do trabalho, dê um abraço e um beijo 
nela e
passe alguns minutos conversando para saber como foi o seu dia.
• Ajude­a a lavar a louça após o jantar.
• Abrace­a e beije­a todas as noites, antes de dormir.
Depois   que   sua   esposa   tiver   ajudado   você   a   identificar   os   hábitos   e   as 
atitudes
que satisfarão suas necessidades de afeto, pense numa forma de desenvolver 
esses
hábitos.   Repetindo   um   ponto   que   destaco   neste   livro,   saber   do   que   sua 
esposa
precisa  não satisfaz a necessidade dela. Você precisa desenvolver hábitos 
que
transformem esse seu conhecimento em ação. Assim, e apenas assim, essa
necessidade será suprida. Não vincule as esperanças de sua esposa às suas 
boas
intenções. Dê um passo à frente: aprenda e coloque em prática hábitos de 
afeto.
Se você sabe do que sua esposa precisa e falha em atendê­la, o seu
relacionamento  será  pior  do  que  quando  você  não  conhecia  as  necessidades 
dela.
Ao menos, você podia alegar ignorância!
Escreva cuidadosamente o seu plano para desenvolver esses hábitos, de modo 
que
você se mantenha no curso. Meus pacientes usam um modelo, Estratégia para 
Suprir
a Necessidade de Afeto, para descrever seus planos. Este modelo simplesmente
requer   que   os   casais   identifiquem   os   hábitos   e   as   atitudes   que   desejam 
aprender
e descrevam como planejam desenvolvê­los.
Geralmente,   estes   hábitos   levam   tempo   para   serem   desenvolvidos   ­   dias, 
semanas,
até meses. Deve estar incluído no seu plano o tempo que você espera passar 
"em
treinamento". Os hábitos mais fáceis de ser aprendidos são aqueles que você 
tem
prazer em
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar ­ afeto
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praticar.   Os   que   fazem   você   se   sentir   desconfortável   tornam­se   mais 
difíceis de
ser   desenvolvidos.   No   princípio,   muitas   mudanças   no   comportamento   podem 
parecer
impraticáveis. Não é algo espontâneo e tranqüilo; é algo planejado. É isso 
o que
acontece,   em   especial,   com   muitos   dos   hábitos   de   afeto.   Por   essa   razão 
muitos
desistem  de   tentar   desenvolver   esses  hábitos.  Você  verá,  entretanto,  que, 
após
repetir determinado comportamento várias vezes, ele se torna mais natural e
espontâneo.   O   que   começa   como   algo   desconfortável   pode   tornar­se   natural 
para
você.
Outro   obstáculo   é   que   os   hábitos   e   as   atitudes   de   afeto   não   são 
necessariamente
motivados por sua própria necessidade; são motivados por seu desejo de
satisfazer   a   necessidade   de   sua   esposa.   Em   princípio   ela   pode   sentir­se 
ofendida
se você não se mostrar tão interessado quanto ela. Mas eventualmente você
descobrirá   o   prazer   em   seus   momentos   de   afeto   juntos,   e,   quando   isto 
acontecer,
ela   não   estará   preocupada   em   como   isto   aconteceu.   Vocês   dois   serão 
vencedores:
ela obterá aquilo de que necessita do homem que tem prazer em satisfazer a 
sua
necessidade.
Sexo começa com afeto
Ao   longo   dos   anos,   tenho   observado   que   nada   é   mais   devastador   para   um 
casamento
do   que   um   caso   extraconjugal.   Infelizmente,   muitos   desses   casos   começam 
devido à
falta de afeto (para a mulher) e à falta de sexo (para o homem). É como um 
ciclo
vicioso.   A   mulher   não   recebe   afeto   suficiente   e,   por   isso,   rejeita 
sexualmente o
marido. Ele não é sexualmente correspondido o bastante; por isso, mostrar­se
afetuoso seria a última coisa em que pensaria.
A solução para este ciclo trágico é que um dos dois o interrompa. Alcancei 
a
minha reputação como conselheiro matrimonial convencendo esposas de que, se 
elas
30
satisfizessem as necessidades sexuais de seus maridos, em retribuição eles
estariam dispostos a
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Ela Precisa, Ele Deseja
satisfazer suas necessidades de afeto e quaisquer outras que tiverem. O
resultado foi tão bom que formulei uma prática bemsucedida.
Esta prática pode também funcionar ao contrário, ou seja, um marido começa
satisfazendo   a   necessidade   de   sua   esposa   por   afeto.   Tenho   observado   que, 
quando
isso acontece, ela geralmente está muito mais disposta a satisfazer as
necessidades de seu marido por sexo. Como comecei este livro falando da
necessidade da esposa por afeto, recomendo que, se a sua necessidade por 
sexo
não   está   sendo   satisfeita,   tome   a   iniciativa   e   satisfaça   primeiro   sua 
esposa.
O afeto é o ambiente do casamento, enquanto o sexo é um evento. O afeto é um
estilo de vida, um abrigo que cobre e protege o casamento. E uma expressão
direta e convincente de amor que dá ao evento sexual um contexto mais
apropriado. A necessidade de afeto antes do sexo, para algumas mulheres,
significa muito.
Como os homens têm a tendência de confundir afeto com sexo, eu incentivo o
aprendizado do afeto sem sexo. Procuro orientar o marido a fazer do afeto 
uma
forma não sexual de se relacionar com sua esposa. Ele aprende que o afeto 
não é
algo   que   simplesmente   se   liga   e   se   desliga   para   conseguir   uma   relação 
sexual.
Quando   um   homem   e   sua   mulher   se   aproximam,   um   grande   abraço   e   um   beijo 
deveriam
ser   a   conseqüência   natural.   Aliás,   quase   todos   os   momentos   de   interação 
entre
eles   deveriam   incluir   palavras   e   gestos   afetuosos.   Acredito   que   todo   o 
casamento
deveria   constituir­se   a   partir   de   uma   atmosfera   que   a   todo   o   instante 
sugerisse:
"Eu realmente amo você e sei que você me ama."
Quando   falo   de   afeto   sem   sexo,   muitos   homens   ficam   confusos.   O   que   eles 
devem
fazer   com   o   seu   sentimento   natural   de   excitação   sexual,   que   pode   ser 
ativado a
partir de quase todas as manifestações de afeto? Eles querem saber se devem
tomar um banho frio para se manterem calmos. Então, faço com que eles se 
lembrem
do
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar ­ afeto
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tempo de namoro, em que se sentiam tão sexualmente excitados quanto agora,
talvez   até   mais!   Entretanto,   naquela   época,   ele   era   capaz   de   demonstrar 
bastante
afeto   e   atenção   sem   incluir   apalpadelas   e   agarramentos.   Ele   tratava   sua 
namorada
com respeito e ternura.
Muitos   maridos   recordam   os   encontros   apaixonados   dos   dias   de   namoro   e 
indagam
por que suas mulheres não "se ligam" como faziam naqueles dias.
Com   paciência,   explico   que   ele   não   a   está   tratando   do   mesmo   modo   que 
tratava
antes.   Após   o   casamento   ele   achou   que   podia   dispensar   as   partes 
preliminares e
ir   direto   ao   principal.   Acontece   que   as   preliminares   não   são   importantes 
apenas
para uma relação sexual se completar. Elas são necessárias por si mesmas. 
Em
muitos   casos,   o   que   ele   pensa   ser   a   parte   preliminar   é   para   ela   o 
acontecimento
principal.
Na maioria dos casos a mulher precisa sentir­se unida ao seu marido antes 
de
fazer amor com ele. Um casal alcança este sentimento através da troca de 
carinho
e atenção exclusiva.
A   necessidade   que   uma   mulher   tem   por   este   senso   de   unidade   ajuda­nos   a 
entender
como   os   casos   extraconjugais   se   desenvolvem.   Em   um   caso   extraconjugal 
típico,
uma mulher relaciona­se sexualmente com um homem após ele haver demonstrado 
o
seu amor por ela, através de atitudes de afeto. Como o amante expressa tanta
atenção para com ela, a união física geralmente é caracterizada por um grau 
de
êxtase   jamais   experimentado   no   casamento.   Esta   mulher   concluirá   que   seu 
amante é
o homem certo para ela porque, quando faz amor com o seu marido, ela não 
sente o
mesmo que sente com o amante.
Na   verdade,   qualquer   casamento   pode   ter   o   mesmo   fervilhar   de   um 
relacionamento
extraconjugal, se tiver esse mesmo forte elo de unidade. É trágico que a 
mulher
tenha a falsa interpretação de que seu marido não é o homem certo para ela 
com
32
base em  uma comparação de  sentimentos experimentados  em um  momento.  Se o 
marido
construir as bases do seu relacionamento
33
48
Ela Precisa, Ele Deseja
com afeto, seus elos serão restaurados e o relacionamento extraconjugal será
visto como realmente é: uma tentativa desorientada de ter satisfeita uma
importante necessidade emocional.
Quando   o   seu   casamento   estiver   sexualmente   conturbado,   procure   pelo   que 
está
faltando:   o   afeto.   Sem   o   clima   apropriado,   o   evento   sexual   será   algo 
elaborado e
artificial para muitas mulheres. Muitas vezes, a mulher concorda,
relutantemente, em relacionar­se sexualmente com seu marido, mesmo sabendo 
que
não terá prazer nisso. Num relacionamento extraconjugal, as condições que
garantem uma relação sexual completa ­ a união que vem junto com o afeto ­ 
são
satisfeitas.   O   amante   não   poupa   tempo   nem   ação   para   criar   o   clima   certo 
para o
sexo. Conseqüentemente, a mulher se sente excitada só em pensar nele.
A maioria das mulheres que aconselho anseiam por afeto. Tento ajudar seus 
mandos
a entenderem o prazer que elas sentem quando esta necessidade é suprida. 
Embora,
para os homens, não seja o mesmo que experimentam durante o sexo, o afeto é
parte   vital   de   um   relacionamento   romântico.   Sem   o   afeto,   a   experiência 
sexual
feminina é incompleta.
Muitos maridos vêem tudo isso ao contrário. Para eles, a excitação sexual 
os
torna mais afetuosos. Eles tentam explicar às suas esposas a importância de 
ter
mais relações sexuais, a fim de que se sintam mais envolvidos por afeto. 
Este
argumento, entretanto, geralmente não é ouvido. Algumas mulheres concordam 
em
fazer sexo com seus maridos apenas pelo afeto que recebem durante o ato, mas
isso   é   algo   que   pode   deixá­las   ressentidas   e   tristes.   Logo   que   aquele 
momento
passa, os maridos voltam ao seu modo pouco afetuoso, provocando nas esposas 
uma
sensação de desamor. Elas entendem que seus maridos querem apenas o sexo e 
não
se   importam   realmente   com   elas   em   nenhum   outro   aspecto.   Esta   atitude 
destrói o
seu sentimento de intimidade e aquele elo de unidade. Entretanto, isso pode
mudar se o marido aprender a
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar ­ afeto
49
criar um clima de afeto desenvolvendo hábitos que produzam um canal estável 
de
amor e cuidado.
Do   mesmo   modo   que   os   homens   desejam   uma   resposta   sexual   espontânea   por 
parte de
suas mulheres, as mulheres também gostariam que as demonstrações de afeto 
por
parte de seus maridos fossem espontâneas. Há certa espontaneidade em nosso
comportamento quando ele está bem desenvolvido, mas, quando experimentamos 
um
tipo de comportamento novo, ele pode parecer planejado e artificial. A
princípio, todo o empenho para se mostrar afetuoso pode não ser muito
convincente e, como resultado, pode não ter o efeito do afeto espontâneo. 
Mas,
com a prática, este novo comportamento afetuoso transmitirá, com exatidão, 
o
sentimento   de   cuidado   e   atenção   que   os   maridos   têm   para   com   as   suas 
esposas. Por
sua   vez,   isto   cria   o   clima   necessário   para   uma   resposta   sexual   mais 
espontânea
por parte das mulheres.
A   necessidade   de   uma   mulher   por   afeto   é,   provavelmente,   a   sua   maior 
necessidade
emocional, mas tudo o que já foi dito aqui terá pouco valor se a esposa 
fracassa
em   não   compreender   que   seu   marido   tem   uma   necessidade   igualmente 
importante: o
sexo.   No   capítulo   seguinte,   confrontarei   as   mulheres,   numa   tentativa   de 
explicar
a   razão   pela   qual   o   sexo,   para   os   homens,   não   é   apenas   uma   das   muitas 
formas de
encerrar uma noite de amor. Para o homem, de modo geral, o sexo é como a 
água ­
não é possível passar sem ele.
Se  a   esposa  não   compreende  o   poder  do   apetite   sexual  do   homem,  ela   pode 
ter,
como   resultado,   um   marido   tenso   e   frustrado,   na   melhor   das   hipóteses.   E 
muito
pior:   alguém   pode   surgir   no   horizonte   e   satisfazer   as   necessidades   desse 
marido,
o que tragicamente tem acontecido com freqüência em nossa sociedade. Tudo 
isso
pode   ser   evitado,   se   os   maridos   aprenderem   a   ser   mais   afetuosos   e   se   as 
esposas
34
responderem   com   mais   impetuosidade   na   hora   de   fazer   amor.   Como   diz   a 
Primeira
Lei do Casamento de Harley:
35
50
Ela Precisa, Ele Deseja
Quando se trata de sexo e afeto, não se pode ter um sem o outro.
Perguntas para ele
1. Numa escala de l a 10, sendo o 10 "muito afetuoso", quão afetuoso sou com 
a
minha esposa? Como ela me classifica­
ria:
2. Afeto é o ambiente do nosso casamento?
3.  No  passado,  eu  conseguia  equilibrar  afeto  e  excitação  sexual?  Por  que 
isso
não dá certo agora?
4. De que formas específicas demonstro afeto para com a minha esposa?
5.   Eu   estaria   disposto   a   permitir   que   minha   esposa   me   ensinasse   como 
demonstrar
mais afeto do modo que ela realmente gosta?
Perguntas para ela
1. Para mim, o afeto é tão importante quanto este capítulo afirma?
2. Se não tenho bastante afeto por parte do meu marido, eu estaria disposta 
a
deixar meu orgulho de lado e ensiná­lo pacientemente?
3. Seria mais fácil fazer amor se eu sentisse que meu marido mostra real
interesse e afeto por mim?
Para pensar juntos
l. Precisamos conversar sobre o afeto? Em caso positivo, o que exatamente
precisamos compartilhar?
j\ primeira coisa sem a qual ela não pode ficar ­ afeto
51
2. Existe afeto suficiente em nosso casamento? Que exemplos podemos dar?
3. Como podemos fazer um "treinamento de afeto"? O que é agradável para nós
dois?
36
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A primeira coisa sem
a qual ele não pode ficar
­ realização sexual
66A ­ ­ . ­ '
íS~è­í   ntes   de   nos   casarmos   Jaime   era   muito   romântico   e   afetuoso   ­   um 
verdadeiro
Don Juan. Agora ele até parece outra pessoa."
"Quando Carlos quer ter uma relação sexual tem de ser na mesma hora. Ele 
nem
quer saber como me sinto. Sua única preocupação é satisfazer­se."
"Milton tornou­se um animal. Ele só pensa em sexo, sexo, sexo!"
Quando   ouço   declarações   como   estas   em   meu   consultório,   posso   imaginar   o 
quanto
essas   mulheres   devem   se   sentir   decepcionadas.   Seus   maridos,   que   antes 
sabiam dar
afeto,   de   repente   ignoram   esta   necessidade   de   suas   mulheres.   Uma   vez 
assumido o
compromisso do casamento, todo aquele afeto se evapora, e o que
37
54
Ela Precisa, Ele Deseja
resta   é   como   artigo   de   luxo.   Será   que   o   afeto   durante   o   namoro   foi 
simplesmente
um instrumento usado para conquistar uma mulher, com vistas a obter a
gratificação sexual?
"Por que você acha que seu marido age assim?", pergunto.
"Porque   ele   não   tem   consideração   por   mim",   é   a   resposta   mais   comum   ­   ou 
outras
semelhantes a esta.
Estas   mulheres   compartilham   um   problema   real   e   comum   em   toda   a   parte. 
Descrevo
este problema de forma simples, no Primeiro Corolário de Harley:
A mulher não compreende a grande
necessidade de seu marido por sexo tanto
quanto o marido não compreende a grande
necessidade de sua esposa por afeto.
Se ambos os lados estivessem dispostos a ouvir e a mudar, o casal poderia
resolver   esta   situação   sem   grandes   dificuldades.   No   capítulo   3   cheguei   a 
ser
rígido com os homens porque creio, de todo o coração, que a sua inabilidade 
para
demonstrar   afeto   é   um   problema   crucial.   Lembre­se:   o   afeto   deve   ser   o 
ambiente
do casamento, e o sexo, o evento especial.
Ao mesmo tempo, é muito importante que a mulher compreenda o quanto o sexo 
é
especial   para   o   homem.   Ele   não   fica   insistindo   em   apalpadelas   e 
agarramentos com
ela por haver se tornado um monstro do desejo. Ele a apalpa e agarra porque
precisa   muitíssimo   de   alguma   coisa.   Muitos   homens   me   confessam   que 
gostariam de
não   ter   um   impulso   sexual   tão   forte.   Um   deles,   um   executivo   de   trinta   e 
dois
anos de idade, me disse: "Eu me sinto como um idiota, suplicando ou até a
tomando à força, porque não consigo evitar. Eu preciso fazer amor!".
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar ­ relação sexual
55
Por que os homens freqüentemente acabam se sentindo enganados
Quando um homem escolhe uma mulher para ser sua esposa promete permanecer 
fiel a
ela   por   toda   a   sua   vida.   Isto   significa   pensar   que   sua   esposa   será   sua 
única
parceira sexual "até que  a morte os separe". Ele assume este compromisso 
porque
acredita   que   sua   esposa   está   sexualmente   tão   interessada   nele   quanto   ele 
nela.
Ele confia que sua esposa estará disponível para ele sempre que for do seu
desejo fazer amor, e que satisfará todas as suas necessidades sexuais. Da 
mesma
forma,   a   esposa   confia   que   seu   marido   satisfará   suas   necessidades 
emocionais.
Infelizmente, em muitos casamentos, o homem descobre que acreditar na sua 
mulher
tornou­se um dos maiores erros de sua vida. Ele aceitou limitar suas
experiências   sexuais   a   uma   esposa   que   não   se   dispõe   a   satisfazer   sua 
necessidade
vital. Ele se vê, como se costuma dizer, "numa canoa furada". Se ele tem 
fortes
convicções morais e religiosas, tentará conviver com a situação da melhor 
forma.
Alguns maridos conseguem, mas outros, não. Eles buscarão satisfação sexual 
em
outro lugar.
O   homem   infiel   justifica   a   sua   infidelidade   por   causa   da   falha   de   sua 
esposa em
manter   seu   compromisso   sexual   com   ele.   Ao   descobrir   a   infidelidade   do 
marido, a
mulher tenta "corrigir o seu erro" melhorando o relacionamento sexual entre
ambos, o que, muitas vezes, acontece tarde demais. A esposa fica, então,
ressentida   e   magoada,   e   o   marido   se   envolve   profundamente   no   seu 
relacionamento
extraconjugal.
Um dos mais notáveis estudos do comportamento humano é o que diz respeito 
ao
homem   casado   que   se   sente   sexualmente   atraído   por   outra   mulher. 
Freqüentemente,
este   homem   se   mostra   descontrolado.   Tenho   visto   presidentes   de   bancos, 
políticos
bemsucedidos, pastores de grandes igrejas e líderes em várias áreas que
simplesmente jogam para o alto suas carreiras, anulando os
38
56
Ela Precisa, Ele Deseja
objetivos   traçados   para   toda   a   sua   vida,   por   causa   de   um   relacionamento 
sexual
especial. Eles me afirmam, com palavras bem claras, que, sem esse novo
relacionamento, tudo mais na vida parece não ter sentido.
Limito­me a ouvir estes homens patéticos e desnorteados, dominados de tal 
forma
por   sua   necessidade   de   sexo   que   perderam   a   capacidade   de   raciocinar. 
Geralmente,
admiro esses indivíduos inteligentes, bem­sucedidos e, de outro modo,
responsáveis. Mas seus impulsos sexuais mal orientados os têm tirado
completamente do rumo.
Mesmo que esta seqüência de eventos seja um modo insano de viver, minha
experiência   na   área   de   aconselhamento   faz­me   acreditar   que   pelo   menos   a 
metade
dos casais atravessa a agonia da infidelidade e dos casos extraconjugais.
Acredito que, na maioria dos casos, o casal pode prevenir esta tragédia, e 
a
prevenção   começa   pela   compreensão   das   diferenças   entre   a   sexualidade 
masculina e
feminina. ••;•.­•
Qual é a diferença?
Quão diferentes são homens e mulheres no que se refere aos impulsos sexuais 
e à
consciência de sua própria sexualidade?
Durante   todos   esses   anos   coletei   mais   de   quarenta   mil   questionários   de 
clientes,
indagando sobre a sua história e seu comportamento sexual. Pelo resultado 
destes
questionários   fica   constatado   que   quase   todos   os   homens   se   masturbam,   e 
muitos
começam   muito   cedo   (de   oito   a   dez   anos   de   idade).   Por   outro   lado,   as 
meninas que
se   masturbam   começam   mais   tarde,   quase   sempre   no   fim   da   adolescência,   e 
mais da
metade das mulheres pesquisadas nunca se masturbaram.
A primeira experiência heterossexual relatada pelos homens e mulheres que
responderam   à   nossa   pesquisa   aconteceu   essencialmente   na   mesma   faixa   de 
idade
(entre treze e dezesseis anos de
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar ­ relação sexual
57
idade),   mas   os   relatos   sobre   esta   experiência   diferem   consideravelmente. 
Quase
todos os homens afirmaram ter sido este primeiro encontro heterossexual algo
agradável, ao passo que as mulheres declararam ter sido decepcionante.
Acredito que pelo menos parte desta discrepância está relacionada às razões
pelas quais os meninos e as meninas se envolvem em atividades sexuais. A 
maior
parte dos meninos é motivada por um forte impulso sexual e por um histórico 
de
experiências   através   da   masturbaçao,   enquanto   as   meninas   não   chegam   ao 
primeiro
encontro com esse histórico. Muitas delas não sabem o que esperar. O desejo 
de
se   sentir   queridas   pelos   namorados   ou   apenas   a   curiosidade   ­   "Afinal   de 
contas,
o que há de tão misterioso no sexo?", perguntam ­ é o que as motiva, não a
sensação de uma necessidade urgente por gratificação sexual.
Esta disparidade em termos de necessidade e experiência sexual está na raiz 
de
muitos   problemas   conjugais,   mesmo   em   dias   como   os   nossos,   classificados 
como uma
época de liberação sexual e esclarecimento sobre o assunto. Rapazes e moças
chegam ao casamento vindos de dois extremos opostos: ele, sexualmente mais
experimentado   e   motivado   por   fortes   desejos;   ela,   menos   (muitas   vezes, 
muito
menos) experimentada, menos motivada e, algumas vezes, muito ingênua. Além
disso, a experiência do homem é tão visceral e quase tão automática que ele
geralmente não compreende que a maioria das mulheres precisa aprender a
responder sexualmente, e ele não está preparado para ensinar sua esposa a 
obter
prazer com a própria sexualidade. Ele apenas sabe o quanto gosta de sexo e 
pensa
que, se é tão prazeroso para ele, deve ser igualmente bom para ela. A maior
parte   dos   jovens   maridos   descobre   em   pouco   tempo   a   falsidade   de   tal 
afirmação,
quando se certifica desta verdade frustrante: as maravilhosas descobertas
sexuais   que   eles   fizeram   parecem   muito   menos   significativas   para   suas 
esposas.
Para muitos homens, isto se torna uma fonte de frustração incomparável.
39
58
Ela Precisa, Ele Deseja
Chegando ao casamento sexualmente despreparado
Apesar de todo o avanço alcançado nos últimos trinta anos na área do
aconselhamento sexual pré­conjugal e do desenvolvimento de uma excelente
literatura para casais recém­casados, muitos homens e mulheres ainda chegam 
ao
casamento   despreparados.   Os   homens,   é   claro,   sentem­se   preparados,   mas 
estar
pronto   para   o   sexo   e   estar   preparado   para   fazer   amor   são   duas   coisas 
diferentes.
Os   homens   experimentam   a   excitação   sexual   e   o   orgasmo   com   relativa 
facilidade.
Com a maioria das mulheres, acontece precisamente o oposto. A despeito dos
relatórios   de   intensa   atividade   sexual   entre   adolescentes,   minha 
experiência em
aconselhamento   tem   mostrado   que   mesmo   as   mulheres   sexualmente   ativas   em 
geral
chegam ao casamento com raras experiências de excitação ou orgasmo. Muitas
dessas mulheres nunca experimentaram um orgasmo antes do casamento.
Os maridos, em geral, casam­se achando que suas esposas têm muito maior
sofisticação sexual do que eles. Por não desejarem parecer inocentes ou
inseguras  quanto  ao   desempenho  sexual,   algumas  esposas   não  se   colocam  no 
mesmo
plano de seus maridos. Ao invés disso, agem como se realmente estivessem
sexualmente excitadas e experimentando o orgasmo, quando, na verdade, não 
estão.
Outras   suportam   o   sexo   como   uma   obrigação.   Muitas   esposas   consideram   a 
relação
sexual com seus maridos uma experiência catastrófica porque não compreendem 
o
suficiente a sua própria sexualidade para ajudar seus maridos a fazer uma
adaptação   sexual   apropriada.   Por   outro   lado,   muitos   casais   compatíveis 
falham em
alcançar   a   satisfação   sexual   em   virtude   de   sua   própria   ignorância   e 
decepção.
No último caso estão os maridos que conseguem ficar sem sexo ou convivem 
com uma
dieta limitada (na opinião deles). O marido queixa­se da esposa, é claro, 
mas a
verdadeira culpada é a incompatibilidade sexual, que precisa ser superada
através do empenho de ambos os parceiros, não apenas da mulher.
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar ­ relação sexual 5 9
Um homem não pode alcançar a realização sexual no casamento a menos que sua
esposa   experimente   igual   realização.   Embora   eu   insista   em   dizer   que   os 
homens
precisam   de   sexo   mais   do   que   as   mulheres,   o   homem   não   terá   suas 
necessidades
satisfeitas a menos que sua mulher se una a ele numa experiência sexual.
Portanto, uma mulher não faz nenhum favor a seu marido ao sacrificar o seu 
corpo
visando   o   bem­estar   sexual   dele.   O   marido   só   se   sentirá   sexualmente 
satisfeito
quando sua esposa se unir a ele na experiência de fazer amor.
Como os homens e as mulheres são tão diferentes na forma em que apreciam o 
sexo,
não   é   de   se   admirar   que   encontremos   tanta   incompatibilidade   sexual   no 
casamento.
A chave da comunicação destrava as portas da ignorância e abre, para cada 
casal,
a oportunidade para a compatibilidade sexual. Nas páginas seguintes deste
capítulo,   descreverei   alguns   dos   pontos   mais   importantes   que   homens   e 
mulheres
precisam   comunicar   um   ao   outro,   de   forma   a   alcançar   a   compatibilidade 
sexual.
Como alcançar a compatibilidade sexual
Para chegar à compatibilidade sexual, dois passos são muito importantes:
/. Superar a sua ignorância sexual. O marido e a esposa precisam conhecer, 
cada
um, a sua própria sexualidade e suas próprias respostas sexuais.
2. Comunicar seu conhecimento sexual ao outro. O marido e a esposa precisam
saber compartilhar o que aprenderam sobre suas próprias respostas sexuais, 
a fim
de que, juntos, possam alcançar o prazer e a realização sexual.
Para   ajudar   você   no   desenvolvimento   da   compatibilidade   sexual   em   seu 
casamento,
o restante deste capítulo apresentará uma
40
60
Ela Precisa, Ele Deseja
rápida lição sobre a sexualidade humana. Como algumas partes deste material
podem parecer pouco românticas e muito mais clínicas, por favor, desculpe­
me,
mas, quanto melhor você entender as informações que se seguirão, mais será 
capaz
de satisfazer as necessidades sexuais de seu cônjuge.
Muitos   dos   conflitos   sexuais   se   resolvem   quando   o   marido   e   a   mulher 
descobrem o
que   realmente   acontece­   emocional   e   psicologicamente   ­   quando   eles   fazem 
amor.
A   experiência   sexual   divide­se   em   quatro   estágios:   excitação,   f   lato, 
clímax e
recuperação.
Durante a excitação, o homem e a mulher começam a experimentar sensações
sexuais. No homem, isto se dá com a ereção do pênis, e na mulher, com a
lubrificação da vagina. Se o pênis do homem e o clitoris da mulher forem
estimulados devidamente, eles entram no estágio de platô. Neste estágio, o 
pênis
torna­se   bastante   rígido   e   a   vagina   se   contrai,   proporcionando   maior 
resistência
e uma sensação mais intensa durante o intercurso. O clímax, que dura apenas
alguns segundos, é o ponto mais alto da experiência sexual. Neste ponto, o 
pênis
lança o sêmen em jatos (ejaculação) e a vagina se contrai e relaxa
alternadamente   várias   vezes.   A   recuperação   é   o   estágio   que   se   segue,   no 
qual
ambos os parceiros se sentem calmos e relaxados: o pênis volta ao estado de
flacidez, e a vagina relaxa sem mais produzir aquela secreção lubrificante.
Embora homens e mulheres experimentem os mesmos quatro estágios, esta
experiência   não   é   igual   para   eles,   seja   física   ou   emocionalmente.   O   que 
funciona
para o homem não funciona para a mulher e vice­versa. Os casais que desejam
experimentar a compatibilidade sexual precisam perceber e compreender essas
diferenças. Discutiremos separadamente, a seguir, cada estágio da resposta
sexual, e mostraremos algumas das diferenças mais importantes.
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar ­ relação sexual
61
Excitação: como tudo começa
Nos primeiros estágios de uma relação sexual, pode­se perceber a diferença 
entre
o homem e a mulher na forma em que eles se tornam excitados e como cada um
reage.
Os   homens   podem   tornar­se   excitados   de   várias   formas,   mas   a   preferida   é 
através
de recursos visuais. Há uma infinidade de revistas, calendários, filmes e 
vídeos
que   destacam   a   nudez   feminina,   ou   mulheres   com   pouca   roupa.   Os   homens 
gostam de
apreciar   uma   mulher   nua.   Durante   minhas   sessões   de   aconselhamento,   as 
esposas
dão testemunho de que seus maridos gostam de olhar enquanto elas se despem, 
e,
quando ficam nuas, eles se excitam em poucos segundos.
Um   homem   excita­se   facilmente   em   uma   variedade   de   formas,   o   que   pode 
acontecer
várias vezes ao dia. Muitas experiências visuais e não visuais podem fazer 
com
que isso aconteça: a essência de um perfume num elevador, o andar de uma 
mulher,
a fotografia de uma mulher seminua ou mesmo um devaneio.
As mulheres, às vezes, assustam­se com a capacidade que seus maridos têm de 
se
sentir   sexualmente   excitados   por   outras   mulheres.   Entretanto,   é   preciso 
entender
que eles não estão sendo promíscuos ou infiéis. Quando isso acontece, eles 
estão
simplesmente   experimentando   uma   reação   característica   do   homem.   A 
excitação, em
si,   não   representa   muito   para   ele.   E   algo   que   pode   ocorrer   sem   nenhuma 
intenção
e, algumas vezes, o homem sentese excitado mesmo sem querer.
As mulheres podem ter dificuldade para entender esse aspecto da sexualidade
masculina porque elas se excitam de forma muito diferente dos homens. Muito 
mais
complicada   e   voluntária,   a   excitação   feminina,   na   maioria   dos   casos,   não 
depende
de   estímulos   visuais.   Mesmo   que   os   pôsteres   de   homens   nas   revistas 
femininas
chamem a atenção, muitas mulheres, na verdade, pensam ou falam deles mais 
no
sentido humorístico do que como objeto de um estímulo sexual genuíno. f ' > 
' ;
41
62
Ela Precisa, Ele Deseja
Para a média das mulheres, ficar excitada é mais uma questão de preparação
mental do que o resultado de algum estímulo, visual ou não. Uma mulher pode
escolher se quer ou não ficar excitada, dependendo de sua ligação emocional 
com
determinado homem. Qualidades como afeto, atenção, cavalheirismo, bondade e
sensibilidade   podem   excitar   mais   uma   mulher   do   que   qualquer   técnica 
especial que
o   homem   possa   desenvolver.   Um   homem   com   as   qualidades   mencionadas   faz   a 
mulher
sentir que ele a compreende e fez uma opção por ela.
Uma mulher procura todos esses sinais nos olhos do homem. Talvez por esta 
razão,
quando alguém pergunta o que elas observam primeiro em um homem, a resposta
seja: "Seus olhos". Uma esposa descreveu a atração especial que seu marido
exerce sobre ela como sendo a sua habilidade "de me ver como pessoa", e não
apenas como parceira sexual. O cuidado que ele demonstrou em olhar para ela 
como
algo especial foi de grande importância para o relacionamento. Em nossa
sociedade,   costumamos   cultivar   a   idéia   de   homens   bonitos   se   unindo   a 
mulheres
bonitas, mas, para muitas mulheres, a aparência de um homem não representa 
o
aspecto mais importante. Um toque de ternura e um tratamento gentil podem 
ter
muito mais valor do que um rosto bonito ou um físico atlético.
Um homem pode fazer muito para estimular ou reprimir os sentimentos sexuais 
de
sua esposa, dependendo da forma como a toca. Seu abraço, seu beijo e seu 
carinho
devem transmitir atenção e cuidado especiais. Sentimentos de afeto e
consideração dão ao homem as chaves para a excitação feminina.
Se uma mulher se sente convencida de que seu marido possui estas qualidades
ternas   e   afetuosas,   ela   pode   decidir   entrar   no   processo   que   leva   à 
excitação
sexual.   Na   maior   parte   dos   relacionamentos   extraconjugais,   a   mulher 
considera
seu amante irresistível porque ele demonstra a ternura e o carinho que ela 
não
encontra em seu marido. Uma cena comum nesses relacionamentos é a do
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar ­ relação sexual
63
homem   sendo   completamente   dominado   pela   busca   apaixonada   e   pela 
agressividade
sexual da mulher. Na maior parte dos casos, a mulher responde à fantasia do
homem ideal, encarnado em seu amante, não importa se ele é um bom rapaz ou 
um
traste. O que importa realmente é como ela o vê ­ a essência criada por ele
através de atitudes afetuosas e gentis.
Uma vez que toma a decisão de excitar­se, a mulher está pronta para receber 
e
responder a estímulos táteis apropriados, tais como carinho por todo o seu 
corpo
(especialmente   nos   seios)   e   estímulos   na   região   do   clitoris.   O   mesmo 
estímulo
provocado em uma mulher não receptiva não a excitará sexualmente, podendo
tornar­se   uma   fonte   de   grande   irritação,   caso   ela   não   tenha   escolhido 
excitarse.
Quando a relação sexual começa, a mulher precisa manter um forte estímulo 
no
seu clitoris e na vagina. Este estímulo mais intensivo é criado através de: 
(1)
contração de seu músculo da púbis e do cóccix, o que estreitará a vagina na
penetração do pênis; (2) movimentos rápidos da pélvis; e (3) posicionamento 
que
aumente   a   pressão   no   clitoris   e   a   resistência   ao   pênis   na   entrada   da 
vagina.
Alguns   poucos   minutos   deste   estímulo   físico   levam   uma   mulher   excitada, 
junto com
seu marido também excitado, ao próximo estágio: o platô sexual.
Platô: o melhor estágio da relação sexual
Enquanto   as   mulheres   precisam   de   estímulos   especiais   e   intensos   para 
alcançar o
platô, os homens precisam de muito pouco. O intercurso, em si, já é quase
suficiente   para   o   homem,   e   muitos   chegam   ao   platô   sem   quase   nenhum 
estímulo.
Infelizmente, a necessidade da mulher por mais estímulo, e a do homem por 
menos,
cria um problema sexual muito comum: a ejaculação precoce ­ o que significa 
que
o homem chega ao clímax cedo demais. A medida que a mulher se movimenta
rapidamente
42
64
Ela Precisa, Ele Deseja
em busca de estímulo para chegar ao platô, este mesmo estímulo se torna
demasiado para o homem. Ele, então, atinge o clímax e perde a ereção antes 
que a
mulher alcance o platô ou o clímax.
Por outro lado, se o homem tenta segurar­se para não chegar ao clímax, ele 
pode
cair   do   platô   de   volta   ao   estágio   da   excitação,   e   seu   pênis   torna­se 
flácido.
Mesmo   que   ele   continue   o   intercurso,   seu   pênis   não   terá   a   rigidez 
necessária
para dar à esposa o estímulo de que ela precisa.
Para muitos homens, manter­se no estágio do platô sem chegar ao clímax ou 
voltar
ao ponto inicial é um desafio. Numa relação sexual, o marido deve manter­se 
no
platô   durante   mais   ou   menos   dez   minutos,   o   tempo   que   sua   mulher   precisa 
para
atingir   o   platô.   A   partir   desse   ponto,   ela   pode   precisar   de   mais   cinco 
minutos
para   experimentar   o   clímax.   E   muito   comum   os   homens   chegarem   ao   clímax 
antes que
suas esposas tenham sido estimuladas o suficiente para ter prazer no platô 
ou
chegar   ao   clímax.   Mesmo   os   homens   mais   bem­intencionados   precisam   de 
prática
para alcançar este objetivo.
O clímax: êxtase ou ansiedade?
Nos   últimos   anos,   muitos   livros   e   artigos   têm   exaltado   o   clímax   (ou 
orgasmo)
como uma experiência de êxtase que ambos os parceiros devem tentar alcançar
simultaneamente para que o prazer seja ainda maior. Por causa de toda essa
publicidade, o conceito do clímax foi distorcido, e alguns casais perderam 
a
visão de toda a experiência do ato sexual, no ensejo de alcançar o objetivo 
de
atingir o clímax juntos. Quando um homem e uma mulher se mostram ansiosos, 
em
vez   de   encontrar   prazer   um   no   outro,   estão   dando   muita   importância   à 
atuação, e
não ao prazer que devem sentir um pelo outro enquanto praticam o sexo.
A mulher que sabe como chegar ao platô está a um pequeno passo de alcançar 
o
clímax; só é necessário um pouco mais de
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar ­ relação sexual
65
tempo e estímulo. Entretanto, algumas mulheres a quem tenho aconselhado
confidenciam que para elas realmente não vale a pena o esforço que é feito 
para
alcançar o clímax. Afirmam já terem conseguido algumas vezes, mas que se
contentam com o sexo sem o orgasmo e gostariam de que seus maridos não as
pressionassem tanto nesse sentido. Geralmente, sugiro aos homens que deixem 
suas
esposas escolherem se querem ou não experimentar o orgasmo.
Observo, através de minha experiência, que as mulheres com mais energia
geralmente   optam   por   atingir   o   clímax   todas   as   vezes   que   fazem   amor. 
Aquelas com
menos energia, ou as que se sentem cansadas após um dia longo e difícil,
geralmente preferem o oposto. Os homens, por sua vez, cheios de energia ou
exaustos,   quase   sempre   preferem   chegar   ao   clímax   porque,   para   eles,   isto 
exige
pouco esforço.
Para   uma   boa   relação   sexual,   deve­se   levar   em   conta   essa   diferença   de 
esforços.
Um homem sensível não pressionará sua esposa a chegar ao clímax porque sabe 
que
ela   pode   sentir   prazer   sem   necessariamente   experimentar   o   orgasmo.   A 
ansiedade
sobre   o   chegar   ou   não   ao   clímax   não   deve   ter   lugar   numa   relação   sexual 
bemsucedida.
Recuperação: arrebol ou ressentimento?
A fase da recuperação é apropriadamente descrita como "arrebol", quando os 
dois
parceiros descansam, um nos braços um do outro, sentindo­se plenamente
realizados.   Entretanto,   como   os   homens   e   as   mulheres   não   compartilham   os 
mesmos
instintos após o clímax, este estado ideal frustra muitos casais.
Normalmente, logo após o clímax, a mulher volta ao estágio do platô e pode
atingir outro clímax, se assim quiser. Se não, volta lentamente ao estágio 
da
excitação e, finalmente, a uma fase de calma. Quando isto acontece, ela se 
sente
envolvida por uma paz profunda, e geralmente sente forte desejo de afeto. 
Muitas
mu­
43
66
Ela Precisa, Ele Deseja
lheres que aconselho dizem que este sentimento pode permanecer por uma hora 
ou
mais, após o ato sexual.
Durante   o   período   de   recuperação,   o   homem   não   experimenta   as   mesmas 
sensações.
Um   segundo   clímax   para   ele   não   é   desejável   porque   exigiria   muito   mais 
esforço do
que   o   primeiro,   se   é   que   ele   conseguiria   chegar   lá.   Para   a   maioria   dos 
homens,
um terceiro clímax, dentro de um curto período de tempo, é praticamente
impossível. Diferentemente da mulher, o homem não volta ao estágio do platô 
após
o clímax ­ ele geralmente volta à fase da excitação e, mesmo assim, isto
acontece   apenas   momentaneamente.   Um   minuto   depois   do   clímax,   os   homens 
vêem­se
totalmente desinteressados em sexo. Geralmente, estes homens pulam da cama,
tomam uma ducha, viram de lado e dormem. Muitos acabam com a sua lua­demel 
por
causa deste comportamento insensível.
Cada casal precisa desenvolver o seu tempo próprio para o estágio da
recuperação. O homem deve estar pronto para pró­ ; porcionar à sua esposa 
um
segundo clímax, através de estímulo j manual, se ela assim desejar, ou deve
continuar   demonstrando   .]   carinho   para   com   ela   durante   algum   tempo.   Não 
permita
que i este momento tão precioso e importante para uma conversa esca­ 1 pé 
de
suas mãos. í
Por sua vez, a mulher não deve encarar a perda de interesse j repentina de 
seu
marido pelo sexo como rejeição para com ela. E j preciso que ela entenda 
que
a parte puramente física do seu impulso sexual aumenta após um período de
abstinência física e cai logo após o clímax. Isto não significa que ele não 
a
ama   mais,   mesmo   que   seu   instinto   sexual   tenha   momentaneamente   um   ponto 
baixo.
Solucionando os problemas sexuais
Se   os   problemas   sexuais   causam   tensões   e   tristeza   em   muitos   casamentos, 
estas
mesmas dificuldades podem ser resolvidas com
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar ­ relação sexual 67
muito mais facilidade do que se imagina. Em muitos casos, isto requer
simplesmente educação sexual. Para lidar com estes problemas, o casal que 
se
dispõe a aprender o que é preciso saber e põe em prática o que aprendeu,
alcançará a realização sexual. As esposas, em especial, precisam saber mais
sobre a sua sexualidade. Antes de satisfazer a necessidade de seus esposos 
pelo
sexo, elas devem saber como experimentar cada um dos estágios descritos
anteriormente.
Muitos   me   perguntam:   "Como   posso   aprender?".   Depende   da   gravidade   do 
problema
que você enfrenta. Uma das formas de solução seria os casais lerem juntos 
alguns
dos excelentes livros que discutem e ilustram o sexo para casais casados. 
Por
ser um assunto que ultrapassa o escopo deste livro, procurei não entrar em
detalhes sobre como desenvolver habilidades para fazer amor.
É importante que vocês leiam algum manual sobre sexo, com o objetivo de
descobrir o que pode ser bom para ambos. Muitos destes livros bombardearão 
vocês
com todos os tipos de procedimentos sexuais. Mas lembrem­se: alguns poderão 
dar
certo; outros, não. Não existem dois casais que reajam exatamente da mesma
maneira. Você não tem de atingir um padrão, mas, sim, sentir realização,
satisfação e amor.
Se   você   tem   um   problema   sexual   sério,   talvez   precise   consultar   um   bom 
terapeuta
especializado. Tenho usado a terapia sexual para orientar alguns clientes 
com
problemas   nesta   área.   Como   cada   caso   a   que   assisto   é   de   natureza 
específica, não
abordarei aqui os procedimentos terapêuticos.
Uma das ironias do meu trabalho acontece quando aconselho casais na faixa 
dos
setenta   anos   de   idade   com   problemas   de   incompatibilidade   sexual.   Quase 
sempre,
eles solucionam sua dificuldade em poucas semanas, e muitos experimentam a
realização sexual pela primeira vez, depois de quarenta ou cinqüenta anos 
de
casamento. "Como isto poderia ter feito a diferença em nosso casamento!", 
muitos
relatam. Ao mesmo tempo que fico feliz por
44
68
Ela Precisa, Ele Deseja
eles terem, finalmente, resolvido um problema conjugai longo e frustrante,
sinto­me   triste   pelos   anos   em   que   eles   suportaram,   sem   necessidade,   a 
culpa, a
raiva e a depressão que geralmente acompanham a incompatibilidade sexual.
Satisfazendo as necessidades um do outro
Como   foi   dito   no   capítulo   l,   quero   que   os   maridos   e   as   mulheres   se 
conscientizem
das   cinco   necessidades   emocionais   mais   importantes   um   do   outro   e   como 
satisfazêlas.
Comecei a discussão destas necessidades básicas com aquelas que julgo ser
as fundamentais para um bom casamento: afeto para ela, e sexo para ele.
Você deve ter achado algumas das coisas ditas neste capítulo irritantes, ou
mesmo   repulsivas.   Talvez   eu   tenha   ofendido   algumas   esposas   ao   dizer   que 
elas
precisam   "aprender"   sobre   a   sua   sexualidade.   Estou   disposto   a   correr   o 
risco
porque   a   aposta   é   alta.   Ao   aconselhar   inúmeros   casais,   dois   problemas 
básicos
surgem repetidamente. Você pode pensar que eles são vergonhosos, irritantes 
ou
de causar indignação, mas aqui estão os fatos:
• Por estarem geralmente em maior contato com sua própria sexualidade, por 
ser
isto   um   impulso   básico   masculino,   muitos   homens   têm   falta   de   habilidade 
para
fazer amor porque não compreendem a necessidade que a mulher tem por afeto 
como
parte   do   processo   sexual.   Quando   o   homem   aprende   a   ser   afetuoso,   sua 
atuação na
relação   sexual   torna­se   bem   diferente.   O   homem   interessado   apenas   em 
satisfazer
sua   fome   por   sexo   molesta   sua   esposa   mais   do   que   qualquer   outra   coisa 
porque sua
técnica é insensível aos sentimentos dela. Este homem usa o corpo de sua 
esposa
para o seu próprio prazer, enquanto ela se torna cada vez mais indignada.
• Por outro lado muitas mulheres não compreendem suficientemente a própria
sexualidade para saber como sentir pra­
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar ­ relação sexual 69
zer   em   satisfazer   a   necessidade   compulsiva   do   marido   pelo   sexo.   Para 
satisfazer
a sexualidade de seu marido, a esposa também precisa se sentir satisfeita. 
Tento
incentivar as esposas a não apenas deixar seus corpos disponíveis com mais
freqüência, mas, também, a se empenhar em aprender a ter tanto prazer na 
relação
sexual quanto seus maridos.
A regra de ouro do casamento
É certo que, para a esposa ter prazer no sexo, ela precisará da ajuda de 
seu
marido. Se ele não der o afeto e o carinho de que sua mulher precisa, ela o 
verá
como um insensível e desatencioso. O princípio da reciprocidade é aplicado 
em
todo este livro. Você não pode ter prazer neste seu momento da vida a dois 
se
seu cônjuge não tiver prazer também. Se você se importa com seu cônjuge, 
não vai
usá­lo ou negá­lo por egoísmo ou ignorância.
Quase todas as culturas e gerações conhecem a Regra de Ouro. Jesus Cristo 
nos
ensinou: "Como quereis que os homens vos façam, assim fazei­o vós também a 
eles"
(Lucas  6.31).  À medida  que  você pensar  sobre os  conceitos comentados  até 
aqui e
analisar   as   outras   oito   necessidades   apresentadas   adiante,   por   favor 
considere
esta   pequena   versão   da   Regra   de   Ouro.   Eu   a   chamo   de   a   Segunda   Lei   do 
Casamento
de Harley:
Satisfaça as necessidades do seu cônjuge como você deseja que seu cônjuge
satisfaça as suas.
Perguntas para ela
1. Numa escala de l a 10, sendo o 10 "muito satisfatório", como você
classificaria os quatro estágios da sua resposta
45
70
Ela Precisa, Ele Deseja
sexual para com seu marido?
Excitação: Platô: Clímax: Recuperação:
2. Se você classificou qualquer um dos quatro estágios como fraco, qual, 
você
acha, seria o problema? Estaria a dificuldade com você, com seu marido ou 
com
ambos?
3. Depois da leitura deste capítulo, o que você acha que aprendeu sobre a
necessidade de seu marido por sexo?
Perguntas para ele
1. Se sua esposa comentasse sobre seus desejos e técnicas sexuais com um
terapeuta especialista, o que você acha que ela diria?
2. Como você descreveria a sua dieta sexual: constante, espasmódica ou de 
fome?
3. De acordo com o autor, uma mulher se excita através de afeto, atenção,
ternura   e   sensibilidade   de   seu   marido.   São   estas   as   qualidades   que   você 
tenta
desenvolver e expressar? O que você acha que sua esposa diria em resposta a 
esta
pergunta?
Para pensar juntos
1.   Estamos   ambos   tendo   uma   experiência   sexual   satisfatória?   Caso   não 
estejamos,
em quais estágios haveria problemas e como poderíamos mudar esta situação?
2. Estamos precisando estudar juntos um bom manual sobre o sexo?
3. De acordo com o autor "o casamento é uma união muito condicional. Se não
tento satisfazer as necessidades da minha esposa e ela não tenta satisfazer 
as
minhas, podemos estar tecnicamente casados, mas não conheceremos a feli­
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar ­ relação sexual 71
cidade   e   a   realização   que   o   casamento   proporciona".   Você   concorda   ou 
discorda?
Conversem um com o outro sobre como se sentem a respeito desta afirmação.
4. Nas áreas do afeto e do sexo estamos colocando em prática a versão do 
autor
sobre a Regra de Ouro ­ "Satisfaça as necessidades do seu cônjuge como você
deseja que seu cônjuge satisfaça as suas"?
46
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
^<^   üando   Júlia   e   Henrique   namoravam,   passavam   o   tempo   todo   conversando. 
Nos
dias   em   que   não   podiam   estar   juntos,   conversavam   ao   telefone   durante   uma 
hora ou
mais.   Dificilmente   planejavam   encontros   formais   porque   o   verdadeiro 
interesse
dos dois era estarem juntos para conversar. Algumas vezes, eles ficavam tão
envolvidos na conversa que esqueciam de fazer o que haviam planejado para 
aquela
noite.
Após   o   casamento,   Júlia   e   Henrique   descobriram   que   suas   conversas 
diminuíram
consideravelmente. Ambos se tornaram ocupados com outras coisas que tomavam
muito   do   seu   tempo.   E,   cada   vez   que   tinham   a   oportunidade   de   sentar   e 
conversar,
Júlia
47
74
Ela Precisa, Ele Deseja
percebia que Henrique tinha menos coisas a dizer. Quando chegava em casa, 
vindo
do   trabalho,   ele   geralmente   enfiava   a   cabeça   no   jornal,   assistia   à 
televisão e
ia   cedo   para   a   cama.   Isto   não   quer   dizer   que   Henrique   estivesse 
desinteressado
em Júlia ou chateado com ela. Ele simplesmente queria relaxar após um dia 
de
trabalho cansativo.
"Querido, eu realmente sinto falta das nossas conversas. Gostaria de poder
conversar mais, como fazíamos antes", Júlia disse um dia.
"Verdade? Eu também gostava muito daquele tempo. Sobre o que você gostaria 
de
conversar?"
Este comentário de Henrique não marcou nenhum depósito no Banco do Amor de
Júlia. Ela não disse, mas pensou: Se você não sabe a resposta para esta
pergunta, então acho que não temos nada sobre o que conversar.
Depois desse dia Júlia começou a indagar por que as coisas haviam mudado.
Henrique continuava falante, quando queria
­   por   exemplo   com   um   grupo   de   amigos,   durante   uma   partida   de   futebol. 
Parece que
ele reservava seu silêncio apenas para a esposa, e ela estava achando muito
difícil não se ressentir disso.
Henrique e Júlia freqüentemente passavam algum tempo com Tomás e Cátia, um 
casal
vizinho com a mesma idade deles. Júlia logo observou que Tomás costumava 
dirigir
sua   conversa   para   ela,   e   parece   que   ele   nunca   tinha   dificuldades   em 
encontrar
assunto para conversa.
Depois de algum tempo, Júlia passou a considerar os encontros com Tomás e 
Cátia
o ponto alto da semana. Ela aguardava aqueles momentos, quando podia falar 
sobre
as várias coisas que tinha em mente. Tomás sempre a ouvia com atenção e era
sempre muito bem­sucedido na outra metade da conversa. Todas as vezes que 
se
encontravam   em   grandes   grupos   ­   em   festas,   por   exemplo   ­,   Tomás   sempre 
escolhia
Júlia como companheira de conversa. Ele se sentava com ela em reuniões e a
convidava para par­
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
75
ticipar de eventos especiais nos quais houvesse interesse mútuo. Eles se
tornaram bons amigos. Decerto, Tomás acumulou um bom saldo no Banco do Amor 
de
Júlia.
