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Willard F. Harley, Jr.
A história por trás deste livro...
"Que desafio! Casamentos
estavam sendo desfeitos numa
quantidade sem precedentes e
ninguém sabia como parar isto.
Então fiz do desejo de encontrar
uma solução a minha ambição."
Dr. Harley (autor do livro)
O dr. Harley admite que não foi
sempre um conselheiro
matrimonial de sucesso. Na
verdade, houve um tempo em
que quase todos os casais que
vinham a ele pedir conselho
acabavam se divorciando. Mas
ao invés de desistir, o dr. Harley
decidiu procurar diligentemente
por uma solução para o
problema. Este livro é o produto
de seu comprometimento.
Nos últimos quinze anos o
dr. Harley usou este livro para
ensinar os casais o que é mais
importante no casamento: como
se apaixonar e continuar
apaixonado. Agora, com mais de
um milhão de cópias e traduzido
para mais de dose idiomas,
Ela precisa, Ele Deseja ele
compartilha a história por trás do
livro e continua a oferecer aos
leitores um plano prático para
criar e sustentar um casamento
cheio de paixão.
/" t f" ' ' • ' l
Ele Deseja
1
r
Ele Deseja
O que o homem e a mulher precisam
saber para suprir as necessidades emocionais um do outro no casamento
Construindo um casamento à prova de infidelidades
Willard F. Harley, Jr.
* * CantWa
2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira
do
Livro, SP, Brasil)
Harley, Willard F.
Ela precisa ele deseja: construindo um casamento à prova de infidelidades /
Willard F. Harley; tradução Elda Gomes Zambrotti. São Paulo, 2001.
Título original: His needs her needs: building an affairproof marriage
1. Casamento 2. Comunicação no casamento 3. Marido e mulherPsicologia l.
Título.
012980 ' CDD306.81
índices para catálogo sistemático:
1. Casamento: Sociologia 306.81
ISBN 8573521228
Copyright © 1986, 1994, 2001 By Willard F. Harley, Jr.
Originalmente publicado: Fleming H. Revell a division of Baker Book House
Company
Título original em inglês:
His needs, her needs: building an affairproof marriage
Autor: Willard E Harley, Jr.
Editor: Ricardo de Macedo Costa
Coordenador de Produção:
Samuel Castanheira Vaz de Almeida
' * : Tradução: Elda G. Zambrotti
• . . Revisão: Andréa Filatro
Else Lemos Daniel da Silva
Capa: Magno Paganelli
Editoração: Sandra Reis Oliveira
Fotolito, Impressão e acabamento: Imprensa da Fé
2a Reimpressão: Outubro/2003
As citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Nova Versão Internacional, da
Sociedade Bíblica Internacional, publicada pela Editora Vida, salvo onde
outra
fonte for indicada.
Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos
reservados
pela:
EDITORA CANDEIA
Rua Domingas Galleteri Blotta, 148 Jd. Santa Cruz 04455360 São Paulo
SP
editoracandeia@candeia.com.br
Queremos saber sua opinião sobre este livro. Escrevanos.
A Joyce
minha primeira e única
3
Sumário
Prefácio 9
1. Seu casamento é à prova de relacionamentos extraconjugais? 11
2. Por que o Banco do Amor nunca fecha 19
3. A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar afeto ..35
4. A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar
realização sexual 53
5. Ela precisa da atenção dele diálogo 73
6. Ele precisa da companhia dela companheirismo 97
7. Ela precisa confiar nele honestidade e franqueza 115
8. Ele precisa de uma esposa de boa aparência
uma mulher atraente 135
9. Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com conforto
estabilidade financeira 153
10. Ele precisa de paz e tranqüilidade apoio doméstico ... 167
11. Ela precisa que ele seja um bom pai
compromisso com a família 183
4
Ela Precisa, Ele Deseja
12. Ele precisa que ela se orgulhe dele admiração 197
13. Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal ... 213
14. De incompatíveis a irresistíveis 231
Apêncide A As necessidades emocionais
mais importantes 241
Apêndice B Questionário de necessidades emocionais... 249 Apêndice C
Formulário Adicional (Adaptado) 265
Prefácio
v^i/ conflito conjugai é criado de duas formas: (1) o casal falha em fazer
um ao
outro feliz ou (2) o casal realmente faz um ao outro infeliz. No primeiro
caso,
os cônjuges se frustram porque suas necessidades não estão sendo supridas.
No
segundo, eles estão deliberadamente magoando um ao outro. Eu chamo a
primeira
causa do conflito de falha na atenção, e a segunda de falha na proteção.
Este livro é indicado para a falha na atenção a falha em satisfazer as
necessidades emocionais mais importantes do cônjuge. A ignorância contribui
para
esta falha porque homens e mulheres têm grande dificuldade em compreender e
valorizar a importância das necessidades do outro. Os homens tendem a
satisfazer
as necessidades que eles próprios valorizam, e assim fazem também as
mulheres. O
problema é que as necessidades masculinas em geral são muito diferentes das
necessidades femininas e desperdiçamos esforços tentando satisfazer
necessidades
erradas.
As necessidades reais são tão fortes que, quando não atendidas no
casamento, as
pessoas são tentadas a satisfazêlas fora do pacto conjugai. A maioria das
pessoas que tenho aconselhado cedeu à
5
10
Ela Precisa, Ele Deseja
tentação de violar os seus votos sagrados de fidelidade no casamento.
Além do risco de uma relação extraconjugal, essas necessidades emocionais
importantes precisam ser supridas em nome do próprio cuidado mútuo . O
casamento
é um relacionamento muito especial, no qual se promete ao cônjuge o direito
exclusivo de satisfazer algumas dessas aspirações importantes. Quando elas
não
são satisfeitas, o cônjuge se vê injustamente sem alternativas éticas para
suprilas.
Este livro ajudará os casais a identificar tais necessidades, falar delas e
aprender a satisfazêlas.
A segunda causa do conflito matrimonial, a falha na proteção, é o assunto
de
outro livro que escrevi, Love Busters: Overcoming the Habits that Destroy
Romantic Love (Os demolidores do amor: superando os hábitos que destróem o
romantismo).Os cônjuges cujas necessidades não são satisfeitas tornamse
negligentes e perdem o respeito mútuo. Quando isto acontece, o casamento
envereda por situações desagradáveis e destrutivas. A falha em satisfazer
as
necessidades nem sempre é intencional, mas a reação provocada por essa
falha
acaba desenvolvendo um dano intencional. Isto geralmente leva a uma dor
insuportável que culmina no divórcio.
Casamentos bemsucedidos exigem habilidade habilidade em cuidar daquele
ou
daquela a quem você prometeu dedicar atenção por toda a vida. Boas
intenções não
são suficientes. Este livro também foi escrito para educar você na atenção
para
com o seu cônjuge. Quando você tiver aprendido as lições aqui contidas, seu
cônjuge achará você irresistível, o que é uma condição essencial para um
casamento feliz.
^1
Seu casamento
é à prova de
relacionamentos
extraconjugais?
dJj u gostaria de me dirigir aos casais que desejam um casamento feliz. Não
importa se vocês estão apenas começando a vida juntos, se já estão casados
há
muitos anos, se têm uma vida conjugai "ruim" ou mesmo se um dos dois já
teve um
relacionamento extraconjugal vocês podem construir ou reconstruir seu
casa
mento se:
Aprenderem a tornarse conscientes das necessidades um do outro e
aprenderem a
satisfazêlas.
6
12
Ela Precisa, Ele Deseja
Este é um princípio simples; porém, aplicálo às complexidades do casamento
requer uma cuidadosa reflexão. Vejamos o que ele realmente envolve.
Quando um homem e uma mulher se casam, compartilham grandes expectativas.
Eles
se comprometem a satisfazer com exclusividade aquelas necessidades
profundas e
íntimas um do outro. Eles concordam em "ser fiéis", conferindo um ao outro
o
direito exclusivo de suprir essas necessidades íntimas. Isto não quer dizer
que
todas as necessidades são satisfeitas pelo cônjuge, mas que algumas
necessidades
básicas são reservadas para o casamento pela maioria das pessoas. Muitas
pessoas
esperam que seus cônjuges satisfaçam as suas necessidades especiais, visto
que
concordaram em não permitir que outra pessoa o fizesse.
Por exemplo, quando um homem assume um relacionamento exclusivo com sua
esposa,
depende dela para suprir suas necessidades sexuais. Se a esposa satisfaz
estas
necessidades, o marido encontra nela uma fonte contínua de intenso prazer, e
seu
amor tornase mais forte. Por outro lado, o oposto acontece sé suas
necessidades
não forem satisfeitas. O marido começa a associála à frustração. E, se a
frustração continua, ele pode concluir que a esposa "simplesmente não gosta
de
sexo", e até pode tentar continuar vivendo assim. Mas a sua forte
necessidade
sexual permanece não preenchida. Neste caso, seu compromisso de um
relacionamento sexual exclusivo com a esposa lhe oferece duas opções: a
frustração sexual ou a infidelidade. Alguns homens nunca desistem; alguns
conseguem viver desse modo da melhor forma possível durante anos. Alguns,
entretanto, sucumbem à tentação de um caso extraconjugal. Converso com
centenas
deles em meu consultório de aconselhamento.
Outro exemplo é o de uma esposa que dá ao marido o direito exclusivo de
satisfazer sua necessidade de um diálogo íntimo. Sempre que eles conversam
com
honestidade e abertura não encontradas em diálogos com outros, ele o
considera a
fonte de seu maior prazer. Mas se ele se recusa a dar a ela a atenção de
que
precisa, ele será associado
Seu casamento é à prova de relacionamentos extraconjugais?
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à sua maior frustração. Algumas mulheres simplesmente vivem vidas
frustradas,
mas outras não resistem à tentação de deixar que outra pessoa satisfaça
essa
importante necessidade emocional. E quando isso acontecer, um caso
provavelmente
surgirá.
Necessidades Diferentes
Quando um casal recorre a minha ajuda, meu primeiro objetivo é ajudálo a
identificar as necessidades emocionais mais importantes o que cada um
pode
fazer para o outro a fim de tornálos mais felizes e contentes. Ao longo dos
anos, tenho repetidamente perguntado: "O que seu cônjuge poderia fazer por
você
que deixaria você mais feliz?" Pude classificar a maior parte das respostas
em
dez necessidades emocionais admiração, afeto, diálogo, apoio doméstico,
compromisso familiar, apoio financeiro, honestidade e franqueza, atração
física,
companhia no entretenimento e realização sexual.
E claro que, para que marido e mulher sejam felizes no casamento, ambos
devem
satisfazer as necessidades que são mais importantes para o outro. Mas
quando
conduzi todas essas entrevistas descobri por que isso é uma tarefa tão
difícil.
Quase toda vez que pedia aos casais para listar suas necessidades de acordo
com
sua prioridade, os homens listavamnas de uma forma e as mulheres listavam
nas
de forma oposta. Das dez necessidades emocionais básicas, as cinco listadas
como
mais importantes pelos homens eram geralmente as cinco menos importantes
para as
mulheres, e viceversa.
Que coisa! Não surpreende o fato de que maridos e mulheres tenham tanta
dificuldade em satisfazer as necessidades um do outro. Eles estão dispostos
a
fazer pelo outro o que mais apreciam, mas seus esforços são equivocados
porque o
que eles mais apreciam é exatamente o que seus cônjuges menos apreciam!
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Preste atenção à próxima observação que farei, porque é um dos aspectos
mais
malcompreendidos de meu programa. Toda
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14
Ela Precisa, Ele Deseja
pessoa é única. Enquanto os homens em média elegem cinco necessidades
emocionais
como as mais importantes e as mulheres em média elegem outras cinco,
qualquer um
pode e elege qualquer combinação das dez. Assim, embora eu tenha
identificado as
necessidades emocionais mais importantes do homem e da mulher, não conheço
as
necessidades de todos os maridos e esposas em particular. E já que estou no
ramo
de salvar casamentos de indivíduos únicos, e não casamentos em geral,
preciso
identificar as combinações de necessidades que são únicas para o seu
casamento.
Trago um breve resumo das dez necessidades básicas no Apêndice A e um
Questionário de Necessidades Emocionais no Apêndice B. Isto ajudará você a
identificar as necessidades emocionais mais importantes únicas para você e
seu
cônjuge.
Geralmente, este fracasso do homem e da mulher devese à ignorância de
ambos
quanto às necessidades um do outro, e não a uma simples atitude de egoísmo,
má
vontade ou desconsideração. Suprir essas necessidades não significa que
você
deva sofrer e ranger os dentes para fazer o melhor de algo que detesta.
Significa prepararse para atender necessidades que você pessoalmente não
tem.
Aprendendo a compreender que seu cônjuge é uma pessoa totalmente diferente,
você
começa a se especializar em atender a todas as necessidades emocionais
dele, se
você assim desejar.
Nos casamentos que falham em suprir essas necessidades, tenho observado,
com
preocupação, a freqüência com que pessoas casadas escolhem o mesmo modelo
de
comportamento para satisfazer suas necessidades não alcançadas: o
relacionamento
extraconjugal. As pessoas enveredam em romances com surpreendente
regularidade,
apesar das fortes convicções morais ou religiosas que possam ter. Por quê? O
fracasso de um cônjuge em suprir as necessidades do outro resulta numa sede
que
precisa ser saciada. Se não houver mudanças dentro do casamento para
atender a
essas necessidades, o indivíduo se verá diante da forte tentação de
preenchêlas
fora do guardachuva matrimonial.
Seu casamento é à prova de relacionamentos extraconjugais?
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Se quisermos manter nosso casamento à prova de relacionamentos
extraconjugais,
não podemos enfiar a cabeça na areia. Quem acredita que seu cônjuge é
"diferente" jamais se envolverá num relacionamento fora do casamento, mesmo
que
suas carências não sejam supridas, poderá receber um grande choque. Em vez
disso, precisamos entender os sinais que evidenciam a possibilidade de um
caso
extraconjugal, como tal relacionamento pode começar e como fortalecer as
áreas
vulneráveis de um casamento diante dessa possibilidade. ? '
Por que ter um caso é tão tentador?
s . ._ _,_ . _. , v
Um caso consiste em duas pessoas envolvidas num relacionamento
extraconjugal que
combina sexo com sentimentos de intensa paixão. Estamos excluindo desta
definição o afeto sem envolvimento sexual, que pode existir fora do
casamento, e
o envolvimento sexual sem o vínculo de amor. Mesmo que esses dois tipos de
relacionamento causem sérios problemas no casamento, minha experiência
mostra
que eles podem ser resolvidos mais facilmente que um caso. O relacionamento
que
combina sexo (geralmente com grande dose de paixão) e um amor verdadeiro
ameaça
a essência do casamento porque os amantes experimentam uma intimidade
perfeita,
e isto supre pelo menos uma necessidade do cônjuge fora do relacionamento
conjugai. Na maioria dos casos, quando um cônjuge descobre que o outro
rompeu o
compromisso da fidelidade, o casamento é abalado.
Os casos geralmente começam com um "Somos apenas bons amigos"
Um caso, em geral, começa com uma amizade a pessoa já conhece o seu ou a
sua
amante antes que o caso aconteça, e mui
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Ela Precisa, Ele Deseja
tas vezes a terceira pessoa é o marido ou a esposa de um casal considerado
"amigos íntimos". Em outro exemplo comum, o amante pertence à família do
outro
cônjuge um irmão ou uma irmã. Também é possível conhecer o amante no
trabalho.
Como eu disse, um caso costuma partir de uma simples amizade. A pessoa
compartilha seus problemas com a outra, que age da mesma forma. Geralmente,
para
que o caso se desenvolva, os amantes devem estar juntos com freqüência:
diariamente no trabalho, participando de alguma comissão ou junta, ou
assumindo
algum tipo de responsabilidade que os permita estar juntos com alguma
constância.
À medida que a amizade se intensifica, ambos começam a tro J car apoio e
estímulo, especialmente no que diz respeito às suas l necessidades não
supridas. A vida não é fácil. Muitas pessoas se desiludem ao extremo com a
vida
que levam. Quando encontram alguém que as incentiva e apoia, a atração por
essa
pessoa age como um poderoso ímã. Assim, mais cedo ou mais tarde, elas se
vêem na
cama com o amigo ou a amiga que tanto as compreende e incentiva. Isso
simplesmente acontece. Ninguém o planeja, nem você nem seu amigo ou amiga.
Geralmente, a amizade que se transforma em caso não se baseia em atração
física.
Uma mulher olha para a amante do marido e diz: "Como pode este homem estar
interessado naquela mulher?".
A resposta é muito simples, porque a atração é emocional. Não importa tanto
se a
outra mulher está acima do peso, se é magra ou simplesmente feia. O
importante é
que ela foi capaz de suprir as necessidades não satisfeitas. Num caso, o
amante
geralmente se torna a pessoa mais carinhosa que o cônjuge já conheceu.
Este, por
sua vez, desenvolve um desejo recíproco de cuidado, numa intensidade jamais
experimentada.
Uma vez presos num caso, os dois compartilham um forte desejo de satisfazer
as
necessidades um do outro. Este desejo os une
Seu casamento é à prova de relacionamentos extraconjugais?
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em uma paixão mútua, que se desenvolve num relacionamento sexual
apaixonado. A
vontade de proporcionar felicidade um ao outro transforma um simples
romance em
um dos mais íntimos e completos relacionamentos.
À medida que este cuidado e paixão crescem, a pessoa se vê presa numa
armadilha
criada por ela mesma, e perde todo o senso crítico quando, literalmente, se
torna dedicada à outra pessoa num relacionamento construído sobre a
fantasia,
não sobre a realidade.
Vários fatores contribuem para que um caso seja tão agradável
e emocionante:
• Os amantes conseguem o melhor um do outro.
• Os amantes ignoram as faltas um do outro.
• Os amantes estão sexualmente ativos, como nunca estiveram antes.
Sexualmente
falando, ninguém poderia ser tão excitante quanto o amante secreto.
O que realmente excita a pessoa que se envolve num relacionamento
extraconjugal
não é bem a nova parceira ou o novo parceiro, mas a fantasia. Quando
planejam
juntos aonde e quando vão se encontrar para sessões de paixão e sexo, eles
ignoram as realidades da vida. Seu romance pode durar um bom tempo, até que
alguém descubra. E, quanto mais longo for, mais difícil será interrompêlo.
Embora a maioria das pessoas afirme que jamais se envolveria em um
relacionamento extraconjugal, a grande verdade é que, dependendo das
condições
(justas ou injustas), qualquer um de nós pode tornarse uma vítima, se não
tivermos nossas necessidades supridas.
Não é necessário algo especial ou diferente para se envolver num caso. Pelo
contrário, muitos homens e mulheres normais envolvemse em relacionamentos
extraconjugais a partir de um processo sim
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Ela Precisa, Ele Deseja
pies e ilusório. Quando as necessidades básicas de uma pessoa não são
supridas,
ela começa a pensar: "Isto não é certo! Isto não é justo!"
O passo seguinte é procurar apoio: "Se pelo menos eu tivesse alguém com
quem
conversar...".
Daí é só um passo para procurar apoio fora do casamento. A pessoa não
precisa,
necessariamente, sair à procura de alguém: a outra ou o outro estará por
perto.
De repente, a pessoa se flagra
pensando: "Não é ótimo podermos conversar e compartilhar jun
^__:>"
i /
tos?".
Em alguns casos o processo acima dura alguns meses; em outros, levará
vários
anos. Mas pode acontecer. Eu já vi acontecer várias vezes nos últimos vinte
e
cinco anos. Infelizmente, parece fazer pouca diferença o que alguém
professa no
que diz respeito a compromissos religiosos ou valores morais.
No início da minha carreira como conselheiro eu ficava admi^ rado ao ver
pessoas
que declaravam ter compromisso firme com a religião e com a moral envolver
se em
casos extraconjugais. Eu pertenço a uma igreja e tenho minhas convicções
sobre a
fé crista. Como as pessoas que declaram ter este mesmo compromisso puderam
afastarse dessa forma? Será que faltou poder em sua fé? Quanto mais eu lido
com
crentes e outras pessoas com profundas convicções morais, mais compreendo o
poder das nossas necessidades emocionais básicas. Quando casei com minha
esposa
Joyce, prometi ser totalmente dedicado a ela e ao meu casamento. Tenho sido
fiel
aos meus votos durante trinta anos de casamento, mas não porque eu seja
algum
tipo de exemplo de força de vontade ou modelo de virtude. É porque Joyce e
eu
temos sido realistas no que diz respeito a satisfazer as necessidades
emocionais
básicas um do outro.
Resumindo, fique de olho nas suas necessidades . Para ajudar você a
entender
como isto acontece, gostaria de apresentar o Banco do Amor um recurso de
equilíbrio interior que você nunca .imaginou possuir.
Por que o Banco do Amor nunca fecha
\^í/ casamento é um relacionamento complexo, talvez o mais intrincado de
todos.
Infelizmente, muitos de nós não imagina em que estamos nos metendo quando
dizemos o "sim". Achamos que a dinâmica de um bom casamento depende de
alguma
misteriosa mistura de pessoas "certas". Ou, se um casamento se torna
difícil,
dizemos que aquelas pessoas não foram feitas uma para a outra. Embora duas
pessoas inerentemente incompatíveis possam casar, isto não é algo comum.
Mais
freqüentemente, os rompimentos acontecem quando um parceiro ou ambos
não tem
a habilidade ou a consciência para suprir as necessidades um do outro.
Geralmente, ser a pessoa certa ou feita para a outra não depende de uma
equação
misteriosa de compatibilidade, mas de quanto se deseja ou se é capaz de
satisfazer as necessidades dessa outra pessoa. "
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20
Ela Precisa, Ele Deseja
E se alguém deseja fazêlo, mas se sente incapaz ou inábil? Não há
problema! É
possível fazer alguma coisa a respeito. Reaprender é sempre possível. Por
esta
razão, creio que os casamentos torpedeados por casos extraconjugais não
precisam
necessariamente afundar. Eles podem ser levados para um estaleiro,
consertados e
reequipados. Uma vez reparados, velejarão para mais longe, e mais
rapidamente
que antes.
Meu objetivo não se limita a salvar casamentos que já chegaram ao extremo
de
abrigar um caso extraconjugal. Eu quero ir além disso. Quero mostrar como
você
pode tornar seu casamento à prova desses casos, construindo um
relacionamento
que sustente o romance e aumente a intimidade e a união ano após ano. Para
que
seu casamento seja à prova de casos, você precisa conhecer as necessidades
básicas de seu cônjuge e saber como suprilas. Mas, primeiro, quero ajudar
você
a entender como as necessidades são tão poderosas e exaustivas. Como eu
disse no
primeiro capítulo, elas precisam ser acompanhadas com cuidado. Para ajudar
meus
clientes a fazer isso, inventei um conceito que chamo de o Banco do Amor.
Todos nós temos um Banco do Amor
De modo figurado, acredito que cada um de nós tem um Banco do Amor que
possui
diferentes contas, uma para cada pessoa que conhecemos. Cada pessoa faz
depósitos ou retiradas todas as vezes que interagimos com ela. Interações
prazerosas geram depósitos; as dolorosas geram retiradas.
No meu sistema do Banco do Amor, cada depósito ou retirada vale certo número
de
unidades de amor. Se encontro um amigo (vamos chamálo de "Jorge") e este
encontro me faz sentir bem, uma unidade de amor é depositada na conta dele
no
meu Banco do Amor. Se este mesmo encontro me faz sentir contente, o depósito
de
Jorge será de duas unidades de amor na conta dele.
Por que o Banco do Amor nunca fecha
21
Muito contente, três unidades de depósito. Quatro unidades irão para a
conta se
este encontro me fizer sentir excepcionalmente
bem.
Imaginemos que eu me sinta desconfortável ao encontrar alguém (vamos chamá
la de
"Nair"). Uma unidade de amor é retirada da conta dela. Se ela fizer com que
eu
me sinta mal, duas unidades são retiradas. Muito mal, a retirada eqüivale a
três
unidades. Se eu considerar o meu encontro com Nair uma das piores
experiências
da minha vida, isto lhe custará uma retirada de quatro unidades de amor.
À medida que o tempo passa, as contas no meu Banco do Amor variam. Alguns
dos
meus conhecidos fazem depósitos consideráveis. Outros têm saldos menores,
talvez
por passarem menos tempo comigo. Um terceiro grupo constrói saldos ainda
mais
diminutos porque minhas experiências com essas pessoas são variadas.
Algumas são
alegres, outras, decepcionantes. Neste caso, os depósitos quase eqüivalem
às
retiradas.
Outras pessoas "entram no vermelho" comigo. Isto significa que elas me
causam
mais tristeza do que alegria. Nunca me sinto bem quando penso nelas, não
quero
vêlas nem quero estar com elas. Em suma, as contas delas no meu Banco do
Amor
estão com saldo negativo.
Uma história de amor de um Banco do Amor
E claro que o Banco do Amor não pretende ser matematicamente preciso, mas
simplesmente contabilizar o fato de que influenciamos emocionalmente uns
aos
outros em quase todos os encontros pessoais. O acúmulo de experiências
negativas
e positivas determina nossa reação emocional para com aqueles que
conhecemos. E
certo que você não está efetivamente consciente dessas coisas. Você nunca
dirá a
si mesmo: Oba! Consegui um depósito de três unidades! ou Puxai Menos quatro
unidades para ele!
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Ela Precisa, Ele Deseja
De igual modo, as unidades de amor não são constantemente retiradas ou
depositadas.
No casamento, dois Bancos do Amor operam constantemente: o dele e o dela.
Vejamos a história de João e Maria para saber o que acontece quando a conta
de
uma esposa no Banco do Amor do marido fica bem baixa, e outra mulher, muito
compreensiva, o espera no seu escritório. Neste exemplo, focaremos o Banco
do
Amor de João porque ele está tendo um caso extraconjugal.
Quando João conheceu Maria, imediatamente sentiu algo especial. Ela não era
apenas bonita, mas também charmosa, inteligente e cheia de vida. Na mesma
hora,
foram creditadas três unidades de amor na conta que Maria havia aberto no
Banco
do Amor de João. Um ou dois dias mais tarde, João ligou para Maria e a
convidou
para sair. Ela aceitou e, logo que João desligou o telefone, mais duas
unidades
foram para a conta de Maria.
O encontro foi sensacional. João considerou aquela uma das melhores
experiências
de sua vida. Quatro outras unidades foram creditadas na conta de Maria,
totalizando um saldo de nove unidades de amor. Um segundo encontro foi quase
tão
bom quanto o primeiro, e ela conseguiu mais três unidades, elevando o seu
saldo
para doze.
Na próxima oportunidade em que João convidou Maria para sair, ela o deixou
triste. Disse que sentia muito, mas já tinha um compromisso assumido
semanas
atrás. No entanto, ela logo garantiu que estaria livre na noite seguinte,
se
fosse interessante para ele. João estava realmente interessado e fez planos
para
pegála às oito da noite para jantar.
O que aconteceu com a conta de Maria como resultado deste contato levemente
negativo?
Ela realmente pareceu triste por não poder sair comigo, João pensou. Não
posso
esperar que ela. esteja à minha disposição a toda hora. Além disso, ela
sugeriu
que saíssemos no dia seguinte, à noite. Tenho certeza de que ela gosta de
mim.
Por mais que João tentasse se con
Por que o Banco do Amor nunca fecha
23
vencer, aquela experiência ainda o fazia sentirse desconfortável. Uma
unidade
foi debitada da conta de Maria no Banco do Amor
de João.
Nos meses seguintes, João e Maria se encontraram regularmente e com
freqüência.
As experiências boas estavam muito à frente das ocasionalmente negativas, e
o
saldo de Maria logo alcançou duzentas e cinqüenta unidades de amor. Apenas
Sara,
uma namoradinha com quem João rompera um ano antes, havia acumulado mais
unidades no Banco do Amor de João, e ele começou a acreditar que estava
apaixonado por Maria.
Seis meses depois, o saldo de Maria chegou a quinhentas unidades de amor, o
total mais elevado entre todas as mulheres da vida de João, excedendo até o
de
Sara. Neste ponto, João sentiu que nunca amara ninguém como amava Maria.
Ele
confessou que ela era a mulher mais atraente, mais inteligente, mais
sensível,
mais charmosa e mais encantadora que ele já conhecera.
Maria atraiu João por causa do seu saldo depositado no Banco do Amor dele.
Ele a
associava com muitas experiências emocionais positivas e até sensacionais
e
apenas algumas poucas negativas. João aguardava com expectativa cada
encontro
com Maria e seu pensamento permanecia nela quando eles se separavam.
João começou a pensar no que faria se algum dia perdesse Maria. Ele não
podia
imaginar passar o resto de sua vida sem ela.
Com Maria ao meu lado, eu não preciso de nada nem ninguém mais para ser
feliz,
João dizia para si mesmo. Em sua mente, já começavam a se formar vividos
pensamentos de casar com Maria. Enquanto isso, a conta de João no Banco do
Amor
de Maria cresceu bastante, mas não na mesma proporção. Quando eles se
13
conheceram, Maria o achou bem atraente. Os dois primeiros encontros foram
experiências muito boas e, neste ponto, ela sentia bastante afeto por ele,
mas
ainda não estava muito segura. Maria se lembrava de Roberto e de como o
amava
antes de ele haver rompido com ela para casar com uma velha amiga do
colégio.
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24
Ela Precisa, Ele Deseja
No encontro seguinte, de repente, Maria disse a João que precisava "dar um
tempo". Ela sugeriu que suspendessem os encontros por um mês ou mais, e
perguntou se eles não deveriam sair com outras pessoas durante este
período.
João ficou arrasado. Este encontro registrou uma das piores experiências de
sua
vida. Quatro unidades foram retiradas rapidamente da alta conta de Maria.
Alguns dias depois, João ligou para Maria e tentou convencêla a mudar de
idéia,
mas ela se manteve firme. João ligou para ela várias vezes na semana
seguinte.
Maria continuava irredutível e, antes que João decidisse deixála em paz
por um
mês, já havia um débito total de vinte e cinco unidades na conta de Maria.
João passou o mês sentindose miserável. Continuou profundamente apaixonado
por
Maria, cujo saldo no seu Banco do Amor continuava alto, com quatrocentas e
setenta e uma unidades. João tentou sair com outras mulheres, mas não
existia a
mínima chance com nenhuma delas. E, como ele era louco por Maria, qualquer
encontro com outra garota se tornava uma experiência negativa para ele.
Embora
não tivesse culpa, todas as mulheres que João encontrou acumularam débitos
em
seu Banco do Amor.
Ao fim de um mês, João ligou para Maria. O saldo dela permanecia em
quatrocentas
e setenta e uma unidades porque, enquanto ele se mantinha ligado a ela, não
houve experiências negativas que causassem mais retiradas. João se sentiu
paralisado quando Maria lhe disse que sentia terrivelmente a sua falta e
aceitava o convite para um encontro na noite seguinte. Ela apenas precisava
de
tempo para pensar em todas as coisas e entender claramente como se sentia.
O primeiro encontro após um longo mês de separação foi uma experiência
memorável. Outros encontros subseqüentes foram melhores do que nunca. Ao
fim do
primeiro ano, o saldo de Maria no Banco do Amor de João chegou a mil
unidades.
Ao mesmo tempo, a conta de João no Banco do Amor de Maria subiu e alcançou
o
máximo de novecentas e vinte e cinco unidades. João
Por que o Banco do Amor nunca fecha
25
conseguiu superar Roberto em todos os sentidos e Maria também já pensava em
casamento.
Uma noite, após jantar em seu restaurante favorito, João pediu Maria em
casamento. Ele lhe disse que queria viver para fazêla feliz, e assegurou
que, se
ela o aceitasse como marido, ele jamais faria algo que a magoasse. Ela
aceitou a
proposta e, após um curto noivado, eles se tornaram marido e mulher.
Além da luademel
O primeiro ano de casamento foi extremamente feliz. Sem ter consciência
disso,
João e Maria satisfaziam perfeitamente as necessidades básicas um do outro.
João
continuava afetivo, paciente e carinhoso como era quando eles namoravam.
Maria
reagia apaixonadamente enquanto faziam amor. Eles passavam um tempo
considerável
juntos e compartilhavam suas esperanças e sonhos em longas conversas. Maria
começou a tomar aulas de tênis, de modo que podia jogar com seu marido de
forma
equilibrada, já que este era o passatempo preferido de João.
Maria sabia que podia confiar em João porque ele era muito honesto em todas
as
coisas. Ele se orgulhava de sua bela esposa e se sentia particularmente
feliz
com a maneira como ela cuidava dos detalhes da casa, ao mesmo tempo que
mantinha
o seu trabalho como secretária em regime de meio expediente. João ganhava
um bom
salário como analista de sistemas, mas ele e Maria decidiram que ela
trabalharia
enquanto desejasse, pelo menos por enquanto.
Maria se sentia segura com João, que parecia satisfeito com uma vida
caseira e
familiar. Ela se sentia orgulhosa de João e, muitas vezes, verbalizava isto
para
o marido.
Durante o primeiro ano de felicidade conjugai, o que aconteceu com os
saldos no
Banco do Amor de cada um deles? E interessante que João e Maria não
acumularam
pontos na mesma
15
26
Ela Precisa, Ele Deseja
proporção de antes do casamento, principalmente se levarmos em conta que
eles
passaram a compartilhar uma variedade muito maior de experiências do que
quando
namoravam. Eles estavam juntos quando se sentiam bem e quando se sentiam
mal.
Créditos e débitos nas contas dos seus Bancos do Amor eram movimentados de
acordo com os altos e baixos da vida.
Apesar da redução em seus depósitos, o saldo de Maria no Banco de Amor de
João
ainda crescia. Ao fim do primeiro ano de casamento, o lucro em relação ao
ano
anterior chegava a cem unidades. Isto somava um total de mil e cem. Na conta
de
João, aconteceu aproximadamente o mesmo. Durante os quatro anos seguintes,
as
contas de ambos no Banco do Amor continuaram a crescer.
No quinto aniversário do seu casamento, João ainda se mostrava muito
apaixonado
por Maria e ela sentia o mesmo com relação ao marido. Eles decidiram que
era
hora de pensar em filhos, e a pequena Sílvia chegou no início do seu sexto
ano
de casamento.
Mudanças significativas começaram a acontecer naquele sexto ano. Maria
ainda era
a alegria da vida de João, mas ele passou a se sentir deprimido com mais
freqüência. Ao mesmo tempo que Sílvia era uma bonequinha e João a amava
profundamente, ela criava novas exigências e experiências negativas. Ter de
trocar as fralNias da filha durante a noite não era propriamente um momento
de
prazer para João. A decisão de Maria em não amamentar Sílvia fazia crescer,
para
ele, a responsabilidade de segurála no colo e dar a mamadeira. Além disso,
Maria teve muita dificuldade em perder o peso que ganhou durante a
gravidez.
Como resultado dessas pequenas vicissitudes tão comuns, o saldo de Maria no
Banco do Amor de João caiu cem pontos durante o ano. A perda não era tão
significativa... ainda. O saldo continuava alto, e João permanecia
apaixonado
por ela.
Mas, por volta do segundo aniversário de Sílvia, Maria começou a se mostrar
incomodada. Ela queria ser mais do que uma
Por que o Banco do Amor nunca fecha
simples secretária de meio expediente. Tinha planos para uma carreira mais
desafiadora e não queria esperar até que os filhos crescessem e saíssem de
casa.
Pensando assim, perguntou a João se ele se oporia caso ela voltasse a
estudar
para terminar a faculdade e, possivelmente, para cursar o mestrado em
administração de empresas.
"Serão seis anos de estudos", Maria explicou, "mas eu deixarei o meu
trabalho
como secretária para que possa cuidar da nossa filha durante o dia e
assistir às
aulas da noite."
João aceitou a idéia com entusiasmo. Ele tinha, naquele momento, um emprego
bom
e estável, e a família não precisava realmente do salário de Maria. Ele se
ofereceu para cuidar de Sílvia enquanto a esposa estivesse na faculdade e
sempre
que precisasse para terminar algum trabalho.
Sueli entra em cena
Maria se matriculou no curso, e logo começou a ter notas excelentes, que
exigiam
um grande sacrifício João já não estava tão feliz com tudo isso. O que
mais o
incomodava é que Maria parecia nunca estar disposta a fazer amor. João
compreendia o seu dilema. A faculdade consumia muita energia, e tudo o que
sobrava devia ser gasto no cuidado com a casa e com Sílvia. Quando ia para
a
cama, Maria estava exausta, e João entendia que insistir em sexo, nestas
condições, seria falta de consideração.
João tirava o melhor proveito que podia das cada vez menos freqüentes e
mais
apressadas relações sexuais que aconteciam quando sentia que a esposa
mostrava
alguma disposição, mas também sentia falta da atenção que ela lhe dava e
das
partidas de tênis que costumavam jogar nos sábados pela manhã. Agora,
raramente
Maria passava momentos a sós com ele, e muito menos jogava tênis. Em vez
disso,
16
estava sempre às voltas com o trabalho da casa ou colocando em dia os
compromissos exigidos pelo curso.
17
28
Ela Precisa, Ele Deseja
João e Maria continuaram com esse estilo de vida nos dois anos seguintes. A
conta de Maria no Banco do Amor de João caiu aos poucos, mas com
regularidade.
João começou a indagar o que acontecera com aquela criatura adorável com
quem
casara. Ela parecia estar sempre perdida nos livros, mas, ironicamente,
nunca
queria discutir suas aulas com ele.
"Isso tudo é coisa que você estudou anos atrás", Maria dizia. "Além disso,
você
é bom em matemática, e não estou me aprofundando nessa área."
É bom destacar que a conta de João no Banco do Amor de Maria continuava
firme,
porque ele estava colaborando para satisfazer uma necessidade muito
especial
para ela naquele momento: obter o diploma. Maria estava consciente de que
eles
não passavam muito tempo juntos, mas era profundamente grata ao marido por
todo
o seu sacrifício e seu aparente total comprometimento com a família.
As coisas vão melhorar assim que eu me formar, Maria pensava. Assim, ela se
dedicou à sua formação acadêmica, não se dando conta realmente de como seu
marido se sentia.
Enquanto isto, no trabalho, João passava cada vez mais tempo com uma
gerente de
produção muito atraente chamada Sueli. A companhia a transferira para o
departamento dele, e eles começaram a trabalhar juntos. Quando o marido de
Sueli
a deixou por causa de outra mulher, João a confortou e a apoiou como pôde.
Passaramse meses e a amizade de João e Sueli se aprofundou dia após dia.
Logo
ela conseguiu depositar algumas centenas de unidades na sua conta no Banco
do
Amor de João.
Sueli fazia depósitos quando eles conversavam na hora do café e em outros
momentos oportunos. João não tinha restrições em compartilhar com Sueli
suas
experiências positivas e negativas. Aquelas conversas às vezes lembravam os
bons
tempos dos primeiros anos com Maria.
Quando João começou a se sentir frustrado com relação à falta de tempo de
Maria
para o sexo (ou para qualquer outra coisa
Por que o Banco do Amor nunca fecha
29
além de estudar), compartilhou sua frustração com Sueli, que sempre se
mostrava
solidária. Aliás, ela dizia para João que, desde o divórcio, também se
sentia
sexualmente frustrada.
As semanas e os meses voaram e Maria terminou o curso de bacharelado e se
lançou
no mestrado. "Só mais dois anos e acabo tudo", ela dizia para João. "Você
tem
sido maravilhoso em me dar todo este apoio." João sorria, dizendo que
ficava
feliz em fazer isso, mas, por dentro, sentia outra coisa.
"Ela está tão envolvida naquele curso que nem consegue pensar em outra
coisa",
João disse para Sueli no dia seguinte, enquanto tomavam café. "Eu quero que
ela
estude, mas me pergunto se o preço não está sendo muito alto."
Algumas semanas mais tarde, Maria estava particularmente exausta com os
estudos
para as provas. Ao mesmo tempo, João se envolvera com um projeto especial
que o
forçava a ficar várias noites fazendo serão com a ajuda de Sueli. Em uma
dessas
noites, quando os dois ficaram até tarde trabalhando a sós, tudo aconteceu.
Em
dado momento João disse para Sueli como se sentia sozinho. Logo depois, ela
estava em seus braços e eles se envolveram em uma relação sexual.
Quando terminaram e começaram a se arrumar para voltar para casa João se
mostrava visivelmente agitado e culpado. Sueli percebeu seus sentimentos e
disse
que não desejava estragar seu casamento, nem se colocar entre ele e Maria.
"Olhe", disse ela, "preciso ser honesta. Eu me apaixonei por você e quero
fazêlo
feliz. Por que não fazemos amor todas as vezes que pudermos? Isto é tudo o
que eu desejo."
No caminho para casa, João decidiu não se sentir tão culpado, afinal.
Aliás, ele
começou a se sentir feliz. Em virtude de uma dificuldade involuntária,
Maria se
sentia incapaz de satisfazer as necessidades sexuais do marido, e Sueli
nada
18
mais desejava do que preencher essa falta como sua parceira sexual
temporária.
Por que não concordar, já que isto a ajudava, satisfazendo também as
necessidades dela?, João racionalizou. Será só por algum tempo, é
19
30
Ela Precisa, Ele Deseja
claro... até que Maria termine o seu curso e tenha mais disposição para o
sexo.
Sempre que João se sentia culpado, logo se valia desses pensamentos sobre
suas
necessidades não supridas.
Daí em diante, João e Sueli se relacionaram sexualmente pelo menos uma vez
por
semana, às vezes até com mais freqüência. Em menos de um ano, a conta de
Sueli
no Banco do Amor de João pulou para mil unidades, aproximadamente o mesmo
que
estava depositado na conta de Maria. Este acréscimo tão considerável em seu
crédito ocorria porque ela nunca fazia ou dizia nada que fizesse João
sentirse
desconfortável. Cada encontro sexual era cheio de paixão. Resumindo, João
achava
Sueli incrível e se sentia tremendamente apaixonado por ela.
A paixão de João não significava que ele deixara de amar sua esposa. Sem as
frustrações sexuais, o relacionamento entre João e Maria melhorara
bastante.
Eles incluíam a pequena Sílvia em tudo o que faziam juntos, e se esforçavam
para
desfrutar dos passeios em família. Quando Maria tinha um pequeno recesso na
universidade e se dispunha a fazer amor, João se mostrava um parceiro
entusiasmado. Infelizmente, esses momentos não aconteciam com grande
freqüência.
João e Sueli lidavam com seus encontros semanais de forma racional. Ele
nunca se
permitia pensar duas vezes no fator certo ou errado da situação. O grande
projeto no qual João se envolvera continuava a exigir serões, e Maria nunca
suspeitou de nada. Maria, na verdade, nunca teria sabido da existência de
Sueli
se não fosse por Gilda, sua grande amiga. Através de outra mulher, cujo
marido
trabalhava no departamento de João, Gilda soube como ele e Sueli se
portavam
carinhosamente na hora do cafezinho. Gilda ficou curiosa e decidiu
investigar.
Descobriu, então, o romance de João e Sueli e foi direto a Maria contar a
terrível novidade.
A princípio Maria não acreditou na história de Gilda, mas, quando resolveu
tirar
tudo a limpo, flagrou o marido, que se mostrou envergonhado.
Por que o Banco do Amor nunca fecha
31
João ficou abalado porque nunca imaginou que seria descoberto. Se Maria não
soubesse sobre Sueli, não ficaria magoada. Pela primeira vez, João se
sentiu
profundamente culpado. Implorou o perdão de Maria e tentou explicar por que
havia agido daquela forma.
"Eu percebia o quanto você estava ocupada com seus estudos e não quis ser
egoísta, exigindo que fizéssemos amor. Esta coisa com Sueli simplesmente
aconteceu... Acho que permiti que continuasse porque eu precisava de sexo.
Eu
nunca pretendi magoar você. Agora posso ver que fui egoísta e realmente
estúpido. Prometo que nunca mais isto acontecerá."
Maria ficou angustiada e furiosa. Por que João nunca dissera nada? Por que
teve
de trair seu casamento para satisfazer suas necessidades? Pela primeira
vez,
Maria percebeu que o seu investimento em busca de mais um curso se revelara
uma
armadilha. Ela chorou incontrolavelmente e João sentiuse igualmente
arrasado.
Ele pediu que Maria o perdoasse e jurou que nunca mais veria Sueli.
Como Maria amava seu marido de verdade, ela o perdoou e tentou fazer
algumas
mudanças. Abandonou algumas disciplinas em busca de tempo para jogar tênis
novamente com o marido. Tentou fazer amor com João várias vezes por semana,
com
paixão e entusiasmo. João tinha a intenção de se manter fiel, mas, nas
primeiras
semanas após o confronto, ele sofreu a mais severa depressão de sua vida.
Gostando ou não, o seu Banco do Amor havia feito os seus depósitos. Agora,
ele
amava Maria e Sueli. João sentia a falta de Sueli, mas não podia abandonar
Maria. Em suma, João amava as duas mulheres e precisava de ambas. As duas
tinham
saldos substanciais no seu Banco do Amor e ele já não podia mais ficar sem
uma
delas.
Por mais que tentasse, João não conseguia mais ficar longe de Sueli. Para
aliviar sua depressão, voltou a estar com ela, e descobriu que ela também
ficara
20
deprimida com sua ausência. Ela o recebeu alegremente numa incrível noite
de
amor, e os dois fizeram planos ela
21
32
Ela Precisa, Ele Deseja
borados para estarem juntos sem serem descobertos. Mas não demorou muito e
Maria
suspeitou, e logo confirmou, que estava compartilhando seu marido com outra
mulher, a quem João se afeiçoara.
E agora?
Nesse ponto, pessoas como João e Maria freqüentemente acabam no meu
consultório.
João deseja terminar seu relacionamento extraconjugal por causa da
crescente
pressão em casa. Maria deseja que ele se livre da outra mulher porque isto
a
deixa perturbada. Sueli, a esta altura, está cansada de se mostrar nobre e
paciente: ela pressiona João a se divorciar e casar com ela.
O problema é que o cônjuge errante neste caso, o marido
não consegue decidir entre uma mulher e outra. Sua amante consegue
satisfazer
algumas de suas necessidades, e sua mulher, outras. Ele é como um burro
entre
dois fardos de feno, que, em vez de morrer de fome por não decidir qual
fardo
escolher, prefere beliscar um pouco de cada um!
Às vezes, sou capaz de ajudar. Às vezes, não. Tudo depende de o cônjuge
errante
e sua amante conseguirem separarse permanentemente e de o casal legítimo
aprender a satisfazer as necessidades básicas um do outro dentro dos laços
do
casamento.
/ O que aconteceu com o compromisso? /
Talvez você esteja perguntando a si mesmo: Será que preciso preocuparme se
meu
cônjuge terá ou não um relacionamento extraconjugal, caso eu não satisfaça
as
suas necessidades? E o meu cônjuge deve temer que eu tenha um
relacionamento
extraconjugal, caso minhas necessidades não sejam satisfeitas? De acordo
com as
necessidades descritas neste livro, a resposta é "sim".
Reconheço que esta não é uma boa notícia. "O que aconteceu com o
compromisso?",
você pode questionar. "E a confiança*.
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar afeto
33
Como construir um casamento, se os parceiros não podem confiar um no
outro?"
Sou totalmente a favor do compromisso e acredito que confiança é um elo
vital em
qualquer casamento. Mas os vinte e cinco anos de experiência com milhares
de
pessoas têm me ensinado uma verdade inegável: Se uma das cinco necessidades
emocionais básicas de um dos cônjuges não for satisfeita, este cônjuge se
torna
vulnerável à tentação de um relacionamento extraconjugal. Ao examinar cada
uma
dessas áreas de necessidades separadamente, os casais podem descobrir como
cuidar um do outro, de várias formas, a fim de que seus casamentos se
tornem
resistentes a esses possíveis casos. E, mais importante ainda, seus
relacionamentos tornamse mais excitantes e completos e confiáveis do
que
eles jamais imaginaram.
No primeiro capítulo, mencionei dez necessidades emocionais de homens e
mulheres. Embora sejam comuns a ambos os sexos, cinco delas são mais
identificadas como as mais importantes para as mulheres, e as outras cinco,
como
mais importantes para os homens.
A disparidade entre homens e mulheres no que se refere à prioridade dada a
essas
dez necessidades dificulta, para ambos os sexos, a compreensão do que se
passa
com o outro. Eles podem perguntar: "Por que estas cinco coisas são tão
importantes para você? Nenhuma delas me afeta a ponto de eu achar que não
conseguiria passar sem elas, ao menos por algum tempo. O que está
acontecendo
com você?".
Devido a esta falta de compreensão, o casal, sem saber, age no sentido
contrário, porque cada um tenta satisfazer sua própria necessidade, e não a
que
o parceiro ou parceira sente. Assim, as esposas freqüentemente enchem os
maridos
de afeto porque é isto o que elas mais apreciam, e os maridos sufocam as
esposas
com investidas sexuais, por ser esta uma de suas mais fortes necessidades.
Qualquer um fica confuso quando, na melhor das hipó
22
34
Ela Precisa, Ele Deseja
teses, o cônjuge reage com um prazer mínimo e, na pior, com irritação,
aborrecimento e até desinteresse.
Este tipo de comportamento no qual o marido dá à mulher algo de que, na
verdade, ela não necessita tanto assim, e viceversa, é prejudicial e
destrutivo. Como as necessidades prioritárias masculinas são diferentes das
femininas, cada parceiro precisa dedicarse a descobrir e entender o que é
mais
importante para o outro, ou seja, qual é a necessidade com maior
prioridade.
Muitas pessoas acreditam que podem conseguir isto apenas agindo por
intuição,
mas estou certo de que isto só pode acontecer como resultado de uma
comunicação
clara e de um treinamento efetivo.
O marido e a mulher que se comprometem a satisfazer as necessidades um do
outro
estão lançando as bases de uma felicidade duradoura no seu casamento, que
pode
ser mais intensa e prazerosa do que eles jamais sonharam ser possível.
Nos dois próximos capítulos analisaremos a necessidade mais importante para
a
mulher (afeto) e a mais importante para o homem (sexo). Começaremos com o
afeto
porque, quando esta necessidade é satisfeita, prepara o caminho para que a
necessidade de sexo seja igualmente satisfeita.
Em várias situações de aconselhamento vi homens incrivelmen/ te inábeis no
que
se refere a demonstrações de afeto para com as\ esposas. Com algumas
exceções,
estes homens se queixam da "es\ cassez de sexo". Enquanto isto, suas
mulheres,
que não entendem o que significa realmente uma relação sexual completa, ou
como
ter prazer ao fazer amor, queixamse de que os maridos só querem o seu
corpo e
nunca demonstram um pouco de afeto. A frustração resultante em ambos os
lados
pode facilmente levar a um relacionamento extraconjugal ou, possivelmente,
ao
divórcio. Não precisa ser assim! Deixeme mostrar por quê.
A primeira coisa
sem a qual ela não pode
ficar afeto
^<L uando Jane se apaixonou por Ricardo achou que havia encontrado seu
príncipe
encantado. Com um metro e noventa e dois de altura, os oitenta e cinco
quilos de
Ricardo eram tão esguios e musculosos aos vinte e três anos quanto eram
quando
Jane o admirava na quadra de basquete do colégio. Incrivelmente bonito,
Ricardo
fazia o tipo forte e calado, o que intrigava Jane mais ainda. Os encontros
eram
maravilhosos e, quando ele a tomou em seus braços, seu nível de paixão
superou
as expectativas.
"Acho que temos a mesma química", Jane garantiu a si mesma.
Entretanto, apenas alguns meses após o casamento, aquela paixão começou a
enfraquecer. Jane percebeu que algo estranho es
23
36
Ela Precisa, Ele Deseja
tava acontecendo. Todas as vezes que ela se aproximava do marido para um
abraço
ou um beijo, ele se excitava quase de imediato. O contato físico geralmente
os
conduzia direto ao quarto.
Jane descobriu também que o estilo forte e calado que Ricardo demonstrava
nos
dias de namoro encobriam suas tendências ao mau humor e à introspecção.
Ricardo
contou para a esposa que sua mãe havia morrido quando ele tinha apenas dez
anos
de idade, e ele tinha sido criado por seu pai e dois irmãos mais velhos.
Jane
não deu muita importância ao fato. Talvez por isso ele seja tão forte e
masculino, pensou.
Jane não imaginava que o marido havia crescido num lar em que as
demonstrações
de afeto eram pouco freqüentes antes da morte da mãe, e quase inexistentes
depois. Literalmente, ele não sabia como dar afeto porque pouco recebera.
Para
Ricardo, afeto no casamento era sinônimo de sexo, o que fazia Jane sentirse
decepcionada e usada. Quando se aproximou o primeiro aniversário de seu
casamento, a conta de Ricardo no Banco do Amor de Jane mal se mantinha.
No trabalho, Jane foi transferida para outro departamento, onde conheceu
Edu, um
rapaz simpático que gostava de todo o mundo. Edu tinha o hábito de passar o
braço pelo ombro da pessoa com quem estivesse caminhando, homem ou mulher.
Ninguém se sentia ofendido. Era apenas um homem amável com todos.
Jane percebeu que estava começando a desejar os abraços ocasionais de Bob.
Eles
sempre a faziam sentirse bem confortável, querida e cuidada. Um dia,
encontraramse na entrada.
"Oi, Jane, como vão as coisas?" Assim Edu saudou Jane, enquanto dava um
abraço e
um beijo no rosto dela.
"Sabe, Edu, há tempos quero dizer como gosto dos seus abraços. É muito bom
conhecer um homem que gosta de dar um abraço como você faz", Jane disse.
"Bem, então chegue mais perto!", ele disse sorrindo, enquanto dava outro
abraço
e outro beijinho no rosto de Jane.
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar afeto
37
Ela tentou manter a calma, mas aquela pequena aproximação foi suficiente
para
fazer seu coração bater forte. E continuou assim nas semanas seguintes,
quando
ela começou a receber bilhetinhos de Edu, adoráveis e doces. Um deles
dizia:
"Bom dia! Espero que tenha um dia maravilhoso! Você é uma pessoa especial e
merece o melhor. Seu amigo, Edu".
Jane começou a responder aos bilhetes. Logo passou a aguardar com
expectativa
mais um bilhete de Edu como o ponto alto do seu dia. Algumas vezes, Edu
trazia
para ela um pequeno buquê de flores. Isto fazia com que ela se sentisse uma
verdadeira princesa.
Eles almoçavam juntos muitas vezes, e a conta de Edu no Banco do Amor de
Jane
subia bastante. Jane flagrouse desejando cada expressão de afeto que
recebia de
Edu: os abraços, os sorrisos, os bilhetes. Finalmente, escreveu a seguinte
nota
para ele: "Não posso evitar. Acho que estou ficando apaixonada por você".
Edu não respondeu da mesma forma, mas continuou a se mostrar afetuoso e
gentil
para com Jane. As semanas se passaram e, um dia, eles se encontraram
sozinhos
num lugar retirado que escolheram para um lanche rápido. Enquanto se
preparavam
para voltar, Jane colocou sua mão sobre a de Edu e a apertou de leve. Edu
respondeu com um abraço afetuoso. O que veio depois aconteceu tão
naturalmente e
de forma tão bonita que Jane mal conseguia acreditar. Fazer amor com Edu foi
a
experiência mais excitante de sua vida porque ela sabia o quanto ele se
importava com ela.
Nas semanas seguintes, eles escapavam juntos, sempre que possível, para um
encontro apaixonado. Ter uma relação sexual com Edu era algo maravilhoso
porque
Jane podia liberar todas as suas emoções e se envolver totalmente. O afeto
genuíno de Edu fez com que Jane se sentisse amada e querida como pessoa.
24
O que aconteceu? Será que os votos do matrimônio não significavam nada para
Jane? Será que ela estava só esperando uma
25
38
Ela Precisa, Ele Deseja
chance para ser infiel a seu marido? Dificilmente. Jane simplesmente
sentiuse
tão carente de afeto que foi literalmente abraçada por um relacionamento
extraconjugal.
O afeto é o cimento de um relacionamento
Para a maioria das mulheres, afeto significa segurança, proteção, conforto e
aprovação, coisas de vital importância a seus olhos. Quando o marido
demonstra
afeto por sua esposa, está enviando a ela as seguintes mensagens:
• Eu cuidarei de você e a protegerei. Você é importante para mim e eu
desejo que
nada de mal lhe aconteça.
