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REUNIDOS E HARMONIZADOS
CONTINUAÇÃO
"O Espírito é que vivifica; a carne de nada
serve; as palavras que vos digo são ,espírito
e vida."
(JOÃO, VI, v. 64.)
Conteúdo
terrenas 352
LUCAS, Cap. XIV, v. 28-33 362
Examinar antes de obrar. —Não
parar na estrada do
progresso. —Não dar apreço
aos bens materiais senão
como meio de fazer caridade 362
MATEUS, Cap. X, v. 40-42 e Cap.
XI, v. 1 365
Aquele que cumpre a lei de amor
e de caridade terá sua
recompensa 365
LUCAS, Cap. X, v. 1-12 e 16 367
Missão e instrução dadas aos
setenta e dois discípulos 367
LUCAS, Cap. X, v. 17-20 377
MATEUS, Cap. XI, v. 2-6. —LUCAS,
Cap. VII, v. 18-23 380
Discípulos de João mandados por
este a Jesus 380
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 10
reencarnação 649
MATEUS, Cap. XIV, v. 13-22. —
MARCOS, Cap. VI, v. 30-45. —
LUCAS. Cap. IX, v. 10-17 659
Multiplicação dos cinco pães e
dos dois peixes 659
MATEUS, Cap. XIV, v. 23-33. —
MARCOS, Cap. VI, v. 46-52 677
MATEUS, Cap. XIV, v. 34-36. —
MARCOS, Cap. VI, v. 53-56 690
Curas operadas pelo contacto
com as vestes de Jesus 690
MATEUS, Cap. XV, v. 1-20. —
MARCOS, Cap. VII, v. 1-23 693
Mãos não lavadas. — Tradições
humanas. — Escândalo a
desprezar. — Guias cegos.
Verdadeira impureza. — O
que vem do coração é que
suja o homem, que o torna
impuro. 693
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 17
poder 833
MATEUS, Cap. XVII, v. 1-9. —
MARCOS, Cap. IX, v. 2-10. LUCAS, Cap.
Transfiguração de Jesus no
Tabor. — Aparição de Elias e
de Moisés. — Nuvem que
cobriu os discípulos. — Voz
que saiu dessa nuvem e
palavras que proferiu 848
MATEUS, Cap. XVII, v. 10-13. —
MARCOS, Cap. IX, v. 11-13 894
O Espírito de Elias reencarnado
na pessoa de João, o
Precursor, filho de Zacarias e
de Isabel 894
MATEUS, Cap. VII, v. 7-11-LUCAS,
Cap. XI, v. 5-13.
1
Quer por inspiração, quer por comunicação.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 61
ISABE
L."
O leproso
O centurião
2
Estas palavras foram mediunicamente ditadas
no mês de maio de 1862.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 110
monioso.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 127
Tempestade aplacada
Paralítico
Vocação de Mateus
3
Escritório de cobrador de impostos.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 208
lhor."
Cegos curados
4
Estas palavras foram mediunicamente ditadas
no mês de Fevereiro de 1863.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 255
5
Nota da Editora — Na Vulgata assim está es-
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 262
6
Arrogando-se o poder de absolver ou de conde-
nar, concedendo ou recusando a absolvição, de per-
doar ou não os pecados, não como simples declara-
ção, mas como sentença proferida em julgamento.
7
Pela venda das indulgências.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 275
tações humanas.
Já o dissemos e explicamos: todas as
ressurreições de pessoas consideradas mor-
tas pelos homens, de que falam tanto o Anti-
go Testamento como a Boa-Nova, não foram
mais do que a cessação do estado catalépti-
co. Todos os indivíduos tidos por mortos se
achavam nesse estado, não se havendo
produzido neles o rompimento do laço que
prende o Espírito ao corpo.
Considerados por todos como mortos,
mortos teriam eles ficado realmente, se não
fora o socorro dos Espíritos puros, dos Espí-
ritos superiores que, com a sua vontade po-
derosa e com o seu poder magnético, assis-
tiam — tanto aos profetas que, inconscientes
dessa assistência e desse concurso, atribuí-
ram, do mesmo modo que os outros ho-
mens, a ressurreição do morto a uma ação
direta do próprio Deus — como aos apósto-
los que, inconscientes também dessa assis-
tência e desse concurso, atribuíam, do
mesmo modo que os outros homens, a res-
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 290
telhados.
do."
