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RESUMO
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Graduado em Física, pela UFBA, Especializado em Educação e Novas Tecnologias da Comunicação e Informação e
Mestrando em Engenharia de Produção, na área de Mídia e Conhecimento, pela UFSC. Professor de Tecnologia da Informação
e Informática Aplicada à Comunicação e de Linguagem de Programação, Pesquisa Operacional e Sistemas Operacionais.
E-mail: mtuliop@fib.br - mtulio@uol.com.br
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Educação
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A linguagem digital é uma das mais fortes expressões da sociedade contemporânea. As tecnologias
que utilizam essa linguagem são consideradas também tecnologias intelectuais, pois, como a oralidade e
a escrita, também participam ativamente do processo cognitivo, modificando ações, transformando
conceitos em um estado de virtualização, de potencialização e de atualização das categorias cognitivas
do ser humano em seu contexto social.
Graças à simulação de modelos mentais, o sistema cognitivo introjeta parcialmente os sistemas
de representação e os algoritmos operativos cujo o uso foi adquirido por ele. As tecnologias intelectuais,
ainda que pertençam ao mundo “sensível”, também participam de forma fundamental no processo
cognitivo. Os processos intelectuais não envolvem apenas a mente, colocam em jogo coisas e objetos
técnicos complexos de função representativa e os automatismos operatórios que os acompanharem
(LÉVY, 1997, p.160).
Considerando a interação do meio como determinante da linguagem e a linguagem como
determinante do meio, através da construção dos conceitos, signos e de formas representativas, o
caráter complexo da sociedade e da linguagem digital não é uma coincidência, mas uma constatação da
reciprocidade, da troca, da ambigüidade dessas estruturas. A partir do perfil complexo da
contemporaneidade, faz-se necessário o entendimento das características dos sistemas dinâmicos. A
percepção de que vivemos em uma configuração complexa não basta para propormos teorias e práticas
nesse meio. Sem o conhecimento do comportamento dinâmico poderão ser ignorados pontos qualitativos
que aflorarão nos processos estudados, modificando parcial ou totalmente as propostas iniciais, o que
pode inviabilizar ou ressignificar o objeto de pesquisa de forma profunda.
Para as proposições de teorias e práticas sociais e, no nosso caso específico, teorias e práticas
pedagógicas contemporâneas, é preciso compreender os sistemas dinâmicos estudados. A
superficialidade no tratamento de um sistema caótico pode levar a conclusões, projeções, hipóteses
bastantes inconsistentes, já que esses sistemas são altamente sensíveis às condições iniciais de contorno,
acarretando resultados totalmente diferentes, com variações pequenas dos conteúdos das variáveis
consideradas no processo.
É de fundamental importância considerar as características da complexidade como: as iterações,2
processos não lineares realimentados pelos seus próprios resultados, dando origem ao auto-reforço do
sistema; o delineamento de uma ordem interna causada pelas iterações; a topologia, em que todas
dimensões lineares podem ser reconfiguradas, torcidas, modificadas, preocupando-se com as
características qualitativas do sistema; os espaços de fase e as trajetórias neste espaço como representação
do movimento do sistema (atratores); a análise topológica, transferindo os indicadores quantitativos
para indicadores qualitativos; a geometria fractal, dimensionando o grau de complexidade do sistema
através da dimensão fractal de auto-similaridade, evidenciando os padrões dentro de padrões, colocando
à vista a ordem da complexidade.
A preocupação é conduzir o objeto de estudo para uma estrutura básica no processo cognitivo,
a linguagem digital. Identificar e estudar as características da complexidade nessa estrutura pode ser o
caminho para compreensão de processos que se apresentam com um alto grau de complexidade.
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“Um laço de realimentação corresponde a um tipo especial de processo não-linear conhecido como iteração (palavra
que em latim significa ‘repetição’) na qual uma função opera sobre si mesma.” (CAPRA, 1998, p.107).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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