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Título DIREITO CIVIL I

Número de aulas por semana 1


Número de semana de aula 1
Tema CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
Objetivos · Conhecer a importância da disciplina Direito
Civil I para os objetivos do curso e
empregabilidade do aluno
· Apreender a metodologia de ensino
centrada na resolução de casos concretos.
· Conhecer a bibliografia básica e
complementar.
· Conhecero Plano de Ensino da Disciplina.
· Identificar o campo estrutural do Código
Civil Brasileiro e sua base principiológica..
Estrutura de conteúdo 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
1.1. Plano de ensino;
1.2. Metodologia de ensino;
1.3. Bibliografia adotada.

2. CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO


2.1 Histórico
2.2A estrutura do Código Civil.
2.3 Conteúdo.
Título DIREITO CIVIL I
Número de aulas por semana 1
Número de semana de aula 2
Tema PRINCÍPIOS NO CÓDIGO CIVIL E NA CONSTITUIÇÃO.
Objetivos · Reconhecer a relação do Direito Civil com a
Constituição Federal de 1988.
· Identificar o processo de repersonalização
de constitucionalização do Direito Civil.

• Conhecer e
diferenciar os princípios basilares que
norteiam o no Código Civil.
Estrutura de conteúdo PRINCÍPIOS NO CÓDIGO CIVIL E NA
CONSTITUIÇÃO

1. Os fundamentos principiológicos do Código


Civil Brasileiro.
2. A constitucionalização do Direito Civil.
3. Direito Civil e constituição de 1988.
Recursos físicos Em se tratando de aula expositiva o professor poderá
se utilizar dos seguintes recursos:
Quadro e pincel,
ou data show e templates a serem projetados.
Aplicação prática e teórica Caso concreto (1)

O professor de Direito Civil I, no primeiro dia de aula


fez a seguinte afirmação: “- Um dos principais méritos
do novo Código Civil é superar o individualismo do
Código anterior, de 1916, no qual se valorizava o
indivíduo com seus próprios interesses. Agora,
prevalece o indivíduo socialmente situado e
concebido.” Ao final da aula, o professor informou que
será necessária a leitura dos seguintes textos, além do
Código Civil: Constituição Federal de 1988, Lei de
Introdução ao Código Civil, alguns artigos do Código
Civil de 1916 e alguns trechos das Ordenações do
Reino. Pergunta-se:

1) Por que o estudo do Direito Civil não está


limitado tão somente ao estudo do Código
Civil?

2) De acordo com a afirmação de que o


Código Civil de 2002 está centrado no “
indivíduo socialmente situado e
concebido”, isto significa a existência de
uma base principiológica distinta em
relação ao Código Civil anterior. Quais são
os princípios basilares encontrados neste
Código Civil de 2002. Enumere-os
conceituando e exemplificando.

3) As disposições do Código Civil de 1916


ainda podem ter aplicabilidade mesmo
com o advento do atual Código? Justifique
e exemplifique.

Caso concreto (2)

Augusto Teixeira de Freitas, jurista do Brasil


Imprério, almejava em seu projeto de Código Civil a
incorporação do direito comercial no direito civil. No
Ministério da Justiça, porém, estava José de Alencar,
que não aceitava o Esboço e, menos ainda, a nova
proposta de unificação. Em 1872, foi rescindido o
contrato com Teixeira de Freitas.

De lá para cá muita coisa mudou e o Código Civil de


2002 é uma prova disso. Pergunta-se :

a) Qual o fundamento doutrinário para as


posições defendidadas por Freitas e Alencar?
Justifique.

Questão objetiva:

Sobre as cláusulas gerais no Código Civil é possível


afirmar, EXCETO:

(A) A adoção pelo legislador do Código Civil de


2002 das cláusulas gerais levou o referido
código a ser conhecido como "código dos
juízes", já que acentua a função de interpretar.
(B) O Código Civil norteou-se por três princípios
- socialidade, eticidade e operabilidade –
adotando, como técnica legislativa as cláusulas
gerais.
(C) As cláusulas gerais possibilitaram a evolução
do pensamento e do comportamento social,
sem ofensa à segurança jurídica.
(D) Cláusulas gerais são aquelas que estabelecem
padrões rígidos de conduta.
Título DIREITO CIVIL I

Número de aulas por semana 1

Número de semana de aula 3

Tema OS DIREITOS DA PERSONALIDADE E O CÓDIGO


CIVIL.

Objetivos · Identificar o campo de incidência do Direito


da Personalidade.

· Dissertar sobre a teoria que construiu o


Direito da Personalidade.

Estabelecer a interface entre os direitos fundamentais


insculpidos na Constituição Federal e os Direitos da
Personalidade.

Estrutura de conteúdo Unidade 2 - DIREITOS DA PERSONALIDADE

2.1. Da teoria dos direitos da personalidade


2.2. Direitos da personalidade no Código Civil
Brasileiro
2.3. Direitos Fundamentais e Constituição de 1988

Recursos físicos O professor poderá utilizar-se dos eguintes recursos:

Além do quadro e do pincel, poderá trabalhar com


recortes de jornal ou revistas, gravações ´de músicas,
imagens da mídia via Intgernet, etc., pois o tema em
apreço permite essa variedade de recursos físicos a
serem utilizados.

Aplicação prática e teórica Caso concreto (1):

Um jogador de futebol famoso teve sua fotografia


publicada em revista especializada em fofocas. Em
verdade, o conteúdo da revista nada desabonava a
vida privada do referido jogador, mencionado apenas
fatos públicos corriqueiros. No entanto, o esportista
sentiu seu direito agredido porque não autorizara a
publicação de sua foto. Ingressou o jogador com um
pedido de indenização.

1) Neste caso, enxerga-se, de fato, violação ao


direito da personalidade passível de gerar
indenização? Justifique.

2) Na hipótese pode-se afirmar que houve lesão


a honra da pessoa?

3) Há necessidade de prova de aproveitamento


econômico, por parte da revista, para ensejar
algum tipo de indenização?

Caso concreto (2)

Júlia Cibilis é uma famosa atriz que foi violentamente


assassinada no ano de 2000, deixando como herdeira
apenas sua mãe, Maria Cibilis. Um ano depois do
falecimento, jornal de grande circulação publica fotos
do corpo de Júlia que foram tiradas durante a perícia,
no local do crime, totalmente desfigurada e
parcialmente nua.

Pergunta-se: Maria pode pleitear dano moral? Em caso


positivo, a que título? Em caso negativo, por quê?
Justifique sua resposta.

QUESTÃO OBJETIVA

(MPU/25º - Civil – Preliminar – Questão nº 42)


Assinale a opção correta.

A) Tanto o Código Civil em vigor como o novo Código


Civil disciplinam os direitos da personalidade.

B) O caráter extrapatrimonial dos direitos da


personalidade significa que é juridicamente impossível
requerer indenização em face de sua violação.

C) De acordo com o novo Código Civil, salvo o caso de


exceções legais, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu
exercício sofrer limitação voluntária.

D) Conforme disciplina do novo Código Civil, o


pseudônimo, mesmo adotado para atividades lícitas,
não goza da proteção que se dá ao nome.
Título DIREITO CIVIL I
Número de aulas por semana 1
Número de semana de aula 4
Tema FATOS JURÍDICOS E SUA CLASSIFICAÇÃO. TEORIAS.
ATO-FATO.
Objetivos · Conceituar e classificar o fato jurídico.
· Reconhecer o tempo e o modo de aquisição,
modificação e perda do direito.
· Conceituar o ato jurídico.
· Identificar os elementos constitutivos e os
pressupostos do ato jurídico.
· Confrontar ato e fato jurídico.
· Definir e diferenciar o ato jurídico stricto
sensu no âmbito do fato jurídico e o ato
jurídico lato sensu.
Estrutura de conteúdo Unidade 3 - FATOS JURÍDICOS

3.1. Fato jurídico. Classificação e conceito


3.2. Teoria do fato jurídico
3.3. Aquisição, modificação e perda do direito
3.4. Ato jurídico: conceito, elementos constitutivos,
pressupostos
3.5. Ato-fato jurídico
3.6. Ato jurídico stricto sensu
Recursos físicos Como se trata de aula expositiva, podem ser utilizados
os seguintes recursos:
quadro e pincel
retropojetor e transparências, ou
aparelho de data show e templates.
Aplicação prática e teórica Caso concreto (1)

Alcebíades, desde criança, mal consegue se


comunicar em razão de ter nascido com uma anomalia
genética, que lhe dificulta a conversação e o
entendimento de coisas banais do dia-a-dia.
Atualmente, ele tem 38 anos e reside em imóvel
próprio. Ontem, caminhando pelo jardim, resolveu
cavar um buraco para plantar uma palmeira, ocasião
na qual encontrou um baú com diversas jóias do
Século XVII.

1) Qual a natureza jurídica do ato de Alcebíades


(achar o tesouro)?

2) Alcebíades poderá adquirir a propriedade do


tesouro mesmo sendo absolutamente incapaz ?
Justifique.

QUESTÃO OBJETIVA

(TRF4-X – Direito Civil – Questão n.º 62 )

Sobre a teoria geral dos fatos jurídicos, assinale a


alternativa INCORRETA.

a) O que caracteriza o ato-fato jurídico é tratar-se de


ato humano avolitivo que entra no mundo jurídico
como fato.

b) No ato-fato jurídico a vontade do agente não


integra o suporte fático, razão pela qual o louco pode
praticá-lo eficazmente.

c) O ato-fato é um fato natural a que se atribui os


mesmos efeitos dos atos humanos.

d) No ato-fato é irrelevante que o agente queira ou


não praticar o ato, bastando que o pratique para que o
ato exista e produza efeitos.
Título DIREITO CIVIL I
Número de aulas por semana 1
Número de semana de aula 5
Tema NEGÓCIO JURÍDICO.
Objetivos • Diferenciar ato jurídico de negócio jurídico. •
Relacionar a causa do negócio jurídico • Enumerar
exemplificativamente as possíveis classificações dos
negócios jurídicos.
Estrutura de conteúdo Unidade 4 – 4. NEGÓCIO JURIDICO 4.1A causa no
negócio jurídico. 4.2Relevância. 4.3Classificação dos
negócios jurídicos. 4.4 Interpretação.
Recursos físicos Por se tratar de aula expositiva, propomos os
seguintes recursos: quadro e pincel ou, caso o
professor prepare os slides com uma síntese do
conteúdo, poderá solicitar o datashow.
Aplicação prática e teórica CASO CONCRETO (1)

Ana Maria casou pelo regime da comunhão universal


de bens com Victor Valentim numa linda cerimônia
realizada ao som da Ave Maria de Gunot, num sábado
calorento do mês de janeiro de 1968. O tempo passou
e vieram os filhos, depois os netos. Victor consolidou-
se como um bem sucedido empresário do ramo de
importação e exportação. Aí começaram os problemas:
muitas viagens, festas, bebidas e afastamento da
família. Com o advento do Código Civil de 2002, Victor
vem com uma estória estranha para Ana Maria aceitar
alterar o regime do casamento. Ela diz que não
alegando que quando se casaram o Código Civil era
outro. Pergunta-se:

a) A Ação de alteração de regime de bens do


casamento está no plano da existência, da validade ou
da eficácia deste negócio jurídico?
b) É possível alterar regime de casamento celebrado
na vigência do Código Civil de 1916 atualmente?

Caso concreto (2)


João, viúvo e pai de dois filhos, possui um patrimônio
avaliado em um milhão de reais. Ao completar 50
anos, deseja reconhecer uma filha que teve fora do
casamento. Procura um advogado para saber se é
possível, no reconhecimento em cartório, inserir a
condição da filha, sem revelar aos outros irmãos tal
paternidade, sob pena de perder a eficácia tal
reconhecimento. Pergunta-se:
1) Qual a natureza jurídica do reconhecimento de
filho?
2) É possível a inserção da referida condição no ato?
Justifique.

QUESTÃO OBJETIVA

Sobre a teoria geral dos negócios jurídicos, assinale a


alternativa INCORRETA.

a) A multa de condomínio está no plano da eficácia.


b) A taxa de juros do antigo CC foi aumentada de 6%
para 12%. Se o inadimplemento ocorreu de 2000 até
hoje a taxa de 12% deverá ser aplicada.
c) Um negócio só existe e produz efeitos se for válido.
d) A outorga conjugal está no plano da validade no
que se referir a capacidade e geração de anulabilidade.
Título DIREITO CIVIL I
Número de aulas por semana 1
Número de semana de aula 6
Tema ELEMENTOS ACIDENTAIS NOS NEGÓCIO JURÍDICO.
Objetivos • Reconhecer a importância dos elementos acidentais
na concretização do negócio jurídico.
• Identificar os elementos acidentais relacionados a
tempo e lugar dos negócios jurídicos.
• Relacionar os efeitos jurídicos aos específicos
elementos acidentais nos negócios jurídicos.
Estrutura de conteúdo Unidade 4 – NEGÓCIO JURÍDICO - CONTINUAÇÃO
ELEMENTOS ACIDENTAIS 1. Condição, termo, encargo
ou modo: 1.1Conceitos, 1.2 Espécies, e 1.3 Efeitos
jurídicos A RESERVA MENTAL E A ANUÊNCIA TÁCITA
Recursos físicos Aula expositiva com a possibilidade da utilização de
quadro e pincel ou recursos multimídia, a depender do
professor.
Aplicação prática e teórica Caso concreto (1):

José Carlos decide doar bens imóveis de sua


propriedade para Júlio e determina que tais bens
sejam utilizados em atividades de ensino para crianças
com necessidades especiais. Júlio assume o
compromisso de cumprir tal destinação. Pouco tempo
depois, os bens recebidos por ele são utilizados para a
implantação de uma rede de padarias.

1) A doação feita para Júlio possuí algum elemento


acidental? Em caso positivo, justifique e conceitue.

2) Pode haver revogação do contrato celebrado?


Fundamente a resposta.

3) Aplica-se na hipótese, a regra do artigo 125 do CC?


Esclareça.

Caso concreto (2)


Tomás, um grande amigo de família, solteiro, sem
descendentes e ascendentes, deseja realizar uma
doação a um de seus sobrinhos. Todavia, não quer que
o negócio surta efeitos imediatamente, mas sim no
futuro. Sabedor que você é estudante de Direito, ele o
consulta, solicitando explicação de cunho jurídico
acerca da diferença prática – além da incerteza da
condição e da certeza do termo – entre inserir uma
condição suspensiva ou um termo inicial em seu
contrato de doação. Pesquise e responda a indagação
de Tomás.

QUESTÃO OBJETIVA (FCC - 2009 - PGE-SP -


Procurador de Estado) A condição resolutiva subordina
a:

a) eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e


incerto, enquanto o termo final subordina a eficácia a
um acontecimento futuro e certo.
b) eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e
incerto, enquanto a condição suspensiva subordina a
eficácia a um evento futuro e certo.
c) eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e
certo, enquanto a condição suspensiva subordina a
ineficácia a um acontecimento futuro e incerto.
d) ineficácia do negócio jurídico a um evento futuro e
incerto, enquanto a condição suspensiva subordina a
eficácia a um acontecimento futuro e incerto.
e) ineficácia do negócio jurídico a um acontecimento
futuro e certo, enquanto a condição suspensiva
subordina a eficácia a um acontecimento futuro e
certo.
Título DIREITO CIVIL I
Número de aulas por semana 1
Número de semana de aula 7
Tema DEFEITOS NOS NEGÓCIO JURÍDICO.
Objetivos ♣ Definir e diferenciar ineficácia e invalidade dos
negócios jurídicos. Examinar reflexivamente o
tratamento da figura da nulidade relativa e absoluta
no Código Civil.
Estrutura de conteúdo Unidade 4 – NEGÓCIO JURÍDICO (CONT.) DEFEITOS
DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS: CONCEITO, REQUISITOS,
ESPÉCIES E TEORIAS 1. Erro 1.1 Erro escusável 1.2
Erro substancial 1.3 Erro acidental 1.4 Erro de direito
1.5 Erro quanto ao fim colimado (falsa causa) 2. Dolo
1.1 Dolus bonus ou malus 1.2 Dolus causam ou
principal e dolus incidens ou acidental 1.3 Dolo
positivo ou negativo 3. Coação. 1.1 Requisitos 1.2
Excludentes
Recursos físicos Possibilidade de utilização alternativa dos seguintes
recursos: Recursos físicos Quadro e pincel
Retroprojetor Data show
Aplicação prática e teórica Caso concreto (1):

Estevão, jovem de 19 anos, adquire com o produto de


seu trabalho uma motocicleta e fica muito satisfeito
com a compra. Sua mãe, Almerinda, não partilha de
seu entusiasmo. Exige que o filho venda a moto, chora
e ameaça deixar de falar com ele. Depois de muitos
conflitos, Estevão cede aos pedidos da mãe e vende a
fonte dos problemas a outro jovem, Ezequiel. Meses
depois, Estevão, aluno do curso de Direito, aprende
que os negócios jurídicos praticados por coação são
anuláveis e começa a pensar em maneiras de reaver a
motocicleta vendida. Pergunta-se:

1) Houve, na venda efetuada entre Estevão e Ezequiel,


algum defeito do negócio jurídico?

2) O negócio jurídico em questão é válido?


3) Estevão pode fazer algo para reaver a motocicleta
de Ezequiel?

QUESTÕES OBJETIVAS

1. Prova(s): FCC - 2010 - TJ-MS - Juiz Sobre os


defeitos do negócio jurídico, é INCORRETO afirmar
que:
a) podem anular o negócio jurídico fraudulento os
credores cuja garantia se tornou insuficiente.
b) só o erro substancial anula o negócio jurídico.
c) o dolo acidental anula o negócio jurídico.
d) o erro de indicação da pessoa ou coisa, a que se
refere a declaração de vontade, não viciará o negócio
quando se puder identificar a coisa ou a pessoa
cogitada.
e) vicia o negócio jurídico a coação exercida por
terceiro.

2. Prova(s): FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário


- Área Judiciária Com relação aos defeitos do negócio
jurídico é correto afirmar:
a) Se ambas as partes procederem com dolo,
nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, mas
ambas poderão reclamar indenização.
b) É nulo o negócio jurídico, se a coação decorrer de
terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse
conhecimento.
c) O dolo acidental anula o negócio jurídico e obriga à
satisfação das perdas e danos.
d) Ao apreciar a coação ter-se-ão em conta, dentre
outras circunstâncias, o sexo, a idade e o tempera-
mento do paciente.
e) Não se considera coação a ameaça do exercício
normal de um direito, mas o simples temor reverencial
caracteriza a coação direta.
Título DIREITO CIVIL I
Número de aulas por semana 1
Número de semana de aula 8
Tema DEFEITOS NOS NEGÓCIO JURÍDICO (Continuação)
Objetivos ♣ Definir e diferenciar estado de perigo de fraude
contra credores
♣ Reconhecer a função da ação pauliana nos casos de
fraudes contra credores.
♣ Identificar os casos passíveis de caracterização da
lesão civil.
Estrutura de conteúdo Unidade 4 – DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS:
CONCEITO, REQUISITOS, ESPÉCIES E DIFERENÇAS
ENTRE FIGURAS JURÍDICAS SEMELHANTES. 4. Lesão.
5. Estado de perigo. 6. Fraude contra credores.
Recursos físicos Os recursos para esta aula vão depender da forma
como o professor irá conduzi-la. Caso utilize o caso
concreto como um elemtno motivacional inicial, poderá
trabalhar com o data show para sua apresentação.
Aplicação prática e teórica Caso concreto (1):

Pérsio, por inexperiência, se obrigou a prestação


manifestamente desproporcional, uma vez que
contratou o mecânico Otávio para a realização de
serviço de substituição de uma simples peça de motor
pelo pagamento da quantia de R$ 4.300,00 (quatro
mil e trezentos reais), enquanto que a praxe comercial
vigente ao tempo em que foi celebrado o negócio
jurídico entre as partes era de no máximo R$ 300,00
(trezentos reais). Neste caso, de acordo com o Código
Civil brasileiro, o negócio jurídico poderá ser anulado?
Por quê?