• Eu me preocupo com os problemas que você enfrenta e estou ao seu lado.
• Acho que você fez um bom trabalho e estou muito orgulhoso de você.
Um abraço pode significar qualquer uma das coisas mencionadas acima. Os
homens
precisam entender o quanto as mulheres precisam destas afirmações. Para a
mulher, de modo geral, dificilmente haverá um limite.
Mencionei o abraço porque acredito ser esta uma habilidade que os homens
precisam desenvolver como forma de demonstrar afeto às suas mulheres. Também
é
um modo simples de aumentar seu saldo no Banco do Amor de suas esposas.
A maioria das mulheres gosta de abraços. Elas abraçam umas às outras,
abraçam as
crianças, os animais de estimação, os parentes até bichos de pelúcia. Não
quero dizer com isso que elas se jogariam nos braços de qualquer um. Aliás,
elas
podem ficar inibidas se, em um abraço, forem mal interpretadas, como se
houvesse
algum interesse sexual. Mas em outras situações, em muitos países e
culturas, as
mulheres gostam de abraçar e ser abraçadas.
r
,
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar afeto
39
E claro que um homem pode mostrar afeto de outras maneiras igualmente
importantes para a mulher. Um cartão ou um bilhetinho que expressem amor e
carinho podem, de forma simples mas efetiva, comunicar as mesmas emoções.
Não se
esqueça da maneira imbatível em todos os tempos: o buquê de flores. As
mulheres,
quase universalmente, adoram receber flores. Vez por outra, encontro um
homem
que aprecia recebêlas, mas não posso dizer o mesmo sobre a maioria.
Entretanto,
para as mulheres, as flores trazem uma mensagem poderosa de amor e cuidado.
Um convite para jantar também sinaliza afeto. É uma forma de dizer à esposa:
"Você não precisa fazer o que sempre faz para mim. Em vez disso, eu farei
algo
para você. Você é especial para mim e, por isso, quero lhe mostrar o quanto
a
amo e como me importo com você".
Há muitas piadas e anedotas sobre o que acontece quase imediatamente após o
casamento, quando a mulher deve descobrir o seu próprio modo de sair e
entrar em
carros, na casa e em restaurantes. Um marido sensível, entretanto, abrirá a
porta para a esposa em todas as oportunidades outra forma de dizer: "Eu a
amo
e me importo com você".
Andar de mãos dadas é um antigo e efetivo sinal de afeto. Caminhadas após o
jantar, chamadas telefônicas e conversas com expressões de carinho e amor,
tudo
isso acrescenta unidades ao Banco do Amor. Como diz a canção, "há milhares
de
formas de dizer 'eu te amo'".
Do ponto de vista feminino, o afeto é o cimento essencial do seu
relacionamento
com o sexo oposto. Sem ele, uma mulher provavelmente se sentiria alienada
do seu
companheiro. Com o afeto ela se torna intimamente ligada ao marido enquanto
ele
credita unidades na conta de seu Banco do Amor.
26
40
Ela Precisa, Ele Deseja
"Mas ela sabe que não sou do tipo afetuoso"
Os homens precisam conscientizarse desta verdade importante: as mulheres
consideram o afeto importante por si mesmo.
Elas amam o sentimento que acompanha tanto o ato de dar quanto o de receber
afeto, mas isso nada tem que ver com o sexo. Na maior parte das vezes em
que
elas dão ou recebem afeto, fazem isso sem nenhuma intenção sexual. É uma
atitude
que pode ser comparada ao sentimento compartilhado com seus filhos ou até
mesmo
com animais de estimação.
Tudo isso confunde a maioria dos homens. Eles entendem a demonstração de
afeto
como a parte que antecede a relação sexual, o que normalmente os torna
excitados
em um minuto. Em alguns casos, o homem quer simplesmente omitir a parte do
afeto
porque já está excitado.
Tomemos como exemplo um casal hipotético, que chamaremos de Cláudia e
Marcos.
Eles vivem sob grande tensão ultimamente porque Cláudia não tem reagido com
muito entusiasmo às insinuações de Marcos para o sexo. A primeira cena nos
mostra Cláudia percebendo novamente aquele olhar do marido, mas tentando
dissuadilo do seu intento. "Marcos, vamos relaxar por alguns instantes.
Depois,
talvez você possa tomar minhas mãos e me dar um abraço. Eu não estou pronta
para
fazer amor deste modo. Preciso de um pouco de afeto primeiro." Marcos se
irrita,
com um tanto de impaciência masculina, e responde: "Você me conhece há
anos. Eu
não sou do tipo afetuoso, e não vou passar a ser agora!".
Você acha que esta história soa inacreditável ou falsa? Pois saiba que eu
ouço,
com freqüência, as mais variadas versões da mesma história em meu
consultório.
Marcos falha por não perceber a sua ironia ao desejar sexo mas recusar afeto
à
sua esposa. O homem que rosna "Eu não sou do tipo afetuoso" e, ao mesmo
tempo,
agarrase ao corpo de sua esposa apenas para satisfazer aos
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar afeto
41
seus próprios desejos sexuais é como um vendedor que tenta fechar um
negócio
dizendo: "Eu não sou do tipo amigo; assine logo aqui. Tenho outro
compromisso me
esperando".
Mesmo não sendo difícil entender esta lógica tão simples, os homens se
perdem na
Primeira Lei do Casamento de Harley:
Quando se trata de sexo e afeto, não se pode ter um sem o outro.
Todo homem é capaz de aprender a ser afetuoso
O afeto é tão importante para as mulheres que elas ficam confusas quando
seus
maridos não reagem da mesma forma. Por exemplo: uma esposa pode ligar para
o seu
marido no trabalho apenas para conversar um pouco. Da mesma forma, ela
adoraria
receber uma ligação, na certeza de que seu marido sente a mesma alegria.
Muitas
vezes, ela fica decepcionada quando ele abrevia a conversa, dizendo: "Tenho
muito trabalho ainda para fazer até às cinco". Isto não significa que ele
não
ame a esposa; simplesmente ele tem prioridades diferentes devido à diferença
nas
suas necessidades bá
sicas.
Quando viajo, sempre encontro bilhetinhos que Joyce coloca entre as minhas
roupas. Nesses bilhetes, ela fala do quanto me ama, mas neles está contida
ainda
outra mensagem. Joyce gostaria de receber de mim os mesmos bilhetinhos, e
tenho
tentado não me esquecer de deixar alguns embaixo do seu travesseiro, por
exemplo sempre que saio em viagem.
Minhas necessidades de proteção, aprovação e cuidado não são as mesmas que
as
dela, nem são satisfeitas da mesma forma. Precisei descobrir estas
diferenças e
agir de acordo com elas. Por exemplo, quando estamos caminhando pelo
shopping, é
impor
27
42
Ela Precisa, Ele Deseja
tan te para ela que estejamos de mãos dadas, o que, para mim, não acontece
de
forma automática ou natural. Ela me incentiva a segurar sua mão, e fico
feliz em
fazêlo porque sei que isto a agrada e transmite a ela uma mensagem que ela
quer
receber.
Quando tento explicar esta coisa de andar de mãos dadas a alguns maridos
que vão
ao meu consultório, eles podem até questionar um pouco a minha
masculinidade. A
minha esposa não estaria, de alguma forma, "dando as ordens"? Respondo que,
na
minha opinião, nada poderia estar mais longe da verdade. Se o fato de andar
de
mãos dadas com Joyce em um shopping faz com que ela se sinta amada e
querida, eu
seria um tolo se me recusasse a fazêlo. Gosto quando ela me ensina como
demonstrar afeto. Quando casamos, prometi que ela teria todo o meu carinho e
fui
sincero em cada palavra dessa promessa. Se ela me diz expressamente qual é
a
melhor forma de eu oferecer o carinho que deseja, estou pronto a aprender,
porque quero que ela esteja feliz.
Quase todos os homens precisam de alguma orientação sobre como se tornarem
mais
afetuosos, e os que já desenvolveram tais hábitos, em geral, obtiveram a
ajuda
de bons instrutores talvez de alguma antiga namorada. Na maioria dos
casamentos, a esposa pode ser a melhor instrutora, se o marido buscar a sua
ajuda da forma certa.
Primeiro, você precisa explicar à sua esposa que a ama muito, mas muitas
vezes
falha na hora de expressar este amor profundo da forma apropriada. Em
seguida,
deve pedir que ela o ajude a aprender de que forma expressar esse afeto que
você
já sente, mas de um modo que a agrade.
No início, é provável que ela fique confusa com este pedido e talvez
responda:
"Quando você ama alguém, o afeto vem naturalmente!". Ela pode não entender
que o
afeto acontece mais naturalmente com ela do que com você.
Ela pode pensar que, tendo o sexo como prioridade, você só estaria
maquinando
alguma nova estratégia para melhorar o seu relacionamento sexual.
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar afeto
43
"Acho que não consigo demonstrar o quanto a amo e me importo com você.
Simplesmente acho que você já sabe disso porque eu trabalho, saio com você
e a
ajudo nos afazeres da casa. Acho que deveria estar fazendo mais para lhe
mostrar
o quanto me importo", você diz.
"Ótimo! Quando começamos?", ela devolve.
Ela pode ajudálo fazendo uma lista daqueles pequenos sinais de carinho
mais
significativos para ela. As mulheres geralmente expressam grande
necessidade de
aproximação física, expressa em um abraço, ficar de mãos dadas ou sentados
bem
juntinhos. O beijo é muito importante para a maioria das mulheres, bem como
presentinhos e cartões que expressem o seu envolvimento emocional e o seu
compromisso. A mulher adora quando seu marido a leva para jantar num
restaurante, e geralmente leva em consideração qualquer esforço que ele
faça
para acompanhála ao supermercado ou para comprar roupas, como um sinal de
atenção. Ao aconselhar mulheres que expressam a necessidade de afeto,
costumo
usar um modelo, o Inventário de Afeto, para ajudálas a identificar as
atitudes
de afeto que são mais importantes.
Veja a seguir a lista de hábitos e atitudes que podem ajudar você a se
tornar um
marido mais afetuoso:
• Abrace e beije sua esposa todas as manhãs, enquanto ainda estiver na
cama.
• Enquanto tomam café juntos, diga para ela o quanto a ama.
• Beijea antes de sair para o trabalho.
• Telefone para ela durante o dia, para saber como está passando.
• Vez ou outra, faça uma surpresa, trazendo flores para ela (não se esqueça
do
cartão, expressando seu amor por ela).
28
• Presentes para ocasiões especiais (aniversários, Natal, aniversário de
casamento, Dia das Mães, Dia dos Namorados),
29
44
Ela Precisa, Ele Deseja
além de práticos, devem ser também sentimentais. Aprenda a arte de
presentear
uma mulher.
• Ligue para sua esposa antes de sair do trabalho, para que ela possa
calcular a
hora em que você vai chegar e prepararse para esperálo.
• Quando você chegar em casa, vindo do trabalho, dê um abraço e um beijo
nela e
passe alguns minutos conversando para saber como foi o seu dia.
• Ajudea a lavar a louça após o jantar.
• Abracea e beijea todas as noites, antes de dormir.
Depois que sua esposa tiver ajudado você a identificar os hábitos e as
atitudes
que satisfarão suas necessidades de afeto, pense numa forma de desenvolver
esses
hábitos. Repetindo um ponto que destaco neste livro, saber do que sua
esposa
precisa não satisfaz a necessidade dela. Você precisa desenvolver hábitos
que
transformem esse seu conhecimento em ação. Assim, e apenas assim, essa
necessidade será suprida. Não vincule as esperanças de sua esposa às suas
boas
intenções. Dê um passo à frente: aprenda e coloque em prática hábitos de
afeto.
Se você sabe do que sua esposa precisa e falha em atendêla, o seu
relacionamento será pior do que quando você não conhecia as necessidades
dela.
Ao menos, você podia alegar ignorância!
Escreva cuidadosamente o seu plano para desenvolver esses hábitos, de modo
que
você se mantenha no curso. Meus pacientes usam um modelo, Estratégia para
Suprir
a Necessidade de Afeto, para descrever seus planos. Este modelo simplesmente
requer que os casais identifiquem os hábitos e as atitudes que desejam
aprender
e descrevam como planejam desenvolvêlos.
Geralmente, estes hábitos levam tempo para serem desenvolvidos dias,
semanas,
até meses. Deve estar incluído no seu plano o tempo que você espera passar
"em
treinamento". Os hábitos mais fáceis de ser aprendidos são aqueles que você
tem
prazer em
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar afeto
45
praticar. Os que fazem você se sentir desconfortável tornamse mais
difíceis de
ser desenvolvidos. No princípio, muitas mudanças no comportamento podem
parecer
impraticáveis. Não é algo espontâneo e tranqüilo; é algo planejado. É isso
o que
acontece, em especial, com muitos dos hábitos de afeto. Por essa razão
muitos
desistem de tentar desenvolver esses hábitos. Você verá, entretanto, que,
após
repetir determinado comportamento várias vezes, ele se torna mais natural e
espontâneo. O que começa como algo desconfortável pode tornarse natural
para
você.
Outro obstáculo é que os hábitos e as atitudes de afeto não são
necessariamente
motivados por sua própria necessidade; são motivados por seu desejo de
satisfazer a necessidade de sua esposa. Em princípio ela pode sentirse
ofendida
se você não se mostrar tão interessado quanto ela. Mas eventualmente você
descobrirá o prazer em seus momentos de afeto juntos, e, quando isto
acontecer,
ela não estará preocupada em como isto aconteceu. Vocês dois serão
vencedores:
ela obterá aquilo de que necessita do homem que tem prazer em satisfazer a
sua
necessidade.
Sexo começa com afeto
Ao longo dos anos, tenho observado que nada é mais devastador para um
casamento
do que um caso extraconjugal. Infelizmente, muitos desses casos começam
devido à
falta de afeto (para a mulher) e à falta de sexo (para o homem). É como um
ciclo
vicioso. A mulher não recebe afeto suficiente e, por isso, rejeita
sexualmente o
marido. Ele não é sexualmente correspondido o bastante; por isso, mostrarse
afetuoso seria a última coisa em que pensaria.
A solução para este ciclo trágico é que um dos dois o interrompa. Alcancei
a
minha reputação como conselheiro matrimonial convencendo esposas de que, se
elas
30
satisfizessem as necessidades sexuais de seus maridos, em retribuição eles
estariam dispostos a
31
46
Ela Precisa, Ele Deseja
satisfazer suas necessidades de afeto e quaisquer outras que tiverem. O
resultado foi tão bom que formulei uma prática bemsucedida.
Esta prática pode também funcionar ao contrário, ou seja, um marido começa
satisfazendo a necessidade de sua esposa por afeto. Tenho observado que,
quando
isso acontece, ela geralmente está muito mais disposta a satisfazer as
necessidades de seu marido por sexo. Como comecei este livro falando da
necessidade da esposa por afeto, recomendo que, se a sua necessidade por
sexo
não está sendo satisfeita, tome a iniciativa e satisfaça primeiro sua
esposa.
O afeto é o ambiente do casamento, enquanto o sexo é um evento. O afeto é um
estilo de vida, um abrigo que cobre e protege o casamento. E uma expressão
direta e convincente de amor que dá ao evento sexual um contexto mais
apropriado. A necessidade de afeto antes do sexo, para algumas mulheres,
significa muito.
Como os homens têm a tendência de confundir afeto com sexo, eu incentivo o
aprendizado do afeto sem sexo. Procuro orientar o marido a fazer do afeto
uma
forma não sexual de se relacionar com sua esposa. Ele aprende que o afeto
não é
algo que simplesmente se liga e se desliga para conseguir uma relação
sexual.
Quando um homem e sua mulher se aproximam, um grande abraço e um beijo
deveriam
ser a conseqüência natural. Aliás, quase todos os momentos de interação
entre
eles deveriam incluir palavras e gestos afetuosos. Acredito que todo o
casamento
deveria constituirse a partir de uma atmosfera que a todo o instante
sugerisse:
"Eu realmente amo você e sei que você me ama."
Quando falo de afeto sem sexo, muitos homens ficam confusos. O que eles
devem
fazer com o seu sentimento natural de excitação sexual, que pode ser
ativado a
partir de quase todas as manifestações de afeto? Eles querem saber se devem
tomar um banho frio para se manterem calmos. Então, faço com que eles se
lembrem
do
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar afeto
47
tempo de namoro, em que se sentiam tão sexualmente excitados quanto agora,
talvez até mais! Entretanto, naquela época, ele era capaz de demonstrar
bastante
afeto e atenção sem incluir apalpadelas e agarramentos. Ele tratava sua
namorada
com respeito e ternura.
Muitos maridos recordam os encontros apaixonados dos dias de namoro e
indagam
por que suas mulheres não "se ligam" como faziam naqueles dias.
Com paciência, explico que ele não a está tratando do mesmo modo que
tratava
antes. Após o casamento ele achou que podia dispensar as partes
preliminares e
ir direto ao principal. Acontece que as preliminares não são importantes
apenas
para uma relação sexual se completar. Elas são necessárias por si mesmas.
Em
muitos casos, o que ele pensa ser a parte preliminar é para ela o
acontecimento
principal.
Na maioria dos casos a mulher precisa sentirse unida ao seu marido antes
de
fazer amor com ele. Um casal alcança este sentimento através da troca de
carinho
e atenção exclusiva.
A necessidade que uma mulher tem por este senso de unidade ajudanos a
entender
como os casos extraconjugais se desenvolvem. Em um caso extraconjugal
típico,
uma mulher relacionase sexualmente com um homem após ele haver demonstrado
o
seu amor por ela, através de atitudes de afeto. Como o amante expressa tanta
atenção para com ela, a união física geralmente é caracterizada por um grau
de
êxtase jamais experimentado no casamento. Esta mulher concluirá que seu
amante é
o homem certo para ela porque, quando faz amor com o seu marido, ela não
sente o
mesmo que sente com o amante.
Na verdade, qualquer casamento pode ter o mesmo fervilhar de um
relacionamento
extraconjugal, se tiver esse mesmo forte elo de unidade. É trágico que a
mulher
tenha a falsa interpretação de que seu marido não é o homem certo para ela
com
32
base em uma comparação de sentimentos experimentados em um momento. Se o
marido
construir as bases do seu relacionamento
33
48
Ela Precisa, Ele Deseja
com afeto, seus elos serão restaurados e o relacionamento extraconjugal será
visto como realmente é: uma tentativa desorientada de ter satisfeita uma
importante necessidade emocional.
Quando o seu casamento estiver sexualmente conturbado, procure pelo que
está
faltando: o afeto. Sem o clima apropriado, o evento sexual será algo
elaborado e
artificial para muitas mulheres. Muitas vezes, a mulher concorda,
relutantemente, em relacionarse sexualmente com seu marido, mesmo sabendo
que
não terá prazer nisso. Num relacionamento extraconjugal, as condições que
garantem uma relação sexual completa a união que vem junto com o afeto
são
satisfeitas. O amante não poupa tempo nem ação para criar o clima certo
para o
sexo. Conseqüentemente, a mulher se sente excitada só em pensar nele.
A maioria das mulheres que aconselho anseiam por afeto. Tento ajudar seus
mandos
a entenderem o prazer que elas sentem quando esta necessidade é suprida.
Embora,
para os homens, não seja o mesmo que experimentam durante o sexo, o afeto é
parte vital de um relacionamento romântico. Sem o afeto, a experiência
sexual
feminina é incompleta.
Muitos maridos vêem tudo isso ao contrário. Para eles, a excitação sexual
os
torna mais afetuosos. Eles tentam explicar às suas esposas a importância de
ter
mais relações sexuais, a fim de que se sintam mais envolvidos por afeto.
Este
argumento, entretanto, geralmente não é ouvido. Algumas mulheres concordam
em
fazer sexo com seus maridos apenas pelo afeto que recebem durante o ato, mas
isso é algo que pode deixálas ressentidas e tristes. Logo que aquele
momento
passa, os maridos voltam ao seu modo pouco afetuoso, provocando nas esposas
uma
sensação de desamor. Elas entendem que seus maridos querem apenas o sexo e
não
se importam realmente com elas em nenhum outro aspecto. Esta atitude
destrói o
seu sentimento de intimidade e aquele elo de unidade. Entretanto, isso pode
mudar se o marido aprender a
A primeira coisa sem a qual ela não pode ficar afeto
49
criar um clima de afeto desenvolvendo hábitos que produzam um canal estável
de
amor e cuidado.
Do mesmo modo que os homens desejam uma resposta sexual espontânea por
parte de
suas mulheres, as mulheres também gostariam que as demonstrações de afeto
por
parte de seus maridos fossem espontâneas. Há certa espontaneidade em nosso
comportamento quando ele está bem desenvolvido, mas, quando experimentamos
um
tipo de comportamento novo, ele pode parecer planejado e artificial. A
princípio, todo o empenho para se mostrar afetuoso pode não ser muito
convincente e, como resultado, pode não ter o efeito do afeto espontâneo.
Mas,
com a prática, este novo comportamento afetuoso transmitirá, com exatidão,
o
sentimento de cuidado e atenção que os maridos têm para com as suas
esposas. Por
sua vez, isto cria o clima necessário para uma resposta sexual mais
espontânea
por parte das mulheres.
A necessidade de uma mulher por afeto é, provavelmente, a sua maior
necessidade
emocional, mas tudo o que já foi dito aqui terá pouco valor se a esposa
fracassa
em não compreender que seu marido tem uma necessidade igualmente
importante: o
sexo. No capítulo seguinte, confrontarei as mulheres, numa tentativa de
explicar
a razão pela qual o sexo, para os homens, não é apenas uma das muitas
formas de
encerrar uma noite de amor. Para o homem, de modo geral, o sexo é como a
água
não é possível passar sem ele.
Se a esposa não compreende o poder do apetite sexual do homem, ela pode
ter,
como resultado, um marido tenso e frustrado, na melhor das hipóteses. E
muito
pior: alguém pode surgir no horizonte e satisfazer as necessidades desse
marido,
o que tragicamente tem acontecido com freqüência em nossa sociedade. Tudo
isso
pode ser evitado, se os maridos aprenderem a ser mais afetuosos e se as
esposas
34
responderem com mais impetuosidade na hora de fazer amor. Como diz a
Primeira
Lei do Casamento de Harley:
35
50
Ela Precisa, Ele Deseja
Quando se trata de sexo e afeto, não se pode ter um sem o outro.
Perguntas para ele
1. Numa escala de l a 10, sendo o 10 "muito afetuoso", quão afetuoso sou com
a
minha esposa? Como ela me classifica
ria:
2. Afeto é o ambiente do nosso casamento?
3. No passado, eu conseguia equilibrar afeto e excitação sexual? Por que
isso
não dá certo agora?
4. De que formas específicas demonstro afeto para com a minha esposa?
5. Eu estaria disposto a permitir que minha esposa me ensinasse como
demonstrar
mais afeto do modo que ela realmente gosta?
Perguntas para ela
1. Para mim, o afeto é tão importante quanto este capítulo afirma?
2. Se não tenho bastante afeto por parte do meu marido, eu estaria disposta
a
deixar meu orgulho de lado e ensinálo pacientemente?
3. Seria mais fácil fazer amor se eu sentisse que meu marido mostra real
interesse e afeto por mim?
Para pensar juntos
l. Precisamos conversar sobre o afeto? Em caso positivo, o que exatamente
precisamos compartilhar?
j\ primeira coisa sem a qual ela não pode ficar afeto
51
2. Existe afeto suficiente em nosso casamento? Que exemplos podemos dar?
3. Como podemos fazer um "treinamento de afeto"? O que é agradável para nós
dois?
36
cL_b
A primeira coisa sem
a qual ele não pode ficar
realização sexual
66A . '
íS~èí ntes de nos casarmos Jaime era muito romântico e afetuoso um
verdadeiro
Don Juan. Agora ele até parece outra pessoa."
"Quando Carlos quer ter uma relação sexual tem de ser na mesma hora. Ele
nem
quer saber como me sinto. Sua única preocupação é satisfazerse."
"Milton tornouse um animal. Ele só pensa em sexo, sexo, sexo!"
Quando ouço declarações como estas em meu consultório, posso imaginar o
quanto
essas mulheres devem se sentir decepcionadas. Seus maridos, que antes
sabiam dar
afeto, de repente ignoram esta necessidade de suas mulheres. Uma vez
assumido o
compromisso do casamento, todo aquele afeto se evapora, e o que
37
54
Ela Precisa, Ele Deseja
resta é como artigo de luxo. Será que o afeto durante o namoro foi
simplesmente
um instrumento usado para conquistar uma mulher, com vistas a obter a
gratificação sexual?
"Por que você acha que seu marido age assim?", pergunto.
"Porque ele não tem consideração por mim", é a resposta mais comum ou
outras
semelhantes a esta.
Estas mulheres compartilham um problema real e comum em toda a parte.
Descrevo
este problema de forma simples, no Primeiro Corolário de Harley:
A mulher não compreende a grande
necessidade de seu marido por sexo tanto
quanto o marido não compreende a grande
necessidade de sua esposa por afeto.
Se ambos os lados estivessem dispostos a ouvir e a mudar, o casal poderia
resolver esta situação sem grandes dificuldades. No capítulo 3 cheguei a
ser
rígido com os homens porque creio, de todo o coração, que a sua inabilidade
para
demonstrar afeto é um problema crucial. Lembrese: o afeto deve ser o
ambiente
do casamento, e o sexo, o evento especial.
Ao mesmo tempo, é muito importante que a mulher compreenda o quanto o sexo
é
especial para o homem. Ele não fica insistindo em apalpadelas e
agarramentos com
ela por haver se tornado um monstro do desejo. Ele a apalpa e agarra porque
precisa muitíssimo de alguma coisa. Muitos homens me confessam que
gostariam de
não ter um impulso sexual tão forte. Um deles, um executivo de trinta e
dois
anos de idade, me disse: "Eu me sinto como um idiota, suplicando ou até a
tomando à força, porque não consigo evitar. Eu preciso fazer amor!".
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar relação sexual
55
Por que os homens freqüentemente acabam se sentindo enganados
Quando um homem escolhe uma mulher para ser sua esposa promete permanecer
fiel a
ela por toda a sua vida. Isto significa pensar que sua esposa será sua
única
parceira sexual "até que a morte os separe". Ele assume este compromisso
porque
acredita que sua esposa está sexualmente tão interessada nele quanto ele
nela.
Ele confia que sua esposa estará disponível para ele sempre que for do seu
desejo fazer amor, e que satisfará todas as suas necessidades sexuais. Da
mesma
forma, a esposa confia que seu marido satisfará suas necessidades
emocionais.
Infelizmente, em muitos casamentos, o homem descobre que acreditar na sua
mulher
tornouse um dos maiores erros de sua vida. Ele aceitou limitar suas
experiências sexuais a uma esposa que não se dispõe a satisfazer sua
necessidade
vital. Ele se vê, como se costuma dizer, "numa canoa furada". Se ele tem
fortes
convicções morais e religiosas, tentará conviver com a situação da melhor
forma.
Alguns maridos conseguem, mas outros, não. Eles buscarão satisfação sexual
em
outro lugar.
O homem infiel justifica a sua infidelidade por causa da falha de sua
esposa em
manter seu compromisso sexual com ele. Ao descobrir a infidelidade do
marido, a
mulher tenta "corrigir o seu erro" melhorando o relacionamento sexual entre
ambos, o que, muitas vezes, acontece tarde demais. A esposa fica, então,
ressentida e magoada, e o marido se envolve profundamente no seu
relacionamento
extraconjugal.
Um dos mais notáveis estudos do comportamento humano é o que diz respeito
ao
homem casado que se sente sexualmente atraído por outra mulher.
Freqüentemente,
este homem se mostra descontrolado. Tenho visto presidentes de bancos,
políticos
bemsucedidos, pastores de grandes igrejas e líderes em várias áreas que
simplesmente jogam para o alto suas carreiras, anulando os
38
56
Ela Precisa, Ele Deseja
objetivos traçados para toda a sua vida, por causa de um relacionamento
sexual
especial. Eles me afirmam, com palavras bem claras, que, sem esse novo
relacionamento, tudo mais na vida parece não ter sentido.
Limitome a ouvir estes homens patéticos e desnorteados, dominados de tal
forma
por sua necessidade de sexo que perderam a capacidade de raciocinar.
Geralmente,
admiro esses indivíduos inteligentes, bemsucedidos e, de outro modo,
responsáveis. Mas seus impulsos sexuais mal orientados os têm tirado
completamente do rumo.
Mesmo que esta seqüência de eventos seja um modo insano de viver, minha
experiência na área de aconselhamento fazme acreditar que pelo menos a
metade
dos casais atravessa a agonia da infidelidade e dos casos extraconjugais.
Acredito que, na maioria dos casos, o casal pode prevenir esta tragédia, e
a
prevenção começa pela compreensão das diferenças entre a sexualidade
masculina e
feminina. ••;•.•
Qual é a diferença?
Quão diferentes são homens e mulheres no que se refere aos impulsos sexuais
e à
consciência de sua própria sexualidade?
Durante todos esses anos coletei mais de quarenta mil questionários de
clientes,
indagando sobre a sua história e seu comportamento sexual. Pelo resultado
destes
questionários fica constatado que quase todos os homens se masturbam, e
muitos
começam muito cedo (de oito a dez anos de idade). Por outro lado, as
meninas que
se masturbam começam mais tarde, quase sempre no fim da adolescência, e
mais da
metade das mulheres pesquisadas nunca se masturbaram.
A primeira experiência heterossexual relatada pelos homens e mulheres que
responderam à nossa pesquisa aconteceu essencialmente na mesma faixa de
idade
(entre treze e dezesseis anos de
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar relação sexual
57
idade), mas os relatos sobre esta experiência diferem consideravelmente.
Quase
todos os homens afirmaram ter sido este primeiro encontro heterossexual algo
agradável, ao passo que as mulheres declararam ter sido decepcionante.
Acredito que pelo menos parte desta discrepância está relacionada às razões
pelas quais os meninos e as meninas se envolvem em atividades sexuais. A
maior
parte dos meninos é motivada por um forte impulso sexual e por um histórico
de
experiências através da masturbaçao, enquanto as meninas não chegam ao
primeiro
encontro com esse histórico. Muitas delas não sabem o que esperar. O desejo
de
se sentir queridas pelos namorados ou apenas a curiosidade "Afinal de
contas,
o que há de tão misterioso no sexo?", perguntam é o que as motiva, não a
sensação de uma necessidade urgente por gratificação sexual.
Esta disparidade em termos de necessidade e experiência sexual está na raiz
de
muitos problemas conjugais, mesmo em dias como os nossos, classificados
como uma
época de liberação sexual e esclarecimento sobre o assunto. Rapazes e moças
chegam ao casamento vindos de dois extremos opostos: ele, sexualmente mais
experimentado e motivado por fortes desejos; ela, menos (muitas vezes,
muito
menos) experimentada, menos motivada e, algumas vezes, muito ingênua. Além
disso, a experiência do homem é tão visceral e quase tão automática que ele
geralmente não compreende que a maioria das mulheres precisa aprender a
responder sexualmente, e ele não está preparado para ensinar sua esposa a
obter
prazer com a própria sexualidade. Ele apenas sabe o quanto gosta de sexo e
pensa
que, se é tão prazeroso para ele, deve ser igualmente bom para ela. A maior
parte dos jovens maridos descobre em pouco tempo a falsidade de tal
afirmação,
quando se certifica desta verdade frustrante: as maravilhosas descobertas
sexuais que eles fizeram parecem muito menos significativas para suas
esposas.
Para muitos homens, isto se torna uma fonte de frustração incomparável.
39
58
Ela Precisa, Ele Deseja
Chegando ao casamento sexualmente despreparado
Apesar de todo o avanço alcançado nos últimos trinta anos na área do
aconselhamento sexual préconjugal e do desenvolvimento de uma excelente
literatura para casais recémcasados, muitos homens e mulheres ainda chegam
ao
casamento despreparados. Os homens, é claro, sentemse preparados, mas
estar
pronto para o sexo e estar preparado para fazer amor são duas coisas
diferentes.
Os homens experimentam a excitação sexual e o orgasmo com relativa
facilidade.
Com a maioria das mulheres, acontece precisamente o oposto. A despeito dos
relatórios de intensa atividade sexual entre adolescentes, minha
experiência em
aconselhamento tem mostrado que mesmo as mulheres sexualmente ativas em
geral
chegam ao casamento com raras experiências de excitação ou orgasmo. Muitas
dessas mulheres nunca experimentaram um orgasmo antes do casamento.
Os maridos, em geral, casamse achando que suas esposas têm muito maior
sofisticação sexual do que eles. Por não desejarem parecer inocentes ou
inseguras quanto ao desempenho sexual, algumas esposas não se colocam no
mesmo
plano de seus maridos. Ao invés disso, agem como se realmente estivessem
sexualmente excitadas e experimentando o orgasmo, quando, na verdade, não
estão.
Outras suportam o sexo como uma obrigação. Muitas esposas consideram a
relação
sexual com seus maridos uma experiência catastrófica porque não compreendem
o
suficiente a sua própria sexualidade para ajudar seus maridos a fazer uma
adaptação sexual apropriada. Por outro lado, muitos casais compatíveis
falham em
alcançar a satisfação sexual em virtude de sua própria ignorância e
decepção.
No último caso estão os maridos que conseguem ficar sem sexo ou convivem
com uma
dieta limitada (na opinião deles). O marido queixase da esposa, é claro,
mas a
verdadeira culpada é a incompatibilidade sexual, que precisa ser superada
através do empenho de ambos os parceiros, não apenas da mulher.
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar relação sexual 5 9
Um homem não pode alcançar a realização sexual no casamento a menos que sua
esposa experimente igual realização. Embora eu insista em dizer que os
homens
precisam de sexo mais do que as mulheres, o homem não terá suas
necessidades
satisfeitas a menos que sua mulher se una a ele numa experiência sexual.
Portanto, uma mulher não faz nenhum favor a seu marido ao sacrificar o seu
corpo
visando o bemestar sexual dele. O marido só se sentirá sexualmente
satisfeito
quando sua esposa se unir a ele na experiência de fazer amor.
Como os homens e as mulheres são tão diferentes na forma em que apreciam o
sexo,
não é de se admirar que encontremos tanta incompatibilidade sexual no
casamento.
A chave da comunicação destrava as portas da ignorância e abre, para cada
casal,
a oportunidade para a compatibilidade sexual. Nas páginas seguintes deste
capítulo, descreverei alguns dos pontos mais importantes que homens e
mulheres
precisam comunicar um ao outro, de forma a alcançar a compatibilidade
sexual.
Como alcançar a compatibilidade sexual
Para chegar à compatibilidade sexual, dois passos são muito importantes:
/. Superar a sua ignorância sexual. O marido e a esposa precisam conhecer,
cada
um, a sua própria sexualidade e suas próprias respostas sexuais.
2. Comunicar seu conhecimento sexual ao outro. O marido e a esposa precisam
saber compartilhar o que aprenderam sobre suas próprias respostas sexuais,
a fim
de que, juntos, possam alcançar o prazer e a realização sexual.
Para ajudar você no desenvolvimento da compatibilidade sexual em seu
casamento,
o restante deste capítulo apresentará uma
40
60
Ela Precisa, Ele Deseja
rápida lição sobre a sexualidade humana. Como algumas partes deste material
podem parecer pouco românticas e muito mais clínicas, por favor, desculpe
me,
mas, quanto melhor você entender as informações que se seguirão, mais será
capaz
de satisfazer as necessidades sexuais de seu cônjuge.
Muitos dos conflitos sexuais se resolvem quando o marido e a mulher
descobrem o
que realmente acontece emocional e psicologicamente quando eles fazem
amor.
A experiência sexual dividese em quatro estágios: excitação, f lato,
clímax e
recuperação.
Durante a excitação, o homem e a mulher começam a experimentar sensações
sexuais. No homem, isto se dá com a ereção do pênis, e na mulher, com a
lubrificação da vagina. Se o pênis do homem e o clitoris da mulher forem
estimulados devidamente, eles entram no estágio de platô. Neste estágio, o
pênis
tornase bastante rígido e a vagina se contrai, proporcionando maior
resistência
e uma sensação mais intensa durante o intercurso. O clímax, que dura apenas
alguns segundos, é o ponto mais alto da experiência sexual. Neste ponto, o
pênis
lança o sêmen em jatos (ejaculação) e a vagina se contrai e relaxa
alternadamente várias vezes. A recuperação é o estágio que se segue, no
qual
ambos os parceiros se sentem calmos e relaxados: o pênis volta ao estado de
flacidez, e a vagina relaxa sem mais produzir aquela secreção lubrificante.
Embora homens e mulheres experimentem os mesmos quatro estágios, esta
experiência não é igual para eles, seja física ou emocionalmente. O que
funciona
para o homem não funciona para a mulher e viceversa. Os casais que desejam
experimentar a compatibilidade sexual precisam perceber e compreender essas
diferenças. Discutiremos separadamente, a seguir, cada estágio da resposta
sexual, e mostraremos algumas das diferenças mais importantes.
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar relação sexual
61
Excitação: como tudo começa
Nos primeiros estágios de uma relação sexual, podese perceber a diferença
entre
o homem e a mulher na forma em que eles se tornam excitados e como cada um
reage.
Os homens podem tornarse excitados de várias formas, mas a preferida é
através
de recursos visuais. Há uma infinidade de revistas, calendários, filmes e
vídeos
que destacam a nudez feminina, ou mulheres com pouca roupa. Os homens
gostam de
apreciar uma mulher nua. Durante minhas sessões de aconselhamento, as
esposas
dão testemunho de que seus maridos gostam de olhar enquanto elas se despem,
e,
quando ficam nuas, eles se excitam em poucos segundos.
Um homem excitase facilmente em uma variedade de formas, o que pode
acontecer
várias vezes ao dia. Muitas experiências visuais e não visuais podem fazer
com
que isso aconteça: a essência de um perfume num elevador, o andar de uma
mulher,
a fotografia de uma mulher seminua ou mesmo um devaneio.
As mulheres, às vezes, assustamse com a capacidade que seus maridos têm de
se
sentir sexualmente excitados por outras mulheres. Entretanto, é preciso
entender
que eles não estão sendo promíscuos ou infiéis. Quando isso acontece, eles
estão
simplesmente experimentando uma reação característica do homem. A
excitação, em
si, não representa muito para ele. E algo que pode ocorrer sem nenhuma
intenção
e, algumas vezes, o homem sentese excitado mesmo sem querer.
As mulheres podem ter dificuldade para entender esse aspecto da sexualidade
masculina porque elas se excitam de forma muito diferente dos homens. Muito
mais
complicada e voluntária, a excitação feminina, na maioria dos casos, não
depende
de estímulos visuais. Mesmo que os pôsteres de homens nas revistas
femininas
chamem a atenção, muitas mulheres, na verdade, pensam ou falam deles mais
no
sentido humorístico do que como objeto de um estímulo sexual genuíno. f ' >
' ;
41
62
Ela Precisa, Ele Deseja
Para a média das mulheres, ficar excitada é mais uma questão de preparação
mental do que o resultado de algum estímulo, visual ou não. Uma mulher pode
escolher se quer ou não ficar excitada, dependendo de sua ligação emocional
com
determinado homem. Qualidades como afeto, atenção, cavalheirismo, bondade e
sensibilidade podem excitar mais uma mulher do que qualquer técnica
especial que
o homem possa desenvolver. Um homem com as qualidades mencionadas faz a
mulher
sentir que ele a compreende e fez uma opção por ela.
Uma mulher procura todos esses sinais nos olhos do homem. Talvez por esta
razão,
quando alguém pergunta o que elas observam primeiro em um homem, a resposta
seja: "Seus olhos". Uma esposa descreveu a atração especial que seu marido
exerce sobre ela como sendo a sua habilidade "de me ver como pessoa", e não
apenas como parceira sexual. O cuidado que ele demonstrou em olhar para ela
como
algo especial foi de grande importância para o relacionamento. Em nossa
sociedade, costumamos cultivar a idéia de homens bonitos se unindo a
mulheres
bonitas, mas, para muitas mulheres, a aparência de um homem não representa
o
aspecto mais importante. Um toque de ternura e um tratamento gentil podem
ter
muito mais valor do que um rosto bonito ou um físico atlético.
Um homem pode fazer muito para estimular ou reprimir os sentimentos sexuais
de
sua esposa, dependendo da forma como a toca. Seu abraço, seu beijo e seu
carinho
devem transmitir atenção e cuidado especiais. Sentimentos de afeto e
consideração dão ao homem as chaves para a excitação feminina.
Se uma mulher se sente convencida de que seu marido possui estas qualidades
ternas e afetuosas, ela pode decidir entrar no processo que leva à
excitação
sexual. Na maior parte dos relacionamentos extraconjugais, a mulher
considera
seu amante irresistível porque ele demonstra a ternura e o carinho que ela
não
encontra em seu marido. Uma cena comum nesses relacionamentos é a do
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar relação sexual
63
homem sendo completamente dominado pela busca apaixonada e pela
agressividade
sexual da mulher. Na maior parte dos casos, a mulher responde à fantasia do
homem ideal, encarnado em seu amante, não importa se ele é um bom rapaz ou
um
traste. O que importa realmente é como ela o vê a essência criada por ele
através de atitudes afetuosas e gentis.
Uma vez que toma a decisão de excitarse, a mulher está pronta para receber
e
responder a estímulos táteis apropriados, tais como carinho por todo o seu
corpo
(especialmente nos seios) e estímulos na região do clitoris. O mesmo
estímulo
provocado em uma mulher não receptiva não a excitará sexualmente, podendo
tornarse uma fonte de grande irritação, caso ela não tenha escolhido
excitarse.
Quando a relação sexual começa, a mulher precisa manter um forte estímulo
no
seu clitoris e na vagina. Este estímulo mais intensivo é criado através de:
(1)
contração de seu músculo da púbis e do cóccix, o que estreitará a vagina na
penetração do pênis; (2) movimentos rápidos da pélvis; e (3) posicionamento
que
aumente a pressão no clitoris e a resistência ao pênis na entrada da
vagina.
Alguns poucos minutos deste estímulo físico levam uma mulher excitada,
junto com
seu marido também excitado, ao próximo estágio: o platô sexual.
Platô: o melhor estágio da relação sexual
Enquanto as mulheres precisam de estímulos especiais e intensos para
alcançar o
platô, os homens precisam de muito pouco. O intercurso, em si, já é quase
suficiente para o homem, e muitos chegam ao platô sem quase nenhum
estímulo.
Infelizmente, a necessidade da mulher por mais estímulo, e a do homem por
menos,
cria um problema sexual muito comum: a ejaculação precoce o que significa
que
o homem chega ao clímax cedo demais. A medida que a mulher se movimenta
rapidamente
42
64
Ela Precisa, Ele Deseja
em busca de estímulo para chegar ao platô, este mesmo estímulo se torna
demasiado para o homem. Ele, então, atinge o clímax e perde a ereção antes
que a
mulher alcance o platô ou o clímax.
Por outro lado, se o homem tenta segurarse para não chegar ao clímax, ele
pode
cair do platô de volta ao estágio da excitação, e seu pênis tornase
flácido.
Mesmo que ele continue o intercurso, seu pênis não terá a rigidez
necessária
para dar à esposa o estímulo de que ela precisa.
Para muitos homens, manterse no estágio do platô sem chegar ao clímax ou
voltar
ao ponto inicial é um desafio. Numa relação sexual, o marido deve manterse
no
platô durante mais ou menos dez minutos, o tempo que sua mulher precisa
para
atingir o platô. A partir desse ponto, ela pode precisar de mais cinco
minutos
para experimentar o clímax. E muito comum os homens chegarem ao clímax
antes que
suas esposas tenham sido estimuladas o suficiente para ter prazer no platô
ou
chegar ao clímax. Mesmo os homens mais bemintencionados precisam de
prática
para alcançar este objetivo.
O clímax: êxtase ou ansiedade?
Nos últimos anos, muitos livros e artigos têm exaltado o clímax (ou
orgasmo)
como uma experiência de êxtase que ambos os parceiros devem tentar alcançar
simultaneamente para que o prazer seja ainda maior. Por causa de toda essa
publicidade, o conceito do clímax foi distorcido, e alguns casais perderam
a
visão de toda a experiência do ato sexual, no ensejo de alcançar o objetivo
de
atingir o clímax juntos. Quando um homem e uma mulher se mostram ansiosos,
em
vez de encontrar prazer um no outro, estão dando muita importância à
atuação, e
não ao prazer que devem sentir um pelo outro enquanto praticam o sexo.
A mulher que sabe como chegar ao platô está a um pequeno passo de alcançar
o
clímax; só é necessário um pouco mais de
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar relação sexual
65
tempo e estímulo. Entretanto, algumas mulheres a quem tenho aconselhado
confidenciam que para elas realmente não vale a pena o esforço que é feito
para
alcançar o clímax. Afirmam já terem conseguido algumas vezes, mas que se
contentam com o sexo sem o orgasmo e gostariam de que seus maridos não as
pressionassem tanto nesse sentido. Geralmente, sugiro aos homens que deixem
suas
esposas escolherem se querem ou não experimentar o orgasmo.
Observo, através de minha experiência, que as mulheres com mais energia
geralmente optam por atingir o clímax todas as vezes que fazem amor.
Aquelas com
menos energia, ou as que se sentem cansadas após um dia longo e difícil,
geralmente preferem o oposto. Os homens, por sua vez, cheios de energia ou
exaustos, quase sempre preferem chegar ao clímax porque, para eles, isto
exige
pouco esforço.
Para uma boa relação sexual, devese levar em conta essa diferença de
esforços.
Um homem sensível não pressionará sua esposa a chegar ao clímax porque sabe
que
ela pode sentir prazer sem necessariamente experimentar o orgasmo. A
ansiedade
sobre o chegar ou não ao clímax não deve ter lugar numa relação sexual
bemsucedida.
Recuperação: arrebol ou ressentimento?
A fase da recuperação é apropriadamente descrita como "arrebol", quando os
dois
parceiros descansam, um nos braços um do outro, sentindose plenamente
realizados. Entretanto, como os homens e as mulheres não compartilham os
mesmos
instintos após o clímax, este estado ideal frustra muitos casais.
Normalmente, logo após o clímax, a mulher volta ao estágio do platô e pode
atingir outro clímax, se assim quiser. Se não, volta lentamente ao estágio
da
excitação e, finalmente, a uma fase de calma. Quando isto acontece, ela se
sente
envolvida por uma paz profunda, e geralmente sente forte desejo de afeto.
Muitas
mu
43
66
Ela Precisa, Ele Deseja
lheres que aconselho dizem que este sentimento pode permanecer por uma hora
ou
mais, após o ato sexual.
Durante o período de recuperação, o homem não experimenta as mesmas
sensações.
Um segundo clímax para ele não é desejável porque exigiria muito mais
esforço do
que o primeiro, se é que ele conseguiria chegar lá. Para a maioria dos
homens,
um terceiro clímax, dentro de um curto período de tempo, é praticamente
impossível. Diferentemente da mulher, o homem não volta ao estágio do platô
após
o clímax ele geralmente volta à fase da excitação e, mesmo assim, isto
acontece apenas momentaneamente. Um minuto depois do clímax, os homens
vêemse
totalmente desinteressados em sexo. Geralmente, estes homens pulam da cama,
tomam uma ducha, viram de lado e dormem. Muitos acabam com a sua luademel
por
causa deste comportamento insensível.
Cada casal precisa desenvolver o seu tempo próprio para o estágio da
recuperação. O homem deve estar pronto para pró ; porcionar à sua esposa
um
segundo clímax, através de estímulo j manual, se ela assim desejar, ou deve
continuar demonstrando .] carinho para com ela durante algum tempo. Não
permita
que i este momento tão precioso e importante para uma conversa esca 1 pé
de
suas mãos. í
Por sua vez, a mulher não deve encarar a perda de interesse j repentina de
seu
marido pelo sexo como rejeição para com ela. E j preciso que ela entenda
que
a parte puramente física do seu impulso sexual aumenta após um período de
abstinência física e cai logo após o clímax. Isto não significa que ele não
a
ama mais, mesmo que seu instinto sexual tenha momentaneamente um ponto
baixo.
Solucionando os problemas sexuais
Se os problemas sexuais causam tensões e tristeza em muitos casamentos,
estas
mesmas dificuldades podem ser resolvidas com
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar relação sexual 67
muito mais facilidade do que se imagina. Em muitos casos, isto requer
simplesmente educação sexual. Para lidar com estes problemas, o casal que
se
dispõe a aprender o que é preciso saber e põe em prática o que aprendeu,
alcançará a realização sexual. As esposas, em especial, precisam saber mais
sobre a sua sexualidade. Antes de satisfazer a necessidade de seus esposos
pelo
sexo, elas devem saber como experimentar cada um dos estágios descritos
anteriormente.
Muitos me perguntam: "Como posso aprender?". Depende da gravidade do
problema
que você enfrenta. Uma das formas de solução seria os casais lerem juntos
alguns
dos excelentes livros que discutem e ilustram o sexo para casais casados.
Por
ser um assunto que ultrapassa o escopo deste livro, procurei não entrar em
detalhes sobre como desenvolver habilidades para fazer amor.
É importante que vocês leiam algum manual sobre sexo, com o objetivo de
descobrir o que pode ser bom para ambos. Muitos destes livros bombardearão
vocês
com todos os tipos de procedimentos sexuais. Mas lembremse: alguns poderão
dar
certo; outros, não. Não existem dois casais que reajam exatamente da mesma
maneira. Você não tem de atingir um padrão, mas, sim, sentir realização,
satisfação e amor.
Se você tem um problema sexual sério, talvez precise consultar um bom
terapeuta
especializado. Tenho usado a terapia sexual para orientar alguns clientes
com
problemas nesta área. Como cada caso a que assisto é de natureza
específica, não
abordarei aqui os procedimentos terapêuticos.
Uma das ironias do meu trabalho acontece quando aconselho casais na faixa
dos
setenta anos de idade com problemas de incompatibilidade sexual. Quase
sempre,
eles solucionam sua dificuldade em poucas semanas, e muitos experimentam a
realização sexual pela primeira vez, depois de quarenta ou cinqüenta anos
de
casamento. "Como isto poderia ter feito a diferença em nosso casamento!",
muitos
relatam. Ao mesmo tempo que fico feliz por
44
68
Ela Precisa, Ele Deseja
eles terem, finalmente, resolvido um problema conjugai longo e frustrante,
sintome triste pelos anos em que eles suportaram, sem necessidade, a
culpa, a
raiva e a depressão que geralmente acompanham a incompatibilidade sexual.
Satisfazendo as necessidades um do outro
Como foi dito no capítulo l, quero que os maridos e as mulheres se
conscientizem
das cinco necessidades emocionais mais importantes um do outro e como
satisfazêlas.
Comecei a discussão destas necessidades básicas com aquelas que julgo ser
as fundamentais para um bom casamento: afeto para ela, e sexo para ele.
Você deve ter achado algumas das coisas ditas neste capítulo irritantes, ou
mesmo repulsivas. Talvez eu tenha ofendido algumas esposas ao dizer que
elas
precisam "aprender" sobre a sua sexualidade. Estou disposto a correr o
risco
porque a aposta é alta. Ao aconselhar inúmeros casais, dois problemas
básicos
surgem repetidamente. Você pode pensar que eles são vergonhosos, irritantes
ou
de causar indignação, mas aqui estão os fatos:
• Por estarem geralmente em maior contato com sua própria sexualidade, por
ser
isto um impulso básico masculino, muitos homens têm falta de habilidade
para
fazer amor porque não compreendem a necessidade que a mulher tem por afeto
como
parte do processo sexual. Quando o homem aprende a ser afetuoso, sua
atuação na
relação sexual tornase bem diferente. O homem interessado apenas em
satisfazer
sua fome por sexo molesta sua esposa mais do que qualquer outra coisa
porque sua
técnica é insensível aos sentimentos dela. Este homem usa o corpo de sua
esposa
para o seu próprio prazer, enquanto ela se torna cada vez mais indignada.
• Por outro lado muitas mulheres não compreendem suficientemente a própria
sexualidade para saber como sentir pra
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar relação sexual 69
zer em satisfazer a necessidade compulsiva do marido pelo sexo. Para
satisfazer
a sexualidade de seu marido, a esposa também precisa se sentir satisfeita.
Tento
incentivar as esposas a não apenas deixar seus corpos disponíveis com mais
freqüência, mas, também, a se empenhar em aprender a ter tanto prazer na
relação
sexual quanto seus maridos.
A regra de ouro do casamento
É certo que, para a esposa ter prazer no sexo, ela precisará da ajuda de
seu
marido. Se ele não der o afeto e o carinho de que sua mulher precisa, ela o
verá
como um insensível e desatencioso. O princípio da reciprocidade é aplicado
em
todo este livro. Você não pode ter prazer neste seu momento da vida a dois
se
seu cônjuge não tiver prazer também. Se você se importa com seu cônjuge,
não vai
usálo ou negálo por egoísmo ou ignorância.
Quase todas as culturas e gerações conhecem a Regra de Ouro. Jesus Cristo
nos
ensinou: "Como quereis que os homens vos façam, assim fazeio vós também a
eles"
(Lucas 6.31). À medida que você pensar sobre os conceitos comentados até
aqui e
analisar as outras oito necessidades apresentadas adiante, por favor
considere
esta pequena versão da Regra de Ouro. Eu a chamo de a Segunda Lei do
Casamento
de Harley:
Satisfaça as necessidades do seu cônjuge como você deseja que seu cônjuge
satisfaça as suas.
Perguntas para ela
1. Numa escala de l a 10, sendo o 10 "muito satisfatório", como você
classificaria os quatro estágios da sua resposta
45
70
Ela Precisa, Ele Deseja
sexual para com seu marido?
Excitação: Platô: Clímax: Recuperação:
2. Se você classificou qualquer um dos quatro estágios como fraco, qual,
você
acha, seria o problema? Estaria a dificuldade com você, com seu marido ou
com
ambos?
3. Depois da leitura deste capítulo, o que você acha que aprendeu sobre a
necessidade de seu marido por sexo?
Perguntas para ele
1. Se sua esposa comentasse sobre seus desejos e técnicas sexuais com um
terapeuta especialista, o que você acha que ela diria?
2. Como você descreveria a sua dieta sexual: constante, espasmódica ou de
fome?
3. De acordo com o autor, uma mulher se excita através de afeto, atenção,
ternura e sensibilidade de seu marido. São estas as qualidades que você
tenta
desenvolver e expressar? O que você acha que sua esposa diria em resposta a
esta
pergunta?
Para pensar juntos
1. Estamos ambos tendo uma experiência sexual satisfatória? Caso não
estejamos,
em quais estágios haveria problemas e como poderíamos mudar esta situação?
2. Estamos precisando estudar juntos um bom manual sobre o sexo?
3. De acordo com o autor "o casamento é uma união muito condicional. Se não
tento satisfazer as necessidades da minha esposa e ela não tenta satisfazer
as
minhas, podemos estar tecnicamente casados, mas não conheceremos a feli
A primeira coisa sem a qual ele não pode ficar relação sexual 71
cidade e a realização que o casamento proporciona". Você concorda ou
discorda?
Conversem um com o outro sobre como se sentem a respeito desta afirmação.
4. Nas áreas do afeto e do sexo estamos colocando em prática a versão do
autor
sobre a Regra de Ouro "Satisfaça as necessidades do seu cônjuge como você
deseja que seu cônjuge satisfaça as suas"?
46
Ela precisa da atenção dele diálogo
^<^ üando Júlia e Henrique namoravam, passavam o tempo todo conversando.
Nos
dias em que não podiam estar juntos, conversavam ao telefone durante uma
hora ou
mais. Dificilmente planejavam encontros formais porque o verdadeiro
interesse
dos dois era estarem juntos para conversar. Algumas vezes, eles ficavam tão
envolvidos na conversa que esqueciam de fazer o que haviam planejado para
aquela
noite.
Após o casamento, Júlia e Henrique descobriram que suas conversas
diminuíram
consideravelmente. Ambos se tornaram ocupados com outras coisas que tomavam
muito do seu tempo. E, cada vez que tinham a oportunidade de sentar e
conversar,
Júlia
47
74
Ela Precisa, Ele Deseja
percebia que Henrique tinha menos coisas a dizer. Quando chegava em casa,
vindo
do trabalho, ele geralmente enfiava a cabeça no jornal, assistia à
televisão e
ia cedo para a cama. Isto não quer dizer que Henrique estivesse
desinteressado
em Júlia ou chateado com ela. Ele simplesmente queria relaxar após um dia
de
trabalho cansativo.
