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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA MECÂNICA
ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

MEDIÇÕES TÉRMICAS – ENG03108

Prof. Paulo Smith Schneider

Equipamento concentrador de gases de combustão para aquecimento de água

Marcelo Schramm
Marco Leonardelli Lovatto

Porto Alegre, dezembro de 2009


2

RESUMO

A proposta de uma competição entre grupos de alunos com o objetivo de construir e


ensaiar um sistema de alta taxa de transferência de calor para a água dentro de um
recipiente padrão, sob uma fonte calorífica padrão é a motivação deste trabalho. Foi
construído um aparato que se acreditava ser capaz de aquecer a água num tempo menor
que o recipiente padrão. A principal característica do equipamento é promover uma
atmosfera de gases de combustão ao redor do recipiente através da aplicação de uma
câmara concentradora desses gases. O trabalho desenvolveu-se em quatro etapas
principais: projeto e montagem do aparato; análise da instrumentação e montagem da
sonda de medição; ensaio em fogão a gás doméstico; e comprovação dos resultados
realizando o ensaio na presença dos grupos concorrentes. Os desafios referentes à
montagem de um aparato real, face à simples elaboração de um projeto, mostraram-se
constantes, fazendo com que se vivesse, de verdade, a frase que diz que “nada é mais
prático do que a teoria”. Foi uma grande surpresa quando se observou que o recipiente
modificado com a utilização do aparato construído aumentou a constante de tempo em
26,8% em comparação com o recipiente não modificado, quando o que se esperava era
justamente o contrário. Nessas circunstâncias, o objeto final a ser ensaiado na presença dos
grupos concorrentes para os fins da competição passou a ser única e exclusivamente o
recipiente padrão, pois foi a configuração de onde se obteve os melhores resultados.
3

ABSTRACT

The proposal of a competition between groups of students in order to build and test a
system of high rate of heat transfer to water in a standard container, under a standard heat
source is the motivation for this work. An apparatus was constructed, which was believed
to be capable of heating water in a shorter time than the default container. The main feature
of the equipment is to promote an atmosphere of combustion gases around the container by
applying a camera that concentrates these gases. The work was developed in four main
stages: design and assembly of the apparatus; analysis of the instrumentation and assembly
of the probe; test in a domestic gas cooker, and confirmation of the results by performing
the test in the presence of the competing groups. The challenges to mount a real apparatus,
and not just a simple design of a project, were constant, causing, then, to live in truth the
phrase that says "nothing is more practical than theory." It was a big surprise when it was
observed that the modified container, using the apparatus built, increased the time constant
at 26.8% compared to the unmodified container, while the expected was just the opposite.
In such circumstances, the final object to be tested in the presence of the competing groups
for the purpose of the competition is solely the default container, because it was the setting
where the best results were obtained.
4

SUMÁRIO

RESUMO 2
ABSTRACT 3
1. INTRODUÇÃO 5
2. EMBASAMENTO TEÓRICO 6
2.1. Capacidade térmica 6
2.2. Calor específico 6
2.3. Segunda lei da energia 7
2.4. Condutividade térmica 7
2.5. Formas de transferência de calor 7
2.6. Taxa de transferência de calor 7
2.7. Comportamento transiente da temperatura 7
3. OBJETIVO DA COMPETIÇÃO 8
4. OBJETIVOS DO PROJETO 8
5. O RECIPIENTE PADRÃO 9
6. METODOLOGIA 9
7. PROJETO E MONTAGEM DO APARATO 9
7.1. Objetivos 1 e 2 10
7.2. Objetivos 3 e 4 10
7.3. Objetivo 5 10
8. INSTRUMENTAÇÃO 11
8.1. O sensor de temperatura 11
8.2. O multímetro 11
8.3. Incerteza total 12
8.4. Montagem da sonda de temperatura 12
8.4.1. Teste do fio utilizado para a sonda 12
8.4.2. Encapsulamento do sensor PT100 13
8.4.3. Testes de sinal 14
8.4.4. Montagem da sonda 14
8.4.5. Teste de posicionamento da sonda 16
9. CONSEQUÊNCIAS DA SONDA SOBRE O EFEITO DO EQUIPAMENTO 17
10. ENSAIO EM FOGÃO A GÁS DOMÉSTICO 17
11. RESULTADOS 18
12. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 19
13. PRINCIPAIS DESAFIOS 20
14. CUSTO TOTAL DO EQUIPAMENTO 20
15. CONCLUSÃO 20
AGRADECIMENTOS 21
REFERÊNCIAS 22
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 22
ANEXOS 23
5

1. INTRODUÇÃO

A ciência pode se desenvolver de duas formas: pela competição ou pela cooperação.


Universidades federais procuram trabalhar em cooperação, desde que haja uma
comunicação eficiente. O "trabalho final" da disciplina de Medições Térmicas do curso de
Engenharia Mecânica desta universidade, enquanto ministrado pelo Prof. Paulo Schneider,
sempre teve como objetivo incentivar o espírito criativo e prático dos estudantes, além de
avaliar os procedimentos dos ensaios realizados, de forma livre e, muitas vezes,
cooperativa entre os alunos. A indústria, de forma contrária, onde está o futuro de muitos
desses alunos, funciona na competição com outras empresas que detém o conhecimento de
uma mesma tecnologia. A proposta de um projeto final da disciplina que visa a competição
entre grupos a fim de se ter uma panela modificada, ou um aparato auxiliar, tal que seja
promovido o maior fluxo de calor para a água no seu interior, vem em boa hora,
diferenciando-se dos trabalhos acadêmicos anteriormente observados. Os estudantes
aproximam-se, assim, do que os espera fora do meio acadêmico: criatividade e segredo.
A qualidade de uma idéia é medida em dois eixos: o valor científico e o valor
econômico. Embora a todo o momento surjam novos objetos e processos que detém valor
científico, ou seja, são novos ou funcionam de uma maneira nova e melhor, toda nova idéia
que busque o sucesso e a utilização pelo público-alvo na maior escala possível deve ter
valor econômico. Isto é, um novo produto ou processo deve ser viável economicamente ou
na praticidade quando for produzido ou aplicado, tendo condições e chances de tomar o
mercado. É por esse motivo que devemos destacar que, embora a presente proposta deseje
simular uma competição industrial, o valor econômico do produto idealizado não é o
objetivo traçado. É no contexto de se buscar um novo produto com valor científico, e não
necessariamente econômico, que este projeto foi desenvolvido. O esforço passa a ser
desenvolver um dispositivo que mantenha o calor dos gases de combustão no maior
contato possível com a menor massa de recipiente possível, a fim de se ter um sistema de
aquecimento de água com a menor capacidade térmica (J/°C) possível, mesmo que não seja
de uso prático da maneira como foi concebido.
6

2. EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1. Capacidade térmica

No mercado, há diversos tipos de panelas, com diversas propriedades de cocção


(Lunkes, 2008). Falando de Física, e não de culinária, qualquer material possui uma
propriedade extensiva - dependente da massa - chamada capacidade térmica, caracterizada
pela quantidade de energia [J] que o corpo precisa absorver para aumentar a sua energia
interna, expressa em temperatura, em 1 grau centígrado (°C ou K). A equação que define a
capacidade térmica  é dada por

  ∆/∆
/ (1)

Como dito, essa propriedade é dependente da massa [kg] do corpo. A capacidade


térmica da água a ser aquecida praticamente não sofre alteração, pois a quantidade - massa
- de água será constante durante o aquecimento, igual a 1kg. A água, obviamente, estará
contida em um recipiente - a leiteira de alumínio - cujas características o grupo é livre para
modificar.
A disponibilidade de potência energética [W] é constante, e é dada pela vazão
mássica [kg/s] de gás em combustão. O sistema ideal é aquele que aproveita toda a
potência disponível para o aumento da temperatura da água. Todavia, há diversos tipos de
perdas como, por exemplo, por convecção para o ar externo, por evaporação da água, por
radiação, e pelos próprios gases quentes que não chegaram a trocar toda sua energia com o
sistema, sendo elevados na atmosfera pelo empuxo. A fim de se ter a temperatura do
sistema aumentada no menor tempo possível, necessita-se a elaboração de um sistema que
possa aumentar a sua energia interna, expressa pela temperatura [K], com a menor
quantidade de energia [J] possível. Ou seja, buscamos um sistema com baixa capacidade
térmica. Sendo esta dependente da massa do sistema, o recipiente deve ter a menor massa
possível, como primeira variável a ser modificada.