QUESTÕES OBJETIVAS

1. São causas de anulabilidade do negócio jurídico:


a) a coação e fraude contra credores.
b) a simulação e a lesão.
c) a fraude à execução e o estado de perigo.
d) a fraude à execução e o dolo, quando este for a sua
causa.
e) o não revestimento de forma prescrita em lei.
2. (CESPE/TSE/Questão 57) Acerca dos fatos e atos
jurídicos, assinale a opção incorreta.
a) É anulável o negócio jurídico que o representante,
no seu interesse ou por conta de outro, celebra
consigo mesmo. No entanto, considera-se sanado o
defeito quando o representante substabelece os
poderes que recebeu do representado e o negócio é
celebrado entre o substabelecido e o representante.
b) É fraude contra credores a concessão de garantia
real de dívida feita pelo devedor insolvente a um dos
seus credores quirografários.
c) Por reserva mental entende-se a manifestação de
vontade diversa da real intenção do agente. A reserva
mental é indiferente à validade do negócio jurídico,
exceto quando o destinatário da manifestação de
vontade efetuada com reserva mental tiver
conhecimento da mesma.
d) É de quatro anos o prazo de decadência para a
propositura das ações anulatórias, em caso de defeitos
do negócio jurídico e atos praticados por relativamente
incapazes, sem a devida assistência.
Título DIREITO CIVIL I

Número de aulas por semana 1

Número de semana de aula 9

Tema INVALIDADE DOS ATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS

Objetivos § Definir e diferenciar nulidade de anulabilidade


do negócio jurídico.

§ Distinguir Ineficácia e invalidade do negócio


jurídico.

§ Reconhecer os elementos fundamentais


da Teoria da inexistência jurídica.

§ Identificar os casos passiveis de


caracterização da lesão civil.

Estrutura de conteúdo Unidade 5 – INVALIDADE DOS ATOS E NEGÓCIOS


JURÍDICOS.

5.1 Teoria da inexistência jurídica.

5.2 Ineficácia e invalidade.

5.3 Nulidade. Anulabilidade.

Referências bibliográficas:

Nome do livro: Curso de Direito Civil Parte Geral Vol.1


Nome do autor:
Editora:
Ano:.
Edição:
Nome do capítulo:
N. de páginas do capítulo:

ATOS ILEGAIS, ILÍCITOS, E NULOS


O instituto do ato jurídico cumpre papel essencial no
sistema jurídico, como meio de difusão de direitos e
obrigações, bases nucleares do direito civil. Dúvida
inexiste quanto à premissa de que os vocábulos ilícito
(lícito) e ilegal (legal) sejam, em tese, similares,
inclusive sob a compreensão jurídica. Geralmente,
quando se fala que o ato é ilícito se quer dizer,
também, ilegal. Assim, ilegalidade e ilicitude têm,
abstratamente, a mesma acepção, tanto para o
operador do direito quanto para o leigo.
Concretamente, há, contudo, sentidos que podem
diferenciar o ato ilegal do ato ilícito, conforme se
captura no corpo das normas jurídicas. É correta, em
tese, a afirmação de que se identificam, no sistema
jurídico brasileiro, atos ilegais e atos ilícitos. Ato ilícito
é um ato ilegal que causa prejuízo a outrem; mas nem
todo ato ilegal é ilícito, porque nem todo ato ilegal
causa prejuízo moral ou patrimonial a outrem. O ato
ilícito, além de ferir um princípio ou preceito legal,
produz um resultado que lesiona o patrimônio material
ou moral da pessoa, física ou jurídica, atingida pelos
seus efeitos. O ato ilícito pressupõe a discrepância,
desarmonia, com um princípio ou preceito legal, mas,
necessariamente, há de ter, mais do que potencial
ofensivo, gerado resultado que se traduz em dano ou
prejuízo, com o conseqüente desabastecimento do
patrimônio moral ou material da vítima. Assim é que,
no ato ilícito, viola-se direito e, também, causa-se
dano a outrem. O binômio direito violado e patrimônio
lesado é requisito do ato ilícito.
Todo ato ilícito é, pois, um ato ilegal. Se não fosse
ilegal, não seria ilícito. E é ilícito porque, como se
disse, viola o direito e gera dano.
O ato ilegal, por sua vez, é um ato que agride um
princípio ou preceito legal, mas nem sempre causa
lesão ao patrimônio moral ou material. O ato pode ser
ilegal, porque confeccionado sem observar um
comando legal, sem, porém, gerar um prejuízo
específico ou próprio a uma pessoa. No entanto, o ato
ilegal pode, ao tempo em que viola a lei ou malfere
um princípio, causar dano, situação em que se
confunde no ato ilícito e comporta reparação do
prejuízo experimentado pela pessoa lesada. O ato
ilegal se sujeita ao regime de invalidação; o ato ilícito,
raramente. No caso de ato ilegal, é possível a
cumulação de pretensões de invalidação com
ressarcimento ou reparação; no ato ilícito, geralmente,
cabe, conforme a sua natureza, apenas buscar a
recomposição do patrimônio danificado. O ato ilegal,
de regra, é um ato nulo ou anulável. Recorde-se que,
no desenho jurídico da invalidade do ato (ou negócio
jurídico), no qual se faz a composição de suas
espécies, a tipificação e a distribuição em causas de
nulidade e anulabilidade se industriam pela obra da
vontade do homem que legisla.
Na estrutura do Código Civil, coexistem dois grupos de
causas cuja existência gera a invalidade do ato ou
negócio jurídico, as quais são acomodadas segundo
um grau de rejeição: a) nulidade (grau de rejeição ou
intolerância total); e b) anulabilidade (grau de rejeição
ou intolerância parcial).
NULIDADE
“ Nulidade é a declaração legal que a determinados
atos não se prendem os efeitos jurídicos, normalmente
produzidos por dos semelhantes” .Nulidade é o
reconhecimento da existência de um vício que impede
um ato ou negócio jurídico de ter existência legal, ou
produzir efeitos. Vem a ser a sansão, imposta pela
norma jurídica, que determina a privação dos efeitos
jurídicos dos negócios praticados em desobediência ao
que prescreve.
NULIDADE ABSOLUTA
São considerados nulos os negócios que por vício
grave não tenham eficácia jurídica. Não permitem
ratificação.
No Direito brasileiro são nulos os negócios jurídicos se:
a manifestação de vontade for manifestada por agente
absolutamente incapaz; o objeto for ilícito, impossível,
indeterminado ou indeterminável; a forma for
defesa(proibida) ou não for prescrita em lei; tiverem
como objetivo fraudar a lei; a lei declará-los nulos
expressamente; houver simulação ou coação absoluta.
Com a declaração da nulidade absoluta o negócio não
produz qualquer efeito por ofender gravemente
princípios de ordem pública. De acordo com o artigo
166 do CC, o negócio jurídico é nulo:
• Quando celebrado por pessoa
absolutamente incapaz;• Quando o objeto for
ilícito, impossível ou indeterminável;• O motivo
determinante, comum a ambas as partes, for
ilícito;• Não revestir a forma prescrita em lei;• For
preterida alguma solenidade que a lei considere
essencial para a sua validade;• Tiver por
objetivo fraudar lei imperativa;• A lei
taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática,
sem cominar sanção.
Os efeitos da declaração da nulidade absoluta é “ex
tunc”, como se o ato jamais tivesse existido.
ATO ILÍCITO
Consideram-se ilícitos os atos jurídicos quando
infringem as normas legais instituídas. Uma vez
praticados, geram relação jurídica, independentemente
da vontade do agente (art. 186 CC). Por exemplo, a
agressão, o furto, o homicídio geram a obrigação de
pagar indenização (art. 927 CC) à vítima do evento
danoso e ilícito ou a seus herdeiros; o excesso de
velocidade na direção de veículo gera a obrigação de
pagar multa ao Estado etc.
A ação humana, da pessoa jurídica ou do ente
despersonalizado capaz de geral ato jurídico ilícito é
qualificável tanto subjetiva quanto objetivamente. No
primeiro caso está a teoria da responsabilidade
subjetiva, que nasce do dolo ou da culpa do agente
causador do dano. O dolo é um elemento psíquico, a
intenção ou vontade consciente, que sustenta um ato
capaz de causar dano a outrem, ou que, ao ser
praticado, o seu autor o tenha feito de forma que
assuma o risco de causar o dano a outrem. É exercício
de ato ilícito, portanto,e, como tal, proibido pelas
normas jurídicas. A culpa é caracterizada pela
execução de ato danoso por negligência, imprudência
ou imperícia.
NEGLIGÊNCIA – é aquele que causa o dano a outrem
por omissão (o motorista não troca a pastilha de freio
do veículo na época devida e com isso provoca um
acidente ao pisar no freio e o mesmo não funcionar/
colocar um vaso na janela e derruba-lo em cima de
alguém).
IMPERÍCIA – é o profissional que não age com o
cuidado que dele se espera; é o profissional que não
trabalha usando o conhecimento necessário e exigido
por sua profissão (o cirurgião que deixa um pedaço de
gaze dentro do paciente que operou).
IMPRUDÊNCIA – é o que causa o dano por ação
(motorista ultrapassa um sinal vermelho e causa um
acidente).
SIMULAÇÃO - Em matéria de defeitos dos negócios
jurídicos, talvez a grande inovação, é o fato do vício da
simulação ter sido colocado como um fato, uma causa
de nulidade e não mais de anulabilidade.
Tradicionalmente, no nosso Código de 1916, os vícios
dos negócios jurídicos eram erro, dolo, acuação,
simulação e fraude contra credores, todos esses atos
ocasionando a anulação do ato jurídico com um prazo
prescricional de 4 anos. Hoje temos um prazo
decadencial de quatro anos também para a anulação
desses negócios, mas com exceção da simulação.O ato
simulatório não é mais uma causa de anulabilidade,
mas de nulidade, portanto nunca prescreverá, nunca
terá um prazo de decadência. Trata-se de uma opção
que o legislador fez e o Ministro Moreira Alves explana
que a principal razão de se modificar o contexto da
simulação é justamente aquele dispositivo dificultoso
que tínhamos no Código de 1916, pelo qual um
simulador não podia alegar a simulação contra outro.
Isto praticamente nulificava o alcance da simulação,
tanto que a jurisprudência chegou até a passar por
cima desse requisito muitas vezes. Em razão disso,
sendo o ato nulo, qualquer parte interessada, direta ou
indiretamente, pode fazer com que ele seja declarado
assim.
A simulação é o artifício ou fingimento na prática ou na
execução de um ato, ou contrato, com a intenção de
enganar ou de mostrar o irreal como verdadeiro, ou
lhe dando aparência que não possui. A entrada em
vigor do novo Código Civil trouxe, entre as alterações
promovidas no Direito Privado brasileiro, a
transformação da simulação de hipótese de
anulabilidade (artigo 102 do Código de 1916) em
hipótese de nulidade pleno iuris (artigo 167 do Código
de 2002). Em fato, o novo artigo 167 diz ser nulo o
negócio jurídico simulado, esclarecendo o seu § 1o que
há simulação nos negócios jurídicos quando (I)
aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas
diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
transmitem; (II) contiverem declaração, confissão,
condição ou cláusula não verdadeira; (III) os
instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-
datados. É precisamente a previsão anotada no artigo
167, § 1o, III, que nos interessa: os chamados
cheques pré-datados (a bem da precisão técnica,
cheques pós-datados), quando assinalam uma data de
emissão futura caracterizam, nos termos do
dispositivo, uma simulação.
Recursos físicos CABERÁ AO PROFESSOR A ESCOLHA:
Recursos físicos
Quadro e pincel
Retroprojetor
Data show
Aplicação prática e teórica Caso concreto (1)
Ramon Lopez, argentino, proprietário no Brasil de dois
imóveis, alienou um deles por escritura particular e o
segundo por escritura pública. O primeiro teve seu
registro negado, sob argumento de falta de
observância da forma legal determinada. Já o
segundo, entrou em exigência, porque não constava
do instrumento do negócio jurídico a outorga da
mulher de Ramon Lopez, que não compareceu no ato
da escritura, pois fora presa no aeroporto de
Assunção, envolvida com excesso de bagagem e
pequenos recuerdos considerados destinados para
comercialização, pelos agentes alfandegários. A
assinatura da mulher, pelo regime matrimonial, se
considera indispensável para perfeita elaboração do
negócio.
1) Analise ambas as hipóteses, quanto à
existência, validade e eficácia dos negócios jurídicos:
a)Na primeira hipótese – da escritura particular –,
quais destes elementos estão presentes? No que se
refere à segunda hipótese, da mesma forma, analise-
a, tendo em mente que o registro, para ambos os
casos, se impõe como complementar necessidade para
constituição plena da propriedade.
2) Como se analisam os negócios jurídicos
diante dos planos da existência, validade e eficácia?
Caso concreto (2)
Antônio comparece ao seu escritório e formula a
seguinte consulta: Ele outorgou procuração para a
Administradora KXM LTDA., para que esta locasse um
imóvel de sua propriedade. Constava neste documento
os poderes de praxe para contratar, distratar, fixar
valores e demais condições do contrato, receber os
aluguéis e os acessórios da locação, bem como para
dar quitação. Na carta que encaminhou o instrumento
de mandato à Administradora, Antônio recomendou,
por escrito, que o imóvel não fosse locado para órgãos
públicos, para escolas e para hospitais. Estipulou,
ainda, que o aluguel mínimo mensal deveria ser de R$
10.000,00. Duas semanas depois, recebeu em sua
casa uma cópia do contrato de locação recém-assinado
pela Administradora, como sua procuradora, no qual
figurava como locatária a Secretaria de Segurança
Pública do Estado. O aluguel mensal fora fixado em R$
7.500,00.
Antônio quer saber se pode anular o contrato de
locação ?
Questão objetiva :
1) “A”, consumidor, com a finalidade não revelada de
transportar substâncias entorpecentes que provocam
dependência psíquica e física, celebra com “B”,
fornecedor, contrato de compra e venda de material
próprio para transporte de objetos, sem anunciar ao
vendedor o seu propósito, que somente vem a ser
descoberto por este após a consumação do contrato.
Ante essas considerações e o novo Código Civil,
assinale a alternativa correta:
(A) Há nulidade do negócio em razão de motivo
ilícito, sendo a invalidade decorrente do fato de o
consumidor destinar o bem negociado à prática de um
delito.
(B) A compra e venda é considerada como
negócio com objeto ilícito ante a presunção de
participação do vendedor no projeto criminoso.
(C) Não sendo comum (razão determinante
assumida por ambas as partes) o propósito de destinar
o objeto adquirido para fins ilícitos ao tempo da
declaração de vontade, não resta afetada a validade
do negócio.
(D) O motivo passou à categoria de causa,
provocando a nulidade porque ilícito.
(E) O negócio jurídico está viciado por falso
motivo, determinante para a prática do ilícito.
2)Considerando o novo Código Civil e as seguintes
assertivas:
I - Incorre em nulidade o negócio jurídico quando
apresente objeto indeterminável.
II - Nulifica o negócio jurídico ofensa cometida contra
lei imperativa, que tanto pode dar-se por ofensa
frontal ou direta, convencionando-se o que a lei proíbe
(“agere contra legem”), como a partir de negócio
jurídico lícito e válido que, por via reflexa, atinge o
resultado proibido (“agere in fraudem legis”).
III - É nulo o contrato de compra e venda se a
fixação do preço resta com o exclusivo arbítrio de uma
das partes.
IV - É nulo o negócio jurídico praticado direta e
pessoalmente por quem, em razão de causa
transitória, não possa exprimir a sua vontade.
V - É nulo o negócio jurídico por vício resultante de
dolo.
Assinale a alternativa correta:

(A) Somente as assertivas I, II, III e IV estão


corretas.
(B) Somente as assertivas I, III e V estão
corretas.
(C) Somente as assertivas II, III e V estão
corretas.
(D) Somente as assertivas I, II, e IV estão
corretas.
(E) Todas as assertivas estão corretas.
Título DIREITO CIVIL I

Número de aulas por semana 1

Número de semana de aula 10

Tema INVALIDADE E INEFICÁCIA DOS ATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS

Objetivos  Definir o instituto da simulação do negócio


jurídico no atual Código civil.
 Reconhecer os elementos fundamentais
da conversão.
 Identificar os requisitos e efeitos da
simulação.
Estrutura de conteúdo Unidade 5 – INVALIDADE DOS ATOS E
NEGÓCIOS JURÍDICOS.

5.5 Conversão do negócio jurídico.


5.6 Simulação.
5.7 Conceito, requisitos e efeitos.

Referências bibliográficas:

Nome do livro: Curso de Direito Civil Parte Geral


Vol.1

Nome do autor:

Editora:

Ano:.

Edição:

Nome do capítulo:

N. de páginas do capítulo:

Da conversão em face do novo código civil

JOSÉ DA SILVA PACHECO

SUMÁRIO: 1. Da conversão no sistema do novo Código Civil. 2. Da conversão nos


principais códigos europeus, atualmente 3. Da conversão, no direito brasileiro, antes do
novo Código Civil. 4. Do princípio da conservação como fundamento da conversão. 5.
Considerações finais. 1. Da conversão no sistema do novo Código Civil

O novo Código Civil, no capítulo sobre a invalidade do negócio jurídico, estabelece, como
inovação no ordenamento jurídico brasileiro, norma específica a respeito da conversão do
negócio jurídico. Ao fazê-lo, determinou, expressamente, no artigo 170, que se o negócio
jurídico nulo contiver os requisitos de outro, poderá subsistir este, no lugar daquele, quando
o fim a que as partes tinham em vista permitir supor que elas teriam preferido o novo
negócio em lugar do primitivo, se houvessem previsto a do negócio originário.

Para a incidência do artigo 170 do novo Código Civil exige-se a conjunção dos seguintes
elementos: 1°) que haja um negócio nulo; 2°) que o negócio nulo contenha os requisitos
necessários de outro negócio jurídico, e que esses requisitos necessários sejam
apropriados a produzir efeitos jurídicos para satisfazer, razoavelmente, os interesses das
partes; 3°) que o fim a que partes tinham em vista leve à convicção de que elas teriam
querido este novo contrato, em lugar daquele, que originariamente fizeram, se houvessem
previsto, a sua nulidade.

O primeiro pressuposto é que haja um negócio nulo. O artigo 170 do novo Código é
expresso quanto a isto. Desse modo, não basta nem abrange o negócio anulável. Quanto a
este, o novo Código regula, exaustivamente, nos artigos 172 a 182, admitindo para eles a
confirmação expressa ou tácita. O negócio nulo, ao contrário, não é suscetível de
confirmação nem convalesce pelo decurso do tempo (artigo 169), mas pode subsistir pela
conversão (artigo 170). Desse modo, doravante, são dispiciendas as afirmações dos
doutores que examinaram a matéria, anteriormente, em face da regra impositiva do artigo
170 do novo Código, que só admite a conversão para o negócio nulo. O segundo
pressuposto consiste, como acima assinalamos, em que o negócio nulo contenha os
requisitos de outro negócio jurídico e que sejam apropriados a produzir efeitos jurídicos, a
fim de atender o interesse das partes. O terceiro requisito diz respeito à finalidade do
negócio visado pelas partes, atendível pela conversão, e que leva à suposição de que as
partes teriam querido o negócio em que o primeiro se converteu, se houvessem previsto a
nulidade do primeiro.

Portanto, se um negócio jurídico nulo, por falta dos requisitos essenciais para a sua
validade, contiver todos os requisitos de outro negócio jurídico, subsistirá este, desde que o
fim que dele resulta permitir supor ou levar à convicção ou presunção de não ser ele
contrário à vontade das partes, manifestada originariamente, admitindo, desse modo, a
conversão, conforme

previsão do artigo 170 do novo Código Civil.

