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Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Regional de Santa Catarina

SISTEMAS DE POTÊNCIA

Tubarão - 2003
Sumário

1.Introdução........................................................................................................................... 1
2.Modelagem das redes elétricas ........................................................................................... 6
3.Sistema de unidade P.U. (Por unidade) ............................................................................ 12
4.Transformadores............................................................................................................... 17
5.Fluxo de potência ............................................................................................................. 25
5.1.Fluxo de potência cc .................................................................................................. 28
5.2.Fluxo de potência C.A. .............................................................................................. 30
6.Compensação de potência reativa .................................................................................... 39
7.Curto – circuito................................................................................................................. 45
8.Estabilidade em sistemas de potência............................................................................... 63
1. INTRODUÇÃO

Até o início do século XX, a geração de energia era baseada na utilização do


combustível exatamente no ponto de consumo de energia. Entretanto, graças a
Thomas Edison, um novo tipo de industria surgiu quando a primeira estação de
energia elétrica, chamada Pearl Street Electric Station, em NY, entrou em
operação em 1882. À partir desse instante, o consumo de energia elétrica
aumentou rapidamente e as estações geradoras se espalharam pelo mundo
inteiro. Dentre as varias razões para o crescimento rápido da demanda de energia
elétrica, as seguintes são citadas como as mais importantes:
1. A Energia Elétrica é, sob vários aspéctos, a forma mais conveniente de
energia.
2. A Energia Elétrica pode ser transportada até o ponto de consumo e então
transformada em outro tipo de energia (calor, energia mecânica, etc,...).
3. A Energia Elétrica não pode ser efetivamente armazenada, o que tem
contribuído para o seu uso crescente.

O objetivo básico de um sistema de potência é gerar energia em


quantidades suficientes e nos locais apropriados, transmiti-la em grandes
quantidades aos centros de consumo e então distribui-la aos consumidores
individuais, em forma e quantidade apropriadas e com os mais baixos custos
econômico e ecológico e a maior segurança possível.

A estrutura de um sistema de potência é muito grande e complexa, contudo, ela


pode ser dividida nos seguintes estágios principais:
1. Fonte de energia
2. Conversor de energia
3. Sistema de transmissão
4. Sistema de distribuição
5. Carga

Representação de um sistema elétrico por um diagrama unifilar.

Além disso durante as etapas de planejamento e operação do sistema elétrico


certos requisitos devem ser observados, os quais basicamente dizem respeito aos
pontos citados a seguir.

1
1. Suprimento das demandas de potência ativa e reativa, quantidades
variáveis ao longo do tempo e que devem ser integralmente satisfeitas ao
longo da área de atuação;
2. Qualidade de serviço, a qual implica em
∗ Pequenas variações na magnitude da tensão (± 5% em torno do
valor nominal) e freqüência (± 0,05Hz em torno do valor nominal de 60Hz)
∗ Alta confiabilidade (continuidade de serviço)

Em geral, os sistemas elétricos são representados por diagramas unifilares.


Diagramas desse tipo mostram a topologia de rede elétrica e fornecem
concisamente os dados significativos do sistema de potência.

Os níveis de tensão podem ser distinguidos nos diagramas unifilares:


1. Nível de transmissão.
2. Nível de subtransmissão.
3. Nível de distribuição - primária
- secundária
Esses níveis, os quais são baseados na magnitude das tensões, são
padronizados no Brasil da seguinte maneira:

∗ Transmissão: 750,500; 230; 138; 69 Kv


∗ Subtransmissão: 138; 69; 34,5 Kv
∗ Distribuição primária: 34,5; 13,8 Kv
∗ Distribuição secundária: 380/220V ,220/127V, 230/115V

Dependendo da topologia da rede elétrica, a estrutura de um sistema de


potência pode ser ainda classificada como;

∗ Radial
∗ Em anel (malha)

Simbologia Diagrama Unifilar

Máquina rotativa

Barra

Transformador de dois enrolamentos

2
Transformador de três enrolamentos

Conexão delta trifásica

Conexão Y trifásica (Neutro não aterrado)

Conexão Y trifásica (Neutro aterrado)

Linha de transmissão

Carga estática

Disjuntor

Desconexão

Fusível

Fusível desconectado

Transformador de Corrente

Transformador de Potêncial

3
Capacitor

O planejamento é um processo analítico que consiste numa avaliação das


condições para o futuro, determinando o curso das ações alternativas em função
dos objetivos desejados. Os tipos de planejamento principais são:

∗ Planejamento a curto prazo: o qual diz respeito à seleção do curso


se ação recomendado para o período de tempo em questão requer
comissionamento imediato.

∗ Planejamento a longo prazo: idem, para além do período de tempo


que requer imediato comissionamento.

O objetivo do planejamento do sistema elétrico é otimizar as facilidades


necessárias para fornecer um suprimento de energia elétrica adequado, a um
preço relativamente baixo. Em geral isto está relacionado às seguintes atividades:
∗ Síntese: desenvolvimento de planos iniciais para o estudo do
sistema.
∗ Análise: avaliação técnica da operação do sistema em termos de
requisito de reserva, fluxo de potência e estabilidade sob condição
simuladas.
∗ Otimização: avaliação econômica das alternativas para determinar
aquela de mínimo custo. Maximização da segurança do
sistema.

Em termos específicos, as principais atividades do planejamento são:


∗ Previsão de carga.
∗ Planejamento da geração
∗ Planejamento dos sistemas de transmissão, subtransmissão e
distribuição.
∗ Planejamento do suprimento de combustível.
∗ Planejamento ambiental.
∗ Planejamento financeiro.

Tanto no planejamento como na operação dos sistemas de potência, os


seguintes estudos são envolvidos:

∗ Fluxo de potência: consiste em determinar as tensões complexas


nas barras do sistema elétrico, de forma a permitir
que os fluxos de potência ativa e reativa sejam
calculados;

∗ Compensação de potência reativa: diz respeito ao estudo da


localização e da quantidade ótima de potência

4
reativa (capacitores, indutores, etc.) que devem ser
alocados ao longo do sistema, de maneira a
garantir uma quantidade de serviço satisfatória em
termos da magnitude das tensões nas barras.

∗ Despacho econômico: consiste em determinar a distribuição ótima


da geração de potência ativa visando a
minimização dos custos de produção de
energia.

∗ Cálculo de faltas: Consiste na determinação das correntes que


circulam nas redes elétricas durante a ocorrência
de distúrbios, de forma a projetar satisfatoriamente
o sistema de proteção dos elementos constituintes
da rede elétrica.

∗ Estudos de proteção: envolvem a determinação da seleção, da


localização e do dimensionamento dos
dispositivos de proteção dos componentes do
sistema elétrico.

∗ Projeto do sistema de controle: diz respeito a determinação


quantitativa e qualitativa dos dispositivos de
controle de excitação e de velocidade dos
geradores do sistema de potência em malha
fechada, de maneira que o sistema mantenha
durante a sua operação um desempenho
satisfatório em termos de freqüência e magnitude
da tensão.

∗ Estudo de estabilidade: relacionados à determinação do ponto de


operação das unidades geradoras da rede elétrica
visando manter o sincronismo entre as mesmas.

∗ Estudos de expansão: relacionados a análise da expansão de


ambos os sistemas, geração e transmissão, com
base nos estudos de previsão de aumento de
demanda.

5
2. MODELAGEM DAS REDES ELÉTRICAS

Os sistemas trifásicos equilibrados são representados, para estudos em


regime permanente, pelo diagrama de impedâncias de uma fase do circuito em Y
equivalente. Cada elemento constituinte do diagrama unifilar é representado pelo
correspondente circuito monofásico equivalente. Os modelos dos principais
elementos do sistema de potência são mostrados a seguir.

Máquinas Síncronas

E – Tensão de fase no terminal da máquina síncrona à vazio.


Xd – Reatância síncrona de eixo direto, por fase.
R – Resistência por fase do enrolamento do estator.

Transformadores

Referir as grandezas para o mesmo lado

6
R1 – Resistência do enrolamento primário.
R2 – Resistência do enrolamento secundário.
XL1 – Reatância indutiva representando os fluxos de dispersão enrolamento
primário.
XL2 – Reatância indutiva representando os fluxos de dispersão enrolamento
secundário.
Rf.Xm – Parâmetros de magnetização.
N1/N2 – Relação de transformação.

Em geral, para os transformadores utilizados em sistemas de potência, as perdas


no ferro, a corrente de magnetização e as perdas no cobre são muito pequenas.
Por este motivo, o circuito equivalente reduz-se à:

Linhas de transmissão

Neste caso, é necessário distinguir três tipos de linhas, classificados com base no
seu comprimento, isto é:

∗ Linhas de transmissão longas: l > 249 Km


∗ Linhas de transmissão médias: 80 < l > 249 Km
∗ Linhas de transmissão curtas: l < 80 Km

Uma linha de transmissão é caracterizada pelos seguintes parâmetros:

∗ Resistência
série
∗ Indutância
∗ Condutância paralelo
∗ Capacitância

7
Dependendo do comprimento uma LT ela é representada de uma maneira
diferente:

- Linhas curtas: Apenas os parâmetros série de linha são considerados, com a


impedância série da linha de transmissão sendo expressa por.

ZL = R+j XL

- Linhas médias: A LT é representada por um circuito denominado π - nominal.

- Linhas longas: A LT é representada por um circuito denominado π -


equivalente.

Os parâmetro Z’ e Y’ são calculados com auxílio das coeficientes de


atenuação α e propagação γ da LT

γ = (α + jβ )

Cargas

As cargas admitem diversos tipos de representações, entre eles:


Injeção de corrente (injeção de potência constante).
Carga polinominal, expressa em função da magnitude da tensão.

8
Diagrama de Impedâncias de um Sistema Elétrico

Diagrama Unifilar

Diagrama de Impedâncias

Sistemas Trifásicos

Conexão Y Balanceadas

9
Ean
Ean =
0º V
Ebn
Ebn =
− 120º V
Ecn
Ecn =
120º V

3 Ean
Eab =
30º V
3 Ebn
Ebc =
− 90º V
3 Ecn
Eca = /
150º V

E
I = an
a Z Y

Ebn
Ib =
ZY
Ecn
Ic =
ZY

Conexão Delta Balanceada

Eab
I AB =
Z∆
Ebc
I BC =
Z∆
Eca
I CA =
Z∆

I = 3 I AB
− 30º

10
3 I BC
Ib =
− 150º
3 I CA
Ic =
90º

Potência Complexa em Sistemas Trifásicos Balanceados

S3φ = P3φ + j Q3φ

S3φ = 3 VL I L = 3V f I L

11
3. SISTEMA DE UNIDADE P.U. (POR UNIDADE)

Uma quantidade no sistema P.U. é definida pela razão entre o valor real de
uma grandeza e o valor base da mesma grandeza, selecionado como referencia,
isto é:

Valor P.U. = Valor real da grandeza (V, A, Ω, W...)


Valor base da grandeza (V, A, Ω, W...)

Observe que:
A quantidade em P.U. é admensional
Valor base é sempre um numero real
O ângulo do valor em P.U. é sempre o mesmo do valor verdadeiro.

