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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO FRANCISCO – FAESF

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

CONTABILIDADE
PARA
ADMINISTRADORES
Prof. Esp.: Edivam Junior
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PINHEIRO – MA
2005
NOÇÕES PRELIMINARES DE
CONTABILIDADE

1. BREVE HISTÓRICO DA CONTABILIDADE


A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos
registros de que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis. Em
termos de registro histórico, é importante destacar a obra Summa de arithmetica,
geometria, proportioni et proportionalita, do Frei Pacioli, publicado em Veneza em 1494
(pouco depois da invenção da imprensa e um dos primeiros impressos no mundo). Esta
obra descreve, num de seus capítulos, um método empregado por mercadores de Veneza no
controle de suas operações, posteriormente denominado método das partidas dobradas ou
método de Veneza.
Nos séculos seguintes ao livro de Pacioli, a contabilidade expandiu sua utilização
para instituições como a Igreja e o Estado e foi um importante instrumento no
desenvolvimento do capitalismo, conforme opinião de importantes estudiosos como o
sociólogo Max Weber. No entanto, as técnicas e as informações ficavam restritas ao dono
do empreendimento, pois os livros contábeis eram considerados sigilosos. Isto dificultou
consideravelmente o desenvolvimento da ciência, uma vez que não existia troca de idéias
entre os profissionais.
Mais recentemente, com desenvolvimento do mercado acionário e o fortalecimento
da sociedade anônima como forma de sociedade comercial, a contabilidade passou a ser
considerada também como um importante instrumento para a sociedade. Diz-se que o
usuário das informações contábeis já não é mais somente o proprietário; outros usuários
atualmente também têm interesse em saber sobre uma empresa: sindicatos, governo, fisco,
investidores, credores etc.
A ampliação do leque dos usuários potenciais da contabilidade decorre da
necessidade de uma empresa evidenciar suas realizações para a sociedade em sua
totalidade. Antigamente, a contabilidade tinha por objetivo informar ao dono qual foi o
lucro obtido numa empresa comercial. No capitalismo moderno, isso somente não é
suficiente. Os sindicatos precisam saber qual a capacidade de pagamento de salários, o
governo a capacidade de pagamento de impostos, os ambientalistas exigem conhecer a
contribuição para o meio ambiente, os credores querem calcular o nível de endividamento e
a possibilidade de pagamento das dívidas, os gerentes das empresas precisam de
informações para subsidiar o processo decisório e reduzir as incertezas, e assim por diante.

2. CONCEITO
A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um
controle permanente do patrimônio da empresa. A Contabilidade, desde seu aparecimento
como conjunto ordenado de conhecimentos, com o objetivo e finalidades definidas, tem
sido considerada como arte, como técnica ou como ciência, de acordo com a orientação
seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-la no elenco das espécies do saber humano. Nós
vamos considerá-la como um conjunto de conhecimentos sistematizados, com princípios e
normas próprias, ela é, na acepção ampla do conceito de ciência uma das ciências
econômicas e administrativas.
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3. FINALIDADE
A finalidade da contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fatos ocorridos
no patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua composição e variações, bem
como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
Essas informações são indispensáveis à orientação administrativa, permitindo maior
eficiência na gestão econômica da entidade e no controle dos bens patrimoniais. A
contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a
História na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado nem o
presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões para o
futuro nem elaborar planos para orientação administrativa.

4. GRUPOS DE PESSOAS E DE INTERESSE QUE NECESSITAM DA


INFORMAÇÃO CONTÁBIL

Nos tempos atuais, com a formação das grandes transnacionais, a informação


contábil passou a ser de interesse de grupos cada vez mais amplos de indivíduos, que
incluem não somente acionistas, mas também fornecedores, financiadores, banqueiros,
poderes públicos (arrecadadores de impostos), os empregados que participam do lucro das
empresas. De forma indireta, mesmo a sociedade em geral é interessada na informação
contábil, pois a vitalidade das empresas é assunto de relevante interesse social.

