Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
1
O termo desenvolvimento é apresentado neste contexto da economia amazônica entre aspas, pois,
conforme explica LEAL, trata-se muito mais de um instrumento ideológico a partir do qual o
imperialismo estadunidense lograva manter seus blocos de influência regional, que propriamente um
projeto político-econômico de maior substância material. LEAL, Aluízio Lins. Uma sinopse histórica da
Amazônia. São Paulo: 1991. (mimeo.).
1
Como reflexos deste projeto, a Amazônia passou a debater-se com as
contradições geradas pela expansão da chamada “fronteira agrícola”2, que traz
consigo importantes impactos socioambientais, dentre os quais ressalta-se a
produção do denominado “arco do desmatamento”3, que impõe um verdadeiro
cerco à floresta, e que tem avançado sobre ela rapidamente nos últimos anos.
Os impactos socioambientais decorrentes do avanço da fronteira
agrícola e da grande agricultura capitalista na Amazônia já foram objeto de
uma série de estudos, produzindo um monitoramento constante do avanço do
agronegócio na região, especialmente no que tange à produção de grãos para
exportação. O elemento novo neste processo, que o presente projeto de
pesquisa pretende analisar, é que, com a recente disponibilização no mercado
brasileiro de sementes de cultivares transgênicas, surge um novo patamar de
conflitos socioambientais, especialmente quando se trata da produção de
cultivos geneticamente modificados dentro do ecossistema amazônico.
A partir da perspectiva do socioambientalismo proposto por SANTILLI4,
intenta-se responder aos conflitos e às contradições geradas pela introdução
deste tipo de biotecnologia na grande agricultura capitalista na Amazônia
desde a perspectiva dos próprios povos da Amazônia, unindo a visão dos
movimentos populares5 com a visão dos movimentos ambientalistas que não
se deixam seduzir pelo ambientalismo imperialista, que é justamente aquele
outro projeto externo imposto à região citado anteriormente.
2 JUSTIFICATIVA:
2
O termo “fronteira agrícola” é utilizado no presente trabalho sob a perspectiva popularmente
disseminada, referente às áreas limítrofes entre a floresta amazônica e áreas de atividade econômica mais
intensa, como a introdução de pastagens, lavouras etc.
3
Segundo relatório da Casa Civil da Presidência da República, “a maior parte do desmatamento na
região tem se concentrado ao longo de um ‘Arco’ que se estende entre o sudeste do Maranhão, o norte
do Tocantins, sul do Pará, norte de Mato Grosso, Rondônia, sul do Amazonas e o sudeste do Acre”.
BRASIL, Grupo Permanente De Trabalho Interministerial para a Redução dos Índices de Desmatamento
da Amazônia Legal. Plano de ação para a prevenção e controle do desmatamento na Amazônia legal.
Disponível em <www.planalto.gov.br/casacivil/desmat.pdf>. Acesso em 24/03/2010.
4
SANTILLI, Juliana. Socioambientalismo e novos direitos: proteção jurídica à diversidade biológica e
cultural. São Paulo: Peirópolis, 2005.
5
Utiliza-se neste trabalho o termo “movimento popular” ao invés de “movimento social”, por acreditar
que aquele primeiro termo contempla de forma mais rigorosa os grupos sociais que se pretende analisar.
2
Apesar de historicamente os organismos geneticamente modificados
(OGMs) – popularmente conhecidos como transgênicos – serem relativamente
recentes, ao longo deste período já sucederam vários debates, polêmicas e
conflitos envolvendo este novo tipo de tecnologia aplicado à agricultura. Longe
de se limitar a uma discussão entre cientistas (que dificilmente chegam a
consensos quanto à segurança das técnicas de engenharia genética, seja para
o meio ambiente, seja para a saúde humana), este assunto toma conta dos
mais diversos setores da sociedade, hegemonizados pela disputa entre
grandes empresas de biotecnologia e movimentos populares críticos à
introdução desses organismos no meio ambiente.
Atualmente, há alguns países que adotam a política de moratória aos
transgênicos, ora restringindo-a apenas à importação de OGMs (proibindo o
seu cultivo), ora proibindo até mesmo a entrada de sementes e produtos
transgênicos provenientes de outros países. O fundamento para tais medidas,
em todos os casos relatados, é a falta de estudos conclusivos quanto à
segurança sanitária e ambiental destes organismos geneticamente
modificados.
No Brasil não há este tipo de proibição. Pelo contrário, após uma série
de disputas e conflitos, que envolveram desde o contrabando de sementes
transgênicas de outros países até uma série de batalhas judiciais, o resultado
histórico foi a construção de um sistema jurídico que não apenas permite a
produção e comercialização de transgênicos, como confere às grandes
empresas de biotecnologia a segurança jurídica necessária para a
intensificação de suas atividades (a partir da edificação, entre 1996 e 1998, de
uma série de leis que regulamentam a propriedade intelectual no Brasil) 6.
