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PROJETO DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL RJ

DIREITO PENAL ESPECIAL CRISTIANE DUPRET


cristianedupret@yahoo.com.br

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL


Profa. Cristiane Dupret
Adendo do livro Manual de Direito Penal – Ed. Impetus, disponível em www.cristianedupret.com.br

PANORAMA
ANTES DA LEI 12015/09

TÍTULO VI

CRIMES CONTRA OS COSTUMES

Divisão:
Capítulo I – crimes contra a liberdade sexual
Capítulo II – da sedução e corrupção de menores
Capítulo III – revogado
Capítulo IV – disposições gerais
Capítulo V – Do lenocínio e tráfico de pessoas
Capítulo VI – Do ultraje público ao pudor

PANORAMA
APÓS A LEI 12015/09

TÍTULO VI

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL


Capítulo I – Crimes contra a liberdade sexual
Capítulo II – crimes sexuais contra vulnerável
Capítulo III – revogado
Capítulo IV – disposições gerais
Capítulo V – Do lenocínio e tráfico de pessoas para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual
Capítulo VI – Do ultraje público ao pudor
Capítulo VII – Disposições gerais
Análise das alterações
Crimes contra a liberdade sexual

ESTUPRO

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir
que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
o
§ 1 Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14
(catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos
o
§ 2 Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos

Comparação com o
estupro de vulnerável – previsto no Capítulo II

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ESTUPRO CONTRA VULNERÁVEL

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
o
§ 1 Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência.

o
§ 2 (VETADO)
o
§ 3 Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
o
§ 4 Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos

ALTERAÇÃO NA LEI DE CRIMES HEDIONDOS – L. 8072/90

Os crimes de estupro (art. 213) e estupro de vulnerável (art. 217A) são considerados hediondos.
A lei 12015/09 alterou expressamente o artigo 1º da Lei 8072/90
Análise da Jurisprudência quanto ao estupro de vulnerável

ESTUPRO. RETROATIVIDADE. LEI.

Este Superior Tribunal firmou a orientação de que a majorante inserta no art. 9º da Lei n. 8.072/1990, nos casos de
presunção de violência, consistiria em afronta ao princípio ne bis in idem. Entretanto, tratando-se de hipótese de
violência real ou grave ameaça perpetrada contra criança, seria aplicável a referida causa de aumento. Com a
superveniência da Lei n. 12.015/2009, foi revogada a majorante prevista no art. 9º da Lei dos Crimes Hediondos, não
sendo mais admissível sua aplicação para fatos posteriores à sua edição. Não obstante, remanesce a maior
reprovabilidade da conduta, pois a matéria passou a ser regulada no art. 217-A do CP, que trata do estupro de
vulnerável, no qual a reprimenda prevista revela-se mais rigorosa do que a do crime de estupro (art. 213 do CP).
Tratando-se de fato anterior, cometido contra menor de 14 anos e com emprego de violência ou grave ameaça, deve
retroagir o novo comando normativo (art. 217-A) por se mostrar mais benéfico ao acusado, ex vi do art. 2º, parágrafo
único, do CP. REsp 1.102.005-SC, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 29/9/2009.

HC – 92618 – STF

ARTIGO

O eventual consentimento da ofendida — menor de 14 anos — e mesmo sua experiência anterior não elidem a
presunção de violência para a caracterização do delito de atentado violento ao pudor. Com base nesse
entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus em que condenado pela prática do crime de atentado violento ao
pudor alegava que o fato de a ofendida já ter mantido relações anteriores e haver consentido com a prática dos atos
imputados ao paciente impediria a configuração do mencionado crime, dado que a presunção de violência prevista
na alínea a do art. 224 do CP seria relativa. Inicialmente, enfatizou-se que a Lei 12.015/2009, dentre outras
alterações, criou o delito de estupro de vulnerável, que se caracteriza pela prática de qualquer ato libidinoso com
menor de 14 anos ou com pessoa que, por enfermidade ou deficiência mental, não tenha o necessário discernimento

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ou não possa oferecer resistência. Frisou-se que o novel diploma também revogara o art. 224 do CP, que cuidava
das hipóteses de violência presumida, as quais passaram a constituir elementos do estupro de vulnerável, com pena
mais severa, abandonando-se, desse modo, o sistema da presunção, sendo inserido tipo penal específico para tais
situações. Em seguida, esclareceu-se, contudo, que a situação do paciente não fora alcançada pelas mudanças
promovidas pelo novo diploma, já que a conduta passara a ser tratada com mais rigor, sendo incabível a
retroatividade da lei penal mais gravosa. Considerou-se, por fim, que o acórdão impugnado estaria em consonância
com a jurisprudência desta Corte. HC 99993/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 24.11.2009. (HC-99993)

