Sunteți pe pagina 1din 23

Nuno Miguel Fernandes Azevedo

TEMPOS DE MUDANÇA NOS TERRITÓRIOS DE BAIXA DENSIDADE.

As dinâmicas em Trás-os-Montes e Alto Douro

Dissertação de Doutoramento em Geografia, Ramo de Geografia Humana


Orientação: Teresa Sá Marques e Luís Manuel Leite Ramos

Faculdade de Letras da Universidade do Porto


1
11-01-2011
Enquadramento
• A geografia dos territórios está a mudar. Problemática não exclusiva das
regiões rurais, mas com forte expressão territorial nos espaços de baixa
densidade;
– pessoas, instituições, capital, infra-estruturas, serviços, e sobretudo relações,
iniciativas, saberes, competências e capacidade organizativa.

• Estes territórios são, muitas vezes, vistos como territórios problema;


– Discursos delimitam cenários “negros” de evolução, “abandono”, “morte”, “fim”;

• Mas será esta imagem dos espaços de baixa densidade do interior


adequada aos processos em curso?

• Centramo-nos no que está a mudar: percepcionar a diversidade dos


territórios (em detrimento da homogeneidade das visões e dos discursos)
e os processos de transformação e recomposição territorial em curso.

2
Questões e hipóteses de partida
• Os processos e as dinâmicas de transformação ocorridos nas regiões de baixa
densidade do interior são similares ao de outros territórios rurais da Europa
Ocidental;

• Existem uma multiplicidade problemas e de factores associados à recomposição


territorial;

• Os centros urbanos assumem uma importância crescente na estruturação e


dinamização dos espaços de baixa densidade;

• Percursos, trajectórias e percepções multifacetadas manifestam a diversidade e


riqueza dos espaços rurais;

• As dinâmicas emergentes nos territórios de baixa densidade contribuem para a


reinvenção e recriação do rural.

• A capacitação institucional e a governação territorial são factores decisivos para a


promoção do desenvolvimento territorial.
3
1. TIPOLOGIAS E DINÂMICAS NOS TERRITÓRIOS
DE BAIXA DENSIDADE

• 1. Os territórios rurais na União Europeia

• 2. Os espaços rurais em Portugal

• 3. Tendências nos territórios rurais

4
Os espaços rurais em Portugal
Uma classificação Diferenciação pela
Uma classificação Uma classificação pelas Os espaços rurais no
operacional baseada nas competitividade da
dicotómica: rural versus não dinâmicas socioeconómicas mosaico territorial de
problemáticas e agricultura e dinâmicas
rural do espaço rural Portugal
potencialidades socioeconómicas

VITORINO, FEIO e DIMAS Projecto Agro 62 (BAPTISTA,


MADRP (2006:8) GPA (2003:14) SÁ MARQUES (2004:196)
(2003:104) 2003)

5
Tendências nos territórios rurais

– A manutenção de uma demografia tendencialmente regressiva


• embora se verifique uma melhoria das condições de vida e novas
procuras;

– A diminuição da actividade agrícola e a diversificação das


actividades económicas;

– O aproveitamento das amenidades rurais na valorização do


território;

– A crescente importância dos centros urbanos como pólos de


estruturação dos espaços rurais;

– As instituições e a criação de alicerces para um novo projecto


de desenvolvimento territorial.

6
2. DINÂMICAS E TIPOLOGIAS TERRITORIAIS EM
TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO
• Dinâmicas demográficas: esvaziamento das freguesias rurais e concentração urbana;
acentuado envelhecimento populacional; dinâmica migratória negativa.

