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Grace and Restoration Theological

Seminary in Philadelphia - USA


1º SIMPÓSIO DE REENGENHARIA DA
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

UMA VISÃO INTEGRADA DOS


PROCEDIMENTOS HERMENÊUTICOS,
EXEGÉTICOS E EXPOSITIVOS DAS
ESCRITURAS SAGRADAS ATRELADOS ÀS
NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS AOS
ESTUDOS BÍBLICOS
Libronix 3.0g e Logos Bible Software 4

Prof. Fabiano Ferreira, Ph.D.


do GRTS – Grace and Restoration Theological Seminary
Estados Unidos
INTERTEXTUALIDADE EM
APOCALIPSE
UMA PROPOSTA DE METODOLOGIA
INTERPRETATIVA BASEADA EM SUAS
INTERFACES INTERNAS E EXTERNAS

‫ּובצֻ רֹות ל ֹא יְ ַד ְעתָ ם׃‬


ְ ‫ידה ְלָך גְ דֹלֹות‬
ָ ִּ‫ענֶךָ וְ אַ ג‬
ֱ ֶ‫ְק ָרא אֵ לַ י וְ א‬
Invoca-me e eu te responderei; e te anunciarei coisas
grandes e ocultas, que não sabes. (Jr 33.3)
INTERTEXTUALIDADE

Intertextualidade é o diálogo entre textos. Um autor, ao escrever seu texto,


pode fazer referências explícitas ou implícitas a outro(s) texto(s). Essas
referências podem ocorrer na forma de citações diretas ou indiretas de
outros textos. A intertextualidade explícita ocorre quando um autor cita
textualmente outro autor fazendo o uso de fórmulas, e a implícita ocorre
quando ele deixa entrever que está usando o texto de determinado autor,
seja por palavras, expressões, cláusulas ou temas característicos.

Veremos em Apocalipse que a intertextualidade ocorre apenas no nível


implícito, uma vez que jamais ocorrem fórmulas que caracterizariam as
mascas formais de uma citação.

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INTERTEXTUALIDADE

Intertextualidade é um fenômeno onde uma passagem da Escritura refere-se à


outra. Instâncias de intertextualidade que envolvem uma exegese bíblica interna,
ou seja, realizada pelos próprios autores sagrados, ocorrem quando textos
posteriores transformam textos anteriores através de aprofundamento, expansão
ou revisão, de modo que eles sirvam bem à tarefa da teologia bíblica. Textos
posteriores por figuras carismáticas – sejam eles profetas (como Isaías, Jeremias,
Ezequiel), profetas históricos (como o Cronista), ou um exegeta autorizado
como Esdras – ocasionalmente transformam os ensinamentos dos textos
anteriores de figuras carismáticas (como Moisés).

A intenção primária da construção desta entidade semiótica no capítulo 1 de


Apocalipse, por exemplo, é revelar os conceitos de transcendência e imanência, a
natureza divino-humana de Jesus apresentada por seu anjo representante. Ao
mesmo tempo, ela visa a fazer com que esses elementos constituintes se
4 mesclem de tal modo a fundamentar toda a rede de relações que esta primeira
visão tem com a visão global do livro.

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INTERTEXTUALIDADE
Esses elementos descritivos na primeira visão são retomados, se justificam e são
autoexplicados nas visões subsequentes. Isto se chama intertextualidade
interna imediata, pois é a que ocorre dentro do próprio livro, produzindo suas
interfaces internas (o diálogo entre as partes internas do livro, os entrelaçamentos
das partes constituintes de sua macroestrutura que produzem sua coerência e
coesão). Em outras palavras, a primeira visão fundamenta e se mescla
arquitetonicamente com a rede de visões sucessivas. O sentido da primeira visão
ora vai se construindo parcialmente na interpretação de sua metáfora visual
apresentada em seu próprio contexto imediato, o cap. 1, ora no restante do
desdobramento da revelação que se vai construindo e se decodificando ao longo
de todo o livro. Isto serve como elemento revelador da unidade orgânica do
livro.

As visões sequenciadas no livro formam os elos de uma corrente total em que


cada uma delas está na posição correta e entrelaçada com as demais. Na forma
final do livro, percebemos a predominância de referenciação catafórica, onde os
5 atos e as cenas abrem sempre espaço para a expectativa do que vem à frente, e
isto do princípio ao fim.
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INTERTEXTUALIDADE
Deste modo, cada elemento constituinte do livro é uma peça imprescindível para
a compreensão da tessitura textual como um todo. Temos de ficar atentos como
as unidades menores (perícopes) compõem as unidades maiores, de modo a
delimitarmos as seções para podermos ver como se dá a tessitura completa e
complexa do livro. Porém, a compreensão prévia de que esta sequenciação foi
bem arquitetada pela mente divina é o reconhecimento e a reafirmação da
unidade orgânica de Revelação!