"Querido, eu realmente sinto falta das nossas conversas. Gostaria de poder
conversar mais, como fazíamos antes", Júlia disse um dia.
"Verdade? Eu também gostava muito daquele tempo. Sobre o que você gostaria
de
conversar?"
Este comentário de Henrique não marcou nenhum depósito no Banco do Amor de
Júlia. Ela não disse, mas pensou: Se você não sabe a resposta para esta
pergunta, então acho que não temos nada sobre o que conversar.
Depois desse dia Júlia começou a indagar por que as coisas haviam mudado.
Henrique continuava falante, quando queria
por exemplo com um grupo de amigos, durante uma partida de futebol.
Parece que
ele reservava seu silêncio apenas para a esposa, e ela estava achando muito
difícil não se ressentir disso.
Henrique e Júlia freqüentemente passavam algum tempo com Tomás e Cátia, um
casal
vizinho com a mesma idade deles. Júlia logo observou que Tomás costumava
dirigir
sua conversa para ela, e parece que ele nunca tinha dificuldades em
encontrar
assunto para conversa.
Depois de algum tempo, Júlia passou a considerar os encontros com Tomás e
Cátia
o ponto alto da semana. Ela aguardava aqueles momentos, quando podia falar
sobre
as várias coisas que tinha em mente. Tomás sempre a ouvia com atenção e era
sempre muito bemsucedido na outra metade da conversa. Todas as vezes que
se
encontravam em grandes grupos em festas, por exemplo , Tomás sempre
escolhia
Júlia como companheira de conversa. Ele se sentava com ela em reuniões e a
convidava para par
Ela precisa da atenção dele diálogo
75
ticipar de eventos especiais nos quais houvesse interesse mútuo. Eles se
tornaram bons amigos. Decerto, Tomás acumulou um bom saldo no Banco do Amor
de
Júlia.
Com o passar do tempo a amizade se intensificou e Júlia logo entendeu que
aquele
relacionamento se tornara mais do que uma simples amizade para ela.
Finalmente,
um dia ela experimentou contar para Tomás que se sentia muito apegada a
ele.
"Júlia, estou apaixonado por você desde a primeira vez que nos
encontramos",
Tomás se declarou. Em poucas semanas, Júlia e Tomás estavam totalmente
envolvidos num relacionamento extraconjugal.
Júlia caíra na armadilha. Tomás havia chegado para preencher uma
necessidade que
Henrique sempre preencheu de forma maravilhosa antes do casamento. Por
alguma
razão, o interesse de Henrique por uma boa conversa acabou após o
casamento.
Quando Júlia refletia sobre tudo isso, ela pensava: É uma pena que eu não
possa
ter este mesmo tipo de conversa com Henrique. Houve um tempo em que
podíamos.
Por que não agora?
Por que meu marido não conversa comigo?
Dificilmente um homem me pergunta: "Por que minha esposa não conversa
comigo?".
Mas sempre ouço das mulheres: "Por que meu marido não conversa comigo?".
Parece
que os homens não têm tanta necessidade de conversar com suas esposas como
as
esposas têm de conversar com seus maridos. As mulheres, por outro lado,
demonstram prazer em conversar pelo benefício que a conversa em si traz.
Muitas
delas passam horas ao telefone conversando com amigas, enquanto os homens
raramente ligam para outro homem apenas para bater papo ou para ficar em
dia com
as novidades. As reuniões, os lanches e outros encontros cujo objetivo
principal
48
é a conversa compartilhada sobre as suas preocupações pessoais trazem muita
satisfação para as mulheres. Quan
49
76
Ela Precisa, Ele Deseja
do os homens se encontram a conversa gira mais em torno de assuntos
práticos,
como o conserto do carro, o melhor lugar para pescar ou qual time ganhará o
campeonato de futebol. Eles também gostam de contar piadas e anedotas, mas
não
gostam de falar sobre si mesmos ou sobre os seus sentimentos.
Por que razão, então, os homens acham tão fácil conversar com as mulheres
durante o período de namoro? Uma razão óbvia é que eles querem causar uma
boa
impressão e as mulheres certamente fazem o mesmo. Durante o namoro ambos
demonstram, com avidez, toda a sua habilidade de ser alegres, espirituosos,
divertidos, etc.. Ambos se sentem altamente motivados em descobrir do que o
outro gosta ou não. O homem, especialmente, mostrase curioso, o que não é
algo
comum, sobre sua companhia feminina. Ele deseja descobrir seus sentimentos
sobre
as coisas e ouvir seus problemas. Ele quer saber o que pode fazêla alegre
e
feliz.
Nesta mesma investida ele busca descobrir os interesses dela. Quer saber
como se
mostrar atraente para ela. Como sabe que ela gosta de receber um
telefonema, ele
a telefona pontual e regularmente todas as vezes que não podem estar
juntos.
Isto mostra o quanto ele a ama e o quanto pensa nela.
Apesar de sentir muito prazer em conversar, as mulheres não gostam quando
os
homens passam a noite falando apenas sobre os seus próprios problemas e
suas
realizações. Tenho aconselhado várias mulheres que recorrem aos
classificados de
encontros de jornal. Após o primeiro encontro, ouço com freqüência: "Aquele
cara
era um chato! Tudo o que ele fez foi falar de si mesmo".
Isso mostra que a conversa que satisfaz a necessidade de uma mulher é
aquela que
enfatiza os eventos do dia dela, as pessoas que ela possa ter encontrado e,
acima de tudo, como ela se sente sobre tudo isso. Ela deseja atenção verbal
e,
de boa vontade, dá a mesma atenção ao seu marido, ouvindoo com prazer
quando
ele fala apenas sobre si mesmo e sobre as coisas que fez.
Ela precisa da atenção dele diálogo
77
A mulher deseja estar com alguém que, no seu entender, preocupase
imensamente
com ela. Quando percebe esse tipo de atenção, ela se sente bem próxima da
pessoa
com quem está falando. Na psique feminina a conversa misturase ao afeto, o
que
ajuda a mulher a se sentir unida à outra pessoa. Este sentimento de união
com a
outra pessoa permanece enquanto o afeto e as conversas continuarem diárias.
Se o trabalho do marido exige que ele viaje, o telefone pode ajudar o casal
a
manter o senso de comunicação e aproximação. Mas, mesmo que ele ligue todas
as
noites para casa, é muito comum que, na sua volta, a esposa precise de um
ou
dois dias para restabelecer o vínculo que tinha com o marido antes da
viagem. As
mulheres casadas com homens que precisam viajar com freqüência me dizem que
é
muito difícil adaptarse à volta dos mandos. Uma delas relatou: "É preciso
um
dia ou dois para que eu me sinta próxima dele o bastante para fazer amor".
Muitos talvez a maioria dos casais que aconselho têm problemas
relacionados
com o trabalho. Funções que exigem muitas viagens podem destruir um
casamento. O
modelo do cônjuge que está sempre em trânsito torna difícil, senão
impossível,
para o outro cônjuge, manter o senso de unidade. No casamento em que ambos
viajam muito, o desafio que ambos têm de se manter emocionalmente ligados é
duplicado.
Leva tempo para se comunicar o
Se o marido deseja, com seriedade, satisfazer a necessidade que sua esposa
tem
de se sentir próxima dele, é preciso que separe tempo e atenção suficientes
para
esta tarefa. Digo aos meus clientes do sexo masculino que eles devem
aprender a
reservar quinze horas semanais para dar atenção exclusiva às suas esposas.
Muitos deles me olham como se eu fosse um maluco, ou simplesmente riem e
dizem:
"Em outras palavras, preciso de um dia com trinta
50
78
Ela Precisa, Ele Deseja
e seis horas". Sem piscar pergunto quanto tempo eles passavam dando às
esposas
atenção exclusiva quando eram namorados. Qualquer rapaz que comete a falta
de
não dedicar esse período de tempo à sua namorada corre o grande risco de
perdêla.
O que acontece em um encontro típico durante o namoro? Namorado e namorado
procuram uma atividade que possa servir de argumento para estarem juntos.
Geralmente eles escolhem uma atividade recreativa, como jogar pingue
pongue, ir
ao cinema ou jantar fora. A atividade, porém, é incidental. O que eles
querem,
de fato, é estar juntos para ter a atenção um do outro. A maior parte dos
encontros está centralizada nas demonstrações de afeto um para com o outro
e nas
conversas.
Quando um casal de namorados compartilha o seu tempo, em geral têm dois
objetivos básicos, apesar de possivelmente não terem consciência disso.
Eles
tentam (1) conhecer um ao outro mais completamente e (2) ter a oportunidade
de
saber o quanto cada um se importa com o outro.
Por que estes objetivos já não são tão fortes depois do casamento?
O casal que deseja um casamento feliz segue em frente com estes propósitos
e
objetivos por toda a vida. Primeiro, para o bem da mulher, eles precisam
reservar um tempo para sair juntos. É aqui que entra a minha recomendação
sobre
as quinze horas semanais. O casal pode incluir outras atividades nesse
período,
mas a prioridade deve ser o diálogo uma conversa particular, íntima, sem
crianças ou amigos.
Quando o casal não passa muito tempo junto, a mulher, principalmente, perde
o
senso de intimidade de que ela necessita, e no qual tem grande prazer. Além
disto, o Banco do Amor começa a diminuir seus fundos. Esta minha sugestão
de
quinze horas semanais é resultado de uma pesquisa feita com algumas
clientes. Eu
quis saber quanto tempo elas precisavam passar com seus maridos para que
pudessem sentirse bem próximas e suficientemente à vontade, a fim de
desfrutar,
com prazer, a intimidade sexual.
Ela precisa da atenção dele diálogo
79
Uma atividade pode ser incluída nas quinze horas estabelecidas se você
puder
responder afirmativamente a esta pergunta: "Esta atividade permitirá darmos
atenção especial um ao outro?". Ir ao cinema e assistir a um filme de três
horas
não atende ao nosso critério. Você pode até trocar algum carinho durante o
filme, mas, na maior parte dos casos, não se pode dizer, com certeza, que
se deu
atenção especial um ao outro.
Atividades como praticar uma caminhada, ir a um restaurante, fazer um
passeio de
barco, passar o dia na praia e outras semelhantes são mais adequadas.
Qualquer
atividade recreativa que exija muita concentração ou muito exercício,
prejudicando o diálogo, não se adapta ao nosso objetivo
Se, enquanto estão andando de carro, você e sua esposa envolvemse numa
conversa, inclua este tempo nas quinze horas. Faça o mesmo em relação às
refeições que vocês compartilham, sem distração por parte de crianças ou
outras
fontes.
Durante o namoro as mulheres apaixonamse como resultado do período em que
passam com os namorados, trocando carinho e conversando. Se o casal
continua a
se envolver em atividades que proporcionaram essa oportunidade, o casamento
promete ser bemsucedido. Quando duas pessoas se casam, cada parceiro tem o
direito de esperar que o mesmo amor e carinho prevalecente durante o namoro
continue após o casamento. Infelizmente, o estereótipo comum aplicado a
muitos
casamentos talvez à maior parte deles mostra que um dos cônjuges, ou
ambos,
fazem uma completa reviravolta nas ações e nas atitudes enquanto o som
daquele
"sim" ainda soa nos ouvidos de quem o ouviu. É verdade que falta precisão
ao
estereótipo porque, geralmente, são necessários meses, ou até anos, para
que as
51
coisas mudem, mas elas mudam. Por quê? Porque no casamento as pessoas não
assumem um compromisso de tempo um para com o outro. Sabemos o que devemos
fazer, mas temos a tendência de não dar valor a nossos cônjuges. As novas
pressões da vida de casado muitas vezes
52
80
Ela Precisa, Ele Deseja
nos pegam de surpresa, deixandonos sem tempo para dar o carinho e a
atenção à
pessoa que prometemos amar.
A síndrome de "desvalorização do cônjuge" explica por que as conversas
fantásticas dos dias de namoro podem enfraquecer e se transformar numa vida
de
casado enfadonha, que traz decepção e desilusão. Cada casal precisa sentar
se e
refletir sobre este pensamento: "Meu cônjuge casouse comigo porque achou
que as
coisas agradáveis que eu fazia durante o nosso namoro continuariam pelo
resto de
nossa vida. Será que estou cumprindo a minha parte nesta negociação?".
A maior parte das pessoas que se casam não acha que o seu namoro foi uma
fantasia e que, após o casamento, tudo pode se tornar horrível. Elas se
casam
porque tiveram tanto prazer em tudo o que aconteceu durante o namoro que
gostariam de poder continuar pelo resto da vida.
Está claro que as circunstâncias podem mudar após o casamento. Logo no
início do
nosso casamento, Joyce e eu enfrentamos dificuldades financeiras. Eu ainda
estava na faculdade, mas, mesmo assim, precisava providenciar sustento para
minha esposa e meus filhos. Joyce ficava em casa com as crianças e cada
centavo
era contado. Então, eu me perguntava: "O que Joyce preferiria: dinheiro para
gastar ou um tempo comigo?". Se eu tivesse colocado este assunto nesses
termos
para ela, possivelmente ela optaria pelo dinheiro, porque tínhamos contas
para
pagar e precisávamos manter a casa em funcionamento outra necessidade
básica
para muitas mulheres, que discutiremos mais de perto no capítulo 9.
Felizmente,
não permitimos que as pressões financeiras interferissem em nosso
relacionamento. Mais tarde, com as minhas experiências de aconselhamento,
eu
aprenderia esta grande verdade: o dinheiro ou a profissão devem servir ao
casamento; o casamento jamais deve servir ao dinheiro ou à profissão.
Observo
que, em muitos dos casamentos fracassados, o casal abandonou o seu
relacionamento para construir fortuna. No fim eles consegui
Ela precisa da atenção dele diálogo
81
ram a fortuna, mas as custas do casamento.
A grande luta da sociedade capitalista pela aquisição de cada vez mais bens
é,
talvez, o inimigo mais mortal que qualquer família possa enfrentar. O que
deveria ocupar o primeiro lugar num casamento: o seu relacionamento como
marido
e mulher ou o seu padrão de vida? Todos nós sabemos a resposta certa, mas
muitos
casais mesmo entendendo, agem do modo contrário. Eles colocam o padrão de
vida à
frente do seu relacionamento, com a idéia de que "seremos felizes se
conseguirmos uma boa condição financeira". Em muitos casos, entretanto, é
exatamente o contrário que acontece. Eles conseguem um alto padrão de vida,
mas
a um preço altíssimo.
Joyce e eu decidimos passar mais tempo juntos e, por isso, tivemos de mudar
algumas coisas em nosso estilo de vida. Eu conhecia a idéia falsa de julgar
as
coisas apenas do ponto de vista financeiro, mas continuava com contas para
pagar. Portanto, a nossa decisão significava baixar o nosso padrão de vida.
O casal em que um dos cônjuges passa muitas horas extras no trabalho ou em
trabalhos extras pode estar escrevendo o certificado de óbito de seu
casamento
ou, pelo menos, preparandose para dar entrada no hospital. Eles precisam
compreender que o seu relacionamento é a parte mais importante de sua
qualidade
de vida.
Por que conversar é tão importante?
À medida que estudamos as dez necessidades básicas mais importantes para os
homens e para as mulheres, você começará a perceber que elas estão
intimamente
relacionadas. Por esta razão, se você fracassar em satisfazer uma das
necessidades do seu cônjuge, isto poderá influenciar sua capacidade de
satisfazer outra. Por exemplo: imagine você tentando satisfazer, com
sucesso, a
necessidade sexual de seu cônjuge sem usar a comunicação verbal. Sem
53
82
Ela Precisa, Ele Deseja
diálogo, você nunca conseguirá manter aquele clima de carinho e de profunda
relação física de que seu parceiro precisa!
Algumas pessoas pensam, erroneamente, que podem separar a realização dessas
necessidades básicas. A esposa cujo marido não conversa pode achar que ter
uma
boa amiga com quem conversar delegando à outra pessoa a tarefa de
satisfazer a
sua necessidade, mas permanecendo sexualmente fiel ao seu marido pode
parecer
uma boa solução em princípio. O problema é que, inadvertidamente, isso
enfraquece o seu casamento com a perda do elo de intimidade que é cultivado
com
os momentos de conversa com seu marido. E é ainda mais grave se a esposa
tiver
consciência de que, se quiser sentirse unida a ele, os dois precisam
conversar.
"Jonas, vamos conversar", ela diz. "Sobre o que você gostaria de
conversar?"
Esta pergunta inocente de Jonas provocaria a ira na maior parte das
mulheres, se
viesse da boca de seus maridos, porque isto demonstra que o homem pouco
entende
do diálogo como uma necessidade real da mulher. Talvez ele entendesse melhor
a
irritação de Marilu se a conversa fosse mais ou menos assim: "Marilu, vamos
fazer amor."
Ela perguntaria: "Por quê, Jonas? Já estamos prontos para ter filhos?"
Quando pensamos no diálogo de Marilu com Jonas sobre o sexo, começamos a
entender como a pergunta dele sobre o que conversar parece ridícula para a
mulher, e, mesmo assim, este mesmo diálogo repetese freqüentemente entre
muitos
casais. Por quê? Creio que a razão é a falta de conhecimento de ambos
acerca da
forma como o outro vê a conversa.
Assim como Jonas vê o sexo como algo prazeroso em si, Marilu precisa
conversar.
Como acontece com a maior parte das mulheres, conversar faz com que ela
sinta um
amor mais romântico por Jonas, porque a conversa é uma forma de que ela
dispõe
para
Ela precisa da atenção dele diálogo
83
compartilhar intensamente a sua vida com ele. Isto cria uma atmosfera que
contribui para a sua felicidade. O homem que reserva tempo para conversar
com
uma mulher terá acesso ao seu coração.
Jonas vê o diálogo principalmente como um meio para alcançar um fim, não
como um
fim em si. Se ele deseja saber como a conta bancária ficou com saldo
negativo,
você pode estar certo de que ele falará com Marilu, mas não se preocupará
em
comentar com ela como o caixa do banco foi gentil com ele, na última vez em
que
esteve lá. As mulheres também conhecem os propósitos práticos de uma
conversa,
mas têm muita dificuldade em explicar que simplesmente gostam de conversar
com
alguém.
Ao mesmo tempo que o diálogo preenche uma necessidade emocional da mulher,
serve
a outros propósitos na construção de um relacionamento. O diálogo ajuda os
casais a (1) comunicar suas necessidades um ao outro e (2) descobrir como
satisfazer essas necessidades. Quando o marido e a mulher participam de uma
conversa que realmente transmite essa informação sobre suas necessidades
desenvolvem maior compatibilidade. Para começar, pergunte como seu cônjuge
se
sente e no que ele ou ela está pensando. Você poderia, certa noite,
perguntar,
por exemplo: "O que fez você se sentir bem hoje? E o que fez você se sentir
mal?". Em seguida conte a ele ou ela o que fez você se sentir bem e o que
fez
você se sentir mal.
Ao compartilhar esse tipo de informação, você compreenderá melhor o que
está
acontecendo no mundo do seu cônjuge e suas reações às situações que exercem
influência sobre vocês. Se alguma coisa que eu faço pode afetar a minha
mulher
negativamente, preciso tomar conhecimento desta realidade para que possa
mudar
meu comportamento e fazer algo que seja agradável a ela. Por outro lado, se
estou fazendo algo certo, também preciso saber para que possa continuar, e
até
54
mesmo, melhorar essa ação. Os casais não devem trabalhar tão intensamente
ou
durante muito
55
84
Ela Precisa, Ele Deseja
tempo nesse processo porque, mesmo que se faça algo com a melhor das
intenções,
o efeito pode ser contrário, se vocês não se mantiverem em contato desta
forma.
Como evitar o distanciamento
Posso testemunhar pessoalmente como um casal é capaz de mudar e se
distanciar,
se os dois não mantiverem um diálogo saudável. Quando casamos eu havia
acabado
de me formar na faculdade e Joyce completara o segundo ano. Após dois meses
de
casados, ela decidiu não terminar a faculdade e conseguiu um trabalho de
tempo
integral como secretária. Quando completei dois anos de formado, tivemos
nosso
primeiro filho, e Joyce tornouse uma dona de casa de tempo integral. Ao fim
de
mais três anos de formado, completei meu doutorado e tínhamos, então, dois
filhos.
Joyce começou a desevolver seu interesse e habilidade na área da música,
enquanto minha profissão me conduzia para a psicologia. Ela se tornou uma
artista da música crista e uma oradora e vocalista muito requisitada. Eu
ensinava psicologia, orientava pesquisas e desenvolvia a minha prática em
aconselhamento.
Logo percebi que tínhamos muito pouco sobre o que conversar. Quando eu
tentava
falar com ela sobre o meu trabalho a sua atenção não durava mais do que dez
segundos, e ela já saía para fazer outra coisa. Da mesma forma eu a ouvia
durante o mesmo período, quando ela descrevia para mim os seus últimos
desafios.
O Banco do Amor começou a apresentar débitos. A sua esfera de interesses
estava
tornandose totalmente diferente da minha. Numa representação gráfica o
problema
se mostrava assim:
Ela precisa da atenção dele diálogo
85
Reconhecemos que estávamos enfrentando um sério problema e decidimos fazer
alguma coisa a respeito antes que fosse tarde demais. Nosso relacionamento
era
muito mais importante para nós do que nossas realizações profissionais.
Portanto, precisávamos de uma situação cuja representação gráfica fosse
como a
Ilustração abaixo:
Fizemos um esforço para nos envolvermos mais na área de interesse um do
outro.
Como eu já tinha certo gosto por música e apreciava muito as apresentações
de
Joyce, oferecime para ajudála na preparação dos seus concertos e palestras.
Joyce tornouse minha decoradora, usando seus talentos na área artística.
Ela
decorou meus consultórios e atuava como anfitriã nos seminários e eventos
sociais.
Aprendemos a servir um ao outro em nossas respectivas áreas de interesse.
Isto
não significa que tínhamos a intenção de passar a frente, ou dizer ao outro
o
que fazer, ou ainda, dar palpites. Com o novo programa de ação logo
percebemos
uma intersecção em nossas esferas de interesse. Parte da minha esfera
continuava
um mistério para ela e viceversa, mas agora tínhamos aquela área
56
86
Ela Precisa, Ele Deseja
de intersecção na qual compartilhávamos interesses mútuos. Recuperamos o
senso
de unidade que tínhamos quando éramos namorados. Nosso Banco do Amor
começou a
dar lucros novamente.
Para nos envolvermos mais nas atividades um do outro, tivemos de abrir mão
de
algumas áreas de nosso próprio interesse. Esta forma de acomodação é
essencial
para desenvolver a compatibilidade. Para resumir os pontoschaves:
1. Tenho a minha esfera de interesses e minha esposa tem a dela. Se as duas
esferas não encontram pontos comuns, nos distanciamos cada vez mais um do
outro.
2. Como existe apenas certo número de horas no dia e na semana, precisamos
escolher: buscar interesses que podemos compartilhar ou interesses que não
compartilhamos. Se escolhermos a última opção, estaremos nos distanciando.
Se
escolhermos a primeira, ficaremos cada vez mais juntos.
3. Enquanto me interesso por coisas que também são do interesse da minha
esposa,
temos muitas coisas sobre o que conversar. O diálogo tornase mais fácil e
mais
interessante.
v Posso satisfazer a sua necessidade de diálogo com um esforço bem menor
porque
é algo que se tornou natural e espontâneo.
Essas idéias podem soar quase simplistas, mas, por incrível que pareça,
para
muitos casais, elas continuam esquecidas. Em vez de colocálas em prática
eles
preferem seguir os maus conselhos oferecidos por alguns autores, psicólogos
de
ocasião ou por entrevistados especiais que ocasionalmente visitam programas
de
televisão e que já estão no quarto ou quinto casamento. Estes pretensos
conselheiros incentivam os maridos e mulheres a, deliberadamente, optar por
interesses diferentes, pois assim estariam "conquistando o seu espaço" e
obtendo
independência um do outro. Eles ten
Ela precisa da atenção dele diálogo
87
tam vender a idéia de que, se o marido e a mulher interagirem e dependerem
muito
um do outro, perderão sua identidade pessoal e o senso de autovalor.
Creio que esta é uma das idéias mais prejudiciais disseminadas atualmente.
Como
vocês podem ter assuntos sobre os quais conversar se participam de
atividades
totalmente diferentes? O argumento de defesa para os interesses diversos
sugere
que o casal tem mais para conversar quando compartilha o que faz
separadamente.
Eu gostaria que isso fosse verdade, pois pouparia muito trabalho no meu
consultório de aconselhamento. Minha experiência, entretanto, mostra que o
casal
se torna muito mais sujeito a se distanciar se as esferas de interesse forem
diferentes.
Com essas considerações não quero dizer que o marido e a mulher devam
passar
todos os momentos juntos e fazer tudo em comunhão, mas creio que todo o
casamento precisa de alguns interesses mútuos, se é que o alvo é uma boa
comunicação. Um casamento em que marido e mulher se prendam a interesses
totalmente divergentes poderá sobreviver, mas tenho visto poucos prosperarem
sob
tais circunstâncias.
Bem, imaginemos que vocês se comprometeram a reservar tempo para conversar,
permitindo que cada um conheça do que o outro gosta, ou não, através de
perguntas que sondem seus sentimentos e reações, procurando, de todas as
maneiras possíveis, aumentar a compatibilidade, com o desenvolvimento de
interesses mútuos. Todos esses são bons objetivos, mas você ainda enfrenta
o
desafio de tornar suas conversas algo positivo e benéfico. Alguns casais
talvez
precisem lutar contra o acúmulo de sentimentos e mágoas, pelo fato de terem
se
comunicado de forma tão negativa e insuficiente no passado.
O que deve ser incluído numa boa conversa? Como os maridos e as esposas
podem
aprender a conversar, de forma que seja algo prazeroso para ambos? Como
eles
podem aprender a usar a boca para fazer depósitos, em vez de retiradas, em
seus
Bancos do Amor?
57
88
Ela Precisa, Ele Deseja
Os muitos livros sobre comunicação no casamento e o escopo deste capítulo
não
podem cobrir todos os tópicos e ensinamentos úteis. Entretanto, listaremos
abaixo várias sugestões sobre algumas coisas básicas a serem evitadas ou
incluídas em suas conversas. Ao aconselhar casais percebo estas situações
vindo
à tona muitas e muitas vezes.
Os inimigos da boa conversa
Em primeiro lugar trataremos dos inimigos da boa conversa que fazem você
retirar
unidades de seu Banco do Amor.
Inimigo 1: Usar a conversa para conseguir o que se quer às custas do
cônjuge
Não há nada de errado em pedir o que se quer um do outro. Mas quando seus
pedidos tornamse ordens, você cruzou a fronteira que o leva às retiradas
do
Banco de Amor.
Seja quando for que você dê uma ordem, você estará dizendo a seu cônjuge
que não
se importa com o que ele ou ela sente quando a executa. Você quer o que
quer, e
é só isso que interessa. E claro, você pode ter cinqüenta razões pelas
quais é
justo e apropriado que seu cônjuge dê a você o que você deseja. Mas no
fundo
você quer as coisas da sua maneira, mesmo que seja às custas de seu
cônjuge. Eu
garanto a você, tal conversa retira unidades de amor.
Ordens fazem mais que destruir o amor de seu cônjuge por você, contudo,
elas
também tornam menos provável que seu cônjuge faça o que você quer num outro
momento. Mesmo que você faça com que seu cônjuge obedeça sua ordem desta
vez,
pode apostar que ele ou ela estará a postos da próxima e responderá ao fogo
com
fogo. E quase certo que uma briga venha como resultado de sua ordem, se não
desta vez, da próxima. Ordens são, não apenas inimigas de uma boa conversa,
mas
também uma maneira
Ela precisa da atenção dele diálogo
89
muito tola de se conseguir o que você venha precisar ou até merecer em seu
casamento.
Inimigo 2: Usar a conversa para punir o cônjuge.
Ferir verbalmente o seu cônjuge produz grandes retiradas do Banco do Amor.
Isto
nada mais é que abuso emocional e mental. Freqüentemente causa mais danos
do que
o abuso físico. Testemunhei casos em que os casais criaram frases
especialmente
para ferirem um ao outro. Basta um dos cônjuges proferir tal frase para
começarem as ofensas e os dois perderem o controle lançando um sobre o
outro
todas as expressões danosas que vêm às suas mentes.
Na maioria das relações extraconjugais, esta situação é geralmente evitada.
Mas,
no casamento, é impossível fugir delas. Passado algum tempo, o
ressentimento
causado pelas batalhas verbais resulta em ódio entre marido e mulher.
Se você se sente aborrecido e ressentido, expresse o que está sentindo e
descreva suas expectativas para seu cônjuge. Mas lembrese: não use as
palavras
para ferir ou magoar o outro. Isto só contribui para que seu cônjuge se
mostre
menos disposto a satisfazer suas necessidades no futuro.
Inimigo 3: Usar a conversa para forçar o outro a concordar com o seu modo
de
pensar.
Poucas conversas são mais irritantes do que aquelas em que alguém tenta
forçar
uma pessoa a concordar com a opinião da outra. Esta pessoa não é capaz de
entender o direito que o outro tem de tomar decisões. Se você deseja que
seu
cônjuge entenda os seus sentimentos, precisa expressálos de alguma forma.
Mas a
acomodação de seus sentimentos não deverá exigir dele a perda dos valores
individuais ou de julgamento.
58
90
Ela Precisa, Ele Deseja
Ela precisa da atenção dele diálogo
91
Nunca force seu cônjuge a concordar com você. Se não for possível chegar a
um
acordo, aprenda a respeitar a opinião do seu marido ou de sua esposa e
tente
compreender o conteúdo dessa opinião. No fim este exercício de respeito
dará a
você uma boa oportunidade de compartilhar a sua posição, sem riscos de
retiradas
do Banco do Amor.
Inimigo 4: Persistir nos erros, passados ou presentes.
Dentro ou fora dos casamentos a maior parte das pessoas se ressente de
denúncias, críticas ou correções. Se outras pessoas nos dizem que cometemos
um
erro, geralmente tentamos justificar nossa falta ou colocamos a culpa em
outra
pessoa.
Por outro lado se alguém que estimamos nos diz que tem uma necessidade
pessoal e
gostaria que nós a satisfizéssemos, geralmente nos dispomos a ajudar. Desde
que
não sejamos criticados, podemos, de boa vontade, agradar os outros com
alguma
mudança no nosso comportamento.
Os erros são difíceis de provar. O que uma pessoa chama de "erro" pode
parecer
correto de outro ponto de vista. Por outro lado a falha em satisfazer a
necessidade de outra pessoa apresentase mais claramente. Se minha esposa
Joyce
me disser que eu a estou irritando, devo aceitar esta afirmação pelo valor
da
declaração. Afinal, ela é o melhor juiz dos seus próprios sentimentos. Ao
fazer
comentários como este ela não está necessariamente me criticando. Em vez
disso,
está revelando o impacto do meu comportamento sobre os sentimentos dela. O
meu
carinho por minha esposa é um presente, não uma exigência. Se me importo
com os
seus sentimentos quero que ela me ajude a descobrir como me comportar de um
modo
que satisfaça as suas necessidades. Mas se ela exige estas mudanças no meu
comportamento, não está reconhecendo minha generosidade e minha atenção, e
isto
me coloca em posição de defesa.
A Terceira Lei do Casamento de Harley, referindose a isto, diz:
Parceiros atenciosos conversam de forma atenciosa.
Os amigos da boa conversa
Consideremos agora os amigos da boa conversa, que fazem você depositar
unidades
no seu Banco do Amor.
Amigo 1: Interessarse pelos assuntos preferidos um do outro.
Através da minha experiência no aconselhamento de casais, tenho observado
que
mesmo as pessoas mais introvertidas se tornam comunicativas quando
discutimos
assuntos do seu interesse. Algumas mulheres percebem que seus maridos
quietos
saem do casulo quando estão na companhia de seus amigos do sexo masculino.
Certa vez aconselhei um casal que estava prestes a se divorciar porque a
esposa
já não podia mais suportar o silêncio do marido. Em meu consultório, a sós
comigo, aquele homem parecia um papagaio. Entretanto, quando sua esposa se
juntava a nós, ele se tornava uma pedra. Alguns assuntos de seu interesse o
traziam para fora. Uma vez que estes assuntos eram introduzidos, ele
continuava
a conversar durante longo tempo.
Muitas pessoas precisam começar uma conversa com assuntos excitantes.
Conforme a
conversa fica animada, elas podem mudar para um assunto menos estimulante,
mas
continuando a apreciar a conversa até o fim.
Amigo 2: Conversar de forma equilibrada. No caso mencionado anteriormente
pedi
que o marido e a mulher fizessem uma estimativa da quantidade de tempo que
eles
59
92
Ela Precisa, Ele Deseja
falavam e, em cada dez minutos de conversa, ela deveria deixar o marido
falar
durante cinco minutos. A princípio a esposa achou que o marido não falaria
nada
durante esse período, mas logo que os assuntos de seu interesse foram
incluídos,
ele fez a sua parte em dez minutos. Em dado momento, a esposa foi
solicitada a
equilibrar a conversa, dando ao marido a mesma quantidade de tempo para
falar
porque, até então, ela não tinha consciência do seu hábito de interrompêlo
enquanto ele falava.
Aqueles que monopolizam a conversa criam um hábito indesejável nos
cônjuges: o
silêncio. Portanto, se você deseja uma boa conversa, seja sensível ao
direito
que o outro tem de falar. Talvez sejam necessários uns dois ou três segundos
para o seu cônjuge iniciar uma frase, mas dêlhe o tempo que for
necessário.
Lembrese também de esperar até que ele ou ela complete o pensamento antes
de
começar seus comentários.
Amigo 3: Usar a conversa para informar, descobrir e compreender o cônjuge.
Uma das funções mais valiosas do diálogo entre o marido e a mulher é criar
aproximação emocional. Os assuntos que você escolhe para conversar têm o
grande
propósito de incentivar a intimidade do seu relacionamento.
Se vocês têm um relacionamento superficial, provavelmente estão evitando
aquela
conversa que ajudaria na adaptação mútua. E possível que vocês estejam
dando, um
ao outro, informações incorretas e desencorajando a descoberta. Vocês podem
estar temendo ser compreendidos pelo cônjuge. Esta fragilidade comum pode
levar
ao sério e muitas vezes desastroso fracasso na adaptação das
necessidades um
do outro. Se vocês querem um casamento bemsucedido devem usar seu tempo de
conversa para informar, descobrir e compreender um ao outro.
Informem seus interesses e suas atividades pessoais, no desejo de trazer um
cônjuge para as esferas de interesse do outro. Mantenham
Ela precisa da atenção dele diálogo
93
um calendário de suas atividades diárias e planos para o futuro.
Compartilhem
tudo. Não tenham segredos sobre as suas vidas.
Descubram os sentimentos e as atitudes pessoais um do outro sem
necessariamente
tentar mudar o cônjuge. Vocês podem aprender muito um do outro sem esperar
nenhuma mudança! Se você critica ou ridiculariza os sentimentos e atitudes
do
seu cônjuge, será muito mais difícil para ele expressarse no futuro. Em
vez
disso incentivem um ao outro a ser mais abertos e vulneráveis, através do
respeito e da sensibilidade.
Compreendam a motivação um do outro pela vida o que traz alegria e
tristeza
para ambos. Descubram quais são os botões de "frio" e "quente" um do outro,
a
fim de que cada um possa trazer o melhor e evitar o pior para o outro. Uma
das
formas mais especiais de você demonstrar atenção para com seu cônjuge é
mudar o
seu próprio comportamento para proporcionarlhe prazer e evitar a dor de seu
par.
Amigo 4: Dar atenção exclusiva ao cônjuge.
Uma das maneiras mais rápidas de um marido aborrecer a esposa é conversar
com
ela enquanto assiste a uma partida de futebol. Ela se aborrece porque,
agindo
assim, o marido não lhe dá a devida atenção, mostrandose muito mais
interessado
no jogo.
A conversa que a mulher quer ter com seu marido requer atenção exclusiva.
Como
mencionado antes neste capítulo, recomendo que cada casal reserve quinze
horas
por semana para dar atenção exclusiva um ao outro. Não assista ao futebol
durante esse período!
Dicas para diálogo entre marido e mulher
O marido atencioso conversa com a esposa de um modo que a faz sentirse à
vontade para revelar os seus mais profundos sentimentos. Através do diálogo
ele
descobre como satisfazer muitas
60
94
Ela Precisa, Ele Deseja
outras necessidades da esposa. Mas a conversa, em si, satisfaz uma das mais
importantes necessidades femininas: a de simplesmente querer que o marido
converse com ela.
Concluo este capítulo com uma lista que sintetiza as maneiras pelas quais
você
pode mostrar atenção para com seu cônjuge através do diálogo. Já tratamos
de
todas elas. Agora é hora de colocálas em prática.
1. Lembremse de como as coisas eram quando vocês namoravam. Vocês dois
ainda
precisam demonstrar o mesmo grau de interesse um pelo outro e pelas coisas
que
cada um tem para dizer, especialmente sobre os seus sentimentos.
2. A mulher tem grande necessidade de conversar sobre suas preocupações e
seus
interesses com alguém que, na sua percepção, se importa muito com ela.
3. Homem, se o seu trabalho exige que você fique fora de casa à noite ou
durante
dias, pense na possibilidade de mudar de emprego. Se não for possível,
descubra
formas de restaurar a intimidade do seu casamento cada vez que você
retornar
depois de um período de ausência, de modo que sua esposa se sinta à vontade
com
você novamente (se é a esposa que passa mais tempo viajando, o mesmo
princípio
deve ser usado).
4. Adquira o hábito de passar quinze horas por semana a sós com o seu
cônjuge,
dando a ele atenção exclusiva. Use a maior parte desse tempo para uma
conversa
natural, mas significativa.
5. Lembrese de que a maioria das mulheres se apaixona por homens que
reservam
um tempo para conversar e trocar afeto com elas. E elas permanecem
apaixonadas
por homens que continuam a satisfazer estas suas necessidades.
6. As preocupações financeiras não devem interferir na hora do diálogo. Se
vocês
não têm um tempo para estar a sós e
Ela precisa da atenção dele diálogo
95
conversar, as suas prioridades não estão sendo planejadas corretamente.
7. Nunca usem a conversa como forma de ferir (ridicularizar, xingar,
blasfemar
ou ironizar). A conversa deve ser construtiva, não destrutiva.
8. Nunca use a conversa para forçar seu cônjuge a concordar com o seu modo
de
pensar. Respeite os sentimentos e opiniões do outro, especialmente quando
forem
diferentes.
9. Nunca usem a conversa para ficar relembrando os erros que o cônjuge
cometeu
no passado. Do mesmo modo, evitem persistir nos erros do presente.
10.Procurem interessarse pelos assuntos favoritos um do outro.
11 .Aprendam a equilibrar a sua conversa. Evitem interrupções e tentem dar
um ao
outro o mesmo tempo para falar.
12.Usem a conversa para informar, descobrir e compreender um ao outro.
Quando você atende à necessidade de sua esposa pelo diálogo, vocês
compreendemse
mutuamente de forma mais clara e aprendem o que fazer para atender às
necessidades um do outro. Isso possibilita que ambos façam depósitos no
Banco do
Amor, o que cria e sustenta o amor romântico. O diálogo é uma habilidade
necessária se vocês querem ser irresistíveis um para o outro.
Perguntas para ele
1. Tenho passado algum tempo conversando com a minha esposa? O tempo que
passamos se aproxima do objetivo de quinze horas semanais? Devemos fazer
algumas
mudanças?
2. Compartilho os interesses da minha esposa? Como posso melhorar neste
aspecto?
3. Meu trabalho exige que eu passe muito tempo longe da minha esposa? Como
posso
mudar?
61
"T
96
Ela Precisa, Ele Deseja
Perguntas para ela
1. Sinto falta de alguma coisa da época em que namorávamos? Conservamos o
mesmo
tipo de comunicação que tínhamos naquela época?
2. Estou fazendo alguma coisa que impeça o diálogo? Meu trabalho exige que
eu
faça muitas viagens? Falo muito? O que posso fazer para melhorar esta
situação?
3. Quais interesses compartilho com o meu marido? Sobre o que conversamos
quando
estamos juntos? Existem outras áreas que precisamos discutir?
Para pensar juntos
1. Nossas esferas de interesse são totalmente separadas ou há interseções?
Se
há, quais são as nossas áreas de interesse mútuo? Conversamos sobre elas o
suficiente?
2. Como podemos reformular os nossos horários de atividades para atingir o
objetivo de quinze horas semanais de um diálogo verdadeiro?
3. Que dicas sobre diálogo apresentadas neste capítulo podemos usar para
melhorar a comunicação em nosso casamento?
Ele precisa da
companhia dela
companheirismo
>oí/ i, Cíntia, aqui é o Alan", ele disse.
"Oi, que bom você ter ligado", Cíntia respondeu, com a voz gentil e
carinhosa.
"Tenho duas entradas para o jogo do Flamengo no sábado. Você gostaria de ir
comigo?", ele perguntou.
"Parece uma ótima idéia! A que horas?"
Depois de tudo combinado, Alan desligou o telefone, sorrindo. Ele e Cíntia
já
haviam saído juntos duas vezes nas quatro semanas que se seguiram após o
dia em
que se conheceram. Este seria o primeiro "encontro esportivo", e ele ficou
feliz
por Cíntia terse mostrado tão ansiosa para acompanhálo no jogo. Ele não
62
98
Ela Precisa, Ele Deseja
conhecia muitas garotas que gostassem de futebol.
Os dois se divertiram muito durante a partida. Cíntia parecia entender tudo
sobre o jogo, e sabia o que estava acontecendo. Eles até discutiram algumas
das
jogadas depois, enquanto tomavam café.
Nos meses seguintes, foram assistir a muitos outros jogos e também a alguns
filmes no cinema. O gosto de Cíntia para escolher os filmes agradava a Alan
e,
deste modo, o romance progredia positivamente. Alan estava convencido de
que
encontrara a garota certa para ele finalmente.
Num fim de semana, seu carro teve problemas, e ele ligou para Cíntia,
explicando
o que acontecera.
"Desculpeme, amor, mas meu carro não funciona e tenho de consertálo hoje
à
tarde para poder trabalhar na segunda feira", explicou.
"Tudo bem. Vou pedir à minha colega um carona até sua casa para dar uma
ajuda.
Levarei café e sanduíches."
O conserto do carro foi um dos melhores encontros que eles tiveram. Cíntia
passava às mãos de Alan todas as ferramentas de que ele precisava e sempre
se
fazia útil enquanto eles conversavam e brincavam.
Esta menina é realmente especial, Alan pensou.
Eles planejaram o casamento para a primeira semana de maio. Na luademel,
foram
para a serra, onde fizeram algumas caminhadas juntos. O verão foi tomado
pela
felicidade, com alguns passeios na praia. Tudo estava indo muito bem até o
campeonato de futebol. No último minuto, Cíntia suplicou para não ir com o
marido assistir ao jogo do Flamengo com o Vasco. No fim do campeonato, os
únicos
jogos a que eles assistiram juntos foram Flamengo e Internacional e o
grande
jogo contra o Corinthians.
Uma noite, na hora do jantar, Alan chamou a atenção de Cíntia para o que
estava
acontecendo. "Pensei que você gostasse de futebol", ele reclamou.
Ele precisa da companhia dela companheirismo
99
"Eu gosto, querido. Apenas não gosto tanto quanto você. Uns dois ou três
jogos
durante o campeonato são o bastante para mim", replicou Cíntia.
Alan não sabia exatamente como lidar com esta informação nova e inesperada.
"Queria pedir uma coisa", Cíntia continuou. "O Museu de Arte Moderna está
apresentando uma exposição especial sobre os pintores espanhóis da
Renascença.
Você iria comigo?"
Alan respondeu: "Sim, claro. Acho que sim."
Ao longo do ano seguinte, Alan descobriu que as suas atividades preferidas
e as
de Cíntia realmente tinham pouco em comum. O interesse que ela demonstrava
por
consertos de carro evaporou da noite para o dia, e ele se sentia como um
homem
afortunado quando conseguia levála a, pelo menos, um jogo de futebol.
Enquanto
isto, ela insistia que o marido a acompanhasse em mais visitas a museus de
arte
e, ocasionalmente, um concerto ou ópera. Alan rejeitava toda essa cultura
e,
gradualmente, eles chegaram a um ponto em que raramente participavam de
atividades juntos, exceto quando saíam para jantar, vez ou outra.
Após dois anos de casados, Alan e Cíntia fizeram um acordo: ele passaria
uma
tarde ou uma noite por semana com seus amigos, e ela faria o mesmo com suas
amigas. Alan preferiria passar mais tempo de lazer com a esposa, mas ela
aparentemente ficou muito feliz com a decisão.
Magoado e confuso, Alan perguntava a si mesmo: Gostaria de saber o que afez
mudar.
A importância da compatibilidade no lazer
Em minhas sessões de aconselhamento ouço com freqüência algumas variações
da
história de Cíntia e Alan. Cíntia, é claro, nunca "mudou" de verdade. É
comum
entre as jovens ainda solteiras unirse a rapazes na busca de seus
interesses.
Elas se vêem
63
100
Ela Precisa, Ele Deseja
pescando, jogando futebol, assistindo a filmes que jamais escolheriam por
si
mesmas. Após o casamento as esposas freqüentemente tentam incentivar os
maridos
a se interessar por atividades qud lhes agradam mais. Se suas tentativas
falham,
elas, muitas vezes,j sugerem que os maridos continuem a participar de suas
atividades recreativas sem elas. Considero esta opção muito perigosa para
um
casamento porque os homens atribuem surpreendente importância à companhia
de
suas esposas nas atividades recreativas. O estereótipo apresentado na TV
pinta o
quadro contrário, ao mostrar maridos em pescarias ou outras atividades com
os
amigos, dizendo: "Nada pode ser melhor do que isto!". Meus registros de
aconselhamento dizem que compartilhar essas atividades com a esposa pode
ser
muito melhor. Aliás, entre as cinco necessidades masculinas básicas, o
tempo
investido em atividades de lazer com a esposa só fica em segundo lugar para
o
homem se comparado ao sexo.
As pessoas costumam desafiar minha alegação dizendo que conhecem casais
felizes
cujos interesses recreativos são totalmente diferentes. Acontece que essas
pessoas geralmente não sabem como são os momentos mais honestos dos casais
que
afirmam conhecer. Aconselhei casais que mantinham excelente imagem de
relacionamento até o momento do divórcio. Eles eram bemsucedidos em
esconder de
si e dos outros as suas mais profundas necessidades, até o momento em que
já era
tarde demais.
As vezes os gostos com recreação obscurecem profundas necessidades
pessoais. Por
natureza, homens e mulheres parecem ter preferências divergentes quando se
trata
de diversão. Os homens têm mais prazer em atividades que envolvem risco,
aventura e violência do que as mulheres. Em geral, gostam de futebol, boxe,
vôo
livre, mergulho. Preferem os filmes de sexo e violência, bem como as piadas
sobre sexo e violência. Geralmente não se importam com a transpiração, com
o
odor corporal ou bons modos em público. A maioria das mulheres acha tudo
isso
desagradável e sem graça.
Ele precisa da companhia dela companheirismo
101
Após pesquisar durante anos, informalmente, centenas de pacientes do sexo
feminino, concluí que a atividade recreativa preferida para a maioria delas
é
sair para jantar. Elas também apreciam piqueniques, caminhadas, filmes
românticos, eventos culturais e compras.
No reino esportivo, as mulheres preferem as modalidades individuais às
coletivas. Tênis, dança aeróbica, natação e pinguepongue estão na lista das
atividades preferidas de muitas mulheres. Como espectadoras, as coisas
estão
mudando. Cada vez mais, as mulheres apreciam assistir a partidas de
futebol,
basquete e voleibol, para mencionar algumas.
Há uma batalha clássica por parte da mulher para conscientizar o homem de
sua
aparência, como manter a barba sempre feita, vestirse melhor ou falar mais
gentilmente. Quando a mulher entra na vida de lazer masculina, o homem
muitas
vezes conclui que ela quer estragar as coisas ou, no mínimo, acabar com a
sua
diversão. Ele ainda a ama, mas é como se ela começasse a censurar o seu
estilo
de vida. Para evitar isto ele passa mais tempo apenas com homens. Isto
permite
que ele conserve seu senso de identidade, mas também significa que ele
participa
de algumas atividades preferidas sem a presença da esposa.
Além de tudo o que já foi dito, muitas responsabilidades familiares causam
preocupação. Como o marido tem disponível pouco tempo, precisa escolher
entre
seus amigos e sua família. Por exemplo, quando chegam as férias, ele fará
uma
viagem para pescar com os amigos ou ficará em casa com a família, podendo,
ocasionalmente, visitar parques de diversões?
Quando um homem tenta dividir seu tempo entre estas duas opções, percebe,
muitas
vezes, que sua família (especialmente sua esposa) se ressente pelo tempo
que ele
64
passa com os amigos. Viajar com os colegas para participar de certas
atividades
de lazer é algo que uma esposa, em geral, prefere que seu marido não faça.
65
102
Ela Precisa, Ele Deseja
Se ele vai tirar alguns dias de férias, que estes dias sejam passados
comigo e
com as crianças, a esposa pensa.
O que aconteceu com Cíntia e Alan?
Muitas vezes os homens casam esperando que as esposas satisfaçam a sua
grande
necessidade de companhia na hora do lazer. Costumam decepcionarse, como
aconteceu com Alan na história que abriu este capítulo.
Que caminho teria tomado a cena a partir do ponto em que deixamos Cíntia e
Alan,
cada um seguindo em direção oposta à do outro, com Alan se sentindo
desapontado
e se perguntando por que Cíntia havia "mudado"? Em alguns casamentos um
homem
como Alan poderia simplesmente prosseguir e assistir sozinho ao seu
futebol,
aproveitando ao máximo o período de lazer. Mas, como é comum acontecer, Alan
termina numa pista de boliche, talvez com alguns amigos, onde ele encontra
Bete,
que simplesmente ama qualquer tipo de esporte. Eles tomam uma xícara de
café
enquanto comparam os pontos feitos e, antes que se possa imaginar, já se
tornaram bons amigos.
Se Alan não tomar cuidado, ele se verá envolvido em um relacionamento com
Bete,
que promete satisfazer todas as suas necessidades de companhia no lazer que
não
foram preenchidas por Cíntia. Se a cena chegasse ao seu fim irônico,
veríamos
Alan divorciandose de Cíntia para casar com Bete, que adivinhem , de
repente, decide que assistir a concertos ou visitar museus são atividades
bem
mais divertidas do que jogar futebol ou boliche. Já vi este mesmo tipo de
ironia
voltar a perseguir homens que pensaram no relacionamento extraconjugal, no
divórcio ou em um novo casamento como a solução para os seus problemas.
É bom enfatizar que homens como Alan não se lançam num relacionamento
extraconjugal por raiva ou por vingança. Ele se sentiu magoado com a
mudança de
comportamento de Cíntia,
Ele precisa da companhia dela companheirismo
103
mas não deu a ela o direito de voltar aos seus reais interesses. O perigo
em
tudo isso está no fato de que os dois continuarão a se distanciar cada vez
mais
um do outro. O modelo comum mostra que este caso pode levar a um
relacionamento
extraconjugal ou ao divórcio, sendo que o casal sábio poderá evitar este
fim
para o seu casamento se corrigir o problema assim que ele for detectado.
Vez por outra, encontro um homem como Hugo, que se ressentiu pela perda da
companhia da esposa em atividades recreativas após o casamento. Ele era um
homem
saudável e apresentava um ótimo estado físico. Um dia, numa pista de
corrida,
conheceu Joana, com quem correu alguns quilômetros apenas para ser gentil.
A
capacidade de Joana para correr um quilômetro em cinco minutos impressionou
Hugo. Uma semana depois, ele ficou duplamente impressionado quando, ao
encontrála
na quadra de tênis, percebeu que Joana atacava melhor que ele próprio. Logo
eles começaram a correr juntos sempre que podiam e passaram a formar uma
dupla
mista no clube de tênis. Como era de se esperar, apaixonaramse e casaram.
Depois do casamento, Joana começou a pedir para não correr todos as dias
com o
marido. Também começou a achar inconveniente jogar tênis em dupla todos os
sábados. Em poucos meses, Joana parecia ter perdido todo o interesse pelas
atividades físicas. Ela preferia ficar em casa assistindo à televisão.
Hugo não podia acreditar. Não foi surpresa quando ele se negou a aceitar
tudo
com tranqüilidade. Ficou tão indignado com a recusa da esposa em correr com
ele
que os dois me procuraram para aconselhamento conjugai.
Após ouvir a história dos dois, perguntei a Joana: "Está me parecendo que
um dos
acordos básicos do seu marido, ao assinar o contrato de casamento, é que
você
deveria correr com ele todos os dias. Seria muito difícil para você fazer
isto
agora?".
Joana explicou: "Eu corria com ele antes para podermos estar juntos, mas
nunca
pensei que, por praticar este esporte, ele viria a
66
104
Ela Precisa, Ele Deseja
se apaixonar por mim. Foi um acaso estarmos correndo quando nos conhecemos,
e
acreditei que ele começou a me amar pelo que eu era. Quando casamos, não
pensei
que a corrida fizesse parte do contrato. Eu não preciso correr mais, nem
quero
fazêlo".
A princípio fiquei um tanto confuso com a mávontade de Joana em negociar,
ainda
que parcialmente, para salvar seu casamento. Mais tarde ela acrescentou
alguns
dados que me ajudaram a perceber melhor o sentido de tudo. Em suas
discussões
por causa da recusa de Joana em correr, Hugo ficava tão irado que Joana
passou a
ver um lado desagradável do marido, dado esse do qual ela não gostava. Ela
não
podia imaginar que ele fosse capaz de agir daquela forma. À medida que Hugo
esbravejava e se enfurecia o seu saldo no Banco do Amor de Joana sofria
grandes
retiradas. Enquanto Joana acusava o marido de ser o vilão, ele também tinha
a
sua versão da história. A recusa obstinada de Joana em correr ou jogar
tênis
causava a mesma queda acentuada no saldo do Banco do Amor de Hugo. Pode
parecer
inacreditável, mas eles não aceitavam ajuda. Por causa da falta de algumas
corridas juntos aquele casamento entrou na mira do divórcio.
Onde histórias como estas nos levam? Cada casal tem o direito de permitir
que
necessidades não supridas dificultem, ou até destruam, o seu relacionamento
ou
de optar pela preservação do casamento. O divórcio raramente proporciona
uma boa
resposta para os problemas conjugais. Prosseguir com dificuldade, decepção
e
frustração amarga também não ajuda. Um entendimento maduro para satisfazer
as
necessidades um do outro é sempre a melhor solução. Vejamos como isto pode
ser
feito com relação à necessidade do homem por companhia em suas atividades
de
lazer.
Retomando a questão das esferas de interesse
Lembrase das esferas de interesse descritas no capítulo anterior? Mostrei a
importância dos interesses mútuos e do papel que
Ele precisa da companhia dela companheirismo
105
eles representam na comunicação. Quando Joyce e eu nos distanciamos cada
qual em
direção aos seus interesses, decidimos mudar algumas de nossas atividades e
interesses a fim de que nossas esferas se aproximassem e, finalmente,
conseguissem algum grau de intersecção. Logo que isso aconteceu,
encontramos
interesses mútuos e um diálogo melhor.
As regras que funcionam no diálogo funcionam também no lazer e, nesta área,
Joyce e eu também enfrentamos desafios. Por exemplo: quando eu era jovem
gostava
muito de jogar xadrez. Comecei a jogar aos quatro anos e cheguei a me
tornar
presidente do clube de xadrez da universidade.
Depois de casado desisti dos torneios porque Joyce não jogava e não tinha
interesse em aprender. O xadrez é um jogo que consome muito tempo e, por
mais
que eu gostasse de jogar, decidi que poderíamos passar o nosso tempo de
lazer
fazendo algo interessante para ambos. Pensei, então, que poderíamos jogar
tênis,
já que, durante o nosso namoro, jogávamos horas a fio. No primeiro ano de
casados, entretanto, Joyce anunciou: "Bill, realmente não gosto mais de
tênis
como antes. Preferiria outras formas de passar o tempo juntos".
