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Dos gastos com a saúde

O concelho de Montemor-o-Novo é hoje caracterizado por uma população envelhecida, o que


significa que uma parte alargada dos indivíduos aqui residentes depende, para a sua
sobrevivência, de uma reforma que é, na maior parte dos casos, paga pelo Estado.

Como todos sabemos, a maior parte das reformas são reduzidas, muitas delas de mera
sobrevivência, o que obriga os pensionistas a uma forte contenção de gastos. Por um lado, a
tradição agrícola do concelho de Montemor, onde se praticaram baixos salários, implicou que
as reformas das pessoas que no passado viveram da agricultura sejam igualmente bastante
baixas. Por outro lado, a inexistência de uma base económica dinâmica implicou que quem no
passado não trabalhou na agricultura, certamente também não auferiu rendimentos elevados,
pelo que essas reformas de hoje estão longe de marcar a diferença.

Com a contenção orçamental existente neste ano de 2011, as reformas não vão subir, mas os
gastos que as famílias vão ter irão subir de certeza, principalmente na parte de que diz
respeito à saúde. Para os reformados, os gastos com a saúde são uma parcela significativa do
seu orçamento mensal, por isso, este agravamento de taxas moderadoras e de redução de
comparticipação nos medicamentos que o actual Governo adoptou, vai provocar problemas a
muita gente.
De acordo com as novas regras de comparticipação de medicamentos, para que essa
comparticipação exista de facto, os centros de saúde vão solicitar a entrega de uma declaração
para acesso à informação fiscal e bancária dos pensionistas. A legislação prevê apenas dois
tipos de comparticipação, em função dos rendimentos e em função das patologias ou de
grupos especiais de utentes, o que, na prática, se irá traduzir em fortes restrições.
Relativamente às taxas moderadas elas só estão isentas para os pensionistas que recebam
rendimentos não superiores ao salário mínimo nacional e aos desempregados inscritos nos
centros de emprego.

Para além destes aumentos, o Ministério da Saúde vem ainda colocar mais entraves à
participação nos custos com as deslocações de doentes, o que levou os bombeiros a emitir um
comunicado muito duro, onde criticam as decisões tomadas pelo Governo. O documento
chama a atenção para a situação das populações e para as suas expectativas, uma vez que
estavam dimensionadas para prestar um determinado nível de serviço que agora, por forças
das restrições, vai diminuir, o que também terá implicações na estrutura organizativa dos
bombeiros. De salientar que os serviços de transporte eram principalmente prestados às
populações de baixos rendimentos que não podem pagar um transporte com a frequência que
os tratamentos exigem.

Convém não esquecer que o Partido Socialista, no seu programa de governo que foi sufragado
pelos eleitores nas últimas eleições legislativas, propunha “promover uma revisão global do
actual sistema de comparticipação do medicamento, com especial enfoque nos regimes
especiais, no sentido de obter melhor equidade e mais valor para todos os cidadãos; aumentar
o apoio do Estado aos grupos mais vulneráveis”, acrescentando que “a saúde é um direito e
uma responsabilidade individual e colectiva. Importa apelar às responsabilidades de todos os
diferentes actores envolvidos no sistema de saúde, em especial os cidadãos”.

Face ao momento que estamos a viver, parece que os objectivos atrás definidos estão longe de
se alcançarem, principalmente nos concelhos do interior do país, como é o caso de Montemor-
o-Novo. Por isso, este aumento dos gastos com a saúde, que a todos vai afectar, traduzir-se-á
numa maior precariedade e agravamento das condições de vida de uma parte muito
substancial da população.

A.M. Santos Nabo

Fevereiro 2011

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