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Guia Legal

de Negócios
no Brasil
Agosto 2004

Legal Guide to
Doing Business
in Brazil
August 2004
A São Paulo Chamber of Commerce, da
Associação Comercial de São Paulo,
agradece por este trabalho elaborado por
Pinheiro Neto Advogados

The São Paulo Chamber of Commerce, of the


Associação Comercial de São Paulo,
expresses its gratitude for this work prepared
by Pinheiro Neto Advogados
UM GUIA DE NEGÓCIOS

O GUIA LEGAL DE NEGÓCIOS NO BRASIL elaborado por PINHEIRO NETO


ADVOGADOS para a SÃO PAULO CHAMBER OF COMMERCE da ASSOCIAÇÃO
COMERCIAL DE SÃO PAULO apresenta um roteiro completo sobre as normas legais que
regem os investimentos estrangeiros e a atividade empresarial no país, constituindo-se em um
importante suporte para os empresários do exterior que desejam investir no Brasil.

Com um território de mais de 8,5 milhões de km2 e uma população de quase 180 milhões de
habitantes, o Brasil possui uma economia diversificada que oferece imensas possibilidades para
investimentos em todos os setores: da infra-estrutura às telecomunicações, da indústria ao agro-
negócio, do turismo aos serviços. Esses investimentos podem ser feitos diretamente pelos
empresários e empresas estrangeiras ou mediante associação com empreendedores brasileiros.

A ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO, através da SÃO PAULO CHAMBER OF


COMMERCE, procura apoiar aos empresários estrangeiros que desejam realizar negócios com
o Brasil, seja fornecendo informações, recebendo grupos e missões, promovendo contatos ou
oferecendo suporte logístico.

A edição deste GUIA, que se insere nesse esforço de contribuir para o incremento das relações
comerciais do Brasil com o exterior, se deve à colaboração de PINHEIRO NETO
ADVOGADOS, que elaborou o texto por iniciativa do Dr.Hélio Nicoletti, Superintendente do
Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio da entidade, a quem a ASSOCIAÇÃO
COMERCIAL DE SÃO PAULO transmite seus agradecimentos.

Guilherme Afif Domingos


Presidente
Associação Comercial de São Paulo
SÃO PAULO CHAMBER OF COMMERCE
ECONOMIA BRASILEIRA

O Brasil é uma das maiores economias do mundo, mas ainda é um país em construção que
oferece grandes oportunidades para investimentos, parcerias e comércio. As dificuldades que
enfrenta, como um país em crescimento, não reduzem a atratividade de seu mercado, e a
experiência tem demonstrado que os capitais externos nele ingressado obtêm retornos
compensatórios mesmo quando a economia não apresenta grande dinamismo. Com uma área
geográfica superior a 8,5 milhões de km2, o quinto maior país em extensão territorial, possui
uma população de cerca de 180 milhões de habitantes. O Produto Interno Bruto (PIB) da ordem
de US$ 500 bilhões insere sua economia entre as maiores do mundo, principalmente quando sua
produção é medida pela PPC - Paridade do Poder de Compra - que reflete o poder aquisitivo de
uma mesma moeda em diferentes países. Nesta base de comparação, a economia brasileira se
encontra entre as dez maiores do mundo.

O seu desenvolvimento econômico regional não tem uma distribuição uniforme. A região
Sudeste contribui com 58% da produção total, destacando-se o Estado de São Paulo,
responsável por um terço do Produto Interno Bruto do país. Neste Estado o produto per-capita é
de US$ 4.353 enquanto que o da média brasileira é de US$ 2.8l5. Paulatinamente essa
concentração econômica regional vem se reduzindo com o crescimento dos investimentos
industriais nas regiões norte/nordeste e a expansão do agro-negócio nas regiões centro/oeste,
estimulada pela ampliação da fronteira agrícola à economia do Brasil.

Na agropecuária a produção de grãos é superior a 110 milhões de toneladas, mostrando a


pujança do agro-negócio brasileiro, situando-o, ainda, como o maior exportador de carne bovina
e de frango do mundo. Na agro-indústria pode-se destacar a grande oportunidade de
investimentos no setor sucro alcooleiro. Além das condições favoráveis do mercado mundial de
açúcar, o Brasil pode se tornar um grande fornecedor de etanol para os países desenvolvidos,
que buscam combustíveis alternativos para reduzir a poluição. Já se produzem veículos
brasileiros que podem circular tanto com gasolina, como com álcool ou, inclusive, com uma
mistura dos dois combustíveis. Considerando-se a atenção que todas as nações estão dando à
questão ambiental, esse mercado deverá crescer de forma acentuada nos próximos anos e o
Brasil, mais do que qualquer outro país, tem condições excepcionais para ser um grande
fornecedor mundial pois conta com terras disponíveis e tecnologia altamente desenvolvida no
setor.

A tecnologia de informação, envolvendo hardware, software e telecomunicações, conta com um


amplo mercado interno, em ritmo acelerado de expansão, e o país está se voltando também para
o mercado externo com grandes possibilidades de sucesso.

Na área de infra estrutura muito ainda precisa ser feito para cobrir as necessidades de um país
continental com muitas carências, mas com potencialidades ilimitadas para quem deseja
investir, especialmente neste momento em que o Brasil reorganiza sua economia e decola para
o crescimento sustentável, retomando seus níveis históricos, o que seguramente assegurará
bons resultados para os investimentos.
O setor industrial tem participação expressiva na composição da produção global do país
representando 39% do PIB, com uma indústria diversificada e que, em alguns setores, possui
alto grau de tecnologia, o que lhe permite exportar para as várias partes do mundo.

A exportação de produtos industrializados representou 70% do total das exportações do país,


que deve atingir a casa dos US$ 90 bilhões em 2004, com os manufaturados respondendo por
54% do total e os produtos básicos por 29% das vendas ao exterior. Nas importações, da ordem
de US$ 60 bilhões, as matérias primas, produtos intermediários e bens de capital representam
75% desse valor. Entre os produtos exportados, destacam-se, em ordem de importância, a soja
e seus derivados, automóveis, ônibus, tratores e seus componentes, minério de ferro e seus
concentrados, aviões, rádios transmissores, pasta química de madeira, calçados, produtos
laminados de ferro ou aço, café, açúcar, fumo, suco de laranja e alumínio bruto.

As exportações brasileiras estão se diversificando, atingindo praticamente todos os países mas


União Européia ( 25%) e Estados Unidos da América, (23%) ainda representam os principais
mercados, seguindo-se a Ásia com 16% e América Latina, inclusive Mercosul, com cerca de
17% do total.

O Brasil responde por, aproximadamente, 1% do comércio mundial. Mas, o desempenho


recente do comércio exterior, indica uma participação crescente do país no comércio e nas
transações internacionais. A corrente de comércio (exportação mais importação) em relação ao
PIB é da ordem de 25,0 %, e a expansão das exportações tem sido a principal responsável pelo
crescimento econômico do Brasil.

Desde o início do século passado o investimento estrangeiro teve participação importante no


desenvolvimento do país. Inicialmente dirigiu-se para o setor de infra-estrutura, principalmente
nas áreas de energia e transportes e, a partir da metade do século, concentrou-se na área
industrial ajudando a dinamizar o processo de industrialização que se iniciava no Brasil. Nos
últimos anos, o setor de serviços é o que recebe maior parcela desses investimentos
estimulados, em grande parte, pelos programas de privatização nas áreas de telecomunicações,
energia e transportes.

O estoque de capital estrangeiro acumulado no país atingiu o montante de US$ 161 bilhões,
sendo que o setor serviços absorveu 61,4% e o setor industrial 34,6% desse total. Os principais
países de origem desse capital são os Estados Unidos da América, a Holanda e a Espanha, com
21,9%, 11,4% e 10,2% do total investido, respectivamente.

A estabilidade econômica, o fortalecimento das instituições políticas e o mercado potencial de


consumo colocam o Brasil como um dos principais focos de atração de capitais estrangeiros,
entre os países emergentes.

Daniel Papp Parmigiani


Comércio Exterior - ACSP
Tel.: 3244-3454
Í N D I C E
INFORMAÇÕES SOBRE O BRASIL........................................................................... 1
Atividade Empresarial no Brasil ............................................................................... 1
Investimento Estrangeiro no Brasil........................................................................... 2
Sociedades................................................................................................................. 3
Limitadas................................................................................................................... 4
Organização Interna das Sociedades Limitadas........................................................ 5
Deliberações de Sócios ............................................................................................. 5
Administração ........................................................................................................... 6
Capital Social e Distribuição de Dividendos ............................................................ 7
Sociedades Anônimas ............................................................................................... 8
Características Gerais das Sociedades Anônimas..................................................... 8
Ações......................................................................................................................... 9
Debêntures ................................................................................................................ 10
Partes Beneficiárias................................................................................................... 10
Bônus de Subscrição ................................................................................................. 11
Direitos dos Acionistas ............................................................................................. 11
Acordos de Acionistas .............................................................................................. 11
Organização Interna das Sociedades Anônimas ....................................................... 11
Assembléia Geral ...................................................................................................... 11
Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias .................................................... 13
Órgãos Administrativos ............................................................................................ 14
Conselho de Administração ...................................................................................... 14
Diretoria .................................................................................................................... 15
Conselho Fiscal ......................................................................................................... 15
Transformação .......................................................................................................... 16
Incorporação, Fusão e Cisão ..................................................................................... 16
Subsidiária Integral ................................................................................................... 17
Distribuição de Dividendos....................................................................................... 17
Procedimentos ligados à constituição de Sociedades ............................................... 17

DIREITO AMBIENTAL................................................................................................. 19
Tutela Administrativa ............................................................................................... 21
Responsabilidade Penal ............................................................................................ 21
Responsabilidade Civil ............................................................................................. 22

DIREITO CONCORRENCIAL ..................................................................................... 23


Tutela Preventiva ...................................................................................................... 23
Tutela Repressiva...................................................................................................... 24
Agências Reguladoras............................................................................................... 25

DIREITO DO TRABALHO............................................................................................ 26
Contrato de Trabalho ................................................................................................ 26
Direitos do Empregado ............................................................................................. 26
Interrupção e Suspensão do Contrato de Trabalho ................................................... 28
Extinção do Contrato de Trabalho ............................................................................ 28
Contratos por Tempo Determinado........................................................................... 30
Trabalhadores Estrangeiros....................................................................................... 31
Controle de Imigração............................................................................................... 31
Visto de Trânsito....................................................................................................... 32
Visto de Turista......................................................................................................... 32
Visto Temporário ...................................................................................................... 32
Atividades Remuneradas........................................................................................... 33
Prestação de Serviços Técnicos ................................................................................ 33
Contratos de Trabalho com Estrangeiros.................................................................. 34
Visto Permanente ...................................................................................................... 34
Cargos de Gestão ...................................................................................................... 34
Concomitância .......................................................................................................... 35
Vistos no Mercosul ................................................................................................... 36
Reforma Trabalhista.................................................................................................. 36

TRIBUTAÇÃO NO BRASIL.......................................................................................... 37
Tabela Sinótica dos Principais Tributos Brasileiros................................................. 38
Tributos Federais ...................................................................................................... 39
Imposto sobre a Renda ...................................................................................... 39
IR na Fonte ........................................................................................................ 40
Transferência de Investimentos no Exterior...................................................... 40
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido ...................................................... 40
Programa de Integração Social e
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social..................................... 41
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ................................ 43
Imposto sobre Produtos Industrializados........................................................... 44
Imposto sobre Operações Financeiras ............................................................... 44
Contribuição de Internvenção no Domínio Econômico .................................... 45
Preços de Transferência..................................................................................... 46
Tributos Estaduais..................................................................................................... 47
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços.................................... 47
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações ....................................... 47
Tributos Municipais .................................................................................................. 48
Imposto sobre Serviços...................................................................................... 48
Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis................................................. 48
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana................................ 48
Comércio Exterior ............................................................................................. 49
Drawback .......................................................................................................... 50
Zonas de Processamento de Exportação............................................................ 52
Incentivo a Investimentos .................................................................................. 53
Zona Franca de Manaus..................................................................................... 54
Estabelecimento de Empresas ........................................................................... 55
Incentivos Fiscais .............................................................................................. 56

PROPRIEDADE INTELECTUAL© ............................................................................... 57


PROPRIEDADE INDUSTRIAL............................................................................... 57
Marca................................................................................................................. 58
Nome Empresarial ............................................................................................. 59
Patentes e Modelos de Utilidade ....................................................................... 59
Concorrência Desleal ........................................................................................ 60
CONTRATOS DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA,
LICENCIAMENTO DE PATENTES, MARCA E FRANQUIA ............................. 61
DIREITO AUTORAL............................................................................................... 62
PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARE) ............................................. 62
Outros Comentários........................................................................................... 63

REPRESENTAÇÃO COMERCIAL E DISTRIBUIÇÃO............................................ 64


Representação Comercial................................................................................... 64
Distribuição........................................................................................................ 64
INFORMAÇÕES SOBRE O BRASIL
O Brasil é uma República Federativa organizada em três poderes: executivo, legislativo e
judiciário. Administrativamente, o Brasil está dividido em 26 estados e um Distrito Federal
(Brasília, a capital). O sistema jurídico brasileiro é codificado e, segundo o caráter federativo da
República, há normas estabelecidas pela União, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.

O poder legislativo da União é exercido pelo Congresso Nacional, formado pelo Senado e pela
Câmara dos Deputados. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do
Distrito Federal, cada um dos quais elege três Senadores, com mandato de oito anos. A
representação dos Estados e do Distrito Federal no Senado é renovada de quatro em quatro
anos, alternadamente, por um e dois terços.

Na esfera estadual, o poder legislativo é exercido pelos deputados estaduais, eleitos para um
mandato de quatro anos. No que diz respeito aos Municípios, O poder legislativo é exercido
pelos vereadores, igualmente eleitos para um mandato de quatro anos.

A atual Constituição Brasileira foi promulgada em 5 de outubro de 1988. Relativamente


recente, com certos institutos ainda sendo sedimentados, a Constituição Federal prima pelo
progresso e desenvolvimento do Brasil, e estabelece um regime democrático e politicamente
estável.

O Presidente da República é eleito pelo voto direto para um mandato de quatro anos, podendo
ser reeleito. Ao Presidente foram conferidos amplos poderes, incluindo o de nomear os
ministros de Estado e o primeiro escalão de cargos administrativos e políticos selecionados.

Na esfera estadual, o poder executivo é exercido pelos governadores, eleitos para um mandato
de quatro anos, podendo ser reeleitos. Finalmente, em nível municipal, o poder executivo é
exercido pelos prefeitos, eleitos para idêntico mandato e podendo ser reeleitos.

Atividade Empresarial no Brasil

As normas jurídicas referentes ao exercício da atividade empresarial no Brasil têm origem


basicamente federal. Não obstante, a Constituição Federal admite que a União, os Estados e o
Distrito Federal legislem concorrentemente sobre determinadas matérias também relacionadas à
atividade empresarial, como, por exemplo, direito tributário, financeiro, econômico e
responsabilidade por danos ao meio ambiente e ao consumidor, entre outros assuntos. Nesses
casos, a competência da União limita-se à edição de normas gerais sobre esses assuntos,
cabendo aos Estados e ao Distrito Federal legislar supletivamente sobre a matéria, observadas as
normas gerais fixadas na legislação federal.

O Brasil oferece inúmeras oportunidades para o desenvolvimento da atividade empresarial, seja


por investidores nacionais ou estrangeiros, em vista do seu enorme potencial econômico, da
economia diversificada e de um grande mercado ampliado, em decorrência de inúmeros acordos
comerciais internacionais, firmados com blocos econômicos e países por todo o globo.
-2-

Investimento Estrangeiro no Brasil

Inicialmente, cumpre observar que, segundo a legislação brasileira, são considerados capitais
estrangeiros os bens, máquinas, equipamentos, recursos financeiros ou monetários que
ingressem no Brasil, destinados à produção de bens ou serviços, ou para aplicação em
atividades econômicas, desde que, em qualquer das hipóteses, pertençam a pessoas físicas ou
jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no exterior. Nos termos da Lei, é assegurado ao
capital estrangeiro tratamento idêntico ao concedido ao capital nacional, sendo vedadas
quaisquer discriminações não previstas em Lei.

No Brasil, o órgão responsável pelo registro, fiscalização e acompanhamento dos investimentos


realizados por meio de capital estrangeiro é o Banco Central. Os aspectos fiscais relacionados
ao investimento são acompanhados pelo Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria da
Receita Federal.

A moeda corrente no Brasil é o Real. De modo a operacionalizar seus investimentos no País, os


investidores estrangeiros precisam converter suas moedas locais em Reais, o que é feito por
meio da contratação de câmbio junto a qualquer instituição financeira brasileira autorizada a
fazê-lo pelo Banco Central do Brasil. Operações cambiais devem ser realizadas em atendimento
a normas e regulamentos editados pelo Banco Central.

Existem diversas formas para a realização de investimentos no Brasil por parte de não
residentes, entre as quais se destacam a constituição de uma empresa, o estabelecimento de uma
filial, ou de outra forma a aplicação de recursos nos mercados de capitais ou financeiro.

Não obstante, de acordo com a legislação brasileira está proibida a participação ao estrangeiro
nas seguintes atividades: energia nuclear, serviços de saúde, negócios em zona de fronteira,
serviços de correios e telégrafos, concessão de linhas aéreas domésticas, e indústria
aeroespacial1.

Ademais, há restrições ao investimento estrangeiro na propriedade e administração de jornais,


revistas e outras publicações, bem como de redes de rádio e televisão2.

Destaca-se ainda que há restrições à participação do capital estrangeiro em instituições


financeiras, embora tais restrições possam ser afastadas, no interesse nacional. Essa matéria
deverá ser regulamentada em lei complementar, inclusive para as sociedades seguradoras.


1
Referente a lançamento e colocação em órbita de satélites, veículos, aeronaves, entre outras atividades, nas quais não estão incluídas
a produção ou comercialização daqueles, ou de seus acessórios.
2
Foi assinada em 28.5.2002 a Emenda Constitucional n.º 36/02, que modifica a redação do art. 222 da Constituição Federal.
Posteriormente, o assunto foi objeto de regulamentação por meio da Lei nº 10610, de 20.12.2002. Segundo as novas regras
estabelecidas, é obrigatório que ao menos 70% do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão
pertença, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, permitindo-se a participação de
estrangeiros em até 30% do capital total e votante dessas empresas. Ademais, a participação do capital estrangeiro somente se dará de
forma indireta, por intermédio de pessoa jurídica constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede no Brasil. Também a cargo de
brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos ficarão a gestão de atividades e o estabelecimento do conteúdo da
programação.
-3-

Sociedades

A forma mais comum para que um investidor estrangeiro desenvolva atividade empresarial no
Brasil é mediante a constituição de uma pessoa jurídica, mais especificamente de uma
sociedade no País.

É ainda possível que empresas estrangeiras abram filiais no Brasil, mediante pedido ao Governo
Brasileiro, que deverá aprová-lo por decreto do poder executivo federal. Somente após o
cumprimento de todas as formalidades, que incluem publicação na imprensa oficial e
arquivamento no Registro Público de Empresas Mercantis dos documentos relacionados à
abertura da filial, é que esta poderá iniciar suas atividades. A empresa estrangeira deverá
também nomear um representante, que não precisa ser brasileiro, mas necessariamente residente
no País, com poderes para agir em seu nome. A filial está sujeita às leis brasileiras e, embora
não possua propriamente um capital social, por não ser um ente separado da própria empresa
estrangeira, esta última deve manter um capital destacado para as operações no Brasil. Este
capital representa, tal como a subscrição e integralização de quotas ou ações, investimento
sujeito a registro perante o Banco Central do Brasil.

Os tipos societários existentes no Brasil, por sua vez, encontram regulamentação basicamente
em duas normas, quais sejam, a Lei 10406 de 11 de janeiro de 2002 (Código Civil) e a Lei 6404
de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades Anônimas). Dentre os diversos tipos
societários previstos nessa legislação, os mais comumente utilizados são a sociedade limitada e
a sociedade por ações, motivo pelo qual concentraremos nossos comentários apenas nestas duas
espécies de sociedades.

Tanto sociedades limitadas como sociedades por ações representam tipos societários em que a
responsabilidade dos sócios é restrita ao valor que despenderam para pagamento do preço de
integralização, conforme o caso, de suas quotas ou ações. Esta característica representa uma
importante garantia, trazendo a segurança necessária para que a empresa possa engajar seus
esforços no exercício de sua atividade, sem que seus sócios sejam responsáveis, exceto em caso
de prática de atos ilícitos, por qualquer quantia além daquela desembolsada para compor o
capital social da empresa.

Independentemente do tipo jurídico adotado, é importante destacar que há determinados traços


comuns entre as sociedades. Primeiramente, é necessário que haja ao menos dois sócios, que
podem ser tanto pessoas físicas ou jurídicas e não precisam ser domiciliadas no Brasil. Todavia,
destacamos que, sendo residentes ou domiciliados no exterior, é necessário que os sócios
mantenham um procurador no Brasil, com poderes para representá-los nessa condição de sócios
da empresa brasileira. Ademais, é necessário que sócios estrangeiros, tanto pessoas físicas como
jurídicas, mantenham cadastro perante a Secretaria da Receita Federal no Brasil. Conforme
anteriormente mencionado, referido órgão, ligado ao Ministério da Fazenda do Brasil, tem
competência para, entre outras atividades, realizar o acompanhamento de aspectos fiscais
relacionados à atividade empresarial.

Em princípio, não há requisitos estabelecendo o capital social mínimo para constituição das
-4-

sociedades3, sendo que o mesmo poderá ser distribuído entre os sócios conforme estes
desejarem.

Finalmente, destacamos que, no que tange à tributação de empresas, a legislação brasileira


tradicionalmente utiliza como critério diferenciador, no estabelecimento de tributos e suas
respectivas alíquotas, o porte da empresa, e não o tipo societário sob o qual ela se reveste, não
sendo esse específico critério relevante para a adoção de determinado tipo societário.

Limitadas

As sociedades limitadas previstas no direito brasileiro assemelham-se às limited-liability


companies, limited partnerships e closely-held companies contempladas pelas leis inglesas e
norte-americanas. No Brasil, as sociedades limitadas são regulamentadas por um capítulo a elas
dedicado no Código Civil, podendo ainda ser subsidiariamente regidas por dispositivos da Lei
das Sociedades Anônimas. Nelas, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas
quotas, embora todos os sócios respondam, solidariamente, por todo o valor do capital até que
esteja totalmente integralizado.

As sociedades limitadas podem ser simples ou empresárias. De acordo com a legislação, serão
empresárias aquelas que se dediquem a atividades econômicas de maneira organizada e
sistemática, objetivando a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Por outro lado,
serão simples aquelas que não apresentem elevado grau de complexidade organizacional, bem
como as que se dediquem a atividades intelectuais, de natureza científica, literária ou artística.
Tendo em vista o reduzido espectro de aplicação das sociedades simples, concentraremos
nossos comentários nas sociedades limitadas empresárias.

A sociedade limitada não precisa publicar suas contas, alterações contratuais ou outros atos
constitutivos, exceto no caso de redução de capital, incorporação, cisão ou fusão4. O contrato
social, no entanto, permanece público, pois terceiros poderão solicitar uma cópia ao registro
competente, em que devam ser arquivados o contrato social e suas posteriores alterações.


3
De acordo com a Resolução nº 394/76, bem como com o Manual de Normas e Instruções do Banco Central do Brasil, em seu Título
I, Capítulo 2, Seção 1, instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central devem integralizar,
em moeda corrente nacional, seja no ato de constituição ou em aumentos de capital, 50% do montante respectivamente subscrito,
sendo que o remanescente, quando houver, deverá ser integralizado, igualmente em moeda corrente, no prazo de um ano a contar da
subscrição do capital. Sem prejuízo, destacamos ainda que, segundo a Resolução nº 2607/99 do Banco Central do Brasil, instituições
financeiras e outras instituições autorizadas a operar por referido órgão devem possuir um valor mínimo de capital social
integralizado. No caso de bancos comerciais, por exemplo, este valor é de R$ 17.500.000,00. Ademais, sociedades seguradoras
autorizadas a operar no Brasil no grupamento dos seguros de ramos elementares, de acordo com a Resolução nº 73 do Conselho
Nacional de Seguros Privados, não poderão possuir capital social integralizado inferior a R$ 7.200.000,00.
4
Tramita pela Câmara dos Deputados o projeto de lei nº 3.741, datado de 8 de novembro de 2000, que altera determinados dispositivos
da Lei das Sociedades Anônimas e estende às sociedades de grande porte, ainda que constituídas como sociedades limitadas ou sob
outros tipos societários, a obrigatoriedade de publicação de demonstrações financeiras. De acordo com os termos deste projeto, com
redação dada por substitutivo, a publicação das demonstrações financeiras seria obrigatória para sociedades de grande porte que
tenham por objeto a produção de bens e serviços, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações. Por sua vez, é
considerada sociedade de grande porte, nos termos do projeto, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que
tiverem, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00.
Ademais, tramita também em regime prioritário frente à Câmara dos Deputados o projeto de lei nº 2813, de 2000, que estabelece a
obrigatoriedade de publicação das demonstrações financeiras das sociedades limitadas cuja receita bruta ultrapasse R$ 2.133.222,00.
-5-

Organização Interna das Sociedades Limitadas

Os dois principais elementos relacionados à organização interna de uma sociedade limitada


dizem respeito (a) às deliberações de sócios, tomadas por meio de Assembléias, Reuniões, ou
outros documentos ou atos societários, bem como (b) à administração da sociedade.

Deliberações de Sócios

A maioria das deliberações tomadas por sócios de sociedades limitadas depende de aprovação
de sócios representando 75% do capital social. Há exceções a esta regra estabelecidas em Lei, e
outras podem ser determinadas por meio do Contrato Social.

Além de possíveis outras matérias indicadas no Contrato Social, a Lei determina que a tomada
de decisões acerca de certos assuntos depende de uma deliberação de sócios, a ser tomada em
reunião ou assembléia. São eles:

(i) a aprovação de contas;

(ii) a designação, destituição e remuneração dos administradores;

(iii) a modificação do contrato social;

(iv) a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de


liquidação;

(v) a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas; e

(vi) o pedido de concordata.

A deliberação acerca dos assuntos acima mencionados deverá ser feita por meio de uma
Assembléia de Sócios, caso a sociedade limitada em questão possua mais de dez sócios. Trata-
se de um instituto sujeito a um número maior de formalidades que as Reuniões de Sócios, estas
mais flexíveis e desburocratizadas. Reuniões ou assembléias devem ser convocadas pelos
administradores, nos casos previstos em lei e no contrato social da empresa.

Assembléias de sócios em sociedades limitadas devem ser convocadas por meio de anúncio,
que deve ser publicado na imprensa oficial, e em jornal de grande circulação, por pelo menos
três vezes. Não obstante, as formalidades de convocação referentes a Assembléias de sócios são
dispensáveis, sempre que a totalidade dos sócios comparecer à Assembléia, ou se declarar, por
escrito, ciente dos respectivos local, data, hora e ordem do dia.

Ademais, reforçando a possibilidade de tomada de decisões internas à sociedade por


mecanismos mais ágeis, a Lei prevê a possibilidade de afastar-se a própria necessidade de
realização de reunião ou assembléia de sócios, acerca de referidas matérias. Tal poderá ocorrer
-6-

sempre que todos os sócios decidirem, por escrito, sobre os assuntos que, de outro modo, seriam
objeto de deliberação por reunião ou assembléia.

O sócio pode ser representado na Assembléia por outro sócio, ou por advogado, mediante
outorga de procuração específica para tanto. Durante as deliberações em si, nenhum sócio, por
si ou na condição de mandatário, pode votar matéria que lhe diga respeito diretamente.

Após a realização da Assembléia, deve ser preparada uma ata contendo todo o deliberado e
discutido durante o evento. Esta ata deverá ser lavrada em um livro próprio, e arquivada perante
o Registro Público de Empresas Mercantis no prazo de vinte dias a contar da realização da
Assembléia.

Quando, do resultado das deliberações tomadas por meio da Assembléia ou Reunião, houver
modificação do contrato social, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por outra,
sócios que possivelmente hajam divergido das decisões tomadas têm o direito de retirar-se da
sociedade, nos trinta dias subseqüentes à realização da respectiva Assembléia ou Reunião.

Em sociedades que devam deliberar sob a forma de Assembléia, esta será de realização
obrigatória ao menos uma vez por ano, no decorrer dos quatro meses subseqüentes ao término
do exercício social. O objetivo desta Assembléia anual de sócios é tomar as contas dos
administradores, deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico da empresa,
eventualmente designar administradores, e tratar de outros assuntos de interesse da sociedade.

Não obstante a natural limitação da responsabilidade dos sócios em sociedades limitadas, as


deliberações tomadas em desrespeito à lei ou ao disposto no contrato social tornam ilimitada a
responsabilidade dos que expressamente as tenham aprovado.

Administração

Sociedades limitadas devem ser administradas por uma ou mais pessoas físicas, nomeadas para
seus cargos por meio do Contrato Social ou por outros documentos societários. Os
administradores não precisam ser brasileiros, mas devem necessariamente ser residentes e
domiciliados no Brasil. Nada impede que a administração da sociedade seja deixada a cargo de
seus próprios sócios, se cumpridos os requisitos acima mencionados. Aos administradores
compete, entre outras atribuições, a representação da sociedade perante terceiros. A eles
igualmente compete a elaboração, ao final de cada exercício, das demonstrações financeiras da
sociedade.

A condição de administrador não é inerente à de sócio, e mesmo que o contrato social determine
que todos os sócios, se apenas pessoas físicas, têm os devidos poderes para administrar a
sociedade, tal não se estenderá automaticamente a sócios que ingressem em momento posterior
na sociedade.

Conforme se depreende do que acima foi mencionado, a sociedade limitada pode ser
administrada tanto por seus sócios como terceiros não sócios. Neste último caso, a nomeação de
não sócios como administradores deve estar expressamente prevista no contrato social, e sua
efetiva designação dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não
-7-

estiver integralizado, e de dois terços, no mínimo, após a integralização.

Administradores podem ser destituídos de seus cargos a qualquer tempo, por decisão de sócios
representando a maioria do capital social. Todavia, caso o administrador seja um sócio,
nomeado para referido cargo por meio do próprio contrato social, sua destituição dependerá, a
princípio, de aprovação de sócio ou sócios titulares de pelo menos dois terços do capital social.

Os poderes atribuídos aos administradores são determinados no ato de sua nomeação, podendo
ser restritos segundo desejarem os sócios. É possível, inclusive, que a prática de determinados
atos seja subordinada à aprovação prévia de sócios representando certa parcela do capital social.

Embora não sejam órgãos de caráter obrigatório para sociedades limitadas, o Contrato Social
poderá prever a existência de outros órgãos administrativos tais como Conselho Consultivo e
Conselho Fiscal.

Capital Social e Distribuição de Dividendos

O capital social de sociedades limitadas divide-se em quotas, atribuídas a seus sócios na


proporção que desejarem. Após a constituição da sociedade, não há, em regra, um prazo pré-
estabelecido em Lei para a integralização do capital social pelos sócios, na proporção das quotas
que houverem subscrito. Todavia, caso a integralização não ocorra imediatamente quando da
constituição da sociedade, é necessário que o Contrato Social defina um prazo para que tal seja
feito. A integralização pode ser feita mediante aproveitamento de moeda corrente nacional, bens
ou direitos, desde que suscetíveis de avaliação pecuniária. Segundo dispõe o Código Civil,
enquanto a participação subscrita de todos os sócios não estiver completamente integralizada, o
capital social de sociedades limitadas não pode ser aumentado.

Conforme anteriormente informado, caso um sócio residente e domiciliado no exterior decida


enviar recursos ao Brasil, por exemplo para integralizar sua participação societária em moeda,
deverá fazê-lo mediante a contratação de câmbio e a conseqüente conversão de sua moeda local
para Reais. Esta remessa deverá ser feita após o registro do sócio estrangeiro, ele próprio, como
investidor perante o Banco Central do Brasil, após o que os recursos remetidos serão atrelados
ao registro previamente realizado. O valor em Reais efetivamente obtido deverá ser utilizado
primeiramente para integralização de participação já subscrita pelo investidor e, caso a exceda,
sua participação deverá ser aumentada.

As participações em sociedades limitadas figuram no próprio contrato social, uma vez que as
quotas representativas da divisão do capital, ao contrário das ações, não são representadas por
certificados. Assim, o contrato social precisa ser alterado sempre que as quotas forem cedidas,
transferidas ou o capital social elevado, de modo a refletir exatamente a titularidade do capital.

Caso a sociedade limitada apresente lucros acumulados em certo período, poderá distribuí-los a
seus sócios. Caso os sócios sejam pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no
exterior, a distribuição de dividendos por meio da contratação de câmbio comercial dependerá
do prévio registro, junto ao Banco Central do Brasil, do investimento estrangeiro inicialmente
realizado pelos sócios, quando da integralização de sua participação societária.
-8-

Não há, em geral, restrições à distribuição e remessa de lucros ao exterior. Os lucros e


dividendos apurados e distribuídos a partir de 1996 estão isentos de imposto de renda. Ademais,
estando registrado o investimento, a distribuição, na proporção de referido registro, independerá
de qualquer autorização prévia.

Cabe mencionar que o Brasil assinou tratados para evitar bi-tributação com os seguintes países:
Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Coréia do Sul, Dinamarca, Equador,
Espanha, Filipinas, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Índia, Itália, Japão, Luxemburgo,
Noruega, Portugal, República Tcheca, Eslováquia e Suécia.

Sociedades Anônimas

Conforme mencionado anteriormente, sociedades anônimas são regulamentadas por uma lei
própria, a Lei 6404 de 15 de dezembro de 1976, tal como posteriormente alterada (Lei das
Sociedades Anônimas). As sociedades anônimas constituem um tipo societário que se
assemelha bastante à joint-stock company ou à corporation. Diferentemente das sociedades
limitadas, por disposição expressa em lei, as sociedades anônimas são sempre empresárias.
Nelas, cada acionista é responsável apenas pelo capital que subscrever e ainda não houver
integralizado.

Características Gerais das Sociedades Anônimas

As sociedades anônimas podem ser organizadas mediante subscrição pública ou privada das
ações de sua emissão. Em ambos os casos, como regra geral, no mínimo dez por cento de seu
capital precisarão ser integralizados desde logo.

Este tipo societário comporta duas espécies, podendo a sociedade anônima ser de capital aberto
ou fechado. A companhia aberta deverá ser registrada junto à Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), assim como as ações por ela emitidas, que então poderão ser negociadas em bolsa de
valores ou no mercado de balcão. As ações da companhia aberta somente poderão ser
negociadas depois de realizados 30% do preço de emissão. As ações das companhias fechadas
não estão disponíveis ao público em geral.

Ademais, o capital social das sociedades anônimas pode ser subscrito ou autorizado. No
primeiro caso, o estatuto social fará constar o capital realmente subscrito pelos acionistas,
independentemente de sua efetiva integralização. Por outro lado, o estatuto social de sociedades
com capital autorizado estabelece um limite até o qual o capital realmente subscrito pelos
acionistas poderá ser aumentado sem necessidade de alteração estatutária.
Como órgão responsável pela regulamentação e fiscalização do mercado de capitais no Brasil, a
CVM vem implementando nos últimos anos, especialmente a partir de 2003, reformas acerca de
regras aplicáveis a relevantes áreas que podem fomentar ainda mais o mercado de capitais no
Brasil, tais como Fundos de “Private Equity” e Oferta Pública de Ações, em sociedades de
capital aberto. Ainda no início de 2004, a CVM tem demonstrado sua intenção de dar
continuidade a referidas reformas, englobando assuntos como emissão de Debêntures e
regulamentação de Fundos de Investimento.
-9-

Ações

O capital social é dividido em vários tipos de ações, conforme as diferentes vantagens, direitos
ou restrições que lhes são atribuídos.

As ações não necessitam ter valor nominal e podem ser representadas por certificados.

O estatuto social da companhia fechada poderá restringir a circulação das ações, desde que não
proíba sua transferência. Caso as restrições sejam impostas por meio de alteração estatutária,
elas somente serão aplicáveis às ações dos acionistas que as tenham expressamente aceitado.

O capital pode ser integralizado mediante contribuição com ativos, bens, créditos, transferência
de tecnologia, ou quaisquer outros bens avaliáveis em dinheiro. Referida avaliação, nestes
casos, deverá ser realizada por peritos ou empresa especializada, e aprovada em Assembléia
Geral.

As ações ordinárias das sociedades de capital fechado podem pertencer a diferentes classes,
dependendo de alguns fatores estabelecidos em Lei. As ações de mesma classe conferem
direitos iguais aos seus titulares. Cada ação ordinária corresponde a um voto nas assembléias
gerais da companhia.

As ações preferenciais das sociedades de capital fechado ou aberto podem pertencer a uma ou
mais classes, com direitos e/ou privilégios que podem incluir o direito de eleger alguns
membros dos órgãos administrativos, mesmo que tais ações não gozem de qualquer outro
direito de voto. Segundo disposição de Lei, a emissão de ações preferenciais sem direito de voto
está limitada a 50% do total de ações da companhia5.

As preferências asseguradas aos titulares de ações preferenciais podem consistir em (a)


prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo, (b) prioridade no reembolso do
capital, com prêmio ou sem ele, ou (c) na acumulação de ambas as vantagens acima
mencionadas.

Ademais, para que sejam admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários, as ações
preferenciais que não tiverem direito a voto, ou tiverem qualquer restrição relativa a esse
direito, deverão conceder aos seus titulares as seguintes outras vantagens:

(i) prioridade no recebimento dos dividendos a serem distribuídos, correspondente a no


mínimo 3% do valor do patrimônio líquido da ação, adicionalmente ao direito de
participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois
de a estas ser assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário; ou


5
A Lei 10303 de 31 de outubro de 2001 alterou a Lei das Sociedades Anônimas no que diz respeito à emissão de ações preferenciais.
Segundo o sistema anterior, era possível a realização de emissão de ações preferenciais sem direito a voto ou com restrição a este
direito, até o limite de dois terços do total de ações emitidas pela companhia. Sem prejuízo da modificação ocorrida, companhias já
existentes podem manter a antiga proporção de dois terços, contanto que respeitem a nova regra, em emissões ocorridas após a Lei
10303/01.
- 10 -

(ii) direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% maior do
que o atribuído a cada ação ordinária; ou

(iii) direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, assegurado-lhes


dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias.

