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12/08/20
Como interrogar o passado?
Não tem como fazer uma aula de fonte sem situar a nossa pergunta em algum lugar, pois o
historiador, a historiadora inventa a fonte porque ela não está disponível para ir lá e falar “a
que coisa mais bela, eu vou fazer um livro sobre ela”. É necessário descobrir as fontes e
para descobrir a fonte tem que passar pelas perguntas. Para fazer uma pergunta historia exige
alta técnica e, para isso é preciso de prática
Marx não é uma receitinha para você testar e ver se deu certo marxistas ortodoxos
Laboratório de Fontes
evidencias contrarias”
Marx não é uma cartilha para você provar. Todo cientista/historiador tem que está preparado
para ser persuadido por argumentos contrário baseado em evidências.
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Hobsbawn faz parte da história social inglesa que foi uma tradição que começou com um
grupo de historiadores do partido comunistas, na verdade existia antes com um grupo de
historiadores do Radical History comandando por uma mulher. Eles faziam a história do povo
da Grã-Bretanha e alguns deles compuseram um grupo dos historiadores do partido
comunista muitos influenciados pela vitória da revolução russa, mas eles eram historiadores
de toda forma. As reuniões deles foram ganhando cada vez mais força depois dos livros do
Morton, que era um trabalho voltado a buscar uma história popular na Inglaterra.
Então essa tradição e menos fixada no marxismo e mais na ideia de fazer uma história
popular, do povo, portanto, uma história vista de baixo. E o marxismo e história social não
são sinônimos, o marxismo não necessariamente se baseia na perspectiva da história radical
para constituir logicas analiticas e a muito marxistas que definitivamente não fazem isso.
O principal objetivo desse grupo era encontrar uma soberania popular. Esse grupo debateu
muitas vezes sobre o que determina a consciência das pessoas e, para Hobsbawm a
consciência das pessoas está na própria ação delas. O que difere mais uma vez do marxista
ortodoxo, principalmente leninistas que vem a partir da organização partidária, sindicatos em
organizações que reflitam a organização da consciência. E Hobsbawm acredita que a um
meio de entender a consciência a partir da acao por meio da técnica histórica.
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Nenhum historiador social teoriza. Porque, para um historiador social a história não é a
fabrica da teoria, não é possível estabelecer com base na repetição de comportamentos uma
análise que vai dizer com a nossa tendência de comportamento então eles sempre vão usar a
pesquisa empírica.
A necessidade de se fazer história do povo gera a necessidade de obter uma lógica interna do
seu objeto e para obter essa lógica apresenta problemas internos do seu objeto:
- Não existe um conjunto de fontes prontas que você já dá de cara
- Não existe um corpo de fontes prontas para você tratar do seu tema. E muito menos
vai existir para pessoas pobres que não é letrada.
A pesquisa histórica exige um investimento pesado (coisa que nem a Capes e nem o CNPQ
estão fazendo, principalmente após o Bolsonaro assumir o poder) e, alta tecnologia, mas essa
alta tecnologia é uma ironia do Hobs com o fato de que a gente pode desenvolver uma
tecnologia de interrogação do passado.
Para isso isso Hobs dá o exemplo das inscrições tumulares e, diz que não importam se as
pessoas não dizem a verdade nas suas mensagens de adeus, mas eles expressam o que elas
acreditavam.
Laboratório de Fontes
O historiador social não encontra suas fontes prontas, o historiador social inventa a sua fonte.
Nossos objetos (o povo) são iletrados, pobres, não escrevem livros, estão no passado, já
morreram, não deixaram registros, ninguém conta a história deles porque ninguém se importa
com eles, não são grandes homens, não são grandes mulheres, ninguém se importa com gente
comum, com a história de gente comum. Então como que mesmo assim eu consigo fazer a
história da gente comum?
Nossa função é criar um quadro coerente do passado, é a gente procurar a lógica interna
dos fatos, ou seja, a coerência do passado na lógica interna da fonte. Encontrar a lógica
interna é uma ferramenta que serve para dar sentido a um povo desarticulado do passado fez
ou desmentir nossas hipóteses.
Isso é um conceito universal sobre a terra?Não, isso é um conceito que de alguma maneira foi
gestado e passado para a frente.
Toda forma de pensar o seu presente/passado vem de um lugar no tempo, tem coerencia, tem
uma lógica.
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A nossa
A nossa racionalidade não é a mesma do passado.O que acontece na cabeça de uma pessoa
que é muito revolucionária? Quando ela olha a história de um povo oprimido que não se
revoltou essa pessoa tende a fazer chamar ele de burro. Às vezes o que melhor convém a
quem é pobre é que nenhuma mudança aconteça porque o perigo da mudança para quem não
é dono da terra é muito grande e quando alguém que não tem muitos recurso se prejudica ela
entra no meio de uma insegurança completa. Então talvez a lógica dos pobres não seja ser
revolucionário, pois as vezes quando se tem poucos recursos nada mudar já é uma vitória.
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Fazer história não é apenas descobrir o passado, mas explicar o passado.