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LEI 9099/95
MÓDULO I -
1 - ORIGEM CONSTITUCIONAL
a) Simplicidade;
b) Economia Processual;
c) Oralidade;
d) Celeridade;
e) Informalidade.
a) As contravenções penais
b) Os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a um ano, excetuados os casos
em que a lei preveja procedimento especial.
SEGUNDA POLÊMICA : Quando a questão parecia pacificada eis que surge a Lei
10.259/01, que dispõe acerca dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais na esfera da Justiça
Federal. Mencionada lei em seu artigo 2o., Parágrafo Único, traz uma nova conceituação de
infração penal de menor potencial ofensivo.
Para a referida norma seriam infrações de
menor potencial:
- Os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, ou multa.
OBS. Obviamente a Lei 10.259/01 não faz menção às contravenções penais porque estas
não são de competência da Justiça Federal, cabendo seu processo e julgamento
exclusivamente às Justiças Estaduais.
a) Haveria agora dois conceitos, um válido para a Justiça Estadual e outro válido para a
Justiça Federal;
b) O novo conceito da Lei dos Juizados Especiais Federais seria aplicado à Justiça Estadual
também, ampliando consideravelmente o rol de infrações consideradas de menor potencial.
Com a nova conceituação exposta pela Lei dos Juizados Especiais Federais passariam a ser
consideradas infrações de menor potencial:
- Todas as contravenções penais;
- Todos os crimes com pena máxima não superior a dois anos, ou multa,
independentemente do procedimento especial ou comum.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A Lei 9099/95 também tem sua aplicação vedada nos
casos de violência doméstica ou familiar contra a mulher por força do art. 41 da Lei
11.340/06.
b) Em caso de concurso de vários crimes, todos de menor potencial, sendo que a somatória
das penas no concurso material ou o aumento do concurso formal ultrapassarem o máximo
de dois anos, como ficaria a situação?
Duas posições:
a) A prisão em flagrante é vedada pelo Parágrafo Único do art. 69 da Lei 9099/95 em dois
casos:
b) Também devem-se considerar os casos em que o compromisso assumido pelo autor não
seja válido ou revestido de seriedade (Ex. indivíduo bêbado ou que não assume seriamente
o compromisso, agindo jocosamente).
2 - Quanto ao óbice legal - constitucional a tal orientação é necessário notar que o "Termo
Circunstanciado" é um procedimento simplificado, mas não deixa de ser ato de "Polícia
Judiciária". Tal função é constitucionalmente reservada às Polícias Civis, sob a presidência
de Delegados de Polícia de Carreira, Bacharéis em Direito (Art. 144, § 4o., CF). Às Polícias
Militares são reservadas somente as funções de policiamento ostensivo - preventivo (Art.
144, § 5o., CF), de modo que a orientação de elaboração de TCs. pelos PMs. seria uma
afronta à ordem constitucional vigente.
MÓDULO II -
FASE PROCESSUAL
1 - AUDIÊNCIA PRELIMINAR
a) Art. 70 da Lei 9099/95 - prevê que caso estejam presentes autor do fato e vítima, mas,
por qualquer motivo, não for possível a realização da audiência preliminar, será designada
data próxima, da qual sairão todos cientes.
OBS. Há autores (Mirabete) que defendem que se a ausência injustificada for do autor do
fato, deverá então o Promotor efetuar a denúncia oral e a vítima oferecer queixa ou
representação se for o caso, porque estaria prejudicada a conciliação.
PORQUE:
2 - Além disso, o compromisso assumido quando do TC não supre a intimação nesse caso,
não havendo qualquer ressalva na redação do art. 71 (Obs. Na verdade o art. 71 fala em
"ausência de qualquer dos envolvidos");
4 - Se, devidamente intimado na forma do art. 71, voltar o autor do fato a não comparecer,
então poderá concluir-se pela impossibilidade de conciliação, esgotados os esforços
determinados pela lei para sua realização.
1A. PROVIDÊNCIA:
OBS.1 - Segundo o art. 73 a conciliação pode ser conduzida pelo Juiz ou por conciliador
sob sua orientação.
b) Não pode exercer função na Administração da Justiça Criminal (Ex. Oficial de Justiça,
Policial, escrevente etc.).
OBS. 3 - Não há previsão do chamado "Juiz Leigo" nos Juizados Especiais Criminais,
somente nos Juizados Especiais Cíveis. O "Juiz Leigo" difere do conciliador pelas
seguintes características:
- Não basta ser bacharel em direito (no caso do conciliador nem é imprescindível, sendo
apenas preferível que seja), é preciso que seja um "Advogado" com mais de cinco anos de
experiência (art. 7o. da Lei 9099/95);
Obs. Não é previsto recurso, mas sempre pode caber o Mandado de Segurança para a
Turma Recursal.
c) Esta sentença serve como título executivo judicial no Juízo Cível competente.