OS PROPRIETÁRIOS DE EMPRESAS - SÓCIOS


Digamos que você seja o maior acionista de uma empresa, mas, por ter seu tempo
ocupado com outras atividades, você e os outros (acionistas) elegeram uma diretoria para
administrar a firma com autonomia completa. No final de um determinado período, você e
os outros acionistas desejarão saber como a diretoria está gerindo os negócios da sociedade.
A empresa está apresentando resultados satisfatórios, de forma que vocês, acionistas,
possam receber bons dividendos? Ou está apresentando prejuízo?Neste caso, a diretoria
pode ser culpada do fracasso, ou é vítima das circunstâncias? Será que não é preciso
começar a pensar em vender suas ações?
Enfim, você obterá essas informações nos relatórios e prestações de contas
apresentadas pela diretoria, e que devem ser aprovados pelos acionistas ou proprietários da
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empresa, que são grandes interessados nas informações que a contabilidade fornece e que
as utiliza como instrumento para tomada de decisões.
OS ADMINISTRADORES DE EMPRESAS
Enquanto os proprietários se preocupam com seus respectivos investimentos, você,
administrador, gerente etc. da empresa, também está interessado nesses investimentos. Mas
de outra maneira, sabendo que quanto melhores forem os resultados apresentados mais
elevados serão seus honorários, salários e gratificações; se estes não aumentarem, pelo
menos seu prestígio como administrador aumentará; mas, se isso também não ocorrer, resta
o consolo da realização profissional atingida e a esperança de um bom convite para mudar
de emprego.
Os administradores de empresas vivem permanentemente cercados de problemas, de
cujas decisões dependem os resultados da companhia. Através dos dados fornecidos pela
contabilidade, você pode estar normalmente munido de informações que lhe responderão a
uma série de questões com vistas às tomadas de decisões; as disponibilidades atuais são
suficientes para pagamento das dívidas mais urgentes? O lucro diminuiu: foi devido à
redução real nas vendas? Ou os custos é que se elevaram desproporcionalmente? Essas e
outras informações fornecidas pela contabilidade permitirão a você medir os resultados da
empresa e avaliar seu próprio desempenho na administração dos negócios que lhe foram
confiados.

OS FORNECEDORES DE EMPRESAS
Coloque-se, agora, no lugar do gerente de crédito para vendas a prazo de uma
empresa, e suponha que uma determinada companhia, de quem a sua é fornecedora,
oferece-lhe um vultoso contrato de compra de mercadorias, contanto que você aceite o
pagamento parcelado. Obviamente você solicitaria a essa companhia o seu último relatório
econômico-financeiro, com o objetivo de satisfazer-se quanto a algumas questões: a
companhia tem condições de pagar o que comprar? O seu nível de endividamento atual é
tão elevado que dificilmente conseguirá honrar a dívida? O crédito deve ser concedido?
Certamente os relatórios econômico-financeiros das companhias, obtidos de duas
respectivas contabilidades, não serão as únicas fontes de informações de que você disporá.
Mas representam um valioso instrumento para tomar a decisão de conceder ou não o crédito
que foi pedido.

OS FINANCIADORES DE EMPRESAS
Da mesma maneira que os fornecedores, e de forma muito mais precisa, os
financiadores (financeiras, bancos comerciais e de desenvolvimento etc) de uma empresa
também estão extremamente interessados nos seus relatórios econômico-financeiros, por
motivos bastante claros. Quem empresta dinheiro ou financia operações de terceiros tem
basicamente o objetivo lucro. Os relatórios econômico-financeiros representam um
instrumento básico para que os financiadores decidam sobre a conveniência ou não de
conceder empréstimos, visto que sua análise é uma ótima fonte de informações sobre a
capacidade da companhia em liquidar dívidas.
Não esqueça, porém, que os relatórios econômico-financeiros representam nada
mais que a expressão, em termos monetários, do resultado das atividades da administração
de uma empresa. Portanto, se você não obtiver o empréstimo desejado, porque o
financiador analisou os relatórios contábeis de sua empresa, não culpe nem o financiador
nem os relatórios.
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O GOVERNO
O imposto de renda de pessoas jurídicas é calculado, na maioria dos casos, a partir
do lucro contábil apresentado pelos seus relatórios econômicofinanceiros. A partir desse
lucro contábil, são necessários alguns ajustes até chegar ao lucro real, ou seja, aquele sobre
o qual incidirá a alíquota do imposto. Partindo desse princípio, não é absolutamente difícil
entender por que o governo é um dos altamente interessados na contabilidade das empresas.