8
Três centavos.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 333
caridade e amor.
Disse Jesus aos discípulos: parti; ide le-
var a minha palavra a todas as cidades e a
todas as povoações; ide pregar a boa nova.
A verdade vos pôs nas mãos o seu facho;
iluminai com seus ardentes raios todas as
inteligências. Que a luz se espalhe. Ai dos
que se recusarem a vê-la; em torno desses,
mais densas se farão as trevas. Não con-
deneis os que a repelem. Sacudi a poeira
de vossos pés, isto é, afastai-vos sem deles
nada aceitar, ou levar, nem mesmo a poeira
que vossos passos levantem. Esses serão
tratados com mais rigor do que os de So-
doma e Gomorra, por isso que se lhes mos-
trou a luz e eles fecharam os olhos; por isso
que se lhes fez ouvir a palavra de paz e ta-
param os ouvidos.
Os que, aplicando a si mesmos as pala-
vras do Mestre, se investiram do poder de
ligar e desligar, esqueceram que Jesus re-
comendava aos discípulos que não se mu-
nissem de duas túnicas, nem de dois pares
de sandálias. Nisto, como em tudo, cada um
tomou o que lhe convinha, sem se importar
com o resto.
Dando aquele poder aos discípulos, Je-
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 374
lentamente.
A época do aparecimento de Jesus na
terra, sob a forma corporal humana, vos é
indicada como sendo a base do progresso
que nas idéias se havia de produzir. E elas
se elevaram, fracamente é certo, mas o bas-
tante para se despojarem do envoltório ma-
terial que as constringia. Tendem, cada vez
mais, a se elevar para as regiões espirituais.
O acabamento dessa grande empresa, a
continuação da obra de Jesus, tal a tarefa
que desempenhamos sob as vistas e a dire-
ção do Mestre.
Referindo-se a João, dizia Jesus à multi-
dão: Fostes ver um profeta? Sim, eu vo-lo
digo, e mais que um profeta, porquanto, dele
é que está escrito: "Envio, à tua frente, o
meu anjo, que te preparará o caminho".
Jesus se exprimia assim porque João,
Espírito adiantado, já atingira um grau de
elevação muito mais alto que os profetas.
Contai os séculos de trabalho e de saber,
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 388
os seus filhos”.
Cidades impenitentes
suas faltas.
Dizendo: "Não teríeis condenado inocen-
tes", aludia às numerosas condenações pro-
feridas contra os que, sob os pretextos mais
fúteis, eram acusados de sacrilégio e lapida-
dos sem compaixão.
Disse ainda que — "O filho do homem é
senhor também do sábado" — por ter sido
ele o primeiro que ousara atacar a inviolabi-
lidade do sábado e também porque, mesmo
para os seus discípulos, era mister que se
apoiasse, a fim de os não revoltar, na origem
da sua missão, origem que acabava de re-
cordar declarando: "Está aqui o que é maior
do que o templo": — o representante da von-
tade divina.
ou pela subjugação.
Como já o explicamos (n. 126), esses fi-
lhos dos homens se purificavam e elevavam
acima de seus pais, constituindo-se assim os
juízes naturais destes últimos.
Hoje, vós outros espíritas sois acusados
pelos escribas e fariseus vossos contempo-
râneos, como Jesus o foi pelos de outrora,
de obrar sob influência diabólica. Nós vos
repetimos o que dizia Jesus: Nenhum reino
dividido contra si mesmo pode subsistir.
Vós, filhos dos homens, podeis, pela fé,
pela prece, pela sabedoria, aliviar vossos
irmãos sofredores e repelir os Espíritos de
trevas que venham instalar-se entre vós.
Tratai, pois, de adquirir a elevação de pen-
samento, de dominar a carne, de levar a e-
feito a renunciação, meios pelos quais trans-
formareis a prisão carnal, em que vos achais
encerrados, numa veste flexível e maleável,
e lograreis, cada vez em maior escala, ex-
pulsar os Espíritos maus e, ao mesmo tem-
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 478
Disse Jesus:
9
Êxodo, XV, v. 18; Miqueias, IV, v. 5; Esdras, II,
v. 3; Josué, XIV, v. 9; Isaías, LVII, v. 16 (segundo a
Vulgata).
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 502
mento?