3 - Se o crime for de ação penal pública incondicionada, mesmo havendo composição civil
partir-se-á para a outra fase da audiência, qual seja, a da "Transação Penal"
EXEMPLO:
a) A vítima não representa - Aguardam-se os seis meses do prazo decadencial (art. 38,
CPP), pois o não oferecimento da representação na Audiência Preliminar não opera a
decadência (Art. 75, Parágrafo Único da Lei 9099/95).
b) A vítima representa:
OBS. - Antes de ofertar a transação o Ministério Público deve aferir se não é caso de
ARQUIVAMENTO.
Obs. A pena de multa, em nenhum caso pode ser convertida em prisão desde a nova
redação dada ao art. 51, CP que inclusive revogou o art. 85 da Lei 9099/95 que previa a
possibilidade de conversão da pena de multa em privativa de liberdade.
b.3 - Conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade por aplicação do art.
43, § 4o., CP.
- Não poderia o processo ser retomado porque há uma lacuna legal, pois o legislador não
previu tal solução e sua adoção pelos operadores do direito se faria sem respaldo legal.
OBS. 2 - O § 2o. do art. 77 menciona a opção supra somente ao Ministério Público, mas,
logicamente, se o caso for de ação penal privada também caberá essa escolha ao querelante.
Obs. Ver também os casos de “multa alternativa” (dicção legal: “ou multa”), ainda que seja
prevista pena mínima maior do que 1 ano. Nesses casos tem a doutrina dominante (Ver Ada
Pelegrini, Antonio Magalhães Gomes Filho, Antonio Scarance Fernandes e Luiz Flávio
Gomes – Juizados Especiais Criminais; e Gabriel Bertin de Almeida – Artigo: O cabimento
da suspensão condicional do processo nos casos em que a pena de multa é alternativa à
privação da liberdade – Boletim IBCCrim 183, fev., 2008, p. 11 – 12) e a jurisprudência
apontado para a possibilidade também da suspensão condicional do processo (ver decisão
importante unânime do STF: HC 83.923-6, 2ª. Turma, rel. Min. Cezar Peluso, j. 07.08.07).
Obs. 2 - Se a lei fala em condenação anterior por "crime", a condenação anterior por
contravenção não impede o benefício.
Obs. 3 - A lei fala em "crime", não distinguindo o doloso do culposo, de modo que a
condenação por ambos impede o benefício. Nisso difere frontalmente do sursis penal que
somente considera impedido o condenado reincidente em crime doloso.
Obs. 4 - Seria de perguntar se uma condenação muito antiga impediria o benefício, já que a
lei não fala em tempo. Entende-se (Ada Pelegrini Grinover) que se deve levar em conta o
disposto no art. 64, I, CP, desconsiderando-se condenações há mais de cinco anos.
Obs. 5 - O requisito de não estar sendo processado por outro crime, segundo alguns autores
seria infringente do Princípio Constitucional da Presunção de inocência.
Obs. 1 - A lei diz que o juiz "poderá" suspender o processo. É claro que se entender e
fundamentar que não é caso de suspensão, ela poderá não suspender. Mas, se o caso
obedecer estritamente os requisitos legais ele "deverá" suspender o processo, pois nasce um
"Direito Público Subjetivo do Réu". Não obstante, há entendimento de que a suspensão seja
uma faculdade do Juiz.
- Se o juiz defere a suspensão - Apelação, por ser decisão com força de definitiva (art. 593,
II, CP aplicado subsidiariamente, nos termos do art. 92 da Lei 9099/95).
Observe-se que nestes casos parte da doutrina também defende ser inconstitucional, por
violação do Princípio da Presunção de Inocência, os casos de revogação devido ao
transcorrer de outro processo por crime (obrigatória) ou contravenção (facultativa).
TEMAS COMPLEMENTARES
1 - REPRESENTAÇÃO NOS CRIMES DE LESÕES CORPORAIS CULPOSAS E
LESÕES CORPORAIS LEVES (ART. 88). VER O CASO DA VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA OU FAMILIAR CONTRA A MULHER (NESTE CASO NÃO SE
APLICAM OS DISPOSITIVOS DA LEI 9099/95 – VER A QUESTÃO DA AÇÃO
PENAL NOS CASOS DE LESÕES LEVES NESSAS CIRCUNSTÂNCIAS).
7- RECURSOS NO JECRIM:
-APELAÇÃO
-EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
-HABEAS CORPUS
-MANDADO DE SEGURANÇA
Obs1. HC contra decisão de Turma Recursal era julgado diretamente pelo STF, inclusive
conforme Súmula 690 STF. No entanto, esse entendimento já foi revisto pelo próprio STF,
conforme Informativos 437 e 438 STF e agora a competência é reconhecida como sendo
dos Tribunais de Justiça respectivos.
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Obs. 2 – Recursos Extraordinário e Especial – Não cabe Recurso Especial no JECrim
(STJ, art. 105, III, CF). Cabe Recurso Extraordinário no Jecrim (STF, art. 102, III, CF).
Obs. 3 – Recurso Ordinário (art. 102, II, “a” e “b”, CF – STF) e (art. 105, II, “a”, “b” e “c”
– STJ) – não cabe no Jecrim.