• Dinâmica produtiva e estrutura de emprego: padrões territoriais de especialização


produtiva mais complexos; evolução positiva das habilitações e qualificações;
importância das pensões e reformas no orçamento dos habitantes;

• Ocupação do solo e actividades agro-florestais: aumento de solo artificializado


associada à migração para os centros urbanos; economia agro-florestal evidencia
lacunas na comercialização e fixação de mais-valias; valorização das produções locais e
as actividades ambientais são factor de atractividade;

• Centralidades e acessibilidades: níveis de acessibilidade diferenciados aos centros


urbanos regionais; reforço do papel das cidades médias e centralidades municipais,
afirmando um sistema urbano polinucleado; reconfiguração da rede urbana e a novas
formas de organização territorial.
7
Tipologia territorial - mosaicos intra-regionais
reflectem ocupações e dinâmicas distintas

8
3. MEMÓRIAS, REINVENÇÕES E INSTITUIÇÕES
EM TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

• Mais do que retratar as grandes transformações


regionais, procurou-se analisar:

– as vivências e as memórias locais, enquanto


construtoras de “bens e identidades colectivas”;

– a diversidade das dinâmicas emergentes, enquanto


sinais de reinvenção do rural;

– e a capacitação institucional enquanto polarizadora


da revitalização dos territórios rurais.

9
3.1. As memórias e as inquietações locais
• Os territórios rurais incorporam realidades e dinâmicas
díspares
– onde as percepções e memórias locais reflectem múltiplas
trajectórias e representações das populações locais;
– diferentes trajectórias contribuem para a diversidade e riqueza;
• Identificação de territórios
com dinâmicas diferenciadas:
• Freguesias continuadamente
regressivas;
• Freguesias tendencialmente
regressivas;
• Freguesias com forte
influência da dinâmica
recente.

10
3.1. As memórias e as inquietações locais
• No final de um vasto número de entrevistas (89)
e de um prolongado trabalho de campo (41
freguesias – Anexo):
– Não há um Rural, mas uma espessura geográfica e
histórica local que constrói mosaicos territoriais com
trajectórias muito diferenciadas;

– De um rural de agricultores passamos a um rural


muito mais diversificado;

– Do Rural agrícola passamos ao Rural de serviços e do


Rural produtivo para o Rural de consumo.
11
3.1. As memórias e as inquietações locais
• Ciclos sucessivos de perda • Ritmos migratórios • Centralidade urbana e
demográfica constroem desencadeiam processos acessibilidades favorecem
memórias sofridas e de perdas e ganhos: o vigor social e económico:
perdas de esperança:
– Rural em que ciclos de – Rural com um
– Rural em entrada sucederam a calendário de
despovoamento ciclos de saída; emigração mais curto;
sucessivo; – As políticas públicas
– Acessibilidades e
favorecem a
– Rural com melhores serviços públicos
aglomeração;
condições de vida mas melhoram a qualidade
despovoado; de vida local; – Regressão da
agricultura e o alastrar
– Passagem de um rural – O abandono do campo do terciário;
agrícola para um rural compromete, no
mais diversificado; futuro, a ideia de rural – As perspectivas de
protegido. futuro são animadoras.
– A visão de futuro é
pessimista. – Um futuro incerto.

12
3.2. A recriação do rural
• As dinâmicas emergentes estimulam a proliferação do rural de
consumo;
• Surgem novas procuras urbanas associadas à valorização dos
recursos locais;
• As feiras de produtos locais, mas também a recriação das quintas,
procuram reinventar o rural;
• Multiplicidade de eventos que reflectem a territorialidade e a
temporalidade da diversidade e identidade do rural;
• A investigação focaliza-se em duas feiras:
• uma vocacionada para o rural produtivo (da agro-pecuária);
• outra vocacionada para o rural paisagístico, protegido, do qual podemos
usufruir;
• 550 inquéritos (130 inquéritos a expositores e 428 a visitantes). Mais de
uma dezena de entrevistas.
13
3.2. A recriação do rural
• Processo que procura a recuperação do rural perdido:
– Mais intenso nos territórios com menos massa crítica e mais
afastados dos centros urbanos regionais;
– Os municípios com maiores perdas demográficas viram-se
“obrigados” a implementar medidas no sentido de conter o
processo de abandono;
– As feiras são apenas um dos sintomas desses processos que
possibilitam múltiplas reinvenções e recriações do rural;
– São um instrumento de revitalização/modernização da
economia rural e de reinvenção de um “novo” rural capaz de
suster o esvaziamento demográfico;
– Para o sucesso tem sido determinante o papel dos municípios.