O Código Civil, de 1916, não a contemplava com qualquer dispositivo. O novo Código,
porém,com o disposto no artigo 170, regula-a, do mesmo modo que o Código Civil da
Alemanha, em seu § 140, e o Código Civil da Itália, em seu artigo 1.424, semelhantemente
aos códigos que se fizeram em Portugal e Holanda, no último quartel do século passado,
como veremos a

seguir.

2. Da conversão nos principais códigos europeus atualmente O Código Civil da Alemanha,


no § 140, desde o princípio do século passado, estabelece que "Se um negócio jurídico
nulo satisfizer os requisitos de um outro negócio jurídico, valerá o

último, se deve ser entendido que a sua validade havia de ser querida com o conhecimento
da nulidade". Se um negócio é nulo pelo modo como foi realizado pelas partes, pode ser
mantido como negócio distinto, desde que concorram os requisitos deste e se justifique a
presunção de que as partes o teriam querido se conhecessem a nulidade, quando pelo
novo negócio se

alcance, legalmente, o fim econômico do primeiro.


O Código Civil da Itália, no artigo 1.424, no mesmo sentido estabelece sobre a conversão
do contrato o seguinte: "o contrato nulo pode produzir os efeitos de um contrato diverso, do
qual contenha os requisitos de substância e de forma, desde que, tendo em vista a
finalidade perseguida pelas partes, deva ser admitido que elas o teriam querido, se
houvessem conhecido

a nulidade".

Para ocorrer a conversão impõem-se os seguintes pressupostos: a) a nulidade do contrato;


b) a idoneidade dos efeitos jurídicos para satisfazer, razoavelmente, os interesses das
partes; c) a presença, no primitivo contrato, estipulado pelas partes, dos requisitos
necessários para produzir os efeitos jurídicos; d) o respeito ao fim querido pelas partes e,
conseqüentemente, à

sua vontade, reconhecida pelo ordenamento jurídico. Antes mesmo do Código, de 1942, na
Itália, Giovanni Battista Ferri, no vol. IV do novo Digesto Italiano, escrevia que "em
alguns casos particularíssimos, um negócio jurídico nulo vem a ser mantido firme,
enquanto contem em si os requisitos de outro negócio diverso, mas parcialmente
correspondente ao escopo

prático daquele, diretamente querido; fala-se, neste caso, com precisão técnica de
linguagem, de conversão do negócio jurídico". Segundo esse autor, verifica-se a conversão
quando, acertada a nulidade do negócio realmente querido pelas partes, vem, todavia, a
ser admitida a eficácia de outro negócio de diversa índole, do qual o primeiro contém os
requisitos e que se

compatibiliza com aquele que estava na mira dos estipulantes.

Giuseppe Satta, igualmente, antes mesmo do Código, assim se expressou: "Por conversão
do negócio jurídico se entende o ato por força do qual, no caso de nulidade do negócio
jurídico, principalmente querido, permite-se às partes fazer valer outro ato que se
apresenta como compreendido no primeiro e encontra nas ruínas deste os requisitos
necessários para a sua existência, de que seriam exemplos: a) uma venda simulada, que
poderia conter os requisitos de uma doação; b) um ato público nulo, que poderia conter os
requisitos de uma escritura privada" (La conversione dei negozi giuridici, Milão, 1903, § I, p.
1). Posteriormente ao Código de 1942, veja-se Emilio Betti, in novíssimo Digesto, tomo IV,
pp. 81 1 e segs.

O Código Civil de Portugal, de 1966, dispõe, no artigo 293, sobre a conversão, que "o
negócio nulo ou anulado pode converter-se num negócio de tipo ou conteúdo diferente, do
qual contenha os requisitos essenciais de substância e de forma, quando o fim prosseguido
pelas partes permita supor que elas o teriam querido, se tivessem previsto a nulidade". Vê-
se, desde logo, pelo texto, que se inspirou, igualmente nos códigos da Alemanha e da Itália
e, desse modo, o artigo 170 do nosso Código a ele se assemelha, com a diferença de que
tem como pressuposto apenas o negócio nulo, enquanto o artigo 293 do código português
abrange, também, o negócio anulado (Cf. p. ex.: Inocêncio Galvão Telles, Manual dos
Contratos em geral, Lisboa, Lex, 1995, pp. 346 e seg.).

O novo Código Civil da Holanda, em seu Livro III, a partir de 1992, apresenta, em seu
artigo 42, dispositivo sobre a conversão, segundo o qual "o ato jurídico nulo recebe o efeito
de outro ato considerado como válido, desde que o alcance do ato nulo corresponda ao de
outro, fazendo presumir que este teria sido realizado se houvesse sido rejeitado o ato nulo
por causa

de sua invalidade, salvo se tal solução se revelar injusta em face de algum terceiro
interessado que não participou do ato jurídico. (Veja-se por ex.: Giuseppe Gandolfi, La
conversione dell'atto invalido. Il problema in projezione européia, Milão, Ed. Giuffré, 1988).

3. Da conversão, no direito brasileiro, antes do novo Código Civil


Eduardo Espinola, em seu Manual do Código Civil, vol. III, parte 1ª, de 1923, § 119, pp. 493
e seg., invocando Romer, assinalava: "pode acontecer que um negócio jurídico,
considerado pelas partes, não reúna todas as formalidades legais requeridas para a sua
validade, tendo, entretanto, os requisitos de um outro negócio, e então valha, não como o
negócio que as

partes tiveram em vista, mas como este outro. Coviello, depois de considerar que a
doutrina admite a possibilidade da denominada conversão dos negócios jurídicos inválidos,
isto é, a transformação de um negócio nulo em outro de natureza diversa, faz ver que é
isso possível apenas quando no negócio nulo se encontram todos os elementos
necessários à existência do negócio diverso (lado objetivo) e, além disso, seja este
também querido pelas partes (lado subjetivo), o que se apura interpretando a vontade".

Pontes de Miranda dedicou um capítulo especial ao exame da conversão, nos §§ 374 a


379, no vol. 4 de seu Tratado de Direito Privado, considerando que "a conversão é o
aproveitamento do suporte fático, que não bastou a um negócio jurídico, razão da sua
nulidade ou anulabilidade, ara outro negócio jurídico, ao qual é suficiente. Para isso, é
preciso que concorram o pressuposto objetivo dessa suficiência e o pressuposto subjetivo
de corresponder à vontade dos figurantes a conversão, se houvessem conhecido a
nulidade ou a anulabilidade" (ob. cit., p. 63).

Orlando Gomes tratou do assunto, em seu livro Contratos, sob o n. 156, pp. 195 e 196,
salientando que "para haver conversão é preciso: a) que o contrato nulo contenha os
requisitos essenciais e formais de outro; b) que as partes quereriam o outro contrato, se
tivessem tido conhecimento da nulidade.

Antonio Junqueira de Azevedo concebia a conversão do negócio jurídico (conversão


substancial) como "o ato pelo qual a lei ou o juiz consideram um negócio, que é nulo,
anulável ou ineficaz, como sendo de tipo diferente do efetivamente realizado, a fim de que,
através desse artifício, ele seja considerado válido e possa produzir, pelo menos, alguns
dos efeitos manifestados pelas partes como queridos" (A conversão dos negócios jurídicos,
in ver. Trib., 1974, p. 17).

Raquel Campani Schmiedel, em sua obra sobre as nulidades e medidas sanatórias do


negócio jurídico examinou, também a conversão, salientando serem dois os seus
pressupostos, um objetivo e outro subjetivo, o primeiro consistente em que o negócio nulo
deve conter os requisitos do negócio que irá substituí-lo, e o segundo é relativo à vontade
dos figurantes à conversão, se houvessem conhecido a nulidade (Negócio jurídico,
nulidades e medidas sanatórias, SP, 1981, pp. 74 e seg.).

João Alberto Schutzer Del Nero concebe a conversão substancial do negócio jurídico como
o "procedimento de escolha entre duas qualificações jurídicas diferentes do mesmo
negócio jurídico, cujo resultado consiste na atribuição ou no reconhecimento de eficácia
jurídica ao negócio jurídico" (Conversão substancial do negócio jurídico, Ed. Renovar,
2001, pp. 47 e 477).

4. Do princípio da conservação como fundamento da conversão A doutrina, de um modo


geral, ao tratar da conversão, conecta-a ao principio geral da conservação do negócio.
Antonio Joaquim Ribas, o conselheiro Ribas, ao fazer referência à conversão, em seu
Curso de Direito Civil, vol. I, 4a ed., de 1915, p. 510, invocando a regra de Juliano,
enfatizava "que se deve preferir a inteligência que faz valer o ato, sempre que este não
pode subsistir com a forma, sob a qual se apresenta, deve-se converter esta forma em
outra sob a qual possa valer. Essa conversão, algumas vezes, tem lugar ipso jure, como no
contrato de venda sob a condição de não se poder exigir o preço (ne petatur pretium), o
qual se transforma em doação. Contudo, salientava "para que se possa efetuar a
conversão, é preciso que o ato que se quer converter possua todas as condições precisas
para que possa valer como aquele em que é convertido".

Antonio Junqueira de Azevedo, em seu livro Negócio Jurídico: existência, validade e


eficácia salienta: "o princípio da conservação consiste, pois, em se procurar salvar tudo que
é possível num negócio jurídico concreto, tanto no plano da existência, quanto da validade,
quanto da eficácia. Seu fundamento se prende à própria razão de ser do negócio jurídico;
sendo este uma espécie de fato jurídico, de tipo peculiar, isto é, uma declaração de
vontade (manifestação de vontade, a que o ordenamento jurídico imputa os efeitos
manifestados como queridos), é evidente que, para o sistema jurídico, a autonomia da
vontade produzindo auto-regramentos de vontade, isto é a declaração produzindo efeitos,
representa algo de juridicamente útil. A utilidade de cada negócio poderá ser econômica ou
social, mas a verdade é que, a partir do momento em que o ordenamento jurídico admite a
categoria do negócio jurídico, sua utilidade passa a ser jurídica, de vez que somente em
cada negócio concreto é que adquire existência a categoria negócio jurídico. Não fosse
assim e esta permaneceria sendo sempre algo abstrato e irrealizado; obviamente, não foi
para isso que o ordenamento jurídico a criou. Princípio da conservação, portanto, é a
conseqüência necessária do fato de o ordenamento jurídico, ao admitir a categoria negócio
jurídico, estar, implicitamente, reconhecendo a utilidade de cada negócio jurídico concreto"
(ob. cit., p. 77).

Na apresentação da tese de Del Nero, salienta que "a conversão, instituto a meio caminho
entre as exigências formais do Direito e as exigências substanciais da Justiça, é figura que
atenua os rigores do direito estrito, permitindo, conforme o princípio da conservação dos
negócios jurídicos, tomado em sua acepção mais ampla, o aproveitamento dos atos
realizados".

Segundo Teresa Luso Soares, na conversão se trata de uma aplicação do princípio da


conservação do negócio jurídico mediante o qual a atividade negocial deve ser, tanto
quanto possível mantida para a consecução do fim prático que se tem em vista (A
conversão do negócio jurídico, Coimbra, 1986, p. 15).

5. Considerações finais.

Em face do exposto, impõe-se concluir que, diante da expressa disposição do artigo 170 do
novo Código Civil, se um negócio jurídico nulo, por falta de requisitos essenciais para a sua
validade, contiver os requisitos de outro negócio jurídico, subsistirá este, desde que o fim
que dele resulta permita supor de não ser ele contrário à vontade das partes, manifestada
originariamente, configurando-se, desse modo, a conversão.

in, COAD, Informativo, Boletim semanal 41, 2003, p. 613-611.

SIMULAÇÃO - Em matéria de defeitos dos negócios jurídicos, talvez a grande inovação, é


o fato do vício da simulação ter sido colocado como um fato, uma causa de nulidade e não
mais de anulabilidade.

Tradicionalmente, no nosso Código de 1916, os vícios dos negócios jurídicos eram erro,
dolo, acuação, simulação e fraude contra credores, todos esses atos ocasionando a
anulação do ato jurídico com um prazo prescricional de 4 anos. Hoje temos um prazo
decadencial de quatro anos também para a anulação desses negócios, mas com exceção
da simulação.O ato simulatório não é mais uma causa de anulabilidade, mas de nulidade,
portanto nunca prescreverá, nunca terá um prazo de decadência. Trata-se de uma opção
que o legislador fez e o Ministro Moreira Alves explana que a principal razão de se
modificar o contexto da simulação é justamente aquele dispositivo dificultoso que tínhamos
no Código de 1916, pelo qual um simulador não podia alegar a simulação contra outro. Isto
praticamente nulificava o alcance da simulação, tanto que a jurisprudência chegou até a
passar por cima desse requisito muitas vezes. Em razão disso, sendo o ato nulo, qualquer
parte interessada, direta ou indiretamente, pode fazer com que ele seja declarado assim.

A simulação é o artifício ou fingimento na prática ou na execução de um ato, ou contrato,


com a intenção de enganar ou de mostrar o irreal como verdadeiro, ou lhe dando aparência
que não possui. A entrada em vigor do novo Código Civil trouxe, entre as alterações
promovidas no Direito Privado brasileiro, a transformação da simulação de hipótese de
anulabilidade (artigo 102 do Código de 1916) em hipótese de nulidade pleno iuris (artigo
167 do Código de 2002). Em fato, o novo artigo 167 diz ser nulo o negócio jurídico
simulado, esclarecendo o seu § 1o que há simulação nos negócios jurídicos quando (I)
aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente
se conferem, ou transmitem; (II) contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula
não verdadeira; (III) os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. É
precisamente a previsão anotada no artigo 167, § 1o, III, que nos interessa: os chamados
cheques pré-datados (a bem da precisão técnica, cheques pós-datados), quando
assinalam uma data de emissão futura caracterizam, nos termos do dispositivo, uma
simulação.

Recursos físicos A critério do professor:

quadro e pincel

retroprojetor

data show

Aplicação prática e teórica 1. Certo ou errado?

(Cespe/DPE/ES/2006) 81 - O instituto da conversão


traduz o princípio da conservação dos atos negociais e
acarreta nova qualificação do negócio jurídico, desde
que não haja vedação legal. Entretanto, para que ocorra
a conversão de um negócio jurídico nulo em outro de
natureza diversa, faz-se necessário que o negócio
reputado nulo contenha os requisitos do outro negócio e
que a vontade manifestada pelas partes faça supor que,
se estas tivessem ciência da nulidade do negócio
realizado, mesmo assim, teriam querido celebrar o
negócio convertido.

Questão objetiva:

1. Acerca dos fatos jurídicos, assinale a opção correta:

a) Configura-se o estado de perigo quando uma


pessoa, por inexperiência, ou sob premente
necessidade, obriga-se a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta, gerando
lucro exagerado ao outro contratante. Nessa situação, a
pessoa pode demandar a nulidade do negócio jurídico,
dispensando-se a verificação de dolo ou má-fé da parte
adversa.

b) A fraude contra a execução é um defeito do negócio


jurídico, caracterizando-se como vício de consentimento
e viciando, como conseqüência, a declaração de
vontade dos partícipes do negócio jurídico.

c) A simulação relativa é um vício social que acarreta a


nulidade do negócio jurídico, que não pode subsistir,
mesmo que seja válido na substância e na forma.

d) O negócio jurídico realizado com infração a norma de


ordem pública, mesmo depois de declarado nulo por
sentença judicial, por se tratar de direito patrimonial e,
portanto, disponível, pode ser ratificado pelas partes,
convalidando-se, assim, o ato negocial.

e) A reserva mental caracteriza-se pela não-


coincidência entre a vontade real e a declarada, com o
propósito de enganar a outra parte. Se for desconhecida
pelo destinatário, a manifestação de vontade subsiste
ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não
querer o que manifestou.
Título
DIREITO CIVIL I

Número de aulas por semana


1

Número de semana de aula


11

Tema
PRESCRIÇÃO

Objetivos  Definir o instituto da PRESCRIÇÃO do negócio


jurídico no atual Código civil.
 Reconhecer os elementos fundamentais
da PRESCRIÇÃO.
 Identificar os requisitos e efeitos da
PRESCRIÇÃO no negócio jurídico.
Estrutura de conteúdo Unidade 6 – PRESCRIÇÃO E DECADENCIA

6.1 Distinção e conceito. Teorias


6.2. Prescrição: conceito, elementos, fundamento e
espécies
6.3. Regras gerais
6.4. Impedimento, suspensão e interrupção da
prescriçãoReferências bibliográficas:

Nome do livro: Curso de Direito Civil Parte Geral Vol.1

Nome do autor:

Editora:

Ano:.

Edição:

Nome do capítulo:

N. de páginas do capítulo:

Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo da aula da semana,


cabendo ao professor a dosagem do conteúdo, de acordo com as
condições objetivas e subjetivas de cada turma.

A EXTINÇÃO DOS DIREITOS.


Os direitos extinguem-se quando ocorrer:

Perecimento do objeto sobre o qual recaem, se ele


perder suas qualidades essenciais ou valor
econômico; se se confundir com outro modo
que não possa distinguir (confusão, mistura de
líquidos) se cair em local onde não se pode
mais ser retirado (anel no mar);

Alienação, que é o ato de transferir o objeto de um


patrimônio a outro, havendo perda do direito
para o antigo titular;

Renúncia, que é o ato jurídico pelo qual o titular de


um direito se despoja, sem transferi-lo a quem
quer que seja;

Abandono, que é a intenção do titular de se


desfazer da coisa, porque não quer mais
continuar sendo dono;

Falecimento do titular, sendo o direito


personalíssimo e por isso intransferível;

Abolição de uma instituição jurídica, como


aconteceu com a escravidão;

Confusão, se uma só pessoa se reúnem as


qualidades de credor e de devedor;

Implemento de condição resolutiva;

Prescrição;

Decadência.

PRESCRIÇÃO

CONCEITOS

A doutrina aponta a origem do termo prescrição na


palavra latina praescriptio, derivação do verbo
praescribere, que significa "escrever antes", na lição
de Maria Helena Diniz (2002, v.1:335), remontando às
ações temporárias do direito romano.
Segundo Sílvio Venosa (2003, v. 1:615), para Clóvis
Bevilácqua a "Prescrição é a perda da ação atribuída a
um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em
conseqüência do não-uso delas, durante um
determinado espaço de tempo."

Já Pontes de Miranda leciona, de acordo com Maria


Helena Diniz (2002, v. 1:336), ser a prescrição "... a
exceção, que alguém tem, contra o que não exerceu,
durante certo tempo, que alguma regra jurídica fixa, a
sua pretensão ou ação."

Consoante Caio Mário (1997, v. 1:435), a prescrição é


o modo pelo qual se extingue um direito (não apenas
a ação) pela inércia do titular durante certo lapso de
tempo.

Pelas definições, já se inicia a polêmica em torno do


tema. Para uns a prescrição extingue a ação,
enquanto que outros, direito de ação. A ambos opõe-
se o atributo jurídico adotado hodiernamente em
relação à ação, como sendo um direito subjetivo
público e abstrato, o que implica a não extinção da
ação, tampouco do seu exercício, pois, quando
atendidas as condições da ação, o exercício do direito
de ação, correspondente à obtenção de uma
prestação jurisdicional, é sempre possível, muito
embora possa ser favorável ou contrária ao autor.

Um marco na doutrina brasileira em relação ao tema


foi a contribuição de Agnelo Amorim Filho que, em
meados de 1960, publicou um artigo na Revista dos
Tribunais intitulado Critério Científico para distinguir a
prescrição da decadência (RT 300/8).

Na nova concepção, a prescrição extingue a


pretensão, que é a exigência de subordinação de um
interesse alheio ao interesse próprio. De acordo com o
art.189 do Código Civil de 2002, o direito material
violado dá origem à pretensão, que é deduzida em
juízo por meio da ação. Extinta a pretensão, não há
ação. Portanto, a prescrição extingue a pretensão,
extinguindo também e indiretamente a ação(1) .