Com o passar do tempo a amizade se intensificou e Júlia logo entendeu que 
aquele
relacionamento   se   tornara   mais   do   que   uma   simples   amizade   para   ela. 
Finalmente,
um   dia   ela   experimentou   contar   para   Tomás   que   se   sentia   muito   apegada   a 
ele.
"Júlia,   estou   apaixonado   por   você   desde   a   primeira   vez   que   nos 
encontramos",
Tomás se declarou. Em poucas semanas, Júlia e Tomás estavam totalmente
envolvidos num relacionamento extraconjugal.
Júlia   caíra   na   armadilha.   Tomás   havia   chegado   para   preencher   uma 
necessidade que
Henrique   sempre   preencheu   de   forma   maravilhosa   antes   do   casamento.   Por 
alguma
razão,   o   interesse   de   Henrique   por   uma   boa   conversa   acabou   após   o 
casamento.
Quando Júlia refletia sobre tudo isso, ela pensava: É uma pena que eu não 
possa
ter   este   mesmo   tipo   de   conversa   com   Henrique.   Houve   um   tempo   em   que 
podíamos.
Por que não agora?
Por que meu marido não conversa comigo?
Dificilmente   um   homem   me   pergunta:   "Por   que   minha   esposa   não   conversa 
comigo?".
Mas sempre ouço das mulheres: "Por que meu marido não conversa comigo?". 
Parece
que os homens não têm tanta necessidade de conversar com suas esposas como 
as
esposas têm de conversar com seus maridos. As mulheres, por outro lado,
demonstram prazer  em conversar pelo  benefício que  a conversa em  si traz. 
Muitas
delas passam horas ao telefone conversando com amigas, enquanto os homens
raramente ligam para outro homem apenas para bater papo ou para ficar em 
dia com
as   novidades.   As   reuniões,   os   lanches   e   outros   encontros   cujo   objetivo 
principal
48
é a conversa compartilhada sobre as suas preocupações pessoais trazem muita
satisfação para as mulheres. Quan­
49
76
Ela Precisa, Ele Deseja
do   os   homens   se   encontram   a   conversa   gira   mais   em   torno   de   assuntos 
práticos,
como o conserto do carro, o melhor lugar para pescar ou qual time ganhará o
campeonato de futebol. Eles também gostam de contar piadas e anedotas, mas 
não
gostam de falar sobre si mesmos ou sobre os seus sentimentos.
Por que razão, então, os homens acham tão fácil conversar com as mulheres
durante o período de namoro? Uma razão óbvia é que eles querem causar uma 
boa
impressão e as mulheres certamente fazem o mesmo. Durante o namoro ambos
demonstram, com avidez, toda a sua habilidade de ser alegres, espirituosos,
divertidos, etc.. Ambos se sentem altamente motivados em descobrir do que o
outro gosta ou não. O homem, especialmente, mostra­se curioso, o que não é 
algo
comum, sobre sua companhia feminina. Ele deseja descobrir seus sentimentos 
sobre
as coisas e ouvir seus problemas. Ele quer saber o que pode fazê­la alegre 
e
feliz.
Nesta   mesma   investida   ele   busca   descobrir   os   interesses   dela.   Quer   saber 
como se
mostrar   atraente   para   ela.   Como   sabe   que   ela   gosta   de   receber   um 
telefonema, ele
a   telefona   pontual   e   regularmente   todas   as   vezes   que   não   podem   estar 
juntos.
Isto mostra o quanto ele a ama e o quanto pensa nela.
Apesar de sentir muito prazer em conversar, as mulheres não gostam quando 
os
homens   passam   a   noite   falando   apenas   sobre   os   seus   próprios   problemas   e 
suas
realizações.   Tenho   aconselhado   várias   mulheres   que   recorrem   aos 
classificados de
encontros de jornal. Após o primeiro encontro, ouço com freqüência: "Aquele 
cara
era um chato! Tudo o que ele fez foi falar de si mesmo".
Isso   mostra   que   a   conversa   que   satisfaz   a   necessidade   de   uma   mulher   é 
aquela que
enfatiza os eventos do dia dela, as pessoas que ela possa ter encontrado e,
acima de tudo, como ela se sente sobre tudo isso. Ela deseja atenção verbal 
e,
de   boa   vontade,   dá   a   mesma   atenção   ao   seu   marido,   ouvindo­o   com   prazer 
quando
ele fala apenas sobre si mesmo e sobre as coisas que fez.
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
77
A   mulher   deseja   estar   com   alguém   que,   no   seu   entender,   preocupa­se 
imensamente
com ela. Quando percebe esse tipo de atenção, ela se sente bem próxima da 
pessoa
com quem está falando. Na psique feminina a conversa mistura­se ao afeto, o 
que
ajuda a mulher a se sentir unida à outra pessoa. Este sentimento de união 
com a
outra pessoa permanece enquanto o afeto e as conversas continuarem diárias.
Se o trabalho do marido exige que ele viaje, o telefone pode ajudar o casal 
a
manter o senso de comunicação e aproximação. Mas, mesmo que ele ligue todas 
as
noites para casa, é muito comum que, na sua volta, a esposa precise de um 
ou
dois   dias   para   restabelecer   o   vínculo   que   tinha   com   o   marido   antes   da 
viagem. As
mulheres casadas com homens que precisam viajar com freqüência me dizem que 
é
muito difícil adaptar­se à volta dos mandos. Uma delas relatou: "É preciso 
um
dia ou dois para que eu me sinta próxima dele o bastante para fazer amor".
Muitos   ­   talvez   a   maioria   ­   dos   casais   que   aconselho   têm   problemas 
relacionados
com   o   trabalho.   Funções   que   exigem   muitas   viagens   podem   destruir   um 
casamento. O
modelo   do   cônjuge   que   está   sempre   em   trânsito   torna   difícil,   senão 
impossível,
para o outro cônjuge, manter o senso de unidade. No casamento em que ambos
viajam muito, o desafio que ambos têm de se manter emocionalmente ligados é
duplicado.
Leva tempo para se comunicar o
Se o marido deseja, com seriedade, satisfazer a necessidade que sua esposa 
tem
de se sentir próxima dele, é preciso que separe tempo e atenção suficientes 
para
esta   tarefa.   Digo   aos   meus   clientes   do   sexo   masculino   que   eles   devem 
aprender a
reservar quinze horas semanais para dar atenção exclusiva às suas esposas.
Muitos deles me olham como se eu fosse um maluco, ou simplesmente riem e 
dizem:
"Em outras palavras, preciso de um dia com trinta
50
78
Ela Precisa, Ele Deseja
e   seis   horas".   Sem   piscar   pergunto   quanto   tempo   eles   passavam   dando   às 
esposas
atenção exclusiva quando eram namorados. Qualquer rapaz que comete a falta 
de
não dedicar esse período de tempo à sua namorada corre o grande risco de 
perdêla.
O que acontece em um encontro típico durante o namoro? Namorado e namorado
procuram uma atividade que possa servir de argumento para estarem juntos.
Geralmente   eles   escolhem   uma   atividade   recreativa,   como   jogar   pingue­
pongue, ir
ao   cinema   ou   jantar   fora.   A   atividade,   porém,   é   incidental.   O   que   eles 
querem,
de fato, é estar juntos para ter a atenção um do outro. A maior parte dos
encontros está centralizada nas demonstrações de afeto um para com o outro 
e nas
conversas.
Quando um casal de namorados compartilha o seu tempo, em geral têm dois
objetivos   básicos,   apesar   de   possivelmente   não   terem   consciência   disso. 
Eles
tentam (1) conhecer um ao outro mais completamente e (2) ter a oportunidade 
de
saber o quanto cada um se importa com o outro.
Por que estes objetivos já não são tão fortes depois do casamento?
O casal que deseja um casamento feliz segue em frente com estes propósitos 
e
objetivos por toda a vida. Primeiro, para o bem da mulher, eles precisam
reservar um tempo para sair juntos. É aqui que entra a minha recomendação 
sobre
as   quinze   horas   semanais.   O   casal   pode   incluir   outras   atividades   nesse 
período,
mas a prioridade deve ser o diálogo ­ uma conversa particular, íntima, sem
crianças ou amigos.
Quando o casal não passa muito tempo junto, a mulher, principalmente, perde 
o
senso de intimidade de que ela necessita, e no qual tem grande prazer. Além
disto, o Banco do Amor começa a diminuir seus fundos. Esta minha sugestão 
de
quinze   horas   semanais   é   resultado   de   uma   pesquisa   feita   com   algumas 
clientes. Eu
quis saber quanto tempo elas precisavam passar com seus maridos para que
pudessem   sentir­se   bem   próximas   e   suficientemente   à   vontade,   a   fim   de 
desfrutar,
com prazer, a intimidade sexual.
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
79
Uma   atividade   pode   ser   incluída   nas   quinze   horas   estabelecidas   se   você 
puder
responder afirmativamente a esta pergunta: "Esta atividade permitirá darmos
atenção especial um ao outro?". Ir ao cinema e assistir a um filme de três 
horas
não atende ao nosso critério. Você pode até trocar algum carinho durante o
filme, mas, na maior parte dos casos, não se pode dizer, com certeza, que 
se deu
atenção especial um ao outro.
Atividades   como   praticar   uma   caminhada,   ir   a   um   restaurante,   fazer   um 
passeio de
barco,   passar   o   dia   na   praia   e   outras   semelhantes   são   mais   adequadas. 
Qualquer
atividade recreativa que exija muita concentração ou muito exercício,
prejudicando o diálogo, não se adapta ao nosso objetivo
Se, enquanto estão andando de carro, você e sua esposa envolvem­se numa
conversa, inclua este tempo nas quinze horas. Faça o mesmo em relação às
refeições   que   vocês   compartilham,   sem   distração   por   parte   de   crianças   ou 
outras
fontes.
Durante o namoro as mulheres apaixonam­se como resultado do período em que
passam   com   os   namorados,   trocando   carinho   e   conversando.   Se   o   casal 
continua a
se envolver em atividades que proporcionaram essa oportunidade, o casamento
promete ser bem­sucedido. Quando duas pessoas se casam, cada parceiro tem o
direito de esperar que o mesmo amor e carinho prevalecente durante o namoro
continue   após   o   casamento.   Infelizmente,   o   estereótipo   comum   aplicado   a 
muitos
casamentos ­ talvez à maior parte deles ­ mostra que um dos cônjuges, ou 
ambos,
fazem   uma   completa   reviravolta   nas   ações   e   nas   atitudes   enquanto   o   som 
daquele
"sim" ainda soa nos ouvidos de quem o ouviu. É verdade que falta precisão 
ao
estereótipo   porque,   geralmente,   são   necessários   meses,   ou   até   anos,   para 
que as
51
coisas mudem, mas elas mudam. Por quê? Porque no casamento as pessoas não
assumem um compromisso de tempo um para com o outro. Sabemos o que devemos
fazer, mas temos a tendência de não dar valor a nossos cônjuges. As novas
pressões da vida de casado muitas vezes
52
80
Ela Precisa, Ele Deseja
nos   pegam   de   surpresa,   deixando­nos   sem   tempo   para   dar   o   carinho   e   a 
atenção à
pessoa que prometemos amar.
A síndrome de "desvalorização do cônjuge" explica por que as conversas
fantásticas dos dias de namoro podem enfraquecer e se transformar numa vida 
de
casado enfadonha, que traz decepção e desilusão. Cada casal precisa sentar­
se e
refletir sobre este pensamento: "Meu cônjuge casou­se comigo porque achou 
que as
coisas   agradáveis   que   eu   fazia   durante   o   nosso   namoro   continuariam   pelo 
resto de
nossa vida. Será que estou cumprindo a minha parte nesta negociação?".
A maior parte das pessoas que se casam não acha que o seu namoro foi uma
fantasia   e   que,   após   o   casamento,   tudo   pode   se   tornar   horrível.   Elas   se 
casam
porque tiveram tanto prazer em tudo o que aconteceu durante o namoro que
gostariam de poder continuar pelo resto da vida.
Está   claro   que   as   circunstâncias   podem   mudar   após   o   casamento.   Logo   no 
início do
nosso casamento, Joyce e eu enfrentamos dificuldades financeiras. Eu ainda
estava na faculdade, mas, mesmo assim, precisava providenciar sustento para
minha   esposa   e   meus   filhos.   Joyce   ficava   em   casa   com   as   crianças   e   cada 
centavo
era contado. Então, eu me perguntava: "O que Joyce preferiria: dinheiro para
gastar   ou   um   tempo   comigo?".   Se   eu   tivesse   colocado   este   assunto   nesses 
termos
para ela, possivelmente ela optaria pelo dinheiro, porque tínhamos contas 
para
pagar   e   precisávamos   manter   a   casa   em   funcionamento   ­   outra   necessidade 
básica
para   muitas   mulheres,   que   discutiremos   mais   de   perto   no   capítulo   9. 
Felizmente,
não permitimos que as pressões financeiras interferissem em nosso
relacionamento.  Mais  tarde,  com  as  minhas  experiências  de  aconselhamento, 
eu
aprenderia esta grande verdade: o dinheiro ou a profissão devem servir ao
casamento;   o   casamento   jamais   deve   servir   ao   dinheiro   ou   à   profissão. 
Observo
que, em muitos dos casamentos fracassados, o casal abandonou o seu
relacionamento para construir fortuna. No fim eles consegui­
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
81
ram a fortuna, mas as custas do casamento.
A grande luta da sociedade capitalista pela aquisição de cada vez mais bens 
é,
talvez, o inimigo mais mortal que qualquer família possa enfrentar. O que
deveria   ocupar   o   primeiro   lugar   num   casamento:   o   seu   relacionamento   como 
marido
e mulher ou o seu padrão de vida? Todos nós sabemos a resposta certa, mas 
muitos
casais mesmo entendendo, agem do modo contrário. Eles colocam o padrão de 
vida à
frente do seu relacionamento, com a idéia de que "seremos felizes se
conseguirmos uma boa condição financeira". Em muitos casos, entretanto, é
exatamente o contrário que acontece. Eles conseguem um alto padrão de vida, 
mas
a um preço altíssimo.
Joyce e eu decidimos passar mais tempo juntos e, por isso, tivemos de mudar
algumas coisas em nosso estilo de vida. Eu conhecia a idéia falsa de julgar 
as
coisas apenas do ponto de vista financeiro, mas continuava com contas para
pagar. Portanto, a nossa decisão significava baixar o nosso padrão de vida.
O casal em que um dos cônjuges passa muitas horas extras no trabalho ou em
trabalhos   extras   pode   estar   escrevendo   o   certificado   de   óbito   de   seu 
casamento ­
ou, pelo menos, preparandose para dar entrada no hospital. Eles precisam
compreender   que   o   seu   relacionamento   é   a   parte   mais   importante   de   sua 
qualidade
de vida.
Por que conversar é tão importante?
À medida que estudamos as dez necessidades básicas mais importantes para os
homens   e   para   as   mulheres,   você   começará   a   perceber   que   elas   estão 
intimamente
relacionadas. Por esta razão, se você fracassar em satisfazer uma das
necessidades do seu cônjuge, isto poderá influenciar sua capacidade de
satisfazer   outra.   Por   exemplo:   imagine   você   tentando   satisfazer,   com 
sucesso, a
necessidade sexual de seu cônjuge sem usar a comunicação verbal. Sem
53
82
Ela Precisa, Ele Deseja
diálogo, você nunca conseguirá manter aquele clima de carinho e de profunda
relação física de que seu parceiro precisa!
Algumas pessoas pensam, erroneamente, que podem separar a realização dessas
necessidades básicas. A esposa cujo marido não conversa pode achar que ter 
uma
boa   amiga   com   quem   conversar   ­   delegando   à   outra   pessoa   a   tarefa   de 
satisfazer a
sua   necessidade,   mas   permanecendo   sexualmente   fiel   ao   seu   marido   pode 
parecer
uma boa solução em princípio. O problema é que, inadvertidamente, isso
enfraquece o seu casamento com a perda do elo de intimidade que é cultivado 
com
os momentos de conversa com seu marido. E é ainda mais grave se a esposa 
tiver
consciência   de   que,   se   quiser   sentir­se   unida   a   ele,   os   dois   precisam 
conversar.
"Jonas,   vamos   conversar",   ela   diz.   "Sobre   o   que   você   gostaria   de 
conversar?"
Esta   pergunta   inocente   de   Jonas   provocaria   a   ira   na   maior   parte   das 
mulheres, se
viesse   da   boca   de   seus   maridos,   porque   isto   demonstra   que   o   homem   pouco 
entende
do diálogo como uma necessidade real da mulher. Talvez ele entendesse melhor 
a
irritação de Marilu se a conversa fosse mais ou menos assim: "Marilu, vamos
fazer amor."
Ela perguntaria: "Por quê, Jonas? Já estamos prontos para ter filhos?"
Quando pensamos no diálogo de Marilu com Jonas sobre o sexo, começamos a
entender como a pergunta dele sobre o que conversar parece ridícula para a
mulher,  e, mesmo  assim, este  mesmo diálogo  repete­se  freqüentemente entre 
muitos
casais.   Por   quê?   Creio   que   a   razão   é   a   falta   de   conhecimento   de   ambos 
acerca da
forma como o outro vê a conversa.
Assim   como   Jonas   vê   o   sexo   como   algo   prazeroso   em   si,   Marilu   precisa 
conversar.
Como   acontece   com   a   maior   parte   das   mulheres,   conversar   faz   com   que   ela 
sinta um
amor  mais  romântico  por  Jonas,  porque  a  conversa  é  uma  forma  de  que  ela 
dispõe
para
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
83
compartilhar intensamente a sua vida com ele. Isto cria uma atmosfera que
contribui para a sua felicidade. O homem que reserva tempo para conversar 
com
uma mulher terá acesso ao seu coração.
Jonas vê o diálogo principalmente como um meio para alcançar um fim, não 
como um
fim   em   si.   Se   ele   deseja   saber   como   a   conta   bancária   ficou   com   saldo 
negativo,
você pode estar certo de que ele falará com Marilu, mas não se preocupará 
em
comentar com ela como o caixa do banco foi gentil com ele, na última vez em 
que
esteve   lá.   As   mulheres   também   conhecem   os   propósitos   práticos   de   uma 
conversa,
mas têm muita dificuldade em explicar que simplesmente gostam de conversar 
com
alguém.
Ao mesmo tempo que o diálogo preenche uma necessidade emocional da mulher, 
serve
a outros propósitos na construção de um relacionamento. O diálogo ajuda os
casais a (1) comunicar suas necessidades um ao outro e (2) descobrir como
satisfazer essas necessidades. Quando o marido e a mulher participam de uma
conversa que realmente transmite essa informação sobre suas necessidades
desenvolvem maior compatibilidade. Para começar, pergunte como seu cônjuge 
se
sente   e   no   que   ele   ou   ela   está   pensando.   Você   poderia,   certa   noite, 
perguntar,
por exemplo: "O que fez você se sentir bem hoje? E o que fez você se sentir
mal?". Em seguida conte a ele ou ela o que fez você se sentir bem e o que 
fez
você se sentir mal.
Ao   compartilhar   esse   tipo   de   informação,   você   compreenderá   melhor   o   que 
está
acontecendo no mundo do seu cônjuge e suas reações às situações que exercem
influência   sobre   vocês.   Se   alguma   coisa   que   eu   faço   pode   afetar   a   minha 
mulher
negativamente,   preciso   tomar   conhecimento   desta   realidade   para   que   possa 
mudar
meu comportamento e fazer algo que seja agradável a ela. Por outro lado, se
estou fazendo algo certo, também preciso saber para que possa continuar, e 
até
54
mesmo, melhorar essa ação. Os casais não devem trabalhar tão intensamente 
ou
durante muito
55
84
Ela Precisa, Ele Deseja
tempo   nesse   processo   porque,   mesmo   que   se   faça   algo   com   a   melhor   das 
intenções,
o efeito pode ser contrário, se vocês não se mantiverem em contato desta 
forma.
Como evitar o distanciamento
Posso   testemunhar   pessoalmente   como   um   casal   é   capaz   de   mudar   e   se 
distanciar,
se   os   dois   não   mantiverem   um   diálogo   saudável.   Quando   casamos   eu   havia 
acabado
de me formar na faculdade e Joyce completara o segundo ano. Após dois meses 
de
casados, ela decidiu não terminar  a faculdade e conseguiu um trabalho de 
tempo
integral   como   secretária.   Quando   completei   dois   anos   de   formado,   tivemos 
nosso
primeiro filho, e Joyce tornou­se uma dona de casa de tempo integral. Ao fim 
de
mais três anos de formado, completei meu doutorado e tínhamos, então, dois
filhos.
Joyce começou a desevolver seu interesse e habilidade na área da música,
enquanto minha profissão me conduzia para a psicologia. Ela se tornou uma
artista da música crista e uma oradora e vocalista muito requisitada. Eu
ensinava psicologia, orientava pesquisas e desenvolvia a minha prática em
aconselhamento.
Logo   percebi   que   tínhamos   muito   pouco   sobre   o   que   conversar.   Quando   eu 
tentava
falar com ela sobre o meu trabalho a sua atenção não durava mais do que dez
segundos, e ela já saía para fazer outra coisa. Da mesma forma eu a ouvia
durante   o   mesmo   período,   quando   ela   descrevia   para   mim   os   seus   últimos 
desafios.
O Banco do Amor começou a apresentar débitos. A sua esfera de interesses 
estava
tornando­se   totalmente   diferente   da   minha.   Numa   representação   gráfica   o 
problema
se mostrava assim:
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
85
Reconhecemos que estávamos enfrentando um sério problema e decidimos fazer
alguma coisa a respeito antes que fosse tarde demais. Nosso relacionamento 
era
muito mais importante para nós do que nossas realizações profissionais.
Portanto,   precisávamos   de   uma   situação   cuja   representação   gráfica   fosse 
como a
Ilustração abaixo:
Fizemos   um   esforço   para   nos   envolvermos   mais   na   área   de   interesse   um   do 
outro.
Como eu já tinha certo gosto por música e apreciava muito as apresentações 
de
Joyce, ofereci­me para ajudála na preparação dos seus concertos e palestras.
Joyce tornou­se minha decoradora, usando seus talentos na área artística. 
Ela
decorou meus consultórios e atuava como anfitriã nos seminários e eventos
sociais.
Aprendemos a servir um ao outro em nossas respectivas áreas de interesse. 
Isto
não significa que tínhamos a intenção de passar a frente, ou dizer ao outro 
o
que   fazer,   ou   ainda,   dar   palpites.   Com   o   novo   programa   de   ação   logo 
percebemos
uma   intersecção   em   nossas   esferas   de   interesse.   Parte   da   minha   esfera 
continuava
um mistério para ela e vice­versa, mas agora tínhamos aquela área
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86
Ela Precisa, Ele Deseja
de   intersecção   na   qual   compartilhávamos   interesses   mútuos.   Recuperamos   o 
senso
de   unidade   que   tínhamos   quando   éramos   namorados.   Nosso   Banco   do   Amor 
começou a
dar lucros novamente.
Para nos envolvermos mais nas atividades um do outro, tivemos de abrir mão 
de
algumas   áreas   de   nosso   próprio   interesse.   Esta   forma   de   acomodação   é 
essencial
para desenvolver a compatibilidade. Para resumir os pontos­chaves:
1. Tenho a minha esfera de interesses e minha esposa tem a dela. Se as duas
esferas não encontram pontos comuns, nos distanciamos cada vez mais um do 
outro.
2. Como existe apenas certo número de horas no dia e na semana, precisamos
escolher: buscar interesses que podemos compartilhar ou interesses que não
compartilhamos. Se escolhermos a última opção, estaremos nos distanciando. 
Se
escolhermos a primeira, ficaremos cada vez mais juntos.
3. Enquanto me interesso por coisas que também são do interesse da minha 
esposa,
temos muitas coisas sobre o que conversar. O diálogo torna­se mais fácil e 
mais
interessante.
v Posso satisfazer a sua necessidade de diálogo com um esforço bem menor 
porque
é algo que se tornou natural e espontâneo.
Essas   idéias   podem   soar   quase   simplistas,   mas,   por   incrível   que   pareça, 
para
muitos casais, elas continuam esquecidas. Em vez de colocá­las em prática 
eles
preferem seguir os maus conselhos oferecidos por alguns autores, psicólogos 
de
ocasião ou por entrevistados especiais que ocasionalmente visitam programas 
de
televisão e que já estão no quarto ou quinto casamento. Estes pretensos
conselheiros incentivam os maridos e mulheres a, deliberadamente, optar por
interesses   diferentes,   pois   assim   estariam   "conquistando   o   seu   espaço"   e 
obtendo
independência um do outro. Eles ten­
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
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tam vender a idéia de que, se o marido e a mulher interagirem e dependerem 
muito
um do outro, perderão sua identidade pessoal e o senso de autovalor.
Creio que esta é uma das idéias mais prejudiciais disseminadas atualmente. 
Como
vocês   podem   ter   assuntos   sobre   os   quais   conversar   se   participam   de 
atividades
totalmente   diferentes?   O   argumento   de   defesa   para   os   interesses   diversos 
sugere
que   o   casal   tem   mais   para   conversar   quando   compartilha   o   que   faz 
separadamente.
Eu gostaria que isso fosse verdade, pois pouparia muito trabalho no meu
consultório de aconselhamento. Minha experiência, entretanto, mostra que o 
casal
se torna muito mais sujeito a se distanciar se as esferas de interesse forem
diferentes.
Com   essas   considerações   não   quero   dizer   que   o   marido   e   a   mulher   devam 
passar
todos os momentos juntos e fazer tudo em comunhão, mas creio que todo o
casamento precisa de alguns interesses mútuos, se é que o alvo é uma boa
comunicação. Um casamento em que marido e mulher se prendam a interesses
totalmente divergentes poderá sobreviver, mas tenho visto poucos prosperarem 
sob
tais circunstâncias.
Bem, imaginemos que vocês se comprometeram a reservar tempo para conversar,
permitindo que cada um conheça do que o outro gosta, ou não, através de
perguntas que sondem seus sentimentos e reações, procurando, de todas as
maneiras possíveis, aumentar a compatibilidade, com o desenvolvimento de
interesses mútuos. Todos esses são bons objetivos, mas você ainda enfrenta 
o
desafio   de   tornar   suas   conversas   algo   positivo   e   benéfico.   Alguns   casais 
talvez
precisem lutar contra o acúmulo de sentimentos e mágoas, pelo fato de terem 
se
comunicado de forma tão negativa e insuficiente no passado.
O  que   deve  ser   incluído  numa   boa  conversa?  Como   os  maridos   e  as   esposas 
podem
aprender   a   conversar,   de   forma   que   seja   algo   prazeroso   para   ambos?   Como 
eles
podem aprender a usar a boca para fazer depósitos, em vez de retiradas, em 
seus
Bancos do Amor?
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Ela Precisa, Ele Deseja
Os muitos livros sobre comunicação no casamento e o escopo deste capítulo 
não
podem cobrir todos os tópicos e ensinamentos úteis. Entretanto, listaremos
abaixo várias sugestões sobre algumas coisas básicas a serem evitadas ou
incluídas em suas conversas. Ao aconselhar casais percebo estas situações 
vindo
à tona muitas e muitas vezes.
Os inimigos da boa conversa
Em  primeiro  lugar  trataremos  dos  inimigos  da  boa  conversa  que  fazem  você 
retirar
unidades de seu Banco do Amor.
Inimigo   1:   Usar   a   conversa   para   conseguir   o   que   se   quer   às   custas   do 
cônjuge
Não há nada de errado em pedir o que se quer um do outro. Mas quando seus
pedidos tornam­se ordens, você cruzou a fronteira que o leva às retiradas 
do
Banco de Amor.
Seja quando for que você dê uma ordem, você estará dizendo a seu cônjuge 
que não
se importa com o que ele ou ela sente quando a executa. Você quer o que 
quer, e
é   só   isso   que   interessa.   E   claro,   você   pode   ter   cinqüenta   razões   pelas 
quais é
justo   e   apropriado   que   seu   cônjuge   dê   a   você   o   que   você   deseja.   Mas   no 
fundo
você   quer   as   coisas   da   sua   maneira,   mesmo   que   seja   às   custas   de   seu 
cônjuge. Eu
garanto a você, tal conversa retira unidades de amor.
Ordens   fazem   mais   que   destruir   o   amor   de   seu   cônjuge   por   você,   contudo, 
elas
também tornam menos provável que seu cônjuge faça o que você quer num outro
momento. Mesmo que você faça com que seu cônjuge obedeça sua ordem desta 
vez,
pode apostar que ele ou ela estará a postos da próxima e responderá ao fogo 
com
fogo. E quase certo que uma briga venha como resultado de sua ordem, se não
desta vez, da próxima. Ordens são, não apenas inimigas de uma boa conversa, 
mas
também uma maneira
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
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muito tola de se conseguir o que você venha precisar ou até merecer em seu
casamento.
Inimigo 2: Usar a conversa para punir o cônjuge.
Ferir verbalmente o seu cônjuge produz grandes retiradas do Banco do Amor. 
Isto
nada mais é que abuso emocional e mental. Freqüentemente causa mais danos 
do que
o   abuso   físico.   Testemunhei   casos   em   que   os   casais   criaram   frases 
especialmente
para ferirem um ao outro. Basta um dos cônjuges proferir tal frase para
começarem   as   ofensas   e   os   dois   perderem   o   controle   lançando   um   sobre   o 
outro
todas as expressões danosas que vêm às suas mentes.
Na maioria das relações extraconjugais, esta situação é geralmente evitada. 
Mas,
no   casamento,   é   impossível   fugir   delas.   Passado   algum   tempo,   o 
ressentimento
causado pelas batalhas verbais resulta em ódio entre marido e mulher.
Se você se sente aborrecido e ressentido, expresse o que está sentindo e
descreva   suas   expectativas   para   seu   cônjuge.   Mas   lembre­se:   não   use   as 
palavras
para   ferir   ou   magoar   o   outro.   Isto   só   contribui   para   que   seu   cônjuge   se 
mostre
menos disposto a satisfazer suas necessidades no futuro.
Inimigo 3: Usar a conversa para forçar o outro a concordar com o seu modo 
de
pensar.
Poucas   conversas   são   mais   irritantes   do   que   aquelas   em   que   alguém   tenta 
forçar
uma pessoa a concordar com a opinião da outra. Esta pessoa não é capaz de
entender o direito que o outro tem de tomar decisões. Se você deseja que 
seu
cônjuge entenda os seus sentimentos, precisa expressá­los de alguma forma. 
Mas a
acomodação de seus sentimentos não deverá exigir dele a perda dos valores
individuais ou de julgamento.
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Nunca force seu cônjuge a concordar com você. Se não for possível chegar a 
um
acordo,   aprenda   a   respeitar   a   opinião   do   seu   marido   ou   de   sua   esposa   e 
tente
compreender   o   conteúdo   dessa   opinião.   No   fim   este   exercício   de   respeito 
dará a
você   uma   boa   oportunidade   de   compartilhar   a   sua   posição,   sem   riscos   de 
retiradas
do Banco do Amor.
Inimigo 4: Persistir nos erros, passados ou presentes.
Dentro ou fora dos casamentos a maior parte das pessoas se ressente de
denúncias, críticas ou correções. Se outras pessoas nos dizem que cometemos 
um
erro,   geralmente   tentamos   justificar   nossa   falta   ou   colocamos   a   culpa   em 
outra
pessoa.
Por   outro   lado   se   alguém   que   estimamos   nos   diz   que   tem   uma   necessidade 
pessoal e
gostaria que nós a satisfizéssemos, geralmente nos dispomos a ajudar. Desde 
que
não   sejamos   criticados,   podemos,   de   boa   vontade,   agradar   os   outros   com 
alguma
mudança no nosso comportamento.
Os   erros   são   difíceis   de   provar.   O   que   uma   pessoa   chama   de   "erro"   pode 
parecer
correto de outro ponto de vista. Por outro lado a falha em satisfazer a
necessidade de outra pessoa apresenta­se mais claramente. Se minha esposa 
Joyce
me disser que eu a estou irritando, devo aceitar esta afirmação pelo valor 
da
declaração. Afinal, ela é o melhor juiz dos seus próprios sentimentos. Ao 
fazer
comentários   como   este   ela   não   está   necessariamente   me   criticando.   Em   vez 
disso,
está revelando o impacto do meu comportamento sobre os sentimentos dela. O 
meu
carinho por minha esposa é um presente, não uma exigência. Se me importo 
com os
seus sentimentos quero que ela me ajude a descobrir como me comportar de um 
modo
que satisfaça as suas necessidades. Mas se ela exige estas mudanças no meu
comportamento, não está reconhecendo minha generosidade e minha atenção, e 
isto
me coloca em posição de defesa.
A Terceira Lei do Casamento de Harley, referindo­se a isto, diz:
Parceiros atenciosos conversam de forma atenciosa.
Os amigos da boa conversa
Consideremos   agora   os   amigos   da   boa   conversa,   que   fazem   você   depositar 
unidades
no seu Banco do Amor.
Amigo 1: Interessar­se pelos assuntos preferidos um do outro.
Através da minha experiência no aconselhamento de casais, tenho observado 
que
mesmo   as   pessoas   mais   introvertidas   se   tornam   comunicativas   quando 
discutimos
assuntos   do   seu   interesse.   Algumas   mulheres   percebem   que   seus   maridos 
quietos
saem do casulo quando estão na companhia de seus amigos do sexo masculino.
Certa vez aconselhei um casal que estava prestes a se divorciar porque a 
esposa
já não podia mais suportar o silêncio do marido. Em meu consultório, a sós
comigo, aquele homem parecia um papagaio. Entretanto, quando sua esposa se
juntava a nós, ele se tornava uma pedra. Alguns assuntos de seu interesse o
traziam   para   fora.   Uma   vez   que   estes   assuntos   eram   introduzidos,   ele 
continuava
a conversar durante longo tempo.
Muitas   pessoas   precisam   começar   uma   conversa   com   assuntos   excitantes. 
Conforme a
conversa fica animada, elas podem mudar para um assunto menos estimulante, 
mas
continuando a apreciar a conversa até o fim.
Amigo 2: Conversar de forma equilibrada. No caso mencionado anteriormente 
pedi
que o marido e a mulher fizessem uma estimativa da quantidade de tempo que 
eles
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Ela Precisa, Ele Deseja
falavam   e,   em   cada   dez   minutos   de   conversa,   ela   deveria   deixar   o   marido 
falar
durante cinco minutos. A princípio a esposa achou que o marido não falaria 
nada
durante   esse   período,   mas   logo   que   os   assuntos   de   seu   interesse   foram 
incluídos,
ele   fez   a   sua   parte   em   dez   minutos.   Em   dado   momento,   a   esposa   foi 
solicitada a
equilibrar   a   conversa,   dando   ao   marido   a   mesma   quantidade   de   tempo   para 
falar
porque, até então, ela não tinha consciência do seu hábito de interrompê­lo
enquanto ele falava.
Aqueles   que   monopolizam   a   conversa   criam   um   hábito   indesejável   nos 
cônjuges: o
silêncio.   Portanto,   se   você   deseja   uma   boa   conversa,   seja   sensível   ao 
direito
que o outro tem de falar. Talvez sejam necessários uns dois ou três segundos
para   o   seu   cônjuge   iniciar   uma   frase,   mas   dê­lhe   o   tempo   que   for 
necessário.
Lembre­se também de esperar até que ele ou ela complete o pensamento antes 
de
começar seus comentários.
Amigo 3: Usar a conversa para informar, descobrir e compreender o cônjuge.
Uma das funções mais valiosas do diálogo entre o marido e a mulher é criar
aproximação   emocional.   Os   assuntos   que   você   escolhe   para   conversar   têm   o 
grande
propósito de incentivar a intimidade do seu relacionamento.
Se   vocês   têm   um   relacionamento   superficial,   provavelmente   estão   evitando 
aquela
conversa   que   ajudaria   na   adaptação   mútua.   E   possível   que   vocês   estejam 
dando, um
ao outro, informações incorretas e desencorajando a descoberta. Vocês podem
estar temendo ser compreendidos pelo cônjuge. Esta fragilidade comum pode 
levar
ao   sério   ­   e   muitas   vezes   desastroso   ­   fracasso   na   adaptação   das 
necessidades um
do outro. Se vocês querem um casamento bem­sucedido devem usar seu tempo de
conversa para informar, descobrir e compreender um ao outro.
Informem seus interesses e suas atividades pessoais, no desejo de trazer um
cônjuge para as esferas de interesse do outro. Mantenham
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
93
um   calendário   de   suas   atividades   diárias   e   planos   para   o   futuro. 
Compartilhem
tudo. Não tenham segredos sobre as suas vidas.
Descubram   os   sentimentos   e   as   atitudes   pessoais   um   do   outro   sem 
necessariamente
tentar mudar o cônjuge. Vocês podem aprender muito um do outro sem esperar
nenhuma mudança! Se você critica ou ridiculariza os sentimentos e atitudes 
do
seu  cônjuge,  será   muito   mais  difícil   para  ele   expressar­se  no   futuro.  Em 
vez
disso incentivem um ao outro a ser mais abertos e vulneráveis, através do
respeito e da sensibilidade.
Compreendam   a   motivação   um   do   outro   pela   vida   ­   o   que   traz   alegria   e 
tristeza
para ambos. Descubram quais são os botões de "frio" e "quente" um do outro, 
a
fim de que cada um possa trazer o melhor e evitar o pior para o outro. Uma 
das
formas   mais   especiais   de   você   demonstrar   atenção   para   com   seu   cônjuge   é 
mudar o
seu próprio comportamento para proporcionar­lhe prazer e evitar a dor de seu
par.
Amigo 4: Dar atenção exclusiva ao cônjuge.
Uma das maneiras mais rápidas de um marido aborrecer a esposa é conversar 
com
ela   enquanto   assiste   a   uma   partida   de   futebol.   Ela   se   aborrece   porque, 
agindo
assim,   o   marido   não   lhe   dá   a   devida   atenção,   mostrando­se   muito   mais 
interessado
no jogo.
A conversa que a mulher quer ter com seu marido requer atenção exclusiva. 
Como
mencionado   antes   neste   capítulo,   recomendo   que   cada   casal   reserve   quinze 
horas
por semana para dar atenção exclusiva um ao outro. Não assista ao futebol
durante esse período!
Dicas para diálogo entre marido e mulher
O marido atencioso conversa com a esposa de um modo que a faz sentir­se à
vontade para revelar os seus mais profundos sentimentos. Através do diálogo 
ele
descobre como satisfazer muitas
60
94
Ela Precisa, Ele Deseja
outras necessidades da esposa. Mas a conversa, em si, satisfaz uma das mais
importantes necessidades femininas: a de simplesmente querer que o marido
converse com ela.
Concluo este capítulo com uma lista que sintetiza as maneiras pelas quais 
você
pode mostrar atenção para com seu cônjuge através do diálogo. Já tratamos 
de
todas elas. Agora é hora de colocálas em prática.
1.   Lembrem­se   de   como   as   coisas   eram   quando   vocês   namoravam.   Vocês   dois 
ainda
precisam demonstrar o mesmo grau de interesse um pelo outro e pelas coisas 
que
cada um tem para dizer, especialmente sobre os seus sentimentos.
2. A mulher tem grande necessidade de conversar sobre suas preocupações e 
seus
interesses com alguém que, na sua percepção, se importa muito com ela.
3. Homem, se o seu trabalho exige que você fique fora de casa à noite ou 
durante
dias,   pense   na   possibilidade   de   mudar   de   emprego.   Se   não   for   possível, 
descubra
formas   de   restaurar   a   intimidade   do   seu   casamento   cada   vez   que   você 
retornar
depois de um período de ausência, de modo que sua esposa se sinta à vontade 
com
você   novamente   (se   é   a   esposa   que   passa   mais   tempo   viajando,   o   mesmo 
princípio
deve ser usado).
4.   Adquira   o   hábito   de   passar   quinze   horas   por   semana   a   sós   com   o   seu 
cônjuge,
dando   a   ele   atenção   exclusiva.   Use   a   maior   parte   desse   tempo   para   uma 
conversa
natural, mas significativa.
5.   Lembre­se   de   que   a   maioria   das   mulheres   se   apaixona   por   homens   que 
reservam
um   tempo   para   conversar   e   trocar   afeto   com   elas.   E   elas   permanecem 
apaixonadas
por homens que continuam a satisfazer estas suas necessidades.
6. As preocupações financeiras não devem interferir na hora do diálogo. Se 
vocês
não têm um tempo para estar a sós e
Ela precisa da atenção dele ­ diálogo
95
conversar, as suas prioridades não estão sendo planejadas corretamente.
7.   Nunca   usem   a   conversa   como   forma   de   ferir   (ridicularizar,   xingar, 
blasfemar
ou ironizar). A conversa deve ser construtiva, não destrutiva.
8. Nunca use a conversa para forçar seu cônjuge a concordar com o seu modo 
de
pensar. Respeite os sentimentos e opiniões do outro, especialmente quando 
forem
diferentes.
9.   Nunca   usem   a   conversa   para   ficar   relembrando   os   erros   que   o   cônjuge 
cometeu
no passado. Do mesmo modo, evitem persistir nos erros do presente.
10.Procurem interessar­se pelos assuntos favoritos um do outro.
11 .Aprendam a equilibrar a sua conversa. Evitem interrupções e tentem dar 
um ao
outro o mesmo tempo para falar.
12.Usem a conversa para informar, descobrir e compreender um ao outro.
Quando   você   atende   à   necessidade   de   sua   esposa   pelo   diálogo,   vocês 
compreendemse
mutuamente de forma mais clara e aprendem o que fazer para atender às
necessidades   um   do   outro.   Isso   possibilita   que   ambos   façam   depósitos   no 
Banco do
Amor, o que cria e sustenta o amor romântico. O diálogo é uma habilidade
necessária se vocês querem ser irresistíveis um para o outro.
Perguntas para ele
1. Tenho passado algum tempo conversando com a minha esposa? O tempo que
passamos   se   aproxima   do   objetivo   de   quinze   horas   semanais?   Devemos   fazer 
algumas
mudanças?
2.   Compartilho   os   interesses   da   minha   esposa?   Como   posso   melhorar   neste 
aspecto?
3. Meu trabalho exige que eu passe muito tempo longe da minha esposa? Como 
posso
mudar?
61
"T
96
Ela Precisa, Ele Deseja
Perguntas para ela
1. Sinto falta de alguma coisa da época em que namorávamos? Conservamos o 
mesmo
tipo de comunicação que tínhamos naquela época?
2. Estou fazendo alguma coisa que impeça o diálogo? Meu trabalho exige que 
eu
faça   muitas   viagens?   Falo   muito?   O   que   posso   fazer   para   melhorar   esta 
situação?
3. Quais interesses compartilho com o meu marido? Sobre o que conversamos 
quando
estamos juntos? Existem outras áreas que precisamos discutir?
Para pensar juntos
1. Nossas esferas de interesse são totalmente separadas ou há interseções? 
Se
há, quais são as nossas áreas de interesse mútuo? Conversamos sobre elas o
suficiente?
2. Como podemos reformular os nossos horários de atividades para atingir o
objetivo de quinze horas semanais de um diálogo verdadeiro?
3. Que dicas sobre diálogo apresentadas neste capítulo podemos usar para
melhorar a comunicação em nosso casamento?
Ele precisa da
companhia dela ­
companheirismo
>oí/ i, Cíntia, aqui é o Alan", ele disse.
"Oi,   que   bom   você   ter   ligado",   Cíntia   respondeu,   com   a   voz   gentil   e 
carinhosa.
"Tenho duas entradas para o jogo do Flamengo no sábado. Você gostaria de ir
comigo?", ele perguntou.
"Parece uma ótima idéia! A que horas?"
Depois de tudo combinado, Alan desligou o telefone, sorrindo. Ele e Cíntia 

haviam saído juntos duas vezes nas quatro semanas que se seguiram após o 
dia em
que se conheceram. Este seria o primeiro "encontro esportivo", e ele ficou 
feliz
por Cíntia ter­se mostrado tão ansiosa para acompanhá­lo no jogo. Ele não
62
98
Ela Precisa, Ele Deseja
conhecia muitas garotas que gostassem de futebol.
Os dois se divertiram muito durante a partida. Cíntia parecia entender tudo
sobre o jogo, e sabia o que estava acontecendo. Eles até discutiram algumas 
das
jogadas depois, enquanto tomavam café.
Nos meses seguintes, foram assistir a muitos outros jogos e também a alguns
filmes no cinema. O gosto de Cíntia para escolher os filmes agradava a Alan 
e,
deste   modo,   o   romance   progredia   positivamente.   Alan   estava   convencido   de 
que
encontrara a garota certa para ele ­ finalmente.
Num   fim   de   semana,   seu   carro   teve   problemas,   e   ele   ligou   para   Cíntia, 
explicando
o que acontecera.
"Desculpe­me, amor, mas meu carro não funciona e tenho de consertá­lo hoje 
à
tarde para poder trabalhar na segunda feira", explicou.
"Tudo  bem.  Vou  pedir  à  minha  colega  um  carona  até  sua  casa  para  dar  uma 
ajuda.
Levarei café e sanduíches."
O conserto do carro foi um dos melhores encontros que eles tiveram. Cíntia
passava às mãos de Alan todas as ferramentas de que ele precisava e sempre 
se
fazia útil enquanto eles conversavam e brincavam.
Esta menina é realmente especial, Alan pensou.
Eles planejaram o casamento para a primeira semana de maio. Na lua­de­mel, 
foram
para  a   serra,  onde   fizeram   algumas  caminhadas   juntos.  O   verão  foi   tomado 
pela
felicidade, com alguns passeios na praia. Tudo estava indo muito bem ­ até o
campeonato de futebol. No último minuto, Cíntia suplicou para não ir com o
marido assistir ao jogo do Flamengo com o Vasco. No fim do campeonato, os 
únicos
jogos   a   que   eles   assistiram   juntos   foram   Flamengo   e   Internacional   e   o 
grande
jogo contra o Corinthians.
Uma noite, na hora do jantar, Alan chamou a atenção de Cíntia para o que 
estava
acontecendo. "Pensei que você gostasse de futebol", ele reclamou.
Ele precisa da companhia dela ­ companheirismo
99
"Eu gosto, querido. Apenas não gosto tanto quanto você. Uns dois ou três 
jogos
durante o campeonato são o bastante para mim", replicou Cíntia.
Alan não sabia exatamente como lidar com esta informação nova e inesperada.
"Queria pedir uma coisa", Cíntia continuou. "O Museu de Arte Moderna está
apresentando   uma   exposição   especial   sobre   os   pintores   espanhóis   da 
Renascença.
Você iria comigo?"
Alan respondeu: "Sim, claro. Acho que sim."
Ao longo do ano seguinte, Alan descobriu que as suas atividades preferidas 
e as
de Cíntia realmente tinham pouco em comum. O interesse que ela demonstrava 
por
consertos de carro evaporou da noite para o dia, e ele se sentia como um 
homem
afortunado   quando   conseguia   levá­la   a,   pelo   menos,   um   jogo   de   futebol. 
Enquanto
isto, ela insistia que o marido a acompanhasse em mais visitas a museus de 
arte
e, ocasionalmente, um concerto ou ópera. Alan rejeitava toda essa cultura 
e,
gradualmente, eles chegaram a um ponto em que raramente participavam de
atividades juntos, exceto quando saíam para jantar, vez ou outra.
Após dois anos de casados, Alan e Cíntia fizeram um acordo: ele passaria 
uma
tarde ou uma noite por semana com seus amigos, e ela faria o mesmo com suas
amigas. Alan preferiria passar mais tempo de lazer com a esposa, mas ela
aparentemente ficou muito feliz com a decisão.
Magoado e confuso, Alan perguntava a si mesmo: Gostaria de saber o que afez
mudar.
A importância da compatibilidade no lazer
Em minhas sessões de aconselhamento ouço com freqüência algumas variações 
da
história   de   Cíntia   e   Alan.   Cíntia,   é   claro,   nunca   "mudou"   de   verdade.   É 
comum
entre   as   jovens   ainda   solteiras   unir­se   a   rapazes   na   busca   de   seus 
interesses.
Elas se vêem
63
100
Ela Precisa, Ele Deseja
pescando, jogando futebol, assistindo a filmes que jamais escolheriam por 
si
mesmas.   Após   o   casamento   as   esposas   freqüentemente   tentam   incentivar   os 
maridos
a se interessar por atividades qud lhes agradam mais. Se suas tentativas 
falham,
elas, muitas vezes,j sugerem que os maridos continuem a participar de suas
atividades recreativas sem elas. Considero esta opção muito perigosa para 
um
casamento porque os homens atribuem surpreendente importância à companhia 
de
suas   esposas   nas   atividades   recreativas.   O   estereótipo   apresentado   na   TV 
pinta o
quadro contrário, ao mostrar maridos em pescarias ou outras atividades com 
os
amigos, dizendo: "Nada pode ser melhor do que isto!". Meus registros de
aconselhamento   dizem   que   compartilhar   essas   atividades   com   a   esposa   pode 
ser
muito   melhor.   Aliás,   entre   as   cinco   necessidades   masculinas   básicas,   o 
tempo
investido em atividades de lazer com a esposa só fica em segundo lugar para 
o
homem se comparado ao sexo.
As   pessoas   costumam   desafiar   minha   alegação   dizendo   que   conhecem   casais 
felizes
cujos interesses recreativos são totalmente diferentes. Acontece que essas
pessoas geralmente não sabem como são os momentos mais honestos dos casais 
que
afirmam conhecer. Aconselhei casais que mantinham excelente imagem de
relacionamento   até   o   momento   do   divórcio.   Eles   eram   bem­sucedidos   em 
esconder de
si e dos outros as suas mais profundas necessidades, até o momento em que 
já era
tarde demais.
As   vezes   os   gostos   com   recreação   obscurecem   profundas   necessidades 
pessoais. Por
natureza, homens e mulheres parecem ter preferências divergentes quando se 
trata
de diversão. Os homens têm mais prazer em atividades que envolvem risco,
aventura e violência do que as mulheres. Em geral, gostam de futebol, boxe, 
vôo
livre, mergulho. Preferem os filmes de sexo e violência, bem como as piadas
sobre sexo e violência. Geralmente não se importam com a transpiração, com 
o
odor corporal ou bons modos em público. A maioria das mulheres acha tudo 
isso
desagradável e sem graça.
Ele precisa da companhia dela­ companheirismo
101
Após pesquisar durante anos, informalmente, centenas de pacientes do sexo
feminino, concluí que a atividade recreativa preferida para a maioria delas 
é
sair para jantar. Elas também apreciam piqueniques, caminhadas, filmes
românticos, eventos culturais e compras.
No reino esportivo, as mulheres preferem as modalidades individuais às
coletivas. Tênis, dança aeróbica, natação e pinguepongue estão na lista das
atividades   preferidas   de   muitas   mulheres.   Como   espectadoras,   as   coisas 
estão
mudando.   Cada   vez   mais,   as   mulheres   apreciam   assistir   a   partidas   de 
futebol,
basquete e voleibol, para mencionar algumas.
Há uma batalha clássica por parte da mulher para conscientizar o homem de 
sua
aparência, como manter a barba sempre feita, vestir­se melhor ou falar mais
gentilmente.   Quando   a   mulher   entra   na   vida   de   lazer   masculina,   o   homem 
muitas
vezes conclui que ela quer estragar as coisas ou, no mínimo, acabar com a 
sua
diversão. Ele ainda a ama, mas é como se ela começasse a censurar o seu 
estilo
de   vida.   Para   evitar   isto   ele   passa   mais   tempo   apenas   com   homens.   Isto 
permite
que   ele   conserve   seu   senso   de   identidade,   mas   também   significa   que   ele 
participa
de algumas atividades preferidas sem a presença da esposa.
Além de tudo o que já foi dito, muitas responsabilidades familiares causam
preocupação.   Como   o   marido   tem   disponível   pouco   tempo,   precisa   escolher 
entre
seus amigos e sua família. Por exemplo, quando chegam as férias, ele fará 
uma
viagem para pescar com os amigos ou ficará em casa com a família, podendo,
ocasionalmente, visitar parques de diversões?
Quando um homem tenta dividir seu tempo entre estas duas opções, percebe, 
muitas
vezes,   que   sua   família   (especialmente   sua   esposa)   se   ressente   pelo   tempo 
que ele
64
passa   com   os   amigos.   Viajar   com   os   colegas   para   participar   de   certas 
atividades
de lazer é algo que uma esposa, em geral, prefere que seu marido não faça.
65
102
Ela Precisa, Ele Deseja
Se   ele   vai   tirar   alguns   dias   de   férias,   que   estes   dias   sejam   passados 
comigo e
com as crianças, a esposa pensa.
O que aconteceu com Cíntia e Alan?
Muitas   vezes   os   homens   casam   esperando   que   as   esposas   satisfaçam   a   sua 
grande
necessidade de companhia na hora do lazer. Costumam decepcionar­se, como
aconteceu com Alan na história que abriu este capítulo.
Que caminho teria tomado a cena a partir do ponto em que deixamos Cíntia e 
Alan,
cada   um   seguindo   em   direção   oposta   à   do   outro,   com   Alan   se   sentindo 
desapontado
e   se   perguntando   por   que   Cíntia   havia   "mudado"?   Em   alguns   casamentos   um 
homem
como   Alan   poderia   simplesmente   prosseguir   e   assistir   sozinho   ao   seu 
futebol,
aproveitando ao máximo o período de lazer. Mas, como é comum acontecer, Alan
termina numa pista de boliche, talvez com alguns amigos, onde ele encontra 
Bete,
que   simplesmente   ama   qualquer   tipo   de   esporte.   Eles   tomam   uma   xícara   de 
café
enquanto comparam os pontos feitos e, antes que se possa imaginar, já se
tornaram bons amigos.