14
3.3. A Governança territorial

1. Os diagnósticos e as estratégias partilhados;

2. Os actores identificados com o território;

3. Os compromissos e as parcerias assumidos.

15
3.3.1. Os diagnósticos e as estratégias partilhadas
• A Região dispõe de uma razoável reflexão estratégica e
os diagnósticos são reconhecidos pelos diferentes
agentes;

• Os autarcas usam um discurso convergente em termos


de grandes problemas e desafios regionais;

• As intervenções prioritárias estão relativamente


harmonizadas;

• No entanto, as dinâmicas emergentes detectadas pelos


agentes não revelam resultados animadores ao nível
do desempenho regional;
16
3.3.2. Os actores identificados com o território
• Diversificada e alargada base institucional distribuída
por todo o território;

• Dominada pela presença de actores públicos - “pilares


do sistema de governança do desenvolvimento das áreas
rurais”;

• Forte pulverização de organizações traduz-se numa certa


nebulosidade institucional - muitas instituições, poucas
lideranças e fraca dimensão institucional;

• Dificuldades em identificar as “instituições mais


importantes” para o desenvolvimento da região - a
excepção foi UTAD;

17
3.3.3. Compromissos, parcerias e redes para o
desenvolvimento regional e local
• Não existe regionalmente uma cultura de parceria;
• Reconhece-se que a complementaridade entre as
instituições desencadeia processos de aprendizagem e
inovação, o desenvolvimento de novas competências e
uma maior experiência acumulada;
• Ao nível municipal têm-se promovido mais parcerias e
colaborações entre instituições. As câmaras são os
grandes actores, têm promovido um trabalho activo;
• A nível regional ainda se tem de dar passos enormes, é
onde se coloca o desafios. Os centros urbanos são
elementos fundamentais para a estratégia de
desenvolvimento regional e local.
18
Em síntese

• O desenvolvimento rural passa pela criação de:


– Um Rural Vivo, com as comunidades rurais
desenvolvidas e com acessibilidade e qualidade nos
serviços públicos;
– Um Rural Produtivo, com uma economia diversificada
proporcionando níveis de emprego estáveis;
– Um Rural Protegido, onde o ambiente é sustentado e
melhorado, e do qual todos podem usufruir;
– Um Rural Vibrante, onde a governança local
desenvolve um Rural acessível a todos.

19
Conclusões
• Ao longo deste trabalho percebemos a mudança na
geografia dos territórios de baixa densidade das
regiões do Interior;
• As representações negativistas apresentam uma visão
redutora dos processos e das dinâmicas em curso;
• O mosaico territorial torna-se mais complexo e a ideia
de região homogénea está-se a esgotar. Assiste-se a
um intenso processo de diferenciação territorial;
• As visões dicotómicas (litoral/interior; urbano/rural;
agrícola/não agrícola) estão-se a baralhar pois existem
micro realidades que constroem um mosaico
territorial mais diversificado;

20
Mapa síntese - a complexidade do mosaico
territorial

21
E agora
• Os territórios apresentam diferenciadas dinâmicas e
capacidades de aprendizagem e inovação colectiva;

• Impera a necessidade de reflectir formas mais eficientes e


estruturadas de fazer essa aprendizagem e inovação
colectiva sobretudo na componente regional;

• O que fazer para que esses processos sejam mais


dinâmicos e eficientes. As cidades têm de estar presentes
e tem de haver um corpo de 5/6 instituições protagonistas;

• Reflectir que processos de aprendizagem e inovação


colectiva se podem dinamizar. Que políticas públicas para
dinamizar processos de aprendizagem e inovação social
regional.

22
Nuno Miguel Fernandes Azevedo

TEMPOS DE MUDANÇA NOS TERRITÓRIOS DE BAIXA DENSIDADE.

As dinâmicas em Trás-os-Montes e Alto Douro

FIM

Dissertação de Doutoramento em Geografia, Ramo de Geografia Humana


Orientação: Teresa Sá Marques e Luís Manuel Leite Ramos

23
Faculdade de Letras da Universidade do Porto

S-ar putea să vă placă și