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III ENCONTRO NACIONAL SOBRE HIPERTEXTO

Belo Horizonte, MG – 29 a 31 de outubro de 2009

O Fórum de Discussão como Espaço de Reflexão sobre as Novas Tecnologias no Ensino-


Aprendizagem de línguas na formação dos graduandos da Faculdade de Letras da UFJF.1

SILVA, Elaine Leite Araujo (UFJF)2

Resumo

Pesquisas mostram a importância do uso do computador no ensino-aprendizagem de línguas e a


consequente necessidade de capacitar o professor para o uso efetivo de tais tecnologias. Nesse
contexto, este trabalho de iniciação científica tem como objetivo avaliar e relatar o uso do fórum de
discussão na formação inicial dos graduandos da Faculdade de Letras da UFJF. O instrumento
utilizado para a geração dos dados foi o fórum de discussão, disponibilizado na plataforma Moodle,
com 13 alunos participantes da disciplina Lingüística IV, no ano de 2008. Os resultados obtidos
apontam que a ferramenta fórum de discussão contribui para a formação dos graduandos no
uso das novas tecnologias para o ensino de línguas, abrindo novas perspectivas na troca de
experiências e reflexões sobre a prática pedagógica.

Palavras-chave: Letramento digital; fórum de discussão; formação de professores.

Introdução

Com o advento das novas tecnologias da comunicação e informação há a necessidade


de um novo letramento: o digital. Esse novo tipo de letramento demanda um novo jeito de ler
e escrever, pois na tela do computador se conjugam recursos verbais e não-verbais, como as
imagens, os sons, os desenhos, a formatação de espaços, margens, cor e tipo de letras, etc.. No
hipertexto, por exemplo, a leitura não é mais linear, nem sequencial como no texto escrito em
papel. Nessa nova modalidade de texto, o leitor escolhe o caminho que deseja percorrer
através dos links e se torna mais autônomo e independente na sua leitura, formando uma nova
versão do lido e compreendido, o texto se torna mais dinâmico.
Nesse sentido, pesquisas sobre letramento digital (Coscarelli e Ribeiro, 2007) apontam
a necessidade de uma formação mais eficaz dos professores para o uso dessas novas
tecnologias a fim de que possam usar os recursos oferecidos pelo computador no ensino-
aprendizagem de línguas de forma eficiente e crítica. Isso porque os jovens estão mais
atualizados que seus professores e sabem utilizar com facilidade tais recursos.
Sendo assim, para haver a preparação crítica desses jovens, os professores necessitam
de serem capacitados em sua formação inicial, pois o professor deve ser um mediador que
ajudará seus alunos a interpretarem o verbal e o visual e a criar estratégias para a leitura

1
Trabalho apresentado na forma de comunicação oral, no Seminário de pôsteres do III Encontro Nacional sobre
Hipertexto, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
2
Graduanda em Letras - bolsista BIC/UFJF - elaine_leitearaujosilva@yahoo.com.br