A permissão que o Estado brasileiro confere às empresas de
biotecnologia para a comercialização e o cultivo de sementes transgênicas é
condicionada a um procedimento administrativo que teria por função fiscalizar a
biossegurança destes OGMs, seja para a saúde humana, seja para o meio
ambiente em geral. Ocorre que, na prática, o órgão administrativo responsável
por esta fiscalização – a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
6
Leis federais nº 9.279/96 (Marcas e Patentes), nº 9.456/97 (Cultivares), nº 9.609/98 (Software), e nº
9.610/98 (Direitos Autorais).
3
(CTNBio) – além de não deter a estrutura suficiente para realizar
adequadamente as atividades de fiscalização, tem atuado de forma
absolutamente irresponsável no controle e análise de riscos, e na edição de
normas administrativas que visem garantir a coexistência entre espécies e a
ausência de impactos ambientais.
7
PINHEIRO, Sebastião. Transgênicos: qualidade ou contaminação? In.: GÖRGEN, Sérgio Antônio
(org.). Riscos dos transgênicos. Petrópolis: Vozes, 2000. P. 76.
8
FORBES. The planet versus Monsanto. Disponível em:
<http://www.forbes.com/forbes/2010/0118/americas-best-company-10-gmos-dupont-planet-versus-
monsanto.html>. Acesso em 20/03/2010.
9
Conforme dados citados por ANDRIOLI, Antônio Inácio e FUCHS, Richard (org.). Transgênicos: as
sementes do mal – a silenciosa contaminação de solos e alimentos. Tradução de Ulrich Dressel. São
Paulo: Expressão Popular, 2008.
4
3 escritórios, 5 escritórios regionais de vendas e 12 unidades de pesquisa,
armazenagem e processamento de sementes10. Além disso, a empresa
estadunidense tem uma agressiva política de distribuição de sementes junto a
vendedoras parceiras, além de esquemas de cobrança de royalties que
ocorrem seja nos pontos de venda de sementes, seja nos pontos de
escoamento da produção.
10
MONSANTO. Onde estamos. Disponível em: <http://www.monsanto.com.br/institucional/monsanto-
no-brasil/onde-estamos/onde-estamos.asp>. Acesso em 17/03/2010.
11
SAGRI-PA, Secretaria de Estado de Agricultura do Pará. Produção de Soja por município de 2003 até
2008. Disponível em:
<http://www.sagri.pa.gov.br/sites/default/files/Evol_Prod_Soja_por_municipio_2003_a_2008.xls>.
Acesso em 19/03/2010.
5
REDENÇÃO 3.600
FLORESTA DO ARAGUAIA 5.100
SANTANA DO ARAGUAIA 15.279
STª Mª DAS BARREIRAS 8.700
CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA 3.000
TOTAL (toneladas) 35.679
12
FASE, Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional- PA. Mapa dos Conflitos
Socioambientais da Amazônia Legal. Disponível em:
<http://www.fase.org.br/v2/admin/anexos/acervo/2_mapa_conflito_amazonia.ppt>. Acesso em
18/03/2010.
13
Relato do Dep. Airton Faleiro em: MPEG, Museu Paraense Emílio Goeldi; EMBRAPA Amazônia
Oriental; Amigos da Terra - Amazônia Brasileira. A Geopolítica da soja na Amazônia. Belém: Museu
Paraense Emílio Goeldi, Coordenação de Pesquisa e Pós-Graduação, 2004, p. 12.
6
Ressalta-se que os conflitos fundiários, enquanto uma das vertentes
dos conflitos socioambientais gerados pela expansão da fronteira agrícola, se
tornam cada vez mais violentos nas regiões de expansão da soja, tanto pelo
“caos fundiário” no qual historicamente se situa o Estado do Pará, quanto pelo
fato de o avanço deste grande capital empurrar os pequenos capitais
(principalmente madeireiras, carvoarias e a pecuária) para novas áreas de
floresta e de ocupação territorial tradicional.
Em termos de transformações dos espaços geográficos, a introdução
da soja na Amazônia acarreta transformações brutais, especialmente a partir
da construção de uma série de aparelhos de infra-estrutura adaptados à cadeia
produtiva e de escoamento da produção. O próprio contexto das forças
políticas é profundamente alterado nesse processo, pois o poder político destes
grandes empreendimentos econômicos inaugura uma situação altamente
desfavorável aos povos da região.
14
Palestra de Leandro Ferreira em: MPEG, Museu Paraense Emílio Goeldi; EMBRAPA Amazônia
Oriental; Amigos da Terra - Amazônia Brasileira. A Geopolítica..., op. cit., p. 26.
7
da soja transgênica, sua inserção no bioma amazônico se dá na proximidade
de determinadas infra-estruturas de escoamento, que ligam por sua vez a
produção até os mercados consumidores.