2.2. Calor específico

A forma intensiva - propriedade do material, independente da massa - da capacidade


térmica, ou seja, a capacidade térmica por unidade de massa, ou capacidade térmica
específica, é chamada de calor específico do material, dada por

  ∆/ ∆
⁄. (2)

Cada material terá um calor específico. Uma vez que queremos precisar de pouca de
energia para se ter um grande aumento de temperatura, se fosse possível modificar o
material do recipiente, deveríamos buscar, como segunda variável, aquele com o menor
calor específico. Como o grupo está restrito ao modelo de leiteira e, por conseguinte, ao
material alumínio para o recipiente, o calor específico do mesmo é conhecido e vale
aproximadamente (Incropera, 2007)

   903
⁄. (3)

Este valor é para alumínio puro. Entretanto, como a fábrica trabalha com alumínio
proveniente de retalhos e sucata, existe uma indeterminação do grau de pureza.
7

2.3. Segunda lei da energia

A energia flui naturalmente do meio de maior potencial para o meio de menor


potencial, vencendo todas as resistências no meio do caminho (Beyer, 2009). Falando de
energia térmica, ou a forma como ela é geralmente expressa (temperatura), o calor migra,
naturalmente, de um corpo mais quente para o mais frio, vencendo todas as resistências
térmicas no meio do caminho. Quanto maior a diferença de potencial - de temperatura -
mais intenso - rápido - é esse fluxo de energia.

2.4. Condutividade térmica

Uma resistência térmica é a dificuldade que um sistema terá em conduzir essa


energia térmica em uma direção, dadas as suas características moleculares e/ou estruturais.
Logo, uma terceira propriedade - intensiva - de um corpo é a sua condutividade térmica
(k), obtida experimentalmente a partir da relação

  "⁄⁄  ⁄. (4)

onde " é o fluxo de calor [W/m2] na direção da comprimento . A condutividade térmica


é uma propriedade de transporte de energia térmica e indica a taxa de condução da mesma
através do material (Incropera, 2007).
Um material é dito condutor quando possui uma alta condutividade, e isolante
quanto possui baixa condutividade.

2.5. Formas de transferência de calor

Condução: transferência de calor através de um meio material sem movimento


relativo entre os componentes do sistema que influenciam no processo.
Convecção: transferência de calor pelo movimento (advecção) de meios fluidos.
Radiação: transferência de calor entre todos os corpos dotados de temperatura por
ondas eletromagnéticas.

2.6. Taxa de transferência de calor

É a quantidade de energia [J] transferida por unidade de tempo [s], ou seja, a


potência calorífica [W].

2.7. Comportamento transiente da temperatura

Todo o sistema físico imposto a uma alteração de alguma propriedade , como a


temperatura, não responde a essa alteração de maneira súbita, mas apresenta uma resposta
transiente   . Ou seja, essa propriedade terá seu valor alterado de forma gradual,
seja ela rápida ou lenta, de acordo com a equação

 ! ⁄" !   exp  ⁄& (5)

até que se atinja o valor imposto ! , onde o comportamento é dito permanente.


Matematicamente, o valor ! é atingido apenas para  tendendo ao infinito. Para uma
abordagem prática, um instrumento ou uma alteração de um sistema pode ter o seu tempo
de resposta determinado, por exemplo, pela constante de tempo, sendo igual ao tempo
8

necessário para que a propriedade transiente atinja 63,2% do salto energético (diferença
entre o seu valor inicial " e o valor imposto ! ,); ou pelo tempo de subida, igual a 90% do
salto energético. O valor de 63,2% do salto é obtido fazendo-se   &.

3. OBJETIVO DA COMPETIÇÃO

O objetivo é modificar a leiteira ou construir um aparato auxiliar ao recipiente tal que


a constante de tempo do mesmo, para o aquecimento da água, seja o menor possível.
Embora todos os grupos envolvidos na competição devam utilizar a água à mesma
temperatura inicial, nem todos os sistemas fornecerão à água a mesma temperatura de
comportamento permanente. Diferentes temperaturas de ebulição modificariam o salto
energético de cada equipamento, modificando a temperatura correspondente à constante de
tempo de cada um. Buscando uma padronização na comparação entre os sistemas, foi
escolhida como referência a leiteira sem modificações. O grupo que fizer a água atingir a
temperatura referente à constante de tempo da leiteira sem modificações é o vencedor.

4. OBJETIVOS DO PROJETO

Para se chegar ao objetivo da competição, deve-se fazer com que a água atinja uma
energia interna - expressa pela temperatura - de 63,2% do salto energético imposto ao
sistema no menor tempo possível. Em outras palavras, deve-se construir um sistema que
permita a maior taxa de transferência de calor para a água com uma mesma vazão de gás
em combustão.
Nessas circunstâncias, o objetivo do projeto é aproveitar ao máximo a
disponibilidade energética dos gases de combustão, promovendo sua transferência para a
água e evitando ao máximo a sua armazenagem em outros materiais.
Assim, foram buscadas, no sistema construído, 5 características, nomeadas como
Objetivos:
Objetivo 1. O recipiente - leiteira - deve ter a menor capacidade térmica possível.
Para esta característica, procurou-se a diminuir a massa da leiteira.
Objetivo 2. O recipiente deve ser o único material do sistema a absorver calor
significativamente, de forma a passá-lo para a água.
Objetivo 3. Os gases de combustão não devem escapar ao empuxo livre para a
atmosfera depois de passarem pelas superfícies da leiteira, mas sua disponibilidade
energética deve ser mais bem aproveitada.
É empírico que a leiteira sob aquecimento terá uma temperatura mais alta que a
temperatura da atmosfera, ao seu redor, e isso ocorre por dois motivos: primeiro, o
alumínio da leiteira é o primeiro material não gasoso a receber a energia da combustão.
Como a água no seu interior estará, assim, a uma temperatura inferior, a leiteira transfere o
calor recebido da combustão para a água. Assim, a leiteira terá uma temperatura tão alta
quanto a transferência de calor para a água permita. Segundo, o ar ao redor da leiteira e dos
gases de combustão aquece-se, entretanto com uma velocidade de variação de temperatura
muito menos significativa do que a do alumínio da leiteira, por exemplo, por este possuir
uma condutividade térmica muito mais alta que a do ar. Segundo dados de Incropera
(2007):

'(   300   26,3 . 10-.  ⁄. (6)

 /(0  237  ⁄. (7)


9

Foi explicado, no parágrafo anterior, porque a temperatura da leiteira e dos gases de


combustão será sempre superior à do ar ambiente. A partir da segunda lei da energia, a taxa
de transferência de calor do meio com maior temperatura para o meio com menor
temperatura é tão maior quanto for a diferença de temperatura. Por isso, segundo Schneider
(2009), o melhor isolamento térmico é a ausência de diferença temperatura.
Nesse contexto, para diminuir a diferença de temperatura da leiteira em aquecimento
com o meio externo, diminuindo, dessa forma, a taxa de perda calorífica da leiteira e seu
conteúdo para o ar, devemos buscar que:
Objetivo 4. O ambiente ao redor da leiteira deve ter uma temperatura tão alta quanto
for possível.
A única fonte de calor será o fogareiro. Logo, o calor desse ambiente deverá ser
promovido pelo calor proveniente da combustão não aproveitado diretamente pela leiteira.
A radiação é uma forma de transferência de calor significativa quando os corpos
estão a altas temperaturas. Por isso, também buscamos:
Objetivo 5. Evitar que a leiteira perca calor por radiação para o meio.

5. O RECIPIENTE PADRÃO

Todos os grupos desta competição deverão utilizar como ponto de partida para
modificações a leiteira da marca Alumínio Royal, de 140mm de diâmetro, 112mm de
altura 1mm de espessura de parede, capaz de comportar 1,6 litros.

6. METODOLOGIA

O trabalho desenvolveu-se em três etapas principais:


A. Projeto e montagem do aparato a partir da leiteira padrão.
B. Análise da instrumentação e montagem da sonda de medição.
C. Ensaio em fogão a gás doméstico.
D. Comprovação dos resultados realizando o ensaio na presença dos grupos
concorrentes, no Laboratório de Estudos Térmicos e Aerodinâmicos (LETA), nesta
universidade.

7. PROJETO E MONTAGEM DO APARATO

As primeiras idéias e alguns desafios durante a montagem do aparato evoluíram até


convergirem ao equipamento final mostrado na Fig. 1. Os principais desafios encontrados
durante a montagem são discutidos na seção 13.
10

Figura 1 – Esquema geral do equipamento construído.

Todos os componentes mostrados são discutidos abaixo, relacionando-os


relacionando com os
objetivos do projeto.