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crítica, a fim de que eles possam, segundo Allred (2008), construir seus próprios significados,
e não somente fazer uma reprodução do que estão estudando, expressando, assim, sua voz
autêntica.
Nesse contexto, o presente trabalho de iniciação científica, de natureza exploratória,
objetiva relatar e avaliar uma experiência de uso do fórum de discussão na formação inicial
dos graduandos de Letras como espaço de reflexão sobre as novas tecnologias no ensino-
aprendizagem de língua estrangeira, o que, a nosso ver, pode contribuir significativamente
para que estes insiram de forma crítica essas tecnologias em sua prática pedagógica.
Arcabouço Teórico
A partir de teóricos da Lingüística Aplicada (Allred, 2008; Almeida, 2007; Coscarelli,
2007) que têm discutido recentemente as novas tecnologias como ferramenta de ensino de
línguas estrangeiras e que apontam a consequente necessidade de capacitar o professor para
usá-las criticamente na sala de aula, utilizamos, nessa pesquisa, o fórum de discussão como
uma ferramenta para inserir tais tecnologias na formação inicial dos graduandos de Letras da
UFJF. Segundo Alves (2008) esta é uma ferramenta de interação em ambiente digital que
objetiva a comunicação e a colaboração entre os membros de um grupo a fim de realizarem
uma tarefa específica, abrindo espaço para que cada um se coloque e juntos tentem construir
um saber comum.
Assim, faz-se necessário o oferecimento ao professor de um letramento digital crítico,
pois, conforme Allred (2008), o professor necessita dessa inclusão em sua formação inicial e
continuada oportunizando a aquisição de estratégias e ferramentas que o ajudem a avaliar o
material que selecionará e usará com seus alunos. Com isso, os alunos poderão aprender a ler
e a usar o material multimídia com uma visão mais questionadora, e não simplesmente
aceitarão o que lhes for apresentado ou indicado, mas também contribuirão com sua visão
particular.
Para o autor, o professor necessita de saber quando e como usar as tecnologias na sala
de aula, pois os recursos tecnológicos e os avanços nessa área são muito rápidos e a formação
do professor, ainda está deficitária nesse campo.
Embora os estudantes tenham mais conhecimento dessas tecnologias e saibam manejá-
las mais facilmente que os seus professores, isso não implica que esses alunos saibam avaliar
a tecnologia e a informação que recebem de forma crítica. Assim, os professores necessitam
de preparo para ajudá-los a utilizar essas tecnologias criticamente, examinando-as no uso
diário. Isso, porque atualmente os estudantes não devem ser receptores de informações,
devem se tornar cidadãos críticos, com habilidades para acessar os vários tipos de tecnologias

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as quais estão expostos e ter ferramentas para usá-las criticamente a seu favor como cidadãos
participativos desse meio. Sobre isso fala Martins (2008):
(...) O uso de diferentes mídias pode contribuir para o indivíduo desenvolver compreensões
sobre o mundo e sobre a cultura em que vive, além de provocar tranformações nas formas de
perceber e apreender a realidade. (MARTINS, 2008, p. 204).

Jordão (2007) também corrobora essa ideia ao dizer que o letramento crítico
possibilita o entendimento das várias maneiras de construir sentidos e compreender o mundo,
tanto nos seus aspectos positivos quanto negativos. Nesse sentido, o conhecimento está
sempre em construção e demanda um pensamento não-linear que contemple os múltiplos
letramentos (verbal e não-verbal) que fazem parte das várias formas de comunicação
utilizadas atualmente.
Nessa perspectiva, Buzato (2007) diz que um “modelo de letramento digital deve ser,
também, essencialmente, um modelo de letramento crítico”. Para o autor o foco não são as
tecnologias que proporcionam a leitura e a escrita em ambiente digital, mas sim o leitor dos
textos digitais, que assumirá o papel de sujeito (leitor / produtor) e poderá se posicionar a
favor ou contra qualquer tipo de texto (verbal e/ou visual) apresentado a ele.

Metodologia

Contexto da pesquisa
O Letramento digital foi oferecido aos graduandos do curso de Letras da UFJF, através
da disciplina Lingüística IV, no ano de 2008. Este se constituiu de exposições teóricas e
discussões e aplicações práticas a partir da ferramenta fórum de discussão.
O fórum de discussão, objeto de nosso estudo, disponibilizado na plataforma
MOODLE, foi utilizado na proposta de Letramento Digital para estender as discussões
teóricas sobre as aplicações e os limites do uso do computador no ensino de línguas iniciadas
em sala de aula e para oportunizar aos graduandos de Letras a experiência prática de uso do
fórum de discussão em seu próprio aprendizado.

Sujeitos da pesquisa
Participaram dessa pesquisa 13 alunos matriculados na disciplina Linguística IV, da
faculdade de Letras da UFJF, no segundo semestre do ano de 2008, em 3 fóruns de discussão.