Em caso de existência de ações preferenciais sem direito a voto, ou com restrições a este direito,
as vantagens atribuídas a elas, dentre as acima mencionadas, deverão ser detalhadamente
descritas no estatuto social da companhia.

Vale ainda mencionar que, nas companhias objeto de desestatização, poderá ser criada uma
classe especial de ação preferencial, conhecida como “golden share”, e cuja titularidade é
exclusiva do ente desestatizante. A esta classe, o estatuto social poderá conferir os poderes que
especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da Assembléia Geral, nas matérias que
especificar.

Ademais, o estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de ações preferenciais o direito de
eleger, em votação em separado, um ou mais membros dos órgãos de administração da
companhia, ou mesmo subordinar alterações estatutárias à aprovação, em Assembléia especial,
de titulares de uma ou mais classes de ações preferenciais.

As ações preferenciais sem direito a voto ou com direito de voto restrito passarão a ter pleno
direito de voto caso a companhia deixe de distribuir dividendos fixos ou mínimos pelo prazo
previsto no estatuto (não superior a três exercícios consecutivos), conservando-o até o efetivo
pagamento desses dividendos.

Debêntures

As sociedades anônimas poderão emitir outros títulos, não representativos do capital social, a
saber: partes beneficiárias, bônus de subscrição e debêntures. Este último tipo é o que apresenta
maior relevância, sendo títulos que conferem a seus titulares direitos de crédito contra a
companhia emissora. As condições do direito de crédito detido pelo titular da debênture contra a
companhia deverão constar da escritura de sua emissão. As debêntures poderão ser conversíveis
em ações, sendo obrigatoriamente garantidas pela companhia emissora. Salvo disposição legal
em contrário, o total de debêntures emitidas e em circulação não poderá exceder o capital social.

Partes Beneficiárias

As partes beneficiárias são títulos sem valor nominal, emitidos exclusivamente por companhias
fechadas, que conferem a seus titulares o direito de participar em até 10% dos lucros anuais.
Tais títulos não oferecem qualquer dos direitos atribuíveis aos acionistas, exceto o direito de
fiscalizar os atos dos administradores da sociedade. O estatuto social poderá prever o resgate
das partes beneficiárias mediante capitalização de reserva especialmente criada para esse fim.
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Bônus de Subscrição

Companhias com capital autorizado podem emitir títulos negociáveis, denominados "bônus de
subscrição". Esses títulos conferem aos seus titulares o direito de subscrever ações em aumento
de capital, sujeito às condições estabelecidas nos correspondentes certificados.

Direitos dos Acionistas

À condição de acionistas são inerentes alguns direitos essenciais. São eles:

(i) participação nos lucros da companhia;

(ii) participação na distribuição dos ativos da companhia, se esta for liquidada;

(iii) fiscalização da gestão dos negócios sociais;

(iv) preferência na subscrição de ações, partes beneficiárias, debêntures conversíveis e bônus


de subscrição; e

(v) retirada da sociedade, nos casos previstos em lei.

Acordos de Acionistas

É possível que acionistas celebrem acordos envolvendo a compra e venda de ações, direito de
preferência, exercício do direito de voto ou do poder de controle da companhia. Caso tais
acordos, após celebrados pelos sócios, sejam arquivados na sede da companhia, deverão ser
observados, ou de outra forma poderão ter seus termos executados pelos acionistas que os
houverem subscrito. Acrescente-se que esses acordos não poderão ser invocados para eximir o
acionista de responsabilidade no exercício do direito de voto ou do poder de controle. O
presidente de assembléias gerais ou de órgãos colegiados de deliberação de sociedades
anônimas não poderá computar votos proferidos com infração a acordos de acionistas
devidamente arquivados na sede da companhia.

Organização Interna das Sociedades Anônimas

Os principais órgãos decisórios e de fiscalização das sociedades anônimas são a Assembléia


Geral dos Acionistas, o Conselho de Administração, a Diretoria e o Conselho Fiscal.

Assembléia Geral

A Assembléia Geral é o órgão máximo de uma sociedade anônima. Nela compete aos sócios
decidirem acerca de todos os negócios sociais, bem como tomar quaisquer resoluções que
julgarem convenientes à defesa e desenvolvimento da companhia. As decisões, contudo, estão
sujeitas aos objetivos e negócios sociais, às leis aplicáveis e ao estatuto social.
- 12 -

Entre as matérias cuja deliberação compete exclusivamente à Assembléia Geral, destacamos:

(i) a reforma do estatuto social;

(ii) eleição e destituição dos administradores e fiscais da companhia;

(iii) verificação anual das contas dos administradores, e aprovação das demonstrações
financeiras por eles apresentadas;

(iv) transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia, sua dissolução e liquidação,


eleição e destituição de liquidantes e julgamento de suas contas; e

(v) confissão de falência e pedido de concordata para a companhia.

Em regra, as deliberações tomadas por acionistas de sociedades anônimas dependem de


aprovação por titulares da maioria absoluta dos votos da companhia, ou seja, aqueles
representando 50% do valor do capital social votante, acrescidos de mais um voto.

Compete ao conselho de administração, se houver, ou aos diretores, observado o disposto no


estatuto, convocar a Assembléia Geral. Sem prejuízo, a convocação poderá também ser
realizada:

(i) pelo Conselho Fiscal, nos casos previstos em Lei;

(ii) por qualquer acionista, quando os administradores não realizarem a convocação em


tempo;

(iii) por acionistas que representem ao menos 5% do capital social, quando os


administradores não atenderem a pedido de convocação por eles formulado; e

(iv) por acionistas que representem ao menos 5% do capital volante, ou por aqueles que
representem ao menos 5% dos acionistas sem direito a voto, quando os administradores
não atenderem a pedido de convocação de assembléia para instalação do Conselho
Fiscal.

A convocação deve ser feita por meio de anúncio publicado, contendo informações acerca do
local de realização, data e hora da assembléia, bem como a ordem do dia, e, no caso de reforma
do estatuto, a indicação da matéria. Independentemente das formalidades acima referidas,
todavia, será considerada regular a assembléia a que comparecerem todos os acionistas.

As pessoas presentes à assembléia deverão provar a sua qualidade de acionista, sendo possível
sua representação por meio de procuradores.

Dos trabalhos e deliberações da assembléia deverá ser lavrada em livro próprio a respectiva ata,
assinada, entre outros, pelos acionistas presentes. O documento societário deverá ainda ser
levado a registro perante o Registro Público de Empresas Mercantis.
- 13 -

Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias

Anualmente, durante os quatro meses seguintes ao término do exercício social, deverá ser
realizada uma Assembléia Geral Ordinária para verificar as contas dos administradores,
examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras, eleger os administradores e os
membros do Conselho Fiscal, deliberar sobre a destinação do lucro líquido de cada exercício
fiscal e a distribuição de dividendos, e aprovar a correção da expressão monetária do capital
social.

Para deliberação acerca de quaisquer outros assuntos, em qualquer época do ano, será
necessário convocar e realizar uma Assembléia Geral Extraordinária. Nada impede, todavia, que
as Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária ocorram cumulativamente, sejam convocadas
e realizadas no mesmo local, data e hora, e instrumentadas em ata única.

É obrigação dos administradores da companhia deixar à disposição dos acionistas e comunicar-


lhes, com antecedência, documentos relacionados às deliberações que serão tomadas por meio
da Assembléia Geral Ordinária, tais como, entre outros, o relatório da administração sobre os
negócios sociais e cópia das demonstrações financeiras. A disponibilidade dos documentos, o
local onde se encontram, e a própria íntegra de alguns deles deve ser publicada tanto na
imprensa oficial como em jornal de grande circulação, com antecedência à realização da
Assembléia Geral Ordinária.

Para a aprovação de deliberações acerca de determinadas matérias por Assembléias Gerais


Extraordinárias, faz-se necessário um número maior de votos. Assim, as seguintes matérias,
entre outras, necessitam de aprovação, a princípio, de titulares de ações que representem no
mínimo metade do capital votante:

(i) criação ou aumento de classes de ações preferenciais, sem guardar proporção com as
demais existentes;

(ii) modificação nas condições de uma ou mais classes de ações preferenciais;

(iii) redução do dividendo obrigatório;

(iv) fusão ou cisão da companhia, ou sua incorporação em outra;

(v) mudança do objeto da companhia; e

(vi) dissolução da companhia.

É importante destacar que, respeitados os termos e condições estabelecidos em Lei, é garantido


a acionistas que eventualmente dissidam de uma ou mais das deliberações acima mencionadas,
aprovadas em Assembléia Geral, o direito de retirarem-se da companhia, mediante o reembolso
do valor pago pelas respectivas ações.
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Órgãos Administrativos

Quando da constituição da companhia, os acionistas poderão estruturar-lhe a administração por


meio do estatuto social, dividindo-a em até dois órgãos: o Conselho de Administração e a
Diretoria. Se a companhia optar por não ter Conselho de Administração, a Diretoria
desempenhará todas as funções administrativas. De outra forma, caso haja a instalação de um
Conselho de Administração, a Diretoria deverá submeter-se às suas decisões. Não obstante, é
importante notar que o Conselho de Administração é obrigatório para as companhias de capital
aberto, para aquelas de capital autorizado e para as instituições financeiras. Somente podem ser
eleitas para os órgãos de administração pessoas físicas.

Conselho de Administração

O Conselho de Administração é um órgão intermediário, entre a Assembléia Geral e a Diretoria,


possuindo plena autoridade para estabelecer as diretrizes econômicas, societárias e financeiras a
serem seguidas pela companhia, cabendo-lhe supervisionar permanentemente os membros da
Diretoria.

Os membros do Conselho de Administração poderão ser residentes no exterior, desde que


constituam procurador residente no Brasil, com poderes para receber citação em ações
propostas com base na legislação societária. Os membros do Conselho de Administração devem
ser acionistas.

Os conselheiros são eleitos e destituídos pela Assembléia Geral. O número de componentes


deste órgão não poderá ser inferior a três pessoas, e seu prazo de gestão não poderá exceder a
três anos, permitida a reeleição.

O estatuto social deverá prever, ainda, normas sobre convocação de reuniões do Conselho de
Administração, sua instalação e funcionamento. O Conselho deliberará, a princípio, por maioria
de votos, podendo o estatuto estabelecer quorum qualificado para certas deliberações, desde que
especifique as matérias. Deverão ser arquivadas no Registro Público de Empresas Mercantis e
publicadas as atas das reuniões do Conselho de Administração que contiverem deliberações
destinadas a produzir efeitos perante terceiros.

Ademais, o estatuto poderá prever a participação de representantes dos empregados no


Conselho, escolhidos pelo voto destes, em eleição direta, organizada pela empresa, em conjunto
com as entidades sindicais que os representem.

Observadas as condições estabelecidas em Lei, acionistas representando certa parcela do capital


social votante ou de ações preferenciais, em companhias abertas, poderão eleger e destituir um
membro do Conselho e seu suplente, em votação em separado na Assembléia Geral, excluído o
acionista controlador.
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Diretoria

A Diretoria deve ser composta por ao menos dois diretores, com prazo de gestão não superior a
três anos, permitida a reeleição. Em regra, os diretores são eleitos e destituíveis a qualquer
tempo pelo Conselho de Administração. Caso inexistente o Conselho, a competência para
eleição e destituição dos membros daquele órgão de administração será da Assembléia Geral.
Os membros do Conselho de Administração, até o máximo um terço, poderão ser eleitos para
cargos de diretores. Compete à diretoria, entre outras atribuições, a representação da companhia
perante terceiros. O estatuto pode estabelecer que determinadas decisões, de competência dos
diretores, sejam tomadas em reuniões de Diretoria.

Os diretores não precisam ser acionistas, mas devem necessariamente ser residentes e
domiciliados no Brasil.

Os diretores não podem ser responsabilizados por qualquer das obrigações assumidas em nome
da companhia, em virtude de atos regulares de gestão. Seus poderes devem ser estabelecidos no
estatuto social, e podem ser limitados segundo a vontade dos acionistas.

Todavia, caso os administradores procedam em abuso de seus poderes, ou ainda que dentro de
suas atribuições, com culpa ou dolo, ou com violação da lei ou do estatuto, responderão
civilmente pelos prejuízos a que derem causa. Neste sentido, são vedados ao administrador,
entre outros:

(i) atos de liberalidade à custa da companhia;

(ii) atos sem prévia autorização da Assembléia Geral ou do Conselho de Administração,


quando tal for necessário;

(iii) empréstimo de recursos ou bens da companhia; ou

(iv) recebimento de terceiros, sem a devida autorização, de qualquer vantagem pessoal,


direta ou indireta, em razão do exercício de seu cargo.

Ademais, é vedado ao administrador intervir em qualquer operação social em que tiver interesse
conflitante com o da companhia.

Cumpre mencionar que, nos casos em que se verifique a responsabilidade de qualquer


administrador, a Lei assegura à companhia, mediante prévia deliberação por meio da
Assembléia Geral, o ajuizamento da respectiva ação de responsabilidade pelos prejuízos
causados ao patrimônio da sociedade. Finalmente, destacamos que referida ação, proposta pela
companhia, não exclui possíveis outras medidas judiciais que couberem a acionistas ou
terceiros diretamente prejudicados por atos dos administradores.

Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal é um órgão obrigatório, cujo funcionamento todavia não precisa ser
permanente. Se o Conselho Fiscal não for permanente, ele deverá ser instalado, a critério dos
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acionistas, em assembléia geral. O Conselho Fiscal deverá ser composto de no mínimo três e no
máximo cinco membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não. Somente podem ser
eleitos para o Conselho Fiscal pessoas naturais, residentes no Brasil, diplomadas em curso de
nível universitário, ou que tenham exercido anteriormente e por certo tempo cargo de
administrador de empresa ou de conselheiro fiscal. Não podem ser eleitos para o Conselho
Fiscal pessoas impedidas do exercício de cargos de administração, nos termos da Lei, bem
como membros dos próprios órgãos de administração da companhia ou seus parentes, ou
empregados da sociedade.

O Conselho Fiscal, quando de funcionamento não permanente, será instalado pela Assembléia
Geral sempre que houver pedido neste sentido formulado por acionistas que representem no
mínimo 10% das ações com direito a voto, ou 5% das ações sem direito a voto.

Este Conselho é responsável pela fiscalização dos administradores, fornecendo à Assembléia


Geral informações a respeito. O Conselho Fiscal poderá ainda solicitar aos administradores a
indicação de peritos para a apuração de fatos cujo esclarecimento seja necessário ao
desempenho de suas funções. Poderão ser solicitadas também informações a auditores
independentes, caso existam.

As funções do Conselho Fiscal não poderão ser delegadas nem atribuídas a qualquer outro
órgão da companhia.

Transformação

Segundo a legislação societária, é possível que a companhia tenha seu tipo jurídico
transformado em outro, sem qualquer solução de continuidade nos negócios sociais, dissolução
ou liquidação. Para tanto, faz-se necessária a aprovação unânime dos acionistas, se outro
número de votos não for requerido pelo estatuto social, caso em que será facultado aos
acionistas dissidentes retirar-se da sociedade.

Incorporação, Fusão e Cisão

A incorporação, fusão ou cisão pode ser operada entre sociedades de tipos iguais ou diferentes.
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra que
lhes sucede em todos os direitos e obrigações, com a conseqüente extinção das sociedades
incorporadas. A fusão é a operação pela qual há a extinção de duas ou mais sociedades que se
unem para formar uma nova sociedade, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
Finalmente a cisão é a operação pela qual os ativos e passivos de uma companhia são
transferidos, no todo ou em parte, para uma ou mais sociedades já existentes ou constituídas
para esse fim específico. Caso sejam transferidos todos os ativos e passivos da sociedade, ela
será então extinta. Os direitos e obrigações da sociedade cindida serão proporcionalmente
absorvidos pelas companhias que receberem seu patrimônio líquido.

Os motivos para realização das operações acima mencionadas deverão ser explicados e
justificados num Protocolo de Justificação assinado pelos administradores das sociedades
envolvidas. O protocolo deverá então ser aprovado em Assembléia Geral dos sócios dessas
- 17 -

sociedades. Também nestes casos verifica-se o direito de retirada já explicado.

Subsidiária Integral

A subsidiária integral é uma sociedade cuja totalidade do capital social é possuída por uma
outra companhia. Todavia, é necessário que a proprietária da subsidiária integral seja uma
sociedade brasileira. A constituição da subsidiária integral deve ser feita por escritura pública.
De outra forma, é possível que uma companhia já existente seja transformada em subsidiária
integral mediante aquisição, por sociedade brasileira, da totalidade de suas ações.

Distribuição de Dividendos

Tal como mencionado anteriormente em relação a sociedades limitadas, respeitados os


requisitos estabelecidos em lei e no estatuto social, e as respectivas origens, pode a companhia
distribuir dividendos a seus acionistas. Caso os acionistas sejam pessoas físicas ou jurídicas
residentes ou domiciliadas no exterior, a distribuição de dividendos por meio da contratação de
câmbio comercial dependerá do prévio registro, junto ao Banco Central do Brasil, do
investimento estrangeiro inicialmente realizado pelos acionistas, quando da integralização de
sua participação societária. Tal como já mencionado, estando registrado o investimento, a
distribuição, na proporção de referido registro, independerá de qualquer autorização prévia, e
poderá igualmente ser feita livre da incidência de tributos.

Ademais, é possível que a sociedade distribua juros sobre capital próprio, com respaldo na Lei
9249 de 1995 e na Lei 9430 de 1996. De acordo com esses dispositivos, o pagamento desses
juros está condicionado à existência de lucros, em quantia igual ou superior ao valor de duas
vezes os juros a serem pagos ou creditados. O cálculo é feito mediante aplicação da chamada
Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP, sobre os valores das contas do patrimônio líquido, com
os devidos ajustes. De acordo com o entendimento da Comissão de Valores Mobiliários, esse
tipo de juros tem a natureza de dividendos, configurando, para a empresa, distribuição de
resultado e não despesa. Todavia, diferentemente da distribuição de dividendos, acima
mencionada, os valores apurados como juros sobre o capital próprio estão sujeitos à incidência
de Imposto de Renda, à alíquota de 15%.

Procedimentos ligados à constituição de Sociedades

Independentemente do tipo societário escolhido, há certos procedimentos práticos comuns no


que diz respeito à constituição de sociedades no Brasil.

Primeiramente, é importante destacar que todos os documentos societários ligados à abertura de


uma empresa, seja o Contrato Social de sociedades limitadas, ou o Estatuto Social de
sociedades anônimas, estabelecido por meio de escritura pública ou assembléia geral dos
fundadores, devem ser levados a registro no competente órgão de Registro Público de Empresas
Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais existentes em cada Estado da Federação, e sob a
fiscalização e regulamentação do Departamento Nacional de Registro do Comércio. Ademais,
conforme o tipo de operação societária a ser realizada, será necessário publicar documentos
tanto na imprensa oficial do Estado como em jornal de grande circulação editado na localidade
- 18 -

da sede da sociedade6.

Além do registro dos atos e documentos societários em si perante as Juntas Comerciais, é


necessário que as empresas brasileiras mantenham registrados e atualizados determinados livros
societários. Os livros cuja manutenção pelas empresas é obrigatória variarão dependendo do
tipo societário adotado, mas em todos os casos sua função básica é documentar e registrar
eventos relevantes para a sociedade, seja do ponto de vista contábil, societário ou
administrativo.

Ademais, conforme já mencionado anteriormente, é indispensável que todos os sócios das


sociedades possuam cadastro perante a Secretaria da Receita Federal. Tal se aplica a pessoas
físicas e jurídicas residentes e domiciliadas no Brasil, e também àquelas residentes e
domiciliadas no exterior. Conforme o caso, o registro a ser obtido junto à Receita Federal, por
sócios ou acionistas estrangeiros, será no Cadastro de Pessoas Físicas (“CPF”) ou no Cadastro
Nacional de Pessoas Jurídicas (“CNPJ”).

Cumpre mencionar que também a empresa recém constituída deverá obter seu próprio número
de registro no CNPJ. Tal registro é indispensável para que a empresa efetivamente opere,
podendo então abrir e movimentar contas correntes em bancos brasileiros, participar de
licitações junto a órgãos governamentais, e tomar outras providências perante terceiros.

Adicionalmente à obtenção de um número de registro no CNPJ, outras providências serão


necessárias perante órgãos e repartições públicas, tanto estaduais como municipais, após a
constituição da empresa. A efetiva identificação de tais providências dependerá do tipo de
atividade a ser exercida pela empresa.

Finalmente, conforme já destacado, a constituição de empresas que tenham como sócios


pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras engloba a entrada no Brasil, para integralização das
respectivas participações societárias, de capital estrangeiro cujo registro perante o Banco
Central do Brasil se fará necessário. Tal registro possui caráter declaratório, devendo ser
portanto providenciado pelo próprio investidor estrangeiro e pela empresa brasileira receptora
de referido investimento.

Atualmente, o registro é feito de modo eletrônico, por meio do Sistema de Informações do


Banco Central (“Sisbacen”), especificamente no Módulo Registro Declaratório Eletrônico –
Investimento Externo Direto (“RDE-IED”). Desta forma, o investimento estrangeiro pode ser
feito de forma automática, independentemente de qualquer análise ou autorização prévia do
Banco Central. O valor do investimento estrangeiro declarado e registrado no RDE-IED
constitui base para cálculo de valores a serem repatriados em casos de redução de capital social,
bem como, conforme já mencionamos, para distribuição de dividendos, por meio da contratação
de câmbio comercial, pela empresa brasileira a sócios estrangeiros.

Ademais, destacamos que também estão sujeitas a registro perante o Banco Central do Brasil as
operações de investimento mediante conversão de créditos externos, investimento mediante
importação de bens sem cobertura cambial e reinvestimento de lucros.

6
Conforme anteriormente mencionado, há projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que pretendem tornar obrigatória
a publicação de demonstrações financeiras por sociedades limitadas e outros tipos jurídicos, adicionalmente às sociedades anônimas.
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DIREITO AMBIENTAL

A Constituição Federal de 1988 dedicou um capítulo à proteção do meio ambiente. Segundo os


termos da lei fundamental, é garantido a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, enquanto bem comum de todos e essencial a uma qualidade de vida sadia.
Atribuiu-se o dever de defesa e preservação do meio ambiente tanto ao Poder Público quanto à
coletividade.

A Constituição estabelece diversas obrigações às autoridades públicas, entre as quais podemos


destacar:

(i) preservação e recuperação de espécies e ecossistemas;

(ii) preservação da variedade e integridade do patrimônio genético e supervisão das


entidades envolvidas em pesquisa e manipulação genética;

(iii) educação ambiental em todos os níveis escolares;

(iv) definição de áreas a serem especialmente protegidas; e

(v) exigência de estudos de impacto ambiental para instalação de qualquer atividade que
possa causar significativa degradação ao equilíbrio ecológico.

Segundo a Constituição, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm


competência concorrente para legislar em matéria ambiental. Assim, poderá haver diferentes
regras e exigências de proteção ambiental conforme o local em que se pretende exercer uma
atividade econômica. Não obstante, foram reservadas à legislação federal matérias como águas,
energia, mineração e atividades nucleares, a respeito das quais, mediante autorização da União,
os Estados poderão igualmente legislar.

No que se refere à responsabilidade por danos ambientais, a Constituição determina que as


condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitam os infratores, quer
pessoas físicas quer jurídicas, a sanções penais e administrativas, sem prejuízo da obrigação de
reparar os danos causados.

A eficácia da legislação ambiental é garantida por todo um sistema de órgãos públicos federais.
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (“SISNAMA”) compreende: (a) o Conselho Nacional
do Meio Ambiente (“CONAMA”), órgão normativo, consultivo e deliberativo; (b) o Ministério
do Meio Ambiente, órgão central, com atribuições de coordenação, supervisão e controle da
Política Nacional do Meio Ambiente; e (c) o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (“IBAMA”), órgão executivo.

O SISNAMA é ainda complementado por diversos órgãos da administração federal, fundações


públicas voltadas à proteção do meio ambiente e entidades dos poderes executivos estaduais e
municipais, incluindo Secretarias estaduais e municipais do Meio Ambiente e agências
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ambientais como a CETESB, no Estado de São Paulo.

Compete ao IBAMA o licenciamento ambiental de atividades que representam potencial


impacto ambiental de âmbito nacional ou regional. São considerados empreendimentos ou
atividades passíveis de causar impacto ambiental aqueles que, por sua natureza, dimensão ou
localização são capazes de direta ou indiretamente provocarem alteração adversa das
propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente.

Compete, por sua vez, ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal, o licenciamento
ambiental de empreendimentos cujos impactos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais
municípios. Finalmente, compete ao órgão ambiental municipal o licenciamento de atividades
locais, assim entendidas aquelas cujos impactos se circunscrevem aos limites territoriais de um
município, sendo certo que, na prática, o órgão ambiental estadual desempenha papel
preponderante no licenciamento das atividades potencialmente poluidoras.

Entre algumas das atividades expressamente sujeitas a licenciamento ambiental, por


determinação do CONAMA, podemos destacar:

(i) extração de minerais;

(ii) indústria madeireira;

(iii) indústria de papel e celulose;

(iv) indústria da borracha;

(v) indústria química;

(vi) indústria têxtil;

(vii) transporte de cargas perigosas, marinas e portos;

(viii) complexos turísticos e de lazer;

(ix) atividades agropecuárias;

(x) indústria de fumo, entre diversas outras.

A licença ambiental é o ato administrativo por meio do qual o órgão ambiental competente
estabelece as condições, restrições e medidas de controle que deverão ser cumpridas pelo
empreendedor como condição à instalação, ampliação ou operação de empreendimentos ou
atividades que utilizem recursos naturais, ou que se considere efetiva ou potencialmente
poluidoras, ou ainda que possam causar degradação ambiental. O sistema de licenciamento
ambiental consiste no procedimento administrativo que visa acompanhar todo o
empreendimento desde seu projeto, controlando sua instalação e periodicamente o seu
funcionamento. Há diversas espécies de licenças que podem ser emitidas pelas autoridades
ambientais competentes, dependendo do tipo e estágio de implementação do empreendimento.
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Tutela Administrativa

O Decreto Federal nº 3.179, de 21 de setembro de 1999, que regulamenta a Lei nº 9.605, de 12


de fevereiro de 1998, conhecida como Lei dos Crimes Ambientais, dispõe sobre as sanções
administrativas aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, tais como
operação sem a devida licença ambiental, ou emissão de poluentes que ultrapasse os limites
estabelecidos em normas e legislação vigentes. Segundo a legislação, infrações de ordem
administrativa são punidas com as seguintes sanções:

(i) advertência;

(ii) multa simples ou diária;

(iii) apreensão, destruição, inutilização ou suspensão da venda dos produtos utilizados na


infração;

(iv) obrigação de reparação do dano;

(v) suspensão ou cancelamento de registro;

(vi) perda, restrição ou suspensão de incentivos e benefícios fiscais e de linhas de


financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; e

(vii) proibição de contratar com a Administração Pública.

Não obstante a existência de legislação federal, muitos Estados possuem normas próprias
dispondo de forma específica sobre as sanções administrativas aplicáveis a irregularidades
ambientais.

Responsabilidade Penal

A Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, estabelece as sanções criminais aplicáveis às


atividades lesivas ao meio ambiente. Até o advento dessa legislação, as sanções penais
encontravam-se estabelecidas de forma esparsa em textos legais como o Código Florestal, o
Código de Caça, entre outros. A legislação atual estabelece a responsabilidade criminal daquele
que der causa a uma conduta ou atividade lesiva ao meio ambiente em função de seu grau de
culpa ou dolo.

De acordo com a legislação brasileira, são imputáveis criminalmente não apenas o responsável
direto pelo dano ambiental, mas igualmente outros agentes que, tendo conhecimento da conduta
ofensiva, contribuíram para sua concretização, por ação ou omissão, ainda que estivesse ao seu
alcance evitá-la. Entre tais agentes, a lei elenca expressamente o diretor, administrador, membro
de conselho e de órgão técnico, auditor, gerente, preposto ou mandatário de pessoa jurídica. A
legislação também prevê a responsabilização penal da pessoa jurídica diretamente, sem prejuízo
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das sanções aplicáveis às pessoas naturais que possam ser consideradas como co-autoras do
mesmo dano causado ao meio ambiente. Finalmente, a lei contempla a eventual
desconsideração da personalidade jurídica, sempre que esta for obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados ao meio ambiente.

Às pessoas naturais, a legislação prevê penas restritivas de liberdade (reclusão ou detenção) e


penas restritivas de direitos, como prestação de serviços à comunidade, interdição temporária de
direitos, suspensão parcial ou total das atividades, prestação pecuniária e recolhimento
domiciliar. No que se refere às pessoas jurídicas, são aplicáveis penas de multa, prestação de
serviços à comunidade e penas restritivas de direitos, tais como suspensão parcial ou total do
exercício de atividades, interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade, e a
proibição de contratar com a Administração Pública.

As infrações à legislação ambiental permitem transação com o Ministério Público, que tem o
monopólio da iniciativa da aplicação das penas criminais, desde que obedecidas determinadas
condições concernentes à gravidade da infração praticada contra o meio ambiente.

Responsabilidade Civil

Independentemente das responsabilidades administrativa e penal, tal como ocorre em outros


países, a Política Nacional do Meio Ambiente no Brasil encontra-se baseada no princípio do
poluidor-pagador, fundamentado na responsabilidade civil objetiva, isto é, aquela que prescinde
apuração de culpa. O dever de reparar depende apenas do estabelecimento de um nexo de causa
e efeito entre a atividade desenvolvida pelo empreendimento e o dano causado.

A atual Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
1981, toma como pressuposto o fato de que não há dano ambiental a salvo da respectiva
recuperação ou indenização. Desta forma, considera-se que mesmo emissões de poluentes
toleradas pelos padrões legais estabelecidos poderão causar um dano ambiental e, portanto,
sujeitar o causador do dano à reparação ou ao pagamento de uma indenização.

A legislação faculta ao Ministério Público instaurar inquérito civil de forma a reunir


informações acerca de possíveis irregularidades ou danos ambientais, o que pode resultar na
propositura de uma ação judicial específica visando à proteção do meio ambiente e à reparação
aos danos causados, denominada ação civil pública. Nesses inquéritos é possível firmar
compromissos de ajustamento, prevendo a adoção de medidas tendentes a sanar as
irregularidades ambientais e/ou reparar ou ainda indenizar os danos causados ao meio ambiente,
evitando assim a propositura da ação civil pública.
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DIREITO CONCORRENCIAL
A Lei nº 8.884, de 13 de junho de 1994 (“Lei de Defesa da Concorrência”), tendo como
objetivo precípuo a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, encontra
seus fundamentos basilares na Constituição Federal de 1988, visto ser orientada pelos princípios
constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade,
defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. Estes são igualmente os
princípios gerais orientadores da atividade econômica, previstos no artigo 170 e seguintes da
Constituição.

Anteriormente à Constituição Federal de 1988, outros diplomas legais já continham algumas


disposições relativas à matéria. De fato, o marco da defesa da concorrência no Brasil foi a
edição da Lei nº 4.137, de 10 de setembro de 1962, que continha regras genéricas sobre o abuso
do poder econômico, com disposições muito amplas sobre o controle de atos e contratos que
pudessem prejudicar a livre concorrência no mercado brasileiro. Foi essa lei que criou o
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (“CADE”), órgão incumbido de aplicar a Lei de
Defesa da Concorrência no Brasil.

Outros decretos e leis de menor importância foram posteriormente promulgados para tratar
dessa mesma questão. Em 8 de janeiro de 1991, foi promulgada a Lei nº 8.158 que, em conjunto
com a Lei nº 4.137 de 1962, acima mencionada, constituiu o arcabouço legal para a defesa da
concorrência, até a promulgação da atual Lei de Defesa da Concorrência.

A atual Lei de Defesa da Concorrência dá mais força e legitimidade ao CADE para controlar e
reprimir os abusos de poder econômico, ao transformar aquele Conselho em autarquia federal,
vinculada ao Ministério da Justiça.

A Lei de Defesa da Concorrência é aplicável a todo e qualquer ato praticado total ou


parcialmente em território brasileiro, ou que nele venha a produzir efeitos, ainda que ocorrido
no exterior, estando previstas duas espécies de controle pelo CADE: o preventivo e o
repressivo. Por um lado, controla-se atos que possam conduzir a posições dominantes no
mercado. Por outro, investiga-se e sanciona-se atividades que violem a atividade econômica.

Tutela Preventiva

Quaisquer atos que possam limitar ou prejudicar a livre concorrência ou, ainda, resultar em
domínio de mercados relevantes de bens ou serviços devem ser submetidos à apreciação do
CADE. De acordo com os critérios estabelecidos pela Lei de Defesa da Concorrência,
dependem de aprovação do CADE fusões, incorporações, compra e venda de sociedades ou
qualquer outra forma de agrupamento societário, sempre que (a) a sociedade ou grupo de
sociedades resultante destas operações passar a deter 20% do respectivo mercado relevante; ou
(b) sempre que quaisquer das partes envolvidas tenha apurado um faturamento bruto anual
equivalente a R$ 400 milhões, em seu último balanço. Com relação ao critério do faturamento,
o CADE considera não apenas o faturamento bruto das empresas diretamente envolvidas na
operação sob análise, mas também o faturamento dos respectivos grupos econômicos, em
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âmbito mundial.

Operações que se enquadrarem nos critérios acima mencionados deverão ser submetidas à
apreciação do CADE no prazo máximo de 15 dias úteis a contar da assinatura do primeiro
documento vinculativo entre as partes, sob pena de multa entre 60.000 e 6.000.000 UFIR’s7.

A documentação referente à operação deve ser entregue para a Secretaria de Direito Econômico
(“SDE”), órgão do Ministério da Justiça responsável por investigar quaisquer irregularidades no
setor econômico e instaurar os processos administrativos pertinentes.

A decisão do CADE é definitiva, não recorrível administrativamente. Todavia, admite-se


recurso ao poder judiciário. A decisão que não aprove uma operação também indicará, caso a
caso, as medidas a serem implementadas pelas partes para reversão total ou parcial dos atos até
então já praticados.

A operação poderá ser aprovada mesmo em face de eventual concentração econômica, se tiver
por finalidade aumentar a produtividade, melhorar a qualidade ou impulsionar o
desenvolvimento tecnológico, sempre devidamente comprovados. O CADE será responsável
pelo estabelecimento das diretrizes de desempenho nos termos das quais uma operação que
resulte em concentração econômica poderá ser aprovada.

Tutela Repressiva

A Lei de Defesa da Concorrência define critérios para caracterização de infrações à ordem


econômica, como tal considerados quaisquer atos que conduzam ou sejam capazes de conduzir
à limitação, falsificação ou prejuízo da livre concorrência ou liberdade de iniciativa, controle de
mercados relevantes de bens ou serviços, aumento arbitrário de lucros, ou ainda exercício
abusivo de posição dominante. A Lei lista ainda, a título meramente exemplificativo, uma série
de práticas consideradas potencialmente lesivas à ordem econômica, entre as quais destacamos:
vendas casadas, recusa de venda, acordo de preços entre concorrentes, divisão de mercado,
vendas abaixo do preço, “underselling”, imposição de preços de revenda a distribuidores,
varejistas e representantes, aumento injustificado de preços e lucros abusivos.

Conforme mencionamos, competirá à SDE investigar as práticas e irregularidades acima


indicadas, eventualmente instaurando processos administrativos. A decisão final quanto a tais
processos caberá ao CADE.

Os processos administrativos podem ser instaurados pela SDE diretamente, ou por


representação escrita e fundamentada apresentada pelo Senado, pela Câmara Federal, por
Comissão do Congresso Nacional ou por qualquer parte interessada. Tanto a SDE como o
CADE poderão solicitar informações a qualquer pessoa, órgão, autoridade ou entidade, pública
ou privada. Tanto a SDE quanto o CADE poderão impor contra o infrator medidas preventivas
que conduzam à cessação da infração, ou mesmo aplicar multas diárias, em caso de
descumprimento de uma de suas decisões.


7
A UFIR é uma taxa de referência, utilizada para fins de reajuste monetário, extinta em outubro de 2000, com seu valor congelado em
R$ 1,0641.
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Caso verificada infração, o CADE poderá aplicar as seguintes sanções:

(i) À empresa: multa de 1% a 30% do faturamento bruto apurado no seu último exercício
fiscal. O montante da multa não poderá ser inferior ao proveito obtido pela empresa por
meio da prática lesiva, quando quantificável;

(ii) Ao administrador: se for também considerado responsável pela infração, multa de 10% a
50% do valor daquela aplicada à empresa.

As sanções acima poderão ser duplicadas em caso de reincidência e, independentemente disto,


poderão ser acompanhadas de penalidades complementares, entre as quais se destacam:
cancelamento de incentivos fiscais ou subsídios públicos, proibição de contratar com
instituições financeiras oficiais e participar de licitações públicas, cisão da sociedade,
transferência de controle societário, e/ou venda de ativos, entre outras medidas consideradas
adequadas para eliminar os efeitos da infração.

Prevê-se, ainda, com base na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, a possibilidade de


imposição de pena de detenção aos administradores, como garantia da ordem pública e da
ordem econômica, quando houver prova da existência dos respectivos crimes e indício
suficiente de autoria.

Agências Reguladoras

O Governo Federal criou diversas agências reguladoras, responsáveis por setores específicos da
economia. Entre as principais delas, podemos citar:

• ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações;


• ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica;
• ANP – Agência Nacional do Petróleo;
• ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres;
• ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários.