7.1. Objetivos 1 e 2

De forma a se atingir os Objetivos 1 e 2, destacados na seção 4, a primeira atitude de


modificação foi retirar o cabo para segurar a leiteira, necessário para fins práticos de
utilização, mas desnecessário para sustentar a água no seu seu interior. Assim, estaremos
diminuindo a capacidade térmica (Objetivo 1) e a quantidade de material absorvendo calor
antes de passá-lo
lo para a água (Objetivo 2).
Pensou-se
se em diminuir a espessura da leiteira por usinagem, mas tal atitude não se
mostrou prática
tica devida à espessura
espes já originalmente reduzida

7.2. Objetivos 3 e 4

Os Objetivos 3 e 4 convergem na idealização da modificação do ambiente ao redor


da leiteira através de um concentrador de gases de combustão. Esse concentrador consiste
em uma panela sem tampa (1), de diâmetro maior que a leiteira - que iremos nos referir, a
partir de agora, como panela grande -,, colocada de cabeça para baixo sobre o sistema em
aquecimento.
De forma a se manter o cuidado com o Objetivo 2, foi adicionado um isolamento
térmico
érmico no interior da panela grande, constituído de uma manta de fibra cerâmica (2) de
massa específica 128 kg/m3 e espessura de aproximadamente 15mm nas laterais e 10mm
na parte superior. As especificações deste produto encontram-se
encontram se no Anexo A.
A

7.3. Objetivo 5

Para evitar a dissipação de calor da leiteira por radiação, foi colocada uma superfície
de papel alumínio (3) no interior da panela grande, cobrindo a manta de fibra cerâmica. Foi
escolhido o material alumínio por possuir uma alta refletividade espectral
espectral na região de
11

comprimentos de onda do infravermelho, característica da radiação emitida por corpos a


altas temperaturas. O papel alumínio - folha fina - foi escolhido por ser de fácil acesso no
mercado e por possuir pouca massa, logo deixando de contribuir o mínimo possível para o
Objetivo 2.
A manta de fibra cerâmica e o papel alumínio foram fixados à panela grande com o
auxílio de um aro de arame (4) de diâmetro um pouco maior que o diâmetro interno desta
panela já com a manta e com o papel alumínio. Acomodado no interior da panela, o aro
pressiona o papel alumínio sobre o isolante e este sobre as paredes da panela, mantendo-os
fixos às paredes. Nas bordas, pequenas seções de arame (5) de aproximadamente 70mm de
comprimento são dobradas sobre a manta, pressionando-a contra as bordas da panela. Estes
arames acabam se tornando um material a mais absorvendo a energia calorífica dos gases
de combustão, que deveria ficar disponível para a leiteira. Entretanto, esta foi a solução
encontrada uma vez que colas resistentes às temperaturas dos gases de combustão
mostraram-se caras e difíceis de se encontrar.

8. INSTRUMENTAÇÃO

8.1. O sensor de temperatura

Para a medição da temperatura da água em aquecimento, foi utilizado um sensor


(transdutor) por termoresistência PT100 Classe A. O seu princípio de funcionamento é a
alteração da resistência elétrica de um elemento de platina, linearmente com a variação de
temperatura. É um sensor extremamente estável, calibrado a partir do ponto tríplice da
água, utilizado como instrumento primário (base para a calibração de outros instrumentos).
As especificações técnicas do produto, incluindo valores de incertezas, podem ser
encontradas no Anexo B.
O sensor possui uma sensibilidade de 0,385 Ω/°C. Para a temperatura de 100 °C, o
erro para a leitura de resistência e para a temperatura são de ±0,13 Ω e ±0,35 °C,
respectivamente.
O sensor foi montado em uma sonda resistente às condições de água em ebulição em
uma seção e, em outra seção, à atmosfera de gases de combustão. O PT100 é um sensor
passivo, ou seja, que necessita de energia auxiliar para gerar o seu sinal de saída,
proveniente da bateria de um multímetro no qual a sonda é conectada, utilizado também
para fazer a leitura da resistência elétrica.

8.2. O multímetro

Para o ensaio, foi utilizado um multímetro digital com as seguintes características:


- Dígitos: 3 ½
Na medição de resistência elétrica na faixa (fundo de escala) de 200 Ω:
- Resolução (incerteza de exatidão): 0,1 Ω
- Erro: 2(1,0%*VL + 5D)
A fim de verificar o valor da resistência elétrica mostrada pelo multímetro na
ausência de elementos resistivos, as duas ponteiras foram colocadas em contato. A leitura
de 0,3 Ω corresponde, assim, à deriva do multímetro, ou seja, ao valor que deve ser
subtraído de qualquer leitura de resistência.
Para um valor lido de 138,8 Ω, equivalente à soma da resistência do sensor PT 100 à
temperatura de 100 °C (138,5 Ω) (veja o Anexo B) com a deriva do equipamento, teremos
um erro de ±(1,0%*138,8 Ω + 5D) = ±(1,4 Ω + 5D) = ±1,9 Ω.
12

Segundo Schneider (2007), uma menor incerteza de medição (de repetitividade) pode
ser conseguida aumentando o número de leituras. Todavia, devido às características
transientes do estudo e sua direta dependência com condições meteorológicas ao longo do
tempo, apenas uma medição será realizada. Assim, será considerado como erro do
multímetro o valor de ±1,9 Ω.

8.3. Incerteza total

Para o cálculo da incerteza total de resistência, foram utilizados os valores de erro do


multímetro e do sensor PT100 na leitura de resistência para a temperatura de 100 °C,
utilizando a seguinte expressão (Gomes, 2008):

∆3  4∆5 6 7 ∆6 6 (8)

∆5 é o erro do sensor PT100 e ∆6 o erro do multímetro. Desenvolvendo:

∆3  820,136 7 21,96 9 21,9Ω (9)

Concluímos, daí, que a maior incerteza é proveniente do erro do multímetro.


Sendo a sensibilidade ; do sensor igual a 0,385 Ω/°C (seção 8.1), a incerteza de
temperatura é calculada por

∆ <  ∆=⁄; 9 24,9 ° (10)

8.4. Montagem da sonda de temperatura

A preparação e montagem da sonda onde foi utilizado o sensor PT100 para a


medição da temperatura de aquecimento da água foi desenvolvida em cinco etapas:
- Teste do fio utilizado para a sonda;
- Encapsulamento do sensor PT100;
- Testes de sinal;
- Montagem da sonda;
- Teste de posicionamento da sonda.

8.4.1. Teste do fio utilizado para a sonda

Para fazer a conexão entre as pernas do sensor e as ponteiras do multímetro, foi


escolhida uma seção de 1m de comprimento de um fio aparentemente em boas condições.
1. O fio foi testado no multímetro quanto às suas capacidades de transmissão de sinal
de voltagem, corrente e resistência elétrica utilizando uma pilha AA nova de características
conhecidas, mostrando que era um fio adequado.
2. O fio, conectado às ponteiras do multímetro, foi colocado em curto-circuito de
forma a determinar a resistência do mesmo. O valor lido de 0,3 Ω, igual à deriva do
multímetro (veja a seção 8.2), mostrou que a resistência do fio é desprezível.
3. O fio em curto-circuito foi aquecido dentro da água em aquecimento até que esta
atingisse a ebulição, ao mesmo tempo em que era feita a leitura de resistência. O valor de
0,3 Ω não foi superado, mostrando que o aquecimento no fio não alterou sua resistência
elétrica.
13

8.4.2. Encapsulamento do sensor PT100

1. De um conjunto de sucata, uma cápsula de proteção metálica de 14mm de


comprimento e formado cônico, com 3mm de diâmetro médio, aberta em ambas as
extremidades, foi escolhida.
2. A cápsula foi fechada com estanho fundido no lado de menor diâmetro,
constituindo-se a ponta da sonda.
3. Garantiu-se que as pernas do sensor não entrassem em contato com a colocação de
uma fita isolante entre as mesmas e em volta das mesmas, com um formato de “8”,
segundo mostrado na Fig. 2.

Figura 2 – Fita isolante separando as pernas do sensor PT100.

4. A região das pernas entre a cerâmica e a fita isolante foi preenchida com silicone
que mantém suas propriedades até temperaturas de 100 °C. Temperaturas um pouco mais
altas, todavia, não querem dizer que o efeito isolante do produto não esteja mais presente.
De qualquer forma, teria sido melhor utilizar um silicone para juntas de motor, utilizado
em outra etapa, explicada mais adiante, no passo 6 da seção 8.4.4.
5. As extremidades das pernas do sensor foram unidas cada uma a um fio da dupla
paralela que servirá de conexão com as ponteiras do multímetro, utilizando solda de
estanho.
6. Fita isolante, colocada em formato de “8” entre os fios, garantiu a afastamento dos
mesmos. Uma quantidade maior de fita isolante foi colocada ao longo do fio e sobre o
encapamento.
7. Para garantir que não houvesse contato da água com os fios, protegeu-se com
silicone a região de conexão entre o sensor encapsulado e o fio, como mostrado na Fig. 3.
Posteriormente, esse silicone em contato direto com água quente mostrou-se ineficaz e foi
necessária a troca por um silicone resistente a temperaturas mais altas, explicada mais
adiante, no passo 6 da seção 8.4.4. Todavia, foi suficiente para os testes de sinal.
14

Figura 3 – Silicone isolando a região de fio não protegida pela fita isolante e pela
cápsula.

