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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética


3ª Semana Brasileira de Catequese
Itaici-SP, 6 a 11 de outubro de 2009

CATEQUESE E LITURGIA NO PROCESSO DE INICIAÇÃO CRISTÃ

Pe. Vanildo de Paiva1

I. Introdução: “O que vocês estão conversando pelo caminho?” (Lc 24,17)


01. A 3.ª Semana Brasileira de Catequese propõe um rico e aprofundado diálogo a respeito de
uma catequese como iniciação cristã, isto é, que auxilie eficazmente no processo de iniciação de cada
catequizando à experiência de Jesus Cristo, especialmente na vida comunitária e eclesial. Por todo
canto do país faz ecoar palavras que expressam experiências significativas, expectativas, temores, anseios
e, sobretudo, o sonho de uma catequese liberta do peso das prescrições e cristalizações doutrinárias e de
cunho simplesmente sacramentalista.
02. A imagem do caminho é paradigmática nesse momento fecundo vivido pela Igreja e,
especialmente, pelos catequistas de nosso Brasil. Aliás, essa imagem sempre se prestou, na história, para
falar da iniciativa divina de aproximar-se da realidade de seu povo para propor-lhe amorosamente a
salvação (cf. Ex 3,18; Dt 8,2; Jó 23,11; Sl 119,1; Is 2,3; Jr 7,3). Jesus é o Deus caminheiro, que “armou
sua tenda no meio de nós” (cf. Jo 1,14) para falar-nos bem de perto como um amigo fala com outro
amigo, tornando-se Ele próprio caminho para o Pai: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem
ao Pai senão por mim" (Jo 14,6).
03. Falar do caminho trilhado pela catequese é recordar o testemunho vigoroso de tantos
homens e mulheres que, ao longo de toda a história do Cristianismo, sinalizaram para os valores do
Reino e conduziram, consigo, inúmeras pessoas à experiência de Jesus Cristo como Senhor e
Salvador. É trazer à memória os santos e mártires deste continente sofrido, que aqui fecundaram a terra
com seu sangue, de cuja semeadura colhemos preciosos frutos! É falar de tantos catequistas que, em
cada época, deram o melhor de si, para que Jesus fosse mais conhecido, amado e seguido. Falar do
caminho é, ainda, abrir os olhos para reconhecer a presença libertadora de Jesus Cristo que caminha
conosco, ouve nossos clamores, conhece nossas angústias e também nossas esperanças e, especialmente,
nos aponta o rumo a seguir, sempre que novas questões desafiam nossa ação evangelizadora e pastoral.
04. É Ele quem nos pergunta hoje, como naquele dia perguntou aos dois discípulos que
caminhavam desolados, fugindo para Emaús: “O que vocês estão conversando pelo caminho?” (Lc
24,17). É Ele quem nos convida a olhar para sua prática e a reaprender seu jeito especial de catequizar. É
Ele quem nos ensina a acolher com alegria esse processo que aquece o coração de nossa Igreja, hoje, ao
voltar prioritariamente seu olhar para os adultos que, ao longo do caminho de fé, encontram-se
sedentos de Deus e, muitas vezes, desorientados diante de tantas encruzilhadas! É Ele, enfim, que bate às
portas do nosso coração e chama-nos à Ceia para que o conheçamos melhor: "Eis que estou à porta e
bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele
comigo" (Ap 3,20).

