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QUANDO O DESEJO SE EXTRAVIA...

- Duas bandeiras (EE l36)

Nos Exercícios Espirituais, S.Inácio supõe que há luta entre desejos opostos;
quanto mais nos sensibili-
zamos e nos abrimos aos desejos autênticos, tanto mais tomamos consciência
dos desejos inautênticos.
O desejo posto por Deus no coração humano, descoberto e aceito cordial e
livremente pela pessoa, não é um desejo possuído pacificamente. Ao contrário,
é um desejo combatido a partir de dentro da mesma pessoa (“um conflito entre
nós e nós, na intimidade dividida do coração”) e a partir de fora; é um desejo afirmado
em permanente tensão e luta.
Em algumas situações da vida cristã a problemática do desejo não se coloca
como alternativa mais ou menos clara entre um desejo claramente bom, cuja
realização deve-se buscar, e outro claramente oposto, mal, ao qual temos de
fazer frente.
Acontece que confluem em nós múltiplos desejos de sinal diferente que nos
atraem para direções opos- tas. Somos, com frequencia, pessoas “carregadas
de desejos, mas desprovidas de orientação” (Xavier Quinzá).
Impõe-se, então o trabalho de discernimento do caráter dos desejos e de sua
seleção, integração ou ordenação com respeito ao desejo básico de
identificação e seguimento de Jesus Cristo.
Já não se trata só de fortalecer o desejo, mas de iluminá-lo e orientá-lo
corretamente.
Na vivência cristã, acontece muitas vezes um “extravio” do desejo.
Pouco a pouco, um desejo, grande e generoso, vai saindo do caminho, vai perdendo referência e
acaba por perder a identidade como desejo cristão.
Aqui nos encontramos com uma certa e paulatina “depreciação” (desvalorização) do desejo, até
“extraviar-se” por completo de sua orientação básica; ou, muitas vezes, afirma-se como um desejo cristão
em sua intenção última, mas através de meios e caminhos que o contradizem como tal.
Deseja-se, supostamente, seguir Jesus... mas sem seu estilo;
seu Evangelho... mas sem suas consequências; sua causa... mas sem suas concretizações.
O “desejo extraviado” tende espontaneamente à auto-afirmação. Segundo a
meditação das Duas Bandeiras, são estes os três níveis progressivos de auto-
afirmação do desejo:
- a busca da riqueza equivale a uma auto-afirmação no poder e na segurança;
- daí decorre o desejo de honra e do reconhecimento social, chegando ao último degrau
de
auto-afirmação – a auto-suficiência ou soberba. Este 3º nível afeta diretamente à
consci-
ência do eu, à segurança em si mesmo, ao culto à própria personalidade, à
emancipação
de toda dependência, inclusive de Deus.
A bandeira do “desejo extraviado” é um processo ascendente na auto-
afirmação que acaba por destruir a liberdade, o ser pessoal do homem,
conduzindo-o à auto-suficiência absoluta e introduzindo-o diretamente na solidão,
no isolamento e na perdição. Este “extravio” se produz, ou porque os ventos
podem mais que o timão e o pulso do navegante, ou porque este insiste em
guiar-se só por sua intuição, sem deixar-se orientar pelos faróis, entrando em
processos “autistas” na vida do Seguimento de Cristo.
É mau negócio ser navegante solitário nesta aventura de Jesus...
Nossos desejos mais autênticos se descobrem e se realizam unicamente
através
de nossa colaboração com os outros. O desejo está sempre vinculado à
alteridade.
Desejamos e, na medida em que o desejo nos possui, e é autêntico, nos abre ao
Outro e aos outros. E por isso nossa vida é resposta a Deus e resposta ou
alteridade
para o irmão. O desejo não é algo circular, não é dar voltas dentro de nós
mesmos,
mas é experiência de abertura. Os desejos autênticos são sempre públicos.
Quanto mais profundamente mergulhamos em nós mesmos, tanto mais estes
desejos pessoais manifestam um ponto de referência comunitário.
Os desejos mais autênticos nos tiram sempre de nós mesmos levando-nos à
comunidade. Isto é o que nos faz avançar na vida do Espírito.
Texto bíblico: Mt 4,l-ll
Na oração: perguntar-se a si mesmo: quê estou desejando? quê desejo desejar?
- Tomar consciência da orientação que minha afetividade está tomando na vida; conhe-
cerei quê desejos estou atualmente experimentando e as resistências que estão surgindo na realização deles.
- O “desejar ter um desejo” nos dá a possibilidade de sair da acomodação espiritual. O “desejo de ter desejo”
é uma técnica para que nos imaginemos nas atitudes e ações que consideramos ser as melhores, mas que ain-
da não nos foram concedidas pela Graça como “valor”.

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