A principal função das agências é controlar e regulamentar atividades de relevante interesse


público, que gradualmente vêm sendo transferidas da esfera de atuação estatal para a privada.
Por meio de sua atuação, mencionadas agências regulam a estrutura dos mercados sob seus
respectivos âmbitos de competência. Não obstante a criação de tais agências, o entendimento
ora prevalecente é o de que remanesce ao CADE o direito-dever de exercer suas funções
preventivas e repressivas, no âmbito da defesa da concorrência, mesmo em setores regulados.
Em alguns casos, acordos de cooperação entre o CADE e as agências reguladores regulamentam
e disciplinam o exercício de suas respectivas competências, no exame de atos e contratos.
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DIREITO DO TRABALHO
Os princípios orientadores do Direito do Trabalho encontram-se na Constituição Brasileira. A
legislação laboral básica, por sua vez, está contida na Consolidação das Leis do Trabalho –
CLT, datada de 1943, havendo ainda dispositivos determinando direitos e deveres dos
empregados e empregadores em Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho e em algumas
leis específicas sobre determinadas matérias.

Empregado é toda pessoa que presta serviços regularmente a um empregador, com subordinação
e sob sua orientação, e mediante remuneração. Já o trabalhador autônomo é aquele que presta
serviços de forma independente, atuando por si próprio, determinando suas próprias tarefas,
desenvolvendo seu próprio negócio e assumindo os riscos de suas atividades, sem estar sujeito a
qualquer subordinação.

Por outro lado, a legislação trabalhista define empregador como sendo a empresa, individual ou
coletiva, que assume os riscos da atividade econômica, admite, remunera os empregados e
dirige-lhes as atividades. É importante ressaltar que empresas que pertençam ao mesmo grupo
econômico, estando sob o mesmo controle ou direção, são solidariamente responsáveis pelo
cumprimento de obrigações de natureza trabalhista.

Contrato de Trabalho

O contrato individual de trabalho não exige formalidades, sendo que a contratação verbal é
plenamente válida. Todavia, é imprescindível o registro da existência do contrato de trabalho na
Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS do trabalhador no prazo de 48 horas a contar
da contratação. A empresa, por sua vez, deverá manter registro específico de suas contratações
em livro próprio para tanto.

Normalmente, o empregado é contratado por um período indeterminado de tempo. Contratos


por tempo determinado constituem exceção à regra, e como tal dependem de certos requisitos,
quais sejam: (i) a natureza dos serviços justificar o estabelecimento de um período pré-
determinado de tempo, (ii) a atividade empresarial ser de natureza temporária, ou (iii) tratar-se
de contrato de experiência.

Direitos do Empregado

A relação de emprego enseja, desde logo e independentemente de menção específica no


contrato de trabalho, uma série de direitos essenciais assegurados pela legislação brasileira. Sem
prejuízo, legislação especial ou Convenções Coletivas de Trabalho podem assegurar a
determinadas categorias de empregados outros direitos ou direitos mais abrangentes. Os
principais direitos dos empregados são:

(i) Remuneração: pode ser paga mensalmente, quinzenalmente, semanalmente, ou por


tarefa, dependendo das condições da contratação, não podendo ser inferior ao "salário
mínimo" fixado pelo Governo para todo o território nacional, ou ao eventual piso
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salarial estabelecido pela Convenção Coletiva de cada categoria profissional, o que for
maior. A remuneração inclui alimentação, moradia ou qualquer outro benefício que a
empresa proporcionar habitualmente ao empregado, por ajuste expresso ou tácito.
Benefícios concedidos passam a integrar as condições do contrato de trabalho, não
podendo ser reduzidos ou suprimidos.

(ii) Descanso Semanal Remunerado: Todos os empregados têm direito a um dia de


descanso remunerado, preferencialmente no domingo. A remuneração contratada em
base mensal já inclui o pagamento do descanso semanal remunerado.

(iii) Férias: Após um ano de serviço na mesma empresa (chamado de período aquisitivo), o
empregado tem direito a 30 dias de férias, salvo se houver faltado injustificadamente
mais de cinco vezes ao serviço durante esse período. Caso não concedidas durante o ano
seguinte ao período aquisitivo, denominado período concessivo, as férias serão devidas
em dobro pelo empregador.

(iv) 1/3 Adicional de Férias: Os empregados têm o direito de receber um adicional de 1/3
sobre a remuneração mensal normal, na época das férias anuais.

(v) 13º Salário: Em dezembro de todo ano, o empregador deve pagar ao empregado uma
remuneração extra, conhecida como 13º salário, correspondente ao salário do mês
acrescido da média anual de outras verbas habitualmente pagas ao empregado durante o
ano.

(vi) Aviso Prévio: O contrato de trabalho por tempo indeterminado pode ser rescindido a
qualquer tempo e sem justa causa, mediante aviso prévio de uma parte à outra. Se é o
empregador quem toma a iniciativa da rescisão sem justa causa, deve conceder aviso
prévio ao empregado de, no mínimo, 30 dias. Durante esse período, o empregado tem
direito à redução de duas horas em jornada diária, ou à dispensa do trabalho por sete dias
consecutivos, sem prejuízo de sua remuneração. O empregador pode dispensar o
trabalho do empregado no período de aviso prévio, mediante o pagamento de
indenização correspondente.

(vii) Jornada de Trabalho: Ordinariamente, a jornada máxima de trabalho dos empregados


não deve ultrapassar 8 horas por dia, perfazendo 44 horas por semana, considerando
intervalo diário de 1 hora para refeição e descanso. Algumas categorias profissionais
têm regimes especiais no que se refere às jornadas de trabalho. Todo trabalho executado
além dos limites legais é havido como extraordinário, sendo que sua remuneração
mínima por hora deve ser 50% superior àquela da hora normal de trabalho. O pagamento
de horas extras não se aplica aos empregados que exercem atividade externa, por ser
incompatível com a fixação de horário de trabalho, bem como aos gerentes, assim
considerados os empregados que exercem cargos de gestão, aos quais se equiparam os
diretores e chefes de departamento ou filial. Ainda em relação a este assunto, cabe
ressaltar que trabalho noturno é aquele executado entre dez horas da noite de um dia e
cinco horas da manhã do dia seguinte. A hora de trabalho noturno dá ao trabalhador o
direito de receber um adicional mínimo de 20% sobre o valor da hora diurna, o qual
pode ser acumulado com o adicional de horas extras.
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(viii) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS: Pela Constituição Federal, todo
empregado contratado após 5 de outubro de 1988 é automática e obrigatoriamente
vinculado ao regime do FGTS, pelo qual o empregador é obrigado a depositar
mensalmente, numa conta bancária bloqueada, em favor de cada empregado, a quantia
correspondente a 8,5% de sua remuneração mensal. Sob esse regime, o empregado
dispensado sem justa causa tem direito de sacar o total dos depósitos realizados pelo
empregador em sua conta de FGTS, acrescido de juros, correção monetária e mais uma
multa de 50%. Contratos coletivos de trabalho podem prever uma indenização adicional.

(ix) Previdência Social: Todo empregado deve necessariamente estar filiado à Previdência
Social oficial. A Previdência Social no Brasil é custeada pelas contribuições mensais
dos empregados, dos empregadores e do Estado. Após determinado período de filiação e
contribuição, os empregados adquirem o direito aos benefícios previstos na legislação
previdenciária.

Interrupção e Suspensão do Contrato de Trabalho

A interrupção do contrato de trabalho implica cessação temporária da efetiva prestação de


serviços por parte do trabalhador, sem prejuízo de sua remuneração, benefícios ou contagem do
tempo de serviço. Exemplos de hipóteses de interrupção são doença, licença maternidade ou
férias anuais, entre outros casos.

Por sua vez, ocorre suspensão do contrato de trabalho quando cessa tanto a prestação efetiva de
serviços pelo empregado, como também sua remuneração, contagem de tempo e demais
benefícios, sem contudo ter-se terminado a relação de emprego. Como exemplos de hipóteses
de suspensão do contrato de trabalho, podemos citar licenças não remuneradas e participação
em greves.

Extinção do Contrato de Trabalho

De acordo com a legislação brasileira, a relação de trabalho pode encerrar-se por iniciativa do
empregador, do empregado, ou ainda pelo decurso do tempo. Independentemente da causa, o
instrumento de rescisão do contrato de trabalho deve especificar o motivo pelo qual a relação de
emprego se encerra, e discriminar os valores pagos ao trabalhador, valendo como recibo para a
empresa. Caso os valores devidos não sejam pagos ao empregado, o empregador ficará sujeito a
multa, bem como ao pagamento, a título de indenização, de montante equivalente a um salário
do empregado. Finalmente, caso o empregado tenha trabalhado durante mais de um ano, o
instrumento de rescisão apenas será válido se confeccionado com assistência do respectivo
Sindicato, ou então se firmado perante autoridade do Ministério do Trabalho.

Quando a iniciativa do término da relação de emprego é do empregador, tal pode se dar com ou
sem justa causa.

(i) Dispensa por Justa Causa: somente pode ocorrer se forem cometidas faltas graves, tal
como definidas em Lei. Entre os principais casos, destacamos:
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(a) ato de improbidade;

(b) negociação habitual por conta própria ou alheia, sem permissão do empregador,
quando tal (i) consistir em ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o
empregado, ou (ii) for prejudicial ao serviço;

(c) condenação criminal do empregado, transitada em julgado, caso não tenha


havido suspensão da pena;

(d) embriaguez habitual ou em serviço;

(e) violação de segredo da empresa;

(f) ato de indisciplina ou insubordinação;

(g) abandono de emprego.

Se o empregado é demitido por justa causa, terá direito somente à remuneração referente aos
dias já trabalhados no mês e às férias vencidas, acrescidas de um terço.

(ii) Dispensa sem Justa Causa: Caso a dispensa do trabalhador se dê sem justa causa, por
iniciativa do empregador, aquele terá direito ao recebimento das seguintes parcelas:

(a) saldo de salários;

(b) 30 dias de aviso prévio;

(c) 13º salário proporcional (calculado com base no último salário);

(d) férias simples ou em dobro, se houver;

(e) adicional de um terço relativo a férias; e

(f) liberação dos depósitos do FGTS, acrescidos de multa de 50% sobre a quantia
total depositada a esse título em nome do empregado, durante seu contrato de
trabalho.

O contrato de trabalho individual e a convenção coletiva aplicável podem prever outros


benefícios a serem igualmente levados em consideração, quando da rescisão contratual.

(iii) Pedido de Demissão: quando a iniciativa do término da relação de emprego é do


próprio empregado, este terá direito a todas as verbas relacionadas acima, com exceção
do aviso prévio e do levantamento dos depósitos do FGTS acrescidos da multa de 50%.
Ademais, quando o empregado se demite antes de completar um ano de trabalho com o
mesmo empregador, não tem direito ao pagamento de férias proporcionais.
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(iv) Dispensa Indireta: o trabalhador poderá dar por rescindido seu contrato de trabalho,
pleiteando a respectiva indenização, quando:

(a) forem a ele exigidos serviços superiores a suas forças, contrários à lei e aos bons
costumes ou alheios a seu contrato de trabalho;

(b) for tratado por superiores hierárquicos com rigor excessivo;

(c) correr perigo manifesto de mal considerável;

(d) o empregador não cumprir seus deveres contratuais;

(e) o empregador praticar atos que lesem sua honra ou fama, ou aquelas de seus
familiares;

(f) o empregador o ofender fisicamente;

(g) o empregador reduzir seus afazeres, de forma a afetar consideravelmente a


importância do salário percebido pelo empregado.

Em qualquer das hipóteses acima mencionadas, as verbas rescisórias devidas pelo empregador
devem ser pagas dentro de no máximo dez dias a contar da data do pedido de demissão ou do
aviso prévio, quando o respectivo período é indenizado. De outra forma, caso o empregado
trabalhe durante o período do aviso prévio, as verbas rescisórias devidas pelo empregador
devem ser pagas no primeiro dia útil após o seu término. Cabe ressaltar que, caso não
cumpridos os prazos acima mencionados, o empregador ficará sujeito à aplicação de multa
equivalente a um mês da remuneração do empregado.

Contratos por Tempo Determinado

Por regra, o contrato de trabalho celebrado por tempo determinado cessa com o advento de seu
termo. Embora neste caso o empregador não deva nenhuma indenização ao trabalhador, a este
deverão ser pagos os respectivos valores a título de:

(i) 13º salário proporcional (calculado com base no último salário);

(ii) férias vencidas, se houver;

(iii) adicional de um terço relativo a férias; e

(iv) liberação dos depósitos do FGTS.

Caso o empregador decida terminar a relação de emprego por tempo determinado antes do
advento do termo estipulado, deverá indenizar o trabalhador em metade do valor correspondente
aos salários a que faria jus o trabalhador até o final do termo originalmente estipulado. Por outro
lado, caso a iniciativa de término seja do trabalhador, este será responsável por danos a que se
sujeite o empregador em decorrência da cessação de sua prestação de serviços. Não obstante, o
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montante em que o trabalhador deverá indenizar o empregador não deverá exceder aquele que a
ele seria devido, caso fossem inversas as situações.

Trabalhadores Estrangeiros

Em relação à mão de obra estrangeira, a política laboral brasileira adota o princípio da


proporcionalidade, mediante o qual, salvo exceções, toda empresa deve assegurar que ao menos
dois terços de seu pessoal seja brasileiro. Essa proporção aplica-se tanto ao número de
empregados como à folha de pagamento, ou seja, dois terços dos salários pagos por qualquer
empresa no Brasil também deve se destinar a empregados brasileiros. Da mesma forma, o
princípio da proporcionalidade não permite que seja pago a um trabalhador brasileiro salário
inferior ao de um estrangeiro que exerça a mesma função. Finalmente, outra implicação do
princípio da proporcionalidade consiste no fato de que, se necessária a dispensa de um
trabalhador, o estrangeiro será dispensado antes do brasileiro que execute a mesma tarefa.

Controle de Imigração

A entrada de estrangeiros em território brasileiro depende da prévia concessão do respectivo


visto. As regras básicas acerca da matéria encontram-se na Lei nº 6.815, de 19 de agosto de
1980 ("Estatuto dos Estrangeiros"), que regulamenta, entre outros assuntos, o ingresso e
permanência de estrangeiros no Brasil, sua identificação, procura de colocação, atividade
profissional e outras, aquisição da nacionalidade brasileira, extradição, expulsão e deportação,
bem como estabelece os direitos e deveres recíprocos do estrangeiro e do Governo brasileiro.

De acordo com a legislação brasileira, inclusive trabalhista, cidadãos estrangeiros residentes


legalmente no Brasil possuem os mesmos direitos que cidadãos brasileiros. Sem prejuízo, a
autorização para que estrangeiros trabalhem no Brasil depende de alguns requisitos, como
veremos mais à frente.

A política brasileira de imigração é controlada pelo Conselho Nacional de Imigração, órgão


subordinado ao Ministério do Trabalho e Emprego. A concessão de vistos está subordinada aos
interesses nacionais, sendo que a posse ou propriedade de bens no Brasil não enseja
automaticamente a obtenção de qualquer tipo de visto ou autorização de permanência.
Concretamente falando, os vistos são concedidos aos estrangeiros por missões diplomáticas ou
outras repartições consulares. A lei prevê os seguintes tipos de visto:

(i) para trânsito;

(ii) de turista;

(iii) temporário;

(iv) permanente;

(v) de cortesia;
- 32 -

(vi) oficial; e

(vii) diplomático.

Visto de Trânsito

Para que estrangeiros transitem pelo território brasileiro a caminho de outro país, precisarão
obter um visto de trânsito, exceto se sua viagem se der de modo ininterrupto. Caso a interrupção
da viagem se dê apenas por escala referente ao meio de transporte, o visto de trânsito também
não será exigido. Uma vez concedido, tal visto permite uma única permanência de no máximo
dez dias, em caráter improrrogável.

Visto de Turista

Concedido ao estrangeiro que não tenha objetivo imigratório, ou de exercício de atividade


remunerada no Brasil, mas apenas recreação e visita. Turistas não podem permanecer em
território brasileiro indefinidamente. O visto de turista terá validade máxima de cinco anos,
permitindo múltiplas entradas no território. Cada estadia não poderá exceder 90 dias, sendo
possível a prorrogação por uma vez, por até igual período, não excedendo 180 dias por ano. O
governo brasileiro assinou diversos tratados internacionais garantindo tratamento recíproco para
turistas. Desta forma, turistas oriundos de países que dispensam a apresentação de vistos para
entrada de brasileiros em seus territórios têm igualmente dispensada referida apresentação para
ingresso no Brasil.

Visto Temporário

Vistos temporários podem ser concedidos ao estrangeiro em uma das hipóteses previstas em lei.
Esta espécie de visto o autoriza a permanecer em território brasileiro por determinado período
de tempo. O visto permite ainda que o estrangeiro se ausente do país para então retornar, desde
que o faça dentro do prazo de estadia originalmente estipulado. Finalmente, a concessão e
vigência de determinado tipo de visto não impede que o estrangeiro requeira e que lhe seja
concedido novo visto, de tipo igual ou diverso.

De acordo com a legislação brasileira, as situações que ensejam concessão de vistos temporários
são as seguintes:

(i) viagem cultural ou missão de estudos;

(ii) viagem de negócios;

(iii) como artista ou atleta;

(iv) como estudante;

(v) como cientista, professor, técnico ou outro profissional qualificado, mediante contrato
com uma organização local ou para prestar serviços ao Governo brasileiro;
- 33 -

(vi) como correspondente estrangeiro de jornais, revistas, rádio, televisão ou agência de


notícias estrangeira; e

(vii) como missionário.

Estrangeiros em viagem de negócios, artistas e atletas podem permanecer no território nacional


por até 90 dias, prorrogáveis por até igual período, a critério das autoridades imigratórias.

Estrangeiros em missão cultural, cientistas, professores, técnicos e correspondentes estrangeiros


poderão permanecer enquanto durar a atividade a que estão ligados, limitado o prazo àquele
previsto em lei. Os vistos temporários são renováveis por período igual ao de sua concessão
inicial.

Caso o objetivo do estrangeiro seja exercer qualquer atividade remunerada no território


brasileiro, sua entrada no território nacional dependerá de obtenção, conforme o caso, de visto
temporário ou permanente. O visto temporário será concedido somente a artistas, atletas,
cientistas, técnicos, professores e profissionais estrangeiros qualificados que atenderem as
exigências do Conselho Nacional de Imigração e que tenham seu contrato de trabalho aprovado
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, salvo se estiverem visitando o Brasil para prestar
serviços ao Governo brasileiro. O estrangeiro deverá também apresentar comprovante de que
possui meios para se sustentar e a sua família enquanto permanecer no Brasil.

Os titulares de visto temporário têm direito de trazer para o Brasil seus pertences, exceto
veículos automotores, e seus equipamentos profissionais. Tais bens serão admitidos no Brasil
sob as regras especiais do regime de admissão temporária, para o qual não é exigida guia de
importação, embora certas formalidades tenham de ser cumpridas.

Os titulares de visto temporário estão sujeitos a certas restrições como, por exemplo, não se
estabelecer sob a forma de empresa individual nem se tornar gerente, diretor ou administrador
de sociedades. Os dependentes dos titulares de vistos temporários e os estudantes estrangeiros
não poderão exercer atividade remunerada. Além disso, os estrangeiros que entrarem no Brasil
com visto temporário, mas sob contrato de trabalho, só poderão exercer atividade remunerada às
empresas que os contrataram.

Atividades Remuneradas

Conforme previamente mencionado, o exercício de qualquer atividade remunerada pelo


estrangeiro junto a empresas brasileiras, em território nacional, depende de prévia concessão de
visto temporário ou permanente, conforme o caso. É importante salientar, desde logo, que caso
o exercício de referida atividade ocorra em desacordo com as regras atinentes ao visto obtido, a
empresa ficará sujeita a aplicação de multas pelas autoridades brasileiras, e o estrangeiro poderá
vir a ser deportado.

Prestação de Serviços Técnicos

O estrangeiro pode obter uma autorização de trabalho e visto temporário se sua vinda ao Brasil
- 34 -

ensejar transferência de tecnologia, ou caso venha prestar serviços de assistência técnica


decorrentes de contrato entre empresa brasileira e estrangeira. Nestes casos, todavia, destacamos
alguns requisitos para a concessão do visto: a demanda dos serviços pela empresa brasileira
deve ser esporádica e os serviços em si específicos e estranhos à atividade ordinária da
sociedade; e as atividades a serem desempenhadas pelo estrangeiro devem ser especializadas a
tal ponto de não poderem ser realizadas por mão de obra disponível no Brasil. Alertamos, ainda,
que os respectivos contratos de assistência técnica ou transferência de tecnologia deverão ser
levados à averbação perante o Instituto Nacional da Propriedade Industrial. O visto temporário
concedido nas hipóteses ora mencionadas terá validade máxima de dois anos, prorrogáveis por
igual período, não podendo ser transformado em visto permanente.

Contratos de Trabalho com Estrangeiros

É possível ao estrangeiro requerer concessão de visto temporário para exercício no Brasil de


atividade remunerada, mediante vínculo empregatício com empresa brasileira. Nestes casos, o
respectivo pedido deverá ser encaminhado para análise do Ministério do Trabalho e Emprego,
acompanhado de documentos que evidenciem e comprovem a qualificação e experiência
profissional do estrangeiro, demonstrando compatibilidade com a atividade que se pretenda
desenvolver em território nacional. São requisitos para a concessão de visto nesta hipótese: (a)
experiência de dois anos no exercício de profissão de nível superior; ou (b) experiência de três
anos no exercício de profissão de nível médio, com escolaridade mínima de nove anos. Será
ainda necessário que a empresa brasileira justifique ao Ministério do Trabalho e Emprego os
motivos da contratação de estrangeiros para os postos em questão.

Visto Permanente

O visto permanente é aquele expedido para o estrangeiro que pretende ingressar no Brasil com
objetivos imigratórios, ou seja, para aqui permanecer indefinidamente. Nos termos da legislação
aplicável, a concessão do visto permanente está condicionada a certas qualificações, de modo
que as habilidades oferecidas pelo estrangeiro precisam ser especializadas, facilitando assim o
aumento da produtividade, assimilação tecnológica e atração de recursos a setores específicos
da economia e, evidentemente, precisam também satisfazer os critérios de seleção do Conselho
Nacional de Imigração. Um estrangeiro com residência permanente poderá deixar o país e
retornar sem visto de entrada, desde que permaneça no exterior por menos de dois anos.

Cargos de Gestão

No que se refere a vistos permanentes para estrangeiros que sejam diretores ou executivos, ou
que ocupem quaisquer outros cargos de gestão, e que venham ao Brasil para exercer tais cargos
em empresas brasileiras, sua efetiva concessão fica condicionada, pelo prazo de até cinco anos,
ao efetivo exercício de função que a ele seja designada em ato societário devidamente registrado
nos órgãos públicos competentes.

Nestes casos, a concessão de visto apresenta alguns outros requisitos, quais sejam:
- 35 -

(i) a empresa brasileira em questão deverá comprovar que nela foi investido, por
estrangeiro contratado, valor igual ou superior a US$ 200.000,008, ou equivalente em
outras moedas, seja por investimento em moeda, transferência de tecnologia, ou outros
bens de capital. O comprovante deste investimento deverá ser feito pelos competentes
registros de capital estrangeiro mantidos perante o Banco Central do Brasil, ou pela
apresentação do correspondente contrato de câmbio por meio do qual os recursos foram
remetidos ao Brasil, acompanhado neste último caso de documentos societários que
evidenciem seu aproveitamento para o aumento do capital social da empresa brasileira; e

(ii) a empresa brasileira deve haver gerado durante o ano anterior à contratação do
estrangeiro, no mínimo, crescimento da folha salarial igual ou superior a 20% ou a 240
salários mínimos9, crescimento este decorrente de novos empregos.

Concomitância

Segundo determina a legislação brasileira, estrangeiros que exerçam cargos de gestão em


empresas brasileiras, nos moldes acima comentados, não podem ter suas funções modificadas
passando a exercer novas atividades na mesma empresa, tampouco poderão exercer as mesmas
ou novas funções em outras empresas do mesmo grupo ou conglomerado econômico, sem que
para tanto tenha sido previamente autorizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Grupo ou
conglomerado econômico são considerados pela legislação brasileira como o conjunto de
empresas que possua, direta ou indiretamente, o mesmo controlador ou que mantenha, direta ou
indiretamente, entre si, vínculos de coligação ou controle.

Quando da eventual solicitação ao Ministério do Trabalho e Emprego de autorização para


exercício de cargos de gestão em concomitância, o estrangeiro deverá, adicionalmente aos
procedimentos adotados para a obtenção de seu visto permanente, acima descritos:

(i) apresentar o respectivo requerimento, fazendo referência ao processo que originou seu
visto inicial;

(ii) comprovar o vínculo associativo existente entre as empresas do grupo ou conglomerado


econômico;

(iii) apresentar o ato de indicação para os cargos que ocupará em todas as empresas; e

(iv) apresentar uma carta de anuência para o exercício de cargo em concomitância, firmada
pela empresa para a qual o estrangeiro foi inicialmente autorizado.

Nestes casos, todavia, dispensa-se a comprovação, para cada dirigente estrangeiro, do


investimento mínimo de US$ 200.000,00 acima mencionado, para cada empresa do grupo ou
conglomerado econômico, na qual o estrangeiro exerce concomitantemente uma outra função.

8
Para obtenção de visto permanente para estrangeiros provenientes da Argentina, o investimento mínimo requerido é de US$
100.000,00, nos termos do Acordo sobre Facilitação de Atividades Empresariais, celebrado entre o Brasil e a Argentina, em 15 de
fevereiro de 1996.
9
O salário mínimo nacional é de R$ 260,00.
- 36 -

Bastará que inicialmente se tenha comprovado tal investimento, quando da obtenção original de
seu visto permanente.

Vistos no Mercosul

Por meio da Decisão nº 16 de 15 de dezembro de 2003, o Conselho do Mercado Comum do


Mercosul estabeleceu o Acordo para Criação do “Visto Mercosul”, acordo este ainda pendente
de ratificação interna pelos Estados Parte, incluindo o Brasil.

O Acordo tem como objetivo facilitar a circulação temporária de cidadãos dos Estados
membros do Mercosul, que venham a prestar serviços em outros Estados membros. Entre as
atividades previstas no Acordo, está o exercício de cargos de gestão de empresas. Nestes casos,
poderá ser concedida ao estrangeiro permanência de até dois anos, prorrogáveis, uma vez, por
igual período.

Diferentemente das regras gerais aplicáveis à obtenção de visto permanente acima mencionadas,
todavia, a concessão do "Visto Mercosul" não estará condicionada a qualquer prova de
necessidade econômica pelo requerente, tampouco a qualquer autorização prévia de natureza
trabalhista. Ficam ainda dispensados o atendimento ao princípio da proporcionalidade, no que
toca à nacionalidade dos contratados, e a necessidade de paridade de salários com trabalhadores
nacionais. Portanto, a obtenção deste visto, após vigente o Acordo, dependerá apenas da
comprovação da nomeação do estrangeiro para o respectivo cargo.

Reforma Trabalhista

Por fim, destacamos que o atual Governo Brasileiro está empenhado em promover uma reforma
na legislação trabalhista vigente, de modo a flexibilizar a relação entre empregados e
empregadores. A título exemplificativo, destacamos alguns dos assuntos relacionados a esta
reforma:

(i) Banco de Horas: permitiria à empresa adequar as jornadas de seus trabalhadores às


variações de sua atividade;

(ii) Suspensão do contrato de trabalho: a empresa poderia suspender o contrato de trabalho


por dois a cinco meses, oferecendo curso de qualificação ao trabalhador;

(iii) Adoção de rito sumaríssimo em matéria de direito do trabalho: haveria uma redução
substancial de prazos e procedimentos em causas trabalhistas com valor de até 40
salários mínimos, que atualmente equivalem a 45% de todas as ações trabalhistas. Com
o novo procedimento, soluções poderiam ser obtidas em apenas uma audiência; e

(iv) Comissões de conciliação prévia: formada por representantes de sindicatos de


empregados e de empregadores, solucionaria preventivamente e de maneira ágil
conflitos trabalhistas que de outra forma poderiam perdurar por anos, em processos
judiciais.
- 37 -

TRIBUTAÇÃO NO BRASIL
A Constituição Federal de 1988 atribui competência tributária à União Federal, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios. O Código Tributário Nacional de 1966, recepcionado pela
Constituição de 1988, dispõe sobre os entes políticos que podem instituir e cobrar tributos.

Os tributos instituídos por quaisquer das mencionadas três esferas do governo, todavia, deverão
sempre respeitar certos princípios de Direito Tributário, assegurados pela Constituição Federal.
Entre eles, destacamos:

(i) Princípio da legalidade: todo e qualquer tributo deve ser instituído por lei, que deverá
descrever em detalhes todos os elementos da incidência do respectivo tributo, incluindo
quem será seu contribuinte, qual a base de cálculo, a alíquota, onde e quando se poderá
considerá-lo devido.

(ii) Princípio da não retroatividade: não se poderá tributar fatos ocorridos antes da vigência
da lei que institui o tributo ou o majorou.

(iii) Princípio da anterioridade: salvo algumas exceções, relacionadas geralmente a tributos


utilizados para implementação de políticas econômicas, chamados de tributos “extra-
fiscais”, não será cobrado tributo no mesmo exercício em que seja publicada a lei que o
instituiu ou o majorou.
-  -

Tabela Sinótica dos Principais Tributos Brasileiros

Base de Cálculo e/ou Fato


Tributo Alíquota
Imponível
Lucro real, presumido ou arbitrado
IRPJ 15%
10% sobre a parcela que exceder R$
Adicional de IRPJ Lucro real, presumido ou arbitrado
240.000,00 por ano
Rendimentos e ganhos de capital
auferidos por não residentes 15% ou 25%, de acordo com a natureza
IR na Fonte – remessas ao exterior
remetidos por fontes pagadoras do rendimento
situadas no Brasil
Preço de venda na saída do
Variável, de acordo com a classificação
IPI estabelecimento industrial ou na
do produto
importação
Operações de crédito, câmbio,
Variável, de acordo com a natureza da
IOF seguros e sobre títulos e valores
operação
mobiliários
CSL
Lucro líquido ajustado 9%
Faturamento (receita bruta da 1,65% sob o regime não-cumulativo e
PIS
empresa) 0,65% para o regime cumulativo
Faturamento (receita bruta da 7,6% sob o regime não-cumulativo e
COFINS
empresa) 3% para o regime cumulativo
Movimentações financeiras,
CPMF representadas especialmente por 0,38%
débito em conta corrente
Pagamento de royalties e
remuneração por transferência de
CIDE - Remessas ao Exterior 10%
tecnologia do exterior e prestação
de serviços técnicos
Comercialização e importação de Variável, dependendo da natureza do
CIDE – combustíveis
combustíveis combustível
Valor da Operação
ICMS 7% a 25%
ISS Preço dos serviços 2% a 5%
II Valor aduaneiro do produto (CIF) 0% a 35%
Valor de bens ou direitos
Determinada por legislação estadual,
ITCMD transmitidos por doação ou
entre 2% e 6%
sucessão
Transmissão da propriedade de
Determinada por legislação municipal,
ITBI bens imóveis e direitos a eles
não podendo exceder 8%
conexos
Propriedade, domínio útil, ou
IPTU posse de bem imóvel, localizado Determinada por legislação municipal
em áreas urbanas
Em regra 30%, sendo possível a
Saída do território Brasileiro de determinação de outras alíquotas, até o
IE produto nacional ou nacionalizado, limite de 150%. Atualmente, todavia,
indicados por ato da CAMEX grande parte dos produtos goza de
alíquota zero.
- 39 -

Tributos Federais
Imposto sobre a Renda

O Imposto Sobre a Renda (“IR”) incide sobre rendimentos e ganhos de capital auferidos por
pessoas naturais residentes no Brasil, à alíquota de 15% ou 27,5%, de maneira progressiva, de
acordo com o nível de renda do contribuinte.

Quanto às pessoas jurídicas, o IR incide à alíquota de 15% sobre o lucro tributável auferido,
apurado ao final de cada exercício trimestral ou anual. É ainda cobrado um adicional de imposto
de 10% sobre a parcela do lucro real, presumido ou arbitrado, que exceder R$ 240.000,00 por
ano. O lucro real tributável é determinado após deduzir-se custos e despesas necessários à
produção da receita anual, dos ganhos brutos decorrentes da atividade normal da empresa e de
qualquer negócio incidental. Alguns desses custos e despesas não são dedutíveis, em vista de
sua natureza ou da quantia envolvida. Há também certas hipóteses de isenção de imposto
quando da apuração do lucro tributável da sociedade.

É ainda possível que pessoas jurídicas optem por ser tributadas com base no chamado lucro
presumido, e não com base no lucro real. Segundo o regime da tributação baseada no lucro
presumido, será primeiramente aplicada à receita operacional da empresa uma determinada
alíquota, de acordo com seu ramo de atividade, para então determinar-se a base de cálculo sobre
a qual incidirá o tributo. Para que seja possível a escolha pelo regime de tributação com base no
lucro presumido, é necessário que a pessoa jurídica em questão apresente receita bruta total, no
ano-calendário anterior, igual ou inferior a R$ 48.000.000,00, ou a R$ 4.000.000,00
multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a
12 meses.

As pessoas residentes no Brasil são tributadas por seus rendimentos e ganhos de capital,
independentemente do local em que são auferidos.

Há limites à compensação de prejuízos fiscais. Os prejuízos acumulados em exercícios


anteriores somente poderão ser compensados em 30% do lucro tributável apurado em cada
período fiscal, não havendo prazo para que referida compensação seja realizada.

Lucros e dividendos distribuídos ou pagos por fontes brasileiras, gerados a partir de 1º de


janeiro de 1996, estão isentos de tributação.

Não há distinção na tributação de empresas sob controle brasileiro ou estrangeiro. Da mesma


forma, não há diferença de tributação aplicável às filiais de empresas estrangeiras no Brasil. Os
lucros das filiais são considerados automaticamente à disposição da matriz, não importando se e
quando forem feitas as correspondentes remessas ao exterior.

As holdings estão sujeitas ao regime tributário aplicável às pessoas jurídicas acima


mencionadas. O IR é devido somente sobre a receita direta obtida pela holding, isto é, receita
decorrente de suas atividades comerciais, uma vez que a receita indireta, isto é, os lucros
auferidos pelas subsidiárias, já foram tributados diretamente nas subsidiárias pelo IR
- 40 -

IR na Fonte

Rendimentos, ganhos de capital e demais proventos pagos, creditados, entregues ou remetidos


por fontes situadas no Brasil a pessoas naturais ou jurídicas residentes ou domiciliadas no
exterior estão sujeitos à retenção do IR na fonte, à alíquota genérica de 15%. De outro modo,
será de 25% a alíquota quando os valores forem referentes a trabalho ou prestação de serviços,
ou quando os beneficiários dos rendimentos forem pessoas residentes ou domiciliadas em
localidades com tributação favorecida, assim entendidas aquelas em que a renda não é tributada,
ou quando a alíquota máxima instituída para referida tributação for inferior a 20%.10

A alíquota será zero quando decorrer de lucros e dividendos gerados por empresas brasileiras a
partir de janeiro de 1996. Finalmente, ressalvam-se alíquotas especiais eventualmente previstas
em tratados para evitar a dupla tributação que hajam sido celebrados pelo Brasil11.

Transferência de Investimentos no Exterior

A Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (“Lei nº 10.833/03”), dispõe que, a partir de 1º de


fevereiro de 2004, “o adquirente, pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil, ou
o procurador, quando o adquirente for residente ou domiciliado no exterior, fica responsável
pela retenção e recolhimento do IR incidente sobre o ganho de capital a que se refere o artigo 18
da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, auferido por pessoa física ou jurídica residente ou
domiciliada no exterior que alienar bens localizados no Brasil.” Anteriormente à vigência de
referida Lei, operações envolvendo alienação ou disposição de bens ou direitos localizados no
Brasil, realizadas por pessoas naturais ou jurídicas sediadas no exterior, não se sujeitavam à
incidência de IR. A Receita Federal editou a Instrução Normativa nº 407, de 17 de março de
2004, regulamentando mencionada Lei. Não obstante a edição de mencionada Instrução
Normativa, é discutível a interpretação desse dispositivo legal, ensejando dúvidas quanto à
hipótese de tributação que parece estabelecer.

O adquirente estrangeiro poderá efetuar o registro do capital em montante igual àquele outrora
em poder da empresa vendedora, independentemente do preço pago pelo investimento no
exterior. Neste caso, deverá ser efetuada a mudança no número de registro do Módulo RDE –
IED do Banco Central do Brasil, de modo a refletir o nome do novo investidor estrangeiro, para
que este possa remeter/reinvestir lucros e repatriar seu capital.

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (“CSL”) aplica-se a empresas brasileiras,


inclusive instituições financeiras, e sua base de cálculo é o lucro líquido do exercício, antes da

10
De acordo com a Instrução Normativa nº 188 de 2002 da Secretaria da Receita Federal, são considerados paraísos fiscais os
seguintes países: Andorra, Anguilla, Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Aruba, Comunidade das Bahamas, Bahrein,
Barbados, Belize, Ilhas Bermudas, Campione D`Italia, Ilhas do Canal (Alderney, Guernsey, Jersey e Sark), Ilhas Cayman, Chipre,
Cingapura, Ilhas Cook, República da Costa Rica, Djibouti, Dominica, Emirados Árabes Unidos, Gibraltar, Granada, Hong Kong,
Lebuan, Líbano, Libéria, Liechtenstein, Luxemburgo (no que respeita às sociedades holding regidas, na legislação luxemburguesa,
pela Lei de 31 de julho de 1929), Macau, Ilha da Madeira, Maldivas, Malta, Ilha de Man, Ilhas Marshall, Ilhas Maurício, Mônaco,
Ilhas Montserrat, Nauru, Ilha Niue, Sultanato de Omã, Panamá, Federação de São Cristóvão e Nevis, Samoa Americana, Samoa
Ocidental, San Marino, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Seychelles, Tonga, Ilhas Turks e Caicos, Vanuatu, Ilhas Virgens
Americanas e Ilhas Virgens Britânicas.
11
Vide lista dos países com quem o Brasil celebrou mencionados tratados, no capítulo desta publicação sobre Direito Societário.
- 41 -

provisão do IR, ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas na legislação


tributária. A base de cálculo apurada poderá ser reduzida por compensação da base de cálculo
negativa apurada em períodos anteriores, até o limite de 30%.