Exemplo: Referir as tensões abaixo em P.U., usando arbitrariamente como Base


o valor de 120 KV.

V1 = 126 KV

V2 = 109 KV

V3 = 120 KV

Valores base das grandezas elétricas do sistema

Cada ponto do sistema elétrico fica caracterizado por quatro grandezas:


− Tensão elétrica (V)
− Corrente elétrica (I)
− Potência aparente (S)
− Impedância (Z)

Observe-se que, conhecendo apenas duas destas grandezas, as outras duas


ficam também definida através das equações abaixo.

V = ZI
S = VI *
P = XI 2
Q = XI 2
S = P + jQ

Basta, então, escolher como base, apenas duas dessas grandezas. É comum,
em sistema de potência, escolher como bases a tensão (Vbase) e a potência

12
aparente (Sbase), ficando, conseqüentemente, fixadas as bases de corrente e de
impedância para o nível de tensão correspondente.

Sistema Monofásico

É o caso de redes monofásicas ou transformadores monofásicos.


Calculo da corrente base (Ibase)

Sbase
Sbase = Vbase . I base → I base =
Vbase

Onde: Vbase = tensão base da fase no nível de tensão considerado


Sbase = potência aparente base
Ibase = corrente base no nível de tensão da Vbase

Calculo de impedância base (Zbase)

Vbase Vbase V 2base


Z base = = =
I base Sbase Sbase
Vbase

Sistema Trifásico

Um sistema trifásico (3∅) de potência envolve cargas e transformadores


ligados em e Y. Os cálculos de curto - circuitos, para proteção, são feitos
usando componentes simétricas, que são equilibradas. Deste modo, pode-se
analisar apenas uma única fase.
Portanto, toda a representação de um sistema trifásico em PU é feito numa
única fase do sistema em Y equivalente.

Sbase → Potência aparente base do sistema trifásico, ou seja, é a soma das


potências aparentes base de cada fase.

13
Sb (3φ ) = 3 Sb (1φ )

Vbase → Tensão base de linha à linha, ou 3 vezes a tensão base de fase da


Y equivalente.
Vbase = 3 Vbf

Vbf → Tensão base de fase.

Cálculo da corrente de base (Ibase)

A corrente base é a mesma da linha do sistema trifásico original e da fase do


Y equivalente.

Sbase = 3 Vbase I base

Sbase
I base =
3Vbase

Calculo da impedância base (Zbase)

A impedância base de um sistema trifásico, é sempre a impedância da fase do


sistema trifásico em Y equivalente

Vbf
Z base =
I bf

I bf = I base
Vbase = 3 Vbf

Vbase V 2base
Z base = Z base =
3 I base Sbase

Exemplo: Um sistema de potencia trifásico, tem como 100 MVA e 230 KV.
Determinar:
a) Corrente base
b) Impedância base
c) Admitância base
d) Corrente I = 502,04 A em P.U.
e) Impedância Z = 264,5 +j 1058 Ω em P.U.
f) Em P.U., a impedância de uma linha de transmissão de 230 Kv
com 52,9 Km de comprimento, tendo 0,5 Ω /Km por fase.

14
Mudança de base de uma grandeza (Impedância)

Geralmente os dados dede placa dos transformadores não coincidem com a


base na qual o sistema esta sendo calculado. A mudança de base da impedância
do transformador deverá ser efetuada como segue.

Vbase velha Vbase nova


Z pu velho Z pu novo
Sbase velha Sbase nova

Z real = Z pu velho . Z base velho

Z real = Z pu Novo . Z base Novo

Z pu Velho . Z base Velho = Z pu Novo . Z base Novo

2
Vbase velha Sbase nova
Z pu novo = Z pu velho
Vbase nova Sbase velha

Exemplo: A placa de um gerador síncrono apresenta os seguintes dados 50 MVA,


13,8 KV e X=20%. Calcular a reatância da máquina em PU referida a
uma nova base de 100 MVA e 13,2 KV

Vbase velha = 13,8 KV


X = 0,2 pu
Sbase velha = 50 MVA

Vbase novo = 13,2 KV


X novo = ?
S base novo = 100 MVA

Vantagens do sistema “por unidade”

1. Especificando propriamente as quantidades – base, o circuito equivalente do


transformador pode ser simplificado. O transformador ideal pode ser
eliminado, de forma que as tensões, correntes, impedâncias e admitâncias
externas expressas em P.U. não se modificam quando referidas aos lados AT
ou BT do transformados.
2. Evita-se erros de cálculos provenientes de se referir as grandezas a um lado
ou ao outro.

3. Fabricantes em geral especificam as impedâncias das máquinas e


transformadores nos sistemas P.U. ou percentual. (%)

15
Exemplo: Considerando o diagrama unificar abaixo calcule a corrente na carga e
a corrente fornecida pelo gerador.

Determinação das bases

Sbase = 30 KVA para todo o circuito

Região 1 - Vbase 1 = 240V


Região 2 - Vbase 2 = 480V
Região 3 - Vbase 3 = 120V

Exemplo: Fazer o diagrama de impedância do sistema da figura abaixo usando


como base as características nominais do gerador síncrono G 1.

Sbase = 30 MVA para todo o circuito

Vbase1 = 13,8 KV
Vbase 2 = 138 KV
Vbase 3 = 13,8 KV
Vbase 4 = 18 KV

16
4. TRANSFORMADORES

Transformador ideal

E1 N1 I1 N 2
= =
E2 N 2 I 2 N1

S1 = E1 I1* = E2 I 2* = S 2

Transformador defasador

Este transformador pode ser utilizado para o controle dos fluxos de potência
ativa nas LT’s.
A relação de transformação é um numero complexo expresso por a = e j φ .
A tensão e a corrente no lado primário são respectivamente

E1 = a E 2 = e j φ E 2

I1 = e j φ I 2
onde se pode observar que

− A tensão E1 está adiantada da tensão E2 por um ângulo 0.


− A corrente I1 está adiantada da corrente I2 por um ângulo 0.

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− As magnitudes das correntes e tensões não são modificadas.

A potência complexa no transformador defasador e expressa como

S1 = E1 I 1* = E 2 I 2*

Transformadores trifásicos de dois enrolamentos

Os transformadores trifásicos podem ser conectados da seguinte forma

YY, Y , Y,

Nas conexões YY e não há deslocamento angular entre as grandezas dos


lados de AT e BT.
Nas conexões Y e Y um deslocamento angular de 30º deve ser considerado
nos circuitos de seqüência positiva.
As impedância PU não dependem das conexões dos enrolamentos, isto é, Zpu
de um transformador independe da conexão. Entretanto os valores base
dependem da conexão do enrolamento.
Na conexão Y , as tensão e as correntes no lado AT estão adiantadas de 30º
de suas correspondentes grandezas no lado de BT, no diagrama de seqüência
positiva.
No caso da seqüência negativa as correntes e tensões do lado de BT estão
adiantadas em relação as correspondentes grandezas do lado de AT por 30º.

Exemplo: Um transformador de Energia Elétrica com valores nominais de 20


MVA, 345 KV / 34,5 KVY, possui uma impedância de dispersão de 8%. O
transformador atua como um elo conectando um sistema de transmissão de 345
KV e um sistema de distribuição de 34,5 KV. A resistência dos enrolamentos e a
corrente de magnetização são desprezadas. A barra AT conectada ao
transformador é suposta ser uma fonte ideal de 345 KV, seqüência positiva, com
impedância desprezível. Utilizando os valores nominais do transformador como
base, determinar:

a) Os valores da queda de tensão no transformador e da queda de tensão nos


terminais BT, quando a corrente nominal (1 pu) do transformador a um fator de
potência 0,8 atrasado entra nos terminais de AT.

b) O valor PU da corrente de falta quando um curto-circuito trifásico para a terra


ocorre nos terminais de BT.

a)

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VT ? VbT ?
VT = ZT I = 0,08 . 1,0 º = 0,08 º pu
90º − 36,87 53,13

VBT = VAT − VT = 1,0 − 0,08 º = 0,954


0º 53,13 − 3,85º pu

b)

Conclusão → Reatância de dispersão de alto valor → limita Icc


→ Causa maior queda de tensão.

Transformador de três enrolamentos

Num transformador nós temos AT, MT e BT, ou seja, três tensões diferentes.

No sistema pu
I ATpu = I MTpu + I BTpu

E ATpu = EMTpu = EBTpu

Para a seleção das quantidades base, adota-se o seguinte procedimento:


− Uma base comum de potência aparente Sbase é selecionada para os
terminais AT, BT e MT.
− As tensões VAT base, VMT base e VBT base são selecionadas de acordo com
as relações de tensão.
− Deslocamento de fase devem ser incluídos para bancos Y .

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Autotransformadores

No autotransformador as duas bobinas estão acopladas eletricamente e


magneticamente. Há, portanto menor impedância de dispersão pu, e menor
queda de tensão, o que constitui uma vantagem na utilização deste tipo de
equipamento. Entretanto, há também uma maior corrente de curto-circuito e isto
pode ser considerado uma desvantagem dos autotransformadores. Ainda neste
caso, as perdas são mais baixas, há uma maior eficiência, a corrente de excitação
é mais baixa e o custo também é mais baixo (se a relação de transformação não
é grande demais). Uma desvantagem adicional dos autotransformadores é que as
sobretensões transitórias passam através do autotransformador mais facilmente
por causa da conexão elétrica dos enrolamentos.

Transformadores com TAP variável

Os transformadores com TAP variável necessitam ser modelados de uma


forma particular, por ser impossível selecionar as quantidades base.

Vno min al 1 = at Vno min al 2

Onde Vno min al 1 e Vno min al 2 são as tensões nominais dos lados primário e
secundário do transformador, respectivamente, e at é suposto um numero real ou
complexo.
Supondo ainda que as tensões base selecionadas satisfazem a relação.

20
Se at = b
Vbase 1 = bbase 2
c =1
definido C = at / b, obtem − se O segundo trafo sai

at
Vno min al 1 = b Vno min al 2 = bc Vno min al 2
b

Esta equação pode ser interpretada como representando dois transformadores


conectados em série com as seguintes características:
− O primeiro transformador possui a mesma relação entre as tensões
nominais que as tensões base selecionadas (parâmetro b); este
transformador é modelado no sistema pu portanto como um
transformador convencional.
− O segundo transformador é suposto ideal, sendo modelado da forma
mostrada na figura abaixo.