15
AS-PTA. Soja transgênica perde espaço no Mato Grosso. Disponível em
<http://www.aspta.org.br/por-um-brasil-livre-de-transgenicos/documentos/soja-transgenica-tem-custos-
maiores/>. Acesso em 17/03/2010.
16
CARNEIRO FILHO, Arnaldo; SOUZA, Oswaldo Braga de. Atlas de pressões e ameaças às terras
indígenas na Amazônia brasileira. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2009.
8
empresas de biotecnologia realizam atualmente sobre os mercados
consumidores europeus para abolir as restrições aos produtos transgênicos.
9
O avanço da soja transgênica ao longo da BR-163 se dá, portanto, a
partir dos municípios produtores no Estado de Mato Grosso, que partem do
cerrado e se instalam em pleno bioma amazônico. É o que se vê no mapa
abaixo, que dispõe sobre a evolução do plantio de soja no Mato Grosso em
termos de áreas cultivadas por município17.
17
RISSO, Joel; RIZZI, Rodrigo; FERNANDES, Sérgio Leal; EBERHART, Isaque Daniel Rocha.
Análise da dinâmica espacial da área de soja em municípios do Mato Grosso por meio de imagens
do sensor MODIS. Disponível em: <http://www.ufpel.tche.br/cic/2009/cd/pdf/CE/CE_01192.pdf>.
Acesso em 24/03/2010.
10
* O eixo de expansão da soja transgênica na região de Paragominas
18
Segundo informações da VALE, o maior navio graneleiro do mundo atraca apenas nos portos de São
Luís e de Roterdã, suportando navios graneleiros de até 420 milhões de toneladas de porte bruto (tpb).
Disponível em: <http://www.vale.com/vale/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=71>. Acesso em 25/03/2010.
11
Apesar de não haver, na região de Paragominas, a presença de Terras
Indígenas ou de Unidades de Conservação, é certo que a presença de
camponeses, pequenos agricultores familiares e outras comunidades afetadas
naquela região igualmente produz impactos sócio-ambientais, que devem ser
identificados na medida da disponibilidade dos instrumentos de análise
existentes.
12
abre mão da falsa “neutralidade” na qual se arvoram as teorias positivistas do
Direito, para assumir uma posição política, a partir de uma determinada teoria
do Direito e do ordenamento jurídico vigente, desde a perspectiva dos povos da
Amazônia.
3 OBJETIVOS
13
da Amazônia, de forma que possam garantir a afirmação histórica dos direitos
humanos.
4 REFERENCIAL TEÓRICO
19
A presente pesquisa não pretende padecer do “aguilhão semântico” que DWORKIN atribui às
concepções dogmáticas do Direito, que vêem todas as divergências em Direito como meras questões de
interpretação, e não como fruto de diferentes teorias, concepções acerca do Direito. Vide DWORKIN,
Ronald. O Império do Direito. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Cap. 2.
20
LYRA FILHO, Roberto. Karl, meu amigo: diálogo com Marx sobre o Direito. Porto Alegre: Sergio
Antônio Fabris, 1983. P. 73.
14
O Direito não se limita portanto às normas, apesar de estas serem de
suma importância para uma teoria do Direito que consiga reproduzir a
complexidade social na qual as práticas jurídicas estão inseridas. Da mesma
forma, estas normas jurídicas não são concebidas como política ou
cientificamente neutras, mas são, na verdade, o resultado das relações sociais
existentes em uma dada sociedade.
Na medida em que as relações sociais, na sociedade vigente, são
marcadas pelas contradições e pelos conflitos inerentes às lutas de classes,
torna-se evidente que as normas jurídicas respondem, de forma complexa e
peculiar, a esta realidade social. As normas jurídicas deixam, portanto, de ser o
“puro produto da vontade das autoridades (normativamente) competentes”,
para se tornar o resultado das lutas sociais promovidas pelos mais diversos
grupos políticos e sociais, cujo interesse passou a ser oficialmente
(normativamente) reconhecido.
21
LYRA FILHO, Roberto. O que é Direito. 17ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1999. P. 89.
22
STUCKA, Petr Ivanovich. Direito e luta de classes – teoria geral do direito. Tradução de Silvio
Donizete Chagas. São Paulo: Acadêmica, 1988. P. 135.
15
compreenda que as normas, sem as relações sociais, desidratar-se-iam e
deixariam de ser normas. As próprias normas são produtos de relações sociais,
erigidas ao patamar próprio e específico de relações jurídicas.
As normas de Direito Ambiental, por exemplo, são o resultado histórico
do desenvolvimento de determinadas relações sociais, que por sua vez não
podem ser concebidas enquanto relações arbitrárias, produtos puros das idéias
e vontades dos sujeitos, mas sim como resultado da materialidade das
relações sociais, que têm como objetivo primeiro a produção e reprodução da
vida concreta, material.