Esta reviravolta de Joyce com relação ao tênis foi uma surpresa total para
mim.
Namoramos durante seis anos e eu pensava conhecêla muito bem. Divertimo
nos
muito jogando tênis, bem como outros tipos de esporte, mas não imaginei que
eu
os apreciava muito mais do que Joyce. Por querer estar comigo, ela se
ajustou,
fazendo o que eu queria fazer. O problema é que ela quase sempre perdia.
Não
importa o que fizéssemos de forma competitiva tênis, boliche, damas ou
qualquer outra coisa , ela raramente ganhava. Por isto, logo no início do
nosso
casamento, ela fez a coisa certa, dizendo para mim que essas atividades não
eram
mais divertidas para ela. Daquele ponto em diante nossas atividades
recreativas
67
passaram a ser muito menos competitivas. Nós as substituímos por esportes
coletivos, como voleibol, em que podí
68
106
Ela Precisa, Ele Deseja
amos jogar no mesmo time, e expandimos o nosso interesse por filmes,
teatro,
concertos, jantares ou, simplesmente, passeios para apreciar a natureza.
Devido a nossa permanência juntos na busca de lazer, hoje passamos quase
todo o
nosso tempo de recreação na companhia um com o outro. O resultado seria bem
diferente se eu tivesse empacado no tênis e no xadrez, deixando Joyce
seguir o
seu caminho. Teríamos construído um fosso entre nós, cada um experimentando
seus
momentos mais agradáveis de diversão e relaxamento sem o outro. Quando
aconselho
casais sempre enfatizo o grande erro que pode estar contido nesta atitude.
Em
vez de fazer sólidos depósitos nos Bancos do Amor um do outro ao participar
de
atividades recreativas juntos, os casais com interesses diferentes nesta
área
perdem uma oportunidade de ouro. Eles costumam passar alguns dos seus
momentos
mais agradáveis na companhia de outra pessoa, com a grande possibilidade de
abrir uma conta no Banco do Amor daquela pessoa. Como todos temos uma conta
no
Banco do Amor, é óbvio que a pessoa com quem você compartilha os melhores
momentos acumulará o saldo mais elevado. Se você deseja alcançar a
realização no
casamento, essa pessoa deve ser o seu cônjuge.
Como descobrir os interesses mútuos no lazer
Em situações de aconselhamento quando falo da importância dos interesses
mútuos
na área do lazer, alguns casais não encontram dificuldade para descobrir
atividades nas quais possam participar juntos. Outros mostramse totalmente
perdidos. Eles são, simplesmente, diferentes. E comentam: "Ele certamente
não
abrirá mão do seu futebol"; ou "EIa, com certeza, continuará jogando buraco
com
as amigas nas tardes de terçafeira".
Apenas sorrio e digo: "Não há problema. Imaginem um círculo invisível
desenhado
em volta de cada um de vocês, no qual
Ele precisa da companhia dela companheirismo
107
estejam contidas todas as áreas de interesse referentes ao lazer e todas as
fontes de divertimento. Em cada um dos círculos existem, com certeza,
alguns
interesses que se sobrepõem. É possível que vocês não gostem destes na
mesma
proporção, mas, de alguma forma, eles agradarão a ambos. Assim que
descobrirem
estas fontes de prazer, também descobrirão áreas de interesse mútuo das
quais
poderão participar juntos".
Em seguida, peço aos casais que preencham o meu Inventário do Lazer. Trata
se de
uma lista de cento e vinte e cinco atividades recreativas, com espaço para
indicar o quanto eles apreciam, ou não, cada uma delas. Os casais podem, se
quiserem, acrescentar outras atividades que não estiverem incluídas e
avaliálas
do mesmo modo.
Quando o inventário estiver preenchido, as atividades que foram
classificadas
por ambos como divertidas são identificadas. Este exercício geralmente
produz
uma lista de dez ou quinze atividades das quais o marido e a mulher podem
participar juntos. Nas semanas seguintes peço que eles agendem estas
atividades
em seus programas de lazer. Algumas destas opções poderão ser mais
agradáveis
para ele do que para ela e viceversa, mas, em todos os casos, é certo que
eles
estarão depositando unidades de amor sempre que passarem tempo de lazer
juntos.
Ninguém é capaz de fazer tudo aquilo de que gosta na vida. Simplesmente não
há
tempo suficiente. Cada tempo separado para o lazer significa fazer opções
que
deixarão de fora outras oportunidades. Por que não escolher atividades que
possam ser compartilhadas com o cônjuge?
E possível que a mulher seja a melhor amiga do seu marido?
Quando um casal compõe a lista de atividades que aprecia surgem muitas
surpresas. Algumas delas são atividades que nenhum dos dois havia
experimentado
antes. Elas simplesmente
69
108
Ela Precisa, Ele Deseja
parecem ser divertidas. Outra surpresa são as atividades que o casal nem
podia
imaginar que fossem agradáveis para ambos. Cada um pensava que o outro não
gostava de participar disso ou daquilo.
Outro tipo de surpresa é quando se descobre que um dos dois não aprecia
algo que
eles já faziam juntos. Como lidar, então, com esta atividade? Minha Política
de
Atração Mútua responde a esta situação:
Ele precisa da companhia dela companheirismo
109
Participe apenas das atividades em que você e seu cônjuge possam divertir
se
juntos.
Esta é uma regra difícil, mas insisto que seja seguida pelos casais que vão
ao
meu consultório em busca de orientação. Ela não apenas controla algumas
atividades que os casais provavelmente já fazem juntos, como também todas
as
atividades recreativas em
que eles participam separadamente. 1
Você deve estar imaginando que sou muito abusado em fazer \ tal sugestão!
Isto
pode significar, por exemplo, que o marido deve
abrir mão de seu futebol do sábado de manha. Os homens que •
pensaram que eu estava tentando ajudálos ao incentivar suas mu j
lheres a participar de suas atividades favoritas enfrentam a possi l
bilidade de abandonar por completo tais atividades. Perdi o res I
peito de muitos potenciais convertidos com este mandamento, l
Muitos sentiram que fui longe demais. jj
Depois de pensar em tudo isso você terá de concordar comigo i
em, pelo menos, um ponto. Se você procurar atividades recreati l
vás nas quais você e sua esposa possam divertirse juntos da mês i
ma forma que você se diverte em suas atividades preferidas, isto, J
com certeza, melhoraria os sentimentos que vocês nutrem um pelo l
outro. E este é o objetivo que persigo. O que é mais importante: a
qualidade do
seu casamento ou o futebol do sábado? Em alguns casos, esta é a escolha que
se
coloca.
Você não pode fazer tudo. De uma lista de mil atividades, é provável que
existam
apenas algumas centenas que sejam realmente divertidas para mim e para
minha
esposa ao mesmo tempo. Por que, então, eu perderia tempo fazendo coisas que
não
trazem prazer à minha esposa? Esta política de envolverse apenas em
atividades
mutuamente atraentes não é uma mensagem para uma vida de miséria e
privações.
Significa simplesmente escolher as atividades que já aprecio, mas levando
em
conta os sentimentos da minha esposa. Por que eu desejaria lucrar às custas
dela, quando podemos lucrar os dois?
Apesar de alguns conselheiros matrimoniais discordarem, acredito que o
marido e
a mulher devem ser os melhores amigos um do outro. Alguns dizem que não se
pode
forçar esse tipo de coisa, mas o princípio que introduzi neste capítulo, na
verdade, obriga marido e mulher a serem os "melhores amigos" através dos
momentos especiais que passam um com o outro. Minha política de
"privilegiar os
interesses mútuos" diz que o marido e a mulher não podem envolverse em
atividades recreativas a menos que elas sejam compartilhadas por ambos. A
única
exceção a esta regra é quando o marido ou a mulher se envolve em atividades
que
ajudam a alcançar um objetivo importante, que foi traçado por ambos com o
mesmo
entusiasmo.
Um exemplochave para o que foi dito é o tempo que se passa com os filhos.
Em
nossa família, Joyce tem apoiado muito o tempo que passo em atividades
recreativas com meu filho. Steve e eu aprendemos a mergulhar juntos. Além
desta
atividade, também voamos, caçamos e esquiamos juntos. Joyce nunca
demonstrou ou
sentiu ressentimento por eu ter participado com Steve destes passatempos
70
recreativos. Mesmo não estando fisicamente juntos nestas atividades, Joyce e
eu
alcançamos um importante objetivo
71
110
Ela Precisa, Ele Deseja
mútuo: ser bons pais. Por esta razão ela pode sentirse verdadeiramente
feliz
quando estou envolvido nestas atividades.
O mesmo aconteceu quando Joyce ajudou a nossa filha Jennifer a desenvolver
seu
interesse e habilidade em cavalgar. Elas passaram centenas de horas
assistindo a
exposições de cavalos. Desta vez, dei todo o apoio ao seu empenho porque,
através dele, Joyce estava também realizando o objetivo de ser uma boa mãe.
Ao seguir a "regra das atividades de interesse mútuo" você assegura a
continuidade de depósitos no Banco do Amor de seu cônjuge. Alguns dos meus
melhores sentimentos são experimentados quando persigo um objetivo em meus
momentos de lazer. Se isso for compartilhado com a minha esposa, associo a
ela
aqueles bons sentimentos e, enquanto o meu amor por ela cresce, o nosso
casamento se fortalece. Se, por outro lado, compartilho essas emoções com
outra
pessoa, também associarei esses sentimentos com aquela pessoa. E, agindo
desta
forma, estarei perdendo a oportunidade de desenvolver o meu amor por minha
esposa e me arriscando a fazêlo em relação a outra mulher.
Muitos cônjuges, especialmente maridos, acham muito difícil colocar em
prática a
minha Política de Atração Mútua. A simples idéia de abrir mão de suas
atividades
favoritas, como pescarias e futebol, provoca depressão em muitos homens.
Entendo
por que os homens precisam de um período de lazer, a fim de continuar
seguindo
em frente. Eles trabalham muito todos os dias e aguardam, com ansiedade, as
poucas horas de lazer que conseguem agendar para si. Depois disso, um certo
conselheiro vem dizer que eles não devem fazer aquelas mesmas coisas que
acreditaram ser fundamentais para que possam seguir em frente.
Depois de todas essas considerações continuo sugerindo que estes homens
experimentem o meu plano por alguns meses, lembrando que não os aconselhei
a
desistir de seus divertimentos. Simplesmente sugeri que incluíssem suas
esposas
nessas atividades e escolhessem as que fossem agradáveis para ambos. Não se
Ele precisa da companhia dela companheirismo
111
trata de abrir mão dos prazeres da vida. Em vez disso, o homem deve apenas
substituir seus velhos passatempos por outros que ele possa compartilhar
com a
esposa ou incluíla naqueles que ele já aprecia.
Durante essas mudanças a esposa precisa estar atenta à possibilidade de o
homem
retrairse devido à quebra de alguns hábitos. No princípio o marido pode
sentir
muito a mudança, mas, assim que vencer as dificuldades, passará a gostar
ainda
mais das atividades de interesse mútuo. Isto se dá porque a sua esposa é a
sua
companhia no lazer, e esta é uma das suas necessidades emocionais básicas.
Do lado da esposa também podem ocorrer alguns conflitos quando essas
mudanças
estiverem ocorrendo. Ao pedir que o marido abra mão do boliche para ficar
com
ela, a esposa pode ficar em dúvida se está cometendo um grande erro. Na
verdade
ela não tem a intenção de forçálo a isto, embora deseje a sua companhia.
No
início da primeira noite ela pensa em dizer para o marido voltar ao boliche
porque se sente culpada por tirálo de algo que ele tanto aprecia e merece.
A esposa precisa manterse firme na decisão que tomou, à medida que ela e
seu
cônjuge desenvolvem novos interesses juntos, e o marido precisa ser paciente
enquanto a esposa tenta adaptarse às suas atividades favoritas. Se, na
primeira
ou na segunda tentativa, uma atividade não se revelar interessante para um
dos
dois ou para ambos, não desistam. Aproveitem o tempo e experimentem outra.
Suponha que uma esposa comece a correr para agradar o marido. Ela precisará
de
um tempo para trabalhar seus músculos da forma necessária e aprender as
técnicas
que tornarão a atividade um prazer. Se o marido começar a exigir muito da
esposa, ela pode ressentirse e logo se desinteressar pelo esporte. Com
paciência, ela poderá chegar a praticar o esporte com muita satisfação.
Se, ao experimentar a corrida e adquirir a habilidade, a esposa continuar
desinteressada, deve ter a liberdade de dizer ao mari
72
112
Ela Precisa, Ele Deseja
do: "Eu tentei, mas não consigo gostar de correr. Vamos experimentar outra
coisa".
Dêem tempo a vocês mesmos para se ajustarem a novos passatempos. Você pode
ter
alguma dificuldade para lidar com as mudanças, mas descobrirá que o seu
casamento merece o esforço. Em minhas experiências de aconselhamento
encontrei
casais que, ao limitar suas atividades recreativas àquelas que favoreciam a
participação de ambos, adquiriram grande compatibilidade no relacionamento.
Além
disso, fizeram consideráveis depósitos de unidades de amor em suas contas.
Quanto tempo você deve separar para o lazer?
Um dos segredos da eficiência é aprender a fazer várias coisas ao mesmo
tempo.
No casamento, entretanto, este esforço pode tornarse grande fonte de
ressentimentos. Por exemplo: as quinze horas semanais que você e seu
cônjuge
separaram para dar atenção exclusiva um ao outro não devem ser
interrompidas com
chamadas telefônicas para o escritório ou recados que possam desviar a
atenção
de ambos.
Por outro lado as atividades recreativas podem fazer parte das quinze horas
semanais, sem causar nenhum ressentimento, se não forem muito dispersivas.
Em
tempos de namoro os casais têm a facilidade de combinar conversa e afeto
com
atividades de lazer. É uma mistura natural que só aumenta o prazer que
ambos
experimentam quando estão juntos.
Sugiro aos casais que tentem usar pelo menos parte de suas quinze horas em
lazer. A única condição que precisa ser observada é que a atividade
contribua
para que ambos dêem atenção exclusiva um ao outro.
A política de fazer de sua esposa a companheira número l no lazer não é
algo
insuportável, doloroso ou irreal. Na verdade é a política que seguimos
assim que
nos apaixonamos por elas. A Políti
Ele precisa da companhia delacompanheirismo
113
ca de Atração Mútua propõe aos cônjuges um novo nível de intimidade e
prazer.
Como diz a Quarta Lei do Casamento de Harley:
O casal que se diverte unido permanece unido.
Perguntas para ela
1. Você acredita que seu marido enfatiza o fato de ter você como companheira
de
lazer do modo que este capítulo propõe? Se a sua resposta for "não", pense
se
ele lhe enviou algum sinal a respeito que você não detectou.
2. Qual destas afirmações descreve melhor seu casamento?
(a) Ele segue o caminho dele e eu sigo o meu.
(b) Fazemos coisas juntos, como a maior parte dos casais.
(c) Estamos próximos de, ou já conseguimos, alcançar o objetivo das quinze
horas
semanais.
3. Você pode pensar em algum passatempo do qual estaria disposta a abrir
mão a
fim de passar mais tempo com seu marido? Será que ele faria o mesmo?
Perguntas para ele
1. Qual destas afirmações descreve melhor o seu casamento?
(a) Ela segue o caminho dela, e eu sigo o meu.
(b) Acho que não conseguiria ficar sem as minhas noites com os amigos.
(c) Estamos longe de passar quinze horas semanais juntos, mas eu gostaria
de
tentar.
(d) Estamos perto de atingir as quinze horas semanais.
2. O fato de limitar o seu tempo de recreação exclusivamente para a sua
esposa
parece ameaçador para você? Se parecer,
73
114
Ela Precisa, Ele Deseja
tente registrar seus sentimentos num papel para descobrir exatamente o que
o
incomoda.
3. Do que você estaria disposto a abrir mão para passar mais tempo de lazer
com a sua esposa? Do que ela abriria mão?
Para pensar juntos
1. Façam a sua lista de atividades de lazer e descubram juntos aquelas que
ambos
apreciam.
2. Após identificar as atividades de interesse mútuo, planejem um tempo
para
experimentar cada uma delas. Priorizem as cinco ou dez das quais vocês mais
gostam.
Ela precisa confiar
nele honestidade
e franqueza
L\í/ ora ficou, ao mesmo tempo, perplexa e encantada com o jeito misterioso
de
Francisco. Ela jamais conhecera homem mais reservado, e ele muitas vezes
fugia
de suas perguntas. Ao fim de um encontro Dora perguntava aonde ele estava
indo
ou o que planejava fazer, mas Francisco apenas piscava e sorria astutamente,
dizendo: "Ligo para você amanhã".
O comportamento de Francisco parecia um tanto estranho, mas Dora
racionalizou
consigo mesma que todos têm o direito à privacidade. Certamente, Francisco
tinha
o direito de manter algumas coisas para si.
Verdade seja dita, Francisco tinha muitas coisas que guardava
74
116
Ela Precisa, Ele Deseja
para si especialmente outras garotas sobre as quais não gostaria que Dora
soubesse. Quando ele não conseguia convenientemente esquivarse das suas
perguntas, ficava aborrecido em enganála falando sobre projetos
inexistentes
que precisava terminar no trabalho. Entretanto, seus verdadeiros projetos
eram
encontros com outras mulheres. Algumas vezes, Dora suspeitou de que ele
estivesse saindo com outra pessoa, mas Francisco fazia tamanho alarde por
causa
do seu direito à privacidade que ela se sentia culpada sempre que
questionava
sua honestidade.
Pensando bem, Francisco tinha muitas outras coisas que Dora queria num
homem.
Era afetuoso e charmoso. Outras mulheres lançavam olhares invejosos quando
ela
chegava numa festa com aquele rapaz alto e bonito. Para completar, ele tinha
um
salário excelente e gastava seu dinheiro com ela de forma generosa. Quando
Francisco a pediu em casamento, todos esses pontos positivos pesaram muito
em
relação ao negativo "Preciso de privacidade".
Ele me contará tudo depois que estivermos casados, Dora imaginava.
Depois do casamento o comportamento de Francisco continuou o mesmo. Na
verdade
parece que se tornou um problema ainda maior, porque agora que eles moravam
juntos havia oportunidades de se mostrar cada vez mais fechado.
O interessante é que toda essa necessidade de privacidade não queria dizer
que
Francisco estivesse interessado em outra mulher. Desde que assumiu o
compromisso
do casamento, ele "sossegou" com relação às outras garotas. Mas ainda se
dava ao
"direito" de chegar em casa, depois do trabalho, na hora que bem
entendesse.
Como o trabalho de Francisco não tinha um horário regular, Dora raramente
podia
planejar alguma coisa para fazer. Ele ligava, mas apenas dizia: "Chegarei
tarde,
talvez umas seis e meia, mas não é certo". Dora logo descobriu que ela
fazia
parte do grupo "Mantenha o jantar aquecido no forno". Quando chegava em
casa,
Ela precisa confiar nele honestidade e franqueza
117
Francisco demonstrava ter perdido todo o charme que a encantara durante o
namoro. Ele sempre tinha pouco a dizer quando o assunto era fazer planos.
"Posso convidar uns amigos para jantar sábado à noite?", Dora perguntava.
"Não sei. Preciso pensar. Esta semana está muito cheia", respondia
Francisco.
E assim as coisas seguiram para Dora: da frustração à depressão. Francisco
se
mantinha fiel e, na verdade, não tinha o que esconder. Entretanto, por
alguma
razão que apenas ele sabia , não compartilhava com ela o que estava
fazendo
ou pensando.
Certa ocasião, Dora comentou com sua amiga Lídia: "No dia do nosso
casamento, o
pastor disse que, quando casam, as duas pessoas se tornam uma, mas
Francisco e
eu não podemos ser realmente um se ele não conversa comigo. Peço que ele vá
comigo conversar com nosso pastor, mas ele não me ouve e me proíbe de ir
sozinha. Ele diz que as pessoas na igreja podem ficar sabendo e interpretar
mal.
A falta de confiança destrói o senso de confiança de Dora
Dora e Francisco terão problemas pela frente, a menos que ele se
conscientize da
necessidade de mudar seu comportamento. Se insistir em continuar no seu
estilo
de vida, ele apenas conseguirá, lentamente, que a sua conta no Banco do
Amor de
Dora alcance níveis perigosamente baixos. Quando isto acontecer Dora poderá
tornarse alvo vulnerável para o homem que souber transmitir confiança e
segurança para ela.
O senso de segurança é o fio dourado que se entrelaça por todas as cinco
necessidades básicas da mulher. Se o marido não mantém uma comunicação
franca e
honesta com a esposa, ele, aos poucos, enfraquece sua confiança e,
eventualmente, destrói seu senso de segurança.
75
118
Ela Precisa, Ele Deseja
Para se sentir segura a esposa precisa confiar em seu marido, que não terá
segredos quanto ao seu passado, presente e futuro. O que ele já fez na
vida? No
que ele está pensando, ou o que está fazendo neste momento? Quais são os
seus
planos para o futuro? Se a esposa não puder confiar nos indícios que ele
der (ou
se, como no caso de Francisco, o marido se recusar a dar qualquer indício),
ela
não terá as bases sobre as quais construir um relacionamento sólido. Em vez
de
se ajustar ao marido, ela sempre se sentirá sem equilíbrio; em vez de
crescer
com o marido, ela crescerá longe dele.
A esposa que não pode confiar que seu marido lhe dará as informações que
ela
precisa também perde um instrumento de negociação com ele. A negociação
entre
marido e mulher é um dos alicerces para a construção de qualquer casamento
bemsucedido,
mas, sem honestidade e franqueza, o casal tem poucas chances de
resolver ou decidir alguma coisa.
Tomemos como exemplo a esposa que deseja planejar as próximas férias da
família
e pergunta ao marido: "O que você prefere: acampar ou ficar num hotel?".
O marido pensa consigo: Sei que ela prefere o hotel, mas eu detesto.
Entretanto,
em vez de ser honesto, ele responde: "Vamos ficar no hotel."
Assim, eles vão para o hotel, mas o marido passa duas semanas sentado pelos
cantos, de cara feia e resmungando que teria sido bem mais divertido se
eles
tivessem comprado um equipamento melhor para acampar com o mesmo dinheiro
que
gastaram para "bancar os ricos".
O cenário apontado lembra as situações mostradas nos seriados cômicos da
TV, mas
essas histórias atingem os espectadores porque parecem muito reais.
Entretanto,
numa relação de casamento em que falta honestidade e franqueza, as falas
dos
"atores" não soam tão divertidas.
a precisa confiar nele honestidade e franqueza
119
Seu cônjuge conhece você melhor do que qualquer outra pessoa?
Tenho dito aos casais que aconselho que a honestidade é uma das qualidades
mais
importantes de um casamento feliz. Numa relação entre o marido e a mulher,
tanto
as mensagens enviadas quanto as respostas recebidas devem ser acuradas.
É comum um ou os dois cônjuges cometerem o grande erro de sentir de uma
forma e
responder de outra. Se você não responde da forma como realmente se sente,
a
tentativa de seu cônjuge ajustarse a você não atingirá o alvo. Muitas
vezes,
maridos e mulheres fazem a seguinte pergunta um ao outro: "Você está bem?".
O
objetivo é descobrir como o outro se sente. Se você idealiza que está bem,
seu
cônjuge aceitará de boa vontade. Se, na verdade, você está dissimulando seu
malestar,
o seu cônjuge acaba errando o alvo e ambos terminam frustrados.
Pensemos no exemplo de Helena perguntando a Jair: "Como você está
melhor?".
Ele responde, resmungando: "Estou... É... Estou bem".
Ela aproveita: "Que bom! Vamos ao cinema?".
Ele explode: "Será que você não pode me dar um pouco de paz? Eu trabalho o
dia
inteiro, sinto uma horrível indigestão e você ainda quer que eu vá ao
cinema?".
Sempre que o seu cônjuge perguntar como você se sente, diga a verdade. É
uma
tolice mentir para não ferir os sentimentos dele (ou dela) ou,
possivelmente,
ferir o seu próprio orgulho. Seu cônjuge tem o direito de estar a par dos
seus
pensamentos e deve conhecer você melhor do que qualquer pessoa no mundo
até
mesmo seus pais.
"Conhecer você" inclui os seus bons e maus sentimentos, suas frustrações,
seus
problemas e seus temores qualquer coisa que estiver em sua mente. A
Bíblia
chama isto "dois numa só carne". Nós, psicólogos, rotulamos como "alcançar
compatibilidade conjugal".
76
120
Ela Precisa, Ele Deseja
Quando uma esposa ouve mentiras do seu marido, isto desequilibra o seu
mecanismo
de reação. Vejamos o exemplo de Bárbara e Antônio. Ele mente para ela,
dizendo
que adorou seu novo corte de cabelo. Assim, um mês depois, Bárbara gasta um
dinheirão no salão de beleza para cortar, secar e pentear o cabelo
novamente. Ao
voltar para casa, diz: "Fui ao salão e fiz o cabelo. Gos
tou:
Ele responde: "Hum... Ah, sim, querida. Está bom, está bom".
Bárbara percebe que ele não vibrou e não consegue entender por quê. A
verdade é
que, no fundo, Antônio não gosta do corte de cabelo da esposa. Ele disse
aquilo
apenas para fazêla feliz. Agora, ela não sente nenhum tipo de alegria
porque
pode detectar o tom negativo oculto em sua voz. Suas palavras dizem uma
coisa,
mas ele sente outra. Bárbara fica confusa com essa contradição.
Três tipos de maridos mentirosos
Após anos de aconselhamento, observei a existência de três tipos básicos de
comportamento desonesto nos maridos:
1. O mentiroso "inato".
Desde muito pequeno ele conta pequenas mentiras sobre assuntos
inconseqüentes. É
o tipo de mentiroso que diz estar lendo, quando, na verdade, está dormindo.
Ele
inventa histórias sobre fatos do seu passado e constantemente distorce a
verdade
de formas tão sutis que são quase imperceptíveis em princípio. O
mentiroso
"inato" pode ser facilmente detectado por alguém que faça uma pequena
verificação. Mas requer atenção. Quando é confrontado sempre se desculpa
com o
argumento de "uma memória fraca". O mentiroso crônico acha quase impossível
admitir a verdade a seu respeito.
Esse tipo de desonestidade pode desorganizar seriamente um casamento. Como
este
comportamento está tão enraizado no
Ela precisa confiar nele honestidade e franqueza
121
marido, é bem provável que ele não mude. Alguns destes homens começam a
melhorar
depois de certa idade e se sentem culpados por seu passado fraudulento.
Outros
continuam desonestos pelo resto de suas vidas. , ^/;•
2. O mentiroso "para evitar problemas".
Este é o tipo que não mente sempre, apenas quando há muita pressão ou um
problema sério. Imaginemos um marido que passou toda a semana
negligenciando a
sua responsabilidade de procurar uma babá para o sábado à noite. No sábado
de
manhã, sua esposa pergunta: "Querido, você se lembrou de ligar para a
Magali
sobre hoje à noite?"
Ele responde: "Já tomei conta de tudo, querida". Mas, com seus botões, ele
pensa: Não vou ficar ansioso por causa da minha irresponsabilidade. Posso
ligar
para a Magali daqui a pouco e tudo estará resolvido. Acontece que a manhã
voa,
ocupada com pequenas tarefas, o jogo do time favorito é transmitido na
televisão
durante toda a tarde e qualquer intenção de ligar para a babá vai sendo
desviada
para o fundo de seu pensamento. A noite chega, mas não a babá.
"O que aconteceu?", pergunta a esposa.
"Não sei. Estava tudo combinado. Ela deve ter esquecido", o marido mente.
A esposa liga então para Magali, que diz não ter recebido nenhuma chamada a
respeito. Em seguida, desliga o telefone e pede explicações ao marido.
"Não consigo entender", argumenta. "Por que ela mentiria assim? Acho que
não
devemos usar mais os seus serviços."
O mentiroso que mente "para evitar problemas" tem uma coisa comum com o
mentiroso "inato". Suas mentiras raramente são elaboradas. Ao contrário,
são
impulsivas e mal planejadas. Essas pessoas em geral têm o que os psicólogos
chamam "desordem de caráter". Têm o hábito de distorcer a realidade sem
remorso
apa
77
122
Ela Precisa, Ele Deseja
rente, a menos que sejam flagradas mentindo. Se isto acontecer, criam um
remorso
para que as pessoas "perdoem e esqueçam".
Ao contrário do mentiroso "inato", o que mente "para evitar problemas" em
seu
casamento só o faz ocasionalmente, quando se encontra sob pressão. Algumas
vezes
é possível trazer esse tipo de pessoa para uma comunicação honesta,
enfatizando
o estresse que uma reação desonesta pode provocar. A esposa terá certeza da
honestidade na comunicação quando seu marido conseguir reduzir o estresse
em sua
vida.
3. O mentiroso "protetor".
Este homem acredita ser a verdade algo muito forte para sua esposa, e mente
para
"protegêla". Por exemplo: uma família enfrenta uma dificuldade financeira
da
qual apenas o marido tem conhecimento, pois somente ele usa o talão de
cheques.
O marido do tipo mentiroso "protetor" decide, então, tomar dinheiro
emprestado
sem falar com a esposa. Por que ela perderia o sono por causa disso:1 Este
é um
problema, temporário e sei que vou superálo, ele pensa.
Para a esposa, o marido continua dizendo que está tudo bem, quando, na
verdade,
ele está vivendo sob tremendo estresse. Com um esforço incrível, ele
consegue
pagar o empréstimo, e sua esposa jamais fica sabendo. Mas a que preço?
Ao contrário dos dois primeiros, o mentiroso "protetor" normalmente não tem
desordem de caráter. Ele não se vale da desonestidade para salvar a sua pele
ou
conquistar a admiração de sua esposa. Geralmente a sua mentira o incomoda,
mas
ele acha que compensa mentir porque a sua intenção é poupar a esposa da
ansiedade causada pelas decepções e incertezas do diaadia. Ele entende
que a
esposa precisa de segurança e procura fazer com que ela se sinta protegida,
pintando o quadro de um mar calmo quando, na verdade, as águas estão
agitadas.
Ela precisa confiar nele honestidade e franqueza
123
O problema com tudo isso é que a esposa continua desconhecendo a pressão
que o
marido sofre. Ela tem dificuldade de entender o seu mau humor e a sua
irritação
causados pelas pressões da vida. E se a estratégia tiver efeito contrário e
o
marido não puder pagar o empréstimo secreto tão cedo quanto planejou? Se
isso
acontecer, a esposa terá de encarar um problema muito maior e mais
preocupante,
de forma repentina, sem nenhum tipo de preparo. Tenho pacientes cujos
maridos
esconderam delas a verdade até o dia em que o oficial de Justiça bateu à
porta
de suas casas com a ordem de despejo. O falso senso de segurança criado
pelo
mentiroso "protetor" através de mentiras e falsas representações pode ser
desmontado em poucos segundos, causando danos quase irreparáveis para um
relacionamento de confiança no casamento.
Corno pequenas mentiras esvaziam o Banco do Amor
Está claro que descobrir uma mentira sobre um desastre financeiro pode
causar
uma retirada da conta do marido no Banco do Amor de sua esposa. Mas as
pequenas
mentiras que o marido inventa com relação a seus sentimentos e atitudes
sobre a
esposa também podem causar retiradas significativas da conta que ela tem no
Banco do Amor do marido.
Imaginemos que uma esposa se sinta preocupada com seu excesso de peso. O
marido
está ainda mais preocupado, mas decide que não será nada bom se ele disser
como
está desapontado. Em vez disso, ele diz que ela está bem.
Bem, ela pensa, talvez uns quilinhos a mais não façam mesmo tanta
diferença. E
assim, ela não busca emagrecer. Ao contrário, continua engordando. O marido
tornase cada vez mais insatisfeito com a péssima aparência de sua esposa,
mas
morde a língua. Desta vez, o sapato do Banco do Amor está no outro pé.
Retiradas
diárias são feitas na conta de sua esposa do seu Banco do Amor, e ela não
se
78
124
Ela Precisa, Ele Deseja
P F.la
Ela precisa confiar nele honestidade e franqueza
125
dá conta disso até o dia em que o marido, finalmente, deixa escapar um
comentário sobre o seu peso, o que lhe custa uma considerável retirada da
sua
conta no Banco do Amor da esposa.
O marido que mente para "proteger" a esposa freqüentemente é culpado do
pior
tipo de chauvinismo. Durante vários anos, tenho aconselhado muitos homens
que
acreditavam que suas mulheres desmontariam se eles lhes contassem a
verdade.
Este tipo de homem vê a esposa como um bibelô de emoções, incapaz de lidar
com a
realidade. Muitos homens tendem a fazer esta suposição sobre as mulheres de
forma generalizada, algumas vezes porque isto alimenta o seu próprio
sentimento
de superioridade.
Quando um homem mente para "proteger" a esposa, também pode estar querendo
dizer
que ela tem baixo controle sobre os seus hábitos e não pode mudar com
rapidez
seu comportamento. Esse tipo de pensamento reflete como é inferior a
opinião que
ele tem sobre o caráter da mulher outra atitude comum entre os homens. É
verdade que algumas mulheres reforçam esta falsa suposição porque ela serve
aos
seus próprios propósitos. Essas mulheres raciocinam: "Se posso conseguir o
que
quero dele portandome como uma idiota, por que não fazer isso?
O "por que não?" pode ser respondido com facilidade. Sempre que a mulher
usa a
impotência ou outro comportamento de manipulação, ela não aumenta sua conta
no
Banco do Amor do marido. Ao contrário, devagar, mas continuamente, a
esvazia. O
seu comportamento pode alimentar o falso estereótipo do marido sobre
"mulheres
incapazes", mas não desenvolve o respeito dele pela esposa.
Tratar sutilmente ou não tão sutilmente a esposa como \ se ela fosse
emocionalmente instável pode tornarse uma profecia \ autorealizadora. Esta
é
uma excelente forma de confundila.
Quando o marido fala a verdade para a esposa está colaborando para a sua
estabilidade emocional. Sendo sempre honesto, ele está dizendo que sabe o
quanto
ela é capaz de lidar com qualquer
situação e mudar, quando necessário. A verdade acaba com as falsas
impressões e
as ilusões. A vida tornase mais previsível e racional porque agora a
esposa é
capaz de entender o comportamento do marido. A verdade pode ser dolorosa,
às
vezes (e o marido deve esforçarse por lidar gentilmente com a verdade), mas
não
leva a mulher à confusão. Ao contrário, ela se sente no controle porque
sabe o
que precisa fazer para mudar a situação.
Um marido não faz nenhum favor à esposa ao contar a ela mentiras
"protetoras" a
fim de que ela se sinta segura e amada. De vez em quando, é exatamente o
oposto
que acontece. É preciso que o marido se apresente à sua esposa como ele
realmente é. Então, ela pode ajustarse, negociar e aproximarse mais dele.
E a privacidade tem sua vez?
Muitas pessoas me perguntam: "Quando você diz que devo ser franco com meu
cônjuge, isto não sugere que eu abra mão da minha privacidade?".
Se, para esta pessoa, a palavra.privacidade significa manter oculta uma
parte de
si, insisto na minha convicção de que esta palavra não tem lugar entre
marido e
mulher. Muitos colegas e clientes, igualmente discordam de mim, mas
tenho
testemunhado vários desastres conjugais que comprovam este princípio. Mesmo
que
você considere ameaçador pensar que o seu cônjuge tem o direito de ler a
sua
correspondência ou abrir a sua bolsa, continuo achando que esse tipo de
franqueza é indispensável para um relacionamento conjugai saudável. Vejamos
como
isto funciona.
Quando quero "proteger a minha privacidade" tornome menos transparente
para com
a minha esposa. Joyce é a pessoa que precisa conhecerme melhor, e devo
fornecer
a ela todas as informações inclusive sobre os meus defeitos. Não apenas
devo
79
responder a todas as perguntas de forma verdadeira, mas também evitar as
mentiras "por omissão" e oferecer informações pronta e
80
126
Ela Precisa, Ele Deseja
voluntariamente Em outras palavras, devo compartilhar o meu ser com a minha
esposa de todas as formas possíveis.
Nesses anos juntos, Joyce e eu temos usado um pequeno código quando
sentimos
necessidade de honestidade absoluta. Algumas vezes gostamos de provocar,
mas em
algumas situações precisamos saber exatamente se o outro está bem. Quando
nos
sentimos assim, simplesmente perguntamos: "De verdade?". Ao ouvir Joyce
pronunciar esta frase, sei que ela deseja honestidade e transparência, e
não
brincadeiras ou evasivas.
Os casais devem ter as suas próprias mensagens codificadas. Sem a segurança
de
que o cônjuge está dando a sua palavra, o relacionamento começa a claudicar
e,
eventualmente, cambaleia em direção a problemas. Ao aconselhar casais com
problemas no casamento, raramente encontro honestidade total entre os dois.
Por
essa razão, inicio os encontros com o marido e a esposa separadamente. E
muito
mais fácil para ambos serem honestos comigo quando estamos apenas nós dois
no
consultório. Por duas razões: (1) ele ou ela sente grande pressão interior
ao
expor a verdade para alguém e (2) eles estão pagando pelo tempo que passam
comigo, e desejam que eu entenda o problema o mais rapidamente possível.
Quando cada cônjuge "se solta" comigo, geralmente obtenho uma visão mais
clara
de ambos, muito mais do que a visão que eles próprios têm um do outro.
Durante
anos eles viveram vagueando cegamente pela cortina de fumaça que cada um
preparou para o outro. Quando conversam comigo eles não têm necessidade
desta
divisória de fumaça e, assim, o verdadeiro problema ou assunto vem à tona.
Todos nós temos problemas
Um instrumento de grande valor que uso para obter uma visão mais clara das
pessoas é o Minnesota Multiphasic Personality Inventor (MMPI), de S. R.
Hathaway
e J .C. McKinley, um
Ela precisa confiar nele honestidade e franqueza
127
modelo de teste de personalidade que os psicólogos usam há muitos anos. O
MMPI
tem um sortimento de escalas que ajudam a identificar as predisposições
pessoais
para determinadas peculiaridades. Se usarmos os termos "mais" e "menos"
para
classificar, o fato de alguém marcar "mais" em qualquer uma destas escalas
não
prova que esta pessoa tem um problema, mas sugere que pode ter. Os
psicólogos
precisam de evidências posteriores, que venham comprovar ou refutar a
existência
do problema. Por exemplo: a pessoa que marcar "mais" na escala l demonstra
uma
tendência à hipocondria. Eu sou "mais" na escala l, porém você jamais
detectaria
a minha hipocondria se me visse apenas quando estou relaxado. Sempre que
estou
sob pressão, a minha hipocondria começa a se revelar porque é quando me
queixo e
reclamo da minha saúde, mais do que qualquer pessoa em circunstâncias
semelhantes. Joyce gosta de me alertar sempre que me apavoro achando que
estou
doente ou quando experimento uma pressão emocional. Ela está certa.
Normalmente
eu passo bem, mas, sob pressão, o meu problema aparece. A importância deste
"princípio de pressão" no casamento é óbvia. Um rápido esboço de
peculiaridadeschave
apresentadas nas escalas 09 do MMPI, inclui o seguinte:
0. Mede a tendência a ser socialmente introvertido, a evitar multidões e a
ser
tímido.
1. Mede o grau de preocupação que alguém pode ter com sua saúde e o medo da
morte; doenças que causam debilidade ou aqueles pequenos sintomas que podem
transformarse nestas doenças.
2. Mede a depressão, o sentimento de impotência e a tendência a ser
pessimista.
3. Mede a repressão de sentimentos, a tendência a não ser honesto consigo e
com
os outros sobre a razão dos seus sentimentos.
81
128
Ela Precisa, Ele Deseja
4. Mede a alienação social, a tendência a ter problemas com autoridades e a
falha em não considerar o outro quando se trata de satisfazer necessidades.
5. Mede a masculinidade e a feminilidade, a sensibilidade às necessidades
dos
outros e a disposição em se interessar por eles.
6. Mede a sensibilidade entre os relacionamentos mais próximos, a tendência
a
ter os outros como modelo, ou opiniões prejudiciais, boas e más, sobre as
pessoas.
7. Mede a ansiedade ou o medo, a tendência a ser indeciso, perfeccionista ou
dominado por sentimento de culpa.
8. Mede a insatisfação com o próprio ser, a tendência a ser confuso e
inseguro
sob estresse.
9. Mede o nível de atividade e energia, revela a tendência a ser impulsivo
e
envolverse exageradamente em muitas coisas.
Incluí este pequeno teste do MMPI apenas para mostrar que, num casamento, o
homem ou a mulher pode ter o tipo de personalidade que eventualmente leva a
dificuldades quando o casal tenta lidar com um conflito. Se desejam ser
bemsucedidos
ao buscar a solução de um problema eles precisam conhecer as
vulnerabilidades emocionais que ambos podem apresentar quando estão sob
pressão.
A desonestidade pode ser uma destas vulnerabilidades.
Usando as dez escalas apresentadas, se alguém classificarse "mais" nas de
número 3 ou 4, estaria indicando uma dificuldade com respeito à honestidade
e à
franqueza, especialmente a de número 4 para os maridos. O que poderia sua
esposa
esperar? Ela provavelmente o veria muito independente, teria problemas em
negociar com ele e logo perceberia como ele fica irritado com pequenas
coisas.
Além disso suas mentiras e meiasverdades revelariam a sua tendência ao
egocentrismo. Ela poderia resumir o seu caráter dizendo: "Ele pensa que é
mais
importante resolver as coisas a seu modo do que falar a verdade". |
Ela precisa confiar nele honestidade e franqueza
129
Obviamente se ela se classifica "mais" para a escala 6, mostrando tendência
a
uma sensibilidade alta, e o esposo marca "mais" para a de número 4, com
certeza
surgirão discórdias conjugais. Enquanto a esposa precisa lidar com a sua
sensibilidade quando se sente magoada, ele terá que aprender a compensar
sua
predisposição à desonestidade, ao egocentrismo e a um comportamento difícil
de
negociar.
Será que tudo isso sugere que você corra até o seu psicólogo e seja
submetido ao
teste MMPI? Mesmo sendo um tanto suspeito para opinar, creio que você deve
considerar os resultados do teste de muito valor. Apesar de não poder fazer
muito para mudar a sua personalidade, você pode aprender a se ajustar à
personalidade de seu cônjuge. Testes como este apenas provam que todos temos
as
nossas peculiaridades de personalidade, vulnerabilidades e tendências a
possíveis problemas. Por esta razão precisamos ser tanto mais francos e
honestos
quanto possível um com o outro. Precisamos compreender os problemas um do
outro
de tal forma que possamos adaptarnos e ajustarnos. Mesmo que seu cônjuge
classifique "mais" na escala 4, não se apavore. Procure entender a razão
deste
seu ponto fraco e aprenda a compensar isto. •••>•
Como a honestidade pode resgatar um casamento
O que acontece quando falta honestidade e franqueza num casamento, a ponto
de se
chegar ao máximo da infidelidade em forma de um romance extraconjugal? Usar
de
transparência com seu cônjuge ajudaria ou significaria a morte certa para o
relacionamento?
Para mim já se tornou uma cena comum verme sentado para aconselhar um
marido
que me diz, olhandome bem de frente, que já se envolveu numa série de
relacionamentos extraconjugais. Ele nunca contou à esposa sobre nenhum um
destes
relacionamentos, mas se sente "terrivelmente culpado" por todos eles.
82
130
Ela Precisa, Ele Deseja
À medida que a terapia prossegue sugiro que ele confesse tudo à esposa. Com
certo medo e alguma tremedeira, ele decide fazêlo, causando, na esposa, as
reações já previstas: raiva, ansiedade e, finalmente, depressão. Entretanto,
com
o tempo, ela se refaz do choque e da dor. Depois disso, o casamento pode
ser
reconstruído com base na honestidade mútua, talvez pela primeira vez.
Quando um casal lida com a tentativa de sobreviver após um relacionamento
extraconjugal, trabalho com eles a fim de se tornarem totalmente sinceros um
com
o outro. Eles não devem esconder nada do que pensam ou sentem. E apenas
através
da total franqueza que um relacionamento honesto pode nascer. Se eles se
comprometerem em algum ponto, isto prejudicará o processo de reconstrução.
Você pode estar indagando se a decisão do cônjuge infiel em confessar seu
pecado
à esposa é sempre a mais inteligente. Na minha experiência a confissão do
cônjuge infiel nunca foi a causa principal de um divórcio. Alguns casais
chegam
ao divórcio por causa da infidelidade, e não porque, algum dia, eles
finalmente
decidiram falar honestamente um com o outro. E muito comum o cônjuge
traído,
seja ele o marido ou a mulher, recuperarse do choque inicial sobre o
conhecimento da infidelidade do outro com a disposição de examinar e
considerar
as formas de resolver os problemas do casamento. Boa parte do sucesso
depende do
ambiente terapêutico preparado para o casal. O conselheiro deve criar uma
atmosfera que motive os dois a discutir as soluções para os verdadeiros
problemas surgidos depois que o relacionamento extraconjugal foi descoberto
e
exposto.
Uma vez revelada a desonestidade, empenhome, de forma especial, a ajudar o
casal a enxergar claramente toda a situação. Eles acabaram de experimentar
um^
purgação necessária, através da qual têm a oportunidade única de
reconstruir um
casamento estável e duradouro. Minha tarefa agora é orientálos na
recuperação
da confiança.
Ela precisa confiar nele honestidade e franqueza
131
Um marido com um histórico de mentiras pode insistir em que a confissão
sobre a
sua infidelidade conjugai, em si, já prova a sua mudança. Ele pode querer
que a
esposa comece a confiar novamente nele no mesmo instante. Mas insisto que
não é
bem assim. Você não pode ligar o sentimento de confiança como liga um
interruptor e acende a luz. Ao contrário, são muitas as experiências
através das
quais uma pessoa pode provar que é digna de confiança. Em uma situação como
a
confissão de envolvimento em um caso extraconjugal, recomendo, com
insistência,
que o marido forneça à esposa informações diárias, que possam ser
facilmente
checadas por ela.
A minha sugestão para o homem que usou de mentiras com sua esposa é que
deixe
com ela uma cópia da sua agenda, para que ela possa ver quando desejar. No
caso
de mudanças nos compromissos durante o dia, ele deverá fazer o possível
para
comunicar à esposa imediatamente. Ela deve ter a liberdade de ligar para
alguns
desses lugares listados na agenda, a fim de verificar sua presença.
Geralmente,
este processo de verificação é feito de uma maneira que evita qualquer tipo
de
embaraço para o marido ou para a mulher.
Geralmente tenho que me defender dos maridos ao sugerir que eles
providenciem
tais agendas. Freqüentemente eles se queixam de legalismo, de regrinhas
para
crianças e dizem: "Afinal de contas, toda esta checagem apenas prova que
ela não
confia em
mim .
Mas este é exatamente o ponto. Ela não confia mesmo.
Para estes maridos simplesmente respondo que um homem organizado planeja e
agenda os seus compromissos. Por que ele ficaria tão resistente em
compartilhar
isto com a esposa? Além disso, uma esposa deveria sentirse à vontade para
ligar
83
para o marido a qualquer hora do dia, mesmo nos relacionamentos em que não
existe desconfiança.
A prática da minha sugestão, em alguns casos, dura anos. En, tretanto, aos
poucos, a esposa percebe, após checar repetidas vê
84
132
Ela Precisa, Ele Deseja
zes, que seu marido tem sido honesto com ela. Neste ponto, e apenas neste
ponto,
ela pode começar a confiar verdadeiramente nele.
A mulher precisa comunicarse com seu marido a qualquer hora do dia ou da
noite
para que possam manter este sentimento de honestidade e franqueza. A
maioria
delas não se vale do privilégio de ligar para os maridos quando eles estão
participando de alguma reunião importante ou no meio de um trabalho. No
entanto,
elas precisam saber que podem fazer isto, se desejarem, e crer que,' ao
fazer
isto, a confiança no marido é confirmada.
Em vinte e cinco anos de aconselhamento nunca encontrei um casamento
perfeito.
Cada parceiro tem suas faltas e fraquezas, de um tipo ou de outro. Pode ser
tendência à depressão; pouca força de vontade; tendência a se entregar
diante da
pressão; irresponsabilidade; tendência à hipocondria; alta sensibilidade ou
perfeccionismo. A lista poderia seguir indefinidamente. Entretanto há duas
coisas às quais nenhum casamento sobrevive: falta de honestidade e falta de
cooperação.
Quando existe honestidade e cooperação num casamento você vê um casal que
deseja
compartilhar e construir sua vida. Os cônjuges não precisam ser cheios de
segredos e limites de privacidade. Nenhum dos dois pensa em mentir ou
dourar a
verdade para "proteger" o outro. Ao construir seu casamento com base na
confiança, você experimenta uma alegre disposição em compartilhar seus
sentimentos pessoais com aquele ou aquela que escolheu para ser seu
parceiro ou
parceira para o resto da vida. E de acordo com a Quinta Lei de Harley:
Ela precisa confiar nele honestidade e franqueza
133
A honestidade é a melhor política de segurança no casamento.
Para concluir gostaria de enfatizar que a mulher precisa confiar no seu
marido.
Qualquer que seja a vantagem que um homem venha a obter sendo reservado,
fechado
e até desonesto, ele a consegue à custa da segurança de sua esposa e da
realização do seu casamento. A mulher precisa ver o marido como alguém
previsível. Deve haver uma combinação dos dois pensamentos a fim de que ela
possa "ler a mente" dele. Quando uma mulher alcança este nível de confiança
é
capaz de amar seu marido de forma mais completa.
Perguntas para ele ;
1. Numa escala de l a l O (o l O significando "totalmente honesto") como
você
classificaria sua honestidade para com a sua esposa? Como ela o
classificaria
nesta escala?
2. Em que áreas é mais difícil ser totalmente honesto e franco com a sua
esposa?
Por que é difícil? De que forma ela lida com o fato de você agir
sinceramente
com respeito a assuntos delicados?
3. Você é contra ou a favor da declaração de que não deve haver privacidade
no
seu casamento ou seja, que nenhum dos dois deve esconder determinadas
partes
do outro? Tente anotar as suas razões para concordar ou discordar.
Perguntas para ela
1. Em sua hierarquia pessoal de necessidades até que ponto é essencial o
fato de
poder confiar no seu marido? Você concorda que esta é uma das suas cinco
necessidades básicas dentro do casamento? Por que sim ou por que não?
2. Alguma vez seu marido mentiu para você com o pretexto de lhe "proteger"?
Em
caso positivo, como você se sentiu?
3. Em que áreas (se houver alguma) você desejaria que seu marido fosse mais
franco e honesto com você?
85
134
Ela Precisa, Ele Deseja
Para pensar juntos
1. Discutam as respostas de ambos para as perguntas acima. Será um bom teste
descobrir até que ponto o seu casamento é realmente honesto e franco.
2. Se você não tem um código como "De verdade?", comece a usar um. O que
vocês
poderiam dizer um ao outro para demonstrar que precisam de total
honestidade?
3. Voltem juntos às dez escalas do MMPI. Vocês reconhecem em si mesmos
alguma
tendência ali mencionada quando estão sob estresse?
Ele precisa de uma esposa
de boa aparência uma
mulher atraente
V_í? om mais ou menos 80 quilos de peso, Nancy raramente arrumava namorados
quatro encontros nos últimos dois anos, para ser mais exato , sendo que,
no
primeiro, não houve nenhum tipo de retorno. Seus projetos com relação a
casamento pareciam no mínimo desanimado rés. Apesar de ter uma
personalidade
encantadora e muitos interesses, eram poucos os homens que queriam sair com
ela.
Certo dia, Nancy decidiu que deveria mudar. Ela queria casar e estava
cansada do
seu trabalho. Assim, pensava: Se tivesse alguém que cuidasse de mim, eu
pararia
de trabalhar e ficaria em casa o dia todo. Seria tão bom! Como primeira
tática
para alcançar este ob
86
136
Ela Precisa, Ele Deseja
jetivo, Nancy matriculouse numa academia de ginástica, começou uma dieta e
perdeu trinta quilos. Em seguida comprou algumas roupas que acentuavam, de
forma
decente, o seu corpo esbelto. Para completar a transformação mudou o
penteado e
passou a usar uma maquiagem apropriada.
Com cerca de trinta quilos a menos e as outras melhorias Nancy ficou
realmente
sensacional. Agora, ela tinha pretendentes de todos os lados, mas não
esquecia o
seu objetivo: um marido. Mais ou menos oito meses depois, quando Haroldo a
pediu
em casamento, ela aceitou. Seu objetivo foi alcançado com muita rapidez.
Cinco anos mais tarde, ao aconselhar Nancy e Haroldo, comecei falando com
eles
separadamente. E Haroldo me disse: "A primeira coisa que ela fez após o
nosso
casamento foi parar de trabalhar, ficando em casa o dia inteiro, comendo
feito
louca. Ela inflou como um balão de gás, ganhando quase cinqüenta quilos em
um
ano".
Perguntei: "Você comentou alguma coisa sobre o seu peso?".
Ele respondeu que sim. "Muitas vezes. Aliás, este é um ponto sensível entre
nós.
Mas ela simplesmente diz: 'Quero que você me ame pelo que eu sou. Se você
me
aceitasse incondicionalmente eu até poderia perder peso'. Eu já estou
ficando
cansado desta história, e não sei onde mudar. Não acredito em divórcio, mas
não
estou conseguindo lidar com tudo isso. Alguma coisa precisa acontecer".
Enquanto continuávamos a conversar, percebi que Haroldo estava enfrentando
um
sério dilema. Crescido numa igreja conservadora, ele mantinha fortes
convicções
sobre o casamento como um compromisso para toda a vida. Ele, que antes
sonhava
com um futuro feliz ao lado de uma mulher que fosse admirada por todos,
agora
vive com Nancy uma vida que mais parece uma sentença de prisão. O casamento
com
esta mulher dificilmente corresponderia às suas expectativas. Onde teria
ele
errado?
Em seguida, conversei com Nancy para obter a sua versão da história. Ela me
contou sobre o seu projeto para melhorar a apa
Ele precisa de uma esposa de boa aparência uma mulher atraente
137
rência com o objetivo de conquistar rapazes, sair com eles e conseguir um
marido. Nancy nunca contou ao marido que já havia sido tão gorda, nem que
ela
não pensava ser capaz de controlar o peso após o casamento. Para ela, fazer
dieta tinha sido uma agonia, e manterse magra também era um grande
sacrifício.
Quando casou com Haroldo, Nancy pensou que ele a amaria, independentemente
do
seu peso, e que ela poderia voltar a ser gorda e feliz. Assim, quando o
Haroldo
lhe disse que a deixaria se não perdesse peso, Nancy achou que ele não
estava
sendo justo.
As coisas não pareciam justas para Haroldo também. Ele havia se casado com
alguém fisicamente atraente e imaginou que ela se manteria assim. Nancy
imaginou
que, uma vez que Haroldo a conhecesse e a amasse, seu peso não faria
diferença.
Mas ela estava enganada.
De fato alguns homens não se importam com a aparência física. Suas esposas
podem
ficar acima ou abaixo do peso isto não faz diferença. Eles têm
necessidades
emocionais muito mais importantes do que uma esposa atraente. Mas Nancy não
estava casada com um desses homens. Na verdade ela casou com alguém para
quem a
aparência física era uma das coisas mais importantes. Ele precisava de uma
esposa atraente.
Algumas mulheres também têm necessidade de um marido atraente. Muitas das
esposas que tenho aconselhado já fizeram uma última ameaça a seus maridos:
"Ou
você perde peso, ou nosso casamento está acabado". Uma delas disse que não
viveria mais com o marido, a menos que ele perdesse vinte e cinco quilos.
Se alguém considera a atração física pelo cônjuge a necessidade emocional
mais
importante, a aparência é um assunto muito sério nesse casamento. No de
Haroldo
e Nancy era sério.
87
Nancy ouvia com atenção, à medida que eu explicava que o compromisso do
casamento significava satisfazer às necessidades do cônjuge. Ela queria que
Haroldo tivesse um bom salário, que fosse afetuoso, que conversasse
freqüentemente com ela, mas Nancy não estava colaborando com a sua parte no
acordo.
88
138
Ela Precisa, Ele Deseja
"O que você quer dizer com eu não estar colaborando com a minha parte?",
ela
perguntou. "Faço uma comida gostosa, conservo a casa sempre limpa, sou
afetuosa..."