Exemplo: Um transformador trifásico possui valores nominais 1000MVA;


13,8 KV∆ / 345 KVY , com Zeq=j10%. As bobinas de alta tensão do
transformador possuem TAPS com variação ± 10%.
As quantidades base são:
Sbase 30 = 500 MVA; Vbase BTFF = 13,8 KV;
Vbase ATFF = 345 KV
Determine os circuitos equivalentes de seqüência positiva deste
transformador quando:
a) O TAP é selecionado no valor nominal.

b) O TAP é selecionado no valor –10% (isto é, resultando num


decréscimo de 10% no valor da tensão no lado de AT).

a) TAP no valor nominal at = 6 C =1

21
V nomiinal 1 13,8KV
at = = = 0,04 = b
Vno min al 2 345KV

500 MVA
Z eq novo = j 0,10 = j 0,05 pu
1000 MVA

b) Vbase 1 = b ⋅ Vbase 2
Vbase 1 13,8 K
b= = = 0,04
Vbase 2 345K

Vno min al 1 13,8K


at = = = 0,0444
Vno min al 2 345 K 0,9

at 0,0444
c= = = 1,111
b 0,04

1
c Yeq = 1,111 = − j 22,22 pu
j 0,05

1
(1 − c )Yeq = (1 − 1,111) = j 2,222 pu
j 0,05

(c 2
) (
− c Yeq = 1,1112 − 1,111 ) 1
j 0,05
= − j 2,469 pu

Transformadores Reguladores

A figura abaixo mostra o diagrama do transformador trifásico com TAP variável


para regulação da magnitude da tensão.

22
As tensões ajustáveis ∆Van , ∆Vbn e ∆Vcn possuem magnitudes iguais
(denotadas como ∆V ) e estão em fase com as tensões Van , Vbn e Vcn .
O parâmetro correspondente a variação do TAP é:
C = (1 + ∆V ) no caso de um aumento de tensão no lado abc.
C = (1 + ∆V ) se a elevação da magnitude da tensão é no lado a’b’c’.
−1

O trafos reguladores de tensão influenciam o fluxo de potência reativa.


A figura abaixo mostra o diagrama do transformador trifásico com TAP variável
para a regulação da fase da tensão.

No caso do transformador com TAP variável para deslocamento de fase, as


tensões incrementais ∆Van , ∆Vbn e ∆Vcn . Estão deslocadas de +− 90 em relação as
correntes tensões Vam, Vbm e Vcm.

23
C≈ 1 se o aumento de fase é no lado abc.
α
C≈ 1 se o aumento de fase é no lado a’b’c’.
−α

Os trafos reguladores de fase da tensão influenciam o fluxo de potencia ativa.

24
5.FLUXO DE POTÊNCIA

O calculo do fluxo de potência é uma das mais importantes soluções


requeridas na análise de sistemas de transmissão. Os resultados deste tipo de
calculo são extensivamente utilizados durante os estágios de projeto,
planejamento e operação dos sistemas de potência..

Fluxo de potência em LT’s e trafos

Considere uma LT conectando duas barras i e j, cujo circuito π - equivalente é


mostrado acima. Suponha ainda que

− Os fatores que representam as tensões nodais complexas, expressos


V
como Vi = VI e Vj = j são conhecidos.
δi δi
− A impedância série da LT é conhecida.
− A condutância em paralelo da LT é desprezível, e portanto a admitância
shunt se reduz a suceptância capacitiva Ysh = j Bsh .
− As potências aparentes Sij e S ji , são consideradas positivas quando se
afastam das barras i e j, respectivamente.

O fator corrente que flui da barra i para a barra j é dado por

Vi − V j
I ij =
Rij + j X ij

e a correspondente potência aparente é


Vi* − V j*
Sij' = Pij' + j Qij' = Vi I ij* = Vi
Rij − j X ij

1 VV
Vi 2 − i j (
Sij' =
Rij − j X ij δi − δ j )

25
Denotando a defasagem entre os fasores tensão nas barras i e j como
δ ij = (δ i − δ j ) , a qual é chamada ângulo de potência, ou abertura da LT, e
expandindo a última equação obtém-se:

Rij + j X ij
Sij' =
R +X
2 2
[V
i
2
]
− ViV j (cos δ ij + j sen δ ij )
ij ij

Separando a parte real e a imaginária

Pij' =
1
R + X ij
2 2
(
RijVi 2 − RijViV j cos δ ij + X ijViV j sen δ ij )
ij

Qij' =
1
R + X ij2
2
(
X ijVi 2 − X ijViV j cos δ ij − RijViV j sen δ ij )
ij

Nenhuma potência ativa flui pelo ramo paralelo da linha, portanto.

Pij = Pij'
Isto não acontece no caso do fluxo de potência retiva

Qij = Qij' + Qshi

A potência aparente que flui no ramo shunt relativo a barra i é dada por

*
ViYsh Vi 2 Bc
S shi = Vi I shi
*
= Vi =−j
2 2

− Vi 2 Bc
Qshi =
2

Portanto, os fluxos de potência ativa e reativa numa linha de transmissão são


expressos como:

Pij =
1
R + X ij
2 2
(
RijVi 2 − RijViV j cos δ ij + X ijViV j sen δ ij − RijViV j sen δ ij )
ij

Vi 2 Bc
Qij = −
2
+ 2
1
Rij + X ij
2
(
X ijVi 2 − X ijViV j cos δ ij − RijViV j sen δ ij )

De maneira análoga, os fluxos de potência ativa e reativa da barra j para i são:

Pji =
1
R + X ij
2 2
(
RijV j2 − RijViV j cos δ ji + X ijViV j sen δ ji )
ij

26
V j2 Bc
Q ji = −
2
+
1
R + X ij
2 2
(
X ijV j2 − X ijViV j cos δ ji − RijViV j sen δ ji )
ij

No caso de LT’s contendo transformadores, em geral a resistência e a


capacitância da linha são desprezíveis, isto é Rij = 0 e Bc = 0 , então

ViV j
Pij = sen δ ij Pji = Pij
X ij

Qij =
1
X ij
(
Vi 2 − ViV j cos δ ij )

Q ji =
1
X ij
(
V j2 − ViV j cos δ ij )

As perdas de potência ativa e reativa são

PL = Pij + Pji

QL = Qij + Q ji

Potência ativa: fluxo positivo depende de que tensão está adiantada.

Vi adiantada em relação a Vi → Pij > 0


V j adiantada em relação a Vi → Pij < 0

Potência reativa: fluxo depende mais fortemente do módulo das tensões

Vi > V j Qij > 0


V j > Vi Qij < 0

27
5.1.FLUXO DE POTÊNCIA CC

Uma versão do fluxo de potência A.C. utilizada freqüentemente em estudos


onde não se requer demasiada precisão da solução é aquela onde são feitas
aproximações no modelo de forma que as equações resultantes constituem um
conjunto de equações lineares.

Sendo a potência aparente do sistema de duas barras anterior

( )
Sij = Pij + j Qij = Vi 2 − ViV j cos δ ij − jViV j sen δ ij (g ij + jbij ) − jV j2bsh
*

Pij = gijVi 2 + gijViV j cos δ − bij Vi V j sen δ ij

Supondo que:
δ ij ≅ 0
Vi = V j = 1,0 pu
X ij >> Rij Rij ≈ 0
então
g ij = 0

− X ij 1
bij = =−
R +X2
ij
2
ij X ij

cos δ ij = 1,0
sen δ ij = δ ij

Portanto:
δi − δ j
Pij =
X ij

em geral Pi = Pij

ou em forma matricial

P = Bδ

P1 B11 B12 B1N δ1


P2 B21 δ2
=

PN BN 1 BNN δN

28
Seqüência p/ o cálculo

1. Selecionar um nó como referência


2. Determinar a matriz B’ resultante (n − 1) x (n − 1)
3. Determinar a matriz P
4. Resolver o sistema linear P = B'δ [(n − 1) ângulos ]

5. Calcular os fluxos de potência ativa Pij =


(δ i − δ j )
X ij

Exemplo: Para o sistema mostrado na figura abaixo, calcule os fluxos de potência


ativa nas linhas de transmissão utilizando o método de solução fluxo de
potência c.c.

construção da matriz B’

( n −1)
1
Bij Quando i = j =
j =0 X ij
j ≠i

−1
Quando i ≠ j =
X ij

29
5.2.FLUXO DE POTÊNCIA C.A.

O problema de fluxo de potência geral C.A. pode ser formulado considerando


o i – ésimo nó de um sistema de potência genérico, conforme figura abaixo.

De acordo com as leis de Kirchoff

Si* n
= YikVk
Vi* k =1

ou
n
Si* = Vi* YikVk
k =1
ou
n
Vi Vk
Si* = Yik
δi k =1
δk

n
Vk
Si* = Vi Yik
k =1
δ ki
onde δ ki = δ k − δ i

Separando as partes real e imaginária da ultima expressão, obtem-se:

n
Pi (Viδ ) = Vi (Gik cos δ ik + Bik sen δ ik )Vk
k −1

n
Q(V1δ ) = Vi (Gik sen δ ik − Bik cos δ ik )Vk
k =1

onde Gik e Bik são elementos da matriz admitância de barra.


Para a solução numérica destas equação, em geral assume-se que o sistema
trifásico é balanceado, com a rede de transmissão representada pelas
correspondentes impedância de seqüência positiva. Em forma matricial, a
equação da tensão modal complexa pode ser escrita como

YV = I

30
onde I representa o equivalente modal das correntes injetadas e é calculado
de:
Si*
Ii =
Vi*

onde Si* é a geração líquida de potência na barra i, isto é

Si* = (Pgi − Pdi ) − j (Qgi − Qdi ) = Pi − j Qi

Denotando por Vi r a tensão complexa na i – esima geração e por

∆Si = Siesp − Vi r I i* r = ∆Pi + j ∆Qi

A potência aparente incremental, é possível escrever

(G cosδ ik − Bik cosδ ik ) Vk


n
esp
∆Pi = Pi − Vi ik
k =1

(G sen δ ik − Bik cos δ ik ) Vk


n
esp
∆Qi = Qi − Vi ik
k =1

Os cálculos dos fluxos de potência são em geral estabelecidas de uma forma


tal que as tensões complexas (magnitude e ângulo ou partes real e imaginária)
são determinados para que as potências ativas P esp e reativa Q esp das cargas e de
determinados geradores sejam mantidas em valores especificados. Além disso, é
desejado que a magnitude da tensão V esp e a potência ativa P esp em certas barras
de geração também sejam mantidas em valores especificados. O objetivo do fluxo
de potência é calcular a tensão complexa (módulo e ângulo) nas barras do
sistema e, à partir desses valores junto com a topologia e os parâmetros da rede
elétrica, determinar os fluxos de potência ativa e reativa nas LT’s.

Classificação das Barras

Observe-se que quatro variáveis ( Pi , Qi ,Vi e δ i ) estão associadas a cada barra.


Duas dessas variáveis devem ser especificadas de forma que as outras duas
possam ser calculadas. Dependendo a especificação das variáveis, as barras
podem ser divididas em três tipos:

− Barra PQ ou de carga: neste tipo de barra, há predominância de demanda


sobre as outras variáveis, não existindo na grande maioria dos bases
geração de potência na barra. Neste caso, as injeções de potência ativa
(Pesp) e reativa (Qesp) são especificadas e a magnitude (Vi) e o ângulo (δ i )

31
da tensão modal são calculados através da solução das equações da rede
elétrica; portanto para uma barra de carga.

( ) ( ) ( )
Siesp = Pgiesp − Pdi + j Qgiesp − Qdi = Vi I i*
esp

− Barra PU ou de tensão controlada: Neste tipo de barra, a injeção de


potência ativa (Pesp) e a magnitude (Vi) da tensão são especificados e o
ângulo (δ i ) da tensão modal e a injeção de potência reativa (Qesp) são
calculados; observe que para viabilizar estas especificações é preciso que
pelo menos um dispositivo de controle de magnitude da tensão esteja
disponível, para uma barra de tensão controlada.