Com o enorme desenvolvimento das forças produtivas deflagrado desde
o início da Revolução Industrial, estabeleceram-se uma série de relações
sociais e jurídicas próprias a este contexto. Na medida em que estas forças
produtivas passaram a sofrer limitações em sua relação com a natureza,
decorrentes essencialmente do caráter anárquico e da racionalidade própria ao
processo de concorrência capitalista (que acaba desconsiderando os profundos
impactos gerados sobre o meio ambiente, limitada que está à pura e simples
lógica do lucro), novas relações jurídicas passaram a ser estabelecidas para
tentar conter esse processo, dentre as quais destaca-se a criação de normas
jurídicas específicas à tutela do meio ambiente.
Foi nessa perspectiva que nasceram as normas jurídicas ambientais,
propugnadas por movimentos ambientalistas que, longe de se contrapor ao
status quo, adequavam-se a ele buscando evitar ou minimizar as contradições
que lhe são próprias. Resultado disso é que as relações jurídicas ambientais
tiveram, de início, um forte caráter repressivo e, inclusive, anti-popular, pois
geralmente associava idéias neomalthusianas com as concepções
ambientalistas que se encontravam em pleno processo de formulação.
As normas e as relações jurídicas ambientais não são, porém, o
resultado unilateral apenas das concepções acima resumidamente descritas.
São, também, o resultado das lutas sociais promovidas por grupos e classes
sociais que, longe de se adequar ao status quo, partem de um referencial
crítico aos fundamentos mesmo da sociedade vigente, comandada pelo modo
de produção capitalista.
Esta outra perspectiva ambientalista, fortemente inspirada pelos
fundamentos do chamado ecossocialismo, irá identificar de forma mais
16
profunda as contradições que o modo de produção capitalista gera em sua
relação com o meio ambiente e com os seres humanos em geral, e buscará
fortalecer sua perspectiva crítica a partir do aporte das classes sociais
exploradas e oprimidas dessa sociedade, organizadas em torno do movimento
popular. Desta união entre o movimento ambientalista e o movimento popular
surge a concepção socioambiental, que busca tutelar o meio ambiente em sua
relação com os seres humanos, numa perspectiva crítica e transformadora da
sociedade vigente.
O fortalecimento político da perspectiva socioambiental permitiu, então,
que estas classes e grupos sociais contra-hegemônicos influenciassem o
processo geral de formulação das normas jurídicas, construindo um novo
patamar para as relações jurídicas ambientais no Brasil, conforme afirma
SANTILLI:
17
estabelecidas com outras relações sociais (econômicas, culturais, políticas etc)
e com as forças produtivas inscritas na sociedade24.
As relações jurídicas que se desenvolvem no contexto da introdução da
soja transgênica na Amazônia só podem ser analisadas, portanto, a partir da
sua devida localização dentro da totalidade concreta, enquanto parte
constituinte do Todo, da realidade social25. Para isso, o primeiro passo será
necessariamente compreender a atual estrutura de organização da economia
amazônica em sua relação com o mercado mundial, que, longe de ser um
produto “natural”, dado e acabado, é o resultado de um processo histórico que
deve ser profundamente compreendido.
A biotecnologia, por sua vez, surge num contexto no qual já há a
consolidação de um verdadeiro mercado mundial capitalista (que, apesar de ter
sido gestado desde o século XIX, apenas será consolidado no período do pós-
guerra no século XX26), e no qual há uma inserção definitiva da Amazônia (e
não mais esporádica, eventual) enquanto fornecedora de determinadas
mercadorias, nos termos da divisão internacional do trabalho que fora
estabelecida27.
Juntamente com esta nova força produtiva configurada pela
biotecnologia, surgem relações sociais e jurídicas correspondentes,
relacionadas especialmente à regulamentação de seu regime de propriedade,
repartição de benefícios e de controle de impactos ao meio ambiente e à saúde
humana. Constituem-se, portanto, normas e relações jurídicas referentes à
propriedade intelectual e à biossegurança.
24
Nesse sentido, vide PASUKANIS, Eugeny Bronislanovich. A teoria geral do direito e o marxismo.
Tradução de Paulo Bessa. Rio de Janeiro: Renovar, 1989. Cap. 1.
25
Este tema será melhor explicitado na apresentação da metodologia de investigação.
26
MANDEL, Ernest. O capitalismo tardio. Tradução de Carlos Eduardo Silveira Matos et alli. São
Paulo: Abril Cultural, 1982. Cap. 2.
27
LEAL, Aluízio Lins. Uma sinopse..., op. cit., p. 30-41.
28
SANTOS, Laymert Garcia Politizar as novas tecnologias: o impacto sócio-técnico da informação
digital e genética. São Paulo: Ed. 34, 2003. P. 29.
18
A biotecnologia inaugura, portanto, um novo patamar qualitativo de
relações econômicas, jurídicas e sociais, que devem ser analisadas de forma
específica, até para que se possa compreender quais são os seus potenciais
impactos a partir do recente processo de introdução na realidade amazônica.