8.4.3. Testes de sinal

Após o procedimento de encapsulamento do sensor, este foi testado no que diz


respeito à reprodução dos valores de resistência elétrica segundo as especificações (Anexo
B).
O sensor encapsulado foi inserido em um banho de água em fusão, o que garante
uma temperatura de aproximadamente 0°C nesse ambiente, equivalente à resistência =@ 
100,0Ω, segundo as especiJicações no Anexo B. Em um dia com pressão atmosférica de
1013,9mb, a resistência do sensor obtida pela leitura foi de 100,3Ω, já descontada a deriva
do multímetro, o que resulta numa temperatura calculada por
Como a variação da resistência com a temperatura é aproximadamente linear, pode-
se calcular a temperatura pela expressão

  = =@ ⁄; (11)

de onde resulta o valor de 0,8 °C.


O mesmo teste foi feito com a inserção do sensor encapsulado na água em ebulição.
Foi obtida para o sensor a resistência de 138,3Ω com a deriva do multímetro já descontada.
A partir desse ponto, todas as vezes que o valor da resistência for informado, já terá sido
descontado o valor da deriva de 0,3Ω. Pela Eq. 11, obteve-se a temperatura de 99,5°C.
Um teste de reprodutibilidade foi feito repetindo o experimento no dia seguinte,
chegando-se exatamente aos mesmos valores. Assim, os resultados de teste de sinal foram
satisfatórios, permitindo o prosseguimento do projeto com a montagem da sonda no que
diz respeito às suas características de resistência à temperatura dos gases de combustão.

8.4.4. Montagem da sonda

Parte do fio que transmite o sinal do sensor ao multímetro fica entre a superfície da
água e a base da panela grande, região adversa devido às altíssimas temperaturas dos gases
de combustão que circulam no local. Dessa forma, a montagem de uma sonda especial faz-
se necessária. O esquema da sonda, com seus componentes e dimensões, pode ser visto na
Fig. 4. As dimensões foram determinadas com o objetivo de que o ponto médio da cápsula
(1) ficasse à meia altura do nível de água (2) equivalente a 1 litro, dentro da leiteira. O
cilindro protetor (3) deve ficar pelo menos 4mm submerso de forma que a região não
adequadamente protegida – apenas com uma camada de silicone vermelho (4) - não sofra
com a atmosfera adversa.
15

Figura 4 – Esquema geral da construção da sonda


sonda de medição de temperatura.

1. Após determinada a distância que a cápsula (1) deveria ficar da extremidade do


cilindro (3) em contato com a água, foi preso um arame (5) de 1mm de espessura, de forma
que o fio (6) possa ser puxado para cima sem que seja seja possível, por escorregamento, a
diminuição da distância entre a cápsula e essa extremidade do cilindro.
2. O fio, na região interna à panela grande e sobre a superfície da água, foi revestido
com uma camada de manta de fibra cerâmica (7) de aproximadamente te 4mm de espessura.
16

3. O fio revestido com manta foi protegido por um tubo cilíndrico de alumínio (3) de
13mm de diâmetro. Esta etapa da montagem pode ser vista na Fig. 5.

Figura 5 – Sonda de temperatura sendo montada, após a colocação do tubo de alumínio


para proteção.

4. O tubo de alumínio envolvendo o fio já protegido por fibra cerâmica foi, por sua
vez, também envolto por uma camada de manta cerâmica (8), esta de aproximadamente
6mm de espessura.
5. A manta cerâmica sobre a superfície externa do cilindro de alumínio foi envolta
por uma camada de papel alumínio (9), dando à superfície da sonda que não fica em
contato com a água as mesmas propriedades de refletividade de radiação que as paredes
internas da panela grande.
6. De forma a impedir que água entre no cilindro, a extremidade do mesmo em
contato com a água foi protegida com silicone vermelho (4), para vedação de motores e
estufas, resistente a temperaturas de até 260 °C de forma contínua. De forma a evitar que
houvesse algum problema ao se colocar silicone diretamente sobre a manta cerâmica – que
possui muito pó na sua superfície - interna ao cilindro, foi colocado, entre a manta e o
silicone, retalhos amassados de papel alumínio (10). Nesse ponto da montagem, foi feita a
substituição do silicone que protegia a região de união das pernas do sensor com os fios da
sonda, cuja montagem foi explicada no passo 7 da seção 8.4.2. O restante do fio em
contato com a água, já encapado e protegido com fita isolante, foi ainda revestido com uma
camada do mesmo silicone vermelho.

8.4.5. Teste de posicionamento da sonda

A verificação de que a cápsula onde se encontra o termoresistor está adequadamente


posicionado no centro do volume de 1 litro de água, a 34mm de profundidade, segundo o
projeto esquematizado na Fig. 4, não é de fácil visualização por questões evidentes.
Para que isso pudesse ser feito, foi colocada dentro da leiteira, preenchida com 1 litro
de água, uma pequena quantidade de farinha que, inicialmente, muitos grãos do pó bóiam
sobre a tensão superficial. Após posicionar o equipamento sobre a leiteira da maneira que o
ensaio de aquecimento deveria ser feito, com a sonda no local previsto, e retirar o mesmo,
17

foi possível observar até que ponto a sonda ficou suja de farinha. Este ponto corresponde à
superfície da água.
Com esse teste, verificou-se a necessidade de um ajuste de aproximadamente 3mm
da sonda para dentro da panela, de forma que a extremidade inferior do cilindro de
alumínio – veja a Fig. 4 – ficasse em contato com a água.

9. CONSEQUÊNCIAS DA SONDA SOBRE O EFEITO DO EQUIPAMENTO

A presença da sonda para a medição da temperatura diminui o volume de gases de


combustão em circulação trocando calor com a água. Além disso, é mais material
absorvendo calor, logo não contribuindo para o Objetivo 2. Em compensação, o
aquecimento rápido do papel alumínio e dos outros componentes metálicos em contato
com os gases de combustão faz que calor seja transferido à água por condução, uma vez
que componentes metálicos da sonda estão em contato com a água.

10. ENSAIO EM FOGÃO A GÁS DOMÉSTICO

De acordo com a seção 4, o objetivo da competição é fazer com que a água atinja
uma temperatura de 63,2% do salto energético imposto ao sistema no menor tempo
possível. Como diferentes aparatos podem possuir diferentes temperaturas de
comportamento permanente alterando, assim, o salto energético, é utilizado como
referência o salto da leiteira sem modificações. Para determiná-lo, foi medida a
temperatura da água da rede, utilizada para o ensaio, obtendo-se os valores de

="  109,2 Ω O "  23,9 °

onde " foi calculada pela Eq. 11.


Imediatamente após, foi medida a temperatura de comportamento permanente da
água em ebulição, =! , obtendo-se o mesmo valor daquele obtido durante os testes de sinal,
descritos na seção 8.4.3, igual a 99,5 °C, uma vez que o sensor acusava uma resistência de
138,3 Ω.
De acordo com a seção 2.7, o valor de 63,2% do salto é obtido fazendo-se   & na
Eq. 5. Assim, temos

=  &  P -5 =" =!  7 =!


=  &  P -5 109,2 138,3 7 138,3
=  &  127,6 Ω O   &  71,7 °

O ensaio prosseguiu-se, primeiramente, com a determinação da constante de tempo


da leiteira sem modificações, acompanhando-se o aumento da resistência elétrica em
função do tempo, até que ela chegasse ao valor de 127,6 Ω. Foram colhidos 20 dados
durante o salto energético, limite da memória de tempo intermediário do cronômetro
utilizado.
Com a sonda adequadamente posicionada no aparato construído, sabendo-se que o
sensor encontrava-se no centro do volume de um litro d’água, segundo a verificação
explicada na seção 8.4.5, a leiteira sem cabo foi aquecida sob a influência do equipamento.
Os dados foram acompanhados da mesma forma que na leiteira sem modificações.
Os resultados foram surpreendentes, contrários aos esperados, e são discutidos na
seção seguinte.
18

11. RESULTADOS

Foi uma grande surpresa quando se observou que a leiteira sem cabo e com a
utilização do aparato construído teve sua constante de tempo aumentada em 26,8 %.
Constante de tempo da leiteira sem modificações: 4,92 min.
Constante de tempo da leiteira sob o aparato construído: 6,23 min.
Os dados de resistência, também traduzidos para temperatura, em função do tempo
para os dois casos são mostrados na Tab. 1.