− Barra de folga, ou swing, ou slack ou referência: Neste caso, a


magnitude (Vi) e o ângulo (δ i ) da tensão são especificados e as injeções
de potência ativa (Pesp) e reativa (Qesp) são calculados. Note que, o objetivo
do fluxo de potência é calcular as tensões modais e a partir daí determinar
os fluxos de potência nas LT’s, a partir dos quais as perdas de potência
ativa na rede elétrica podem ser determinadas. Desde que a priori as
perdas não são conhecidas sem a solução do fluxo de potência, é
conveniente para os cálculos numéricos, selecionar como nó de referência,
uma barra onde as injeções de potência não tenham sido especificadas.

Resíduos ou desbalanços de potência

Desde que a solução do fluxo de potência é de natureza iterativa, é necessário


estabelecer um critério de convergência. Em geral utiliza-se para esta finalidade
um teste efetuado nos chamados resíduos ou desbalanços de potência.
O desbalanço de potência complexa no nó i é a diferença entre a potência
especifica Siesp e a potência calculada Vi r I i* r , onde Vi r é a tensão ccomplexa
calculada na iteração r portanto

∆Si = Siesp − Vi r I i* r = Pi esp + j Qiesp − Vi r YikVk* r


k e r1

Esta equação pode ser separada em partes real e imaginária e expressa na


forma polar como

∆Pi = Pi esp − Vi (Gik cos δ ki + Bik sen δ ik )Vk


k e r1

∆Qi = Qiesp − Vi (Gik sen δ ik − Bik cos δ ik )Vk


k e r1

32
Nessas equações é suposto que Vi é a tensão calculada na iteração r. o
critério de convergência mais comumente utilizado na pratica é:

∗ ∆Pi ≤∈ para todas as barras PV e PQ

∗ ∆Qi ≤∈ para todas as barras PQ

Onde ∈ é uma tolerância pré-especificada (tipicamente na faixa de 0,01 a 10


MW).

Em PU 10-3 e 10-4 P.U.

Solução do fluxo de potência via método de Gauss-Seidel

Uma das técnicas mais simples para resolver equações não lineares é o
método de Gauss-seidel. Para estabelecer o algoritmo iterativo correspondente a
esta técnica considere que o sistema de equações a ser resolvido é expresso
como

f1 ( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) = 0
f 2 ( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) = 0
f ( x ) f 3 ( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) = 0

f n ( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) = 0

onde f é o vetor das funções não lineares, e o objetivo é a determinação do


conjunto de variáveis X T = ( x1 , x2 , x3 ,..., xn ) .
O método iterativo de Gauss consiste em executar os seguintes passos:

• Expresse cada variável do vetor x em função outras variáveis (e da própria


variável se for necessário); isto é

x1 = F1 (x1 , x2 , x3 ,..., xn )
x2 = F2 ( x1 , x2 , x3 ,..., xn )
x3 = F3 ( x1 , x2 , x3 ,..., xn )

xn = Fn ( x1 , x2 , x3 ,..., xn )

• Faça uma estimativa inicial do vetor x


• Atualize o vetor x através do seguinte algoritmo

(
X V = F X V −1 )

33
onde V é o número da iteração corrente;

• Efetive o teste de convergência nas variáveis xi . Isto é, o processo é


encerrado a diferença entre os valores de cada variável em duas iterações
consecutivas for menor do que uma especificada tolerância ∈, ou, em
termos analíticos,

X V − X V −1 ≤∈

O método de Gauss-seidel, com o qual é possível se obter maior velocidade


de convergência, consiste em utilizar na equação o valor mais atualizado de cada
variável. Por exemplo, o cálculo da variável x3 desta equação, na iteração V, é
efetuado com auxílio da seguinte expressão

(
x3V = F3 x1V , x2V , x3V −1 ,..., xnV −1 )
A convergência do método de Gauss-seidel pode se tornar ainda mais rápida
se forem utilizados fatores de aceleração adequados. Apesar de existirem muitas
estratégias de solução alternativas, na prática a seguinte extrapolação linear é a
mais freqüentemente utilizada: definindo o incremento na variável xi entre duas
iterações como:

∆xiV = xiV − xiV −1

A atualização da variável com a aplicação do fator de aceleração α é dada por

V
xiac = xiV −1 + α∆xiV

Observe que α = 1,0 implica no processo de convergência natural. Para que a


aceleração da convergência do processo iterativo seja acelerada α deve ser
portanto maior do que 1,0.

Exemplo: Resolva o sistema de equação não lineares

2 x1 + x1 x2 − 1 = 0
2 x2 − x1 x2 + 1 = 0

Pelo método de Gauss-seidel a partir de x1 = 0 , x2 = 0

(
xiV = Fi x1V −1 ,..., xVn −1 )

34
Aplicação no problema de fluxo de potência

O método de Gauss-seidel é aplicado na solução de fluxo de potência,


tomando as equações estáticas do fluxo de potência na forma mostrada nas
seções anteriores, isto é

n
Si* = Pi − jQi = Vi* Yik (Vk ) i = 1,2,..., n
k =1

ou

Pi − jQi
= Yi1V1 + Yi 2V2 + ... + YinVn
Vi*

Expressando para cada barra a equação de uma variável complexa Vi obtem-


se.

1 Pi − jQi n
V1 = − YikVk i = 1,2,...n
Yii Vi* k =1
k ≠i

Um conjunto de equações da forma da expressão acima é aquele a ser


resolvido através do método de Gauss-seidel. Cada uma dessas equações é
estabelecida de acordo com o tipo de barra em questão.

− Barras PQ: Desde que para este tipo de barra a injeção de potência
esp
complexa Si é especificada e a tensão complexa Vi é
desconhecida, as equações que caracterizam as barras de
carga são

1 Pi esp − jQiesp n
Vi novo
= * antigo
− YikVkatual
Yii Vi k =1
k ≠i

onde Vkatual representa o ultimo valor disponível da tensão complexa Vk

− Barras PV: Para uma barra PV, a injeção de potência ativa Pi esp e a
magnitude da tensão Vi ESP são especificadas, o ângulo da
tensão δinovo a injeção de potência reativa Qinovo são
desconhecidos. Estes podem ser calculados considerando
inicialmente a equação.

35
1 Pi esp − jQicalc n
Vi novo = * antigo
− YikVkatual i = 1,2,...n
Yii Vi k =1
k ≠i

A utilização desta equação exige que o valor da injeção de potência reativa na


barra PV seja calculado. Isto pode ser feito com o auxílio da equação.
n
Qicalc = − Im Vi* YikVk
k =1

Utilizando os valores mais atualizados das tensões complexas

A substituição dos valores das variáveis requeridos pela equação da tensão


acima, fornecera a tensão complexa

Vi valv
Vi calc =
δ ivalv

e, desde que o valor de Vi é especificado a priori, apenas o valor do ângulo δ icalc é


utilizado. A partir deste ponto o valor da tensão complexa na barra PV passa a ser
Vi esp / δ icalc durante a iteração corrente.

Uso do fator de aceleração

No caso da aplicação do método de Gauss-seidel ao problema de fluxo de


potência, o fator de aceleração também consegue reduzir o número de iterações
e é utilizado no seguinte contexto.

( )
Vi ace (k ) = α Vi novo (k ) − Vi velho(k −1) + Vi velho (k −1)

Onde α é o fator de aceleração, o qual é empiricamente determinado em geral


na faixa 1,4≤ α ≥1,8.

Limites de potência reativa

Para representar a capacidade física dos geradores, limites de potência


reativa são estabelecidos para cada nível de potência especificada. Esses limites,
os quais são obtidos com auxílio da curva de capabilidade dos geradores
síncronos, podem ser representados através da inequação.

Qgimin ≤ Qgi ≤ Qgimax

Onde Qgimin e Qgimax são os limites mínimo e máximo de geração de potência


reativa. Uma especificação errada da magnitude da tensão (valores

36
demasiadamente altos ou baixos) pode levar à violações desta restrição de
desigualdade no processo iterativo. O procedimento adotado para o tratamento
deste tipo de restrição de potência consiste no seguinte:

Caso durante o processo iterativo o limite de potência reativa gerada for


violado, a barra correspondente é convertida em barra de carga. Isto é, a injeção
de potência reativa é fixada no limite e a magnitude da tensão passa a ser uma
variável adicional calculada ao longo das iterações.

Teste de convergência

A convergência do processo iterativo na solução do fluxo de potência via


método de Gauss-seidel é realizada em duas etapas. A primeira consiste em
verificar a cada iteração se as variações na magnitude e no ângulo da tensão
complexa são significativos. Ou seja, se

ViV − ViV −1 ≤∈V

Onde ∈V é uma tolerância pré-especificada para a tensão complexa, para


todas as barras de carga (PQ) e de tensão controlada (PV) envolvidas no
processo.

Caso este teste seja satisfeito, um teste semelhante é efetuado para os


resíduos de potência ativa e reativa, isto é

Pi esp − Pi calc ≤∈p (barras PV e PQ)

Qiesp − Qicalc <∈Q (barras PQ )

Onde ∈P e ∈Q são as tolerâncias pré-especificadas para os resíduos de


potência ativa e reativa.

Exemplo: Seja o seguinte sistema

Barra Tensão (pu) Inj potência


Nº Tipo Mod Ang Ativa Reativa
1 Vδ 1,0 0
2 PQ -0,2 -0,01

37
−j j
Ybarra =
j −j

Determinar a solução das equações da rede elétrica, via método de Gauss-


seidel, utilizando fatores de aceleração 1,0 e 1,5, com tolerância para o módulo
das tensões igual a 10-3pu(V).

38
6.COMPENSAÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA

Durante a operação dos sistemas de potência, é necessário manter o balanço


de potência ativa a fim de que a freqüência do sistema permaneça constante. Por
outro lado, é também imprescindível manter o balanço de potência reativa para
que se tenha um perfil de tensão estável e que satisfaça os limites pré-
específicos. No caso do balanço de potencia reativa observa-se que:

∗ Sob condições de carga elevada devem existir fontes de reativo suficientes


para suprir as demandas de potência reativa do sistema;

∗ Sob condições de carga leve o sistema deve ter capacidade suficiente de


absorver o excesso de reativo nele gerado.

A manutenção do balanço de potência reativa pode ser efetuada através de


duas formas básicas:

∗ Transmissão dos MVAr dos pontos de geração para os pontos de consumo


através das LT’s.

∗ Instalação de fontes de reativos próximos dos pontos de deficiência ou de


excesso de consumo.

Evidentemente esta última alternativa é a mais vantajosa do ponto de vista do


desempenho do sistema.
Por convenção, a potência reativa é positiva (indutiva) quando é absorvida por
uma carga indutiva (φ positivo, corrente atrasada, cos φ atrasado). De acordo com
esta convenção, um capacitor absorve potência reativa negativa (capacitiva) ou
gera (ou fornece) potência reativa positiva (ou indutiva) ao sistema.