As referências bibliográficas que tratam dos riscos e dos possíveis
impactos gerados por cultivares transgênicos identificam potenciais efeitos
tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana, tais como:
29
FUCHS, Richard. Cultivos transgênicos no mundo. Do Canadá à Argentina, da Romênia à China
quase 90 milhões de hectares de plantas transgênicas. In.: ANDRIOLI, Antônio Inácio e FUCHS,
Richard (org.). Transgênicos..., op. cit. p.31-56.
30
LANG, Chris. Árvores geneticamente modificadas: a ameaça definitiva para as florestas. Tradução
de Maria Izabel Souza. São Paulo: Expressão Popular, 2006. P. 25-48.
31
NODARI, Rubens Onofre e GUERRA, Miguel Pedro. Biossegurança de plantas transgênicas. In.:
GÖRGEN, Sérgio Antônio (org.). Riscos dos transgênicos. Petrópolis: Vozes, 2000. P. 39-60.
32
LANG, Chris. Árvores geneticamente modificadas..., op. cit., p. 32-36.
19
Além disso, há pesquisas científicas que demonstram a existência de
risco de contaminação genética decorrente da chamada transferência
horizontal de genes, conforme explicam NODARI e GUERRA:
Tendo em vista que grande parte dos impactos gerados por OGMs ainda
não foi cientificamente confirmada, a presente pesquisa, na medida dos
objetivos e das hipóteses formuladas, e conforme as limitações metodológicas
existentes quanto a este ponto específico, buscará investigar quais efeitos
foram conclusivamente apontados como causados ou não causados por
cultivares transgênicos, e, para todos os demais casos em discussão ou sem
debates científicos estabelecidos, aplicará o princípio da precaução.
33
NODARI, Rubens Onofre e GUERRA, Miguel Pedro. Biossegurança de plantas transgênicas. In.:
GÖRGEN, Sérgio Antônio (org.). Riscos..., op. cit. p. 46.
34
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental brasileiro. 15ª ed. São Paulo:
Malheiros. P. 75.
20
5 HIPÓTESES
21
6. As regiões de mais forte expansão da fronteira agrícola na Amazônia, onde
se situam os empreendimentos agrícolas mais consolidados, estão mais
suscetíveis ao avanço da soja transgênica, porém sua introdução apenas se
materializa com a criação de condições para o escoamento desta produção,
que estão intrinsecamente ligadas às pressões de demanda do mercado
consumidor;
6 METODOLOGIA
22
(que não se confunde com o economicismo) é determinante para as diversas
formas de reprodução da totalidade concreta, desde o início refuta-se a crença
positivista de que o Direito, por si só, é capaz de conceber devidamente os
problemas inerentes ao objeto da pesquisa. Pelo contrário, é na identificação
das condições materiais de existência que se torna possível a correta
identificação do papel exercido pelas relações jurídicas sobre o objeto em
análise.
As relações jurídicas são relações sociais que compõem, também, a
realidade concreta; porém não se produzem por si mesmas, nem estão
isoladas das demais relações sociais, motivo pelo qual apenas uma abordagem
transdisciplinar pode apreender a complexidade da totalidade concreta,
inclusive em termos do papel que as próprias relações jurídicas desempenham
na realidade concreta.
35
CORAZZA, Gentil. O Todo e as Partes: uma introdução ao método da economia política. In: Estudos
Econômicos, São Paulo, vol. 26, Número Especial, p. 35.
23
incorreto simplesmente desconsiderar os demais projetos implantados na
Amazônia nesse mesmo processo.
Para este primeiro momento da investigação, adotar-se-á
essencialmente (ainda que não de forma estanque, unilateral) a perspectiva
histórica e indutiva, buscando dentro dos principais referenciais históricos
identificar a forma como se deu o processo de integração definitiva da
Amazônia no mercado mundial, no contexto da nova divisão internacional do
trabalho.
A biotecnologia é outra “parte” que nasce dentro do contexto do
“Todo”, e que através do método da abstração será analisado em suas
características essenciais, sem porém deixar de lado sua historicidade
concreta. Enquanto força produtiva, a biotecnologia produz relações sociais e
jurídicas que lhe são específicas, que devem ser analisadas exatamente nessa
perspectiva, dentro das relações de produção que lhe são próprias.
Estas relações de produção, por sua vez, não são o único fator que
determina a forma jurídica da biotecnologia, mas também outros fatores
influenciam decisivamente, como a própria luta de classes. Nesse sentido, o
regime jurídico de biossegurança no Brasil nem é o resultado mecânico do
desenvolvimento da biotecnologia, e nem é o produto da “vontade (abstrata) do
legislador”, mas é, na verdade, uma síntese provisória da correlação de forças
entre os diversos grupos de interesse na sociedade (movimentos populares,
ambientalistas, ONGs, cientistas, empresas de biotecnologia, produtores
agrícolas, consumidores etc).