Neste trabalho, ele toma por base a classificação dos


direitos desenvolvida por Chiovenda em: direitos
sujeitos a uma obrigação, previstos no Código Alemão
sob a denominação de pretensão, e direitos
potestativos, em que o agente pode influir na esfera
de interesses de terceiro, independentemente da
vontade deste, p. ex., para anular um negócio jurídico.
Os primeiros são defendidos por meio de ação
condenatória, pois a parte contrária deverá se sujeitar
a cumprir uma obrigação; os segundos são protegidos
por ação constitutiva, por meio da qual haverá a
modificação, formação ou extinção de estado jurídico,
independentemente da vontade da parte contrária.

A partir disso, conclui que:

a) As ações condenatórias, correspondentes às


pretensões, possuem prazos prescricionais(2) ;

b) As ações constitutivas, correspondentes aos


direitos potestativos, possuem prazos decadenciais;

c) As ações meramente declaratórias, que só visam


obter certeza jurídica, não estão sujeitas nem à
decadência nem à prescrição, em princípio, sendo
perpétuas, mas sujeitas a prazos decadenciais quando
estes são previstos em lei.

São imprescritíveis as ações constitutivas que não


têm prazo especial fixado em lei, assim como as
ações meramente declaratórias.

Tais conclusões estão de acordo com a melhor


doutrina estrangeira, e vêm sendo acatadas por
grande parte de nossos autores civilistas mais
recentes. Também importantes legislações brasileiras
elaboradas nos últimos anos adotam o raciocínio
desenvolvido por Agnelo, entre eles o novo Código
Civil. O Código de Defesa do Consumidor, elaborado
em 1990, também foi uma das mais importantes leis
que seguiram essas teorias, no tocante ao assunto da
prescrição e da decadência.

ESPÉCIES

1. EXTINTIVA

Como o próprio nome indica, faz desaparecer direitos.

É a prescrição propriamente dita, tratada no novo


Código Civil, na parte geral, aplicada a todos os
direitos.

2. INTERCORRENTE

É a prescrição extintiva que ocorre no decurso do


processo, ou seja, já tendo o autor provocado a tutela
jurisdicional por meio da ação. Obviamente, se autor
utiliza a ação para fugir à prescrição e, já sendo
processada essa ação, o processo ficar paralisado,
sem justa causa, pelo tempo prescricional,
caracterizada está a desídia do autor, a justificar a
incidência da prescrição.

3. AQUISITIVA

Corresponde ao usucapião, previsto no novo Código


Civil, na parte relativa ao direito das coisas, mais
precisamente no tocante aos modos originários de
aquisição do direito de propriedade. Está prevista
também nos arts. 183 e 191 da Constituição Federal
de 1988, continuando restrita a direitos reais.

Nessa espécie, além do tempo e da inércia ou


desinteresse do dono anterior, é necessária a posse
do novo dono.

4. ORDINÁRIA

Aquela cujo prazo é genericamente previsto em lei.

No Código Civil de 1916, a prescrição ordinária era


disciplinada no art. 177, já no Código Civil de 2002 o
prazo genérico encontra-se previsto no art. 205, que
confirmou a tendência de diminuição do prazo
prescricional (de 20, 15 ou 10 anos para 10 anos),
além de acabar com o tratamento diferenciado entre
ações pessoais e ações reais.

5. ESPECIAL

Os prazos prescricionais são pontualmente previstos.

No Código Civil de 1916, a prescrição especial era


tratada pelo art. 178, que muito embora se referisse
expressamente à prescrição, continha alguns casos de
decadência. Por sua vez o Código Civil de 2002
disciplina a prescrição especial no art. 206,
merecendo destaque o prazo prescricional de três
anos (§ 3°) relativo à pretensão de ressarcimento de
enriquecimento sem causa (inciso IV) e à pretensão
de reparação civil (inciso V).

ALEGAÇÃO DA PRESCRIÇÃO

A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de


jurisdição pela parte a quem aproveita, conforme
dispõe o art. 193 do Código Civil de 2002. Logo,
poderá ser argüida em qualquer fase, na segunda ou
primeira instância, mesmo que não levantada na
contestação. Porém, se não alegar de imediato, ao réu
não caberá honorários advocatícios em seu favor, ex
vi art. 22 do Código de Processo Civil.

A regra geral comporta exceções. Na fase de


liquidação da sentença é inadmissível a alegação de
prescrição, que deve ser objeto de deliberação se
argüida na fase cognitiva do processo. A prevista no
art. 741, inciso VI, do Código de Processo Civil, que
pode ser alegada mesmo na fase de execução, é a
prescrição superveniente à sentença. Tampouco é
admissível a alegação em sede de recurso especial ou
extraordinário, ou em ação rescisória, se não foi
suscitada na instância ordinária por total falta de
prequestionamento.

A prescrição só poderá era argüida pelas partes,


exceto se for reconhecida no interesse de
absolutamente incapazes(3) , quando poderá fazê-lo o
juiz, de ofício. O ministério público, em nome do
incapaz ou dos interesses que tutela, e o curador da
lide, em favor do curatelado, ou o curador especial,
também poderão invocar a prescrição. Entretanto o
ministério público não poderá argüi-la, em se tratando
de interesse patrimonial, quando atuar como fiscal da
lei(4) .

IMPEDIMENTO, SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO

As causas que impedem ou suspendem estão


elecandas nos arts. 197 a 201 e as que interrompem
nos arts. 202 a 204, todos do Código Civil de 2002. E
aplicam-se tanto à prescrição extintiva, quanto à
aquisitiva.

Discute-se se estes prazos são taxativos ou


enunciativos. A maioria entende serem enunciativos,
pois a força maior, o caso fortuito e a negligência
judicial não podem interferir prejudicando o direito de
outrem, tais como o preso por inundação que não
propõe a ação a contento, a desídia do escrivão.

IMPEDIMENTO E SUSPENSÃO

Ambos fazem cessar, temporariamente, o curso da


prescrição. Uma vez desaparecida a causa de
impedimento ou da suspensão, a prescrição retoma
seu curso normal, computado o tempo anteriormente
decorrido, se este existiu.

Nos casos de impedimento, mantém-se o prazo


prescricional íntegro, pelo tempo de duração do
impedimento, para que seu curso somente tenha
início com o término da causa impeditiva. Nos casos
de suspensão, nos quais a causa é superveniente ao
início do decurso do prazo prescricional, uma vez
desaparecida esta, o prazo prescricional retoma seu
curso normal, computando-se o tempo verificado
antes da prescrição.

O estatuto civil não faz distinção entre impedimento e


suspensão, que é feita pela doutrina. Ou preexiste ao
vencimento da obrigação o obstáculo ao início do
curso prescricional, e o caso será de impedimento, ou
se esse obstáculo surge após o vencimento da
obrigação e durante a fluência do prazo, ocorrendo
nessa hipótese a suspensão da prescrição.

Certas pessoas, por sua condição ou situação fática,


estão impedidas de agir.

Segundo o art. 197 do Código Civil de 2002, não corre


a prescrição entre cônjuges na constância da
sociedade conjugal; entre ascendentes e
descendentes, durante o poder familiar; entre
tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores,
durante a tutela ou curatela. Estão presentes a
confiança e a amizade.

Não corre a prescrição, ainda, contra todos na


condição suspensiva, estando o prazo ainda vencido,
pendendo evicção, conforme o art. 199 do Código Civil
de 2002.

INTERRUPÇÃO

Em relação à interrupção da prescrição, que se dará


apenas uma única vez, de acordo com o art. 202 do
Código Civil de 2002, quando houver qualquer
comportamento ativo do credor, destacando-se que a
citação válida interrompe a prescrição, não mais se
considerando interrompida a partir da propositura da
ação, mas sim retroagindo ao despacho do juiz que
ordenar a citação.

Tal modificação acabou com a alegação de prescrição


intercorrente quando na demora da citação quando a
própria parte não dera causa. Portanto agora, o
simples despacho, ou como muitos entendem à luz do
art. 219, § 1º do Código de Processo Civil, a
distribuição protocolar, é suficiente para interromper a
prescrição.

Agora, se o juiz demora a despachar a inicial e


operara-se a prescrição, não poderá ser alegada,
conforme súmula 106 do STJ. A opção do art. 202,
parágrafo único, do Código Civil de 2002, quando
possível, será verificada em favor do devedor.

PRESCRIÇÃO EM FACE DA FAZENDA PÚBLICA.

A prescrição para cobrança dos créditos ativos da


Fazenda Pública, frente ao particular, a que também
se submetem quaisquer direitos e ações, inclusive de
titularidade de entidades paraestatais, tem sido
invocada com base no Decreto nº. 20.910, de 6 de
janeiro de 1932, verbis, cuja incidência foi estendida
para alcançar fundações e outros entes, pelo Decreto-
Lei nº. 4.597/42:

"As dívidas passivas da União, dos Estados e


dos Municípios, bem assim todo e qualquer
direito ou ação contra a Fazenda Federal,
estadual ou municipal , seja qual for sua
natureza, prescrevem em 5 (cinco) anos,
contados da data do ato ou fato do qual se
originarem."

Controvertem renomados juristas, a respeito do tema,


considerando ora a imprescritibilidade dessas ações,
com fundamento no artigo 37, § 5º., da Constituição
Federal de 1998, ora admitindo a regra geral do artigo
177, Código Civil Brasileiro, dispondo sobre prescrição
vintenária para ações pessoais e decenal para as
ações reais, ora, invocando o princípio da isonomia,
considerando a prescrição qüinqüenal das dívidas
passivas da Fazenda Pública exigível contra esta.

PRESCRIÇÃO NO CÓDIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR

Os prazos prescricionais referem-se à pretensão à


reparação pelos danos causados por fato do produto
ou do serviço prevista no mesmo CDC.

Esclarece Arruda Alvim (Código Do Consumidor


Comentado; 2. ED. rev. e ampl.; Revista dos Tribunais;
1995): "O objeto da reclamação é substancialmente
diferente do pedido de reparação de danos." A
reclamação é exclusiva do vício, a reparação se
prende as perdas e danos, fato do produto ou do
serviço.

Fato do produto é todo e qualquer dano, podendo este


ser oriundo de um vício, que, por sua vez traz em si,
intrínseco, uma potencialidade para produzir dano.
Assim, caso o vício não cause dano, correrá para o
consumidor o prazo decadencial, para que proceda a
reclamação, vindo a causar dano (hipóteses do art.
12), deve se ter em mente o prazo qüinqüenal,
sempre que se quiser pleitear indenização.

A posição de alguns doutrinadores estudados é no


sentido de que se o consumidor tiver sido prejudicado,
poderá haver perdas e danos (além da reclamação
pelo vício) e estas, apesar de originadas no próprio
vício do produto ou do serviço, não necessitam
integrar a reclamação, ficando sujeitas o prazo
prescricional fixado, em lei para estas, pois se
constituem as perdas e os danos, em sentido lato, o
fato do produto ou serviço, abrangendo o que o
consumidor perdeu e o que deixou de ganhar em
razão do vício

Arruda Alvim (Código Do Consumidor Comentado; 2.


ED. rev. e ampl.; Revista dos Tribunais; 1995)
esclarece, no entanto, que: não há diferença entre os
danos advindos de vício do produto e o fato do
produto. A interpretação diversa, ainda segundo ele,
levaria a entender que a indenização pelo vício,
restaria à margem das leis de consumo, e que sua
prescrição se regeria pelo direito comum (15 dias CC,
10 dias Ccom havendo rescisão, ou 20 por ação
pessoal, no caso de não se dar a rescisão contratual).
Continua: "O vício do produto ou do serviço e sua
sanação recebe um tratamento jurídico que não é
dispensado ao dano; este importa em fato do produto
ou do serviço. Nada obsta a que um produto ou
serviço seja viciado e que, este vício ocasione
prejuízo, devendo este ser considerado como fato."

Entendemos a propósito dessa discussão que fazer


esta distinção entre fato do produto ou serviço e dano
decorrente do vício é supérflua até mesmo para negá-
la. Qualquer perda ou dano implica em fato do
produto ou do serviço, que vem a ser precisamente o
dano resultante do vício.

William Santos Ferreira (Prescrição e Decadência no


Código de Defesa do Consumidor, Revista de Direito
do Consumidor, n 10, p 77 a 96, abril/junho, 1994), faz
observação relevante ao observar que quando
falamos do direito à incolumidade física-psíquica do
consumidor falamos de direito não sujeito à
decadência. Temos então que a prescrição tem início
com o nascimento da pretensão. Da lesão ou violação
de um direito faz nascer a ação. Ora, o direito a vida,
segurança, saúde nunca deixaram de existir, ao haver
o dano, este implica em direito resistido, enseja ação
e enseja também a prescrição decorrente.

Termo Inicial

A partir do momento do conhecimento do dano ou de


sua autoria. Isto é, a partir do momento em que se
conheça o dano e possa-se relacioná-lo com o defeito
do produto ou do serviço. Conhecimento dos efeitos
do dano, não é conhecimento do dano, necessário que
o consumidor tenha consciência de que aquilo que
observa é, de fato, um dano, já que tal ilação pode
não ser imediata em todos os casos.

Quanto à identificação do autor, o comerciante é


responsável subsidiário. Inexistindo informação sobre
fabricante, construtor, produtor ou importador, bem
como quando o fato se deve exclusivamente ao
comerciante. será diretamente responsável nos casos
previstos no art. 13. Nada impede que o consumidor
descobrindo demais fornecedores, venha ajuizar ação
já que só a contar deste conhecimento individualizado
terá início o prazo prescricional. Poderá o consumidor
demandar um ou mais dentre os responsáveis
(solidariedade legal). A propositura de ação contra um
não libera os demais. Liberação que só ocorre se
houver o pagamento integral.

No ajuizamento de ações coletivas: a citação válida


interrompe a prescrição, que correrá novamente
apenas da intimação da sentença condenatória, esta
interrupção aproveita ao consumidor individualmente
no ajuizamento da ação singular.
. Causas Impeditivas, Suspensivas e
Interruptivas

O parágrafo único prevendo interrupção foi vetado.


Regerá portanto a matéria a disciplina do art. 172 e
ss. do Código Civil, fonte subsidiária do Direito do
Consumidor.

Recursos físicos
O professor poderá utilizar-se de:

apresentação de filmes ou filmetes

retroprojetor

data show

quadro e pincel

Aplicação prática e teórica Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental


importância para a reflexão teórica envolvendo a
compreensão necessária de que o direito, para ser
entendido e estudado enquanto fenômeno cultural e
humano, precisa ser tomado enquanto sistema
disciplinador de relações de poder, a partir da
metodologia utilizada em sala com a aplicação dos
casos concretos, a saber:

Caso concreto (1):

Em julho de 2000, o veículo de João estava


estacionado corretamente na margem
direita de uma tranqüila rua de sua cidade,
quando foi abalroado por um caminhão em
alta velocidade e cujo motorista estava
alcoolizado. Na época, estava em vigência o
Código Civil de 1916, que estipulava um
prazo prescricional de vinte (20) anos para
pleitear tal indenização (art. 177 do
CC/1916).

O atual Código Civil – que entrou em


vigência em janeiro de 2003 – diminuiu tal
prazo para três (3) anos (art. 206 § 3.°, V).

Levando-se em conta que João ainda não


intentou a competente ação, pergunta-se:

Em que ano estará consumada a prescrição


da pretensão de João para cobrar tal dívida?
Justifique.

Caso concreto (2)

Roberto completará dezoito anos em maio


de 2006. Seu pai foi condenado a pagar-lhe
alimentos em fevereiro de 1995, mas nunca
pagou nem sequer uma parcela. Roberto
aciona seu pai em março de 2006, visando a
forçar o adimplemento de todas as
prestações vencidas.

Diante disso, poderão ser cobradas todas as


parcelas vencidas do seu pai, mesmo tendo
em vista o longo tempo transcorrido?
Justifique.
Título
DIREITO CIVIL I

Número de aulas por semana


1

Número de semana de aula


12

Tema
DECADENCIA

Objetivos • Conceituar, distinguir e analisar os


elementos da decadência.
• Reconhecer as características, espécies,
causas e efeitos da decadência nos
negócios jurídicos.
• Identificar as características
relacionadas ao instituto da decadência no
atual Código Civil.
• Elencar os prazos decadenciais.
• Diferenciar a decadência do instituto da
prescrição.
Reconhecer os casos de aplicação da decadência no
Código de Defesa do Consumidor
Estrutura de conteúdo DECADÊNCIA
1. Conceito. Teorias
2. Decadência: conceito, elementos,
fundamento e espécies
3. Regras gerais
4. Prazos de decadência
5. Decadência no Código de Defesa do
Consumidor
6. Distinção entre prescrição e decadência.

Nome do livro: Introdução ao Direito Civil


Nome do autor: Editora: Forense
Ano: 2007.
Edição: 19a
Nome do capítulo: Prescrição e Decadência
N. de páginas do capítulo:13
Abaixo sugerimos um roteiro de
apresentação de conteúdos com algumas
dicas ao professor:

DECADÊNCIA.
A origem da palavra decadência vem do verbo latino
cadere, que significa cair.

A decadência atinge diretamente o direito em razão


também da desídia do titular durante certo lapso
temporal. Portanto, a decadência é a extinção do
direito pela inércia do titular, quando a eficácia
desse direito estava originalmente subordinada ao
exercício dentro de determinado prazo, que se
esgotou, sem o respectivo exercício. O tempo age,
no caso de decadência, como um requisito do ato.

O objeto da decadência, portanto, é o direito que


nasce, por vontade da lei ou do homem, subordinado
à condição de seu exercício em limitado lapso de
tempo.

A decadência está relacionada aos direitos que são


objetos de ações constitutivas.

O Código Civil de 2002 aborda expressamente a


decadência, nos arts. 178, 179, e 207 a 211, ao
contrário do Código Civil de 1916.

Assim como a prescrição, pode ser argüida tanto por


via de ação como por meio de de exceção ou defesa.

As normas de suspensão, impedimento e interrupção


não são aplicáveis à decadência, que envolve prazos
fatais, peremptórios, salvo disposição em contrário,
como a exceção encontrada no art. 26, § 2°, do
Código de Defesa do Consumidor.

A decadência, também chamada caducidade, vem a


ser a perda do próprio direito material em razão do
decurso do tempo. A decadência importa o
desaparecimento, a extinção de um direito pelo fato
de seu titular não exercê-lo durante um prazo
estipulado na lei. É a extinção do direito pela inação
de seu titular que deixa escoar o prazo legal ou
voluntariamente fixado para o seu exercício.

Perdido o prazo, perdido estará o direito. Enquanto


na prescrição ocorre a perda do direito de exercitar
uma ação ou, como vem desenvolvendo a doutrina
mais moderna, a perda de uma pretensão, a
decadência importa a perda do próprio direito
material. Importante notar que a decadência não
admite suspensão ou interrupção. O prazo
decadencial é fatal. O fundamento da decadência é o
mesmo da prescrição: a segurança nas relações
jurídicas. Outra distinção entre prescrição e
decadência reside no fato de que a prescrição deve
ser alegada pelo interessado, para produzir efeitos
judiciais, ao passo que a decadência pode ser
declarada ex officio (de ofício) pelo juiz. Um exemplo
singelo de decadência é o seguinte: a concessão de
um prazo para pagamento à vista de uma obrigação
com direito a desconto; exercido o direito em tempo
hábil, haverá o benefício do desconto, caso
contrário, ocorrerá a caducidade do próprio direito.
Outro exemplo de decadência é o previsto no Art.
173 do CTN.

Outro exemplo de decadência junto ao direito


positivo é o do Art. 103 do CP:

Art. 103 - Salvo disposição expressa em


contrário, o ofendido decai do direito de
queixa ou de representação se não o
exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses,
contado do dia em que veio a saber quem é
o autor do crime, ou, no caso do § 3º do
Art. 100 deste Código, do dia em que se
esgota o prazo para oferecimento da
denúncia.