Se Alan não tomar cuidado, ele se verá envolvido em um relacionamento com 
Bete,
que promete satisfazer todas as suas necessidades de companhia no lazer que 
não
foram   preenchidas   por   Cíntia.   Se   a   cena   chegasse   ao   seu   fim   irônico, 
veríamos
Alan divorciando­se de Cíntia para casar com Bete, que ­ adivinhem ­, de
repente, decide que assistir a concertos ou visitar museus são atividades 
bem
mais divertidas do que jogar futebol ou boliche. Já vi este mesmo tipo de 
ironia
voltar a perseguir homens que pensaram no relacionamento extraconjugal, no
divórcio ou em um novo casamento como a solução para os seus problemas.
É bom enfatizar que homens como Alan não se lançam num relacionamento
extraconjugal   por   raiva   ou   por   vingança.   Ele   se   sentiu   magoado   com   a 
mudança de
comportamento de Cíntia,
Ele precisa da companhia dela­ companheirismo
103
mas não deu a ela o direito de voltar aos seus reais interesses. O perigo 
em
tudo isso está no fato de que os dois continuarão a se distanciar cada vez 
mais
um   do   outro.   O   modelo   comum   mostra   que   este   caso   pode   levar   a   um 
relacionamento
extraconjugal ou  ao divórcio,  sendo que  o casal  sábio poderá  evitar este 
fim
para o seu casamento se corrigir o problema assim que ele for detectado.
Vez por outra, encontro um homem como Hugo, que se ressentiu pela perda da
companhia da esposa em atividades recreativas após o casamento. Ele era um 
homem
saudável   e   apresentava   um   ótimo   estado   físico.   Um   dia,   numa   pista   de 
corrida,
conheceu Joana, com quem correu alguns quilômetros apenas para ser gentil. 
A
capacidade de Joana para correr um quilômetro em cinco minutos impressionou
Hugo.   Uma   semana   depois,   ele   ficou   duplamente   impressionado   quando,   ao 
encontrála
na quadra de tênis, percebeu que Joana atacava melhor que ele próprio. Logo
eles começaram a correr juntos sempre que podiam e passaram a formar uma 
dupla
mista no clube de tênis. Como era de se esperar, apaixonaram­se e casaram.
Depois do casamento, Joana começou a pedir para não correr todos as dias 
com o
marido. Também começou a achar inconveniente jogar tênis em dupla todos os
sábados. Em poucos meses, Joana parecia ter perdido todo o interesse pelas
atividades físicas. Ela preferia ficar em casa assistindo à televisão.
Hugo não podia acreditar. Não foi surpresa quando ele se negou a aceitar 
tudo
com tranqüilidade. Ficou tão indignado com a recusa da esposa em correr com 
ele
que os dois me procuraram para aconselhamento conjugai.
Após ouvir a história dos dois, perguntei a Joana: "Está me parecendo que 
um dos
acordos básicos do seu marido, ao assinar o contrato de casamento, é que 
você
deveria correr com ele todos os dias. Seria muito difícil para você fazer 
isto
agora?".
Joana explicou:  "Eu corria  com ele  antes  para podermos  estar juntos, mas 
nunca
pensei que, por praticar este esporte, ele viria a
66
104
Ela Precisa, Ele Deseja
se apaixonar por mim. Foi um acaso estarmos correndo quando nos conhecemos, 
e
acreditei que ele começou a me amar pelo que eu era. Quando casamos, não 
pensei
que a corrida fizesse parte do contrato. Eu não preciso correr mais, nem 
quero
fazê­lo".
A princípio fiquei um tanto confuso com a má­vontade de Joana em negociar, 
ainda
que   parcialmente,   para   salvar   seu   casamento.   Mais   tarde   ela   acrescentou 
alguns
dados   que   me   ajudaram   a   perceber   melhor   o   sentido   de   tudo.   Em   suas 
discussões
por   causa   da   recusa   de   Joana   em   correr,   Hugo   ficava   tão   irado   que   Joana 
passou a
ver um lado desagradável do marido, dado esse do qual ela não gostava. Ela 
não
podia imaginar que ele fosse capaz de agir daquela forma. À medida que Hugo
esbravejava   e   se   enfurecia   o   seu   saldo   no   Banco   do   Amor   de   Joana   sofria 
grandes
retiradas. Enquanto Joana acusava o marido de ser o vilão, ele também tinha 
a
sua   versão   da   história.   A   recusa   obstinada   de   Joana   em   correr   ou   jogar 
tênis
causava  a   mesma  queda   acentuada  no   saldo  do   Banco  do   Amor  de   Hugo.  Pode 
parecer
inacreditável, mas eles não aceitavam ajuda. Por causa da falta de algumas
corridas juntos aquele casamento entrou na mira do divórcio.
Onde histórias como estas nos levam? Cada casal tem o direito de permitir 
que
necessidades não supridas dificultem, ou até destruam, o seu relacionamento 
ou
de   optar   pela   preservação   do   casamento.   O   divórcio   raramente   proporciona 
uma boa
resposta para os problemas conjugais. Prosseguir com dificuldade, decepção 
e
frustração amarga também não ajuda. Um entendimento maduro para satisfazer 
as
necessidades um do outro é sempre a melhor solução. Vejamos como isto pode 
ser
feito com relação à necessidade do homem por companhia em suas atividades 
de
lazer.
Retomando a questão das esferas de interesse
Lembra­se das esferas de interesse descritas no capítulo anterior? Mostrei a
importância dos interesses mútuos e do papel que
Ele precisa da companhia dela­ companheirismo
105
eles   representam   na   comunicação.   Quando   Joyce   e   eu   nos   distanciamos   cada 
qual em
direção aos seus interesses, decidimos mudar algumas de nossas atividades e
interesses a fim de que nossas esferas se aproximassem e, finalmente,
conseguissem   algum   grau   de   intersecção.   Logo   que   isso   aconteceu, 
encontramos
interesses mútuos e um diálogo melhor.
As regras que funcionam no diálogo funcionam também no lazer e, nesta área,
Joyce   e  eu   também  enfrentamos   desafios.   Por   exemplo:   quando   eu  era   jovem 
gostava
muito   de   jogar   xadrez.   Comecei   a   jogar   aos   quatro   anos   e   cheguei   a   me 
tornar
presidente do clube de xadrez da universidade.
Depois de casado desisti dos torneios porque Joyce não jogava e não tinha
interesse em aprender. O xadrez é um jogo que consome muito tempo e, por 
mais
que   eu   gostasse   de   jogar,   decidi   que   poderíamos   passar   o   nosso   tempo   de 
lazer
fazendo algo interessante para ambos. Pensei, então, que poderíamos jogar 
tênis,
já que, durante o nosso namoro, jogávamos horas a fio. No primeiro ano de
casados,   entretanto,   Joyce   anunciou:   "Bill,   realmente   não   gosto   mais   de 
tênis
como antes. Preferiria outras formas de passar o tempo juntos".
Esta reviravolta de Joyce com relação ao tênis foi uma surpresa total para 
mim.
Namoramos durante seis anos e eu pensava conhecê­la muito bem. Divertimo­
nos
muito jogando tênis, bem como outros tipos de esporte, mas não imaginei que 
eu
os   apreciava   muito   mais   do   que   Joyce.   Por   querer   estar   comigo,   ela   se 
ajustou,
fazendo o que eu queria fazer. O problema é que ela quase sempre perdia. 
Não
importa o que fizéssemos de forma competitiva ­ tênis, boliche, damas ou
qualquer outra coisa ­, ela raramente ganhava. Por isto, logo no início do 
nosso
casamento, ela fez a coisa certa, dizendo para mim que essas atividades não 
eram
mais   divertidas   para   ela.   Daquele   ponto   em   diante   nossas   atividades 
recreativas
67
passaram a ser muito menos competitivas. Nós as substituímos por esportes
coletivos, como voleibol, em que podí­
68
106
Ela Precisa, Ele Deseja
amos   jogar   no   mesmo   time,   e   expandimos   o   nosso   interesse   por   filmes, 
teatro,
concertos, jantares ou, simplesmente, passeios para apreciar a natureza.
Devido a nossa permanência juntos na busca de lazer, hoje passamos quase 
todo o
nosso tempo de recreação na companhia um com o outro. O resultado seria bem
diferente   se   eu   tivesse   empacado   no   tênis   e   no   xadrez,   deixando   Joyce 
seguir o
seu caminho. Teríamos construído um fosso entre nós, cada um experimentando 
seus
momentos   mais   agradáveis   de   diversão   e   relaxamento   sem   o   outro.   Quando 
aconselho
casais sempre enfatizo o grande erro que pode estar contido nesta atitude. 
Em
vez de fazer sólidos depósitos nos Bancos do Amor um do outro ao participar 
de
atividades   recreativas   juntos,   os   casais   com   interesses   diferentes   nesta 
área
perdem   uma   oportunidade   de   ouro.   Eles   costumam   passar   alguns   dos   seus 
momentos
mais agradáveis na companhia de outra pessoa, com a grande possibilidade de
abrir uma conta no Banco do Amor daquela pessoa. Como todos temos uma conta 
no
Banco do Amor, é óbvio que a pessoa com quem você compartilha os melhores
momentos   acumulará   o   saldo   mais   elevado.   Se   você   deseja   alcançar   a 
realização no
casamento, essa pessoa deve ser o seu cônjuge.
Como descobrir os interesses mútuos no lazer
Em   situações   de   aconselhamento   quando   falo   da   importância   dos   interesses 
mútuos
na área do lazer, alguns casais não encontram dificuldade para descobrir
atividades nas quais possam participar juntos. Outros mostram­se totalmente
perdidos.   Eles  são,   simplesmente,  diferentes.  E   comentam:   "Ele  certamente 
não
abrirá mão do seu futebol"; ou "EIa, com certeza, continuará jogando buraco 
com
as amigas nas tardes de terça­feira".
Apenas   sorrio   e   digo:   "Não   há   problema.   Imaginem   um   círculo   invisível 
desenhado
em volta de cada um de vocês, no qual
Ele precisa da companhia dela­ companheirismo
107
estejam contidas todas as áreas de interesse referentes ao lazer e todas as
fontes   de   divertimento.   Em   cada   um   dos   círculos   existem,   com   certeza, 
alguns
interesses   que   se   sobrepõem.   É   possível   que   vocês   não   gostem   destes   na 
mesma
proporção,   mas,   de   alguma   forma,   eles   agradarão   a   ambos.   Assim   que 
descobrirem
estas   fontes   de   prazer,   também   descobrirão   áreas   de   interesse   mútuo   das 
quais
poderão participar juntos".
Em seguida, peço aos casais que preencham o meu Inventário do Lazer. Trata­
se de
uma lista de cento e vinte e cinco atividades recreativas, com espaço para
indicar o quanto eles apreciam, ou não, cada uma delas. Os casais podem, se
quiserem,   acrescentar   outras   atividades   que   não   estiverem   incluídas   e 
avaliá­las
do mesmo modo.
Quando   o   inventário   estiver   preenchido,   as   atividades   que   foram 
classificadas
por   ambos   como   divertidas   são   identificadas.   Este   exercício   geralmente 
produz
uma lista de dez ou quinze atividades das quais o marido e a mulher podem
participar   juntos.   Nas   semanas   seguintes   peço   que   eles   agendem   estas 
atividades
em   seus   programas   de   lazer.   Algumas   destas   opções   poderão   ser   mais 
agradáveis
para ele do que para ela e vice­versa, mas, em todos os casos, é certo que 
eles
estarão   depositando   unidades   de   amor   sempre   que   passarem   tempo   de   lazer 
juntos.
Ninguém é capaz de fazer tudo aquilo de que gosta na vida. Simplesmente não 

tempo suficiente. Cada tempo separado para o lazer significa fazer opções 
que
deixarão de fora outras oportunidades. Por que não escolher atividades que
possam ser compartilhadas com o cônjuge?
E possível que a mulher seja a melhor amiga do seu marido?
Quando um casal compõe a lista de atividades que aprecia surgem muitas
surpresas.   Algumas   delas   são   atividades   que   nenhum   dos   dois   havia 
experimentado
antes. Elas simplesmente
69
108
Ela Precisa, Ele Deseja
parecem ser divertidas. Outra surpresa são as atividades que o casal nem 
podia
imaginar que fossem agradáveis para ambos. Cada um pensava que o outro não
gostava de participar disso ou daquilo.
Outro tipo  de surpresa  é quando  se descobre  que um  dos dois  não aprecia 
algo que
eles já faziam juntos. Como lidar, então, com esta atividade? Minha Política 
de
Atração Mútua responde a esta situação:
Ele precisa da companhia dela ­ companheirismo
109
Participe apenas das atividades em que você e seu cônjuge possam divertir­
se
juntos.
Esta é uma regra difícil, mas insisto que seja seguida pelos casais que vão 
ao
meu consultório em busca de orientação. Ela não apenas controla algumas
atividades que os casais provavelmente já fazem juntos, como também todas 
as
atividades recreativas em
que eles participam separadamente. 1
Você deve estar imaginando que sou muito abusado em fazer \ tal sugestão! 
Isto
pode significar, por exemplo, que o marido deve
abrir mão de seu futebol do sábado de manha. Os homens que •
pensaram que eu estava tentando ajudá­los ao incentivar suas mu­ j
lheres a participar de suas atividades favoritas enfrentam a possi­ l
bilidade de abandonar por completo tais atividades. Perdi o res­ I
peito de muitos potenciais convertidos com este mandamento, l
Muitos sentiram que fui longe demais. jj
Depois de pensar em tudo isso você terá de concordar comigo i
em, pelo menos, um ponto. Se você procurar atividades recreati­ l
vás nas quais você e sua esposa possam divertir­se juntos da mês­ i
ma forma que você se diverte em suas atividades preferidas, isto, J
com certeza, melhoraria os sentimentos que vocês nutrem um pelo l
outro.   E   este   é   o   objetivo   que   persigo.   O   que   é   mais   importante:   a 
qualidade do
seu casamento ou o futebol do sábado? Em alguns casos, esta é a escolha que 
se
coloca.
Você não pode fazer tudo. De uma lista de mil atividades, é provável que 
existam
apenas   algumas   centenas   que   sejam   realmente   divertidas   para   mim   e   para 
minha
esposa ao mesmo tempo. Por que, então, eu perderia tempo fazendo coisas que 
não
trazem   prazer   à   minha   esposa?   Esta   política   de   envolver­se   apenas   em 
atividades
mutuamente   atraentes   não   é   uma   mensagem   para   uma   vida   de   miséria   e 
privações.
Significa simplesmente escolher as atividades que já aprecio, mas levando 
em
conta os sentimentos da minha esposa. Por que eu desejaria lucrar às custas
dela, quando podemos lucrar os dois?
Apesar   de   alguns   conselheiros   matrimoniais   discordarem,   acredito   que   o 
marido e
a mulher devem ser os melhores amigos um do outro. Alguns dizem que não se 
pode
forçar esse tipo de coisa, mas o princípio que introduzi neste capítulo, na
verdade, obriga marido e mulher a serem os "melhores amigos" através dos
momentos   especiais   que   passam   um   com   o   outro.   Minha   política   de 
"privilegiar os
interesses mútuos" diz que o marido e a mulher não podem envolver­se em
atividades recreativas a menos que elas sejam compartilhadas por ambos. A 
única
exceção a esta regra é quando o marido ou a mulher se envolve em atividades 
que
ajudam a alcançar um objetivo importante, que foi traçado por ambos com o 
mesmo
entusiasmo.
Um exemplo­chave para o que foi dito é o tempo que se passa com os filhos. 
Em
nossa família, Joyce tem apoiado muito o tempo que passo em atividades
recreativas com meu filho. Steve e eu aprendemos a mergulhar juntos. Além 
desta
atividade,   também   voamos,   caçamos   e   esquiamos   juntos.   Joyce   nunca 
demonstrou ou
sentiu ressentimento por eu ter participado com Steve destes passatempos
70
recreativos. Mesmo não estando fisicamente juntos nestas atividades, Joyce e 
eu
alcançamos um importante objetivo
71
110
Ela Precisa, Ele Deseja
mútuo:   ser   bons   pais.   Por   esta   razão   ela   pode   sentir­se   verdadeiramente 
feliz
quando estou envolvido nestas atividades.
O mesmo aconteceu quando Joyce ajudou a nossa filha Jennifer a desenvolver 
seu
interesse   e   habilidade   em   cavalgar.   Elas   passaram   centenas   de   horas 
assistindo a
exposições de cavalos. Desta vez, dei todo o apoio ao seu empenho porque,
através dele, Joyce estava também realizando o objetivo de ser uma boa mãe.
Ao seguir a "regra das atividades de interesse mútuo" você assegura a
continuidade de depósitos no Banco do Amor de seu cônjuge. Alguns dos meus
melhores sentimentos são experimentados quando persigo um objetivo em meus
momentos de lazer. Se isso for compartilhado com a minha esposa, associo a 
ela
aqueles bons sentimentos e, enquanto o meu amor por ela cresce, o nosso
casamento se fortalece. Se, por outro lado, compartilho essas emoções com 
outra
pessoa,   também   associarei   esses   sentimentos   com   aquela   pessoa.   E,   agindo 
desta
forma, estarei perdendo a oportunidade de desenvolver o meu amor por minha
esposa e me arriscando a fazê­lo em relação a outra mulher.
Muitos   cônjuges,   especialmente   maridos,   acham   muito   difícil   colocar   em 
prática a
minha   Política   de   Atração   Mútua.   A   simples   idéia   de   abrir   mão   de   suas 
atividades
favoritas,   como   pescarias   e   futebol,   provoca   depressão   em   muitos   homens. 
Entendo
por   que   os   homens   precisam   de   um   período   de   lazer,   a   fim   de   continuar 
seguindo
em frente. Eles trabalham muito todos os dias e aguardam, com ansiedade, as
poucas horas de lazer que conseguem agendar para si. Depois disso, um certo
conselheiro vem dizer que eles não devem fazer aquelas mesmas coisas que
acreditaram ser fundamentais para que possam seguir em frente.
Depois de todas essas considerações continuo sugerindo que estes homens
experimentem o meu plano por alguns meses, lembrando que não os aconselhei 
a
desistir   de   seus   divertimentos.   Simplesmente   sugeri   que   incluíssem   suas 
esposas
nessas atividades e escolhessem as que fossem agradáveis para ambos. Não se
Ele precisa da companhia dela ­ companheirismo
111
trata de abrir mão dos prazeres da vida. Em vez disso, o homem deve apenas
substituir   seus   velhos   passatempos   por   outros   que   ele   possa   compartilhar 
com a
esposa ou incluí­la naqueles que ele já aprecia.
Durante essas mudanças a esposa precisa estar atenta à possibilidade de o 
homem
retrair­se   devido   à   quebra   de   alguns   hábitos.   No  princípio   o   marido   pode 
sentir
muito a mudança, mas, assim que vencer as dificuldades, passará a gostar 
ainda
mais das atividades de interesse mútuo. Isto se dá porque a sua esposa é a 
sua
companhia no lazer, e esta é uma das suas necessidades emocionais básicas.
Do   lado   da   esposa   também   podem   ocorrer   alguns   conflitos   quando   essas 
mudanças
estiverem ocorrendo. Ao pedir que o marido abra mão do boliche para ficar 
com
ela,   a   esposa   pode   ficar   em   dúvida   se   está   cometendo   um   grande   erro.   Na 
verdade
ela não tem a intenção de forçá­lo a isto, embora deseje a sua companhia. 
No
início da primeira noite ela pensa em dizer para o marido voltar ao boliche
porque se sente culpada por tirá­lo de algo que ele tanto aprecia e merece.
A esposa precisa manter­se firme na decisão que tomou, à medida que ela e 
seu
cônjuge desenvolvem novos interesses juntos, e o marido precisa ser paciente
enquanto   a   esposa   tenta   adaptar­se   às   suas   atividades   favoritas.   Se,   na 
primeira
ou na segunda tentativa, uma atividade não se revelar interessante para um 
dos
dois ou para ambos, não desistam. Aproveitem o tempo e experimentem outra.
Suponha que uma esposa comece a correr para agradar o marido. Ela precisará 
de
um   tempo   para   trabalhar   seus   músculos   da   forma   necessária   e   aprender   as 
técnicas
que tornarão a atividade um prazer. Se o marido começar a exigir muito da
esposa, ela pode ressentir­se e logo se desinteressar pelo esporte. Com
paciência, ela poderá chegar a praticar o esporte com muita satisfação.
Se, ao experimentar a corrida e adquirir a habilidade, a esposa continuar
desinteressada, deve ter a liberdade de dizer ao mari­
72
112
Ela Precisa, Ele Deseja
do: "Eu tentei, mas não consigo gostar de correr. Vamos experimentar outra
coisa".
Dêem tempo a vocês mesmos para se ajustarem a novos passatempos. Você pode 
ter
alguma dificuldade para lidar com as mudanças, mas descobrirá que o seu
casamento   merece   o   esforço.   Em   minhas   experiências   de   aconselhamento 
encontrei
casais que, ao limitar suas atividades recreativas àquelas que favoreciam a
participação de ambos, adquiriram grande compatibilidade no relacionamento. 
Além
disso, fizeram consideráveis depósitos de unidades de amor em suas contas.
Quanto tempo você deve separar para o lazer?
Um   dos   segredos   da   eficiência   é   aprender   a   fazer   várias   coisas   ao   mesmo 
tempo.
No casamento, entretanto, este esforço pode tornar­se grande fonte de
ressentimentos.   Por   exemplo:   as   quinze   horas   semanais   que   você   e   seu 
cônjuge
separaram   para   dar   atenção   exclusiva   um   ao   outro   não   devem   ser 
interrompidas com
chamadas   telefônicas   para   o   escritório   ou   recados   que   possam   desviar   a 
atenção
de ambos.
Por outro lado as atividades recreativas podem fazer parte das quinze horas
semanais, sem causar nenhum ressentimento, se não forem muito dispersivas. 
Em
tempos de namoro os casais têm a facilidade de combinar conversa e afeto 
com
atividades   de   lazer.   É   uma   mistura   natural   que   só   aumenta   o   prazer   que 
ambos
experimentam quando estão juntos.
Sugiro aos casais que tentem usar pelo menos parte de suas quinze horas em
lazer.   A   única   condição   que   precisa   ser   observada   é   que   a   atividade 
contribua
para que ambos dêem atenção exclusiva um ao outro.
A política de fazer de sua esposa a companheira número l no lazer não é 
algo
insuportável,   doloroso   ou   irreal.   Na   verdade   é   a   política   que   seguimos 
assim que
nos apaixonamos por elas. A Políti­
Ele precisa da companhia dela­companheirismo
113
ca   de   Atração   Mútua   propõe   aos   cônjuges   um   novo   nível   de   intimidade   e 
prazer.
Como diz a Quarta Lei do Casamento de Harley:
O casal que se diverte unido permanece unido.
Perguntas para ela
1. Você acredita que seu marido enfatiza o fato de ter você como companheira 
de
lazer do modo que este capítulo propõe? Se a sua resposta for "não", pense 
se
ele lhe enviou algum sinal a respeito que você não detectou.
2. Qual destas afirmações descreve melhor seu casamento?
(a) Ele segue o caminho dele e eu sigo o meu.
(b) Fazemos coisas juntos, como a maior parte dos casais.
(c) Estamos próximos de, ou já conseguimos, alcançar o objetivo das quinze 
horas
semanais.
3. Você pode pensar em algum passatempo do qual estaria disposta a abrir 
mão a
fim de passar mais tempo com seu marido? Será que ele faria o mesmo?
Perguntas para ele
1. Qual destas afirmações descreve melhor o seu casamento?
(a) Ela segue o caminho dela, e eu sigo o meu.
(b) Acho que não conseguiria ficar sem as minhas noites com os amigos.
(c) Estamos longe de passar quinze horas semanais juntos, mas eu gostaria 
de
tentar.
(d) Estamos perto de atingir as quinze horas semanais.
2.   O   fato   de   limitar   o   seu   tempo   de   recreação   exclusivamente   para   a   sua 
esposa
parece ameaçador para você? Se parecer,
73
114
Ela Precisa, Ele Deseja
tente registrar seus sentimentos num papel para descobrir exatamente o que 
o
incomoda.
3. Do que você estaria disposto a abrir mão para passar mais tempo de lazer
com a sua esposa? Do que ela abriria mão?
Para pensar juntos
1. Façam a sua lista de atividades de lazer e descubram juntos aquelas que 
ambos
apreciam.
2.   Após   identificar   as   atividades   de   interesse   mútuo,   planejem   um   tempo 
para
experimentar cada uma delas. Priorizem as cinco ou dez das quais vocês mais
gostam.
Ela precisa confiar
nele ­ honestidade
e franqueza
L\í/ ora ficou, ao mesmo tempo, perplexa e encantada com o jeito misterioso 
de
Francisco.   Ela   jamais   conhecera   homem   mais   reservado,   e   ele   muitas   vezes 
fugia
de suas perguntas. Ao fim de um encontro Dora perguntava aonde ele estava 
indo
ou o que planejava fazer, mas Francisco apenas piscava e sorria astutamente,
dizendo: "Ligo para você amanhã".
O   comportamento   de   Francisco   parecia   um   tanto   estranho,   mas   Dora 
racionalizou
consigo mesma que todos têm o direito à privacidade. Certamente, Francisco 
tinha
o direito de manter algumas coisas para si.
Verdade seja dita, Francisco tinha muitas coisas que guardava
74
116
Ela Precisa, Ele Deseja
para si ­ especialmente outras garotas sobre as quais não gostaria que Dora
soubesse. Quando ele não conseguia convenientemente esquivar­se das suas
perguntas,   ficava   aborrecido   em   enganá­la   falando   sobre   projetos 
inexistentes
que   precisava   terminar   no   trabalho.   Entretanto,   seus   verdadeiros   projetos 
eram
encontros com outras mulheres. Algumas vezes, Dora suspeitou de que ele
estivesse saindo com outra pessoa, mas Francisco fazia tamanho alarde por 
causa
do   seu   direito   à   privacidade   que   ela   se   sentia   culpada   sempre   que 
questionava
sua honestidade.
Pensando   bem,   Francisco   tinha   muitas   outras   coisas   que   Dora   queria   num 
homem.
Era afetuoso e charmoso. Outras mulheres lançavam olhares invejosos quando 
ela
chegava numa festa com aquele rapaz alto e bonito. Para completar, ele tinha 
um
salário excelente e gastava seu dinheiro com ela de forma generosa. Quando
Francisco a pediu em casamento, todos esses pontos positivos pesaram muito 
em
relação ao negativo "Preciso de privacidade".
Ele me contará tudo depois que estivermos casados, Dora imaginava.
Depois   do   casamento   o   comportamento   de   Francisco   continuou   o   mesmo.   Na 
verdade
parece que se tornou um problema ainda maior, porque agora que eles moravam
juntos havia oportunidades de se mostrar cada vez mais fechado.
O interessante é que toda essa necessidade de privacidade não queria dizer 
que
Francisco   estivesse   interessado   em   outra   mulher.   Desde   que   assumiu   o 
compromisso
do casamento,  ele "sossegou"  com relação  às outras  garotas.  Mas ainda  se 
dava ao
"direito"   de   chegar   em   casa,   depois   do   trabalho,   na   hora   que   bem 
entendesse.
Como o trabalho de Francisco não tinha um horário regular, Dora raramente 
podia
planejar alguma coisa para fazer. Ele ligava, mas apenas dizia: "Chegarei 
tarde,
talvez   umas   seis   e   meia,   mas   não   é   certo".   Dora   logo   descobriu   que   ela 
fazia
parte   do   grupo   "Mantenha   o   jantar   aquecido   no   forno".   Quando   chegava   em 
casa,
Ela precisa confiar nele ­ honestidade e franqueza
117
Francisco demonstrava ter perdido todo o charme que a encantara durante o
namoro. Ele sempre tinha pouco a dizer quando o assunto era fazer planos.
"Posso convidar uns amigos para jantar sábado à noite?", Dora perguntava.
"Não   sei.   Preciso   pensar.   Esta   semana   está   muito   cheia",   respondia 
Francisco.
E assim as coisas seguiram para Dora: da frustração à depressão. Francisco 
se
mantinha   fiel   e,   na   verdade,   não   tinha   o   que   esconder.   Entretanto,   por 
alguma
razão   ­   que   apenas   ele   sabia   ­,   não   compartilhava   com   ela   o   que   estava 
fazendo
ou pensando.
Certa   ocasião,   Dora   comentou   com   sua   amiga   Lídia:   "No   dia   do   nosso 
casamento, o
pastor   disse   que,   quando   casam,   as   duas   pessoas   se   tornam   uma,   mas 
Francisco e
eu não podemos ser realmente um se ele não conversa comigo. Peço que ele vá
comigo conversar com nosso pastor, mas ele não me ouve e me proíbe de ir
sozinha. Ele diz que as pessoas na igreja podem ficar sabendo e interpretar 
mal.
A falta de confiança destrói o senso de confiança de Dora
Dora   e   Francisco   terão   problemas   pela   frente,   a   menos   que   ele   se 
conscientize da
necessidade   de   mudar   seu   comportamento.   Se   insistir   em   continuar   no   seu 
estilo
de   vida,   ele   apenas   conseguirá,   lentamente,   que   a   sua   conta   no   Banco   do 
Amor de
Dora alcance níveis perigosamente baixos. Quando isto acontecer Dora poderá
tornar­se alvo vulnerável para o homem que souber transmitir confiança e
segurança para ela.
O senso de segurança é o fio dourado que se entrelaça por todas as cinco
necessidades   básicas   da   mulher.   Se   o   marido   não   mantém   uma   comunicação 
franca e
honesta com a esposa, ele, aos poucos, enfraquece sua confiança e,
eventualmente, destrói seu senso de segurança.
75
118
Ela Precisa, Ele Deseja
Para se sentir segura a esposa precisa confiar em seu marido, que não terá
segredos   quanto   ao   seu   passado,   presente   e   futuro.   O   que   ele   já   fez   na 
vida? No
que ele está pensando, ou o que está fazendo neste momento? Quais são os 
seus
planos para o futuro? Se a esposa não puder confiar nos indícios que ele 
der (ou
se, como no caso de Francisco, o marido se recusar a dar qualquer indício), 
ela
não terá as bases sobre as quais construir um relacionamento sólido. Em vez 
de
se   ajustar   ao   marido,   ela   sempre   se   sentirá   sem   equilíbrio;   em   vez   de 
crescer
com o marido, ela crescerá longe dele.
A esposa que não pode confiar que seu marido lhe dará as informações que 
ela
precisa   também   perde   um   instrumento   de   negociação   com   ele.   A   negociação 
entre
marido e mulher é um dos alicerces para a construção de qualquer casamento 
bemsucedido,
mas, sem honestidade e franqueza, o casal tem poucas chances de
resolver ou decidir alguma coisa.
Tomemos   como   exemplo   a   esposa   que   deseja   planejar   as   próximas   férias   da 
família
e pergunta ao marido: "O que você prefere: acampar ou ficar num hotel?".
O   marido   pensa   consigo:   Sei   que   ela   prefere   o   hotel,   mas   eu   detesto. 
Entretanto,
em vez de ser honesto, ele responde: "Vamos ficar no hotel."
Assim, eles vão para o hotel, mas o marido passa duas semanas sentado pelos
cantos,   de   cara   feia   e   resmungando   que   teria   sido   bem   mais   divertido   se 
eles
tivessem comprado um equipamento melhor para acampar com o mesmo dinheiro 
que
gastaram para "bancar os ricos".
O   cenário   apontado   lembra   as   situações   mostradas   nos   seriados   cômicos   da 
TV, mas
essas   histórias   atingem   os   espectadores   porque   parecem   muito   reais. 
Entretanto,
numa relação de casamento em que falta honestidade e franqueza, as falas 
dos
"atores" não soam tão divertidas.
a precisa confiar nele ­ honestidade e franqueza
119
Seu cônjuge conhece você melhor do que qualquer outra pessoa?
Tenho dito aos casais que aconselho que a honestidade é uma das qualidades 
mais
importantes de um casamento feliz. Numa relação entre o marido e a mulher, 
tanto
as mensagens enviadas quanto as respostas recebidas devem ser acuradas.
É comum  um ou  os dois  cônjuges  cometerem  o grande erro de  sentir de  uma 
forma e
responder de outra. Se você não responde da forma como realmente se sente, 
a
tentativa   de   seu   cônjuge   ajustar­se   a   você   não   atingirá   o   alvo.   Muitas 
vezes,
maridos e mulheres fazem a seguinte pergunta um ao outro: "Você está bem?". 
O
objetivo é descobrir como o outro se sente. Se você idealiza que está bem, 
seu
cônjuge aceitará de boa vontade. Se, na verdade, você está dissimulando seu 
malestar,
o seu cônjuge acaba errando o alvo e ambos terminam frustrados.
Pensemos   no   exemplo   de   Helena   perguntando   a   Jair:   "Como   você   está   ­ 
melhor?".
Ele responde, resmungando: "Estou... É... Estou bem".
Ela aproveita: "Que bom! Vamos ao cinema?".
Ele explode: "Será que você não pode me dar um pouco de paz? Eu trabalho o 
dia
inteiro,   sinto   uma   horrível   indigestão   e   você   ainda   quer   que   eu   vá   ao 
cinema?".
Sempre que o seu cônjuge perguntar como você se sente, diga a verdade. É 
uma
tolice   mentir   para   não   ferir   os   sentimentos   dele   (ou   dela)   ou, 
possivelmente,
ferir o seu próprio orgulho. Seu cônjuge tem o direito de estar a par dos 
seus
pensamentos e deve conhecer você melhor do que qualquer pessoa no mundo ­ 
até
mesmo seus pais.
"Conhecer você" inclui os seus bons e maus sentimentos, suas frustrações, 
seus
problemas   e   seus   temores   ­   qualquer   coisa   que   estiver   em   sua   mente.   A 
Bíblia
chama isto "dois numa só carne". Nós, psicólogos, rotulamos como "alcançar
compatibilidade conjugal".
76
120
Ela Precisa, Ele Deseja
Quando   uma   esposa   ouve   mentiras   do   seu   marido,   isto   desequilibra   o   seu 
mecanismo
de   reação.   Vejamos   o   exemplo   de   Bárbara   e   Antônio.   Ele   mente   para   ela, 
dizendo
que adorou seu novo corte de cabelo. Assim, um mês depois, Bárbara gasta um
dinheirão   no   salão   de   beleza   para   cortar,   secar   e   pentear   o   cabelo 
novamente. Ao
voltar para casa, diz: "Fui ao salão e fiz o cabelo. Gos­
tou:
Ele responde: "Hum... Ah, sim, querida. Está bom, está bom".
Bárbara   percebe   que   ele   não   vibrou   e   não   consegue   entender   por   quê.   A 
verdade é
que, no fundo, Antônio não gosta do corte de cabelo da esposa. Ele disse 
aquilo
apenas   para   fazê­la   feliz.   Agora,   ela   não   sente   nenhum   tipo   de   alegria 
porque
pode   detectar   o   tom   negativo   oculto   em   sua   voz.   Suas   palavras   dizem   uma 
coisa,
mas ele sente outra. Bárbara fica confusa com essa contradição.
Três tipos de maridos mentirosos
Após anos de aconselhamento, observei a existência de três tipos básicos de
comportamento desonesto nos maridos:
1. O mentiroso "inato".
Desde   muito   pequeno   ele   conta   pequenas   mentiras   sobre   assuntos 
inconseqüentes. É
o tipo de mentiroso que diz estar lendo, quando, na verdade, está dormindo. 
Ele
inventa   histórias   sobre   fatos   do   seu   passado   e   constantemente   distorce   a 
verdade
de   formas   tão   sutis   que   são   quase   imperceptíveis   ­   em   princípio.   O 
mentiroso
"inato" pode ser facilmente detectado por alguém que faça uma pequena
verificação.   Mas   requer   atenção.   Quando   é   confrontado   sempre   se   desculpa 
com o
argumento de "uma memória fraca". O mentiroso crônico acha quase impossível
admitir a verdade a seu respeito.
Esse tipo de desonestidade pode desorganizar seriamente um casamento. Como 
este
comportamento está tão enraizado no
Ela precisa confiar nele ­ honestidade e franqueza
121
marido,   é   bem   provável   que   ele   não   mude.   Alguns   destes   homens   começam   a 
melhorar
depois   de   certa   idade   e   se   sentem   culpados   por   seu   passado   fraudulento. 
Outros
continuam desonestos pelo resto de suas vidas. , ­ ^/;•
2. O mentiroso "para evitar problemas".
Este é o tipo que não mente sempre, apenas quando há muita pressão ou um
problema   sério.   Imaginemos   um   marido   que   passou   toda   a   semana 
negligenciando a
sua responsabilidade de procurar uma babá para o sábado à noite. No sábado 
de
manhã,   sua   esposa   pergunta:   "Querido,   você   se   lembrou   de   ligar   para   a 
Magali
sobre hoje à noite?"
Ele responde: "Já tomei conta de tudo, querida". Mas, com seus botões, ele
pensa: Não vou ficar ansioso por causa da minha irresponsabilidade. Posso 
ligar
para a Magali daqui a pouco e tudo estará resolvido. Acontece que a manhã 
voa,
ocupada   com   pequenas   tarefas,   o   jogo   do   time   favorito   é   transmitido   na 
televisão
durante   toda   a   tarde   e   qualquer   intenção   de   ligar   para   a   babá   vai   sendo 
desviada
para o fundo de seu pensamento. A noite chega, mas não a babá.
"O que aconteceu?", pergunta a esposa.
"Não sei. Estava tudo combinado. Ela deve ter esquecido", o marido mente.
A esposa liga então para Magali, que diz não ter recebido nenhuma chamada a
respeito. Em seguida, desliga o telefone e pede explicações ao marido.
"Não   consigo   entender",   argumenta.   "Por   que   ela   mentiria   assim?   Acho   que 
não
devemos usar mais os seus serviços."
O mentiroso que mente "para evitar problemas" tem uma coisa comum com o
mentiroso   "inato".   Suas   mentiras   raramente   são   elaboradas.   Ao   contrário, 
são
impulsivas e mal planejadas. Essas pessoas em geral têm o que os psicólogos
chamam   "desordem   de   caráter".   Têm   o   hábito   de   distorcer   a   realidade   sem 
remorso
apa­
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122
Ela Precisa, Ele Deseja
rente,   a  menos   que  sejam   flagradas   mentindo.  Se   isto  acontecer,   criam  um 
remorso
para que as pessoas "perdoem e esqueçam".
Ao contrário do mentiroso "inato", o que mente "para evitar problemas" em 
seu
casamento só o faz ocasionalmente, quando se encontra sob pressão. Algumas 
vezes
é   possível   trazer   esse   tipo   de   pessoa   para   uma   comunicação   honesta, 
enfatizando
o estresse que uma reação desonesta pode provocar. A esposa terá certeza da
honestidade na comunicação quando seu marido conseguir reduzir o estresse 
em sua
vida.
3. O mentiroso "protetor".
Este homem acredita ser a verdade algo muito forte para sua esposa, e mente 
para
"protegê­la". Por exemplo: uma família enfrenta uma dificuldade financeira 
da
qual   apenas   o   marido   tem   conhecimento,   pois   somente   ele   usa   o   talão   de 
cheques.
O   marido   do   tipo   mentiroso   "protetor"   decide,   então,   tomar   dinheiro 
emprestado
sem falar com a esposa. Por que ela perderia o sono por causa disso:1 Este 
é um
problema, temporário e sei que vou superá­lo, ele pensa.
Para   a   esposa,   o   marido   continua   dizendo   que   está   tudo   bem,   quando,   na 
verdade,
ele   está   vivendo   sob   tremendo   estresse.   Com   um   esforço   incrível,   ele 
consegue
pagar o empréstimo, e sua esposa jamais fica sabendo. Mas a que preço?
Ao contrário dos dois primeiros, o mentiroso "protetor" normalmente não tem
desordem de caráter. Ele não se vale da desonestidade para salvar a sua pele 
ou
conquistar a admiração de sua esposa. Geralmente a sua mentira o incomoda, 
mas
ele acha que compensa mentir porque a sua intenção é poupar a esposa da
ansiedade   causada   pelas   decepções   e   incertezas   do   dia­a­dia.   Ele   entende 
que a
esposa precisa de segurança e procura fazer com que ela se sinta protegida,
pintando   o   quadro   de   um   mar   calmo   quando,   na   verdade,   as   águas   estão 
agitadas.
Ela precisa confiar nele ­ honestidade e franqueza
123
O problema com tudo isso é que a esposa continua desconhecendo a pressão 
que o
marido   sofre.   Ela   tem   dificuldade   de   entender   o   seu   mau   humor   e   a   sua 
irritação
causados pelas pressões da vida. E se a estratégia tiver efeito contrário e 
o
marido  não puder  pagar o  empréstimo secreto  tão cedo  quanto  planejou? Se 
isso
acontecer,   a   esposa   terá   de   encarar   um   problema   muito   maior   e   mais 
preocupante,
de   forma   repentina,   sem   nenhum   tipo   de   preparo.   Tenho   pacientes   cujos 
maridos
esconderam delas a verdade até o dia em que o oficial de Justiça bateu à 
porta
de  suas   casas  com   a  ordem  de   despejo.  O   falso   senso  de   segurança  criado 
pelo
mentiroso "protetor" através de mentiras e falsas representações pode ser
desmontado em poucos segundos, causando danos quase irreparáveis para um
relacionamento de confiança no casamento.
Corno pequenas mentiras esvaziam o Banco do Amor
Está   claro   que   descobrir   uma   mentira   sobre   um   desastre   financeiro   pode 
causar
uma   retirada   da   conta   do   marido   no   Banco   do   Amor   de   sua   esposa.   Mas   as 
pequenas
mentiras   que   o   marido   inventa   com   relação   a   seus   sentimentos   e   atitudes 
sobre a
esposa também podem causar retiradas significativas da conta que ela tem no
Banco do Amor do marido.
Imaginemos que uma esposa se sinta preocupada com seu excesso de peso. O 
marido
está ainda mais preocupado, mas decide que não será nada bom se ele disser 
como
está desapontado. Em vez disso, ele diz que ela está bem.
Bem,   ela   pensa,   talvez   uns   quilinhos   a   mais   não   façam   mesmo   tanta 
diferença. E
assim, ela não busca emagrecer. Ao contrário, continua engordando. O marido
torna­se cada vez mais insatisfeito com a péssima aparência de sua esposa, 
mas
morde   a   língua.   Desta   vez,   o   sapato   do   Banco   do   Amor   está   no   outro   pé. 
Retiradas
diárias são feitas na conta de sua esposa do seu Banco do Amor, e ela não 
se
78
124
Ela Precisa, Ele Deseja
P F.la
Ela precisa confiar nele ­ honestidade e franqueza
125
dá conta disso até o dia em que o marido, finalmente, deixa escapar um
comentário sobre o seu peso, o que lhe custa uma considerável retirada da 
sua
conta no Banco do Amor da esposa.
O   marido   que   mente   para   "proteger"   a   esposa   freqüentemente   é   culpado   do 
pior
tipo de chauvinismo. Durante vários anos, tenho aconselhado muitos homens 
que
acreditavam   que   suas   mulheres   desmontariam   se   eles   lhes   contassem   a 
verdade.
Este tipo de homem vê a esposa como um bibelô de emoções, incapaz de lidar 
com a
realidade. Muitos homens tendem a fazer esta suposição sobre as mulheres de
forma   generalizada,   algumas   vezes   porque   isto   alimenta   o   seu   próprio 
sentimento
de superioridade.
Quando um homem mente para "proteger" a esposa, também pode estar querendo 
dizer
que   ela   tem   baixo   controle   sobre   os   seus   hábitos   e   não   pode   mudar   com 
rapidez
seu   comportamento.   Esse   tipo   de   pensamento   reflete   como   é   inferior   a 
opinião que
ele tem sobre o caráter da mulher ­ outra atitude comum entre os homens. É
verdade que algumas mulheres reforçam esta falsa suposição porque ela serve 
aos
seus próprios propósitos. Essas mulheres raciocinam: "Se posso conseguir o 
que
quero dele portando­me como uma idiota, por que não fazer isso?
O "por que não?" pode ser respondido com facilidade. Sempre que a mulher 
usa a
impotência ou outro comportamento de manipulação, ela não aumenta sua conta 
no
Banco   do   Amor   do   marido.   Ao   contrário,   devagar,   mas   continuamente,   a 
esvazia. O
seu   comportamento   pode   alimentar   o   falso   estereótipo   do   marido   sobre 
"mulheres
incapazes", mas não desenvolve o respeito dele pela esposa.
Tratar sutilmente ­ ou não tão sutilmente ­ a esposa como \ se ela fosse
emocionalmente instável pode tornar­se uma profecia \ auto­realizadora. Esta 
é
uma excelente forma de confundi­la.
Quando o marido fala a verdade para a esposa está colaborando para a sua
estabilidade emocional. Sendo sempre honesto, ele está dizendo que sabe o 
quanto
ela é capaz de lidar com qualquer
situação   e   mudar,   quando   necessário.   A   verdade   acaba   com   as   falsas 
impressões e
as   ilusões.   A   vida   torna­se   mais   previsível   e   racional   porque   agora   a 
esposa é
capaz de entender o comportamento do marido. A verdade pode ser dolorosa, 
às
vezes (e o marido deve esforçar­se por lidar gentilmente com a verdade), mas 
não
leva   a   mulher   à   confusão.   Ao   contrário,   ela   se   sente   no   controle   porque 
sabe o
que precisa fazer para mudar a situação.
Um   marido   não   faz   nenhum   favor   à   esposa   ao   contar   a   ela   mentiras 
"protetoras" a
fim de que ela se sinta segura e amada. De vez em quando, é exatamente o 
oposto
que acontece. É preciso que o marido se apresente à sua esposa como ele
realmente é. Então, ela pode ajustar­se, negociar e aproximar­se mais dele.
E a privacidade tem sua vez?
Muitas pessoas me perguntam: "Quando você diz que devo ser franco com meu
cônjuge, isto não sugere que eu abra mão da minha privacidade?".
Se,   para   esta   pessoa,   a   palavra.privacidade   significa   manter   oculta   uma 
parte de
si,   insisto   na   minha   convicção   de   que   esta   palavra   não   tem   lugar   entre 
marido e
mulher.   Muitos   ­   colegas   e   clientes,   igualmente   ­   discordam   de   mim,   mas 
tenho
testemunhado vários desastres conjugais que comprovam este princípio. Mesmo 
que
você considere ameaçador pensar que o seu cônjuge tem o direito de ler a 
sua
correspondência ou abrir a sua bolsa, continuo achando que esse tipo de
franqueza é indispensável para um relacionamento conjugai saudável. Vejamos 
como
isto funciona.
Quando   quero   "proteger   a   minha   privacidade"   torno­me   menos   transparente 
para com
a   minha   esposa.   Joyce   é   a   pessoa   que   precisa   conhecer­me   melhor,   e   devo 
fornecer
a ela todas as informações ­ inclusive sobre os meus defeitos. Não apenas 
devo
79
responder a todas as perguntas de forma verdadeira, mas também evitar as
mentiras "por omissão" e oferecer informações pronta e
80
126
Ela Precisa, Ele Deseja
voluntariamente Em outras palavras, devo compartilhar o meu ser com a minha
esposa de todas as formas possíveis.
Nesses   anos   juntos,   Joyce   e   eu   temos   usado   um   pequeno   código   quando 
sentimos
necessidade   de   honestidade   absoluta.   Algumas   vezes   gostamos   de   provocar, 
mas em
algumas situações precisamos saber exatamente se o outro está bem. Quando 
nos
sentimos assim, simplesmente perguntamos: "De verdade?". Ao ouvir Joyce
pronunciar   esta   frase,   sei   que   ela   deseja   honestidade   e   transparência,   e 
não
brincadeiras ou evasivas.
Os casais devem ter as suas próprias mensagens codificadas. Sem a segurança 
de
que o cônjuge está dando a sua palavra, o relacionamento começa a claudicar 
e,
eventualmente, cambaleia em direção a problemas. Ao aconselhar casais com
problemas no casamento, raramente encontro honestidade total entre os dois. 
Por
essa razão, inicio os encontros com o marido e a esposa separadamente. E 
muito
mais fácil para ambos serem honestos comigo quando estamos apenas nós dois 
no
consultório. Por duas razões: (1) ele ou ela sente grande pressão interior 
ao
expor a verdade para alguém e (2) eles estão pagando pelo tempo que passam
comigo, e desejam que eu entenda o problema o mais rapidamente possível.
Quando   cada   cônjuge   "se   solta"   comigo,   geralmente   obtenho   uma   visão   mais 
clara
de   ambos,   muito   mais   do   que   a   visão   que   eles   próprios   têm   um   do   outro. 
Durante
anos eles viveram vagueando cegamente pela cortina de fumaça que cada um
preparou   para   o   outro.   Quando   conversam   comigo   eles   não   têm   necessidade 
desta
divisória de fumaça e, assim, o verdadeiro problema ou assunto vem à tona.
Todos nós temos problemas
Um instrumento de grande valor que uso para obter uma visão mais clara das
pessoas   é   o   Minnesota   Multiphasic   Personality   Inventor   (MMPI),   de   S.   R. 
Hathaway
e J .C. McKinley, um
Ela precisa confiar nele ­ honestidade e franqueza
127
modelo de teste de personalidade que os psicólogos usam há muitos anos. O 
MMPI
tem   um   sortimento   de   escalas   que   ajudam   a   identificar   as   predisposições 
pessoais
para   determinadas   peculiaridades.   Se   usarmos   os   termos   "mais"   e   "menos" 
para
classificar, o fato de alguém marcar "mais" em qualquer uma destas escalas 
não
prova   que   esta   pessoa   tem   um   problema,   mas   sugere   que   pode   ter.   Os 
psicólogos
precisam   de   evidências   posteriores,   que   venham   comprovar   ou   refutar   a 
existência
do problema. Por exemplo: a pessoa que marcar "mais" na escala l demonstra 
uma
tendência   à   hipocondria.   Eu   sou   "mais"   na   escala   l,   porém   você   jamais 
detectaria
a minha hipocondria se me visse apenas quando estou relaxado. Sempre que 
estou
sob   pressão,   a   minha   hipocondria   começa   a   se   revelar   porque   é   quando   me 
queixo e
reclamo da minha saúde, mais do que qualquer pessoa em circunstâncias
semelhantes.  Joyce  gosta de  me alertar sempre  que  me apavoro achando que 
estou
doente   ou   quando   experimento   uma   pressão   emocional.   Ela   está   certa. 
Normalmente
eu passo bem, mas, sob pressão, o meu problema aparece. A importância deste
"princípio   de   pressão"   no   casamento   é   óbvia.   Um   rápido   esboço   de 
peculiaridadeschave
apresentadas nas escalas 0­9 do MMPI, inclui o seguinte:
0. Mede a tendência a ser socialmente introvertido, a evitar multidões e a 
ser
tímido.
1. Mede o grau de preocupação que alguém pode ter com sua saúde e o medo da
morte; doenças que causam debilidade ou aqueles pequenos sintomas que podem
transformar­se nestas doenças.
2.   Mede   a   depressão,   o   sentimento   de   impotência   e   a   tendência   a   ser 
pessimista.
3. Mede a repressão de sentimentos, a tendência a não ser honesto consigo e 
com
os outros sobre a razão dos seus sentimentos.
81
128
Ela Precisa, Ele Deseja
4. Mede a alienação social, a tendência a ter problemas com autoridades e a
falha em não considerar o outro quando se trata de satisfazer necessidades.
5. Mede a masculinidade e a feminilidade, a sensibilidade às necessidades 
dos
outros e a disposição em se interessar por eles.
6. Mede a sensibilidade entre os relacionamentos mais próximos, a tendência 
a
ter os outros como modelo, ou opiniões prejudiciais, boas e más, sobre as
pessoas.
7. Mede a ansiedade ou o medo, a tendência a ser indeciso, perfeccionista ou
dominado por sentimento de culpa.
8.   Mede   a   insatisfação   com   o   próprio   ser,   a   tendência   a   ser   confuso   e 
inseguro
sob estresse.
9. Mede o nível de atividade e energia, revela a tendência a ser impulsivo 
e
envolver­se exageradamente em muitas coisas.
Incluí este pequeno teste do MMPI apenas para mostrar que, num casamento, o
homem ou a mulher pode ter o tipo de personalidade que eventualmente leva a
dificuldades   quando   o   casal   tenta   lidar   com   um   conflito.   Se   desejam   ser 
bemsucedidos
ao buscar a solução de um problema eles precisam conhecer as
vulnerabilidades   emocionais   que   ambos   podem   apresentar   quando   estão   sob 
pressão.
A desonestidade pode ser uma destas vulnerabilidades.
Usando as dez escalas apresentadas, se alguém classificar­se "mais" nas de
número 3 ou 4, estaria indicando uma dificuldade com respeito à honestidade 
e à
franqueza, especialmente a de número 4 para os maridos. O que poderia sua 
esposa
esperar? Ela provavelmente o veria muito independente, teria problemas em
negociar   com   ele   e   logo   perceberia   como   ele   fica   irritado   com   pequenas 
coisas.