5. OS MEIOS DE QUE SE UTILIZA A CONTABILIDADE


Para atingir sua finalidade, a Contabilidade se utiliza as seguintes técnicas
contábeis:

1. Escrituração;
2. Demonstrações contábeis (inventários, balanços, etc.)
3. Auditoria; e
4. Análise de balanços.

A escrituração é o registro dos fatos que ocorrem no patrimônio. Esse registro é


feito em ordem cronológica, o que dá à Contabilidade característica de verdadeira história
do patrimônio. Não se prende a esse aspecto histórico, entretanto sua função, pois os
registros evidenciam a expressão monetária dos fatos e os selecionam de acordo com a
natureza de cada um, proporcionando sua reunião em grupos homogêneos, que distinguem
os diversos componentes do patrimônio e suas respectivas variações.
O simples registro e seleção dos fatos, dados seu volume e heterogeneidade, não é
elemento suficiente para atingir a finalidade informativa da contabilidade. Daí serem fatos
reunidos em demonstrações expositivas que recebem a denominação de demonstrações
contábeis.
Quando essas demonstrações têm em vista a exposição dos componentes
patrimoniais, recebem o nome de Balanço Patrimonial. Quando visam demonstrar as
variações patrimoniais e o resultado econômico de um período administrativo, recebem a
denominação de Demonstração do Resultado do Exercício. Outros tipos existem, recebendo
denominações específicas, tais como Demonstrações das origens e Aplicações de Recursos,
Demonstrações de Lucros Acumulados, Demonstrações das Variações do patrimônio
Líquido.
Para confirmar a exatidão dos registros e das demonstrações contábeis, a
Contabilidade se utiliza de uma técnica que lhe é própria, chamada Auditoria, que consiste
no exame de documentos, livros e registros, obedecendo a normas específicas de
procedimento, com o objetivo de verificar se as demonstrações contábeis representam,
adequadamente, a posição econômico-financeira do patrimônio e os resultados do período
administrativo, de acordo com os princípios de Contabilidade geralmente aceitos, aplicados
de maneira uniforme em períodos sucessivos.
Como algumas das demonstrações contábeis são sintéticas e nem sempre
esclarecem a composição analítica do patrimônio e de suas variações, a Contabilidade
dispõe de mais uma técnica especializada, denominada Análise de Balanços, que permite
decompor, comparar e interpretar essas demonstrações, oferecendo aos interessados na
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riqueza patrimonial dados analíticos e interpretação sobre os componentes do patrimônio e


sobre os resultados da atividade econômica desenvolvida pela entidade.

6. O OBJETO DA CONTABILIDADE
O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, constitui a matéria sobre a qual se
exercem as funções contábeis. O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações
vinculados à entidade econômico-administrativa, e constitui um meio indispensável para
que esta realize seus objetivos. Para alcança-los, a administração da entidade pratica atos de
natureza econômica, produzindo variações aumentativas e diminutivas da riqueza
patrimonial.
Para conhecer a situação do patrimônio em determinado momento, bem como suas
variações e efeitos da ação administrativa sobre a riqueza patrimonial, é que a
Contabilidade registra, demonstra e analisa os fatos ocorridos no patrimônio, evidenciando
seus aspectos específicos e quantitativos.
O aspecto específico, também chamado qualitativo, considera as espécies de bens,
direitos e obrigações que compõem a riqueza patrimonial, tais como: dinheiro, mercadorias,
móveis e contas a receber ou a pagar. O aspecto quantitativo evidencia a quantidade de
cada um desses componentes, monetariamente representada como: caixa $ 500,
mercadorias $ 1.000, móveis $ 200, etc.
As variações patrimoniais são qualitativamente representadas pelos diversos tipos
de receitas e despesas e quantitativamente pelos seus respectivos valores. O objeto da
Contabilidade é, pois, o patrimônio, e em torno dele se desenvolvem suas funções, como
meio para atingir sua finalidade.

7. COMPARAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE GERENCIAL E A


CONTABILIDADE FINANCEIRA
A contabilidade trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos econômicos. Usam-
se os termos contabilidade gerencial para descrever essa atividade dentro da organização e
contabilidade financeira quando a organização presta informações a terceiros.
Os métodos da contabilidade financeira e da contabilidade gerencial foram desenvolvidos
para diferentes propósitos e para diferentes usuários das informações financeiras. Há,
contudo, numerosas similaridades e áreas de sobreposição entre os métodos da
contabilidade financeira e gerencial.
Comparação entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira
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A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os


administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis
pela direção e controle de suas operações. Por outro lado, a contabilidade financeira está
relacionada com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que
estão de fora da organização.
Robert N. Anthony (1979, p. 17), considerado por muitos como um dos precursores
da disciplina Contabilidade Gerencial, é bastante sintético em sua caracterização da
disciplina: “A Contabilidade Gerencial preocupa-se com a informação contábil útil à
administração.”
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De acordo com Padoveze (1994, p. 39), a contabilidade financeira é o segmento do


sistema de informação contábil que compreende a escrituração tradicional, os aspectos
tributários, os aspectos societários atuais, registrados em moeda nacional. A importância
desse segmento dos sistemas de informação contábil é vital, pois ele contém a arquitetura
básica dos planos de contas e os lançamentos, elementos vitais para a continuidade e
integração do restante do sistema.

“O Administrador que compreender as informações contábeis terá uma vantagem


competitiva sobre outros que não as entende”.

LISTA DE EXERCÍCIOS

1. Que é contabilidade?
2. Por que é o patrimônio o objeto da Contabilidade?
3. Com que fim a Contabilidade registra, controla e interpreta os fatos
ocorridos no patrimônio?
4. Explique, porque os grupos de interesses necessitam das
informações contábeis?
5. Quais os meios utilizados pela Contabilidade para atingir seus
objetivos?
6. Como você conceituaria a contabilidade?
7. Por que a Contabilidade é importante no processo de tomada de
decisão?
8. Como os empregados podem exigir aumentos salariais da
empresa em que trabalham?

ESTUDO DE CASO 1
CONTABILIDADE CONFUSA DEVE ATRASAR A VENDA DA DAEWOO
Considere a seguinte notícia publicada num jornal diário de grande circulação: A
Ford Motor Co. e a General Motors Corp., as duas principais na disputa pela aquisição da
sul-coreana Daewoo Motor Co., dizem não acreditar que uma transação aconteça antes do
último trimestre deste ano. É mais uma derrapada em relação à meta fixada pelas
autoridades da Coréia do Sul de vender a Companhia até setembro – que o governo ainda
diz ser possível cumprir. O adiamento também significaria um ano inteiro de prejuízo desde
que teve início a busca por um parceiro para salvar a problemática montadora, cuja compra
pode definir qual é afinal a maior montadora do mundo. A Daewoo Motor está sendo
vendida como parte do desmantelamento promovido pelos credores do insolvente Daewoo
Grup.
As duas pretendentes dizem que os constantes atrasos na divulgação dos dados
sobre a situação financeira da contadora estão impedindo que elas façam suas ofertas. O
Comitê de Reestruturação Corporativa das Empresas Daewoo, que coordena o leilão da
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montadora, anunciou no início deste ano que iria aceitar as ofertas neste mês. Mas numa
entrevista esta semana, W. Wayne Booker, vice-presidente do Conselho Ford, disse que as
propostas iniciais não devem ser submetidas antes de junho. A partir das ofertas iniciais, as
autoridades sulcoreanas selecionarão três empresas para a segunda fase, quando elas
encaminharão propostas revisadas. A venda final deve ser concretizada até o fim do ano.
“O que ainda não conseguimos obter são os dados sobre a situação financeira da
montadora”, diz Booker. Ele explicou que os números da contabilidade da Daewoo Motor
estão misturados à Contabilidade da Daewoo Group de forma desorganizada, e as divisões
da montadora em outros países envolvem negócios de joint ventures com arranjos
financeiros difíceis de ser decifrados. “Nenhum dos setores conta com documentação
detalhada”, observa Booker.
De acordo com o porta-voz do comitê de reestruturação da Daewoo, Jang Sae Chan,
a empresa planeja abrir, na próxima semana, um novo centro de dados para aos candidatos
à aquisição, fornecendo mais informações financeiras da montadora. Jang disse que o
comitê ainda pretende completar a venda até setembro.
Os executivos da GM ainda têm esperanças de que a venda da Daewoo Motor seja
concluída na data prevista em setembro, mas “nossa previsão é que ela vá acontecer em
algum momento do quarto trimestre”, afirma Rob Leggat, porta-voz da GM em Cingapura.
“Estamos tentando obter detalhes sobre uma companhia tremendamente complicada”,
afirma Leggat. A sul-coreana Hyundai Motor Co. também deve participar da disputa e a
Fiat SpA ainda avalia a situação.