Para analisar como flui a potência reativa num sistema, considere as fórmulas
do fluxo de potência numa LT sem perdas, isto é, com resistência desprezível.
VV
Pij = i j sen δ ij
X ij

Qij =
Vi
(Vi − V j cos δ ij )
X ij

Sempre que entre dois pontos de uma LT existir uma diferença escalar de
tensões, haverá um fluxo de potência reativa do ponto de maior tensão para o de
menor tensão. Em outras palavras, sempre que em uma barra houver deficiência
de potência reativa, esta deverá ser fornecida através das linhas que nela incidem
e assim a tensão na barra deverá se reduzir.
Reciprocamente, quando em uma barra houver excesso de reativo (por
exemplo, devido ao chaveamento de um banco de capacitores) a tensão na barra
deverá se elevar.

39
Concluir-se então, que a tensão em uma barra pode ser controlada injetando-
se nela uma potência reativa de sinal conveniente (usando-se banco de
capacitores ou reatores eventualmente disponíveis).

Fontes e sumidouros de potência reativa

A geração de potência reativa pode ser feita basicamente através dos


seguintes dispositivos:

− Máquinas síncronas superexcitadas


− Capacitores
− Linhas com baixo carregamento
− Cabos

Por outro lado, a absorção de potência reativa é efetuada via:

− Máquinas síncronas subexcitadas


− Motores de indução
− Transformadores
− Reatores
− LT’s sobrecarregadas

Máquinas síncronas

Estes equipamentos podem funcionar como geradores (Pg>0) ou como


motores (Pg<0), superexcitados (Qg>0) ou subexcitados (Qg<0). O circuito
representativo da máquina síncrona funcionando como um gerador é mostrado
abaixo

A máquina síncrona pode ainda funcionar como um compensador síncrono,


caso no qual a potência ativa gerada é nula, sendo fornecida apenas potência
reativa (capacitiva ou indutiva).

A principal vantagem do compensador síncrono é que a geração de potência


reativa pode ser variada continuamente de uma maneira simples (porém mais
vagarosamente do que os compensadores estáticos).
Uma desvantagem deste tipo de funcionamento é que em geral este
equipamento está situado longe dos pontos de consumo e necessita de
elementos de transporte para atingir a demanda, ocasionando perdas de
potência.

40
Bancos de capacitores e indutores

Indutores e capacitores podem ser utilizados em LT’s médias e longas para


aumentar a capacidade de carregamento da LT, assim como para manter a
tensão próxima da nominal. Eles podem ser instalados nos barramentos, em
ambos os níveis de transmissão e distribuição, ao longo das LT’s, ou nas leis e
cargas. Essencialmente, esses dispositivos constituem um meio de fornecer Var
localmente. Eles podem ser conectados permanentemente ou chaveados para
atuar de acordo com as variações de carga do sistema.
Algumas características do uso desses equipamentos no problema de
compensação de potência reativa são sumarizadas a seguir.

∗ Reatores shunt: são projetados para consumir potência reativa gerada por
linhas descarregadas. Estes equipamentos são comumento instalados em
pontos selecionados ao longo das LT’s de extra alta tensão, de cada fase ao
neutro. Os indutores absorvem potência reativa e reduzem as sobretensões
durante os períodos de carga leve. Eles também reduzem as sobretensões
transitórias resultantes de surtos de chaveamentos. Entretanto, sob condições
de plena carga é necessário remover seu efeito da LT a fim de que a
capacidade de carregamento da mesma não seja reduzido.

∗ Capacitores shunt: estes dispositivos são projetados para gerar potência


reativa em sistemas de alto consumo de reativo e/ou muito carregados. Eles
são utilizados para aumentar a tensão na LT durante os períodos de carga
pesada. No caso de uma carga com fator de potência atrasado, por exemplo,
os capacitores fornecem uma parte ou a totalidade da potência reativa quando
conectados em paralelo. Nesta condição, eles reduzem a corrente da LT
necessária para suprir a carga, assim como a queda de tensão na LT,
Melhorando o fator de potência da carga. Desta feita, uma maior quantidade
de potência ativa pode ser transmitida pela LT.

∗ Capacitores série: estes equipamentos também são utilizados em LT’s


longas para elevar a capacidade de carregamento da mesmas. Os bancos de
capacitores são instalados em série com cada fase (condutor) do sistema de
transmissão, em pontos selecionados. O seu efeito é reduzir a impedância
série da LT, e portanto a queda de tensão ao longo da LT, aumentando assim
o limite de estabilidade em regime permanente. A desvantagem deste tipo de
equipamento é que dispositivos automáticos de proteção tem que ser
instalados para desviar as altas correntes durante a ocorrência de faltas e
reinserir o banco de capacitores após a falta. O uso de banco de capacitores
série pode também provocar o aparecimento de oscilações de baixa
freqüência, originando o fenômeno chamado ressonância subsincrona. Estas
oscilações podem danificar o eixo da turbina do gerador.

41
O esquema de compensação de uma LT e seu correspondente circuito
equivalente são abaixo.

Onde:
− NC é a quantidade de compensação reativa série expressa em percentagem
(%) da impedância de seqüência positiva da LT.

- NL é a quantidade de compensação reativa shunt expressa em


percentagem (%) da admitância de seqüência positiva da LT.
É suposto que a metade da compensação é instalada em cada extremo da
LT.

Outros Equipamentos

Além da máquina síncrona, outros equipamentos influenciam o balanço de


potência reativa do sistema elétrico. Os principais são listados a seguir:

- Motores de indução: Estes equipamentos absorvem potência reativa


(indutiva ou positiva), isto é, consomem potencia ativa e reativa. Eles constituem
boa parte da carga industrial e influenciam de forma bastante acentuada o
balanço de potência reativa.

- Transformadores: os transformadores também absorvem potencia reativa


indutiva, na reatância de magnetização e nas reatância de dispersão. A
função usual desses equipamentos é o controle do nível de tensão do
sistema elétrico.

- Compensadores estáticos: a combinação dos dois tipos anteriores, para


funcionar com cargos variáveis ao longo do dia. Estes tipo de equipamento
consiste na conexão em paralelo de reatores chaveados por tiristores e
capacitores. Tais dispositivos são capazes de absorver potencia reativa
durante os períodos de carga leve, e produzir potência reativa nos períodos

42
de carga pesada. Através do controle automático dos tiristores as
flutuações de tensão minimizadas e a capacidade de carregamento é
aumentada.

-Linhas: consomem potencia reativa na indutância série e geram potência reativa


nas capacitâncias shunt. A analise do fluxo de potência reativa nas Lt’s
pode ser feita a partir dos seguintes parâmetros:

Impedância característica (ou impedância de surto)

R + J wl
Z0 =
G + wc

Em LT’s sem perdas

L
Z0 =
C

- Surge impedância loading (SIL) de uma LT é: A potência entregue pela


linha a uma carga puramente resistiva de impedância igual a impedância
característica da linha. Nestas circunstancias a corrente fornecida pela
linha é dada por:

(VL / 3)
IL =
Z0

2
VL V
SIL = 3 VL I L = 3 VL = L [W ] C arg a Re sistiva
3 Z0 Z0

A SIL pode ser interpretada como a carga de fator de potência unitário que
faz com que os MVAr gerados na caracitância Shunt da LT compensem
extremamente as perdas de MVar na reatância indutiva série.
Para valores abaixo do SIL (linhas de descargas) haverá um saldo de
geração de MVAr acima do SIL (linhas carregadas) haverá excesso de perdas
MVAr na linha.

- Cabos: Devido a sua alta capacitância e pelo fato de que o limite térmico de
condução de corrente é muito menor que a SIL, estes equipamentos atuam como
geradores de potência reativa.

43
Exemplo: O circuito da figura abaixo representa uma carga sendo alimentada
através de LT de 525KV compensada com reatores sem taps. Determine
como se deve compensar a linha utilizando um compensador shunt no lado
da carga, sob condições de cargas mínimas (3,0 -j1,0 pu) e máxima (6,0 +j
1,0 pu) para operar a linha plana em 0,95 pu.

Exemplo: Em relação a LT do problema anterior, qual deve ser a tensão e a


potência reativa da fonte para que na extremidade da carga se tenha uma
tensão com magnitude igual a 0,95 pu, tanto na condição de carga máxima
como na condição de carga mínima? Observe que neste caso o
compensador shunt não é utilizado.

44
7.CURTO – CIRCUITO

Componentes simétricos

Os curto - circuitos em sistemas elétricos de potência geram


desbalanceamentos, dificultando os cálculos e as simulações da ocorrência.
Em 1915 o Dr.C.L. Fortescue, conseguiu formular uma ferramenta analítica
muito poderosa, propondo, de maneira genérica, a decomposição de qualquer
sistema de “N” fases desequilibradas nas suas respectivas componentes
simétricas equilibradas.
A formulação proposta por Fortescue, foi mais tarde, adaptada e aplicada
aos elementos que compõe o sistema elétrico de potência. Isto possibilitou a
aplicação de todas as técnicas já conhecidas e dominadas de circuitos trifásicos
equilibrados aos sistemas desbalanceados pelos curto – circuitos, através das
componentes simétricas.

Teorema de Fortescue

Fortescue, através do teorema intitulado de “método de componentes


simétricos aplicado a solução de circuitos polifasícos”, estabeleceu que um
sistema de “n” fasores desequilibrados pode ser decomposto em “n” sistema de
fasores equilibrados, denominadas componentes simétricos dos fasores originais.
A expressão analítica obra para um sistema desequilibrado com n fases é
dado por:

Va =Va0 + Va1 + Va2 + ... + Va( n − 1)


Vb =Vb0 + Vb1 + Vb2 + ... + Vb( n − 1)
Vc =Vc0 + Vc1 + Vc2 + ... + Vc( n − 1)
.
.
Vn =Vn0 + Vn1 + Vn2 + ... + Vn( n − 1)

Cada seqüência é composta de n fasores equilibrados, isto é, de mesmo


módulo e igualmente defasados.
A defasagem σk de dois fatores consecutivos do sistema de seqüência K-
ésima, é dada por:


σk = k
n

Assim, tem-se os sistemas de

45
Seqüência zero: É o conjunto de n fatores Vao Vbo Vco,..., Vno de mesmo modulo
e em fase, girando no mesmo sentido e velocidade síncrona do sistema original
de n fases.

Seqüência 1: É o conjunto de n fatores Va1, Vb1, Vc1,...,Vn1, de mesmo módulo,



com defasagem de , girando no mesmo sentido e velocidade do sistema
n
polifásico original.

Seqüência 2: É o conjunto de n fatores, Va2, Vb2, Vc2,..., Vn2, de mesmo módulo,



com defasamento entre si de 2 , girando no mesmo sentido e velocidade
n
síncrona do sistema original.

Seqüência K-ésima: É o conjunto de n fatores Vak, Vbk, Vck,...,Vnk de mesmo



módulo, com defasamento entre si de k girando.
n

Sistema trifásico de seqüência positiva

É o conjunto de 3 fatores balanceados, ou seja, de mesmo módulo,


defasados de 120º, com seqüência de fase idêntica a do sistema trifásico original
desbalanceado.
Notação: índice 1 representa seqüência positiva.