Além disso suas mentiras e meias­verdades revelariam a sua tendência ao
egocentrismo. Ela poderia resumir o seu caráter dizendo: "Ele pensa que é 
mais
importante resolver as coisas a seu modo do que falar a verdade". |
Ela precisa confiar nele ­ honestidade e franqueza
129
Obviamente se ela se classifica "mais" para a escala 6, mostrando tendência 
a
uma  sensibilidade   alta,  e   o  esposo   marca  "mais"   para  a   de  número   4,  com 
certeza
surgirão discórdias conjugais. Enquanto a esposa precisa lidar com a sua
sensibilidade  quando  se  sente  magoada,  ele  terá  que  aprender  a  compensar 
sua
predisposição à desonestidade, ao egocentrismo e a um comportamento difícil 
de
negociar.
Será   que   tudo   isso   sugere   que   você   corra   até   o   seu   psicólogo   e   seja 
submetido ao
teste MMPI? Mesmo sendo um tanto suspeito para opinar, creio que você deve
considerar os resultados do teste de muito valor. Apesar de não poder fazer
muito para mudar a sua personalidade, você pode aprender a se ajustar à
personalidade de seu cônjuge. Testes como este apenas provam que todos temos 
as
nossas peculiaridades de personalidade, vulnerabilidades e tendências a
possíveis   problemas.   Por   esta   razão   precisamos   ser   tanto   mais   francos   e 
honestos
quanto possível um com o outro. Precisamos compreender os problemas um do 
outro
de tal forma que possamos adaptar­nos e ajustar­nos. Mesmo que seu cônjuge
classifique  "mais" na  escala 4,  não se  apavore.  Procure entender a  razão 
deste
seu ponto fraco e aprenda a compensar isto. •••>•
Como a honestidade pode resgatar um casamento
O que acontece quando falta honestidade e franqueza num casamento, a ponto 
de se
chegar ao máximo da infidelidade em forma de um romance extraconjugal? Usar 
de
transparência com seu cônjuge ajudaria ou significaria a morte certa para o
relacionamento?
Para   mim   já   se   tornou   uma   cena   comum   ver­me   sentado   para   aconselhar   um 
marido
que me diz, olhando­me bem de frente, que já se envolveu numa série de
relacionamentos extraconjugais. Ele nunca contou à esposa sobre nenhum um 
destes
relacionamentos, mas se sente "terrivelmente culpado" por todos eles.
82
130
Ela Precisa, Ele Deseja
À medida que a terapia prossegue sugiro que ele confesse tudo à esposa. Com
certo medo e alguma tremedeira, ele decide fazêlo, causando, na esposa, as
reações já previstas: raiva, ansiedade e, finalmente, depressão. Entretanto, 
com
o tempo, ela se refaz do choque e da dor. Depois disso, o casamento pode 
ser
reconstruído com base na honestidade mútua, talvez pela primeira vez.
Quando um casal lida com a tentativa de sobreviver após um relacionamento
extraconjugal, trabalho com eles a fim de se tornarem totalmente sinceros um 
com
o  outro.   Eles  não   devem  esconder   nada  do   que  pensam   ou  sentem.  E   apenas 
através
da total franqueza que um relacionamento honesto pode nascer. Se eles se
comprometerem em algum ponto, isto prejudicará o processo de reconstrução.
Você pode estar indagando se a decisão do cônjuge infiel em confessar seu 
pecado
à esposa é sempre a mais inteligente. Na minha experiência a confissão do
cônjuge  infiel  nunca foi  a causa  principal  de um  divórcio.  Alguns casais 
chegam
ao   divórcio   por   causa   da   infidelidade,   e   não   porque,   algum   dia,   eles 
finalmente
decidiram   falar   honestamente   um   com   o   outro.   E   muito   comum   o   cônjuge 
traído,
seja ele o marido ou a mulher, recuperar­se do choque inicial sobre o
conhecimento   da   infidelidade   do   outro   com   a   disposição   de   examinar   e 
considerar
as   formas   de   resolver   os   problemas   do   casamento.   Boa   parte   do   sucesso 
depende do
ambiente terapêutico preparado para o casal. O conselheiro deve criar uma
atmosfera que motive os dois a discutir as soluções para os verdadeiros
problemas surgidos depois que o relacionamento extraconjugal foi descoberto 
e
exposto.
Uma vez revelada a desonestidade, empenho­me, de forma especial, a ajudar o
casal a enxergar claramente toda a situação. Eles acabaram de experimentar 
um^
purgação   necessária,   através   da   qual   têm   a   oportunidade   única   de 
reconstruir um
casamento   estável   e   duradouro.   Minha   tarefa   agora   é   orientá­los   na 
recuperação
da confiança.
Ela precisa confiar nele ­ honestidade e franqueza
131
Um   marido   com   um   histórico   de   mentiras   pode   insistir   em   que   a   confissão 
sobre a
sua infidelidade conjugai, em si, já prova a sua mudança. Ele pode querer 
que a
esposa comece a confiar novamente nele no mesmo instante. Mas insisto que 
não é
bem assim. Você não pode ligar o sentimento de confiança como liga um
interruptor   e   acende   a   luz.   Ao   contrário,   são   muitas   as   experiências 
através das
quais uma pessoa pode provar que é digna de confiança. Em uma situação como 
a
confissão   de   envolvimento   em   um   caso   extraconjugal,   recomendo,   com 
insistência,
que   o   marido   forneça   à   esposa   informações   diárias,   que   possam   ser 
facilmente
checadas por ela.
A minha sugestão para o homem que usou de mentiras com sua esposa é que 
deixe
com ela uma cópia da sua agenda, para que ela possa ver quando desejar. No 
caso
de   mudanças   nos   compromissos   durante   o   dia,   ele   deverá   fazer   o   possível 
para
comunicar  à  esposa  imediatamente.  Ela  deve  ter  a  liberdade  de  ligar  para 
alguns
desses   lugares   listados   na   agenda,   a   fim   de   verificar   sua   presença. 
Geralmente,
este processo de verificação é feito de uma maneira que evita qualquer tipo 
de
embaraço para o marido ou para a mulher.
Geralmente   tenho   que   me   defender   dos   maridos   ao   sugerir   que   eles 
providenciem
tais   agendas.   Freqüentemente   eles   se   queixam   de   legalismo,   de   regrinhas 
para
crianças  e  dizem:  "Afinal  de  contas,  toda  esta  checagem  apenas  prova  que 
ela não
confia em
mim .
Mas este é exatamente o ponto. Ela não confia mesmo.
Para estes maridos simplesmente respondo que um homem organizado planeja e
agenda   os   seus   compromissos.   Por   que   ele   ficaria   tão   resistente   em 
compartilhar
isto com a esposa? Além disso, uma esposa deveria sentir­se à vontade para 
ligar
83
para o marido a qualquer hora do dia, mesmo nos relacionamentos em que não
existe desconfiança.
A prática da minha sugestão, em alguns casos, dura anos. En­, tretanto, aos
poucos, a esposa percebe, após checar repetidas vê­
84
132
Ela Precisa, Ele Deseja
zes, que seu marido tem sido honesto com ela. Neste ponto, e apenas neste 
ponto,
ela pode começar a confiar verdadeiramente nele.
A mulher precisa comunicar­se com seu marido a qualquer hora do dia ou da 
noite
para   que   possam   manter   este   sentimento   de   honestidade   e   franqueza.   A 
maioria
delas não se vale do privilégio de ligar para os maridos quando eles estão
participando   de   alguma   reunião   importante   ou   no   meio   de   um   trabalho.   No 
entanto,
elas   precisam   saber   que   podem   fazer   isto,   se   desejarem,   e   crer   que,'   ao 
fazer
isto, a confiança no marido é confirmada.
Em   vinte   e   cinco   anos   de   aconselhamento   nunca   encontrei   um   casamento 
perfeito.
Cada parceiro tem suas faltas e fraquezas, de um tipo ou de outro. Pode ser
tendência   à   depressão;   pouca   força   de   vontade;   tendência   a   se   entregar 
diante da
pressão; irresponsabilidade; tendência à hipocondria; alta sensibilidade ou
perfeccionismo. A lista poderia seguir indefinidamente. Entretanto há duas
coisas às quais nenhum casamento sobrevive: falta de honestidade e falta de
cooperação.
Quando existe honestidade e cooperação num casamento você vê um casal que 
deseja
compartilhar e construir sua vida. Os cônjuges não precisam ser cheios de
segredos   e   limites   de   privacidade.   Nenhum   dos   dois   pensa   em   mentir   ou 
dourar a
verdade para "proteger" o outro. Ao construir seu casamento com base na
confiança, você experimenta uma alegre disposição em compartilhar seus
sentimentos   pessoais   com   aquele   ou   aquela   que   escolheu   para   ser   seu 
parceiro ou
parceira para o resto da vida. E de acordo com a Quinta Lei de Harley:
Ela precisa confiar nele ­ honestidade e franqueza
133
A honestidade é a melhor política de segurança no casamento.
Para   concluir   gostaria   de   enfatizar   que   a   mulher   precisa   confiar   no   seu 
marido.
Qualquer que seja a vantagem que um homem venha a obter sendo reservado, 
fechado
e até desonesto, ele a consegue à custa da segurança de sua esposa e da
realização do seu casamento. A mulher precisa ver o marido como alguém
previsível. Deve haver uma combinação dos dois pensamentos a fim de que ela
possa "ler a mente" dele. Quando uma mulher alcança este nível de confiança 
é
capaz de amar seu marido de forma mais completa.
Perguntas para ele ;
1. Numa escala de l a l O (o l O significando "totalmente honesto") como 
você
classificaria   sua   honestidade   para   com   a   sua   esposa?   Como   ela   o 
classificaria
nesta escala?
2. Em que áreas é mais difícil ser totalmente honesto e franco com a sua 
esposa?
Por   que   é   difícil?   De   que   forma   ela   lida   com   o   fato   de   você   agir 
sinceramente
com respeito a assuntos delicados?
3. Você é contra ou a favor da declaração de que não deve haver privacidade 
no
seu   casamento   ­   ou   seja,   que   nenhum   dos   dois   deve   esconder   determinadas 
partes
do outro? Tente anotar as suas razões para concordar ou discordar.
Perguntas para ela
1. Em sua hierarquia pessoal de necessidades até que ponto é essencial o 
fato de
poder confiar no seu marido? Você concorda que esta é uma das suas cinco
necessidades básicas dentro do casamento? Por que sim ou por que não?
2. Alguma vez seu marido mentiu para você com o pretexto de lhe "proteger"? 
Em
caso positivo, como você se sentiu?
3. Em que áreas (se houver alguma) você desejaria que seu marido fosse mais
franco e honesto com você?
85
134
Ela Precisa, Ele Deseja
Para pensar juntos
1. Discutam as respostas de ambos para as perguntas acima. Será um bom teste
descobrir até que ponto o seu casamento é realmente honesto e franco.
2. Se você não tem um código como "De verdade?", comece a usar um. O que 
vocês
poderiam   dizer   um   ao   outro   para   demonstrar   que   precisam   de   total 
honestidade?
3.   Voltem   juntos   às   dez   escalas   do   MMPI.   Vocês   reconhecem   em   si   mesmos 
alguma
tendência ali mencionada quando estão sob estresse?
Ele precisa de uma esposa
de boa aparência ­ uma
mulher atraente
V_í? om mais ou menos 80 quilos de peso, Nancy raramente arrumava namorados 
­
quatro encontros nos últimos dois anos, para ser mais exato ­, sendo que, 
no
primeiro, não houve nenhum tipo de retorno. Seus projetos com relação a
casamento   pareciam   no   mínimo   desanimado   rés.   Apesar   de   ter   uma 
personalidade
encantadora e muitos interesses, eram poucos os homens que queriam sair com 
ela.
Certo   dia,   Nancy   decidiu   que   deveria   mudar.   Ela   queria   casar   e   estava 
cansada do
seu   trabalho.   Assim,   pensava:   Se   tivesse   alguém   que   cuidasse   de   mim,   eu 
pararia
de   trabalhar   e   ficaria   em   casa   o   dia   todo.   Seria   tão   bom!   Como   primeira 
tática
para alcançar este ob­
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136
Ela Precisa, Ele Deseja
jetivo, Nancy matriculou­se numa academia de ginástica, começou uma dieta e
perdeu trinta quilos. Em seguida comprou algumas roupas que acentuavam, de 
forma
decente,   o   seu   corpo   esbelto.   Para   completar   a   transformação   mudou   o 
penteado e
passou a usar uma maquiagem apropriada.
Com   cerca   de   trinta   quilos   a   menos   e   as   outras   melhorias   Nancy   ficou 
realmente
sensacional.   Agora,   ela   tinha   pretendentes   de   todos   os   lados,   mas   não 
esquecia o
seu objetivo: um marido. Mais ou menos oito meses depois, quando Haroldo a 
pediu
em casamento, ela aceitou. Seu objetivo foi alcançado com muita rapidez.
Cinco anos mais tarde, ao aconselhar Nancy e Haroldo, comecei falando com 
eles
separadamente.   E   Haroldo   me   disse:   "A   primeira   coisa   que   ela   fez   após   o 
nosso
casamento   foi   parar   de   trabalhar,   ficando   em   casa   o   dia   inteiro,   comendo 
feito
louca. Ela inflou como um balão de gás, ganhando quase cinqüenta quilos em 
um
ano".
Perguntei: "Você comentou alguma coisa sobre o seu peso?".
Ele respondeu que sim. "Muitas vezes. Aliás, este é um ponto sensível entre 
nós.
Mas ela simplesmente diz: 'Quero que você me ame pelo que eu sou. Se você 
me
aceitasse   incondicionalmente   eu   até   poderia   perder   peso'.   Eu   já   estou 
ficando
cansado desta história, e não sei onde mudar. Não acredito em divórcio, mas 
não
estou conseguindo lidar com tudo isso. Alguma coisa precisa acontecer".
Enquanto continuávamos a conversar, percebi que Haroldo estava enfrentando 
um
sério   dilema.   Crescido   numa   igreja   conservadora,   ele   mantinha   fortes 
convicções
sobre   o   casamento   como   um   compromisso   para   toda   a   vida.   Ele,   que   antes 
sonhava
com   um   futuro   feliz   ao   lado   de   uma   mulher   que   fosse   admirada   por   todos, 
agora
vive com Nancy uma vida que mais parece uma sentença de prisão. O casamento 
com
esta   mulher   dificilmente   corresponderia   às   suas   expectativas.   Onde   teria 
ele
errado?
Em seguida, conversei com Nancy para obter a sua versão da história. Ela me
contou sobre o seu projeto para melhorar a apa­
Ele precisa de uma esposa de boa aparência ­ uma mulher atraente
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rência com o objetivo de conquistar rapazes, sair com eles e conseguir um
marido. Nancy nunca contou ao marido que já havia sido tão gorda, nem que 
ela
não pensava ser capaz de controlar o peso após o casamento. Para ela, fazer
dieta   tinha   sido   uma   agonia,   e   manter­se   magra   também   era   um   grande 
sacrifício.
Quando casou com Haroldo, Nancy pensou que ele a amaria, independentemente 
do
seu peso, e que ela poderia voltar a ser gorda e feliz. Assim, quando o 
Haroldo
lhe   disse   que   a   deixaria   se   não   perdesse   peso,   Nancy   achou   que   ele   não 
estava
sendo justo.
As coisas não pareciam justas para Haroldo também. Ele havia se casado com
alguém   fisicamente   atraente   e   imaginou   que   ela   se   manteria   assim.   Nancy 
imaginou
que,   uma   vez   que   Haroldo   a   conhecesse   e   a   amasse,   seu   peso   não   faria 
diferença.
Mas ela estava enganada.
De fato alguns homens não se importam com a aparência física. Suas esposas 
podem
ficar   acima   ou   abaixo   do   peso   ­   isto   não   faz   diferença.   Eles   têm 
necessidades
emocionais muito mais importantes do que uma esposa atraente. Mas Nancy não
estava casada com um desses homens. Na verdade ela casou com alguém para 
quem a
aparência física era uma das coisas mais importantes. Ele precisava de uma
esposa atraente.
Algumas mulheres também têm necessidade de um marido atraente. Muitas das
esposas que tenho aconselhado já fizeram uma última ameaça a seus maridos: 
"Ou
você perde peso, ou nosso casamento está acabado". Uma delas disse que não
viveria mais com o marido, a menos que ele perdesse vinte e cinco quilos.
Se alguém considera a atração física pelo cônjuge a necessidade emocional 
mais
importante,   a   aparência   é   um   assunto   muito   sério   nesse   casamento.   No   de 
Haroldo
e Nancy era sério.
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Nancy ouvia com atenção, à medida que eu explicava que o compromisso do
casamento significava satisfazer às necessidades do cônjuge. Ela queria que
Haroldo tivesse um bom salário, que fosse afetuoso, que conversasse
freqüentemente com ela, mas Nancy não estava colaborando com a sua parte no
acordo.
88
138
Ela Precisa, Ele Deseja
"O que você quer dizer com eu não estar colaborando com a minha parte?", 
ela
perguntou. "Faço uma comida gostosa, conservo a casa sempre limpa, sou
afetuosa..."
Respondi: "Tudo isso é muito bom, mas você está esquecendo uma coisa: a sua
aparência física é muito importante para o seu marido. Não é nenhuma
peculiaridade ou capricho da parte dele. É algo de que ele necessita muito. 
A
linda mulher com quem ele casou esconde­se atrás de todo este excesso de 
peso.
Quando você se preocupa com o seu corpo, também está se preocupando com seu
marido".
A   princípio,   Nancy   não   deu   atenção   ao   que   eu   falava.   Ela   insistia   em 
argumentar,
dizendo: "Haroldo deveria me amar do jeito que eu sou".
Falei:   "Você   quer   ser   amada   pelo   que   é,   e   não   pelo   que   faz.   Todos   nós 
queremos
isto, mas não é bem assim que as coisas acontecem. Você não decidiu casar 
com
seu   marido   pelo   que   ele   era,   mas   pela   forma   como   agia.   Se   ele   não 
satisfizesse
as suas necessidades emocionais enquanto eram apenas namorados, você sequer
consideraria a possibilidade de tê­lo como marido. E se, depois de casados, 
ele
deixasse de satisfazê­las, os seus sentimentos por ele teriam mudado
consideravelmente. Seu amor teria simplesmente esmorecido".
Muitos  homens  pensam que  o  afeto é  uma necessidade  insignificante,  o que 
muitas
mulheres   também   pensam   acerca   do   sexo.   Alguns   homens,   bem   como   algumas 
mulheres,
acham a admiração uma bobagem, mas nenhuma dessas coisas é insignificante 
para
aqueles que delas necessitam. Nancy não poderia classificar a sua aparência
física como algo insignificante. Ela queria acreditar que o raso senso de
valores   de   Haroldo   era   a   causa   de   tudo   aquilo.   Se   ele   crescesse   e   se 
tornasse
mais maduro, certamente enxergaria além da sua aparência.
Mas continuamos insistindo na defesa de nosso ponto de vista e, finalmente,
Nancy resolveu perder peso. Ela não queria arris­
Ele precisa de uma esposa de boa aparência­uma mulher atraente
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car   perder   Haroldo   e   sabia   que,   no   fundo,   esta   decisão   seria   muito   mais 
saudável
para   ela.   Assim,   matriculou­se   numa   academia   de   ginástica,   fez   dieta   e 
emagreceu
vinte   quilos   em   três   meses.   Quando   Haroldo   percebeu   que   a   esposa   estava 
levando
as coisas a sério, passou a acompanhá­la em seus exercícios.
O objetivo de Nancy era perder todos os quilos que tinha adquirido após o
casamento, e ela insistiu na ginástica e na dieta. Quando alcançou o peso
desejado,   Haroldo   ficou   muito   feliz,   e   ela   também.   O   seu   senso   de   auto­
estima
melhorou grandemente, e seu charme era a maior contribuição que ela podia 
dar
para a felicidade do marido.
Muitas mulheres e muitos homens têm problemas como os de Nancy, mesmo que 
não
sejam   tão   severos.   Após   o   casamento,   eles   começam   a   ganhar   peso   ou   se 
vestir de
forma menos vistosa, partindo da idéia de que o seu cônjuge o (a) ama, e 
seu
modo   de   vestir­se   ou   a   sua   aparência   física   não   farão   diferença.   Para 
algumas
pessoas,   especialmente   para   alguns   maridos,   esta   afirmação   está 
completamente
longe da verdade.
Por que toda essa preocupação com a aparência?
Muitas vezes as pessoas desafiam­me quando classifico a atração física como 
uma
das   necessidades   emocionais   mais   importantes.   Destas   pessoas   ouço   que   os 
homens
certamente deveriam ter mais maturidade e valores mais elevados em vez de 
se
prenderem à aparência física como um ideal. Será que não devemos olhar além 
do
superficial e buscar características humanas mais significativas, como a
honestidade, a confiança e o carinho? Além disso nem sempre a mulher tem os
recursos para cuidar da sua aparência física.
A beleza, é claro, está no olho do observador e não estou incentivando a 
esposa
a se tornar a rainha da vaidade. Apenas digo que ela deve tentar mostrar­se 
do
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modo que seu marido quer que ela se mostre. Ela deve assemelhar­se à mulher 
com
quem ele se casou.
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Ela Precisa, Ele Deseja
l
Isto significa que a mulher deve permanecer eternamente jovem? É claro que 
não,
mas ficar com mais idade não é uma desculpa para descuidar do corpo e se 
vestir
como uma velha. Foi exatamente isto o que Nancy fez, e a coisa chegou a tal
ponto que Haroldo veio buscar ajuda comigo. Felizmente Nancy tinha a
determinação   para   alcançar   os   seus   objetivos.   Sua   história   teve   um   final 
feliz,
mas   muitas   outras   não   têm.   Costumo   aconselhar   outras   esposas   (e   maridos) 
que se
recusam a mudar. Na melhor das hipóteses, esse tipo de casamento segue
arrastando­se.   Com   freqüência   o   marido   volta­se   para   mulheres   que,   na 
opinião
dele, são mais atraentes.
Se   seu   marido   diz   que,   ao   perder   peso,   você   estaria   satisfazendo   uma   de 
suas
necessidades emocionais, então é preciso decidir se você se importa com ele 
a
ponto de satisfazer essa necessidade.
Quando ela se apresenta bem, ele se sente bem
O homem que precisa de uma esposa atraente sente­se bem todas as vezes que 
olha
para   a   esposa   atraente.   Aliás   é   nisso   que   implica   uma   necessidade 
emocional.
Quando   uma   das   necessidades   de   um   homem   é   satisfeita,   ele   se   sente 
realizado;
quando   não,   ele   se   sente   frustrado.   Pode   parecer   imaturo   ou   superficial, 
mas
percebo que a maioria dos homens precisa de uma esposa atraente. Eles não
apreciam   uma   mulher   apenas   por   suas   qualidades   interiores.   Para   eles   é 
muito
importante a maneira como ela é, fisicamente falando.
Será   que   as   mulheres   também   têm   esta   necessidade   de   encontrar   atração 
física em
seus maridos? Não. Elas podem até querer que seus maridos sejam bonitos, 
mas não
incluem um esposo atraente entre as suas cinco principais necessidades
emocionais.   As   mulheres   se   apaixonam   por   homens   gordos,   simples   ou 
descuidados
com   a   roupa   porque,   apesar   destas   características,   eles   sabem   como 
satisfazer as
suas necessidades emocionais mais importan­
Ele precisa de uma esposa de boa aparência ­ uma mulher atraente
141
tes, como afeto, diálogo e apoio financeiro.
Recordo­me de um homem bem gordo, careca, que era vinte anos mais velho do 
que
sua lindíssima esposa. Contudo, ela era louca por ele, e os dois tinham uma 
vida
sexual muito ativa. Por quê? O que aquela mulher via naquele homem? Este é 
o
ponto.   Em   vez   de   olhar   para   ele,   ela   olhava   para   dentro   dele,   onde 
descobria um
homem afetuoso, sensível, dócil e generoso, que a amava tanto quanto ela o
amava. Para a esposa, ele era um homem lindo.
Será que ela era mais madura do que o marido, assumidamente atraído pela
aparência   física   da   esposa?   Não.   Ela   simplesmente   tinha   necessidades 
emocionais
diferentes.   Para   ela,   a   atração   física   não   significava   tanto   quanto   para 
ele.
Ela se esforçava por manter uma boa aparência porque sabia que isto fazia o
marido   feliz.   Por   outro   lado,   ele   se   esforçava   por   satisfazer   as 
necessidades da
esposa por afeto, diálogo e segurança financeira.
Qualquer   mulher   pode   melhorar   a   sua   aparência   para   seu   marido.   Existem 
muitos
livros, vídeos, programas de dietas e outros produtos preparados para ajudar 
as
mulheres (e os homens) a manter a forma, a se vestir com estilo, a pintar 
os
cabelos   de   forma   adequada   etc.   Ao   aconselhar   as   mulheres,   percebo   seis 
áreas que
são particularmente importantes para se manter ou se tornar atraente. Vamos
comentá­las rapidamente.
O "Segredo" do Controle do Peso
Todos os anos aparecem novos best sellers oferecendo a última novidade em 
dieta
ou   planos   de   controle   da   alimentação.   Aqui   está   a   minha   ­   o   Terceiro 
Corolário
de Harley:
Equilibre   a   sua   ingestão   de   calorias   com   a   quantidade   apropriada   de 
exercícios.
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Ela Precisa, Ele Deseja
Sinto  muito  se   o  que   vou  dizer   não  parece   tão  sensacional,   ou  fácil,   ou 
mesmo
fascinante, mas não existe segredo para o controle do peso e da aparência
física. É algo que depende de disciplina, e isto é conhecido de todos há
séculos.
Algumas   mulheres   que   aconselho   simplesmente   não   acreditam   em   mim.   Elas 
insistem
em   esperar   por   algum   novo   dispositivo   revolucionário   que   as   ajudará   a 
resolver o
problema do  peso com  pouco ou  nenhum esforço.  Muitas delas  interrompem  a 
dieta
repentinamente,   e   ganham   de   novo   todo   o   peso   que   perderam.   De   repente 
voltam à
dieta e, mais uma vez, param. Isto acontece várias vezes. Mais cedo ou mais
tarde, desistem de vez, ficando mais gordas do que nunca.
A verdade é que os programas de controle do peso funcionam apenas quando se
tornam   um   estilo   de   vida,   baseados   em   fatos   da   vida.   Todos   os   corpos, 
inclusive
os femininos, são como máquinas que queimam combustível. Quando um corpo se
abastece com muito combustível e não o queima, este mesmo combustível é
armazenado   pelo   corpo   em   forma   de   gordura.   Assim,   se   você   não   quiser 
engordar,
deve   queimar   todo   o   combustível   com   o   qual   seu   corpo   se   abastece.   Para 
perder
peso, você deve queimar mais ainda.
Quando falo de combustível, é claro que me refiro àquilo que você come e 
que
pode ser queimado com exercícios. Você pode queimar um pouco passando o dia
normalmente, mas queimará muito mais rápido com exercícios que, se forem
freqüentes, darão a você a chance de comer mais, já que está queimando mais
combustível. Entretanto, no meu entender, seria muito mais fácil comer menos 
do
que fazer mais exercícios.
Sei que você pode considerar­se uma pessoa viciada em comida. Mas todos nós
somos. Todos morreríamos de fome sem comida. A fome é uma reação normal no
processo da dieta porque nossos corpos são programados para impedir a perda 
de
peso. Isto  não quer  dizer que  você  não possa  comer menos,  mas, sim,   que 
terá
fome enquanto estiver de dieta.
Ele precisa de urna esposa de boa aparência ­ uma mulher atraente
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Você pode comer muitas frutas, muitos legumes e muitas verduras. Mantenha 
sua
geladeira abastecida destes alimentos. Faça lanches de cenoura até sua pele 
se
tornar   alaranjada   (brincadeirinha...).   Reduza   a   ingestão   de   açúcar   e 
gordura ao
mínimo.   Se   você   for   tentada   a   se   esbaldar   em   algo   com   muitas   calorias 
(sorvete,
por exemplo), nem pense em comprar. Esta é talvez a única forma de se evitar
perder   o   controle.   Seus   filhos   e   seu   cônjuge   podem   reclamar,   mas   eles 
ficarão
tão saudáveis quanto você.
Exercícios   aeróbicos   ajudam   você   a   perder   aqueles   quilinhos   extras,   ao 
mesmo
tempo que mantêm seu coração e seus pulmões saudáveis. Para tanto é preciso
apenas   o   exercício   suficiente   para   aumentar   os   batimentos   do   seu   coração 
até 60%
ou   70%   do   seu   máximo,   durante   mais   ou   menos   trinta   minutos,   em   dias 
alternados
(para descobrir o máximo de batimentos do seu coração, subtraia a sua idade 
de
220, multiplique por 70, e você terá a melhor capacidade aeróbica para a 
sua
idade).
Joyce   e   eu   compartilhamos   o   mesmo   tipo   de   dieta,   e   também   fazemos 
exercícios
juntos, sempre que possível. Incentivamos um ao outro a controlar o nosso 
peso.
Nós dois somos de famílias com tendência a engordar depois de determinada 
idade,
e fizemos um acordo para evitar que isto aconteça conosco.
Se  você   também  fez  um   acordo  para   emagrecer  e   pretende   mantê­lo,  precisa 
criar
um novo estilo de vida que implique dieta e exercício, e seu cônjuge deve 
fazer
a   parte   dele.   Isto   pode   significar   que   seu   marido   começará   a   evitar 
alimentos
que não estão na sua dieta e, assim, se unirá a você em seu programa de
exercícios.   Quando   vocês   dois   se   comprometerem   com   este   novo   estilo   de 
vida, as
chances de sucesso serão muito maiores.
Use a Maquiagem em Seu Benefício
92
Rosa entrou em meu consultório mais parecendo uma palhaça do que uma mulher 
bem
arrumada. Apesar de ter algumas ca­
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Ela Precisa, Ele Deseja
Ele precisa de uma esposa de boa aparência­ uma mulher atraente
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m
racterísticas atraentes, elas permaneciam escondidas debaixo de todo aquele
conjunto de cores que disputavam a atenção. É óbvio que ela tentou fazer­se
atraente,   mas   certamente   alguma   coisa   estava   errada.   Ela   não   usou   a 
maquiagem em
seu benefício.
Os cosméticos estão disponíveis desde os velhos tempos egípcios e, com a 
moderna
indústria cosmética de bilhões de dólares, nenhuma mulher tem a desculpa de 
que
esta ajuda não está ao seu alcance. A maior parte das mulheres que não usa
maquiagem ou que a utiliza de forma inadequada, age assim simplesmente por 
falta
de iniciativa em obter a ajuda de que precisa.
Algumas mulheres nunca se maquiaram nem entendem as técnicas básicas de
maquiagem.  Em   casos  como   o  de   Rosa,   eu,  às   vezes,   de  forma  muito   sutil, 
sugiro
que a mulher procure ajuda profissional. Alguns estúdios de cosméticos ou 
lojas
de departamentos oferecem orientações gratuitas que podem ajudar uma mulher 
a
começar a se automaquiar. O sucesso deste aprendizado depende muito do
conhecimento   da   pessoa   que   orienta,   mas   muitas   vezes   pode   dar   bons 
resultados.
Várias revistas femininas também publicam artigos que podem atingir o mesmo
objetivo.
Já   vi   muitas   mulheres   fazendo   grande   progresso   em   sua   aparência.   Estas 
mudanças,
em uma mulher solteira, são quase sempre seguidas de maior atenção ­ e,
freqüentemente, de mais encontros
­   por   parte   de   homens   solteiros.   Com   relação   a   mulheres   casadas,   seus 
maridos
apreciam e incentivam a mudança, caso suas esposas se submetam a isso por 
eles.
Tenha   certeza   de   que,   além   de   ser   algo   agradável   para   você,   seu   marido 
também
deve achar atraente esta mudança causada pelos cosméticos. Tenha sempre em 
mente
que o objetivo é suprir a necessidade de seu cônjuge por alguém atraente.
Use o Seu Cabelo da Forma que Seu Cônjuge Aprecia
O estilo de corte e a cor dos cabelos compõem outro ponto sensível para as
mulheres. Elas são capazes de gastar muito di­
nheiro em pinturas, xampus, condicionadores, permanentes, escovas e cortes. 
E eu
pergunto: por que e para quem?
Se   uma   mulher   gasta   todo   esse   dinheiro   para   agradar   seu   marido   e   para 
alcançar
algo   que   a   faça   sentir­se   bem,   ótimo.   Mas   se   ela   sabe   que   o   marido   não 
gosta de
determinada coisa relativa a seu cabelo e, mesmo assim, permite que seu
cabeleireiro   a   convença   a   fazer   tal   coisa,   está   começando   a   trabalhar 
contra si
­ e contra seu casamento. Um fabricante de produtos para colorir cabelos
justifica   os   altos   preços   de   seus   produtos   dirigindo­se   à   mulher   com   a 
frase:
"Você merece". Eu acrescentaria que o seu marido também merece porque, se 
ele
não gostar de determinada cor ou corte, é melhor você desistir da idéia. 
Aliás,
por que não consultá­lo antes, a fim de ter a sua opinião sobre um corte ou
tonalidade   diferente?   Afinal   de   contas,   a   intenção   é   mostrar­se   atraente 
para
ele.
Será   mesmo?   Algumas   mulheres   se   opõem   a   essa   idéia.   Elas   insistem   no 
direito que
têm de agradar a si mesmas ou alegam que agradar seus maridos deste modo 
parece
injusto, e até mesmo humilhante.
Eu não incentivaria as mulheres a usar um corte de cabelo ou penteado que 
as
desagradasse. Certamente, elas precisam ter prazer na própria aparência e
sentir­se   atraentes.   Se   um   marido   gosta   de   algo   que   a   sua   esposa   não 
suporta,
que tal uma negociação? Entre tantas formas disponíveis de cortar e pentear 
o
cabelo, estou certo de que ambos encontrarão uma que seja do agrado tanto 
de um
quanto do outro.
Os cortes de cabelo, como qualquer outra coisa, podem produzir depósitos ou
retiradas no Banco do Amor de um marido. Se a esposa entende a necessidade 
de
94
seu marido por uma esposa atraente, ela se esforçará, junto com ele, para
alcançar este objetivo. Há grandes chances ­ com base em minha experiência 
­ de
ela achar que seu marido é razoável e tem relativo bom gosto. i : >; ,/y:;i
95
146
Ela Precisa, Ele Deseja
As Roupas Servem de Vitrine fará a Mulher
O antigo provérbio diz que "A roupa faz o homem", mas, em nossa sociedade, 
as
roupas são a vitrine da mulher. Esta vitrine pode realçar e encantar ­ ou 
fazer
muito   mais   do   que   isto.   É   o   mesmo   princípio   aplicado   com   relação   aos 
cosméticos
e ao tipo de cabelo: vista­se de modo atraente para o seu marido.
A   moda   vai   e   vem   e,   algumas   vezes,   os   estilos   de   roupas   variam   entre   o 
péssimo e
o horrível. Apesar da insistência de alguns estilistas em ser eternamente
criativos, parece que contínua prevalecendo uma regra: quando as roupas
femininas  tornam­se  sem  atrativos  para  a  maioria  dos  homens,  elas  não  se 
mantêm
na preferência por muito tempo.
A   mulher   deve   estar   tão   ou   mais   preocupada   na   hora   de   escolher   suas 
camisolas ou
pijamas quanto na hora de escolher as roupas que usa em público. Quando ela 
se
veste para a cama, está vestindo­se estritamente para o marido. Vestir­se 
com
camisolas   velhas   e   feias,   usar   rolinhos   no   cabelo   e   cremes   no   rosto 
significa
retiradas no Banco do Amor. Vestir uma camisola velha com a desculpa de que
"Ninguém   vai   ver"   é   um   grande   engano   porque   falha   num   ponto   importante: 
alguém
muito especial e muito importante vai ver, sim. Por que, então, não vestir 
algo
bem atraente? Seu marido, com certeza, apreciará muito.
E o que Dizer da Higiene Pessoal?
Para ser honesto, raramente aconselhei mulheres que precisassem de ajuda em
relação à higiene pessoal, mas ajudei muitos homens com este problema. Como 
ter
um   cônjuge   atraente   é   uma   necessidade   feminina   também,   a   higiene   é   um 
assunto
que deve ser tratado neste capítulo.
Nelson era um fazendeiro muito bem­sucedido ­ era milionário. Quando pediu
Celina em casamento, ela somente pensava em seus milhões de dólares. Nelson 
era
um homem decente, mas,
Ele precisa de uma esposa de boa aparência ­ uma mulher atraente
147
por ter passado solteiro a maior parte de sua vida adulta, não dava muita
atenção à aparência. Celina pensou que poderia ignorar sua aparência e amá­
lo
por   suas   qualidades   interiores   ­   e   pelo   seu   dinheiro.   Depois   que   eles 
casaram,
entretanto, a aparência do marido fez com Celina se afastasse dele.
Quando eles chegaram para a primeira consulta, Nelson reclamou que Celina 
se
recusava   a   ter   relações   sexuais   com   ele.   Ela   já   tinha   dado   todas   as 
desculpas
possíveis, e assim ele achou que um aconselhamento poderia ajudá­los.
"Simplesmente não consigo fazer sexo com ele", Celina confessou. "Quando
casamos, achei que ele seria mais atraente para mim, mas está ficando cada 
vez
mais difícil. Ele provavelmente se divorciará de mim, mas eu simplesmente 
não
consigo."
Quando   Nelson   entrou   em   meu   consultório,   o   odor   de   seu   corpo   me   causou 
espanto!
Ele  havia  mascado   tabaco,  e   seus  dentes  estavam  sujos.   Seu  cabelo   estava 
todo
desarrumado  e parecia  que ele  tinha dormido  com  aquela roupa.  Aconselhei 
muitos
homens que tinham dificuldades em se manter limpos, mas Nelson foi além de 
tudo
que eu poderia imaginar.
"Ela não gosta de sexo", era a explicação que ele dava para o problema que
viviam. Eu tinha uma teoria diferente sobre o assunto.
"Acho que posso ajudar vocês", respondi. "Mas você terá de fazer tudo que 
eu
recomendar. Dentro de algumas semanas, acredito que o seu problema estará
resolvido."
Atribuí a ele as seguintes tarefas:
1. Tomar banho todas as manhãs e todas as noites.
2.   Com   a   ajuda   de   Celina,   renovar   o   guarda­roupa;   deixá­la   escolher   as 
roupas
que ele iria usar todos os dias; nunca vestir nada que tivesse usado no dia
anterior, a não ser que tivesse sido lavado.
96
3. Ira um dentista para fazer uma limpeza nos dentes; nunca mascar tabaco 
na
presença de Celina; escovar os dentes antes de estar com ela.
97
I
148
Ela Precisa, Ele Deseja
4. Pentear os cabelos e fazer a barba todas as manhãs, antes de tomar café.
Cumprir   estas   tarefas   foi   realmente   um   compromisso   para   Nelson.   Ele 
costumava
ficar   semanas   sem   tomar   banho.   Usava   a   mesma   calça   e   a   mesma   camisa   dia 
após
dia, e não visitava seu dentista desde que era adolescente. No entanto, ele
concordou   em   cumprir   o   programa,   acreditando   em   mim   quando   eu   disse   que 
isto
ajudaria em seu relacionamento sexual com Celina.
Dei as seguintes tarefas para Celina: comprar roupas para Nelson, mas desde 
que
ele a acompanhasse; escolher ela própria a roupa que ele usaria todos os 
dias,
mas certificando­se  de que  a  roupa estava limpa.  Perguntei  também se  ela 
estaria
disposta a fazer amor com ele todos os dias uma semana após Nelson haver
cumprido as suas tarefas.
Fechado   o   acordo,   Nelson   foi   ao   dentista   e   a   uma   loja   de   roupas.   Ele 
cumpriu a
sua   parte   do   acordo,   e   Celina,   a   dela.   Após   ele   ter   cuidado   dos   dentes, 
usado
roupas limpas e mantido o corpo sempre limpo, Celina decidiu fazer amor com 
o
marido uma vez por dia durante uma semana.
Na sua segunda consulta, mal pude reconhecer Nelson. Foi uma transformação! 
Os
dois estavam de mãos dadas na sala de espera. Por iniciativa própria, sem a
minha   orientação,   eles   firmaram   um   acordo   duradouro.   Ela   iria   fazer   amor 
com o
marido   se   ele   permanecesse   limpo.   O   problema   sexual   dos   dois   havia 
terminado.
Estou certo de que eles não fizeram amor todos os dias dali para a frente, 
mas
ambos   estavam   satisfeitos   com   a   nova   compatibilidade   sexual.   Nelson 
aprendeu uma
importante   lição   sobre   Celina.   Sua   aparência   física,   especialmente   o   seu 
odor,
era   importante   para   a   sexualidade   de   sua   esposa.   No   princípio,   Celina 
queria
acreditar que a aparência externa não era importante e que ela deveria amá­
lo,
apesar de sua aparência. Entretanto, as mudanças que Nelson conseguiu fazer 
em
relação à sua higiene
Ele precisa de uma esposa de boa aparência ­ uma mulher atraente
149
pessoal provaram que a sua necessidade por um marido atraente era maior do 
que
Celina estava disposta a admitir.
Os problemas de higiene da maioria dos homens não são tão gritantes como o 
de
Nelson,   mas   mesmo   problemas   menores   podem   ter   conseqüências   devastadoras 
para as
esposas,   especialmente   na   hora   do   ato   sexual.   A   mulher   deseja   estar 
fisicamente
perto do homem que ama, principalmente se ele se mostra atraente e chei­
roso.
Ser atraente satisfaz uma necessidade
Para todos os que ainda não se convenceram de que a atração física é um 
objetivo
pelo   qual   vale   a.   pena   lutar,   sugiro   que   pensem   no   que   significa   ser 
fisicamente
atraente.   Significa,   simplesmente,   que   a   sua   aparência   pode   fazer   alguém 
sentirse
bem. Você satisfaz uma necessidade emocional com a sua boa aparência. As
pessoas podem ser atraentes de várias maneiras. Algumas têm a personalidade
atraente,   e   elas   também   satisfazem   uma   necessidade   emocional,   mas, 
geralmente,
depositam unidades de amor com a qualidade de suas conversas afetivas, não 
com a
sua aparência. Na verdade, quando alguém supre uma de nossas necessidades
emocionais, passamos a considerar essa pessoa atraente. Se a atração física
satisfaz esta necessidade de seu cônjuge, por que ignorar isto? Por que não
depositar unidades de amor sempre que você tem a chance de fazê­lo?
Para alguns, como Nancy, no início deste capítulo, o projeto de se tornar
fisicamente atraente parece algo completamente fora das possibilidades. Em
alguns   casos   estas   mulheres   têm­se   deixado   abater   pela   falácia   de   que 
algumas
pessoas já nasceram atraentes e outras não. Mas elas descobrem a verdade no
Quarto Corolário de Harley:
98
150
Ela Precisa, Ele Deseja
Atração física é o que você faz com aquilo que você tem.
Toda mulher seria beneficiada se avaliasse cada aspecto da imagem que ela
projeta ­ sua postura, seu cabelo, seus gestos, suas roupas, sua maquiagem, 
seu
peso e outras coisas. Ela poderia pedir a opinião honesta de seu marido e, 
se
possível,   consultar   um   profissional   ou   um   amigo   em   quem   pudesse   confiar. 
Esta
mulher   poderia,   então,   decidir   quais   mudanças   são   necessárias   e   traçar 
objetivos
reais   para   fazer   essas   mudanças.   Para   algumas   mulheres,   estas   mudanças 
podem
ocorrer em uma semana, enquanto, para outras, levará anos. Mas, ao fim, o
resultado será tão significativo que implicaria numa mudança de vida ­ para
melhor.
Lídia, uma paciente que sofria de depressão, demonstrou de forma dramática 
como
uma mulher pode lucrar com uma melhora em sua aparência. Esta mulher,
excepcionalmente   brilhante   e   charmosa,   desejava   ter   encontros   com   rapazes 
que
realmente formasse um excelente par com ela. Entretanto ela não dava à sua
aparência   a   atenção   necessária.   Mostrei   a   ela   como   a   aparência   era 
importante
para   a   maioria   dos   homens.   E   certo   que   esta   não   era   uma   das   suas 
necessidades
emocionais   ­   ela   nunca   se   importou   com   a   aparência   dos   homens   com   quem 
saíra
antes. Mas era como se o homem dos seus sonhos tivesse a necessidade de uma
esposa que fosse fisicamente atraente e, se ela quisesse atraí­lo, teria de
satisfazer esta sua necessidade.
Foram   seis   meses   para   que   a   metamorfose   de   Lídia   se   completasse.   Ao   fim 
deste
período ela era uma mulher muito atraente. Os homens que ela já conhecia e
apreciava começaram a sair com ela. Sua depressão desapareceu completamente 
e
ela não precisou mais dos meus serviços.
Ele precisa de uma esposa de boa aparência­uma mulher atraente
151
Quando vi Lídia pela última vez aconselhei­a a não cometer o mesmo erro de
Nancy: ficar em forma para atrair um homem e, após o casamento, descuidar 
da
aparência.   Lídia   sabia   que   as   mudanças   efetuadas   para   atrair   um   marido 
teriam de
ser permanentes, porque a necessidade emocional que ela poderia satisfazer 
sendo
atraente continuaria após o casamento.
Se você sabe como fazer seu cônjuge sentir­se bem, não tem sentido seguir 
em
frente e agir desta forma sempre que puder?
A atração física de uma esposa é freqüentemente um ingrediente vital para o
sucesso   do   seu   casamento   e   qualquer   esposa   que   ignore   esta   verdade,   por 
qualquer
razão que seja, arrisca­se a enfrentar um desastre. Esta afirmação é uma
realidade para os homens, do mesmo modo. As mudanças que tenho testemunhado 
na
aparência   de   meus   clientes   não   apenas   serviram   para   satisfazer   as 
necessidades
de seus cônjuges, mas também fizeram com que eles próprios se sentissem bem
melhor a seu próprio respeito. Estas mudanças têm ajudado estas pessoas a
melhorar   sua   saúde   e   a   ter   mais   sucesso   em   seus   negócios.   Este   é   um 
daqueles
esforços que trazem benefícios vários que ultrapassam os limites do próprio
casamento.
Quando uma mulher percebe a reação do seu marido com as melhoras na sua
aparência,   entende   que   tomou   a   decisão   acertada   porque   supriu   uma   das 
maiores
necessidades   dele.   Sua   conta   no   Banco   do   Amor   de   seu   marido   obterá   um 
depósito
substancial cada vez que ele a vir.
Perguntas para ela
1. Estou levando a sério a necessidade que meu marido tem de que eu seja
atraente? Se não, por quê?
2.   Meu   marido   realmente   gosta   da   forma   como   me   apresento   na   maioria   das 
vezes?
Eu também gosto?
3. Que importância dou à forma como me apresento? Como está a minha forma
física? Tenho usado a maquiagem a meu
99
152
Ela Precisa, Ele Deseja
favor?   Tenho   mudado   o   tipo   de   cabelo,   de   vez   em   quando   para   agradar   meu 
marido,
oferecendo a ele uma variedade de formas na minha aparência?
Perguntas para ele
1. Eu estaria disposto a admitir a atração física de minha esposa como uma 
das
minhas necessidades básicas no casamento? Se não, por quê?
2.   A   aparência   de   minha   esposa   declinou   após   o   nosso   casamento?   Gosto 
realmente
da sua aparência ou simplesmente digo que gosto?
3. Se minha esposa me disser que está disposta a mudar alguma coisa na sua
aparência física, o que eu pediria que ela mudasse? Por quê?
4.   Como   a   minha   aparência   física   influencia   na   minha   esposa?   Ela   está 
contente
com   a   minha   aparência?   Eu   sou   do   tipo   descuidado   com   respeito   à   minha 
aparência?
Para pensar juntos
1. Sentem­se com sua coleção de fotos ­ especialmente aquelas dos tempos de
namoro e as da cerimônia do casamento. Comparem­nas com vocês, hoje. Vocês
precisam fazer alguma mudança? Em que sentido?
2.   Discutam   um   com   o   outro   as   respostas   dadas   às   perguntas   anteriores. 
Respeitem
um ao outro, mas sejam também honestos.
Ela precisa de dinheiro
suficiente para viver com
conforto ­ estabilidade
financeira
^­­' andra cresceu confortavelmente numa família americana de classe média 
alta.
Ela freqüentou a universidade estadual, onde se formou em artes e história, 
e
durante esse período "fez especialização" em Gérson, quero dizer, teve a
oportunidade   de   conhecêlo   muito   bem.   Eles   se   casaram   enquanto   ainda 
estudavam.
Gérson formou­se e ainda fez o mestrado em belas artes. Acontece que, após
terminado   o   seu   curso,   ele   não   encontrava   trabalho   na   área   em   que   se 
graduara.
Tentou   mudar   para   o   campo   das   artes   comerciais,   mas   a   competição   era 
violenta.
Dois anos depois
100
154
Ela Precisa, Ele Deseja
I
de formado Gérson ainda não havia conseguido um trabalho de tempo integral. 
Ele
se   mantinha   muito   ocupado   com   suas   pinturas   e   desenhos,   mas   seus 
rendimentos
eram baixos e imprevisíveis. Durante os seis primeiros anos de casado, os
trabalhos e compromissos que assumia não duravam mais que seis meses.
Como   conseqüência   de   tudo   isso,   Sandra   viu­se   trabalhando   como 
recepcionista de
tempo   integral   para   ajudar   nas   despesas.   Ela   queria   ter   filhos,   mas   as 
finanças
não   permitiam.   Eles   moravam   em   um   apartamento   modesto.   Tinham   pouco 
dinheiro
para despesas extras e só conseguiam manter um carro bem simples.
Sandra conhecia vários executivos no trabalho que haviam começado a subir a
escada do sucesso. Para Sandra, todos tinham uma aparência impressionante e 
se
vestiam   elegantemente,   com   ternos   e   sapatos   caros.   Alguns   já   tinham 
rendimentos
muitas vezes maiores do que Gérson jamais poderia alcançar.
Alberto   também   se   sentiu   atraído   por   Sandra.   Em   várias   ocasiões   ela   o 
ajudou a
fechar   um   negócio   com   a   sua   habilidade   para   tratar   com   os   clientes   ao 
telefone e
na sala de espera. Isto o motivava a trabalhar mais perto dela e, algumas 
vezes,
ele costumava parar junto à sua mesa, apenas para conversar. Quanto mais a
conhecia, mais a apreciava.
Durante estas conversas, muitas vezes Alberto ouviu Sandra dizer: "Eu fico 
tão
triste por Gérson! Ele é muito bom no que faz, mas é tão difícil para um 
artista
conseguir um bom trabalho!". Um dia, ela não resistiu e começou a chorar.
"Sandra", a voz de Alberto transmitia mais compaixão do que alerta.
"Acho   que   Gérson   nunca   conseguirá   ganhar   um   bom   dinheiro",   ela 
choramingava.
"Jamais teremos as coisas que queremos."
Ele respondeu: "Este não é um problema meu, mas Gérson tem algo muito bom a 
seu
favor", disse Alberto. "Ele pode passar todo o dia envolvido com a arte,
enquanto você está aqui, dando o apoio financeiro necessário. Se ele não 
tivesse
casado com você, teria de trabalhar como nós. Acho que ele não está sendo 
justo
com você."
0a precisa de dinheiro suficiente para viver com conforto­estabilidade
financeira 155
Estas   palavras   fizeram   com   que   Sandra   começasse   a   pensar.   Gérson   está   me 
usando!
Ele   está   fazendo   o   que   gosta   as   minhas   custas.   Se   ele   se   preocupasse 
comigo,
certamente abriria mão de sua arte e procuraria outra profissão que pudesse 
nos
sustentar. Ela começou a se sentir cada vez mais ressentida ao pensar na
armadilha em que se metera.
A medida que o tempo passava Sandra e Alberto tornaram­se bons amigos. Ela 
se
via sentada conversando sobre as vendas com Alberto ­ a princípio, em sua 
mesa,
em   momentos   fortuitos;   mais   tarde,   durante   o   período   do   cafezinho; 
finalmente,
durante o almoço, todos os dias. Alberto fazia Sandra lembrar seu pai, que
também   era   um   homem   de   negócios   ambicioso   e   próspero.   Quanto   mais   ela 
conhecia
Alberto, mais sentia o erro que cometera casando com Gérson.
Passando por estágios previsíveis, a amizade cresceu e se transformou em
romance. No fim de semana que Gérson viajou para fazer uma entrevista para 
um
trabalho   como   professor   de   meio   período,   Alberto   convidou   Sandra   para 
passear
com ele em seu barco. Esta foi a primeira das muitas vezes que eles fizeram
amor.
A oferta de emprego não se concretizou, mas serviu para Sandra começar a 
pensar
que,   algum   dia,   talvez   ela   fosse   forçada   a   afastar­se   de   Alberto,   caso 
Gérson
conseguisse   trabalho   em   outro   lugar.   Ou,   pior   ainda,   caso   Gérson 
descobrisse o
seu   caso   com   Alberto.   Para   evitar   estas   e   outras   possibilidades 
desagradáveis,
ela pediu o divórcio. Um ano mais tarde, casou com Alberto.
As mulheres casam pelo dinheiro de seus maridos?