Tabela 1 – Resistência elétrica do sensor PT100 e temperatura equivalente em função do


tempo durante os ensaios de aquecimento da água na leiteira.
Sem modificações Modificada
Medição t (min) R (Ω) T (°C) t (min) R (Ω) T (°C)
0 0,00 109,2 23,9 0,00 109,2 23,9
1 0,28 109,5 24,7 0,42 109,3 24,2
2 0,52 110,3 26,8 0,65 109,9 25,7
3 0,72 110,8 28,1 0,92 110,5 27,3
4 0,92 111,6 30,1 1,12 111,0 28,6
5 1,12 112,4 32,2 1,33 111,7 30,4
6 1,25 113,1 34,0 1,60 112,5 32,5
7 1,37 113,4 34,8 1,83 113,2 34,3
8 1,53 114,1 36,6 2,12 114,1 36,6
9 1,68 114,8 38,4 2,40 115,0 39,0
10 1,87 115,6 40,5 2,67 115,9 41,3
11 2,05 116,3 42,3 2,93 116,8 43,6
12 2,20 116,8 43,6 3,25 117,8 46,2
13 2,38 117,6 45,7 3,55 118,8 48,8
14 2,57 118,5 48,1 3,90 119,9 51,7
15 2,80 119,8 51,4 4,27 121,1 54,8
16 2,98 120,4 53,0 4,55 122,0 57,1
17 3,20 121,2 55,1 5,02 123,5 61,0
18 3,42 121,9 56,9 5,47 125,1 65,2
19 3,82 123,4 60,8 5,98 126,8 69,6
20 4,92 127,6 71,7 6,23 127,6 71,7

A medição zero diz respeito à situação inicial, à temperatura da água da rede, e o


tempo zero ao momento em que a chama do fogão é acesa.
Os dados podem ser mais bem visualizados e comparados em forma de gráfico,
mostrado na Fig. 6.
19

75,0
70,0
65,0
60,0
55,0
T (°C)

50,0
45,0
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50

t (min)

Sem modificações Modificada


Figura 6 – Temperatura de aquecimento da leiteira com e sem modificação em função do
tempo.

As pequenas flutuações de linearidade no aquecimento da leiteira sem modificações


são atribuídas à ausência de em equipamento que mantivesse a sonda adequadamente fixa
a uma posição, mas ela era segurada pelo fio com a mão.

12. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Procurou-se fazer alguns testes de forma a tentar descobrir a causa do aumento tão
expressivo da constante de tempo, quando o que se esperava era justamente o contrário.
A primeira questão que surgiu é se a diferença de tempo não estaria ligada a alguma
alteração ou simples diferença nas propriedades de transmissão de calor da leiteira não
modificada e daquela cujo cabo foi retirado, utilizada sob a panela grande. Para isso, foi
feito o teste de aquecimento da panela sem modificações (com o cabo), mas sob o
equipamento. Devido ao início da queima do material do cabo, o teste foi interrompido ao
se atingir uma temperatura da água de 58,4 °C, levando 4,56 minutos. Este é um tempo
muito próximo da leiteira modificada, também muito afastado da sem modificações e sem
a influência da panela grande.
Foi especulado se a recirculação de gases de combustão sob a panela grande não
estaria prejudicando o escoamento de oxigênio que alimenta a chama. Para isso, o conjunto
modificado original foi elevado sobre o fogão, ficando a uma distância da chapa duas
vezes maior. Contrariamente ao cogitado, esta alteração aumentou ainda mais a constante
de tempo, sendo igual a 7,35 minutos para se chegar à temperatura de 71,7 °C.
A partir dessas observações, pôde-se imaginar que a subida desimpedida dos gases
de combustão pelas laterais da leiteira, por empuxo para a atmosfera, tem um efeito
positivo sobre o aquecimento, contrariamente ao suposto na realização do projeto. A
subida desimpedida permitiria que sempre houvesse gases de combustão “novos” e quentes
20

sobre as laterais da leiteira, enquanto o aparato construído impede que esses gases novos e
quentes escoem livremente sobre as laterais.
Além disso, foi observado que a panela grande esquenta muito mais do que o
previsto, mesmo com isolamento térmico. Logo, é um elemento importante absorvendo
calor que deveria ficar disponível para a leiteira, violando o Objetivo 2.
No fim, supôs-se que a melhor alteração deveria ser única e exclusivamente a
retirada do cabo. Dois novos ensaios foram feitos com a leiteira sem cabo e sem o
equipamento construído, chegando aos valores de 5min e 5,15min, surpreendentemente
maiores do que a constante de tempo obtida com a leiteira sem modificações, com o cabo.
Então, ensaiando novamente a leiteira sem modificações, chegou-se ao valor de 4,93min,
apenas 0,01min de diferença do primeiro ensaio, o que confirma a sua constante de tempo.
Logo, estes últimos testes também tiveram um resultado previsto – descrito na seção 7.1 –
contrário ao verificado na prática.

13. PRINCIPAIS DESAFIOS

A proteção do fio que transmite o sinal de resistência da sonda ao multímetro, numa


região de temperaturas extremamente elevadas devidas aos gases de combustão, mostrou-
se o principal desafio. Antes de se chegar ao equipamento de proteção final do fio,
apresentado neste trabalho, foram testados outros produtos como colas, selantes e silicones,
todos com resultados insatisfatórios, além de muitos gases tóxicos resultantes, assustando
os parentes em casa.
O desafio que vem em segundo lugar, antes mesmo de se cogitar no problema do fio
sob os gases de combustão, foi a forma de fixação da manta de fibra cerâmica e do papel
alumínio sobre a superfície interna da panela grande, que ficaria de cabeça para baixo. O
motivo era o mesmo: o calor dos gases de combustão.

14. CUSTO TOTAL DO EQUIPAMENTO

O custo da elaboração do aparato totalizou R$ 138,15. Este valor inclui materiais e


componentes que tiveram de ser descartados por serem inapropriados – como panelas e
colas –, além da gasolina do automóvel, e exclui materiais já disponíveis – como fita
isolante e estanho para soldagem.

15. CONCLUSÃO

O projeto foi concluído com sucesso, mas os resultados foram um fracasso. A teoria
que envolveu o projeto não foi suficiente para fazê-lo ser funcional como previsto.
Além disso, os desafios referentes à montagem de um aparato real, face à simples
elaboração de um projeto, mostraram-se de ordem de grandeza incomparável no que se
refere ao tempo de dedicação necessário. Problemas de ordem prática no sentido da falta
de conhecimento das ferramentas ou produtos de matéria prima que podem constituir o
equipamento desenvolvido podem atrasar os prazos inicialmente estipulados de forma
imprevisível.
O motivo que leva a panela original – com o cabo e sem o auxílio do equipamento
construído – possuir a melhor taxa de transferência de calor ainda é incompreendido, assim
como melhorias para o equipamento não podem ser sugeridas. Nessas circunstâncias, o
objeto final, como recipiente de água, a ser ensaiado na presença dos grupos concorrentes
para os fins da competição passa a ser única e exclusivamente a leiteira padrão, sem
21

modificação ou aparato algum, pois foi a configuração de onde se obteve os melhores


resultados.
As dificuldades encontradas e o insucesso prático do projeto não vêm, de forma
alguma, prejudicar a auto-estima dos envolvidos. Pelo contrário, vêm como um aumento
de responsabilidade sobre tudo o que é dito ou o que é feito. Afinal, nada mais correto do
que uma das primeiras frases do Prof. Paulo Schneider – professor desta disciplina e quem
propôs a competição – no primeiro dia de aula do semestre corrente: “Nada é mais prático
do que a teoria”.

AGRADECIMENTOS

Agradeço muito aos professores Vânia Caldas de Sousa, Hugo Marcelo Veit e Carlos
Perez Bergamann pelo apoio incondicional no desenrolar do desenvolvimento do projeto,
no que diz respeito às soluções de isolamento térmico, indicando-nos a manta de fibra
cerâmica.
À SulFrax Soluções Térmicas, que forneceu gratuitamente a manta cerâmica
necessária para a montagem do equipamento – e um pouco mais.
Aos professores do Laboratório de Usinagem do Departamento de Engenharia
Mecânica desta universidade.
Ao Eduardo Stein, do Lojão de Ofertas, fornecedor das leiteiras e das panelas
utilizadas durante a montagem do aparato, pela curiosidade, atenção, dedicação e
comprometimento em ajudar. Pelo mesmo motivo, ao Eng. Carlos Alberto Pessota da
Silveira.
Ao Macedo, da Novus, fornecedor do sensor PT100, pela atenção dada ao problema.
Ao amigo André Goron Farinon, único responsável pelo sucesso na etapa de
encapsulamento do sensor.
22

REFERÊNCIAS

BEYER, Paulo. Conforto Térmico: disciplina de Climatização, 2 de mar. – 10 de jul. de


2009. 26p. Notas de aula. 1 arquivo .pdf (411 kB).