Não vedes como? Eis aqui: o rigor e a
duração do castigo consomem as más ener-
gias do culpado. Cansado de sofrer, aterrori-
zado com a perspectiva de dores sem fim,
ele se volta para si mesmo, olha com deses-
pero para o seu passado, conta todas as
faltas, todos os crimes que o precipitaram no
abismo e, por fim, exclama: "Se houvesse de
recomeçar! " Os Espíritos que o cercam prin-
cipiam então a intervir, impelindo-o a pesqui-
sar se terá que recomeçar e a saber como
faria, se, de fato, houvesse de recomeçar.
Pouco a pouco o arrependimento lhe vai pe-
netrando no íntimo, fazendo nascer a espe-
rança do perdão. Ao influxo desta esperan-
ça, o arrependimento se desenvolve, a expi-
ação passa a ser suportada com paciência e
resignação. Depois, à medida que aquele se
torna mais sincero e profundo, vem surgindo
o desejo de reparar, de expiar e de progre-
dir, com o auxílio de novas provações. E
Deus perdoa e concede ao culpado, que se
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Jonas e a si próprio.
Jonas, que era um homem igual aos de-
mais, foi tido pelos Ninivitas como um ente
excepcional na raça humana, visto que pu-
dera viver dentro de um peixe e dali sair são
e salvo, depois de haver passado lá três dias
e três noites.
Para o vulgo, mesmo para os discípulos,
Jesus era um homem igual aos outros, com
um corpo de carne e ossos como os deles.
Em tais condições, sua ressurreição e sua
ascensão não podiam ser mais compreensí-
veis, nem menos miraculosas do que a volta
de Jonas.
Vós, espíritas, que conheceis as causas
e compreendeis, portanto, os efeitos, não
podeis ver na "ressurreição" e na "ascensão"
de Jesus mais do que uma conseqüência da
sua missão e da sua organização fluídica.
Uma e outra se explicam e tornam evidentes
pela revelação, que vos trazemos, da origem
espírita do Mestre, do seu aparecimento na
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 520
primos-irmãos.
Maria não era filha única; tinha uma irmã,
que também se chamava Maria, mulher de
Cleofas e mãe de Tiago, de José, de Simão
e de Judas, que os homens tratavam de ir-
mãos de Jesus.
Do mesmo modo, as chamadas irmãs
deste eram suas primas co-irmãs, de acordo
com o parentesco humano que, segundo os
homens, havia entre elas e o Mestre.
Que importaria aos homens que Jesus ti-
vesse tido irmãos e irmãs na humanidade,
uma vez que a essência deles não podia ser
igual à do Mestre, Espírito perfeito, que en-
carnara, para ser visto dos mesmos homens,
tomando um perispírito tangível, com a for-
ma ou a aparência do corpo humano, ade-
quado às necessidades e à duração dá sua
missão terrena?
Tal, porém, não podia dar-se e não se
deu. Espíritos muito elevados, José e Maria
sofriam o constrangimento do envoltório car-
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 550
o pensamento do Cristo.
(V. 37). Encarregado do progresso do
vosso planeta e do da sua humanidade, isto
é: do dos Espíritos que nele encarnem, Je-
sus, desde o aparecimento do homem na
terra, vem semeando o bom grão e o semea-
rá sempre; sempre trabalhou e trabalha na
obra do vosso progresso, por intermédio dos
Espíritos que o coadjuvam no desempenho
da sua missão, e trabalhará nela até que
aqueles Espíritos atinjam a perfeição, que os
fará ocupar, dentro da hierarquia espírita, a
categoria dos Espíritos puros.
Tendo vindo, pelas palavras que proferiu,
pelos atos que praticou, pelos ensinamentos
e exemplos que espalhou desempenhando a
sua missão terrena, traçar a via do progres-
so, assentar as bases fundamentais da re-
generação humana, Jesus veio, é claro, se-
mear o bom grão.
Chamando-se a si mesmo de 'filho do
homem", lembrava aquela missão que, aos
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 624
10
Estas palavras foram mediunicamente ditadas
no mês de fevereiro de 1863.
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Tesouro oculto
11
Atos dos Apóstolos, cap. Xll, v. 6 e 7.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 684
12
Ver a este respeito a explicação dos manda-
mentos (Decálogo).
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 702
A mulher cananeiana
Cura de um surdo-mudo
mudo.
Não vos cause espanto haja falado
incontinenti aquele homem, que jamais
articulara uma só palavra desde que
nascera.