São muitas as anedotas sobre mulheres que casam por causa do dinheiro de 
seus
maridos,   mas   minha   experiência   em   aconselhamento   ensinou­me   que   esta 
tendência
101
não é algo que deva ser tratado como piada. Na verdade a mulher casa com um
homem pelo seu dinheiro, sim ­ pelo menos, deseja que ele ganhe dinheiro
suficiente para a sua subsistência do mesmo modo (ou
102
­*­,
'i!'­".
156
Ela Precisa, Ele Deseja
r
ainda melhor) que seus pais faziam quando ela estava na casa deles.
Recordo­me de quando conversava com uma mulher que tinha um problema bem
parecido com o de Sandra. Ele era infeliz no casamento, devido à baixa
remuneração   de   seu   marido,   mas   ela   insistia   em   afirmar   que   nunca   "se 
curvaria ao
divórcio" para resolver seu problema.
"Cláudio   é   fiel   e   afetuoso.   Eu   não   seria   tão   egoísta   e   sem   sentimento   a 
ponto de
deixá­lo porque ele não ganha dinheiro suficiente", ela dizia.
"Verdade? Você sempre pensa dessa forma?", perguntei.
"É claro que sim! Deixar um homem só porque ele não ganha bastante dinheiro 
é
vulgar e egoísta." Alice parecia saber o que se passava em sua mente e me
convenceu   de   que   iria   suportar   aquela   situação.   Duas   semanas   depois   ela 
faltou à
sua consulta comigo porque havia pedido o divórcio e se sentiu envergonhada 
de
me contar. Depois que o divórcio se concretizou ela casou com um homem que
ganhava consideravelmente mais dinheiro do que seu antigo marido.
Por que Alice fez tamanho protesto contra "curvar­se ao divórcio", quando, 
na
verdade, não tinha um compromisso tão forte com o casamento? Ela, de fato, 
teve
um   comportamento   muito   comum.   Costumo   aconselhar   pessoas   que   se   tornam   o 
que
chamo   "verbalmente   rígidas"   pouco   antes   de   romper   um   relacionamento. 
Acredito
que   a   ação   inconsistente   de   Alice   resultou   de   uma   intensa   luta   interior 
entre
seus valores e sua necessidade de estabilidade financeira. A necessidade
incrivelmente poderosa de ter dinheiro suficiente venceu todos os seus
princípios e boas intenções.
Mulheres casadas freqüentemente se ressentem por ter de trabalhar
A maioria dos homens está disposta a se casar com uma mulher que espere ser
apoiada financeiramente pelo marido ao lon­
Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com conforto ­ estabilidade
financeira 157
go da vida. Mas não há muitas mulheres que se casariam com um homem que 
teriam
de sustentar. Certamente a maioria das mulheres ajudaria no sustento de um
marido numa educação que o prepararia para uma vocação que ele aprecia. Mas
quando terminar, a mesma mulher espera que o marido encontre trabalho.
Ainda,  a   diferença   na  perspectiva   vai   além  do   fato   de  mulheres   esperarem 
que os
homens trabalhem enquanto os homens permanecem abertos à idéia de que suas
esposas não trabalhem. A maioria das mulheres não apenas espera que seus 
maridos
trabalhem   como   também   espera   que   eles   ganhem   o   suficiente   para   sustentar 
suas
famílias.
Tenho sucessivamente ouvido de mulheres casadas que elas se ressentem por 
ter de
trabalhar. As mulheres com quem converso geralmente querem escolher entre 
seguir
uma   carreira   ou   ser   uma   dona­de­casa   ­   ou   possivelmente   querem   uma 
combinação
dos dois. Elas freqüentemente querem ser donas­de­casa nos primeiros anos,
quando os filhos são pequenos. Mais tarde, quando as crianças crescem, elas
freqüentemente desejam desenvolver sua carreira profissional.
Notem que usei a expressão "idealmente". No entanto, a dura realidade para
muitas   mulheres   hoje   em   dia   mostra­nos   que   elas   precisam   trabalhar   fora 
para
ajudar a complementar a renda familiar. Os seus maridos simplesmente não
conseguem pagar as contas mensais básicas apenas com o seu salário.
Discordo veementemente da forma como a tendência materialista empurrou as
mulheres   em   direção   à   força   de   trabalho   simplesmente   para   sustentar   um 
estilo de
vida, sem mencionar a necessidade de manter equilibrada a conta bancária e 
as
contas   do   cartão   de   crédito.   Muitos   casais   adotam   um   padrão   de   vida   que 
está
longe   de   fazê­los   felizes.   Se   eles   simplesmente   reduzissem   seu   padrão   de 
vida a
ponto   de   ter   conforto   suficiente,   muitos   maridos   poderiam   evitar   longas 
horas de
103
trabalho, e as esposas não se sentiriam pressionadas a ter o seu próprio
salário. Algumas vezes
104
r
158
Ela Precisa, Ele Deseja
^ j
este   simples   ajuste   permite   que   as   mulheres   possam   escolher   entre   a 
profissão ou
a vida no lar, que tanto significa para elas.
Por favor, não pensem que sou contra as mulheres que optam pela vida
profissional.   Não   me   oponho   àquelas   que   escolhem   uma   profissão   ainda 
jovens.
Minha   filha,   que   é   casada   e   tem   dois   filhos   pequenos,   concluiu   seu 
doutorado e
atua como psicóloga. Orgulho­me da sua conquista, e ela está feliz com o 
seu
duplo papel como dona de casa e psicóloga. Seu marido também se sente da 
mesma
forma.   O   que   desejo   é   enfatizar   o   princípio   de   que   as   mulheres,   por   si 
mesmas,
precisam   fazer   a   escolha   entre   trabalhar   ou   não.   Se   elas   escolhem   a 
profissão, o
dinheiro   que   elas   ganham   não   deve   ser   gasto   nas   despesas   básicas   da 
família.
Colocando tudo isso numa forma bem simples, uma família precisa aprender a 
viver
dentro do orçamento permitido pelos ganhos normais do marido durante um mês 
de
trabalho.
Se um casal repensar seus gastos e aplicações e libertar­se da escravidão a 
um
padrão de vida irrealista, esta ação dará ao marido a liberdade de planejar
objetivos econômicos realistas, tendo em vista as necessidades financeiras
básicas   da   família.   Entretanto,   enquanto   suas   esposas   continuarem 
trabalhando de
forma que juntos eles possam financiar uma casa confortável, carros do ano 
e
cartões de crédito para todos, onde estará o incentivo para economizar?
Entendo que o que digo não soará agradável para muitos casais. Muitos
simplesmente   dirão   que   estou   fora   da   realidade.   Será   que   eu   não   sei   que 
hoje é
impossível para um casal viver apenas com um salário? Não, realmente eu não 
sei,
como explicarei mais adiante neste capítulo. Na verdade o que sei é que uma
família pode viver com um salário, e mostrarei como isso pode ser feito. 
Neste
momento  simplesmente   quero  enfatizar  que   a  necessidade   de  uma   mulher  por 
apoio
financeiro é grande e deve ser tratada com seriedade. A maioria dos homens 
não
tem   esta   necessidade.   Aliás,   o   marido   raramente   se   sente   bem   quando   a 
esposa o
apoia financeiramente. Se o seu próprio salário paga as contas, ele ge­
Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com conforto­estabilidade
financeira 159
ralmente fica contente se a esposa ganha algum dinheiro, ou mesmo se não 
ganha
nada.   Por   outro   lado,   acredito   que   nunca   encontrei   uma   mulher   que 
sinceramente
se contentasse com um marido que ganha pouco, ou não ganha nada.
Algumas   pessoas   bem   intencionadas   incentivam   as   mulheres,   como   forma   de 
defender
seus direitos, a desenvolver uma profissão, porque vêem um emprego como um
direito e um privilégio. No entanto estas pessoas falham ao pensar que esta
mesma mulher também tem o privilégio de usar o seu tempo como dona de casa 
e mãe
em   tempo   integral.   Aqueles   que   argumentam   que   as   mulheres   fazem   melhor 
escolha
ao   optar   pela   profissão   às   vezes   falham   em   compreender   suas   necessidades 
como
mães. Acredito que as mulheres é que devem fazer a escolha entre ser donas 
de
casa ou profissionais. Quando seus maridos, suas amigas ou quaisquer outras
pessoas   fazem   esta   escolha   por   elas,   isto   as   priva   de   uma   realização 
completa no
casamento.
Um orçamento é um bem necessário
Toda   família   deve   prender­se   àquilo   que   seus   recursos   permitem.   Alguns 
casais
encaram o orçamento familiar como um "mal necessário". Gosto de chamar de 
"bem
necessário", e recomendo a quase todos os casais que aconselho que tenham o 
seu.
Ainda não conheci um casal que nunca tenha desejado ter mais do que o seu
dinheiro podia comprar.
Um   orçamento   ajuda   você   a   descobrir   quanto   custa   realmente   determinada 
qualidade
de vida. Para entender de forma integral a qualidade de vida que você pode
manter,   sugiro   três   tipos   de   orçamento:   um   para   descrever   aquilo   de   que 
você
105
precisa;   outro   para   descrever   o   que   você   deseja;   e   um   terceiro   para 
descrever o
que você pode ter.
O   orçamento   da   necessidade   deve   incluir   o   custo   mensal   das   coisas 
necessárias
para sua vida, ou seja, itens sem os quais você
106
160
Ela Precisa, Ele Deseja
viveria  de   forma   desconfortável.  O   orçamento   do  desejo   inclui  o   custo   de 
todas
as   suas   necessidades   e   seus   desejos   ­   coisas   que   podem   trazer   uma 
satisfação
especial para sua vida. Seria, contudo, algo realista: nada de mansões ou
limusines com motorista, se essas coisas estiverem totalmente fora de suas
condições. O orçamento da possibilidade começa com os seus rendimentos, e 
deve
incluir, primeiramente, o custo das suas necessidades mais importantes. Se, 
após
cobrir todas as suas necessidades, ainda houver dinheiro disponível, seus
desejos   mais   importantes   serão   incluídos   neste   orçamento,   até   que   seus 
gastos se
equiparem aos seus rendimentos.
Para colocar estes orçamentos no contexto da necessidade feminina de
estabilidade financeira eu recomendaria que apenas os rendimentos do marido
fossem usados no orçamento da necessidade. Em outras palavras, se o que ele
ganha é suficiente para preencher as necessidades da família, por definição 
ele
já satisfez a necessidade de suporte financeiro. Na verdade, este orçamento 
pode
já estar cobrindo, igualmente, alguns dos desejos da família. Sem estes
orçamentos,   o   sucesso   do   marido   em   suprir   esta   necessidade   pode   não   ser 
muito
garantido.
No   orçamento   da   possibilidade   estão   incluídos   tanto   os   rendimentos   do 
marido
quanto   os   da   mulher,   ficando   bem   claro   que   os   ganhos   da   esposa   estão 
ajudando a
família   a   melhorar   sua   qualidade   de   vida,   além   de   suas   necessidades 
básicas.
Algumas   mulheres   querem   trabalhar   pelo   desafio   de   uma   profissão;   para 
outras, é
a forma de se livrar do compromisso com os filhos. Mas, sem considerarmos 
as
razões,   se   os   rendimentos   do   marido   são   suficientes   para   as   suas 
necessidades
básicas, ela não estará trabalhando para o seu próprio suporte ou para o da
família, e poderá escolher se quer ter uma qualidade de vida melhor, não
trabalhando tanto. Ela poderá não ter tanto dinheiro, mas terá mais tempo 
para a
família. Admiro­me com o número de mulheres que se sentem muito melhor com
relação aos seus maridos quan­
r.
Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com conforto­estabilidade
financeira 161
do os seus rendimentos são usados para pagar as suas necessidades e as dos 
seus
filhos.
Existe outra saída? ;» ,
O   que   acontece   quando   os   rendimentos   do   marido   não   são   suficientes   para 
pagar as
despesas referentes ao orçamento da necessidade? Já admiti, anteriormente, 
que
rebaixar o padrão de vida seria uma opção muito desagradável para muitas
mulheres. Ressentidas com a situação, elas preferem trabalhar a ter a sua
qualidade de vida prejudicada.
Conheci incontáveis casais que foram presos por esta armadilha. O marido
trabalha   arduamente,   chegando   em   casa   muito   cansado   todas   as   noites. 
Entretanto,
seu   salário   simplesmente   não   é   suficiente.   Sua   esposa   depara­se   com   a 
difícil
escolha entre sentir­se descontente por ter de trabalhar para completar a
diferença no orçamento, ou sentir­se descontente por ter de suportar uma
qualidade de vida intolerável. Seu Banco do Amor está em baixa. E ela se
questiona: Quanto tempo mais eu vou suportar tudo isso?
Solidarizo­me   com   o   homem   que   se   vê   numa   situação   como   esta.   Ele   faz   o 
melhor
que pode e, mesmo assim, não supre a necessidade emocional de sua esposa 
por
estabilidade financeira. Será que haveria uma resposta para esse tipo de
impasse? Ele precisa melhorar os seus rendimentos de alguma forma, sem
sacrificar o tempo que deve passar com a família. Ele pode tentar conseguir 
um
aumento de salário, outro trabalho que lhe pague mais, ou talvez tenha de
enfrentar o desafio de mudar de profissão. A história seguinte nos mostra 
como
um casal pode resolver esta situação.
107
Quando Sérgio e Ana vieram ao meu consultório em busca de aconselhamento, a
carreira   dele   havia   alcançado   estabilidade.   Sérgio   já   havia   crescido   o 
máximo
dentro   da   empresa   em   que   trabalhava.   Meu   primeiro   encontro   foi   com   Ana, 
que,
logo ao
108
162
Ela Precisa, Ele Deseja
entrar, começou a chorar. "Acho que não deveria me sentir desse modo, mas 
estou
perdendo   todo   o   respeito   por   Sérgio.   Ele   não   consegue   ganhar   o   bastante 
para
pagar   as   nossas   contas,   e   agora   quer   que   eu   volte   a   trabalhar   para 
completar a
diferença no nosso orçamento. Eu não gostaria de fazer isto porque nossos 
filhos
ainda são muito pequenos".
Perguntei a ela o que achava de diminuir as despesas.
"Até onde sei, chegamos ao limite. Acho que não deveríamos ter comprado uma 
casa
tão grande, mas agora já estamos dentro dela. Não poderíamos ficar sem um
segundo carro. Moramos muito longe, e não posso ficar em casa sozinha sem 
nenhum
tipo de transporte."
Percebi que falar com Ana sobre rebaixar o padrão de vida não chegaria a 
lugar
algum, por isso lancei mão do meu único trunfo.
"Talvez Sérgio pudesse ter um salário melhor se terminasse a universidade. 
Como
você disse, faltam ainda dois anos. Você estaria disposta a trabalhar para
ajudá­lo?", questionei.
"Bem, acho que poderia, desde que não fosse para sempre. Vou conversar com
Sérgio e ver o que ele acha desta idéia."
Em   poucas   semanas,   Sérgio   e   Ana   resolveram   o   problema.   Ela   conseguiu   um 
trabalho
de tempo integral e a empresa de Sérgio permitiu que ele ocupasse um cargo 
de
meio expediente para que pudesse cursar a universidade e formar­se.
Este novo plano salvou o casamento dos dois. Ana estava contente de ver o 
marido
esforçar­se para melhorar o seu potencial, com vistas a um melhor salário, e 
não
se importava com este sacrifício porque sabia que não seria permanente.
Ironicamente, ela gostava tanto do seu trabalho que continuou trabalhando 
mesmo
depois que Sérgio terminou  a universidade e passou a ganhar o suficiente 
para
sustentá­la.   No   fim,   ela   recuperou   o   respeito   pelo   marido   e   ganhou   um 
trabalho
importante para si.
Se o salário do marido é insuficiente, ele deve melhorar suas habilidades 
para o
trabalho. Enquanto se prepara para um novo trabalho, a família pode
temporariamente rebaixar o seu padrão
Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com conforto­estabilidade
financeira 163
de vida, a esposa pode começar a trabalhar, ou talvez estes dois ajustes
precisem   ser   feitos.   Vejo   que   as   mulheres,   em   geral,   estão   dispostas   a 
rebaixar
a   qualidade   de   vida   da   família   e   trabalhar   para   dar   a   estabilidade 
financeira de
que a família precisa, se esta for uma solução temporária para uma crise
financeira.   Na   verdade,   este   sacrifício   temporário   muitas   vezes   demonstra 
ser um
poderoso construtor de harmonia e afeto num casamento. Quando o marido e a
esposa   trabalham   juntos   por   um   objetivo   comum,   suas   esferas   de   interesse 
tendem
a gerar intersecções, e as conversas serão mais interessantes entre eles.
Resumindo,   o   casal   formará   um   time   vencedor,   e   os   atletas   de   um   time 
vencedor,
geralmente, se gostam e se respeitam.
Como viver com um salário baixo
Depois de  aconselhar tantos casais  como Sérgio  e Ana,  aprendi  como custa 
pouco
ser   feliz.   Como   medida   de   economia,   enquanto   terminam   seus   estudos,   os 
casais
aprendem   a   cortar   seus   gastos   ao   máximo.   Quando   os   ajustes   são   feitos, 
muitas
vezes   causa   admiração   como   é   possível   viver   satisfatoriamente   com   tão 
pouco.
Quando   conheci   Sara   e   Jaime,   no   início   dos   anos   80,   eles   estavam 
desorientados,
e parece que seguiam em direção a sérias dificuldades financeiras. Ambos
trabalhavam o dia inteiro, mas as coisas que compravam com o salário que
ganhavam traziam pouca satisfação para os dois. Eles se tornaram viciados 
em
drogas e álcool, desprezaram os seus valores morais e pareciam fadados à
autodestruição.
Quando   me   procuraram   para   aconselhamento   fiz   com   que   entendessem   que 
precisavam
de uma nova direção na vida e que um curso universitário talvez fosse um bom
109
lugar   para   eles   encontrarem   esta   direção.   Havia   apenas   um   problema:   eles 
estavam
acostumados   a   viver   com   um   bom   salário   por   mês   e   jamais   poderiam   ganhar 
tanto
dinheiro se tivessem de estudar também.
110
164
Ela Precisa, Ele Deseja
Meu   conselho   foi   uma   solução   radical:   "Vocês   já   viveram   com   um   salário 
menor?"
Eles   se   olharam   e   começaram   a   rir.   "Ninguém   pode   viver   com   um   salário 
desses",
respondeu Jaime.
"Pelo contrário, a maior parte das pessoas no mundo vive com salários de 
fome.
Talvez fosse interessante vocês experimentarem esta minha sugestão para ver 
como
o resto do mundo consegue viver."
Naquele dia os dois deixaram o meu consultório rindo e balançando a cabeça, 
mas
eu havia plantado a semente. Depois de várias semanas eles decidiram seguir 
o
meu   conselho,   e   estou   certo   de   que   acharam   que   aquela   experiência   seria 
algo
semelhante   a   fazer   parte   de   uma   ONG   sem   fins   lucrativos.   Entretanto, 
planejamos
juntos um orçamento.
Eles alugaram um quarto com uma pequena cozinha perto da universidade onde
estudavam.   Venderam   os   carros   e,   por   isso,   iam   de   ônibus   e   de   bicicleta 
para o
trabalho e para a universidade. Os alimentos que compravam eram nutritivos,
porém   de   menor   preço.   Todas   as   suas   roupas   eram   compradas   em   lojas 
populares.
Eles já tinham comprado móveis, e o dinheiro que ganharam com a venda dos 
carros
e de outros pertences desnecessários foi para uma caderneta de poupança.
Cada um trabalhava apenas quinze horas semanais. Vez por outra, ganhavam um
pouco mais, mas fizeram um acordo de não gastar mais do que o orçamento
estipulado. Agora, eles não conseguiam mais comprar drogas nem álcool, e
precisavam vencer os hábitos antigos. Os recursos para a educação de ambos 
vinha
quase totalmente de doações. Quando se formaram, ainda tinham dinheiro na 
conta
de poupança.
Fui   testemunha   da   mudança   em   suas   vidas   e,   por   causa   do   aumento   nos 
créditos em
seus Bancos do Amor, eles estavam inegavelmente felizes. Aquele casamento, à
beira do divórcio quando os vi pela primeira vez, agora prosperava. E toda 
esta
mudança ocorreu enquanto eles viviam dentro dos limites de um orçamento
espartano.
Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com conforto ­ estabilidade
financeira 165
É possível viver com pouco. Não estou, com isto, tentando convencer você a 
viver
com   um   orçamento   irrisório,   e   algumas   famílias   com   filhos   pequenos 
certamente
enfrentariam sérios problemas. A verdade é que muitas famílias podem viver
confortavelmente   com   muito   menos   do   que   o   dinheiro   que   elas   gastam 
atualmente.
Eu apenas gostaria de esclarecer que muitas pessoas pensam que precisam de
coisas que, na verdade, não precisam. Muitas vezes elas mesmas se tornam 
seus
piores inimigos. Essas pessoas sacrificam a realização de sua necessidade 
de
estabilidade financeira no casamento ao insistir num padrão de vida que não 
são
capazes   de   manter.   Os   homens   muitas   vezes   cavam   a   própria   sepultura   ao 
oferecer
às   suas   famílias   um   padrão   de   vida   sem   o   qual   elas   poderiam   passar. 
Costumamos
medir o custo dos altos padrões de vida com a perda de nossos mais valiosos
tesouros.
Pensem juntos na verdade do Quinto Corolário de Harley:
Quando se trata de dinheiro e casamento, menos pode significar mais.
Perguntas para ele
1.   Numa   escala   de   ­4   (muito   infeliz)   a   +4   (muito   feliz)   como   você 
classificaria
o seu sentimento em relação ao seu trabalho atual?
2.   Quando   casou   você   achou   que   sua   esposa   esperava   o   seu   suporte 
financeiro?
Você esperava que ela trabalhasse?
3. Você acha que sua esposa está satisfeita com o dinheiro que você ganha
atualmente em um mês de trabalho?
4.  Você  tem  pensado   recentemente   em  se   qualificar  para   outro  trabalho   no 
qual
possa ganhar mais? Cortar os gastos domésticos atingiria o mesmo objetivo?
111
166
Ela Precisa, Ele Deseja
5.   Sua   esposa   estaria   disposta   a   diminuir   o   orçamento?   Ela   continuaria 
feliz
mesmo depois desses cortes?
Perguntas para ela
1.   Numa   escala   de   ­4   (muito   insegura)   a   +4   (muito   segura),   como   você   se 
sente
quanto ao suporte financeiro que seu marido prove atualmente?
2. Você se preocupa com o salário de seu marido e como isto afeta o seu 
padrão
de vida? Se respondeu positivamente, como você se sente a respeito disso?
3. Você se sentiria bem em compartilhar com seu marido qualquer sentimento
negativo que possa ter sobre o nível de sua renda familiar? Vocês falavam 
sobre
estes sentimentos no passado?
4. Você estaria disposta a rebaixar seu padrão de vida e receber o suporte
financeiro   do   seu   marido?   Você   gostaria   de   poder   escolher   entre   ser 
profissional
e ser esposa e mãe em tempo integral?
Para pensar juntos
1. Qual é o seu padrão de vida atual? Vocês estão contentes com ele? Vocês 
têm
dinheiro suficiente para manter esse padrão?
2.   Planejem   juntos   os   orçamentos   da   necessidade,   do   desejo   e   da 
possibilidade
para a sua família.
3.   Vocês   precisam   fazer   alguma   mudança?   Se   a   resposta   for   positiva,   que 
planos
seriam mais apropriados para as suas necessidades? Comecem decidindo juntos 
como
efetuar estas mudanças.
Ele precisa de paz
e tranqüilidade
­ apoio doméstico
\J^J   ilberto   era   um   jovem   bem­sucedido.   Seu   trabalho   lhe   rendia   um   bom 
salário.
Por ter dado uma boa entrada na compra do seu carro, ele conseguiu pagar o
restante em prestações suaves. Seu apartamento era agradável, com móveis
elegantes e bem localizado. Quando conheceu Charlene, ele já havia namorado
inúmeras   moças.   Mas   Charlene   era   diferente   ­   especial.   Eles   se   tornaram 
grandes
amigos e, depois de oito meses de namoro, ficaram noivos.
O casamento aconteceu no fim do ano. No início, eles moraram no apartamento 
de
Gilberto. Isto foi apenas enquanto ajuntaram algum dinheiro para comprar uma
casa. Como Charlene
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168
Ela Precisa, Ele Deseja
também tinha um bom emprego, eles não enfrentam problemas para acumular os
recursos necessários ao objetivo de se tornarem proprietários de uma casa.
No verão seguinte eles encontraram o lugar que queriam e se mudaram para 
lá.
Gilberto apreciava muitas das responsabilidades implícitas no fato de ter 
uma
casa ­ cuidar do jardim, fazer consertos e novas instalações.
Tudo   foi   muito   bem   até   a   chegada   do   primeiro   filho.   Charlene   decidiu 
trabalhar
apenas meio período. Isto significava que eles teriam uma diminuição na sua
renda em um momento em que as despesas aumentariam. Gilberto conseguiu mais 
um
trabalho   para   compensar   a   perda   da   renda   de   Charlene.   Ele   passou   a 
trabalhar
doze   horas   por   dia:   primeiro,   como   gerente   de   departamento;   depois,   como 
guardalivros
em outra empresa, em regime de meio expediente.
Ao fim de cinco anos de casados, Gilberto e Charlene tinham três filhos. 
Ele
ainda trabalhava nos dois lugares e, ao chegar em casa, vindo do segundo
trabalho, as reclamações eram cada vez maiores. Charlene ainda queria que 
ele
consertasse   algumas   coisas   e   ajudasse   a   cuidar   das   crianças.   A   grama 
precisava
ser   cortada,   e   ela   começava   a   se   queixar   de   que   a   casa   com   apenas   dois 
quartos
era pequena para a família.
A vida, que um dia foi tão cheia de alegrias para Gilberto, de um momento 
para o
outro, tornou­se intolerável. Ele tentou encontrar refúgio nos programas de
televisão ou ao ler o jornal, mas isto não deu certo porque Charlene ainda 
o
incomodava,   fazendo­o   levantar­se   para   ajudar   em   alguma   tarefa   da   casa. 
Pouco
tempo   depois,   Gilberto   passou   a   ficar   fora   de   casa   após   terminar   o 
trabalho,
junto com alguns dos seus colegas. Isto só serviu para aumentar a ira de
Charlene. Ela se sentia magoada e muito zangada quando ele não chegava em 
casa
com tempo para ajudá­la.
Pouco tempo depois, Gilberto descobriu Janete, uma companheira de trabalho 
com
quem podia conversar e relaxar. Dentro
Ele precisa de paz e tranqüilidade ­ apoio doméstico
169
de um ano, os dois estavam envolvidos em um romance. Quando conversei com
Gilberto,   fiquei   sabendo   que   Janete   era   mãe   solteira   de   seis   filhos. 
Gilberto
costumava passar pela casa dela por volta de meia­noite, após deixar o seu
segundo   trabalho.   A   esta   hora,   os   filhos   de   Janete   já   tinham   dormindo   e 
sempre
havia um delicioso jantar esperando por ele ­ sem falar no tratamento de 
rei que
ele   recebia.   Depois   do   jantar,   eles   faziam   amor   e   dormiam.   Janete 
providenciava
tudo para que ele relaxasse e tivesse prazer em sua companhia.
O hábito de Gilberto não voltar para casa perdurou por meses e sua esposa, 
tão
furiosa   quanto   desesperada,   pensou   em   reconquistá­lo,   indo   ao   seu 
escritório de
vez   em   quando   durante   o   dia,   onde   eles   mantinham   relações   sexuais.   Não 
houve
muito progresso nesta sua tentativa porque ela se sentia furiosa em dar a
Gilberto   o   carinho   e   o   afeto   que   ele   recebia   de   Janete.   Além   disso,   o 
estresse
que a atingiu foi tão grande que começou a afetar seriamente a sua saúde.
Quando   conversei   com   Gilberto,   eu   lhe   disse:   "Se   você   fosse   solteiro, 
jamais
olharia para Janete duas vezes. Ela não é bonita e tem seis filhos! Não é o 
seu
tipo".
Gilberto protestou: "Mas eu a amo. Nunca amei tanto uma mulher em toda a 
minha
vida".
Charlene   já   não   conseguia   mais   suportar   aquela   situação   e,   logo   que   se 
separou
de   Gilberto,   o   romance   dele   com   Janete   acabou.   Eu   sabia   que   isto 
aconteceria
porque Janete agia em competição com Charlene. Quando a competição deixou 
de
existir,   a   motivação   de   Janete   também   se   foi.   Janete   também   havia 
estabelecido
um grau de servidão que nenhuma mulher gostaria de estabelecer num
relacionamento conjugai. Ela achou que havia fisgado Gilberto e decidiu que
agora   ela   merecia   um   tratamento   de   rainha.   Os   jantares   com   filé   à   meia­
noite não
113
aconteciam mais, e Janete passou a exigir coisas de Gilberto e dar a ele 
uma
amostra do que era estar junto com os seus seis filhos.
114
170
Ela Precisa, Ele Deseja
ü
Gilberto recuou. Deixou de ir à casa de Janete e, depois de alguns meses 
com
saudade da família, voltou para Charlene, disposto a trabalhar com ela em 
busca
de reconciliação. O relacionamento dos dois melhorou muito, uma vez que ela 
foi
capaz de entender a necessidade de seu marido por aquilo que costumo chamar 
de
"apoio   familiar".   Planejei   com   Gilberto   e   Charlene   o   seu   orçamento,   e 
orientei
ambos   quanto   aos   cortes   nas   despesas,   de   modo   que   Gilberto   pudesse 
trabalhar em
um único lugar. Não é que Gilberto não gostasse de ajudar nos serviços
domésticos na verdade, com um só emprego, ele se responsabilizou por várias
tarefas   que,   na   visão   de   Charlene,   tinham   sido   negligenciadas.   Por   outro 
lado,
Gilberto   precisava   entender   que   sua   esposa   conseguia   dar   conta   dos 
trabalhos da
casa e dos filhos de uma forma organizada e eficiente. Charlene passou um 
tempo
sem disposição de assumir as responsabilidades da casa e, em vez disso,
superestimava as exigências para que o marido dividisse as tarefas. Como
Gilberto passava todas aquelas horas trabalhando para conseguir o sustento, 
as
exigências de Charlene pareciam opressivas. Isto fez com que ele chegasse 
ao
ponto de se envolver no relacionamento com Janete.
Alegria no lar: a fantasia de todos os homens
Necessidades emocionais frustradas freqüentemente dão início a fantasias, e 
a
necessidade   de   apoio   doméstico   não   é   exceção.   Os   homens   constantemente 
fantasiam
sobre uma vida caseira livre de estresse e preocupação. Depois de cada dia 
de
trabalho,   sua   esposa   recebe­o   à   porta   de   forma   amável   e   suas   bem 
comportadas
crianças também ficam contentes ao vê­lo. Ele entra no conforto de uma casa 
bem
arrumada e sua esposa convida­o a relaxar um pouco antes do jantar, cujo 
aroma
ele já pode sentir pelo ar.
A   conversa   durante   o   jantar   é   agradável   e   sem   conflitos.   Mais   tarde,   a 
família
sai para um passeio e ao voltar ele coloca as crian­
Ele precisa de paz e tranqüilidade ­ apoio doméstico
171
ças   na   cama   sem   discussões   ou   reclamações.   Em   seguida,   ele   e   a   esposa 
relaxam e
conversam, assistem um pouco de televisão e vão para a cama fazer amor, tudo
isso num horário razoável.
Algumas mulheres podem rir enquanto lêem o cenário aqui descrito, mas eu
asseguro que se há uma grande lacuna entre a realidade do seu lar e esta
fantasia, seu casamento pode estar em sérias dificuldades. Parece ter havido 
uma
revolução nas atitudes masculinas com relação às tarefas domésticas, com os
homens procurando participação equilibrada na divisão das tarefas. Mas esta
revolução   não   necessariamente   mudou   suas   necessidades   emocionais.   Muitos 
dos
homens   que   aconselho   ainda   dizem­me   em   particular   que   eles   precisam   de 
apoio
doméstico como nunca.
Se   comportamento   é   alguma   medida   de   mudança   de   atitude,   não   vejo   muita 
mudança
na maneira como os homens se sentem com relação ao trabalho doméstico. Eles 
não
estão   ajudando   hoje   mais   que   ajudavam   há   cem   anos.   Eles   podem   até   falar 
muito
sobre o quão injusto é esperar que a mulher faça todo o trabalho doméstico, 
mas
quando falamos sobre a. prática, suas esposas sabem que a maior parte disso 
é
discurso.
COMO CRIAR UMA JUSTA DIVISÃO DO TRABALHO
Com o advento de tantos casamentos de carreira dupla, a divisão das
responsabilidades domésticas tornou­se uma importante fonte de conflito
conjugai. Mudanças em nossos valores culturais têm contribuído enormemente 
para
o problema, pois há um acordo quase unânime de que ambos, marido e mulher, 
devam
dividir estas responsabilidades, particularmente o cuidado com os filhos. 
Mas
mudanças no comportamento não têm acompanhado a mudança dos valores.
115
Tradicionalmente as mulheres têm assumido a maioria das responsabilidades
domésticas e do cuidado com os filhos, enquanto os maridos têm assumido a
responsabilidade de prover o sustento
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172
Ela Precisa, Ele Deseja
da   família.   Quando   os   casais   podiam   pagar,   auxiliares   e   babás   viviam   em 
casa
para tirar o fardo de tais responsabilidades dos ombros da esposa.
Hoje, porém, há menos auxiliares e babás em casa, e as mulheres estão muito 
mais
comprometidas com o trabalho fora do lar. Esta combinação de fatores faz do
marido o recurso mais óbvio para preencher esta lacuna. Enquanto os homens 
estão
trocando as fraldas, manejando o esfregão e cuidando do fogão mais
freqüentemente que nunca antes, isso ainda não é o bastante. Em casamentos 
de
carreira dupla, os homens, em média, cuidam de menos da metade do trabalho
doméstico e com os filhos que suas mulheres que também trabalham fora.
Como a maioria das mulheres já percebeu, os homens não têm muita motivação 
para
as   atividades   domésticas.   Muitos   maridos   acham   que   qualquer   esforço   para 
ajudar
com   o   trabalho   do   lar   representa   um   grande   sacrifício.   Mas   do   ponto­de­
vista da
mulher, ele está apenas fazendo uma pequena parte de sua parcela justa do
trabalho. Em muitos destes casamentos, o marido exige que a mulher faça a 
maior
parte do trabalho, e a esposa exige que o marido o faça. Nenhum deles sente 
que
seja sua responsabilidade.
Responsabilidades domésticas são uma bomba­relógio em muitos casamentos. O
casamento geralmente começa com uma disposição de ambos os cônjuges para
compartilhá­las.  Recémcasados  comumente  lavam  pratos  juntos,   fazem   a  cama 
juntos
e dividem muitas tarefas domésticas. O noivo recebe com alegria a ajuda de 
sua
esposa porque, antes de casar­se, esteve fazendo tudo sozinho como solteiro.
Neste ponto do casamento, nenhum deles considera que as responsabilidades
domésticas sejam uma importante questão conjugal. Mas a bomba­relógio está
marcando o tempo.
Quando ela explode? Quando os filhos chegam! As crianças criam enormes
necessidades, tanto por aumento da renda famili­
Ele precisa de paz e tranqüilidade ­ apoio doméstico
173
ar   como   por   mais   responsabilidades   domésticas.   A   divisão   de   trabalho 
anterior
agora   está   obsoleta.   Ambos   os   cônjuges   devem   assumir   novas 
responsabilidades.
Quais eles deveriam assumir? Na maioria dos casamentos modernos, ambos os
cônjuges optam pela preocupação com a renda familiar, deixando as
responsabilidades   domésticas   com   quem   se   fizer   voluntário.   Esta   é   uma 
receita
para o desastre, pelo menos para a maior parte das mulheres que trabalham 
fora,
porque   elas   acabam   fazendo   a   maioria   do   trabalho   de   casa   e   cuidando   dos 
filhos,
ressentindo­se com a falta de ajuda de seus maridos.
Se as responsabilidades domésticas são deixadas para quem quer que esteja
disposto   a   fazê­las,   não   muito   será   feito.   Se   um   cônjuge   exige   ajuda   do 
outro, o
resultado   será   igualmente   insatisfatório.   Mas   se   a   atribuição   de   tais 
tarefas
pode ser mutuamente acordada por cônjuges dispostos que aceitam a
responsabilidade, tudo correrá bem. Gostaria de propor a você uma solução 
para
seu conflito. Minha solução não apenas resolverá seu conflito, mas irá ao
encontro da necessidade de apoio doméstico.
Esta   solução   requererá   que   você   faça   algo   que   é   essencial   ao   resolver   a 
maioria
dos conflitos: organizar­se. Isso significa que você deve pensar sobre seu
problema   cuidadosa   e   sistematicamente.   Você   precisará   escrever   seus 
objetivos e
criar   soluções   que   levem   os   sentimentos   um   do   outro   em   consideração. 
Enquanto
você  achar   tudo  isso   incômodo  e   que  com   "você  não",   não  há   outra  forma. 
Além
disso, quando você tiver terminado, você poderá achar tudo mais confortável 
do
que previa.
Passo 1: Identifique Suas Responsabilidades Domésticas
Em   primeiro   lugar,   faça   uma   lista   de   todas   as   suas   responsabilidades 
domésticas,
incluindo o cuidado com as crianças. A lista deve (1) conter cada
responsabilidade,   (2)   brevemente   descrever   o   que   e   quando   se   deve   fazer, 
(3)
117
conter o nome do cônjuge que deseja que tal tarefa seja realizada e (4)
classificar o grau de im­
118
174
Ela Precisa, Ele Deseja
portância que tal tarefa tem para aquele cônjuge (use uma escala de O a 5, 
com O
indicando 'sem importância e 5 indicando 'mais importante').
Ambos   os   cônjuges   devem   trabalhar   nesta   lista,   e   ela   levará   vários   dias 
para
cobrir todos os pontos. Adicione itens a cada dia à medida que você se vê
realizando várias tarefas ou desejando que sejam realizadas.
Cada vez que uma tarefa é acrescentada à lista e o trabalho é descrito, o
cônjuge   que   desejava   vê­la   realizada   deve   ser   indicado   com   sua 
classificação da
importância da tarefa. Mas o outro cônjuge deve também considerar até onde 
ele
ou ela gostaria que ela fosse realizada. Assim, os nomes e classificações 
de
ambos os cônjuges deveriam eventualmente acompanhar cada item.
Exemplos de itens da lista:
Lavar a louça do café da manhã ­ tirar a mesa do café da manhã toda manhã;
lavar, secar e guardar toda a louça e utensílios do café da manhã ­ Marta 
(4);
Carlos (2).
Alimentar   o   gato   ­   colocar   comida   e   água   às   8   da   manhã   e   5   da   tarde   ­ 
Carlos
(5); Marta (0).
Quando   tiverem   terminado   sua   lista,   ambos   devem   estar   felizes   por   ela 
incluir
todas as responsabilidades domésticas e de cuidado com os filhos que vocês
compartilham.   Você   pode   ter   muitos   itens   enumerados.   Só   esta   etapa   do 
exercício
já ajudará você a compreender que está em apuros com relação ao trabalho 
que
sente que precisa ser feito.
Passo 2: Assuma Responsabilidade por Tarefas que Você Gostaria de Fazer ou
Preferiria Fazer
Agora  faça  duas  novas  listas,  uma  para  as  responsabilidades  dele  e  outra 
para as
dela.   Depois,   selecione   tarefas   pelas   quais   você   está   disposto   a   assumir 
toda a
responsabilidade.   Estas   são   tarefas   que   você   gostaria   de   fazer,   não   se 
importa
em fazer ou
Ele precisa de paz e tranqüilidade ­ apoio doméstico
175
deseja   fazer   para   que   sejam   feitas   de   determinada   maneira.   Quando   você 
tiver
acrescentado um item a uma das duas novas listas, tire­o da lista original.
Se ambos você e seu cônjuge querem responsabilizar­se pelas mesmas tarefas,
vocês   podem   revezar­se   ou   arbitrariamente   dividi­las   entre   si.   Mas   vocês 
devem
aprovar as escolhas um do outro antes que se tornem suas responsabilidades
finais. Se um dos dois sente que o outro não executará a tarefa da melhor
maneira,   podese   dar   um   ao   outro   um   período   de   experiência   para   que 
demonstre
competência. Uma vez que você assuma a responsabilidade por alguma tarefa, 
seu
cônjuge deve ser capaz de mantê­lo responsável por fazê­la conforme suas
expectativas.
Agora você tem três listas: (1) a lista de responsabilidades do marido, (2) 
a
lista de responsabilidades da esposa e (3) a lista de responsabilidades que
ainda não foram determinadas.
Passo 3: Determine as responsabilidades remanescentes para aquele que mais
deseja vê­las realizadas
Supondo que todas as tarefas que você não se importa em fazer tenham sido
eliminadas, restam a você aquelas que seriam desagradáveis para ambos. São
coisas que nenhum de vocês quer fazer, mas pelo menos um de vocês acha que
deveriam ser feitas.
E neste ponto que você pode se desencorajar com minha recomendação. Sugiro 
que
tais   responsabilidades   desagradáveis   sejam   executadas   por   quem   mais   quer 
vê­las
realizadas. É uma solução razoável, uma vez que de outra forma forçar­se­ia 
a
responsabilidade disso sobre aquele que não se importa com a execução de 
tal
tarefa.
Considere   por   um   instante   por   que   você   quer   que   outra   pessoa   faça   estas 
tarefas
desagradáveis pra você. Embora você seja aquele que as quer feitas, você 
quer
119
que   o   outro   libere   você   da   dor   que   você   sofre   quando   as   faz.   Noutras 
palavras,
você quer
120
176
Ela Precisa, Ele Deseja
curtir   o   benefício   de   tê­las   feitas,   mas   não   está   disposto   a   sofrer   por 
isso.
Você   prefere   ver   seu   cônjuge   sofrer.   Você   quer   se   beneficiar   tendo   tais 
tarefas
executadas às custas de seu cônjuge.
Você pode argumentar que tais tarefas não são de fato o que você quer que 
seja
feito, mas o que deve ser feito. Por exemplo, você pode dizer que elas são 
para
o bem das crianças. Mas quando você usa este argumento, você sugere que seu
cônjuge é tão palerma e desinformado que nem mesmo sabe ou se importa com o 
que
é certo ou melhor para as crianças.
Enquanto isso for precisamente a maneira como você se sente, é algo muito
desrespeitoso. Você está subentendendo que seu ponto­de­vista é superior ao 
de
seu   cônjuge.   Você   está   tentando   corrigi­lo.   Mas   garanto   a   você   que   seu 
argumento
não será bem recebido. Quando você tenta impor seu modo de pensar sobre seu
cônjuge, você faz com que ele se sinta mal, o que retira unidades de amor. 
E
você geralmente não vencerá a disputa! Então, por que fazê­lo?
Seguindo   esse   procedimento,   você   pode   decidir   mudar   sua   atitude   sobre 
algumas
das responsabilidades de sua lista. Quando você sabe que a única maneira de
fazer determinada coisa é fazendo­a você mesmo, você pode decidir que ela 
não
precisa ser feita de jeito nenhum. Na verdade, você pode concluir que o que 
o
convencia   da   importância   de   tal   tarefa   era   a   noção   de   que   seu   cônjuge 
deveria
fazê­la.
Até agora, temos uma justa divisão do trabalho, mas não nos referimos à
necessidade de apoio doméstico. Assim, há mais um passo em meu plano que 
pode
não apenas fazê­lo sentir­se melhor sobre minha solução, mas também ajudará 
você
a  corresponder  a   uma  das   mais  importantes  necessidades   emocionais  de   seu 
marido.
Passo 4: Corresponda às Necessidades de Apoio Doméstico Assumindo
Responsabilidades que Acrescentem Unidades de Amor
Ele precisa de paz e tranqüilidade ­ apoio doméstico
177
Até   aqui,   a   designação   de   responsabilidades   domésticas   tem   sido   justa. 
Vocês
estão dividindo as responsabilidades de acordo com a disposição e também de
acordo com quem mais se beneficia com sua realização. Mas o casamento tem 
ainda
outro passo. No casamento vocês fazem coisas um para o outro porque vocês 
se
preocupam com os sentimentos um do outro, e não apenas porque vocês querem 
que
elas sejam feitas. E isso pode depositar grandes quantidades de unidade de 
amor
se for feito da maneira certa.
Você pode não estar disposto a assumir responsabilidade por um determinada
tarefa e, francamente, você não acha que tal tarefa precise ser realizada. 
Mas
se   seu   cônjuge   acha   que   ela   precisa   ser   feita,   pode   ser   esta   uma 
oportunidade
para que você corresponda às necessidades emocionais de apoio doméstico de 
seu
cônjuge.
Para   certificar­se   de   que   seu   esforço   não   está   sendo   desperdiçado,   ambos 
devem
acrescentar  mais   informações   à  lista  de   tarefas.   Ao   lado  de   cada  tarefa, 
escreva
um   número   indicando   quantas   unidades   de   amor   você   acha   que   podem   ser 
depositadas
se sua esposa fizer aquela tarefa pra você. Use uma escala de O a 5, com O
indicando que você não se agradaria e 5 indicando que você ficaria muito
contente e eternamente grato.
Se   estas   classificações   forem   precisas,   isso   significará   que   sempre   que 
você
tenha   completado   uma   tarefa   que   foi   avaliada   em   4   ou   5   por   seu   cônjuge, 
você
terá   muitas   unidades   de   amor   depositadas   em   sua   conta.   Na   verdade   para 
alguns
cônjuges que avaliam o apoio doméstico como sua necessidade emocional mais
importante, quando seu cônjuge realiza as tarefas, tantas unidades de amor 
são
depositadas que disparam o sentimento de amor.
Deixe­me repetir um conceito que é crucial para sua felicidade conjugai. Se 
você
e seu cônjuge estão apaixonados, vocês terão um casamento feliz. Se vocês 
não
121
estiverem  apaixonados,  vocês  se  sentirão  enganados.  Assim  o  que  quer  que 
possam
fazer para aumentar a paixão valerá a pena.
122
178
Ela Precisa, Ele Deseja
Se preparar o jantar ou passar camisas ou catar meias aumenta o sentimento 
de
amor em seu cônjuge, por que não fazer tudo isso? Na verdade se atender a
qualquer uma das necessidades emocionais que descrevi neste livro de fato 
cria o
sentimento   de   amor,   por   que   resistir   fazê­las?   Não   trata­se   apenas   de 
cuidado,
mas   de   um   ato   de   suprema   sabedoria.   Ao   fazer   um   para   outro   o   que   mais 
apreciam,
vocês terão o que poucos casamentos têm: o sentimento de amor por toda a 
vida.
Mas deixem­me repetir outro conceito importante: Não percam seu tempo com
necessidades   de   menor   importância.   Concentrem   suas   energias   naquilo   que 
produz
maiores depósitos e ignore atividades que nada acrescentam ao seu Banco de 
Amor.
Não ajude em tarefas domésticas ou no cuidado com os filhos se seu cônjuge 
não
gosta   disso.   Lembre­se,   o   que   está   na   lista   de   seu   cônjuge   é   de 
responsabilidade
dele,   não   sua.   Você   ajuda   seu   cônjuge   nessas   atividades   por   uma   única   e 
muito
importante   razão   ­   para   construir   seu   saldo   no   Banco   de   Amor.   Se   seu 
esforço
para aliviar seu cônjuge numa atividade específica realmente não deposita
unidades   de   amor,   não   perca   seu   tempo.   Empregue   seu   esforço   em   outra 
atividade
que traga mais resultado.
A   resposta   de   seu   cônjuge   a   sua   ajuda   provará   se   mais   unidades   de   amor 
estão ou
não   estão   sendo   depositadas.   Se   seu   cônjuge   agradece   quando   você   faz 
determinada
tarefa e expressa seu contentamento com afeto, você sabe que você está no
caminho   certo.   Mas   se   seu   cônjuge   ignora   você   após   fazer   uma   destas 
tarefas,
unidades de amor não estão sendo depositadas por algum motivo. Neste caso, 
volte
à lista e faça alguma outra coisa que tenha um impacto maior.
Só   porque   você   decide   ajudar   seu   cônjuge   em   uma   de   suas   tarefas,   não 
significa
que   ela   se   tornará   sua   responsabilidade.   Na   verdade   esta   é   uma   maneira 
muito
importante de se olhar as necessidades emocionais em geral. Se o fato de 
atender
a qualquer necessidade emocional é encarado como uma responsabilidade,
Ele precisa de paz e tranqüilidade ­ apoio doméstico
179
então não será apreciado. Somente quando o ato de atender a uma necessidade
emocional é visto como uma  dádiva ­ como um ato de cuidado ­ tem ele um 
impacto
máximo   no   Banco   de   Amor.   Se   você   ou   seu   cônjuge   não   derem   valor   ao 
atendimento
de qualquer necessidade emocional, ele terá seu efeito enfraquecido.
Se seu cônjuge encara uma tarefa difícil como responsabilidade dele e você 
a
executa, ele ou ela provavelmente apreciará a ajuda que você der. Por outro
lado,   se   seu   cônjuge   encara   tal   tarefa   como   sua   responsabilidade,   então 
seus
esforços terão impacto muito menor. Assim os três primeiros passos de meu 
plano
para   atender   às   necessidades   de   apoio   doméstico   de   seu   cônjuge   são 
fundamentais.
A menos que você estabeleça uma tarefa como sendo responsabilidade de seu
cônjuge, seus esforços tenderão a ser pouco valorizados.
Ainda   um   comentário   final:   Se   você   sofrer   num   esforço   de   atender   às 
necessidades
de   apoio   doméstico   de   seu   cônjuge,   você   nunca   desenvolverá   o   hábito   de 
atender a
esta necessidade. E os depósitos no Banco de Amor de seu cônjuge serão
compensados por retiradas no seu. Assim você precisa descobrir uma forma de
atender tais necessidades sem perder suas próprias unidades de
amor.
Há   muitas   formas   de   fazer   as   coisas,   e   você   pode   não   ter   considerado   as 
melhores
possibilidades. Você e seu cônjuge devem discutir como as responsabilidades 
mais
difíceis   podem   ser   realizadas   de   formas   não   tão   difíceis.   Talvez   um   de 
vocês não
se importe em fazer parte do jantar, e o outro não se importa em fazer a 
outra
parte. Ou talvez vocês concluam que jantar fora é a solução definitiva para 
o
problema (você atende à necessidade sem ter de trabalhar).
Há   certas   atividades   domésticas   que   são   tão   desagradáveis   para   ambos   os 
cônjuges
que   contratar   alguém   para   fazê­las   é   uma   alternativa   razoável, 
especialmente
quando   ambos   trabalham   em   período   integral.   Contratar   uma   assistente   uma 
vez por
semana
123
180
Ela Precisa, Ele Deseja
para   fazer   apenas   as   tarefas   mais   desagradáveis   é   um   dinheiro   bem 
empregado. O
mesmo pode ser dito sobre a manutenção do jardim. Ter alguém para aparar a 
grama
pode tornar um sábado difícil em uma oportunidade para aproveitar o dia com 
a
família.
Ainda,   certifique­se   de   não   designar   às   crianças   tarefas   que   ambos   os 
cônjuges
acham desagradáveis demais. Não é adequado dar às crianças tarefas que você
odeia fazer; isto gera ressentimento. Se você quer que seus filhos ajudem em
casa, deixe­os escolher tarefas da lista de responsabilidades que eles mais
gostariam de fazer. Faça listas para eles, bem como pra você e seu cônjuge.
Haverá o bastante para mantê­los ocupados.
Em resumo, quando criar um plano para a divisão das tarefas domésticas,
depositar   o   máximo   de   unidades   de   amor   e   evitar   retiradas   devem   ser   seu 
guia.
Assuma   responsabilidades   domésticas   que   você   entusiasticamente   aceita   ou 
quer
ver realizadas mais que seu cônjuge. Então, para atender à necessidade de 
seu
cônjuge por apoio doméstico, faça algumas das tarefas da lista de
responsabilidades de seu cônjuge que mais serão apreciadas. E façaas de uma
forma que não retire unidades de amor de seu próprio Banco de Amor.
Este   enfoque   para   a   divisão   de   responsabilidades   domésticas   garante   o 
cuidado
mútuo, especialmente quando você se sentir descuidado. Ele evita que você 
tente
ganhar às custas de seu cônjuge, e que você force seu cônjuge a uma vida
desagradável   ao   seu   lado.   Ele   coloca   ambos   numa   direção   que   os   trará 
alegria,
realização e, sobretudo, o sentimento de amor um pelo outro.
Perguntas para ela
1. Você acha que ele espera muito de você? Ele está a par de todas as
responsabilidades que você tenta equilibrar durante o dia?
2. Como você pode mostrar a ele sua disposição em dar o apoio familiar
necessário, mas também suas dificuldades
Ele precisa de paz e tranqüilidade ­ apoio doméstico
181
de realização? Você estaria disposta a eliminar algumas de suas
responsabilidades para dar espaço a este apoio?
Perguntas para ele
1. Você tem se sentido pressionado por sua esposa para ajudar em tarefas
domésticas que você julga serem de responsabilidade dela?
2.   O   que   afeta   sua   disposição   para   colaborar   nas   responsabilidades 
domésticas? O
que   sua   esposa   poderia   fazer   para   facilitar   sua   participação   nessas 
atividades?