É sob esta perspectiva dinâmica que será analisada a construção das
normas jurídicas referentes à biotecnologia e à biossegurança no Brasil,
utilizando-se inicialmente do método histórico e indutivo, para, após a
apresentação de seu contexto sócio-político, adotar uma perspectiva lógica e
dedutiva no que tange à aplicação destas normas na construção das relações
jurídicas que lhe são próprias. Além da pesquisa bibliográfica referente a este
contexto histórico, analisar-se-á neste ponto algumas das principais empresas
do ramo da biotecnologia, de forma a ter um panorama geral do papel de sua
influência econômica e política na formulação das normas jurídicas para este
tema.
A forma como se dá a mediação entre a biotecnologia e a sua
24
aplicação na grande agricultura capitalista já é um avanço que vai do abstrato
ao concreto, do lógico ao histórico, da “parte” que começa a reproduzir o “Todo
concreto”. Para isso, pretende-se analisar a geopolítica da soja na Amazônia,
reproduzindo teoricamente o processo real, concreto, da expansão da fronteira
agrícola da soja na região, e identificando os principais meios pelos quais esta
cultura pôde se assentar na região (a partir da construção de infra-estruturas
próprias, concessão de crédito, introdução do comércio de produtos agrícolas e
prestação de serviços específicos, etc).
Para este ponto em especial, além das referências bibliográficas que
reproduzem historicamente esse processo, levantar-se-á dados objetivos
referentes à capacidade das forças produtivas instaladas e utilizadas para a
produção de escoamento da soja, através de dados fornecidos por órgãos do
Estado (CONAB, secretarias de agricultura, órgãos responsáveis pela gestão e
fiscalização rodoviária e aquaviária etc) e pelas principais referências do setor
privado (entidades associativas como a FAEPA, empresas como CARGILL,
VALE, HERMASA e MONSANTO etc).
Aliado às análises anteriores (consideradas indispensáveis à
compreensão do processo de expansão da soja, e como condições
indispensáveis à atuação adoção de tecnologia transgênica), buscar-se-ão os
dados concretos referentes ao contexto atual de crescimento dos cultivos GM,
especificamente na região de Paragominas/PA, o que ensejará o levantamento
de dados referentes aos mercados de sementes convencionais e transgênicas,
à disponibilização de insumos químicos para cada tipo de produção, aos
equipamentos e formas empregadas para o manejo dos cultivos, além das
formas de armazenamento e de escoamento da produção.
Para lograr a obtenção destes dados, realizar-se-á inicialmente um
mapeamento prévio da região, a partir de referências bibliográficas e de meios
de informação recentes que tratem da situação atual do cultivo da soja na
região estudada. A partir de então, com este levantamento prévio dos dados
pretendidos, realizar-se-á um mapeamento de atores e das relações sociais
que são estabelecidas nesse contexto de expansão da soja GM na região, bem
como de seus potenciais impactos e conflitos socioambientais.
Como a presente dissertação não se trata de um clássico estudo de
caso, a pesquisa de campo terá um caráter menos elaborado e desenvolvido.
25
Porém, para lograr produção algumas informações cientificamente relevantes
para o escopo do objeto de estudo, adotar-se-á na investigação concreta e no
mapeamento dos impactos e conflitos o método da pesquisa semi-estruturada,
e, quando esta não for possível, da pesquisa exploratória não-estruturada.
A partir destes dados, tornar-se-á possível analisar as condições de
concorrência entre os cultivos convencionais e transgênicos, além de identificar
os potenciais casos de contaminação genética que podem afetar esta
concorrência, de forma a indicar dedutivamente o processo de
desenvolvimento futuro da produção GM na região analisada. Da mesma
forma, a identificação provisória de impactos e conflitos sociombientais na
região, analisados à luz de outras pesquisas científicas existentes sobre o
tema, permitirão que se desenhe uma perspectiva geral dos riscos que os
transgênicos oferecem às populações que vivem na região.
É à luz de tais impactos, identificados já num contexto muito mais
próximo (inscrito dentro do bioma amazônico, com efeitos sócio-ambientais
produzidos sobre povos da própria Amazônia), que se pretende estabelecer as
mediações com os potenciais riscos que sofrem as comunidades que residem
nos espaços territoriais especialmente protegidos dentro da área de influência
da expansão da soja ao longo da BR-163. Neste caso, considerando que a soja
transgênica ainda não se proliferou por questões puramente conjunturais, as
atividades de pesquisa concentrar-se-ão na análise e no acompanhamento da
cadeia produtiva e de exportação da soja (que deverá ser impactada com a
finalização da pavimentação da BR-163) e na identificação da diversidade
socioambiental presente nas Terras Indígenas e Unidades de Conservação
existentes nesta região (sem desconsiderar, porém, a importância
socioambiental das outras modalidades de espaços territoriais protegidos
existentes).