Aplica-se à incidência da CSL o princípio da universalidade, portanto englobando lucros,


rendimentos e ganhos de capital auferidos por empresas brasileiras, ainda que no exterior.

A Emenda Constitucional nº 33, de 11 de dezembro de 2001, promoveu diversas alterações na


Constituição Federal, inclusive de ordem tributária. Por meio de referida emenda, ficou
estabelecido que, a partir de 12 de dezembro de 2001, receitas decorrentes de atividades de
exportação passariam a ser imunes à tributação por contribuições sociais.

Embora o Fisco federal brasileiro já tenha tentado defender posição diversa, é possível
argumentar que a imunidade introduzida pela Emenda Constitucional mencionada se refere
também à CSL, uma vez que, por um lado, receita também é base de cálculo da CSL, como no
caso das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, e, por outro lado, mesmo o
lucro eventualmente auferido por empresas exportadoras que apuram a CSL com base no lucro
real só poderá existir e ser apurado a partir da obtenção de uma receita de exportação, por sua
vez imune à tributação por contribuições sociais, nos termos da referida Emenda Constitucional.

A CSL incide à alíquota de 9%, aplicável a todas as pessoas jurídicas, inclusive instituições
financeiras. Desde 1997, a CSL deixou de ser dedutível para efeitos de determinação da base de
cálculo do IR (lucro real).

Programa de Integração Social e


Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

O Programa de Integração Social (“PIS”) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade


Social (“COFINS”) incidem, desde fevereiro de 1999, sobre o faturamento das empresas, por
sua vez consistente na totalidade das receitas por elas auferidas, independentemente de sua
classificação contábil.

A Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 (“Lei nº 10.637/02”), introduziu uma nova


sistemática de tributação pelo PIS, a sistemática não-cumulativa, segundo a qual a contribuição
incide apenas sobre o valor agregado pelo contribuinte em cada etapa da cadeia produtiva e
comercial. O PIS incide à alíquota de 1,65%. Não obstante, nem todas as pessoas jurídicas estão
sujeitas ao PIS não-cumulativo, e algumas sociedades continuam sendo tributadas pelo regime
cumulativo, total ou parcialmente, dependendo do tipo de atividade exercida e da natureza de
suas receitas, conforme os requisitos estabelecidos pela legislação. O regime cumulativo segue
as regras de tributação constantes da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998 (“Lei nº
9.718/98”), e adota a alíquota única de 0,65%.

O regime não-cumulativo de incidência da COFINS foi criado pela Lei nº 10.833/03, sendo
aplicável aos fatos imponíveis ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 2004. Na sistemática da
não-cumulatividade da COFINS, a alíquota passou a ser de 7,6%. Porém, para assegurar o
regime de não-cumulatividade, o legislador permitiu o reconhecimento de créditos, em sua
- 42 -

maioria relacionados às aquisições de bens e serviços necessários à consecução da atividade da


pessoa jurídica.

Cabe notar que a nova sistemática da COFINS não é aplicável a todas as pessoas jurídicas, nem
a todas as suas receitas. Do mesmo modo que ocorre no PIS, respeitados certos requisitos
estabelecidos em lei, relacionados às atividades exercidas pela pessoa jurídica, ela poderá
continuar sujeita, total ou parcialmente, ao antigo regime de cobrança da COFINS, ou seja, ao
regime cumulativo. O regime cumulativo segue as regras de tributação constantes da Lei nº
9.718/98, e adota a alíquota única de 3%.

É ainda importante comentar que por meio da edição da Medida Provisória nº 164,
posteriormente convertida na Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, o PIS e a COFINS passaram
a incidir também em operações relativas à importação de produtos ou serviços estrangeiros, a
partir de 1º de maio de 2004 (“PIS – Importação” e “COFINS – Importação”). Nestas hipóteses,
considera-se como fato imponível dos tributos: (a) a entrada de bens estrangeiros no território
nacional; ou (b) o pagamento, crédito, entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes
ou domiciliados no exterior, como contraprestação por serviço prestado.

Os serviços objeto de tributação pelo PIS – Importação e pela COFINS – Importação são
aqueles provenientes do exterior, prestados por pessoa natural ou jurídica residente ou
domiciliada no exterior, e englobam aqueles (a) executados no Brasil, ou (b) executados no
exterior, cujo resultado se verifique no Brasil.

Os contribuintes de mencionados tributos são: (a) o importador, assim considerada a pessoa


natural ou jurídica que promova a entrada de bens no território nacional; (b) a pessoa natural ou
jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; e (c) o beneficiário do
serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior.

A base de cálculo das contribuições será: (a) na importação de bens, o valor aduaneiro que
servir ou que serviria de base para o cálculo do Imposto de Importação (“II”), acrescido do
montante desse imposto e do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (“ICMS”)
devidos, além do valor das próprias contribuições; ou (b) na contratação de serviços
provenientes do exterior, o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o
exterior, antes da retenção do IR, acrescido do Imposto Sobre Serviços (“ISS”) e do valor das
próprias contribuições.

Para a cobrança do PIS – Importação e da COFINS – Importação aplicam-se, em regra, as


mesmas alíquotas previstas para as demais hipóteses de incidência, aplicadas sob o regime não-
cumulativo, acima comentado.

O vencimento de tais exações será: (a) na data do registro da Declaração de Importação (“DI”),
na hipótese da importação de bens; (b) na data do pagamento, crédito, entrega, emprego ou
remessa, no caso da importação de serviço ou, em circunstâncias específicas; e (c) na data do
vencimento do prazo de permanência do bem em recinto alfandegado.

Ademais, em relação às pessoas jurídicas sujeitas à sistemática da não-cumulatividade, o


pagamento das contribuições sobre a Importação pode, nos limites da lei, gerar crédito para
- 43 -

abatimento futuro no pagamento das contribuições incidentes sobre as receitas auferidas com a
venda dos produtos e serviços dentro do Brasil. O crédito será apurado mediante a aplicação das
mesmas alíquotas previstas para as demais hipóteses de incidência das contribuições, sobre o
valor que serviu de base de cálculo para o PIS – Importação e a COFINS – Importação,
acrescido do valor das próprias contribuições e, quando integrante do custo de aquisição, do
Imposto sobre Produtos Industrializados (“IPI”) vinculado à importação. O crédito não
aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos meses subseqüentes.

Segundo dispõe a lei, somente gerará referido crédito o pagamento das contribuições referentes
a operações de importação de bens adquiridos para revenda e bens e serviços utilizados como
insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à
venda. Também terá direito ao aproveitamento dos referidos créditos aquele que realizar
importação isenta, exceto nos casos em que a mercadoria importada for utilizada como insumo
em produtos ou serviços sujeitos à alíquota zero, isentos ou não alcançados pelas contribuições.

Cabe notar, todavia, que a lei veda expressamente o abatimento dos créditos apurados em
relação ao pagamento de contribuições devidas internamente referentes (a) às receitas auferidas
na revenda de mercadorias, quando a contribuição for exigida da empresa vendedora, na
qualidade de substituta tributária; (b) às vendas de produtos sujeitos à sistemática monofásica; e
(c) às receitas auferidas não sujeitas à sistemática de apuração não-cumulativa.

O Poder Executivo está autorizado a reduzir a zero e a restabelecer as alíquotas do PIS –


Importação e da COFINS – Importação incidentes sobre certos produtos químicos e
farmacêuticos. Ademais, a legislação prevê uma lista de produtos cuja importação sujeita-se à
alíquota zero, dentre os quais podemos citar papel destinado à impressão de jornais e
periódicos, e máquinas e aparelhos voltados à indústria cinematográfica.

Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira

A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (“CPMF”) incide à alíquota de


0,38% sobre as movimentações financeiras realizadas por pessoas físicas e jurídicas.

A lei considera movimentação ou transmissão de valores, créditos e direitos de natureza


financeira, qualquer operação liquidada ou qualquer lançamento realizado pelas instituições
financeiras, ainda que representem apenas movimentação escritural de moeda, e
independentemente de transferirem titularidade de referidos valores, créditos ou direitos.

Há determinadas atividades que a lei estabelece não estarem sujeitas à incidência de CPMF, e
outras que têm o benefício de alíquota zero, como é o caso de lançamentos efetuados em contas
correntes de depósito de titularidade de instituições financeiras relativamente a certas operações
constantes de seu objeto social.

A partir de 1º de agosto de 2004, existirá uma nova modalidade de conta corrente de depósito,
mantida em instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil: a conta corrente de depósito para investimento. Por meio de referida conta,
será possível transferir recursos entre investimentos sem que tal seja objeto de tributação pela
CPMF.
- 44 -

Imposto sobre Produtos Industrializados

O IPI incide sobre a industrialização de produtos nacionais e sobre a importação de produtos


estrangeiros, sendo devido pelos respectivos fabricantes e/ou importadores.

Os pagamentos do IPI sobre matérias-primas, produtos semi-manufaturados e material de


embalagem, entre outros, podem ser utilizados como créditos fiscais. A cobrança do IPI não é
cumulativa, sendo que o contribuinte poderá compensar o imposto devido nas suas operações
com o imposto já pago em outras etapas da cadeia produtiva.

Decisões proferidas por Tribunais Regionais Federais de diversas regiões e confirmadas pelo
Supremo Tribunal Federal solidificaram o entendimento de que a aquisição de insumos (i)
isentos, (ii) sujeitos à alíquota zero ou mesmo (iii) não tributados gera direito a créditos de IPI
aos contribuintes. A legislação, todavia, não reconhece o direito a esses créditos, o que tem
gerado diversas discussões judiciais acerca da matéria.

A alíquota do IPI varia de acordo com a natureza do produto. O poder executivo federal
estabelece as alíquotas aplicáveis por meio de decreto. Segundo a política econômica em vigor,
estabelecem-se alíquotas mais elevadas a produtos não essenciais como cigarros, bebidas e
cosméticos, entre outros.

O IPI não está sujeito ao princípio constitucional da anterioridade, de modo que sua cobrança ou
majoração de sua alíquota podem ocorrer no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a respectiva norma.

Imposto sobre Operações Financeiras

O Imposto sobre Operações Financeiras (“IOF”) é cobrado sobre:

(i) operações de crédito contratadas por instituições financeiras;

(ii) operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas não financeiras;

(iii) operações de mútuo realizadas entre pessoas físicas e pessoas jurídicas, desde que estas
últimas sejam as tomadoras do crédito;

(iv) operações de câmbio contratadas por instituições autorizadas a operar em câmbio;

(v) operações de seguros contratadas por sociedades seguradoras; e

(vi) operações relativas a valores mobiliários, quando contratadas por instituições


autorizadas a operar no mercado de títulos e valores mobiliários.

A alíquota do IOF varia de acordo com o tipo de operação, sendo que a alíquota máxima
prevista no ordenamento jurídico brasileiro é de 1,5% ao dia, sobre o valor das operações de
crédito. Não obstante, a legislação tributária prevê diversas hipóteses em que incidem alíquotas
- 45 -

reduzidas do IOF. Ademais, está prevista alíquota zero para algumas situações, entre as quais
destacamos operações de crédito à exportação, bem como de amparo à produção ou estímulo à
exportação, e operações de crédito rural, destinadas a investimento, custeio e comercialização
em referida área.

Quanto às hipóteses de incidência de IOF referentes a operações de câmbio, as alíquota


aplicáveis também variarão de acordo com o tipo de operação, considerando-se nestes casos a
alíquota máxima de 25%. São concedidas reduções, entre outros, nos seguintes casos:

(i) operações de câmbio destinadas ao cumprimento de obrigações de administradoras de


cartões de crédito, entre outras instituições, decorrentes de aquisição de bens e serviços
do exterior, por seus usuários: alíquota de 2%; e

(ii) valor introduzido no Brasil decorrente de ou destinado a empréstimos com prazos


médios de até 90 dias: alíquota de 5%.

Atualmente, grande parte das operações para o ingresso e saída de recursos do exterior está
beneficiada pela alíquota zero. Entre tais operações podemos mencionar aquelas referentes a
pagamentos para liquidação de contratos de câmbio relativos à importação de serviços,
pagamentos ao exterior referentes a contratos de transferência de tecnologia averbados no
Instituto Nacional da Propriedade Industrial, pagamento de bens importados, entre outros.

O IOF não está sujeito ao princípio constitucional da anterioridade, de forma que sua alíquota e
base de cálculo são aplicáveis no mesmo exercício financeiro em que a respectiva lei for
publicada.

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico

Há atualmente duas espécies de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (“CIDE”)


a saber:

(A) CIDE – Remessas ao exterior

Esta modalidade de CIDE incide sobre remessas realizadas ao exterior, vinculadas ao


pagamento de direitos autorais, royalties de marcas e patentes, serviços técnicos, assistência
técnica, assistência administrativa e atividades assemelhadas. Nesses casos, em regra, a CIDE é
devida pela empresa brasileira e incide sobre os valores pagos ao exterior, a alíquotas de até
10%. Como regra, essas contribuições não estão sujeitas às disposições previstas em tratado
internacionais para evitar a dupla tributação de que faça parte o Brasil.

(B) CIDE – Combustíveis

No que se refere à importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e


seus derivados, e álcool etílico combustível, a CIDE incidirá de acordo com as seguintes
alíquotas:
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(i) gasolina, R$ 860,00 por metro cúbico;

(ii) diesel, R$ 390,00 por metro cúbico;

(iii) querosene de aviação, R$ 92,10 por metro cúbico;

(iv) outros querosenes, R$ 92,10 por metro cúbico;

(v) óleos combustíveis com alto teor de enxofre, R$ 40,90 por tonelada;

(vi) óleos combustíveis com baixo teor de enxofre, R$ 40,90 por tonelada;

(vii) gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e da nafta, R$ 250,00 por
tonelada; e

(viii) álcool etílico combustível, R$ 37,20 por metro cúbico.

O contribuinte da CIDE, incidente sobre as correntes de hidrocarbonetos líquidos não


destinados à formulação de gasolina ou diesel, poderá deduzir o valor da CIDE, pago na
importação ou na comercialização no mercado interno, dos valores de PIS e COFINS devidos
na comercialização, no mercado interno, de mencionados produtos.

Preços de Transferência

Conforme se mencionou anteriormente, a base de cálculo do IR e da CSL é o lucro líquido,


ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas na legislação tributária. As regras
relacionadas a preços de transferência são um dos ajustes previstos, e têm o objetivo de evitar
que resultados sejam transferidos para o exterior, mediante a manipulação de preços, em
operações de importação ou exportação de bens ou serviços, realizadas entre partes vinculadas,
ou empresas pertencentes a um mesmo grupo econômico.

Desta forma, as regras de preços de transferência têm o objetivo de garantir que a política de
preços adotada em operações internacionais envolvendo partes relacionadas atenda a condições
de mercado, evitando a manipulação artificial de preços, utilizada para transferência de receitas
para o exterior.

De forma condizente, nas importações realizadas por pessoas jurídicas brasileiras, pretende-se
observar se os preços estabelecidos excedem aqueles praticados normalmente sob condições de
mercado. O Fisco brasileiro determina limites de dedutibilidade, de modo que valores que os
excedam devem ser acrescidos ao lucro tributável da empresa brasileira.

Quanto às exportações, o objetivo é verificar se os preços pagos a empresas brasileiras não são
substancialmente inferiores àqueles praticados em condições de mercado. Nestes casos, o Fisco
estabelece valores mínimos que a empresa brasileira deverá registrar, a título de receita
tributável, em operações que envolvam venda de mercadorias ou prestação de serviços a partes
relacionadas residentes ou domiciliadas no exterior.
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Tributos Estaduais

Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços

O ICMS incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias, portanto em todos os


estágios da venda, desde a venda pelo fabricante até o consumidor final, e relativas à prestação
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações. A base de cálculo
do imposto, via de regra, é o valor da operação. O ICMS é devido por aquele que comercializa a
mercadoria ou presta os aludidos serviços de transporte e comunicação. Dada sua característica
de imposto não-cumulativo, o ICMS incidente em uma operação gera crédito a ser aproveitado
pelo adquirente da mercadoria ou serviço, que será abatido do imposto devido nas operações
posteriores. As alíquotas do ICMS poderão variar de um Estado da Federação para outro. Às
operações intraestaduais, de uma forma geral, aplicam-se as alíquotas de 17% e 18%. As
operações realizadas entre diferentes Estados, todavia, contam com alíquotas fixas,
determinadas pelo Senado Federal. Assim, em operações que destinem mercadorias e serviços
aos Estados da Região Sul/Sudeste, com exceção do Estado do Espírito Santo, a alíquota
aplicável é de 12%. As operações que destinam mercadorias e serviços aos Estados das Regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, mais o Estado do Espírito Santo, ensejam a aplicação da
alíquota de 7%.

Isenções, reduções e incentivos fiscais com relação ao ICMS são concedidos ou cancelados por
intermédio de convênios celebrados entre os Estados da Federação. É prática comum, todavia,
que Estados concedam incentivos fiscais ligados ao ICMS como forma de atração de
investimentos para seus territórios, sem aquiescência dos demais Estados.

O ICMS não incide sobre operações de exportação.

Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações

O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (“ITCMD”) é um imposto não


progressivo, calculado sobre o valor de bens ou direitos transmitidos por doação ou sucessão. A
alíquota é determinada de acordo com a legislação interna de cada Estado, não se podendo
exceder o patamar de 8%, estabelecido por Resolução do Senado Federal. Para o Estado de São
Paulo, por exemplo, fixou-se a alíquota em 4%.

Nos termos da Constituição Federal, que atribuiu aos Estados a competência para o ITCMD,
quando ocorrer doação ou transmissão de bens móveis, títulos ou créditos, o imposto será
devido no Estado de domicílio do doador. Caso os bens devam ser transmitidos em decorrência
de herança, a incidência ocorrerá no Estado em que se processar o inventário ou arrolamento
dos bens. No caso de bens imóveis e direitos a eles referentes, o pagamento do imposto deverá
ocorrer no Estado em que se situem fisicamente os bens.
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Tributos Municipais

Imposto sobre Serviços

O ISSincide sobre os serviços determinados em lista emitida por meio de lei complementar
federal, quando prestados por empresa ou profissional independente. Sua base de cálculo é o
valor cobrado pelos serviços prestados e sua alíquota varia de 2% a 5%.

Atualmente, a lista de serviços é aquela definida pela Lei Complementar nº 116, de 31 de julho
de 2003. Em linhas gerais, essa Lei buscou atualizar a lista de serviços, cuja última revisão
havia sido efetuada em 1987, vale dizer, na lista não estavam previstos inúmeros serviços que
se desenvolveram com o avanço tecnológico das últimas duas décadas. Além de ampliar a lista
de serviços, a aludida Lei criou a incidência do ISS sobre a importação de serviços, até então
inexistente. Nestes casos, não sendo possível atribuir responsabilidade pelo pagamento do ISS
diretamente ao prestador dos serviços, que está localizado no exterior, a lei determina que o
responsável por seu recolhimento será o tomador.

Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis

O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (“ITBI”) é tributo de competência municipal


que incide sobre a transmissão da propriedade de bens imóveis e direitos a eles conexos. A
efetiva alíquota aplicada depende de disposições legislativas pertinentes a cada município,
variando entre 2% e 6%. O Município de São Paulo, por exemplo, fixou a alíquota em 2%. O
contribuinte do imposto é o adquirente do bem ou direitos transmitidos. De acordo com os
termos da Constituição Federal, o ITBI não incidirá sobre a transmissão de bens ou direitos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa
jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda
desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (“IPTU”) incide sobre a


propriedade, domínio útil, ou posse de bem imóvel, localizado em áreas urbanas. Em verdade, o
IPTU corresponde a dois tributos distintos. De um lado, há o Imposto Predial, incidente sobre a
propriedade, domínio útil, ou posse de bem imóvel construído em áreas urbanas, e de outro
lado, a propriedade, domínio útil, ou posse de bem imóvel não construído, localizado em áreas
urbanas, que se submete à incidência do Imposto Territorial Urbano.

O IPTU é devido anualmente, tendo como base de cálculo o valor venal do imóvel. O IPTU tem
alíquotas progressivas em razão do valor do imóvel, seu uso e localização.

O Município de São Paulo, por exemplo, estabeleceu que o Imposto Predial terá alíquota de 1%
sobre o valor venal do imóvel, quando utilizado exclusiva ou predominantemente como
residência, com certo desconto ou acréscimo em função do próprio valor venal concretamente
verificado. Quando o fim for diverso do acima mencionado, a alíquota aplicada será de 1,5%.
- 49 -

Quanto ao Imposto Territorial Urbano, o Município de São Paulo estabeleceu que sua alíquota é
de 1,5% sobre o valor venal do imóvel.

Comércio Exterior

O comércio exterior brasileiro está sob o controle do Governo Federal. A entrada de produtos
estrangeiros para consumo interno sujeita-se às normas vigentes do MERCOSUL e da Tarifa
Externa Comum (TEC), cujos códigos acompanham a Nomenclatura Comum do Mercosul
(NCM).

As alíquotas do II, de competência da União, variam entre 0% e 35% para a maioria de


produtos, sendo que a política de importação implementada pelo Governo Federal tende a
reduzi-las para uma média de 14%.

A base de cálculo do II, em regra, é o valor aduaneiro do produto, somado a custos com seguro
e frete (CIF). Ao II não se aplica o já mencionado princípio da anterioridade, de modo que o
Governo poderá a qualquer momento alterar a alíquota deste imposto, e cobrá-la já no mesmo
exercício financeiro. A alteração das alíquotas deste imposto funciona como importante
mecanismo de controle de comércio exterior adotado pelo Brasil.

Ademais, salvo algumas exceções, a importação de produtos com similar nacional pode não
usufruir de certos incentivos fiscais ou cambiais, sendo que caberá à Secretaria de Comércio
Exterior – SECEX, determinar a existência ou não destes similares, o que faz normalmente
mediante consulta aos fabricantes nacionais. Os produtos de fabricação nacional são
considerados similares aos estrangeiros se passíveis de substituir os produtos importados,
observando-se necessariamente a qualidade, o preço e o prazo de entrega.

As importações também estão sujeitas ao pagamento do IPI e do ICMS. Em condições


especiais, alguns produtos fazem jus a isenções, reduções e incentivos fiscais quanto ao IPI e/ou
ICMS.

Ademais, exportações sujeitam-se ao pagamento do Imposto de Exportação (“IE”). O IE é


tributo de competência da União, e tem como fato imponível a saída do território Brasileiro de
produto nacional ou nacionalizado. A base de cálculo do imposto é o valor da exportação ou, na
falta deste, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria ao tempo da exportação,
em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional.

De qualquer modo, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de venda
das mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou produção,
acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e de margem de lucro de 15% sobre a
soma dos custos, mais impostos e contribuições.

A alíquota do imposto é de 30%, sendo facultado ao Governo reduzi-la ou aumentá-la,


respeitando-se o limite máximo de 150%. O poder executivo, por meio da Câmara de Comércio
Exterior (CAMEX), é responsável por definir quais os produtos sujeitos à incidência do IE e as
respectivas alíquotas, caso sejam diferentes da regra geral, acima mencionada.
- 50 -

Em virtude da política econômica atualmente praticada pelo Governo Federal, que incentiva
amplamente as exportações brasileiras, a grande maioria dos produtos goza de alíquota zero.

Drawback

O regime de drawback é um incentivo à exportação, disciplinado pelo Decreto nº 4.543, de 26


de dezembro de 2002, tal como posteriormente alterado (“Regulamento Aduaneiro”), e consiste
na suspensão, isenção ou restituição de tributos incidentes sobre a importação de mercadorias
utilizadas na industrialização de produtos exportados ou a exportar. Os seguintes tributos são
beneficiados pelo regime de drawback:

(a) II;

(b) IPI;

(c) ICMS; e

(d) Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (“AFRMM”).

O regime de drawback pode ser aplicado em três modalidades distintas, a saber:

(i) suspensão do pagamento dos tributos exigíveis sobre a importação de mercadorias a


serem exportadas após beneficiamento, ou destinadas à fabricação, complementação ou
acondicionamento de outras a serem por sua vez exportadas;

(ii) isenção dos tributos exigíveis sobre a importação de mercadorias, em quantidade e


qualidade equivalentes às utilizadas no beneficiamento, fabricação, complementação ou
acondicionamento de produtos exportados; e

(iii) restituição, total ou parcial, dos tributos pagos sobre a importação de mercadorias
exportadas após beneficiamento, ou utilizadas na fabricação, complementação ou
acondicionamento de outras, por sua vez exportadas.

Dentre outros, o benefício pode ser concedido a:

(i) mercadorias importadas para beneficiamento no Brasil e posterior exportação;

(ii) matérias-primas, produtos semi-elaborados ou acabados, utilizados na fabricação de


mercadorias exportadas, ou a exportar;

(iii) peças, partes, aparelhos, máquinas, veículos ou equipamentos exportados ou a exportar;

(iv) mercadorias destinadas à embalagem, acondicionamento ou apresentação de produtos


exportados ou a exportar; e

(v) animais destinados ao abate e posterior exportação.


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Não poderá ser concedido o regime para:

(i) importação de mercadorias utilizadas na industrialização de produtos destinados ao


consumo na Zona Franca de Manaus (“ZFM”) e em áreas de livre comércio;

(ii) importação ou exportação de mercadorias suspensas ou proibidas;

(iii) exportação contra pagamento em moeda nacional;

(iv) exportações conduzidas em moeda-convênio ou outras não conversíveis, contra


importações cursadas em moeda de livre conversibilidade; e

(v) importação de petróleo e seus derivados.

As beneficiárias do regime aduaneiro de drawback são as empresas habilitadas a operar em


comércio exterior. No caso de empresas que apenas comercializam os produtos, estes deverão
ser industrializados sob encomenda em estabelecimento industrial, por conta e ordem da
beneficiária do regime, para posterior exportação.

(A) Drawback – Suspensão

A concessão do regime, na modalidade de suspensão, é de competência da Secretaria de


Comércio Exterior. O prazo de vigência do regime será de um ano, admitida uma única
prorrogação, por igual período, salvo nos casos de importação de mercadorias destinadas à
produção de bens de capital de longo ciclo de fabricação, quando o prazo máximo será de cinco
anos.

As mercadorias admitidas por meio do regime de drawback, na modalidade de suspensão,


deverão ser integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem,
acondicionamento ou apresentação de mercadorias a serem exportadas. As mercadorias que, no
todo ou em parte, deixarem de ser empregadas no processo produtivo de bens ou que sejam
empregadas em desacordo com aquele, ficam sujeitas a devolução ao exterior ou reexportação,
destruição, ou mesmo destinação para consumo, com pagamento dos tributos suspensos e dos
acréscimos legais devidos.

(B) Drawback – Isenção

A concessão desta modalidade do regime é igualmente de competência da Secretaria de


Comércio Exterior. Neste caso, o interessado deverá comprovar a exportação de produtos em
cujo beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento tenham sido utilizadas
mercadorias importadas equivalentes, em qualidade e quantidade, àquelas para as quais esteja
sendo pleiteada a isenção. Do ato concessório constarão: valor e especificação da mercadoria
exportada e a especificação, classificação fiscal e valor unitário das mercadorias a serem
importadas.
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C) Drawback – Restituição

Diferentemente das duas modalidades anteriores, a concessão do regime de drawback sob a


modalidade de restituição é de competência da Secretaria da Receita Federal. A concessão
poderá abranger, total ou parcialmente, os tributos pagos na importação de mercadorias
exportadas após beneficiamento, ou utilizadas na fabricação, complementação ou
acondicionamento de outras, por sua vez exportadas. Para usufruir do regime, o interessado
deverá comprovar a exportação de produtos em cujo beneficiamento, fabricação,
complementação ou acondicionamento tenham sido utilizadas as mercadorias importadas acima
referidas.

Zonas de Processamento de Exportação

Zonas de Processamento de Exportação (“ZPE’s”) são áreas de livre comércio especialmente


delimitadas, regulamentadas pelo Decreto-Lei nº 2.452 de 29 de julho de 1988, tal como
posteriormente alterado, e destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens
a serem comercializados exclusivamente no exterior.

A criação de ZPEs é feita por meio de Decreto, mediante proposta dos Estados ou Municípios,
em conjunto ou isoladamente, de que deverão constar, entre outros elementos, a indicação de
localização adequada para a ZPE, permitindo acesso a portos e aeroportos internacionais, e
comprovação de disponibilidade mínima de infra-estrutura e de serviços na região escolhida.
Caberá ao Conselho Nacional de Zonas de Processamento de Exportação (“CZPE”) a análise de
mencionadas propostas.

A solicitação de instalação de empresas em ZPEs é feita mediante apresentação de um projeto à


CZPE. A proposta de objeto social das empresas a serem constituídas em referidas zonas não
poderá conter senão a atividade de industrialização para exportação.

De acordo com a legislação, empresas que se instalem em ZPEs não poderão constituir filiais ou
participar de outras sociedades localizadas fora de ZPE. É ainda vedada a instalação em ZPEs
de empresas cujos projetos evidenciem a simples transferência de plantas industriais já
instaladas em outras localidades do Brasil. Ademais, não serão autorizadas em ZPE a produção,
importação ou exportação de:

(i) armas ou explosivos;

(ii) material radioativo; e

(iii) petróleo e seus derivados.

Observados os requisitos estabelecidos pela legislação, as atividades de importação e


exportação de empresas estabelecidas em ZPEs ficarão isentas dos seguintes tributos:
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(i) IPI;

(ii) II;

(iii) AFRMM; e

(iv) IOF.

O ato que autorizar a instalação de empresas em ZPEs assegurará mencionado tratamento pelo
prazo de até 20 anos, renováveis por períodos iguais e sucessivos, desde que a empresa
comprove ter atingido os objetivos e requisitos descritos em seu projeto de instalação original.

Os serviços prestados em ZPEs seguem um tratamento diferenciado. De acordo com a


legislação:

(i) aqueles prestados por empresas instaladas em ZPEs serão considerados como prestados
no exterior;

(ii) aqueles prestados por residente ou domiciliado no exterior, para empresas instaladas em
ZPEs, serão considerados como prestados no exterior;

(iii) aqueles prestados por residente ou domiciliado no Brasil, para empresas estabelecidas
em ZPEs, serão considerados como exportação de serviços, exceto os explorados em
virtude de concessão do Poder Público, e os decorrentes de contrato de trabalho.

No que se refere ao IR, os lucros auferidos por empresas instaladas em ZPE observarão o
disposto na legislação aplicável às demais pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil, vigente na
data em que for firmado o respectivo compromisso de instalação em ZPE, ressalvado eventual
tratamento legal mais favorável instituído posteriormente. Ademais, as empresas instaladas em
ZPEs gozam de isenção do IR sobre as remessas e os pagamentos realizados, a qualquer título, a
residentes e domiciliados no exterior.

Por fim, ressalta-se que em caso de descumprimento dos requisitos estabelecidos pela legislação
as empresas instaladas em ZPEs podem ser punidas, sujeitando-se desde a advertências,
pagamento de multas, até a cassação da autorização para funcionar em ZPE.

Incentivo a Investimentos

Alguns incentivos fiscais podem ser concedidos por órgãos governamentais às empresas e seus
acionistas. Primeiramente, cabe ressaltar que a ordem econômica brasileira tem como um de
seus princípios constitucionais mais importantes o tratamento favorecido de microempresas e
empresas de pequeno porte, constituídas sob as leis brasileiras e que tenham no Brasil sua sede
e administração. A elas deverá ser dispensado tratamento jurídico diferenciado, de modo a
incentivá-las, simplificando, entre outras, suas obrigações legais de natureza tributária.
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Expressão dos princípios acima mencionados é o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos


e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (“Simples”). O Simples é um
regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido, aplicável às pessoas jurídicas
consideradas como microempresas (“ME”) e empresas de pequeno porte (“EPP”), nos termos
definidos na Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, tal como posteriormente alterada e
regulamentada, estabelecido em cumprimento ao disposto no artigo 179 da Constituição
Federal. Constitui-se em uma forma simplificada e unificada de recolhimento de tributos, por
meio da aplicação de percentuais favorecidos e progressivos, incidentes sobre uma única base
de cálculo, a receita bruta.

Para o exclusivo efeito de tributação pelo Simples, considera-se ME a pessoa jurídica que
tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a
R$ 120.000,00, enquanto que será considerada EPP a pessoa jurídica que tenha auferido, no
ano-calendário, receita bruta superior a R$ 120.000,00, e igual ou inferior a R$ 1.200.000,0012.

Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta
própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não
incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionalmente concedidos. Não se incluem
no conceito de receita bruta, com vistas à tributação pelo Simples, os ganhos líquidos auferidos
em aplicações de renda fixa ou variável, nem os resultados não-operacionais relativos aos
ganhos de capital obtidos na alienação de ativos.

De uma forma geral, os incentivos no Brasil encontram-se nas mãos dos poderes executivos da
União Federal, dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Tais incentivos, que variam
constantemente, consistem em pacotes de financiamento subsidiado, créditos fiscais e isenções
de tarifas e têm o objetivo de promover o desenvolvimento econômico de certas áreas do País e
direcionar o capital privado a setores específicos da atividade econômica.

Projetos de investimento que desejem gozar de incentivo são individualmente analisados pelo
órgão do Governo responsável por sua concessão. Concretamente, os incentivos podem
representar isenção de tributos, por um determinado período de tempo, crédito subsidiado dos
bancos públicos de desenvolvimento, e importação de bens de capital livres de tributos
aduaneiros, ou com tarifas consideravelmente reduzidas.

Zona Franca de Manaus

A ZFM foi criada e regulamentada, respectivamente, pela Lei nº 3.173, de 6 junho de 1957 e
pelo Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967. A ZFM é administrada pela

12
Conforme mencionamos, os limites e valores acima dizem respeito exclusivamente à possibilidade de tributação das ME e EPP pelo
Simples. Para os demais fins, as ME e EPP encontram-se disciplinadas pela Lei nº 9.841 de 5 de outubro de 1999 que indica, em seu
artigo 2º, valores e limites distintos dos acima mencionados. Com valores atualizados pelo Decreto nº 5.028, de 31 de março de 2004,
consideram-se: (i) ME, a empresa ou o empresário que tiver receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14; e (ii) EPP, a
empresa ou o empresário que, não enquadrada como ME, tiver receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a
R$ 2.133.222,00.
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Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.

Trata-se de uma área de livre comércio, de importação e de incentivos fiscais especiais. Ela tem
por finalidade manter na Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário, dotado de
condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da
grande distância em que se encontra dos centros consumidores de seus produtos.

Os incentivos fiscais especiais para a ZFM estão fixados, por determinação constitucional, até o
ano de 2013. É intenção do Governo Federal prorrogar referido prazo.

A ZFM destaca-se por sua produtividade e contribuição para a formação do Produto Interno
Bruto do Brasil. Em 2003, o saldo da balança comercial do pólo industrial de Manaus atingiu
US$ 4,45 bilhões, e em 2004, até fevereiro, este saldo já atingia US$ 739 milhões.

A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na ZFM, ou


reexportação para o estrangeiro encontra-se equiparada, para efeitos fiscais, salvo exceções, a
uma exportação brasileira para o exterior. A exportação de mercadorias da ZFM para o exterior,
por sua vez, está isenta do IE.

Destacamos ainda que de acordo com a Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, os benefícios
concedidos a empresas estabelecidas na ZFM, relativos ao IPI e ao II, aplicam-se também ao
PIS – Importação e à COFINS – Importação.

A ZFM representa importante incentivo para o desenvolvimento da Amazônia Ocidental,


atraindo empresas e criando condições interessantes para a formação de joint ventures.

Estabelecimento de Empresas

Empresas que pretendam se estabelecer na ZFM devem apresentar à SUFRAMA um plano de


Projeto Industrial que deve ser submetido à apreciação do Conselho Administrativo daquele
órgão. Uma vez aprovado o plano, a empresa deverá encaminhar à SUFRAMA o projeto
definitivo, juntamente com um projeto arquitetônico.

Importante ressaltar que a atuação da SUFRAMA pretende evitar que a ZFM se torne um
simples entreposto para montagem de produtos importados, que todavia se beneficiariam dos
incentivos fiscais. Para tanto, a SUFRAMA estabeleceu o Processo Produtivo Básico (“PPB”),
que consiste na descrição detalhada de diversas fases do processo industrial, que devem estar
presentes para que as empresas gozem dos benefícios fiscais lá oferecidos. Tal medida visa,
ainda, aumentar o grau de nacionalização dos produtos industrializados na ZFM.

Após concedida a aprovação do Conselho Administrativo da SUFRAMA, a empresa estará apta


a estabelecer-se na ZFM, e atuar gozando dos respectivos incentivos fiscais.
- 56 -

Incentivos Fiscais

Empresas estabelecidas na ZFM gozam de isenção ou redução nos seguintes impostos:

(i) II, para produtos destinados a consumo na ZFM, ou ainda para insumos utilizados em
produtos industrializados na ZFM quando saem para outros pontos do País;

(ii) IPI, incidente sobre mercadorias estrangeiras destinadas a consumo ou industrialização


na ZFM, bem como sobre as mercadorias produzidas na ZFM e destinadas ao consumo
na própria ZFM ou em qualquer ponto do País;

(iii) IR, para empreendimentos aprovados pela Superintendência do Desenvolvimento da


Amazônia, nas proporções e pelos prazos determinados na legislação tributária;

(iv) ICMS, para produtos oriundos de outros Estados e destinados a consumo ou


industrialização na ZFM. Além disso, as empresas poderão contar com crédito de ICMS
para produtos oriundos de outros estados brasileiros, e restituição da parcela variável do
ICMS para empreendimentos industriais aprovados pela Secretaria de Economia e
Finanças de Estado do Amazonas; e

(v) ISS, para empresas prestadoras de serviços com projetos aprovados pela Prefeitura
Municipal de Manaus.
- 57 -

PROPRIEDADE INTELECTUAL ©
A proteção conferida no Brasil à Propriedade Intelectual decorre da Constituição Federal, bem
como de diversas leis federais e tratados internacionais assinados e ratificados pelo Brasil.
Propriedade intelectual é expressão que designa um gênero, de que são espécies os direitos
autorais e conexos, cujo objeto é a proteção de obras literárias, artísticas e científicas, e também
os direitos de propriedade industrial, voltados para o aproveitamento industrial e comercial dos
inventos, marcas, patentes e desenhos industriais.