Para pensar juntos
1.   Discuta   as   formas   como   vocês   têm   sobrecarregado   um   ao   outro   com   as 
seguintes
responsabilidades:
(a)   De   um   padrão   de   vida   que   exija   mais   tempo   de   trabalho   do   que   você 
gostaria
de ter.
(b)   De   atividades   com   as   crianças   que   demandam   mais   trabalho   do   que   o 
planejado.
(c) De trabalho voluntário, ou na igreja, que exige muito tempo longe da
família.
(d)   De   passatempos   e   atividades   de   lazer   que   tomam   tempo   e   recursos 
destinados a
prioridades mais importantes.
2. Se a necessidade de determinado tipo de apoio no lar foi identificada, 
como
vocês   pensam   em   satisfazê­la   de   modo   que   ambos   se   sintam   entusiasmados? 
Para
ajudá­los nessa tarefa, usem os passos sugeridos neste capítulo.
124
cTl
cTl
Ela precisa que ele
seja um bom pai
­ compromisso
com a família
f   V­J   iana   e   Téo   se   conheceram   quando   tinham   por   volta   dos   trinta   anos. 
Ambos
eram solteiros e agora se sentiam prontos para o casamento. O relacionamento
deles era bom, com uma exceção: Téo não tratava bem os pais de Diana. Isto 
a
entristecia, mas ela conhecia casais que, no seu entender, tinham problemas
muito maiores. Ela e Téo se davam tão bem em todas as outras áreas que ela
decidiu tentar conviver com esse problema.
É possível que, com o tempo, isto se resolva, pensava Diana.
A ânsia de Téo em ficar longe da família de Diana prejudicou
125
184
Ela Precisa, Ele Deseja
consideravelmente a festa de casamento. Ela mal teve tempo de falar com seus
parentes antes que seu marido a arrastasse para a viagem de lua­de­mel.
Durante o primeiro ano de casados, Diana tentou fazer com que Téo se
interessasse pelas reuniões de sua família, mas não teve sucesso. Ela logo
percebeu que ele tinha pouco interesse em estar com a própria família, e 
muito
menos com a família da esposa.
O problema não se resolveu. Na verdade, com a chegada dos dois filhos, até
piorou.   Enquanto   eles   eram   apenas   bebês,   Diana   considerava   a   atitude   do 
marido
típica   dos   homens   e   pensava:   Quando   as   crianças   crescerem,   ele   se 
interessará
mais por elas.
Mas Téo não se tornou mais interessado. Ele dava pouco tempo para os filhos 
e,
quando   estes   solicitavam   a   sua   atenção,   ele   ficava   irritado.   Finalmente, 
Diana
desistiu de esperar por uma mudança e admitiu que se casara com um homem 
que
simplesmente não tinha nenhum interesse na família. Ela se preocupava com o 
que
aconteceria   com   as   crianças,   especialmente   com   o   pequeno   Bruno,   que 
precisava
muito de seu pai.
Diana não gostava de admitir, mas Otávio, um primo solteiro de Téo, era um 
pai
melhor para as crianças. Otávio os visitava regularmente em alguns fins de
semana   e   nos   feriados.   Era   tão   bom   para   as   crianças   que   elas   o   chamavam 
"tio
Otávio", que, eventualmente, se tornava babá para eles, quando Diana e Téo 
saíam
juntos. A popularidade de Otávio com as crianças deixava Diana dividida. Ao
mesmo tempo que ela via Otávio, de certa forma, agindo como o pai de seus
filhos, e isto a preocupava, também se sentia bem quando pensava que seus 
filhos
recebiam   uma   orientação   masculina   e   o   companheirismo   de   que   tanto 
precisavam.
Um dia, enquanto fazia compras na hora do almoço, Diana encontrou Otávio. 
Depois
de conversarem um pouco, ele a convidou para almoçarem juntos.
"Eu adoraria!", respondeu Diana.
Ela precisa que ele seja um bom pai ­ compromisso com a família
185
Depois de fazerem os pedidos ao garçom, Otávio perguntou: "Bem, como vão as
minhas crianças?".
O cuidado e o carinho de Otávio trouxeram lágrimas aos olhos de Diana. "Eu 
nunca
lhe disse o quanto me preocupo com eles", começou Diana, para, em poucos
minutos, desabafar com ele sobre os seus temores pela falta de compromisso 
de
Téo com a família. E concluiu dizendo: "Às vezes, sinto que você age mais 
como
pai dos meus filhos do que Téo".
Apesar   de   um   pouco   encabulado,   Otávio   ainda   sorriu.   "Você   sabe   que   amo 
aquelas
crianças como se fossem meus próprios filhos. Olhe, eu quero ajudar. Estou
pensando em fazer uns arranjos para passar mais vezes para vê­los. Aliás, 
que
tal se eu os levasse à feira agrícola anual, no sábado?", perguntou Otávio,
alcançando o outro lado da mesa para tomar as mãos de Diana.
"Seria maravilhoso! Talvez eu também possa ir com vocês."
No sábado, Diana foi à feira com Otávio e as crianças. O imenso interesse 
dele
em compensar a falta de compromisso de seu primo com a família tornou­se 
uma
rotina com a qual Téo parecia não se importar. Ele confiava em Otávio como 
um
bom amigo, bem como um membro da família.
Nos dois anos que se seguiram após aquele lanche, Diana e Otávio passaram a 
se
ver cada vez mais freqüentemente. Eles se encontravam para almoçar juntos, 
além
das ocasiões em que saíam com as crianças.
Diana começou a admitir que precisava de Otávio em sua vida. Ele a apoiava 
no
que parecia ser a sua maior responsabilidade: o cuidado e a orientação dos 
seus
filhos.   Pouco   a   pouco,   com   o   desenrolar   dos   meses,   aquela   amizade 
transformou­se
em outro tipo de sentimento. Ela passou a amar Otávio tão intensamente, e 
com
tanta paixão, como a nenhum outro homem.
126
O conflito que se desenvolveu em Diana era insuportável. Por um lado ela 
não
queria que seus filhos passassem pela dor do divórcio e se separassem do
verdadeiro pai. Por outro lado ela não
127
186
Ela Precisa, Ele Deseja
tinha condições de criar seus filhos sem o apoio do homem que ela amava.
Diana lutou com as suas emoções até que Téo finalmente descobriu o romance 
de
sua mulher com Otávio. Ele se sentiu magoado e indignado pelo fato de ser 
traído
pelo   próprio   primo.   E,   para   evitar   a   ira   de   Téo   e   do   resto   da   família, 
Otávio
mudou­se para  outro  Estado.  Com isso,  Diana ficou arrasada.  Seu amado  se 
fora,
bem como o homem que agira como pai para os seus filhos. O que fazer dali 
em
diante?
A esposa precisa de uma unidade familiar forte
Romances como o que aconteceu entre Diana e Otávio não são comuns, mas
acontecem.   Costumo   atender   muitos   casais   que   vivem   situações   como   a   de 
Diana e
Otávio e, em cada caso, repete­se um fato que me impressiona: a grande
necessidade que a esposa tem de unidade familiar. Mesmo com o movimento que
defende a ausência de filhos entre os jovens casais, ainda acredito que a 
grande
maioria   das   mulheres   conserva   o   poderoso   instinto   de   constituir   uma 
família.
Acima de tudo as esposas desejam que seus mandos assumam o papel de líder 
nessa
família e se comprometam com o desenvolvimento moral e educacional de seus
filhos. O sonho de uma esposa é ser casada com um homem a quem ela possa 
olhar e
respeitar, e com quem seus filhos possam se parecer quando crescerem.
Na   Bíblia,   lemos   o   seguinte   ensinamento   para   os   pais   judeus:   "Instrui   o 
menino
no   caminho   em   que   deve   andar,   e   até   quando   envelhecer,   não   se   desviará 
dele"
(Provérbios 22.6). Seja qual for a fé professada, a maioria das esposas que
tenho   aconselhado   não   teve   dificuldade   em   admitir   a   sabedoria   dessas 
palavras. E
elas   também   esperam   que   seus   maridos   cumpram   o   papel   de   instruir   seus 
filhos.
As mulheres parecem conhecer, por instinto, algo que nós, psicólogos,
descobrimos através de nossas pesquisas e de nossa
l
Ela precisa que ele seja um bom pai ­ compromisso com a família
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prática: que os pais exercem grande influência sobre os filhos. Meu próprio 
pai
teve grande influência no meu desenvolvimento moral e educacional. Ele pode 
não
ter   percebido   isso   naquela   época,   pois   freqüentemente   discordávamos   em 
muitas
coisas.   Entretanto,   ao   atingir   a   idade   adulta,   passei   a   entender   e   a 
concordar
mais   com   a   sua   maneira   de   pensar.   Este   desenvolvimento   dos   meus   próprios 
valores
morais foi extremamente importante para a minha mãe, e estou certo de que 
ela
credita ao meu pai boa parte da responsabilidade de me haver instruído da 
forma
como ela desejou que eu fosse.
Nas   famílias   em   que   o   pai   dá   pouca   importância   ao   desenvolvimento   dos 
filhos, a
mãe tenta, de todas as formas, motivá­lo a mudar. Ela compra livros sobre o
assunto, deixando­os em lugares estratégicos, incentiva o marido a assistir
palestras promovidas pela igreja ou pela escola e, às vezes, chega a pedir 
que
ele procure um terapeuta familiar, na esperança de que o marido se interesse
mais   e   se   comprometa   em   relação   aos   filhos.   Entretanto   os   seus   esforços 
alcançam
um   sucesso   relativo.   Muitas   vezes   ela   se   frustra   com   as   desculpas,   as 
demoras e
outras   respostas   desanimadoras   por   parte   do   marido.   E   muito   comum   essas 
mães
começarem a olhar para outros homens de sua família ou do seu círculo de 
amigos
que satisfazem esta sua necessidade. Ela acredita que seus filhos precisam 
desse
cuidado   por   parte   do   pai,   mas,   na   verdade,   essa   é   uma   necessidade   sua 
também. A
mulher precisa ter um homem que contribua para o bem­estar de seus filhos.
Algumas   vezes,   o   avô   faz   este   papel;   outras   vezes,   um   homem   como   Otávio 
aparece
e toma o lugar do pai das crianças ­ e do marido dessa mulher, como seu 
amante.
O   que   significa   realmente   quando   uma   mulher   diz   que   deseja   para   os   seus 
filhos
"um bom pai"? Por trás desta observação existe uma expectativa com relação 
às
responsabilidades   que   ela   espera   que   seu   marido   cumpra.   Essas 
responsabilidades,
muitas vezes, entram em conflito com a necessidade do marido pelo apoio fã­
128
188
Ela Precisa, Ele Deseja
r
miliar   que   foi   considerado   no   capítulo   anterior.   Para   lidar   com   j|   esta 
situação
o casal precisa ter uma comunicação aberta em duas '] | importantes áreas: 
tempo
e treinamento.
Ser pai requer tempo ­ muito tempo
Além   de   dar   à   esposa   quinze   horas   semanais   de   atenção   exclusiva   e   de 
passar, em
média, cinqüenta horas trabalhando, um homem precisa também dedicar tempo à 
sua
família. Ele pode fortalecer tanto o seu casamento quanto os vínculos com 
seus
filhos ao desenvolver algo que costumo chamar de "Tempo de Qualidade para a
Família".   É   preciso   não   confundir   com   os   esforços   que   os   pais   fazem   no 
sentido
de prover para seus filhos alimento, roupas e o cuidado necessário para que 
se
sintam seguros. Este tempo de qualidade é quando a família está reunida com 
o
objetivo definido de ensinar às crianças o valor da cooperação e do cuidado 
de
uns para com os outros.
Recomendo quinze horas semanais para o "Tempo de Qualidade para a Família". 
A
princípio parecerá impossível incluir essas horas em sua agenda. Talvez a 
sua
primeira semana permita apenas cinco horas para a família, mas, se você
acrescentar um hora por semana, em dez semanas terá alcançado o alvo com um
mínimo de esforço.
O que você pode planejar fazer nesse período? Pense, por exemplo, nestas
atividades: ,
• Fazer refeições em família.
• Caminhar.
• Ir juntos à igreja.
• Promover reuniões familiares
• Participar de jogos como damas, xadrez e outros.
• Assistir a eventos esportivos.
• Ler para as crianças antes de elas dormirem.
• Ajudar as crianças no planejamento financeiro.
Ela precisa que ele seja um bom pai ­ compromisso com a família 189
• Desenvolver projetos para a família (certifique­se de que estes são
interessantes para as crianças e que elas não participarão deles sozinhos).
Naturalmente a sua lista de atividades também incluirá outras coisas de que 
você
gosta. Cada família tem prioridades diferentes. Seu objetivo é que a família
esteja   reunida.   Durante   este   período,   incentive   o   envolvimento   de   cada 
familiar
para   que   se   ajudem   mutuamente   e   demonstrem   um   espírito   cooperativo.   Faça 
deste
período um tempo de alegria com seus filhos, não um tempo enfadonho. Quando 
seus
filhos descobrirem que mamãe e papai lhes estão dando um tempo de atenção
exclusiva, começarão a esperar ansiosamente por este tempo.
Se   você   tem   filhos   menores   de   doze   anos   verá   como   é   fácil   motivá­los   a 
passar um
tempo assim com vocês. Quando chegam à adolescência, eles começam a achar 
tudo
isso muito infantil. Nesta idade preferem estar com os amigos. A família os 

cada vez menos. Para compensar promova eventos bem planejados e que sejam 
do
interesse   dessa   faixa   etária;   do   contrário   eles   expressarão   sua 
insatisfação de
forma bem clara e com muito vigor!
Se seus filhos crescerem com o hábito de passar um tempo com a família, não 
será
difícil dar continuidade a esta prática. Isto não quer dizer que você não 
será
desafiado   por   seus   adolescentes,   que   têm   outros   interesses,   mas,   com   um 
pouco
mais de  imaginação ­  e, talvez, com  um pouco  mais de  dinheiro  ­ em  seus 
planos,
você poderá desenvolver algo que os motive a continuar.
As famílias que iniciam a prática das reuniões durante a adolescência de 
seus
filhos   podem   surpreender­se   ao   ver   que   eles   não   concordam   com   tais 
projetos. Em
casos de discussões entre pais e filhos, o prejuízo pode ser tão grande que
recomendo que a família esqueça a idéia do tempo de qualidade juntos; eles
simplesmente, e infelizmente, perderam a oportunidade.
129
Muitos   educadores   entendem   que   as   crianças   são   mais   fáceis   de   ser 
influenciadas
do que os adolescentes e adultos. Se seus fi­
130
190
Ela Precisa, Ele Deseja
lhos são ainda bem pequenos, use o máximo de sua habilidade para moldá­los 
com
padrões morais de qualidade e princípios de vida que possam beneficiá­los 
por
toda a vida. Não esqueça o objetivo de "instruir o menino no caminho em que 
deve
andar", tendo em mente as suas necessidades futuras. Se você levar a sério 
o seu
tempo   com  a   família   durante   os  primeiros  estágios  do   crescimento  de   seus 
filhos,
evitará problemas mais tarde porque estará junto com eles neste importante
estágio do seu desenvolvimento.
Ser pai requer treinamento ­ muito treinamento
Se você deseja ser um bom pai para seus filhos, também precisa encarar a
necessidade de um bom treinamento para esta tarefa. Ninguém sabe,
automaticamente,   como   cuidar   de,   uma   criança,   não   importa   o   que   os 
estereótipos
o levem a pensar.
Na minha experiência observei que, ao se beneficiarem destas aulas de
treinamento, os homens parecem precisar mais delas do que as mulheres.
Equivocadamente muitos podem pensar que ser pai é algo instintivo, ou seja, 
você
nasce sendo um bom ou um mau pai e é incapaz de controlar os fatores que
influenciam seu desempenho. Por pensar assim eles resistem ao treinamento 
que
recomendo.
Téo, o marido de Diana, não acreditava que o treinamento pudesse ajudá­lo. 
E
como reconhecia  os maus  hábitos que  fizeram dele  um péssimo  pai, evitava 
passar
algum tempo com seus filhos. Otávio demonstrava saber o que fazer melhor do 
que
Téo e, por isso, Téo deixou que ele assumisse o controle. Entretanto Téo 
poderia
ser o verdadeiro pai se apenas entendesse que era possível aprender essa 
prática
de que tanto precisava. Como acontece com qualquer outro aprendizado, ele
poderia   crescer   com   a   leitura   de   bons   livros,   ou   tomando   algumas   aulas 
sobre a
arte   de   ser   pai.   E,   quando   se   tornasse   mais   hábil,   seus   filhos   teriam 
imenso
prazer na sua presença, e ele se sentiria muito bem com eles. Como prêmio 
maior,
Téo supriria uma das necessidades mais im­
Ela precisa que ele seja um bom pai ­ compromisso com a família
191
portantes de sua esposa.
Centenas   de   livros   aparecem   nas   prateleiras   das   livrarias   e   bibliotecas 
todos os
anos.   Procure   aqueles   que   trazem   algumas   idéias   interessantes   para   você 
melhorar
o relacionamento com seus filhos. Ao final você verá que a idéia de manter 
um
bom relacionamento é muito mais efetiva do que controlar seus filhos.
Inúmeros   seminários   tentam   explicar   aos   pais   como   educar   seus   filhos. 
Alguns
enfatizam o respeito dos pais pelos filhos e mostram formas de melhorar a
comunicação,   o   que   ajuda   muito.   Acredito   que   o   respeito   mútuo   e   a 
compreensão
formam a base de um sistema efetivo de educação.
Os manuais de orientação para os pais, os livros e os cursos são ricos em
informações   sobre   todos   os   assuntos,   desde   o   treinamento   da   criança   para 
usar o
banheiro   até   o   hábito   de   dormir   na   hora   certa.   Mas,   com   referência   à 
necessidade
feminina   por   um   bom   pai   para   seus   filhos,   a   área   mais   importante   para 
qualquer
marido   se   habilitar   é   a   da   disciplina.   Os   pais   precisam   aprender   a 
disciplinar
seus filhos apropriadamente. Mais importante ainda, precisam aprender a
trabalhar com as esposas na disciplina dos filhos. Veja algumas sugestões a
seguir.
1. Aprenda a ser coerente
Muitos   pais   falham   no   que   diz   respeito   à   coerência,   e   os   filhos   logo 
descobrem
que as regras dependem do estado de espírito do papai. Se ele está alegre, 
os
filhos  podem fazer quase tudo: correr pela casa, atirar coisas, pular na 
cama,
gritar ou esguichar água um no outro. Quando o pai volta para casa zangado,
cuidado! Qualquer tipo de movimento pode ser recebido com uma explosão de 
raiva.
As   crianças   precisam   entender   as   diferenças   entre   os   comportamentos 
apropriados
e os não apropriados. Na prática da disciplina inconsistente, os pais não 
vêem o
131
mesmo   tipo   de   comportamento   sempre   errado.   Por   exemplo:   só   é   considerado 
errado
o
132
192
Ela Precisa, Ele Deseja
fato   de   João   gritar   com   todas   as   forças   do   seu   pulmão   quando   o   papai 
precisa
concentrar­se em alguma coisa. E preciso que os pais determinem as regras,
insistam nelas e disciplinem seus filhos consistentemente.
2. Aprenda, a punir apropriadamente
Apesar de ser contrário à violência, eu não me oponho a que os pais dêem 
umas
palmadas   em   seus   filhos.   As   crianças   que   nunca   apanharam   de   seus   pais 
geralmente
são   mal­educadas.   Portanto,   usem   o   castigo   físico   de   forma   sábia, 
discernindo
quando   esse   tipo   de   correção   é   apropriado   e   em   que   idade   aplicá­lo 
(geralmente
recomendo   que   os   pais   deixem   de   usar   esta   forma   de   castigo   assim   que   a 
criança
atingir a idade de sete ou oito anos).
Os   demais   tipos   de   castigo   também   são   efetivos   em   muitas   situações,   mas 
use­os
para ajudar,  não para  magoar seus  filhos.  E muito  comum os  pais cortarem 
alguns
privilégios dos filhos como forma de castigo, mas isso deve ser feito com
cuidado. Muitos pais bem intencionados suprimem alguns privilégios que são
direitos básicos e, como resultado, os filhos podem tornar­se revoltados,
abandonando o lar ou mesmo tentando o suicídio.
O mais efetivo método de disciplina, em alguns casos, é a recompensa. Usera
apropriadamente, certificando­se de não estar usando de chantagem com seu 
filho,
em   vez   de   recompensá­lo.   As   crianças   não   devem   crescer   achando   que 
receberão um
prêmio por todo o bom comportamento que apresentarem. Por outro lado, as
recompensas dadas sabiamente podem, muitas vezes, incentivar uma criança a 
mudar
seu comportamento, especialmente no caso de um mau hábito já desenvolvido.
3. Aprenda a buscar a concordância de sua esposa
Os homens precisam ver a educação de seus filhos como um esforço comum com 
suas
esposas. Quando eles não se preocupam com isto, as crianças costumam fazer 
um
acordo com a mamãe para
Ela precisa que ele seja um bom pai ­ compromisso com a família
193
conseguir   algo   do   papai.   Quando   uma   criança   deseja   algo,   o   pai   e   a   mãe 
devem
juntos decidir reservadamente o assunto para dar ao filho uma resposta que
esteja de acordo com ambos.
Busquem   a   concordância   também   na   maneira   como   vocês   disciplinam   seus 
filhos. Uma
opinião   comum   encontra   maior   respeito   por   parte   das   crianças   e   significa 
muito
mais   para   elas.   Quando   as   crianças   sabem   que   os   pais   tomaram   juntos   uma 
decisão,
sentem­se menos motivadas a desafiá­la.
Sou   testemunha   de   crianças   que,   com   sucesso,   manipulam   um   dos   pais   que 
possa
favorecê­las.   Por   exemplo:   o   pai   favorece   Míriam   e   a   mãe   favorece   Artur. 
Assim,
Míriam dirige­se ao pai quando precisa de dinheiro, e ele tenta atendê­la 
sem o
conhecimento da mãe. Quando Artur descobre, exige o mesmo para si. A mãe, 
então,
tenta fazer com que o pai dê a Artur a mesma quantia de dinheiro, o que 
causa
uma tremenda pressão entre o marido e a mulher. Para evitar isto todas as
decisões   precisam   resultar   de   um   acordo   mútuo.   Se   vocês   não   conseguem 
concordar,
não decidam nada.
A forma como os maridos disciplinam os filhos afeta grandemente os depósitos 
nas
suas   contas   dos   Bancos   do   Amor   de   suas   esposas.   As   mulheres   são   muito 
sensíveis
às formas impróprias ou duras de disciplina. Muitas vezes, reagem como se a
punição   que   o   marido   aplica   aos   filhos   fosse   aplicada   a   elas,   e   este 
incidente
resulta   em   retiradas   no   Banco   do   Amor.   Portanto,   o   homem   deve   buscar   um 
acordo
com a esposa antes de impor uma solução disciplinar. Se a intenção magoar a
esposa, ela precisa de uma oportunidade para mudar a situação. E a esposa 
também
precisa incentivar o marido a aplicar uma solução que aumente seu amor por 
ele.
Assim,   o   seu   Banco   do   Amor   registrará   novos   depósitos,   refletindo   a 
preocupação
de seu marido com os seus sentimentos.
4. Aprenda a interpretar as normas
133
As   crianças   precisam   entender   por   que   devem   fazer   isto   ou   aquilo.   Os 
homens,
especialmente, devem saber como esclarecer e
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194
Ela Precisa, Ele Deseja
pacientemente explicar as normas. Algumas vezes a conversa acontece mais ou
menos assim:
"Johnny, vá arrumar seu quarto.
"Ti A •} t<
ror quer
"Porque queremos que você cresça sabendo como manter suas coisas limpas e
arrumadas."
CCT\ A V>
ror que:
"Porque quando você se mantém limpo e arrumado, as pessoas com quem você 
vive se
sentem bem e têm prazer de viver ao seu lado."
ti T* AI»
ror quer
"Simplesmente vá arrumar sua cama PORQUE ESTOU MANDANDO?
"Está bem!"
Você   pode   facilmente   entender   a   reação   do   pai   daqueles   cujas   perguntas 
parecem
nunca ter fim, certo? Entretanto, o "porque estou mandando!" não ajuda muito 
a
criança. Quando você se sente frustrado, usar sua autoridade de pai pode
funcionar você pode fazer com que seu filho aja da forma adequada ­, mas 
também
pode   ter   perdido   a   oportunidade   de   explicar   sua   forma   de   pensar   para   a 
criança.
Em situações como esta, você pode de forma sutil, mas clara ­ transmitir 
seus
valores morais, éticos e pessoais, se responder pacientemente aos porquês.
5. Aprenda a controlar a ira
Os homens freqüentemente se sentem tentados a usar a ira como forma de
transmitir sua insatisfação. Alguns chegam mesmo a lançar mão de um
comportamento violento, deixando marcas físicas nos filhos. Reações tristes 
como
esta não funcionam, e nenhum psicólogo infantil que conheço recomenda esta
atitude como método de educar uma criança. Controle a sua ira antes de
disciplinar seu filho. Separando suas emoções da ação disciplinar,
você se tornará um pai mais efetivo. f|
•i
Ela precisa que ele seja um bom pai ­ compromisso com a família
195
Ser pai requer compromisso
Muitos homens encaram esta necessidade de compromisso com a família como um
papel   que   implica   muitas   exigências   ­   algumas   vezes,   exageradas.   Eles 
precisam
não   apenas   ser   bons   maridos,   dando   às   esposas   afeto,   conversando,   sendo 
honestos
e proporcionando apoio financeiro, como também devem ser bons pais, com o 
tempo
e o preparo que isso exige. Por temerem ficar dominados por tudo isso, eles 
às
vezes   negligenciam   o   papel   de   pais   transferindo   toda   a   responsabilidade 
para as
esposas.   Ao   fazer   isto,   os   maridos   perdem   o   respeito   das   esposas   e   sua 
conta no
Banco do Amor decresce.
Por outro lado os homens que aceitam o desafio de ser bons pais declaram 
que,
agindo desta forma, alcançam maior realização conjugai. Seu empenho lhes dá 
um
retorno muitas vezes maior em admiração por parte de suas esposas. E o que 
diz a
Nona Lei do Casamento de Harley:
O melhor marido é um bom pai.
Procure livros e cursos que o ajudem a ser um pai melhor. Passe tempo com 
seus
filhos. Você encontrará satisfação nisso!
Perguntas para ele
1. Você está comprometido com sua família? O que isto significa em termos de
tempo de qualidade para a família? E em termos de treinamento na arte de 
ser
pai?
2. Você costuma ter algum problema com o sentimento de ira? De punição? De
coerência?   De   concordância   com   sua   esposa   na   hora   de   disciplinar   seus 
filhos?
135
196
Ela Precisa, Ele Deseja
3. Você se sente sobrecarregado por suas responsabilidades? Como você tenta
transmitir à sua esposa todo o esforço que você faz para vencer as batalhas 
do
dia­a­dia? Você acha que ela compreende?
4.   Há   um   plano,   acordado   entre   você   e   sua   esposa,   através   do   qual   seus 
problemas
de   compromisso   familiar   e   como   pais   poderão   ser   resolvidos   nos   próximos 
meses?
Se não, você tem em mente alguma idéia para resolver este problema?
Perguntas para ela
1. Liste algumas das habilidades que seu marido costuma colocar em prática 
no
processo de educação de seus filhos.
2.  Liste   as  habilidades   que   você  acha  que   seu   marido  deveria   desenvolver 
neste
processo.
3. Quantas horas por semana você usa em atividades que visam um tempo de
qualidade para a família?
4. Como você tem tentado convencer seu marido de que ele precisa de um
compromisso   maior   com   a   família?   Você   pode   pensar   em   um   método   mais 
efetivo?
5. Como você incentiva seu marido a investir tempo em sua família a cada 
semana?
O que seria mais efetivo que isto?
6. Como você incentiva seu marido a desenvolver suas habilidades paternas? 
Como
você poderia fazer isto de forma mais efetiva?
Para pensar juntos
1. Vocês concordam sobre a forma como seus filhos devem ser disciplinados? 
Se
não, usem algum tempo para discutir este assunto até chegar a uma conclusão 
que
seja justa para ambos.
2.   Verbalizem   seus   valores   morais   um   para   o   outro.   Isto   os   ajudará   a 
transmitilos
aos seus filhos.
Ele precisa que ela
se orgulhe dele
­ admiração
\VJ/ brigada, Carlos! Este quadro é lindo! Nunca ninguém me deu uma pintura
original! Você é muito talentoso." Assim se expressou Luísa, com os olhos
brilhantes de emoção.
"Não estou tão certo disto, Luísa. Ainda tenho muito que aprender", ele
respondeu.
"Você   está   se   subestimando,   querido.   Você   é   bom.   Eu   conheço   o   bastante 
sobre
arte para saber que você é bom. Você sempre faz ótimos trabalhos. Você é um
grande artista e estou orgulhosa de você."
Durante   o   período   de   namoro   de   Carlos   e   Luísa   este   seria   um   trecho   de 
conversa
típico. Ela sempre o cobriu de elogios e isto
136
198
Ela Precisa, Ele Deseja
fazia com que ele se sentisse muito bem. Nunca havia sido elogiado desta 
forma
antes.
Após o casamento, as observações de Luísa foram mudando aos poucos. Carlos,
feliz com seu trabalho corno desenhista industrial, demonstrava, de forma 
geral,
muita tranqüilidade com a sua profissão para concordar com a mulher. Luísa
queria que ele se tornasse um artista famoso, mas, quando se convenceu de 
que
ele   nunca   desenvolveria   seu   potencial,   as   palavras   de   admiração   de   Luísa 
foram
diminuindo até acabar por completo.
Enquanto   isto,   no   estúdio,   Carlos   identificava­se   cada   vez   mais   com 
Lucinda. Ela
mostrava   habilidade   para   layout   e   gráficos.   Juntos,   eles   conseguiram 
realizar
alguns   projetos   que   foram   aprovados.   Um   dia,   enquanto   lanchavam   juntos, 
Carlos
começou a  desabafar:  "Sabe, Lucinda, acho que  a minha  mulher está  certa. 
Não me
esforço muito para desenvolver o meu talento na arte. Sou muito preguiçoso",
disse ele.
"Preguiçoso?",   protestou   Linda.   "Como   ela   pode   pensar   isto?   Será   que   ela 
tem
idéia de como o nosso trabalho é difícil? Bem, não consigo lembrar alguém 
de sua
idade   que   já   tenha   chegado   ao   ponto   que   você   chegou   como   artista.   Sua 
mulher
simplesmente não entende o que tudo isso requer de alguém. Além disso, você 
é um
dos melhores homens que eu já conheci. Ela deveria sentir­se uma mulher de 
sorte
por ter casado com alguém tão maravilhoso como você."
Carlos   mal   conseguia   encontrar   palavras.   "Obrigado,   Lucinda.   E   realmente 
muita
bondade de sua parte dizer isso", disse, finalmente.
"Não é apenas bondade. Eu realmente penso assim."
Carlos saboreou aquele elogio o dia inteiro. Alguém finalmente o apreciava 
por
aquilo que ele era naquele momento, e não por aquilo que ele poderia ser 
algum
dia. Era muito bom corresponder às expectativas de alguém.
Pouco tempo depois Carlos e Lucinda tinham um caso. Quando o presidente da
empresa descobriu o que estava acontecendo,
Ele precisa que ela se orgulhe dele ­ admiração
199
sugeriu   a   Carlos   e   Luísa   que   me   procurassem   para   aconselhamento 
matrimonial.
Luísa aprendeu a expressar a admiração que já sentia pelo seu marido, ao 
invés
de pressioná­lo a maiores realizações.
Por que esta necessidade masculina por admiração?
Um dos princípios que apresentei a Luísa foi o de que a admiração sincera é 
um
elemento muito motivador para a maioria dos homens. Quando uma mulher diz a 
um
homem   que   ele   é   maravilhoso,   isto   o   inspira   a   ser   cada   vez   mais 
maravilhoso. Ele
se vê capaz de lidar muito melhor com novas responsabilidades e aperfeiçoar
ainda mais suas habilidades. Esta inspiração o ajuda a se preparar para as
responsabilidades da vida.
A   admiração   não   apenas   motiva,   mas   também   recompensa   o   marido   pelas 
realizações
já alcançadas. Quando a mulher diz que ficou muito feliz por aquilo que ele 
fez,
isto dá ao marido mais alegria do que aquela que ele sente ao receber seu
contracheque. Uma mulher precisa mostrar apreciação pelo marido por aquilo 
que
ele já é, não por aquilo que ele pode vir a ser, caso corresponda aos seus
padrões.
Para alguns homens ­ aqueles com sua auto­imagem fragilizada ­, a admiração
ainda os ajuda a acreditar em si mesmos. Sem isto, esses homens mostram­se 
mais
defensivos com respeito aos seus fracassos. Geralmente eles detestam a idéia 
de
buscar   ajuda   com   um   psicólogo   porque   não   querem   que   alguém   os   critique. 
Eles
costumam   me   procurar   com   a   desculpa   de   "ajudar   suas   esposas   com   seus 
problemas
emocionais".
Enquanto   a   crítica   faz   com   que   o   homem   se   torne   defensivo,   a   admiração 
produz
energia e motivação. Um homem espera ­ e precisa ­ que sua mulher seja a 
sua fã
137
número 1. Ele consegue confiança com o seu apoio e, geralmente, conquista 
muito
mais com o seu incentivo.
138
200
Ela Precisa, Ele Deseja
A auto­estima geralmente começa em casa
A baixa auto­estima, um dos problemas mais comuns que ajudo meus pacientes 
a
superar,   começa   muito   cedo   ­   em   casa,   durante   a   infância.   A   maioria   das 
pessoas
com opiniões ruins a respeito de si mesmas foi criticada e julgada culpada 
pelos
seus erros por amigos e familiares, e acha que os outros insistirão nesse 
padrão
de críticas. Em particular, estes homens acham que suas esposas começarão 
de
onde   seus   pais   pararam   e   continuarão   a   lembrá­los   de   suas   fraquezas   e 
fracassos.
Em casos como estes, aconselho os pacientes a rejeitar estas avaliações
negativas e os incentivo a estar sempre com os amigos e parentes que vêem 
seus
valores   e   realizações.   Geralmente   uma   mudança   assim   faz   a   mágica   e,   em 
algumas
semanas, a auto­estima melhora consideravelmente.
Um ambiente de críticas e censuras é muito perigoso para a saúde mental. 
Quem
apoia e incentiva uma pessoa traz à tona o seu verdadeiro potencial e faz
brilhar o seu caráter.
Em   minha   própria   vida   sinto   o   efeito   grandioso   da   admiração   através   da 
bênção de
minha   avó.   Posso   lembrar­me   perfeitamente   de   quando   eu   era   pequeno   e   ela 
dizia
que eu era um gênio, mais talentoso do que qualquer pessoa no mundo. Mesmo
quando   alguma   coisa,   por   falta   de   orientação,   causasse   algum   problema 
social
para mim no jardim de infância, a sua atitude para comigo também plantava 
em mim
uma semente de confiança.
Certa   vez,   no   colégio,   um   orientador,   revendo   minhas   notas   e   outros 
resultados
de testes, concluiu que eu nunca obteria sucesso na universidade e deveria
pensar   seriamente   num   trabalho   técnico   profissional.   Como   a   minha   avó 
pensava de
outro modo, entrei na universidade, fiz muito mais do que aquele orientador
esperava e continuei até conseguir o meu grau de doutorado. Sem a opinião 
da
minha avó, eu provavelmente teria concordado com o orientador e perdido a
oportunidade de obter os benefícios daquela educação.
Ele precisa que ela se orgulhe dele ­ admiração
201
Você já deve ter ouvido que "ao lado de todo grande homem existe sempre uma
grande mulher". Eu gostaria de parafrasear este adágio para compor o Sexto
Corolário de Harley:
Ao lado de todo o homem deve haver uma esposa admiradora.
As   biografias   dos   grandes   homens   provam   ­   e   a   vida   de   todos   os   homens 
mostra ­
esta verdade. O homem simplesmente prospera com a admiração de uma mulher. 
Em
grandes proporções os homens devem gratidão às suas esposas por este tipo 
de
apoio emocional, uma vez que, sem ele, a sua autoconfiança ­ a maior causa 
do
seu sucesso ­ desgasta­se e, eventualmente, se despedaça.
Corno você demonstra honestamente a sua admiração?
Antes de começar a fazer um monte de elogios ao seu marido, eu preciso dar­
lhe
uma  palavra  de  cautela:  nunca  finja  que  está  admirada.  Usar  de  bajulação 
apenas
para agradar o seu marido pode causar mais danos do que benefícios. Para 
ter
algum   valor   o   elogio   precisa   refletir   os   seus   sentimentos.   Por   exemplo: 
quando
minha avó dizia que eu era brilhante, ela acreditava nisto honestamente, e 
sua
convicção me contagiava.
Posso   até   ouvir   muitas   mulheres   dizendo   para   si,   ao   lerem   estas   coisas: 
Está
bem, dr. Harley, tudo isso é muito bom. e muito bonito, mas e se o marido 
for
uma fonte constante de irritação? E se ele sempre estragar tudo? Como alguém
pode admirar um homem assim?
Estas   perguntas   importantes   pedem   respostas   bem   refletidas.   O   primeiro 
passo
para   aprender   a   mostrar   admiração   é   aprender   a   sentir   admiração.   Quando 
você
conseguir isto, você poderá expressar este sentimento.
139
202
Ela Precisa, Ele Deseja
Um plano para criar admiração
Você precisará de um plano que a ajude a expressar verdadeiros sentimentos 
de
admiração. Isto não inclui jogos de palavras ou alguma coisa falsa, apenas
sentimentos reais e honestos.
Você   já   viu   como   funciona   o   Banco   do   Amor   e   como   o   suprimento   das 
necessidades
emocionais um do outro pode desenvolver o sentimento de amor entre o marido 
e a
mulher. Bem, o processo de criação de um sentimento de respeito pelo marido 
numa
mulher acontece da mesma forma. Quando o marido se dispõe a satisfazer as 
cinco
necessidades   básicas   mais   importantes   de   sua   mulher,   ela   reage   de   forma 
natural
e   transbordante   com   respeito   a   ele.   Por   outro   lado,   se   o   marido   não 
satisfaz
estas   necessidades,   a   esposa   não   pode   expressar,   de   forma   honesta,   a 
admiração
que   ele   precisa   receber   dela.   Portanto,   a   sua   admiração   depende   da 
habilidade
dele em satisfazer as suas necessidades básicas.
Tendo sempre em mente estas observações o nosso plano ajudará a mulher a
perceber que, para tanto, suas necessidades conjugais devem ser supridas.
Primeiro passo: Identificar as características que constróem e destróem a
admiração
A   mulher   precisa   fazer   duas   listas:   a   primeira   descrevendo   as 
características
que ela admira no seu marido; a segunda descrevendo aquelas que destróem 
sua
admiração. Em ambas, ela reúne as características dentro das cinco áreas de
necessidades   básicas   da   mulher   que   já   foram   consideradas   neste   livro. 
Quando uma
característica   não   diz   respeito   a   nenhuma   das   cinco   áreas,   ela   deve 
escolher a
que mais se aproxima.
Veremos, como exemplo, a lista que Raquel fez para avaliar seu
marido Fernando.
r
Ele precisa que ela se orgulhe dele ­ admiração
203
Características que admiro
Características que destróem minha admiração
AFETO
l .Ele segura a minha mão quando estamos juntos.
2. Ele me abraça quando chega do
trabalho.
3. Ee manda cartões e flores.
DIÁLOGO
4. Ele fala comigo sobre seu dia e pergunta como foi o meu.
5. Ele  se interessa pelas  minhas atividades  diárias e  comenta sobre  elas 
comigo.
ESTABILIDADE FINANCEIRA
6. Ele ganha um bom salário para sustentar a mim e às crianças.
HONESTIDADE E FRANQUEZA
7. Ele sempre me diz onde esteve e deixa números de telefones para que eu 
possa
localizá­lo numa emergên­
AFETO
DIÁLOGO
l. Quando fico aborrecida ele se tranca em seu trabalho e não fala comigo.
ESTABILIDADE FINANCEIRA
HONESTIDADE
E FRANQUEZA
2. Quando alguma coisa o aborrece, ele
nega, mesmo que eu perceba que ele
está aborrecido.
COMPROMISSO COM A FAMÍLIA COMPROMISSO COM A FAMÍLIA
3. Ele não separa tempo suficiente para ficar comigo e com as crianças em
família.
140
4. Ele não disciplina as crianças e deixa comigo toda a educação delas.
5. Ele nunca demostra qualquer interesse pelas atividades dos nossos filhos 
e
nunca vai às reuniões de pais na escola.
141
204
Ela Precisa, Ele Deseja
O   exemplo   anterior   mostra   que   Fernando   precisa   começar   a   suprir   as 
necessidades
que   sua   esposa   tem   de   um   maior   compromisso   com   a   família,   por   parte   do 
marido,
para que ela se sinta capaz de admirá­lo totalmente. A dificuldade que eles 
têm
na área do diálogo pode estar diretamente ligada à sua falta de compromisso 
com
a   família.   Raquel   fica   aborrecida   com   a   sua   falta   de   interesse   pelas 
crianças e,
assim, ele não fala sobre o assunto. Como ele já se sente muito ocupado e 
sem
tempo para participar das atividades das crianças, conclui que de nada
adiantaria conversar a respeito. Quando ele puder satisfazer a necessidade 
do
compromisso com a família, os problemas na área do diálogo possivelmente
desaparecerão.
Segundo passo: Firmar um pacto
Algumas vezes, é mais fácil resolver um problema conjugai quando o marido e 
a
mulher precisam melhorar sua capacidade de se importar um com o outro. Você 
se
sentirá estimulada ao descobrir que não é a única que precisa mudar, mas 
que seu
cônjuge deve tomar algumas medidas para se corrigir também. Deste modo, do 
ponto
de   vista   prático,   você   terá   mais   sucesso   ao   motivá­lo   a   fazer   algumas 
mudanças
no   seu   comportamento   se   estiver   disposta   a   fazer   algumas   mudanças   em   si 
mesma.
Preparese ainda para uma reação defensiva da parte dele ao ler a sua lista. 
Com
carinho e paciência você pode provar ao homem que quer agradar­la que ele 
será
bem­sucedido. Prove que os temores dele não têm razão de ser.
Depois de completar o primeiro passo, listando todas as áreas positivas e
negativas, façam um acordo de superar as características que destróem a
admiração entre vocês. E importante que este acordo inclua todos os itens
listados.
Há   alguns   anos   Rogério   e   Elisa   me   procuraram   em   busca   de   orientação   e 
sugeri que
fizessem a sua lista de características. Imediatamente os seus problemas
conjugais ficaram visíveis. Elisa pas­
Ele precisa que ela se orgulhe dele ­ admiração
205
sou às minhas mãos 24 páginas, escritas em espaço l, com tudo o que seu 
marido
fazia e que destruía o seu respeito por ele. Na lista de Rogério havia um 

item:   sua   esposa   não   demonstrava   admiração   por   ele.   Nesse   relacionamento 
Elisa
fez muito bem a sua parte, suprindo as necessidades do marido, mas ele não 
foi
capaz   de   suprir   as   dela.   Devido   a   esta   falta,   Elisa   não   podia   admirar   o 
marido.
Vi­me   diante   de   uma   situação   difícil   porque   era   impossível   pensar   em 
qualquer
tipo de pacto. O simples fato de dizer para Rogério que ele poderia perder 
a
esposa motivou­o a fazer algumas mudanças. Durante o período de um ano ou 
mais,
ele   procurou   trabalhar   todas   as   queixas   da   esposa,   uma   por   uma,   até   que 
todas as
suas necessidades fossem satisfeitas. Como o seu empenho teve sucesso, a
admiração da esposa também floresceu a ponto de, mais tarde, Rogério dizer­
me
que Elisa se orgulhava dele.
Se você se encontra numa situação semelhante à de Rogério e Elisa, e não há 
a
possibilidade de fazer um pacto porque você já supre as necessidades de seu
marido, diga para ele que você só tem a sua admiração para negociar. Se seu
marido não aceitar trabalhar com você nesses termos, talvez vocês precisem 
de
ajuda profissional.
Depois de fazer o pacto (se possível) e se houver disposição para trabalhar 
as
queixas de seu cônjuge, siga o próximo passo.
Terceiro passo: Você não pode mudar características; você pode mudar hábitos
Você precisa agora mudar a idéia que faz das pessoas ­ seu cônjuge, em
particular. Temos a tendência de classificar as pessoas pelos seus traços ou
características.   A   pessoa   é   agradável   ou   desagradável;   inteligente   ou 
imbecil. O
psicólogo comportamentalista não gosta de trabalhar com as características, 
mas
com os hábitos. Ele certamente lhe diria: "Não posso ensinar alguém a ser 
mais
agradável porque ser agradável não é um hábito, mas uma caracte­
142
206
Ela Precisa, Ele Deseja
rística. Mas posso ensinar alguém a sorrir com mais freqüência e a criticar
menos  as   pessoas  porque   isso  se   trata   de  um   hábito,  e   nós  podemos   mudar 
nossos
hábitos. Isto ajuda?".
Se   você   dissesse   "Eu   quero   emagrecer"   a   um   comportamentalista,   ele 
responderia:
"Não posso ensinar você a emagrecer porque isto é uma característica. Posso
ensinar você a comer menos, porque comer é um hábito".
Estas   considerações   significam   que,   assim   que   você   esquecer   as 
características e
se preocupar com os hábitos, poderá mudar o comportamento de seu cônjuge.
Geralmente quando há queixas sobre eles, estão baseadas nas suas
características, não nos seus hábitos, e são estes que realmente precisamos
considerar e podemos mudar. Portanto, a solução mais fácil será definir suas
queixas   em   termos   de   hábitos,   assim   você   terá   algo   que   poderá   ser 
identificado e
avaliado.
Por   exemplo,   imagine   que   você   queira   que   seu   cônjuge   demonstre   maior 
compromisso
com   a   família.   Faça   uma   lista   de   alguns   hábitos   específicos   que   você 
gostaria
que ele praticasse:
• Assistir às reuniões de pais na escola.
• Passar quinze horas por semana em atividades com a família.
• Ler para as crianças antes de dormir.
Seu marido terá um objetivo a alcançar com estes hábitos, que ele poderá
aprender,   praticar   e   usar   como   uma   avaliação   de   sua   mudança.   Vocês   dois 
verão a
diferença em suas ações.
Você deve atentar para uma coisa: enquanto seu cônjuge está desenvolvendo um
hábito, a sua atitude pode não ser consistente com este novo comportamento. 
Ele
pode não se sentir seguro a respeito desta mudança. Entretanto, na maioria 
dos
casos, desde o momento em que ele desenvolve o novo comportamento de forma
integral, suas atitudes serão coerentes e você terá o que realmente sempre 
quis.
Vejamos   como   um   comportamentalista   pode   ajudar   as   pessoas   a   desenvolver 
novos
hábitos.
Ele precisa que ela se orgulhe dele ­ admiração
207
Quarto   passo:   Desenvolvendo   novos   hábitos   Muitos   comportamentalistas   usam 
esta
técnica   bem   simples   e   direta   para   ajudar   as   pessoas   a   desenvolver   novos 
hábitos:
1. Especifique o hábito que você deseja cultivar.
2. Planeje a estratégia que você usará para desenvolver este hábito.
3. Siga o que foi planejado.
4. Avalie a efetividade da estratégia para ver se o comportamento mudou.
Vejamos  como  isto  aconteceu  com  Fernando  e  Raquel.  Quando  eles  fizeram  a 
sua
lista, Raquel disse que a falta de interesse de Fernando pelas atividades 
das
crianças havia destruído sua admiração por ele. Depois de pensar muito, ela
transformou   a  característica   "interesse   pelas  atividades   das  crianças"   no 
hábito
de "passar cinco horas semanais junto com as crianças em quaisquer de suas
atividades". Fernando aceitou o desafio.
Uma   vez   identificado   o   hábito,   Fernando   e   Raquel   puderam   planejar   a 
estratégia
para ajudá­lo a desenvolvê­lo. Eles decidiram que esta estratégia teria três
partes:
1. No domingo à noite, às 19h, ele perguntaria às crianças quais atividades 
eles
escolheriam para a semana.
2.   Para   cada   criança   ele   escolheria   uma   atividade   na   qual   ele   poderia 
ajudar.
3. Ele separaria cinco horas para serem usadas nestas atividades.
Cada estratégia  deve  incluir incentivos  para que  o  novo hábito  possa ser 
seguido
e   inibições   para   a   volta   aos   velhos   hábitos.   Juntos,   Fernando   e   Raquel 
decidiram
que   ela   assistiria   ao   futebol   de   sábado   à   tarde   com   ele   como   parte   das 
cinco
horas   semanais   com   as   crianças.   Se   ele   falhasse   nisto,   não   poderia   ver 
nenhum
outro tipo de esporte na televisão naquela semana.
143
Uma razão pela qual as pessoas não desenvolvem novos hábitos é que elas, em
geral, não dão o tempo necessário para isso.
144
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Ela Precisa, Ele Deseja
Fernando e Raquel planejaram sua estratégia para um período de cinco meses 
­ de
agosto a dezembro.
Logo que anunciaram o seu plano para as crianças, Fernando e Raquel estavam
prontos para começar. Durante oito semanas ininterruptas, Fernando passou o
tempo planejado com as crianças. Na nona semana, ele faltou. Para tal, teve 
boas
razões: ficou doente e se atrasou no trabalho; teve de consertar a porta da
frente; e a irmã de Raquel chegou para uma visita de dois dias. Apesar de 
todas
estas razões, ele não deveria assistir aos programas de esportes na semana
seguinte, e nem Raquel assistiria, do mesmo modo.
O   restante   do   programa   aconteceu   conforme   o   planejado   e,   no   final   de 
dezembro,
eles avaliaram o novo hábito de Fernando para ver se a estratégia havia dado
certo.   Os   resultados   foram   bons.   Ele   não   apenas   passava   agora   as   cinco 
horas
semanais   com   os   filhos   em   suas   atividades,   como   também   começou   a   fazer 
novos
planos com eles, através dos quais pudesse ajudá­los ainda mais. Ele sentia 
mais
prazer em estar com os filhos do que em assistir ao futebol de sábado à 
tarde.
Prepare­se para os reveses
Quando trabalho com os casais na formação de novos hábitos, costumo avisá­
los de
que podem sentir­se frustrados na primeira tentativa. O plano original pode
precisar de algumas revisões antes de conseguir alcançar o seu objetivo de 
um
novo hábito. E claro que, se o problema fosse facilmente solucionável, eles 
não
teriam buscado ajuda profissional. Alguns problemas são difíceis até mesmo 
do
ponto de vista de um profissional, mas geralmente conseguimos resolvê­los 
juntos
ao final.
Você  precisará  de  paciência  e  otimismo  em  suas  tentativas  de  melhorar  os 
hábitos
do seu cônjuge, mas descobrirá que o mais simples progresso pode tornar seu
casamento muito melhor, e
Ele precisa que ela se orgulhe dele ­ admiração
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você passará a sentir mais admiração pela pessoa com quem casou.
O que fazer quando eu começar a admirá­lo?
Conte a ele, é claro! Ê verdade que isso não é tão fácil quanto parece. 
Você
pode  não   saber  direito   como  dizer   ao  seu   marido   que  o   admira.  Como   você 
apenas
sente orgulho ou admiração, ainda não foi possível transmitir isso. Aprenda 
a
dizer   palavras   de   elogio   do   mesmo   modo   que   você   aprendeu   qualquer   outro 
hábito.
E,   mais   uma   vez,   lembre­se   de   não   dizer   coisas   elaboradas   ou   falsas. 
Expresse
honestamente   o   que   você   está   sentindo.   A   princípio   isto   pode   parecer   um 
tanto
estranho, mas, à medida que seu novo hábito se desenvolver, ele se tornará 
mais
natural e espontâneo. Então você terá alcançado o seu objetivo: a admiração
natural que ele sempre desejou de você.
Algumas vezes a mulher teme expressar esta admiração muito cedo porque seu
marido   poderia   deixar   de   empenhar­se   em   desenvolver   o   comportamento   que 
ainda
não se tornou habitual para ele. Meu conselho é que ela fale com ele assim 
que
começar   a   sentir   uma   pequena   admiração   ­   não   como   uma   recompensa   pela 
mudança
(você   pode   encontrar   outros   métodos   com   esta   finalidade),   mas   como   uma 
expressão
verdadeira dos seus sentimentos.
Lembre­se de que um homem realmente precisa ser apreciado. Ele renasce com 
isso.
Muitos   homens   que   me   procuram   ao   se   envolver   em   relacionamentos 
extraconjugais
dizem que a admiração demonstrada por suas amantes é como a brisa suave da
primavera, em comparação ao frio polar das críticas de suas esposas. Como 
eles
poderiam   resistir?   Não   permita   que   seu   marido   busque   apoio   fora   do 
casamento.
Ele precisa da perspectiva que a sua admiração proporciona. Isto não quer 
dizer
que você deve fingir, dizendo que gosta muito de algo nele, mas que você 
deve
traba­
145
210
Ela Precisa, Ele Deseja
lhar com ele nas necessidades que ambos precisam satisfazer, designando uma
estratégia que possa desenvolver a admiração mútua. Você precisa admirá­lo 
tanto
quanto ele precisa do seu elogio. Com gentileza e paciência, incentive seu
marido   a   suprir   as   suas   necessidades,   dizendo­lhe   como   você   gosta   das 
mudanças
que pode observar.