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Instrumentos da pesquisa
O instrumento da pesquisa foi o fórum de discussão, disponibilizado na plataforma
Moodle, com o objetivo de fornecer uma experiência concreta de uso do mesmo para o
aprendizado.
Segue, na Tabela 1, a descrição dos fóruns, seus objetivos e sua duração.

Fóruns Objetivos Duração

Expandir as reflexões sobre o uso do


Fórum 1 19 dias
hipertexto/hipermídia no ensino de línguas.

Fórum 2 Discutir os hipertextos construídos pelos próprios alunos 24 dias

Fórum 3 Apontar dicas para a criação de um hipertexto ideal 2 dias

Tabela 1. Os fóruns de discussão, seus objetivos e duração.

Análise dos dados


No fórum 1 os graduandos usaram a ferramenta fórum de discussão para refletirem
sobre as aplicações e os limites do hipertexto / hipermídia no ensino de línguas, orientados
pela seguinte questão: “O hipertexto/hipermídia é uma ferramenta que auxilia o ensino de
línguas. Você concorda com essa afirmativa? Justifique sua resposta. Em que situações de
aprendizagem de línguas o hipertexto/hipermídia seria útil?”
Observa-se nas interações dos alunos que o grupo concorda que o hipertexto /
hipermídia favorece o ensino de línguas estrangeiras e apontam uma lista de vantagens do uso
dessa ferramenta para aprendizado. Dentre elas, destaca-se inicialmente a aprendizagem
colaborativa na qual o aprendizado se dá na interação entre o professor e os alunos e no
compartilhamento de informações entre os alunos. Ao professor é destinado, neste tipo de
aprendizagem, o papel de mediador do conhecimento, como se observa nas falas de A3 e A4
como se segue:
A4 (...) acredito que o trabalho com a hipermídia proporciona a alunos e professores
uma aprendizagem colaborativa, em que alunos e professor aprendem juntos. A
figura do professor não é mais central, pois ele se torna mediador do conhecimento
que cada aluno apresenta uma verdadeira troca de experiências.

A3 (...) Não podemos abrir mão das discussões feitas em sala de aula e a
participação digital seria uma forma do aluno se inserir nas novas tecnologias para
expor suas opiniões no contexto fora de sala. Acho que uma complementa a outra, e
o papel do professor além de mediador deve ser o de auxiliar seus alunos a
refletirem e se tornarem cidadãos críticos e competentes em qualquer contexto
social do dia-a-dia.

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A3 (...) Vale lembrar que a figura do professor é muito importante nesse


processo, ele não deve deixar de participar das discussões, por exemplo, em um
chat, pois o domínio do conteúdo está em suas mãos, e para mim, ser mediador entre
a teoria e os alunos é fundamental.

Outra vantagem apontada por A3 e A4 e reiterada por A1 foi a flexibilidade de hora e


lugar para acessar a tecnologia, além da oportunidade que o hipertexto / hipermídia
proporciona ao abordar vários assuntos, tornando o ensino mais dinâmico e atrativo, inclusive
mais prazeroso, como mostram os comentários de A6 e A7 a seguir:

A3 (...) essa ferramenta auxilia e muito na aprendizagem de LE, visto que pode
contribuir para a ampliação dos conhecimentos e para a divisão dos mesmos de
maneira mais rápida e eficiente. E ainda, não podemos nos esquecer da
flexibilidade de hora e lugar.

A4 Não podemos nos esquecer da flexibilidade de hora e lugar. Em qualquer lugar


podemos acessar a internet e participar das atividades.

A6 Sim, principalmente como pesquisas de assuntos relacionados à língua


estrangeira e incentivo à escrita, para que a mesma se manifeste em níveis cada vez
melhores, já que toda língua tem seu modo de ver e escrever o mundo.

A7 (...) Por exemplo, ensinar o aluno a fazer pesquisa em sites da língua de interesse
pode ser uma ótima iniciativa, pois com isso ele terá acesso às informações e saberá
como se movimentar dentro de um ambiente "estrangeiro" - um processo de
simulação da vida real, como se situar, se localizar num processo de interação real.