Va1 = 1

Vb1 = 1
− 120º⋅Va1
Vc1 = 1
− 240º⋅Va1

Em módulos, elas são iguais

46
Va1 = Vb1 = Vc1

As outras tensões foram expressas em função de Va1, porque o sistema é


equilibrado, então basta analisar uma única fase.
Em vez de usar o termo 1 , é praxe, substituir este numero complexo
120º
por uma representação literal, batizada de a , conhecida como operador
rotacional. Assim,

a= 1
120º

Então, Va1 = 1

Vb1 = a ⋅ Va1
2

Vc1 = a ⋅ Va1

Sistema trifásico de sequecia negativa

É o conjunto de 3 fatores equilibrados, girando numa seqüência de fase


contrária a do sistema original desbalanceado, na velocidade síncrona, contraria
ao da seqüência positiva.
Notação: Índice 2 representa seqüência negativa

Colocando-se os fatores tensão em função da tensão da fase a, tem-se

Va2 = 1

Vb2 = a ⋅ Va2
Vc2 = a 2 ⋅ Va2

47
Sistema trifásico de seqüência zero

É o conjunto de 3 fatores iguais, em fase, girando no mesmo sentido da


seqüência do sistema original desbalanceado, isto é, da seqüência positiva.
Notação: Índice zero representa seqüência zero.

Em termos de tensão, os fatores de seqüência zero ficam

Va0 =Vb0 = Vc0

Expressão analítica do teorema de Fotescue

Como já foi dito, um sistema trifásico desequilibrado é composto por três


sistemas trifásicos equilibrados de seqüência zero, positiva e negativa.
A expressão analítica do teorema de Fotescue é

Va =Va0 + Va1 + Va2


Vb = Vb0 + Vb1 + Vb2
Vc = Vc0 + Vc1 + Vc2
A B C D

A = sistema trifasico desequilibrado


B = sistema trifasico equilibrado de sequencia zero
C = sistema trifasico equilibrado de sequencia positiva
D = sistema trifasico equiibrado de sequencia negativa

Colocando todas as tensões em função da fase “a”

Va = Va0 + Va1 + Va2


Vb =Va0 + a 2Va1 + aVa2
Vc =Va0 + aVa1 + a 2Va2

Na forma matricial,

Va 1 1 1 Va0
Vb = 1 a a2
Va1
2
Vc 1 a a Va2

48
Representado a matriz T, tem-se

1 1 1
T = 1 a2 a
1 a a2

T é uma matriz quadrada 3x3, conhecida como matriz transformação das


componentes de seqüência nos fasores originais do sistema desbalanceado.

Para se obter as componentes de seqüência, em função do sistema


desbalanceado, deve-se determinar o inverso do indicado na expressão acima

Va0 = 1 (Va + Vb + Vc)


3
Va1 = 1 (Va + aVb + a 2Vc)
3
1
Va2 = (Va + a 2Vb + aVc)
3

Na forma matricial

Va0 1 1 1 Va
Vb1 = 1 1 a a2 Vb
3
Vc2 1 a2 a Vc

1 1 1
T =1
−1
1 a a2
3
1 a2 a

Sendo T-1 a matriz inversa de T

Aplicando o teorema de Fortescue aos três fatores de corrente do sistema


trifásico desbalanceado, temos

Ia 1 1 1 Ia0
Ib = 1 a a 2
Ia1
2
Ic 1 a a Ia2

Ia0 1 1 1 Ia
Ia1 = 1 1 a a 2
Ib
3
2
Ia2 1 a a Ic

49
Obs:

A seqüência zero tem uma característica muito peculiar, de extrema


singularidade, em que os fatores estão em fase, mesmo assim recebe a
denominação particular de sistema trifásico balanceado.
As conclusões obtidas produzem interpretações físicas, com aplicações
direta a proteção do sistema elétrico.

Ia0 = 1 ( Ia + Ib + Ic)
3

Da expressão acima conclui-se que só pode existir corrente de seqüência


zero em um sistema com neutro ou aterrado.
Impedância de seqüência dos equipamentos do sistema

Como já foi visto, um sistema elétrico trifásico será decomposto, segundo


Fortercue, em três sistemas elétricos trifásicos de seqüência positiva, negativa e
zero. Isto leva a necessidade de se obter o modelo do sistema para cada
componente de seqüência, ou seja, haverá a necessidade de modelar o sistema
para as seqüências positivas, negativas e zero. Os três modelos obtidos são
sistemas trifásicos equilibrados, sendo portanto, necessário efetuar o estudo
apenas do uma única fase, sendo a fase “a” adotada como referência.
Portanto, através de ensaios em laboratório, ou pela característica do
material do material e forma de ligação, deve-se calcular ou medir a impedância
apresentada pelo equipamento quando submetido a cada seqüência
individualmente.

Z1 é a impedância apresentada pelo equipamento a seqüência Positiva.

Z2 é a impedância apresentada pelo equipamento a seqüência Negativa.

Z0 é a impedância apresentada pelo equipamento a seqüência zero.

Para os estudos de curto – circuito, os elementos importantes a considerar


no sistema elétrico são os geradores, transformadores, linhas de transmissão e a
configuração da rede.

Gerador síncrono

Modelo de seqüência positiva

Usa-se a reatância sub – transitória na modelagem do gerador síncrono,


esta produz uma corrente de curto – circuito maior, e o disjuntor, apesar de estar
um pouco mais dimensionado, melhora a segurança do sistema.

50
Va1 = Ea1 − jx" d ⋅ Ia1

Ea1 -> Tensão de fase no terminal do gerador síncrono gerando a vazio.


Va1 -> Tensão da fase em relação ao neutro da seqüência positiva para qualquer
situação.
Ia1 -> Corrente de seqüência positiva da fase “a”, que sai dos enrolamentos da
máquina para o sistema.

Modelo de seqüência negativa

X2 -> Reatância de seqüência negativa por fase.

Va2 ->Tensão de seqüência negativa no terminal da fase “a” em relação ao neutro


do gerador.

Ia2 -> Corrente de seqüência negativa que sai pela fase “a” do gerador.

Modelo de seqüência zero

51
X0 -> Reatância de seqüência zero.

Va0 -> Tensão de seqüência zero da fase “a” em relação ao neutro do gerador
síncrono.

Ia0 -> Corrente de seqüência zero que sai pela fase “a” do gerador síncrono.

Modelo de seqüência zero com uma impedância zn (aterrado)

Motor síncrono

Modelo de seqüência positiva

Modelo de seqüência negativa

Modelo de seqüência zero

52
Motor assíncrono

O motor assíncrono também é denominado motor de indução.


O modelo de seqüência positiva é mostrado na figura abaixo

E o modelo de seqüência negativa é mostrado na figura abaixo.

Onde,

Em -> tensão por fase nos terminais do motor de indução antes do defeito.

Xs -> Reatância de dispersão da bobina do estator.

Xr -> Reatância de dispersão da bobina do rotor referida ao estator.

O motor de indução trifásico não tem seqüência zero.

Transformador

O transformador é um elemento importante do sistema elétrico. Ele


interliga, isto é, possibilita a conexão de vários equipamentos elétricos com
tensões elétricas distintas. Como as correntes de curto – circuito do sistema
passam através dos transformadores, há necessidade de analisar o
comportamento do transformador em relação a estas correntes.

53
Impedância de seqüência positiva

A impedância de seqüência positiva z1 é a mesma impedância de curto –


circuito obtida no ensaio de curto – circuito do transformador.

Impedância de seqüência negativa

Como o transformador é um elemento do sistema puramente passivo e


estático, qualquer seqüência de fase será encarada como seqüência positiva.
O valor da impedância de seqüência negativa será o mesmo da seqüência
positiva.
Z 2 = Z1

Impedância de seqüência zero

Como, por definição, a corrente de seqüência zero nas três fases são
iguais, as mesmas só poderão existir se houver possibilidade de retorno através
de um circuito fechado.
A impedância de seqüência zero (Z0) vai depender do tipo de
transformador, da forma do seu núcleo magnético e do tipo de conexão das
bobinas primaria e secundaria.
Abaixo temos os circuitos equivalentes por fase de seqüência zero de
transformadores trifásicos de núcleo envolvente e de banco de transformadores
monofásico.

Transformador trifásicos Circuito equivalente por


De 2 enrolamentos fase da seqüência zero.

54
Abaixo temos os circuitos equivalentes, por fase, de transformadores
trifásicos de núcleo envolvente com três enrolamentos

Transformadores trifásicos Circuito equivalente por


De 3 enrolamentos fase da seqüência zero.

55
Abaixo temos os circuitos equivalentes, por fase, de transformadores
trifásicos de núcleo envolvente com três enrolamentos

Transformadores trifásicos Circuito equivalente por


De 3 enrolamentos fase da seqüência zero

56
Linha de transmissão

A linha de transmissão é o elemento mais vulnerável do sistema elétrico.


Os curto – circuito ocorrem principalmente devido aos defeitos na LT.
Outra característica da LT é o fato de ter uma impedância alta, sendo
portanto, a grande limitadora da corrente de curto –circuito.
A impedância da LT fica, predominante, indutiva com o aumento do nível
de tensão. Deste modo, o ângulo de defasagem da corrente de curto – circuito
varia com o nível de tensão.

Impedância de seqüência positiva

Circuito equivalente por fase da seqüência positiva da LT.

Impedância de seqüência negativa

Como a LT é um elemento estático do sistema de energia elétrica, a sua


performance não se altera com a seqüência de fase energização e o seu
funcionamento é idêntico para qualquer seqüência de fase balanceada. Deste
modo, a impedância, por fase, de seqüência negativa, é a mesma de seqüência
positiva.

Z2 = Z1

57
Impedância de seqüência zero

Como as correntes de seqüência zero de cada condutor da linha de


transmissão são iguais e estão em fase, elas são obrigadas a retornar por
qualquer caminho que não seja o formado pelos próprios condutores da linha.
Assim, elas retornam pelo cabo de cobertura (cabo guarda ou cabo para – raio),
pelo solo sob o percurso da linha e pelo solo seguido a menor distancia entre o
ponto de defeito e a subestação.

3I a Linha = I Cabo de Cobertura + ITerra sob LT + ITerra Liberada

De modo geral, a impedância total de seqüência zero da LT com cabo de


cobertura, com retorno pela terra, tem seu valor indicado na expressão abaixo.

Z 0 LT = 2a 6 Z1 LT

Curto Circuito no Sistema Elétrico

Este capitulo destina-se ao estudo do curto – circuito no sistema elétrico. A


analise aqui desenvolvida é geral, sendo aplicada a sistema elétrico em anel e
radial.
Apesar do defeito ser indesejável, o curto – circuito sempre ocorre em
pontos aleatórios da rede elétrica.
Se os curto – circuitos não forem rapidamente eliminados, os danos nos
equipamentos que integram a rede elétrica poderão ser elevados.
O conhecimento da corrente de curto – circuito atende a diversos objetivos
importantes, relacionados a seguir:
• Conhecer a dimensão do seu valor
• Dimensiona a LT em relação a seu limite suportável de elevação da
temperatura devido ao curto – circuito.
• Dimensionar o disjuntor quanto a secção dos seus contatos e a capacidade
disruptiva da sua câmara de extinção do arco-elétrico.
• Dimensionar o transformador de corrente (TC) quanto ao nível de
saturação da sua curva de magnetização definido pela sua classe de
exatidão.
• Efetuar a coordenação de relés
• Analise das sobretensões na freqüência industrial devido ao curto –
circuito.
• Conhecer o tempo de atuação do rele, conseqüentemente o tempo da
eliminação do defeito para analisar as perturbações devido as harmônicas
e da estabilidade dinâmica do sistema elétrico.