Fonte: Simion, Robert e Schuman, Michael. Contabilidade confusa deve atrasar a venda
da Daewoo. The Wall Street Journal. O Estado de S. Paulo, 19 de maio de 2.000.

Com base nessa reportagem responda as seguintes questões:


1. Quem são os usuários das informações contábeis da Daewoo?
2. Qual o objetivo dos usuários em obter essas informações?
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PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

INTRODUCÃO
São duas as condições para que um princípio supere a fase de tentativa e se
transforme em “amplamente aceito” e, portanto, incorporado à doutrina e prática contábeis:
a) – Deve ser considerado praticável e objetivo pelo consenso profissional;
b) – Deve ser considerado útil.
Algumas vezes, atribui-se ao termo praticabilidade um significado rígido, de forma
que tudo o que não for impraticável, para efetivos contábeis.
Os princípios contábeis podem ser conceituados como premissas básicas acerca dos
fenômenos e eventos contemplados pela contabilidade, premissas que são a cristalização da
análise e observação da realidade econômica, social e institucional.
O campo de atuação preferencial da contabilidade é constituído pelas entidades,
sejam elas de finalidade lucrativa ou não, e procura captar e evidenciar as variações
ocorridas na estrutura patrimonial e financeira, em face das decisões da administração e
também das variáveis exógenas que escapam ao controle e ao poder de decisão da
administração.

– PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
Entre os vários princípios aceitos na atualidade, podemos, para efeito, destacar os
seguintes Princípios:
a) Entidade;
b) Continuidade;
c) Realização;
d) Custo como base de valor;
e) Confrontação das Despesas com as Receitas;
f) Denominador Comum Monetário.
Analisaremos, a seguir, o significado de tais princípios.
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1.2 – PRINCÍPIO DA ENTIDADE

“O patrimônio da entidade não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários,
no caso de sociedade ou instituição” (Resolução 750/93).
Pressupõe-se que a contabilidade é executada e mantida para as entidades como
pessoas completamente distintas das pessoas físicas (ou jurídicas) dos sócios. Quando um
firma individual para uma despesa, é o caixa da firma que esta desembolsando o dinheiro, e
não o dono da empresa.

– PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Para a contabilidade, a entidade é um organismo vivo que irá operar por período
indeterminado de tempo, até que surjam fortes evidências em contrário.(pronunciamento
IBRACON). Porém a vida da entidade é continuada; por conseqüência, como as
demonstrações contábeis são estáticas, não podem ser desvinculadas dos períodos
anteriores e subseqüentes, Ocorrendo a descontinuidade, o fato deve ser divulgado.
Podemos dizer que a entidade em continuidade é a premissa básica da Ciência
Contábil. É mister comentar que; mesmo quando a entidade esta organizada por prazo
determinado, previsto ou previsível, a continuidade influenciará o valor econômico dos
ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos.

– PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO

Como norma geral, a receita é reconhecida no período contábil em que é realizada.


A realização usualmente ocorre quando bens ou serviços são fornecidos a terceiros em
troca de dinheiro ou de outro elemento do ativo.
Este princípio tem sido um dos mais visados, principalmente pelos economistas, por
julgarem que o processo de produção adiciona valor os fatores que estão sendo
manipulados, ao passo que, contabilmente, se verifica apenas uma integração de fatores, e a
receita e, conseqüentemente, o lucro (ou prejuízo) só ocorrem no ato da venda.
Na verdade, a teoria atual já admite reconhecer a receita em outros pontos do
processo, inclusive antes da venda ou do fim da produção.