Respondi: "Tudo isso é muito bom, mas você está esquecendo uma coisa: a sua
aparência física é muito importante para o seu marido. Não é nenhuma
peculiaridade ou capricho da parte dele. É algo de que ele necessita muito.
A
linda mulher com quem ele casou escondese atrás de todo este excesso de
peso.
Quando você se preocupa com o seu corpo, também está se preocupando com seu
marido".
A princípio, Nancy não deu atenção ao que eu falava. Ela insistia em
argumentar,
dizendo: "Haroldo deveria me amar do jeito que eu sou".
Falei: "Você quer ser amada pelo que é, e não pelo que faz. Todos nós
queremos
isto, mas não é bem assim que as coisas acontecem. Você não decidiu casar
com
seu marido pelo que ele era, mas pela forma como agia. Se ele não
satisfizesse
as suas necessidades emocionais enquanto eram apenas namorados, você sequer
consideraria a possibilidade de têlo como marido. E se, depois de casados,
ele
deixasse de satisfazêlas, os seus sentimentos por ele teriam mudado
consideravelmente. Seu amor teria simplesmente esmorecido".
Muitos homens pensam que o afeto é uma necessidade insignificante, o que
muitas
mulheres também pensam acerca do sexo. Alguns homens, bem como algumas
mulheres,
acham a admiração uma bobagem, mas nenhuma dessas coisas é insignificante
para
aqueles que delas necessitam. Nancy não poderia classificar a sua aparência
física como algo insignificante. Ela queria acreditar que o raso senso de
valores de Haroldo era a causa de tudo aquilo. Se ele crescesse e se
tornasse
mais maduro, certamente enxergaria além da sua aparência.
Mas continuamos insistindo na defesa de nosso ponto de vista e, finalmente,
Nancy resolveu perder peso. Ela não queria arris
Ele precisa de uma esposa de boa aparênciauma mulher atraente
139
car perder Haroldo e sabia que, no fundo, esta decisão seria muito mais
saudável
para ela. Assim, matriculouse numa academia de ginástica, fez dieta e
emagreceu
vinte quilos em três meses. Quando Haroldo percebeu que a esposa estava
levando
as coisas a sério, passou a acompanhála em seus exercícios.
O objetivo de Nancy era perder todos os quilos que tinha adquirido após o
casamento, e ela insistiu na ginástica e na dieta. Quando alcançou o peso
desejado, Haroldo ficou muito feliz, e ela também. O seu senso de auto
estima
melhorou grandemente, e seu charme era a maior contribuição que ela podia
dar
para a felicidade do marido.
Muitas mulheres e muitos homens têm problemas como os de Nancy, mesmo que
não
sejam tão severos. Após o casamento, eles começam a ganhar peso ou se
vestir de
forma menos vistosa, partindo da idéia de que o seu cônjuge o (a) ama, e
seu
modo de vestirse ou a sua aparência física não farão diferença. Para
algumas
pessoas, especialmente para alguns maridos, esta afirmação está
completamente
longe da verdade.
Por que toda essa preocupação com a aparência?
Muitas vezes as pessoas desafiamme quando classifico a atração física como
uma
das necessidades emocionais mais importantes. Destas pessoas ouço que os
homens
certamente deveriam ter mais maturidade e valores mais elevados em vez de
se
prenderem à aparência física como um ideal. Será que não devemos olhar além
do
superficial e buscar características humanas mais significativas, como a
honestidade, a confiança e o carinho? Além disso nem sempre a mulher tem os
recursos para cuidar da sua aparência física.
A beleza, é claro, está no olho do observador e não estou incentivando a
esposa
a se tornar a rainha da vaidade. Apenas digo que ela deve tentar mostrarse
do
89
modo que seu marido quer que ela se mostre. Ela deve assemelharse à mulher
com
quem ele se casou.
90
140
Ela Precisa, Ele Deseja
l
Isto significa que a mulher deve permanecer eternamente jovem? É claro que
não,
mas ficar com mais idade não é uma desculpa para descuidar do corpo e se
vestir
como uma velha. Foi exatamente isto o que Nancy fez, e a coisa chegou a tal
ponto que Haroldo veio buscar ajuda comigo. Felizmente Nancy tinha a
determinação para alcançar os seus objetivos. Sua história teve um final
feliz,
mas muitas outras não têm. Costumo aconselhar outras esposas (e maridos)
que se
recusam a mudar. Na melhor das hipóteses, esse tipo de casamento segue
arrastandose. Com freqüência o marido voltase para mulheres que, na
opinião
dele, são mais atraentes.
Se seu marido diz que, ao perder peso, você estaria satisfazendo uma de
suas
necessidades emocionais, então é preciso decidir se você se importa com ele
a
ponto de satisfazer essa necessidade.
Quando ela se apresenta bem, ele se sente bem
O homem que precisa de uma esposa atraente sentese bem todas as vezes que
olha
para a esposa atraente. Aliás é nisso que implica uma necessidade
emocional.
Quando uma das necessidades de um homem é satisfeita, ele se sente
realizado;
quando não, ele se sente frustrado. Pode parecer imaturo ou superficial,
mas
percebo que a maioria dos homens precisa de uma esposa atraente. Eles não
apreciam uma mulher apenas por suas qualidades interiores. Para eles é
muito
importante a maneira como ela é, fisicamente falando.
Será que as mulheres também têm esta necessidade de encontrar atração
física em
seus maridos? Não. Elas podem até querer que seus maridos sejam bonitos,
mas não
incluem um esposo atraente entre as suas cinco principais necessidades
emocionais. As mulheres se apaixonam por homens gordos, simples ou
descuidados
com a roupa porque, apesar destas características, eles sabem como
satisfazer as
suas necessidades emocionais mais importan
Ele precisa de uma esposa de boa aparência uma mulher atraente
141
tes, como afeto, diálogo e apoio financeiro.
Recordome de um homem bem gordo, careca, que era vinte anos mais velho do
que
sua lindíssima esposa. Contudo, ela era louca por ele, e os dois tinham uma
vida
sexual muito ativa. Por quê? O que aquela mulher via naquele homem? Este é
o
ponto. Em vez de olhar para ele, ela olhava para dentro dele, onde
descobria um
homem afetuoso, sensível, dócil e generoso, que a amava tanto quanto ela o
amava. Para a esposa, ele era um homem lindo.
Será que ela era mais madura do que o marido, assumidamente atraído pela
aparência física da esposa? Não. Ela simplesmente tinha necessidades
emocionais
diferentes. Para ela, a atração física não significava tanto quanto para
ele.
Ela se esforçava por manter uma boa aparência porque sabia que isto fazia o
marido feliz. Por outro lado, ele se esforçava por satisfazer as
necessidades da
esposa por afeto, diálogo e segurança financeira.
Qualquer mulher pode melhorar a sua aparência para seu marido. Existem
muitos
livros, vídeos, programas de dietas e outros produtos preparados para ajudar
as
mulheres (e os homens) a manter a forma, a se vestir com estilo, a pintar
os
cabelos de forma adequada etc. Ao aconselhar as mulheres, percebo seis
áreas que
são particularmente importantes para se manter ou se tornar atraente. Vamos
comentálas rapidamente.
O "Segredo" do Controle do Peso
Todos os anos aparecem novos best sellers oferecendo a última novidade em
dieta
ou planos de controle da alimentação. Aqui está a minha o Terceiro
Corolário
de Harley:
Equilibre a sua ingestão de calorias com a quantidade apropriada de
exercícios.
91
142
Ela Precisa, Ele Deseja
Sinto muito se o que vou dizer não parece tão sensacional, ou fácil, ou
mesmo
fascinante, mas não existe segredo para o controle do peso e da aparência
física. É algo que depende de disciplina, e isto é conhecido de todos há
séculos.
Algumas mulheres que aconselho simplesmente não acreditam em mim. Elas
insistem
em esperar por algum novo dispositivo revolucionário que as ajudará a
resolver o
problema do peso com pouco ou nenhum esforço. Muitas delas interrompem a
dieta
repentinamente, e ganham de novo todo o peso que perderam. De repente
voltam à
dieta e, mais uma vez, param. Isto acontece várias vezes. Mais cedo ou mais
tarde, desistem de vez, ficando mais gordas do que nunca.
A verdade é que os programas de controle do peso funcionam apenas quando se
tornam um estilo de vida, baseados em fatos da vida. Todos os corpos,
inclusive
os femininos, são como máquinas que queimam combustível. Quando um corpo se
abastece com muito combustível e não o queima, este mesmo combustível é
armazenado pelo corpo em forma de gordura. Assim, se você não quiser
engordar,
deve queimar todo o combustível com o qual seu corpo se abastece. Para
perder
peso, você deve queimar mais ainda.
Quando falo de combustível, é claro que me refiro àquilo que você come e
que
pode ser queimado com exercícios. Você pode queimar um pouco passando o dia
normalmente, mas queimará muito mais rápido com exercícios que, se forem
freqüentes, darão a você a chance de comer mais, já que está queimando mais
combustível. Entretanto, no meu entender, seria muito mais fácil comer menos
do
que fazer mais exercícios.
Sei que você pode considerarse uma pessoa viciada em comida. Mas todos nós
somos. Todos morreríamos de fome sem comida. A fome é uma reação normal no
processo da dieta porque nossos corpos são programados para impedir a perda
de
peso. Isto não quer dizer que você não possa comer menos, mas, sim, que
terá
fome enquanto estiver de dieta.
Ele precisa de urna esposa de boa aparência uma mulher atraente
143
Você pode comer muitas frutas, muitos legumes e muitas verduras. Mantenha
sua
geladeira abastecida destes alimentos. Faça lanches de cenoura até sua pele
se
tornar alaranjada (brincadeirinha...). Reduza a ingestão de açúcar e
gordura ao
mínimo. Se você for tentada a se esbaldar em algo com muitas calorias
(sorvete,
por exemplo), nem pense em comprar. Esta é talvez a única forma de se evitar
perder o controle. Seus filhos e seu cônjuge podem reclamar, mas eles
ficarão
tão saudáveis quanto você.
Exercícios aeróbicos ajudam você a perder aqueles quilinhos extras, ao
mesmo
tempo que mantêm seu coração e seus pulmões saudáveis. Para tanto é preciso
apenas o exercício suficiente para aumentar os batimentos do seu coração
até 60%
ou 70% do seu máximo, durante mais ou menos trinta minutos, em dias
alternados
(para descobrir o máximo de batimentos do seu coração, subtraia a sua idade
de
220, multiplique por 70, e você terá a melhor capacidade aeróbica para a
sua
idade).
Joyce e eu compartilhamos o mesmo tipo de dieta, e também fazemos
exercícios
juntos, sempre que possível. Incentivamos um ao outro a controlar o nosso
peso.
Nós dois somos de famílias com tendência a engordar depois de determinada
idade,
e fizemos um acordo para evitar que isto aconteça conosco.
Se você também fez um acordo para emagrecer e pretende mantêlo, precisa
criar
um novo estilo de vida que implique dieta e exercício, e seu cônjuge deve
fazer
a parte dele. Isto pode significar que seu marido começará a evitar
alimentos
que não estão na sua dieta e, assim, se unirá a você em seu programa de
exercícios. Quando vocês dois se comprometerem com este novo estilo de
vida, as
chances de sucesso serão muito maiores.
Use a Maquiagem em Seu Benefício
92
Rosa entrou em meu consultório mais parecendo uma palhaça do que uma mulher
bem
arrumada. Apesar de ter algumas ca
93
144
Ela Precisa, Ele Deseja
Ele precisa de uma esposa de boa aparência uma mulher atraente
145
m
racterísticas atraentes, elas permaneciam escondidas debaixo de todo aquele
conjunto de cores que disputavam a atenção. É óbvio que ela tentou fazerse
atraente, mas certamente alguma coisa estava errada. Ela não usou a
maquiagem em
seu benefício.
Os cosméticos estão disponíveis desde os velhos tempos egípcios e, com a
moderna
indústria cosmética de bilhões de dólares, nenhuma mulher tem a desculpa de
que
esta ajuda não está ao seu alcance. A maior parte das mulheres que não usa
maquiagem ou que a utiliza de forma inadequada, age assim simplesmente por
falta
de iniciativa em obter a ajuda de que precisa.
Algumas mulheres nunca se maquiaram nem entendem as técnicas básicas de
maquiagem. Em casos como o de Rosa, eu, às vezes, de forma muito sutil,
sugiro
que a mulher procure ajuda profissional. Alguns estúdios de cosméticos ou
lojas
de departamentos oferecem orientações gratuitas que podem ajudar uma mulher
a
começar a se automaquiar. O sucesso deste aprendizado depende muito do
conhecimento da pessoa que orienta, mas muitas vezes pode dar bons
resultados.
Várias revistas femininas também publicam artigos que podem atingir o mesmo
objetivo.
Já vi muitas mulheres fazendo grande progresso em sua aparência. Estas
mudanças,
em uma mulher solteira, são quase sempre seguidas de maior atenção e,
freqüentemente, de mais encontros
por parte de homens solteiros. Com relação a mulheres casadas, seus
maridos
apreciam e incentivam a mudança, caso suas esposas se submetam a isso por
eles.
Tenha certeza de que, além de ser algo agradável para você, seu marido
também
deve achar atraente esta mudança causada pelos cosméticos. Tenha sempre em
mente
que o objetivo é suprir a necessidade de seu cônjuge por alguém atraente.
Use o Seu Cabelo da Forma que Seu Cônjuge Aprecia
O estilo de corte e a cor dos cabelos compõem outro ponto sensível para as
mulheres. Elas são capazes de gastar muito di
nheiro em pinturas, xampus, condicionadores, permanentes, escovas e cortes.
E eu
pergunto: por que e para quem?
Se uma mulher gasta todo esse dinheiro para agradar seu marido e para
alcançar
algo que a faça sentirse bem, ótimo. Mas se ela sabe que o marido não
gosta de
determinada coisa relativa a seu cabelo e, mesmo assim, permite que seu
cabeleireiro a convença a fazer tal coisa, está começando a trabalhar
contra si
e contra seu casamento. Um fabricante de produtos para colorir cabelos
justifica os altos preços de seus produtos dirigindose à mulher com a
frase:
"Você merece". Eu acrescentaria que o seu marido também merece porque, se
ele
não gostar de determinada cor ou corte, é melhor você desistir da idéia.
Aliás,
por que não consultálo antes, a fim de ter a sua opinião sobre um corte ou
tonalidade diferente? Afinal de contas, a intenção é mostrarse atraente
para
ele.
Será mesmo? Algumas mulheres se opõem a essa idéia. Elas insistem no
direito que
têm de agradar a si mesmas ou alegam que agradar seus maridos deste modo
parece
injusto, e até mesmo humilhante.
Eu não incentivaria as mulheres a usar um corte de cabelo ou penteado que
as
desagradasse. Certamente, elas precisam ter prazer na própria aparência e
sentirse atraentes. Se um marido gosta de algo que a sua esposa não
suporta,
que tal uma negociação? Entre tantas formas disponíveis de cortar e pentear
o
cabelo, estou certo de que ambos encontrarão uma que seja do agrado tanto
de um
quanto do outro.
Os cortes de cabelo, como qualquer outra coisa, podem produzir depósitos ou
retiradas no Banco do Amor de um marido. Se a esposa entende a necessidade
de
94
seu marido por uma esposa atraente, ela se esforçará, junto com ele, para
alcançar este objetivo. Há grandes chances com base em minha experiência
de
ela achar que seu marido é razoável e tem relativo bom gosto. i : >; ,/y:;i
95
146
Ela Precisa, Ele Deseja
As Roupas Servem de Vitrine fará a Mulher
O antigo provérbio diz que "A roupa faz o homem", mas, em nossa sociedade,
as
roupas são a vitrine da mulher. Esta vitrine pode realçar e encantar ou
fazer
muito mais do que isto. É o mesmo princípio aplicado com relação aos
cosméticos
e ao tipo de cabelo: vistase de modo atraente para o seu marido.
A moda vai e vem e, algumas vezes, os estilos de roupas variam entre o
péssimo e
o horrível. Apesar da insistência de alguns estilistas em ser eternamente
criativos, parece que contínua prevalecendo uma regra: quando as roupas
femininas tornamse sem atrativos para a maioria dos homens, elas não se
mantêm
na preferência por muito tempo.
A mulher deve estar tão ou mais preocupada na hora de escolher suas
camisolas ou
pijamas quanto na hora de escolher as roupas que usa em público. Quando ela
se
veste para a cama, está vestindose estritamente para o marido. Vestirse
com
camisolas velhas e feias, usar rolinhos no cabelo e cremes no rosto
significa
retiradas no Banco do Amor. Vestir uma camisola velha com a desculpa de que
"Ninguém vai ver" é um grande engano porque falha num ponto importante:
alguém
muito especial e muito importante vai ver, sim. Por que, então, não vestir
algo
bem atraente? Seu marido, com certeza, apreciará muito.
E o que Dizer da Higiene Pessoal?
Para ser honesto, raramente aconselhei mulheres que precisassem de ajuda em
relação à higiene pessoal, mas ajudei muitos homens com este problema. Como
ter
um cônjuge atraente é uma necessidade feminina também, a higiene é um
assunto
que deve ser tratado neste capítulo.
Nelson era um fazendeiro muito bemsucedido era milionário. Quando pediu
Celina em casamento, ela somente pensava em seus milhões de dólares. Nelson
era
um homem decente, mas,
Ele precisa de uma esposa de boa aparência uma mulher atraente
147
por ter passado solteiro a maior parte de sua vida adulta, não dava muita
atenção à aparência. Celina pensou que poderia ignorar sua aparência e amá
lo
por suas qualidades interiores e pelo seu dinheiro. Depois que eles
casaram,
entretanto, a aparência do marido fez com Celina se afastasse dele.
Quando eles chegaram para a primeira consulta, Nelson reclamou que Celina
se
recusava a ter relações sexuais com ele. Ela já tinha dado todas as
desculpas
possíveis, e assim ele achou que um aconselhamento poderia ajudálos.
"Simplesmente não consigo fazer sexo com ele", Celina confessou. "Quando
casamos, achei que ele seria mais atraente para mim, mas está ficando cada
vez
mais difícil. Ele provavelmente se divorciará de mim, mas eu simplesmente
não
consigo."
Quando Nelson entrou em meu consultório, o odor de seu corpo me causou
espanto!
Ele havia mascado tabaco, e seus dentes estavam sujos. Seu cabelo estava
todo
desarrumado e parecia que ele tinha dormido com aquela roupa. Aconselhei
muitos
homens que tinham dificuldades em se manter limpos, mas Nelson foi além de
tudo
que eu poderia imaginar.
"Ela não gosta de sexo", era a explicação que ele dava para o problema que
viviam. Eu tinha uma teoria diferente sobre o assunto.
"Acho que posso ajudar vocês", respondi. "Mas você terá de fazer tudo que
eu
recomendar. Dentro de algumas semanas, acredito que o seu problema estará
resolvido."
Atribuí a ele as seguintes tarefas:
1. Tomar banho todas as manhãs e todas as noites.
2. Com a ajuda de Celina, renovar o guardaroupa; deixála escolher as
roupas
que ele iria usar todos os dias; nunca vestir nada que tivesse usado no dia
anterior, a não ser que tivesse sido lavado.
96
3. Ira um dentista para fazer uma limpeza nos dentes; nunca mascar tabaco
na
presença de Celina; escovar os dentes antes de estar com ela.
97
I
148
Ela Precisa, Ele Deseja
4. Pentear os cabelos e fazer a barba todas as manhãs, antes de tomar café.
Cumprir estas tarefas foi realmente um compromisso para Nelson. Ele
costumava
ficar semanas sem tomar banho. Usava a mesma calça e a mesma camisa dia
após
dia, e não visitava seu dentista desde que era adolescente. No entanto, ele
concordou em cumprir o programa, acreditando em mim quando eu disse que
isto
ajudaria em seu relacionamento sexual com Celina.
Dei as seguintes tarefas para Celina: comprar roupas para Nelson, mas desde
que
ele a acompanhasse; escolher ela própria a roupa que ele usaria todos os
dias,
mas certificandose de que a roupa estava limpa. Perguntei também se ela
estaria
disposta a fazer amor com ele todos os dias uma semana após Nelson haver
cumprido as suas tarefas.
Fechado o acordo, Nelson foi ao dentista e a uma loja de roupas. Ele
cumpriu a
sua parte do acordo, e Celina, a dela. Após ele ter cuidado dos dentes,
usado
roupas limpas e mantido o corpo sempre limpo, Celina decidiu fazer amor com
o
marido uma vez por dia durante uma semana.
Na sua segunda consulta, mal pude reconhecer Nelson. Foi uma transformação!
Os
dois estavam de mãos dadas na sala de espera. Por iniciativa própria, sem a
minha orientação, eles firmaram um acordo duradouro. Ela iria fazer amor
com o
marido se ele permanecesse limpo. O problema sexual dos dois havia
terminado.
Estou certo de que eles não fizeram amor todos os dias dali para a frente,
mas
ambos estavam satisfeitos com a nova compatibilidade sexual. Nelson
aprendeu uma
importante lição sobre Celina. Sua aparência física, especialmente o seu
odor,
era importante para a sexualidade de sua esposa. No princípio, Celina
queria
acreditar que a aparência externa não era importante e que ela deveria amá
lo,
apesar de sua aparência. Entretanto, as mudanças que Nelson conseguiu fazer
em
relação à sua higiene
Ele precisa de uma esposa de boa aparência uma mulher atraente
149
pessoal provaram que a sua necessidade por um marido atraente era maior do
que
Celina estava disposta a admitir.
Os problemas de higiene da maioria dos homens não são tão gritantes como o
de
Nelson, mas mesmo problemas menores podem ter conseqüências devastadoras
para as
esposas, especialmente na hora do ato sexual. A mulher deseja estar
fisicamente
perto do homem que ama, principalmente se ele se mostra atraente e chei
roso.
Ser atraente satisfaz uma necessidade
Para todos os que ainda não se convenceram de que a atração física é um
objetivo
pelo qual vale a. pena lutar, sugiro que pensem no que significa ser
fisicamente
atraente. Significa, simplesmente, que a sua aparência pode fazer alguém
sentirse
bem. Você satisfaz uma necessidade emocional com a sua boa aparência. As
pessoas podem ser atraentes de várias maneiras. Algumas têm a personalidade
atraente, e elas também satisfazem uma necessidade emocional, mas,
geralmente,
depositam unidades de amor com a qualidade de suas conversas afetivas, não
com a
sua aparência. Na verdade, quando alguém supre uma de nossas necessidades
emocionais, passamos a considerar essa pessoa atraente. Se a atração física
satisfaz esta necessidade de seu cônjuge, por que ignorar isto? Por que não
depositar unidades de amor sempre que você tem a chance de fazêlo?
Para alguns, como Nancy, no início deste capítulo, o projeto de se tornar
fisicamente atraente parece algo completamente fora das possibilidades. Em
alguns casos estas mulheres têmse deixado abater pela falácia de que
algumas
pessoas já nasceram atraentes e outras não. Mas elas descobrem a verdade no
Quarto Corolário de Harley:
98
150
Ela Precisa, Ele Deseja
Atração física é o que você faz com aquilo que você tem.
Toda mulher seria beneficiada se avaliasse cada aspecto da imagem que ela
projeta sua postura, seu cabelo, seus gestos, suas roupas, sua maquiagem,
seu
peso e outras coisas. Ela poderia pedir a opinião honesta de seu marido e,
se
possível, consultar um profissional ou um amigo em quem pudesse confiar.
Esta
mulher poderia, então, decidir quais mudanças são necessárias e traçar
objetivos
reais para fazer essas mudanças. Para algumas mulheres, estas mudanças
podem
ocorrer em uma semana, enquanto, para outras, levará anos. Mas, ao fim, o
resultado será tão significativo que implicaria numa mudança de vida para
melhor.
Lídia, uma paciente que sofria de depressão, demonstrou de forma dramática
como
uma mulher pode lucrar com uma melhora em sua aparência. Esta mulher,
excepcionalmente brilhante e charmosa, desejava ter encontros com rapazes
que
realmente formasse um excelente par com ela. Entretanto ela não dava à sua
aparência a atenção necessária. Mostrei a ela como a aparência era
importante
para a maioria dos homens. E certo que esta não era uma das suas
necessidades
emocionais ela nunca se importou com a aparência dos homens com quem
saíra
antes. Mas era como se o homem dos seus sonhos tivesse a necessidade de uma
esposa que fosse fisicamente atraente e, se ela quisesse atraílo, teria de
satisfazer esta sua necessidade.
Foram seis meses para que a metamorfose de Lídia se completasse. Ao fim
deste
período ela era uma mulher muito atraente. Os homens que ela já conhecia e
apreciava começaram a sair com ela. Sua depressão desapareceu completamente
e
ela não precisou mais dos meus serviços.
Ele precisa de uma esposa de boa aparênciauma mulher atraente
151
Quando vi Lídia pela última vez aconselheia a não cometer o mesmo erro de
Nancy: ficar em forma para atrair um homem e, após o casamento, descuidar
da
aparência. Lídia sabia que as mudanças efetuadas para atrair um marido
teriam de
ser permanentes, porque a necessidade emocional que ela poderia satisfazer
sendo
atraente continuaria após o casamento.
Se você sabe como fazer seu cônjuge sentirse bem, não tem sentido seguir
em
frente e agir desta forma sempre que puder?
A atração física de uma esposa é freqüentemente um ingrediente vital para o
sucesso do seu casamento e qualquer esposa que ignore esta verdade, por
qualquer
razão que seja, arriscase a enfrentar um desastre. Esta afirmação é uma
realidade para os homens, do mesmo modo. As mudanças que tenho testemunhado
na
aparência de meus clientes não apenas serviram para satisfazer as
necessidades
de seus cônjuges, mas também fizeram com que eles próprios se sentissem bem
melhor a seu próprio respeito. Estas mudanças têm ajudado estas pessoas a
melhorar sua saúde e a ter mais sucesso em seus negócios. Este é um
daqueles
esforços que trazem benefícios vários que ultrapassam os limites do próprio
casamento.
Quando uma mulher percebe a reação do seu marido com as melhoras na sua
aparência, entende que tomou a decisão acertada porque supriu uma das
maiores
necessidades dele. Sua conta no Banco do Amor de seu marido obterá um
depósito
substancial cada vez que ele a vir.
Perguntas para ela
1. Estou levando a sério a necessidade que meu marido tem de que eu seja
atraente? Se não, por quê?
2. Meu marido realmente gosta da forma como me apresento na maioria das
vezes?
Eu também gosto?
3. Que importância dou à forma como me apresento? Como está a minha forma
física? Tenho usado a maquiagem a meu
99
152
Ela Precisa, Ele Deseja
favor? Tenho mudado o tipo de cabelo, de vez em quando para agradar meu
marido,
oferecendo a ele uma variedade de formas na minha aparência?
Perguntas para ele
1. Eu estaria disposto a admitir a atração física de minha esposa como uma
das
minhas necessidades básicas no casamento? Se não, por quê?
2. A aparência de minha esposa declinou após o nosso casamento? Gosto
realmente
da sua aparência ou simplesmente digo que gosto?
3. Se minha esposa me disser que está disposta a mudar alguma coisa na sua
aparência física, o que eu pediria que ela mudasse? Por quê?
4. Como a minha aparência física influencia na minha esposa? Ela está
contente
com a minha aparência? Eu sou do tipo descuidado com respeito à minha
aparência?
Para pensar juntos
1. Sentemse com sua coleção de fotos especialmente aquelas dos tempos de
namoro e as da cerimônia do casamento. Comparemnas com vocês, hoje. Vocês
precisam fazer alguma mudança? Em que sentido?
2. Discutam um com o outro as respostas dadas às perguntas anteriores.
Respeitem
um ao outro, mas sejam também honestos.
Ela precisa de dinheiro
suficiente para viver com
conforto estabilidade
financeira
^' andra cresceu confortavelmente numa família americana de classe média
alta.
Ela freqüentou a universidade estadual, onde se formou em artes e história,
e
durante esse período "fez especialização" em Gérson, quero dizer, teve a
oportunidade de conhecêlo muito bem. Eles se casaram enquanto ainda
estudavam.
Gérson formouse e ainda fez o mestrado em belas artes. Acontece que, após
terminado o seu curso, ele não encontrava trabalho na área em que se
graduara.
Tentou mudar para o campo das artes comerciais, mas a competição era
violenta.
Dois anos depois
100
154
Ela Precisa, Ele Deseja
I
de formado Gérson ainda não havia conseguido um trabalho de tempo integral.
Ele
se mantinha muito ocupado com suas pinturas e desenhos, mas seus
rendimentos
eram baixos e imprevisíveis. Durante os seis primeiros anos de casado, os
trabalhos e compromissos que assumia não duravam mais que seis meses.
Como conseqüência de tudo isso, Sandra viuse trabalhando como
recepcionista de
tempo integral para ajudar nas despesas. Ela queria ter filhos, mas as
finanças
não permitiam. Eles moravam em um apartamento modesto. Tinham pouco
dinheiro
para despesas extras e só conseguiam manter um carro bem simples.
Sandra conhecia vários executivos no trabalho que haviam começado a subir a
escada do sucesso. Para Sandra, todos tinham uma aparência impressionante e
se
vestiam elegantemente, com ternos e sapatos caros. Alguns já tinham
rendimentos
muitas vezes maiores do que Gérson jamais poderia alcançar.
Alberto também se sentiu atraído por Sandra. Em várias ocasiões ela o
ajudou a
fechar um negócio com a sua habilidade para tratar com os clientes ao
telefone e
na sala de espera. Isto o motivava a trabalhar mais perto dela e, algumas
vezes,
ele costumava parar junto à sua mesa, apenas para conversar. Quanto mais a
conhecia, mais a apreciava.
Durante estas conversas, muitas vezes Alberto ouviu Sandra dizer: "Eu fico
tão
triste por Gérson! Ele é muito bom no que faz, mas é tão difícil para um
artista
conseguir um bom trabalho!". Um dia, ela não resistiu e começou a chorar.
"Sandra", a voz de Alberto transmitia mais compaixão do que alerta.
"Acho que Gérson nunca conseguirá ganhar um bom dinheiro", ela
choramingava.
"Jamais teremos as coisas que queremos."
Ele respondeu: "Este não é um problema meu, mas Gérson tem algo muito bom a
seu
favor", disse Alberto. "Ele pode passar todo o dia envolvido com a arte,
enquanto você está aqui, dando o apoio financeiro necessário. Se ele não
tivesse
casado com você, teria de trabalhar como nós. Acho que ele não está sendo
justo
com você."
0a precisa de dinheiro suficiente para viver com confortoestabilidade
financeira 155
Estas palavras fizeram com que Sandra começasse a pensar. Gérson está me
usando!
Ele está fazendo o que gosta as minhas custas. Se ele se preocupasse
comigo,
certamente abriria mão de sua arte e procuraria outra profissão que pudesse
nos
sustentar. Ela começou a se sentir cada vez mais ressentida ao pensar na
armadilha em que se metera.
A medida que o tempo passava Sandra e Alberto tornaramse bons amigos. Ela
se
via sentada conversando sobre as vendas com Alberto a princípio, em sua
mesa,
em momentos fortuitos; mais tarde, durante o período do cafezinho;
finalmente,
durante o almoço, todos os dias. Alberto fazia Sandra lembrar seu pai, que
também era um homem de negócios ambicioso e próspero. Quanto mais ela
conhecia
Alberto, mais sentia o erro que cometera casando com Gérson.
Passando por estágios previsíveis, a amizade cresceu e se transformou em
romance. No fim de semana que Gérson viajou para fazer uma entrevista para
um
trabalho como professor de meio período, Alberto convidou Sandra para
passear
com ele em seu barco. Esta foi a primeira das muitas vezes que eles fizeram
amor.
A oferta de emprego não se concretizou, mas serviu para Sandra começar a
pensar
que, algum dia, talvez ela fosse forçada a afastarse de Alberto, caso
Gérson
conseguisse trabalho em outro lugar. Ou, pior ainda, caso Gérson
descobrisse o
seu caso com Alberto. Para evitar estas e outras possibilidades
desagradáveis,
ela pediu o divórcio. Um ano mais tarde, casou com Alberto.
As mulheres casam pelo dinheiro de seus maridos?
São muitas as anedotas sobre mulheres que casam por causa do dinheiro de
seus
maridos, mas minha experiência em aconselhamento ensinoume que esta
tendência
101
não é algo que deva ser tratado como piada. Na verdade a mulher casa com um
homem pelo seu dinheiro, sim pelo menos, deseja que ele ganhe dinheiro
suficiente para a sua subsistência do mesmo modo (ou
102
*,
'i!'".
156
Ela Precisa, Ele Deseja
r
ainda melhor) que seus pais faziam quando ela estava na casa deles.
Recordome de quando conversava com uma mulher que tinha um problema bem
parecido com o de Sandra. Ele era infeliz no casamento, devido à baixa
remuneração de seu marido, mas ela insistia em afirmar que nunca "se
curvaria ao
divórcio" para resolver seu problema.
"Cláudio é fiel e afetuoso. Eu não seria tão egoísta e sem sentimento a
ponto de
deixálo porque ele não ganha dinheiro suficiente", ela dizia.
"Verdade? Você sempre pensa dessa forma?", perguntei.
"É claro que sim! Deixar um homem só porque ele não ganha bastante dinheiro
é
vulgar e egoísta." Alice parecia saber o que se passava em sua mente e me
convenceu de que iria suportar aquela situação. Duas semanas depois ela
faltou à
sua consulta comigo porque havia pedido o divórcio e se sentiu envergonhada
de
me contar. Depois que o divórcio se concretizou ela casou com um homem que
ganhava consideravelmente mais dinheiro do que seu antigo marido.
Por que Alice fez tamanho protesto contra "curvarse ao divórcio", quando,
na
verdade, não tinha um compromisso tão forte com o casamento? Ela, de fato,
teve
um comportamento muito comum. Costumo aconselhar pessoas que se tornam o
que
chamo "verbalmente rígidas" pouco antes de romper um relacionamento.
Acredito
que a ação inconsistente de Alice resultou de uma intensa luta interior
entre
seus valores e sua necessidade de estabilidade financeira. A necessidade
incrivelmente poderosa de ter dinheiro suficiente venceu todos os seus
princípios e boas intenções.
Mulheres casadas freqüentemente se ressentem por ter de trabalhar
A maioria dos homens está disposta a se casar com uma mulher que espere ser
apoiada financeiramente pelo marido ao lon
Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com conforto estabilidade
financeira 157
go da vida. Mas não há muitas mulheres que se casariam com um homem que
teriam
de sustentar. Certamente a maioria das mulheres ajudaria no sustento de um
marido numa educação que o prepararia para uma vocação que ele aprecia. Mas
quando terminar, a mesma mulher espera que o marido encontre trabalho.
Ainda, a diferença na perspectiva vai além do fato de mulheres esperarem
que os
homens trabalhem enquanto os homens permanecem abertos à idéia de que suas
esposas não trabalhem. A maioria das mulheres não apenas espera que seus
maridos
trabalhem como também espera que eles ganhem o suficiente para sustentar
suas
famílias.
Tenho sucessivamente ouvido de mulheres casadas que elas se ressentem por
ter de
trabalhar. As mulheres com quem converso geralmente querem escolher entre
seguir
uma carreira ou ser uma donadecasa ou possivelmente querem uma
combinação
dos dois. Elas freqüentemente querem ser donasdecasa nos primeiros anos,
quando os filhos são pequenos. Mais tarde, quando as crianças crescem, elas
freqüentemente desejam desenvolver sua carreira profissional.
Notem que usei a expressão "idealmente". No entanto, a dura realidade para
muitas mulheres hoje em dia mostranos que elas precisam trabalhar fora
para
ajudar a complementar a renda familiar. Os seus maridos simplesmente não
conseguem pagar as contas mensais básicas apenas com o seu salário.
Discordo veementemente da forma como a tendência materialista empurrou as
mulheres em direção à força de trabalho simplesmente para sustentar um
estilo de
vida, sem mencionar a necessidade de manter equilibrada a conta bancária e
as
contas do cartão de crédito. Muitos casais adotam um padrão de vida que
está
longe de fazêlos felizes. Se eles simplesmente reduzissem seu padrão de
vida a
ponto de ter conforto suficiente, muitos maridos poderiam evitar longas
horas de
103
trabalho, e as esposas não se sentiriam pressionadas a ter o seu próprio
salário. Algumas vezes
104
r
158
Ela Precisa, Ele Deseja
^ j
este simples ajuste permite que as mulheres possam escolher entre a
profissão ou
a vida no lar, que tanto significa para elas.
Por favor, não pensem que sou contra as mulheres que optam pela vida
profissional. Não me oponho àquelas que escolhem uma profissão ainda
jovens.
Minha filha, que é casada e tem dois filhos pequenos, concluiu seu
doutorado e
atua como psicóloga. Orgulhome da sua conquista, e ela está feliz com o
seu
duplo papel como dona de casa e psicóloga. Seu marido também se sente da
mesma
forma. O que desejo é enfatizar o princípio de que as mulheres, por si
mesmas,
precisam fazer a escolha entre trabalhar ou não. Se elas escolhem a
profissão, o
dinheiro que elas ganham não deve ser gasto nas despesas básicas da
família.
Colocando tudo isso numa forma bem simples, uma família precisa aprender a
viver
dentro do orçamento permitido pelos ganhos normais do marido durante um mês
de
trabalho.
Se um casal repensar seus gastos e aplicações e libertarse da escravidão a
um
padrão de vida irrealista, esta ação dará ao marido a liberdade de planejar
objetivos econômicos realistas, tendo em vista as necessidades financeiras
básicas da família. Entretanto, enquanto suas esposas continuarem
trabalhando de
forma que juntos eles possam financiar uma casa confortável, carros do ano
e
cartões de crédito para todos, onde estará o incentivo para economizar?
Entendo que o que digo não soará agradável para muitos casais. Muitos
simplesmente dirão que estou fora da realidade. Será que eu não sei que
hoje é
impossível para um casal viver apenas com um salário? Não, realmente eu não
sei,
como explicarei mais adiante neste capítulo. Na verdade o que sei é que uma
família pode viver com um salário, e mostrarei como isso pode ser feito.
Neste
momento simplesmente quero enfatizar que a necessidade de uma mulher por
apoio
financeiro é grande e deve ser tratada com seriedade. A maioria dos homens
não
tem esta necessidade. Aliás, o marido raramente se sente bem quando a
esposa o
apoia financeiramente. Se o seu próprio salário paga as contas, ele ge
Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com confortoestabilidade
financeira 159
ralmente fica contente se a esposa ganha algum dinheiro, ou mesmo se não
ganha
nada. Por outro lado, acredito que nunca encontrei uma mulher que
sinceramente
se contentasse com um marido que ganha pouco, ou não ganha nada.
Algumas pessoas bem intencionadas incentivam as mulheres, como forma de
defender
seus direitos, a desenvolver uma profissão, porque vêem um emprego como um
direito e um privilégio. No entanto estas pessoas falham ao pensar que esta
mesma mulher também tem o privilégio de usar o seu tempo como dona de casa
e mãe
em tempo integral. Aqueles que argumentam que as mulheres fazem melhor
escolha
ao optar pela profissão às vezes falham em compreender suas necessidades
como
mães. Acredito que as mulheres é que devem fazer a escolha entre ser donas
de
casa ou profissionais. Quando seus maridos, suas amigas ou quaisquer outras
pessoas fazem esta escolha por elas, isto as priva de uma realização
completa no
casamento.
Um orçamento é um bem necessário
Toda família deve prenderse àquilo que seus recursos permitem. Alguns
casais
encaram o orçamento familiar como um "mal necessário". Gosto de chamar de
"bem
necessário", e recomendo a quase todos os casais que aconselho que tenham o
seu.
Ainda não conheci um casal que nunca tenha desejado ter mais do que o seu
dinheiro podia comprar.
Um orçamento ajuda você a descobrir quanto custa realmente determinada
qualidade
de vida. Para entender de forma integral a qualidade de vida que você pode
manter, sugiro três tipos de orçamento: um para descrever aquilo de que
você
105
precisa; outro para descrever o que você deseja; e um terceiro para
descrever o
que você pode ter.
O orçamento da necessidade deve incluir o custo mensal das coisas
necessárias
para sua vida, ou seja, itens sem os quais você
106
160
Ela Precisa, Ele Deseja
viveria de forma desconfortável. O orçamento do desejo inclui o custo de
todas
as suas necessidades e seus desejos coisas que podem trazer uma
satisfação
especial para sua vida. Seria, contudo, algo realista: nada de mansões ou
limusines com motorista, se essas coisas estiverem totalmente fora de suas
condições. O orçamento da possibilidade começa com os seus rendimentos, e
deve
incluir, primeiramente, o custo das suas necessidades mais importantes. Se,
após
cobrir todas as suas necessidades, ainda houver dinheiro disponível, seus
desejos mais importantes serão incluídos neste orçamento, até que seus
gastos se
equiparem aos seus rendimentos.
Para colocar estes orçamentos no contexto da necessidade feminina de
estabilidade financeira eu recomendaria que apenas os rendimentos do marido
fossem usados no orçamento da necessidade. Em outras palavras, se o que ele
ganha é suficiente para preencher as necessidades da família, por definição
ele
já satisfez a necessidade de suporte financeiro. Na verdade, este orçamento
pode
já estar cobrindo, igualmente, alguns dos desejos da família. Sem estes
orçamentos, o sucesso do marido em suprir esta necessidade pode não ser
muito
garantido.
No orçamento da possibilidade estão incluídos tanto os rendimentos do
marido
quanto os da mulher, ficando bem claro que os ganhos da esposa estão
ajudando a
família a melhorar sua qualidade de vida, além de suas necessidades
básicas.
Algumas mulheres querem trabalhar pelo desafio de uma profissão; para
outras, é
a forma de se livrar do compromisso com os filhos. Mas, sem considerarmos
as
razões, se os rendimentos do marido são suficientes para as suas
necessidades
básicas, ela não estará trabalhando para o seu próprio suporte ou para o da
família, e poderá escolher se quer ter uma qualidade de vida melhor, não
trabalhando tanto. Ela poderá não ter tanto dinheiro, mas terá mais tempo
para a
família. Admirome com o número de mulheres que se sentem muito melhor com
relação aos seus maridos quan
r.
Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com confortoestabilidade
financeira 161
do os seus rendimentos são usados para pagar as suas necessidades e as dos
seus
filhos.
Existe outra saída? ;» ,
O que acontece quando os rendimentos do marido não são suficientes para
pagar as
despesas referentes ao orçamento da necessidade? Já admiti, anteriormente,
que
rebaixar o padrão de vida seria uma opção muito desagradável para muitas
mulheres. Ressentidas com a situação, elas preferem trabalhar a ter a sua
qualidade de vida prejudicada.
Conheci incontáveis casais que foram presos por esta armadilha. O marido
trabalha arduamente, chegando em casa muito cansado todas as noites.
Entretanto,
seu salário simplesmente não é suficiente. Sua esposa deparase com a
difícil
escolha entre sentirse descontente por ter de trabalhar para completar a
diferença no orçamento, ou sentirse descontente por ter de suportar uma
qualidade de vida intolerável. Seu Banco do Amor está em baixa. E ela se
questiona: Quanto tempo mais eu vou suportar tudo isso?
Solidarizome com o homem que se vê numa situação como esta. Ele faz o
melhor
que pode e, mesmo assim, não supre a necessidade emocional de sua esposa
por
estabilidade financeira. Será que haveria uma resposta para esse tipo de
impasse? Ele precisa melhorar os seus rendimentos de alguma forma, sem
sacrificar o tempo que deve passar com a família. Ele pode tentar conseguir
um
aumento de salário, outro trabalho que lhe pague mais, ou talvez tenha de
enfrentar o desafio de mudar de profissão. A história seguinte nos mostra
como
um casal pode resolver esta situação.
107
Quando Sérgio e Ana vieram ao meu consultório em busca de aconselhamento, a
carreira dele havia alcançado estabilidade. Sérgio já havia crescido o
máximo
dentro da empresa em que trabalhava. Meu primeiro encontro foi com Ana,
que,
logo ao
108
162
Ela Precisa, Ele Deseja
entrar, começou a chorar. "Acho que não deveria me sentir desse modo, mas
estou
perdendo todo o respeito por Sérgio. Ele não consegue ganhar o bastante
para
pagar as nossas contas, e agora quer que eu volte a trabalhar para
completar a
diferença no nosso orçamento. Eu não gostaria de fazer isto porque nossos
filhos
ainda são muito pequenos".
Perguntei a ela o que achava de diminuir as despesas.
"Até onde sei, chegamos ao limite. Acho que não deveríamos ter comprado uma
casa
tão grande, mas agora já estamos dentro dela. Não poderíamos ficar sem um
segundo carro. Moramos muito longe, e não posso ficar em casa sozinha sem
nenhum
tipo de transporte."
Percebi que falar com Ana sobre rebaixar o padrão de vida não chegaria a
lugar
algum, por isso lancei mão do meu único trunfo.
"Talvez Sérgio pudesse ter um salário melhor se terminasse a universidade.
Como
você disse, faltam ainda dois anos. Você estaria disposta a trabalhar para
ajudálo?", questionei.
"Bem, acho que poderia, desde que não fosse para sempre. Vou conversar com
Sérgio e ver o que ele acha desta idéia."
Em poucas semanas, Sérgio e Ana resolveram o problema. Ela conseguiu um
trabalho
de tempo integral e a empresa de Sérgio permitiu que ele ocupasse um cargo
de
meio expediente para que pudesse cursar a universidade e formarse.
Este novo plano salvou o casamento dos dois. Ana estava contente de ver o
marido
esforçarse para melhorar o seu potencial, com vistas a um melhor salário, e
não
se importava com este sacrifício porque sabia que não seria permanente.
Ironicamente, ela gostava tanto do seu trabalho que continuou trabalhando
mesmo
depois que Sérgio terminou a universidade e passou a ganhar o suficiente
para
sustentála. No fim, ela recuperou o respeito pelo marido e ganhou um
trabalho
importante para si.
Se o salário do marido é insuficiente, ele deve melhorar suas habilidades
para o
trabalho. Enquanto se prepara para um novo trabalho, a família pode
temporariamente rebaixar o seu padrão
Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com confortoestabilidade
financeira 163
de vida, a esposa pode começar a trabalhar, ou talvez estes dois ajustes
precisem ser feitos. Vejo que as mulheres, em geral, estão dispostas a
rebaixar
a qualidade de vida da família e trabalhar para dar a estabilidade
financeira de
que a família precisa, se esta for uma solução temporária para uma crise
financeira. Na verdade, este sacrifício temporário muitas vezes demonstra
ser um
poderoso construtor de harmonia e afeto num casamento. Quando o marido e a
esposa trabalham juntos por um objetivo comum, suas esferas de interesse
tendem
a gerar intersecções, e as conversas serão mais interessantes entre eles.
Resumindo, o casal formará um time vencedor, e os atletas de um time
vencedor,
geralmente, se gostam e se respeitam.
Como viver com um salário baixo
Depois de aconselhar tantos casais como Sérgio e Ana, aprendi como custa
pouco
ser feliz. Como medida de economia, enquanto terminam seus estudos, os
casais
aprendem a cortar seus gastos ao máximo. Quando os ajustes são feitos,
muitas
vezes causa admiração como é possível viver satisfatoriamente com tão
pouco.
Quando conheci Sara e Jaime, no início dos anos 80, eles estavam
desorientados,
e parece que seguiam em direção a sérias dificuldades financeiras. Ambos
trabalhavam o dia inteiro, mas as coisas que compravam com o salário que
ganhavam traziam pouca satisfação para os dois. Eles se tornaram viciados
em
drogas e álcool, desprezaram os seus valores morais e pareciam fadados à
autodestruição.
Quando me procuraram para aconselhamento fiz com que entendessem que
precisavam
de uma nova direção na vida e que um curso universitário talvez fosse um bom
109
lugar para eles encontrarem esta direção. Havia apenas um problema: eles
estavam
acostumados a viver com um bom salário por mês e jamais poderiam ganhar
tanto
dinheiro se tivessem de estudar também.
110
164
Ela Precisa, Ele Deseja
Meu conselho foi uma solução radical: "Vocês já viveram com um salário
menor?"
Eles se olharam e começaram a rir. "Ninguém pode viver com um salário
desses",
respondeu Jaime.
"Pelo contrário, a maior parte das pessoas no mundo vive com salários de
fome.
Talvez fosse interessante vocês experimentarem esta minha sugestão para ver
como
o resto do mundo consegue viver."
Naquele dia os dois deixaram o meu consultório rindo e balançando a cabeça,
mas
eu havia plantado a semente. Depois de várias semanas eles decidiram seguir
o
meu conselho, e estou certo de que acharam que aquela experiência seria
algo
semelhante a fazer parte de uma ONG sem fins lucrativos. Entretanto,
planejamos
juntos um orçamento.
Eles alugaram um quarto com uma pequena cozinha perto da universidade onde
estudavam. Venderam os carros e, por isso, iam de ônibus e de bicicleta
para o
trabalho e para a universidade. Os alimentos que compravam eram nutritivos,
porém de menor preço. Todas as suas roupas eram compradas em lojas
populares.
Eles já tinham comprado móveis, e o dinheiro que ganharam com a venda dos
carros
e de outros pertences desnecessários foi para uma caderneta de poupança.
Cada um trabalhava apenas quinze horas semanais. Vez por outra, ganhavam um
pouco mais, mas fizeram um acordo de não gastar mais do que o orçamento
estipulado. Agora, eles não conseguiam mais comprar drogas nem álcool, e
precisavam vencer os hábitos antigos. Os recursos para a educação de ambos
vinha
quase totalmente de doações. Quando se formaram, ainda tinham dinheiro na
conta
de poupança.
Fui testemunha da mudança em suas vidas e, por causa do aumento nos
créditos em
seus Bancos do Amor, eles estavam inegavelmente felizes. Aquele casamento, à
beira do divórcio quando os vi pela primeira vez, agora prosperava. E toda
esta
mudança ocorreu enquanto eles viviam dentro dos limites de um orçamento
espartano.
Ela precisa de dinheiro suficiente para viver com conforto estabilidade
financeira 165
É possível viver com pouco. Não estou, com isto, tentando convencer você a
viver
com um orçamento irrisório, e algumas famílias com filhos pequenos
certamente
enfrentariam sérios problemas. A verdade é que muitas famílias podem viver
confortavelmente com muito menos do que o dinheiro que elas gastam
atualmente.
Eu apenas gostaria de esclarecer que muitas pessoas pensam que precisam de
coisas que, na verdade, não precisam. Muitas vezes elas mesmas se tornam
seus
piores inimigos. Essas pessoas sacrificam a realização de sua necessidade
de
estabilidade financeira no casamento ao insistir num padrão de vida que não
são
capazes de manter. Os homens muitas vezes cavam a própria sepultura ao
oferecer
às suas famílias um padrão de vida sem o qual elas poderiam passar.
Costumamos
medir o custo dos altos padrões de vida com a perda de nossos mais valiosos
tesouros.
Pensem juntos na verdade do Quinto Corolário de Harley:
Quando se trata de dinheiro e casamento, menos pode significar mais.
Perguntas para ele
1. Numa escala de 4 (muito infeliz) a +4 (muito feliz) como você
classificaria
o seu sentimento em relação ao seu trabalho atual?
2. Quando casou você achou que sua esposa esperava o seu suporte
financeiro?
Você esperava que ela trabalhasse?
3. Você acha que sua esposa está satisfeita com o dinheiro que você ganha
atualmente em um mês de trabalho?
4. Você tem pensado recentemente em se qualificar para outro trabalho no
qual
possa ganhar mais? Cortar os gastos domésticos atingiria o mesmo objetivo?
111
166
Ela Precisa, Ele Deseja
5. Sua esposa estaria disposta a diminuir o orçamento? Ela continuaria
feliz
mesmo depois desses cortes?
Perguntas para ela
1. Numa escala de 4 (muito insegura) a +4 (muito segura), como você se
sente
quanto ao suporte financeiro que seu marido prove atualmente?
2. Você se preocupa com o salário de seu marido e como isto afeta o seu
padrão
de vida? Se respondeu positivamente, como você se sente a respeito disso?
3. Você se sentiria bem em compartilhar com seu marido qualquer sentimento
negativo que possa ter sobre o nível de sua renda familiar? Vocês falavam
sobre
estes sentimentos no passado?
4. Você estaria disposta a rebaixar seu padrão de vida e receber o suporte
financeiro do seu marido? Você gostaria de poder escolher entre ser
profissional
e ser esposa e mãe em tempo integral?
Para pensar juntos
1. Qual é o seu padrão de vida atual? Vocês estão contentes com ele? Vocês
têm
dinheiro suficiente para manter esse padrão?
2. Planejem juntos os orçamentos da necessidade, do desejo e da
possibilidade
para a sua família.
3. Vocês precisam fazer alguma mudança? Se a resposta for positiva, que
planos
seriam mais apropriados para as suas necessidades? Comecem decidindo juntos
como
efetuar estas mudanças.
Ele precisa de paz
e tranqüilidade
apoio doméstico
\J^J ilberto era um jovem bemsucedido. Seu trabalho lhe rendia um bom
salário.
Por ter dado uma boa entrada na compra do seu carro, ele conseguiu pagar o
restante em prestações suaves. Seu apartamento era agradável, com móveis
elegantes e bem localizado. Quando conheceu Charlene, ele já havia namorado
inúmeras moças. Mas Charlene era diferente especial. Eles se tornaram
grandes
amigos e, depois de oito meses de namoro, ficaram noivos.
O casamento aconteceu no fim do ano. No início, eles moraram no apartamento
de
Gilberto. Isto foi apenas enquanto ajuntaram algum dinheiro para comprar uma
casa. Como Charlene
112
168
Ela Precisa, Ele Deseja
também tinha um bom emprego, eles não enfrentam problemas para acumular os
recursos necessários ao objetivo de se tornarem proprietários de uma casa.
No verão seguinte eles encontraram o lugar que queriam e se mudaram para
lá.
Gilberto apreciava muitas das responsabilidades implícitas no fato de ter
uma
casa cuidar do jardim, fazer consertos e novas instalações.
Tudo foi muito bem até a chegada do primeiro filho. Charlene decidiu
trabalhar
apenas meio período. Isto significava que eles teriam uma diminuição na sua
renda em um momento em que as despesas aumentariam. Gilberto conseguiu mais
um
trabalho para compensar a perda da renda de Charlene. Ele passou a
trabalhar
doze horas por dia: primeiro, como gerente de departamento; depois, como
guardalivros
em outra empresa, em regime de meio expediente.
Ao fim de cinco anos de casados, Gilberto e Charlene tinham três filhos.
Ele
ainda trabalhava nos dois lugares e, ao chegar em casa, vindo do segundo
trabalho, as reclamações eram cada vez maiores. Charlene ainda queria que
ele
consertasse algumas coisas e ajudasse a cuidar das crianças. A grama
precisava
ser cortada, e ela começava a se queixar de que a casa com apenas dois
quartos
era pequena para a família.
A vida, que um dia foi tão cheia de alegrias para Gilberto, de um momento
para o
outro, tornouse intolerável. Ele tentou encontrar refúgio nos programas de
televisão ou ao ler o jornal, mas isto não deu certo porque Charlene ainda
o
incomodava, fazendoo levantarse para ajudar em alguma tarefa da casa.
Pouco
tempo depois, Gilberto passou a ficar fora de casa após terminar o
trabalho,
junto com alguns dos seus colegas. Isto só serviu para aumentar a ira de
Charlene. Ela se sentia magoada e muito zangada quando ele não chegava em
casa
com tempo para ajudála.
Pouco tempo depois, Gilberto descobriu Janete, uma companheira de trabalho
com
quem podia conversar e relaxar. Dentro
Ele precisa de paz e tranqüilidade apoio doméstico
169
de um ano, os dois estavam envolvidos em um romance. Quando conversei com
Gilberto, fiquei sabendo que Janete era mãe solteira de seis filhos.
Gilberto
costumava passar pela casa dela por volta de meianoite, após deixar o seu
segundo trabalho. A esta hora, os filhos de Janete já tinham dormindo e
sempre
havia um delicioso jantar esperando por ele sem falar no tratamento de
rei que
ele recebia. Depois do jantar, eles faziam amor e dormiam. Janete
providenciava
tudo para que ele relaxasse e tivesse prazer em sua companhia.