Precisamos entender o modus operandi desta revelação e, para nossa felicidade,


alguns eruditos já perceberam de maneira correta que Revelação interage
internamente, e externamente em intertextualidade implícita ou explícita com
praticamente todo o AT (em especial no AT destacam-se Êxodo, Isaías, Ezequiel,
Daniel e Zacarias). Sendo um pouco mais preciso, Apocalipse interagem em
intertextualidade com praticamente todos os demais livros que compõem o
cânon cristão das Escrituras.
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INTERTEXTUALIDADE
O próprio livro possui intertextualidade em seu interior, que interliga as partes
do livro entre si formando uma belíssima unidade. Contudo, por uma questão
de ênfase, nunca o uso que o Autor faz dos outros textos da Escritura ocorre
de modo subserviente, pois temos citações, quase sempre recriadas por
transformação cristológica, alusões e ecos do AT perpassando toda a tessitura
do texto de Revelação. Fato notável, portanto, é que nada é descrito num
vácuo, mas sempre há um entrelaçamento do texto do livro de Revelação com
textos anteriores com os quais ele está em contínuo e progressivo diálogo e é
grandemente permeado e moldado por eles. Destaque-se o fato de haver em
Revelação um total entrelaçamento interno formando uma estrutura textual
absolutamente coerente e coesa. Revelação é, na verdade, obra de um Grande
Gênio!

Sendo assim, a Revelação entregue a João vai além de uma intertextualidade


implícita apenas com a imagística dos profetas do AT, mas sua rede de
entidades semióticovisuais e auditivas constrói-se em interfaces com as
7 narrativas do AT, com a poesia dos Salmos e principalmente com os oráculos
dos profetas.
INTERTEXTUALIDADE
De fato, há até mesmo interfaces com os ditos de Jesus nos Evangelhos, e
quiçá com as Epístolas Paulinas e as Universais, como nós veremos adiante no
comentário propriamente dito! Isto leva Apocalipse a possuir um gênero
literário final que é, por conseguinte, uma mescla de gêneros. Entretanto, com
João apenas descreve o que vai vendo e ouvindo dentro de uma sequência
inusitada para ele, mas arquitetada pela mente divina, seu gênero
predominante é o narrativo, e isto nos convida a ler esse livro da perspectiva
de uma análise narrativa.

Percebemos através de uma leitura atenta que geralmente esse clímax da


revelação faz uma atualização de profecias do AT, ressemantizado-as
cristologicamente, e quase sempre ampliando seu escopo. Este tipo de
abordagem canônica que adotamos faz jus à natureza de Apocalipse como
uma visão global portadora de uma total unidade orgânica e uma revelação
não produzida pela vontade humana de um quase hábil escritor João, mas de
8 um profeta que fidedignamente escreve o que vê e ouve pela inspiração do
Espírito de Deus.
INTERTEXTUALIDADE
Na primeira visão do cap. 1, portanto, de um modo pictórico, a natureza
divino-humana de Jesus é descrita em termos totalmente conhecidos pelo
profeta e por seus leitores, pois todos os referentes pertencem à esfera de
experiência humana do profeta e de seus leitores. Essa revelação plena de
metáforas visuais que constroem a entidade semiótica vista e descrita pelo
olhar do profeta João está impregnada de força teológica intencional. Há uma
clara complexificação com valores teológicos. Através de uma entidade
semiótica, a mensagem da visão inaugural fundamenta e formata toda a
estrutura subsequente do livro. O profeta faz a narrativa fiel da visão e nós
vamos percebendo gradualmente a trajetória dos percursos do seu olhar,
identificando e descrevendo cada elemento constituinte que se lhe apresenta
numa percepção de detalhes orientada pelo Espírito de Deus.

Não obstante a predominância da referenciação catafórica no movimento do


livro, esta não é única. Há também muitas referenciações anafóricas,
9 referências a elementos que anteriores.
INTERTEXTUALIDADE
Vez por outra, ao longo do livro ocorre uma revisitação orientada pelo
Espírito a espaços ou elementos desses espaços vistos previamente, de modo
que novos elementos constituintes são observados e descritos a fim de
ampliar essas visões anteriores. A encenação, por assim dizer, constrói-se na
forma de um constante devir (vir-a-ser), pois desdobramentos de
constituintes semióticos anteriores, em manifestações de estados estáticos ou
dinâmicos, produzem ampliações, às vezes breves, às vezes longas, que
elucidam esses constituintes e, por sua vez, introduzem outros novos. Por
conseguinte, vários eixos temáticos são estabelecidos.