Perguntas para ela
1.  Expressar   admiração  para  com   seu  marido   tem   sido  um   problema  especial 
para
você? Ele já lhe pediu para ser menos crítica, ou a incentivou a "contar as
bênçãos"?
2. Você precisa desenvolver o sentimento de admiração ou, simplesmente, o 
hábito
de expressar a sua admiração?
3. Faça a  lista das  mudanças que  você gostaria  de ver  em seu  marido. Em 
seguida
separe aquelas que são características e as transforme em hábitos. Divida a
lista   em   mudanças   essenciais   e   não   essenciais.   Se   seu   marido   mudar   nas 
coisas
essenciais, você acha que seria capaz de demonstrar a admiração de que ele
necessita?
Perguntas para ele
1.   Você   tem   consciência   de   sua   necessidade   de   admiração?   Alguns   homens 
nunca se
preocuparam com isto, nem acham que precisam ser admirados. Que evidência 
você
poderia   dar   para   fazê­lo   sentir   uma   profunda   necessidade   de   elogio   por 
parte da
sua esposa?
2. Você já tentou falar desta necessidade de admiração para ela? Como ela
reagiu?
3.   O   que   você   acha   do   plano   sugerido   neste   capítulo?   Como   você   poderia 
modificálo
a fim de torná­lo mais adaptável ao seu casamento?
Ele precisa que ela se orgulhe dele ­ admiração
211
4. Faça a lista das mudanças que você gostaria de ver em sua esposa. Separe 
as
que são consideradas características e transforme­as em hábitos. Divida a 
sua
lista   em   mudanças   essenciais   e   não   essenciais.   Você   estaria   disposto   a 
fazer as
mudanças que sua esposa sugerir, se ela mudar naquilo que você deseja que 
ela
mude?
Para pensar juntos
1. Desenvolvam estratégias para mudança nos hábitos que vocês identificaram.
Determinem um tempo­limite para as estratégias e façam uma reavaliação para
checar se elas estão dando certo.
2. Discutam as desvantagens do excesso de crítica que ambos dirigem um ao 
outro.
Como   vocês   poderiam   incentivar   mudanças   um   ao   outro   sem   serem 
excessivamente
críticos?
146
Como sobreviver a
um relacionamento
extraconjugal
M
ií5~~iL­ji   s   pessoas   costumam   me   perguntar:   "Como   você   ajuda   alguém   a 
sobreviver
a um relacionamento extraconjugal? O que você diz para um casal quando isto
realmente acontece com eles?".
Minha   atitude,   ao   tratar   deste   assunto,   centraliza­se   em   duas   palavras: 
seja
gentil, mas também firme.
As   pessoas   que   se   vêem   envolvidas   na   teia   de   um   relacionamento 
extraconjugal
precisam   de   muito   carinho   e   atenção   principalmente   o   cônjuge   traído.   Ao 
mesmo
tempo, se você descobrir que ele está vivendo um desses casos, não recorra 
à
força da pressão ou à histeria. Se você quiser salvar seu casamento, esta é 
a
hora de agir.
147
214
Ela Precisa, Ele Deseja
Primeiro passo: Você quer sobreviver?
Em primeiro lugar pergunte a si mesmo se você realmente quer sobreviver à
tempestade. É bem possível que o seu casamento já tenha passado por sérios
problemas durante muito tempo, tenha você percebido ou não. Um de vocês, ou
ambos, podem ter necessidades básicas que nunca foram supridas, o que deu 
chance
para o desenvolvimento de um caso. O cônjuge traído se sentirá tentado a 
usar o
dedo acusador e pode, quase sempre de forma prematura e tola, querer dar um 
fim
ao casamento. Tento mostrar àqueles que me procuram em busca de orientação 
que o
cônjuge traidor não é o único culpado. Os casos começam porque as contas no
Banco do Amor foram esvaziando­se lentamente. A vítima de um relacionamento
extraconjugal sempre pergunta de forma revoltante: "Como a minha conta em 
seu
Banco   ficou   tão   baixa?   Qual   das   suas   necessidades   eu   falhei   em 
satisfazer?".
Segundo passo: Não tolere o caso
Em   segundo   lugar   não   tolere   o   relacionamento   extraconjugal   nem   um   minuto 
mais.
Você  pode  ter  falhado  em  suprir  algumas  necessidades  de  seu  cônjuge,  mas 
isto
não quer dizer que ele ou ela não seja responsável por este comportamento
destruidor.   Como   mencionei   no   primeiro   capítulo,   o   casamento   é   um 
relacionamento
exclusivo, no qual duas pessoas se tornam um e devem permanecer um. Três
pessoas, certamente, representam uma multidão.
Meus arquivos incluem um surpreendente número de casos em que as mulheres
suportam   o   relacionamento   extraconjugal   dos   maridos   para   permanecerem 
casadas. É
freqüente   ouvir   de   pessoas   que   têm   fortes   convicções   religiosas:   "Minha 
igreja
não   permite   o   divórcio"   ou   "Deus   quer   que   continuemos   casados.   A   Bíblia 
ensina
claramente que o divórcio é pecado".
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
215
Solidarizo­me   com   estes   pontos   de   vista   porque   eles   são   semelhantes   aos 
meus
próprios valores e convicções. Ao mesmo tempo, as pessoas precisam entender 
que,
uma   vez   iniciado   um   caso,   o   casamento   já   foi   violado.   O   que   Deus   uniu, 
alguns
homens ou mulheres têm separado. Se quiser juntar os pedaços, você terá de 
tomar
algumas atitudes específicas. Recomendo às esposas, em particular, assumir 
uma
posição firme e imparcial e dispor­se a separar­se de seus maridos
temporariamente,   até   que   ambos   sejam   capazes   de   resolver   este   assunto 
juntos.
Seja qual for a atitude que tomarem, elas devem dizer aos seus maridos que 
não
tolerarão o que eles estão fazendo.
Terceiro passo: Saiba o que esperar
Muitos   casos   não   levam   ao   divórcio,   mas   à   reconciliação.   Entretanto, 
durante os
meses ou anos que vão do início do caso extraconjugal à reconciliação, todo 
o
processo   pode   produzir   um   sofrimento   quase   insuportável.   Se   a   pessoa 
estiver
preparada para o que crer a acontecer, ela não apenas sofrerá menos, como o 
seu
casamento terá maiores chances de sobreviver. Uma das melhores maneiras de 
se
preparar   é   saber   o   que   esperar.   Por   haver   testemunhado   tantos   casos,   vi 
alguns
fios que se emaranham entre muitos deles. Um desses fios é a resistência do
cônjuge em romper com seu/sua amante.
Costumo usar uma regra bem rígida para o cônjuge faltoso: ele ou ela não 
deve
ter   nenhum   tipo   de   contato   com   sua   ou   seu   amante   imediatamente,   e   nunca 
mais
deve ver ou falar com esta pessoa. Para explicar aos meus clientes por que 
a
minha  regra   é  tão   rígida  e   radical,  digo   que   encaro  estes   casos  como   um 
vício.
Um   alcoólatra,   por   exemplo,   precisa   abster­se   do   álcool,   se   espera 
controlar o
comportamento   vicioso.   Como   acontece   com   o   álcool,   a   tentação   de   voltar 
para o/a
amante deve ser controlada dia após dia. A melhor maneira de se libertar de 
um
caso é evitar todo o contato com a outra pessoa.
148
216
Ela Precisa, Ele Deseja
Algumas vezes, observo pessoas que se envolveram em relacionamentos e que 
não
rompem   de   forma   drástica   e   decisiva.   Estas   pessoas   decidem   "levar"   a 
situação
durante algum tempo, mas, inevitavelmente, se vêem de volta nos braços do
amante. É como se, no que diz respeito àquela pessoa, apresentassem um
julgamento incrivelmente falho e uma força quase irresistível as domi­
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
217
nasse.
O   efeito   permanente   de   um   relacionamento   extraconjugal   não   pode   ser 
ignorado. O
cônjuge faltoso raramente esquece a paixão por um ex­amante. O sentimento
permanece adormecido, pronto para voltar assim que houver chance. A conta 
no
Banco   do   Amor   do   ex­amante   permanece   alta   porque   são   poucas   as 
oportunidades de
retiradas. Somente uma experiência desagradável ou dolorosa pode causar
retiradas de unidades de amor, e estas experiências são sempre evitadas de 
forma
intencional pelo amante ao entrar em competição com um cônjuge.
Quando   o   cônjuge   recusa­se   a   romper   todo   o   contato   com   seu   amante,   o 
cônjuge
traído   deve   preparar­se   para   o   que   talvez   seja   uma   longa   separação. 
Recomendo
isto   principalmente   para   a   proteção   das   suas   emoções,   mas,   às   vezes,   o 
romance
por   si   pode   tornar   uma   pessoa   de   tal   modo   ansiosa   que   ela   se   prende   ao 
cônjuge
faltoso   para   se   sentir   segura.   Isto   simplesmente   contribui   para   que   o 
trauma
emocional   seja   maior,   é   claro,   e   muitas   vezes   é   necessária   a   ajuda 
profissional
a   fim   de   proporcionar   um   apoio   no   processo   de   rompimento.   Quando   a 
separação
acontecer,   este   profissional   continuará   sendo   uma   ajuda   para   assegurar   a 
este
cônjuge de que a decisão correta foi tomada.
Uma separação ajuda a proteger as emoções do cônjuge traído. Entretanto a
separação também pode ser positiva pelo fato de sonegar o suprimento das
necessidades que ele proporcionava antes da descoberta do caso. Na maioria 
dos
casos um amante satisfaz uma ou duas necessidades emocionais importantes, e 
um
cônjuge satisfaz duas ou três. O cônjuge faltoso passa a entender
que um amante não é capaz de satisfazer as necessidades que o cônjuge
satisfazia,   e   isso,   algumas   vezes,   o   leva   a   perceber   que   "mais   vale   um 
pássaro
na   mão   do   que   dois   voando".   Uma   separação   também   pode   resultar   na 
oportunidade
de experiências desagradáveis entre o cônjuge e o amante.
Quando   finalmente   a   decisão   por   uma   reconciliação   é   tomada,   e   todo   o 
contato com
o amante evitado, isso acontece, em geral, com a esperança de que o cônjuge
possa aprender a suprir as necessidades que o amante satisfazia de forma 
muito
mais simples. Os filhos e os demais familiares são obstáculos importantes 
quando
alguém abandona um cônjuge por causa de um relacionamento extraconjugal. O
amante   simplesmente   não   será   capaz   de   tomar   o   lugar   do   cônjuge,   mas   o 
cônjuge
pode tomar o lugar do amante.
E preciso esperar que a realidade prevaleça. Entretanto, antes de sugerir 
que
atitude tomar a esta altura, permita­me ilustrar o que deve ser esperado
examinando a história de Alex e Elaine e Sandra.
Anatomia de um relacionamento extraconjugal
Alex suspirou baixinho ao se esticar para apagar a luz. Em seguida voltou­
se
para beijar o rosto de Elaine. "Boa noite, amor", ele sussurrou.
Elaine não respondeu. Ela dormia profundamente. Isto não o surpreendeu, e 
ele
sabia como a esposa ficaria zangada caso a acordasse apenas para fazer amor.
Ele, então, deitou­se e puxou o lençol, cobrindo os ombros. Havia tempo ele
tinha desistido de fazer o jogo de perdedor e se sentir triste por isto. 
Ele
simplesmente precisava encarar o fato de que Elaine não se interessava mais 
por
sexo. No passado, nos primeiros anos do casamento, Elaine tinha prazer no 
sexo,
mais isso antes da chegada dos filhos.
Na   manhã   seguinte,   ao   pegar   o   trem   das   7h30,   Alex   cumprimentou   Sandra   e 
Fred,
que também trabalhavam para a sua em­
149
218
Ela Precisa, Ele Deseja
presa. Quando abriu o jornal, Alex lembrou que o seu companheiro de almoço
estava fora.
"Ei,   vocês   dois!   Meu   companheiro   de   almoço   viajou.   Algum   de   vocês   está 
livre?",
perguntou.
"Sinto muito, mas preciso ir a outra parte da cidade", disse Fred.
Alex olhou para Sandra, uma mulher alta, esbelta, aplicada e simples, que
respondeu alegremente: "Eu gostaria muito de almoçar com você".
Alex   pensou:   Fazia   algum   tempo   que   eu   não   a   encontrava.   Sandra   havia 
estudado
com ele, mas depois perderam o contato, até que começaram a trabalhar na 
mesma
empresa. A velha amizade revivera alguns meses atrás, quando começaram a
trabalhar   no   mesmo   setor,   instalando   um   novo   sistema   de   computação. 
Entretanto,
ao completar aquela tarefa, as responsabilidades de Alex o levaram para o 
quinto
andar, enquanto Sandra permaneceu no sétimo.
Naquele dia, na hora do almoço, Alex falou com Sandra: "Sabe, acho que até 
estou
feliz que o Maurício tenha viajado hoje".
Ela sorriu: "Eu também. Tenho sentido sua falta desde que você desceu para 
o
quinto andar. Deveríamos ter feito isto antes".
Alex concordou: "É mesmo. Trabalhar naquele projeto foi uma das coisas mais
agradáveis nos últimos tempos".
Sandra   continuou:   "O   sistema   está   funcionando   muito   bem.   O   tempo   de 
deslocamento
ficou reduzido a quase nada". Ele deu corda: "Isto não me surpreende. Você 
e eu
trabalhando juntos, só podia dar certo!".
Ao   terminar   o   almoço   Alex   e   Sandra   planejaram   encontrar­se   novamente   na 
semana
seguinte.   Logo   o   almoço   no   meio   da   semana   tornou­se   rotina   na   agenda 
semanal dos
dois. Um dia Sandra deu a Alex um livro sobre programas de computador e, 
algumas
semanas mais tarde, ele retribuiu a lembrança com uma pulseira simples, mas
linda. No momento em que ele deu o presente o
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
219
rosto   de   Sandra   brilhou.   Curvando­se   sobre   a   mesa,   ela   beijou   Alex 
gentilmente
no rosto.
"Sandra, preciso ser sincero", disse Alex, meio sem jeito. "Estou ficando 
muito
apegado a você. E... Bem, é bem mais do que uma simples amizade."
Ela respondeu baixinho: "Alex, eu me sinto assim também".
Alex continuou: "Nunca lhe disse como me sinto a respeito de Elaine".
Sandra tentou interrompê­lo: "E você não precisa fazer isso...", disse.
"Mas eu quero. Nunca fui capaz de compartilhar isso com ninguém antes. E
gostaria de fazê­lo. Agora", insistiu Alex.
"Então, está bem. Pode falar", concordou ela.
"Quando   me   casei   com   Elaine,   não   podia   imaginar   o   que   aconteceria   mais 
tarde. Eu
pensava   que   tínhamos   muitos   interesses   em   comum,   passávamos   muito   tempo 
juntos,
mas tudo isso perdeu o sentido em um ano, mais ou menos. Hoje, ela faz as 
suas
coisas e eu faço as minhas. Ela não gosta que eu fale com ela sobre o meu
trabalho   e   se   queixa   por   eu   não   ganhar   muito   dinheiro.   Algumas   vezes, 
quando
chego em casa, é como se eu estivesse entrando num hospício..."
Sandra ouvia num silêncio solidário. Algumas horas mais tarde ele estava na 
casa
dela, sob o pretexto de "conversar".
Na   manhã   seguinte,   Alex   acordou   na   cama   de   Sandra   e   viu   como   ela   estava 
bonita.
Beijou os seus ombros e sorriu quando ela abriu os olhos, sussurrando: "Oi,
bonitão!".
Ele respondeu: "Oi, beleza!".
Depois daquela noite, Alex e Sandra pareciam obcecados um pelo outro. Nunca 
Alex
havia experimentado tal entusiasmo e momentos de maior prazer sexual.
150
No início Elaine apenas alimentava alguma desconfiança a respeito de Alex, 
mas
logo suas dúvidas se transformaram em suspeitas, à medida que as ausências 
do
marido aumentavam. Aos per­
151
220
Ela Precisa, Ele Deseja
noites   ocasionais   na   cidade   juntaram­se   saídas   nas   tardes   dos   fins   de 
semana.
Finalmente, certa noite, Elaine decidiu testar sua suspeita telefonando para
Jucá, com quem Alex disse que passaria a noite. Jucá tentou dizer que Alex 
ainda
não   havia   chegado,   mas   não   convenceu   Elaine.   Ao   tentar   nova   chamada, 
ninguém
atendeu ao telefone.
Elaine lembrou­se de ter ouvido Alex falar com carinho sobre o tempo em que
trabalhava   com   Sandra   num   projeto   de   computadores.   Ela   também   sabia   que 
Sandra
não morava tão longe. Assim, num sábado à tarde, quando Alex desapareceu, 
Elaine
contratou uma babá para ficar com as crianças e foi até o apartamento de 
Sandra.
Logo   que   fez   a   volta,   chegando   ao   quarteirão,   viu   o   carro   de   Alex 
estacionado
perto da esquina.
Elaine parou, encontrou o apartamento de Sandra e respirou fundo ao tocar a
campainha. A amante do marido atendeu, vestindo uma camisola. "Elaine! Que
surpresa!", disse, falando alto.
"Sinto muito, Sandra, se isto parece grosseria, mas preciso entrar para ver 
algo
com   meus   próprios   olhos."   Entrando   rapidamente,   ela   passou   pela   outra 
mulher e
andou pelo apartamento em direção ao quarto. Lá encontrou Alex, vestindo as
calças apressadamente. O restante de suas roupas ainda estava jogado sobre 
uma
cadeira perto da cama.
"Elaine, eu..."
Elaine deu a volta e saiu do apartamento sem dizer nada. Ela não viu sequer 
o
sinal   de   Sandra   e   nem   sequer   se   importou   em   fechar   a   porta   ao   sair.   Ao 
entrar no
carro, Elaine explodiu em lágrimas e, ao dirigir para casa, tentou forçar 
seu
cérebro entorpecido a pensar. O divórcio parecia ser a sua única opção.
Alex   e   Sandra   ficaram   em   pé   na   janela   da   frente,   enquanto   viam   Elaine 
dirigir o
carro a caminho de casa. "O que você vai fazer?", Sandra perguntou.
"Tenho que ir atrás dela e tentar acalmá­la. Não se preocupe
com isto, amor. Tudo vai dar certo." ill
W
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
221
Ao chegar em casa, Alex viu o carro de Elaine ainda ligado, com a porta
entreaberta,  parado  na calçada.  Ele desligou  o carro, colocou  a chave  no 
bolso e
fechou a porta. Ao entrar pela porta da frente, ouviu as crianças chorando. 
A
babá, assustada, disse que Elaine havia subido para o quarto. Ele pagou a 
babá e
mandou­a   para   casa.   Em   seguida,   foi   procurar   Elaine,   mas   ela   estava 
trancada em
seu   quarto.   Após   chamá­la   algumas   vezes,   Alex   entendeu   que   seria   melhor 
cuidar
primeiro   das   crianças.   Saiu   com   os   filhos   para   fazer   um   lanche   e   depois 
colocouos
para dormir. Durante todo aquele tempo, a porta do quarto permaneceu
rigorosamente trancada.
Alex bateu à porta de novo. Ninguém respondeu. "Elaine, por favor!", pediu 
Alex,
suavemente.
A   tranca   da   maçaneta   moveu­se   e   ele   tentou   outra   vez   abrir   a   porta.   Ao 
abrir,
viu   Elaine   sentada   na   cama   com   os   olhos   inchados   e   vermelhos   de   tanto 
chorar.
Ele caminhou em sua direção. "Estou tão envergonhado, querida!", falou.
"Não ouse me chamar de querida!", disse Elaine, com raiva. "Mas, Elaine, 
amo
você e as crianças. Vocês significam tudo para mim. Não entendo como fui 
fazer
isso com vocês."
Uma   vez   mais,   Elaine   começou   a   soluçar.   Instintivamente,   Alex   tentou 
confortála.
"Não  me  toque!",  disse  ela,  ofegante,  afastando­se  dele  e  chegando  até  o 
meio da
cama. "Como você pôde fazer isso? Eu odeio olhar para você!"
Alex tentou conversar: "Elaine, por favor... Isto não vai mais acontecer. Eu
devia estar maluco! Por favor, dê­me uma chance!". Neste momento, lágrimas
correram dos olhos de Alex.
152
"Mentiroso!   Você   mentiu   para   mim   a   respeito   de   todas   aquelas   noites, 
dizendo que
iria passar na casa do Jucá, não foi?", recomeçou ela.
"Elaine, por favor, não...", Alex não teve tempo de completar a frase.
153
222
Ela Precisa, Ele Deseja
"Não minta! Isto só vai piorar as coisas", interrompeu a mulher.
"Você está certa, e eu não vou mentir mais. Você precisa acreditar em mim! 
Eu só
posso   prometer   que   isso   não   acontecerá   novamente.   Você   e   as   crianças 
significam
muito para mim. Acabou, Elaine. Estou falando sério."
Esta conversa durou até às três horas da manhã ­ Alex implorando por
misericórdia a Elaine o atacando com fúria e angústia. Finalmente, vencida 
pelo
cansaço, ela deu uma trégua e permitiu que Alex viesse para a cama com ela.
Durante os dias seguintes, Alex continuou demonstrando remorso e conseguiu
acalmar Elaine de alguma forma. No final de semana, ele a havia convencido 
de
que uma insanidade temporária foi a causa de sua experiência com Sandra, e 
que
aquilo não aconteceria de novo.
Alex parou de ver Sandra na hora do almoço, mas ligou para ela na primeira
oportunidade.  "Preciso ver  você, mas  não ousaria  fazê­lo  agora. Eu  a amo 
muito.
Simplesmente não sei o que fazer", disse.
"Alex,  eu  amo  você  também.  Não  há  dúvida  sobre  isso.  Mas  quero  que  você 
mantenha
o seu casamento. Não quero ser a causa de um divórcio", Sandra disse.
"Você é uma jóia. Não se preocupe. Vou fazer o melhor. Se tudo terminar em
divórcio, não será por sua causa."
Alex manteve­se longe de Sandra por duas semanas, mas depois voltou a se
encontrar com ela na hora do almoço, num lugar distante. "Não consigo parar 
de
pensar   em   você   e   no   que   fizemos   juntos.   Nunca   tive   nada   igual   em   minha 
vida, e
sei que nunca mais terei."
Sandra apenas conseguia segurar a mão de Alex e chorar. Na semana seguinte, 
eles
se   encontraram   no   apartamento   de   Jucá   e   reiniciaram   o   caso   com   força 
renovada.
Era como se eles tivessem novas energias acumuladas durante as semanas que
passaram se­
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
223
parados.   Depois   disso,   encontravam­se   sempre   que   possível   para   almoçar. 
Passar a
noite na cidade estava fora de questão, pois Elaine poderia suspeitar. Num
sábado à tarde, entretanto, Alex não resistiu e saiu em silêncio, a caminho 
do
apartamento de Sandra. Ele nem imaginava que Elaine o tinha visto sair e 
passou
a seguilo. Toda aquela cena da triste descoberta repetiu­se, o que deixou 
Elaine
totalmente inconsolável. Desta vez, ela ordenou que Alex deixasse a casa e
entrou com o pedido de divórcio.
Alex pensou em se mudar para a casa de Sandra, mas decidiu não fazê­lo. Em 
vez
disso, encontrou um quarto em um albergue, onde ficava sentado em sua cama
estreita, pensando no assunto. Chegou à conclusão de que não apenas sentia 
a
falta de Elaine e dos filhos, como também tinha muitas outras coisas sobre 
as
quais pensar: o fato de ser rejeitado pela família e pelos amigos, ter de 
gastar
muito   dinheiro   com   advogados,   pensão   alimentícia   e   sustento   dos   filhos. 
Também
pensou no seu trabalho na empresa, no que se referia às normas concernentes 
aos
casos extraconjugais, e no que se pensava quanto à preservação das famílias
unidas. Ele poderia perder seu emprego ­ ou, no mínimo, perder uma possível
promoção.
Uma noite, mais ou menos uma semana depois de ter saído de casa, Alex ligou 
para
Elaine. "Por favor, dê­me uma nova chance. Acho que o nosso casamento já 
estava
enfrentando problemas antes que isso tudo acontecesse. Sei que havia coisas 
que
eu tentava ignorar, e errei agindo desta forma. Eu deveria ter conversado 
tudo
abertamente com você e com um psicólogo. Elaine, quero realmente salvar o 
nosso
casamento   e   a   nossa   família.   Você   concorda   em   procurar   uma   ajuda 
profissional
comigo?"
Em princípio, Elaine não sabia o que responder. Alex estava certo? Talvez 
ela
fosse, em parte, culpada. E ele queria consultar um psicólogo.
"Está bem. Eu farei uma experiência."
154
Antes do final de semana, Alex deixou o albergue e voltou
155
224
Ela Precisa, Ele Deseja
para   casa.   Ele   conseguiu   conversar   rapidamente   com   Sandra   para   dizer   que 
ainda a
amava, mas não poderia divorciar­se ­ ainda não. Durante as sessões de
aconselhamento, Alex tentava explicar as razões pelas quais achava que seu
casamento tinha fracassado
­ e as razões pelas quais ele guardava ressentimento de Elaine.
"Alex",   disse   o   psicólogo,   "você   precisa   falar   o   que   acha   que   estava 
errado.
Seja específico."
Alex foi então específico e falou sobre a indiferença de Elaine com respeito 
ao
sexo, sobre a falta de interesse em sua vida profissional e a indisposição 
em
participar das atividades que ele apreciava. Depois, citou as incessantes
reclamações   da   mulher   sobre   os   problemas   domésticos,   apesar   de   ela   nunca 
ter
trabalhado fora.
A medida que Elaine ouvia, começou a se perguntar se grande parte daquele
problema não teria sido realmente uma falta sua. Nesse momento, o psicólogo
pediu, de forma bem direta, que Alex fosse totalmente honesto e dissesse se
ainda estava apaixonado por Sandra.
"Sim,   estou",   respondeu   Alex,   numa   mistura   de   vergonha   e   provocação.   Ele 
não se
preocupou   em   dizer   que   ele   e   Sandra   haviam   reatado   o   relacionamento,   e 
ainda
passavam   horas   de   almoço   no   apartamento   de   Jucá.   O   psicólogo   também   não 
pergun­
tou.
Nos meses seguintes, Alex conseguiu manter as sessões de aconselhamento ao 
mesmo
tempo que mantinha o romance com Sandra. Ele enganava tanto Elaine quanto o
psicólogo, fazendoos acreditar que estava interessado em permanecer fiel à
esposa.   Ele   aprendeu   a   ser   mais   cuidadoso   e   menos   impulsivo   em   seus 
freqüentes
encontros com Sandra.
Os triângulos amorosos duram para sempre?
Parece que Alex, Elaine e Sandra estavam presos num triângulo eterno, e não 
é
tão difícil descobrir como isso aconteceu. Quando Alex casou com Elaine, os
saldos das suas contas em seus Ban­
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
225
cos   do   Amor   permaneciam   em   níveis   altos,   como   é   comum   no   início   do 
casamento.
Entretanto,   ao   mesmo   tempo   que   expectativas   não   foram   alcançadas   e 
necessidades
não foram supridas, Alex se tornou vulnerável à outra pessoa que se dispôs 
a
satisfazer   as   suas   necessidades.   Após   aquele   primeiro   almoço   a   conta   de 
Sandra
no Banco do Amor de Alex cresceu rapidamente. O caso desenvolveu­se e ele 
se viu
apaixonado por duas mulheres, em vez de uma. Agora ele se encontrava como 
que
trancado   numa   prisão:   não   podia   ficar   sem   nenhuma   das   duas.   Cada   uma 
satisfazia
algumas de suas necessidades emocionais que não eram supridas pela outra.
Que   caminho   tomarão   Alex,   Elaine   ­   e   Sandra   ­   a   partir   deste   ponto?   Nos 
meus
primeiros anos de prática clínica, um homem como Alex podia enganar­me. No
entanto,   por   tentar   ajudar   alguns   casais   na   mesma   situação   de   Alex   e 
Elaine,
logo   consegui   detectar   um   padrão   bem   distinto.   O   cônjuge   infiel 
simplesmente não
conseguia esquecer  a amante ou  o amante. Eu  tentava  condutas e  caminhos, 
mas
nada   funcionava   efetivamente.   Eu   recomendava   a   alguns   desses   cônjuges 
faltosos
que   participassem   de   retiros,   a   fim   de   pensar   sobre   o   assunto.   Trazia, 
sempre
que possível, pastores para oferecer apoio moral e incentivo. Eu trabalhava 
com
base na suposição de que um novo compromisso poderia mudar o comportamento 
de
homens como Alex. A experiência me diz que eu estava errado.
Finalmente,   atingi   a   idéia   de   "abstinência   total",   que   se   usa   com 
alcoólatras.
Se  Alex  e  Elaine  me  procurassem  hoje,  eu  definiria  regras  rigorosas  para 
que
Alex nunca mais visse Sandra. E para assegurar que ele seria fiel ao seu 
lado do
acordo,   insistiria   em   que   Alex   fizesse   a   sua   esposa   sabedora   do   seu 
paradeiro
durante as vinte e quatro horas do dia. Se Alex manifestasse resistência,
dizendo   "Isto   é   um   golpe   sujo"   ou   "Isto   não   é   justo",   eu   simplesmente 
diria:
156
"Sei que isto pode parecer infantil e injusto, mas temos um problema muito 
sério
para resolver. Você diz que não
157
226
Ela Precisa, Ele Deseja
está   mais   se   encontrando   com   Sandra.   Se   está   realmente   decidido   a   fazer 
isto,
não terá dificuldade em fornecer toda a sua agenda para Elaine, de modo que 
ela
se sinta segura quanto a poder se comunicar com você a qualquer hora. Além
disso, você deve ligar para sua mulher de vez em quando, apenas para dar um
alô".
Será que este programa de vinte e quatro horas por dia realmente dá certo? 
Posso
garantir   que   é   muito   melhor   do   que   simplesmente   confiar   em   Alex.   Devo 
admitir
que existe uma desvantagem real em programar esse tipo de sistema de check 
up
para alguém como Alex. A conta de Elaine no seu Banco do Amor não crescerá
rapidamente enquanto ela estiver neste processo de check up, e ele precisa
lembrar­se   de   telefonar   de   vez   em   quando   para   dizer   "alô".   Aliás,   tais 
ações
podem   impedir,   inicialmente,   retiradas   do   Banco   do   Amor   de   Elaine   porque 
Alex se
sentirá irritado e aborrecido.
Certamente,  precisamos  de  muito  mais  do  que  fazer  Alex  sentir­se  como  se 
fosse
um   prisioneiro   em   liberdade   condicional.   Em   geral   um   cônjuge   infiel 
confrontado
com esta situação reage com depressão total. Ele tenta salvar seu casamento, 
mas
se sente miserável. Agora, desligado de Sandra ­ alguém que ele ama muito e 
que
satisfez algumas de suas necessidades emocionais mais importantes ­­ e com 
o
programa de check up em andamento, ele se vê encurralado.
Quarto passo: Comecem a suprir as necessidades um do outro
O   quarto   passo   do   meu   programa   para   sobreviver   a   um   relacionamento 
extraconjugal
prove a saída para esta armadilha. Elaine precisa aprender a satisfazer as
necessidades de Alex que eram satisfeitas por Sandra. Entendo que ele se 
perdeu,
mas Elaine precisa lutar, porque estas necessidades não supridas deixaram 
seu
marido vulnerável.
Se tudo der certo, Elaine se mostrará sexualmente mais disponível para Alex 
e
começará a participar com ele de suas atividades
Corno sobreviver a um relacionamento extraconjugal
227
favoritas. O ideal seria se ela começasse a se interessar por computadores 
e
programas, a fim de entender mais sobre o que seu marido faz para manter a
família e, melhor ainda, se ela passasse a dar maior apoio a ele em casa,
deixando   de   queixar­se   por   ele   não   ganhar   o   bastante   ou   não   ajudar   nas 
tarefas
de casa.
Tudo isso pode levar muitas semanas e meses. E possível que Alex não tenha
demonstrado   suficiente   afeto   para   com   Elaine   e,   por   isso,   ela   tenha 
resistido em
satisfazê­lo   sexualmente.   Além   do   mais,   Alex   precisaria   de   alguma 
orientação
para conversar com sua esposa, porque, em vez de simplesmente julgá­la por 
não
demonstrar interesse pelo mundo da informática, ele deveria saber como
compartilhar com ela seus interesses e sentimentos. Elaine precisava muito 
do
tipo de conversa que Alex mantinha com Sandra.
É   óbvio   que   a   necessidade   básica   de   Elaine   por   honestidade   e   franqueza 
estava
seriamente comprometida. Alex teria de se esforçar muito e, durante um bom
tempo, para reconquistar a confiança da esposa, mas ele não era capaz de 
fazer
isto.
Se tivesse a oportunidade de orientar Alex e Elaine eu seria bem específico 
em
dizer   a   Elaine   que   ela   deveria   começar   a   trilhar   uma   estrada   longa   e 
difícil. Na
verdade, em princípio, ela não deveria esperar muito retorno pelos seus
esforços. Não deveria supor que, como resultado das mudanças em seu
comportamento,   Alex   se   tornasse,   de   repente,   mais   carinhoso,   amoroso   e 
fiel.
Aliás,   como   já   mencionei   antes,   Alex   poderia   reagir   inicialmente   com 
depressão.
Caso descrevesse seus pensamentos honestamente, diria à esposa que passava 
parte
do   seu   tempo   pensando   em   Sandra.   Durante   um   período   determinado,   Elaine 
poderia
esperar que Alex mentisse ou a decepcionasse uma ou outra vez. Alex poderia
sentir­se tentado a sair para se encontrar com Sandra.
158
Não importa quão bem Elaine supra as necessidades de Alex, ele continuará, 
de
algum   modo,   apaixonado   por   Sandra.   Alex   e   Elaine   podem   reconstruir   seu 
casamento
se começarem a satisfa­
159
228
Ela Precisa, Ele Deseja
zer as necessidades básicas um do outro. Podem reacender as chamas de seu 
amor,
mas todo o esforço de ambos não será capaz de extinguir as chamas de amor 
que
foram acesas no romance de Alex com Sandra. Elas podem permanecer baixas, 
mas
não se apagarão jamais. Da mesma forma que um alcoólatra permanece viciado 
em
álcool pelo resto de sua vida, mas não ousa tomar um gole sequer, Alex
permanecerá apaixonado por Sandra para sempre, mas não ousará procurá­la.
Sempre que digo a uma esposa que foi traída que o seu marido continuará
apaixonado pela ex­amante, a reação mais comum é a de desespero, e o
questionamento é: "Então, por que devo ficar com ele?".
Respondo:   "Porque   você   o   ama   e   deseja   muito   sobreviver   a   esta   tremenda 
confusão.
Não tenho prazer em lhe dizer coisas que você não gostaria de ouvir, mas já 
vi
isto   muitas   vezes.   Você   precisa   aceitar   o   fato   de   que   seu   marido   estará 
sempre
apaixonado por outra mulher, mas isto não significa que vocês não possam
desenvolver um amor mais forte entre si".
Observo   que   é   muito   mais   difícil   orientar   um   homem   para   romper   o 
relacionamento
com uma amante do que orientar uma mulher para fazer o mesmo com um amante.
Ainda não sei bem por que isto acontece. Talvez a mulher não se sinta bem 
amando
dois homens de uma só vez, enquanto os homens têm mais facilidade em manter
múltiplos relacionamentos. Ao longo da história, em lugares onde o regime 
de
poligamia é vivido, os homens sustentam várias mulheres, mas a maior parte 
das
sociedades não permite que as mulheres procedam da mesma forma. Geralmente 
os
sociólogos   admitem   que   esta   discriminação   tem   fundamento   econômico   (os 
homens
têm condições de sustentar as mulheres, mas as mulheres geralmente não têm
condições de sustentar os homens), porém o motivo também pode ser de origem
emocional:   os   homens   gostam   de   ter   várias   mulheres,   ao   passo   que   as 
mulheres não
gostam de ter vários homens. ;. ­ , , ,,
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
229
Quando um homem ganha a esposa de volta após ela haver experimentado um
relacionamento extraconjugal, ele tem pouco com que se preocupar. Minhas
experiências   como   psicólogo   mostram   que,   quando   uma   esposa   infiel   volta 
para o
marido e encontra nele a satisfação para todas as suas necessidades, o ex­
amante
não representa mais uma tentação para ela.
No caso do marido infiel, o problema é mais sério. Vi maridos construir
relacionamentos   novos   e   maravilhosos   com   suas   esposas,   mas   retornar   às 
amantes
depois de cinco ou seis anos de algo que poderíamos chamar de "felicidade
conjugai". Se pergunto a alguns deles por que agiram desse modo, eles me
respondem que sentiam muito a falta das amantes e ainda as amavam. Ao mesmo
tempo eles afirmam amar muitíssimo suas esposas e não pensar em deixá­las.
Acredito que um homem que age assim está falando a verdade. Ele está de tal
forma   envolvido   que   precisa   de   toda   a   ajuda   possível   a   fim   de   se   manter 
longe de
sua amante e permanecer fiel à sua esposa. Em geral recomendo que o homem
envolvido em um relacionamento extraconjugal se encontre comigo num período 
de
três a seis meses por um tempo indefinido, apenas para conversarmos sobre o
assunto e vermos como vão as coisas, de modo que eu possa saber sobre o seu
sucesso em permanecer longe de sua ex­amante. E preciso que ele se conforme 
com
o fato de ficar sem ela por toda a vida. Com toda a certeza é preciso que 
os
dois  trabalhem  em  lugares  diferentes  e,  se  possível,  vivam  em  cidades  ou 
estados
diferentes. E, mesmo com todas essas restrições, o desejo pela companhia da 
examante
persistirá.
Seu casamento se tornará mais forte do que nunca
Quando   vocês   finalmente   tiverem   aprendido   a   suprir   as   necessidades 
emocionais
mais   importantes   um   do   outro,   verão   que   o   seu   amor   e   o   seu   casamento 
estarão
mais fortes que nunca.
160
230
Ela Precisa, Ele Deseja
Quando alguém descobre que seu cônjuge está vivendo um relacionamento
extraconjugal,   experimenta   um   dos   mais   duros   golpes   que   alguém   pode 
suportar
para sua auto­estima. Isso dá início a uma luta constante, que coloca os 
dois
numa montanharussa emocional. Uma vez superada a pior parte, eles descobrem 
que
amam um ao outro muito mais do que antes. De fato, muitos casais me dizem 
que o
relacionamento de amor que eles construíram foi muito melhor do que se um 
caso
nunca os tivesse sacudido em direção a essa ação construtiva. Estes
relacionamentos   proporcionam   o   disparo   traumático   que   finalmente   leva   o 
casal a
pensar nas necessidades básicas um do outro. Quando você começar a suprir 
essas
necessidades o seu casamento se transformará em algo que deveria ser desde 
o
início.
Em quase todos os casos que tenho acompanhado, quando os casais cumprem
fielmente o programa sugerido, o relacionamento que passam a desenvolver é
sempre melhor do que antes. Algumas pessoas me dizem que não conseguem mais 
amar
ou confiar no cônjuge depois que ele ou ela enveredou pelos caminhos de um
relacionamento extraconjugal. Sei que isso nem sempre é verdade. O processo 
de
restauração de um relacionamento é longo e difícil, mas pode ser feito!
De incompatíveis a irresistíveis
\^? oncluindo, precisamos fazer um pequeno estudo sobre duas palavras
importantes: incompatívelz irresistível. Na definição destas palavras está 
a
chave para compreender e aplicar este livro em seu casamento.
De   acordo   com   o   dicionário   Novo   Dicionário   Básico   Aurélio   da   Língua 
Portuguesa,
a   definição   para   incompatível   é   "inconciliável,   incombinável",   e   a 
definição
para irresistível é "a que não se pode resistir, sedutor, fascinante".
Quando o marido e sua mulher não conseguem conviver, poderíamos classificá­
los
incompatíveis.   Entretanto,   em   algum   tempo,   poderíamos   ter   chamado   essas 
mesmas
pessoas de mutuamente irresistíveis, porque foi por esse motivo que ambas
fizeram um voto de ficar juntas por toda a vida pelo casamento. Os casais
161
232
Ela Precisa, Ele Deseja
começam sendo irresistíveis, e só se tornam incompatíveis quando deixam de
satisfazer as necessidades um do outro. Quando alguém, fora do casamento,
oferece­se   para   preencher   esta   falta,   aí   começa   um   relacionamento 
extraconjugal,
um caso. Então o amante ou a amante torna­se "irresistível".
Chamar   o   amante   ou   a   amante   de   "irresistível"   pode,   entretanto,   ser   um 
engano,
porque ele ou ela raramente é alguém "totalmente irresistível". Na maioria 
dos
casos o amante satisfaz apenas algumas ­ geralmente uma ou duas ­ das
necessidades básicas do cônjuge infiel. O cônjuge traído ainda satisfaz as
outras   três   ou   quatro.   Como   já   mostrei   anteriormente,   quando   um   cônjuge 
infiel é
apanhado   envolvido   na   teia   de   um   caso,   sente   forte   necessidade   de 
permanecer com
as   duas   pessoas:   a   esposa   ou   esposo   que   ficou   em   casa   e   a   amante   ou   o 
amante. A
simples idéia de perder um dos dois parece insuportável.
Algumas   pessoas   a   quem   tive   a   oportunidade   de   orientar   conseguiram   tomar 
uma
decisão entre as duas, ou os dois. Algumas escolheram o cônjuge; outras, o
amante ou a amante. Em ambos os casos, essas pessoas passaram da culpa e da
vergonha para o sofrimento e a dor. Elas se sentem deprimidas porque as suas
necessidades,   antes   satisfeitas   por   alguém   a   quem   resolveram   abandonar, 
agora
não serão mais satisfeitas.
Por   exemplo,   quando   um   marido   infiel   decide   voltar   para   a   esposa,   ele 
muitas
vezes   tem   a   sensação   de   que   fez   um   grande   sacrifício   pela   família.   Na 
maioria
dos casos, sente que foi forçado a abrir mão de um relacionamento sexual
gratificante ­ talvez o primeiro de sua vida. Qualquer sentimento bom que 
ele
possa deduzir pelo fato de "ter feito a coisa certa" ameniza pouco ou quase 
nada
a sua dor, ou alivia o seu ressentimento pela perda do que ele recebia na 
sua
experiência com o relacionamento extraconjugal.
Se   este   mesmo   marido   infiel   escolher   ficar   com   a   amante,   se   sentirá 
oprimido
pela culpa e vergonha por ter abandonado a
De incompatíveis a irresistíveis
233
esposa que o amou e dele cuidou de tantas formas. Se há filhos envolvidos, 
a
culpa e a vergonha aumentam rapidamente. As entrevistas na televisão e os
artigos   e   livros   sobre   a   psicologia   popular   propagam   a   mentira   de   que   o 
divórcio
não   prejudica   necessariamente   os   filhos.   Em   alguns   casos   excepcionais, 
entre
dois   males,   o   divórcio   pode   ser   o   menor   ­   por   exemplo:   quando,   no 
casamento,
existe um caso sério de alcoolismo, de abuso de crianças (ou da esposa), de
insanidade ou outros problemas sérios. Mas, na grande maioria dos casos que
tenho atendido, o divórcio é um desastre para os filhos. Racionalizando de 
outro
modo, o divórcio não é apenas algo estúpido, é também cruel.
Na minha experiência o cônjuge preso num relacionamento extraconjugal passa 
por
uma experiência relativamente saudável quando decide trabalhar a
incompatibilidade que existe em casa e reconstrói o seu casamento. Aqueles 
que
tenho   orientado,   mas   que   resolveram   romper   o   casamento   sem   fazer   nenhum 
esforço
para   consertar   o   que   estava   errado,   sofrem   com   uma   culpa   inconsolável   e 
perdem a
oportunidade de descobrir como ter um casamento bem­sucedido. Muitos deles 
me
procuram   anos   mais   tarde   por   viver   o   mesmo   problema   surgido   no   seu 
casamento com
seus   ex­amantes.   No   momento   em   que   resolvem   os   problemas,   descobrem   que 
poderiam
ter usado os mesmos princípios para salvar o primeiro casamento.
A   cura   para   a   incompatibilidade:   assumir   com   seriedade   o   compromisso   de 
suprir
as necessidades emocionais mais importantes um do outro
A cura mais rápida da incompatibilidade e o caminho mais curto para nos
tornarmos   irresistíveis   é   satisfazer   as   necessidades   emocionais   mais 
importantes
um   do   outro.   Os   casais   felizes   já   se   conscientizaram   deste   princípio   e 
sabem
fazer do seu casamento uma prioridade em todo o tempo. Mas esses casais não
apenas
162
234
Ela Precisa, Ele Deseja
aplicam seus esforços, mas também os dirigem para as coisas cer­
tas.
Vejo   este   princípio   concretizar­se   em   muitas   situações   diferentes.   Posso 
citar
uma vez em que dirigi um programa de encontros na área de Twin Cities. Era 
um
tipo de programa idealizado para ajudar pessoas com os mesmos interesses e
objetivos a se encontrar. Logo depois de ter iniciado este serviço, comecei 
a
notar   um   problema   muito   sério:   aqueles   que   haviam   feito   suas   inscrições 
mais ou
menos 500 pessoas ­ precisavam mais do que apenas uma oportunidade para
encontrar alguém. Estas pessoas, quase sem exceção, não tinham habilidade 
para
suprir as necessidades dos outros. Mesmo assim, cada uma delas buscava
ansiosamente alguém que fosse altamente capacitado a satisfazer as suas
necessidades e que se preocupasse com elas. Também se queixavam de que, até
então, só haviam encontrado pessoas egoístas e insensíveis. Certamente, não
percebiam o seu próprio egoísmo e a sua própria insensibilidade.
Assim, reorganizei o programa de encontros. Em vez de ajudar os inscritos a
encontrar pessoas desejáveis, eu os ajudava a se tornar pessoas desejáveis 
de
ser encontradas, desenvolvendo habilidades e outras qualidades que pudessem
torná­los atraentes ao sexo oposto.
Um   bom   número   de   inscritos   assimilou   o   meu   novo   conceito   e   tomou   as 
atitudes
necessárias para se capacitar em suprir as necessidades de outras pessoas. 
Para
esses homens e mulheres, o meu programa de encontros foi um sucesso
extraordinário.   Aliás,   eles   descobriram   que   não   precisavam   mais   de   um 
programa
de   encontros   para   serem   apresentados   a   outras   pessoas.   As   habilidades 
recémadquiridas
fizeram deles pessoas atraentes para o sexo oposto onde quer que
fossem. Muitos se casaram em um período de dois anos.
Acredito   que   a   falha   de   nossa   sociedade   em   capacitar   pessoas   para 
satisfazer as
necessidades de outros ­ principalmente as
De incompatíveis a irresistíveis
235
necessidades do parceiro, num relacionamento conjugai ­ é a grande causa do
nosso alto índice de divórcio. O casamento não é uma simples instituição 
social
que todos, algum dia, decidem concretizar, pelo fato de que ele ou ela
"apaixonou­se e vai viver feliz para sempre". Enquanto falharmos em ver o
casamento   como   um   relacionamento   complexo,   que   exige   um   treinamento 
especial e
habilidade para satisfazer as necessidades de alguém do sexo oposto,
continuaremos a presenciar um índice desanimador e devastador de divórcio.
As crianças devem ser orientadas, desde bem pequenas, a saber satisfazer as
necessidades e expectativas que a elas serão impostas quando casarem. Não 

razão para vermos tantos casamentos que mal se mantêm ou se perdem em casos
extraconjugais.
A   maior   parte   deste   livro   preocupa­se   com   o   que   as   pessoas   chamam 
"casamentos
mal­sucedidos" ­ aqueles que terminam em casos extraconjugais e divórcio. 
Tentei
dar   a   minha   opinião   sobre   como   evitar   estes   problemas   no   casamento   ou 
sobreviver
a eles, mas, na verdade, você pode usar este meu conselho para transformar 
um
casamento considerado regular ou bom em um relacionamento absolutamente
excepcional, no qual cada um dos parceiros acha o outro irresistível.
Felizmente, você não precisa apenas sonhar com o "tornar­se irresistível",
esperando   que   isto   aconteça   quando   ou   se   você   encontrar   o   xampu,   o 
desodorante
ou   o   perfume   certo.   Vamos   rever   rapidamente   o   que   é   necessário   para   que 
alguém
se torne um homem ou uma mulher irresistível.
O homem irresistível
Qualquer   marido   pode   tornar­se   irresistível   para   sua   mulher,   suprindo   as 
suas
cinco necessidades emocionais mais importantes.
1.   Afeto.   O   marido   diz   à   mulher   que   a   ama   através   de   palavras,   cartões, 
flores,
presentes e gentilezas comuns. Ele a abraça
163
236
Ela Precisa, Ele Deseja
e a beija muitas vezes todos os dias, proporcionando um ambiente de afeto 
que,
de forma clara e repetida, expressa o seu amor por ela.
2. Diálogo. Ele reserva um tempo diário para conversar com
ela. A conversa pode ser sobre fatos de suas vidas, sobre seus filhos, seus
sentimentos ou planos. Seja qual for o assunto, ela terá prazer na conversa
porque   esse   momento   nunca   deve   ser   usado   para   criticar   ou   condenar,   mas 
sempre
para informar e construir. Ela conversa com o marido tanto quanto desejar e
responde   com   interesse.   Ele   nunca   deve   estar   ocupado   demais   "só   para 
conversar".
3. Honestidade e franqueza. O marido conta para a mulher
tudo a seu respeito, não omitindo nada que possa surpreendê­la mais tarde. 
Ele
descreve   para   ela   seus   sentimentos   positivos   e   negativos,   fatos   do   seu 
passado,
sua agenda diária e seus planos para o futuro. Ele nunca a deixa com uma 
falsa
impressão e é sempre sincero com relação aos seus pensamentos, sentimentos,
intenções e comportamento.
4. Estabilidade financeira. Ele assume a responsabilidade pela
casa no que se refere à alimentação e ao vestuário da família. Se sua renda 
não
é suficiente para proporcionar o suporte essencial, ele resolve o problema
buscando melhor capacitação para melhorar seu salário. Ele não mantém uma
jornada   de   trabalho   muito   longa   para   não   ficar   tanto   tempo   longe   de   sua 
esposa e
filhos, mas é capaz de providenciar o sustento necessário, trabalhando uma 
média
de   quarenta   a   quarenta   e   cinco   horas   semanais.   Apesar   de   incentivar   a 
esposa a
ter   uma   profissão,   ele   não   depende   do   salário   dela   para   as   despesas   da 
família.
5. Compromisso com a família. Ele se compromete a dedicar
tempo e energia suficientes para participar do desenvolvi? •" •­ mento
educacional e moral de seus filhos. Conta histórias
De incompatíveis a irresistíveis
237
para os filhos, envolve­se em atividades esportivas e os leva freqüentemente
para passear. Lê livros e participa com sua esposa de palestras sobre o
desenvolvimento   infantil,   de   modo   que   ambos   venham   a   desempenhar   bem   o 
papel da
orientação   de   seus   filhos.   Os   dois   discutem   os   métodos   e   objetivos   da 
educação
até   chegar   a   um   acordo.   Ele   não   usa   nenhuma   forma   de   disciplina   sem   a 
aprovação
da mulher, e entende que o seu cuidado com as crianças é decisivamente
importante para ela.
Quando   uma   mulher   encontra   um   marido   que   demonstra   todas   as   cinco 
qualidades,
ela   vai   achá­lo   irresistível.   Mas   cuidado:   se   ele   apenas   exibir   quatro 
dessas
qualidades,   ela   ainda   experimentará   um   vazio   que   persistente   e 
incessantemente
clamará por preenchimento. Quando o assunto é suprir as cinco necessidades
básicas, quatro não são suficientes. Cada marido deve tentar satisfazer as 
cinco
necessidades especiais da sua esposa. ••:
A mulher irresistível K ; > :
Uma mulher pode tornar­se irresistível para o marido, satisfazendo as suas 
cinco
necessidades emocionais básicas mais importantes.
1. Realização sexual. A esposa satisfaz esta necessidade quando ; se torna
uma parceira sexual extraordinária. Ela estuda suas
próprias   reações   sexuais,   a   fim   de   conhecer   e   entender   o   que   melhor   se 
apresenta
nela e, em seguida, compartilha com o marido essa informação. Juntos, eles
passam   a   ter   um   relacionamento   sexual   em   que   ambos   encontram   repetidos 
momentos
de prazer e realização.
2.   Companheirismo.   Ela   se   interessa   pelas   atividades   de   lazer   que   ele 
aprecia e
tenta   ser   eficiente   nessas   atividades.   Se   ela   conclui   que   não   consegue 
sentir
prazer nessas atividades, pede ao marido que considere outras atividades em 
que
164
238
Ela Precisa, Ele Deseja
eles possam participar juntos com satisfação. Ela se torna a sua companhia
favorita   nas   atividades   de   lazer   e   ele   a   associa   a   seus   mais   prazerosos 
momentos
de relaxamento.
3. Atração física. Ela procura manter­se em forma com dietas e
exercícios,   cuida   do   cabelo,   da   maquiagem   e   se   veste   de   um   modo   que   o 
marido
possa achar atraente e de bom gosto. Ele sente atração por ela nos momentos 
de
privacidade, e orgulho da esposa quando estão em público.