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Pe. Vanildo de Paiva integra a equipe de assessoria da dimensão Bíblico-catequética da CNBB. É autor de livros pela Editora Paulus,
entre os quais se destaca “Catequese e Liturgia: duas faces do mesmo Mistério”. Contatos : vanildopaiva@yahoo.com.br
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II. A catequese inicia à vida litúrgica: “Jesus explicava para os discípulos todas as
passagens da Escritura que falavam a respeito dele” (Lc 24,27)
05. É na caminhada com os discípulos que Jesus tem a oportunidade de aquecer-lhes o coração,
explicando-lhes as Escrituras e o modo como o Mistério Pascal a elas se vincula. Ele, Palavra viva, fala
com os seus de tal maneira a descerrar-lhes as vendas dos olhos, conduzindo-os à mesa da refeição e
da experiência plena da sua ressurreição. Isso nos faz pensar o quanto nossa experiência litúrgica ainda
carece de autêntica iniciação, o que pode ser oferecido, em grande parte, pela catequese. São inúmeros os
documentos da Igreja que ressaltam essa necessária interação entre as dimensões litúrgica e bíblico-
catequética.
06. O Decreto Christus Dominus, sobre a ação pastoral dos bispos, pede aos pastores que se
preocupem que “a instrução catequética2, que tem por fim tornar viva, explícita e operosa a fé ilustrada
pela doutrina, seja administrada com diligente cuidado quer às crianças e adolescentes, quer aos jovens
e mesmo adulto s(...). Esta instrução se baseie na Sagrada Escritura, na Tradição, na Liturgia, no
Magistério e na vida da Igreja” (14,1043). O texto conciliar recomenda ainda insistentemente um
método apropriado às necessidades dos tempos (cf. CD 13,1040).
07. Foi a Declaração sobre a Educação Cristã, intitulada Gravissimum Educationis, que mais
claramente definiu o objetivo da catequese, ao afirmar que ela “ilumina e fortifica a fé, nutre a vida
segundo o espírito de Cristo, leva a uma participação consciente e ativa no mistério litúrgico e desperta
para a atividade apostólica” (4,1509).
08. A Exortação Apostólica Catechesi Tradendae (A catequese em nosso tempo), em 1979,
escrita pelo papa João Paulo II, aponta seguramente a necessária e intrínseca ligação entre catequese e
liturgia, quando diz, de forma explícita: “A catequese está intrinsecamente ligada com toda a ação
litúrgica e sacramental, porque é nos Sacramentos, e sobretudo na Eucaristia, que Cristo Jesus age em
plenitude para a transformação dos homens.(...) A catequese leva necessariamente aos sacramentos da
fé. Por outro lado, uma autêntica prática dos Sacramentos tem forçosamente um aspecto catequético.
Por outras palavras, a vida sacramental se empobrece e bem depressa se torna um ritualismo oco, se ela
não estiver fundada num conhecimento sério do que significam os sacramentos. E a catequese
intelectualiza-se, se não haurir vida numa prática sacramental” (CT 23).
09. O Documento da CNBB, Catequese Renovada, traz dois preciosos números que merecem
destaque por refletir a importante interação entre catequese e liturgia. No número 89, lê-se: “Não só pela
riqueza de seu conteúdo bíblico, mas pela sua natureza de síntese e cume de toda a vida cristã, a
Liturgia é fonte inesgotável de Catequese. Nela se encontram a ação santificadora de Deus e a
expressão orante da fé da comunidade. As celebrações litúrgicas, com a riqueza de suas palavras e
ações, mensagens e sinais, podem ser consideradas uma ‘catequese em ato’. Mas, por sua vez, para
serem bem compreendidas e participadas, as celebrações litúrgicas ou sacramentais exigem uma
catequese de preparação ou iniciação”. E o número posterior acrescenta: “A Liturgia, com sua peculiar
organização do tempo (domingos, períodos litúrgicos como Advento, Natal, Quaresma, Páscoa etc.)
pode e deve ser ocasião privilegiada de catequese, abrindo novas perspectivas para o crescimento da fé,
através das orações, reflexão, imitação dos santos, e descoberta não só intelectual, mas também sensível
e estética dos valores e das expressões da vida cristã” (CR 90).
10. Mais recentemente, o documento 84 da CNBB, Diretório Nacional de Catequese, dedicou
vários números ao tema da catequese e liturgia, sempre reafirmando a mútua dependência dessas duas
dimensões da ação pastoral da Igreja. Considera, primeiramente, a liturgia como fonte da catequese, e cita
a proclamação da Palavra, a homilia, as orações, os ritos sacramentais, a vivência do ano litúrgico e as
festas como momentos de educação e crescimento na fé (cf. DNC 118). Sem titubear, afirma que “os
autênticos itinerários catequéticos são aqueles que incluem em seu processo o momento celebrativo
como componente essencial da experiência religiosa cristã” (idem). Logo a seguir, o Diretório insiste
veementemente na catequese litúrgica, dizendo que “é tarefa fundamental da catequese iniciar
eficazmente os catecúmenos e catequizandos nos sinais litúrgicos e através deles introduzi-los no
mistério pascal” (120). Assim sendo, aponta como missão da catequese preparar o cristão aos
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Todos os grifos do texto são nossos
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sacramentos e o ajudar a vivenciá-los através das orações, gestos e sinais, silêncio, contemplação,
presença de Maria e dos santos, escuta da Palavra etc. (cf.120)
11. No texto prioritário para a 47.ª Assembléia da CNBB, encontramos a seguinte afirmação:
“É muito comum criticar um certo tipo de catequese, considerada sacramentalista. Com isso se quer
falar do costume de fazer do sacramento uma espécie de ‘festa de formatura’, fim do caminho, despedida
da Igreja. O sacramento vira uma espécie de costume, uma devoção a mais, sem consideração do
conjunto do compromisso de fé que ele sinaliza e exige”. (63)
12. E o texto continua: “E aí temos um desafio. Temos que afirmar que todo verdadeiro
processo catequético desemboca na celebração dos sacramentos, como momento culminante da
participação no mistério de Cristo. O Vaticano II afirma que a liturgia é cume e fonte da vida cristã (cf
SC 10). O sacramento é a consequência de uma fé assumida, mas é também realimentação contínua
dessa mesma fé. Celebramos porque cremos e assumimos (é o cume, sinal máximo de vivência e
compromisso), mas, ao celebrar, fortalecemos essa crença e esse compromisso, nos alimentamos na
fonte, o que nos leva a celebrar de novo, num processo que se autossustenta. Portanto, a catequese deve
levar ao sacramento. Não tem sentido fazer de outro jeito. Mas só um bom processo de iniciação pode
dar ao sacramento o lugar que lhe cabe, que não faça dele um ponto de chegada sem prosseguimento de
caminho.” (64-65)
13. Sobre a necessária iniciação catequética de crianças à celebração eucarística, um antigo
documento da CNBB, 11, diz: “Embora a própria Liturgia, por si só, já ofereça às crianças amplas
oportunidades de aprender, a catequese da Missa merece um lugar de destaque dentro da Catequese,
conduzindo-as a uma participação ativa, consciente e genuína. Essa catequese, bem adaptada à idade e
à capacidade das crianças, deve tender a que conheçam a significação da Missa por meio dos ritos
principais e pelas orações, inclusive o que diz respeito à participação da vida da Igreja. Isso se refere
principalmente aos textos da própria Oração Eucarística e às aclamações, por meio das quais as
crianças delas participam”.
14. Tudo isso nos faz pensar na grande tarefa que temos de uma catequese de iniciação que
realmente introduza o catequizando na experiência de Deus realizada na liturgia, conhecendo e dando
sentido aos símbolos, sinais, linguagem, ritos e tudo o que compõe nosso universo litúrgico, às vezes tão
distante da realidade do povo, sobretudo de crianças, adolescentes e jovens, quando não extremamente
árido e enfadonho!

