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9:43 am
Que fique claro que este trabalho não tem a intenção de colocar “lenha na
fogueira” dos desentendimentos, nem criar celeuma, mas que as partes encontrem
neste estudo uma linha de ação segura onde possam se relacionar sob a luz da
vontade justa e soberana Daquele que não faz acepção de pessoas, o Senhor Jesus
Cristo, Justo Juiz. A quem seja Honra e Glória também no trabalho secular dos que
confessam o seu Nome. “Que proveito tem o trabalhador naquilo em que se afadiga?”
Ec. 3:9
Deus instituiu o trabalho para o homem antes do pecado entrar no mundo (Gn 2:15).
O trabalho foi estabelecido para nosso benefício. O trabalhador, seja ele patrão ou
empregado, trabalha para ver suas necessidades supridas: “O apetite do trabalhador o
faz trabalhar, porque a sua fome o incita a isso” (Pv 16:26), mas por outro lado tem a
alegria de poder servir a Deus e ao próximo com os talentos que recebeu. “Doce é o
sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a saciedade do rico não o
deixa dormir” (Ec 5:12).
A boa notícia é que na Palavra de Deus temos orientação segura para nortear o
relacionamento nas empresas cristãs, evidenciando a Justiça de Deus que não faz
acepção de pessoas. Salientamos que o Senhor impôs direitos e deveres às duas
partes, e que os direitos de um são limitados pelos do outro. Por exemplo, se o
empregado deve em tudo ser submisso ao patrão, este, por sua vez não pode usar
dessa prerrogativa para defraudá-lo (enganá-lo).
1. As responsabilidades do empregado cristão:
Deve obedecer em tudo ao seu patrão ou chefe, tratá-lo com respeito, e não ter
preguiça ou fazer corpo mole no trabalho. Lembre-se de que do seu desempenho
depende o bom funcionamento da empresa e que cada funcionário é uma pequena
peça de uma grande engrenagem. Portanto, todos dependem do seu bom trabalho.
Deve, por isso, dar o melhor de si para agradar ao seu patrão ou chefe. É ao Senhor
que ele está servindo. Não deve se esquecer que todos os que agem com má fé
receberão na mesma moeda. Neste caso está certo o adágio popular que diz: _ Aqui
se faz, aqui se paga. O Senhor sonda os corações e vê todas as coisas. “Vós, servos,
obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de
vosso coração, como a Cristo, não servindo somente à vista, como para agradar aos
homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus, servindo
de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens” (Ef 6:5-7).
Não deve servir somente quando o patrão está por perto, mas sim, muito mais na sua
ausência, porque fazendo assim o funcionário terá a certeza de estar fazendo a
vontade de Deus. Na verdade, o empregado que age dessa forma dá mostras de que
conhece o Deus a quem serve. O empregado deve servir a seu patrão de forma tal que
o empregador possa confiar a ele todos os seus bens. Seja fiel em todas as coisas,
servindo de boa vontade. “Todos os servos que estão debaixo do jugo considerem seus
senhores dignos de toda honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam
blasfemados. E os que têm senhores crentes não os desprezem, porque são irmãos;
antes os sirvam melhor, porque eles, que se utilizam do seu bom serviço, são crentes
e amados. Ensina estas coisas” (I Tm 6:1-2).
Se você sofre injustiça no seu trabalho, mas por ser cristão suporta o mau chefe ou
mau patrão, saiba que nisso está agradando a Deus. É ao Senhor que você está
servindo e não a homens. Não leve seu patrão cristão à justiça. Procure negociar até
chegar a um acordo satisfatório e amigável, e assim glorificar ao Senhor. Não sendo
possível um acordo, devem ambos submeter a demanda ao pastor que a julgará. O
melhor, no entanto, seria sofrer a injustiça amando e perdoando o irmão (I Co 6:1-7).
Certa vez o Senhor Jesus ensinou que o que quiser ser o maior deve ser o que
mais serve. O empregador cristão deve desenvolver uma liderança bíblica no trato
diário com seus comandados. Muitas vezes acontece do empregador concentrar-se em
aumentar o seu lucro às custas dos empregados. Estes costumam reunir o seu pessoal
e falar a eles a respeito de “vestir a camisa”. Nessa hora são lembradas coisas do tipo:
“Somos uma família” e “precisamos produzir mais para o bem da nossa empresa”. No
entanto, a sua preocupação é que os empregados produzam mais, aumentando o seu
lucro a fim de fazer “aquela viagem” com a família ou comprar “aquela casa” com a
qual sonha sua esposa ou aquele modelo novo de carro. Não passa pela sua cabeça
nenhum aumento do salário dos seus empregados, afinal, eles já ganham o salário da
categoria. Não podem reclamar. Na mente desses empresários, o salário é um favor
prestado ao trabalhador. Mas a Palavra de Deus diz que os empregados devem ser
tratados com dignidade e justiça, e que digno é o trabalhador do seu salário.
Graças a Deus que estes são minoria. Hoje, Muitos empregadores investem tempo e
dinheiro em treinamento e capacitação profissional dos seus funcionários, estimulando-
os a crescer, produzir e ganhar mais. Esses são empresários de visão. O empregado
tratado com dignidade “veste” naturalmente a camisa da empresa. Existem as
exceções, é verdade, mas estamos falando da regra. “Se desprezei o direito do meu
servo ou da minha serva, quando eles pleitearam comigo, então que faria eu quando
Deus se levantasse? E quando ele me viesse inquirir, que lhe responderia? Aquele que
me formou no ventre não o fez também a meu servo? E não foi um que nos plasmou
na madre?” (Jó 31:13-15).
O empregador deve estimar o empregado crente, pois ele poderá ser um aliado na
oração pelos outros e pela empresa (Fm 16). Deve prestar atenção às reivindicações
dos empregados, mostrando que se preocupa com as pessoas. Toda reclamação
legítima deve ser resolvida com carinho. O patrão deve, também, fazer um plano de
saúde para seus funcionários. É sua função cuidar da saúde deles (Lc 7:3).
O Senhor não faz acepção de pessoas e todos somos iguais perante Ele, por isso
devem os empregadores deixar de ameaçar os empregados (Ef 6:9). Alguns usam até
mesmo a Palavra de Deus, aproveitando a falta de conhecimento bíblico do funcionário
com o fim de oprimi-lo. “Mas vosso pai me tem enganado, e dez vezes mudou o meu
salário; Deus, porém, não lhe permitiu que me fizesse mal” (Gn 31:7).
http://verboeterno.wordpress.com/2007/11/06/o-relacionamento-patrao-e-empregado-
cristaos/