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“Um peregrino percorria seu caminho quando certo dia passou diante de um homem que parecia ser um monge
e que estava sentado no campo. Perto dali, outros homens trabalhavam em um edifício de pedra.
- “O senhor parece um monge”- disse o peregrino.
- “Sim, sou um monge”- respondeu o monge.
- “Quem são aqueles que estão trabalhando na abadia?”
- “Meus monges”- respondeu – “Eu sou o abade”.
- “É magnífico”- comentou o peregrino – “É estupendo ver
levantar um mosteiro”.
- “Nós o estamos derrubando”- disse o abade.
- “Derrubando-o?”- exclamou o peregrino – “Por que?”
- “Para poder ver o sol nascer todas as manhãs”- respondeu o abade”.
Se queremos que a nossa vida cristã volte de novo a ser ela mesma, é necessário
compreender que somos chamados a um compromisso diferente e inclusive
mais profundo que o anterior: sair da reclusão de nosso mundo para entrar na grande
“casa” de Deus; romper com o tradicional para acolhera surpresa; deixar a “margem
conhecida” para vislumbrar o “outro lado”; afastar a “pedra” da entrada do coração para
poder viver com mais criatividade...
As respostas do passado às questões atuais já não satisfazem; as velhas razões
para fazer coisas novas, simplesmente já não movem os corações num mundo
repleto de novos desafios.
Não há razão para permanecer nos castelos e mosteiros quando todas as
circunstâncias mudaram.
É muito tarde para reconstruir nossas vidas utilizando moldes antigos.
Estamos vivendo um tempo de mudança, mas também tempo emocionante e santo.
Há um poderoso fogo sob as cinzas. Precisamos avivar a chama, acolhendo o momento presente e
vivendo-o até suas últimas consequências. “Este é o tempo de graça, o tempo de salvação”.
Se não se pode acrescentar carvão ao fogo, então é necessário enterrar as brasas, levá-las a novos lugares
para que possam arder de novo. Acrescentar carvão ou proteger as brasas são diferentes partes do mesmo
processo chamado “vida em Deus”, crescimento no compromisso, na espiritualidade, na santidade: em
sabedoria, ousadia, idade e graça.