Para isso realizar-se-á, junto ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade), o levantamento dos respectivos planos de
manejo para estas áreas (ou mesmo a ausência destes planos), buscando
identificar inclusive a presença de instrumentos jurídicos de defesa da
sociobiodiversidade em face da ação de agentes externos à área, como é o
caso de potenciais produtores de soja transgênica. A impossibilidade de
realizar pesquisas de campo em todas estas áreas fará com que o objetivo
26
desta investigação seja realizar um levantamento básico das populações e dos
modos de vida existentes nestas áreas, especialmente em termos de sua
relação com o meio ambiente, e, a partir do método lógico-dedutivo, indicar os
potenciais impactos socioambientais que a expansão da produção de cultivares
transgênicos poderá acarretar.
Estes potenciais impactos demandam, por parte do Direito, uma
resposta efetiva no que se refere às relações sociais que são estabelecidas, o
que jamais é realizado pelos juristas sem uma determinada teoria do Direito. A
adoção da perspectiva socioambiental para a análise do Direito Ambiental em
sua relação com o objeto de estudo ensejará, portanto, a adoção de uma teoria
crítica e analética do Direito, que não é meramente dialética porque analisa a
totalidade concreta desde a perspectiva ética da Alteridade, do Outro negado,
roubado e excluído, e não apenas dos entes inseridos dentro da Totalidade-
dominante.
36
DUSSEL, Enrique. Filosofia da libertação. São Paulo: Loyola, s.d. P. 51.
37
DUSSEL, Enrique. Ética da Libertação na idade da globalização e da exclusão. Tradução de
Ephraim F. Alves, Jaime A. Clasen e Lúcia M. E. Orth. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
27
7 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
1) INTRODUÇÃO
2) O PROCESSO DE INSERÇÃO DA AMAZÔNIA NO MERCADO MUNDIAL
2.1) “Desenvolvimento” e “desenvolvimentismo”: a implantação dos grandes
projetos na Amazônia
2.2) Desenvolvimento desigual e combinado: as veias abertas da Amazônia
2.3) A expansão da fronteira agrícola e o desenvolvimento da agricultura
capitalista: violência e grilagem
3) O NASCIMENTO DA BIOTECNOLOGIA E O REGIME JURÍDICO DOS
TRANSGÊNICOS NO BRASIL
3.1) Dos agrotóxicos aos transgênicos: a formação das transnacionais da
biotecnologia
3.2) As estratégias de crescimento das empresas transnacionais
3.3) A formação do regime jurídico internacional para a biotecnologia e sua
introdução no Brasil
3.4) O atual regime jurídico de biossegurança no Brasil e a liberação comercial
de cultivares transgênicos pela CTNBio
4) A GEOPOLÍTICA DA SOJA NA AMAZÔNIA: AS CADEIAS PRODUTIVAS E
A INTRODUÇÃO DOS TRANSGÊNICOS
4.1) Os corredores de escoamento e de expansão da produção da soja na
Amazônia
4.2) A introdução da soja transgênica na região de Paragominas: história,
dinâmica de mercado, conseqüências
4.3) O início da expansão da soja transgênica na BR-163: história,
perspectivas do mercado atual e as conseqüências de uma potencial agressão
aos povos tradicionais nas Unidades de Conservação e Terras Indígenas
5) OS ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS COMO
INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO SOCIOAMBIENTAL EM FACE DA
EXPANSÃO DA SOJA TRANSGÊNICA NA AMAZÔNIA
5.1) As terras indígenas e unidades de conservação em face do princípio da
precaução
5.2) O socioambientalismo como princípio orientador da ação dos órgãos
28
públicos
5.3) O protagonismo dos povos da Amazônia na construção de um Direito
insurgente
6) CONCLUSÃO
* CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
29
A condição material dos povos da Amazônia, enquanto povos
oprimidos, violentados em sua dignidade e dominados pelo atual sistema-
mundo dominante afasta desde já toda a possibilidade de aplicação de teorias
relativistas de análise da realidade. O sujeito oprimido é aquele que mais
necessita conhecer a realidade material, objetiva, para que possa realizar seu
movimento histórico de libertação. Justamente por isso, o ponto de vista dos
povos da Amazônia não está comprometido com o encobrimento da realidade
concreta, mas sim com o seu des-velamento.
Justamente por isso, faz-se necessária uma teoria adequada da
realidade amazônica e do processo de introdução das grandes empresas
transnacionais de biotecnologia na região, inseridos dentro do contexto do
mercado mundial capitalista.
Obras de referência38:
38
Por obras de referência compreendem-se as contribuições teóricas consideradas mais relevantes, dentre
todas as referências bibliográficas utilizadas, para a construção de cada capítulo inscrito no presente
projeto.