O hábito de Gilberto não voltar para casa perdurou por meses e sua esposa,
tão
furiosa quanto desesperada, pensou em reconquistálo, indo ao seu
escritório de
vez em quando durante o dia, onde eles mantinham relações sexuais. Não
houve
muito progresso nesta sua tentativa porque ela se sentia furiosa em dar a
Gilberto o carinho e o afeto que ele recebia de Janete. Além disso, o
estresse
que a atingiu foi tão grande que começou a afetar seriamente a sua saúde.
Quando conversei com Gilberto, eu lhe disse: "Se você fosse solteiro,
jamais
olharia para Janete duas vezes. Ela não é bonita e tem seis filhos! Não é o
seu
tipo".
Gilberto protestou: "Mas eu a amo. Nunca amei tanto uma mulher em toda a
minha
vida".
Charlene já não conseguia mais suportar aquela situação e, logo que se
separou
de Gilberto, o romance dele com Janete acabou. Eu sabia que isto
aconteceria
porque Janete agia em competição com Charlene. Quando a competição deixou
de
existir, a motivação de Janete também se foi. Janete também havia
estabelecido
um grau de servidão que nenhuma mulher gostaria de estabelecer num
relacionamento conjugai. Ela achou que havia fisgado Gilberto e decidiu que
agora ela merecia um tratamento de rainha. Os jantares com filé à meia
noite não
113
aconteciam mais, e Janete passou a exigir coisas de Gilberto e dar a ele
uma
amostra do que era estar junto com os seus seis filhos.
114
170
Ela Precisa, Ele Deseja
ü
Gilberto recuou. Deixou de ir à casa de Janete e, depois de alguns meses
com
saudade da família, voltou para Charlene, disposto a trabalhar com ela em
busca
de reconciliação. O relacionamento dos dois melhorou muito, uma vez que ela
foi
capaz de entender a necessidade de seu marido por aquilo que costumo chamar
de
"apoio familiar". Planejei com Gilberto e Charlene o seu orçamento, e
orientei
ambos quanto aos cortes nas despesas, de modo que Gilberto pudesse
trabalhar em
um único lugar. Não é que Gilberto não gostasse de ajudar nos serviços
domésticos na verdade, com um só emprego, ele se responsabilizou por várias
tarefas que, na visão de Charlene, tinham sido negligenciadas. Por outro
lado,
Gilberto precisava entender que sua esposa conseguia dar conta dos
trabalhos da
casa e dos filhos de uma forma organizada e eficiente. Charlene passou um
tempo
sem disposição de assumir as responsabilidades da casa e, em vez disso,
superestimava as exigências para que o marido dividisse as tarefas. Como
Gilberto passava todas aquelas horas trabalhando para conseguir o sustento,
as
exigências de Charlene pareciam opressivas. Isto fez com que ele chegasse
ao
ponto de se envolver no relacionamento com Janete.
Alegria no lar: a fantasia de todos os homens
Necessidades emocionais frustradas freqüentemente dão início a fantasias, e
a
necessidade de apoio doméstico não é exceção. Os homens constantemente
fantasiam
sobre uma vida caseira livre de estresse e preocupação. Depois de cada dia
de
trabalho, sua esposa recebeo à porta de forma amável e suas bem
comportadas
crianças também ficam contentes ao vêlo. Ele entra no conforto de uma casa
bem
arrumada e sua esposa convidao a relaxar um pouco antes do jantar, cujo
aroma
ele já pode sentir pelo ar.
A conversa durante o jantar é agradável e sem conflitos. Mais tarde, a
família
sai para um passeio e ao voltar ele coloca as crian
Ele precisa de paz e tranqüilidade apoio doméstico
171
ças na cama sem discussões ou reclamações. Em seguida, ele e a esposa
relaxam e
conversam, assistem um pouco de televisão e vão para a cama fazer amor, tudo
isso num horário razoável.
Algumas mulheres podem rir enquanto lêem o cenário aqui descrito, mas eu
asseguro que se há uma grande lacuna entre a realidade do seu lar e esta
fantasia, seu casamento pode estar em sérias dificuldades. Parece ter havido
uma
revolução nas atitudes masculinas com relação às tarefas domésticas, com os
homens procurando participação equilibrada na divisão das tarefas. Mas esta
revolução não necessariamente mudou suas necessidades emocionais. Muitos
dos
homens que aconselho ainda dizemme em particular que eles precisam de
apoio
doméstico como nunca.
Se comportamento é alguma medida de mudança de atitude, não vejo muita
mudança
na maneira como os homens se sentem com relação ao trabalho doméstico. Eles
não
estão ajudando hoje mais que ajudavam há cem anos. Eles podem até falar
muito
sobre o quão injusto é esperar que a mulher faça todo o trabalho doméstico,
mas
quando falamos sobre a. prática, suas esposas sabem que a maior parte disso
é
discurso.
COMO CRIAR UMA JUSTA DIVISÃO DO TRABALHO
Com o advento de tantos casamentos de carreira dupla, a divisão das
responsabilidades domésticas tornouse uma importante fonte de conflito
conjugai. Mudanças em nossos valores culturais têm contribuído enormemente
para
o problema, pois há um acordo quase unânime de que ambos, marido e mulher,
devam
dividir estas responsabilidades, particularmente o cuidado com os filhos.
Mas
mudanças no comportamento não têm acompanhado a mudança dos valores.
115
Tradicionalmente as mulheres têm assumido a maioria das responsabilidades
domésticas e do cuidado com os filhos, enquanto os maridos têm assumido a
responsabilidade de prover o sustento
116
172
Ela Precisa, Ele Deseja
da família. Quando os casais podiam pagar, auxiliares e babás viviam em
casa
para tirar o fardo de tais responsabilidades dos ombros da esposa.
Hoje, porém, há menos auxiliares e babás em casa, e as mulheres estão muito
mais
comprometidas com o trabalho fora do lar. Esta combinação de fatores faz do
marido o recurso mais óbvio para preencher esta lacuna. Enquanto os homens
estão
trocando as fraldas, manejando o esfregão e cuidando do fogão mais
freqüentemente que nunca antes, isso ainda não é o bastante. Em casamentos
de
carreira dupla, os homens, em média, cuidam de menos da metade do trabalho
doméstico e com os filhos que suas mulheres que também trabalham fora.
Como a maioria das mulheres já percebeu, os homens não têm muita motivação
para
as atividades domésticas. Muitos maridos acham que qualquer esforço para
ajudar
com o trabalho do lar representa um grande sacrifício. Mas do pontode
vista da
mulher, ele está apenas fazendo uma pequena parte de sua parcela justa do
trabalho. Em muitos destes casamentos, o marido exige que a mulher faça a
maior
parte do trabalho, e a esposa exige que o marido o faça. Nenhum deles sente
que
seja sua responsabilidade.
Responsabilidades domésticas são uma bombarelógio em muitos casamentos. O
casamento geralmente começa com uma disposição de ambos os cônjuges para
compartilhálas. Recémcasados comumente lavam pratos juntos, fazem a cama
juntos
e dividem muitas tarefas domésticas. O noivo recebe com alegria a ajuda de
sua
esposa porque, antes de casarse, esteve fazendo tudo sozinho como solteiro.
Neste ponto do casamento, nenhum deles considera que as responsabilidades
domésticas sejam uma importante questão conjugal. Mas a bombarelógio está
marcando o tempo.
Quando ela explode? Quando os filhos chegam! As crianças criam enormes
necessidades, tanto por aumento da renda famili
Ele precisa de paz e tranqüilidade apoio doméstico
173
ar como por mais responsabilidades domésticas. A divisão de trabalho
anterior
agora está obsoleta. Ambos os cônjuges devem assumir novas
responsabilidades.
Quais eles deveriam assumir? Na maioria dos casamentos modernos, ambos os
cônjuges optam pela preocupação com a renda familiar, deixando as
responsabilidades domésticas com quem se fizer voluntário. Esta é uma
receita
para o desastre, pelo menos para a maior parte das mulheres que trabalham
fora,
porque elas acabam fazendo a maioria do trabalho de casa e cuidando dos
filhos,
ressentindose com a falta de ajuda de seus maridos.
Se as responsabilidades domésticas são deixadas para quem quer que esteja
disposto a fazêlas, não muito será feito. Se um cônjuge exige ajuda do
outro, o
resultado será igualmente insatisfatório. Mas se a atribuição de tais
tarefas
pode ser mutuamente acordada por cônjuges dispostos que aceitam a
responsabilidade, tudo correrá bem. Gostaria de propor a você uma solução
para
seu conflito. Minha solução não apenas resolverá seu conflito, mas irá ao
encontro da necessidade de apoio doméstico.
Esta solução requererá que você faça algo que é essencial ao resolver a
maioria
dos conflitos: organizarse. Isso significa que você deve pensar sobre seu
problema cuidadosa e sistematicamente. Você precisará escrever seus
objetivos e
criar soluções que levem os sentimentos um do outro em consideração.
Enquanto
você achar tudo isso incômodo e que com "você não", não há outra forma.
Além
disso, quando você tiver terminado, você poderá achar tudo mais confortável
do
que previa.
Passo 1: Identifique Suas Responsabilidades Domésticas
Em primeiro lugar, faça uma lista de todas as suas responsabilidades
domésticas,
incluindo o cuidado com as crianças. A lista deve (1) conter cada
responsabilidade, (2) brevemente descrever o que e quando se deve fazer,
(3)
117
conter o nome do cônjuge que deseja que tal tarefa seja realizada e (4)
classificar o grau de im
118
174
Ela Precisa, Ele Deseja
portância que tal tarefa tem para aquele cônjuge (use uma escala de O a 5,
com O
indicando 'sem importância e 5 indicando 'mais importante').
Ambos os cônjuges devem trabalhar nesta lista, e ela levará vários dias
para
cobrir todos os pontos. Adicione itens a cada dia à medida que você se vê
realizando várias tarefas ou desejando que sejam realizadas.
Cada vez que uma tarefa é acrescentada à lista e o trabalho é descrito, o
cônjuge que desejava vêla realizada deve ser indicado com sua
classificação da
importância da tarefa. Mas o outro cônjuge deve também considerar até onde
ele
ou ela gostaria que ela fosse realizada. Assim, os nomes e classificações
de
ambos os cônjuges deveriam eventualmente acompanhar cada item.
Exemplos de itens da lista:
Lavar a louça do café da manhã tirar a mesa do café da manhã toda manhã;
lavar, secar e guardar toda a louça e utensílios do café da manhã Marta
(4);
Carlos (2).
Alimentar o gato colocar comida e água às 8 da manhã e 5 da tarde
Carlos
(5); Marta (0).
Quando tiverem terminado sua lista, ambos devem estar felizes por ela
incluir
todas as responsabilidades domésticas e de cuidado com os filhos que vocês
compartilham. Você pode ter muitos itens enumerados. Só esta etapa do
exercício
já ajudará você a compreender que está em apuros com relação ao trabalho
que
sente que precisa ser feito.
Passo 2: Assuma Responsabilidade por Tarefas que Você Gostaria de Fazer ou
Preferiria Fazer
Agora faça duas novas listas, uma para as responsabilidades dele e outra
para as
dela. Depois, selecione tarefas pelas quais você está disposto a assumir
toda a
responsabilidade. Estas são tarefas que você gostaria de fazer, não se
importa
em fazer ou
Ele precisa de paz e tranqüilidade apoio doméstico
175
deseja fazer para que sejam feitas de determinada maneira. Quando você
tiver
acrescentado um item a uma das duas novas listas, tireo da lista original.
Se ambos você e seu cônjuge querem responsabilizarse pelas mesmas tarefas,
vocês podem revezarse ou arbitrariamente dividilas entre si. Mas vocês
devem
aprovar as escolhas um do outro antes que se tornem suas responsabilidades
finais. Se um dos dois sente que o outro não executará a tarefa da melhor
maneira, podese dar um ao outro um período de experiência para que
demonstre
competência. Uma vez que você assuma a responsabilidade por alguma tarefa,
seu
cônjuge deve ser capaz de mantêlo responsável por fazêla conforme suas
expectativas.
Agora você tem três listas: (1) a lista de responsabilidades do marido, (2)
a
lista de responsabilidades da esposa e (3) a lista de responsabilidades que
ainda não foram determinadas.
Passo 3: Determine as responsabilidades remanescentes para aquele que mais
deseja vêlas realizadas
Supondo que todas as tarefas que você não se importa em fazer tenham sido
eliminadas, restam a você aquelas que seriam desagradáveis para ambos. São
coisas que nenhum de vocês quer fazer, mas pelo menos um de vocês acha que
deveriam ser feitas.
E neste ponto que você pode se desencorajar com minha recomendação. Sugiro
que
tais responsabilidades desagradáveis sejam executadas por quem mais quer
vêlas
realizadas. É uma solução razoável, uma vez que de outra forma forçarseia
a
responsabilidade disso sobre aquele que não se importa com a execução de
tal
tarefa.
Considere por um instante por que você quer que outra pessoa faça estas
tarefas
desagradáveis pra você. Embora você seja aquele que as quer feitas, você
quer
119
que o outro libere você da dor que você sofre quando as faz. Noutras
palavras,
você quer
120
176
Ela Precisa, Ele Deseja
curtir o benefício de têlas feitas, mas não está disposto a sofrer por
isso.
Você prefere ver seu cônjuge sofrer. Você quer se beneficiar tendo tais
tarefas
executadas às custas de seu cônjuge.
Você pode argumentar que tais tarefas não são de fato o que você quer que
seja
feito, mas o que deve ser feito. Por exemplo, você pode dizer que elas são
para
o bem das crianças. Mas quando você usa este argumento, você sugere que seu
cônjuge é tão palerma e desinformado que nem mesmo sabe ou se importa com o
que
é certo ou melhor para as crianças.
Enquanto isso for precisamente a maneira como você se sente, é algo muito
desrespeitoso. Você está subentendendo que seu pontodevista é superior ao
de
seu cônjuge. Você está tentando corrigilo. Mas garanto a você que seu
argumento
não será bem recebido. Quando você tenta impor seu modo de pensar sobre seu
cônjuge, você faz com que ele se sinta mal, o que retira unidades de amor.
E
você geralmente não vencerá a disputa! Então, por que fazêlo?
Seguindo esse procedimento, você pode decidir mudar sua atitude sobre
algumas
das responsabilidades de sua lista. Quando você sabe que a única maneira de
fazer determinada coisa é fazendoa você mesmo, você pode decidir que ela
não
precisa ser feita de jeito nenhum. Na verdade, você pode concluir que o que
o
convencia da importância de tal tarefa era a noção de que seu cônjuge
deveria
fazêla.
Até agora, temos uma justa divisão do trabalho, mas não nos referimos à
necessidade de apoio doméstico. Assim, há mais um passo em meu plano que
pode
não apenas fazêlo sentirse melhor sobre minha solução, mas também ajudará
você
a corresponder a uma das mais importantes necessidades emocionais de seu
marido.
Passo 4: Corresponda às Necessidades de Apoio Doméstico Assumindo
Responsabilidades que Acrescentem Unidades de Amor
Ele precisa de paz e tranqüilidade apoio doméstico
177
Até aqui, a designação de responsabilidades domésticas tem sido justa.
Vocês
estão dividindo as responsabilidades de acordo com a disposição e também de
acordo com quem mais se beneficia com sua realização. Mas o casamento tem
ainda
outro passo. No casamento vocês fazem coisas um para o outro porque vocês
se
preocupam com os sentimentos um do outro, e não apenas porque vocês querem
que
elas sejam feitas. E isso pode depositar grandes quantidades de unidade de
amor
se for feito da maneira certa.
Você pode não estar disposto a assumir responsabilidade por um determinada
tarefa e, francamente, você não acha que tal tarefa precise ser realizada.
Mas
se seu cônjuge acha que ela precisa ser feita, pode ser esta uma
oportunidade
para que você corresponda às necessidades emocionais de apoio doméstico de
seu
cônjuge.
Para certificarse de que seu esforço não está sendo desperdiçado, ambos
devem
acrescentar mais informações à lista de tarefas. Ao lado de cada tarefa,
escreva
um número indicando quantas unidades de amor você acha que podem ser
depositadas
se sua esposa fizer aquela tarefa pra você. Use uma escala de O a 5, com O
indicando que você não se agradaria e 5 indicando que você ficaria muito
contente e eternamente grato.
Se estas classificações forem precisas, isso significará que sempre que
você
tenha completado uma tarefa que foi avaliada em 4 ou 5 por seu cônjuge,
você
terá muitas unidades de amor depositadas em sua conta. Na verdade para
alguns
cônjuges que avaliam o apoio doméstico como sua necessidade emocional mais
importante, quando seu cônjuge realiza as tarefas, tantas unidades de amor
são
depositadas que disparam o sentimento de amor.
Deixeme repetir um conceito que é crucial para sua felicidade conjugai. Se
você
e seu cônjuge estão apaixonados, vocês terão um casamento feliz. Se vocês
não
121
estiverem apaixonados, vocês se sentirão enganados. Assim o que quer que
possam
fazer para aumentar a paixão valerá a pena.
122
178
Ela Precisa, Ele Deseja
Se preparar o jantar ou passar camisas ou catar meias aumenta o sentimento
de
amor em seu cônjuge, por que não fazer tudo isso? Na verdade se atender a
qualquer uma das necessidades emocionais que descrevi neste livro de fato
cria o
sentimento de amor, por que resistir fazêlas? Não tratase apenas de
cuidado,
mas de um ato de suprema sabedoria. Ao fazer um para outro o que mais
apreciam,
vocês terão o que poucos casamentos têm: o sentimento de amor por toda a
vida.
Mas deixemme repetir outro conceito importante: Não percam seu tempo com
necessidades de menor importância. Concentrem suas energias naquilo que
produz
maiores depósitos e ignore atividades que nada acrescentam ao seu Banco de
Amor.
Não ajude em tarefas domésticas ou no cuidado com os filhos se seu cônjuge
não
gosta disso. Lembrese, o que está na lista de seu cônjuge é de
responsabilidade
dele, não sua. Você ajuda seu cônjuge nessas atividades por uma única e
muito
importante razão para construir seu saldo no Banco de Amor. Se seu
esforço
para aliviar seu cônjuge numa atividade específica realmente não deposita
unidades de amor, não perca seu tempo. Empregue seu esforço em outra
atividade
que traga mais resultado.
A resposta de seu cônjuge a sua ajuda provará se mais unidades de amor
estão ou
não estão sendo depositadas. Se seu cônjuge agradece quando você faz
determinada
tarefa e expressa seu contentamento com afeto, você sabe que você está no
caminho certo. Mas se seu cônjuge ignora você após fazer uma destas
tarefas,
unidades de amor não estão sendo depositadas por algum motivo. Neste caso,
volte
à lista e faça alguma outra coisa que tenha um impacto maior.
Só porque você decide ajudar seu cônjuge em uma de suas tarefas, não
significa
que ela se tornará sua responsabilidade. Na verdade esta é uma maneira
muito
importante de se olhar as necessidades emocionais em geral. Se o fato de
atender
a qualquer necessidade emocional é encarado como uma responsabilidade,
Ele precisa de paz e tranqüilidade apoio doméstico
179
então não será apreciado. Somente quando o ato de atender a uma necessidade
emocional é visto como uma dádiva como um ato de cuidado tem ele um
impacto
máximo no Banco de Amor. Se você ou seu cônjuge não derem valor ao
atendimento
de qualquer necessidade emocional, ele terá seu efeito enfraquecido.
Se seu cônjuge encara uma tarefa difícil como responsabilidade dele e você
a
executa, ele ou ela provavelmente apreciará a ajuda que você der. Por outro
lado, se seu cônjuge encara tal tarefa como sua responsabilidade, então
seus
esforços terão impacto muito menor. Assim os três primeiros passos de meu
plano
para atender às necessidades de apoio doméstico de seu cônjuge são
fundamentais.
A menos que você estabeleça uma tarefa como sendo responsabilidade de seu
cônjuge, seus esforços tenderão a ser pouco valorizados.
Ainda um comentário final: Se você sofrer num esforço de atender às
necessidades
de apoio doméstico de seu cônjuge, você nunca desenvolverá o hábito de
atender a
esta necessidade. E os depósitos no Banco de Amor de seu cônjuge serão
compensados por retiradas no seu. Assim você precisa descobrir uma forma de
atender tais necessidades sem perder suas próprias unidades de
amor.
Há muitas formas de fazer as coisas, e você pode não ter considerado as
melhores
possibilidades. Você e seu cônjuge devem discutir como as responsabilidades
mais
difíceis podem ser realizadas de formas não tão difíceis. Talvez um de
vocês não
se importe em fazer parte do jantar, e o outro não se importa em fazer a
outra
parte. Ou talvez vocês concluam que jantar fora é a solução definitiva para
o
problema (você atende à necessidade sem ter de trabalhar).
Há certas atividades domésticas que são tão desagradáveis para ambos os
cônjuges
que contratar alguém para fazêlas é uma alternativa razoável,
especialmente
quando ambos trabalham em período integral. Contratar uma assistente uma
vez por
semana
123
180
Ela Precisa, Ele Deseja
para fazer apenas as tarefas mais desagradáveis é um dinheiro bem
empregado. O
mesmo pode ser dito sobre a manutenção do jardim. Ter alguém para aparar a
grama
pode tornar um sábado difícil em uma oportunidade para aproveitar o dia com
a
família.
Ainda, certifiquese de não designar às crianças tarefas que ambos os
cônjuges
acham desagradáveis demais. Não é adequado dar às crianças tarefas que você
odeia fazer; isto gera ressentimento. Se você quer que seus filhos ajudem em
casa, deixeos escolher tarefas da lista de responsabilidades que eles mais
gostariam de fazer. Faça listas para eles, bem como pra você e seu cônjuge.
Haverá o bastante para mantêlos ocupados.
Em resumo, quando criar um plano para a divisão das tarefas domésticas,
depositar o máximo de unidades de amor e evitar retiradas devem ser seu
guia.
Assuma responsabilidades domésticas que você entusiasticamente aceita ou
quer
ver realizadas mais que seu cônjuge. Então, para atender à necessidade de
seu
cônjuge por apoio doméstico, faça algumas das tarefas da lista de
responsabilidades de seu cônjuge que mais serão apreciadas. E façaas de uma
forma que não retire unidades de amor de seu próprio Banco de Amor.
Este enfoque para a divisão de responsabilidades domésticas garante o
cuidado
mútuo, especialmente quando você se sentir descuidado. Ele evita que você
tente
ganhar às custas de seu cônjuge, e que você force seu cônjuge a uma vida
desagradável ao seu lado. Ele coloca ambos numa direção que os trará
alegria,
realização e, sobretudo, o sentimento de amor um pelo outro.
Perguntas para ela
1. Você acha que ele espera muito de você? Ele está a par de todas as
responsabilidades que você tenta equilibrar durante o dia?
2. Como você pode mostrar a ele sua disposição em dar o apoio familiar
necessário, mas também suas dificuldades
Ele precisa de paz e tranqüilidade apoio doméstico
181
de realização? Você estaria disposta a eliminar algumas de suas
responsabilidades para dar espaço a este apoio?
Perguntas para ele
1. Você tem se sentido pressionado por sua esposa para ajudar em tarefas
domésticas que você julga serem de responsabilidade dela?
2. O que afeta sua disposição para colaborar nas responsabilidades
domésticas? O
que sua esposa poderia fazer para facilitar sua participação nessas
atividades?
Para pensar juntos
1. Discuta as formas como vocês têm sobrecarregado um ao outro com as
seguintes
responsabilidades:
(a) De um padrão de vida que exija mais tempo de trabalho do que você
gostaria
de ter.
(b) De atividades com as crianças que demandam mais trabalho do que o
planejado.
(c) De trabalho voluntário, ou na igreja, que exige muito tempo longe da
família.
(d) De passatempos e atividades de lazer que tomam tempo e recursos
destinados a
prioridades mais importantes.
2. Se a necessidade de determinado tipo de apoio no lar foi identificada,
como
vocês pensam em satisfazêla de modo que ambos se sintam entusiasmados?
Para
ajudálos nessa tarefa, usem os passos sugeridos neste capítulo.
124
cTl
cTl
Ela precisa que ele
seja um bom pai
compromisso
com a família
f VJ iana e Téo se conheceram quando tinham por volta dos trinta anos.
Ambos
eram solteiros e agora se sentiam prontos para o casamento. O relacionamento
deles era bom, com uma exceção: Téo não tratava bem os pais de Diana. Isto
a
entristecia, mas ela conhecia casais que, no seu entender, tinham problemas
muito maiores. Ela e Téo se davam tão bem em todas as outras áreas que ela
decidiu tentar conviver com esse problema.
É possível que, com o tempo, isto se resolva, pensava Diana.
A ânsia de Téo em ficar longe da família de Diana prejudicou
125
184
Ela Precisa, Ele Deseja
consideravelmente a festa de casamento. Ela mal teve tempo de falar com seus
parentes antes que seu marido a arrastasse para a viagem de luademel.
Durante o primeiro ano de casados, Diana tentou fazer com que Téo se
interessasse pelas reuniões de sua família, mas não teve sucesso. Ela logo
percebeu que ele tinha pouco interesse em estar com a própria família, e
muito
menos com a família da esposa.
O problema não se resolveu. Na verdade, com a chegada dos dois filhos, até
piorou. Enquanto eles eram apenas bebês, Diana considerava a atitude do
marido
típica dos homens e pensava: Quando as crianças crescerem, ele se
interessará
mais por elas.
Mas Téo não se tornou mais interessado. Ele dava pouco tempo para os filhos
e,
quando estes solicitavam a sua atenção, ele ficava irritado. Finalmente,
Diana
desistiu de esperar por uma mudança e admitiu que se casara com um homem
que
simplesmente não tinha nenhum interesse na família. Ela se preocupava com o
que
aconteceria com as crianças, especialmente com o pequeno Bruno, que
precisava
muito de seu pai.
Diana não gostava de admitir, mas Otávio, um primo solteiro de Téo, era um
pai
melhor para as crianças. Otávio os visitava regularmente em alguns fins de
semana e nos feriados. Era tão bom para as crianças que elas o chamavam
"tio
Otávio", que, eventualmente, se tornava babá para eles, quando Diana e Téo
saíam
juntos. A popularidade de Otávio com as crianças deixava Diana dividida. Ao
mesmo tempo que ela via Otávio, de certa forma, agindo como o pai de seus
filhos, e isto a preocupava, também se sentia bem quando pensava que seus
filhos
recebiam uma orientação masculina e o companheirismo de que tanto
precisavam.
Um dia, enquanto fazia compras na hora do almoço, Diana encontrou Otávio.
Depois
de conversarem um pouco, ele a convidou para almoçarem juntos.
"Eu adoraria!", respondeu Diana.
Ela precisa que ele seja um bom pai compromisso com a família
185
Depois de fazerem os pedidos ao garçom, Otávio perguntou: "Bem, como vão as
minhas crianças?".
O cuidado e o carinho de Otávio trouxeram lágrimas aos olhos de Diana. "Eu
nunca
lhe disse o quanto me preocupo com eles", começou Diana, para, em poucos
minutos, desabafar com ele sobre os seus temores pela falta de compromisso
de
Téo com a família. E concluiu dizendo: "Às vezes, sinto que você age mais
como
pai dos meus filhos do que Téo".
Apesar de um pouco encabulado, Otávio ainda sorriu. "Você sabe que amo
aquelas
crianças como se fossem meus próprios filhos. Olhe, eu quero ajudar. Estou
pensando em fazer uns arranjos para passar mais vezes para vêlos. Aliás,
que
tal se eu os levasse à feira agrícola anual, no sábado?", perguntou Otávio,
alcançando o outro lado da mesa para tomar as mãos de Diana.
"Seria maravilhoso! Talvez eu também possa ir com vocês."
No sábado, Diana foi à feira com Otávio e as crianças. O imenso interesse
dele
em compensar a falta de compromisso de seu primo com a família tornouse
uma
rotina com a qual Téo parecia não se importar. Ele confiava em Otávio como
um
bom amigo, bem como um membro da família.
Nos dois anos que se seguiram após aquele lanche, Diana e Otávio passaram a
se
ver cada vez mais freqüentemente. Eles se encontravam para almoçar juntos,
além
das ocasiões em que saíam com as crianças.
Diana começou a admitir que precisava de Otávio em sua vida. Ele a apoiava
no
que parecia ser a sua maior responsabilidade: o cuidado e a orientação dos
seus
filhos. Pouco a pouco, com o desenrolar dos meses, aquela amizade
transformouse
em outro tipo de sentimento. Ela passou a amar Otávio tão intensamente, e
com
tanta paixão, como a nenhum outro homem.
126
O conflito que se desenvolveu em Diana era insuportável. Por um lado ela
não
queria que seus filhos passassem pela dor do divórcio e se separassem do
verdadeiro pai. Por outro lado ela não
127
186
Ela Precisa, Ele Deseja
tinha condições de criar seus filhos sem o apoio do homem que ela amava.
Diana lutou com as suas emoções até que Téo finalmente descobriu o romance
de
sua mulher com Otávio. Ele se sentiu magoado e indignado pelo fato de ser
traído
pelo próprio primo. E, para evitar a ira de Téo e do resto da família,
Otávio
mudouse para outro Estado. Com isso, Diana ficou arrasada. Seu amado se
fora,
bem como o homem que agira como pai para os seus filhos. O que fazer dali
em
diante?
A esposa precisa de uma unidade familiar forte
Romances como o que aconteceu entre Diana e Otávio não são comuns, mas
acontecem. Costumo atender muitos casais que vivem situações como a de
Diana e
Otávio e, em cada caso, repetese um fato que me impressiona: a grande
necessidade que a esposa tem de unidade familiar. Mesmo com o movimento que
defende a ausência de filhos entre os jovens casais, ainda acredito que a
grande
maioria das mulheres conserva o poderoso instinto de constituir uma
família.
Acima de tudo as esposas desejam que seus mandos assumam o papel de líder
nessa
família e se comprometam com o desenvolvimento moral e educacional de seus
filhos. O sonho de uma esposa é ser casada com um homem a quem ela possa
olhar e
respeitar, e com quem seus filhos possam se parecer quando crescerem.
Na Bíblia, lemos o seguinte ensinamento para os pais judeus: "Instrui o
menino
no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer, não se desviará
dele"
(Provérbios 22.6). Seja qual for a fé professada, a maioria das esposas que
tenho aconselhado não teve dificuldade em admitir a sabedoria dessas
palavras. E
elas também esperam que seus maridos cumpram o papel de instruir seus
filhos.
As mulheres parecem conhecer, por instinto, algo que nós, psicólogos,
descobrimos através de nossas pesquisas e de nossa
l
Ela precisa que ele seja um bom pai compromisso com a família
187
prática: que os pais exercem grande influência sobre os filhos. Meu próprio
pai
teve grande influência no meu desenvolvimento moral e educacional. Ele pode
não
ter percebido isso naquela época, pois freqüentemente discordávamos em
muitas
coisas. Entretanto, ao atingir a idade adulta, passei a entender e a
concordar
mais com a sua maneira de pensar. Este desenvolvimento dos meus próprios
valores
morais foi extremamente importante para a minha mãe, e estou certo de que
ela
credita ao meu pai boa parte da responsabilidade de me haver instruído da
forma
como ela desejou que eu fosse.
Nas famílias em que o pai dá pouca importância ao desenvolvimento dos
filhos, a
mãe tenta, de todas as formas, motiválo a mudar. Ela compra livros sobre o
assunto, deixandoos em lugares estratégicos, incentiva o marido a assistir
palestras promovidas pela igreja ou pela escola e, às vezes, chega a pedir
que
ele procure um terapeuta familiar, na esperança de que o marido se interesse
mais e se comprometa em relação aos filhos. Entretanto os seus esforços
alcançam
um sucesso relativo. Muitas vezes ela se frustra com as desculpas, as
demoras e
outras respostas desanimadoras por parte do marido. E muito comum essas
mães
começarem a olhar para outros homens de sua família ou do seu círculo de
amigos
que satisfazem esta sua necessidade. Ela acredita que seus filhos precisam
desse
cuidado por parte do pai, mas, na verdade, essa é uma necessidade sua
também. A
mulher precisa ter um homem que contribua para o bemestar de seus filhos.
Algumas vezes, o avô faz este papel; outras vezes, um homem como Otávio
aparece
e toma o lugar do pai das crianças e do marido dessa mulher, como seu
amante.
O que significa realmente quando uma mulher diz que deseja para os seus
filhos
"um bom pai"? Por trás desta observação existe uma expectativa com relação
às
responsabilidades que ela espera que seu marido cumpra. Essas
responsabilidades,
muitas vezes, entram em conflito com a necessidade do marido pelo apoio fã
128
188
Ela Precisa, Ele Deseja
r
miliar que foi considerado no capítulo anterior. Para lidar com j| esta
situação
o casal precisa ter uma comunicação aberta em duas '] | importantes áreas:
tempo
e treinamento.
Ser pai requer tempo muito tempo
Além de dar à esposa quinze horas semanais de atenção exclusiva e de
passar, em
média, cinqüenta horas trabalhando, um homem precisa também dedicar tempo à
sua
família. Ele pode fortalecer tanto o seu casamento quanto os vínculos com
seus
filhos ao desenvolver algo que costumo chamar de "Tempo de Qualidade para a
Família". É preciso não confundir com os esforços que os pais fazem no
sentido
de prover para seus filhos alimento, roupas e o cuidado necessário para que
se
sintam seguros. Este tempo de qualidade é quando a família está reunida com
o
objetivo definido de ensinar às crianças o valor da cooperação e do cuidado
de
uns para com os outros.
Recomendo quinze horas semanais para o "Tempo de Qualidade para a Família".
A
princípio parecerá impossível incluir essas horas em sua agenda. Talvez a
sua
primeira semana permita apenas cinco horas para a família, mas, se você
acrescentar um hora por semana, em dez semanas terá alcançado o alvo com um
mínimo de esforço.
O que você pode planejar fazer nesse período? Pense, por exemplo, nestas
atividades: ,
• Fazer refeições em família.
• Caminhar.
• Ir juntos à igreja.
• Promover reuniões familiares
• Participar de jogos como damas, xadrez e outros.
• Assistir a eventos esportivos.
• Ler para as crianças antes de elas dormirem.
• Ajudar as crianças no planejamento financeiro.
Ela precisa que ele seja um bom pai compromisso com a família 189
• Desenvolver projetos para a família (certifiquese de que estes são
interessantes para as crianças e que elas não participarão deles sozinhos).
Naturalmente a sua lista de atividades também incluirá outras coisas de que
você
gosta. Cada família tem prioridades diferentes. Seu objetivo é que a família
esteja reunida. Durante este período, incentive o envolvimento de cada
familiar
para que se ajudem mutuamente e demonstrem um espírito cooperativo. Faça
deste
período um tempo de alegria com seus filhos, não um tempo enfadonho. Quando
seus
filhos descobrirem que mamãe e papai lhes estão dando um tempo de atenção
exclusiva, começarão a esperar ansiosamente por este tempo.
Se você tem filhos menores de doze anos verá como é fácil motiválos a
passar um
tempo assim com vocês. Quando chegam à adolescência, eles começam a achar
tudo
isso muito infantil. Nesta idade preferem estar com os amigos. A família os
vê
cada vez menos. Para compensar promova eventos bem planejados e que sejam
do
interesse dessa faixa etária; do contrário eles expressarão sua
insatisfação de
forma bem clara e com muito vigor!
Se seus filhos crescerem com o hábito de passar um tempo com a família, não
será
difícil dar continuidade a esta prática. Isto não quer dizer que você não
será
desafiado por seus adolescentes, que têm outros interesses, mas, com um
pouco
mais de imaginação e, talvez, com um pouco mais de dinheiro em seus
planos,
você poderá desenvolver algo que os motive a continuar.
As famílias que iniciam a prática das reuniões durante a adolescência de
seus
filhos podem surpreenderse ao ver que eles não concordam com tais
projetos. Em
casos de discussões entre pais e filhos, o prejuízo pode ser tão grande que
recomendo que a família esqueça a idéia do tempo de qualidade juntos; eles
simplesmente, e infelizmente, perderam a oportunidade.
129
Muitos educadores entendem que as crianças são mais fáceis de ser
influenciadas
do que os adolescentes e adultos. Se seus fi
130
190
Ela Precisa, Ele Deseja
lhos são ainda bem pequenos, use o máximo de sua habilidade para moldálos
com
padrões morais de qualidade e princípios de vida que possam beneficiálos
por
toda a vida. Não esqueça o objetivo de "instruir o menino no caminho em que
deve
andar", tendo em mente as suas necessidades futuras. Se você levar a sério
o seu
tempo com a família durante os primeiros estágios do crescimento de seus
filhos,
evitará problemas mais tarde porque estará junto com eles neste importante
estágio do seu desenvolvimento.
Ser pai requer treinamento muito treinamento
Se você deseja ser um bom pai para seus filhos, também precisa encarar a
necessidade de um bom treinamento para esta tarefa. Ninguém sabe,
automaticamente, como cuidar de, uma criança, não importa o que os
estereótipos
o levem a pensar.
Na minha experiência observei que, ao se beneficiarem destas aulas de
treinamento, os homens parecem precisar mais delas do que as mulheres.
Equivocadamente muitos podem pensar que ser pai é algo instintivo, ou seja,
você
nasce sendo um bom ou um mau pai e é incapaz de controlar os fatores que
influenciam seu desempenho. Por pensar assim eles resistem ao treinamento
que
recomendo.
Téo, o marido de Diana, não acreditava que o treinamento pudesse ajudálo.
E
como reconhecia os maus hábitos que fizeram dele um péssimo pai, evitava
passar
algum tempo com seus filhos. Otávio demonstrava saber o que fazer melhor do
que
Téo e, por isso, Téo deixou que ele assumisse o controle. Entretanto Téo
poderia
ser o verdadeiro pai se apenas entendesse que era possível aprender essa
prática
de que tanto precisava. Como acontece com qualquer outro aprendizado, ele
poderia crescer com a leitura de bons livros, ou tomando algumas aulas
sobre a
arte de ser pai. E, quando se tornasse mais hábil, seus filhos teriam
imenso
prazer na sua presença, e ele se sentiria muito bem com eles. Como prêmio
maior,
Téo supriria uma das necessidades mais im
Ela precisa que ele seja um bom pai compromisso com a família
191
portantes de sua esposa.
Centenas de livros aparecem nas prateleiras das livrarias e bibliotecas
todos os
anos. Procure aqueles que trazem algumas idéias interessantes para você
melhorar
o relacionamento com seus filhos. Ao final você verá que a idéia de manter
um
bom relacionamento é muito mais efetiva do que controlar seus filhos.
Inúmeros seminários tentam explicar aos pais como educar seus filhos.
Alguns
enfatizam o respeito dos pais pelos filhos e mostram formas de melhorar a
comunicação, o que ajuda muito. Acredito que o respeito mútuo e a
compreensão
formam a base de um sistema efetivo de educação.
Os manuais de orientação para os pais, os livros e os cursos são ricos em
informações sobre todos os assuntos, desde o treinamento da criança para
usar o
banheiro até o hábito de dormir na hora certa. Mas, com referência à
necessidade
feminina por um bom pai para seus filhos, a área mais importante para
qualquer
marido se habilitar é a da disciplina. Os pais precisam aprender a
disciplinar
seus filhos apropriadamente. Mais importante ainda, precisam aprender a
trabalhar com as esposas na disciplina dos filhos. Veja algumas sugestões a
seguir.
1. Aprenda a ser coerente
Muitos pais falham no que diz respeito à coerência, e os filhos logo
descobrem
que as regras dependem do estado de espírito do papai. Se ele está alegre,
os
filhos podem fazer quase tudo: correr pela casa, atirar coisas, pular na
cama,
gritar ou esguichar água um no outro. Quando o pai volta para casa zangado,
cuidado! Qualquer tipo de movimento pode ser recebido com uma explosão de
raiva.
As crianças precisam entender as diferenças entre os comportamentos
apropriados
e os não apropriados. Na prática da disciplina inconsistente, os pais não
vêem o
131
mesmo tipo de comportamento sempre errado. Por exemplo: só é considerado
errado
o
132
192
Ela Precisa, Ele Deseja
fato de João gritar com todas as forças do seu pulmão quando o papai
precisa
concentrarse em alguma coisa. E preciso que os pais determinem as regras,
insistam nelas e disciplinem seus filhos consistentemente.
2. Aprenda, a punir apropriadamente
Apesar de ser contrário à violência, eu não me oponho a que os pais dêem
umas
palmadas em seus filhos. As crianças que nunca apanharam de seus pais
geralmente
são maleducadas. Portanto, usem o castigo físico de forma sábia,
discernindo
quando esse tipo de correção é apropriado e em que idade aplicálo
(geralmente
recomendo que os pais deixem de usar esta forma de castigo assim que a
criança
atingir a idade de sete ou oito anos).
Os demais tipos de castigo também são efetivos em muitas situações, mas
useos
para ajudar, não para magoar seus filhos. E muito comum os pais cortarem
alguns
privilégios dos filhos como forma de castigo, mas isso deve ser feito com
cuidado. Muitos pais bem intencionados suprimem alguns privilégios que são
direitos básicos e, como resultado, os filhos podem tornarse revoltados,
abandonando o lar ou mesmo tentando o suicídio.
O mais efetivo método de disciplina, em alguns casos, é a recompensa. Usera
apropriadamente, certificandose de não estar usando de chantagem com seu
filho,
em vez de recompensálo. As crianças não devem crescer achando que
receberão um
prêmio por todo o bom comportamento que apresentarem. Por outro lado, as
recompensas dadas sabiamente podem, muitas vezes, incentivar uma criança a
mudar
seu comportamento, especialmente no caso de um mau hábito já desenvolvido.
3. Aprenda a buscar a concordância de sua esposa
Os homens precisam ver a educação de seus filhos como um esforço comum com
suas
esposas. Quando eles não se preocupam com isto, as crianças costumam fazer
um
acordo com a mamãe para
Ela precisa que ele seja um bom pai compromisso com a família
193
conseguir algo do papai. Quando uma criança deseja algo, o pai e a mãe
devem
juntos decidir reservadamente o assunto para dar ao filho uma resposta que
esteja de acordo com ambos.
Busquem a concordância também na maneira como vocês disciplinam seus
filhos. Uma
opinião comum encontra maior respeito por parte das crianças e significa
muito
mais para elas. Quando as crianças sabem que os pais tomaram juntos uma
decisão,
sentemse menos motivadas a desafiála.
Sou testemunha de crianças que, com sucesso, manipulam um dos pais que
possa
favorecêlas. Por exemplo: o pai favorece Míriam e a mãe favorece Artur.
Assim,
Míriam dirigese ao pai quando precisa de dinheiro, e ele tenta atendêla
sem o
conhecimento da mãe. Quando Artur descobre, exige o mesmo para si. A mãe,
então,
tenta fazer com que o pai dê a Artur a mesma quantia de dinheiro, o que
causa
uma tremenda pressão entre o marido e a mulher. Para evitar isto todas as
decisões precisam resultar de um acordo mútuo. Se vocês não conseguem
concordar,
não decidam nada.
A forma como os maridos disciplinam os filhos afeta grandemente os depósitos
nas
suas contas dos Bancos do Amor de suas esposas. As mulheres são muito
sensíveis
às formas impróprias ou duras de disciplina. Muitas vezes, reagem como se a
punição que o marido aplica aos filhos fosse aplicada a elas, e este
incidente
resulta em retiradas no Banco do Amor. Portanto, o homem deve buscar um
acordo
com a esposa antes de impor uma solução disciplinar. Se a intenção magoar a
esposa, ela precisa de uma oportunidade para mudar a situação. E a esposa
também
precisa incentivar o marido a aplicar uma solução que aumente seu amor por
ele.
Assim, o seu Banco do Amor registrará novos depósitos, refletindo a
preocupação
de seu marido com os seus sentimentos.
4. Aprenda a interpretar as normas
133
As crianças precisam entender por que devem fazer isto ou aquilo. Os
homens,
especialmente, devem saber como esclarecer e
134
194
Ela Precisa, Ele Deseja
pacientemente explicar as normas. Algumas vezes a conversa acontece mais ou
menos assim:
"Johnny, vá arrumar seu quarto.
"Ti A •} t<
ror quer
"Porque queremos que você cresça sabendo como manter suas coisas limpas e
arrumadas."
CCT\ A V>
ror que:
"Porque quando você se mantém limpo e arrumado, as pessoas com quem você
vive se
sentem bem e têm prazer de viver ao seu lado."
ti T* AI»
ror quer
"Simplesmente vá arrumar sua cama PORQUE ESTOU MANDANDO?
"Está bem!"
Você pode facilmente entender a reação do pai daqueles cujas perguntas
parecem
nunca ter fim, certo? Entretanto, o "porque estou mandando!" não ajuda muito
a
criança. Quando você se sente frustrado, usar sua autoridade de pai pode
funcionar você pode fazer com que seu filho aja da forma adequada , mas
também
pode ter perdido a oportunidade de explicar sua forma de pensar para a
criança.
Em situações como esta, você pode de forma sutil, mas clara transmitir
seus
valores morais, éticos e pessoais, se responder pacientemente aos porquês.
5. Aprenda a controlar a ira
Os homens freqüentemente se sentem tentados a usar a ira como forma de
transmitir sua insatisfação. Alguns chegam mesmo a lançar mão de um
comportamento violento, deixando marcas físicas nos filhos. Reações tristes
como
esta não funcionam, e nenhum psicólogo infantil que conheço recomenda esta
atitude como método de educar uma criança. Controle a sua ira antes de
disciplinar seu filho. Separando suas emoções da ação disciplinar,
você se tornará um pai mais efetivo. f|
•i
Ela precisa que ele seja um bom pai compromisso com a família
195
Ser pai requer compromisso
Muitos homens encaram esta necessidade de compromisso com a família como um
papel que implica muitas exigências algumas vezes, exageradas. Eles
precisam
não apenas ser bons maridos, dando às esposas afeto, conversando, sendo
honestos
e proporcionando apoio financeiro, como também devem ser bons pais, com o
tempo
e o preparo que isso exige. Por temerem ficar dominados por tudo isso, eles
às
vezes negligenciam o papel de pais transferindo toda a responsabilidade
para as
esposas. Ao fazer isto, os maridos perdem o respeito das esposas e sua
conta no
Banco do Amor decresce.
Por outro lado os homens que aceitam o desafio de ser bons pais declaram
que,
agindo desta forma, alcançam maior realização conjugai. Seu empenho lhes dá
um
retorno muitas vezes maior em admiração por parte de suas esposas. E o que
diz a
Nona Lei do Casamento de Harley:
O melhor marido é um bom pai.
Procure livros e cursos que o ajudem a ser um pai melhor. Passe tempo com
seus
filhos. Você encontrará satisfação nisso!
Perguntas para ele
1. Você está comprometido com sua família? O que isto significa em termos de
tempo de qualidade para a família? E em termos de treinamento na arte de
ser
pai?
2. Você costuma ter algum problema com o sentimento de ira? De punição? De
coerência? De concordância com sua esposa na hora de disciplinar seus
filhos?
135
196
Ela Precisa, Ele Deseja
3. Você se sente sobrecarregado por suas responsabilidades? Como você tenta
transmitir à sua esposa todo o esforço que você faz para vencer as batalhas
do
diaadia? Você acha que ela compreende?
4. Há um plano, acordado entre você e sua esposa, através do qual seus
problemas
de compromisso familiar e como pais poderão ser resolvidos nos próximos
meses?
Se não, você tem em mente alguma idéia para resolver este problema?
Perguntas para ela
1. Liste algumas das habilidades que seu marido costuma colocar em prática
no
processo de educação de seus filhos.
2. Liste as habilidades que você acha que seu marido deveria desenvolver
neste
processo.
3. Quantas horas por semana você usa em atividades que visam um tempo de
qualidade para a família?
4. Como você tem tentado convencer seu marido de que ele precisa de um
compromisso maior com a família? Você pode pensar em um método mais
efetivo?
5. Como você incentiva seu marido a investir tempo em sua família a cada
semana?
O que seria mais efetivo que isto?
6. Como você incentiva seu marido a desenvolver suas habilidades paternas?
Como
você poderia fazer isto de forma mais efetiva?
Para pensar juntos
1. Vocês concordam sobre a forma como seus filhos devem ser disciplinados?
Se
não, usem algum tempo para discutir este assunto até chegar a uma conclusão
que
seja justa para ambos.
2. Verbalizem seus valores morais um para o outro. Isto os ajudará a
transmitilos
aos seus filhos.
Ele precisa que ela
se orgulhe dele
admiração
\VJ/ brigada, Carlos! Este quadro é lindo! Nunca ninguém me deu uma pintura
original! Você é muito talentoso." Assim se expressou Luísa, com os olhos
brilhantes de emoção.
"Não estou tão certo disto, Luísa. Ainda tenho muito que aprender", ele
respondeu.
"Você está se subestimando, querido. Você é bom. Eu conheço o bastante
sobre
arte para saber que você é bom. Você sempre faz ótimos trabalhos. Você é um
grande artista e estou orgulhosa de você."
Durante o período de namoro de Carlos e Luísa este seria um trecho de
conversa
típico. Ela sempre o cobriu de elogios e isto
136
198
Ela Precisa, Ele Deseja
fazia com que ele se sentisse muito bem. Nunca havia sido elogiado desta
forma
antes.
Após o casamento, as observações de Luísa foram mudando aos poucos. Carlos,
feliz com seu trabalho corno desenhista industrial, demonstrava, de forma
geral,
muita tranqüilidade com a sua profissão para concordar com a mulher. Luísa
queria que ele se tornasse um artista famoso, mas, quando se convenceu de
que
ele nunca desenvolveria seu potencial, as palavras de admiração de Luísa
foram
diminuindo até acabar por completo.
Enquanto isto, no estúdio, Carlos identificavase cada vez mais com
Lucinda. Ela
mostrava habilidade para layout e gráficos. Juntos, eles conseguiram
realizar
alguns projetos que foram aprovados. Um dia, enquanto lanchavam juntos,
Carlos
começou a desabafar: "Sabe, Lucinda, acho que a minha mulher está certa.
Não me
esforço muito para desenvolver o meu talento na arte. Sou muito preguiçoso",
disse ele.
"Preguiçoso?", protestou Linda. "Como ela pode pensar isto? Será que ela
tem
idéia de como o nosso trabalho é difícil? Bem, não consigo lembrar alguém
de sua
idade que já tenha chegado ao ponto que você chegou como artista. Sua
mulher
simplesmente não entende o que tudo isso requer de alguém. Além disso, você
é um
dos melhores homens que eu já conheci. Ela deveria sentirse uma mulher de
sorte
por ter casado com alguém tão maravilhoso como você."
Carlos mal conseguia encontrar palavras. "Obrigado, Lucinda. E realmente
muita
bondade de sua parte dizer isso", disse, finalmente.
"Não é apenas bondade. Eu realmente penso assim."
Carlos saboreou aquele elogio o dia inteiro. Alguém finalmente o apreciava
por
aquilo que ele era naquele momento, e não por aquilo que ele poderia ser
algum
dia. Era muito bom corresponder às expectativas de alguém.
Pouco tempo depois Carlos e Lucinda tinham um caso. Quando o presidente da
empresa descobriu o que estava acontecendo,
Ele precisa que ela se orgulhe dele admiração
199
sugeriu a Carlos e Luísa que me procurassem para aconselhamento
matrimonial.
Luísa aprendeu a expressar a admiração que já sentia pelo seu marido, ao
invés
de pressionálo a maiores realizações.
Por que esta necessidade masculina por admiração?
Um dos princípios que apresentei a Luísa foi o de que a admiração sincera é
um
elemento muito motivador para a maioria dos homens. Quando uma mulher diz a
um
homem que ele é maravilhoso, isto o inspira a ser cada vez mais
maravilhoso. Ele
se vê capaz de lidar muito melhor com novas responsabilidades e aperfeiçoar
ainda mais suas habilidades. Esta inspiração o ajuda a se preparar para as
responsabilidades da vida.
A admiração não apenas motiva, mas também recompensa o marido pelas
realizações
já alcançadas. Quando a mulher diz que ficou muito feliz por aquilo que ele
fez,
isto dá ao marido mais alegria do que aquela que ele sente ao receber seu
contracheque. Uma mulher precisa mostrar apreciação pelo marido por aquilo
que
ele já é, não por aquilo que ele pode vir a ser, caso corresponda aos seus
padrões.
Para alguns homens aqueles com sua autoimagem fragilizada , a admiração
ainda os ajuda a acreditar em si mesmos. Sem isto, esses homens mostramse
mais
defensivos com respeito aos seus fracassos. Geralmente eles detestam a idéia
de
buscar ajuda com um psicólogo porque não querem que alguém os critique.
Eles
costumam me procurar com a desculpa de "ajudar suas esposas com seus
problemas
emocionais".
Enquanto a crítica faz com que o homem se torne defensivo, a admiração
produz
energia e motivação. Um homem espera e precisa que sua mulher seja a
sua fã
137
número 1. Ele consegue confiança com o seu apoio e, geralmente, conquista
muito
mais com o seu incentivo.
138
200
Ela Precisa, Ele Deseja
A autoestima geralmente começa em casa
A baixa autoestima, um dos problemas mais comuns que ajudo meus pacientes
a
superar, começa muito cedo em casa, durante a infância. A maioria das
pessoas
com opiniões ruins a respeito de si mesmas foi criticada e julgada culpada
pelos
seus erros por amigos e familiares, e acha que os outros insistirão nesse
padrão
de críticas. Em particular, estes homens acham que suas esposas começarão
de
onde seus pais pararam e continuarão a lembrálos de suas fraquezas e
fracassos.
Em casos como estes, aconselho os pacientes a rejeitar estas avaliações
negativas e os incentivo a estar sempre com os amigos e parentes que vêem
seus
valores e realizações. Geralmente uma mudança assim faz a mágica e, em
algumas
semanas, a autoestima melhora consideravelmente.
Um ambiente de críticas e censuras é muito perigoso para a saúde mental.
Quem
apoia e incentiva uma pessoa traz à tona o seu verdadeiro potencial e faz
brilhar o seu caráter.
Em minha própria vida sinto o efeito grandioso da admiração através da
bênção de
minha avó. Posso lembrarme perfeitamente de quando eu era pequeno e ela
dizia
que eu era um gênio, mais talentoso do que qualquer pessoa no mundo. Mesmo
quando alguma coisa, por falta de orientação, causasse algum problema
social
para mim no jardim de infância, a sua atitude para comigo também plantava
em mim
uma semente de confiança.
Certa vez, no colégio, um orientador, revendo minhas notas e outros
resultados
de testes, concluiu que eu nunca obteria sucesso na universidade e deveria
pensar seriamente num trabalho técnico profissional. Como a minha avó
pensava de
outro modo, entrei na universidade, fiz muito mais do que aquele orientador
esperava e continuei até conseguir o meu grau de doutorado. Sem a opinião
da
minha avó, eu provavelmente teria concordado com o orientador e perdido a
oportunidade de obter os benefícios daquela educação.
Ele precisa que ela se orgulhe dele admiração
201
Você já deve ter ouvido que "ao lado de todo grande homem existe sempre uma
grande mulher". Eu gostaria de parafrasear este adágio para compor o Sexto
Corolário de Harley:
Ao lado de todo o homem deve haver uma esposa admiradora.
As biografias dos grandes homens provam e a vida de todos os homens
mostra
esta verdade. O homem simplesmente prospera com a admiração de uma mulher.
Em
grandes proporções os homens devem gratidão às suas esposas por este tipo
de
apoio emocional, uma vez que, sem ele, a sua autoconfiança a maior causa
do
seu sucesso desgastase e, eventualmente, se despedaça.
Corno você demonstra honestamente a sua admiração?
Antes de começar a fazer um monte de elogios ao seu marido, eu preciso dar
lhe
uma palavra de cautela: nunca finja que está admirada. Usar de bajulação
apenas
para agradar o seu marido pode causar mais danos do que benefícios. Para
ter
algum valor o elogio precisa refletir os seus sentimentos. Por exemplo:
quando
minha avó dizia que eu era brilhante, ela acreditava nisto honestamente, e
sua
convicção me contagiava.
