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No dia 29 de Agosto de 2005, a cidade de Nova Orleães sofreu um dos maiores

desastres naturais com o ataque do furacão Katrina. Em poucas horas a cidade perdeu
todas as suas infra – estruturas mais importantes, e milhares de pessoas perderam todos
os seus bens mais valiosos. Em apenas um dia foram destruídos na cidade todos os
elementos que tornam um espaço uma cidade organizada - uma administração legal e
capaz de providenciar os cuidados necessários para os seus constituintes, sistemas de
saúde, habitação e transportação.

No entanto, mesmo antes da devastação criada por Katrina, Nova Orleães era
uma cidade caracterizada pelo declínio social. Sempre foi uma cidade muito conhecida
pelo seu turismo, e para qualquer visitante a cidade oferecia muitas distracções e várias
actividades interessantes. A famosa Bourbon Street, tinha tudo necessário para
satisfazer um turista, vários restaurantes, bares, bares de strip, e lojas de lembranças.

Porém para os habitantes o que mais marcava a cidade não era os seus vários
bares de Jazz ou a sua celebração do Mardis Gras. Nova Orleães, bem como todas as
outras cidades do estado de Luisiana, era caracterizada pelo seu problema de pobreza,
desigualdade racial e inaptidão burocrática.

Nova Orleães que era uma das cidades mais segregadas nos Estados Unidos da
América, era também uma das cidades com maior concentração de minorias étnicas,
75% da população. Os afro – americanos estavam em grande desvantagem, devido a
condições económicas, grandes disparidades de riqueza e segregação residencial racial.
A intersecção destas condições é a base da pobreza de guetos e da desorganização
social.

As desvantagens económicas estavam directamente relacionadas com o factor


de etnia. Os afro – americanos e os hispânicos tinham uma maior probabilidade de
ficarem expostos à pobreza com uma estatística de 2 em 10 em comparação com os
caucasianos que tinham uma probabilidade de 1 em 10. E a percentagem de afro –
americanos e hispânicos em condições de pobreza extrema é quatro vezes o valor
observado nos caucasianos, sendo por volta de 12% em contraste com os 3% da
população branca. Pobreza extrema é definido como tendo um rendimento que é 50%
ou menor que o da linha oficial de pobreza estabelecida. Logo situações de pobreza
extrema eram muito mais comuns nas minorias étnicas.

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Apesar de ter havido um declínio no racismo observado no dia-a-dia contra as
minorias étnicas nos anos 90,é óbvio que a descriminação continuou a ser um factor
base da pobreza destas minorias. O resultado de uma naming experience efectuada por
dois economistas americanos provou que nomes identificados racialmente são
suficientes para criar descriminação de emprego, este resultado foi verificado em 4
grandes sectores da economia. Este estudo bem como outros relacionados com o
mercado de trabalho tornaram claro que ainda há muito trabalho a fazer para combater a
descriminação racial.

Outro grande problema estrutural que caracterizava a sociedade de Nova


Orleães era a segregação residencial baseada nas etnias. Afro – americanos,
caucasianos, hispânicos e asiáticos sempre estiveram separados em comunidades
distintas, demógrafos e sociólogos utilizam uma estatística conhecida como
dissimilation index para medir a extremidade da segregação numa cidade, um resultado
de 100% significa que todos os membros da comunidade negra ou branca têm que
mudar o seu lugar actual de residência para atingir uma distribuição racial arbitrária. No
ano 2000 o dissimilation index era de 69% em Nova Orleães, o que significa que 69%
da população negra teria que mudar o seu lugar de residência para tornar os bairros mais
diversificados. Este número indica um nível muito elevado de segregação.

Quando se combina os baixos rendimentos, a maior exposição a situações de


pobreza, a escassez de finanças acumuladas, o legado de descriminação racial,
começamos a entender parte da fundação estrutural da cidade de Nova Orleães e
percebemos o porquê que a maior partes das caras de sofrimento observadas nas várias
fotografias depois do furacão Katrina são negras.

No dia 23 de Agosto de 2005, o centro nacional de furacões em Miami -


Florida, previu que uma depressão tropical seria em breve um furacão. No dia 25 a
tempestade tropical tornou – se no furacão Katrina. No dia seguinte, os governadores de
Luisiana e Mississípi declaram estados de emergência e solicitaram a ajuda do governo
federal. No dia 28 de Agosto, a velocidade dos ventos elevou o Katrina para um furacão
de categoria 5 com ventos de 175 milhas por hora, e o governador de Novas Orleães deu
uma ordem de evacuação. No dia 29 de Agosto pelas 8:00 da manhã as barragens da
cidade já tinham começado a transbordar e às onze da manha já estavam inundadas. No
dia seguinte já várias fotos da destruição de bairros, propriedades comerciais e edifícios

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políticos, e do sofrimento dos habitantes de Nova Orleães circulavam por todo o mundo.
Finalmente no dia 2 de Setembro começou a chegar ajuda do governo federal.

No entanto, por essa altura já as pessoas reflectiam sobre o que tinham visto
nas várias fotografias dos destroços de Katrina, que veio demonstrar as desigualdades
raciais e as injustiças sociais ainda presente na América do século XXI. Tanto negros
como caucasianos sofreram as consequências do furacão, mas não há dúvida que houve
uma componente racial no que diz respeito às vítimas do furacão. A maior parte da
população branca da cidade teve oportunidade de escapar da cidade alguns dias antes do
grande impacto da tempestade.

O furacão não foi só um desastre natural, mas também um desastre criado pelo
homem que não foi capaz de tomar as medidas necessárias para prevenir as
consequências de uma tempestade que foi detectada com antecedência.