4. Apoio doméstico. Ela proporciona em sua casa um ambiente
que representa um refúgio para o marido diante dos mo{ mentos estressantes
da vida diária. Ela administra as responsabilidades da casa de um modo que 
o
incentiva a passar mais tempo no lar junto com a família.
5. Admiração. Ela compreende e aprecia o marido mais do
que qualquer pessoa. Sempre conversa com ele sobre o seu valor e suas
realizações,   e   o   ajuda   a   manter   a   autoconfiança.   Evita   criticá­lo   e   se 
orgulha
dele,   não   por   submissão,   mas   por   um   profundo   respeito   pelo   homem   que 
escolheu
como seu marido.
Quando   um   homem   encontra   uma   mulher   que   demonstra   todas   as   cinco 
qualidades, ele
a achará irresistível. Mas, novamente, cuidado: se uma mulher supre apenas
quatro das cinco necessidades básicas de seu marido, ele experimentará um 
vazio
que   poderá   gerar   problemas.   Como   deve   acontecer   com   o   homem,   a   mulher 
precisa
tentar satisfazer as cinco necessidades básicas de seu marido. Sentir­se
realizada ao suprir apenas três ou quatro dessas necessidades não fará de 
você
uma mulher totalmente irresistível.
Descubra quais são as necessidades emocionais mais importantes para você e 
para
o seu cônjuge
Ao chegar à conclusão deste livro, talvez você ainda não tenha certeza se as
necessidades de um casal aqui mencionadas são as
De incompatíveis a irresistíveis
239
suas necessidades básicas ­ ou as necessidades básicas do seu cônjuge.
Honestamente eu não poderia afirmar com toda a certeza se elas se aplicam a
você, apesar de tê­las visto aplicadas à maioria dos casais que atendi em 
meu
consultório.   Foi   para   incentivar   você   a   descobrir   por   si   que   incluí   um 
apêndice
com o Questionário de Necessidades Emocionais, que ajudará a determinar as
necessidades   mais   decisivas   para   a   sua   felicidade   conjugai.   Neste 
questionário,
incluo as dez necessidades emocionais mais importantes em duas partes: (1) 
a
extensão de sua necessidade e como você se sente quando esta necessidade 
não é
suprida; e (2) a avaliação da efetividade do seu cônjuge em suprir esta
necessidade.
No final do questionário, você tem a oportunidade de classificar todas as 
dez
necessidades   por   ordem   de   importância,   do   seu   ponto   de   vista.   Esta 
avaliação
final ajudará o seu cônjuge a colocar as suas necessidades emocionais em
perspectiva. Se a sua classificação for honesta, ele saberá em que aspecto
precisa empenhar­se mais a fim de realizar o que você deseja.
Evite a tentação de colocar apenas as necessidades não supridas no topo da
lista. Algumas de suas maiores necessidades já podem ter sido satisfeitas. 
Não
use a lista apenas para chamar a atenção de seu cônjuge, mas para descrever 
suas
necessidades de forma precisa.
Ao   longo   deste   livro   afirmei   que,   mesmo   que   os   homens   e   as   mulheres 
compartilhem
da   maior   parte   das   dez   necessidades   básicas,   a   ordem   das   prioridades   de 
cada um
é, em geral, o oposto da ordem do outro. As cinco primeiras necessidades do
homem são as cinco últimas para a mulher e vice­versa. Quando você indica
claramente   ao   seu   cônjuge   a   prioridade   de   suas   necessidades,   ele   pode 
investir
energia e atenção naquilo que mais lhe faz bem.
165
Poucas experiências se comparam a sentir­se apaixonado. Mas muitos casais 
falham
em entender que o amor precisa de cultivo e
166
240
Ela Precisa, Ele Deseja
cuidado constante. Tentei dar a vocês algumas orientações que ajudam a
proporcionar este cuidado e a construir um relacionamento que pode ser cada 
vez
melhor no casamento. Desenvolver novas habilidades requer muito trabalho e
disposição,   mas,   após   ter   conseguido   isto,   com   certeza,   vocês   terão 
aprendido
uma das mais valiosas lições de vida.
Tanto   você   quanto   o   seu   cônjuge   devem   preencher   suas   cópias   do 
questionário, o
que   ajudará   ambos   a   transmitir   suas   necessidades   e   o   que   tem   sido   feito 
para
satisfazê­las.   Com   a   crescente   compreensão   obtida   através   dessa 
comunicação,
espero que vocês possam construir um longo e bem­sucedido relacionamento
conjugai. : ­.­.­ .:;­.­.•• ••:•• • ;.;•: .­.•.. .: .. •;, ..•.:­.,.•.„• 
.„• ;,
,.­, ]:. •
As Necessidades
Emocionais Mais
Importantes
Antes de completar o Questionário de Necessidades Emocionais no Apêndice B,
examine as dez necessidades emocionais mais importantes a seguir.
Afeto
De forma simples, afeto é a expressão do amor. O afeto simboliza segurança,
proteção, conforto e aprovação ­ ingredientes muito importantes em qualquer
relacionamento. Quando um cônjuge é afetuoso para com o outro, as seguintes
mensagens são emitidas:
1. Você é importante pra mim; cuidarei e protegerei você.
2.   Estou   preocupado(a)   com   seus   problemas   e   estarei   aqui   quando   você 
precisar.
Um abraço pode dizer tudo isso. Quando abraçamos nossos amigos e familiares
estamos   demonstrando   nosso   cuidado   por   eles.   E   há   outras   maneiras   de 
mostrar
nosso   afeto   ­   um   cartão,   um   bilhete   dizendo:   "Eu   te   amo",   um   buquê   de 
flores,
mãos dadas, caminhadas após o jantar, toques, telefonemas e conversas com
expressões amáveis ­ tudo isso comunica afeto.
Afeto   é,   para   muitos,   o   cimento   essencial   de   um   relacionamento.   Sem   ele, 
muitas
pessoas sentem­se totalmente alheias. Com afeto os cônjuges
167
242
Ela Precisa, Ele Deseja
ficam emocionalmente ligados. Se você se sente muito bem quando seu cônjuge 
é
afetuoso(a), você tem necessidade de afeto.
Realização Sexual
Freqüentemente confundimos sexo e afeto. Afeto é um ato de amor que não é 
sexual
e   pode   ser   recebido   de   amigos,   familiares,   filhos   e   até   de   animais. 
Contudo,
atos   que   possam   mostrar   afeto,   tais   como   abraçar   e   beijar,   quando 
relacionados
ao sexo, são sexo em si, não afeto.
A maioria das pessoas sabe se tem ou não necessidade de sexo, mas caso haja
dúvida, mostrarei alguns dos sintomas mais óbvios.
A necessidade sexual geralmente precede seu atual relacionamento e é algo
independente de seu relacionamento. Enquanto você pode ter descoberto um
profundo desejo de fazer amor com seu cônjuge desde que você se apaixonou, 
não é
bem   assim   sua   necessidade   sexual.   Querer   fazer   amor   quando   você   está 
apaixonado
é às vezes meramente o reflexo de querer estar emocionalmente e fisicamente
perto do outro.
Fantasias   sexuais   são   geralmente   uma   revelação   involuntária   de   uma 
necessidade
sexual.   As   fantasias   são,   em   geral,   bons   indicadores   de   necessidades 
emocionais
­ suas fantasias mais comuns geralmente refletem suas necessidades mais
importantes.   Se   você   imaginou   como   seria   ter   sua   necessidade   sexual 
atendida das
mais satisfatórias maneiras, você provavelmente tem uma necessidade sexual.
Quanto   mais   fantasias,   maior   sua   necessidade.   E   a   forma   como   sua 
necessidade
sexual é atendida em sua fantasia é geralmente um bom indicador de sua
predisposição e orientação sexual.
Quando vocês se casaram ambos prometeram ser fiéis por toda a vida. Isso
significa que vocês acordaram em ser o único parceiro sexual um do outro 
"até
que a morte os separe". Vocês fizeram esse compromisso porque confiavam um 
no
outro quanto à satisfação de suas necessidades sexuais e quanto a estar
sexualmente   disponível.   A   necessidade   de   sexo   é,   então,   uma   necessidade 
muito
exclusiva e, se você a tem, você será muito dependente de seu cônjuge para 
que a
tenha satisfeita. Você não tem outra escolha ética.
Diálogo
Ao   contrário   do   sexo,   diálogo   não   é   uma   necessidade   que   possa   ser 
encontrada
exclusivamente   no   casamento.   Nossa   necessidade   por   diálogo   pode   ser 
eticamente
atendida por quase todo mundo. Mas se esta for uma de suas necessidades
emocionais mais importantes, qualquer outra pessoa que a satisfaça melhor
depositará   tantas   unidades   de   amor   que   você   pode   apaixonar­se   por   ela. 
Assim, se
essa é sua necessidade, certifique­se de que seu cônjuge é quem a satisfaz
melhor e com mais freqüência.
Apêndice A
243
Homens   e   mulheres   não   têm   muita   dificuldade   em   conversar   um   com   o   outro 
durante
o namoro. Trata­se de um período para que ambos colham informações. Ambos 
estão
altamente motivados a descobrir aquilo de que o outro gosta ou não gosta,
experiências pessoais, interesses e planos para o futuro.
Mas   após   o   casamento   muitas   mulheres   descobrem   que   o   homem   que   passava 
horas com
elas ao telefone agora parece ter perdido o interesse em conversar com ela e
passa seu tempo livre assistindo televisão ou lendo. Se sua necessidade por
diálogo   foi   satisfeita   durante   o   namoro,   você   espera   que   isso   também 
aconteça no
casamento.
Se você vê o diálogo como uma necessidade prática, sobretudo como um meio 
para
um fim, você provavelmente não tem muita necessidade dele. Mas se você tem
necessidade de falar com alguém, se você pega o telefone só porque está com
vontade de falar, se você aprecia o diálogo por si só, considere­o como uma 
de
suas necessidades mais importantes.
Companhia no Entretenimento
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A necessidade de companhia no lazer combina duas necessidades em uma: a
necessidade de participar de atividades recreativas e a necessidade de ter 
uma
companhia.
Durante seu namoro você e seu cônjuge eram provavelmente suas companhias
preferidas. Não é incomum que mulheres acompanhem os homens em atividades 
que
nunca   escolheriam   sozinhas,   como   caça,   pesca,   jogos   de   futebol,   dentre 
outras.
Elas simplesmente querem passar tanto tempo quanto possível com o homem de 
quem
gostam e isso significa ir aonde ele vai.
O mesmo é verdade para os homens. Shopping Centers não são estranhos para 
homens
apaixonados.   Eles   também   levam   suas   namoradas   para   jantar,   ver   filmes 
românticos
e assistir a concertos e peças teatrais. Eles aproveitam cada oportunidade 
para
estar   com   alguém   de   quem   gostam   e   tentam   aproveitar   a   atividade   para 
garantir
mais encontros no futuro.
Não   negarei   que   o   casamento   muda   o   relacionamento   consideravelmente.   Mas 
ele tem
de acabar com as atividades que ajudaram a tornar o relacionamento tão
compatível? Não pode a esposa ser a companhia favorita do marido em sua
recreação e vice­versa?
Se atividades de lazer são importantes pra você e você gosta de ter alguém 
com
você   para   que   elas   sejam   satisfatórias,   inclua   essa   necessidade   em   sua 
lista.
Pense   nisso   em   termos   de   Banco   do   Amor.   Quanto   você   aprecia   essas 
atividades e
quantas unidades de amor seu cônjuge estaria depositando quando vocês as
compartilham? Que desperdício seria se outra pessoa ganhasse o crédito de 
todas
essas   unidades   de   amor!   E   se   for   alguém   do   sexo   oposto,   seria   muito 
perigoso.
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244
Ela Precisa, Ele Deseja
Quem   deveria   ter   o   crédito   destas   unidades   de   amor?   Aquele   a   quem   você 
deveria
amar mais, seu cônjuge. É exatamente por isso que encorajo marido e mulher 
a
serem as companhias favoritas um do outro no lazer. Esta é uma das maneiras 
mais
simples de depositar unidades de amor.
Honestidade e Franqueza
A   maioria   de   nós   quer   um   relacionamento   honesto   com   nosso   cônjuge.   Mas 
alguns de
nós   têm   a   necessidade   de   um   relacionamento   assim   porque   honestidade   e 
franqueza
nos dão uma sensação de segurança.
Para sentir segurança, queremos de nosso cônjuge informação precisa sobre 
seus
pensamentos,   sentimentos,   hábitos,   preferências,   história   pessoal, 
atividades
diárias   e   planos   para   o   futuro.   Se   um   cônjuge   não   se   comunica   de   forma 
honesta e
aberta,   a   confiança   pode   ser   indeterminada   e   os   sentimentos   de   segurança 
podem
ser   eventualmente   destruídos.   Não   podemos   confiar   nos   sinais   que   estão 
sendo
enviados e não temos alicerce para construir um relacionamento sólido. Em 
vez de
ajustarmo­nos   uns   aos   outros,   sentimo­nos   desequilibrados;   em   vez   de 
crescermos
juntos, crescemos separadamente.
Considerações   práticas   à   parte,   alguns   de   nós   sentem­se   felizes   e 
realizados
quando nosso cônjuge nos revela seus pensamentos mais secretos. E sentimo­
nos
muito frustrados quando eles são escondidos. Esta reação é uma evidência de 
uma
necessidade emocional que pode e deve ser atendida no casamento.
Um Cônjuge Atraente
Para muitos, a aparência pode tornar­se uma das maiores fontes de unidades 
de
amor. Se você tem esta necessidade, uma pessoa atraente não apenas chamará 
sua
atenção, mas poderá distrair você do que quer que você esteja fazendo. Na
verdade  isto é  o que  pode ter atraído  você ao  seu cônjuge ­  a aparência 
física.
Alguns consideram esta necessidade como temporária e importante apenas no 
começo
de um relacionamento. Depois que um casal se conhece melhor alguns sentem 
que a
atração física deve passar a segundo plano para dar lugar a necessidades 
mais
profundas e íntimas.
Mas esta não tem sido minha experiência, nem a de muitas pessoas que tenho
aconselhado,   particularmente   homens.   Para   muitos,   a   necessidade   de   um 
cônjuge
atraente continua ao longo do casamento e a aparência atraente do cônjuge
deposita unidades de amor.
Entre os vários aspectos da atração física, o peso geralmente ganha mais
atenção.   Contudo   a   escolha   das   roupas,   corte   de   cabelo,   maquiagem   e   a 
higiene
pessoal   também   contribuem   para   tornar   a   pessoa   atraente.   Isso   pode   ser 
muito
subjetivo e você julga o que é atraente pra você.
Apêndice A
245
Se a atração de seu cônjuge faz com que você se sinta bem e a perda desta
atração deixa você frustrado(a), você deve incluir esta categoria na lista 
de
necessidades emocionais importantes pra você.
Apoio Financeiro
As   pessoas   freqüentemente   se   casam   pela   segurança   financeira   que   seus 
cônjuges
oferecem. Em outras palavras, parte do motivo pelo qual eles se casam é
dinheiro. O apoio financeiro é uma de suas necessidades emocionais mais
importantes?
Deve ser difícil pra você saber o quanto você precisa de apoio financeiro,
especialmente se seu cônjuge sempre teve bom salário. Mas e se, antes do
casamento, seu cônjuge tivesse pedido a você que não esperasse nenhuma
contribuição   financeira   dele   ou   dela?   Isso   teria   afetado   sua   decisão   de 
casarse?
E   se   seu   cônjuge   não   conseguisse   achar   trabalho   e   você   tivesse   de 
sustentálo
financeiramente   por   toda   a   vida?   Isso   produziria   retiradas   no   Banco   do 
Amor?
Pode ser que você tenha necessidade de apoio financeiro se você espera que 
seu
cônjuge ganhe o sustento. Mas você definitivamente tem essa necessidade se 
não
170
espera que seja você a pessoa a prover o sustento, pelo menos durante parte 
do
casamento.
O que é o apoio financeiro? Ganhar o suficiente para comprar tudo que vocês
possivelmente desejem ou ganhar o suficiente para viver? Casais diferentes 
dão
respostas diferentes a essa pergunta, e os mesmos casais podem responder de
forma distinta em diferentes estágios da vida. Mas, como muitas destas
necessidades   emocionais,   o   apoio   financeiro   é   às   vezes   difícil   de   ser 
discutido.
Como resultado, muitos casais têm escondido suas expectativas, suposições e
ressentimentos.   Tente   entender   o   que   você   espera   de   seu   cônjuge 
financeiramente
para que se sinta realizado(a). E o que o faria sentir­se frustrado? Sua 
análise
o ajudará a determinar se você tem a necessidade de apoio financeiro.
Apoio Doméstico
A necessidade de apoio doméstico é uma bomba­relógio. No começo, parece
irrelevante um retorno aos tempos primitivos. Mas, para muitos casais, essa
necessidade explode depois de alguns anos de casamento, surpreendendo ambos 
os
cônjuges.
O   apoio   no   lar   inclui   cozinhar,   lavar   as   louças,   lavar   e   passar   roupas, 
limpar a
casa   e   cuidar   das   crianças.   Se   você   se   sente   muito   realizado   quando   seu 
cônjuge
faz estas coisas e muito chateado quando tais tarefas não são feitas, você 
tem
necessidade de apoio doméstico.
Nas   gerações   passadas,   supunha­se   que   todos   os   maridos   tinham   essa 
necessidade e
todas as esposas naturalmente à satisfariam. Os tempos
171
246
Ela Precisa, Ele Deseja
mudaram   e   as   necessidades   também.   Agora,   muitos   homens   que   aconselho 
prefeririam
que   suas   mulheres   atendessem   suas   necessidades   de   afeto   ou   diálogo, 
necessidades
que têm sido mais tradicionalmente características das mulheres. E muitas
mulheres,  especialmente  mulheres   que  trabalham   fora,  sentem  muita   alegria 
quando
seus maridos criam um ambiente bem administrado e de paz no lar.
O casamento geralmente começa com a disposição de ambos os cônjuges para
compartilhar as atividades domésticas. Recém­casados comumente lavam pratos
juntos,   arrumam   a   cama   juntos   e   dividem   muitas   atividades   domésticas.   O 
homem
aprecia a ajuda de sua esposa em tarefas que ele tinha que fazer quando
solteiro. Nessa fase do casamento, nenhum deles apontaria o apoio doméstico 
como
uma necessidade emocional importante. Mas a bomba está tiquetaqueando.
Quando a necessidade de apoio doméstico explode? Quando chegam os filhos!
Crianças criam grandes necessidades ­ tanto financeiras quanto de mais
responsabilidades   domésticas.   A   antiga   divisão   do   trabalho   torna­se 
obsoleta.
Ambos os cônjuges precisam assumir novas responsabilidades ­ e quais delas 
eles
assumirão?
Na primeira fase do seu casamento você pode não ter necessidade de apoio
doméstico. Mas isso pode mudar quando os filhos chegarem. Na verdade, logo 
que
estiverem   esperando   o   primeiro   filho,   vocês   se   verão   mudando   suas 
prioridades
drasticamente.
Compromisso Familiar
Além de uma maior necessidade financeira e de responsabilidades domésticas, 
a
chegada   dos   filhos   cria   em   muitas   pessoas   a   necessidade   de   compromisso 
familiar.
Mais uma vez, se você ainda não tem filhos, você pode não sentir essa
necessidade, mas quando o primeiro filho chegar, uma mudança que você não 
previa
poderá acontecer.
Compromisso   familiar   não   é   somente   cuidado   com   os   filhos   ­   comida, 
vestuário ou
olhá­los para que estejam em segurança. O cuidado com os filhos faz parte 
do
apoio doméstico. Compromisso familiar, por outro lado, é a responsabilidade 
pelo
desenvolvimento   dos   filhos,   o   ensino   dos   valores   da   cooperação   e   cuidado 
mútuo.
É gastar tempo qualificado com seus filhos para ajudá­los a desenvolver­se 
como
adultos bem­sucedidos.
O   desejo   de   que   seu   cônjuge   se   envolva   no   desenvolvimento   educacional   e 
moral de
seus   filhos   é   uma   evidência   desta   necessidade.   Quando   ele   ou   ela   está 
ajudando a
cuidar dos filhos, você se sente muito realizado, e quando ele ou ela
negligencia o desenvolvimento dos filhos, você se sente frustrado.
Todos queremos que nossos filhos sejam bem­sucedidos, mas se você tem
necessidade de compromisso familiar, a participação de seu cônjuge
Apêndice A
247
em atividades familiares depositará grande quantidade de unidades de amor. 
E a
negligência   de   seu   cônjuge   com   relação   aos   filhos   notavelmente   fará 
retiradas.
Admiração
Se você tem a necessidade de admiração, você pode ter se apaixonado por seu
cônjuge em parte por causa dos elogios dirigidos a você. Algumas pessoas
simplesmente   adoram   ouvir   que   são   admiradas.   Seu   cônjuge   também   pode   ter 
sido
cuidadoso   em   não   criticar   você.   Se   você   tem   necessidade   de   admiração,   a 
crítica
o magoaria muito.
Muitos   de   nós   têm   um   profundo   desejo   de   ser   respeitado,   valorizado   e 
admirado
por nosso cônjuge. Precisamos ser elogiados clara e freqüentemente. Não há 
nada
de errado com isso. Até Deus quer que o louvemos!
A admiração é uma das necessidades mais fáceis de se atender. Um simples 
elogio
e seu cônjuge já ganhou o dia. Por outro lado, é fácil ser crítico. Uma 
palavra
trivial   de   censura   pode   inquietar   muito   o   outro,   arruinando   seu   dia   e 
retirando
um alarmante número de unidades de amor.
172
Seu cônjuge pode ter o poder de construir ou destruir sua conta no Banco de 
Amor
com apenas algumas palavras. Se você pode ser afetado com essa facilidade,
certifique­se   em   acrescentar   admiração   à   sua   lista   de   necessidades 
emocionais
importantes pra você.
173
Questionário de
necessidades
emocionais
© 1986 Willard F. Harley Jr.
Nome:
Data:
Este questionário tem por objetivo ajudar você a especificar as suas
necessidades   emocionais   mais   importantes   e   avaliar   a   efetividade   de   seu 
cônjuge
em   satisfazê­las.   Responda   a   todas   as   perguntas   da   forma   mais   honesta 
possível.
Não   tente   minimizar   nenhuma   necessidade   que,   para   você,   não   tem   sido 
satisfeita.
Se as suas respostas exigirem mais espaço, use outra folha de papel e anexe 
ao
questionário.
Seu cônjuge também deve preencher um questionário a fim de que você possa
descobrir as necessidades dele e avaliar a sua efetividade em supri­las.
Quando você tiver completado todo o questionário releia as respostas para
certificar­se   de   que   elas   refletem   precisamente   os   seus   sentimentos.   Não 
apague
as respostas originais. Apenas faça um risco leve sobre elas, para que seu
cônjuge possa ver a correção e discutir o assunto com você.
No final deste questionário você deve identificar e classificar cinco das 
dez
necessidades por ordem de importância. As necessidades emocionais
174
250
Ela Precisa, Ele Deseja
mais   importantes   são   as   que   lhe   trazem   mais   prazer   quando   supridas,   e 
frustração
quando   não   satisfeitas.   Resista   à   tentação   de   classificar   como   mais 
importantes
apenas   aquelas   que   seu   cônjuge   não   tem   suprido   atualmente.   Considere   e 
inclua
iodos as suas necessidades emocionais como as mais importantes.
Você   tem   a   permissão   do   editor   da   obra   original   para   copiar   este 
questionário a
fim de usá­lo em seu próprio casamento. Recomendo uma ampliação para que 
você
tenha mais espaço para as suas respostas.
l. Afeto. Demonstrar amor através de palavras, cartões, presentes, abraços,
beijos   e   gentilezas;   proporcionar   um   ambiente   que   expresse   amor   de   forma 
clara e
contínua.
A. Necessidade de afeto: Indique o quanto você precisa de afeto, fazendo um
círculo no número apropriado.
O
l
2
_I_
4
_1_
Não tenho necessidade de afeto
Tenho alguma necessidade de afeto
Tenho muita necessidade de afeto
Se   ou   quando   o   seu   cônjuge   não   se   mostra   afetuoso,   como   você   se   sente 
(circule a
letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Feliz por não receber afeto
Se ou quando seu cônjuge se mostra afetuoso,"como você se sente (circule a 
letra
apropriada)? '•
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz ' ;;
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por receber afeto
B.  Avaliação  da  afetividade  do  cônjuge:  Indique  o  seu  grau  de  satisfação 
com
relação à afetividade de seu cônjuge com você, fazendo um círculo no número
apropriado.
­3 ­2
i i
­l
^^1^^
0 l
1 i
2 3
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Apêndice B
251
Meu cônjuge me dá todo o afeto de que preciso. () Sim ( )Não
Se a sua resposta foi não, com que freqüência você gostaria que ele fosse
afetuoso com você?
(escreva o número) vezes por dia / semana / mês (faça um
círculo em volta de um destes)
Gosto da forma como meu cônjuge demonstra afeto.
() Sim ,,
175
( ) Não
Se a sua resposta foi não, explique de que forma sua necessidade de afeto
poderia ser suprida em seu casamento.
2. Realização sexual. Um relacionamento sexual que traz uma resposta sexual
previsivelmente   prazerosa   para   os   dois   cônjuges   e   com   uma   freqüência 
igualmente
satisfatória para os dois.
A. Necessidade de realização sexual: Indique o grau de sua necessidade de
realização sexual, circulando o número apropriado.
O l
L^BBBHBaLnM
2
l
3
l
4
_•_ l
5 6
l l
Não tenho necessidade de realização sexual
Tenho alguma necessidade de realização sexual
Tenho muita
necessidade de
realização sexual
Se ou quando o seu cônjuge não se dispõe ater relações sexuais com você, 
como
você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz ; i' J\
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Feliz por não ter relações sexuais
Se ou quando seu cônjuge tem relações sexuais com você, como você se sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ter relações sexuais
176
252
Ela Precisa, Ele Deseja
B.   Avaliação   da   relação   sexual   com   seu   cônjuge:   Indique   o   grau   de   sua 
satisfação
com as relações sexuais que você tem com o seu cônjuge, circulando o número
apropriado.
­3 ­2
l l
­l O l
l l : l^^
2 3
mmmmmàmmanmmmm,,,,,!
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Meu   cônjuge   mantém   relações   sexuais   comigo   com   a   freqüência   de   que 
necessito. (
)Sim ( )Não
Se a sua resposta foi não, com que freqüência você gostaria de ter relações
sexuais com seu cônjuge?
(escreva o número) vezes por dia / semana / mês (faça
um círculo em volta de um destes).
Gosto da forma como meu cônjuge tem relações sexuais comigo. ( ) Sim ( )Não
Se   a   sua   resposta   foi   não,   explique   de   que   forma   a   sua   necessidade   de 
realização
sexual poderia ser suprida em seu casamento.
Diálogo.   Conversar   sobre   os   acontecimentos   do   dia,   sobre   sentimentos   e 
planos;
evitar aborrecimentos, julgamentos ou a insistência em erros do passado;
demonstrar interesse por seus assuntos prediletos para conversa; diálogos
equilibrados; usar a conversa como forma de investigação, informação e
compreensão, e dar­lhe atenção exclusiva.
A.   Necessidade   de   diálogo:   Indique   o   quanto   você   precisa   de   diálogo, 
circulando
o número apropriado.
Não tenho necessidade de conversar
Tenho alguma necessidade de conversar
Tenho muita necessidade de conversar
Apêndice B
253
Se ou quando o seu cônjuge não se mostra interessado em conversar com você, 
como
você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz >­"­.''•,,
d) Feliz por não conversar
Se ou quando o seu cônjuge conversa com você, como você se sente (circule a
letra apropriada)?
a) Muito feliz ,
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por conversar
B. Avaliação do diálogo com o cônjuge: Indique o grau de sua satisfação no 
que
se   refere   ao   diálogo   com   seu   cônjuge   com   você   circulando   o   número 
apropriado.
­3 ­2
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2 3
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Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
177
Extremamente satisfeito
Meu cônjuge conversa comigo com a freqüência de que necessito. () Sim ( ) 
Não
Se sua resposta foi "não", com que freqüência você gostaria que seu cônjuge
conversasse com você?
(escreva o número) vezes por dia / semana / mês (faça um
círculo em volta de um destes).
(escreva o número) horas por dia / semana / mês (faça um
círculo em volta de um destes).
Gosto da forma como meu cônjuge conversa comigo.
() Sim
( ) Não
Se   sua   resposta   foi   não,   explique   de   que   forma   esta   sua   necessidade   de 
conversar
poderia ser suprida em seu casamento.
4. Companheirismo. Desenvolver interesse por suas atividades recreativas
preferidas, procurando ser eficiente nelas e participar com você
178
254
Ela Precisa, Ele Deseja
dessas atividades. Se, depois de tentar identificar­se com determinadas
atividades, o seu cônjuge ainda não sentir prazer nelas, pensem juntos em 
novas
atividades que possam ser agradáveis para ambos.
A. Necessidade de companheirismo: Indique o grau de sua necessidade de
companheirismo, circulando o número apropriado.
01 23456
i l l L____J L_____J
Não tenho necessidade de companheirismo
Tenho alguma necessidade de companheirismo
Tenho muita necessidade de companheirismo
Se   ou   quando   o   seu   cônjuge   não   se   dispõe   a   participar   de   atividades   de 
lazer com
você, como você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por não incluir meu cônjuge
Se ou quando seu cônjuge participa de atividades de lazer com você, como 
você se
sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por incluir meu cônjuge
B. Avaliação do companheirismo do cônjuge: Indique o grau de sua satisfação 
no
que   diz   respeito   à   companhia   do   seu   cônjuge   em   atividades   de   lazer, 
circulando o
numero apropriado.
­3 ­2
i i
­l O l
i i. i
2 3
l i
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Meu cônjuge participa de atividades de lazer comigo com a freqüência de que
necessito.
() Sim ( ) Não
Apêndice B
255
Se sua resposta foi não, com que freqüência você gostaria que seu cônjuge
participasse com você de atividades de lazer?
(escreva o número) vezes por dia /semana / mês (faça um
círculo em volta de um destes).
(escreva o número) horas por dia/ semana/ mês (faça um
círculo em volta de um destes).
Gosto da forma como meu cônjuge participa comigo em atividades
de lazer.
() Sim
( ) Não
Se sua resposta foi não, explique de que forma a sua necessidade de
companheirismo poderia ser suprida em seu casamento.
5.   Honestidade   e   franqueza.   Revelar   sentimentos   positivos   e   negativos, 
fatos do
passado,   acontecimentos   do   dia­a­dia,   agenda   e   planos   para   o   futuro;   não 
deixar
você com uma idéia falsa; responder às suas perguntas com fidelidade.
179
A.   Necessidade   de   honestidade   e   franqueza:   Indique   o   grau   de   sua 
necessidade por
honestidade e franqueza, circulando o número apropriado.
0123 456
Não tenho necessidade Tenho alguma necessidade Tenho muita necessidade
de honestidade de honestidade e franqueza de honestidade
e franqueza e franqueza
Se ou quando o seu cônjuge não é franco e honesto com voeê» como você se 
sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Feliz porque meu cônjuge não é franco nem honesto
Se ou quando seu cônjuge é franco e honesto com você, como você se sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz porque meu cônjuge é franco e honesto
180
256
Ela Precisa, Ele Deseja
B. Avaliação da franqueza e da honestidade de seu cônjuge: Indique o grau 
da sua
satisfação quanto à franqueza e à honestidade de seu cônjuge, circulando o
número apropriado.
­3 ­2
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­l O l
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2 3
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Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Em quais das áreas de franqueza e honestidade a seguir você gostaria de ver
progressos   em   seu   cônjuge   (faça   um   círculo   em   volta   das   letras   que   se 
aplicam a
você).
a) Compartilhar reações emocionais positivas e negativas nos aspectos
importantes da vida
b) Compartilhar informações sobre a sua história pessoal
c) Compartilhar informações sobre suas atividades diárias
d) Compartilhar informações sobre seus futuros compromissos e planos
Se   você   marcou   alguma   das   opções   acima,   explique   de   que   forma   a   sua 
necessidade
de honestidade e franqueza poderia ser suprida em seu casamento.
6. Atração física do cônjuge. Manter­se em forma através de uma boa dieta e 
de
exercícios; cuidar dos cabelos; maquiar­se (se mulher); vestir­se de forma a 
se
apresentar sempre atraente e desejável.
A.  Necessidade  de um  cônjuge  atraente:  Indique  o grau  de sua  necessidade 
por um
cônjuge atraente, circulando o número apropriado.
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Não tenho necessidade de um cônjuge atraente
Tenho alguma necessidade de um cônjuge atraente
Tenho muita necessidade de um cônjuge atraente
Se   ou   quando   seu   cônjuge   não   se   esforça   por   buscar   uma   melhor   aparência 
física,
como você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
Apêndice B
257
a) Nem feliz, nem infeliz
b) Muito feliz por ele não se esforçar
Se ou quando seu cônjuge se esforça por buscar uma melhor aparência física, 
como
você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ele se esforçar
B. Avaliação da atração física do cônjuge: Indique o grau de sua satisfação 
no
que diz respeito à atração física de seu cônjuge, circulando o número
apropriado.
­3 ­2
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181
­l O l
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2 3
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Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
tmmmmmmimmmrmmmm
Extremamente satisfeito
Em quais  das características de  atração física  a seguir  você gostaria  de 
ver
progresso   em   seu   cônjuge   (faça   um   círculo   em   volta   das   letras   que   se 
aplicam a
você)?
a) Boa forma física e peso normal
b) Escolha de roupas atraentes .,, .
c) Penteado atraente
d) Higiene corporal
e) Outros:
Se você marcou alguma das opções anteriores, explique de que forma a sua
necessidade   de   ter   um   cônjuge   atraente   poderia   ser   suprida   em   seu 
casamento.
7. Estabilidade financeira. Provisão dos recursos financeiros para moradia,
alimento  e  vestuário  da  família  dentro  de  um  padrão  aceitável  para  você, 
mas
evitando ausências por motivo de viagem e as longas horas de trabalho que 
possam
prejudicar o relacionamento.
A.   Necessidade   de   estabilidade   financeira:   Indique   o   grau   de   sua 
necessidade de
estabilidade financeira circulando o número apropriado.
182
258
Ela Precisa, Ele Deseja
Não tenho necessidade de estabilidade financeira
Tenho alguma necessidade de estabilidade financeira
Tenho muita necessidade de estabilidade financeira
Se ou quando seu cônjuge não se dispõe a lhe dar estabilidade financeira, 
como
você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por não ter estabilidade financeira
Se ou quando seu cônjuge lhe dá estabilidade financeira, como você se sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ter estabilidade financeira
B. Avaliação da estabilidade financeira que o cônjuge lhe dá:
Indique o grau de sua satisfação quanto à estabilidade financeira que seu
cônjuge lhe dá, circulando o número apropriado.
­3 ­2
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Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Quanto   você   gostaria   que   seu   cônjuge   ganhasse,   a   fim   de   lhe   dar   a 
estabilidade
financeira necessária?
Quantas horas por semana você gostaria que seu cônjuge trabalhas­
ser
Se seu cônjuge não ganha tanto quanto você gostaria, não trabalha o tempo 
que
você gostaria, não planeja como você gostaria, nem recebe os rendimentos da
forma que você gostaria, explique como a sua necessidade de estabilidade
financeira poderia ser suprida em seu casamento.
Apoio doméstico. Desenvolver no lar um clima que ofereça ao seu cônjuge um
refúgio das pressões cotidianas; administração da casa e do
Apêndice B
259
cuidado com os filhos (no caso de haver algum), incluindo o preparo dos
alimentos, lavar a louça, lavar e passar a roupa e arrumar a casa.
A.   Necessidade   de   apoio   doméstico:   Indique   o   grau   de   sua   necessidade   de 
apoio
doméstico circulando o número apropriado.
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Não tenho necessidade de apoio doméstico
Tenho alguma necessidade de apoio doméstico
Não tenho necessidade Tenho alguma necessidade Tenho muita necessidade
de apoio doméstico de apoio doméstico de apoio doméstico
Se seu cônjuge não se dispõe a lhe dar apoio doméstico, como você se sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
183
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por não ter apoio doméstico
Se   ou   quando   o   seu   cônjuge   lhe   dá   apoio   doméstico,   como   você   se   sente 
(circule a
letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ter apoio doméstico
B. Avaliação do apoio doméstico que seu cônjuge lhe dá: Indique o grau da 
sua
satisfação no que diz respeito ao apoio doméstico que seu cônjuge lhe dá,
circulando o número apropriado.
­3
2
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Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Meu cônjuge me dá todo o apoio de que necessito no lar. ( )Sim ( ) Não
Gosto da forma como meu cônjuge me apoia no lar.
( ) Sim ( ) Não
184
260
Ela Precisa, Ele Deseja
Se   você   respondeu   não   a   alguma   das   questões   anteriores,   explique   de   que 
maneira
a sua necessidade de apoio no lar poderia ser suprida.
9. Compromisso com a família. Planejar tempo e energia suficiente para se
dedicar   ao   desenvolvimento   moral   e   educacional   de   seus   filhos;   ler   para 
eles e
levá­los sempre a passeios; buscar um treinamento apropriado em educação
infantil, discutindo com você os métodos sugeridos; evitar qualquer método 
de
educação ou ação disciplinar que não tenha o seu apoio.
A.   Necessidade   de   compromisso   com   a   família:   Indique   o   grau   de   sua 
necessidade
de compromisso familiar por parte do seu cônjuge, circulando o número
apropriado.
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Não tenho necessidade de compromisso com a família
Tenho alguma necessidade
de compromisso
com a família
Tenho muita
necessidade
de compromisso
com a família
Se   ou   quando   seu   cônjuge   não   se   dispõe   a   manter   o   compromisso   com   a 
família,
como você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ele não se envolver
Se ou quando seu cônjuge cumpre os compromissos corri a família, como você 
se
sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ele se envolver com a família
B. Avaliação do compromisso de cônjuge com a família: Indique o grau de sua
satisfação quanto ao compromisso de seu cônjuge com a família, circulando o
número apropriado.
­3 ­2
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2 3
i i
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Apêndice B
261
Meu cônjuge ( )Sim ( )Não
dedica tempo suficiente à família.
10.
Se você respondeu não, com que freqüência você gostaria que seu cônjuge se
envolvesse em atividades com a família?
(escreva o número) vezes por dia/ semana/ mês (faça um
círculo em volta de um destes).
185
(escreva o número) horas por dia/ semana/ mês (faça um
círculo em volta de um destes).
Gosto da forma como meu cônjuge dedica seu tempo à família. ( )Sim ( )Não
Se sua resposta foi não, explique como sua necessidade de compromisso com a
família, por parte do seu cônjuge, poderia ser suprida em seu casamento.
Admiração. Respeitar, valorizar e apreciar o cônjuge; evitar críticas e
expressar admiração de forma clara e freqüente.
A. Necessidade de admiração: Indique o grau de sua necessidade de receber
admiração circulando o número apropriado.
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Não tenho necessidade de receber admiração
Tenho alguma necessidade de receber admiração
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Tenho muita
necessidade
de receber
admiração
Se   ou   quando   seu   cônjuge   não   demonstra   admiração   por   você,   como   você   se 
sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por não receber admiração
Se ou quando seu cônjuge demonstra admiração por você, como você se sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
186
262
Ela Precisa, Ele Deseja
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por receber admiração
B.   Avaliação   da   forma   de   admiração   do   cônjuge:   Indique   o   grau   de   sua 
satisfação
quanto à forma como seu cônjuge demonstra admiração por você, circulando o
número apropriado.
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Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Meu   cônjuge   demonstra   por   mim   toda   a   admiração   de   que   necessito.   (   )Sim 
( )Não
Se sua resposta foi não, com que freqüência você gostaria que seu cônjuge
demonstrasse admiração por você?
(escreva o número) vezes por dia / semana / mês (faça um
círculo em volta de um destes)
Gosto da forma como meu cônjuge demonstra admiração por mim. ( )Sim ( )Não
Se sua resposta foi não, explique de que forma a sua necessidade de receber
admiração poderia ser suprida em seu casamento.
Apêndice B
263
Classificação das necessidades emocionais
As dez necessidades emocionais básicas estão descritas abaixo. Há também um
espaço para que você acrescente outras necessidades que, no seu entender, 
são
essenciais para a felicidade do seu casamento.
No espaço ao lado de cada necessidade, escreva um número de l a 5 para
classificar   a   importância   de   cada   uma   para   a   sua   felicidade.   Escreva   l 
antes
daquela que você considerar a mais importante; 2 antes da segunda mais
importante e assim por diante, até classificar as suas cinco necessidades 
mais
importantes.
Para facilitar esta classificação, imagine que você tivesse apenas uma
necessidade suprida em seu casamento. Qual delas faria você mais feliz, se
soubesse que as outras não seriam supridas? A escolhida seria a número l. 
Se
apenas   duas   fossem   satisfeitas,   qual   seria   a   sua   segunda   opção?   Quais 
seriam as
cinco necessidades que, ao serem satisfeitas, fariam você mais feliz?
Afeto
Realização sexual Diálogo
Companheirismo
Honestidade e franqueza
Um cônjuge atraente
Estabilidade financeira
Apoio doméstico
Compromisso com a família Admiração
187
Formulário Adicional
(Adaptado)
Inventário de
Atividades de Lazer
Liste   atividades   que   vocês   praticam   ou   gostariam   de   praticar.   Indique   o 
quanto
você   aprecia   ou   acredita   que   possa   apreciar   cada   atividade   recreativa 
listada.
No espaço após cada atividade, circule um dos números que reflete seus
sentimentos:   3   =   Muito   agradável;   2   =   Agradável;   l   =   De   certa   forma, 
agradável;
O = Nem agradável, nem desagradável; ­l = De certa forma, desagradável; ­2 
=
Desagradável;   ­3   =   Muito   desagradável.   Acrescente   à   lista,   no   espaço 
adequado,
atividades   que   você   apreciaria   e   que   não   foram   listadas.   Na   terceira 
coluna,
some   as   classificações   de   ambos   apenas   se   ambas   forem   positivas.   As 
atividades
com as maiores somas são aquelas que vocês deveriam escolher ao planejar 
seu
tempo   de   lazer   juntos.   As   atividades   listadas   são   uma   sugestão.   Complete 
segundo
sua realidade.
188
266
Ela Precisa, Ele Deseja
Atividade
Avaliação do Marido
Avaliação da Esposa
Média do Casal
Ginástica ­ academia
Acampar ­ praia
Acampar ­ campo Alpinismo
Antigüidades, compras
Arco e flecha
Artesanato ­ madeira
Artesanato ­ metal
Automóveis, corrida assistir
Basquete ­ assistir
Basquete ­ jogar
Bíblico, estudo
Bicicleta ­ passeio Boliche Caminhada Capoeira
Cartas ­ jogos diversos
Cavalos, corrida de Cinema
Colecionar ­ selos
Colecionar ­ moedas
Colecionar ­
­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 0123
­3­2­1 O l 2 3
­3­2­1 0123 ­3­2­10123
­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 O l 2 3
­3­2­1 O l 2 3 ­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­10123
­3­2­1 O l 2 3 ­3­2­10123
­3­2­1 0123
­3­2­1 0123
­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 0123
­3­2­1 O l 2 3
­3­2­1 O l 2 3
­3­2­1 0123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 O l 2 3
­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 O l 2 3
Apêndice C
267
Atividade
Avaliação do Marido
Avaliação da Esposa
Média do Casal
Compras ­
Concertos musicais internacional
Concertos musicais MPB
Concertos musicais rock
Concertos musicais sertanejo
Damas
Decoração doméstica
Dominó
Escultura
189
Esportes náuticos
Fotografia
Frescobol ­ na praia
Futebol ­ assistir
Futebol ­ jogar
Gamão
Handebol ­ assistir
Handebol ­ jogar
Haras ­ cuidar de cavalos
latismo
Igreja, trabalhar na
Internet, navegar na
­3­2­1 0123 ­3­2­10123
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 O l 2 3 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123
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­3­2­1 O l 2 3 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 0123
­3­2­1 0123 ­3­2­10123
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 O l 2 3 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­
10123
­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 0123
190
F^
268
Ela Precisa, Ele Deseja
Apêndice C
269
Atividade
Avaliação do Marido
Avaliação da Esposa
Média do Casal
Atividade
Avaliação do Marido
Avaliação Média
da Esposa do Casal
Jantar fora Jardinagem
loeo de mesa ­
­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1
­3­2­1 ­3­2­1
; ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1
­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1
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2 3
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191
2 3
2 3
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
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­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
­3­2­1 O l
2
2
2
2
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2
2
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2
2
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2
2
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2
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2
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2
2
3
Natação
Náuticos, esportes ­
­3­2­1
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192
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2 3
2 3
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­3­2­1 O
l 2 3
3
­3­2­1
­3­2­1 O
l 2 3
3
esquiar...
Ópera
t Parque de diversões
Parque, passeio ao
Parques aquáticos
Patinação
Pesca submarina
" Pesca
Pesquisa em Bibliotecas
Pilotar pequenos f aviões
i Pintura
k
j Planetário, visita ao
i Poesia, escrever
5
Queimada ­ jogar
Remo
193
Rodeio
Shopping center, passeio no
Squash ­ jogar
• Surfar

Tapeçaria
i Tecelagem
­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1
­3­2­1 O
­3­2­1 O
­3­2­1 O
l 2 3
3
Jogo de mesa ­ banco imobiliário
|oeo de mesa ­ war
l 2 3
3
l 1 3
Jogo interativo ­
3
­3­2­1
­3­2­1 O
l 2 3
imagem e ação
Judô
Karaoke
Karate
Livrarias, visitas em
Luta livre ­ vale tudo
Mergulho
Modelismo
Montaria
Museu, visita ao
Música p/ dançar internacional
Música p/ dançar MPB
Música p/ dançar rock
Música p/ dançar sertanejo
Música para dançar ­
3
­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1 ­3­2­1
­3­2­1
­3­2­1 O
­3­2­1 O
­3­2­1 O
­3­2­1 O
­3­2­1 O
­3­2­1 O
l 2 3
l 2 3
3
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3
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3
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3 !
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­3­2­1 O
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3
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­3­2­1 O
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3
­3­2­1 ­3­2­1
­3­2­1 O
­3­2­1 O
l 2 3
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3 1
­3­2­1 ­3­2­1
­3­2­1 O
­3­2­1 O
l 2 3
l 2 3
195
270
Ela Precisa, Ele Deseja
Atividade
Avaliação do Marido
Avaliação da Esposa
Média do Casal
Televisão, assistir
Tênis ­ assistir
Tênis ­ jogar
Tênis de mesa, pinque­pongue
Tiro ao alvo
Vídeo, produzir Videogames
Vôlei ­ assistir
Vôlei ­ jogar
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 0123 ­3­2­1 0123
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 0123 ­3­2­1 0123
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­10123 ­3­2­10123
­3­2­1 0123 ­3­2­1 0123
­3­2­1 0123 ­3­2­1 0123
Inventário   de   Apoio   Financeiro:   Orçamento   da   Necessidade   e   Orçamento   do 
Desejo
Este orçamento foi idealizado para ajudar a elucidar a necessidade de apoio
financeiro.   O   cônjuge   com   esta   necessidade   deve   completar   este 
questionário.
Crie três orçamentos diferentes no espaço sob as três colunas. Sob a coluna 
do
Orçamento da Necessidade, indique o custo mensal para satisfazer suas
necessidades   vitais,   itens   sem   os   quais   você   ficaria   desconfortável.   Na 
seção de
rendimentos, apenas o rendimento de seu cônjuge deve aparecer.
Na coluna do Orçamento do Desejo, indique o custo para satisfazer suas
necessidades   e   seus   desejos   ­   desejos   razoáveis   mais   caros   que   as 
necessidades.
Estes   desejos   devem   ser   o   mais   realistas   possíveis.   Não   deveriam   incluir 
uma
casa nova, um carro novo ou artigos de luxo, a menos que você os deseje já 

algum tempo. Os rendimentos de ambos os cônjuges devem ser apontado nesta
coluna.
O coluna do Orçamento da Possibilidade deve incluir todas as necessidades e
apenas os desejos que o rendimento de ambos os cônjuges permitir. Noutras
palavras,   sua   renda   deve   ser   igual   a   suas   despesas,   e   o   item   saldo   das 
receitas
menos   despesas   deve   ser   zero.   Este   Orçamento   da   Possibilidade   deve   ser 
usado
para guiar suas finanças domésticas se ambos os cônjuges concordaram com as
quantias listadas.
Apêndice C
271
Pagamentos dos últimos meses (ou do último ano, se possível) ajudarão vocês 
a
corrigir estimativas. Use médias mensais para itens que não são pagos
mensalmente,   tais   como   consertos,   férias   e   presentes.   Alguns   itens,   tais 
como o
pagamento de hipotecas, serão de igual valor para ambos, Orçamento da
Necessidade   e   Orçamento   do   Desejo.   Outros   itens,   tais   como   despesas   com 
férias,
serão muito mais desejo que necessidade. É recomendável que você inclua em 
seu
Orçamento   da   Necessidade   um   item   de   despesas   emergenciais   que   represente 
10% do
orçamento total. Em meses que não tenham despesas emergenciais, tal quantia
deveria ser poupada para o futuro. A maioria dos lares sofre de estresse
financeiro   desnecessário   quando   falham   em   incluir   tais   despesas   no 
orçamento. Se
você   pensar   em   outras   despesas   significativas,   inclua­as   nos   espaços   em 
branco.
Se   a   renda   de   seu   cônjuge   é   igual   ou   maior   que   o   total   de   despesas   no 
Orçamento
da Necessidade, ela é suficiente para pagar por suas necessidades e está
196
satisfazendo sua necessidade de apoio financeiro. Ela pode inclusive estar
atendendo desejos também. Isso pode não ter sido óbvio, uma vez que você 
não tem
dividido suas contas em necessidades e desejos. Sua necessidade de apoio
financeiro ainda está sendo satisfeita quando sua renda é usada para pagar 
por
desejos que não são supridos pela renda de seu cônjuge.
Contudo, se a renda de seu cônjuge é insuficiente para pagar por suas
necessidades, você deve reduzir as despesas domésticas sem sacrificar as
necessidades básicas ou ele deve aumentar sua renda com um novo trabalho ou 
uma
nova carreira.
Receitas e Despesas Domésticas
Orçamento da Necessidade
Orçamento do Desejo
Orçamento da Possibilidade
DESPESAS
Impostos
Imposto de Renda
IPTU
Outros
Juros
Juros hipotecários Cartão de Crédito Financiamento/automóvel Outros
197
272
Ela Precisa, Ele Deseja
Receitas e Despesas Domésticas Orçamento da Orçamento do Orçamento da
Necessidade Desejo Possibilidade
Seguro
De Propriedade De vida
Do carro Plano de saúde Plano Odontológiço Outros
Despesas domésticas
Consertos
Reformas
Segurança
Limpeza
Jardinagem
Combustíveis
Telefone
Retirada do lixo
Mobiliário e Eletrodomésticos
Compra de Móveis Compra de Eletrodomésticos Consertos
Automóveis
Combustível   (carro   do   marido)   Manutenção   (carro   do   marido)   Combustível 
(carro da
mulher) Manutenção (carro da mulher) Outros
Comida e Entretenimento Comida
Apêndice C
273
Receitas e Despesas Domésticas Orçamento da Orçamento do Orçamento da
Necessidade Desejo Possibilidade
Jantares Férias Fotografias Revistas e Jornais TV a cabo Outros
Saúde
Médicos (fora Plano de Saúde) Dentistas (fora Plano
Odontológiço) Remédios de uso geral Atividades físicas
Dietas especiais Outros
Vestuário
Roupas para o marido
Roupas para a mulher
Roupas para as crianças
Lavanderia
Consertos
Outros
Pessoal
Gastos pessoais do marido Gastos pessoais da mulher Mesada das crianças
Presentes
Contribuições religiosas (dízimo, organizações religiosas)
198
274
Ela Precisa, Ele Deseja
Receitas e Despesas Domésticas Orçamento da Orçamento do Orçamento da
Necessidade Desejo Possibilidade
Contribuição não religiosas
(caridade) Presentes para ocasiões
especiais (aniversários,
Natal, etc.)
Animais
Comida
Despesa com Veterinário
Outros
Economia/ Poupança
Estudos dos filhos
Aposentadoria / Planos de
Previdência Outros
Outras despesas domésticas
Despesas bancárias Despesas legais Despesas contábeis Fundo de emergência 
(10%)
Total de Despesas Domésticas
RECEITAS
Salário do marido
Outras rendas do marido
Salário da esposa
Apêndice C
275
Receitas e Despesas Domésticas Orçamento da Orçamento do Orçamento da
Necessidade Desejo Possibilidade
Outras rendas da esposa Renda sobre investimentos Renda sobre juros
Total de rendimentos Saldo
199
Impressão e Acabamento na Gráfica Imprensa da Fé
O dr. Willard F. Harley Jr., PhD, é um conhecido psicólogo e conselheiro
matrimonial. Já escreveu vários livros sobre casa­
mento e tem um website
muito procurado, que é www.marriagebuilders.com, onde oferece mais conselhos
práticos para os problemas conjugais.
O dr. Harley mora em White Bear Lake, Minnesota, com Joyce, sua esposa a 38
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