A legislação brasileira sobre a Propriedade Intelectual é relativamente recente, e já está


adequada aos padrões mínimos de proteção à propriedade intelectual estipulados no TRIPS –
Trade Related Aspects of Intelectual Property Rights (Acordo Relativo aos Aspectos dos
Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio), tratado internacional
celebrado pelos membros da Organização Mundial do Comércio - OMC, o qual foi incorporado
ao ordenamento jurídico brasileiro por meio do Decreto nº 1.355 de 1994.

Além do TRIPS, o Brasil assinou e ratificou os principais tratados internacionais relativos à


tutela dos direitos de propriedade intelectual, dentre os quais se destacam:

(i) Convenção de Paris para a proteção da Propriedade Industrial de 1883, revista em


Estocolmo em 1967;

(ii) Convenção de Berna para a Proteção das Obras Literárias e Artísticas de 1886, revista
em 1971;

(iii) Convenção de Roma para a proteção dos Artistas-Intérpretes, Produtores de Fonogramas


e Organizações de Radiodifusão, de 1961; e

(iv) Tratado de Cooperação de Patentes (PCT).

PROPRIEDADE INDUSTRIAL

A proteção dos direitos de propriedade industrial, regulada pela Lei nº 9.279 (“Lei de
Propriedade Industrial”), efetua-se mediante a concessão de marcas, patentes de invenção,
modelos de utilidade, desenhos industriais, repressão às falsas indicações geográficas e à
concorrência desleal. Dentre as inovações dessa norma, até então não permitidas na legislação
pretérita, destacam-se a concessão de patentes para medicamentos, produtos químicos
farmacêuticos e alimentícios e também o reconhecimento dos direitos referentes às marcas
notoriamente conhecidas (art. 6º bis da Convenção da União de Paris).

O nome empresarial também é protegido no âmbito da Propriedade Industrial, sendo, contudo,


regulado por legislação específica.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial – (“INPI”) é o órgão governamental encarregado


da regulamentação e da execução das normas relativas aos direitos de propriedade industrial e
- 58 -

do exame formal dos pedidos de registro de marca, de indicações geográficas e da concessão de


patentes.

Marca

O sistema brasileiro de proteção de marcas é o atributivo da propriedade, o que significa que


todos os direitos resultam da concessão do registro da marca no Brasil. Não obstante, a lei
brasileira reconhece o direito à proteção da marca notoriamente conhecida em seu ramo de
atividade, independentemente de estar registrada no Brasil, nos termos da Convenção
Internacional de Paris e da Lei de Propriedade Industrial.

O registro de marca no Brasil pode ser requerido como marca estrangeira ou brasileira. A marca
estrangeira é registrada nos termos da Convenção de Paris, que estabelece um período de
prioridade exclusiva de seis meses, a contar da data do pedido no país de origem, para que seu
titular requeira o registro da mesma marca em outros países signatários da referida Convenção,
tal como o Brasil.

A marca brasileira é aquela requerida por empresa brasileira ou estrangeira, para distinguir
produtos ou serviços, referentes à sua atividade, como se verá adiante.

A principal finalidade do registro de marca dentro do prazo de prioridade estabelecido pela


Convenção, é que a data de depósito no país de origem também prevalecerá no Brasil. No caso
de a marca ser requerida no Brasil por pessoa estrangeira sem reivindicar a prioridade
estabelecida pela Convenção de Paris, a marca será considerada como brasileira, e os benefícios
da Convenção não serão aplicados.

Há necessidade da apresentação de alguns documentos para requerer o registro de marcas


estrangeiras no Brasil, quais sejam:

(i) procuração, que deverá incluir poderes expressos para que o procurador receba citações
judiciais referentes a ações que eventualmente venha a ser proposta no Brasil contra o
titular da marca;

(ii) cópia certificada do pedido de registro ou do certificado de registro da marca no país de


origem, no caso de o pedido ser depositado com reivindicação de prioridade;

(iii) declaração na forma de um affidavit, comprovando que o requerente é empresa


legalmente constituída no seu país e especificando as atividades que desenvolve, que
deverão estar diretamente relacionadas com os produtos/serviços para os quais pretende
se obter o registro no Brasil.; e

(iv) amostras das marcas a serem registradas, se as mesmas forem constituídas por símbolos,
desenhos, cores ou letras estilizadas.

O registro de marca brasileira poderá ser requerido por qualquer parte interessada, brasileira ou
estrangeira, sendo que o pedido e o registro de tal marca deverá ser feito de acordo com o
disposto na Lei da Propriedade Industrial.
- 59 -

O uso da marca é essencial para sua proteção no Brasil, sendo que o registro caducará caso a
marca não seja utilizada durante cinco anos após a data de seu registro, ou caso o seu uso seja
interrompido por mais de cinco anos consecutivos. Desde que a marca seja utilizada pelo seu
titular no Brasil ou pelo licenciado, o registro será válido por dez anos; tal proteção poderá ser
renovada por períodos idênticos e sucessivos.

A Lei da Propriedade Industrial tipifica diversas condutas como crime contra registro de marca,
sujeitando o infrator a penas de 1 (um) a 3 (três) meses e de 3 (três) meses a 1 (um) ano de
detenção, ou multa, conforme o caso.

Nome Empresarial

Ao lado das marcas, o ordenamento jurídico nacional também confere proteção aos nomes
empresariais. A proteção, em regra, advém do arquivamento dos atos constitutivos da pessoa
jurídica no órgão competente. Ademais, a Convenção da União de Paris estabelece que o nome
empresarial será protegido em todos os países da União, independentemente de registro.

Patentes e Modelos de Utilidade

Conforme previsto na Lei da Propriedade Industrial, são patenteáveis as invenções que atendam
aos requisitos da novidade absoluta, aplicação industrial e atividade inventiva. Além disso, é
patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de
aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que
resulte melhoria funcional em seu uso ou em sua aplicação.

Uma patente é considerada nova quando seu objeto não está compreendido no estado da técnica,
ou seja, não esteve acessível ao público, seja por descrição escrita ou oral, ou por uso ou
qualquer outro meio, inclusive conteúdo de patentes no Brasil e no estrangeiro, antes do
depósito do pedido de patente. Excetuam-se os casos em que a garantia de prioridade foi
requerida antes ou uma reivindicação de prioridade foi comprovada nos termos da Convenção
de Paris.

A proteção conferida pela patente é válida por 20 anos no caso de invenções e por 15 anos para
os modelos de utilidade, contados a partir da data do depósito do pedido no INPI.

O pedido de patente deve ser apresentado ao INPI, onde deverão constar as reivindicações do
inventor, descrição completa da invenção e seu desenho (se aplicável) e prova do cumprimento
de todas as exigências legais. Uma vez depositado o pedido, será realizado um exame formal
preliminar e expedido o certificado de depósito. O pedido será mantido em sigilo por um
período de 18 meses, ao final do qual ocorrerá sua publicação oficial. O inventor terá então 36
meses para solicitar o exame formal do pedido. Na falta de solicitação nesse sentido, o pedido
será considerado extinto. A carta-patente será expedida após o deferimento do pedido de
patente, podendo ser anulado, judicialmente, a qualquer tempo.

A exploração comercial da patente deverá ter início no prazo de três anos, contados da data de
expedição da carta-patente, sob pena de concessão de licença compulsória ou de declaração de
- 60 -

caducidade. A caducidade da patente poderá também ocorrer se sua exploração for interrompida
por um período de dois ou mais anos consecutivos, se o inventor deixar de pagar as
correspondentes anuidades ao INPI, se o inventor expressamente renunciar a seu privilégio, ou
se a patente for cancelada por vias administrativas ou judiciais.

A Lei da Propriedade Industrial tipifica como crime as infrações às patentes, podendo ser
aplicadas penas de 1 (um) a 3 (três) meses e de 3 (três) meses a 1 (um) ano de detenção, ou
multa, conforme o caso.

Concorrência Desleal

Além da proteção específica concedida às marcas, patentes, modelos de utilidade e desenhos


industriais, a Lei da Propriedade Industrial prevê atos que caracterizam crime de concorrência
desleal, sujeitando o infrator a penas de 3 (três) meses a 1 (um) ano de detenção, ou multa. A
caracterização dos crimes depende da existência de inequívoca intenção de prejudicar a
reputação ou os negócios de terceiros, criar confusão entre estabelecimentos comerciais,
industriais ou prestadores de serviço, ou ainda, entre os produtos e serviços postos no comércio.
As práticas de concorrência desleal ensejam indenização na esfera civil, sem prejuízo da
competente ação penal.

Entre outras hipóteses, são considerados crimes de concorrência desleal a prática dos seguintes
atos:

(i) publicação, prestação ou divulgação de informações falsas sobre concorrentes, com o


fim de obter vantagem;

(ii) emprego de meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de
outrem;

(iii) usar expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imitar, de modo a criar confusão
entre os produtos ou estabelecimentos;

(iv) usar, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou


vender, expor ou oferecer à venda ou ter em estoque produto com essas referências;

(v) vender, expor ou oferecer à venda, em recipiente ou invólucro de outrem, produto


adulterado ou falsificado, ou dele se utilizar para negociar com produto da mesma
espécie, embora não adulterado ou falsificado;

(vi) dar ou prometer dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que o
empregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem;

(vii) receber dinheiro ou outra utilidade, ou aceitar promessa de pagamento ou recompensa,


para, faltando ao dever de empregado, proporcionar vantagem a concorrente do
empregador; e
- 61 -

(viii) divulgar, explorar ou utilizar-se, sem autorização, de conhecimentos, informações ou


dados confidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços,
excluídos aqueles que sejam de conhecimento público ou que sejam evidentes para um
técnico no assunto, a que teve acesso mediante relação contratual ou empregatícia,
mesmo após o término do contrato.

Em casos de verificação de práticas de concorrência desleal, a Lei da Propriedade Industrial


prevê, além das medidas cíveis aplicáveis para a cessação da violação e reparação dos danos
causados, reparação por outros atos de concorrência desleal tendentes a prejudicar a reputação
dos negócios alheios ou a criar confusão entre os concorrentes e/ou seus produtos.

CONTRATOS DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA,


LICENCIAMENTO DE PATENTES, MARCA E FRANQUIA

Os contratos de transferência de tecnologia no Brasil, de licenciamento de patentes, marcas e de


franquia estão sujeitos a averbação no INPI. Atualmente, a análise pelo INPI dos contratos
envolvendo o licenciamento de direitos de propriedade industrial, marcas, patentes,
transferência de tecnologia, serviços de assistência técnica e semelhantes, está limitada ao
exame (i) dos aspectos intrínsecos aos documentos que lhe são apresentados, (ii) da legislação
fiscal, (iii) da legislação de controle de câmbio e (iv) de eventual caracterização de abuso de
poder econômico ou concorrência desleal.

A aprovação do INPI para tais contratos é essencial não somente para fins de registro perante o
Banco Central, possibilitando assim a remessa da remuneração ao exterior, mas também para
permitir a dedução das importâncias pagas pelo licenciado ou beneficiário da tecnologia como
despesas operacionais. Ademais, a aprovação dos contratos é necessária para que possam valer
perante terceiros.

Em geral, os contratos de transferência de tecnologia devem especificar seu objeto e descrever


em detalhe o modo pelo qual a tecnologia será efetivamente transferida. Os contratos de
licenciamento, sejam de patentes ou de marcas, devem especificar as condições para o uso
efetivo das patentes regularmente depositadas ou concedidas no Brasil, o licenciamento da
marca registrada no Brasil ou seu pedido de registro.

Os contratos de licenciamento de patentes e de marcas devem também especificar se a licença é


outorgada a título oneroso ou gratuito em caráter exclusivo e se o sublicenciamento é permitido.
O prazo desses contratos não deverá exceder a validade da patente ou do registro da marca.

Os contratos de prestação de serviços de assistência técnica e científica devem especificar o


tempo previsto para a prestação dos serviços especializados, o número necessário de técnicos,
seus programas de especialização e treinamento, bem como a remuneração avençada.

Quanto aos contratos de franquia, sua averbação também deverá ser feita no INPI, sendo que
sua validade depende, principalmente, da previsão de dois aspectos, quais sejam: (i) a concessão
temporária de direitos que envolvem, juntamente com o uso de marcas, a prestação de serviços
de assistência técnica ou com qualquer outra modalidade de transferência de tecnologia
necessária à satisfação de seus objetivos; e (ii) a remuneração paga pelo franqueado ao
franqueador, seja fixa ou variável, sendo que, nesta última, equivalente a um percentual sobre o
- 62 -

faturamento ou sobre o preço de cada unidade de produto vendida ou comprada pelo franqueado
de seus fornecedores, ou sobre o lucro obtido ou mesmo em valor fixo.

DIREITO AUTORAL

O direito autoral no Brasil é regulado pela Lei nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, segundo a
qual todas as obras de criação do espírito, de qualquer modo exteriorizadas, são protegidas
como propriedade intelectual.

Os direitos de autor são divididos em direitos morais e direitos patrimoniais. Os direitos morais
são aqueles que tutelam a vinculação da obra à personalidade do seu autor, sendo, desse modo,
intransferíveis. Assim, são direitos morais do autor, dentre outros, (i) o de reivindicar, a
qualquer tempo, a autoria da obra, (ii) o de ter seu nome como sendo o do autor, na utilização
da obra, (iii) o de impedir modificações na obra que possam prejudicar a reputação ou a honra
do autor.

Os direitos patrimoniais, por sua vez, são todos aqueles ligados à utilização, fruição e
disposição da obra intelectual. Podem ser transferidos a terceiros, inclusive às pessoas jurídicas.

O autor da obra ou, na ausência de prova em contrário, a pessoa que reivindicar sua autoria, ou
cujo nome esteja incluído na obra registrada, é tratado pela legislação brasileira como titular do
direito autoral.

Além disso, qualquer pessoa que adaptar, traduzir, compilar ou editar uma obra caída no
domínio público poderá reivindicar direito de autor, mas não lhe será permitido impedir a
publicação de uma outra adaptação, tradução, compilação ou edição da mesma obra.

Não apenas as pessoas físicas, mas também pessoas jurídicas podem deter direitos de autor
sobre uma obra, desde que com autorização ou cessão e do autor, pessoa física.

No Brasil, o registro da obra intelectual é opcional, não sendo pois essencial para sua proteção.
No entanto, a fim de garantir seus direitos, bem como fazer prova formal da sua titularidade, o
autor da obra intelectual poderá registrá-la em órgãos específicos.

Poderão ser propostas ações civis e criminais contra quem quer que infringir os direitos
autorais. Os tribunais civis proíbem a publicação da obra que violar direito autoral, podendo
também atribuir indenização em favor do titular do direito. A violação de um direito autoral
poderá também ser punida como crime em tribunais penais.

PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARE)

O programa de computador no Brasil é regulado pelas Leis nºs 9.609 (“Lei de Software”) e
9.610 (“Lei de Direito Autoral”), ambas de 19 de fevereiro de 1998, que dispõem
principalmente sobre: (a) a proteção dos programas de computador como propriedade
intelectual; (b) as normas de comercialização de tais programas e a criação de mecanismos para
controle oficial dessa comercialização, com o objetivo de proteger o programa de computador
no Brasil; e (c) penalidades de natureza criminal para os casos de violação de direito autoral e
infração a certas normas de comercialização dos programas de computador.
- 63 -

Os direitos sobre um programa de computador estão protegidos por 50 anos a partir do dia 1º de
janeiro do ano subseqüente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação, em cada
país. A exemplo do que ocorre com os direitos autorais, a proteção de programas de computador
de titular residente no exterior é garantida no Brasil, desde que seu país de origem ofereça
reciprocidade de tratamento, isto é, que o país estrangeiro conceda aos brasileiros e estrangeiros
residentes no Brasil proteção equivalente em extensão e duração.

A proteção aos direitos sobre programa de computador também independe de registro, não
havendo necessidade de o autor registrá-lo, para reivindicar à sua propriedade. O registro
poderá, no entanto, ser feito no Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI.

A violação do direito autoral sobre programa de computador é crime que sujeita o infrator à
pena de detenção de seis meses a dois anos, ou multa.

De acordo com a Lei do Software, as seguintes situações, entre outras, não caracterizam
violação ao direito autoral sobre programas de computador:

• reprodução de cópia adquirida por vias legais, desde que essencial à utilização adequada
do programa; e

• integração do programa e suas características básicas a um sistema operacional ou


aplicativo, tecnicamente indispensável às necessidades do usuário, desde que utilizada
exclusivamente por quem a tenha realizado.

Outros Comentários

Vemos, assim, que o ordenamento jurídico brasileiro apresenta um amplo conjunto de normas
com o objetivo de proteger a Propriedade Intelectual.

Além dos institutos acima comentados, destacamos ainda que a Lei de Propriedade Industrial
concede proteção também a desenhos industriais e repressão às falsas indicações geográficas.

O ordenamento brasileiro protege, ademais, os chamados direitos da personalidade, tal como é o


caso do direito à imagem, classificada como inviolável segundo a Constituição Federal de 1988.

Cabe ainda comentar que, embora o ordenamento jurídico brasileiro não disponha de normas
voltadas exclusivamente para relações e atos praticados por meio da Internet, há dispositivos
legais que objetivam proteger os direitos de Propriedade Intelectual, prevendo sua
disseminação, e mesmo violação, por meio da utilização de novas tecnologias, incluindo a
Internet.

Por fim, ressalta-se que a publicidade também é objeto de regulamentação no Brasil, a cargo do
Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (“Conar”). Este órgão é responsável
por estabelecer parâmetros éticos que devem nortear a criação de qualquer anúncio publicitário,
podendo-se a ele recorrer inclusive em hipóteses em que as já mencionadas práticas de
concorrência desleal forem praticadas por meio de publicidade.
- 64 -

REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
E DISTRIBUIÇÃO
Entre os diversos mecanismos previstos pelo ordenamento jurídico brasileiro para auxiliar
investidores a disseminarem seus produtos, destacamos os contratos de Representação
Comercial e Distribuição. Conforme se verá abaixo, trata-se de institutos em princípio distintos,
que podem ser utilizados pelo investidor como canais de distribuição de seus produtos no
mercado brasileiro, sem a necessidade de se constituir, necessariamente, uma empresa no Brasil.

Representação Comercial

Pelo contrato de Representação Comercial, o representante, pessoa física ou jurídica,


desempenha para o representado, em caráter não eventual, a intermediação da realização de
negócios em território determinado, fazendo jus a uma comissão, comumente calculada com
base num percentual sobre o valor de tais negócios.

Os dispositivos legais que regulam a atividade de representação comercial13 conferem vários


direitos e proteções aos representantes comerciais, o que limita em muito a liberdade contratual
das partes. Entre tais proteções, podemos destacar o aviso prévio mínimo para que o
representado possa rescindir o contrato sem justa causa, bem como indenização mínima a que o
representante faz jus em algumas hipóteses de rescisão unilateral do contrato pelo representado
ou rescisão por justa causa pelo representante.

Todavia, cumpre ressaltar que o Código Civil, ao regular a matéria “Agência e Distribuição”,
apresenta certos dispositivos aplicáveis àquela, equiparada por parte da doutrina à
Representação Comercial, que em certa medida conflitam com entendimentos tradicionalmente
estabelecidos, à luz da Lei nº 4.886/65. Destaca-se que o assunto é controverso na doutrina, e
que ainda não há jurisprudência que possa esclarecer suficientemente a aplicação dos
dispositivos do Código Civil às relações de Representação Comercial.

Distribuição

Tradicionalmente, entende-se Distribuição como um acordo em que o distribuidor adquire


produtos do contratante para revendê-los por sua conta e risco em zona determinada. Ainda
segundo a definição tradicional do instituto, e diferentemente do que ocorre na Representação
Comercial ou na prestação de serviços, o distribuidor não recebe qualquer remuneração do
contratante – sua receita origina-se em sua margem de lucro, ou seja, da diferença entre o preço
de compra e o preço de revenda.

Todavia, o Código Civil, em seus artigos 710 e seguintes, também ao regular a matéria
“Agência e Distribuição”, define esta última como uma relação de representação comercial em
que o representante tem à sua disposição a coisa a ser negociada. De acordo com tal definição, é


13
Lei nº 4.886, de 9 de dezembro de 1965, com alterações da Lei nº 8.240, de 11 de maio de 1992 (Lei de Representação Comercial) e
Lei nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002 (Código Civil).
- 65 -

possível concluir que o distribuidor seria, portanto, um representante comercial que tem consigo
os produtos ofertados aos clientes, o que em muito se afasta da definição doutrinariamente
consolidada de Distribuição, mencionada no parágrafo anterior. Portanto, ainda não é possível
entender se os artigos 710 e seguintes do Código Civil aplicam-se ou não às relações de
Distribuição tradicionais, a que anteriormente fez-se referência.

Tal como no caso da Representação Comercial, o assunto é controverso doutrinariamente, e


inexiste até o momento jurisprudência que esclareça a aplicação dos dispositivos do Código
Civil às relações de Distribuição.

Caso de fato os tribunais confirmem que as regras estabelecidas pelo Código Civil não se
aplicam às relações tradicionais de Distribuição, anteriormente mencionadas, não haveria lei
específica que o regulasse. A relação de Distribuição, então, permaneceria atípica, regida pelos
princípios gerais do direito. Nesta hipótese, a Distribuição poderia ser considerada como uma
relação mais flexível do que a Representação Comercial, pois caberia às partes a determinação
das condições comerciais aplicáveis.

Por outro lado, caso os tribunais decidam que os dispositivos dos artigos 710 e seguintes do
Código Civil aplicam-se também a contratos de Distribuição em que ocorre a compra e revenda
de produtos, a Distribuição será considerada como uma espécie de Representação Comercial.
Nesta hipótese, as proteções que a lei confere aos representantes comerciais poderiam também
estender-se aos distribuidores.

© 2003. Direitos Autorais reservados a PINHEIRO NETO ADVOGADOS.


Guide to
Doing Business
in Brazil
A BUSINESS GUIDE

The LEGAL GUIDE TO DOING BUSINESS WITH BRAZIL, prepared by PINHEIRO NETO
ADVOGADOS for the SÃO PAULO CHAMBER OF COMMERCE of the ASSOCIAÇÃO
COMERCIAL DE SÃO PAULO, presents a comprehensive guide to the legal norms ruling
foreign investments and corporate activity in the country, and constitutes an important support
for foreign businesspeople willing to invest in Brazil.

Occupying a territory of more than 8.5 million km2 and with a population of nearly 180 million
inhabitants, Brazil has a diversified economy offering great prospects for investment in all
sectors: from infrastructure to telecommunications, from industry to agribusiness, from tourism
to services. These investments can be made directly by the businesspeople and foreign
companies or through partnerships with Brazilian entrepreneurs.
The ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO, through the SÃO PAULO CHAMBER
OF COMMERCE, seeks to assist foreign businesspeople intending to make business with
Brazil, whether it is supplying information, hosting groups and missions, fostering contacts or
offering logistical support.

The publication of this GUIDE, part of the effort to contribute to the strengthening of trade
relations between Brazil and foreign countries, was possible thanks to the collaboration of
PINHEIRO NETO ADVOGADOS who elaborated the text on the initiative of Dr Hélio
Nicoletti, superintendent of the International Chambers of Commerce Council, to whom ACSP
is immensely grateful.

Guilherme Afif Domingos


President
Associação Comercial de São Paulo
SÃO PAULO CHAMBER OF COMMERCE
BRAZILIAN ECONOMY

Brazil is one of the largest economies in the world, but it is still a developing country offering
great opportunities for investment, partnerships and commerce. As a growing country it
naturally faces some difficulties. Nevertheless, these do not reduce its market attractiveness.
Experience has shown that the foreign capitals invested there have yielded compensatory
returns even when the economy is not bubbling with dynamism. The fifth largest country in
territorial extension, it covers an area in excess of 8.5 million km2 and its population has
reached 180 million inhabitants. The Gross Domestic Product (GDP) in the area of US$ 500
billion places its economy among the biggest in the world, mainly when its production is
measured by PPP (Purchasing Power Parity) - that reflects the purchasing power of the same
currency in different countries. On this basis of comparison, the Brazilian economy is within the
ten largest worldwide.

The country's regional economic development does not show a uniform distribution. The
Southeastern region contributes 58% to the total production, with the State of São Paulo being
accountable for a third of the country's Gross Domestic Product. In this state the product per
capita is US$ 4.353 whereas the Brazilian average is US$ 2.8l5. Such regional economic
concentration has been gradually reduced with the increase of industrial investments in the
Northern /Northeastern regions and the growth of agribusiness in the Central/Western regions,
stimulated by the expansion of agricultural frontiers within the economy of Brazil.

In the agro-cattle breeding sector, grain production is higher than 110 million tons, reflecting
the wealth of the Brazilian agribusiness and ranking it as the biggest exporter of beef and
chicken in the world. Within the agro-industry one can note the big opportunity for investment
in the sugar-alcohol sector. Besides the favourable conditions of the world sugar market, Brazil
can become a large ethanol supplier to developed countries that search for alternative forms of
fuels in order to reduce pollution. Dual energy vehicles are currently being produced in Brazil,
running either on petrol or alcohol, or even with a mixture of both fuels. Taking into account
the attention given to environmental issues by all the nations, this market is likely to grow
sharply in the next few years and Brazil, more than any other country, has exceptional
conditions to become a large world supplier as it can make use of available land and highly
developed technology in the sector.

Information technology, which is comprised of hardware, software and telecommunications,


counts on a vast and ever-increasing internal market. The country is also geared to the export
market with a great possibility of success.

There is still a lot to be accomplished in the infrastructure area to cover the needs of a
continental country with a great deal of deprivation. Yet, it presents the investor with unlimited
possibilities, specially in this moment when Brazil is reorganising its economy and undertaking
a liftoff for sustainable development, thus returning to its historical levels and, consequently,
bringing forth good results to investments.
The industrial sector bears a significant role in the composition of the total production of the
country accounting for 39% of the GDP, with a diversified industry - provided with a high
degree of technology in some sectors - enabling it to export to the various parts of the world.

The export of industrialised products represented 70% of the total exports of the country, which
should reach US$ 90 billion in 2004, with manufactured products accounting for 54% of the
total and basic products accounting for 29% of foreign sales. Regarding imports, in the area of
US$ 60 billion, raw materials, intermediate products and capital goods represent 75% of that
value. Among the exported products, listed in order of importance, there were soya bean and its
by-products, automobiles, buses, tractors and its components, iron ore and is concentrates,
airplanes, transmitter radios, wood chemical paste, footwear, iron & steel laminated products,
coffee, sugar, tobacco, orange juice and raw aluminium.

Brazilian exports are getting diversified reaching practically all countries, but the European
Union (25%) and the United States of America (23%) are still the main markets, followed by
Asia with 16% and Latin America, including Mercosul, accounting for approximately 17% of
the total exports.

Brazil accounts for approximately 1% of the world's commerce. However, the recent foreign
trade performance points out an increasing participation of the country in the international
commerce and related affairs. The trade current (exports plus imports) in relation to the GDP is
in the area of 25.0 % and the export expansion has been the main responsible factor for the
country's economic growth.

Foreign investment has played an important role in the country's development since the
beginning of last century. Initially, it was concentrated in the infrastructure sector, mainly in the
fuel and transport areas and, from mid-century onwards, it directed itself to manufacturing,
helping to energise Brazil's sprouting industrialisation process. In the last years, the service
sector has absorbed the largest slice of those investments, encouraged to a great extent by
privatisation programs in the telecommunications, energy and transport areas.

The accumulated foreign capital stock in the country has reached the amount of US$ 161
billion, with the service sector absorbing 61.4% and the manufacturing sector 34.6% of this
total. Such capital originated mainly from the United States of America, Holland and Spain,
with 21.9%, 11.4% e 10.2% of the total invested, respectively.

The economic stability, the strengthening of political institutions and the potential consumer
market place Brazil, among the emerging countries, as one the principal focus to attract foreign
capital.
S U M M A R Y
INSIGHTS INTO BRASIL ............................................................................................. 1
Doing Business in Brazil........................................................................................... 1
Foreign Investment in Brazil..................................................................................... 2
Companies................................................................................................................. 2
Limited Liability Companies .................................................................................... 4
Internal Organization of Limited Liability Companies............................................. 4
Partners´ Resolutions ................................................................................................ 4
Management.............................................................................................................. 6
Corporate Capital and Distribution of Dividends ..................................................... 6
Joint-stock Companies .............................................................................................. 7
General Features of Joint-Stock Companies............................................................. 8
Shares ........................................................................................................................ 8
Debentures ................................................................................................................ 10
Participation Certificates........................................................................................... 10
Subscription Warrants............................................................................................... 10
Shareholders´ Rights ................................................................................................. 10
Shareholders´ Agreement.......................................................................................... 10
Joint-Stock Companies´ Internal Structure ............................................................... 11
General Meeting........................................................................................................ 11
Annual and Extraordinary General Meetings ........................................................... 12
Management Bodies.................................................................................................. 13
Board of Directors..................................................................................................... 13
Executive Office ....................................................................................................... 14
Fiscal Board .............................................................................................................. 14
Transformation.......................................................................................................... 15
Merger, Consolidations and Spin-off........................................................................ 15
Wholly-owned Subsidiary......................................................................................... 16
Payment of Dividends ............................................................................................... 16
Procedures for Organization of Companies .............................................................. 16

ENVIRONMENTAL LAW ............................................................................................. 18


Administrative Rules and Penalties .......................................................................... 20
Criminal Liability...................................................................................................... 20
Civil Liability............................................................................................................ 21

COMPETITION LAW .................................................................................................... 22


Preventive Control .................................................................................................... 22
Repressive Control.................................................................................................... 23
Regulatory Agencies ................................................................................................. 24

LABOR LAW ................................................................................................................... 25


Employment Contract ............................................................................................... 25
Employees´ Rights .................................................................................................... 25
Interruption and Suspension of an Employment Contract ........................................ 27
Termination of an Employment Contract ................................................................. 27
Employment Contracts for a Determined Period ...................................................... 29
Foreign Workers ....................................................................................................... 29
Immigration Control.................................................................................................. 30
Transit Visa............................................................................................................... 30
Tourist Visa............................................................................................................... 30
Temporary Visa......................................................................................................... 31
Remunerated Activities............................................................................................. 32
Technical Services .................................................................................................... 32
Employment Contract with Aliens............................................................................ 32
Permanent Visa ......................................................................................................... 33
Management Positions .............................................................................................. 33
Concurrent Activities ................................................................................................ 33
Mercosur Visa........................................................................................................... 34
Labor Reform............................................................................................................ 35

TAXATION ...................................................................................................................... 36
Major Brazilian Taxes............................................................................................... 37
Federal Taxes ............................................................................................................ 38
Income Tax ........................................................................................................ 38
Withholding Income Tax................................................................................... 38
Transfer of Investment Abroad ......................................................................... 39
Social Contribution on Net Profits .................................................................... 39
Profit Participation Program Contribution
and Social Security Financing Contribution ..................................................... 40
Provisional Contribution on Financial Transactions......................................... 41
Tax on Manufactured Products ......................................................................... 42
Tax on Financial Transactions .......................................................................... 42
Contribution on Economic Activities................................................................ 43
Transfer Pricing................................................................................................. 44
State Taxes ................................................................................................................ 45
Tax on Distribution of Goods and Services ...................................................... 45
Estate and Gift Tax............................................................................................ 45
Municipal Taxes........................................................................................................ 46
Tax on Services ................................................................................................. 46
Inter-Vivos Property Transfer Tax .................................................................... 46
Urban Land and Building Tax........................................................................... 46
Foreign Trade .................................................................................................... 46
Drawback .......................................................................................................... 47
Export Processing Zone..................................................................................... 49
Investment Incentives ........................................................................................ 51
Manaus Free Trade Zone................................................................................... 52
Setup of Companies........................................................................................... 52
Tax Incentives ................................................................................................... 53

INTELLECTUAL PROPERTY© ................................................................................... 54


INDUSTRIAL PROPERTY...................................................................................... 54
Trademarks ........................................................................................................ 54
Company Name ................................................................................................. 56
Patents and Utility Models ................................................................................ 56
Unfair Competition............................................................................................ 57
TECHNOLOGY TRANSFER & PATENT, TRADEMARK
AND FRANCHISE LICENSE AGREEMENT ........................................................ 58
COPYRIGHTS.......................................................................................................... 58
SOFTWARE ............................................................................................................. 59
Final Comments................................................................................................. 60

COMMERCIAL REPRESENTARION AND DISTRIBUTORSHIP......................... 61


Commercial Representation............................................................................... 61
Distributorship ................................................................................................... 61
INSIGHTS INTO BRAZIL
Brazil is a Federative Republic organized in three separate branches: executive, legislative and
judiciary. Brazil is divided administratively into 26 states and the Federal District, in Brasília.
Brazil has a codified legal system and, as a federative republic, its rules and regulations are
established by the Federal Government, the States, the Federal District and the Municipalities.

Legislative authority at federal level is entrusted to Congress (the Senate and the House of
Representatives). The Federal Senate is composed of representatives of the States and of the
Federal District, each being entitled to elect three senators for a term of office of eight years.
Representation of the States and the Federal District at the Senate is renewed every four years,
on a rotating basis, by one- or two-thirds.

Legislative authority at state level is exercised by the State Assembly, whose members are
elected for a four-year term. At the municipal level, the legislative branch is represented by the
City Council, whose members are elected for a four-year term of office.

The Constitution currently in force was enacted on October 5, 1988. Being relatively recent,
with certain concepts yet to become full-fledged precepts, the Constitution is committed
towards the progress and development of Brazil. Brazil is politically stable and organized under
a democratic system.

The President is elected by direct vote for a term of four years, reelection being permissible. The
President has a broad range of powers, including the right to appoint ministers of state and top-
echelon executives to selected administrative and political posts.

Executive authority at state level is entrusted to governors, who are elected for a four-year term,
with the possibility of reelection. Executive powers at municipal level are exercised by mayors,
who are also elected for a four-year term, reelection being permissible.

Doing Business in Brazil

The legal rules governing business activities in Brazil are basically laid down in federal
legislation. However, the Constitution allows the Federal Government, the States and the
Federal District to concurrently legislate on certain matters related to business activities, such as
tax, financial and economic issues, liability for environmental and consumer damages, among
others. In this case, the Federal Government’s power is limited to enacting general rules on such
issues, whereas the States and the Federal District have authority to legislate on a supplementary
basis, in line with the general rules laid down in the federal legislation.

Brazil offers countless business opportunities for domestic or foreign investors, in light of its
enormous economic potential, its diversified economy, and its huge domestic market, now
considerably expanded as a result of several international trade agreements entered into with
economic blocs and countries the world over.
- 2-

Foreign Investment in Brazil

Under Brazilian law, foreign capital stands for “any goods, machinery, equipment, cash and
financial resources that enter Brazil for the production of goods or services, or for investment in
economic activities, provided that in either case they belong to individuals or legal entities
resident, domiciled or headquartered abroad.” Foreign capital is ensured the same treatment as
that afforded to domestic capital, and any discrimination not expressly prescribed by law is
prohibited.

In Brazil, the Central Bank is charged with registering, monitoring and following up on foreign
investments, whereas the Ministry of Finance (through the Federal Revenue Office) focuses on
the taxation of these foreign investments.

The Brazilian legal tender is the Real (R$). In order to validate their investments in Brazil,
foreign investors must translate their foreign currencies into Brazilian currency by entering into
a foreign exchange contract at any Brazilian financial institution authorized to deal in exchange
by the Central Bank. The corresponding foreign exchange transactions must follow the Central
Bank rules and regulations.

Non-resident investments may be made in Brazil through the incorporation of a company; the
opening of a branch; or other form of investment on the capital or financial markets, among
others.

Nevertheless, participation of foreign capital in the following activities is prohibited: nuclear


energy; health services; businesses abutting on international borders; post office and telegraph
services; domestic flight routes; and the aerospace industry.14

Some restrictions apply to foreign investment in the ownership and management of newspapers,
magazines and other periodicals, as well as in radio and television networks.15

There are also certain limitations on the presence of foreign capital in financial institutions, but
these restrictions can be lifted in the national interest. Supplementary legislation must still be
enacted to regulate this matter, including for insurance companies.

Companies

The most usual procedure for a foreign investor to do business in Brazil is by organizing a
company in Brazil.


14
Referring to the launch and orbital positioning of satellites, vehicles, aircraft and related activities, excluding the manufacture or
marketing of said items and their accessories.
15
Constitutional Amendment No. 36 was enacted on May 28, 2002, amending the provisions of article 222 of the Federal Constitution.
Subsequently, this matter was regulated by Law No. 10610 of December 20, 2002. According to the new rules, at least 70% of the total
and voting capital of newspaper and radio broadcasting companies must belong, directly or indirectly, to native Brazilians or persons
naturalized for over 10 years, foreigners being entitled to hold up to 30% of the total and voting capital of such
companies. Participation of foreign capital will only be indirect, through a legal entity incorporated under Brazilian law and
headquartered in Brazil. Managerial and programming activities must also be entrusted to native Brazilians or persons naturalized
for over 10 years.
- 3-

A foreign company may open branches in Brazil by submitting an application to the Brazilian
Government for approval, which is granted in the form of a decree of the federal executive
branch. Only after all the formalities have been fulfilled, which include publication in the
official press and filing at the Register of Companies (Registro Público de Empresas Mercantis)
of the documentation related to opening of the branch, will it be allowed to start up its activities.
The foreign company must also appoint a representative — who need not be a Brazilian
national, but must be resident in Brazil — to act on its behalf. The branch is governed by
Brazilian law and, although it does not have a corporate capital of its own, the foreign company
must allocate capital to the transactions to be performed in Brazil, for the branch is not an entity
separated from the foreign company. This capital constitutes, just as subscription and payment
of quotas or shares, an investment registrable with the Central Bank.