30
2.3) A expansão da fronteira agrícola e o desenvolvimento da agricultura
capitalista: violência e grilagem
31
Obras de referência:
32
Trata-se, portanto, no presente capítulo, de investigar o processo
histórico de ascensão da biotecnologia desenvolvida por grandes empresas
transnacionais, e como estas últimas passaram a construir suas estratégias de
atuação, especialmente no países marcados por processos de
desenvolvimento desigual e combinado.
Nesse sentido, abordar-se-á a formação do regime jurídico próprio
referente à biotecnologia e sua disseminação aos demais países a partir da
análise das novas relações de produção inauguradas nesse processo, e, além
disso, das contradições e dos conflitos gerados pelos diferentes grupos de
interesse envolvidos nesse mesmo processo.
É apenas com a análise das condições de segurança jurídica
oferecidas às grandes transnacionais de biotecnologia, associada às suas
estratégias de inserção na grande agricultura capitalista que será possível
compreender a lógica e o sentido histórico da recente introdução dos cultivos
GM na Amazônia.
Obras de referência
33
4.3) O início da expansão da soja transgênica na BR-163: história,
perspectivas do mercado atual e as conseqüências de uma potencial
agressão aos povos tradicionais nas Unidades de Conservação e Terras
Indígenas
34
Os instrumentos para a análise de alguns efeitos e impactos
decorrentes da introdução da soja transgênica serão conferidos a partir de
levantamento bibliográfico de estudos científicos elaborados por pesquisadores
que não sofram com eventuais “conflitos de interesses” com empresas
biotecnológicas, isto é, que não estejam tencionados de alguma forma a
“maquiar” ou “suavizar” os impactos que efetivamente ocorrem em virtude da
introdução de cultivares geneticamente modificados.
Obras de referência
35
A partir da análise do processo de expansão da soja transgênica na
Amazônia e de seus potenciais riscos e impactos para o ecossistema e a
população locais, o capítulo final pretende abordar os instrumentos jurídicos
disponibilizados pelo Direito brasileiro para assegurar os direitos humanos das
comunidades amazônidas, especialmente aquelas localizadas nos chamados
espaços territoriais especialmente protegidos.
Por se tratar de uma perspectiva socioambiental, a abordagem teórica
do ordenamento jurídico vigente não terá como centro de análise a proteção
meramente do meio ambiente, mas sim do meio ambiente em sua relação com
as populações humanas que vivem na região amazônica. Dessa forma,
privilegia-se na análise os espaços territoriais especialmente protegidos que se
configuram enquanto instrumentos jurídicos socioambientais em favor dos
povos da Amazônia, especialmente as Terras Indígenas e as Unidades de
Conservação de Uso Sustentável.
O capítulo não trata, portanto, exclusivamente de uma análise do
ordenamento jurídico sob uma dada teoria do Direito e dos direitos humanos,
mas pretende abordar este ordenamento na medida em que potencializa as
ações de resistência e de insurgência dos sujeitos histórico-concretos do
processo de libertação dos povos da periferia do atual sistema-mundo, que, no
caso da Amazônia, são os próprios povos amazônidas (indígenas, ribeirinhos,
seringueiros, pescadores, extrativistas, cabôcos, camponeses etc).
Obras de referência:
36
8 CRONOGRAMA
37
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
38
Direito constitucional ambiental brasileiro. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
39
do desenvolvimento sustentável. 2. ed. rev. Belém: UNAMAZ, 2006
FOUCAULT, Michel. A Microfísica do Poder. 17ª ed. São Paulo: Graal, 2002.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
40
Popular, 2006.
LEAL, Aluízio Lins. Uma sinopse histórica da Amazônia. São Paulo: 1991.
(mimeo.).
LYRA FILHO, Roberto. Karl, meu amigo: diálogo com Marx sobre o Direito.
Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris, 1983.
LYRA FILHO, Roberto. O que é Direito. 17ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1999.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental brasileiro. 15ª ed. São
Paulo: Malheiros, 2007.
41
___________. O Capital – crítica da economia política. Livro I, vol. 1. 3ª ed.
Tradução de Reginaldo Sant’anna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976.
42
PASUKANIS, Eugeny Bronislanovich. A teoria geral do direito e o marxismo.
Tradução de Paulo Bessa. Rio de Janeiro: Renovar, 1989
PRADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. 24ª ed. São Paulo:
Brasiliense, 1980.
43
SILVA, Gabriel Damasceno Bento. Sistema de transportes e logística da
soja na BR-163. III Simpósio Nacional de Geografia Agrária. Disponível em: <
http://www4.fct.unesp.br/nera/publicacoes/singa2005/Trabalhos/Artigos/Gabriel
%20Damasceno%20Bento%20da%20Silva.pdf>. Acesso em 19/03/2010.
SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. 7. ed., atual. São
Paulo: Malheiros, 2009.
44