III. A liturgia, por si mesma, é educadora da fé: “E reconheceram Jesus ao partir o pão”
(Lc 24,35)
15. Um dos documentos mais importantes do Concílio Vaticano II chama-se Sacrossanto
Concílio (SC). Trata da liturgia e foi a primeira Constituição a ser aprovada, praticamente por
unanimidade, o que mostrou a urgência de mudanças nesse setor da ação da Igreja. Não contém muitas
novidades no seu conteúdo, mas foi uma verdadeira retomada do essencial na liturgia, ou seja, de toda a
riqueza dos primeiros séculos da liturgia cristã. O ponto de partida está no resgate da centralidade do
Mistério Pascal na ação litúrgica e sua incidência sobre as exterioridades dos rituais e cerimônias. Em
outras palavras, Jesus Cristo é recolocado como o centro de toda a vida cristã – e, por isso mesmo, da
liturgia – e como eixo da ação da Igreja, povo de Deus. Assim sendo, o que fundamenta toda e qualquer
celebração litúrgica é o Mistério Pascal de Jesus Cristo e a sua atualização na vida do cristão. Ele é a
razão de ser do culto e da vida de todo fiel. Com Cristo, por Cristo e em Cristo, tudo adquire novo
significado.
16. Dessa visão cristocêntrica da liturgia brota um sentido denso para a prática sacramental. Os
sacramentos não podiam mais ser vistos simplesmente como remédios para situações emergenciais da
vida do cristão, ou como mera conveniência social, mas como verdadeira participação da pessoa no
Mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, no qual ela também “morre e ressuscita” para uma
vida nova. Infelizmente, muitos, ainda hoje, têm uma visão mágica dos sacramentos, o que denota uma
deficiência na catequese de nosso povo. Quantos são aqueles que recorrem aos Sacramentos