É importante mencionar que os graduandos não se limitaram a uma listagem das


vantagens da ferramenta hipertexto / hipermídia para o ensino de línguas estrangeiras, mas
também refletiram sobre os limites e problemas que podem ser enfrentados ao usarmos o
computador para o ensino de línguas. Dentre os limites / problemas apontados destacou-se a
necessidade de o professor saber como e quando utilizar o computador, já que este pode
prejudicar o ensino-aprendizagem se for usado em excesso, como vimos nas falas de A9
confirmadas por A3 e A6 a seguir:
A9 Realmente o hipertexto é um grande aliado do professor na sala de aula. Além de
possibilitar a abordagem de vários assuntos, torna o ensino mais dinâmico e mais
atrativo. Mas temos que tomar cuidado. Precisamos saber a hora certa de usar e
não usar essa alternativa de maneira exaustiva. Isso pode prejudicar a
aprendizagem.

A3 Eu concordo com A9. Tudo em excesso para mim é prejudicial e fica


cansativo. O hipertexto/hipermídia deve ser usado para auxiliar na aprendizagem da
língua. (...) Essa alternativa deve ser trabalhada em algumas aulas bem planejadas
pelo professor.

A6 Concordo totalmente com você A9. O professor não deve usar essa ferramenta
só para mostrar que sabe operar a máquina ou para querer passar para os
alunos a imagem de que sua aula é moderna, quando a utilização da mesma
não é relevante para a aprendizagem.

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Além disso, apontou-se que o computador não substitui o ensino presencial. Têm-se a
clara noção de que este tipo de ferramenta possui peculiaridades que devem ser respeitadas e
não pode ser usada em qualquer contexto, conforme apontado nas participações de A1 e A2 a
seguir:
A1 (...) por mais interessantes e atrativas que possam ser as novas tecnologias
(principalmente para o aluno), é necessário ter em mente que nenhum tipo de
ferramenta substitui o diálogo, a conversa "real".

A2 (...) cada tipo de interação tem seu valor e não acredito que usar chats e emails
substitua a interação em sala de aula, mesmo porque é fundamental conversar
para aprender uma língua estrangeira.

O fórum 2 teve como objetivo discutir os hipertextos construídos pelos graduandos a


partir da seguinte proposição: “Gostaria que vocês discutissem, no lugar de leitores, os
hipertextos e dessem sugestões para que os mesmos sejam, no futuro, aprimorados”.
Nesse fórum, os graduandos ao analisarem criticamente a estrutura dos hipertextos
feitos pelos colegas de turma, apontaram, fazendo referência às teorias estudadas nas aulas
presenciais, as vantagens e os limites/problemas encontrados em cada hipertexto. Os
graduandos discutiram a estrutura, os tipos de hipertexto, a quantidade de interligações feitas
em cada trabalho e a formatação dos hipertextos criados. Isso é mostrado por A2, A4, A9 e
A12 como se segue:

A2 (...) acho que o (3) não é um hipertexto rizomático, pois não há ligações diretas
entre os textos e nem para a página principal, que deve ser acessada pelo botão de
voltar. Achei legal o link serem figuras, mas assim eles não informam qual o assunto
do texto, o que pode ser um problema para alguns leitores, e não para outros, que
apreciem o elemento surpresa. Gostei da riqueza de figuras do (2).

A4 Eu não gostava muito de, quando estava lendo um texto, me deparar com um
link que levasse para outra página ou outro assunto. Porém, senti falta desse
mecanismo nos textos 1 e 3.

A9 (...) colocar links nos textos que levem a outro texto ajuda a interligá-los ainda
mais. Parece que assim os textos, ao mesmo tempo que estão relacionados uns com
os outros, se mostram também independentes. E, pelo que eu entendi, essa é a idéia
principal desse tipo de hipertexto (rizomático, não é?).