58
Curto – circuito trifásico

É o curto onde todas as correntes são equilibradas, portanto não há


diferença no curto – circuito trifásico e trifásico - terra.
As condições do defeito são: Va = Vb =Vc = 0
Então
Va0 1 1 1 0
Va1 = 1 1 a a 2
0
3
Va2 1 a2 a 0

Portanto:

Va0 = Va1 = Va2 = 0

Ia1 Ia2 Ia0


Seqüência -> Seqüência -> Seqüência ->
Va1 = 0 Va2 =0 Va0 = 0
Positiva Negativa Zero

Como os circuitos equivalente de seqüência negativa e zero são passivos,


só há necessidade de apresentar o circuito de seqüência positiva.

Exemplo: um gerador síncrono de pólos salientes, com as bobinas da armadura


ligada em y com característica de placa de 30MVA, 13,8KV, 60Hz, está
funcionando a vazio com tensões nominais em seus terminais. A reatância
sub – transitória do eixo direito é igual a 0,2 pu e a reatância de seqüência
negativa vale 0,25 pu. A reatância de seqüência zero vale 0,08 pu. O
gerador síncrono está aterrado através de uma reatância de 0,09 pu. Para
um curto – circuito trifásico nos seus terminais, calcular:

a) As correntes de seqüência
b) As correntes verdadeiras

Curto – circuito monofásico – terra

59
Pela figura acima conclui-se que

Va = 0
Ib = Ic = 0

Para o curto – circuito monofásico – terra os modelos são ligados em série.

Seqüência + Seqüência + Seqüência +


Va1 Va2 Va0
Positiva - Negativa - zero -

Exemplo: O gerador síncrono é o mesmo do exemplo da pagina 59. O gerador


síncrono está a vazio com tensão nominal nos seus terminais e ocorre
um curto-circuito monofásico – terra na fase “a” determine:
a) As correntes de seqüência positiva, negativa e zero.
b) A corrente que passa no neutro do gerador.

Curto – circuito bifásico na linha B e C

As condições de defeito são:

Ia = 0
Vb =Vc
Ib + Ic = 0

60
Os modelos de seqüência positiva e negativa deverão ser ligados em
paralelo para o curto – circuito bifásico.

Exemplo: O gerador síncrono tem as mesmas características do exemplo da


pagina 59. O gerador está girando a vazio com tensão nominal nos
seus terminais e ocorre um cc bifásico na fase B e C. determine:
a) As correntes de seqüência
b) A corrente que passa pelo neutro do gerador
c) As tensões de seqüência no ponto do CC.

Curto – circuito bifásico – Terra

As condições de defeito são:

Ia = 0
Vb =Vc = 0
Ib + Ic = 3Ia0

Os modelos de seqüência positiva, negativa e zero deverão ser ligados em


paralelo.

61
Exemplo: O gerador síncrono é o mesmo do exemplo da pagina 59. O gerador
está girando a vazio com tensão nominal nos seus terminais e ocorre
um CC bifásico-Terra nas fases B e C.
Determinar:
a) As correntes de seqüência
b) A corrente que passa pela terra

Exemplo: O sistema elétrico da figura abaixo opera sem carga. Para um CC


monofásico– Terra na fase “a” da barra “c”, calcular as correntes de CC
considerando o transformador do núcleo envolvido.

62
8. ESTABILIDADE EM SISTEMAS DE POTÊNCIA

A estabilidade de sistema de potência pode ser definida como a


propriedade do sistema que permite as máquinas síncronas desse sistema
responder a um distúrbio, a partir de uma condição de operação de tal maneira a
retomarem uma condição de operação novamente normal.
Estudos de estabilidade são usualmente classificados em três tipos,
dependendo da natureza e ordem de grandeza do distúrbio. Estes estudos são
chamados estudo de estabilidade transitória, dinâmica e em regime permanente.
Hoje os estudos de estabilidade transitória constituem a principal
metodologia analítica para o estudo do comportamento dinâmico eletromecânico.
Estudos de estabilidade transitória são esperados quando se determina que o
sistema permanecerá em sincronismo após distúrbios significativos tais como
faltas no sistema de transmissão, variações rápidas de carga, perdas de unidades
geradoras ou chaveamento de linhas.
Atualmente os sistemas de potencia são vastos, sistemas fortemente
interconectados com varias centenas de máquinas que podem interagir através
do meio composto das redes com extra alta tensão e ultra alta tensão. Estas
maquinas tem, associados a elas, sistemas de excitação e sistemas de controle
turbina – governador que, em alguns casos, devem ser modelados em ordem de
refletir apropriadamente a resposta dinâmica correta ao sistema de potência para
certos distúrbios do sistema.
Os estudos da estabilidade dinâmica e em regime permanente são menos
extensivos em escopo e envolvem uma ou algumas poucas máquinas que sofrem
mudanças lentas ou graduais nas condições de operação. Portanto, os estudos
de estabilidade dinâmica e de regime permanente referem-se a estabilidade do
“lócus” dos pontos de operação essenciais em regime permanente do sistema.
Estudos de estabilidade transitória são mais comumente efetuados por
refletirem sua grandiosa importância na pratica. Tais problemas envolvem
grandes distúrbios que não permitem procedimento de linearização a ser usado e
as equações algébricas e diferenciais não lineares devem ser resolvidas por
métodos diretos ou por procedimentos interativos passo a passo. Os problemas
de estabilidade transitória podem ser subdivididos em problemas de estabilidade
considerando a primeira oscilação ou multioscilações. A estabilidade da primeira
oscilação é baseada num modelo razoavelmente simples de gerador sem a
representação dos sistemas de controle. Usualmente, o período de tempo para
estudo é o primeiro segundo que se segue a uma falta no sistema. Se as
máquinas do sistema mantém o sincronismo dentro do primeiro segundo, o
sistema é dito estável. Problemas de estabilidade e multioscilações se estendem
sobre um longo período e ainda deve considerar os efeitos do sistema de controle
do gerador que afeta o desempenho da máquina durante o período de tempo
considerado. Modelos de máquinas com grande sofisticação devem ser
representados com o objetivo de refletir o comportamento apropriado.
Em todos os estudos de estabilidade, o objetivo é determinar se os rotores
das máquinas, sendo perturbadas, retornam ou não a operação com a velocidade
constante. Obviamente, isto significa que as velocidades dos rotores se desviam,
pelo menos temporariamente, da velocidade síncrona. Para facilidade de
computação, três considerações fundamentais são feitas em todos os estudos de
estabilidade:

63
1. Somente correntes e tensões na freqüência síncrona são consideradas nos
enrolamentos ao estator e no sistema de potência. Conseqüentemente,
correntes CC de ajuste e componentes harmônicas são desprezadas.
2. Componentes simétricos são usadas na representação e fruta
desequilibradas.
3. A tensão gerada é considerada não afetada pelas variações de velocidade
da máquina.

Estas condições permitem o uso da álgebra fatorial para a rede de


transmissão e a solução pelas técnicas de fluxo de carga usando os parâmetros
de 60hz. Também, as redes de seqüência negativa e seqüência zero podem ser
incorporadas na rede de seqüência positiva no ponto de falta.

Dinâmica do rotor e equação de oscilação

A equação que descreve o movimento do rotor de uma máquina síncrona


está baseada no principio elementar da dinâmica que diz ser o torque de
aceleração igual ao produto do momento de inércia do rotor pela sua aceleração
angular. No sistema MKS de unidades, esta equação pode ser escrita para
geradores síncronos na forma.

J d 2 σm
= Ta = Tm − Te [ Nm]
dt 2

Onde:
J = Momento de inércia total das massas do rotor, em Kgm2.
σm = Deslocamento angular do rotor com respeito a um eixo estacionário, em
radianos.
t = Tempo em segundos
Tm = Torque do eixo ou torque mecânico suprido pela máquina primária
menos o torque de retardo devido as perdas rotacionais em Nm.
Te = Torque elétrico ou eletromagnético resultante em Nm.
Ta = Torque de aceleração resultante em Nm.

O torque mecânico Tm e o torque elétrico Te são considerados positivos


para o gerador síncrono.
Nas condições de operação em regime permanente do gerador, Tm e Te
são iguais e o torque de aceleração Ta é zero. Neste caso, não existe aceleração
ou desaceleração das massas do rotor e a velocidade constante resultante é a
velocidade síncrona. As massas rotativas que incluem o rotor do gerador e da
máquina primária são ditas estarem em sincronismo com as outras máquinas
operando na velocidade síncrona no sistema de potência.
Como σm é medido com respeito a um eixo de referencia estacionaria
sobre o rotor, constitui-se em uma medida absoluta do ângulo do rotor.
Conseqüentemente, cresce continuamente com o tempo, embora ainda em
velocidade síncrona constante. Como a velocidade do rotor relativa a velocidade

64
síncrona é de interesse, é mais conveniente medir a posição angular do rotor com
respeito a um eixo de referencia que gira em velocidade síncrona.

σm = ωsm+δm
Onde:

ωsm – é a velocidade síncrona da máquina em radianos por segundo.


δm – é o deslocamento angular do rotor, em radianos, a partir do eixo de
referencia da rotação síncrona.

Derivando a equação acima

dσ m dδ m
= ω sm +
dt dt

Esta equação indica que a velocidade angular do rotor

dσ m dδ m
é a constante e igual a velocidade síncrona somente quando é
dt dt
zero.
dδ m
Portanto representa o desvio de sincronismo da velocidade e as
dt
unidades de medida são radianos mecânicos por segundo.
A aceleração do rotor é medida em radianos por segundo ao quadrado é
representada por:
d 2σm d 2δm
=
dt 2 dt 2

Substituindo na equação
Jd 2σm
= Ta = Tm − Te [ Nm]
dt 2

Fica
Jd 2δm
= Ta = Tm − Te
dt 2

Multiplicando a equação acima por ωm


d 2δm
Jω m = Pa = Pm − Pe [W ]
dt 2

Onde Pm – é a potência de entrada no eixo da máquina menos as perdas


rotacionais.

65
Pe – é a potência elétrica no entreferro
Pa – é a potência de aceleração que leva em conta qualquer desequilíbrio
entre as duas quantidades.

O coeficiente Jwm é o momento angular do motor, é representado por M e


chamado de constante de inércia da máquina então:

d 2δm
M = Pa = Pm − Pe [ w]
dt 2

Em dados de máquinas, fornecidos para estudos de estabilidade, outra


constante relacionada a inércia é freqüentemente encontrada. Esta é a chamada
constante H que é definida por:

H = Energia cinética armazenada em megaJoule na velocidade síncrona.