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completamente alheios ao seu real significado e ao que a Igreja oferece através deles! Há, aqui, uma
completa falta de sintonia entre a demanda dessas pessoas e a oferta da Igreja!
17. Outra grande conquista da Constituição Sacrossanto Concílio foi a participação plena,
consciente e ativa de todo o povo nas celebrações litúrgicas (cf. SC 14). Foi dado por encerrado o tempo
em que o povo “assistia” à missa, rezava o terço ou lia o livrinho devocional de “seu” santo favorito
durante a celebração. Incentivou-se uma valorização dos ministérios diversos na liturgia e se permitiu que
cada povo pudesse celebrar usando a sua própria língua e costumes, e não mais o latim. Também há,
nesse aspecto, muito por fazer, e a formação da assembleia celebrante, seja na catequese ou na própria
liturgia, ainda não foi suficiente para alcançar aquela consciência desejada pelo Concílio, embora
tenhamos avançado bastante.
18. A Palavra proclamada e explicada na liturgia foi outro elemento que muito favoreceu esse
resgate da tradição litúrgica. Não somente na celebração da missa, mas em todos os demais sacramentos,
a Palavra constitui momento forte de aprofundamento da fé e de catequese do povo. Inclusive as
celebrações da Palavra, permitidas e incentivadas pelo Concílio, vieram fortalecer a vida de tantas
comunidades, muitas das quais não têm a oportunidade da presença do padre ou da Eucaristia. Vivem da
Palavra de Deus!
19. A Igreja voltou seu olhar para a liturgia, apontando-a como ponto de partida e ponto de
chegada de toda a vida cristã (cf. SC 10). Desse modo, ela recuperou o seu posto de fonte da
espiritualidade da Igreja e de “catecismo permanente”. A valorização do que se celebra – os mistérios
da vida de Cristo e da vida do cristão - encontrou ênfase sobre o aparato externo dos ritos, já saturados
pelo formalismo, preocupação com rubricas, alfaias e objetos litúrgicos luxuosos... Uma liturgia mais
vivencial, a partir da realidade do povo, e menos instrumentalizada, foi a grande proposta do Concílio!
20. Buscou-se também recuperar aquela dimensão da mistagogia, tão cara à liturgia dos
primeiros tempos do Cristianismo. Sua revalorização veio como consequência dessa visão menos formal
dos ritos. A experiência do Mistério Pascal, feita ao longo do ano litúrgico, insere o cristão num
itinerário de fé e lhe possibilita adentrar no sentido da própria existência, a partir da contemplação
da vida de Cristo e da sua relevância na sua história pessoal e comunitária. Ficou mais fácil perceber
a profunda ligação que existe entre a liturgia e a vida, entre as questões da fé e as do cotidiano, o que leva
o cristão que celebra a um compromisso com a construção do Reino de Deus.
21. É importante ressaltar, entretanto, que, embora tenha uma dimensão catequética, a liturgia
não pode ser reduzida à instrução catequética. Sua natureza é de outra ordem, é celebrativa! Não
deve ser transformada, jamais, em explicação litúrgica, narração de ritos, comentários e descrição de
símbolos... ela educa por si mesma!

III. Catequese e liturgia na educação da fé dos discípulos de Jesus: “Não ardia o nosso
coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24, 31)
22. A caminhada dos discípulos de Emaús com o Mestre é paradigmática do processo de
iniciação cristã por conter inúmeros elementos preciosos dessa metodologia de formação de todo
discípulo e discípula de Jesus. A idéia de “experiência” (ex+peri+ência) – que traz o desafio do guardar
dentro de si algo importante que foi percebido e valorizado externamente – nos impulsiona a uma
catequese que ouse sair do campo do discurso e do ensino para a contemplação e a descoberta de
Deus na ação simbólica e concreta. A Conferência de Aparecida já chamava a atenção para isso, quando
dizia: “Recordamos que o caminho de formação do cristão, na tradição mais antiga da Igreja, ‘teve
sempre caráter de experiência, na qual era determinante o encontro vivo e persuasivo com Cristo,
anunciado por autênticas testemunhas’ (SC 64). Trata-se de uma experiência que introduz o cristão
numa profunda e feliz celebração dos sacramentos, com toda a riqueza de seus sinais. Desse modo, a
vida vem se transformando progressivamente pelos santos mistérios que se celebram, capacitando o
cristão a transformar o mundo. Isso é o que se chama ‘catequese mistagógica’”. (DA 290)
23. Há muitos cristãos desencantados pela vida cristã e litúrgica! Há inúmeros, inclusive já
participantes da assembleia litúrgica e da vida sacramental, que o fazem sem ardor algum, muitas vezes
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movidos pela ideia da obrigação ou de alguma outra forma caricaturada, vazia de sentido, presa ao
ritualismo estéril, que não converte, não transforma, não compromete... A liturgia perde, assim, seu poder
libertador e subversivo em relação à realidade contraditória, seu caráter de sinal dos apelos do Reino.
Cabe-nos, especialmente aos sacerdotes e catequistas, assumir o desafio de “fazer arder” o coração
do povo, não com a chama inócua do sentimentalismo desprovido de empenho evangélico, mas com uma
nova consciência da presença de Jesus Cristo em nosso caminho, nosso Mestre e Senhor da vida, que nos
chama a segui-lo no discipulado.