The corporate entities existing in Brazil are basically regulated by Law No. 10406 of January
11, 2002 (the Civil Code) and by Law No. 6404 of December 15, 1976 (the Corporation Law).
Among the several types of corporate entities contemplated by such laws, the most widely used
in Brazil are the limited liability company (sociedade limitada) and the joint-stock company
(sociedade por ações).

The liability of partners both in limited liability companies and joint-stock companies is
restricted to the amount which they paid for their quotas or shares, as the case may be. This
feature gives the company the necessary assurances to concentrate its efforts on its business,
without its partners’ being held liable for any amount other than that disbursed to make up the
company’s capital, except in the case of illicit acts.

Regardless of the type of corporate entity, companies have some features in common. First, the
company must have at least two partners, whether individuals or legal entities, who need not be
domiciled in Brazil. However, if said partner is resident or domiciled abroad, it must have an
attorney-in-fact in Brazil with powers to represent it as a partner in the Brazilian company.
Moreover, individual or corporate foreign partners must be enrolled in the Federal Revenue
Office in Brazil, which reports to the Ministry of Finance and is responsible for dealing with
tax-related aspects.

In principle, there are no minimum corporate capital requirements.16 The corporate capital may
be distributed among the partners as they find proper.

Under Brazilian law, taxes and the respective rates are established in accordance with the size
of the company, irrespective of the type of the corporate entity (ability to pay principle).
Therefore, the type of company is not relevant for taxation purposes.


16
According to Resolution 394/76, and Section 1, Chapter 2, Title I of the Central Bank’s Manual of Rules and Regulations, financial
institutions and other institutions authorized to operate by the Central Bank must pay, in Brazilian currency, upon incorporation or
in capital increases, 50% of the subscribed capital; the remaining balance, if any, must be paid, also in Brazilian currency, within one
year from subscription. Additionally, pursuant to Central Bank Resolution 2607/99, financial institutions and other institutions
authorized to operate by the Central Bank must pay up a minimum amount of their capital stock. In the case of commercial banks,
the minimum amount to be paid up is R$ 17.5 million. Pursuant to Resolution 73 of the National Private Insurance Council,
insurance companies authorized to operate in the Brazilian segment of non-life insurance cannot have a paid-up capital lower than
R$ 7.2 million.
- 4-

Limited Liability Companies

The limited liability companies (sociedades limitadas) contemplated by Brazilian law are very
similar to the limited liability companies, limited partnerships and closely-held companies
under the English and United States laws. In Brazil, limited liability companies are governed by
the Brazilian Civil Code (which has a chapter devoted to them) and, in a subsidiary manner
when applicable, by the Corporation Law. The liability of each partner is limited to the amount
of its quotas, but all partners are jointly and severally liable for the total amount of the corporate
capital until it is fully paid up.

Limited liability companies may take the form of a simple or entrepreneurial company. Under
Brazilian law, entrepreneurial companies (sociedades empresárias) are those that perform
economic activities in an organized and professional manner, with the goal of producing or
marketing products and services. For their part, simple companies (sociedades simples) do not
have a highly complex level of organization, and engage in intellectual, scientific, literary or
artistic activities. Since simple companies are rarely adopted, emphasis will be given on
entrepreneurial limited liability companies.

A limited liability company need not publish its accounts, amendments to articles of
association, or other corporate documents, except in the events of capital reduction, merger,
spin-off or consolidation.17 But the articles of association are a public document, and third
parties may obtain copies by application to the commercial registry with which these articles of
association and their amendments must be filed.

Internal Organization of Limited Liability Companies

The two major aspects related to the internal organization of a limited liability company refer
to: (a) partners’ resolutions taken at meetings, general meetings, or via other documents or
corporate acts; and (b) the company management.

Partners’ Resolutions

A majority of the resolutions taken by partners of limited liability companies depend on the
approval of partners representing 75% of the total corporate capital. Exceptions to this rule are
provided for in the law, whereas others may be prescribed by the articles of association.

In addition to other matters that may be stated in the articles of association, the law provides
that certain matters, such as those listed below, depend on a partners’ resolution to be taken at a
meeting (reunião) or general meeting (assembléia):


17
Bill No. 3741 of November 8, 2000 is being reviewed by the House of Representatives, and proposes to amend certain provisions of the
Corporation Law, by extending to large-sized companies - even if organized as a limited liability company or otherwise - the
obligation to publish financial statements. According to Bill 3741/00, with the wording given by the clean bill, the publication of
financial statements will be mandatory for large-sized companies engaging in the production of goods and services, even if not
organized as joint-stock companies. Under Bill 3741/00, large-sized company is defined as a company or group of companies under
common control, which reported, in the preceding fiscal year, total assets exceeding R$ 240 million or an annual gross income higher
than R$ 300 million. The House of Representatives is also reviewing, on a priority basis, Bill 2813/00, which proposes the mandatory
publication of financial statements by limited liability companies whose gross income exceeds R$ 2,133,222.00.
- 5-

(i) approval of accounts;

(ii) appointment, removal and compensation of senior managers;

(iii) amendment to the articles of association;

(iv) merger, consolidation and winding-up of the company or discontinuance of its


liquidation status;

(v) appointment and removal of liquidators, and review of their accounts; and

(vi) filing for debt rehabilitation (concordata).

Resolutions on these issues will be taken at a partners’ general meeting, if the limited liability
company has more than ten partners. Partners’ general meetings call for more formalities when
compared to partners’ meetings, which are more flexible and involve fewer bureaucratic
procedures. Partners’ meetings or general meetings must be convened by the senior managers in
the cases prescribed by law or by the company’s articles of association.

Partners’ general meetings must be convened by a notice published in the official press or in a
widely-circulated newspaper, at least three times. Prior call notices may be waived when all
partners are present in the general meeting or state in writing that they are aware of the place,
date, time and agenda.

The law provides for the possibility of dispensing with a partners’ meeting or general meeting
to deliberate upon said matters, thus offering a more agile decision-making process for the
company’s internal affairs. This will apply whenever all partners approve a written resolution in
lieu of a meeting or general meeting.

Partners may be represented at the general meetings by another partner or by a lawyer, upon
granting of a specific power of attorney to that end. No partner may vote-either by himself or as
an attorney-in-fact of another partner-on any matter in which he is an interested party.

Minutes of each general meeting will be drawn up in the proper book and state all the
resolutions then discussed and passed. These minutes must be filed at the Register of
Companies within 20 days from the general meeting date.

If the resolutions taken at a partners’ meeting or general meeting result in the amendment to the
articles of association or merger with or into another company, the partners that dissented from
such resolutions may withdraw from the company within 30 days following the respective
meeting or general meeting.

Certain companies are required to hold general meetings at least once a year within the four
months following the end of the financial year. The purpose of this annual general meeting is to
review the management accounts, resolve on the balance sheet and income statements of the
- 6-

company and, if applicable, appoint senior managers and deal with other matters of interest to
the company.

Notwithstanding the limited liability of partners in limited liability companies, resolutions taken
in breach of the articles of association or of the law result in unlimited liability of whoever
expressly approved them.

Management

Limited liability companies are managed by one or more senior managers appointed in the
articles of association or by means of other corporate documents. The senior managers need not
be Brazilian, but must be resident and domiciled in Brazil. Nothing prevents the partners
themselves from managing the company, provided that the requirements mentioned above are
fulfilled. It is incumbent on the senior managers, among other duties, to represent the company
before third parties and prepare the company’s financial statements at yearend.

The condition of senior manager is not inherent to the position of partner, and even if the
articles of association provide that all partners (if only individuals) have powers to manage the
company, such powers will not automatically extend to partners that join the company at a later
date.

Therefore, a limited liability company may be managed by its own partners or by non-partner
third parties. The appointment of non-partner managers must be expressly set out in the articles
of association, and is conditioned to the unanimous consent of all partners (if the corporate
capital has not been fully paid up) or of partners representing at least two-thirds of the corporate
capital (if it has been fully paid up).

Senior managers may be removed from office at any time, by resolution of the partners
representing a majority of the corporate capital. However, if the company’s management is
under the responsibility of a partner so appointed in the articles of association, his removal from
office will be conditioned to approval by one or more partners representing at least two-thirds of
the corporate capital.

The powers of a senior manager are established when he is appointed. The partners may impose
restrictions on such managerial powers, and even subject certain acts to previous approval of
partners representing a given portion of the corporate capital.

The articles of association of a limited liability company may optionally provide for the
establishment of administrative bodies such as the Advisory Council (Conselho Consultivo) and
the Fiscal Council (Conselho Fiscal).

Corporate Capital and Distribution of Dividends

The corporate capital of a limited liability company is divided into quotas, allocated to its
partners in any proportion. After the company is organized, as a rule there is no preset period
under the law for payment of the corporate capital by its partners, ratably to the number of
- 7-

quotas they subscribed for. However, if the quotas are not paid up at the time the company is
organized, the articles of association must set out a time period to that end. Payment may be
made in Brazilian currency, goods or rights, capable of being appraised in cash. According to
the Civil Code, the corporate capital of limited liability companies can be increased only after
the subscribed capital has been fully paid up.

As already stated, if a foreign-based partner remits funds to Brazil for payment of its corporate
holdings, it must sign a foreign exchange contract for conversion of the foreign currency into
Brazilian currency. This remittance will be made after the foreign partner obtains its investor
status from the Central Bank. Any funds thus remitted will be entered in the corresponding
registration. The Brazilian currency proceeds from such conversion will be used first to pay the
corporate holdings already subscribed for by the investor, and any excess will serve to increase
the investor’s corporate holdings.

Holdings in a limited liability company are reflected in the articles of association, as the quotas
in which the company’s corporate capital is divided are not represented by certificates as in the
case of shares. The articles of association must therefore be amended whenever quotas are
assigned or transferred, or upon capital increase, so as to accurately reflect the ownership of a
limited liability company’s capital.

Limited liability companies may distribute accrued profits to their partners. If the partners are
individuals or legal entities resident or domiciled abroad, dividends remitted at the commercial
exchange rate are subject to prior registration with the Central Bank of the foreign investments
initially made by the partners to pay up their corporate holdings.

As a rule, there are no restrictions on distribution and remittance of profits abroad. Profits and
dividends distributed as from 1996 are not subject to income tax. Once the investment has been
registered, the distribution, if in the same proportion as the registered investment, will not
require prior registration.

Brazil has signed double taxation treaties with the following countries: Argentina, Austria,
Belgium, Canada, China, the Czech Republic and Slovakia, Denmark, Ecuador, Finland,
France, Germany, Hungary, India, Italy, Japan, Luxembourg, the Netherlands, Norway, the
Philippines, Portugal, South Korea, Spain, and Sweden.

Joint-stock Companies

Joint-stock companies (sociedades anônimas) are governed by Law No. 6404 of December 15,
1976, as amended (the Corporation Law). The joint-stock company is the corporate form that
most closely resembles the U.S. joint-stock company or corporation. Unlike limited liability
companies, Brazilian joint-stock companies always take the form of an entrepreneurial company
as expressly prescribed by the pertinent law. Each shareholder of a joint-stock company is liable
only to the extent that the capital stock for which it has subscribed remains unpaid.
- 8-

General Features of Joint-stock Companies

A joint-stock company may be formed by public or private subscription of its shares. In both
cases, at least 10% of the capital must be paid up upon incorporation.

This type of company may be either publicly- or closely-held. A publicly-held company must be
registered with the Brazilian Securities Commission (CVM) along with its securities, which
may be traded on the stock exchange or on the over-the-counter market. The securities of a
publicly-held company can be traded only after 30% of the issue price has been paid. The
securities of a closely-held company are not available to the general public.

The capital may be either subscribed or authorized. For a company with subscribed capital, its
bylaws must state the amount of capital actually subscribed for by the shareholders, although
this capital need not necessarily be paid up. The bylaws of a company with authorized capital
establish the limit for capital increases without an amendment to these same bylaws.

CVM is the body in charge of regulating and monitoring the capital markets in Brazil. In recent
years, particularly as from 2003, CVM has changed certain rules that may foster even further the
Brazilian capital markets, such as the Private Equity Funds and Tender Offers for shares in
publicly-held companies. In early 2004, CVM has signaled its intention to go ahead with such
changes, including as regards debentures and investment funds.

Shares

A company’s capital stock is divided into several kinds of shares, all of which have different
advantages, rights or restrictions attaching to them.

Shares need not have a par value, and may be represented by certificates.

The bylaws of a closely-held company may restrict the circulation of shares, provided that they
do not prevent their transfer. Should such restrictions be imposed by means of an amendment to
the bylaws, they will only apply to the shares of those holders who have expressly agreed with
them.

Shares may be paid up by means of contribution of assets, goods, credits, technology transfer or
any other assets capable of being appraised in cash. Appraisal of the assets must be carried out
by an expert or specialized company, and approved by the shareholders in a general meeting.

Common shares in a closely-held company may belong to different classes, depending on


certain legal precepts. Shares of the same class confer on their holders equal rights. Each
common share carries one vote at the general meetings.

Preferred shares in a publicly- or closely-held company may belong to one or more classes, and
carry rights and/or privileges that may include the right to elect certain members for the
company's administrative bodies, even if these preferred shares are granted no other voting
- 9-

rights. Pursuant to law, the company may issue nonvoting preferred shares up to 50% of its total
capital stock.18

Holders of preferred shares may be accorded the following privileges: (a) priority in the
distribution of fixed or minimum dividends; (b) priority in capital repayment, at or without a
premium; or (c) both advantages, on a cumulative basis.

In order to be traded on the securities market, preferred shares without voting rights or with
restricted voting rights must confer on their holders at least one of the following privileges:

(i) priority in the payment of dividends corresponding to at least 3% of the share net equity
value, in addition to the right to participate in the profit distribution on a par with
common shares, after these have been ensured dividends equal to the minimum priority
dividends; or

(ii) the right to dividends, per preferred share, at least 10% higher than those paid to each
common share; or

(iii) the right to tag these shares along in a public offer for disposal of control, receiving
dividends at least equal to those paid to common shares.

Should there be preferred shares without voting rights or with restricted voting rights, the
advantages and privileges attributed to them must be properly described in the company’s
bylaws.

Companies to be privatized may create preferred shares of a special class (known as golden
shares), which will be held by the privatizing entity on an exclusive basis. This class of share
will be granted the powers set forth in the bylaws, including the power to veto resolutions
passed by the general meetings on such matters as the bylaws may specify.

The bylaws may also confer on one or more classes of preferred shares the right to elect, by
separate voting, one or more members of the company’s administrative bodies, or even
condition amendments to the bylaws to approval of the holders of one or more classes of
preferred shares in a special meeting.

Preferred shares without voting rights or with restricted voting rights will be entitled to vote if
the company fails to pay fixed or minimum dividends within the time period set forth in the
bylaws (not to exceed three consecutive financial years), retaining such right until actual
payment of such dividends.


18
Law No. 10303 of October 31, 2001 amended the Corporation Law with respect to the issue of preferred shares. According to the
former provisions, a company was allowed to issue preferred shares without voting rights or with restricted voting rights up to two-
thirds of its total issued shares. The companies already organized when this change came into force may keep such two-thirds ratio,
provided that they observe the new rule in issues made after the effectiveness of Law 10303/01.
- 10 -

Debentures

Joint-stock companies may also issue non-equity securities, such as participation certificates,
subscription warrants and debentures. Debentures, which are the most important of these
securities, grant their holders credit rights against the issuer. The conditions of this credit right
held by the debenture holder against the company must be set out in the respective indenture.
Debentures may be converted into shares, and will be necessarily secured by the issuing
company. Unless otherwise permitted by law, the total amount of outstanding debentures cannot
exceed the company’s capital.

Participation Certificates

Participation certificates (partes beneficiárias) are nonpar securities issued by closely-held


companies only, and confer on their holders the right to participate in up to 10% of annual
profits. These securities carry none of the rights attributable to the shareholders, except for the
right to oversee the acts of the company’s senior managers. The bylaws may provide for
redemption of these participation certificates by capitalization of a reserve specifically created
for this purpose.

Subscription Warrants

A company with authorized capital may issue negotiable securities called subscription warrants
(bônus de subscrição). These securities entitle their holders to subscribe for shares when the
capital is increased, subject to the conditions stated on the corresponding certificates.

Shareholders’ Rights

Shareholders have the following essential rights:

(i) to share the company’s profits;

(ii) to share the company’s assets upon liquidation;

(iii) to supervise the management of the company’s business;

(iv) to be granted priority in subscribing for shares and convertible debentures, and receiving
subscription bonuses; and

(v) to withdraw from the company in the situations determined by law.

Shareholders’ Agreement

The company shareholders may sign shareholders’ agreements to regulate share purchases and
sales, first refusal rights, the exercise of their voting rights, or their controlling power over the
company. A shareholders’ agreement is binding on the company when registered at its head
offices. A shareholder may also file a lawsuit for specific performance of the obligations
- 11 -

contained in the shareholders’ agreement. These agreements cannot be invoked to release


shareholders from their liability regarding voting rights or controlling power. The chairman of
general meetings or decision-making committees of joint-stock companies cannot compute
votes given in defiance of shareholders’ agreements properly registered at the company’s head
offices.

Joint-stock Companies’ Internal Structure

The decision-making and monitoring bodies of a company are: the Shareholders' General
Meeting; the Board of Directors (Conselho de Administração); the Executive Office
(Diretoria); and the Fiscal Board (Conselho Fiscal).

General Meetings

The shareholders’ general meeting is the company’s highest authority, deciding on all corporate
matters and passing all such resolutions as the shareholders may deem appropriate to protect
and develop the company. Such resolutions, however, are restricted to the company’s corporate
purposes and business, its bylaws and applicable laws.

The shareholders’ general meeting has exclusive authority over the following matters:

(i) amendments to the bylaws;

(ii) the election and dismissal of senior managers and members of the fiscal board of the
company;

(iii) the annual examination of management accounts and approval of the financial
statements submitted by the company’s management;

(iv) change of corporate type, consolidation, merger and spin-off of the company, its
dissolution or liquidation, election and dismissal of liquidators, and verification of their
accounts; and

(v) admission of bankruptcy and petition for debt rehabilitation (concordata) of the
company.

As a rule, general meetings’ resolutions of joint-stock companies are adopted by an absolute


majority of votes, i.e., by stockholders representing 50% of the voting capital plus one vote.

General meetings are called by the Board of Directors, if any, or by the senior managers, as
provided for in the company’s bylaws. Meetings may also be called:

(i) by the Fiscal Board, in the events set out by law;

(ii) by any shareholder, when the senior managers fail to call the meeting in due course;
- 12 -

(iii) by shareholders representing at least 5% of the capital stock, when the senior managers
fail to call a meeting at the shareholders’ request; and

(iv) by shareholders representing at least 5% of the voting capital, or by those representing at


least 5% of the nonvoting capital, when the senior managers fail to call a general
meeting (on the shareholders’ initiative) for instatement of the Fiscal Board.

Call notices for general meetings must state the place, date and time of the general meeting, as
well as the agenda. In the event of amendment to the bylaws, the call notice must indicate this
as an item of business. Irrespective of the formalities above, meetings attended by all
shareholders are considered properly called.

Those attending a general meeting must prove their shareholder status. Shareholders may be
represented by proxy.

Minutes of the general meetings must be drawn up in a proper book, then signed by, among
others, the shareholders in attendance. These minutes must be filed with the Register of
Companies.

Annual and Extraordinary General Meetings

Annual General Meetings are held within the four months following closing of the financial
year to examine the senior management accounts; review, discuss and vote on the financial
statements; elect the senior managers and the Fiscal Board members; resolve on the allocation
of the net profits for every financial year and the payment of dividends; and approve the
adjustment of the capital stock’s currency denomination.

Extraordinary General Meetings are held at any time for any other purposes. Annual and
Extraordinary General Meetings may be called concurrently, held at the same place, date and
time, and recorded in the same minutes.

The company’s senior managers must inform and make available to shareholders documents
that will support the resolutions to be passed at Annual General Meetings, such as the
management report and a copy of the financial statements. Availability of the documents, the
place where they may be found, and the content of some of them must be published in both the
official press and widely-circulated newspapers prior to the Annual General Meeting.

Certain matters voted by Extraordinary General Meetings may be subject to supermajority vote
requirements. In principle, the following matters require approval of at least half of the
company’s voting capital:

(i) the creation of a class of preferred shares or any increase in the existing classes without
regard to the existing ratios;

(ii) change in the conditions of one or more classes of preferred shares;


- 13 -

(iii) reduction in compulsory dividends;

(iv) consolidation or spin-off of the company, or its merger into another company;

(v) change in the company’s corporate purpose; and

(vi) dissolution of the company.

Subject to legal provisions, dissenting shareholders are afforded the right to withdraw from the
company upon reimbursement of the amount paid for their respective shares.

Management Bodies

Upon incorporation of the company and adoption of its bylaws, shareholders have the choice of
dividing the corporate management body into two parts: the Board of Directors (Conselho de
Administração) and the Executive Office (Diretoria). Should the company choose not to have a
Board of Directors, the Executive Office will perform all administrative functions. If a Board of
Directors is instated, the Executive Office must abide by its decisions. Establishment of a Board
of Directors is mandatory for publicly-held companies, authorized capital companies, and
financial institutions. Only individuals may be appointed for management bodies.

Board of Directors

The Board of Directors (Conselho de Administração) acts as an interface between the General
Meeting and the Executive Office. It has full authority to establish the economic, corporate and
financial policies to be followed by the company, and to supervise the Executive Office
activities on a permanent basis.

If the Board members reside abroad, they must be represented by a person resident in Brazil
with powers to receive service of process in any lawsuits filed on the basis of corporate
legislation. Board members must be shareholders.

Board members are elected and removed by the General Meeting. The Board of Directors must
be composed of at least three members, whose term of office cannot exceed three years,
reelection being permissible.

The company’s bylaws must also set out the rules for instatement and operation of the Board of
Directors and calling of Board meetings. As a rule, the Board of Directors will pass resolutions
by a majority vote; the bylaws, however, may stipulate a supermajority vote requirement for
resolutions on specific matters. Minutes of Board of Directors meetings containing resolutions
that produce effects on third parties must be filed at the Registry of Companies and then
published.

A representative of employees may also sit on the Board, if this is stipulated in the bylaws. Such
representative will be chosen by employees in a direct election organized by the company
jointly with the employees’ unions.
- 14 -

In publicly-held companies, subject to the conditions set out in the law, shareholders
representing a certain portion of the voting capital stock or a certain number of preferred shares
may elect and remove a member of the Board and his alternate by a separate vote in the General
Meeting, excluding the controlling shareholder.

Executive Office

The Executive Office (Diretoria) is composed of at least two officers serving for no more than
three years, reelection being permissible. As a rule, officers are elected and removed at any time
by the Board of Directors. If no Board of Directors was instated, the General Meeting will be
responsible for electing and removing the Executive Office members. Up to one-third of the
Board members may be elected for Executive Office positions. The Executive Office represents
the company in its dealings with third parties, among other duties. The bylaws may establish
that certain managerial decisions should be taken in Executive Office meetings only.

Officers need not be shareholders, but must necessarily be resident and domiciled in Brazil.

Officers are not held liable for any of the obligations assumed on behalf of the company in the
course of routine management procedures. Their powers must be set out in the bylaws, and may
be limited by the shareholders.

In case of abuse of power, negligence or willful misconduct in violation of the law or bylaws,
senior managers are held liable in the civil sphere for any losses to which they may have given
cause. In this sense, senior managers are prohibited from:

(i) performing discretional acts at the company’s expense;

(ii) performing acts without the prior authorization of the General Meeting or the Board of
Directors, when required;

(iii) lending the company’s funds or assets; or

(iv) receiving from third parties, without proper authorization, any direct or indirect personal
advantage by virtue of the exercise of their position.

Senior managers are also prohibited from taking part in any corporate transaction in which their
interest conflicts with that of the company.

If a senior manager is found liable for any losses caused to the company, the latter will be
entitled by law, after a resolution to such effect is passed by the General Meeting, to file a
derivative suit against him. Such suit does not preclude any other judicial measures available to
shareholders or third parties directly affected by the senior management acts.

Fiscal Board

The Fiscal Board (Conselho Fiscal) must be mandatorily instated, but it is not required to
- 15 -

operate on a permanent basis. If the Fiscal Board will not officiate permanently it must be
instated, at the shareholders’ discretion, in a General Meeting. The Fiscal Board is composed of
three through five members and an equal number of alternates, all of whom need not be
shareholders. Only individuals resident in Brazil who hold a college degree or have previously
and for a certain time held the position of company manager or fiscal board member may sit on
the Fiscal Board. Persons prevented from holding management positions pursuant to law,
members of the company’s management bodies or their relatives, or company employees cannot
sit on the Fiscal Board.

When the Fiscal Board officiates on a non-permanent basis, it is instated by the General
Meeting upon request to such effect by shareholders representing at least 10% of the voting
shares or 5% of the non-voting shares.

The Fiscal Board monitors the senior managers and informs the General Meeting accordingly.
The Fiscal Board may also request that the senior managers appoint experts to look into certain
facts that must be clarified for proper performance of its duties. The Fiscal Board may also
request information from the company’s independent auditors, if any.

The Fiscal Board duties may not be delegated or transferred to any other body of the company.

Transformation

Under the corporation law, a company may change its corporate type without interruption of its
operations, dissolution or liquidation. This requires shareholders’ unanimous approval, unless
otherwise provided for in the bylaws. Dissident shareholders have the right to withdraw from
the company.

Merger, Consolidation and Spin-off

Merger, consolidation or spin-off may be effected between companies of the same or of


different types. On a merger, one or more companies are absorbed by another, which succeeds
to all rights and obligations, with consequent termination of the company or companies
absorbed. On a consolidation, two or more companies join to form a new company, which
succeeds to all their rights and obligations, the former companies being extinguished. Finally, a
spin-off is an operation by which a company transfers a portion of its assets to one or more
companies, which already exist or are formed for this purpose. If all assets and liabilities of the
company are transferred, it will be extinguished. The rights and obligations of the transferor are
proportionately absorbed by the spun-off companies.

The reasons for performing these transactions must be explained and justified in a Protocol of
Justification signed by the senior managers of the companies involved. This protocol will then
be approved by the partners in a General Meeting of such companies. In these cases, dissident
shareholders are also allowed to withdraw from the company.
- 16 -

Wholly-owned Subsidiary

A wholly-owned subsidiary is a company whose total capital stock is owned by another


company. The owner of the wholly-owned subsidiary must be a Brazilian company.
Incorporation by public deed is required. An existing company may be converted into a wholly-
owned subsidiary upon acquisition of all its shares by a Brazilian company.

Payment of Dividends

Joint-stock companies may pay dividends to shareholders pursuant to law and under the bylaws,
also considering the origin and nature of such funds. If the shareholder is an individual
or legal entity resident or domiciled abroad, the dividends remitted abroad at the
commercial exchange rate is subject to prior Central Bank registration of the foreign
seed capital. The distribution of dividends in the same proportion as registered
investments does not require prior Central Bank authorization, and is not subject to
taxation.

Joint-stock companies may also pay interest on net equity, pursuant to Law 9249/95 and Law
9430/96. Payment of interest on net equity is conditioned to the existence of profits at least
twofold the interest amounts to be paid or credited. Interest on net equity is calculated by
applying the Long-Term Interest Rate (TJLP) on the company’s adjusted net equity. As CVM
qualifies interest on net equity as dividends, it is viewed as a company’s results rather than
expenses. However, unlike the payment of dividends, the interest on net equity is subject to
income tax at the rate of 15%.

Procedures for Organization of Companies

Regardless of the type of corporate entity, there are certain procedures in common for
incorporation of companies in Brazil.

All organizational documents necessary to set up a company (i.e. the articles of association of
limited liability companies, or the bylaws of joint-stock companies) must be established by a
public deed or in a general meeting of incorporation, and then registered with the competent
Register of Companies, which reports to the Commercial Registries of each Brazilian state and
is monitored and regulated by the National Commercial Registration Department (DNRC).
Moreover, the documents relating to certain types of corporate acts must be published in the
state official press and in a newspaper widely circulating in the place where the company is
headquartered.19

Enrollment in the Federal Revenue Office is mandatory for all partners, whether individuals or
legal entities resident and domiciled in Brazil or abroad. Accordingly, foreign individuals must
be enrolled in the Individual Taxpayers’ Register (CPF), and foreign legal entities in the

19
The House of Representatives is reviewing bills, which propose to require the publication of financial statements by limited liability
companies and other companies, as in the case of joint-stock companies.
- 17 -

National Register of Legal Entities (CNPJ).

A newly-formed company is also required to obtain its CNPJ enrollment in order to do


business, open and transact current accounts in Brazilian banks, participate in government
procurement and bidding procedures, and perform other acts before third parties.

In addition to obtaining the CNPJ enrollment, other procedures will be required before state and
municipal governmental agencies and bodies after incorporation of the company. Such
procedures will hinge on the type of activity to be performed by the company.

Finally, incorporation of companies whose partners are foreign individuals or legal entities
implies the remittance of foreign capital to Brazil for payment of their respective ownership
interests. Registration of this foreign capital with the Central Bank is mandatory, and takes the
form of a self-registration (the investor itself and the Brazilian investee should provide for such
registration).

Currently, this registration is made on-line via the Central Bank Information System (Sisbacen),
specifically through the On-line Registration System for Foreign Direct Investments (RDE-
IED). Accordingly, the foreign investment is automatically registered, regardless of prior
Central Bank review or authorization. The foreign investment registered through the RDE-IED
mode serves as basis for calculation of the amounts to be repatriated upon capital reduction, as
well as for payment of dividends (at the commercial exchange rate) by the Brazilian company to
its foreign partners.

Equity investments from conversion of foreign credits, as well as investments made via import
of goods without foreign currency consideration and profit reinvestments are also subject to
registration with the Central Bank.
- 18 -

ENVIRONMENTAL LAW
The 1988 Federal Constitution devotes a separate chapter to environmental stewardship.
Everyone has the constitutional right to a balanced environment, which is viewed as a common
asset that is essential to the healthful life of citizens. Stewardship of the environment was
entrusted with the governmental authorities and the community as a whole.

The governmental authorities have the following constitutional duties, among others:

(i) to preserve and recover species and ecosystems;

(ii) to care for the variety and integrity of the country’s genetic heritage, overseeing the
entities acting in genetic research and manipulation;

(iii) to promote environmental education and awareness;

(iv) to define conservation areas; and

(v) to require environmental impact assessments before any potentially polluting activity is
set up.

The federal, state and municipal governments have concurrent authority to legislate on
environmental issues. As a result, environmental rules and requirements may vary depending on
the place of business. However, some specific issues (water, energy, mining and nuclear
activities) were reserved for the Federal Government; the states may also legislate on such
issues only upon express federal authorization.

According to the Constitution, an individual or legal entity that is liable for any conduct or
activity detrimental to the environment is penalized in the criminal and administrative spheres,
and is also required to redress the existing damage.

Environmental laws are enforced by a set of federal government bodies. The National
Environmental System (SISNAMA) comprises: (a) the National Council for the Environment
(CONAMA), a regulatory, advisory and decision-making body; (b) the Ministry of the
Environment, the central body in charge of coordination, supervision and control of the
National Policy for the Environment; and (c) the Brazilian Institute for the Environment and
Renewable Natural Resources (IBAMA), an executive environmental body.

SISNAMA is assisted by a number of other federal government entities, environmental


stewardship foundations, and state and municipal government entities (including state and local
environment offices, and other environment companies such as CETESB in the state of São
Paulo).

A potentially polluting venture or activity is that whose nature, size or location may have a
direct or indirect adverse impact on the physical, chemical or biological characteristics of the
- 19 -

environment. Environmental licensing for potentially polluting activities in national or regional


level rests with IBAMA.

The state or Federal District environmental authorities are responsible for environmental
licensing of ventures that extend beyond the territorial boundaries of one or more
municipalities. And the municipal environmental authorities are entrusted with the licensing of
local activities with an impact on the environment circumscribed within the territory of one
same municipality. In practice, the state environmental entity plays a major role in
environmental licensing for potentially polluting activities.

According to CONAMA, environmental licensing is compulsory for some specific activities,


such as:

(i) ore extraction;

(ii) logging;

(iii) pulp and paper industry;

(iv) rubber industry;

(v) chemicals industry;

(vi) textiles industry;

(vii) hazardous cargo carrier, marina and port activities;

(viii) resorts and other entertainment complexes;

(ix) stock-raising and agriculture activities;

(x) tobacco industry.

Environmental licensing stands for an administrative act by which a competent environmental


body lays down the conditions, limitations and control measures required from the applicant as
a condition for the setup, expansion or operation of ventures or activities that use natural
resources or are actually or potentially polluting, or otherwise prone to degrade the
environment. The environmental licensing system embodies a set of administrative procedures
intended to follow up on the development of a venture from its inception, controlling its setup
and operations from time to time. The environmental authorities issue a number of different
environmental licenses, depending on the type and stage of the venture for which they are
applied.
- 20 -

Administrative Rules and Penalties

Federal Decree No. 3179 of September 21, 1999, which regulates Law No. 9605 of February 12,
1998 (the Environmental Crime Law), provides for the administrative sanctions applying to any
conduct or activity that is damaging to the environment, such as the development of unlicensed
operations or the release of pollutants beyond the limits prescribed by laws and regulations.
Administrative offenses are punishable by:

(i) warning;

(ii) one-time or daily fine;

(iii) seizure, destruction, or rendering the irregular products unfit for further use or sale;

(iv) remediation order;

(v) suspension or cancellation of registration;

(vi) forfeiture, limitation or suspension of tax benefits or incentives, and ineligibility for
credit facilities from official credit establishments; and

(vii) ineligibility for government procurement.

In addition to these sanctions under federal law, a number of Brazilian states have issued their
own rules according a specific treatment to administrative penalties for environmental offenses.

Criminal Liability

The Environmental Crime Law sets out the criminal penalties for environmental offenses.
Before the advent of such law, criminal sanctions were scattered over a number of legal texts,
such as the Forest Code, the Hunting Code, and the like. Under the current laws, criminal
liability applies to whoever has given cause to any conduct or activity that is damaging to the
environment, to the extent of the degree of negligence or willful misconduct involved.

Under Brazilian law, criminal liability reaches not only the person directly responsible for the
environmental damage, but also whoever was aware of the criminal offense but did nothing to
avoid it, by omission or commission. These accessories to the crime include the officers,
directors, other board and committee members, auditors, managers, agents or attorneys-in-fact
of the offender. Criminal liability is also imputed to the legal entity directly, without prejudice
to the penalties meted out to individuals held liable as accessories to the environmental crime.
The disregard doctrine may likewise apply if necessary for redress of the environmental
damage.
- 21 -

Penalties meted out to individuals are limited to those restricting freedom (detention or
imprisonment) or rights (community services, temporary interdiction of rights, full or partial
suspension of activities, fine, and home confinement). As for legal entities, the following
penalties apply: fine; community services; and penalties restricting rights (such as full or partial
suspension of activities, temporary shutdown of establishment, works or activities, and
ineligibility for government procurement).

Environmental offenses qualify for plea bargaining with the Government Attorney Office,
which has exclusive authority to initiate criminal prosecution, depending on the severity of the
damage caused to the environment.

Civil Liability

In addition to administrative and criminal liability, the National Policy for the Environment in
Brazil also draws on the polluter-pay principle adopted in other countries. This principle rests
on strict liability, that is, irrespective of fault. The duty to redress is triggered by the existence of
a causal relation between the activity performed by the venture and the damage caused to the
environment.

The current National Policy for the Environment (established by Law No. 6938 of August 31,
1981) assumes that every environmental damage calls for remediation or redress. Accordingly,
even polluting emissions below legal thresholds may translate into an environmental damage,
making the offender liable for remediation or payment of damages.

Under prevailing laws, the Government Attorney Office may initiate a civil inquiry to detect
potential irregularities or environmental damage, which may evolve into a lawsuit for protection
of the environment and redress of damage (known as ‘civil public action’, similar to citizen
suits). As these civil inquiries develop, the respondent may enter into a cease-and-desist
commitment undertaking to exert efforts to remediate and/or redress the damage caused to the
environment, thus avoiding the filing of a civil public action.
- 22 -

COMPETITION LAW
Law No. 8884 of June 13, 1994 (the “Competition Law”) is primarily aimed at curbing and
preventing unfair trade practices, and has its pillars in the principles of the 1988 Federal
Constitution, i.e. free enterprise, open competition, the social role of property, consumer
protection, and curbing of unfair trade practices. These constitutional principles equally provide
the general guidelines for economic activities, as set forth in articles 170 et seq. of the Federal
Constitution.

Prior to the 1988 Federal Constitution, other laws and regulations already contained some
provisions on competition. The landmark in competition protection in Brazil was Law No. 4137
of September 10, 1962, which contained general rules on unfair trade practices, with very broad
provisions aimed at controlling acts and contracts that could injure open competition on the
Brazilian market. This law instituted the Administrative Council for Economic Defense
(CADE), which is the Brazilian authority charged with enforcing the Competition Law in
Brazil.

Other laws and decrees of lesser importance were subsequently issued. Law No. 8158 enacted
on January 8, 1991, coupled with Law 4137/62, provided the basic framework for competition
protection until enactment of the current Brazilian Competition Law.

The Competition Law transformed CADE into a federal independent agency (reporting to the
Ministry of Justice), with greater clout to monitor and curb potential practices in restraint of
trade.

The Competition Law applies to acts fully or partially performed within Brazil, as well as to
acts undertaken abroad with effects on the Brazilian market. CADE’s control authority is
twofold: preventive (controlling acts that may lead to a dominant position in the market); and
repressive (investigating and punishing unfair trade practices).