GOMES, Herbert. Disciplina de Medições Mecânicas, 4 de ago. – 12 de dez. de 2008.


Notas de aula.

INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P.; BERGMAN, T. L.; LAVINE, A. S. Fundamentos de


Transferência de Calor e Massa. 6ª Edição. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2008. 643p.

LUNKES, Luciano. Orquestrando as suas panelas. Disponível em: <http://concha-de-


retalhos.blogspot.com/2008/04/orquestrando-as-suas-panelas.html>. Acesso em 15 de
nov. de 2009.

SCHNEIDER, Paulo. Disciplina de Medições Térmicas, 18 de ago. – 23 de dez. de 2009.


Notas de aula.

SCHNEIDER, Paulo. Incertezas de Medição e Ajuste de Dados: disciplina de Medições


Térmicas, 18 de ago. – 23 de dez. de 2009. 34p. 1 arquivo .pdf (488 kB).

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRITO, R. F.; JUNIOR, D. V. A.; NETO, A. S.; MENON, G. J, 2002. Convecção Natural
Turbulenta Em Cavidade Retangular Com Um Cilindro Interno. Departamento de
Engenharia Mecânica, UFU, Uberlândia.
23

ANEXOS

Anexo A
Fiberfrax
Especificações do Produto

®
Manta Durablanket

Durablanketâ é uma manta de fibra cerâmica


resistente, leve e flexível, fabricada a partir de
fibras longas Fiberfrax. Estas fibras são multi-
direcionadas e entrelaçadas num processo
contínuo de agulhamento, o que confere ao
produto excelente resistência ao manuseio e à
erosão. Devido a este processo, as mantas
â
Durablanket dispensam a adição de ligantes. Análise Química Típica
Al2O3 47 a 53%
A Manta Durablanket® é um isolante de SiO2 48 a 53%
alta refratariedade, que possui as seguintes Fe2O3 0,04%
características principais: TiO2 0,002%
Alto grau de pureza química. MgO 0,01%
Excelente resistência ao manuseio. CaO 0,02%
Baixa condutividade térmica. Na2O 0,01%
Baixo armazenamento de calor. Traços inorgânicos 0,25%
Baixa densidade. Cloretos Lixiviáveis < 10 ppm
Resistência ao choque térmico.
Alta reflexão de calor. Propriedades Físicas Típicas
Boa absorção de som. Cor Branca
Excelente resistência à corrosão. Classe de Temperatura * 1260ºC
Ponto de Fusão 1760ºC
Propriedades Químicas Diâmetro de fibra (médio) 2,5 a 3,5 mícrons
Comprimento de fibra (médio) 100 mm
A manta Durablanket® não é afetada pela
Densidade específica 2,73 g/cm³
maioria dos ácidos e agentes corrosivos.
Calor específico a 1100ºC 1130 J/kg K
Exceções são os ácidos hidrofluorídricos,
fosfóricos e álcalis concentrados. Possui bom Disponibilidade
comportamento tanto sob atmosferas
As mantas Durablanketâ são disponíveis nas dimensões de:
oxidantes quanto em redutoras. Se molhadas
com água ou vapor, suas propriedade Espessura 6, 13, 25, 38 e 51mm
térmicas e físicas são restabelecidas após Largura 610 e 1220 mm
secagem. Comprimento 3660, 7620, 14640 e 21960 mm
Densidade 64, 96, 128, 160 e 192 kg/m³
Dimensões especiais sob consulta

®
*A Classe de Temperatura dos produtos FIBERFRAX é determinada
pelo critério de mudança linear irreversível e não pelo ponto de fusão.
Aplicações típicas
Revestimento de fornos contínuos e intermitentes. Selagem de campânula de fornos de recozimento.
Revestimento de reformadores, fornos de pirólise e "heaters". Selagem e gaxetas de alta temperatura.
Revestimento de caldeiras. Filtragem.
Revestimento de carros cerâmicos de baixa massa térmica. Revestimento corta-fogo em anteparas, decks,
Isolamento de tubulações. divisórias e shafts.
Isolamento de turbinas a vapor. Isolamento de portas corta-fogo.
Isolamento de reatores. Proteção pessoal.
Isolamento complementar em fornos Revestimento termo-acústico.
de altíssimas temperaturas. Substituição ao amianto.
Selagem de tampas de forno-poço. Isolamento complementar em fornos de vidro.

Apresentação
â
As mantas Durablanket são acondicionadas em caixas de papelão.

Espes./Compr. Pçs/cx m²/cx Dimensões/cx


(mm) (int)
6 x 21960 1 13,4 620 x 443 x 427
13 x 14640 1 8,93 620 x 443 x 427
25 x 7620 1 4,65 620 x 443 x 427
38 x 3660 1 2,23 620 x 443 x 427
51 x 3660 1 2,23 620 x 443 x 427

Condutividade térmica vs temperatura média ( ASTM - C - 177 )**


0,45

0,4

0,35
Manta B4 - 64 kg/m3
Manta B6 - 96 kg/m3
0,3
Cond.Térm. W/mºC

Manta B8 - 128 kg/m3


0,25 x x Manta B10 - 160 kg/m3
Manta B12 - 192 kg/m3
x
0,2
x
0,15 x
x ** Todos os valores foram calculados baseados em um
x fator de emissividade 0,9, temperatura ambiente de 27ºC e
0,1
zero de velocidade de vento. Todos os valores de
x â
x condutividade térmica dos materiais Fiberfrax foram
0,05 medidos de acordo com os procedimentos de teste ASTM-
x
C-177. Variações em qualquer um destes fatores irão
resultar numa significativa diferença em relação aos dados
acima fornecidos.
204 316 427 538 649 760 871 982 1093
Tem peratura Média ( ºC )

As informações, recomendações e opiniões aqui contidas são apresentadas somente para consideração, Unifrax Brasil Ltda.
informação e verificação, e não deverão ser, em parte ou no todo, entendidas como garantia ou declaração, Av. Independência, 7033
pela qual assumamos qualquer responsabilidade. Isto não deverá ser interpretado como licença de uso 13280-000 - Vinhedo - SP - Brazil
de patente ou marca. Phone: (55) 19 - 3886.9010
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Dpto. de Vendas: vendas@unifrax.com.br
Efetivo Fevereiro / 2001 Dpto. Técnico: tecnico@unifrax.com.br
Anexo B
TERMORRESISTÊNCIAS Pt100

APRESENTAÇÃO
Termorresistências de platina são sensores de temperatura
cujo princípio de funcionamento se baseia na alteração da
resistência elétrica do elemento com a variação da
temperatura.
A variação da resistência com a temperatura é chamada de
coeficiente de temperatura e é especificada como a média
da variação entre 0 e 100 °C. Este coeficiente é de 0,385 por
°C, conforme a norma IEC 60751.
Tanto nos modelos de fio bobinado quanto nos modelos de
filme plano, onde uma película de platina é depositada por
“sputtering” em alto vácuo sobre o substrato cerâmico, a
estabilidade em altas temperaturas é uma constante.

TOLERÂNCIAS CONFORME A NORMA IEC 60751

t°C
Classe A Classe B
Range °C Ohms Ohms °C Ohms °C ±4
-200 18,52 ±0,24 ±0,55 ±0,56 ±1,3 B
sse
-100 60,26 ±0,14 ±0,35 ±0,32 ±0,8 Cla
±3
0 100,00 ±0,06 ±0,15 ±0,12 ±0,3
100 138,51 ±0,13 ±0,35 ±0,30 ±0,8
200 175,86 ±0,20 ±0,55 ±0,48 ±1,3
300 212,05 ±0,27 ±0,75 ±0,64 ±1,8 ±2
400 247,09 ±0,33 ±0,95 ±0,79 ±2,3
500 280,98 ±0,38 ±1,15 ±0,93 ±2,8 eA
±1 Class
600 313,71 ±0,43 ±1,35 ±1,06 ±3,3
700 345,28 - - ±1,17 ±3,8 1/3

SENSORES DE TEMPERATURA E ACESSÓRIOS


800 375,70 - - ±1,28 ±4,3 1/10
850 390,48 - - ±1,34 ±4,6 -200 -100 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900°C

SÉRIE CRZ
Terminais de Paládio (0,2 x 0,3mm)
A
D
L 12±3
DIMENSÕES (mm) OHMS CORRENTE COMPRIMENTO TEMP. DE RESPOSTA
TAMANHO REAL MODELO CLASSE OPERAÇÃO EM (s)
D L A a 0°C DE MEDIDA TERMINAIS

CRZ-2005 2 x 5 x 1,5 100 A, B 2 mA máx. 12 ±3 mm -50 a 600°C 0,3

Tempo em segundos para 90% da resposta de 0°C a 100°C em água agitada

SÉRIE CR

! São confeccionadas em corpo cerâmico de alta alumina ! Com aplicações entre -200°C e 650°C, permitem uma resposta
contendo capilares onde é inserido o filamento de platina. livre de histerese.
! Os capilares são preenchidos com finíssimo pó cerâmico ! Disponíveis nas classes de precisão A e B, conforme a norma
G
mantendo o filamento livre de vibrações sem causar “stress” IEC 60751, podem ser adquiridas nas classes 1/3 e 1/10 de DIN
mecânico em altas temperaturas. sob consulta.