Posso até ouvir muitas mulheres dizendo para si, ao lerem estas coisas:
Está
bem, dr. Harley, tudo isso é muito bom. e muito bonito, mas e se o marido
for
uma fonte constante de irritação? E se ele sempre estragar tudo? Como alguém
pode admirar um homem assim?
Estas perguntas importantes pedem respostas bem refletidas. O primeiro
passo
para aprender a mostrar admiração é aprender a sentir admiração. Quando
você
conseguir isto, você poderá expressar este sentimento.
139
202
Ela Precisa, Ele Deseja
Um plano para criar admiração
Você precisará de um plano que a ajude a expressar verdadeiros sentimentos
de
admiração. Isto não inclui jogos de palavras ou alguma coisa falsa, apenas
sentimentos reais e honestos.
Você já viu como funciona o Banco do Amor e como o suprimento das
necessidades
emocionais um do outro pode desenvolver o sentimento de amor entre o marido
e a
mulher. Bem, o processo de criação de um sentimento de respeito pelo marido
numa
mulher acontece da mesma forma. Quando o marido se dispõe a satisfazer as
cinco
necessidades básicas mais importantes de sua mulher, ela reage de forma
natural
e transbordante com respeito a ele. Por outro lado, se o marido não
satisfaz
estas necessidades, a esposa não pode expressar, de forma honesta, a
admiração
que ele precisa receber dela. Portanto, a sua admiração depende da
habilidade
dele em satisfazer as suas necessidades básicas.
Tendo sempre em mente estas observações o nosso plano ajudará a mulher a
perceber que, para tanto, suas necessidades conjugais devem ser supridas.
Primeiro passo: Identificar as características que constróem e destróem a
admiração
A mulher precisa fazer duas listas: a primeira descrevendo as
características
que ela admira no seu marido; a segunda descrevendo aquelas que destróem
sua
admiração. Em ambas, ela reúne as características dentro das cinco áreas de
necessidades básicas da mulher que já foram consideradas neste livro.
Quando uma
característica não diz respeito a nenhuma das cinco áreas, ela deve
escolher a
que mais se aproxima.
Veremos, como exemplo, a lista que Raquel fez para avaliar seu
marido Fernando.
r
Ele precisa que ela se orgulhe dele admiração
203
Características que admiro
Características que destróem minha admiração
AFETO
l .Ele segura a minha mão quando estamos juntos.
2. Ele me abraça quando chega do
trabalho.
3. Ee manda cartões e flores.
DIÁLOGO
4. Ele fala comigo sobre seu dia e pergunta como foi o meu.
5. Ele se interessa pelas minhas atividades diárias e comenta sobre elas
comigo.
ESTABILIDADE FINANCEIRA
6. Ele ganha um bom salário para sustentar a mim e às crianças.
HONESTIDADE E FRANQUEZA
7. Ele sempre me diz onde esteve e deixa números de telefones para que eu
possa
localizálo numa emergên
AFETO
DIÁLOGO
l. Quando fico aborrecida ele se tranca em seu trabalho e não fala comigo.
ESTABILIDADE FINANCEIRA
HONESTIDADE
E FRANQUEZA
2. Quando alguma coisa o aborrece, ele
nega, mesmo que eu perceba que ele
está aborrecido.
COMPROMISSO COM A FAMÍLIA COMPROMISSO COM A FAMÍLIA
3. Ele não separa tempo suficiente para ficar comigo e com as crianças em
família.
140
4. Ele não disciplina as crianças e deixa comigo toda a educação delas.
5. Ele nunca demostra qualquer interesse pelas atividades dos nossos filhos
e
nunca vai às reuniões de pais na escola.
141
204
Ela Precisa, Ele Deseja
O exemplo anterior mostra que Fernando precisa começar a suprir as
necessidades
que sua esposa tem de um maior compromisso com a família, por parte do
marido,
para que ela se sinta capaz de admirálo totalmente. A dificuldade que eles
têm
na área do diálogo pode estar diretamente ligada à sua falta de compromisso
com
a família. Raquel fica aborrecida com a sua falta de interesse pelas
crianças e,
assim, ele não fala sobre o assunto. Como ele já se sente muito ocupado e
sem
tempo para participar das atividades das crianças, conclui que de nada
adiantaria conversar a respeito. Quando ele puder satisfazer a necessidade
do
compromisso com a família, os problemas na área do diálogo possivelmente
desaparecerão.
Segundo passo: Firmar um pacto
Algumas vezes, é mais fácil resolver um problema conjugai quando o marido e
a
mulher precisam melhorar sua capacidade de se importar um com o outro. Você
se
sentirá estimulada ao descobrir que não é a única que precisa mudar, mas
que seu
cônjuge deve tomar algumas medidas para se corrigir também. Deste modo, do
ponto
de vista prático, você terá mais sucesso ao motiválo a fazer algumas
mudanças
no seu comportamento se estiver disposta a fazer algumas mudanças em si
mesma.
Preparese ainda para uma reação defensiva da parte dele ao ler a sua lista.
Com
carinho e paciência você pode provar ao homem que quer agradarla que ele
será
bemsucedido. Prove que os temores dele não têm razão de ser.
Depois de completar o primeiro passo, listando todas as áreas positivas e
negativas, façam um acordo de superar as características que destróem a
admiração entre vocês. E importante que este acordo inclua todos os itens
listados.
Há alguns anos Rogério e Elisa me procuraram em busca de orientação e
sugeri que
fizessem a sua lista de características. Imediatamente os seus problemas
conjugais ficaram visíveis. Elisa pas
Ele precisa que ela se orgulhe dele admiração
205
sou às minhas mãos 24 páginas, escritas em espaço l, com tudo o que seu
marido
fazia e que destruía o seu respeito por ele. Na lista de Rogério havia um
só
item: sua esposa não demonstrava admiração por ele. Nesse relacionamento
Elisa
fez muito bem a sua parte, suprindo as necessidades do marido, mas ele não
foi
capaz de suprir as dela. Devido a esta falta, Elisa não podia admirar o
marido.
Vime diante de uma situação difícil porque era impossível pensar em
qualquer
tipo de pacto. O simples fato de dizer para Rogério que ele poderia perder
a
esposa motivouo a fazer algumas mudanças. Durante o período de um ano ou
mais,
ele procurou trabalhar todas as queixas da esposa, uma por uma, até que
todas as
suas necessidades fossem satisfeitas. Como o seu empenho teve sucesso, a
admiração da esposa também floresceu a ponto de, mais tarde, Rogério dizer
me
que Elisa se orgulhava dele.
Se você se encontra numa situação semelhante à de Rogério e Elisa, e não há
a
possibilidade de fazer um pacto porque você já supre as necessidades de seu
marido, diga para ele que você só tem a sua admiração para negociar. Se seu
marido não aceitar trabalhar com você nesses termos, talvez vocês precisem
de
ajuda profissional.
Depois de fazer o pacto (se possível) e se houver disposição para trabalhar
as
queixas de seu cônjuge, siga o próximo passo.
Terceiro passo: Você não pode mudar características; você pode mudar hábitos
Você precisa agora mudar a idéia que faz das pessoas seu cônjuge, em
particular. Temos a tendência de classificar as pessoas pelos seus traços ou
características. A pessoa é agradável ou desagradável; inteligente ou
imbecil. O
psicólogo comportamentalista não gosta de trabalhar com as características,
mas
com os hábitos. Ele certamente lhe diria: "Não posso ensinar alguém a ser
mais
agradável porque ser agradável não é um hábito, mas uma caracte
142
206
Ela Precisa, Ele Deseja
rística. Mas posso ensinar alguém a sorrir com mais freqüência e a criticar
menos as pessoas porque isso se trata de um hábito, e nós podemos mudar
nossos
hábitos. Isto ajuda?".
Se você dissesse "Eu quero emagrecer" a um comportamentalista, ele
responderia:
"Não posso ensinar você a emagrecer porque isto é uma característica. Posso
ensinar você a comer menos, porque comer é um hábito".
Estas considerações significam que, assim que você esquecer as
características e
se preocupar com os hábitos, poderá mudar o comportamento de seu cônjuge.
Geralmente quando há queixas sobre eles, estão baseadas nas suas
características, não nos seus hábitos, e são estes que realmente precisamos
considerar e podemos mudar. Portanto, a solução mais fácil será definir suas
queixas em termos de hábitos, assim você terá algo que poderá ser
identificado e
avaliado.
Por exemplo, imagine que você queira que seu cônjuge demonstre maior
compromisso
com a família. Faça uma lista de alguns hábitos específicos que você
gostaria
que ele praticasse:
• Assistir às reuniões de pais na escola.
• Passar quinze horas por semana em atividades com a família.
• Ler para as crianças antes de dormir.
Seu marido terá um objetivo a alcançar com estes hábitos, que ele poderá
aprender, praticar e usar como uma avaliação de sua mudança. Vocês dois
verão a
diferença em suas ações.
Você deve atentar para uma coisa: enquanto seu cônjuge está desenvolvendo um
hábito, a sua atitude pode não ser consistente com este novo comportamento.
Ele
pode não se sentir seguro a respeito desta mudança. Entretanto, na maioria
dos
casos, desde o momento em que ele desenvolve o novo comportamento de forma
integral, suas atitudes serão coerentes e você terá o que realmente sempre
quis.
Vejamos como um comportamentalista pode ajudar as pessoas a desenvolver
novos
hábitos.
Ele precisa que ela se orgulhe dele admiração
207
Quarto passo: Desenvolvendo novos hábitos Muitos comportamentalistas usam
esta
técnica bem simples e direta para ajudar as pessoas a desenvolver novos
hábitos:
1. Especifique o hábito que você deseja cultivar.
2. Planeje a estratégia que você usará para desenvolver este hábito.
3. Siga o que foi planejado.
4. Avalie a efetividade da estratégia para ver se o comportamento mudou.
Vejamos como isto aconteceu com Fernando e Raquel. Quando eles fizeram a
sua
lista, Raquel disse que a falta de interesse de Fernando pelas atividades
das
crianças havia destruído sua admiração por ele. Depois de pensar muito, ela
transformou a característica "interesse pelas atividades das crianças" no
hábito
de "passar cinco horas semanais junto com as crianças em quaisquer de suas
atividades". Fernando aceitou o desafio.
Uma vez identificado o hábito, Fernando e Raquel puderam planejar a
estratégia
para ajudálo a desenvolvêlo. Eles decidiram que esta estratégia teria três
partes:
1. No domingo à noite, às 19h, ele perguntaria às crianças quais atividades
eles
escolheriam para a semana.
2. Para cada criança ele escolheria uma atividade na qual ele poderia
ajudar.
3. Ele separaria cinco horas para serem usadas nestas atividades.
Cada estratégia deve incluir incentivos para que o novo hábito possa ser
seguido
e inibições para a volta aos velhos hábitos. Juntos, Fernando e Raquel
decidiram
que ela assistiria ao futebol de sábado à tarde com ele como parte das
cinco
horas semanais com as crianças. Se ele falhasse nisto, não poderia ver
nenhum
outro tipo de esporte na televisão naquela semana.
143
Uma razão pela qual as pessoas não desenvolvem novos hábitos é que elas, em
geral, não dão o tempo necessário para isso.
144
208
Ela Precisa, Ele Deseja
Fernando e Raquel planejaram sua estratégia para um período de cinco meses
de
agosto a dezembro.
Logo que anunciaram o seu plano para as crianças, Fernando e Raquel estavam
prontos para começar. Durante oito semanas ininterruptas, Fernando passou o
tempo planejado com as crianças. Na nona semana, ele faltou. Para tal, teve
boas
razões: ficou doente e se atrasou no trabalho; teve de consertar a porta da
frente; e a irmã de Raquel chegou para uma visita de dois dias. Apesar de
todas
estas razões, ele não deveria assistir aos programas de esportes na semana
seguinte, e nem Raquel assistiria, do mesmo modo.
O restante do programa aconteceu conforme o planejado e, no final de
dezembro,
eles avaliaram o novo hábito de Fernando para ver se a estratégia havia dado
certo. Os resultados foram bons. Ele não apenas passava agora as cinco
horas
semanais com os filhos em suas atividades, como também começou a fazer
novos
planos com eles, através dos quais pudesse ajudálos ainda mais. Ele sentia
mais
prazer em estar com os filhos do que em assistir ao futebol de sábado à
tarde.
Preparese para os reveses
Quando trabalho com os casais na formação de novos hábitos, costumo avisá
los de
que podem sentirse frustrados na primeira tentativa. O plano original pode
precisar de algumas revisões antes de conseguir alcançar o seu objetivo de
um
novo hábito. E claro que, se o problema fosse facilmente solucionável, eles
não
teriam buscado ajuda profissional. Alguns problemas são difíceis até mesmo
do
ponto de vista de um profissional, mas geralmente conseguimos resolvêlos
juntos
ao final.
Você precisará de paciência e otimismo em suas tentativas de melhorar os
hábitos
do seu cônjuge, mas descobrirá que o mais simples progresso pode tornar seu
casamento muito melhor, e
Ele precisa que ela se orgulhe dele admiração
209
você passará a sentir mais admiração pela pessoa com quem casou.
O que fazer quando eu começar a admirálo?
Conte a ele, é claro! Ê verdade que isso não é tão fácil quanto parece.
Você
pode não saber direito como dizer ao seu marido que o admira. Como você
apenas
sente orgulho ou admiração, ainda não foi possível transmitir isso. Aprenda
a
dizer palavras de elogio do mesmo modo que você aprendeu qualquer outro
hábito.
E, mais uma vez, lembrese de não dizer coisas elaboradas ou falsas.
Expresse
honestamente o que você está sentindo. A princípio isto pode parecer um
tanto
estranho, mas, à medida que seu novo hábito se desenvolver, ele se tornará
mais
natural e espontâneo. Então você terá alcançado o seu objetivo: a admiração
natural que ele sempre desejou de você.
Algumas vezes a mulher teme expressar esta admiração muito cedo porque seu
marido poderia deixar de empenharse em desenvolver o comportamento que
ainda
não se tornou habitual para ele. Meu conselho é que ela fale com ele assim
que
começar a sentir uma pequena admiração não como uma recompensa pela
mudança
(você pode encontrar outros métodos com esta finalidade), mas como uma
expressão
verdadeira dos seus sentimentos.
Lembrese de que um homem realmente precisa ser apreciado. Ele renasce com
isso.
Muitos homens que me procuram ao se envolver em relacionamentos
extraconjugais
dizem que a admiração demonstrada por suas amantes é como a brisa suave da
primavera, em comparação ao frio polar das críticas de suas esposas. Como
eles
poderiam resistir? Não permita que seu marido busque apoio fora do
casamento.
Ele precisa da perspectiva que a sua admiração proporciona. Isto não quer
dizer
que você deve fingir, dizendo que gosta muito de algo nele, mas que você
deve
traba
145
210
Ela Precisa, Ele Deseja
lhar com ele nas necessidades que ambos precisam satisfazer, designando uma
estratégia que possa desenvolver a admiração mútua. Você precisa admirálo
tanto
quanto ele precisa do seu elogio. Com gentileza e paciência, incentive seu
marido a suprir as suas necessidades, dizendolhe como você gosta das
mudanças
que pode observar.
Perguntas para ela
1. Expressar admiração para com seu marido tem sido um problema especial
para
você? Ele já lhe pediu para ser menos crítica, ou a incentivou a "contar as
bênçãos"?
2. Você precisa desenvolver o sentimento de admiração ou, simplesmente, o
hábito
de expressar a sua admiração?
3. Faça a lista das mudanças que você gostaria de ver em seu marido. Em
seguida
separe aquelas que são características e as transforme em hábitos. Divida a
lista em mudanças essenciais e não essenciais. Se seu marido mudar nas
coisas
essenciais, você acha que seria capaz de demonstrar a admiração de que ele
necessita?
Perguntas para ele
1. Você tem consciência de sua necessidade de admiração? Alguns homens
nunca se
preocuparam com isto, nem acham que precisam ser admirados. Que evidência
você
poderia dar para fazêlo sentir uma profunda necessidade de elogio por
parte da
sua esposa?
2. Você já tentou falar desta necessidade de admiração para ela? Como ela
reagiu?
3. O que você acha do plano sugerido neste capítulo? Como você poderia
modificálo
a fim de tornálo mais adaptável ao seu casamento?
Ele precisa que ela se orgulhe dele admiração
211
4. Faça a lista das mudanças que você gostaria de ver em sua esposa. Separe
as
que são consideradas características e transformeas em hábitos. Divida a
sua
lista em mudanças essenciais e não essenciais. Você estaria disposto a
fazer as
mudanças que sua esposa sugerir, se ela mudar naquilo que você deseja que
ela
mude?
Para pensar juntos
1. Desenvolvam estratégias para mudança nos hábitos que vocês identificaram.
Determinem um tempolimite para as estratégias e façam uma reavaliação para
checar se elas estão dando certo.
2. Discutam as desvantagens do excesso de crítica que ambos dirigem um ao
outro.
Como vocês poderiam incentivar mudanças um ao outro sem serem
excessivamente
críticos?
146
Como sobreviver a
um relacionamento
extraconjugal
M
ií5~~iLji s pessoas costumam me perguntar: "Como você ajuda alguém a
sobreviver
a um relacionamento extraconjugal? O que você diz para um casal quando isto
realmente acontece com eles?".
Minha atitude, ao tratar deste assunto, centralizase em duas palavras:
seja
gentil, mas também firme.
As pessoas que se vêem envolvidas na teia de um relacionamento
extraconjugal
precisam de muito carinho e atenção principalmente o cônjuge traído. Ao
mesmo
tempo, se você descobrir que ele está vivendo um desses casos, não recorra
à
força da pressão ou à histeria. Se você quiser salvar seu casamento, esta é
a
hora de agir.
147
214
Ela Precisa, Ele Deseja
Primeiro passo: Você quer sobreviver?
Em primeiro lugar pergunte a si mesmo se você realmente quer sobreviver à
tempestade. É bem possível que o seu casamento já tenha passado por sérios
problemas durante muito tempo, tenha você percebido ou não. Um de vocês, ou
ambos, podem ter necessidades básicas que nunca foram supridas, o que deu
chance
para o desenvolvimento de um caso. O cônjuge traído se sentirá tentado a
usar o
dedo acusador e pode, quase sempre de forma prematura e tola, querer dar um
fim
ao casamento. Tento mostrar àqueles que me procuram em busca de orientação
que o
cônjuge traidor não é o único culpado. Os casos começam porque as contas no
Banco do Amor foram esvaziandose lentamente. A vítima de um relacionamento
extraconjugal sempre pergunta de forma revoltante: "Como a minha conta em
seu
Banco ficou tão baixa? Qual das suas necessidades eu falhei em
satisfazer?".
Segundo passo: Não tolere o caso
Em segundo lugar não tolere o relacionamento extraconjugal nem um minuto
mais.
Você pode ter falhado em suprir algumas necessidades de seu cônjuge, mas
isto
não quer dizer que ele ou ela não seja responsável por este comportamento
destruidor. Como mencionei no primeiro capítulo, o casamento é um
relacionamento
exclusivo, no qual duas pessoas se tornam um e devem permanecer um. Três
pessoas, certamente, representam uma multidão.
Meus arquivos incluem um surpreendente número de casos em que as mulheres
suportam o relacionamento extraconjugal dos maridos para permanecerem
casadas. É
freqüente ouvir de pessoas que têm fortes convicções religiosas: "Minha
igreja
não permite o divórcio" ou "Deus quer que continuemos casados. A Bíblia
ensina
claramente que o divórcio é pecado".
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
215
Solidarizome com estes pontos de vista porque eles são semelhantes aos
meus
próprios valores e convicções. Ao mesmo tempo, as pessoas precisam entender
que,
uma vez iniciado um caso, o casamento já foi violado. O que Deus uniu,
alguns
homens ou mulheres têm separado. Se quiser juntar os pedaços, você terá de
tomar
algumas atitudes específicas. Recomendo às esposas, em particular, assumir
uma
posição firme e imparcial e disporse a separarse de seus maridos
temporariamente, até que ambos sejam capazes de resolver este assunto
juntos.
Seja qual for a atitude que tomarem, elas devem dizer aos seus maridos que
não
tolerarão o que eles estão fazendo.
Terceiro passo: Saiba o que esperar
Muitos casos não levam ao divórcio, mas à reconciliação. Entretanto,
durante os
meses ou anos que vão do início do caso extraconjugal à reconciliação, todo
o
processo pode produzir um sofrimento quase insuportável. Se a pessoa
estiver
preparada para o que crer a acontecer, ela não apenas sofrerá menos, como o
seu
casamento terá maiores chances de sobreviver. Uma das melhores maneiras de
se
preparar é saber o que esperar. Por haver testemunhado tantos casos, vi
alguns
fios que se emaranham entre muitos deles. Um desses fios é a resistência do
cônjuge em romper com seu/sua amante.
Costumo usar uma regra bem rígida para o cônjuge faltoso: ele ou ela não
deve
ter nenhum tipo de contato com sua ou seu amante imediatamente, e nunca
mais
deve ver ou falar com esta pessoa. Para explicar aos meus clientes por que
a
minha regra é tão rígida e radical, digo que encaro estes casos como um
vício.
Um alcoólatra, por exemplo, precisa absterse do álcool, se espera
controlar o
comportamento vicioso. Como acontece com o álcool, a tentação de voltar
para o/a
amante deve ser controlada dia após dia. A melhor maneira de se libertar de
um
caso é evitar todo o contato com a outra pessoa.
148
216
Ela Precisa, Ele Deseja
Algumas vezes, observo pessoas que se envolveram em relacionamentos e que
não
rompem de forma drástica e decisiva. Estas pessoas decidem "levar" a
situação
durante algum tempo, mas, inevitavelmente, se vêem de volta nos braços do
amante. É como se, no que diz respeito àquela pessoa, apresentassem um
julgamento incrivelmente falho e uma força quase irresistível as domi
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
217
nasse.
O efeito permanente de um relacionamento extraconjugal não pode ser
ignorado. O
cônjuge faltoso raramente esquece a paixão por um examante. O sentimento
permanece adormecido, pronto para voltar assim que houver chance. A conta
no
Banco do Amor do examante permanece alta porque são poucas as
oportunidades de
retiradas. Somente uma experiência desagradável ou dolorosa pode causar
retiradas de unidades de amor, e estas experiências são sempre evitadas de
forma
intencional pelo amante ao entrar em competição com um cônjuge.
Quando o cônjuge recusase a romper todo o contato com seu amante, o
cônjuge
traído deve prepararse para o que talvez seja uma longa separação.
Recomendo
isto principalmente para a proteção das suas emoções, mas, às vezes, o
romance
por si pode tornar uma pessoa de tal modo ansiosa que ela se prende ao
cônjuge
faltoso para se sentir segura. Isto simplesmente contribui para que o
trauma
emocional seja maior, é claro, e muitas vezes é necessária a ajuda
profissional
a fim de proporcionar um apoio no processo de rompimento. Quando a
separação
acontecer, este profissional continuará sendo uma ajuda para assegurar a
este
cônjuge de que a decisão correta foi tomada.
Uma separação ajuda a proteger as emoções do cônjuge traído. Entretanto a
separação também pode ser positiva pelo fato de sonegar o suprimento das
necessidades que ele proporcionava antes da descoberta do caso. Na maioria
dos
casos um amante satisfaz uma ou duas necessidades emocionais importantes, e
um
cônjuge satisfaz duas ou três. O cônjuge faltoso passa a entender
que um amante não é capaz de satisfazer as necessidades que o cônjuge
satisfazia, e isso, algumas vezes, o leva a perceber que "mais vale um
pássaro
na mão do que dois voando". Uma separação também pode resultar na
oportunidade
de experiências desagradáveis entre o cônjuge e o amante.
Quando finalmente a decisão por uma reconciliação é tomada, e todo o
contato com
o amante evitado, isso acontece, em geral, com a esperança de que o cônjuge
possa aprender a suprir as necessidades que o amante satisfazia de forma
muito
mais simples. Os filhos e os demais familiares são obstáculos importantes
quando
alguém abandona um cônjuge por causa de um relacionamento extraconjugal. O
amante simplesmente não será capaz de tomar o lugar do cônjuge, mas o
cônjuge
pode tomar o lugar do amante.
E preciso esperar que a realidade prevaleça. Entretanto, antes de sugerir
que
atitude tomar a esta altura, permitame ilustrar o que deve ser esperado
examinando a história de Alex e Elaine e Sandra.
Anatomia de um relacionamento extraconjugal
Alex suspirou baixinho ao se esticar para apagar a luz. Em seguida voltou
se
para beijar o rosto de Elaine. "Boa noite, amor", ele sussurrou.
Elaine não respondeu. Ela dormia profundamente. Isto não o surpreendeu, e
ele
sabia como a esposa ficaria zangada caso a acordasse apenas para fazer amor.
Ele, então, deitouse e puxou o lençol, cobrindo os ombros. Havia tempo ele
tinha desistido de fazer o jogo de perdedor e se sentir triste por isto.
Ele
simplesmente precisava encarar o fato de que Elaine não se interessava mais
por
sexo. No passado, nos primeiros anos do casamento, Elaine tinha prazer no
sexo,
mais isso antes da chegada dos filhos.
Na manhã seguinte, ao pegar o trem das 7h30, Alex cumprimentou Sandra e
Fred,
que também trabalhavam para a sua em
149
218
Ela Precisa, Ele Deseja
presa. Quando abriu o jornal, Alex lembrou que o seu companheiro de almoço
estava fora.
"Ei, vocês dois! Meu companheiro de almoço viajou. Algum de vocês está
livre?",
perguntou.
"Sinto muito, mas preciso ir a outra parte da cidade", disse Fred.
Alex olhou para Sandra, uma mulher alta, esbelta, aplicada e simples, que
respondeu alegremente: "Eu gostaria muito de almoçar com você".
Alex pensou: Fazia algum tempo que eu não a encontrava. Sandra havia
estudado
com ele, mas depois perderam o contato, até que começaram a trabalhar na
mesma
empresa. A velha amizade revivera alguns meses atrás, quando começaram a
trabalhar no mesmo setor, instalando um novo sistema de computação.
Entretanto,
ao completar aquela tarefa, as responsabilidades de Alex o levaram para o
quinto
andar, enquanto Sandra permaneceu no sétimo.
Naquele dia, na hora do almoço, Alex falou com Sandra: "Sabe, acho que até
estou
feliz que o Maurício tenha viajado hoje".
Ela sorriu: "Eu também. Tenho sentido sua falta desde que você desceu para
o
quinto andar. Deveríamos ter feito isto antes".
Alex concordou: "É mesmo. Trabalhar naquele projeto foi uma das coisas mais
agradáveis nos últimos tempos".
Sandra continuou: "O sistema está funcionando muito bem. O tempo de
deslocamento
ficou reduzido a quase nada". Ele deu corda: "Isto não me surpreende. Você
e eu
trabalhando juntos, só podia dar certo!".
Ao terminar o almoço Alex e Sandra planejaram encontrarse novamente na
semana
seguinte. Logo o almoço no meio da semana tornouse rotina na agenda
semanal dos
dois. Um dia Sandra deu a Alex um livro sobre programas de computador e,
algumas
semanas mais tarde, ele retribuiu a lembrança com uma pulseira simples, mas
linda. No momento em que ele deu o presente o
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
219
rosto de Sandra brilhou. Curvandose sobre a mesa, ela beijou Alex
gentilmente
no rosto.
"Sandra, preciso ser sincero", disse Alex, meio sem jeito. "Estou ficando
muito
apegado a você. E... Bem, é bem mais do que uma simples amizade."
Ela respondeu baixinho: "Alex, eu me sinto assim também".
Alex continuou: "Nunca lhe disse como me sinto a respeito de Elaine".
Sandra tentou interrompêlo: "E você não precisa fazer isso...", disse.
"Mas eu quero. Nunca fui capaz de compartilhar isso com ninguém antes. E
gostaria de fazêlo. Agora", insistiu Alex.
"Então, está bem. Pode falar", concordou ela.
"Quando me casei com Elaine, não podia imaginar o que aconteceria mais
tarde. Eu
pensava que tínhamos muitos interesses em comum, passávamos muito tempo
juntos,
mas tudo isso perdeu o sentido em um ano, mais ou menos. Hoje, ela faz as
suas
coisas e eu faço as minhas. Ela não gosta que eu fale com ela sobre o meu
trabalho e se queixa por eu não ganhar muito dinheiro. Algumas vezes,
quando
chego em casa, é como se eu estivesse entrando num hospício..."
Sandra ouvia num silêncio solidário. Algumas horas mais tarde ele estava na
casa
dela, sob o pretexto de "conversar".
Na manhã seguinte, Alex acordou na cama de Sandra e viu como ela estava
bonita.
Beijou os seus ombros e sorriu quando ela abriu os olhos, sussurrando: "Oi,
bonitão!".
Ele respondeu: "Oi, beleza!".
Depois daquela noite, Alex e Sandra pareciam obcecados um pelo outro. Nunca
Alex
havia experimentado tal entusiasmo e momentos de maior prazer sexual.
150
No início Elaine apenas alimentava alguma desconfiança a respeito de Alex,
mas
logo suas dúvidas se transformaram em suspeitas, à medida que as ausências
do
marido aumentavam. Aos per
151
220
Ela Precisa, Ele Deseja
noites ocasionais na cidade juntaramse saídas nas tardes dos fins de
semana.
Finalmente, certa noite, Elaine decidiu testar sua suspeita telefonando para
Jucá, com quem Alex disse que passaria a noite. Jucá tentou dizer que Alex
ainda
não havia chegado, mas não convenceu Elaine. Ao tentar nova chamada,
ninguém
atendeu ao telefone.
Elaine lembrouse de ter ouvido Alex falar com carinho sobre o tempo em que
trabalhava com Sandra num projeto de computadores. Ela também sabia que
Sandra
não morava tão longe. Assim, num sábado à tarde, quando Alex desapareceu,
Elaine
contratou uma babá para ficar com as crianças e foi até o apartamento de
Sandra.
Logo que fez a volta, chegando ao quarteirão, viu o carro de Alex
estacionado
perto da esquina.
Elaine parou, encontrou o apartamento de Sandra e respirou fundo ao tocar a
campainha. A amante do marido atendeu, vestindo uma camisola. "Elaine! Que
surpresa!", disse, falando alto.
"Sinto muito, Sandra, se isto parece grosseria, mas preciso entrar para ver
algo
com meus próprios olhos." Entrando rapidamente, ela passou pela outra
mulher e
andou pelo apartamento em direção ao quarto. Lá encontrou Alex, vestindo as
calças apressadamente. O restante de suas roupas ainda estava jogado sobre
uma
cadeira perto da cama.
"Elaine, eu..."
Elaine deu a volta e saiu do apartamento sem dizer nada. Ela não viu sequer
o
sinal de Sandra e nem sequer se importou em fechar a porta ao sair. Ao
entrar no
carro, Elaine explodiu em lágrimas e, ao dirigir para casa, tentou forçar
seu
cérebro entorpecido a pensar. O divórcio parecia ser a sua única opção.
Alex e Sandra ficaram em pé na janela da frente, enquanto viam Elaine
dirigir o
carro a caminho de casa. "O que você vai fazer?", Sandra perguntou.
"Tenho que ir atrás dela e tentar acalmála. Não se preocupe
com isto, amor. Tudo vai dar certo." ill
W
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
221
Ao chegar em casa, Alex viu o carro de Elaine ainda ligado, com a porta
entreaberta, parado na calçada. Ele desligou o carro, colocou a chave no
bolso e
fechou a porta. Ao entrar pela porta da frente, ouviu as crianças chorando.
A
babá, assustada, disse que Elaine havia subido para o quarto. Ele pagou a
babá e
mandoua para casa. Em seguida, foi procurar Elaine, mas ela estava
trancada em
seu quarto. Após chamála algumas vezes, Alex entendeu que seria melhor
cuidar
primeiro das crianças. Saiu com os filhos para fazer um lanche e depois
colocouos
para dormir. Durante todo aquele tempo, a porta do quarto permaneceu
rigorosamente trancada.
Alex bateu à porta de novo. Ninguém respondeu. "Elaine, por favor!", pediu
Alex,
suavemente.
A tranca da maçaneta moveuse e ele tentou outra vez abrir a porta. Ao
abrir,
viu Elaine sentada na cama com os olhos inchados e vermelhos de tanto
chorar.
Ele caminhou em sua direção. "Estou tão envergonhado, querida!", falou.
"Não ouse me chamar de querida!", disse Elaine, com raiva. "Mas, Elaine,
amo
você e as crianças. Vocês significam tudo para mim. Não entendo como fui
fazer
isso com vocês."
Uma vez mais, Elaine começou a soluçar. Instintivamente, Alex tentou
confortála.
"Não me toque!", disse ela, ofegante, afastandose dele e chegando até o
meio da
cama. "Como você pôde fazer isso? Eu odeio olhar para você!"
Alex tentou conversar: "Elaine, por favor... Isto não vai mais acontecer. Eu
devia estar maluco! Por favor, dême uma chance!". Neste momento, lágrimas
correram dos olhos de Alex.
152
"Mentiroso! Você mentiu para mim a respeito de todas aquelas noites,
dizendo que
iria passar na casa do Jucá, não foi?", recomeçou ela.
"Elaine, por favor, não...", Alex não teve tempo de completar a frase.
153
222
Ela Precisa, Ele Deseja
"Não minta! Isto só vai piorar as coisas", interrompeu a mulher.
"Você está certa, e eu não vou mentir mais. Você precisa acreditar em mim!
Eu só
posso prometer que isso não acontecerá novamente. Você e as crianças
significam
muito para mim. Acabou, Elaine. Estou falando sério."
Esta conversa durou até às três horas da manhã Alex implorando por
misericórdia a Elaine o atacando com fúria e angústia. Finalmente, vencida
pelo
cansaço, ela deu uma trégua e permitiu que Alex viesse para a cama com ela.
Durante os dias seguintes, Alex continuou demonstrando remorso e conseguiu
acalmar Elaine de alguma forma. No final de semana, ele a havia convencido
de
que uma insanidade temporária foi a causa de sua experiência com Sandra, e
que
aquilo não aconteceria de novo.
Alex parou de ver Sandra na hora do almoço, mas ligou para ela na primeira
oportunidade. "Preciso ver você, mas não ousaria fazêlo agora. Eu a amo
muito.
Simplesmente não sei o que fazer", disse.
"Alex, eu amo você também. Não há dúvida sobre isso. Mas quero que você
mantenha
o seu casamento. Não quero ser a causa de um divórcio", Sandra disse.
"Você é uma jóia. Não se preocupe. Vou fazer o melhor. Se tudo terminar em
divórcio, não será por sua causa."
Alex mantevese longe de Sandra por duas semanas, mas depois voltou a se
encontrar com ela na hora do almoço, num lugar distante. "Não consigo parar
de
pensar em você e no que fizemos juntos. Nunca tive nada igual em minha
vida, e
sei que nunca mais terei."
Sandra apenas conseguia segurar a mão de Alex e chorar. Na semana seguinte,
eles
se encontraram no apartamento de Jucá e reiniciaram o caso com força
renovada.
Era como se eles tivessem novas energias acumuladas durante as semanas que
passaram se
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
223
parados. Depois disso, encontravamse sempre que possível para almoçar.
Passar a
noite na cidade estava fora de questão, pois Elaine poderia suspeitar. Num
sábado à tarde, entretanto, Alex não resistiu e saiu em silêncio, a caminho
do
apartamento de Sandra. Ele nem imaginava que Elaine o tinha visto sair e
passou
a seguilo. Toda aquela cena da triste descoberta repetiuse, o que deixou
Elaine
totalmente inconsolável. Desta vez, ela ordenou que Alex deixasse a casa e
entrou com o pedido de divórcio.
Alex pensou em se mudar para a casa de Sandra, mas decidiu não fazêlo. Em
vez
disso, encontrou um quarto em um albergue, onde ficava sentado em sua cama
estreita, pensando no assunto. Chegou à conclusão de que não apenas sentia
a
falta de Elaine e dos filhos, como também tinha muitas outras coisas sobre
as
quais pensar: o fato de ser rejeitado pela família e pelos amigos, ter de
gastar
muito dinheiro com advogados, pensão alimentícia e sustento dos filhos.
Também
pensou no seu trabalho na empresa, no que se referia às normas concernentes
aos
casos extraconjugais, e no que se pensava quanto à preservação das famílias
unidas. Ele poderia perder seu emprego ou, no mínimo, perder uma possível
promoção.
Uma noite, mais ou menos uma semana depois de ter saído de casa, Alex ligou
para
Elaine. "Por favor, dême uma nova chance. Acho que o nosso casamento já
estava
enfrentando problemas antes que isso tudo acontecesse. Sei que havia coisas
que
eu tentava ignorar, e errei agindo desta forma. Eu deveria ter conversado
tudo
abertamente com você e com um psicólogo. Elaine, quero realmente salvar o
nosso
casamento e a nossa família. Você concorda em procurar uma ajuda
profissional
comigo?"
Em princípio, Elaine não sabia o que responder. Alex estava certo? Talvez
ela
fosse, em parte, culpada. E ele queria consultar um psicólogo.
"Está bem. Eu farei uma experiência."
154
Antes do final de semana, Alex deixou o albergue e voltou
155
224
Ela Precisa, Ele Deseja
para casa. Ele conseguiu conversar rapidamente com Sandra para dizer que
ainda a
amava, mas não poderia divorciarse ainda não. Durante as sessões de
aconselhamento, Alex tentava explicar as razões pelas quais achava que seu
casamento tinha fracassado
e as razões pelas quais ele guardava ressentimento de Elaine.
"Alex", disse o psicólogo, "você precisa falar o que acha que estava
errado.
Seja específico."
Alex foi então específico e falou sobre a indiferença de Elaine com respeito
ao
sexo, sobre a falta de interesse em sua vida profissional e a indisposição
em
participar das atividades que ele apreciava. Depois, citou as incessantes
reclamações da mulher sobre os problemas domésticos, apesar de ela nunca
ter
trabalhado fora.
A medida que Elaine ouvia, começou a se perguntar se grande parte daquele
problema não teria sido realmente uma falta sua. Nesse momento, o psicólogo
pediu, de forma bem direta, que Alex fosse totalmente honesto e dissesse se
ainda estava apaixonado por Sandra.
"Sim, estou", respondeu Alex, numa mistura de vergonha e provocação. Ele
não se
preocupou em dizer que ele e Sandra haviam reatado o relacionamento, e
ainda
passavam horas de almoço no apartamento de Jucá. O psicólogo também não
pergun
tou.
Nos meses seguintes, Alex conseguiu manter as sessões de aconselhamento ao
mesmo
tempo que mantinha o romance com Sandra. Ele enganava tanto Elaine quanto o
psicólogo, fazendoos acreditar que estava interessado em permanecer fiel à
esposa. Ele aprendeu a ser mais cuidadoso e menos impulsivo em seus
freqüentes
encontros com Sandra.
Os triângulos amorosos duram para sempre?
Parece que Alex, Elaine e Sandra estavam presos num triângulo eterno, e não
é
tão difícil descobrir como isso aconteceu. Quando Alex casou com Elaine, os
saldos das suas contas em seus Ban
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
225
cos do Amor permaneciam em níveis altos, como é comum no início do
casamento.
Entretanto, ao mesmo tempo que expectativas não foram alcançadas e
necessidades
não foram supridas, Alex se tornou vulnerável à outra pessoa que se dispôs
a
satisfazer as suas necessidades. Após aquele primeiro almoço a conta de
Sandra
no Banco do Amor de Alex cresceu rapidamente. O caso desenvolveuse e ele
se viu
apaixonado por duas mulheres, em vez de uma. Agora ele se encontrava como
que
trancado numa prisão: não podia ficar sem nenhuma das duas. Cada uma
satisfazia
algumas de suas necessidades emocionais que não eram supridas pela outra.
Que caminho tomarão Alex, Elaine e Sandra a partir deste ponto? Nos
meus
primeiros anos de prática clínica, um homem como Alex podia enganarme. No
entanto, por tentar ajudar alguns casais na mesma situação de Alex e
Elaine,
logo consegui detectar um padrão bem distinto. O cônjuge infiel
simplesmente não
conseguia esquecer a amante ou o amante. Eu tentava condutas e caminhos,
mas
nada funcionava efetivamente. Eu recomendava a alguns desses cônjuges
faltosos
que participassem de retiros, a fim de pensar sobre o assunto. Trazia,
sempre
que possível, pastores para oferecer apoio moral e incentivo. Eu trabalhava
com
base na suposição de que um novo compromisso poderia mudar o comportamento
de
homens como Alex. A experiência me diz que eu estava errado.
Finalmente, atingi a idéia de "abstinência total", que se usa com
alcoólatras.
Se Alex e Elaine me procurassem hoje, eu definiria regras rigorosas para
que
Alex nunca mais visse Sandra. E para assegurar que ele seria fiel ao seu
lado do
acordo, insistiria em que Alex fizesse a sua esposa sabedora do seu
paradeiro
durante as vinte e quatro horas do dia. Se Alex manifestasse resistência,
dizendo "Isto é um golpe sujo" ou "Isto não é justo", eu simplesmente
diria:
156
"Sei que isto pode parecer infantil e injusto, mas temos um problema muito
sério
para resolver. Você diz que não
157
226
Ela Precisa, Ele Deseja
está mais se encontrando com Sandra. Se está realmente decidido a fazer
isto,
não terá dificuldade em fornecer toda a sua agenda para Elaine, de modo que
ela
se sinta segura quanto a poder se comunicar com você a qualquer hora. Além
disso, você deve ligar para sua mulher de vez em quando, apenas para dar um
alô".
Será que este programa de vinte e quatro horas por dia realmente dá certo?
Posso
garantir que é muito melhor do que simplesmente confiar em Alex. Devo
admitir
que existe uma desvantagem real em programar esse tipo de sistema de check
up
para alguém como Alex. A conta de Elaine no seu Banco do Amor não crescerá
rapidamente enquanto ela estiver neste processo de check up, e ele precisa
lembrarse de telefonar de vez em quando para dizer "alô". Aliás, tais
ações
podem impedir, inicialmente, retiradas do Banco do Amor de Elaine porque
Alex se
sentirá irritado e aborrecido.
Certamente, precisamos de muito mais do que fazer Alex sentirse como se
fosse
um prisioneiro em liberdade condicional. Em geral um cônjuge infiel
confrontado
com esta situação reage com depressão total. Ele tenta salvar seu casamento,
mas
se sente miserável. Agora, desligado de Sandra alguém que ele ama muito e
que
satisfez algumas de suas necessidades emocionais mais importantes e com
o
programa de check up em andamento, ele se vê encurralado.
Quarto passo: Comecem a suprir as necessidades um do outro
O quarto passo do meu programa para sobreviver a um relacionamento
extraconjugal
prove a saída para esta armadilha. Elaine precisa aprender a satisfazer as
necessidades de Alex que eram satisfeitas por Sandra. Entendo que ele se
perdeu,
mas Elaine precisa lutar, porque estas necessidades não supridas deixaram
seu
marido vulnerável.
Se tudo der certo, Elaine se mostrará sexualmente mais disponível para Alex
e
começará a participar com ele de suas atividades
Corno sobreviver a um relacionamento extraconjugal
227
favoritas. O ideal seria se ela começasse a se interessar por computadores
e
programas, a fim de entender mais sobre o que seu marido faz para manter a
família e, melhor ainda, se ela passasse a dar maior apoio a ele em casa,
deixando de queixarse por ele não ganhar o bastante ou não ajudar nas
tarefas
de casa.
Tudo isso pode levar muitas semanas e meses. E possível que Alex não tenha
demonstrado suficiente afeto para com Elaine e, por isso, ela tenha
resistido em
satisfazêlo sexualmente. Além do mais, Alex precisaria de alguma
orientação
para conversar com sua esposa, porque, em vez de simplesmente julgála por
não
demonstrar interesse pelo mundo da informática, ele deveria saber como
compartilhar com ela seus interesses e sentimentos. Elaine precisava muito
do
tipo de conversa que Alex mantinha com Sandra.
É óbvio que a necessidade básica de Elaine por honestidade e franqueza
estava
seriamente comprometida. Alex teria de se esforçar muito e, durante um bom
tempo, para reconquistar a confiança da esposa, mas ele não era capaz de
fazer
isto.
Se tivesse a oportunidade de orientar Alex e Elaine eu seria bem específico
em
dizer a Elaine que ela deveria começar a trilhar uma estrada longa e
difícil. Na
verdade, em princípio, ela não deveria esperar muito retorno pelos seus
esforços. Não deveria supor que, como resultado das mudanças em seu
comportamento, Alex se tornasse, de repente, mais carinhoso, amoroso e
fiel.
Aliás, como já mencionei antes, Alex poderia reagir inicialmente com
depressão.
Caso descrevesse seus pensamentos honestamente, diria à esposa que passava
parte
do seu tempo pensando em Sandra. Durante um período determinado, Elaine
poderia
esperar que Alex mentisse ou a decepcionasse uma ou outra vez. Alex poderia
sentirse tentado a sair para se encontrar com Sandra.
158
Não importa quão bem Elaine supra as necessidades de Alex, ele continuará,
de
algum modo, apaixonado por Sandra. Alex e Elaine podem reconstruir seu
casamento
se começarem a satisfa
159
228
Ela Precisa, Ele Deseja
zer as necessidades básicas um do outro. Podem reacender as chamas de seu
amor,
mas todo o esforço de ambos não será capaz de extinguir as chamas de amor
que
foram acesas no romance de Alex com Sandra. Elas podem permanecer baixas,
mas
não se apagarão jamais. Da mesma forma que um alcoólatra permanece viciado
em
álcool pelo resto de sua vida, mas não ousa tomar um gole sequer, Alex
permanecerá apaixonado por Sandra para sempre, mas não ousará procurála.
Sempre que digo a uma esposa que foi traída que o seu marido continuará
apaixonado pela examante, a reação mais comum é a de desespero, e o
questionamento é: "Então, por que devo ficar com ele?".
Respondo: "Porque você o ama e deseja muito sobreviver a esta tremenda
confusão.
Não tenho prazer em lhe dizer coisas que você não gostaria de ouvir, mas já
vi
isto muitas vezes. Você precisa aceitar o fato de que seu marido estará
sempre
apaixonado por outra mulher, mas isto não significa que vocês não possam
desenvolver um amor mais forte entre si".
Observo que é muito mais difícil orientar um homem para romper o
relacionamento
com uma amante do que orientar uma mulher para fazer o mesmo com um amante.
Ainda não sei bem por que isto acontece. Talvez a mulher não se sinta bem
amando
dois homens de uma só vez, enquanto os homens têm mais facilidade em manter
múltiplos relacionamentos. Ao longo da história, em lugares onde o regime
de
poligamia é vivido, os homens sustentam várias mulheres, mas a maior parte
das
sociedades não permite que as mulheres procedam da mesma forma. Geralmente
os
sociólogos admitem que esta discriminação tem fundamento econômico (os
homens
têm condições de sustentar as mulheres, mas as mulheres geralmente não têm
condições de sustentar os homens), porém o motivo também pode ser de origem
emocional: os homens gostam de ter várias mulheres, ao passo que as
mulheres não
gostam de ter vários homens. ;. , , ,,
Como sobreviver a um relacionamento extraconjugal
229
Quando um homem ganha a esposa de volta após ela haver experimentado um
relacionamento extraconjugal, ele tem pouco com que se preocupar. Minhas
experiências como psicólogo mostram que, quando uma esposa infiel volta
para o
marido e encontra nele a satisfação para todas as suas necessidades, o ex
amante
não representa mais uma tentação para ela.
No caso do marido infiel, o problema é mais sério. Vi maridos construir
relacionamentos novos e maravilhosos com suas esposas, mas retornar às
amantes
depois de cinco ou seis anos de algo que poderíamos chamar de "felicidade
conjugai". Se pergunto a alguns deles por que agiram desse modo, eles me
respondem que sentiam muito a falta das amantes e ainda as amavam. Ao mesmo
tempo eles afirmam amar muitíssimo suas esposas e não pensar em deixálas.
Acredito que um homem que age assim está falando a verdade. Ele está de tal
forma envolvido que precisa de toda a ajuda possível a fim de se manter
longe de
sua amante e permanecer fiel à sua esposa. Em geral recomendo que o homem
envolvido em um relacionamento extraconjugal se encontre comigo num período
de
três a seis meses por um tempo indefinido, apenas para conversarmos sobre o
assunto e vermos como vão as coisas, de modo que eu possa saber sobre o seu
sucesso em permanecer longe de sua examante. E preciso que ele se conforme
com
o fato de ficar sem ela por toda a vida. Com toda a certeza é preciso que
os
dois trabalhem em lugares diferentes e, se possível, vivam em cidades ou
estados
diferentes. E, mesmo com todas essas restrições, o desejo pela companhia da
examante
persistirá.
Seu casamento se tornará mais forte do que nunca
Quando vocês finalmente tiverem aprendido a suprir as necessidades
emocionais
mais importantes um do outro, verão que o seu amor e o seu casamento
estarão
mais fortes que nunca.
160
230
Ela Precisa, Ele Deseja
Quando alguém descobre que seu cônjuge está vivendo um relacionamento
extraconjugal, experimenta um dos mais duros golpes que alguém pode
suportar
para sua autoestima. Isso dá início a uma luta constante, que coloca os
dois
numa montanharussa emocional. Uma vez superada a pior parte, eles descobrem
que
amam um ao outro muito mais do que antes. De fato, muitos casais me dizem
que o
relacionamento de amor que eles construíram foi muito melhor do que se um
caso
nunca os tivesse sacudido em direção a essa ação construtiva. Estes
relacionamentos proporcionam o disparo traumático que finalmente leva o
casal a
pensar nas necessidades básicas um do outro. Quando você começar a suprir
essas
necessidades o seu casamento se transformará em algo que deveria ser desde
o
início.
Em quase todos os casos que tenho acompanhado, quando os casais cumprem
fielmente o programa sugerido, o relacionamento que passam a desenvolver é
sempre melhor do que antes. Algumas pessoas me dizem que não conseguem mais
amar
ou confiar no cônjuge depois que ele ou ela enveredou pelos caminhos de um
relacionamento extraconjugal. Sei que isso nem sempre é verdade. O processo
de
restauração de um relacionamento é longo e difícil, mas pode ser feito!
De incompatíveis a irresistíveis
\^? oncluindo, precisamos fazer um pequeno estudo sobre duas palavras
importantes: incompatívelz irresistível. Na definição destas palavras está
a
chave para compreender e aplicar este livro em seu casamento.
De acordo com o dicionário Novo Dicionário Básico Aurélio da Língua
Portuguesa,
a definição para incompatível é "inconciliável, incombinável", e a
definição
para irresistível é "a que não se pode resistir, sedutor, fascinante".
Quando o marido e sua mulher não conseguem conviver, poderíamos classificá
los
incompatíveis. Entretanto, em algum tempo, poderíamos ter chamado essas
mesmas
pessoas de mutuamente irresistíveis, porque foi por esse motivo que ambas
fizeram um voto de ficar juntas por toda a vida pelo casamento. Os casais
161
232
Ela Precisa, Ele Deseja
começam sendo irresistíveis, e só se tornam incompatíveis quando deixam de
satisfazer as necessidades um do outro. Quando alguém, fora do casamento,
oferecese para preencher esta falta, aí começa um relacionamento
extraconjugal,
um caso. Então o amante ou a amante tornase "irresistível".
Chamar o amante ou a amante de "irresistível" pode, entretanto, ser um
engano,
porque ele ou ela raramente é alguém "totalmente irresistível". Na maioria
dos
casos o amante satisfaz apenas algumas geralmente uma ou duas das
necessidades básicas do cônjuge infiel. O cônjuge traído ainda satisfaz as
outras três ou quatro. Como já mostrei anteriormente, quando um cônjuge
infiel é
apanhado envolvido na teia de um caso, sente forte necessidade de
permanecer com
as duas pessoas: a esposa ou esposo que ficou em casa e a amante ou o
amante. A
simples idéia de perder um dos dois parece insuportável.
Algumas pessoas a quem tive a oportunidade de orientar conseguiram tomar
uma
decisão entre as duas, ou os dois. Algumas escolheram o cônjuge; outras, o
amante ou a amante. Em ambos os casos, essas pessoas passaram da culpa e da
vergonha para o sofrimento e a dor. Elas se sentem deprimidas porque as suas
necessidades, antes satisfeitas por alguém a quem resolveram abandonar,
agora
não serão mais satisfeitas.
Por exemplo, quando um marido infiel decide voltar para a esposa, ele
muitas
vezes tem a sensação de que fez um grande sacrifício pela família. Na
maioria
dos casos, sente que foi forçado a abrir mão de um relacionamento sexual
gratificante talvez o primeiro de sua vida. Qualquer sentimento bom que
ele
possa deduzir pelo fato de "ter feito a coisa certa" ameniza pouco ou quase
nada
a sua dor, ou alivia o seu ressentimento pela perda do que ele recebia na
sua
experiência com o relacionamento extraconjugal.
Se este mesmo marido infiel escolher ficar com a amante, se sentirá
oprimido
pela culpa e vergonha por ter abandonado a
De incompatíveis a irresistíveis
233
esposa que o amou e dele cuidou de tantas formas. Se há filhos envolvidos,
a
culpa e a vergonha aumentam rapidamente. As entrevistas na televisão e os
artigos e livros sobre a psicologia popular propagam a mentira de que o
divórcio
não prejudica necessariamente os filhos. Em alguns casos excepcionais,
entre
dois males, o divórcio pode ser o menor por exemplo: quando, no
casamento,
existe um caso sério de alcoolismo, de abuso de crianças (ou da esposa), de
insanidade ou outros problemas sérios. Mas, na grande maioria dos casos que
tenho atendido, o divórcio é um desastre para os filhos. Racionalizando de
outro
modo, o divórcio não é apenas algo estúpido, é também cruel.
Na minha experiência o cônjuge preso num relacionamento extraconjugal passa
por
uma experiência relativamente saudável quando decide trabalhar a
incompatibilidade que existe em casa e reconstrói o seu casamento. Aqueles
que
tenho orientado, mas que resolveram romper o casamento sem fazer nenhum
esforço
para consertar o que estava errado, sofrem com uma culpa inconsolável e
perdem a
oportunidade de descobrir como ter um casamento bemsucedido. Muitos deles
me
procuram anos mais tarde por viver o mesmo problema surgido no seu
casamento com
seus examantes. No momento em que resolvem os problemas, descobrem que
poderiam
ter usado os mesmos princípios para salvar o primeiro casamento.
A cura para a incompatibilidade: assumir com seriedade o compromisso de
suprir
as necessidades emocionais mais importantes um do outro
A cura mais rápida da incompatibilidade e o caminho mais curto para nos
tornarmos irresistíveis é satisfazer as necessidades emocionais mais
importantes
um do outro. Os casais felizes já se conscientizaram deste princípio e
sabem
fazer do seu casamento uma prioridade em todo o tempo. Mas esses casais não
apenas
162
234
Ela Precisa, Ele Deseja
aplicam seus esforços, mas também os dirigem para as coisas cer
tas.
Vejo este princípio concretizarse em muitas situações diferentes. Posso
citar
uma vez em que dirigi um programa de encontros na área de Twin Cities. Era
um
tipo de programa idealizado para ajudar pessoas com os mesmos interesses e
objetivos a se encontrar. Logo depois de ter iniciado este serviço, comecei
a
notar um problema muito sério: aqueles que haviam feito suas inscrições
mais ou
menos 500 pessoas precisavam mais do que apenas uma oportunidade para
encontrar alguém. Estas pessoas, quase sem exceção, não tinham habilidade
para
suprir as necessidades dos outros. Mesmo assim, cada uma delas buscava
ansiosamente alguém que fosse altamente capacitado a satisfazer as suas
necessidades e que se preocupasse com elas. Também se queixavam de que, até
então, só haviam encontrado pessoas egoístas e insensíveis. Certamente, não
percebiam o seu próprio egoísmo e a sua própria insensibilidade.
Assim, reorganizei o programa de encontros. Em vez de ajudar os inscritos a
encontrar pessoas desejáveis, eu os ajudava a se tornar pessoas desejáveis
de
ser encontradas, desenvolvendo habilidades e outras qualidades que pudessem
tornálos atraentes ao sexo oposto.
Um bom número de inscritos assimilou o meu novo conceito e tomou as
atitudes
necessárias para se capacitar em suprir as necessidades de outras pessoas.