Como se vê, relaciona-se a decadência com os


direitos cujo exercício se acha limitado no tempo, de
tal forma que, ou se exercem dentro do prazo legal
ou desaparecem. O objeto da decadência, repita-se,
é o próprio direito material, cujo exercício se
encontra, desde seu nascimento, limitado no tempo.

O prazo de decadência, uma vez iniciado, segue


continuadamente, até seu final, inadmitidas a
suspensão ou a interrupção, ao passo que o prazo de
prescrição comporta suspensão ou interrupção. Por
outro lado ocorre na decadência como na prescrição
a não oponibilidade a absolutamente incapazes. (Art.
3º, CC e Art. 198, I, CC).

O objeto da decadência é o direito que, por


determinação legal ou por vontade humana, está
subordinado à condição de exercício em certo espaço
de tempo, sob pena de caducidade.

A jurisprudência e a doutrina vinham entendendo


como prazos de decadência os seguintes:

- 1 ano de doador revogar a doação (art.559);

- 120 dias para exercer o direito de impetrar


mandado de segurança. Etc...

Porém, no novo Código Civil, os prazos decadênciais


e prescricionais estão melhores destacados em seus
artigos, facilitando o entendimento nas questões de
maior disputa. Ex. art. 45 parágrafo único, art. 48
parágrafo único, art. 178, art. 501 etc.

ESPÉCIES DE DECADÊNCIA:
1 LEGAL
Quando é prevista em lei, sendo reconhecida de
ofício pelo juiz, ainda que se trate de direitos
patrimoniais; de acordo com o arts. 210 do Código
Civil de 2002.

O prazo decadencial legal é irrenunciável, segundo o


art. 209 do Código Civil de 2002.

2. CONVENCIONAL
Estipulada pelas partes, somente a parte beneficiada
poderá alegá-la, sendo vedado ao juiz de Direito
suprir a alegação da parte, consoante o art. 211 do
Código Civil de 2002.

O prazo decadencial convencional pode ser


renunciado, a teor do art. 209 do Código Civil de
2002, a contrario sensu.

DISTINÇÃO ENTRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA.


Apesar de serem similares, a decadência não se
confunde com a prescrição, embora, à primeira vista,
ante o traço comum do lapso de tempo aliado à
inação do titular, possa parecer que os prazos
prescricionais não se distinguem dos decadenciais.

A prescrição refere-se a perda da possibilidade de se


propor a ação para reclamar direitos, ou seja, a
perda do direito processual, enquanto que a
decadência diz respeito a perda do direito material.
Além disso, diferentes são as características de cada
instituto, pois enquanto a prescrição admite
interrupção e não corre em relação a determinadas
pessoas, a decadência é "fatal", correndo contra
quem quer que seja, não admitindo suspensão,
sequer interrupção.

Temos então que a prescrição não corre contra


certas pessoas e se suspende e se interrompe,
enquanto que o prazo de decadência corre contra
todos e não se suspende, nem se interrompe.

Na verdade para se ter uma noção de prescrição e


decadência é preciso ter uma noção trazida pelo
ilustre doutrinador italiano Chiovenda. Ele fala a
respeito dos direitos de prestação e direitos
potestativos. Em suma, direitos de prestação são
aqueles em que se busca uma sentença
condenatória, onde o juiz condena a parte a
entregar, fazer ou não fazer algo. Ao passo que nos
direitos potestativos o autor busca na prestação
jurisdicional uma sentença constitutiva, ou seja,
onde o juiz irá decidir constituindo ou
desconstituindo uma relação, ou melhor, uma
situação jurídica. Ainda há aquelas ações,
denominadas meramente declaratórias em que se
busca tão somente a declaração da existência ou
inexistência de uma situação jurídica. Até aqui
parece bobagem termos falado nisso porque o
Código Civil de 2002 foi bem claro no que diz tange a
Prescrição e a Decadência: o que estiver contido nos
arts. 205 e 206 será prescrição e o que não estiver,
por exclusão, será decadência. Surge, contudo, o
problema porque a legislação civil vigente no país
não está compilada unicamente no Código Civil e por
vezes essa legislação não deixa clara essa distinção.
É aqui que vamos utilizar a diferenciação, de forma
bem suscinta dos direitos de prestação e direitos
potestativos. Em se tratando de uma ação que
busque uma sentença condenatória, então será
prescrição. Caso a ação vise uma sentença
constitutiva, será portanto alvo de decadência. E por
fim, as ações meramente declaratórias não
prescrevem nem decaem. Se em uma ação buscar
uma sentença condenatória e constitutiva ao mesmo
tempo, como no caso um contrato que o autor pede
para ser rescindido por vício oculto no objeto e na
mesma ação peda a condenação em perdas e danos,
o prazo a ser aplicado é o decadencial. Em se
tratando de uma sentença constitutivo-declaratória
ou declaratória-condenatória, será neste caso o
prazo prescricional e naquele dependerá se o direito
potestativo abarca a decadência.

Hé quem diga que a prescrição é a perda do direito


de ação, enquanto outros afirmam ser a perda do
direito de pretensão. Mas, não obsta a pretensão
uma vez que mesmo que o prazo prescricional já
tenha se esgotado, caso o devedor cumpra a
obrigação não poderá depois pedir a repetição do
indébito, ou seja, pedir que se desfaça o pagamento.
O que a prescrição atinge é a responsabilidade, pois,
esgotado o prazo prescricional o devedor não é mais
responsável judicialmente pela dívida, pagando
somente se assim o desejar, pois até o pagamento
ele estará inadimplente com uma obrigação natural.
A decadência sim atinge o direito diretamente e
assim, após o prazo decadencial, o direito que foi
alvo deste prazo fica prejudicado. Outra diferença, é
que a prescrição pode ser suspensa ou interrompida,
sendo que neste caso uma única vez, enquanto que a
decadência nem interrompe nem suspende. A
prescrição, como foi dito, é de ordem privada e pode
sofrer renúncia, na medida que a decadência por ser
de ordem pública não pode ser alvo de renúncia e
pode ser reconhecida pelo juiz ex officio.

A doutrina e jurisprudência pátrias adotaram


inúmeros métodos para diferenciar os institutos da
prescrição e da decadência, já que ambos envolvem
efeitos do decurso do tempo nas relações jurídicas,
sendo muitas vezes confundidos.

O Código Civil de 1916, ao tratar em setor específico


exclusivamente o tema da prescrição, contribuiu
para a nebulosidade que acostumou acompanhar o
tema, posto que em muitos dos casos previstos no
art. 178, não se tratava de prescrição, mas sim de
decadência.

A seguir serão vistas as principais diferenças entre


ambos os institutos jurídicos.

1º - A decadência começa a correr, como prazo


extintivo, desde o momento em que o direito nasce.
Enquanto a prescrição não tem seu início com o
nascimento do direito, mas a partir de sua violação,
porque é nesse momento que nasce a ação contra a
qual se volta a prescrição.
2º - Diversa é a natureza do direito que se extingue,
pois a decadência supõe um direito que, embora
nascido, não se efetivou por falta de exercício, ao
passo que a prescrição supõe um direito nascido e
efetivo, mas que pereceu por ausência de proteção
pela ação, contra a violação sofrida.

3º - A decadência, como regra geral, não é suspensa


nem interrompida e só é impedida pelo exercício do
direito a ela sujeito. A prescrição pode ser suspensa
ou interrompida pelas causas expressamente
colocadas em lei.

4º - A decadência pode ser fixada pela lei ou pela


vontade das partes bilateralmente ou
unilateralmente. Enquanto a prescrição só se
estabelece por lei.

5º - A decadência legal pode ser reconhecida de


ofício pelo juiz e independe da argüição do
interessado. Porém a prescrição poderá ser
reconhecida de ofício apenas nos casos de interesses
de absolutamente incapazes, conforme art. 194 do
Código Civil de 2002.

6º - A prescrição admite renúncia depois de


consumada, não sendo admitida antes ou no curso
do prazo, porque é instituto de ordem pública,
decorrente da lei(5) , a decadência legal não pode
ser renunciada.

7º - A decadência opera contra todos, salvo contra


absolutamente incapazes, ex vi art. 208 do Código
Civil de 2002, enquanto que a prescrição não opera
para determinadas pessoas elencadas pelo art. 198
do Código Civil de 2002.

O Código Civil de 2002 foi mais prático, ao


determinar serem os prazos de prescrição, apenas e
exclusivamente, os taxativamente discriminados na
Parte Geral, nos arts. 205 (regra geral, prazo de 10
anos) e 206 (regras especiais), sendo de decadência
todos os demais, estabelecidos como complemento
de cada artigo que rege a matéria, tanto na Parte
Geral como na Especial. Essa foi uma das principais
inovações trazidas pelo Código Civil em vigor.

Enfim, para evitar a discussão sobre se a ação


prescreve ou não, adotou-se a tese da prescrição da
pretensão, por ser considerada a mais condizente
com o direito processual contemporâneo, afastando
a possibilidade de envolver o direito subjetivo
público abstrato de ação.

. EXCEÇÕES
A prescritibilidade é a regra, diante dos motivos
anteriormente apresentados.

No entanto, há ações que não são prescritíveis, pois


certas relações jurídicas não se coadunam com os
institutos da prescrição ou da decadência, tais como
o direito de personalidade, a vida, ao nome, a
nacionalidade, as de estado das pessoas (tais como
filiação, cidadania, condição conjugal). Os imóveis
públicos não podem ser adquiridos por usucapião,
logo não são submetidos à prescrição aquisitiva, a
teor dos arts. 183, § 3°, e art. 191, parágrafo único,
da Constituição Federal de 1988.

No estudo da prescrição e da decadência sempre


estão presentes um embate de princípios - o da
justiça e o da segurança jurídica, que devem ser
harmonizados para a efetiva aplicação do
ordenamento jurídico.

Por outro lado, o direito não dá a mesma proteção a


todos os direitos existentes. O ordenamento jurídico
traduz uma escala de valores, que conduz à
classificação de direitos de acordo com a sua
importância, sendo aos mais importantes atribuída
uma proteção maior.

A regra geral de prevalência da segurança jurídica


sucumbe ao princípio da justiça quando estão
violados direitos anteriormente referidos, de modo
que o tempo deve ser desconsiderado. Entendimento
em contrário comprometeria o próprio fim do direito,
alcançado via prescrição e decadência, qual seja, a
resolução de conflitos em prol da pacificação social.
Vale dizer, a sociedade, por exemplo, não aceita que
a violação ao direito à paternidade seja consolidada
por meio do decurso de tempo, o que impediria a
resolução de conflito(6) .

Se fizéssemos um quadro comparativo entre as


diferenças conceituais e seus efeitos dos institutos
da prescrição e da decadência chegaríamos a
seguinte conclusão

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA

Refere-se a prazos para Refere-se a prazos para


exercício de pretensões exercícios de direitos
(prestações de dar, fazer e potestativos (que podem ser
não fazer) exercidos independentemente
da colaboração do sujeito
passivo)

Em termos de tutela As ações constitutivas e


jurídica, as ações desconstitutivas estão sujeitas
condenatórias estão sujeitas à decadência (ex: ação
a prazos prescricionais (ex: anulatória de contrato por erro,
pagamento de indenização) dolo ou coação)

Sofre interrupção, Não sofre, em regra,


impedimento e suspensão interrupção ou suspensão.

Atinge interesses de cunho Cuida de matérias de interesse


patrimonial e que não tem público.
relevância para ordem
pública.

A pergunta que se faz é a seguinte: o fato de juiz


pronunciar a prescrição de ofício significa que a
matéria se tornou de ordem pública?

A segunda pergunta é a seguinte: se a resposta à


primeira questão for positiva, tornando-se a
prescrição matéria de ordem pública, não seria mais
possível a renúncia à prescrição, estando, portanto,
revogado o artigo 191 do Código Civil?

A resposta a ambas às perguntas é negativa.


Primeiramente, cabe diferenciar matéria de ordem
pública de matéria em que há interesse público.

Conforme explica de maneira cristalina HENRIQUE


HERKENHOFF “os juízes não conhecem de ofício
apenas matéria de ordem pública, mas também
aquelas em que há mero interesse público na
proteção de matéria privada (menores, fazenda
pública, direitos indisponíveis), bem como os pedidos
que se consideram implícitos (juros legais, correção
monetária) ou quaisquer outras que o legislador
escolha, segundo sua discricionariedade legislativa”
(e-mail enviado ao autor em 16 de março de 2006).

Assim, a alteração foi apenas programática, para


facilitar aos juízes a extinção de um feito sem a
necessidade de citação, sem a necessidade de
análise de mérito. A extinção é a forma mais rápida
de redução do trabalho que gera a morosidade do
Poder Judiciário.

Há um forte argumento no sentido de que a


renúncia da prescrição não mais produziria efeitos,
ainda que o devedor tivesse se despojado do direito
de invocá-la. Se o juiz a pronuncia de ofício, o
processo seria extinto de imediato, mesmo sem a
citação do devedor, que, portanto, não teria chance
de renunciá-la. Assim,a renúncia não produziria
efeitos.

A proposição tentadora parte de premissa


equivocada. Isso porque renúncia à prescrição é o
ato pelo qual o prescribente se despoja do direito de
invocá-la. Pode ter ela duas modalidades: expressa
ou tácita.

a) expressa: em decorrência de manifestação de


vontade do devedor.

b) tácita: caracteriza-se quando o devedor, ciente


de que a prescrição se consumou, pratica algum ato
ostensivo que envolve reconhecimento do direito
prescrito

Se a renúncia for expressa, e, portanto, o devedor


declara por escrito que não invocará a prescrição,
pode o autor propor a demanda, junta a declaração
com a petição inicial, e não poderá o juiz pronunciá-
la de ofício, pois a renúncia já ocorreu. A demanda
prosseguirá e o mérito será analisado.

Da mesma forma, a renúncia foi tácita e o devedor


espontaneamente pagou dívida prescrita, não haverá
demanda de cobrança e a renúncia terá produzido
todos os seus efeitos.

Colaborando com o debate jurídico, entende FLÁVIO


TARTUCE que se alguém cobrar uma dívida prescrita
o juiz não irá pronunciar de ofício a prescrição, mas
sim determinar a citação do réu para que se
manifeste sobre a renúncia à prescrição. Assim,
continuaria sendo possível a renúncia judicial,
inclusive porque se trata de um exercício da
autonomia privada do devedor.

TARTUCE explica, ainda, que no Direito Comparado a


prescrição já é reconhecida de ofício (Itália e
Portugal), mas isso não faz com que a prescrição
seja reconhecida como matéria de ordem pública
naqueles Países por se tratarem de matérias de
cognição privada que podem ser reconhecidas de
ofício (e-mail enviado ao autor em 20 de março de
2003).

Agora, uma certeza continua prevalecendo. O


legislador igualou a prescrição e a decadência
apenas com relação a um de seus efeitos: ambas
podem ser declaradas de ofício pelo juiz.

De resto, nada mudou. Igualar um instituto ao outro


em razão da semelhança de efeitos revela atecnia.
Estaríamos diante de verdadeiro o silogismo barroco:

Premissa 1: o homem tem sangue quente.

Premissa 2: o coelho tem sangue quente.

Conclusão: o homem é coelho.

Outro exemplo de silogismo:

Premissa 1. a decadência será conhecida de ofício


pelo juiz (CC, art. 211).

Premissa 2. a prescrição será conhecida de ofício


pelo juiz (CC, art. 219, §5º).

Conclusão: a decadência é prescrição.

As conclusões são ilógicas! Portanto, o fato de juiz


pronunciar a prescrição de ofício não a transforma
em matéria de ordem pública e nem altera seus
normais efeitos.

Prescrição e decadência eram, são e serão sempre


institutos diferentes e com suas conseqüências
próprias.

PRAZOS DECADENCIAIS NO CDC, SUAS


ESPECIFICIDADES
O CDC nos apresenta alguns prazos, como:

30 dias: para reclamar de vícios aparentes e de fácil


constatação no fornecimento de serviços e produtos
não duráveis. (art. 26, I)

90 dias: na mesma hipótese para serviços e produtos


duráveis. (art. 26, II)

Quando se fala em decadência, muitos doutrinadores


observam que o disposto no caput do artigo 26 do
CDC não é claro no que tange à expressão "direito de
reclamar", o que enseja discussões acerca do sentido
da norma: se esta diz respeito à "reclamação" em
âmbito judicial, ou meramente perante o fornecedor
ou, ainda, a algum órgão de defesa do consumidor.
Tendo em vista o conteúdo extensivo das normas
consumeristas, seu espírito de favorecimento ao
consumidor e observando o disposto no inciso I do §
2º do referido artigo [06], entendemos que o caput
se refere ao direito de reclamar judicialmente, visão
esta respaldada por Cláudia Lima Marques.

A data inicial para contagem do prazo de reclamação


também é controversa, mas coerente com o espírito
do CDC, que dá ao juiz margem para interpretações
favoráveis ao consumidor, cabendo, assim, ao
magistrado determiná-la, de acordo com a natureza
do produto ou serviço e visando sempre sua
finalidade social.

PRAZOS PARA RECLAMAÇÃO

O CDC utiliza dois critérios para a fixação do prazo


de reclamação: a facilidade de constatação do vício
(oculto ou aparente) e a durabilidade do serviço ou
produto.

O inciso I do artigo 26, estabelece o prazo de trinta


dias para produtos e serviços não-duráveis, tais
como alimentos, no caso de produtos, e de
organização de festas, no caso de serviços. Já o
inciso II, coloca o prazo de noventa dias para
reclamações referentes a produtos duráveis
(eletrodomésticos, veículos, máquinas, imóveis etc)
e serviços duráveis (temos como exemplo aqueles
que se renovam ou que são cobrados
periodicamente, como televisão por assinatura,
assinatura de revistas e serviços bancários, entre
outros). Os §§´s 1º e 3º do referido artigo
estabelecem que os prazos de trinta e noventa dias
são os mesmos para vícios aparentes ou ocultos,
pois regem-se pela durabilidade do serviço ou
produto. Entretanto, a contagem desses prazos dá-
se a partir da entrega efetiva do produto ou da
execução do serviço no primeiro caso, e da revelação
do defeito, no segundo.

A POLÊMICA DO §2º DO ARTIGO 26: INTERRUPÇÃO,


SUSPENSÃO OU CAUSAS MERAMENTE OBSTATIVAS?

O § 2º do artigo 26 do CDC dispõe que a instauração


de inquérito civil até seu encerramento e a
reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor perante o fornecedor de produtos e
serviços, até resposta negativa transmitida de forma
inequívoca "obstam" a decadência. A utilização dessa
expressão gerou intensa discussão doutrinária, visto
que, tradicionalmente, a decadência não era passível
nem de suspensão, nem de interrupção. Gerou-se
dúvida no sentido de saber se o legislador inovou na
interpretação do instituto ou se inovou com um
terceiro gênero de obstaculização de prazos.

Da discussão, formaram-se três correntes. A


primeira, defendida por Rizzatto Nunes, sustenta
que o referido dispositivo legal não se refere nem à
suspensão, nem à interrupção, afinal, se o legislador
assim quisesse, teria utilizado uma dessas
expressões. Dessa corrente, decorrem duas
interpretações: uma afirma que como a decadência
atinge o direito a ser constituído e a prescrição, a
direito já constituído, nas hipóteses do parágrafo
segundo, o prazo decadencial pararia de correr,
passando a fluir o prazo prescricional, enquanto a
outra interpretação pugna pela aplicação analógica
do regime de suspensão ao de obstaculização. A
segunda corrente afirma que os prazos de 30 e 90
dias dispostos no artigo 26, somam prazos
decadenciais e prescricionais e, portanto, tratar-se-
ia de interrupção, devendo retomar o prazo pelo
saldo. Já a terceira corrente indica que o prazo
disposto no artigo 26 é decadencial, mas que, como
prazos dessa natureza não podem ser suspensos, ou
interrompidos, dever-se ia aplicar, analogicamente, o
artigo 27 do CDC ou a regra geral do artigo 206 do
Código Civil, o que for mais benéfico para o
consumidor. Esta última corrente vem sendo
largamente utilizada na jurisprudência há alguns
anos.