D
L 10±3
DIMENSÕES (mm) CORRENTE COMPRIMENTO TEMP. DE
TAMANHO REAL MODELO CLASSE OPERAÇÃO
D L DE MEDIDA TERMINAIS

CR-1010 1±0,1 x 10 ±0,2 1 mA máx. 10 ±3 mm A, B -200 a 650°C

CR-1515 1,5±0,1 x 15 ±0,2 2 mA máx. 10 ±3 mm A, B -200 a 650°C

CR-2020 2,0±0,1 x 20 ±0,2 5 mA máx. 10 ±3 mm A, B -200 a 650°C

CR-3030 3,0±0,1 x 30 ±0,2 5 mA máx. 13 ±3 mm A, B -200 a 650°C

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G5
Pt100 - TABELA DA RESISTÊNCIA COM A TEMPERATURA

R (W )- R (W )- R (W )- R (W )- R (W )- R (W )- R (W )- R (W )- R (W )-
T (°C) R (W
) Tolerância em °C
T + 1°C T + 2°C T + 3°C T + 4°C T + 5°C T + 6°C T + 7°C T + 8°C T + 9°C

Cl. A Cl. B
-200 18,49 18,93 19,36 19,79 20,22 20,65 21,08 21,51 21,94 22,37 ± 0,55 ± 1,30
-190 22,80 23,23 23,66 24,09 24,52 24,94 25,37 25,80 26,23 26,65 ± 0,53 ± 1,25
-180 27,08 27,50 27,93 28,35 28,78 29,20 29,63 30,05 30,47 30,90 ± 0,51 ± 1,20
-170 31,32 31,74 32,16 32,59 33,01 33,43 33,85 34,27 34,69 35,11 ± 0,49 ± 1,15
-160 35,53 35,95 36,37 36,79 37,21 37,63 38,04 38,46 38,88 39,30 ± 0,47 ± 1,10
-150 39,71 40,13 40,55 40,96 41,38 41,79 42,21 42,63 43,04 43,45 ± 0,45 ± 1,05
-140 43,87 44,28 44,70 45,11 45,52 45,94 46,35 46,76 47,18 47,59 ± 0,43 ± 1,00
-130 48,00 48,41 48,82 49,23 49,64 50,06 50,47 50,88 51,29 51,70 ± 0,41 ± 0,95
-120 52,11 52,52 52,92 53,33 53,74 54,15 54,56 54,97 55,38 55,78 ± 0,39 ± 0,90
-110 56,19 56,60 57,00 57,41 57,82 58,22 58,63 59,04 59,44 59,85 ± 0,37 ± 0,85
-100 60,25 60,66 61,06 61,47 61,87 62,28 62,68 63,09 63,49 63,90 ± 0,35 ± 0,80
-90 64,30 64,70 65,11 65,51 65,91 66,31 66,72 67,12 67,52 67,92 ± 0,33 ± 0,75
-80 68,33 68,73 69,13 69,53 69,93 70,33 70,73 71,13 71,53 71,93 ± 0,31 ± 0,70
-70 72,33 72,73 73,13 73,53 73,93 74,33 74,73 75,13 75,53 75,93 ± 0,29 ± 0,65
-60 76,33 76,73 77,13 77,52 77,92 78,32 78,72 79,11 79,51 79,91 ± 0,27 ± 0,60
-50 80,31 80,70 81,10 81,50 81,89 82,29 82,69 83,08 83,48 83,88 ± 0,25 ± 0,55
-40 84,27 84,67 85,06 85,46 85,85 86,25 86,64 87,04 87,43 87,83 ± 0,23 ± 0,50
-30 88,22 88,62 89,01 89,40 89,80 90,19 90,59 90,98 91,37 91,77 ± 0,21 ± 0,45
-20 92,16 92,55 92,95 93,34 93,73 94,12 94,52 94,91 95,30 95,69 ± 0,19 ± 0,40
-10 96,09 96,48 96,87 97,26 97,65 98,04 98,44 98,83 99,22 99,61 ± 0,17 ± 0,35
0 100,00 100,39 100,78 101,17 101,56 101,95 102,34 102,73 103,12 103,51 ± 0,15 ± 0,30
10 103,90 104,29 104,68 105,07 105,46 105,85 106,24 106,63 107,02 107,40 ± 0,17 ± 0,35
20 107,79 108,18 108,57 108,96 109,35 109,73 110,12 110,51 110,90 111,28 ± 0,19 ± 0,40
30 111,67 112,06 112,45 112,83 113,22 113,61 113,99 114,38 114,77 115,15 ± 0,21 ± 0,45
40 115,54 115,93 116,31 116,70 117,08 117,47 117,85 118,24 118,62 119,01 ± 0,23 ± 0,50
SENSORES DE TEMPERATURA E ACESSÓRIOS

50 119,40 119,78 120,16 120,55 120,93 121,32 121,70 122,09 122,47 122,86 ± 0,25 ± 0,55
60 123,24 123,62 124,01 124,39 124,77 125,16 125,54 125,92 126,31 126,69 ± 0,27 ± 0,60
70 127,07 127,45 127,84 128,22 128,60 128,98 129,37 129,75 130,13 130,51 ± 0,29 ± 0,65
80 130,89 131,27 131,66 132,04 132,42 132,80 133,18 133,56 133,94 134,32 ± 0,31 ± 0,70
90 134,70 135,08 135,46 135,84 136,22 136,60 136,98 137,36 137,74 138,12 ± 0,33 ± 0,75
100 138,50 138,88 139,26 139,64 140,02 140,39 140,77 141,15 141,53 141,91 ± 0,35 ± 0,80
110 142,29 142,66 143,04 143,42 143,80 144,17 144,55 144,93 145,31 145,68 ± 0,37 ± 0,85
120 146,06 146,44 146,81 147,19 147,57 147,94 148,32 148,70 149,07 149,45 ± 0,39 ± 0,90
130 149,82 150,20 150,57 150,95 151,33 151,70 152,08 152,45 152,83 153,20 ± 0,41 ± 0,95
140 153,58 153,95 154,32 154,70 155,07 155,45 155,82 156,19 156,57 156,94 ± 0,43 ± 1,00
150 157,31 157,69 158,06 158,43 158,81 159,18 159,55 159,93 160,30 160,67 ± 0,45 ± 1,05
160 161,04 161,42 161,79 162,16 162,53 162,90 163,27 163,65 164,02 164,39 ± 0,47 ± 1,10
170 164,76 165,13 165,50 165,87 166,24 166,61 166,98 167,35 167,72 168,09 ± 0,49 ± 1,15
180 168,46 168,83 169,20 169,57 169,94 170,31 170,68 171,05 171,42 171,79 ± 0,51 ± 1,20
190 172,16 172,53 172,90 173,26 173,63 174,00 174,37 174,74 175,10 175,47 ± 0,53 ± 1,25
200 175,84 176,21 176,57 176,94 177,31 177,68 178,04 178,41 178,78 179,14 ± 0,55 ± 1,30
210 179,51 179,88 180,24 180,61 180,97 181,34 181,71 182,07 182,44 182,80 ± 0,57 ± 1,35
220 183,17 183,53 183,90 184,26 184,63 184,99 185,36 185,72 186,09 186,45 ± 0,59 ± 1,40