Para
esses homens e mulheres, o meu programa de encontros foi um sucesso
extraordinário. Aliás, eles descobriram que não precisavam mais de um
programa
de encontros para serem apresentados a outras pessoas. As habilidades
recémadquiridas
fizeram deles pessoas atraentes para o sexo oposto onde quer que
fossem. Muitos se casaram em um período de dois anos.
Acredito que a falha de nossa sociedade em capacitar pessoas para
satisfazer as
necessidades de outros principalmente as
De incompatíveis a irresistíveis
235
necessidades do parceiro, num relacionamento conjugai é a grande causa do
nosso alto índice de divórcio. O casamento não é uma simples instituição
social
que todos, algum dia, decidem concretizar, pelo fato de que ele ou ela
"apaixonouse e vai viver feliz para sempre". Enquanto falharmos em ver o
casamento como um relacionamento complexo, que exige um treinamento
especial e
habilidade para satisfazer as necessidades de alguém do sexo oposto,
continuaremos a presenciar um índice desanimador e devastador de divórcio.
As crianças devem ser orientadas, desde bem pequenas, a saber satisfazer as
necessidades e expectativas que a elas serão impostas quando casarem. Não
há
razão para vermos tantos casamentos que mal se mantêm ou se perdem em casos
extraconjugais.
A maior parte deste livro preocupase com o que as pessoas chamam
"casamentos
malsucedidos" aqueles que terminam em casos extraconjugais e divórcio.
Tentei
dar a minha opinião sobre como evitar estes problemas no casamento ou
sobreviver
a eles, mas, na verdade, você pode usar este meu conselho para transformar
um
casamento considerado regular ou bom em um relacionamento absolutamente
excepcional, no qual cada um dos parceiros acha o outro irresistível.
Felizmente, você não precisa apenas sonhar com o "tornarse irresistível",
esperando que isto aconteça quando ou se você encontrar o xampu, o
desodorante
ou o perfume certo. Vamos rever rapidamente o que é necessário para que
alguém
se torne um homem ou uma mulher irresistível.
O homem irresistível
Qualquer marido pode tornarse irresistível para sua mulher, suprindo as
suas
cinco necessidades emocionais mais importantes.
1. Afeto. O marido diz à mulher que a ama através de palavras, cartões,
flores,
presentes e gentilezas comuns. Ele a abraça
163
236
Ela Precisa, Ele Deseja
e a beija muitas vezes todos os dias, proporcionando um ambiente de afeto
que,
de forma clara e repetida, expressa o seu amor por ela.
2. Diálogo. Ele reserva um tempo diário para conversar com
ela. A conversa pode ser sobre fatos de suas vidas, sobre seus filhos, seus
sentimentos ou planos. Seja qual for o assunto, ela terá prazer na conversa
porque esse momento nunca deve ser usado para criticar ou condenar, mas
sempre
para informar e construir. Ela conversa com o marido tanto quanto desejar e
responde com interesse. Ele nunca deve estar ocupado demais "só para
conversar".
3. Honestidade e franqueza. O marido conta para a mulher
tudo a seu respeito, não omitindo nada que possa surpreendêla mais tarde.
Ele
descreve para ela seus sentimentos positivos e negativos, fatos do seu
passado,
sua agenda diária e seus planos para o futuro. Ele nunca a deixa com uma
falsa
impressão e é sempre sincero com relação aos seus pensamentos, sentimentos,
intenções e comportamento.
4. Estabilidade financeira. Ele assume a responsabilidade pela
casa no que se refere à alimentação e ao vestuário da família. Se sua renda
não
é suficiente para proporcionar o suporte essencial, ele resolve o problema
buscando melhor capacitação para melhorar seu salário. Ele não mantém uma
jornada de trabalho muito longa para não ficar tanto tempo longe de sua
esposa e
filhos, mas é capaz de providenciar o sustento necessário, trabalhando uma
média
de quarenta a quarenta e cinco horas semanais. Apesar de incentivar a
esposa a
ter uma profissão, ele não depende do salário dela para as despesas da
família.
5. Compromisso com a família. Ele se compromete a dedicar
tempo e energia suficientes para participar do desenvolvi? •" • mento
educacional e moral de seus filhos. Conta histórias
De incompatíveis a irresistíveis
237
para os filhos, envolvese em atividades esportivas e os leva freqüentemente
para passear. Lê livros e participa com sua esposa de palestras sobre o
desenvolvimento infantil, de modo que ambos venham a desempenhar bem o
papel da
orientação de seus filhos. Os dois discutem os métodos e objetivos da
educação
até chegar a um acordo. Ele não usa nenhuma forma de disciplina sem a
aprovação
da mulher, e entende que o seu cuidado com as crianças é decisivamente
importante para ela.
Quando uma mulher encontra um marido que demonstra todas as cinco
qualidades,
ela vai achálo irresistível. Mas cuidado: se ele apenas exibir quatro
dessas
qualidades, ela ainda experimentará um vazio que persistente e
incessantemente
clamará por preenchimento. Quando o assunto é suprir as cinco necessidades
básicas, quatro não são suficientes. Cada marido deve tentar satisfazer as
cinco
necessidades especiais da sua esposa. ••:
A mulher irresistível K ; > :
Uma mulher pode tornarse irresistível para o marido, satisfazendo as suas
cinco
necessidades emocionais básicas mais importantes.
1. Realização sexual. A esposa satisfaz esta necessidade quando ; se torna
uma parceira sexual extraordinária. Ela estuda suas
próprias reações sexuais, a fim de conhecer e entender o que melhor se
apresenta
nela e, em seguida, compartilha com o marido essa informação. Juntos, eles
passam a ter um relacionamento sexual em que ambos encontram repetidos
momentos
de prazer e realização.
2. Companheirismo. Ela se interessa pelas atividades de lazer que ele
aprecia e
tenta ser eficiente nessas atividades. Se ela conclui que não consegue
sentir
prazer nessas atividades, pede ao marido que considere outras atividades em
que
164
238
Ela Precisa, Ele Deseja
eles possam participar juntos com satisfação. Ela se torna a sua companhia
favorita nas atividades de lazer e ele a associa a seus mais prazerosos
momentos
de relaxamento.
3. Atração física. Ela procura manterse em forma com dietas e
exercícios, cuida do cabelo, da maquiagem e se veste de um modo que o
marido
possa achar atraente e de bom gosto. Ele sente atração por ela nos momentos
de
privacidade, e orgulho da esposa quando estão em público.
4. Apoio doméstico. Ela proporciona em sua casa um ambiente
que representa um refúgio para o marido diante dos mo{ mentos estressantes
da vida diária. Ela administra as responsabilidades da casa de um modo que
o
incentiva a passar mais tempo no lar junto com a família.
5. Admiração. Ela compreende e aprecia o marido mais do
que qualquer pessoa. Sempre conversa com ele sobre o seu valor e suas
realizações, e o ajuda a manter a autoconfiança. Evita criticálo e se
orgulha
dele, não por submissão, mas por um profundo respeito pelo homem que
escolheu
como seu marido.
Quando um homem encontra uma mulher que demonstra todas as cinco
qualidades, ele
a achará irresistível. Mas, novamente, cuidado: se uma mulher supre apenas
quatro das cinco necessidades básicas de seu marido, ele experimentará um
vazio
que poderá gerar problemas. Como deve acontecer com o homem, a mulher
precisa
tentar satisfazer as cinco necessidades básicas de seu marido. Sentirse
realizada ao suprir apenas três ou quatro dessas necessidades não fará de
você
uma mulher totalmente irresistível.
Descubra quais são as necessidades emocionais mais importantes para você e
para
o seu cônjuge
Ao chegar à conclusão deste livro, talvez você ainda não tenha certeza se as
necessidades de um casal aqui mencionadas são as
De incompatíveis a irresistíveis
239
suas necessidades básicas ou as necessidades básicas do seu cônjuge.
Honestamente eu não poderia afirmar com toda a certeza se elas se aplicam a
você, apesar de têlas visto aplicadas à maioria dos casais que atendi em
meu
consultório. Foi para incentivar você a descobrir por si que incluí um
apêndice
com o Questionário de Necessidades Emocionais, que ajudará a determinar as
necessidades mais decisivas para a sua felicidade conjugai. Neste
questionário,
incluo as dez necessidades emocionais mais importantes em duas partes: (1)
a
extensão de sua necessidade e como você se sente quando esta necessidade
não é
suprida; e (2) a avaliação da efetividade do seu cônjuge em suprir esta
necessidade.
No final do questionário, você tem a oportunidade de classificar todas as
dez
necessidades por ordem de importância, do seu ponto de vista. Esta
avaliação
final ajudará o seu cônjuge a colocar as suas necessidades emocionais em
perspectiva. Se a sua classificação for honesta, ele saberá em que aspecto
precisa empenharse mais a fim de realizar o que você deseja.
Evite a tentação de colocar apenas as necessidades não supridas no topo da
lista. Algumas de suas maiores necessidades já podem ter sido satisfeitas.
Não
use a lista apenas para chamar a atenção de seu cônjuge, mas para descrever
suas
necessidades de forma precisa.
Ao longo deste livro afirmei que, mesmo que os homens e as mulheres
compartilhem
da maior parte das dez necessidades básicas, a ordem das prioridades de
cada um
é, em geral, o oposto da ordem do outro. As cinco primeiras necessidades do
homem são as cinco últimas para a mulher e viceversa. Quando você indica
claramente ao seu cônjuge a prioridade de suas necessidades, ele pode
investir
energia e atenção naquilo que mais lhe faz bem.
165
Poucas experiências se comparam a sentirse apaixonado. Mas muitos casais
falham
em entender que o amor precisa de cultivo e
166
240
Ela Precisa, Ele Deseja
cuidado constante. Tentei dar a vocês algumas orientações que ajudam a
proporcionar este cuidado e a construir um relacionamento que pode ser cada
vez
melhor no casamento. Desenvolver novas habilidades requer muito trabalho e
disposição, mas, após ter conseguido isto, com certeza, vocês terão
aprendido
uma das mais valiosas lições de vida.
Tanto você quanto o seu cônjuge devem preencher suas cópias do
questionário, o
que ajudará ambos a transmitir suas necessidades e o que tem sido feito
para
satisfazêlas. Com a crescente compreensão obtida através dessa
comunicação,
espero que vocês possam construir um longo e bemsucedido relacionamento
conjugai. : .. .:;..•• ••:•• • ;.;•: ..•.. .: .. •;, ..•.:.,.•.„•
.„• ;,
,., ]:. •
As Necessidades
Emocionais Mais
Importantes
Antes de completar o Questionário de Necessidades Emocionais no Apêndice B,
examine as dez necessidades emocionais mais importantes a seguir.
Afeto
De forma simples, afeto é a expressão do amor. O afeto simboliza segurança,
proteção, conforto e aprovação ingredientes muito importantes em qualquer
relacionamento. Quando um cônjuge é afetuoso para com o outro, as seguintes
mensagens são emitidas:
1. Você é importante pra mim; cuidarei e protegerei você.
2. Estou preocupado(a) com seus problemas e estarei aqui quando você
precisar.
Um abraço pode dizer tudo isso. Quando abraçamos nossos amigos e familiares
estamos demonstrando nosso cuidado por eles. E há outras maneiras de
mostrar
nosso afeto um cartão, um bilhete dizendo: "Eu te amo", um buquê de
flores,
mãos dadas, caminhadas após o jantar, toques, telefonemas e conversas com
expressões amáveis tudo isso comunica afeto.
Afeto é, para muitos, o cimento essencial de um relacionamento. Sem ele,
muitas
pessoas sentemse totalmente alheias. Com afeto os cônjuges
167
242
Ela Precisa, Ele Deseja
ficam emocionalmente ligados. Se você se sente muito bem quando seu cônjuge
é
afetuoso(a), você tem necessidade de afeto.
Realização Sexual
Freqüentemente confundimos sexo e afeto. Afeto é um ato de amor que não é
sexual
e pode ser recebido de amigos, familiares, filhos e até de animais.
Contudo,
atos que possam mostrar afeto, tais como abraçar e beijar, quando
relacionados
ao sexo, são sexo em si, não afeto.
A maioria das pessoas sabe se tem ou não necessidade de sexo, mas caso haja
dúvida, mostrarei alguns dos sintomas mais óbvios.
A necessidade sexual geralmente precede seu atual relacionamento e é algo
independente de seu relacionamento. Enquanto você pode ter descoberto um
profundo desejo de fazer amor com seu cônjuge desde que você se apaixonou,
não é
bem assim sua necessidade sexual. Querer fazer amor quando você está
apaixonado
é às vezes meramente o reflexo de querer estar emocionalmente e fisicamente
perto do outro.
Fantasias sexuais são geralmente uma revelação involuntária de uma
necessidade
sexual. As fantasias são, em geral, bons indicadores de necessidades
emocionais
suas fantasias mais comuns geralmente refletem suas necessidades mais
importantes. Se você imaginou como seria ter sua necessidade sexual
atendida das
mais satisfatórias maneiras, você provavelmente tem uma necessidade sexual.
Quanto mais fantasias, maior sua necessidade. E a forma como sua
necessidade
sexual é atendida em sua fantasia é geralmente um bom indicador de sua
predisposição e orientação sexual.
Quando vocês se casaram ambos prometeram ser fiéis por toda a vida. Isso
significa que vocês acordaram em ser o único parceiro sexual um do outro
"até
que a morte os separe". Vocês fizeram esse compromisso porque confiavam um
no
outro quanto à satisfação de suas necessidades sexuais e quanto a estar
sexualmente disponível. A necessidade de sexo é, então, uma necessidade
muito
exclusiva e, se você a tem, você será muito dependente de seu cônjuge para
que a
tenha satisfeita. Você não tem outra escolha ética.
Diálogo
Ao contrário do sexo, diálogo não é uma necessidade que possa ser
encontrada
exclusivamente no casamento. Nossa necessidade por diálogo pode ser
eticamente
atendida por quase todo mundo. Mas se esta for uma de suas necessidades
emocionais mais importantes, qualquer outra pessoa que a satisfaça melhor
depositará tantas unidades de amor que você pode apaixonarse por ela.
Assim, se
essa é sua necessidade, certifiquese de que seu cônjuge é quem a satisfaz
melhor e com mais freqüência.
Apêndice A
243
Homens e mulheres não têm muita dificuldade em conversar um com o outro
durante
o namoro. Tratase de um período para que ambos colham informações. Ambos
estão
altamente motivados a descobrir aquilo de que o outro gosta ou não gosta,
experiências pessoais, interesses e planos para o futuro.
Mas após o casamento muitas mulheres descobrem que o homem que passava
horas com
elas ao telefone agora parece ter perdido o interesse em conversar com ela e
passa seu tempo livre assistindo televisão ou lendo. Se sua necessidade por
diálogo foi satisfeita durante o namoro, você espera que isso também
aconteça no
casamento.
Se você vê o diálogo como uma necessidade prática, sobretudo como um meio
para
um fim, você provavelmente não tem muita necessidade dele. Mas se você tem
necessidade de falar com alguém, se você pega o telefone só porque está com
vontade de falar, se você aprecia o diálogo por si só, considereo como uma
de
suas necessidades mais importantes.
Companhia no Entretenimento
168
A necessidade de companhia no lazer combina duas necessidades em uma: a
necessidade de participar de atividades recreativas e a necessidade de ter
uma
companhia.
Durante seu namoro você e seu cônjuge eram provavelmente suas companhias
preferidas. Não é incomum que mulheres acompanhem os homens em atividades
que
nunca escolheriam sozinhas, como caça, pesca, jogos de futebol, dentre
outras.
Elas simplesmente querem passar tanto tempo quanto possível com o homem de
quem
gostam e isso significa ir aonde ele vai.
O mesmo é verdade para os homens. Shopping Centers não são estranhos para
homens
apaixonados. Eles também levam suas namoradas para jantar, ver filmes
românticos
e assistir a concertos e peças teatrais. Eles aproveitam cada oportunidade
para
estar com alguém de quem gostam e tentam aproveitar a atividade para
garantir
mais encontros no futuro.
Não negarei que o casamento muda o relacionamento consideravelmente. Mas
ele tem
de acabar com as atividades que ajudaram a tornar o relacionamento tão
compatível? Não pode a esposa ser a companhia favorita do marido em sua
recreação e viceversa?
Se atividades de lazer são importantes pra você e você gosta de ter alguém
com
você para que elas sejam satisfatórias, inclua essa necessidade em sua
lista.
Pense nisso em termos de Banco do Amor. Quanto você aprecia essas
atividades e
quantas unidades de amor seu cônjuge estaria depositando quando vocês as
compartilham? Que desperdício seria se outra pessoa ganhasse o crédito de
todas
essas unidades de amor! E se for alguém do sexo oposto, seria muito
perigoso.
169
244
Ela Precisa, Ele Deseja
Quem deveria ter o crédito destas unidades de amor? Aquele a quem você
deveria
amar mais, seu cônjuge. É exatamente por isso que encorajo marido e mulher
a
serem as companhias favoritas um do outro no lazer. Esta é uma das maneiras
mais
simples de depositar unidades de amor.
Honestidade e Franqueza
A maioria de nós quer um relacionamento honesto com nosso cônjuge. Mas
alguns de
nós têm a necessidade de um relacionamento assim porque honestidade e
franqueza
nos dão uma sensação de segurança.
Para sentir segurança, queremos de nosso cônjuge informação precisa sobre
seus
pensamentos, sentimentos, hábitos, preferências, história pessoal,
atividades
diárias e planos para o futuro. Se um cônjuge não se comunica de forma
honesta e
aberta, a confiança pode ser indeterminada e os sentimentos de segurança
podem
ser eventualmente destruídos. Não podemos confiar nos sinais que estão
sendo
enviados e não temos alicerce para construir um relacionamento sólido. Em
vez de
ajustarmonos uns aos outros, sentimonos desequilibrados; em vez de
crescermos
juntos, crescemos separadamente.
Considerações práticas à parte, alguns de nós sentemse felizes e
realizados
quando nosso cônjuge nos revela seus pensamentos mais secretos. E sentimo
nos
muito frustrados quando eles são escondidos. Esta reação é uma evidência de
uma
necessidade emocional que pode e deve ser atendida no casamento.
Um Cônjuge Atraente
Para muitos, a aparência pode tornarse uma das maiores fontes de unidades
de
amor. Se você tem esta necessidade, uma pessoa atraente não apenas chamará
sua
atenção, mas poderá distrair você do que quer que você esteja fazendo. Na
verdade isto é o que pode ter atraído você ao seu cônjuge a aparência
física.
Alguns consideram esta necessidade como temporária e importante apenas no
começo
de um relacionamento. Depois que um casal se conhece melhor alguns sentem
que a
atração física deve passar a segundo plano para dar lugar a necessidades
mais
profundas e íntimas.
Mas esta não tem sido minha experiência, nem a de muitas pessoas que tenho
aconselhado, particularmente homens. Para muitos, a necessidade de um
cônjuge
atraente continua ao longo do casamento e a aparência atraente do cônjuge
deposita unidades de amor.
Entre os vários aspectos da atração física, o peso geralmente ganha mais
atenção. Contudo a escolha das roupas, corte de cabelo, maquiagem e a
higiene
pessoal também contribuem para tornar a pessoa atraente. Isso pode ser
muito
subjetivo e você julga o que é atraente pra você.
Apêndice A
245
Se a atração de seu cônjuge faz com que você se sinta bem e a perda desta
atração deixa você frustrado(a), você deve incluir esta categoria na lista
de
necessidades emocionais importantes pra você.
Apoio Financeiro
As pessoas freqüentemente se casam pela segurança financeira que seus
cônjuges
oferecem. Em outras palavras, parte do motivo pelo qual eles se casam é
dinheiro. O apoio financeiro é uma de suas necessidades emocionais mais
importantes?
Deve ser difícil pra você saber o quanto você precisa de apoio financeiro,
especialmente se seu cônjuge sempre teve bom salário. Mas e se, antes do
casamento, seu cônjuge tivesse pedido a você que não esperasse nenhuma
contribuição financeira dele ou dela? Isso teria afetado sua decisão de
casarse?
E se seu cônjuge não conseguisse achar trabalho e você tivesse de
sustentálo
financeiramente por toda a vida? Isso produziria retiradas no Banco do
Amor?
Pode ser que você tenha necessidade de apoio financeiro se você espera que
seu
cônjuge ganhe o sustento. Mas você definitivamente tem essa necessidade se
não
170
espera que seja você a pessoa a prover o sustento, pelo menos durante parte
do
casamento.
O que é o apoio financeiro? Ganhar o suficiente para comprar tudo que vocês
possivelmente desejem ou ganhar o suficiente para viver? Casais diferentes
dão
respostas diferentes a essa pergunta, e os mesmos casais podem responder de
forma distinta em diferentes estágios da vida. Mas, como muitas destas
necessidades emocionais, o apoio financeiro é às vezes difícil de ser
discutido.
Como resultado, muitos casais têm escondido suas expectativas, suposições e
ressentimentos. Tente entender o que você espera de seu cônjuge
financeiramente
para que se sinta realizado(a). E o que o faria sentirse frustrado? Sua
análise
o ajudará a determinar se você tem a necessidade de apoio financeiro.
Apoio Doméstico
A necessidade de apoio doméstico é uma bombarelógio. No começo, parece
irrelevante um retorno aos tempos primitivos. Mas, para muitos casais, essa
necessidade explode depois de alguns anos de casamento, surpreendendo ambos
os
cônjuges.
O apoio no lar inclui cozinhar, lavar as louças, lavar e passar roupas,
limpar a
casa e cuidar das crianças. Se você se sente muito realizado quando seu
cônjuge
faz estas coisas e muito chateado quando tais tarefas não são feitas, você
tem
necessidade de apoio doméstico.
Nas gerações passadas, supunhase que todos os maridos tinham essa
necessidade e
todas as esposas naturalmente à satisfariam. Os tempos
171
246
Ela Precisa, Ele Deseja
mudaram e as necessidades também. Agora, muitos homens que aconselho
prefeririam
que suas mulheres atendessem suas necessidades de afeto ou diálogo,
necessidades
que têm sido mais tradicionalmente características das mulheres. E muitas
mulheres, especialmente mulheres que trabalham fora, sentem muita alegria
quando
seus maridos criam um ambiente bem administrado e de paz no lar.
O casamento geralmente começa com a disposição de ambos os cônjuges para
compartilhar as atividades domésticas. Recémcasados comumente lavam pratos
juntos, arrumam a cama juntos e dividem muitas atividades domésticas. O
homem
aprecia a ajuda de sua esposa em tarefas que ele tinha que fazer quando
solteiro. Nessa fase do casamento, nenhum deles apontaria o apoio doméstico
como
uma necessidade emocional importante. Mas a bomba está tiquetaqueando.
Quando a necessidade de apoio doméstico explode? Quando chegam os filhos!
Crianças criam grandes necessidades tanto financeiras quanto de mais
responsabilidades domésticas. A antiga divisão do trabalho tornase
obsoleta.
Ambos os cônjuges precisam assumir novas responsabilidades e quais delas
eles
assumirão?
Na primeira fase do seu casamento você pode não ter necessidade de apoio
doméstico. Mas isso pode mudar quando os filhos chegarem. Na verdade, logo
que
estiverem esperando o primeiro filho, vocês se verão mudando suas
prioridades
drasticamente.
Compromisso Familiar
Além de uma maior necessidade financeira e de responsabilidades domésticas,
a
chegada dos filhos cria em muitas pessoas a necessidade de compromisso
familiar.
Mais uma vez, se você ainda não tem filhos, você pode não sentir essa
necessidade, mas quando o primeiro filho chegar, uma mudança que você não
previa
poderá acontecer.
Compromisso familiar não é somente cuidado com os filhos comida,
vestuário ou
olhálos para que estejam em segurança. O cuidado com os filhos faz parte
do
apoio doméstico. Compromisso familiar, por outro lado, é a responsabilidade
pelo
desenvolvimento dos filhos, o ensino dos valores da cooperação e cuidado
mútuo.
É gastar tempo qualificado com seus filhos para ajudálos a desenvolverse
como
adultos bemsucedidos.
O desejo de que seu cônjuge se envolva no desenvolvimento educacional e
moral de
seus filhos é uma evidência desta necessidade. Quando ele ou ela está
ajudando a
cuidar dos filhos, você se sente muito realizado, e quando ele ou ela
negligencia o desenvolvimento dos filhos, você se sente frustrado.
Todos queremos que nossos filhos sejam bemsucedidos, mas se você tem
necessidade de compromisso familiar, a participação de seu cônjuge
Apêndice A
247
em atividades familiares depositará grande quantidade de unidades de amor.
E a
negligência de seu cônjuge com relação aos filhos notavelmente fará
retiradas.
Admiração
Se você tem a necessidade de admiração, você pode ter se apaixonado por seu
cônjuge em parte por causa dos elogios dirigidos a você. Algumas pessoas
simplesmente adoram ouvir que são admiradas. Seu cônjuge também pode ter
sido
cuidadoso em não criticar você. Se você tem necessidade de admiração, a
crítica
o magoaria muito.
Muitos de nós têm um profundo desejo de ser respeitado, valorizado e
admirado
por nosso cônjuge. Precisamos ser elogiados clara e freqüentemente. Não há
nada
de errado com isso. Até Deus quer que o louvemos!
A admiração é uma das necessidades mais fáceis de se atender. Um simples
elogio
e seu cônjuge já ganhou o dia. Por outro lado, é fácil ser crítico. Uma
palavra
trivial de censura pode inquietar muito o outro, arruinando seu dia e
retirando
um alarmante número de unidades de amor.
172
Seu cônjuge pode ter o poder de construir ou destruir sua conta no Banco de
Amor
com apenas algumas palavras. Se você pode ser afetado com essa facilidade,
certifiquese em acrescentar admiração à sua lista de necessidades
emocionais
importantes pra você.
173
Questionário de
necessidades
emocionais
© 1986 Willard F. Harley Jr.
Nome:
Data:
Este questionário tem por objetivo ajudar você a especificar as suas
necessidades emocionais mais importantes e avaliar a efetividade de seu
cônjuge
em satisfazêlas. Responda a todas as perguntas da forma mais honesta
possível.
Não tente minimizar nenhuma necessidade que, para você, não tem sido
satisfeita.
Se as suas respostas exigirem mais espaço, use outra folha de papel e anexe
ao
questionário.
Seu cônjuge também deve preencher um questionário a fim de que você possa
descobrir as necessidades dele e avaliar a sua efetividade em suprilas.
Quando você tiver completado todo o questionário releia as respostas para
certificarse de que elas refletem precisamente os seus sentimentos. Não
apague
as respostas originais. Apenas faça um risco leve sobre elas, para que seu
cônjuge possa ver a correção e discutir o assunto com você.
No final deste questionário você deve identificar e classificar cinco das
dez
necessidades por ordem de importância. As necessidades emocionais
174
250
Ela Precisa, Ele Deseja
mais importantes são as que lhe trazem mais prazer quando supridas, e
frustração
quando não satisfeitas. Resista à tentação de classificar como mais
importantes
apenas aquelas que seu cônjuge não tem suprido atualmente. Considere e
inclua
iodos as suas necessidades emocionais como as mais importantes.
Você tem a permissão do editor da obra original para copiar este
questionário a
fim de usálo em seu próprio casamento. Recomendo uma ampliação para que
você
tenha mais espaço para as suas respostas.
l. Afeto. Demonstrar amor através de palavras, cartões, presentes, abraços,
beijos e gentilezas; proporcionar um ambiente que expresse amor de forma
clara e
contínua.
A. Necessidade de afeto: Indique o quanto você precisa de afeto, fazendo um
círculo no número apropriado.
O
l
2
_I_
4
_1_
Não tenho necessidade de afeto
Tenho alguma necessidade de afeto
Tenho muita necessidade de afeto
Se ou quando o seu cônjuge não se mostra afetuoso, como você se sente
(circule a
letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Feliz por não receber afeto
Se ou quando seu cônjuge se mostra afetuoso,"como você se sente (circule a
letra
apropriada)? '•
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz ' ;;
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por receber afeto
B. Avaliação da afetividade do cônjuge: Indique o seu grau de satisfação
com
relação à afetividade de seu cônjuge com você, fazendo um círculo no número
apropriado.
3 2
i i
l
^^1^^
0 l
1 i
2 3
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Apêndice B
251
Meu cônjuge me dá todo o afeto de que preciso. () Sim ( )Não
Se a sua resposta foi não, com que freqüência você gostaria que ele fosse
afetuoso com você?
(escreva o número) vezes por dia / semana / mês (faça um
círculo em volta de um destes)
Gosto da forma como meu cônjuge demonstra afeto.
() Sim ,,
175
( ) Não
Se a sua resposta foi não, explique de que forma sua necessidade de afeto
poderia ser suprida em seu casamento.
2. Realização sexual. Um relacionamento sexual que traz uma resposta sexual
previsivelmente prazerosa para os dois cônjuges e com uma freqüência
igualmente
satisfatória para os dois.
A. Necessidade de realização sexual: Indique o grau de sua necessidade de
realização sexual, circulando o número apropriado.
O l
L^BBBHBaLnM
2
l
3
l
4
_•_ l
5 6
l l
Não tenho necessidade de realização sexual
Tenho alguma necessidade de realização sexual
Tenho muita
necessidade de
realização sexual
Se ou quando o seu cônjuge não se dispõe ater relações sexuais com você,
como
você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz ; i' J\
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Feliz por não ter relações sexuais
Se ou quando seu cônjuge tem relações sexuais com você, como você se sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ter relações sexuais
176
252
Ela Precisa, Ele Deseja
B. Avaliação da relação sexual com seu cônjuge: Indique o grau de sua
satisfação
com as relações sexuais que você tem com o seu cônjuge, circulando o número
apropriado.
3 2
l l
l O l
l l : l^^
2 3
mmmmmàmmanmmmm,,,,,!
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Meu cônjuge mantém relações sexuais comigo com a freqüência de que
necessito. (
)Sim ( )Não
Se a sua resposta foi não, com que freqüência você gostaria de ter relações
sexuais com seu cônjuge?
(escreva o número) vezes por dia / semana / mês (faça
um círculo em volta de um destes).
Gosto da forma como meu cônjuge tem relações sexuais comigo. ( ) Sim ( )Não
Se a sua resposta foi não, explique de que forma a sua necessidade de
realização
sexual poderia ser suprida em seu casamento.
Diálogo. Conversar sobre os acontecimentos do dia, sobre sentimentos e
planos;
evitar aborrecimentos, julgamentos ou a insistência em erros do passado;
demonstrar interesse por seus assuntos prediletos para conversa; diálogos
equilibrados; usar a conversa como forma de investigação, informação e
compreensão, e darlhe atenção exclusiva.
A. Necessidade de diálogo: Indique o quanto você precisa de diálogo,
circulando
o número apropriado.
Não tenho necessidade de conversar
Tenho alguma necessidade de conversar
Tenho muita necessidade de conversar
Apêndice B
253
Se ou quando o seu cônjuge não se mostra interessado em conversar com você,
como
você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz >".''•,,
d) Feliz por não conversar
Se ou quando o seu cônjuge conversa com você, como você se sente (circule a
letra apropriada)?
a) Muito feliz ,
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por conversar
B. Avaliação do diálogo com o cônjuge: Indique o grau de sua satisfação no
que
se refere ao diálogo com seu cônjuge com você circulando o número
apropriado.
3 2
L l
\ O l
l j^JLJJUMm....3....3Jc_..
2 3
mmmamJmmmmmmmmJi
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
177
Extremamente satisfeito
Meu cônjuge conversa comigo com a freqüência de que necessito. () Sim ( )
Não
Se sua resposta foi "não", com que freqüência você gostaria que seu cônjuge
conversasse com você?
(escreva o número) vezes por dia / semana / mês (faça um
círculo em volta de um destes).
(escreva o número) horas por dia / semana / mês (faça um
círculo em volta de um destes).
Gosto da forma como meu cônjuge conversa comigo.
() Sim
( ) Não
Se sua resposta foi não, explique de que forma esta sua necessidade de
conversar
poderia ser suprida em seu casamento.
4. Companheirismo. Desenvolver interesse por suas atividades recreativas
preferidas, procurando ser eficiente nelas e participar com você
178
254
Ela Precisa, Ele Deseja
dessas atividades. Se, depois de tentar identificarse com determinadas
atividades, o seu cônjuge ainda não sentir prazer nelas, pensem juntos em
novas
atividades que possam ser agradáveis para ambos.
A. Necessidade de companheirismo: Indique o grau de sua necessidade de
companheirismo, circulando o número apropriado.
01 23456
i l l L____J L_____J
Não tenho necessidade de companheirismo
Tenho alguma necessidade de companheirismo
Tenho muita necessidade de companheirismo
Se ou quando o seu cônjuge não se dispõe a participar de atividades de
lazer com
você, como você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por não incluir meu cônjuge
Se ou quando seu cônjuge participa de atividades de lazer com você, como
você se
sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por incluir meu cônjuge
B. Avaliação do companheirismo do cônjuge: Indique o grau de sua satisfação
no
que diz respeito à companhia do seu cônjuge em atividades de lazer,
circulando o
numero apropriado.
3 2
i i
l O l
i i. i
2 3
l i
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Meu cônjuge participa de atividades de lazer comigo com a freqüência de que
necessito.
() Sim ( ) Não
Apêndice B
255
Se sua resposta foi não, com que freqüência você gostaria que seu cônjuge
participasse com você de atividades de lazer?
(escreva o número) vezes por dia /semana / mês (faça um
círculo em volta de um destes).
(escreva o número) horas por dia/ semana/ mês (faça um
círculo em volta de um destes).
Gosto da forma como meu cônjuge participa comigo em atividades
de lazer.
() Sim
( ) Não
Se sua resposta foi não, explique de que forma a sua necessidade de
companheirismo poderia ser suprida em seu casamento.
5. Honestidade e franqueza. Revelar sentimentos positivos e negativos,
fatos do
passado, acontecimentos do diaadia, agenda e planos para o futuro; não
deixar
você com uma idéia falsa; responder às suas perguntas com fidelidade.
179
A. Necessidade de honestidade e franqueza: Indique o grau de sua
necessidade por
honestidade e franqueza, circulando o número apropriado.
0123 456
Não tenho necessidade Tenho alguma necessidade Tenho muita necessidade
de honestidade de honestidade e franqueza de honestidade
e franqueza e franqueza
Se ou quando o seu cônjuge não é franco e honesto com voeê» como você se
sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Feliz porque meu cônjuge não é franco nem honesto
Se ou quando seu cônjuge é franco e honesto com você, como você se sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz porque meu cônjuge é franco e honesto
180
256
Ela Precisa, Ele Deseja
B. Avaliação da franqueza e da honestidade de seu cônjuge: Indique o grau
da sua
satisfação quanto à franqueza e à honestidade de seu cônjuge, circulando o
número apropriado.
3 2
U=^a=n^iÜL
l O l
l l l
2 3
mmmamLmmmmmmm,,mm,,\
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Em quais das áreas de franqueza e honestidade a seguir você gostaria de ver
progressos em seu cônjuge (faça um círculo em volta das letras que se
aplicam a
você).
a) Compartilhar reações emocionais positivas e negativas nos aspectos
importantes da vida
b) Compartilhar informações sobre a sua história pessoal
c) Compartilhar informações sobre suas atividades diárias
d) Compartilhar informações sobre seus futuros compromissos e planos
Se você marcou alguma das opções acima, explique de que forma a sua
necessidade
de honestidade e franqueza poderia ser suprida em seu casamento.
6. Atração física do cônjuge. Manterse em forma através de uma boa dieta e
de
exercícios; cuidar dos cabelos; maquiarse (se mulher); vestirse de forma a
se
apresentar sempre atraente e desejável.
A. Necessidade de um cônjuge atraente: Indique o grau de sua necessidade
por um
cônjuge atraente, circulando o número apropriado.
0 l
1 i
2
^i
3
••••••••iiifrrr iiiiiiiinTTrT^T"?"
Não tenho necessidade de um cônjuge atraente
Tenho alguma necessidade de um cônjuge atraente
Tenho muita necessidade de um cônjuge atraente
Se ou quando seu cônjuge não se esforça por buscar uma melhor aparência
física,
como você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
Apêndice B
257
a) Nem feliz, nem infeliz
b) Muito feliz por ele não se esforçar
Se ou quando seu cônjuge se esforça por buscar uma melhor aparência física,
como
você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ele se esforçar
B. Avaliação da atração física do cônjuge: Indique o grau de sua satisfação
no
que diz respeito à atração física de seu cônjuge, circulando o número
apropriado.
3 2
LmmmmmmmmmLmsmmm
181
l O l
vmmmmLmmmmmmmmssmLmmmmmmmmmmíLmmmm
2 3
_U__J
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
tmmmmmmimmmrmmmm
Extremamente satisfeito
Em quais das características de atração física a seguir você gostaria de
ver
progresso em seu cônjuge (faça um círculo em volta das letras que se
aplicam a
você)?
a) Boa forma física e peso normal
b) Escolha de roupas atraentes .,, .
c) Penteado atraente
d) Higiene corporal
e) Outros:
Se você marcou alguma das opções anteriores, explique de que forma a sua
necessidade de ter um cônjuge atraente poderia ser suprida em seu
casamento.
7. Estabilidade financeira. Provisão dos recursos financeiros para moradia,
alimento e vestuário da família dentro de um padrão aceitável para você,
mas
evitando ausências por motivo de viagem e as longas horas de trabalho que
possam
prejudicar o relacionamento.
A. Necessidade de estabilidade financeira: Indique o grau de sua
necessidade de
estabilidade financeira circulando o número apropriado.
182
258
Ela Precisa, Ele Deseja
Não tenho necessidade de estabilidade financeira
Tenho alguma necessidade de estabilidade financeira
Tenho muita necessidade de estabilidade financeira
Se ou quando seu cônjuge não se dispõe a lhe dar estabilidade financeira,
como
você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por não ter estabilidade financeira
Se ou quando seu cônjuge lhe dá estabilidade financeira, como você se sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ter estabilidade financeira
B. Avaliação da estabilidade financeira que o cônjuge lhe dá:
Indique o grau de sua satisfação quanto à estabilidade financeira que seu
cônjuge lhe dá, circulando o número apropriado.
3 2
ImmmmmmimímsmLtmmmmis
l O
^^1^^^^^^^^^
l
mmmLm
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Quanto você gostaria que seu cônjuge ganhasse, a fim de lhe dar a
estabilidade
financeira necessária?
Quantas horas por semana você gostaria que seu cônjuge trabalhas
ser
Se seu cônjuge não ganha tanto quanto você gostaria, não trabalha o tempo
que
você gostaria, não planeja como você gostaria, nem recebe os rendimentos da
forma que você gostaria, explique como a sua necessidade de estabilidade
financeira poderia ser suprida em seu casamento.
Apoio doméstico. Desenvolver no lar um clima que ofereça ao seu cônjuge um
refúgio das pressões cotidianas; administração da casa e do
Apêndice B
259
cuidado com os filhos (no caso de haver algum), incluindo o preparo dos
alimentos, lavar a louça, lavar e passar a roupa e arrumar a casa.
A. Necessidade de apoio doméstico: Indique o grau de sua necessidade de
apoio
doméstico circulando o número apropriado.
O l
LmmimmmmmmLm^vmm
2
___1_
3 •
Não tenho necessidade de apoio doméstico
Tenho alguma necessidade de apoio doméstico
Não tenho necessidade Tenho alguma necessidade Tenho muita necessidade
de apoio doméstico de apoio doméstico de apoio doméstico
Se seu cônjuge não se dispõe a lhe dar apoio doméstico, como você se sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
183
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por não ter apoio doméstico
Se ou quando o seu cônjuge lhe dá apoio doméstico, como você se sente
(circule a
letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ter apoio doméstico
B. Avaliação do apoio doméstico que seu cônjuge lhe dá: Indique o grau da
sua
satisfação no que diz respeito ao apoio doméstico que seu cônjuge lhe dá,
circulando o número apropriado.
3
2
_L_
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Meu cônjuge me dá todo o apoio de que necessito no lar. ( )Sim ( ) Não
Gosto da forma como meu cônjuge me apoia no lar.
( ) Sim ( ) Não
184
260
Ela Precisa, Ele Deseja
Se você respondeu não a alguma das questões anteriores, explique de que
maneira
a sua necessidade de apoio no lar poderia ser suprida.
9. Compromisso com a família. Planejar tempo e energia suficiente para se
dedicar ao desenvolvimento moral e educacional de seus filhos; ler para
eles e
leválos sempre a passeios; buscar um treinamento apropriado em educação
infantil, discutindo com você os métodos sugeridos; evitar qualquer método
de
educação ou ação disciplinar que não tenha o seu apoio.
A. Necessidade de compromisso com a família: Indique o grau de sua
necessidade
de compromisso familiar por parte do seu cônjuge, circulando o número
apropriado.
T
O
|_
l
Não tenho necessidade de compromisso com a família
Tenho alguma necessidade
de compromisso
com a família
Tenho muita
necessidade
de compromisso
com a família
Se ou quando seu cônjuge não se dispõe a manter o compromisso com a
família,
como você se sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ele não se envolver
Se ou quando seu cônjuge cumpre os compromissos corri a família, como você
se
sente (circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por ele se envolver com a família
B. Avaliação do compromisso de cônjuge com a família: Indique o grau de sua
satisfação quanto ao compromisso de seu cônjuge com a família, circulando o
número apropriado.
3 2
l l
l O l
i i i
2 3
i i
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Apêndice B
261
Meu cônjuge ( )Sim ( )Não
dedica tempo suficiente à família.
10.
Se você respondeu não, com que freqüência você gostaria que seu cônjuge se
envolvesse em atividades com a família?
(escreva o número) vezes por dia/ semana/ mês (faça um
círculo em volta de um destes).
185
(escreva o número) horas por dia/ semana/ mês (faça um
círculo em volta de um destes).
Gosto da forma como meu cônjuge dedica seu tempo à família. ( )Sim ( )Não
Se sua resposta foi não, explique como sua necessidade de compromisso com a
família, por parte do seu cônjuge, poderia ser suprida em seu casamento.
Admiração. Respeitar, valorizar e apreciar o cônjuge; evitar críticas e
expressar admiração de forma clara e freqüente.
A. Necessidade de admiração: Indique o grau de sua necessidade de receber
admiração circulando o número apropriado.
O l
L _1__
2
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3 4
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5
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6
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Não tenho necessidade de receber admiração
Tenho alguma necessidade de receber admiração
KiB&gasBSBESBfflm ...j
Tenho muita
necessidade
de receber
admiração
Se ou quando seu cônjuge não demonstra admiração por você, como você se
sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito infeliz
b) Um pouco infeliz
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por não receber admiração
Se ou quando seu cônjuge demonstra admiração por você, como você se sente
(circule a letra apropriada)?
a) Muito feliz
b) Um pouco feliz
186
262
Ela Precisa, Ele Deseja
c) Nem feliz, nem infeliz
d) Infeliz por receber admiração
B. Avaliação da forma de admiração do cônjuge: Indique o grau de sua
satisfação
quanto à forma como seu cônjuge demonstra admiração por você, circulando o
número apropriado.
3 2
i _..__L__
l O l
«m^^^m^^^^m^mmmmmmmmm^ii^mm
1 3
mmmmAmmmmmm^imJ
Extremamente insatisfeito
Nem satisfeito, nem insatisfeito
Extremamente satisfeito
Meu cônjuge demonstra por mim toda a admiração de que necessito. ( )Sim
( )Não
Se sua resposta foi não, com que freqüência você gostaria que seu cônjuge
demonstrasse admiração por você?
(escreva o número) vezes por dia / semana / mês (faça um
círculo em volta de um destes)
Gosto da forma como meu cônjuge demonstra admiração por mim. ( )Sim ( )Não
Se sua resposta foi não, explique de que forma a sua necessidade de receber
admiração poderia ser suprida em seu casamento.
Apêndice B
263
Classificação das necessidades emocionais
As dez necessidades emocionais básicas estão descritas abaixo. Há também um
espaço para que você acrescente outras necessidades que, no seu entender,
são
essenciais para a felicidade do seu casamento.
No espaço ao lado de cada necessidade, escreva um número de l a 5 para
classificar a importância de cada uma para a sua felicidade. Escreva l
antes
daquela que você considerar a mais importante; 2 antes da segunda mais
importante e assim por diante, até classificar as suas cinco necessidades
mais
importantes.
Para facilitar esta classificação, imagine que você tivesse apenas uma
necessidade suprida em seu casamento. Qual delas faria você mais feliz, se
soubesse que as outras não seriam supridas? A escolhida seria a número l.
Se
apenas duas fossem satisfeitas, qual seria a sua segunda opção? Quais
seriam as
cinco necessidades que, ao serem satisfeitas, fariam você mais feliz?
Afeto
Realização sexual Diálogo
Companheirismo
Honestidade e franqueza
Um cônjuge atraente
Estabilidade financeira
Apoio doméstico
Compromisso com a família Admiração
187
Formulário Adicional
(Adaptado)
Inventário de
Atividades de Lazer
Liste atividades que vocês praticam ou gostariam de praticar. Indique o
quanto
você aprecia ou acredita que possa apreciar cada atividade recreativa
listada.
No espaço após cada atividade, circule um dos números que reflete seus
sentimentos: 3 = Muito agradável; 2 = Agradável; l = De certa forma,
agradável;
O = Nem agradável, nem desagradável; l = De certa forma, desagradável; 2
=
Desagradável; 3 = Muito desagradável. Acrescente à lista, no espaço
adequado,
atividades que você apreciaria e que não foram listadas. Na terceira
coluna,
some as classificações de ambos apenas se ambas forem positivas. As
atividades
com as maiores somas são aquelas que vocês deveriam escolher ao planejar
seu
tempo de lazer juntos. As atividades listadas são uma sugestão. Complete
segundo
sua realidade.
188
266
Ela Precisa, Ele Deseja
Atividade
Avaliação do Marido
Avaliação da Esposa
Média do Casal
Ginástica academia
Acampar praia
Acampar campo Alpinismo
Antigüidades, compras
Arco e flecha
Artesanato madeira
Artesanato metal
Automóveis, corrida assistir
Basquete assistir
Basquete jogar
Bíblico, estudo
Bicicleta passeio Boliche Caminhada Capoeira
Cartas jogos diversos
Cavalos, corrida de Cinema
Colecionar selos
Colecionar moedas
Colecionar
3210123 3210123 3210123 3210123 3210123
321 0123
321 O l 2 3
321 0123 3210123
3210123 3210123 3210123 3210123
321 O l 2 3
321 O l 2 3 3210123 3210123
3210123
321 O l 2 3 3210123
321 0123
321 0123
3210123 3210123 3210123 3210123 3210123 3210123 3210123
321 0123
321 O l 2 3
321 O l 2 3
321 0123 3210123 3210123 3210123 3210123 3210123
321 O l 2 3
3210123 3210123 3210123 3210123
321 O l 2 3
Apêndice C
267
Atividade
Avaliação do Marido
Avaliação da Esposa
Média do Casal
Compras
Concertos musicais internacional
Concertos musicais MPB
Concertos musicais rock
Concertos musicais sertanejo
Damas
Decoração doméstica
Dominó
Escultura
189
Esportes náuticos
Fotografia
Frescobol na praia
Futebol assistir
Futebol jogar
Gamão
Handebol assistir
Handebol jogar
Haras cuidar de cavalos
latismo
Igreja, trabalhar na
Internet, navegar na
321 0123 3210123
3210123 3210123
3210123 3210123
3210123 3210123
3210123 3210123
321 O l 2 3 3210123 3210123 3210123
321 0123 3210123
321 0123
321 O l 2 3 3210123 3210123 3210123 3210123 3210123
321 0123
321 0123 3210123
3210123 3210123
321 O l 2 3 3210123 3210123 3210123 3210123 3210123 32
10123
3210123 3210123 3210123 3210123
3210123 3210123
321 0123
190
F^
268
Ela Precisa, Ele Deseja
Apêndice C
269
Atividade
Avaliação do Marido
Avaliação da Esposa
Média do Casal
Atividade
Avaliação do Marido
Avaliação Média
da Esposa do Casal
Jantar fora Jardinagem
loeo de mesa
321 321 321 321
321 321
; 321 321 321 321 321 321 321 321 321 321
321 321 321 321
O l
O l
O l
O l
O l
O l
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O l
O l
O l
O l
O l
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2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
191
2 3
2 3
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
321 O l
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
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2
2
2
3
Natação
Náuticos, esportes
321
O l
O l
O l
O l
O l
O l
O l
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O l
O l
O l
192
O l
O l
O l
O l
O l
O l
O l
O l
O l
O l
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2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
2 3
321 O
l 2 3
3
321
321 O
l 2 3
3
esquiar...
Ópera
t Parque de diversões
Parque, passeio ao
Parques aquáticos
Patinação
Pesca submarina
" Pesca
Pesquisa em Bibliotecas
Pilotar pequenos f aviões
i Pintura
k
j Planetário, visita ao
i Poesia, escrever
5
Queimada jogar
Remo
193
Rodeio
Shopping center, passeio no
Squash jogar
• Surfar
•
Tapeçaria
i Tecelagem
321 321 321
321 O
321 O
321 O
l 2 3
3
Jogo de mesa banco imobiliário
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l 2 3
3
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Jogo interativo
3
321
321 O
l 2 3
imagem e ação
Judô
Karaoke
Karate
Livrarias, visitas em
Luta livre vale tudo
Mergulho
Modelismo
Montaria
Museu, visita ao
Música p/ dançar internacional
Música p/ dançar MPB
Música p/ dançar rock
Música p/ dançar sertanejo
Música para dançar
3
321 321 321 321 321
321
321 O
321 O
321 O
321 O
321 O
321 O
l 2 3
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321 O
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3
321
321 O
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321 321
321 O
321 O
l 2 3
3 i
l 2 3
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3 1
321 321
321 O
321 O
l 2 3
l 2 3
195
270
Ela Precisa, Ele Deseja
Atividade
Avaliação do Marido
Avaliação da Esposa
Média do Casal
Televisão, assistir
Tênis assistir
Tênis jogar
Tênis de mesa, pinquepongue
Tiro ao alvo
Vídeo, produzir Videogames
Vôlei assistir
Vôlei jogar
3210123 3210123
321 0123 321 0123
3210123 3210123
3210123 3210123
321 0123 321 0123
3210123 3210123
3210123 3210123
321 0123 321 0123
321 0123 321 0123
Inventário de Apoio Financeiro: Orçamento da Necessidade e Orçamento do
Desejo
Este orçamento foi idealizado para ajudar a elucidar a necessidade de apoio
financeiro. O cônjuge com esta necessidade deve completar este
questionário.
Crie três orçamentos diferentes no espaço sob as três colunas. Sob a coluna
do
Orçamento da Necessidade, indique o custo mensal para satisfazer suas
necessidades vitais, itens sem os quais você ficaria desconfortável. Na
seção de
rendimentos, apenas o rendimento de seu cônjuge deve aparecer.
Na coluna do Orçamento do Desejo, indique o custo para satisfazer suas
necessidades e seus desejos desejos razoáveis mais caros que as
necessidades.
Estes desejos devem ser o mais realistas possíveis. Não deveriam incluir
uma
casa nova, um carro novo ou artigos de luxo, a menos que você os deseje já
há
algum tempo. Os rendimentos de ambos os cônjuges devem ser apontado nesta
coluna.
O coluna do Orçamento da Possibilidade deve incluir todas as necessidades e
apenas os desejos que o rendimento de ambos os cônjuges permitir. Noutras
palavras, sua renda deve ser igual a suas despesas, e o item saldo das
receitas
menos despesas deve ser zero. Este Orçamento da Possibilidade deve ser
usado
para guiar suas finanças domésticas se ambos os cônjuges concordaram com as
quantias listadas.
Apêndice C
271
Pagamentos dos últimos meses (ou do último ano, se possível) ajudarão vocês
a
corrigir estimativas. Use médias mensais para itens que não são pagos
mensalmente, tais como consertos, férias e presentes. Alguns itens, tais
como o
pagamento de hipotecas, serão de igual valor para ambos, Orçamento da
Necessidade e Orçamento do Desejo. Outros itens, tais como despesas com
férias,
serão muito mais desejo que necessidade. É recomendável que você inclua em
seu
Orçamento da Necessidade um item de despesas emergenciais que represente
10% do
orçamento total. Em meses que não tenham despesas emergenciais, tal quantia
deveria ser poupada para o futuro. A maioria dos lares sofre de estresse
financeiro desnecessário quando falham em incluir tais despesas no
orçamento. Se
você pensar em outras despesas significativas, incluaas nos espaços em
branco.
Se a renda de seu cônjuge é igual ou maior que o total de despesas no
Orçamento
da Necessidade, ela é suficiente para pagar por suas necessidades e está
196
satisfazendo sua necessidade de apoio financeiro. Ela pode inclusive estar
atendendo desejos também. Isso pode não ter sido óbvio, uma vez que você
não tem
dividido suas contas em necessidades e desejos. Sua necessidade de apoio
financeiro ainda está sendo satisfeita quando sua renda é usada para pagar
por
desejos que não são supridos pela renda de seu cônjuge.
Contudo, se a renda de seu cônjuge é insuficiente para pagar por suas
necessidades, você deve reduzir as despesas domésticas sem sacrificar as
necessidades básicas ou ele deve aumentar sua renda com um novo trabalho ou
uma
nova carreira.
Receitas e Despesas Domésticas
Orçamento da Necessidade
Orçamento do Desejo
Orçamento da Possibilidade
DESPESAS
Impostos
Imposto de Renda
IPTU
Outros
Juros
Juros hipotecários Cartão de Crédito Financiamento/automóvel Outros
197
272
Ela Precisa, Ele Deseja
Receitas e Despesas Domésticas Orçamento da Orçamento do Orçamento da
Necessidade Desejo Possibilidade
Seguro
De Propriedade De vida
Do carro Plano de saúde Plano Odontológiço Outros
Despesas domésticas
Consertos
Reformas
Segurança
Limpeza
Jardinagem
Combustíveis
Telefone
Retirada do lixo
Mobiliário e Eletrodomésticos
Compra de Móveis Compra de Eletrodomésticos Consertos
Automóveis
Combustível (carro do marido) Manutenção (carro do marido) Combustível
(carro da
mulher) Manutenção (carro da mulher) Outros
Comida e Entretenimento Comida
Apêndice C
273
Receitas e Despesas Domésticas Orçamento da Orçamento do Orçamento da
Necessidade Desejo Possibilidade
Jantares Férias Fotografias Revistas e Jornais TV a cabo Outros
Saúde
Médicos (fora Plano de Saúde) Dentistas (fora Plano
Odontológiço) Remédios de uso geral Atividades físicas
Dietas especiais Outros
Vestuário
Roupas para o marido
Roupas para a mulher
Roupas para as crianças
Lavanderia
Consertos
Outros
Pessoal
Gastos pessoais do marido Gastos pessoais da mulher Mesada das crianças
Presentes
Contribuições religiosas (dízimo, organizações religiosas)
198
274
Ela Precisa, Ele Deseja
Receitas e Despesas Domésticas Orçamento da Orçamento do Orçamento da
Necessidade Desejo Possibilidade
Contribuição não religiosas
(caridade) Presentes para ocasiões
especiais (aniversários,
Natal, etc.)
Animais
Comida
Despesa com Veterinário
Outros
Economia/ Poupança
Estudos dos filhos
Aposentadoria / Planos de
Previdência Outros
Outras despesas domésticas
Despesas bancárias Despesas legais Despesas contábeis Fundo de emergência
(10%)
Total de Despesas Domésticas
RECEITAS
Salário do marido
Outras rendas do marido
Salário da esposa
Apêndice C
275
Receitas e Despesas Domésticas Orçamento da Orçamento do Orçamento da
Necessidade Desejo Possibilidade
Outras rendas da esposa Renda sobre investimentos Renda sobre juros
Total de rendimentos Saldo
199
Impressão e Acabamento na Gráfica Imprensa da Fé
O dr. Willard F. Harley Jr., PhD, é um conhecido psicólogo e conselheiro
matrimonial. Já escreveu vários livros sobre casa
mento e tem um website
muito procurado, que é www.marriagebuilders.com, onde oferece mais conselhos
práticos para os problemas conjugais.
O dr. Harley mora em White Bear Lake, Minnesota, com Joyce, sua esposa a 38
^^^^^^^^^^^^^^^M
200