O VETO PRESIDENCIAL AO INCISO II DO § 2º DO


ARTIGO 26 DO CDC

Havia previsão no inciso II, do § 2º do artigo 26, da


possibilidade do consumidor formular, no prazo de
noventa dias, a reclamação pelos vícios dos produtos
e serviços perante entidades privadas e públicas de
defesa do consumidor. Este dispositivo recebeu veto
presidencial sob o fundamento de que ameaçaria a
estabilidade das relações jurídicas, pois atribuiria à
entidade privada função reservada, por sua própria
natureza, aos agentes públicos.

O Superior Tribunal de Justiça, no REsp. nº 65.498-


SP, decidiu que a reclamação formulada pelo
consumidor perante o Procon, sem qualquer
pretensão reparatória, não é causa obstativa da
decadência. No entanto, a nosso ver, entendemos
que esta posição tende a mudar, visto a crescente
atuação e reconhecimento desses órgãos no país —
em função do crescimento e profissionalização do
terceiro setor e do incremento da representatividade
associativa— somados aos princípios da legislação
consumerista, que interpretam sempre
favoravelmente ao consumidor.

INSTITUTOS ASSEMELHADOS
1. PEREMPÇÃO
O instituto processual que extingue somente o
direito de ação é a perempção, decorrente da
contumácia do autor que deu causa a três
arquivamentos sucessivos (art. 268, parágrafo único,
CPC).

Restam conservados o direito material e a


pretensão, que só podem ser opostos em defesa ou
exceção.

2. PRECLUSÃO
É a perda de uma faculdade processual, por não ter
sido exercida no momento próprio, impedindo nova
discussão em questões já decididas, dentro do
mesmo processo.

. DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA NO CÓDIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR
Não há muita diferenciação nos institutos da
prescrição e da decadência tratados pelo direito
consumeirista. O que ocorre é diferenciação de
prazos.

O art. 26 do Código de Defesa do Consumidor trata


dos prazos decadenciais, ao contemplar o direito de
reclamar por vícios aparentes ou ocultos dos
produtos e serviços, que se extingue em 30 dias, se
o produto ou serviço for não durável; e em 90 dias,
se for durável. A durabilidade se relaciona com o
tempo médio de consumo do produto ou serviço.

O termo inicial da decadência, para vícios aparentes,


começa a partir da entrega efetiva do produto ou do
término da execução dos serviços; já para os vícios
ocultos, quando evidenciado o defeito.

Causas suspensivas da decadência, previstas no § 2°


do art. 26 do Código de Defesa do Consumidor são: a
reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor até a resposta negativa do fornecedor e
a instauração de inquérito civil pelo ministério
público, até seu encerramento.

Por sua vez, o art. 27 do Código de Defesa do


Consumidor regula a prescrição nos casos de
responsabilidade por danos, nos acidentes causados
por defeitos do produto ou serviço. O prazo
prescricional é de cinco anos, contados a partir do
conhecimento por parte do consumidor do dano e de
sua autoria.

. DIREITO INTERTEMPORAL
O art. 2.028 das disposições transitórias do Código
Civil de 2002 contém normas que devem ser
aplicadas aos prazos em curso quando da vigência do
estatuto civil em vigor.

Os prazos serão os da lei anterior, quando reduzidos


pelo Código Civil de 2002 e se na data de sua
entrada em vigor houver transcorrido mais da
metade do tempo estabelecido na lei revogada. Caso
contrário, serão aplicados os prazos estabelecidos
pelo Código Civil de 2002.

Recursos físicos Quadro e pincel


Retroprojetor
Data show
Aplicação prática e teórica Os conhecimentos apreendidos serão de
fundamental importância para a reflexão teórica
envolvendo a compreensão necessária de que o
direito, para ser entendido e estudado enquanto
fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado
enquanto sistema disciplinador de relações de
poder, a partir da metodologia utilizada em sala
com a aplicação dos casos concretos, a saber:

___ CASO CONCRETO 1


1. Ana Maria comprou um produto na loja de João
Ricardo. Ao utilizar o produto, percebeu que o
mesmo apresentava defeito. Acontece que estava
entrando de férias, com viagem marcada para
ficar 30 dias em um cruzeiro pelo Caribe. Dois
dias depois de retornar da viagem, procurou a
loja para reclamar e ouviu do balconista que não
teria mais direito em razão deste haver decaído.
Inconformada procura seu escritório de advocacia
e formula as seguintes perguntas:
a) O que é um prazo decadencial?
b) Como se deve proceder para não perder o
direito pela decadência em caso de direito
do consumidor?
c) Qual a diferença entre decadência e
prescrição?

CASO CONCRETO 2

Antonio Renato de Araújo Bacamarte, aluno do


curso de Direito, na cidade de Ourinhos/SP, acaba
de ter sua primeira aula de Direito Civil sobre o
assunto prescrição e decadência. Assim que fica
sabendo da feliz notícia, seu avô, o velho coronel
Tião Bacamarte, resolve promover uma sabatina
com o neto e faz-lhe as seguintes perguntas:

a) É possível se transformar um prazo


prescricional em decadencial?

b) Como ficam as regras da prescrição neste


caso?
CASO CONCRETO 3

A profa. Salete Marques de Araujo colocou os


seguintes exemplos no quadro :
1. Maria entrou com ação na Justiça para que
João lhe pague R$1.500,00 que ela lhe
emprestara.
2. A Cia de Navegação Novos Rumos está
acionado na Justiça o estofador Mário Espinosa
para que este acabe de reformar o estofamento
das poltronas do teatro do navio A Rota II.
3. Dr. João Caríssimo entrou na Justiça pedindo a
anulação do contrato de compra e venda de sua
mansão, pois descobriu que o adquirente é menor
de 16 anos e assinou sózinho toda a
documentação.
4. Ao receber em casa uma TV LDC de 68
polegadas, José da Silva descobriu que o
comprador era um homônimo. Devolveu o
produto, mas está sendo cobrado, por isso entrou
com uma ação declaratória de inexistência de
relação jurídica em face da loja de
eletrodomésticos.
A seguir, a profa. Pediu aos seus alunos:
- Indiquem quais são os casos em que os
prazos relativos são prescricionais e os
decadenciais, justificando:
QUESTÕES OBJETIVAS

A RESPEITO DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA, É CORRETO AFIRMAR:


a) Prescreve em dez anos a cobrança de dívidas
líquidas constantes de instrumento público ou
particular.
b) No contrato regularmente formalizado por
escrito, as partes podem renunciar a decadência
fixada em lei.
c) Se a decadência for convencional, a parte a
quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau
de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a
alegação.
d) A alteração do prazo prescricional por acordo
das partes só terá validade se comprovada nos
autos por instrumento público ou particular.
e) A prescrição iniciada contra uma pessoa cessa
com a sua morte, iniciando-se novo prazo em
relação ao seu sucessor.

De acordo com o Código Civil brasileiro, com


relação à prescrição e à decadência, é correto
afirmar:
a) A prescrição iniciada contra uma pessoa não
continua a correr contra o seu sucessor.
b) Prescreve em três anos a pretensão de
restituição dos lucros ou dividendos recebidos de
má-fé, correndo o prazo da data em que foi
deliberada a distribuição.
c) A interrupção da prescrição, em regra, poderá
ocorrer quantas vezes forem necessárias.
d) É defesa, em qualquer hipótese, a renúncia
tácita da prescrição, por expressa determinação
legal.
e) Salvo disposição legal em contrário, em regra,
aplicam-se à decadência as normas que
impedem, suspendem ou interrompem a
prescriçã
Título
DIREITO CIVIL I

Número de aulas por semana


1

Número de semana de aula


13

Tema
ATOS ILÍCITOS

Objetivos • Conceituar, distinguir e analisar os elementos


dos atos ilícitos.

• Reconhecer as características, espécies,


causas e efeitos dos atos ilícitos nos negócios
jurídicos.

• Identificar as características relacionadas à


Teoria do Risco.

Estrutura de conteúdo ATOS ILÍCITOS.

a) Generalidades.

b) Elementos.

c) Teoria do risco.

d)

Nome do livro: Introdução ao Direito Civil

Nome do autor:

Editora:

Ano:.

Edição:

Nome do capítulo: Atos ilícitos

N. de páginas do capítulo:

Abaixo sugerimos um roteiro de apresentação


de conteúdos com algumas dicas ao professor:

DOS ATOS ILÍCITOS


Prof. Eduardo Silva Alves

Quando conceituamos os fatos jurídicos,


vimos que a segunda espécie deles era a das ações humanas,
as quais se desdobravam em duas categorias: 1ª) o efeito
jurídico resulta da vontade do agente, como nos contratos, no
testamento, na quitação - caso em que tomam o nome especial
do ato jurídico; 2ª) o efeito do ato jurídico independe da
vontade do agente, embora resulte de ação, ou omissão
voluntária sua, caso em que temos os atos ilícitos.

Ato ilícito é a ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência de alguém, que ofende direito, ou
causa prejuízo a outrem.

Três são os elementos que configuram o


ato ilícito:

1º) é preciso que o fato lesivo seja


voluntário, ou imputável ao agente por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência;

2º) a existência de dano, que deve ser


patrimonial. O dano moral só é ressarcível quando produza
reflexos de natureza econômica;

3º) relação de causalidade entre o dano e o


comportamento do agente, que conhecemos pelo nome de
nexo de causalidade.

São necessárias duas espécies de


condições para que se dê o ato ilícito: objetivas e subjetivas.

As condições objetivas são: uma ação ou


omissão do agente; ação ou omissão essas que sejam
causadoras diretas da violação do direito alheio, ou de prejuízo
a outrem; que sejam ofensivas ao patrimônio alheio, isto é,
danosas a este patrimônio.

As condições subjetivas são: que a ação


ilícita seja determinada pelo dolo, isto é, pela intenção de
ofender o direito, ou prejudicar a alguém; ou pela culpa, isto é,
pela imprudência ou negligência, de que resulta o prejuízo.

A culpa, seguindo o raciocínio, divide-se


em duas espécies: ou é contratual, se o dever violado funda-se
em contrato; ou é extracontratual, também chamada aquiliana,
se esse dever se funda no princípio geral de ordem social que
obriga a respeitar o alheio.

Além da distinção entre culpa contratual e


aquiliana, a doutrina reconhece ainda outras modalidades de
culpa, tais como:

a) Culpa in eligendo, é aquela proveniente


da má escolha de um representante ou preposto, como por
exemplo, a pessoa admitir ou manter a seu serviço um
empregado sem as aptidões necessárias ao trabalho que lhe é
confiado;

b) Culpa in vigilando, é a oriunda de falta


de fiscalização por parte do empregador, quer com respeito
aos empregados, quer com respeito à própria coisa, como, por
exemplo, o proprietário de uma empresa de transporte que não
fiscaliza convenientemente a atuação de seus motoristas, ou
permite o tráfego de veículos imprestáveis e que, por isso,
ocasiona acidentes. A culpa in vigilando é que justifica,
também a responsabilidade dos pais por danos causados por
filhos menores;

c) Culpa in committendo caracteriza-se


quando o agente pratica ato positivo ( imprudência );

d) In omittendo é a culpa decorrente de


abstenção, como, por exemplo, o agente deixa de praticar ato
necessário ( negligência );
e) Culpa in custodiendo é a falta de
atenção ou de cuidados sobre alguma pessoa, coisa ou animal
que esteja sob a guarda ou cuidados do agente;

f) Culpa in concreto dá-se quando o


agente deixa de atender a certas diligências necessárias às
próprias coisas;

g) Culpa in abstrato quando o agente falta


com a atenção que natural e comumente deve dispensar na
administração de seus negócios.

A consequência jurídica do ato ilícito é


obrigar o seu autor a reparar o dano causado.

Concretizando isso, é que o nosso CC


dispõe em seu art. 159: “Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano...”

O fundamento da responsabilidade civil é,


portanto, a culpa, mas tomada esta palavra no seu duplo
sentido, que se compreende nas expressões ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência.

Em verdade a culpa pode ser tomada em


dois sentidos: no sentido amplo, compreendendo o dolo; e no
sentido estrito, compreendendo somente a negligência, a
imprudência, a imperícia.

Quanto à responsabilidade ela pode


aparecer sob três aspectos:

1) responsabilidade por fato próprio é


quando se estabelece o nexo causal entre o agente e o dano;

2) responsabilidade por fato de terceiros é


quando incumbe a alguém que não cometeu o dano, repará-lo.
Isto ocorre em virtude de vínculo jurídico especial que
chamamos de responsabilidade objetiva. Como exemplo temos
filho e pai; empregado e patrão; ou funcionário público e
Estado.

3) responsabilidade pelo fato das coisas é


quando o dano é causado por coisa ou animal, cuja guarda ou
vigilância estava imposta a alguém. Por exemplo, dirigir carro
alheio e causar dano a outrem, quem responderá pelo dano é o
proprietário do carro; ou ainda o cão morder alguém.

Nosso CC adotou a chamada teoria da


responsabilidade subjetiva ou culposa, também conhecida por
doutrina clássica.

A essa teoria da responsabilidade


subjetiva ou culposa, opõem-se muitos mestres com fulcro na
teoria da responsabilidade objetiva, do risco ou sem culpa.

Segunda ela, a responsabilidade civil e o


consequente dever de indenização decorem simplesmente do
fato danoso, sem se verificar se houve culpa ou não do agente.

A teoria da responsabilidade civil sem


culpa desdobra-se em duas modalidades principais: a teoria do
risco profissional ou do risco criado e a teoria do dano
objetivo, da culpa objetiva ou da culpa ex re ipsa.

As críticas e ataques que se fazem a essa


teoria demonstram a sua inadaptabilidade ao direito moderno,
principalmente pelo fato de conter extremas consequências.

Ela levaria a cada um a convicção da


inutilidade de qualquer esforço para não causar prejuízos a
outrem e essa consequência, além de golpear implacavelmente
os sentimentos de moral e de justiça de que se nutre o
sentimento do direito, seria desastrosa do ponto de vista de
segurança do comércio jurídico, que tem na lealdade e na boa
vontade dos homens uma de suas garantias mais preciosas.
Continuando, como vimos, foi
estabelecido o conceito de ato ilícito e aqui vamos verificar que
não constituem atos ilícitos aqueles que, embora causando
prejuízo a outrem, foram praticados: I- em legítima defesa; II-
em estado de necessidade; III- no exercício regular do direito.

Neste ponto o direito civil aproxima-se


intimamente do direito penal, tão intimamente que serão
comuns os subsídios doutrinários para o esclarecimento da
matéria. Verificam-se mais uma vez, os pontos de contato entre
o direito público e o direito privado, revelando o caráter uno do
direito como fenômeno social.

Dispõe o Código Penal Brasileiro, em


perfeita consonância com o CC, o seguinte:

“Art. 23: Não há crime quando o agente


pratica o fato:

I- Em estado de necessidade;

II- Em legítima defesa;

III- Em estrito cumprimento de dever legal


ou no exercício regular de direito”.

Nestas três situações indicadas não


haverá ato ilícito, nem crime. Vamos observá-las
separadamente:

I- Legítima defesa é um direito que emana


diretamente da própria personalidade e que isenta de
responsabilidade civil e de crime, guardadas as condições de
legitimidade.

Entende-se em legítima defesa quem,


usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem ( art. 25
CP ), salvo os casos especificados em lei;

II- Estado de necessidade é o que leva à


deteriorização ou destruição da coisa alheia, a fim de remover
perigo iminente.

São condições de legitimidade para esse


ato:

a) ser o ato absolutamente exigido pelas


circunstâncias;

b) não exceder os limites do indispensável


para remover o perigo, seja da vida, da honra, do bem
econômico.

Com tais requisitos, a ação da pessoa em


estado de necessidade não será ato ilícito.

Tanto nessa hipótese, do estado de


necessidade, como na de legítima defesa, não haverá a
responsabilidade civil por ato ilícito, mas poderá haver a
obrigação de indenizar o dano causado, por força da própria lei
e nos casos que ela indica.

Como exemplos da lei indicando o


ressarcimento do dano causado temos o art. 1.519 CC, se o
dono da coisa não for o culpado do perigo. E em seu parágrafo
único, em idêntica hipótese, o que agiu em legítima defesa
deverá indenizar o dano causado. Ainda, o art. 1.540 CC, em
que se manda indenizar os prejuízos decorrentes de morte ou
da lesão, quando a vítima seja um terceiro e não o agressor.

III- Exercício regular de direito é a


realização do seu destino próprio. A ninguém ofende quem se
mantêm dentro da ordem jurídica.

Quem tem um direito pode exercê-lo


livremente, desde que o faça dentro de certos limites que não
excedam o conteúdo do próprio direito, ou que não revele
intenções prejudiciais a outrem.

A distinção entre legítima defesa e estado


de necessidade é que na legítima defesa acontece uma reação
do ofendido e o perigo surge de injusta agressão; já o estado
de necessidade é um ataque e o perigo surge de
acontecimento fortuito.

Nessas condições, não será ato ilícito o


que for praticado por alguém, ainda que dele resulte prejuízo a
outrem.

Veja o que diz o art. 160 CC:

“Não constituem atos ilícitos:

I- Os praticados em legítima defesa ou no


exercício regular de um direito reconhecido;

II- A deteriorização ou destruição da coisa


alheia, a fim de remover perigo iminente ( arts. 1.519 e 1.520 );

§ Único- Neste último caso, o ato será


legítimo, somente quando as circunstâncias o tornarem
absolutamente necessário, não excedendo os limites do
indispensável para a remoção do perigo”.

Embasados neste artigo encontramos a


figura da exclusão da ilicitude, onde a lesão a direito alheio
pode ser lícita se ela se justifica por motivo legítimo.

Estabelecendo o Código, como vimos, que


não constitui ato ilícito o praticado no exercício regular de um
direito reconhecido, admitiu, a contrário sensu que será ato
ilícito o que for praticado sem ser no exercício regular de um
direito reconhecido.
Ultrapassados os limites do exercício
regular do direito, aparece o que se chama abuso de direito,
que é ato ilícito. O exercício anormal do direito é abusivo.

Recursos físicos
Retroprojetor

Slides através de data show

Utilização do quadro e pincel sempre que necessário

Aplicação prática e teórica

Caso concreto (1)

Antônio viajava à noite, em seu automóvel, para


a sua cidade natal, pela rodovia privatizada e
administrada pela concessionária “CLX”,
quando, repentinamente, surgiu à sua frente
um cavalo na pista. Não conseguindo desviar do
animal, Antônio o atropelou e o automóvel saiu
da pista, chocando-se contra uma árvore e
ficando completamente destruído. Antônio saiu
ileso do acidente.

O dono do animal ainda não foi identificado


porque o cavalo não tinha marca e porque há
diversos sítios e pequenas propriedades rurais
na região. Antônio quer saber se cabe ação
indenizatória e, se couber, contra quem deverá
ser proposta. Além disso, quer saber também
quais os danos que podem ser objeto dessa
eventual indenização. Responda a essas
questões, justificando as respostas.

Caso concreto (2)


Antônio, menor de 16 anos, dirigindo o carro do
pai, atropela e fere Josevaldo gravemente. A
vítima, completamente embriagada, atravessou
a rua inesperadamente. Pretende ser
indenizada por danos materiais e morais, pelo
que propõe ação contra Célio, pai de Antônio.

Procede o pedido? Responda de forma


fundamentada.

Questão objetiva :

Na responsabilidade civil, a indenização por dano


moral

(A) é sempre dependente da comprovação do dano


material.

(B) pode ser cumulada com a indenização por dano


material.

(C) prescinde da comprovação do dano material, mas


com este é inacumulável.