Preventive Control

Any acts that may limit or otherwise restrain free competition, or result in the dominance of
relevant markets for certain products or services, must be submitted for CADE review. Based
on the criteria set forth in the Competition Law, transactions such as the merger with or into or
the purchase and sale of companies, or any other form of corporate grouping, require CADE’s
approval if (a) the resulting company or group of companies accounts for 20% of a relevant
market, or (b) any of the parties has posted in its latest balance sheet an annual gross turnover
equal to R$ 400 million. In relation to the gross turnover criterion, CADE takes into
consideration not only the gross turnover of the companies directly involved in the transaction
under review, but also the gross turnover of their economic groups worldwide.

The transactions falling within the criteria mentioned above must be submitted for CADE
review within 15 business days from signing of the first binding document between the parties,
- 23 -

on pain of a fine ranging between 60,000 and 6,000,000 UFIR.20

The transaction documents must be submitted to the Economic Law Office (SDE), a body
reporting to the Ministry of Justice, in charge of investigating unfair trade practices from an
economic perspective and initiating administrative proceedings.

CADE’s decision is final and conclusive in the administrative sphere. However, it can be
appealed in court. The decision denying approval of a transaction will also state, on a case-by-
case basis, the measures to be implemented by the parties to fully or partially return the acts
already performed into their status quo ante.

A transaction entailing economic concentration may be approved if it is intended to increase the


levels of productivity, improve quality or generate technology efficiencies, proof of which must
always be provided. CADE is responsible for establishing the performance conditions under
which a transaction will be approved, even if resulting in economic concentration.

Repressive Control

The Competition Law defines the criteria to be adopted to identify practices in restraint of trade,
i.e. those that may actually or potentially limit, falsify or injure open competition or freedom of
enterprise, control relevant markets for goods or services, arbitrarily increase profits, or entail
the abuse of a dominant position. Law 8884/94 also lists examples of practices deemed to be
potentially injurious to competition, among which: tie-in sales, refusal to deal, concerted price-
fixing, market division, underselling, imposition of resale prices to distributors, retailers and
representatives, overpricing, and profiteering.

SDE will inquire into these illegal practices and irregularities, commencing administrative
proceedings, if appropriate, whereas CADE will render its final decision accordingly.

Administrative proceedings can be filed ex officio by SDE, or through a duly substantiated


complaint in writing filed by the Senate, House of Representatives, a congressional committee,
or any interested party. Both SDE and CADE may request information from any persons,
agencies, authorities or entities, whether public or private. SDE and CADE may also impose on
the offender preventive measures seeking to suppress such illegal practices and irregularities, as
well as levy daily fines for contempt of their decisions.

CADE may impose the following penalties:

(a) on the company: a fine ranging from 1% to 30% of its gross turnover for the last fiscal
year. The fine cannot be less than the profits obtained by the company by means of the
illegal practice concerned, when capable of being quantified;


20
UFIR is a benchmark rate used for monetary adjustment purposes. It was extinguished in October 2000, with its value frozen at
R$ 1.0641.
- 24 -

(b) on the company’s senior manager: a fine varying from 10% to 50% of that imposed on
the company, if he is eventually held liable for such illegal practice.

The penalties stated above may be doubled in case of recidivism. In addition, the following
supplementary penalties may be applied: cancellation of tax incentives or public subsidies;
prohibition from contracting with official financial institutions and participating in public bids;
company spin-off, transfer of control and/or divestiture; or other measures held to be
appropriate to eliminate the effects of the illegal practice.

Under Law No. 8137 of December 27, 1990, there is a possibility of preventive detention of the
senior managers for the sake of public and economic order, when there is proof of the crimes
and sufficient indicia of the respective offender.

Regulatory Agencies

The Federal Government created several regulatory agencies in charge of specific economic
sectors, the most important of which are the following:

• ANATEL – National Telecommunications Agency;


• ANEEL – National Electric Power Agency;
• ANP – National Oil Agency;
• ANTT – National Land Transportation Agency;
• ANTAQ – National Water Transportation Agency.

The primary function of these agencies is to monitor and regulate activities of relevant public
interest, which gradually moved from public to private entities. Such agencies are responsible
for regulating the structure of the markets under their respective scope of authority. Despite the
creation of such agencies, the prevailing stand is that CADE still has the right and duty to
exercise preventive and repressive control from a competition perspective, even in regulated
sectors. In some cases, cooperation agreements between CADE and the regulatory agencies
regulate and establish their respective spheres of authority in reviewing acts and contracts.
- 25 -

LABOR LAW
The guiding principles of labor law are defined in the Brazilian Constitution. The basic rights
and duties of employers and employees are set out in the 1943 Consolidated Labor Laws (CLT),
in collective bargaining agreements and collective labor conventions, as well as in some specific
laws on certain matters affecting labor relations.

Brazilian labor law defines an employee as the person who renders services on a regular basis
and subordinated to, and under the direction of, an employer in return for compensation. A self-
employed worker, in turn, renders services on an independent basis, acting for himself,
determining his own tasks, developing his own business, and assuming the risks of his
activities, with no subordination relationship.

For its part, employer is defined as a company or sole proprietorship that takes the risk of its
economic activity, hires, pays salaries, and sets out the guidelines for the services provided by
the employee. Companies belonging to the same economic group, under the same control or
direction, are jointly and severally responsible for compliance with labor-related obligations.

Employment Contract

A formal agreement is not required for individual employment under Brazilian law. Oral
employment is fully valid. In any event, however, it is essential that the employment contract be
recorded in the Work and Social Security Card (CTPS) of the employee within 48 hours from
hiring. The company, in turn, must keep specific hiring records in a proper book.

As a general rule, an employee is hired for an undetermined period of time, and contracts for a
determined period of time constitute an exception to this rule. The latter contract will only be
valid when (i) the nature of the services justifies establishment of a preset period of time; (ii)
the nature of the company's activity is temporary; or (iii) it is a probation contract.

Employees’ Rights

An employment relation immediately gives rise to a series of rights warranted by the Brazilian
legislation, irrespective of whether such rights are mentioned in the employment contract. In
addition to such rights, specific legislation and collective labor conventions may ensure certain
categories of employees other or broader rights. Employees’ main rights are the following:

(i) Compensation: may be paid monthly, fortnightly, weekly or even per task, depending
on the conditions established for the employment. The compensation paid to an
employee may never be less than the minimum wage established by the Government and
valid throughout the Brazilian territory, or less than the lowest wage floor established in
the collective labor convention for each professional category, whichever is higher.
Compensation includes food, lodging or any other benefits the company provides
- 26 -

habitually to the employee by express or tacit agreement. Once these benefits are
granted, they become part of the employment contract, and cannot be reduced or
abolished.

(ii) Weekly Remunerated Rest Period (DSR): all employees have a right to one
day's remunerated rest period, which should preferably fall on a Sunday. For employees
who receive their compensation monthly, payment of the weekly remunerated rest
period will already be included in the monthly compensation.
7
(iii) Vacations: every employee, upon completing one year's service with the same
company (the "entitlement period"), is entitled to 30 days' vacation unless he has been
absent from work more than five unjustified times during the period. Vacation should be
granted in the year following the entitlement period, which is called vesting period,
under penalty of the employer’s being required to pay double vacation.

(iv) One-Third Vacation Bonus: employees are entitled to receive a one-third bonus in
addition to the normal monthly compensation, at the time of annual vacations.

(v) 13 t h Salary: in December of each year, the employer will pay the employee an extra
compensation, known as 13th salary, corresponding to the salary for said month plus the
annual average of other monies habitually paid to the employee during the year.

(vi) Prior Notice: An employment contract for an undetermined period may be terminated
at any time without good cause, upon prior notice given by one party to the other. If it is
the employer that decides to terminate the employment contract without good cause, it
must give the employee at least 30 days' prior notice, and during such period the
employee is entitled to reduce the workday by two hours or to be released from work for
seven consecutive days, without prejudice to payment of his compensation. The
employer may release the employee from work during the prior notice period by paying
the respective sum in lieu.

(vii) Workday: As a rule for all employees, the maximum workday is eight hours and the
maximum workweek is 44 hours, with one-hour break for meal and rest. Some
professional categories are eligible for a special workday system. Work performed
beyond the time limits provided under the law is treated as overtime. The minimum
compensation for overtime is 50% higher than the normal hourly rate. No overtime
payments will apply to employees engaging in external activities that cannot be subject
to fixed work hours, or to managers (i.e., the employees in management positions,
including officers and heads of a department or branch). Night work is performed
between 10:00 p.m. and 5:00 a.m. Work performed between these hours entitles the
employee to an additional compensation at least 20% above the overtime rates.

(viii) Unemployment Compensation Fund - FGTS: According to the Federal


Constitution, the FGTS system became automatic and compulsory for all employees
hired after October 5, 1988. Under the FGTS system, every month the employer must
deposit the equivalent of 8.5% of each employee's compensation for the previous month
in a blocked bank account in the name of the employee. An FGTS-opting employee
- 27 -

unfairly dismissed is entitled to withdraw the total FGTS deposits made by the employer
in his FGTS account, plus interest, monetary adjustment and a 50% fine figured on the
total amount deposited by said employer. Collective employment contracts may provide
for an additional indemnity.

(ix) Social Security: every employee must be officially enrolled in the Social Security
System. Social security in Brazil is sponsored by monthly contributions from employees,
employers and the State. After a certain period of enrollment and contribution, the
employee is entitled to receive social security benefits under the pertinent law.

Interruption and Suspension of an Employment Contract

When an employment contract is interrupted, the employee temporarily ceases to provide


services, without prejudice to his compensation or benefits or computation of length of service.
Typical examples are sick leave, maternity leave and annual vacations.

An employment contract is suspended when services, compensation, computation of length of


service and other benefits cease without termination of the employment relation. Typical
examples include leaves of absence without pay and participation in strikes or industrial actions.

Termination of an Employment Contract

According to Brazilian law, an employment relationship may be terminated on the initiative of


the employer, of the employee or by lapse of time. Irrespective of the cause, the instrument of
termination of an employment contract must specify the reason why the employment
relationship is being terminated and list the sums paid to the worker. Such instrument will serve
as a receipt for the company. Employers that fail to pay the sums owed employees will be
subject to a fine and to payment of an indemnity equal to the employee’s salary. Finally, if the
employee has been with the company for more than one year, the instrument of termination will
only be valid if prepared with the assistance of the respective labor union or executed before a
Ministry of Labor representative.

An employment relation may be terminated by the employer with or without good cause.

(i) Dismissal with Good Cause: may only occur in the event of gross misconduct, as
defined by law. The main reasons for dismissal with good cause are:

(a) dishonesty;

(b) regularly doing business on his own account or for the account of a third party
without the employer's permission, when such activity (i) competes with the
employer's business or (ii) adversely affects the quality of the employee's work;

(c) criminal sentencing of the employee under a final and conclusive judgment,
provided that execution of the penalty has not been suspended;
- 28 -

(d) habitual intoxication during working hours;

(e) breach of trade secrets;

(f) any act of indiscipline or insubordination;

(g) abandonment of employment.

If the employee is dismissed for good cause, he will be entitled only to the compensation
corresponding to the days already worked during the month, accrued vacation and the additional
one-third bonus in respect of the accrued vacation.

(ii) Dismissal without Good Cause (Unfair Dismissal): If the employer terminates the
employment contract without good cause, the employee will have the following rights:

(a) outstanding salary for the days worked during the month;

(b) 30 days' prior notice;

(c) ratable 13th salary (calculated on the salary earned during the last month of
employment);

(d) vacation or double vacation pay, if any;

(e) one-third vacation bonus; and

(f) release of the FGTS deposits, with a fine of 50% on the total amounts deposited
in the employee's FGTS account during the employment contract.

The individual employment contract and the collective labor convention may provide for other
benefits, which must also be considered upon termination.

(iii) Resignation: A resigning employee is entitled to all the monies listed above, except for
prior notice and release of the FGTS deposits plus a 50% fine. Employees that resign
prior to completing one year's length of service will not be entitled to ratable vacation
pay.

(iv) Constructive Dismissal: the employee may deem his employment contract terminated,
claiming the respective indemnity, in the following events:

(a) the employer demands services beyond the employee’s capabilities, contrary to
the law and good morals, or outside the scope of the employment contract;

(b) the employee is treated too strictly by his superiors;

(c) the employee is in evident danger of being considerably harmed;


- 29 -

(d) the employer fails to comply with its contractual obligations;

(e) the employer performs acts prejudicial to the employee or his family’s honor or
repute;

(f) the employer physically harms the employee;

(g) the employer reduces the work to be performed in a manner that considerably
affects the salary received by the employee.

The severance pay must be fully settled by the employer within 10 days of the letter of
constructive resignation or prior notice (in the latter case, if payment is made in lieu). If the
employee works during the prior notice period, the severance pay must be settled on the first
business day after the end of the notice period. Failure by the employer to respect these
deadlines will entail a fine equivalent to the employee’s one-month compensation.

Employment Contracts for a Determined Period

As a rule, employment contracts for a determined period terminate upon lapse of such period. In
this case, the employer does not owe any indemnity to the employee, but the latter will be
entitled to the following:

(i) 13th salary, paid ratably (on the basis of the last salary);

(ii) unused vacation pay, if any;

(iii) 1/3 vacation bonus; and

(iv) release of the FGTS deposits.

If the employer opts for early termination of the determined-period employment contract, it
must pay the employee an indemnity equal to half the salaries to which the employee would be
entitled until the end of the originally agreed period. On the other hand, if the contract is
terminated by the employee, he will be liable for any damage incurred by the employer as a
result of discontinuance of the employee services. Nevertheless, the indemnity payable by the
employee to the employer will not be higher than that which would be owed the employee if the
situations were the opposite.

Foreign Workers

Brazilian labor law adopts the two-thirds rule, by which all companies (with some exceptions)
must ensure that at least two-thirds of their employees be Brazilian citizens. This ratio applies
both to the number of employees and to the payroll, which means that two-thirds of the salaries
paid by any company in Brazil must go to Brazilian employees. Likewise, under the two-thirds
rule a Brazilian worker cannot receive a salary lower than that paid to a foreign worker
- 30 -

performing the same job. Furthermore, in case of redundancy, the foreign employee is to be
dismissed before the Brazilian employee who performs the same work.

Immigration Control

A visa is required for the entry of aliens in Brazil. Law No. 6815 of August 19, 1980 (the
"Foreigners' Statute") regulates the entry and stay of aliens in Brazil, their identification, job
placement, the development of professional and other activities, acquisition of Brazilian
nationality, extradition, expulsion and deportation, and further sets out the reciprocal rights and
duties of the alien and the Brazilian Government.

Under Brazilian legislation (including labor laws), aliens legally residing in Brazil are granted
the same rights as Brazilian citizens. However, the granting of work visas in Brazil depends on
certain requirements, as explained below.

Brazil's immigration policy is coordinated by the Brazilian Immigration Council, a body of the
Ministry of Labor and Employment. The granting of any kind of visa is conditional upon
national interests, and possession or ownership of assets in Brazil does not necessarily entitle
the alien to obtain any type of visa or authorization to remain in Brazil. In practice, visas are
issued to aliens by diplomatic missions or other consular bodies. Brazilian law contemplates the
following types of visa:

(i) transit;

(ii) tourist;

(iii) temporary;

(iv) permanent;

(v) courtesy;

(vi) official; and

(vii) diplomatic.

Transit Visa

An alien in transit in Brazil heading towards another country must obtain a transit visa, unless
he does not stop in Brazil. If such stop is for the purpose of taking a connection of any means of
transportation, no transit visa is required. The alien holding a transit visa will be allowed to stay
in Brazil for a maximum non-extendible period of 10 days.

Tourist Visa

This visa is issued to an alien entering Brazil for entertainment and family reunion, and does not
- 31 -

serve for immigration or engagement in remunerated activities in Brazil. A tourist visa is valid
for up to five years, allowing the alien to enter the country during this period. Each stay cannot
exceed 90 days, which is extendable only once for an equal period not exceeding 180 days a
year. The Brazilian government signed several international treaties granting tourists reciprocal
treatment. Therefore, tourists from countries releasing the requirement of entry visas for
Brazilians are equally released from presenting a visa to enter Brazil.

Temporary Visa

Temporary visas may be issued to an alien in one of the events prescribed by law. Temporary
visa holders may stay in Brazil for a determinate period of time. They may also leave and return
to the country within the original period of stay. Finally, the granting and validity of a visa does
not prevent the alien from applying for and obtaining a new visa of the same or different type.

Pursuant to Brazilian law, a temporary visa is issued to persons coming to Brazil in the
following circumstances:

(i) on a cultural trip or study mission;

(ii) on a business trip;

(iii) as an entertainer or sportsman;

(iv) as a student;

(v) as a scientist, teacher, technician or other professional contracted to work for a local
organization or to render services for the Brazilian government;

(vi) as a foreign correspondent for newspapers, magazines, radio, television or foreign news
agencies; and

(vii) as a missionary.

Aliens on business trips, entertainers and sports figures may remain in Brazil for up to 90 days.
Such period may be extended up to 90 days, at the discretion of the Brazilian immigration
authorities.

Aliens on a cultural mission, scientists, teachers, technicians, and foreign correspondents may
remain for the duration of the mission or work contract, or for the time it takes for their
respective services to be rendered, subject, however, to the maximum period of stay stipulated
by law. Temporary visas may be renewed for another equal period.

An alien who intends to engage in any remunerated activity in the Brazilian territory must apply
for a temporary or permanent visa. Temporary visas will only be granted to foreign entertainers,
sports figures, scientists, technicians, teachers and professionals who meet the requirements of
the Brazilian Immigration Council and have a work contract approved by the Ministry of Labor
and Employment, unless they are visiting Brazil to render services to the Brazilian government.
- 32 -

The alien must also produce evidence of the means to support himself and his family while in
Brazil.

Temporary visa holders are entitled to bring their effects, excluding automotive vehicles, and
their professional equipment into Brazil. These goods enter Brazil under a special customs
system for temporary admission, for which no import license is required, although certain
formalities must be complied with.

Holders of temporary visas are subject to certain restrictions, such as not being permitted to
establish themselves as sole proprietorships, nor to become managers, officers or senior
managers of companies. Dependents of temporary visa holders and foreign students may not
engage in remunerated activities. Also, aliens who have entered Brazil on temporary visas but
with work contracts may only engage in remunerated activity with the companies that
contracted them.

Remunerated Activities

An alien who intends to engage in any remunerated activity in a Brazilian-based company must
apply for a temporary or permanent visa, as the case may be. If such activity is carried out in
disagreement with the visa rules, the company will be subject to the fines imposed by the
Brazilian authorities and the alien may be deported.

Technical Services

The alien may obtain a work permit and a temporary visa in the cases of technology transfer or
technical assistance services under an agreement entered into between Brazilian and foreign
companies. In such events, however, there are some requisites for granting of the visa: the
Brazilian company’s demand for the services must be sporadic, and the services must be
specific and unrelated to the company’s routine activities; and the activities to be carried out by
the alien must be so specialized that they cannot be performed by Brazilian labor. The
respective technical assistance or technology transfer agreement must be registered with the
National Industrial Property Institute. The temporary visa will be valid for up to two years,
extendable for an equal period, and cannot be transformed into a permanent visa.

Employment Contract with Aliens

An alien may apply for a temporary visa to engage in remunerated activities in Brazil under an
employment contract entered into with a Brazilian company. The respective application must be
submitted to the Ministry of Labor and Employment for review, accompanied by documents
supporting the professional skills and expertise of the alien, in addition to his suitability for the
activities to be performed within the Brazilian territory. The visa requisites include: (a) two
years’ experience in the practice of a high level profession; or (b) three years’ experience in the
practice of an average level profession, with a minimum education of nine years. The Brazilian
company must provide the Ministry of Labor and Employment with the reasons for hiring the
aliens to the positions concerned.
- 33 -

Permanent Visa

A permanent visa will be issued to an alien who comes to Brazil with the intention of
immigrating into and staying in the country for an indefinite period. Under applicable law, the
granting of a permanent visa is conditional upon certain qualifications; the skills offered must
be specialized, thereby facilitating an increase in productivity, technology absorption and
attraction of resources to specific sectors of the Brazilian economy, and, of course, must satisfy
the Brazilian Immigration Council's selection criteria. An alien holding a permanent visa may
leave the country and return without an entry visa, provided that no more than two years have
elapsed since his departure from Brazil.

Management Positions

The granting of permanent visas to aliens who are officers or executives, or who hold other
management positions in Brazilian companies, is conditional, for a period of up to five years, to
actual performance of the duties to which they were assigned under a corporate act duly
registered with the competent government bodies.

In these cases, there are other requisites for granting of the visa, as follows:

(i) the Brazilian company must evidence that it received investments, for each alien
contracted, in an amount equal to or higher than US$ 200,000.0021 or its equivalent in
other currencies, in the form of cash, technology transfer or capital goods. Proof of such
investments must be provided by means of the foreign capital registrations maintained
with the Central Bank of Brazil or by submission of the respective foreign exchange
contract for remittance of funds to Brazil (in the latter case, accompanied by the
corporate documents evidencing the contribution of such capital to the Brazilian
company); and

(ii) the Brazilian company must have generated, in the year preceding that in which the alien
was contracted, an increase in the payroll equal to or greater than 20% or 240 minimum
wages,22 as a result of the creation of new job opportunities.

Concurrent Activities

Under Brazilian law, aliens holding management positions in Brazilian companies on the
conditions mentioned above cannot have their duties changed by being assigned new activities
in the company, or perform the same or new duties in other companies of the same economic
group or conglomerate, without the prior authorization from the Ministry of Labor and
Employment. Economic group or conglomerate is defined by Brazilian law as a group of


21
The issuance of a permanent visa to Argentineans depends on a minimum investment of US$ 100,000.00, pursuant to the Agreement
for Trade Facilitation entered into between Brazil and Argentina on February 15, 1996.
22
The minimum wage in Brazil is R$ 260.00.
- 34 -

companies directly or indirectly controlling, controlled by, or under common control with an
entity.

When applying for this prior authorization from the Ministry of Labor and Employment, in
addition to the procedures adopted to obtain his permanent visa the alien must:

(i) submit the respective application, making express reference to the original visa
application;

(ii) provide proof of the relationship existing between the companies of the same economic
group or conglomerate;

(iii) submit the act relating to appointment for the positions that he will hold in all of the
companies; and

(iv) deliver a letter of consent to this interlocking directorate status, signed by the company
that had originally obtained the authorization to hire this alien.

In this case, there is no need for each company of the economic group or conglomerate involved
in this interlocking directorate event to provide proof, for each alien, of the minimum investment
of US$ 200,000.00 mentioned above. It will suffice that proof of such investment be provided
upon obtaining his original permanent visa.

Mercosur Visa

Pursuant to Decision No. 16 of December 15, 2003, the Mercosur Common Market Council
instituted the Agreement for Creation of the “Mercosur Visa”, which is still pending ratification
by the Member Countries, including Brazil.

This Agreement is slated to make it easier for citizens of the Mercosur Member Countries to
circulate temporarily when rendering services in other Members Countries. Management
activities are among those contemplated by the Agreement. In this case, the alien may stay up to
two years, extendable only once for an equal period.

Differently from the general rules applying to obtainment of a permanent visa as mentioned
above, granting of the “Mercosur Visa” is not conditional on applicant’s submission of evidence
of economic reasons or on any prior authorization for work purposes. The two-thirds rule does
not apply either. Therefore, when the Agreement comes into force, granting of the “Mercosur
Visa” will depend only on proof with respect to appointment of the alien for the respective
position.
- 35 -

Labor Reform

The Brazilian Government is committed to implementing a labor reform to facilitate


employer/employee relationships. Some of the issues addressed by this labor reform are:

(i) Hour Bank: this will allow the company to adapt its employees’ work hours to variations
in its needs;

(ii) Suspension of the employment contract: the company may suspend the employment
contract for two to five months, offering the worker a retraining course;

(iii) Adoption of summary proceedings in labor-related cases: this step would expedite labor
claims involving sums up to 40 minimum wages, which currently account for 45% of all
labor disputes. With this new procedure, disputes may be settled in only one hearing;
and

(iv) Preliminary conciliation committees: formed of representatives of employees’ unions


and employers’ associations, these committees would resolve in a preventive and
expeditious manner labor disputes that would otherwise drag on for years in court.
- 36 -

TAXATION
The 1988 Federal Constitution has conferred taxing authority on the Federal Government, the
States, the Federal District, and Municipalities. The 1966 National Tax Code, accommodated by
the 1988 Federal Constitution, provides for the governmental instances that may create and
collect taxes.

Taxes in whatever instance must always abide by certain tax law principles warranted by the
Federal Constitution, including:

(i) Strict lawfulness principle (princípio da legalidade): any and all taxes must be created
by a law detailing all triggering events, the taxpayer, the tax base and rate, when and
how it will be owed and payable.

(ii) Ex post facto taxation principle (princípio da não retroatividade): events predating the
effectiveness of the law creating a tax or increasing its rate are not reached by such law.

(iii) No same-tax-period taxation principle (princípio da anterioridade): except in a few


cases generally relating to quasi-taxes created for the implementation of economic
policies, no tax may be levied in the same tax year in which the law creating or
increasing it is published.
- 37 -

Major Brazilian Taxes

Tax Base and/or Triggering


Tax Rate
Event
Actual or estimated profits; profits
Corporate Income Tax (IRPJ) 15%
determined by tax authorities
Actual or estimated profits; profits 10% on the income in excess of
IRPJ Surcharge
determined by tax authorities R$ 240 thousand per annum
Income and capital gains earned by
Withholding Income Tax (IRF) 15% or 25%, depending on the
non-residents from paying sources
on overseas remittances type of income
in Brazil
Sales price when a product leaves
Tax on Manufactured Products Variable per product
the industrial establishment or upon
(IPI) classification
import
Tax on Financial Transactions Credit, foreign exchange, insurance
Variable per type of transaction
(IOF) and securities transactions
Social Contribution on Profits
Adjusted net profit 9%
(CSL)
1.65% under the non-
Profit Participation Program
Gross revenues cumulative regime, and 0.65%
Contribution (PIS)
under the cumulative regime
7.6% under the non-cumulative
Social Security Financing
Gross revenues regime, and 3% under the
Contribution (COFINS)
cumulative regime
Provisional Contribution on Financial transactions, especially
0.38%
Financial Transactions (CPMF) current account debits
Contribution on Economic Payment of royalties and fees on
Activities (CIDE) –Overseas technology transfers and technical 10%
Remittances services by foreign persons
CIDE – Fuels Marketing and import of fuels Variable per type of fuel
Tax on Distribution of Goods
Transaction value 7% through 25%
and Services (ICMS)
Tax on Services (ISS) Service price 2% through 5%
Import Duty (II) CIF product value 0% through 35%
Value of assets or rights transferred 2% and 6% according to state
Estate and Gift Tax (ITCMD)
by donation or legal succession law
Inter-Vivos Transfer Tax Transfer of title to real properties Up to 8% according to
(ITBI) and related rights municipal law
Urban Land and Building Tax Direct or beneficial ownership and
According to municipal laws
(IPTU) possession of urban properties
Usually 30%; other rates may
When a product made in Brazil or
be established up to 150%.
Export Duty (IE) with domestic content leaves the
Currently, most products are
country, as per CAMEX act
taxed at a zero rate.
- 38 -

Federal Taxes

Income Tax

Income tax (IR) is assessed on the income and capital gains earned by Brazilian-based
individuals at a progressive rate of 15% or 27.5%, depending on the taxpayer’s ability to pay.

Corporate IR is levied at 15% on the taxable profits determined at the end of each fiscal quarter
or year. A 10% surcharge is levied on the actual profits, estimated profits, or profits determined
by the tax authorities, in excess of R$ 240 thousand per year. Taxable profits are ascertained by
deducting the operating costs and expenses from the gross income originating from the
company’s core activity and incidental businesses. Some of these costs and expenses are not
allowed as deductible because of their nature or amount involved. In some cases, a company’s
taxable profits are tax-free.

In some cases, a legal entity may opt for taxation on estimated profits, instead of actual profits.
Under the estimated profit tax regime, a company’s operating income is first applied a certain
rate vis-à-vis its field of activity, and then the tax base is calculated. A legal entity qualifies for
the estimated profit tax election if its total gross revenues was equal to or below R$ 48 million
in the preceding calendar year (or R$ 4 million times the number of calendar months, if it
operated for less than 12 months).

Brazilian residents are taxed on their reported income and capital gains, whether earned in
Brazil or abroad.

There are certain ceilings on setoff of tax losses. Past reported losses can only be carried over
up to 30% of the taxable income ascertained in each year, there being no deadline for this
carryover procedure.

Profits and dividends from Brazilian sources generated as from January 1, 1996 are tax-exempt.

Brazilian and foreign companies are accorded the same tax treatment. Therefore, the profits of
branches of foreign companies in Brazil are automatically treated as constructive income, i.e.
deemed at the disposal of the parent company, irrespective of whether or when these funds are
remitted abroad.

A holding company is subject to the taxation system applicable to the corporations mentioned
above. Income tax is payable only on direct income earned by the holding company, i.e. income
from its business activities, since indirect income (i.e. profits earned by subsidiaries) has already
been subject to corporate income tax.

Withholding Income Tax

The income, capital gains and other compensation paid, credited, delivered or remitted by
paying sources in Brazil to foreign-based individuals or legal entities are subject to withholding
- 39 -

income tax (IRF) at a general rate of 15%. This rate is increased to 25% when such remittances
refer to services or employment, or when the beneficiary is resident or domiciled in a country
where income is not taxed or levied a maximum income tax below 20%.23

IRF is levied at a zero rate on corporate profits and dividends generated by Brazilian companies
effective January 1996. Special rates also apply under double taxation treaties signed by
Brazil.24

Transfer of Investments Abroad

Effective February 1, 2004, “a Brazilian-based individual or corporate buyer, or the attorney-in-


fact of a foreign-based buyer, shall be responsible and liable for withholding and payment of
income tax on the capital gains referred to in article 18 of Law No. 9249 of December 26, 1995,
earned by a foreign-based individual or legal entity selling assets located in Brazil” (Law No.
10833 of December 29, 2003). Until then, the sale or disposal of assets or rights located in
Brazil by foreign-based individuals or legal entities was not subject to income tax. The Federal
Revenue Office issued Normative Ruling (IN) No. 407 on March 17, 2004, regulating said law.
However, this taxation is still a debatable issue.

A foreign buyer may register its capital at the same amount attributable to the seller until then,
irrespective of the price paid abroad for such investment. In this case, the registration number
entered at the Central Bank RDE – IED mode should be changed to reflect the new foreign
investor, so that the latter may remit/reinvest profits and repatriate its capital.

Social Contribution on Net Profits

The Social Contribution on Net Profits (CSL) applies to Brazilian companies (including
financial institutions), and is calculated on the net profits before the allowance for income tax,
adjusted by the additions, exclusions and offsettings prescribed by tax law. This tax base may
be lowered by carrying over a negative tax base in past periods, capped at 30%.

CSL is levied on all profits, income and capital gains earned by Brazilian entities in Brazil and
abroad (worldwide income taxation principle).

Constitutional Amendment No. 33 of December 11, 2001 introduced some changes in the tax
system. According to such amendment, the export income should be exempt from quasi-tax
social contributions as from December 12, 2001.

Despite the efforts of the federal tax authorities to defend a different stance, it stands to reason

23
According to Federal Revenue Office Normative Ruling (IN) No. 188 of 2002, the following countries are viewed as tax havens:
Andorra, Anguilla, Antigua and Barbuda, Netherlands Antilles, Aruba, Commonwealth of the Bahamas, Bahrein, Barbados, Belize,
Bermuda, Campione D`Italia, Channel Islands (Alderney, Guernsey, Jersey and Sark), Cayman Islands, Cyprus, Singapore, Cook
Islands, Costa Rica, Djibouti, Dominica, United Arab Emirates, Gibraltar, Granada, Hong Kong, Lebuan, Lebanon, Liberia,
Liechtenstein, Luxembourg (as regards holding companies governed, under Luxembourg laws, by the Law of July 31, 1929), Macaw,
Madeira Island, Maldives, Malta, Isle of Man, Marshall Islands, Mauritius Islands, Monaco, Montserrat Islands, Nauru, Niue Island,
Oman, Panama, St Christopher-Nevis, American Samoa, Western Samoa, San Marino, Saint Vincent and the Grenadines, Santa
Lucia, Seychelles, Tonga, Turks and Caicos, Vanuatu, US Virgin Islands, and British Virgin Islands
24
For a list of countries, see the chapter on corporate law.
- 40 -

that the tax immunity established by such constitutional amendment also extends to CSL, as
income is also part of the CSL tax base (as in the case of legal entities subject to the estimated
profit taxation regime) and, besides, the profits earned by exporter companies paying CSL on
taxable profits can only exist and be ascertained if there is any export income, which is in turn
exempt from social security contributions under said constitutional amendment.

CSL is levied at 9% for all legal entities, including financial institutions. Since 1997 CSL is no
longer deductible when computing the income tax base (actual profits).

Profit Participation Program Contribution and


Social Security Financing Contribution

Effective February 1999, the Profit Participation Program Contribution (PIS) and the Social
Security Financing Contribution (COFINS) are levied on the company’s revenues, meaning all
income earned under whatever accounting classification.

Law No. 10637 of December 30, 2002 introduced the PIS non-cumulative system, by which
this quasi-tax contribution is levied at 1.65% only on the value added by the taxpayer at each
stage of the production and commercial chain. Not all companies qualify for this non-
cumulative system; some are still fully or partially subject to the PIS cumulative system,
depending on the activity and type of income, as prescribed by law. The cumulative system
follows the taxation rules set out in Law No. 9718 of November 27, 1998, adopting a flat PIS
rate of 0.65%.

Law 10833/03 established the non-cumulative system for COFINS, applying at a rate of 7.6%
on taxable events as from February 1, 2004. As a trade-off for this non-cumulative system,
however, the lawmaker allowed the use of credits (most of them relating to acquisition of goods
and services necessary for the company’s core activity).

The new COFINS system does not apply to all legal entities or any type of income. As in the
PIS contribution, a company’s activities may call for full or partial adoption of the erstwhile
cumulative system for COFINS as prescribed by law. The cumulative system follows the
taxation rules set out in Law 9718/98, and is levied at a flat rate of 3%.

Effective May 1, 2004, the levy of PIS and COFINS extended to imports of foreign products
and services, known as “PIS – Imports” and “COFINS – Imports” (Provisional Measure No.
164, subsequently passed into Law No. 10865 of April 30, 2004). These quasi-tax contributions
are triggered by: (a) entry of foreign goods in the Brazilian territory; or (b) payment, credit,
delivery, use or remittance of funds to foreign-based persons in consideration for services
rendered.

The services triggering the levy of PIS – Imports and COFINS – Imports are those originating
abroad and provided by a foreign-based individual or legal entity, encompassing those (a)
rendered in Brazil or (b) whose results are felt in Brazil, even if performed abroad.
- 41 -

In these cases, PIS and COFINS are paid by (a) the importer, meaning the individual or legal
entity that brings the goods into the Brazilian territory; (b) an individual or legal entity retaining
services from a foreign-based resident; and (c) the service beneficiary, if the principal is also
resident or domiciled abroad.

The tax base for these quasi-tax contributions is as follows: (a) upon import of goods: the
customs value on which Import Duty (II) is or would be assessed, plus the II and ICMS values,
in addition to the value of the contributions themselves; or (b) upon hiring of services abroad:
the amount paid, credited, delivered or remitted abroad, before income tax but including the ISS
value and the contributions themselves.

As a rule, PIS – Imports and COFINS – Imports adopt the same rates as those charged under the
non-cumulative taxation system.

These contributions are due: (a) on the date of registration of the Declaration of Import (DI), in
case of imports of goods; (b) on the date of payment, credit, delivery, use or remittance, for
service imports or under specific circumstances; and (c) on the date of expiration of the period
of stay at a bonded warehouse.

As for legal entities qualifying for the non-cumulative taxation regime, these quasi-tax
contributions on imports may translate into credits for future setoff against these contributions
levied on the income from sale of the respective products and services in Brazil. This credit is
calculated – at the same rates adopted for the other assessment events – on the tax base for PIS
– Imports and COFINS – Imports, in addition to the value of these same contributions, plus the
IPI on imports (when the last-named is a part of the acquisition cost). Unused credits may be
carried forward to subsequent months.

This credit only applies to contributions on imports of goods intended for further resale or
goods and services serving as inputs on the manufacture of goods or provision of services
intended for sale. Tax-exempt imports also qualify for these credits, unless the goods imported
are used as inputs for products or services not subject to these contributions, or else taxed at a
zero rate or exempt.

These tax credits cannot be offset against quasi-tax contributions payable on (a) income earned
from resale of goods, when such contribution is payable by the selling company as a tax
substitute; (b) the proceeds of product sales subject to one-time taxation; and (c) income not
subject to the non-cumulative tax system.

The Executive Branch may lower these rates to zero and reestablish the rates of PIS – Imports
and COFINS – Imports on certain chemicals and pharmaceuticals. In addition, these
contributions are assessed at a zero rate on some products, such as printing paper or machinery
and devices for the movie industry.

Provisional Contribution on Financial Transactions

The Provisional Contribution on Financial Transactions (CPMF) is levied at 0.38% on financial


- 42 -

transactions between individuals and legal entities.

These financial transactions encompass the transfer or circulation of cash, credits and financial
rights, as well as any amount settled or charged by financial institutions, even those entailing a
book-entry circulation of currency only, and irrespective of transfer of title to such cash, credits
or rights.

Some activities are exempt from CPMF or taxed at a zero rate, such as the amounts transacted
through deposit accounts held by financial institutions in relation to some core activities.

Effective August 1, 2004, an investment deposit account will be available in financial


institutions and other entities accredited with the Central Bank, through which investments may
be transacted without the levy of CPMF.

Tax on Manufactured Products

The Tax on Manufactured Products (IPI) is assessed on the manufacture of domestic products as
well as on the imports of foreign products. IPI is paid by the respective manufacturer and/or
importer.