A12 (...) se tinha que ser um hipertexto rizomático... fiz com que quase todas as
páginas se conectassem, tendo sempre um link para se voltar para a página principal,
onde estão os tópicos. E foi justamente isso que eu senti falta nos hipertextos já
postados...uma maior flexibilidade (...)

Além da estrutura, os graduandos se colocam no papel de leitores do hipertexto e


fazem considerações importantes quanto à arquitetura visual dos textos criados, contemplando

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os recursos de cores, barra de rolagem e links, como é mostrado nas falas de A4, A6, A7, A9
e A10 a seguir:

A4 Como o hipertexto n° 2 foi feito por nós (R., P. e eu) e nós já sabíamos como
ele estava, não prestei atenção nesse ponto. Foi muito bom você ter destacado essa
falha (O leitor tem que rolar a tela pra ver o resto da apresentação). Para um leitor
desatento e pouco curioso, isso se torna um grande problema.

A6 Eu gostei de todos os textos, pois cada um tem a sua particularidade. Enquanto o


2 e o 3 chama a atenção do leitor através de imagens muito bem selecionadas, o
1 o faz através dos fundos, adequados para o assunto de cada página.

A7 Gostei muito dos Hipertextos principalmente o primeiro, que tem os links para se
poder ir a uma notícia, a página de abertura também é muito interessante pois tem
algumas perguntas chaves que guia o "leitor" na página gostei muito.

A9 Senti a preocupação em usar as cores certas para cada tema, com panos de fundo
diferentes em cada texto. Acho que isso é importante, pois é uma forma de atrair
o seu leitor. O ato de adequar o efeito visual com o conteúdo do texto é um
importante aliado do autor.

A10 (...) achei legal os links serem figuras, mas confesso que tive um pouco de
dificuldade, no princípio de me situar, pois cliquei em várias coisas...rsrs, já que as
figuras não informam sobre o que irão abordar. A princípio isso causa um pouco de
confusão.
(...) também achei a seleção de figuras do texto nº2 muito boa, principalmente para
o público jovem que se identifica com os jogos.

Os participantes A3 e A11 a seguir, fazem referências às teorias estudadas nas aulas


presenciais e apontam sua preocupação com o objetivo dos hipertextos construídos. Isso
mostra a relevância das discussões teóricas sobre o hipertexto, feitas em sala de aula, as quais
serviram de base para que os alunos construíssem sua reflexão e pudessem analisar
criticamente os hipertextos construídos, como mostram as falas que seguem:

A3 (...) todos são hipertextos, pois trazem conexões (links) com outras partes do
texto e assim se conectam em uma rede de textos. Aproveitando o texto da última
aula, gostaria de citar Lévy (1993) usou a palavra hipertexto como metáfora do
conhecimento. Ela retoma a teoria dos esquemas, na qual o conhecimento é uma
rede de relações que se acredita haver entre os constituintes de um determinado
conceito. Assim, tanto os hipertextos quanto a teoria dos esquemas
buscam explicar mecanismos mentais usados na compreensão, na construção
do conhecimento.

A11 (...) É claro que o hipertexto deve ser algo bem planejado e organizado por
quem o faz. O objetivo com que ele é utilizado é fator essencial para o seu
elaboramento. O recurso visual utilizado pelo G. é interessante, e o formato 'site' da
A2 também.