(D) exige prévia condenação do causador do dano em


processo criminal.

(E) não pode ser superior à indenização por dano


material.
Título DIREITO CIVIL I

Número de aulas por semana 1

Número de semana de aula 14

Tema ABUSO DE DIREITO E RESPONSABILIDADE CIVIL -


NOÇÕES GERAIS

Objetivos · Conceituar, distinguir e analisar os elementos


do dano civil.

· Reconhecer as características, causas e efeitos


do abuso de direito nos negócios jurídicos.

· Identificar as teorias relativas à


responsabilidade civil .

Estrutura de conteúdo ABUSO DE DIREITO E RESPONSABILIDADE CIVIL.


NOÇÕES GERAIS

1. Abuso de Direito
2. Responsabilidade Civil
2.1 Conceito

2.2 Histórico

2.3 Distinção entre responsabilidade civil contratual


e extracontratual

2.4 Responsabilidade civil objetiva e subjetiva

2.5 Pressupostos gerais da responsabilidade civil

Nome do livro: Introdução ao Direito Civil

Nome do autor:

Editora:

Ano:.

Edição:

Nome do capítulo: Atos ilícitos

N. de páginas do capítulo:

Abaixo sugerimos um roteiro de apresentação de


conteúdos com algumas dicas ao professor:

Venosa conceitua o abuso de direito:

"juridicamente, abuso de direito pode ser entendido


como fato de usar de um poder, de uma faculdade, de
um direito ou mesmo de uma coisa , além do
razoavelmente o Direito e a Sociedade permitem...O
titular de prerrogativa jurídica, de direito subjetivo,
que atua de modo tal que sua conduta contraria a
boa-fé, a moral, os bons costumes, os fins econômicos
e sociais da norma, incorre no ato abusivo. Nesta
situação, o ato é contrario ao direito e ocasiona
responsabilidade."(VENOSA, 2003, p.603 e 604)

2.A teoria do abuso de direito no Código Civil de 1916

A legislação civil pátria de 1916 não explicitou a


abuso do direito, fez um esboço desta no seu artigo
160, I, que proibia a prática de atos irregulares,
fazendo com que surgissem inquietações na doutrina.,
pois se o dispositivo supra mencionado fala em
"exercício regular", aforma de exercitar um direito,
logo se pode admitir que este fosse exercido
irregularmente,

Passamos ao direito brasileiro. O CC/16 não se referiu


de modo explicito à figura de que ora se trata. Dizia,
porém, no art. 160,I, que não constituem atos ilícitos
"os praticados em legitima defesa ou no exercício
irregular de um direito reconhecido". A expressão
"exercício regular" serviu de base a especulações
doutrinárias: tinha-se sentido quantificar de regular
certa maneira de crescer emdireito, é porque se
admitia a possibilidade de que o direito fosse exercido
de maneira irregular. Daí a confirmação,
freqüentemente na literatura civilística, e prestigiada
por ninguém menos que o próprio autor do projeto, de
que o código,s e bem que por via indireta, consagra,
evitamos genéricos, a tese do abuso do direito.
(MOREIRA, 2003, p.27)

Essa menção, de forma oblíqua, influenciou outros


diplomas do ordenamento brasileiro, tais como o
Código Penal (de 1990), que no seu art.19, põe como
causa de exclusão de criminalidade quando o agente
age em "estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular do direito'. Mas foi no Diploma
Processual Civil de 1939, que a expressão "abuso do
direito" é mencionada expressamente, no artigo 3º §
único que dizia: "o abuso de direito verificar-se-á, por
igual, no exercício dos meios de defesa, quando o réu
opuser, maliciosamente, resistência injustificada ao
andamento do processo". O Código Processual Civil de
73 ratifica a tese de abuso do direito no art. 14 c/c 17,
quando do interesse que os princípios de boa-fé da
verdade devem nortear o exercício do direito de
provas e defesa conferido às partes.

3.O art. 187 do Novo Código Civil /2002 e a tese do


abuso do direito.

O art. 187 do NCC teve sua redação inspirada no


Direito Civil Português que preceitua no seu art. 334,
"é ilegítimo o exercício de um direito quando o titular
excedamanifestadamente os limites impostos pela
boa-fé, pelos bons costumes ou pelo fim social ou
econômico desse direito". Ao comparar as redações
dos dispositivos brasileiro e português, percebe-se
apenas uma alteração na ordem das expressões, o
dispositivo brasileiro expõe da seguinte maneira:
"Também comete o ato ilícito o titular de um direito
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-
fé ou pelos bons costumes".

A tese do abuso de direito, no ordenamento brasileiro,


é expressa no título dos atos ilícitos, sendo necessário
aqui conceituar o que seja este tipo de ato: que é a
conduta voluntária, comissiva ou omissiva, negligente
ou imprudente, que viola direitos e causa prejuízos a
terceiros,

Extrai-se de imediato uma ilação: a que entre nós o


abuso de direito está, de lege data, equiparado ao ato
ilícito. Semelhante equiparação, já se registrou, não é
pacifica na doutrina. E, na verdade, parece razoável,
do ponto de vista teórico, o entendimento que
distingue as duas figuras. Uma é a situação de quem,
sem poder de invocar a titularidade de direito algum,
simplesmente viola direito alheio. Outra situação é a
daquele que, sendo titular de um direito,
irregularmente o exerce. (MOREIRA, 2003, p.130)

Apesar de se encontrar consagrado no capítulo dos


atos ilícitos, a estes não se equipara, pelos seguintes
fundamentos: o abuso de direito é caracterizado por
um exercício que aparentemente é regular, mas
desrespeita a finalidade do direito, enquanto no ato
ilícito há um vício na estrutura formal de um direito.
Os dois institutos se assemelham, porém não se
confundem por terem efeitos idênticos,

O ilícito, sendo resultante da violação de limites


formais, pressupõe a existência de concretas
proibições normativas, ou seja, é a própria lei que ira
fixar limites para o exercício do direito. No abuso não
há limites definidos e fixados aprioristicamente, pois
estes serão dados pelos princípios que regem o
ordenamento os quais contêm seus valores
fundamentais. (HELENA CARPENA, 2003, p.382)

A caracterização do ato ilícito é direta e mais


evidente, logo que há uma norma jurídica tipificando
uma conduta, enquanto no abuso se constatará a
partir do momento que houver uma desconformidade
entre a conduta e o fim que a lei impõe.

Com esta teoria, pretende-se assegurar o interesse


coletivo nas relações interpessoais, pautando o
interesse individual nos pressupostos ético-sociais tais
como a boa-fé, os bons costumes e a função social-
econômica que cada direito resguarda,

O estudo do abuso de direito é a pesquisa dos


encontros, dos ferimentos, que os direitos se fazem.
Se pudessem ser exercidos sem outros limites que os
da lei escrita, com indiferenças, se não desprezo, da
missão social das relações jurídicas, os absolutistas
teriam razão. Mas a despeito da intransigência deles,
fruto da crença a que se aludiu, a vida sempre obrigou
a que os direitos se adaptassem entre si, no plano do
exercício. Conceptualmente, os seus limites, os seus
contornos, são os que a lei dá... Na realidade, quer
dizer – quando se lançam na vida, quando se
exercitam – têm de coexistir, têm de conformar-se uns
com os outros. (MOREIRA, 2003, , p.134 )

O instituto do abuso de direito traz a premissa da


relativização dos direitos, visando evitar o exercício
abusivo dos mesmos pelos seus titulares, com escopo
de garantir o bem-estar das relações jurídicas na
sociedade. Logo, todo aquele que excede os
parâmetros da boa-fé objetiva, dos bons costumes e a
finalidade social ou econômica dos direito ou
prerrogativa deve ter sua conduta repelida pelo
Direito, já que o exercício absoluto de um direito
causa um desequilíbrio nos valores ético-sociais, que
fundamentam a vida em sociedade.
(Fonte:http://www.webartigos.com/articles/1646/1/A-
Teoria-Do-Abuso-Do-Direito-No-Novo-Codigo-
Civil/pagina1.html#ixzz1C8xBNAtn)

RESPONSABILIDADE CIVIL. NOÇÕES GERAIS

Profa. Renata Esser

1. CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL

Pressuposto de uma atividade danosa de alguém que,


atuando em regra ilicitamente, viola uma norma
jurídica preexistente (legal ou contratual),
subordinando-se (o agente causador do dano pode
controlar a ação, mas as conseqüências do dano
fogem de seu controle), dessa forma, às
conseqüências de seu ato.

2. MARCOS HISTÓRICOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

2.1. Origem: direito romano;

2.2. Início: vingança privada (Talião/Lei das XII


Tábuas). A responsabilidade civil nasceu misturada
com a responsabilidade criminal. A idéia era apenas a
vingança, sem discussão de culpa.

2.3. Composição tarifada (pena pecuniária). Ainda


nesta etapa não se discutia culpa.

2.4. Edição da Lex Aquilia: pena proporcional ao dano


causado/introdução do elemento subjetivo
(culpa)/idéia de reparação. Foi a partir daí que surgiu
a denominação “responsabilidade aquiliana”, que
refere-se à responsabilidade subjetiva, que é aquela
onde o elemento culpa é necessário para que o
agente causador do dano tenha o dever de reparar.
Contudo, tal denominação também pode ser
interpretada sob outra concepção, no sentido de
responsabilidade extracontratual (decorrente do
descumprimento de lei).

O previsível da culpa se mede pelo grau de atenção


exigível do homem médio.

2.5. Código Civil de Napoleão. Aprimorou a Lex


aquilia.

2.6. Surgimento de fenômeno autopoiético (surge do


desenvolvimento da sociedade): responsabilidade
decorrente unicamente do fato ou em virtude do risco
criado.

3. DISTINÇÃO ENTRE RESPONSABILIDADE CIVIL


CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL (AQUILIANA)

3.1. Origem do dever jurídico latu sensu que uma vez


violado irá desencadear o dever de responsabilidade:

3.1.1. Relação jurídica obrigacional das partes


envolvidas (contrato).

3.1.2. Obrigação imposta pelo Direito (lei).

Enquanto a responsabilidade contratual tem origem


na convenção, a extracontratual a tem na
inobservância do dever genérico de não lesar, de não
causar dano a ninguém (art. 186, CC).

Uma pessoa pode causar prejuízo a outrem por


descumprir uma obrigação contratual. Por exemplo:
quem toma um ônibus tacitamente celebra um
contrato, chamado contrato de adesão, com a
empresa de transporte. Esta, implicitamente, assume
a obrigação de conduzir o passageiro ao seu destino,
são e salvo. Se, no trajeto, ocorre um acidente e o
passageiro fica ferido, dá-se o inadimplemento
contratual, que acarreta a responsabilidade de
indenizar as perdas e danos (art. 389, CC).

Quando a responsabilidade não deriva de contrato,


diz-se que ela é extracontratual. Nesse caso, aplica-se
o art. 186, CC. É a responsabilidade derivada de ilícito
extracontratual, também chamada de aquiliana.

3.2. Aspectos diferenciadores da responsabilidade


extracontratual em relação à responsabilidade
contratual:

3.2.1. Grande dificuldade na demonstração da culpa


do agente, na responsabilidade extracontratual – se a
responsabilidade é contratual, existe presunção
relativa de culpa.

3.2.2. Inexistência de relação jurídica anterior entre


lesionado e lesante – na responsabilidade
extracontratual, o agente infringe um dever legal, e,
na contratual, descumpre o avençado, tornando-se
inadimplente. Nesta, existe uma convenção prévia
entre as partes que não é cumprida. Na
responsabilidade extracontratual, nenhum vínculo
jurídico existe entre a vítima e o causador do dano,
quando este pratica o ato ilícito.

3.2.3. Não admite inversão do ônus da prova quanto à


culpa (vítima) – se a responsabilidade é contratual, o
credor só está obrigado a demonstrar que a prestação
foi descumprida. O devedor só não será condenado a
reparar o dano se provar a ocorrência de alguma das
excludentes admitidas na lei: culpa exclusiva da
vítima, caso fortuito ou força maior. Incumbe-lhe, pois,
o onus probandi. No entanto, se a responsabilidade for
extracontratual, o autor da ação é que fica com o
ônus de provar que o fato se deu por culpa do agente.
A vítima tem maiores probabilidades de obter a
condenação do agente ao pagamento da indenização
quando a sua responsabilidade deriva do
descumprimento do contrato, ou seja, quando a
responsabilidade é contratual, porque não precisa
provar a culpa. Basta provar que o contrato não foi
cumprido e, em consequência, houve o dano.

3.2.4. Impossibilidade de prévia aferição do critério


capacidade – a capacidade jurídica é bem mais
restrita na responsabilidade contratual do que na
derivada de atos ilícitos, porque estes podem ser
perpetrados por amentais e por menores e podem
gerar o dano indenizável, ao passo que somente as
pessoas plenamente capazes são suscetíveis de
celebrar convenções válidas.

Previsão legal:

♦ Responsabilidade contratual: arts. 389 e s. e 395 e s.


do CC.

♦ Responsabilidade extracontratual: arts. 186, 187 e


188, e 927 a 954, do CC.

4. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA X


RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA

a) Responsabilidade Subjetiva – decorrente de dano


causado em função de ato culposo latu sensu (dolo +
culpa strictu sensu (negligência + imprudência)). No
Direito Civil não se diferencia dolo e culpa, eis que não
se busca a punição do agente, mas unicamente a sua
responsabilização pelo dano causado. A imperícia é
equiparada à imprudência e à negligência.

A prova da culpa do agente é pressuposto necessário


do dano indenizável. Assim, a responsabilidade do
causador do dano somente se configura se agiu com
dolo ou culpa.
b) Responsabilidade Objetiva – a imposição de
responsabilidade não exige caracterização de culpa.
Basta existência de elo de causalidade entre o dano e
a conduta do agente (art. 927, parágrafo único, CC).

Prescinde de culpa e se satisfaz apenas com o dano e


o nexo de causalidade. Esta teoria do risco tem como
postulado que todo dano é indenizável, e deve ser
reparado por quem a ele se liga por um nexo de
causalidade, independentemente de culpa.

Nos casos de responsabilidade objetiva, não se exige


prova de culpa do agente para que seja obrigado a
reparar o dano. Em alguns, ela é presumida por lei.
Em outros, é de todo prescindível.

Quando a culpa é presumida, inverte-se o ônus da


prova. O autor da ação só precisa provar a ação ou
omissão e o dano resultante da conduta do réu,
porque a culpa já é presumida. É o caso, por exemplo,
do art. 936, CC, que presume a culpa do dono do
animal que venha a causar dano a outrem. Mas
faculta-lhe a prova das excludentes, com inversão do
onus probandi. Se o réu não provar a existência de
alguma das excludentes, será considerado culpado,
pois sua culpa é presumida.

Uma das teorias que procuram justificar a


responsabilidade objetiva é a teoria do risco. Para esta
teoria, toda pessoa que exerce alguma atividade cria
um risco de dano para terceiros. E deve ser obrigada a
repará-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa.

No CC brasileiro, a regra é a responsabilidade


subjetiva, embora mencione grande número de casos
especiais de responsabilidade objetiva.
5. PRESSUPOSTOS GERAIS DA RESPONSABILIDADE
CIVIL (comuns à responsabilidade objetiva e subjetiva)

a) Conduta humana (ação ou omissão) – a


responsabilidade pode derivar de ato próprio, de ato
de terceiro que esteja sob a guarda do agente, e
ainda de danos causados por coisas e animais que lhe
pertençam (neste caso, em regra é objetiva,
independe de culpa);

b) Dano ou prejuízo – sem a prova do dano, ninguém


pode ser responsabilizado civilmente;

c) Nexo de causalidade – é a relação de causa e efeito


entre a ação ou omissão do agente e o dano
verificado. Sem ela, não existe a obrigação de
indenizar.

A culpa é elemento acidental da responsabilidade, e


está presente somente na responsabilidade subjetiva.

Recursos físicos Quadro seriado

Data show

retroprojetor

Aplicação prática e teórica Caso Concreto 1

Certo ou errado? Fundamente sua opinião.

(CESPE/PROCURADOR FEDERAL/2006) 154 - Na


hipótese de dano causado por menor impúbere,
havendo culpa dos pais por omissão, estes respondem
subsidiariamente pelos prejuízos causados pelo filho
em detrimento de terceiro, quando o incapaz não
dispuser de meios suficientes para efetuar o
pagamento. A vítima, em conseqüência, tem o direito
de propor ação ou contra o menor, ou contra os pais
do menor.

Questão objetiva :

Conforme dispõe o Código Civil, quanto à


responsabilidade pela reparação do dano causado por
ato ilícito é CORRETO afirmar que:

A) a condenação no juízo criminal não torna certa a


obrigação de reparar o dano;

B) não é possível discutir, no juízo civil, sobre a


existência do fato ou sua autoria quando estas
questões se acharem decididas no juízo criminal;

C) a absolvição no juízo criminal sempre isentará o


agente da responsabilidade civil;

D) a decisão de arquivamento do inquérito policial


obsta a propositura da ação civil.
Título
DIREITO CIVIL I

Número de aulas por semana


1

Número de semana de aula


15

Tema
REVISÃO GERAL DE MATÉRIA

Objetivos  Reapresentar as noções relativas à personalidade


e capacidade jurídicas das pessoas naturais e
jurídicas.
 Revisar os conceitos civis de nascimento, morte,
ausência e comoriência aos estudos de casos
concretos dados.
 Revisitar a Conceituação e classificação do ato,
fato e negócio jurídico.
 Reconhecer o tempo e o modo de aquisição,
modificação e perda do direito.
 Reforçar o entendimento acerca da ineficácia e
invalidade dos negócios jurídicos.
 Reexaminar o tratamento da figura da nulidade
relativa e absoluta no Código Civil.
 Retrabalhar os conceitos sobre atos ilícitos e
responsabilidade civil
Estrutura de conteúdo 1. As Pessoas Natural e Jurídica.
2. Os Bens.
3. O tempo e o modo de aquisição, modificação e
perda do direito.
4. Ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos.
5. Nulidade relativa e absoluta no Código Civil.
6. Atos ilícitos e responsabilidade civil
Recursos físicos
O professor poderá utilizar-se de:

quadro seriado

quadro imantado

quadro e pincel

data show

retroprojetor

Aplicação prática e teórica Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental


importância para a reflexão teórica envolvendo a
compreensão necessária de que o direito, para ser
entendido e estudado enquanto fenômeno cultural e
humano, precisa ser tomado enquanto sistema
disciplinador de relações de poder, a partir da
metodologia utilizada em sala com a aplicação dos
casos concretos, a saber:

Caso Concreto 1
Tema: Extinção da personalidade da pessoa natural. Morte presumida.

Família não admite morte de engenheiro desaparecido no Iraque


12 de março de 2006 - 19:26 – Globo on line

O governo brasileiro estaria negociando para trazer o corpo e teria


conseguido que os seqüestradores baixassem o pedido de resgate de US$
1 milhão para US$ 150 mil.
Rio de Janeiro - Mesmo com a notícia de que o governo brasileiro negocia
sigilosamente a repatriação dos restos mortais do engenheiro João José
Vasconcellos Júnior, seqüestrado no Iraque no início de 2005, integrantes
de sua família ainda não aceitam oficialmente a hipótese de que ele tenha
sido assassinado. "Até hoje não foi comprovado que ele está morto", disse
o filho do engenheiro, Rodrigo Vasconcellos, na tarde de hoje, ao Estado.
No próximo domingo, vão se completar 14 meses desde que o engenheiro
brasileiro João José Vasconcellos Júnior foi levado por levado por homens
armados.
Funcionário da Construtora Norberto Odebrecht, Vasconcellos Júnior foi
seqüestrado quando estava a serviço no Iraque - na verdade, se dirigia
para o aeroporto, para deixar o país. De acordo com reportagem da revista
Isto é desta semana, ele teria sido morto em 21 de janeiro de 2005, dois
dias após ter sido levado. "Temos essa informação (de que seu pai fora
morto) desde o quinto dia de seqüestro, mas enquanto não me provarem
que ele está morto... Eu tenho que aguardar a comprovação de alguma
coisa, seja o que for", disse Rodrigo.
A partir da leitura do caso real acima, responda justificadamente:

a) Apesar de não ter sido encontrado o corpo do engenheiro, é possível a


declaração de sua morte? Justifique, citando os dispositivos legais
pertinentes.

b) Quais as conseqüências da declaração da morte presumida?

c) E se o indivíduo voltar, depois de declarada sua morte?