Deveis compreender que as palavras não
lhe saíam a princípio tão distintas como as
vossas. Quaisquer que tenham sido, porém,
as que pronunciou, bastaram para encher de
espanto a multidão. Além disso, como deveis
igualmente compreender vós outros espíri-
tas, sendo aquela cura de grande importân-
cia para a aceitação da crença que Jesus
viera difundir, os Espíritos que sempre o a-
companhavam auxiliaram, no mesmo instan-
te, por meio do magnetismo espiritual, o de-
senvolvimento da nova faculdade que ele
acabava de dar ao homem e, por meio da
inspiração, facilitaram a este o uso dela.
Demais, não estava junto dele o seu anjo
de guarda?
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 731
am.
Pediram-lhe que mostrasse no céu um
sinal, isto é, qualquer coisa de surpreenden-
te, fosse o que fosse. Não tinham, quanto à
natureza do sinal, nenhuma idéia assentada,
mas desejariam que Jesus, por exemplo,
detivesse o movimento dos astros, ou fizes-
se aparecer no firmamento uma visão qual-
quer. Aquele que, para acreditar, faz questão
de ver não sabe muitas vezes dizer o que
deseja se lhe mostre. E ainda quando obti-
vesse a satisfação desse desejo, mesmo à
custa das leis naturais, isso não lhe bastara.
Trataria de explicar o fato de um modo que
se lhe afiguraria racional, dado o seu ponto
de vista, e exigiria outra coisa.
As versões dos dois evangelistas se
completam, reproduzindo ambas as seguin-
tes palavras de Jesus: "Esta geração má e
adúltera pede um sinal no céu; em verdade
vos digo que nenhum sinal lhe será dado;
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13
Ver, para compreensão e explicação destas úl-
timas palavras. o n. 161
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 740
Certamente.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 741
todos.
Repetimos: preservai-vos de toda sub-
missão covarde ao poder, sempre que este
tente exercer qualquer ação sobre as vossas
consciências ou sobre os vossos atos mo-
rais. Deveis resistir, com respeito, mas tam-
bém com firmeza, a qualquer oposição, ve-
nha donde vier, visando impedir que execu-
tem a vontade de Deus os bons Espíritos
que se comunicam com os homens para,
mediante a nova revelação, concluir a obra
do Cristianismo do Cristo, regenerar a Hu-
manidade por meio da luz e da verdade, im-
plantar, pela prática recíproca da justiça, do
amor e da caridade, a fraternidade universal,
dando assim cumprimento a estas palavras
de Jesus: "Tendes um único Senhor e sois
todos irmãos".
Sim, por maior que seja a oposição e ve-
nha donde vier, deveis, com respeito, mas
com firmeza, defender o exercício do vosso
livre arbítrio, da vossa liberdade de consci-
ência. A verdade tem que se difundir: não
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 745
Cura de um cego
espirituais.
Jesus sancionava assim, de antemão, o
que estava reservado a ser posto em evi-
dência, explicado e desenvolvido, em espíri-
to e verdade, pela nova revelação, sob aque-
le duplo ponto de vista.
Ali se encontra, primeiramente, em pou-
cas palavras, a confirmação desta grande
verdade, ainda por muitos contestada e rejei-
tada: a reencarnação.
Consideremos o que disse Jesus a seus
discípulos:
14
Ver, para explicação destas leis, O Livro dos
Espíritos, parte III, cap. I a XI, ns. 614-892.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 776
seu poder.
ção espírita.
Também no seio da vossa humanidade
se pode produzir, como sabeis, o fenômeno
da transfiguração. Esta, todavia, nenhuma
relação tem com a que Jesus, Espírito ape-
nas revestido de um perispírito tangível, rea-
lizou e que só os Espíritos elevados podem
igualmente realizar. Dar-vos-emos ainda, ao
concluir o presente capítulo, explicações a
esse respeito.
as necessárias instruções.
Jesus, que tinha a presciência do futuro,
já havia predito sua ida a Jerusalém, sua
morte e sua ressurreição. Nada tinha que
aprender com Moisés e Elias relativamente a
esses sucessos vindouros. Os três discípu-
los, tão perturbados ficaram com a manifes-
tação, que perguntavam entre si o que que-
riam dizer estas palavras do Mestre: "até
que o filho do homem haja ressuscitado den-
tre os mortos".