Análise jurisprudencial do crime de estupro – art. 213

STF – INFORMATIVO 595


HC - 101759

ARTIGO

Em observância ao princípio constitucional da retroatividade da lei penal mais benéfica (CF, art. 5º, XL), deve ser
reconhecida a continuidade delitiva aos crimes de estupro e atentado violento ao pudor praticados anteriormente à
vigência da Lei 12.015/2009 e nas mesmas condições de tempo, lugar e maneira de execução. Com base nesse
entendimento, a Turma concedeu habeas corpus de ofício para determinar ao juiz da execução, nos termos do
enunciado da Súmula 611 do STF, que realize nova dosimetria da pena, de acordo com a regra do art. 71 do CP.
Tratava-se, na espécie, de writ no qual condenado em concurso material pela prática de tais delitos, pleiteava a
absorção do atentado violento ao pudor pelo estupro e, subsidiariamente, o reconhecimento da continuidade delitiva.
Preliminarmente, não se conheceu da impetração. Considerou-se que a tese defensiva implicaria reexame de fatos e
provas, inadmissível na sede eleita. Por outro lado, embora a matéria relativa à continuidade delitiva não tivesse sido
apreciada pelas instâncias inferiores, à luz da nova legislação, ressaltou-se que a citada lei uniu os dois ilícitos em
um único tipo penal, não mais havendo se falar em espécies distintas de crimes. Ademais, elementos nos autos
evidenciariam que os atos imputados ao paciente teriam sido perpetrados nas mesmas condições de tempo, lugar e
maneira de execução. HC 96818/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 10.8.2010. (HC-96818)

Informativo nº 0440 – STJ

Trata-se, entre outras questões, de saber se, com o advento da Lei n. 12.015/2009, há continuidade delitiva entre os
atos previstos antes separadamente nos tipos de estupro (art. 213 do CP) e atentado violento ao pudor (art. 214 do
mesmo codex), agora reunidos em uma única figura típica (arts. 213 e 217-A daquele código). Assim, entendeu o
Min. Relator que primeiramente se deveria distinguir a natureza do novo tipo legal, se ele seria um tipo misto
alternativo ou um tipo misto cumulativo. Asseverou que, na espécie, estaria caracterizado um tipo misto
cumulativo quanto aos atos de penetração, ou seja, dois tipos legais estão contidos em uma única descrição
típica. Logo, constranger alguém à conjunção carnal não será o mesmo que constranger à prática de outro ato
libidinoso de penetração (sexo oral ou anal, por exemplo). Seria inadmissível reconhecer a fungibilidade
(característica dos tipos mistos alternativos) entre diversas formas de penetração. A fungibilidade poderá ocorrer
entre os demais atos libidinosos que não a penetração, a depender do caso concreto. Afirmou ainda que, conforme a
nova redação do tipo, o agente poderá praticar a conjunção carnal ou outros atos libidinosos. Dessa forma, se
praticar, por mais de uma vez, cópula vaginal, a depender do preenchimento dos requisitos do art. 71 ou do art. 71,
parágrafo único, do CP, poderá, eventualmente, configurar-se continuidade. Ou então, se constranger vítima a mais
de uma penetração (por exemplo, sexo anal duas vezes), de igual modo, poderá ser beneficiado com a pena do
crime continuado. Contudo, se pratica uma penetração vaginal e outra anal, nesse caso, jamais será possível a
caracterização de continuidade, assim como sucedia com o regramento anterior. É que a execução de uma forma
nunca será similar à de outra, são condutas distintas. Com esse entendimento, a Turma, ao prosseguir o julgamento,
por maioria, afastou a possibilidade de continuidade delitiva entre o delito de estupro em relação ao atentado violento
ao pudor. HC 104.724-MS, Rel. originário Min. Jorge Mussi, Rel. para acórdão Min. Felix Fischer, julgado em
22/6/2010.

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Alteração do artigo 215

Anterior posse sexual mediante fraude


Atual violação sexual mediante fraude

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que
impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.

CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS DA ANÁLISE DOS ARTS 213 215

Revogação do atentado violento ao pudor


Revogação do atentado ao pudor mediante fraude
Inclusão do ato libidinoso diverso da conjunção carnal no crime de estupro e de violação sexual mediante fraude
Sujeito passivo dos artigos 213 e 215 passam a ser qualquer pessoa
Inclusão de meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima no art. 215

DEMAIS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL

Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. (VETADO).

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente


Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal
ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável


Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18
(dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do
ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.


o
§ 1 Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
o
§ 2 Incorre nas mesmas penas:
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze)
anos na situação descrita no caput deste artigo;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste
artigo.
o o
§ 3 Na hipótese do inciso II do § 2 , constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização
e de funcionamento do estabelecimento.

Análise comparativa do art. 218B do CP com o art. 244A do ECA


o
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2 desta Lei, à prostituição ou à
exploração sexual:

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Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa.


o
§ 1 Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a
submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.
o
§ 2 Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do
estabelecimento.

CONCLUSÕES

Os crimes sexuais contra vulnerável constituem novidade trazida para o Código Penal
O art. 218B do CP, mais amplo, revogou tacitamente o art. 244ª do ECA.
Atualmente, passamos a ter crimes que envolvem lenocínio em dois capítulos do CP: O Capítulo II e o V do Título VI.
Exemplo:
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

Mediação para servir a lascívia de outrem

Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:


Pena - reclusão, de um a três anos.
o
§ 1 Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente,
descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de
educação, de tratamento ou de guarda:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Exemplo 2:
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18
(dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do
ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar
que alguém a abandone: (
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
o
§ 1 Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,
preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Alterções realizadas nas disposições gerais – Capítulo IV


Revogação da violência presumida – Art. 224
Nova redação do art. 225:
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública
condicionada à representação.
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa vulnerável.

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Novas disposições gerais


Inclusão do Capítulo VII
Aumento de pena
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:
I – (VETADO);
II – (VETADO);
III - de metade, se do crime resultar gravidez; e
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou
deveria saber ser portador.
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.
Art. 234-C. (VETADO).

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