Caso Concreto 2:
Tema: Comoriência
Leia a notícia a seguir e após responda ao que se pede.

A revista Época n° 379 de 22 de agosto de 2005 traz uma reportagem cujo


título é: “Os órfãos de Alcântara pedem justiça”. No texto é relembrada a
história da morte – por carbonização – de 21 profissionais civis do Centro
Técnico Aeroespacial, em virtude do incêndio no foguete VLS-1 (Veículo
Lançador de Satélites n° 1), em 22 de agosto de 2003, no município de
Alcântara, Maranhão.

Responda justificadamente.

No caso em tela supondo-se que todos os corpos desapareceram em razão


das altas temperaturas a que foram submetidos, pode-se dizer que ocorreu
o fenômeno jurídico da comoriência? Qual a relevância do instituto? Caso
sua resposta seja afirmativa, JUSTIFIQUE. Caso seja negativa, aponte o
fenômeno jurídico que ocorreu e EXPLIQUE-O.

Caso Concreto 3

Tema: Natimorto e Nascituro

A partir da hipótese tratada no acórdão a seguir, responda,


justificadamente, às questões.
Responsabilidade Civil. Casa de Saúde. Feto natimorto. Sentença que
concluiu, com base no laudo pericial, que a morte do nascituro aguardado
pelos Autores ocorreu devido à negligência dos prepostos da Ré durante o
atendimento de parto feito à Primeira Autora, restando inatacada nesta
parte, uma vez que a apelação da Ré visou tão somente a redução do valor
da indenização pelo dano moral. Indenização pelo dano moral fixada em
100 (cem) salários-mínimos para cada genitor, valor que se afigura
demasiado reduzido, tendo em vista tratar-se de morte de nascituro no final
da gravidez, quando a expectativa dos pais pelo futuro nascimento já
atingira o grau máximo, tomando mais elevada a dor pela perda. Majoração
para o total de 400 (quatrocentos) salários mínimos, sendo 150 (cento e
cinqüenta) para o pai e 250 (duzentos e cinqüenta), para a mãe, levando-se
em conta, com relação a esta, além da dor pela perda do filho, o seu
sofrimento durante o trabalho de parto, que se estendeu além do
necessário, conforme descrito no laudo pericial. Improcedência de pedido
de pensionamento porque o laudo pericial demonstra que a morte do feto
se deu antes do nascimento, não se aplicando assim a Súmula nº 491 do
STF. Conhecimento e provimento parcial da apelação dos Autores
julgando-se prejudicada a da Ré. (Apelação Cível – Processo
n°2001.001.21933 - Des. Mario Robert Mannheimer - Julgamento:
05/04/2005 – 16ª Câmara Cível).
Pergunta-se:
a)O nascituro tem personalidade?
b)O feto natimorto da autora adquiriu personalidade?
c) Quais as conseqüências jurídicas do nascimento de um bebê vivo que
em seguida falece e de um bebê nascido morto?

QUESTÕES OBJETIVAS: (respostas justificadas)

1- Assinale a opção correta:

I - O relativamente incapaz casado passa a ser maior de idade.


II - É nulo o ato jurídico praticado por pessoa relativamente incapaz.
III- O pai reconhecido judicialmente como pródigo, fica afastado do poder
familiar.
IV- O esquizofrênico, que alterna momentos de lucidez e insanidade, é
considerado relativamente incapaz.

V- O idoso, de 80 anos, apesar de estar em pleno gozo de suas faculdades


mentais, necessita de assistência para a prática dos atos da vida civil.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas os itens I e III estão certos.

c) Apenas os itens IV e V estão certos.

d) Todos os itens estão certos.

e) Todos os itens estão errados.

2- Esta questão contém duas afirmações. Assinale o item correto.

Ao nascer com vida, adquire-se capacidade de fato

PORQUE

A capacidade de direito somente se adquire com a ocorrência das hipóteses


do art. 5º CC, ou seja, quando se pode exercer plenamente o direito.

(A) se as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.

(B) se as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a


primeira.
(C) se a primeira é falsa e a segunda é verdadeira.
(D) se a primeira é verdadeira e a segunda é falsa
(E) se as duas são falsas.
Caso Concreto 4

Tema: Pessoa jurídica: conceito, formação e extinção.

Maria Paula do Nascimento, viúva, aposentada, foi procurada por um velho


amigo Luiz Augusto de Mello. Após uma longa conversa, Luiz Augusto
pediu que Maria Paula fosse fiadora num contrato de locação não
residencial. Maria Paula, acreditou na boa-fé do amigo e assinou o contrato
sem a leitura do mesmo. Depois de anos, foi surpreendida com uma
pendência na declaração de seu Imposto de Renda e descobriu que o
contrato que assinou não era de locação e sim contrato constituição de
sociedade. Maria Paula o contrata como advogado(a) para defender seus
interesses e retirá-la da sociedade. Elabore os argumentos de defesa de
Maria Paula, levando em consideração os requisitos para constituição da
pessoa jurídica.

Caso Concreto 5
Tema: Pessoa jurídica: Desconsideração da personalidade jurídica.
A empresa Prestalex Ltda, prestadora de serviço de vigilância, foi
despejada da sua sede, por falta de pagamento de alugueres. Com
efeito, parou de exercer suas atividades. Diversos credores tentaram
receber seus créditos, sem lograr êxito. No curso de um dos
processos ajuizados por uma empresa credora WYZ Ltda, foi
constatado que um dos sócios da Prestalex Ltda transferiu sua parte
da sociedade para o porteiro de seu prédio, além de contrair de má-fé
diversas dívidas em nome da empresa. A sociedade não possui ativo
para pagar nenhum débito.

Pergunta-se:
a) A sociedade está legalmente extinta?
b) Qual solução jurídica para os credores receberem seus
créditos?

Caso Concreto 6

Tema: Domicílio Civil.

Maria estabeleceu residência com ânimo definitivo em Belo Horizonte –


MG. É sócia-gerente de uma pessoa jurídica com sede em Vitória – ES.
Ocorre que Maria ateou fogo e matou seu marido João, após flagrá-lo, em
São Paulo – SP, com uma amante, e hoje está condenada e cumpre sua
pena em um presídio de São Paulo - SP. Responda de forma
fundamentada:

a)Qual é a finalidade da fixação dos domicílios da pessoa natural e da


pessoa jurídica?

b)Analisando os artigos de lei abaixo, diga onde a amante poderia propor


ação de compensação por danos morais sofridos (por ter presenciado a
brutal morte do ex-amante) em face de Maria?

Código Civil

Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o


marítimo e o preso.

Código de Processo Civil

Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real
sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu.

QUESTÕES OBJETIVAS : (Respostas justificadas)


Pode-se afirmar que a diferença entre associação e fundação reside
no fato de que:
a) a associação não tem finalidade lucrativa e a fundação sim;

b) a associação refere-se à união de bens e a fundação de


pessoas;

c) a associação tem fins lucrativos e a fundação não;

d) não há diferença entre associação e fundação;

e) a associação refere-se à união de pessoas e a fundação de


bens.

2- Considera-se como domicílio civil da pessoa natural que não tem


residência habitual, por empregar a vida em viagens, sem ponto central de
negócios:

a) o último local onde morou continuamente por dois anos;

b) a residência de seus pais;

c) o lugar onde for encontrada;

d) o local onde realizou seus estudos;

e) a residência do parente mais próximo, se não tem pais.

Caso Concreto 7
Tema: Classificação dos Bens.
Por se tratar de bem de natureza durável, Milena afirma que uma
geladeira somente poderá ser considerada bem inconsumível; afinal,
sofrerá, quando muito, desgaste natural pelo uso. A afirmação de
Milena é correta? Uma geladeira somente poderá ser considerada um
bem inconsumível? Justifique suas respostas.

Caso Concreto 8
Tema: Classificação dos Bens.
No site de leilões e-Bay Motors foi leiloado no dia 09 de outubro de 2005
um automóvel Lancia Astura, exemplar único, fabricado especialmente para
o ditador italiano Benito Mussolini, em 1939, com desenho do ateliê
Pininfarina. O lance inicial era de quinhentos mil euros, ou cerca de um
milhão e trezentos mil reais. A arrecadação foi doada ao Hospital Infantil de
Toronto, no Canadá. Levando em consideração a classificação dos bens,
estabeleça a natureza jurídica do automóvel objeto do
leilão ? JUSTIFIQUE sua resposta.

Caso Concreto 9
Tema: Bens Públicos.
A Administração Pública do Estado de São Paulo resolveu alienar um
prédio onde funciona a sede de uma empresa de iluminação do estado,
para saldar dívidas contraídas frente a algumas empresas contratadas para
fazerem obras de reforma em dois hospitais e cinco escolas, estabelecidos
no interior do estado. Com base no caso proposto, é admissível a
alienação do imóvel em questão perante nosso ordenamento
jurídico? Justifique sua resposta

QUESTÕES OBJETIVAS: (respostas justificadas)

1) (Concurso público para o cargo de Delegado de Polícia Civil do Mato


Grosso do Sul - 2006)

A Autoridade Policial que se vê na atribuição de tipificar uma ocorrência


apresentada durante o plantão, identifica-a como sendo crime de dano, no
entanto deve considerar a priori se trata ou não de crime contra o
patrimônio público que qualifica aquele delito. Para tanto deve ter
conhecimento inequívoco acerca da distinção entre os bens elencados na
legislação civil. Considerando a afirmação acima e ainda a correta definição
dos Bens prevista no Código Civil, assinale a alternativa incorreta.

a) Consideram-se bens móveis, os suscetíveis de movimento próprio, ou de


remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação
econômico-social e aqueles considerados públicos, se danificados
dolosamente tipificam aquela qualificadora.

b) Consideram-se bens públicos de uso especial os prédios locados, que


se destinam a estabelecer órgãos públicos e qualquer dano, desde que
doloso tipifica aquela qualificadora.

c) As praças e ruas são consideradas bens públicos de uso comum do


povo e qualquer dano, desde que doloso tipifica aquela qualificadora.

d) Os materiais empregados para a construção de uma escola municipal


enquanto não forem empregados, são considerados bens imóveis e
qualquer dano, desde que doloso tipifica aquela qualificadora.

e) São classificados com bens públicos os dominicais que constituem o


patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito
pessoal ou real, de cada uma dessas entidades e qualquer dano, desde
que doloso tipifica aquela qualificadora.

2) Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso , justificando a(s )falsa (s):

a)( ) O patrimônio corresponde a todos os bens móveis e imóveis de uma


pessoa.

b)( ) Os frutos, como bens acessórios, só podem ser naturais.

c)( ) O possuidor de má-fé tem direito às benfeitorias necessárias.

d)( ) Mesmo demonstrado o interesse público, os bens privados não


podem ser desapropriados por particular.

e)( ) Os bens imóveis só podem ser adquiridos por escritura pública


registrada no cartório de Imóveis, enquanto os móveis o são pela efetiva
tradição (efetiva entrega da coisa).

Caso Concreto 10
Tema: Fatos Jurídicos em Sentido Estrito, Atos Jurídicos e Negócios
Jurídicos.

Leia o acórdão a seguir e responda, justificadamente, ao que se pede.

Negatória de paternidade c/c anulação de registro de nascimento.


Reconhecimento voluntário e consciente mesmo diante das dúvidas acerca
da paternidade. Arrependimento inviável. Equiparação à adoção.
Desprovimento do recurso. Comprovado pelo conjunto probatório produzido
que o autor efetuou o registro de nascimento do réu, voluntária e
conscientemente, com plena compreensão da situação fática e dos efeitos
do seu ato, apesar das evidências de que ele não era o seu filho biológico,
inviável se mostra que o arrependimento quase quatro anos após o
nascimento do demandado tenha o condão de excluir do assentamento do
infante o nome do pai (o autor), bem como de seus avós paternos. A
situação desse modo materializada, em que pese o exame de DNA,
assemelha-se à adoção, criando o parentesco civil, daí porque
improcedente o pedido do autor de ver excluída do registro de nascimento
do réu a paternidade que ele declarou espontaneamente. (Processo
n°2005.001.40278 - Apelação Cível - Des. Antônio Eduardo F. Duarte -
Julgamento: 04/04/2006 - Terceira Câmara Cível – TJ/RJ).

Pergunta-se:
a)O acórdão menciona dois institutos do direito civil, o reconhecimento de
paternidade neste caso equiparado àadoção. De acordo com a divisão dos
fatos, atos e negócios jurídicos as hipóteses enquadram-se em qual
categoria? Justifique.

b)Estabeleça as principais diferenças entre fatos jurídicos em sentido


estrito, atos jurídicos e negócios jurídicos.
.

Caso Concreto 11
Tema:Negócio jurídico. Requisitos de validade.

Joaquim, simplório lavrador, celebrou com Geraldo, seu vizinho, contrato


de compra e venda de algumas glebas de terras, pagando em dinheiro,
mediante um simples recibo de quitação. Não cuidou, entretanto, de lavrar
o ato em instrumento público, nem muito menos, levá-lo a registro, na
forma da legislação em vigor (art. 1245 C.C.). Pergunta-se: O negócio
existe? Em caso afirmativo, tem validade? Justifique.

Caso Concreto 12

Tema:Negócio jurídico. Requisitos de validade.

Julia e Gustavo celebraram pacto antenupcial por escritura particular,


determinando como forma de regime de bens, a comunhão total e, em
seguida se casam. Neste caso, está correto afirmarmos que foram
atendidos todos os requisitos de validade do negócio jurídico? Justifique.

QUESTÕES OBJETIVAS (respostas justificadas):


1) Assinale o item correto, justificando-o:

I- Os fatos naturais, em razão de serem provenientes de forças da


natureza, não possuem repercussão no mundo jurídico.

II- Apenas os atos lícitos conduzem à vontade pretendida pelo agente.

III- O negócio jurídico para ser válido há de ser, necessariamente, bilateral.

IV- Fato Humano é sinônimo de Ato.

a) I, II e IV corretas.

b) II, III e IV corretas.

c) todas corretas.

d) II e IV corretas.

e) I, III e IV estão corretas.

2- (Concurso público para o cargo de Delegado de Polícia Civil do Mato


Grosso do Sul – 2006).

Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,


violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete:

a) Ato falho.

b) Ato ilícito.
c) Ato impróprio.

d) Ato decisório.

e) Ato legal.

Caso Concreto 13
Tema: Posições jurídicas passivas: dever jurídico, sujeição, obrigação
e ônus.

Gilberto Barbieri estabeleceu relação jurídica de direito processual com o


INSS, pretendendo revisão do valor dos proventos de sua aposentadoria
por tempo de serviço, que reputa defasados. Dentre os diversos
requerimentos feitos, consta o de a autarquia previdenciária ser compelida
a apresentar ao juízo cópia integral do processo administrativo concessor
do benefício. Indaga-se:
A partir da análise do seguinte dispositivo legal, é cabível tal pedido?
Código de Processo Civil

Art. 333. O ônus da prova incumbe:

I- ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;

...

Caso Concreto
Tema: Posição jurídica ativa: direito potestativo.
Claudete, proprietária de imóvel que está locado a Francismar, almejando
obter recursos, vende o bem a Jeferson. O locatário quando tem ciência do
fato, faz contato com a, até então, locadora, questionando sua conduta, e
esta diz que satisfação não lhe deve, posto que, na qualidade de
proprietária, tem liberdade de destinar seu bem como melhor entender. A
partir da análise do dispositivo legal abaixo, pergunta-se: Qual a natureza
jurídica do direito de Francismar com relação à preferência para a
aquisição do imóvel locado?

Lei nº 8245/91 – Lei do Inquilinato


Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de
cessão de direitos ou dação em pagamento, o locatário tem preferência
para adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com terceiros,
devendo o locador dar-lhe conhecimento do negócio mediante notificação
judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca.
...

QUESTÕES OBJETIVAS:(respostas justificadas)

1. Lucas ajuizou ação com pedido de indenização em face de Maria, pelos


danos causados ao seu carro em um acidente de trânsito. Para representá-
lo durante o referido processo escolheu o advogado Clóvis Coutinho, para
quem estabeleceu uma procuração com os poderes específicos
necessários à atuação deste profissional. O direito de Lucas de
desconstituir o seu advogado, revogando a procuração outorgada, é:

a) Direito subjetivo.

b) Direito potestativo constitutivo.

c) Direito potestativo extintivo.


d) Direito potestativo modificativo.

e) Expectativa de direito.

2) Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso, justificando as afirmativas falsas:

a) Assim como o dever jurídico é uma conseqüência do direito subjetivo, a


sujeição o é do direito potestativo.

b) A sujeição, ao contrário do dever jurídico, pode ser infringida;

c)O poder do cônjuge de requerer o divórcio direto, depois de preenchidos


os requisitos legais, é exemplo de exercício de um direito potestativo.

d)A sujeição é a incidência de determinados efeitos na esfera jurídica de


certa pessoa pela simples manifestação da vontade de outra.

e)Ao falarmos de direito subjetivo, estamos nos referindo sempre ao lado


passivo da relação jurídica e portanto, ao chamado sujeito passivo. Quando
mencionamos o dever jurídico e a sujeição, estamos tratando do lado ativo
da relação jurídica, o sujeito ativo.

Caso Concreto 15

Tema: Abuso do direito.

"Direito civil. Indenização por danos morais. Publicação em jornal.


Reprodução de cognome relatado em boletim de ocorrências. Liberdade de
imprensa. Violação do direito ao segredo da vida privada. Abuso de direito.
A simples reprodução, por empresa jornalística, de informações constantes
na denúncia feita pelo Ministério Público ou no boletim policial de
ocorrência consiste em exercício do direito de informar. Na espécie,
contudo, a empresa jornalística, ao reproduzir na manchete do jornal o
cognome – "apelido" – do autor, com manifesto proveito econômico, feriu o
direito dele ao segredo da vida privada, e atuou com abuso de direito,
motivo pelo qual deve reparar os conseqüentes danos morais. Recurso
especial provido." (RESP. 2090- 04 – STJ)

a)Explicite, utilizando-se do acórdão acima citado, a natureza jurídica do


abuso de direito e suas conseqüências jurídicas, citando os dispositivos do
Código Civil aplicáveis.

b) Explique, com suas palavras, porque no caso acima ficou caracterizado


o abuso de direito.
Caso Concreto 16

Tema: Direito Adquirido

Apelação cível. Plano verão. Diferença de índices de correção monetária.


Direito adquirido. Iniciada ou renovada a caderneta de poupança, norma
posterior que altere o índice de correção sobre tal modalidade de
investimento não pode retroagir para alcançá-la, tendo incidência imediata
e dispondo para o futuro. O critério para atualização estabelecido quando
da abertura ou renovação automática das cadernetas de poupança, para
vigorar no período mensal seguinte, passa a ser, a partir de então, direito
adquirido do poupador. É pacífico no STJ, o entendimento de serem as
instituições financeiras legitimadas a figurar no pólo passivo da demanda
sobre expurgo inflacionário em caderneta de poupança. Apelação
desprovida.

(2006.001.05482 - APELAÇÃO CÍVEL - DES. JORGE LUIZ HABIB -


Julgamento: 16/05/2006 - DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL –TJ/RJ)
Pergunta-se: O acórdão acima cuida de um instituto que garante a
segurança jurídica nas relações estabelecidas entre as pessoas.
Identifique-o e explique-o.

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