A presença de Moisés e de Elias nada
teve que aberrasse dos fatos ordinários.
Ambos estavam sempre junto de Jesus. Na-
quele momento apenas se tornaram visíveis.
Não só Moisés e Elias, porém muitos outros
Espíritos ainda mais elevados, estavam, co-
mo estão hoje, constantemente ao lado do
Mestre, aguardando a manifestação de suas
vontades para agirem.
O fato de somente Moisés e Elias se te-
rem tornado visíveis explica-se pela circuns-
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 873
ção.
O fluido universal é um composto de flui-
dos diversos, formando uma única massa
donde extraímos as partes de que necessi-
tamos. Ele recebe a destinação que lhe é
necessária e se amolda a tudo, conforme
aos casos. Esses diversos fluidos são para
nós ponderáveis, tanto na massa do fluido
universal, como quando dela separados,
constituindo o produto das extrações ou
combinações que o Espírito realiza. Tudo
tem peso na natureza, que é a fórmula e a
síntese de todas as criações orgânicas e
inorgânicas, assim do ponto de vista fluídico,
como do ponto de vista material.
Os diversos fluidos de que se compõe o
fluido universal, especialmente aqueles com
que o Espírito opera a transfiguração, todos
ainda imponderáveis para vós outros, não
serão reconhecidos como ponderáveis, tal
qual sucedeu com o ar que agora sabeis que
o é, senão por meio de instrumentos e pro-
cessos que ainda desconheceis e desco-
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 887
do precursor prometido.
A letra da tradição15 parece contrária à
palavra de Jesus, que os discípulos compre-
enderam, relativa à volta de Elias à terra, à
reencarnação de seu Espírito no corpo de
João. Explicada, porém, em espírito e em
verdade, a tradição confirma, em todos os
pontos, o que disse o Mestre.
A razão e a ciência humanas, esbarrando
na letra e não sabendo achar o espírito, re-
jeitam o que, pela sua ignorância, não po-
dem explicar. Os Espíritos do Senhor vêm
exatamente, pela nova revelação, projetar
sobre tudo e por toda parte a luz e a verda-
de. Segundo a tradição interpretada ao pé
da letra, Elias fora, à vista de Eliseu, arreba-
tado e, encarnado e vivo, subira ao céu num
turbilhão.
Como, então, seria possível que, conti-
nuando Elias a viver encarnado, no céu, on-
15
Os Reis, liv. 4°, cap. II, v. 1-18.
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 900
façais".
Nada obstante, muitos insistiram em pro-
curar Elias. Não o encontraram, dizem as
Escrituras.
Ao regressarem esses, Eliseu lhes pon-
derou: "Não vos havia eu dito que não o fi-
zésseis?" Os Espíritos prepostos ocultaram
de todos os pesquisadores os vestígios do
corpo consumido.
Deus, com a sua presciência e sabedoria
infinitas, apropria aos tempos, às inteligên-
cias, às necessidades de cada época, de
cada era, os acontecimentos, os atos, as
revelações, fazendo que se produzam nas
condições mais convenientes à marcha len-
ta, porém regular e sempre progressiva da
vossa humanidade.
Em face da resposta que, quando inter-
rogado relativamente a Elias, lhes deu o
Mestre, seus discípulos compreenderam que
João Batista era Elias, o mesmo Elias que as
profecias anunciavam como devendo ser o
precursor do Cristo.
O que, porém, Jesus naquela ocasião
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 907
como hoje.
Existia, sim, mas em termos muito dife-
rentes. Na sua maioria, os ignorantes e cul-
pados da terra, quando volviam ao estado de
Espíritos livres, isto é, quando na erraticida-
de, eram conservados na ignorância da fa-
culdade, que possuíam, de se aproximarem
dos encarnados.
Somente os que se haviam, em compa-
ração com os outros, elevado e desprendido
da matéria, podiam usar daquela faculdade.
Hoje, todos dela fazem uso, porque lhe po-
dem e devem compreender os efeitos.
Servimo-nos há pouco da expressão —
na sua maioria — porque havia naquela é-
poca e houve sempre, tanto no período cris-
tão, como no período hebraico, em todas as
épocas e em todos os lugares, Espíritos que
se constituíram instrumentos das provações
e expiações dos encarnados.
Os que então eram de elevação superior
à destes atuavam sobre alguns dos homens
J.B. Roustaing – Os 4 Evangelhos -– Volume 2 912