Katrina veio provar que a ideia que os Estados Unidos da América como
nação, já não tinham necessidade de se focar nas desigualdades económicas e injustiças
sociais, era errada. Que o pensamento de que o problema racial na América já estava
resolvido, era um mito. E que para além da defesa militar os Estados Unidos estavam
muito desprotegidos no que diz respeito à defesa nacional. O furacão forçou o
reconhecimento de que a sociedade americana ainda é marcada pela desigualdade de
classes e por uma grande divisão racial.

Os estragos de Katrina e as inundações das barragens foram assoladores. Com


cerca de 1400 vidas perdidas, 10.000 aleijados, 100.000 desalojados, 800.000
deslocados, 18.750 negócios destruídos, mais de 200.000 casas danificadas e mais de
220.000 trabalhos perdidos. O furacão Katrina foi um dos maiores desastres naturais
experienciado em qualquer cidade americana.

Nenhuma outra cidade teve que ultrapassar os obstáculos que Nova Orleães
tem enfrentado. A evacuação dos cidadãos instruídos, o desastre social entre os cidadãos
que ficaram, a destruição do sector económico e das infra – estruturas. Se até Nova –
Iorque que é a cidade mais rica dos Estados Unidos teve várias dificuldades em
ultrapassar os vários obstáculos físicos e económicos depois do 11 de Setembro, Nova
Orleães, uma cidade caracterizada pela sua pobreza e segregação racial terá uma
recuperação muito mais difícil.

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Apesar dos vários problemas que a cidade ainda tem que enfrentar, a sua
reconstrução continua em marcha, aproximando – se do seu 4º ano de recuperação.

A repopulação da cidade tem sido difícil, até agora vários anos depois de
Katrina, os migrantes estão dispersos pelas cidades dos Estados Unidos da América. A
localização dos refugiados tem sido difícil, e vários métodos têm sido utilizados para
trilhar o êxodo de Nova Orleães, o maior na história da América desde a guerra civil.
Em Julho de 2008 a população era de 311,853 em contraste com os 445,000 antes do
furacão, e o aumento anual da população também teve um decréscimo de 19% de 2006
– 2007 para 3% de 2007 – 2008. As características raciais da população da cidade
continuam na mesma, sendo 56% da população afro – americana e 35% caucasiana, um
pequeno declínio das percentagens anteriores, 60% afro - americanos e 32%
caucasianos. A habitação continua a ser um grande problema, visto que há falta de mão-
de-obra para a reconstrução das casas, e o serviço público continua a ser bastante fraco.
Mais de 40.000 pessoas ainda encontram – se desabrigadas.

Os sistema de saúde ainda encontra – se bastante fraco. Se antes do furacão,


20% da população não tinha seguro, depois de Katrina o sistema foi destruído. Houve
uma grande perda de instalações médicas e evacuação de trabalhadores de saúde
instruídos. O progresso tem sido lento, não há maneira de fornecer serviços de
emergência cobertos pela Medicaid, ainda há poucos hospitais, e há uma grande
necessidade de serviços de saúde mental.1 em 5 idosos não têm seguro de saúde, bem
como 1/3 das crianças da cidade.

Em termos de negócios e de propriedade comercial, bares e supermercados


foram os primeiros negócios a ficarem operacionais. Restaurantes e bombas de gasolina
demoraram um pouco mais a reabrir. O sector comercial que mais tem crescido desde
Katrina tem sido o sector de automóveis, visto que a tempestade danificou mais de
150.000 automóveis. Nova Orleães continua a ser um bom lugar para turismo, a
Bourbon Street não foi danificada, e continua a providenciar as mesmas actividades. Os
pequenos comércios foram muito prejudicados e continuam a ter grandes dificuldades
nas suas recuperações, no entanto, está a haver um boom de novos pequenos negócios.

O esforço feito para diminuir o crime na cidade de Nova Orleães parece estar a
ter resultado. Em 2008 o crime diminuiu em quase todas as categorias. A percentagem

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de homicídios desceu 15%, as violações diminuíram 44%,assaltos por mão armada
diminuiu 5%.

O furacão Katrina foi um desastre natural que arruinou a vida de várias


pessoas. A miséria foi sentida principalmente pelos pobres, que na sua maioria na
cidade de Nova Orleães são afro – americanos, pelos idosos e pelos doentes. O perfil
económico da cidade aponta que estas eram as pessoas no epicentro do desastre social,
provou também o quão marginalizadas foram as mais de 100.000 pessoas que ficaram
desalojadas durante a ofensiva do furacão, pelo sistema de administração muito
vulnerável. Porém é também uma oportunidade para reestruturar a cidade, e melhorar o
sistema económico base das comunidades prejudicadas. É necessário melhorar as infra
– estruturas e criar planos de prevenção para eventuais desastres naturais.

Todavia, é importante notar que questões sobre factores sociais, económicos e


de classe permanecem sem ser discutidos. Apesar do grande impacto que o furacão teve
na mente dos cidadãos americanos e das questões que levantou, estas logo foram
esquecidas. Continua a haver uma grande segregação racial, e a cidade continua a ser
conduzida por grandes desigualdades sociais.

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Bibliografia

• Confronting Katrina: Media, Culture, and the Politics of


Representation: Viewing a Racialized Disaster, Center for Comparative
Studies in Race and Ethnicity (CCSRE), Stanford.

• Confronting Katrina: Organizations as the Solution and the Problem,


Center for Comparative Studies in Race and Ethnicity (CCSRE),
Stanford.

• General Honoré: Leading the Response to Katrina, Center for Creative


Leadership podcast.

• Katrina, The Long Roaf Back, MSNBC

• http://en.wikipedia.org/wiki/Effects_of_Hurricane_Katrina_in_New_O
rleans

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