Potência nominal da máquina em MVA.

1 Jω 2 sm 1 Mω m
H= 2 = 2
S S
[ MJ / MVA]
Smaq Smaq

Onde Smaq é a potência mecânica nominal da máquina em MVA.


2H
M= Smaq
ω sm

Substituindo na equação

d 2δm
M = Pa = Pm − Pe [W ]
dt 2
Temos
2 H d 2δ
= Pa = Pm − Pe [ pu ]
ω S dt 2

Esta equação é chamada de “equação de oscilação” da máquina, é a


equação fundamental que governa as dinâmicas rotacionais das máquinas
síncronas em estudos de estabilidade.
Notamos que esta equação é diferencial de segunda ordem e que pode ser
escrita como duas equações diferenciais de primeira ordem:

2 Hdω
= Pm − Pc ( p.µ .)
ωs dt


= ω − ωs
dt

66
Potencia sincronizante e freqüência de oscilação

Considere uma máquina síncrona representada por uma fonte de tensão


constante em série com sua reatância transitória de eixo direto (x’d) é ligada a
uma barra infinita através de uma reatância Xe.

Diagrama fatorial

EV
Pe = sen δ onde xeq = x' d + xe
Xeq

Substituindo na equação de oscilação

2 H d 2δ
= Pm − Pe ( pu )
ω dt 2

2 H d 2δ EV
= Pm − sen δ
ω dt 2
Xeq

ou

d 2δ EV
M 2
= Pm − sen δ
dt Xeq

EV
= P max
Xeq

67
d 2δ
M = Pm − P max sen δ
dt 2

Esta equação é chamada de “equação ângulo de potência” e sua curva é


representada abaixo.

Observe que Pm é constante e intercepta a curva senoidal do ângulo – de


– potência no ângulo de operação δ 0 . Esta é a posição angular inicial do rotor do
gerador correspondente as condições de operações dadas.

Coeficiente de potência sincronizante

Considere a MS operando em regime permanente com uma potência.

Peo δ =δ 0

Suponha uma perturbação ∆δ , tal que

δ = δ 0 + ∆δ

Então

EV
Pe = Peo + ∆P = sen(δ 0 + ∆δ )
Xeq

EV EV
= = sen δ 0 cos ∆δ + cos δ 0 sen ∆δ
Xeq Xeq

Tomando – se que ∆δ tem valores pequenos, cos ∆δ ≈ 1 e sen ∆δ ≈ ∆δ ,


então a equação anterior pode ser reescrita da seguinte forma.
EV EV
Peo + ∆P = sen δ 0 + (cos δ 0 )∆δ
Xeq Xeq

68
EV
Tomando-se P max =
Xeq

Peo + ∆P = P max sen δ 0 + ( P max cos δ 0 )∆δ

Então
∆P = ( P max cos δ 0 )∆δ

Onde
Ps = P max cos δ 0

É denominado de coeficiente de potência sincronizante

Freqüência natural de oscilação

Em um see submetido a perturbações, as máquinas oscilam, uma em


relações as outras com determinados freqüências, causando flutuações nas
tensões, nas freqüências e nas potências das interligações. Para pequenas
perturbações pode-se determinar o modo das oscilações, das máquinas,
linearizando-se a equação de oscilação.
Considere uma variação ∆δ em δ , tal que:
δ = δ 0 + ∆δ Pe = Peo + ∆P

Utilizando a equação de oscilação


d 2δ
M 2 = Pm − Pe
dt

Assume a seguinte forma

d2
M (δ 0 + ∆δ ) = Pm − Peo − Ps∆δ
dt 2

d 2 (∆δ )
M = Pm − Peo − Ps∆δ
dt 2

d 2 (∆δ )
M = − Ps∆δ
dt 2

d 2 (∆δ )
ou M + Ps∆δ = 0
dt 2

Aplicando a transformada de laplace, resulta:

69
Ps EV cos δ 0 ω S Ps
ωosc = = ou
M Mxeq 2H

1 EV cos δ 0 1 ω S Ps
fosc = ou
2π MXeq 2π 2H

Critério de Igualdade de Áreas

Na seção anterior desenvolvemos equação de oscilação que são não –


lineares por natureza. A solução formal de tais equações não pode ser
explicitamente encontrada. Mesmo no caso de uma simples máquinas oscilando
com respeito a um barramento infinito é bastante difícil obter soluções na forma
literal e, portanto, método usando computação digital são normalmente usados.
Para examinar a estabilidade de um sistema de duas máquinas sem solucionar a
equação de oscilação é possível uma técnica direta e será agora discutida.
Considere a equação de oscilação representando o sistema abaixo.

2 H d 2δ
= Pm − Pe = Pa (δ )
wr dt 2


Multiplica-se a equação por , obtem – se
dt

2 H d 2δ dδ dδ
2
= Pa (δ )
wr dt dt dt

ou
2
H d dδ dδ
= Pa (δ )
wr dt dt dt

Integrando-se a equação em relação ao tempo t, tem-se

2
H d dδ dδ
t
to dt = t
to Pa (δ )
wr dt dt dt

70
δ
dδ wr
= Pa(δ ) dδ
dt H δ0


w − wr = w (desvio da velocidade em relação a velocidade síncrona)
dt

Para o rotor que está acelerando, a condição de estabilidade do sistema


exige que exista um δ max tal que

Pa (δ max) ≤ 0
δ max
Pa (δ ) dδ = 0
δ0

δ max
Pa (δ )dδ = 0
δ0
δ max
[ Pm − Pe(δ )] dδ = 0
δ0
δ1 δ max
[ Pm − Pe(δ )]dδ − [ Pm − Pe(δ )]dδ = 0
δ0 δ1

δ1 δ max
[ Pm − Pe(δ )]dδ = [ Pe(δ ) − Pm]dδ
d δ1

Área aceleração = A desaceleração (para haver estabilidade)

Conclui-se, portanto, que para uma máquina síncrona manter-se em


sincronismo com a barra infinita, após a ocorrência de uma determinada
perturbação, é necessário que a área de aceleração seja menor ou igual que a
are de desaceleração. Conseqüentemente, no caso de manutenção do
sincronismo, sistema estável, δ max é o máximo ângulo do rotor, é alcançado
durante a oscilação.

71
A condição de limite de estabilidade aconteceria para uma perturbação tal
que

Aacel = Adesacel
δ max =π − δ 1= δm

Se para uma situação de operação e para uma determinada perturbação


ocorrer
Aacel > Adesacel sistema instável
Aacel ≤ Adesacel sistema estável

Considere o SEE

Circuito equivalente

Caso 1: Estudar as implicação da ocorrência de um CC trifásico permanente na


metade de uma LT.

Situação de operação:

1. Operação de regime permanente antes do CC trifásico

EV00
Pm0 = Pe0 = sen δ 0
Xeq0

XL
Xeq0 = x' d + 2 xt +
2

2. Operação em CC trifásico Permanente

72
Ev00
Pe1 = sen δ
Xeq1

Determinação de Xeq1

Através de uma transformação ∆ − Y obtem-se

Através de uma transformação ∆ − Y obtem-se

73
Caso 2: Estudar as implicações da ocorrência de um CC trifásico na metade de
uma LT, eliminando posteriormente pelo desligamento total da LT afetada.

Situação de operação

EV00
1. Antes do defeito Pe0 (δ ) = sen δ
Xeq0
EV
2. Durante o defeito Pe1 (δ ) = 00 sen δ
Xeq1
EV
3. Pós defeito Pe2 (δ ) = 00 sen δ
Xeq2

Circuitos equivalentes

= Antes de defeito

= Durante o defeito

= Pós - defeito

74
Xeq2 = x' d + 2 xt + XL
Xeq1 > Xeq2 > Xeq0
P max 0 > P max 2 > P max1

Para haver estabilidade

Aacel ≤ Maxima Adesacel possível

δc
Aacel = [ Pm − Pe1 (δ )] dδ
δ0

δ max
Adesacel = [ Pe2 − Pm] dδ
δc

δc é o ângulo em que é eliminado o defeito pelo desligamento


permanente da LT.
δcr = Ângulo critico = é o Maximo ângulo para a eliminação do defeito tal que o
sistema mantenha a estabilidade.

Determinação do ângulo δ cr

EV00
Pe0 = sen δ = P max sen δ
Xeq0

EV00
Pe1 = sen δ
Xeq1

EV00
Pe2 = sen δ
Xeq2

EV00 Xeq0 Xeq0


Pe1 = ⋅ sen δ = P max sen δ
Xeq1 Xeq0 Xeq1

75
Xeq0
Pe2 = P max sen δ
Xeq2

Então:

Pe0 = P max sen δ


Pe1 = r1P max sen δ
Pe2 = r2 P max sen δ

δc δ max
[ Pm − r1 P max sen δ ] dδ = [r2 P max sen δ − Pm] dδ
δ0 δc

[Pm]δδc0 + [r1 P max cos δ ]δδc0 = [− r2 P max cos δ ]δδcmax [− Pm]δδcmax


Fazendo δc = δcr e δ max = δµ

[ Pm (δcr − δ 0 ) + r1 P max (cos δcr − cos δ 0 )] =


[− r2 P max (cos δµ − cos δcr ) − Pm (δµ − δcr )]
Portanto:

1 Pm
δcr = cos −1 (δ 0 − δµ ) + r1 cos δ 0 − r2 cos δµ
r1 − r2 P max

Onde
xeq0 xeq0
r1 = r2 =
xeq1 xeq2

EV
P max = Pm = P max sen δ 0
xeq0

Pm π
δ 0 = sen −1 <
P max 2

Pm π
δµ = sen −1 2
>
r P max 2

associado ao ângulo δcr existe um tcr , tempo critico de eliminação do


defeito, tal que o sistema mantenha a estabilidade.

2M Pm t 2cr
tcr = (δcr − δ 0 ) δcr = δ 0 +
Pm 2M

76
Exemplo: Considere o see abaixo. Os parâmetros e valores nominais são S =
415MVA, FP = 0,9, XL = 0,7, Xt = 0,12, x’d = 0,3 e H = 5,0s. Todas as
reatâncias estão em pu da potência nominal da máquina. Suponha que
o sistema esteja operando em regime permanente com V1 = 1,02 pu,
V00 = 1,0pu e fornecendo 343MW a barra infinita, o que acontecerá com
o comportamento dinâmico do sistema se A LT “c” for desligada
permanentemente nestas condições de operação.

Exemplo: Considere o sistema abaixo. Os parâmetros e valores nominais são S =


465MVA, FP = 0,9, XL = 0,7, Xt = 0,12, x’d = 0,3 e H = 5,0s, todas as
reatância estão em pu da potência nominal da máquina síncrona.
Considere que o sistema esteja operando em regime permanente com
V1 = 1,02pu, V00 = 1,0pu e fornecendo 290MW a barra infinita
suponha a ocorrência de um CC trifásico sólido na barra 1 eliminado
pelo desligamento temporário da LT “a” após 0,05 segundos de
permanência de defeito. Qual o máximo ângulo de religamento desta
LT para manter a estabilidade do sistema.

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