No último fórum (fórum 3), os alunos tiveram que resumir as dicas mais importantes
para a construção de um hipertexto ideal, dadas pelos graduandos no fórum anterior (fórum
2), as quais seriam utilizadas posteriormente por uma dupla de alunos para construírem o

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hipertexto final da turma: “Gostaria que vocês deixassem registrado suas dicas para a dupla
construir o nosso hipertexto”.
Os alunos fizeram uma relação de dicas que reforçaram o que foi discutido no fórum
anterior e ainda postaram algumas análises críticas, destacando pontos positivos e negativos,
baseadas em teorias estudadas em sala de aula e na própria prática de construção dos
hipertextos. Como exemplos podemos citar as falas de A3; A9 e A13; A2 e A12, que
relacionaram suas dicas sobre a importância do público alvo (leitores dos hipertextos) que são
os destinatários desse trabalho, como se segue:

A3 (...) Os textos sendo menores possibilitam a introdução de mais links, para


ligarmos um texto ao outro, mas temos q tomar cuidado p q isso não fique muito
cansativo para o leitor....além do mais, acho que todos os textos devem ter um link
para voltar à página inicial. Assim, evita que o aluno fique perdido...
(...) Quando se tem a opção do uso de figuras na página inicial para entrar nos links,
é possível que o leitor escolha o tema que mais lhe interessa, não precisando ler
todas as informações do hipertexto.

A9 e A13 (...) sugestão para a tela principal é que sejam definidos os ícones a serem
linkados para que o leitor saiba o tópico principal do link.

A2 e A12 (...) Para se construir um hipertexto rizomático - digamos "perfeito" - além


de obedecermos às regras de como deve ser um texto da internet, devemos levar em
consideração não somente o caminho que o autor quer que o leitor faça, devemos
construir um texto com os olhos de um leitor... assim saberemos identificar as
possíveis dificuldades que um leitor terá, corrigindo-as.

A13 (...) Concordo com as colocações abordadas acima, mas vale lembrar né gente,
que para ser um site atraente ele deve estar de acordo com as novidades dos
jovens (do público em geral). (...) acho q a questão de ser atrativo é muito
relativa... e o q pode nos agradar talvez não agrade aos outros, entenderam?

Destacamos, também, a referência das teorias estudadas em sala de aula sobre a


constituição de diferentes tipos de hipertextos e citamos os exemplos dos graduandos A9 e
A13; A1 e A11 a seguir:

A9 e A13 (...) lembrando o que foi colocado por A3, os textos 1 e 3 não são
rizomáticos, já que não possuem links dentro dos textos para interligá-los.
Entretanto, o hipertexto 1 apresenta um grau elevado de "interligação", se é que
podemos usar esse termo (...)
(...) Outra coisa importante a ser destacada, é a importância dos diversos recursos
semióticos. As cores utilizadas no hipertexto, assim como as figuras, a fonte, etc,
devem chamar a atenção do leitor e motivá-lo à leitura. Em relação ao conteúdo do
hipertexto, relembrando o que lemos no texto de Coscarelli, deve-se dar
prioridade às informações mais relevantes, tornando o texto mais sucinto (...)

A1 e A11 (...) concluímos que, dentre todos os hipertextos disponíveis, o produzido


por A2 é o que mais atende às necessidades do leitor. Pensamos isso baseados nas
teorias estudadas em sala: há um link de retorno à página inicial e para cada janela
aberta. Entretanto, não há figuras. Outro ponto negativo é a não-existência de um

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padrão de formatação: a cada página aberta, links e texto estão em posições


diferentes, o que prejudica um pouco a leitura.
(...) Os textos estão sucintos e com bom nível de informação, ao contrário do
segundo, que viola algumas regras da produção de um hipertexto adequado,
sendo a mais grave a extensão de cada texto.

Conclusão

Os dados gerados pela pesquisa apontam o fórum de discussão como uma ferramenta
que proporciona, na formação dos graduandos de Letras, um ambiente de reflexão e troca de
opiniões acerca das novas tecnologias da informação e comunicação no ensino de línguas. A
utilização dessa ferramenta também pode contribuir nas práticas e relações educacionais que
se transformam no contexto sócio-histórico possibilitando a formação de professores que
possam utilizar essas tecnologias de maneira mais eficiente e crítica na sua prática pedagógica
incentivando, assim, seus alunos a terem uma postura crítica frente às novas mudanças
sociais, culturais e tecnológicas que estão ocorrendo no ambiente educacional.

Referências bibliográficas

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