Por fim, constatamos que a visão inicial tenciona estabelecer como se dará o
processo gerativo do sentido, deixando claro que este sempre ocorrerá numa
dimensão semiosimbólica com valoração teológica e com um desígnio adrede
escolhido e planejado por Deus para instruir o modo como devemos buscar o
sentido de todo o livro. O capítulo 1, por conseguinte, constitui-se numa das
10 mais importantes chaves hermenêuticas para a interpretação de todo o livro.
INTERTEXTUALIDADE
Sem dúvida, é preciso dizer também que o leitor deve estar familiarizado com
o mundo profético do AT para poder decodificar a imagística do clímax da
profecia bíblica: Apocalipse (Revelação). A falta de familiaridade com o AT,
principalmente pela ótica da Septuaginta (LXX) na maioria das vezes, visto
que era ela a Bíblia da igreja primitiva, ou com o hebraico e o aramaico, visto
que o grego de João tem forte coloração semítica, é que leva muitos leitores
de Apocalipse a sentir enorme dificuldade em decifrar sua imagística, quase
que totalmente construída em intertextualidade com várias porções
textuais do AT. Isto introduz nosso próximo ponto.

Uma observação fundamental é que Apocalipse, geralmente, nos


permite perceber que o Autor revisita, manuseia e ressemantiza
com extrema liberdade textos do AT, ora via LXX, ora via texto
hebraico, mas sempre à luz da primeira vinda de Cristo e de sua
vitória na redenção pela morte sacrificial na cruz. Outras vezes, o
11 Autor é profundamente criativo, de modo que não conseguimos
perceber se ele está referindo ou não a alguma fonte anterior.
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INTERTEXTUALIDADE
O certo é que, como Apocalipse é o clímax da profecia, podemos destacar
essas interfaces com o que foi anunciado previamente, tanto no AT como em
outros textos do NT, mas nunca ficar despreparados para o novo, para o
inusitado. Não podemos perder de vista que sempre a intertextualidade
deverá ser compreendida como proposta de comunicação divina ao
estabelecer um diálogo esclarecedor com o que ele mesmo falou outrora
através de seus outros profetas inspirados. Portanto, a intertextualidade será
usada como uma forma de iluminar e interpretar as novas entidades
semióticas, as metáforas visuais e auditivas, percebendo nelas a premedita não
subserviência, sempre deixando um espaço para a criação do Artista, para
suas propostas inusitadas, o que explica o novo nas visões e as diferenças e
semelhanças com outras visões anteriores.

A observação de que estamos lidando com uma revelação nova mediada pelo
anjo de Jesus Cristo e narrada fielmente pelo profeta, explica a não
subserviência desta nova revelação às outras dadas por Deus anteriormente,
12 observação esta que se torna um golpe mortal à abordagem da crítica das
fontes que perde de vista que João apenas fez o registro escrito, narrando
fidedignamente o que viu e ouviu.
INTERTEXTUALIDADE
Contudo, por uma questão de ênfase, nunca o uso que o Autor faz dos outros
textos da Escritura ocorre de modo subserviente, pois não temos citações,
mas alusões e ecos do AT, quase sempre recriadas por transformação
cristológica, perpassando toda a tessitura do texto de Revelação. Fato notável,
portanto, é que nada é descrito num vácuo, mas sempre há um
entrelaçamento do texto do livro de Revelação com textos anteriores com os
quais ele está em contínuo e progressivo diálogo e é grandemente permeado e
moldado por eles. Destaque-se o fato de haver em Revelação um total
entrelaçamento interno formando uma estrutura textual absolutamente
coerente e coesa.

Revelação descortina a história da redenção de um modo semiosimbólico,


recapitulando sua origem, enfocando seu centro e desenvolvendo-a até o seu clímax
que se consuma com o estabelecimento final do Reino de Deus. É dinâmico, não
estático, gerando em nós a necessidade de compreendermos a partir da sua
macroestrutura, como acontece esse movimento, para onde ele nos leva, como este
13 monumento literário arquitetônico dinâmico se constrói através de uma complexa
rede de entidades semióticas interrelacionadas.
INTERTEXTUALIDADE

Essas entidades semióticas estão repletas de significação teológica, pois a proposta


divina é nos levar de volta ao centro de comando do universo e investir aos nossos
olhos o único que é digno de realizar o plano escatológico da história: O Cordeiro.
Este é o herói da narrativa. Que possamos ter a sabedoria necessária para, pelo
menos, admirar esta linda Revelação acompanhando atentamente a trajetória do
olhar do profeta do João!

Revelação é, na verdade, obra de um Grande Gênio!

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INTERTEXTUALIDADE INTERNA
Capítulo 1 Capítulo 12

Capítulo 2 Capítulo 13

Capítulo 3 Capítulo 14

Capítulo 4 Capítulo 15

Capítulo 5 Capítulo 16

Capítulo 6 Capítulo 17

Capítulo 7 Capítulo 18

Capítulo 8 Capítulo 19

Capítulo 9 Capítulo 20

Capítulo 10 Capítulo 21
15
Capítulo 11
APOCALIPSE Capítulo 22

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