– PRINCÍPIO DO CUSTO COMO BASE DE VALOR

A Resolução CFC nr. 750/93, Artigo 7ª:


“Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das
transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão
mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando
configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade”.
Talvez seja mais apropriado denominá-lo como “Princípio do Custo Histórico
(Original) Como base de Valor”, pois, são vários os conceitos de custo existentes. Como
princípio aceito, refere-se ao custo original. Na conceituação ortodoxa, os elementos do
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ativo entram nos registros contábeis pelo preço pago para adquiri-los ou fabricá-los. A não
ser para aqueles elementos do ativo, sujeitos à amortização, depreciação ou exaustão, um
vez registrados, seu valor inscrito não é alterado, ressalvando ainda a regra conhecida como
“custo ou mercado o que for mais baixo” e os casos de reavaliação de ativo previstos pelas
legislações de alguns países (bem como de correção monetária).

– PRINCÍPIO DA CONFRONTAÇÃO DAS DESPESAS COM AS RECEITAS

“A receita é considerada realizada e, portanto, sujeita a registro contábil, quando produtos


ou serviços produzidos ou prestados pela entidade são transferidos para outra entidade ou
pessoa física, com anuência desta e mediante pagamento específico perante a entidade
produtora”.

A legislação brasileira adota o regime econômico de apuração de resultados para


determinação do momento em que deve ser apropriados a resultado o valor das receitas,
custos e despesas. Realizar uma receita significa reconhecê-la contabilmente na formação
do resultado.

– PRINCIPÍO DO DENOMINADOR COMUM MONETÁRIO

Este denominador tem por finalidade homogeneizar bens, direitos e obrigações de


natureza variada, através da avaliação monetária, a fim de possibilitar a acumulação de
valores e sua comparação e conseqüente análise das demonstrações financeiras.
Este princípio não impede que a contabilidade levante balanços e demonstrações
corrigidos para efeito de análise de resultados reais e para finalidades fiscais societárias
(pelas normas legais de correção).
Não devemos confundir correção monetária operacional, que altera o valor dos
saldos devidos ou a que temos direito, pela inflação, como correção monetária contábil, que
permite, pela expressão de demonstrações a um poder aquisitivo de um mesma data, melhor
avaliar os resultados da empresa.

1.8 - CONVENÇÕES

1.8.1 – SOBRE AS CONVENÇÕES

A resolução CFC nr. 750/93 não trata das convenções contábeis, se restringindo aos
Princípios Contábeis enunciados no capítulo anterior.

Dentro da ampla margem de liberdade que os princípios permitem ao contador, no registro


das operações, as convenções vêm restringir ou limitar ou mesmo modificar parcialmente o
conteúdo dos princípios, definindo mais precisamente seu significado.

Deste modo temos:


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• Convenções ( Restrições ):
a) Consistência (uniformidade);
b) Conservadorismo (prudência);
c) Materialidade (relevância);
d) Objetividade.

É mister comentar que, através da convenção da Objetividade, a ciência contábil


procura enfatizar a importância de se adotarem critérios de avaliação claros, baseados em
elementos concretos e objetivos que não despertem dúvidas, polêmicas, nem sejam
influenciados por aspectos tendenciosos.

PATRIMÔNIO
1. CONCEITO
O Patrimônio é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma Entidade Contábil.

BENS são coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e suscetíveis de avaliação


econômica. Sob o ponto de vista contábil, pode-se definir BEM como tudo aquilo que uma
empresa possui, seja para uso, troca ou consumo.