The IPI tax paid on raw materials, work in process and packaging material, among other items,
may serve as a tax credit. IPI is non-cumulative, and the taxpayer may reduce this tax charged
on its transactions by the tax already paid in past stages of the production chain.

Decisions handed down by regional federal courts in several circuits, and later upheld by the
Federal Supreme Court, have consolidated the stand that IPI credits arise from the acquisition of
inputs that are (a) tax-exempt, (b) subject to a zero rate, or even (c) not subject to IPI taxation.
However, entitlement to these credits is not acknowledged by law, which has prompted a slew
of court disputes over this issue.

The IPI rate varies per type of product. The Federal Executive establishes the IPI rates by
decree. Currently, the higher IPI rates are reserved for non-essential items, such as cigarettes,
liquor, cosmetics, and the like.

The no same-tax-period taxation principle does not apply to IPI tax, which can thus be created
or increased in the financial year already in course.

Tax on Financial Transactions

The Tax on Financial Transactions (IOF) is a federal tax levied on:

(i) credit transactions made by financial institutions;

(ii) intercompany loans between non-financial companies;


- 43 -

(iii) loans between individuals and legal entities (the latter acting as borrowers);

(iv) exchange transactions made by institutions authorized to deal in exchange;

(v) insurance transactions made by insurance companies; and

(vi) securities transactions, when performed by institutions authorized to operate on the


securities market.

The IOF rate varies per type of transaction, and is currently capped at 1.5% per day on the credit
transaction value. A lower IOF rate is prescribed by tax law for a number of transactions. IOF is
assessed at a zero rate on certain events, including export credit, support and improvement
transactions, or rural credit, investment and support transactions.

The IOF on foreign exchange transactions is levied at different rates per type of deal, at a
maximum rate of 25%. Lower rates apply in the following events, among others:

(i) 2% for forex transactions carried out by credit card companies and other institutions
with regard to acquisition of products and services abroad by the respective members;
and

(ii) 5% for the sums brought into Brazil deriving from or intended for loans with an average
repayment period of up to 90 days.

Presently, most currency inflows and outflows are subject to IOF tax at a zero rate. These
transactions comprise, among others: (a) payments of forex contracts relating to service
imports; (b) payments remitted abroad under technology transfer agreements registered with the
National Industrial Property Institute (INPI); or (c) payments of imported products.

The no same-tax-period taxation principle does not apply to IOF tax, which can thus be created
or increased in the financial year already in course.

Contribution on Economic Activities

Currently, there are two types of Contribution on Economic Activities (CIDE):

(A) CIDE on Overseas Remittances

This CIDE is assessed on remittances overseas relating to payment of copyrights, trademark and
patent royalties, technical services and assistance, administrative support, and related activities.
As a rule, the Brazilian company figures as taxpayer of this CIDE tax, which is levied at up to
10% on the amounts remitted overseas. This contribution usually escapes the provisions set
forth in the international double taxation treaties to which Brazil is a signatory.
- 44 -

(B) CIDE on Fuels

The CIDE is assessed on imports and sales of oil and byproducts, natural gas and derivatives,
and fuel alcohol, as follows:

(i) gasoline: R$ 860.00 per cubic meter;

(ii) diesel oil: R$ 390.00 per cubic meter;

(iii) aviation kerosene: R$ 92.10 per cubic meter;

(iv) other kerosene: R$ 92.10 per cubic meter;

(v) fuel oils with high sulfur content: R$ 40.90 per ton;

(vi) fuel oils with low sulfur content: R$ 40.90 per ton;

(vii) liquefied petroleum gas, including natural gas and naphtha derivatives: R$ 250.00 per
ton; and

(viii) fuel alcohol: R$ 37.20 per cubic meter.

The CIDE levied on liquid hydrocarbons not intended for use in gasoline or diesel oil may be
offset against both the CIDE tax payable on imports or sales in the domestic market and the PIS
and COFINS assessed on domestic sale of these products.

Transfer Pricing

As already mentioned, IR and CSL are assessed on the net profits duly adjusted by additions,
exclusions and offsetting under tax laws. Transfer pricing rules stand as one of these
adjustments, and are intended to avoid the transfer of results overseas by way of price
manipulation in product or service imports or exports between related or affiliated companies.

Transfer pricing rules seek to ensure that the prices adopted in cross-border transactions
between related parties will be determined on an arm’s length basis and on market conditions,
thus avoiding the manipulation of prices for the transfer of revenues abroad.

By the same token, in the imports carried out by Brazilian legal entities, it must be checked
whether prices were determined on usual market conditions. The Brazilian tax authorities set
certain limitations on allowable expenses, the reason why any excess price must be added to the
Brazilian company’s taxable profits.

As for exports, transfer pricing rules are adopted to check whether the prices paid to Brazilian
- 45 -

companies are not substantially lower than those adopted on usual market conditions. In these
cases, the Brazilian tax authorities set minimum values to be posted by the Brazilian company
as taxable income from transactions involving the sale of products or the provision of services
to foreign related parties.

State Taxes

Tax on Distribution of Goods and Services

The Tax on Distribution of Goods and Services (ICMS) is figured on the circulation of goods
(thus covering the entire chain of trades from the manufacturer to the end consumer) and on the
provision of intrastate and interstate transportation and communications services. As a rule, the
transaction value serves as the ICMS tax base. ICMS is paid by the trader or provider of
carrier/communications services. ICMS is a non-cumulative tax and, as such, generates a tax
credit to be offset by the product or service recipient against the tax payable on future
transactions. Each Brazilian state is free to establish its own ICMS rates. Generally, intrastate
transactions are taxed at a 17-18% rate. Interstate transactions are taxed at fixed rates
determined by the Federal Senate. As a result, ICMS applies at a rate of 12% on the transactions
directing products and services to the Brazilian states in the South/Southeast regions (except the
Brazilian state of Espírito Santo); and 7% on the transactions directing products and services to
the Brazilian states in the North, Northeast and Center-West regions (including the Brazilian
state of Espírito Santo).

ICMS tax exemptions, breaks and incentives are granted or cancelled via agreements (known as
convênios) entered into between the Brazilian states. However, these states usually grant ICMS
tax breaks and incentives to attract investments, without the consent of other states.

Exports are not subject to ICMS.

Estate and Gift Tax

The Estate and Gift Tax (ITCMD) is a non-progressive tax figured on the value of goods and
rights conveyed by donation or estate succession, at a rate to be determined by each Brazilian
state (capped at 8%, as determined by the Federal Senate). In the state of São Paulo, for
example, the ITCMD is levied at a rate of 4%.

According to the Federal Constitution (which entrusted the Brazilian states with authority to
assess ITCMD), this tax is payable to the state of the donor’s domicile in case of donation or
conveyance of title to movable properties, instruments or credits. If these assets originate from
inheritance, ITCMD is payable to the state where the probate proceedings are processed. The
tax figured on the transfer of real properties and attaching rights is payable to the state where
these assets are located.
- 46 -

Municipal Taxes

Tax on Services

The Tax on Services (ISS) is assessed on the services provided by a company or independent
contractor or professional, in accordance with a list of services attached to a federal
supplementary law. This tax is figured at a rate of 2-5% on the service value.

The list of eligible services is attached to Supplementary Law No. 116 of July 31, 2003. This
law updated the erstwhile list of services prepared in 1987, which lagged behind a slew of
services that followed the technology improvements over the last two decades. Besides
increasing this list, Supplementary Law 116/03 innovated by levying ISS on service imports. In
these cases, if ISS cannot be charged directly to the foreign service provider, the service
recipient will be responsible for payment of such tax.

Inter-Vivos Property Transfer Tax

The Inter-Vivos Property Transfer Tax (ITBI) is a municipal tax assessed on the conveyance of
title to real properties and related rights, at a rate ranging between 2% and 6% as determined by
each municipality (in the City of São Paulo, ITBI is figured at 2%). The taxpayer is the buyer of
real property or related rights. According to the Federal Constitution, no ITBI is payable on the
conveyance of real properties or rights contributed to a company’s capital stock or resulting
from merger, consolidation, spin-off or winding-up of a legal entity, unless the buyer’s core
activity is the purchase and sale, lease or rental of real properties and related rights.

Urban Land and Building Tax

The Urban Land and Building Tax (IPTU) is assessed on direct or beneficial ownership and
possession of urban properties. In fact, IPTU corresponds to two different taxes: (a) a building
tax levied on direct or beneficial ownership and possession of real properties located in urban
areas; and (b) an urban land tax levied on direct or beneficial ownership and possession of land
in urban areas.

IPTU is figured annually on the assessed value of the real property, at a progressive rate to be
determined by the value, use and location of said property.

In the City of São Paulo, IPTU is levied at 1% on the assessed value of real properties solely or
primarily intended for residential use, after applying a discount or premium vis-à-vis the actual
value assessed for the real property. For other uses, the IPTU rate is 1.5%. As for the urban land
tax, the City of São Paulo has set it at 1.5% on the assessed value of the property.

Foreign Trade

Brazilian foreign trade policies are established by the Federal Government. The entry of foreign
products for domestic consumption is subject to the MERCOSUR rules and to the Common
- 47 -

External Tariffs (TEC), under the codes prescribed by the Common Mercosur Nomenclature
(NCM).

Import Duty (II) rates for most products range between 0% and 35% (the import policy
implemented by the Federal Government is prone to lower these rates to 14% on average).

II is usually figured on the customs value plus insurance and freight (CIF). II is not subject to
the no same-tax-period taxation principle; hence, the Federal Government may change the II
rates at any time in the course of the same financial year. This flexibility over II rates operates
as an effective tool for foreign trade control in Brazil.

Save for a few exceptions, the import of products with domestic comparable items may not
enjoy certain tax or foreign exchange incentives; the Foreign Trade Office (SECEX) is to
determine whether these local comparable products exist (usually based on consultations with
Brazilian manufacturers). A product made in Brazil is deemed comparable to a foreign
counterpart if they are substitutable in terms of quality, price and delivery terms.

Imports are also subject to IPI and ICMS. Under special conditions, some products qualify for
tax exemptions, breaks and incentives with regard to IPI and/or ICMS.

A federal Export Duty (IE) applies when products made in Brazil or with a domestic content
exit the Brazilian territory. IE is figured on the export value (or, in the absence of such value, on
the ordinary price that the product or comparable item would reach at the time of exports on
ordinary international market conditions).

When determining the IE tax base, the selling price for exported goods cannot be lower than
their acquisition or production cost plus taxes and quasi-tax contributions and a 15% markup on
the overall cost and taxes.

IE is assessed at 30%, but the Federal Government may lower or increase it up to 150%. The
Executive Branch – through the Foreign Trade Chamber (CAMEX) – defines the products that
are subject to IE and the respective rates (when these rates differ from the general rule set out
above).

According to the current Federal Government’s policy of encouraging Brazilian exports, IE is


levied at a zero rate on most products.

Drawback

Drawback – an export incentive governed by Decree No. 4543 of December 26, 2002, as
amended (Customs Rules) – consists of a non-assessment, exemption or refund of taxes
assessed on the imports of goods employed in the processing of products for further export. The
following taxes and duties qualify for the drawback system:

(i) II;
- 48 -

(ii) IPI;

(iii) ICMS; and

(iv) Freight Surcharge for Renewal of the Brazilian Merchant Marine (AFRMM).

This drawback system applies in three distinct manners, namely:

(i) non-assessment of taxes figured on the import of products to be later exported after
value is added to them in Brazil, or else intended for the manufacture, supplementation
or packaging of other products for export;

(ii) exemption of taxes assessed on the import of goods in a volume and quality equivalent
to those employed in the improvement, manufacture, supplementation or packaging of
products for export; and

(iii) refund of all or a portion of the taxes paid on the import of goods to be later exported
after value is added to them, or else intended for the manufacture, supplementation or
packaging of other products for export.

This benefit applies, among others, to:

(i) goods to which value is added in Brazil for further export;

(ii) raw materials, work in process or finished products used in the manufacture of goods for
export;

(iii) parts, assemblies, devices, machines, vehicles or equipment for export;

(iv) goods intended for packaging, packing or presentation of products for export; and

(v) animals for slaughtering and further export.

The following do not qualify for the drawback system:

(i) import of goods utilized in the manufacture of products for consumption within the
Manaus Free Trade Zone (ZFM) and free trade areas;

(ii) import or export of suspended or prohibited goods;

(iii) exports payable in Brazilian currency;

(iv) export carried out in non-convertible currencies and the like against imports carried out
in freely convertible currencies; and

(v) import of oil and byproducts.


- 49 -

Drawback is available to companies authorized to deal in foreign trade. As for companies that
only engage in the trading of said products, the last-named must have been manufactured to
order at an industrial establishment for the account of a drawback beneficiary for further export.

(A) Drawback – Non-assessment

To obtain drawback for non-assessment of duties, a company must file a claim at the Foreign
Trade Office. The drawback system will be valid for one year, extendable only once for an
equal period, except where goods are imported for production of capital goods involving a long-
cycle manufacturing process, when it will be valid for up to five years.

The goods eligible to this drawback system must be fully utilized in the production process or in
the packaging, packing or presentation of goods to be exported. When these goods are not fully
or partially used in the manufacturing process, or else, are used in a manner inconsistent with
the drawback rules, they must be repatriated, re-exported, destroyed or even used for
consumption upon payment of the duties that had been suspended, plus statutory charges.

(B) Drawback – Exemption

The Foreign Trade Office is also in charge of approving drawbacks for exemption of duties.
Any interested party must prove that processing, manufacture, supplementation or packaging of
the exported products have utilized imported goods of the same quality and quantity as those for
which exemption is being claimed. The approval must state the price and specification of the
exported goods, as well as the specification, tax code and unit price of the merchandise to be
imported.

(C) Drawback – Refund

Drawback for refund of duties falls within the authority of the Federal Revenue Office, and may
cover all or a portion of the duties paid upon import of the goods exported after their processing
or used in the manufacture, supplementation or packaging of other items for export. To qualify
for this type of drawback, any interested party must evidence that the exported products were
processed, manufactured, supplemented or packaged with the use of the imported merchandise.

Export Processing Zone

The Export Processing Zone (ZPE) is a free-trade area delimited and regulated by Decree-law
No. 2452 of July 29, 1988 (as amended). It is slated for the setup of companies engaging in the
manufacture of goods to be later exported for sale abroad only.

ZPE is created by means of a Decree. The states and municipalities forward a joint or separate
proposal indicating, among others, a proper ZPE location that gives access to international
airports and ports, in addition to evidencing the minimum infrastructure and services available
in the region. This proposal is reviewed by the National Council for Export Processing Zones
(CZPE).
- 50 -

In order to set up in ZPE, a company must submit a project for CZPE approval, and its
corporate purpose must contemplate only the business of manufacturing for further export.

Under applicable legislation, the ZPE companies are not allowed to organize branches or
participate in other companies located outside ZPE. Companies submitting projects for mere
transfer of industrial plants already established elsewhere in Brazil are not allowed to set up in
ZPE. A company established in ZPE is not authorized to manufacture, import or export:

(i) weapons or explosives;

(ii) radioactive materials; and

(iii) oil and its by-products.

Once the applicable legal requirements have been observed, the import and export activities
carried out by ZPE companies will be exempt from the following taxes:

(i) IPI;

(ii) II;

(iii) AFRMM; and

(iv) IOF.

The benefits granted to companies authorized to set up in ZPE will be valid for up to 20 years,
renewable for equal successive periods, provided that the company evidence that the objective
and requisites described in its original project have been fulfilled.

The services performed in ZPE are afforded a specific treatment under the law:

(i) the services performed by a ZPE company will be deemed to have been provided
abroad;

(ii) the services performed to a ZPE company by a foreign-based person will be deemed to
have been provided abroad;

(iii) the services performed to a ZPE company by a Brazilian-based person will qualify as an
export of services, except for those performed under a concession granted by the public
authorities or under an employment contract.

The ZPE companies will pay income tax in accordance with the legislation applicable to other
Brazilian-based companies, as in effect on the date of signing of the respective commitment for
setup in ZPE. However, a more favored legal treatment may be subsequently adopted. The ZPE
companies are exempt from income tax on remittances and payments made in any way to
foreign-based persons.
- 51 -

The ZPE companies failing to comply with applicable legislation may be imposed penalties in
the form of warnings, fines and even cancellation of the authorization to operate in ZPE.

Investment Incentives

There are some situations in which a company or its shareholders can obtain tax incentives from
government agencies. Brazilian economic policy adopts the constitutional principle by which
small businesses and small-sized companies incorporated under the laws of Brazil, and
headquartered and managed in Brazil, are to be offered favored tax and legal treatment and
simplified tax procedures under the law.

An example of this favored treatment was the creation of the Integrated System for Payment of
Taxes and Contributions of Small Businesses and Small-sized Companies (Sistema Integrado
de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno
Porte – SIMPLES). SIMPLES consists of a differentiated, simplified and favored tax system
available to companies qualified as small businesses (ME) and small-sized companies (EPP)
under Law No. 9317 of December 5, 1996, as subsequently amended and regulated, in line with
article 179 of the Federal Constitution. It offers a simplified and unified method for payment of
taxes at favored and progressive rates to be levied exclusively on the company’s gross income.

For the purpose of taxation by SIMPLES, ME stands for any legal entity reporting an annual
gross income equal to or lower than R$ 120 thousand, whereas EPP stands for any legal entity
reporting an annual gross income between R$ 120 thousand and R$ 1.2 million.25

Gross income comprises the proceeds from the provision of services or the sale of goods and
services in transactions carried out on one’s own account or on behalf of third parties,
excluding, however, cancelled sales and unconditional discounts. For the purpose of SIMPLES,
gross income does not include the net gains derived from fixed- and variable-income
investments or the non-operating results from capital gains in the sale of assets.

As a rule, the executive branches of the Federal Government, the States, the Federal District and
the Municipalities have authority to grant incentives in Brazil. These incentives consist of a
continually-changing package of subsidized financing, tax credits and tariff exemptions, created
to promote the economic development of certain areas of the country, or to channel private
capital into specific economic activities.

For incentive purposes, investment projects are approved on a case-by-case basis by the relevant
government agency. Incentives include an exemption from taxes for a specific period of time,
subsidized credit from governmental development banks, and the privilege of importing capital
goods duty-free, or at sharply reduced tariff rates.


25
These limits and amounts refer exclusively to the taxation of ME and EPP by SIMPLES. For all other purposes, ME and EPP are
governed by Law No. 9841 of October 5, 1999, article 2 of which provides for limits and amounts other than those indicated above. As
per the amounts updated by Decree No. 5028 of March 31, 2004: (i) ME is defined as a company or entrepreneur reporting an annual
gross income equal to or lower than R$ 433,755.14; and (ii) EPP stands for a company or entrepreneur that falls outside the
definition of an ME and has an annual gross income between R$ 433,755.14 and R$ 2,133,222.00.
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Manaus Free Trade Zone

The Manaus Free Trade Zone (ZFM) was created and regulated by Law No. 3173 of June 6,
1957 and Decree-law No. 288 of February 28, 1967, respectively. ZFM is administered by the
Manaus Free Trade Zone Authority (SUFRAMA).

ZFM is an import free-trade area, and offers special tax incentives. It was conceived to maintain
an industrial, trade and farming center in the Amazon region, with economic conditions that
will foster the Amazon development, thereby overcoming certain local difficulties as well as the
great distance between the production sites and consumers.

Special ZFM tax incentives are warranted under the Constitution until 2013, which may be
extended by the Federal Government.

The ZFM production capacity has contributed to foster the Gross Domestic Product (GDP) in
Brazil. In 2003, the trade balance in the Manaus industrial hub totaled US$ 4.45 billion,
whereas in February 2004 the trade balance already reached US$ 739 million.

With a few exceptions, the export of domestic products for consumption or manufacture in
ZFM and re-export of these products are afforded the same tax treatment as any other exports to
other countries. Export of the ZFM products to other countries, in turn, is exempt from IE.

Under Law No. 10865 of April 30, 2004, the IPI and II tax benefits granted to companies set up
in ZFM also cover contributions levied on imports such as PIS –Imports and COFINS –
Imports.

ZFM is of paramount importance for the growth of the Western Amazon, while offering
attractive incentives and interesting conditions for joint ventures.

Setup of Companies

In order to set up in ZFM, a company must submit an industrial project schedule to SUFRAMA.
If approved by the SUFRAMA Board of Directors, the company must send to SUFRAMA the
definitive industrial project and the architectural plan.

SUFRAMA has adopted a basic production process (PPB), consisting of a detailed description
of the several phases of the manufacturing process, to be followed by all companies applying for
tax benefits in ZFM. This is to avoid having ZFM become a simple warehouse for the assembly
of imported products, taking undue advantage of tax exemptions, as well as to augment the
domestic content of goods produced in ZFM.

A company is authorized to set up in ZFM and enjoy tax incentives after being approved by the
SUFRAMA Board of Directors.
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Tax Incentives

The companies set up in ZFM are eligible for exemption from or reduction in the following
taxes:

(i) Import Duty (II) on products intended for ZFM consumption or on inputs used for
products manufactured in ZFM when they are shipped to other points in Brazil;

(ii) Tax on Manufactured Products (IPI) on foreign products intended for consumption or
manufacture in ZFM, and on goods produced in ZFM intended for consumption in ZFM
or elsewhere in Brazil;

(iii) Income Tax (IR) for undertakings approved by the Amazon Development Authority, in
the amounts and for the periods prescribed by tax laws;

(iv) Tax on Distribution of Goods and Services (ICMS) for products from other states that
are slated for consumption or manufacture in ZFM. Additionally, the companies may
have an ICMS credit with regard to products from other Brazilian states, and refund of
the variable ICMS portion for industrial undertakings approved by the Amazonas State
Finance Office; and

(v) Tax on Services (ISS) for companies providing services under projects approved by the
Manaus City Hall.
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INTELLECTUAL PROPERTY ©
Brazilian protection to intellectual property rights is established in the Federal Constitution and
in various federal laws and international treaties signed and confirmed by Brazil. Intellectual
property encompasses copyrights and related rights, protecting literary, artistic and scientific
works, as well as industrial property rights intended for industrial and commercial use of
inventions, trademarks, patents and industrial designs.

The Brazilian legislation on intellectual property is relatively recent, and already conforms to
the minimum standards established by the Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights
(TRIPS), an international treaty entered into by the members of the World Trade Organization
(WTO) and incorporated into Brazilian regulations by Decree 1355/94.

Besides TRIPS, Brazil signed and confirmed the major international treaties relating to
intellectual property rights, including:

(i) Paris Convention of 1883, revised in Stockholm in 1967, which features industrial
property protections;

(ii) Berne Convention of 1886, revised in 1971, which features copyrights protection;

(iii) Rome Convention of 1961, which features protection to singers and other artists,
producers of phonograms and broadcasting organizations; and

(iv) Patent Cooperation Treaty (PCT).

INDUSTRIAL PROPERTY

The protection accorded to industrial property rights under Law 9279/96 (Industrial Property
Law) comes effective through the granting of trademarks, patents, utility models, industrial
designs, and prohibition against false geographical indications and unfair competition. Such law
introduces certain innovative concepts, such as the granting of patents for prescription drugs,
chemicals, pharmaceuticals and food products, and the acknowledgment of rights inherent to
well-known trademarks (Article 6bis of the Paris Convention).

Company names are also protected as industrial property, but are regulated in specific rules.

The Brazilian Industrial Property Institute (INPI) is the government agency in charge of issuing
and enforcing the rules on industrial property rights, as well as of carrying out a formal review
of the applications for trademark registration, geographical indications and patent grants.

Trademarks

Protection of trademarks in Brazil follows an attributive system, which means that all rights
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stem from registration of the respective trademark in Brazil. However, trademarks well known
in their respective sphere of activities are warranted protection under Brazilian law, irrespective
of registration in Brazil, pursuant to the Paris International Convention and the Industrial
Property Law.

In Brazil, registration may be applied for as a Brazilian or foreign trademark. Foreign


trademarks are recorded under the terms of the Paris Convention, which grants a priority period
of six months counting from the date of application in the country of origin for their owners to
apply for registration of the same trademarks in other member countries (as in the case of Brazil).

A Brazilian trademark is a trademark applied for by a Brazilian or foreign company to


distinguish products or services germane to its activities. We will discuss this concept further
below.

The major point in registering a trademark within the priority period set out by the Convention
is that the date of filing in the country of origin will also be valid in Brazil. If a trademark is
applied for in Brazil by a foreign person without a priority claim under the Paris Convention,
the trademark will be treated as Brazilian, and the Convention benefits will not apply.

The following documentation must be submitted when applying for registration of foreign
trademarks in Brazil:

(i) power of attorney, including express powers for the attorney-in-fact to receive service of
process relating to any suits filed against the owner of such trademark in Brazil;

(ii) certified copy of the application for registration or certificate of trademark registration in
the country of origin, if a priority claim is filed;

(iii) affidavit stating that the applicant is a company legally organized in its own country, and
specifying the activities performed by it, which must be directly related to the
products/services for which it intends to obtain registration in Brazil; and

(iv) samples of the trademarks to be registered, if they are composed of symbols, drawings,
colors, or stylized letters.

Registration of a Brazilian trademark may be applied for by a Brazilian or foreign interested


party; the trademark application and registration will follow the procedures set forth in the
Industrial Property Law.

Use of a trademark is essential for its protection in Brazil; if a trademark is not used for five
years after its registration, or if such use is interrupted for more than five consecutive years,
forfeiture of the trademark will occur. If the trademark is used by its owner or a licensee in
Brazil, registration will be valid for ten years; this protection may be renewed for like
successive periods.

Under the Industrial Property Law, several conducts are viewed as a crime against trademarks,
punishable by imprisonment from one through three months, and from three months through
- 56 -

one year, or fine, as applicable.

Company Name

In addition to marks, the Brazilian legal system also provides protection to company names. As
a rule, protection elicits from the filing of the company’s acts of incorporation with the
competent body. Furthermore, the Paris Convention establishes that company names will be
protected in all countries of the Union, irrespective of registration.

Patents and Utility Models

Under the Industrial Property Law, the essential conditions for granting of patents in Brazil are:
novelty, inventive activity, and industrial use. Moreover, an item of practical use, or any part
thereof, is patentable as a utility model, provided that it is susceptible of industrial use, presents
a new shape or layout, and involves an inventive act that results in functional improvement in
terms of use or manufacture.

A patent is deemed new whenever its subject matter is not included in the prior art, meaning
that it was not previously accessible to the public either by written or oral description, or by use
or other means, including the contents of patents in Brazil and abroad, before filing of the patent
application. This will not apply to those cases in which a priority claim was applied for
beforehand or otherwise evidenced under the Paris Convention.

The protection afforded by a patent is valid for 20 years (for inventions) or 15 years (for utility
models), counting from the date of filing of the application at INPI.

Patent applications to INPI must contain: the inventor’s claims; a complete description of the
invention and a drawing (if appropriate); and evidence of compliance with all legal
requirements. After the application is filed, a preliminary formal review will be carried out, and
a filing certificate will then be issued. This application will be kept in secrecy for 18 months,
and will then be officially published. The inventor will have 36 months to request a formal
review of the application. If no such request is made, the application will be dismissed. The
letter patent will be issued after granting of the patent application, and may be canceled by court
order at any time.

Commercial use of a patent must begin within three years of issuance of the respective letter
patent, on pain of compulsory licensing or forfeiture of the corresponding patent. Forfeiture of a
patent may also occur if its use is interrupted for a period of at least two consecutive years; if
the inventor fails to pay the respective annuity fees to INPI; if the inventor expressly waives his
privilege; or if the patent is canceled through judicial or administrative channels.

Under the Industrial Property Law, several conducts are held as a crime against patents,
punishable by imprisonment from one through three months, and from three months through
one year, or fine, as applicable.
- 57 -

Unfair Competition
In addition to protection specifically granted to trademarks, patents, utility models and industrial
designs, the Industrial Property Law criminalizes unfair competition acts, punishable by
imprisonment from three months through one year, or fine. Such offense must be grounded on
unquestionable proof of one’s intention to discredit another’s business or reputation; to create
confusion with other commercial and industrial establishments or service providers; or to create
confusion with third-party goods and businesses available on the market. Unfair competition
entitles the aggrieved party to seek redress in the civil sphere and impose criminal liability on
the offender.

Among other events, unfair competition is asserted against whoever:

(i) publishes, gives or discloses a false statement on a competitor, to one’s own advantage;

(ii) uses fraudulent means to divert, for one’s own or someone else’s benefit, clientele of
another;

(iii) uses or imitates an advertising slogan or sign of another, so as to cause confusion with
its products or establishments;

(iv) misuses another’s business name, company name or insignia, or sells, displays, offers
for sale or maintains in stock a product with such references;

(v) sells, displays or offers for sale, in another’s container or wrapper, an adulterated or
counterfeited product, or trades it for another product of the same type, even if not
adulterated or counterfeited;

(vi) gives or promises money or other assets to employees of a competitor, encouraging such
employees to neglect their duties to the detriment of the competitor;

(vii) receives cash or other assets, or accepts a promise of payment or reward to neglect one’s
duties as an employee to the benefit of a competitor of one’s employer; and

(viii) makes unauthorized disclosure, exploitation or use of any confidential matter,


information or data used in industry, trade or service activities, to which he had access
as a result of a contractual or employment relationship, even after termination of the
corresponding contract, except for any matter, information or data that is available to the
public or is clearly available to an expert on the matter;

If unfair competition is held to occur, the Industrial Property Law authorizes the aggrieved party
not only to pursue the applicable civil measures for cessation of this offense and redress of
damages, but also to seek reparation for other unfair competition practices that may taint the
reputation of third-party business or create confusion between competitors and/or their products.
- 58 -

TECHNOLOGY TRANSFER & PATENT, TRADEMARK AND


FRANCHISE LICENSE AGREEMENTS

Technology transfer and patent, trademark and franchise license agreements must be filed with
INPI. The INPI review of agreements dealing with the licensing of industrial property rights,
trademarks, patents, technology transfers, and technical assistance and related services is
currently limited to (i) the aspects inherent to the documents submitted for review; (ii)
compliance with tax; (iii) observance of currency control policies; and (iv) the breach of unfair
competition or antitrust rules.

INPI approval for such agreements is essential not only for Central Bank registration (making
overseas remittance of payments feasible), but also for the technology recipient or licensee to
post the amounts so disbursed as allowable expenses. Moreover, only after the respective
approval will such contracts be binding on third parties.

As a rule, technology transfer agreements must specify their object and clearly describe the
method to be adopted for actual transfer of technology. Patent or trademark license agreements
must set out the conditions for actual use of the patents regularly filed or granted in Brazil or for
the licensing of the respective trademark or application in Brazil.

Patent and trademark license agreements must also specify whether the license is granted with
exclusivity on a remunerated or royalty-free basis, and if sublicensing is allowed. The term of
effectiveness of such agreements cannot exceed the validity of the patent or trademark
registration.

Technical and scientific assistance service agreements must specify the period for the rendering
of specialized services; the number of technicians involved; the degree of expertise and training
programs; and the agreed compensation.

Franchise agreements must also be filed with INPI, and their validity is primarily dependent on
two aspects, namely: (i) temporary granting of the rights that involve, together with use of the
respective trademarks, the rendering of technical assistance services or other technology transfer
mechanisms necessary to achieve the respective goals; and (ii) the flat or floating fee payable by
the franchisee to the franchisor, calculated at a percentage of sales or of the price for each unit
sold or purchased by the franchisee from its suppliers, on the profits earned, or on a flat amount.

COPYRIGHTS

Copyrights in Brazil are regulated by Law No. 9610 of February 19, 1998, pursuant to which
all creative works of inspiration however outwardly expressed are protected as intellectual
property.

Copyrights are divided into moral and pecuniary rights. Moral rights ensure that the work is
bound to the identity of its author, and are not transferable. Moral rights of the author include,
among others: (i) the right to claim authorship of the work at any time; (ii) the right to have his
name stated on the work in connection with any use thereof, (iii) the right to object to any
- 59 -

modification of the work that would be prejudicial to the author’s reputation or honor.

Pecuniary rights are those related to use, enjoyment and disposal of an intellectual work. These
rights are transferable to third parties, including to legal entities.

The author of the work or, in the absence of proof to the contrary, the person who purports to be
the author, or the person whose name is included on the work, is deemed to be the copyright
owner under Brazilian law.

Any person who adapts, translates, compiles or edits a work in the public domain may claim
copyright to such work, but this same person cannot prevent publication of another adaptation,
translation, compilation or edition of the same work.

Either a person or an entity may own copyrights, subject to the authorization or assignment by
the respective author.

Registration of copyrights in Brazil is optional, and not essential for its protection. However, in
order to secure his rights and to evidence ownership, an author may register his works at
specific agencies.

Civil and criminal actions may be brought against anyone infringing another’s copyrights. The
civil courts prohibit the publication of any work that infringes copyrights, and may also award
damages to the copyright owner. Copyright infringement is also punishable as a criminal
offense.

SOFTWARE

In Brazil, software is regulated by Laws Nos. 9609 (Software Law) and 9610 (Copyright Law),
both dated February 19, 1998, which provide for, among other issues: (a) the protection of
software as an intellectual property right; (b) the software marketing rules and the creation of
mechanisms to keep governmental control over such marketing activities, with a view to
protecting software rights in Brazil; and (c) the criminal penalties that are to apply in the event
of copyright infringement along with certain marketing rules related to software protection.

Software rights are protected for a period of 50 years as from January 1st of the year following
publication of the software or, in the absence of such publication, as from creation of the
software in each country. As in the case of copyrights, foreign-based owners of software are
also entitled to protection in Brazil, provided that the country of origin of such owners offers
reciprocal treatment (in terms of extent and duration) to Brazilians and foreigners domiciled in
Brazil.

Software protection is not conditional on registration in Brazil; accordingly, the author need not
- 60 -

register such software to claim ownership rights. Nevertheless, the software may be registered
with INPI.

Infringement of software copyrights is punishable by confinement from six months to two years,
or a fine.

According to the Software Law, the following events (among others) do not characterize an
offense against software copyrights:

• reproduction of a copy that was legally acquired, whenever indispensable for proper use
of the software; and

• integration of software and its basic characteristics into an application or operating


system, if technically indispensable for the user needs, and provided that it is used
exclusively by the person that actually effected such integration.

Final Comments

As shown above, the Brazilian legal system offers an array of rules aimed at protecting
intellectual property rights.

In addition to the events set out above, the Industrial Property Law protects industrial designs
and curbs false geographical indications.

Moreover, the Brazilian legal system protects the so-called personality rights, as in the case of
the right to one’s image, which is inviolable under the 1988 Constitution.

It is also worth noting that, even though the Brazilian legal system contains no rules exclusively
focusing on Internet relations and acts, some legal provisions protect intellectual property rights
against their unauthorized dissemination or use through new technologies, including the
Internet.

Finally, advertising is also regulated in Brazil by the National Self-Regulatory Advertising


Council (Conar). This entity lays down the ethical standards to be followed in advertising, and
may even be called to action when unfair competition practices are conducted by way of
advertisements.
- 61 -

COMMERCIAL REPRESENTATION
AND DISTRIBUTORSHIP
The Brazilian legal system offers investors a number of mechanisms to trade their products,
with special emphasis on commercial representation and distributorship. In principle, these
mechanisms have a distinct nature, but may be adopted by investors as an effective distribution
channel to place their products in the Brazilian market without establishing a company in
Brazil.

Commercial Representation

In a commercial representation arrangement, the representative stands for an individual or legal


entity that intermediates business for the principal on a non-occasional basis within a preset
territory, in consideration for a fee (or ‘commission’), which is usually set at a percentage of the
transaction value.

The legal framework for commercial representation activities26 confers several rights and
protections on commercial representatives, which somewhat impair the parties’ freedom to
contract. These safeguards include a prior notice requirement to be met by the principal if the
commercial representation agreement is terminated without cause; or a minimum
indemnification payable to the commercial representative in some events of principal’s
unilateral termination of the agreement or the representative’s termination with cause.

In its section on “commercial agency and distribution”, however, the Civil Code contains
certain provisions that would somewhat conflict with traditional views on commercial
representation under Law 4886/65, even though some legal scholars equate an agency
arrangement to commercial representation. But this is still a controversial issue among legal
scholars, and past court rulings are still incipient to clarify how the Civil Code provisions
should apply to commercial representation relations.

Distributorship

Distributorship usually stands for an agreement by which the distributor acquires certain
products from the principal for further resale within a preset area for the account and at the risk
of the distributor itself. Unlike the commercial representation or service arrangement, the
distributor receives no compensation from the principal; the distributor’s earnings originate
from its profit margin (that is, the difference between the purchase and resale prices).

However, articles 710 et seq. of the Civil Code (dealing with “commercial agency and
distribution”) define distributorship as a commercial relationship in which the thing to be traded
is placed at the representative’s disposal. Accordingly, the distributor would be a commercial
representative that carries the products offered to clients, which is far different from the


26
Law No. 4886 of December 9, 1965, as amended by Law No. 8240 of May 11, 1992 (Commercial Agency Law) and by Law No. 10406
of January 10, 2002 (Civil Code).
- 62 -

definition consolidated by legal scholars for distributorship as mentioned in the preceding


sentence. As a consequence, it is still unknown whether articles 710 et seq. of the Civil Code do
apply to traditional distributorship relations.

As in the commercial representation, legal scholars have not reached a consensus on this issue,
and there is still no court ruling on how the Civil Code provisions should apply to
distributorship relations.

If the courts eventually confirm that the Civil Code rules do not apply to traditional
distributorship relations as mentioned above, there would be no specific law regulating them.
As a result, distributorship would become an atypical relation governed by general principles of
law. In this case, distributorship could be viewed as more flexible than commercial
representation, as the parties would be free to establish the commercial conditions for their
arrangement as they deemed suitable.

Conversely, if the courts hold that articles 710 et seq. of the Civil Code also apply to
distributorship agreements involving the purchase and resale of products, then the
distributorship arrangement will be treated as a kind of commercial representation. In this case,
the protections accorded by law to commercial representatives could also extend to distributors.

Copyright © 2003 by PINHEIRO NETO ADVOGADOS. All rights reserved.

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