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nós somos?
Vou iniciar este trabalho sobre o conhecimento da Realidade aparentemente
complicando-o já de início e distinguir, a meu ver, dois tipos de Realidade: a primeira a
nível físico e a segunda a nível metafísico (se é que assim se podem chamar).
Encaro pois, a Realidade Física como altamente acessível por parte de qualquer ser
humano por mais falível que esta realidade seja, pois é uma dimensão de Realidade
inferior, que apesar de nós sabermos que existe (caso contrário não saberíamos que após
termos sonhado a noite toda e de termos tido 10 sonhos diferentes ao longos do mês
teríamos que nos levantar da cama para ir para a escola como sempre o fizéramos)
sabemos também que as inferências que retiramos daquilo que captamos (quer ao nível
das sensações, quer ao nível da percepção e mesmo ao nível da Razão) podem ser
incorrectas porque somos um Ser naturalmente falível, traduzindo este nível de
Realidade a uma subjectividade biologicamente presente no Homem, tal como António
Damásio escreveu na sua obra O livro da Consciência:”Se a subjectividade não tivesse
surgido, mesmo que de forma muito modesta ao inicio, em seres vivos muito mais
simples do que nós, a memoria e o raciocínio provavelmente não se teriam expandido
de forma tão prodigiosa como se veio a verificar”. Com isto podemos concluir (sem
esquecer, pelas razões anteriores, que todas as minhas inferências presentes neste
trabalho são susceptíveis a estarem erradas) que sem o desenvolvimento da nossa
subjectividade não teríamos consciência do que seria a Realidade logo, o conhecimento
desta está obrigatoriamente dependente do ponto de vista de qualquer um. Considero,
portanto, que a Realidade física ocorre numa dimensão altamente subjectiva.
Do meu ponto de vista a Realidade representa-se como um todo, cuja descoberta por
inteiro se apresenta, aos nossos olhos naturalmente falíveis, um desafio. Encaro, pela
distinção que fiz, que a Realidade Física na qual escrevo esta tese é uma parte desse
todo à qual podemos dar o nome de Realidade Metafísica, pois encontra-se para além do
“físico” que é altamente susceptível às falhas de raciocínio concedidas pelos nossos
sentidos. Mesmo através do uso da Razão é difícil atingir o centro desse todo pelo que
caso já tivesse sido atingido não estaríamos aqui a debruçar sobre esta questão.
Por fim cabe-nos a nós entrar pelo mar da Realidade, descobrir a sua totalidade e
cartografa-la de modo completo caminhado para que conheçamos a realidade como ela
é e não nos limitemos a descreve-la como nós somos.