IV. Catequese e liturgia na educação da fé dos missionários : “Na mesma hora eles se
levantaram e voltaram para Jerusalém...” (Lc 24, 33)
24. A missão torna-se um imperativo na vida do discípulo, daquele que verdadeiramente
experimenta, com profundidade, a vida cristã: "Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma
obrigação que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!" (1Cor 9,16). Catequese e
liturgia apontam para a missão enquanto tornam madura e operante a fé do cristão, que sabe encontrar na
celebração do Mistério Pascal a expressão máxima de uma vida comprometida com a construção da
justiça, da fraternidade e do amor! “Quando cresce no cristão a consciência de pertencer a Cristo, em
razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse
encontro. A missão não se limita a um programa ou projeto, mas é compartilhar a experiência do
acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a
comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo” (DA 145).
25. Está na hora de superarmos as incoerências entre fé e vida, oração e ação social, celebrações
fervorosas e pouca ressonância no compromisso com a realidade social, econômica e política de nosso
país. Catequese e liturgia, bem articuladas, certamente despertarão nossos catequizandos, sobretudo
adultos, para que se “levantem” e “corram para Jerusalém”, a cidade que mata os profetas (cf. Mt 23,37),
o lugar do testemunho e do anúncio vivencial, coerente e feliz, do Cristo Ressuscitado!

V. Conclusão
26. “A catequese e a liturgia se reforçam mutuamente no processo catecumenal. A catequese
fornece meios para conhecer Jesus e viver a experiência pessoal de encontro com ele e aceitação de sua
proposta, de seu mistério de salvação. A liturgia ajuda a guardar e a assumir profundamente o que foi
descoberto na caminhada. Assim, as celebrações da Palavra de Deus no catecumenato têm por
finalidade “gravar nos corações dos catecúmenos o ensinamento recebido quanto aos mistérios de
Cristo e a maneira de viver o que daí decorre (...); levá-los a saborear as formas e as vias de oração;
introduzi-los pouco a pouco na liturgia de toda a comunidade” (RICA 106).
27. À guisa de conclusão, sem intenção de pôr ponto final, mas apenas de recuperar alguns
elementos importantes da reflexão, agora com intenção de apontar possíveis pistas para a interação entre
catequese e liturgia, vale-nos tentar enfrentar as seguintes questões:

a) De que modo a catequese pode tornar-se iniciática à vida litúrgica?


b) Quando se fala em “celebrar a catequese”, o que se entende de fato?
c) De que maneira a celebração litúrgica e sacramental entende sua missão catequética?
d) Como os principais elementos, ritos e sinais do RICA podem estar presentes no dia a dia da
prática catequética?
e) Nossos catequistas são verdadeiramente iniciados à vida litúrgica, para que assumam a contento
esse desafio da interação catequese-liturgia?
f) Que outras questões relevantes o grupo aponta?

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VI. Referências Bibliográficas

BECKHAUSER, Frei A. (coord.) Rito de Iniciação Cristã de Adultos. São Paulo: Paulinas, 2003
CELAM. Documento de Aparecida. 3ª. Ed. São Paulo: Paulus, 2007
CELAM. A caminho de um novo paradigma para a catequese. Brasília: CNBB, 2008
CNBB. Catequese Renovada. Orientação e Conteúdo. Documento 26. 29ª. Ed. São Paulo: Paulinas, 2000
_____ Catequese, caminho para o discipulado. Texto base. 2ª. Ed. Brasília: CNBB, 2009
_____ Diretório para missas com grupos populares. Documento 11. São Paulo: Paulinas, 1978
_____ Diretório Nacional de Catequese. Documento 84. 2ª. Ed. São Paulo: Paulinas, 2006
PAIVA, Vanildo. Catequese e Liturgia: duas faces do mesmo Mistério. 2ª. São Paulo: Paulus, 2008
VIER, Frei F. (org.). Compêndio do Vaticano II, 19ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 1987

Itaici, 9 de outubro de 2009

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