G 230
240
186,82
190,45
187,18
190,81
187,54
191,18
187,91
191,54
188,27
191,90
188,63
192,26
189,00
192,63
189,36
192,99
189,72
193,35
190,09
193,71
± 0,61
± 0,63
± 1,45
± 1,50
250 194,07 194,44 194,80 195,16 195,52 195,88 196,24 196,60 196,96 197,33 ± 0,65 ± 1,55
260 197,69 198,05 198,41 198,77 199,13 199,49 199,85 200,21 200,57 200,93 ± 0,67 ± 1,60
270 201,29 201,65 202,01 202,36 202,72 203,08 203,44 203,80 204,16 204,52 ± 0,69 ± 1,65
280 204,88 205,23 205,59 205,95 206,31 206,67 207,02 207,38 207,74 208,10 ± 0,71 ± 1,70
290 208,45 208,81 209,17 209,52 209,88 210,24 210,59 210,95 211,31 211,66 ± 0,73 ± 1,75
300 212,02 212,37 212,73 213,09 213,44 213,80 214,15 214,51 214,86 215,22 ± 0,75 ± 1,80
310 215,57 215,93 216,28 216,64 216,99 217,35 217,70 218,05 218,41 218,76 ± 0,77 ± 1,85
320 219,12 219,47 219,82 220,18 220,53 220,88 221,24 221,59 221,94 222,29 ± 0,79 ± 1,90
330 222,65 223,00 223,35 223,70 224,06 224,41 224,76 225,11 225,46 225,81 ± 0,81 ± 1,95
340 226,17 226,52 226,87 227,22 227,57 227,92 228,27 228,62 228,97 229,32 ± 0,83 ± 2,00
350 229,67 230,02 230,37 230,72 231,07 231,42 231,77 232,12 232,47 232,82 ± 0,85 ± 2,05
360 233,17 233,52 233,87 234,22 234,56 234,91 235,26 235,61 235,96 236,31 ± 0,87 ± 2,10
370 236,65 237,00 237,35 237,70 238,04 238,39 238,74 239,09 239,43 239,78 ± 0,89 ± 2,15
380 240,13 240,47 240,82 241,17 241,51 241,86 242,20 242,55 242,90 243,24 ± 0,91 ± 2,20
390 243,59 243,93 244,28 244,62 244,97 245,31 245,66 246,00 246,35 246,69 ± 0,93 ± 2,25
400 247,04 247,38 247,73 248,07 248,41 248,76 249,10 249,45 249,79 250,13 ± 0,95 ± 2,30

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Pt100 - TABELA DA RESISTÊNCIA COM A TEMPERATURA

R (W )- R (W )- R (W )- R (W )- R (W )- R (W )- R (W )- R (W )- R (W )-
T (°C) R (W
) Tolerância em °C
T + 1°C T + 2°C T + 3°C T + 4°C T + 5°C T + 6°C T + 7°C T + 8°C T + 9°C

Cl. A Cl. B
410 250,48 250,82 251,16 251,50 251,85 252,19 252,53 252,88 253,22 253,56 ± 0,97 ± 2,35
420 253,90 254,24 254,59 254,93 255,27 255,61 255,95 256,29 256,64 256,98 ± 0,99 ± 2,40
430 257,32 257,66 258,00 258,34 258,68 259,02 259,36 259,70 260,04 260,38 ± 1,01 ± 2,45
440 260,72 261,06 261,40 261,74 262,08 262,42 262,76 263,10 263,43 263,77 ± 1,03 ± 2,50
450 264,11 264,45 264,79 265,13 265,47 265,80 266,14 266,48 266,82 267,15 ± 1,05 ± 2,55
460 267,49 267,83 268,17 268,50 268,84 269,18 269,51 269,85 270,19 270,52 ± 1,07 ± 2,60
470 270,86 271,20 271,53 271,87 272,20 272,54 272,88 273,21 273,55 273,88 ± 1,09 ± 2,65
480 274,22 274,55 274,89 275,22 275,56 275,89 276,23 276,56 276,89 277,23 ± 1,11 ± 2,70
490 277,56 277,90 278,23 278,56 278,90 279,23 279,56 279,90 280,23 280,56 ± 1,13 ± 2,75
500 280,90 281,23 281,56 281,89 282,23 282,56 282,89 283,22 283,55 283,89 ± 1,15 ± 2,80
510 284,22 284,55 284,88 285,21 285,54 285,87 286,21 286,54 286,87 287,20 ± 1,17 ± 2,85
520 287,53 287,86 288,19 288,52 288,85 289,18 289,51 289,84 290,17 290,50 ± 1,19 ± 2,90
530 290,83 291,16 291,49 291,81 292,14 292,47 292,80 293,13 293,46 293,79 ± 1,21 ± 2,95
540 294,11 294,44 294,77 295,10 295,43 295,75 296,08 296,41 296,74 297,06 ± 1,23 ± 3,00
550 297,39 297,72 298,04 298,37 298,70 299,02 299,35 299,68 300,00 300,33 ± 1,25 ± 3,05
560 300,65 300,98 301,31 301,63 301,96 302,28 302,61 302,93 303,26 303,58 ± 1,27 ± 3,10
570 303,91 304,23 304,56 304,88 305,20 305,53 305,85 306,18 306,50 306,82 ± 1,29 ± 3,15
580 307,15 307,47 307,79 308,12 308,44 308,76 309,09 309,41 309,73 310,05 ± 1,31 ± 3,20
590 310,38 310,70 311,02 311,34 311,67 311,99 312,31 312,63 312,95 313,27 ± 1,33 ± 3,25
600 313,59 313,92 314,24 314,56 314,88 315,20 315,52 315,84 316,16 316,48 ± 1,35 ± 3,30
610 316,80 317,12 317,44 317,76 318,08 318,40 318,72 319,04 319,36 319,68 ± 1,37 ± 3,35
620 319,99 320,31 320,63 320,95 321,27 321,59 321,91 322,22 322,54 322,86 ± 1,39 ± 3,40
630 323,18 323,49 323,81 324,13 324,45 324,76 325,08 325,40 325,72 326,03 ± 1,41 ± 3,45
640 326,35 326,66 326,98 327,30 327,61 327,93 328,25 328,56 328,88 329,19 ± 1,43 ± 3,50
650 329,51 329,82 330,14 330,45 330,77 331,08 331,40 331,71 332,03 332,34 ± 1,45 ± 3,55

SENSORES DE TEMPERATURA E ACESSÓRIOS


660 332,66 332,97 333,28 333,60 333,91 334,23 334,54 334,85 335,17 335,48 ± 3,60
670 335,79 336,11 336,42 336,73 337,04 337,36 337,67 337,98 338,29 338,61 ± 3,65
680 338,92 339,23 339,54 339,85 340,16 340,48 340,79 341,10 341,41 341,72 ± 3,70
690 342,03 342,34 342,65 342,96 343,27 343,58 343,89 344,20 344,51 344,82 ± 3,75
700 345,13 345,44 345,75 346,06 346,37 346,68 346,99 347,30 347,60 347,91 ± 3,80
710 348,22 348,53 348,84 349,15 349,45 349,76 350,07 350,38 350,69 350,99 ± 3,85
720 351,30 351,61 351,91 352,22 352,53 352,83 353,14 353,45 353,75 354,06 ± 3,90
730 354,37 354,67 354,98 355,28 355,59 355,90 356,20 356,51 356,81 357,12 ± 3,95
740 357,42 357,73 358,03 358,34 358,64 358,95 359,25 359,55 359,86 360,16 ± 4,00
750 360,47 360,77 361,07 361,38 361,68 361,98 362,29 362,59 362,89 363,19 ± 4,05
760 363,50 363,80 364,10 364,40 364,71 365,01 365,31 365,61 365,91 366,22 ± 4,10
770 366,52 366,82 367,12 367,42 367,72 368,02 368,32 368,63 368,93 369,23 ± 4,15
780 369,53 369,83 370,13 370,43 370,73 371,03 371,33 371,63 371,93 372,22 ± 4,20
790 372,52 372,82 373,12 373,42 373,72 374,02 374,32 374,61 374,91 375,21 ± 4,25
800 375,51 375,81 376,10 376,40 376,70 377,00 377,29 377,59 377,89 378,19 ± 4,30
810 378,48 378,78 379,08 379,37 379,67 379,97 380,26 380,56 380,85 381,15 ± 4,35
820 381,45 381,74 382,04 382,33 382,63 382,92 383,22 383,51 383,81 384,10 ± 4,40
830 384,40 384,69 384,98 385,28 385,57 385,87 386,16 386,45 386,75 387,04 ± 4,45
840 387,34 387,63 387,92 388,21 388,51 388,80 389,09 389,39 389,68 389,97 ± 4,50
850 390,26 390,55 390,85 391,14 391,43 391,72 392,01 392,30 392,60 392,89 ± 4,55 G

Fórmulas para conversão (conforme DIN IEC 751)

Para o range -200...0 °C :


R [Ω] = Pt [ 1 + 3,90802 ·10-3 · t - 0,580195 ·10-6 · t2 - 4,27350 ·10-12 · ( t - 100 ) · t3 ]

Para o range 0...850 °C :


R [Ω] = Pt ( 1 + 3,90802 ·10-3 · t - 0,580195 ·10-6 · t2 )
Onde:
R = resitência em Ohms
Pt = valor Ôhmico a zero graus (”100”)
t = temperatura

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