CLASSIFICAÇÃO DOS BENS


BENS MATERIAIS (Tangíveis ou Corpóreos)
São aqueles que têm uma substância concreta e que podem ser tocados palpados. Por sua
vez, dividem-se em:
a) Bens Móveis: os que podem ser removidos do seu lugar: Exemplos: mesas, veículos,
máquinas de escrever, dinheiro, mercadorias etc.;
b) Bens Imóveis: os que não podem ser deslocados do seu lugar natural. Exemplos: casas,
terrenos, edifícios etc.
Outra classificação interessante é sugerida por MARION1. Dessa forma, o autor classifica
os bens tangíveis em:
a) Sujeitos a depreciação2: Edifícios, Equipamentos, Máquinas, Móveis e Utensílios,
Veículos, Ferramentas.
b) Não sujeitos a depreciação: Terrenos e Obras de Arte
c) Sujeitos a exaustão3: Reservas Minerais, Florestas.
BENS IMATERIAIS (Intangíveis ou Incorpóreos)
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São aqueles que, embora considerados Bens, não possuem corpo, não têm matéria. São
determinados gastos que a empresa faz, os quais, por sua natureza, devem ser considerados
parte do Patrimônio. Os mais comuns são:
• Benfeitorias em Imóveis de Terceiros: Suponhamos que a uma empresa tenha
construído um depósito de 80m2 de área, nas dependências da empresa, ligado à
loja. Como o imóvel onde a empresa está instalada é alugado, o valor gasto na
construção do depósito será contabilizado no Patrimônio da empresa como bem
imaterial, com o título de BENFEITORIAS EM IMÓVEIS DE TERCEITOS, já que
o referido gasto constitui uma benfeitoria em imóvel que não é de propriedade da
empresa.
• Fundo de Comércio (Goodwill): Consiste na reputação da empresa no ambiente em
que ela atua. A determinação do valor do Fundo de Comércio e a sua associação
com as futuras receitas e os futuros períodos que serão beneficiados são alguns dos
problemas que têm merecido as mais diversas soluções. Em alguns
empreendimentos o valor pago do “Fundo de Comércio”é determinado como sendo
o valor pago a maior no patrimônio de uma empresa adquirida; em outras, são os
gastos co pesquisas e desenvolvimento, para sustentar ou até aumentar a boa
reputação do empreendimento.
• O  utros Bens Intangíveis: Ponto Comercial, Direitos Autorais, Patentes relativas a
Invenções, Marca de Indústria.

DIREITOS são todos os valores que a empresa tem a receber de terceiros (terceiros, no
caso, são clientes da empresa). É comum as empresas efetuarem vendas a prazo. Quando
isso ocorre, a empresa não recebe no ato o dinheiro correspondente à venda; receberá
futuramente, porque foi a prazo. Sendo assim, a empresa fica com DIREITO de receber o
valor da venda no prazo determinado. Exemplos: Duplicatas a Receber, Promissórias a
Receber, Aluguéis a Receber.
OBRIGAÇÕES constituem todos os valores que a empresa tiver a PAGAR para terceiros
(terceiros, neste caso, são fornecedores). É comum, as empresas efetuarem compras a
prazo. Quando isso ocorre, a empresa não paga a compra no ato; deverá pagar futuramente.
Nesse caso, a empresa fica com a OBRIGAÇÃO de pagar o valor da compra no prazo
determinado. Exemplos: Duplicatas a Pagar, Promissórias a Pagar, Aluguéis a Pagar,
Salários a Pagar, Impostos a Pagar.

2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO


Visando atender ao aspecto didático, e para tornar mais fácil a compreensão do patrimônio,
vamos apresentá-lo em um gráfico simplificado, em forma de T:

O T tem dois lados. No lado esquerdo, colocamos os Bens e os Direitos. No lado Direito,
colocamos as Obrigações. Então, a representação gráfica do Patrimônio fica assim:
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O lado esquerdo do gráfico é chamado LADO POSITIVO, pois os Bens e os Direitos


representam, para a empresa, a sua parte positiva (é o que ela tem efetivamente – BENS – e
o que ela tem para receber – DIREITOS).
O lado direito, por sua vez, é chamado LADO NEGATIVO, pois as Obrigações
representam a parte negativa da empresa (é o que ela tem que pagar).Os elementos
positivos são denominados, componentes ativos e os seu conjunto forma o ATIVO.
Os elementos negativos são denominados componentes Passivos; por isso encontram-se no
PASSIVO.
Então o gráfico fica da seguinte forma:
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