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Salvador - Bahia
2006
Mestrado em Administração Estratégica
Salvador
Março de 2006
PINHEIRO, Maurício.
A Agência Reguladora ANS à luz da administração pública gerencial proposta pelo Plano
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Maurício de Oliveira Pinheiro. Salvador, 2006.
Banca Examinadora:
ELVIA FADUL
Doutora em Urbanismo
UNIFACS
MÔNICA MAC-ALLISTER
Doutora em Administração
UNIFACS
À minha orientadora professora Elvia Fadul, que com sua orientação clareou
o caminho quando este era confuso, organizou as idéias quando estas se
misturavam, e, principalmente, pela paciência.
With the "fiscal crisis" lived by the State in the decades of 80 and 90 and
consequence scarcity of resources for investment, the governing had been to search
tools of management in the private sector, objectifying an increase mainly of
efficiency. In reason of this and with the justification of the disfunction generated for
the bureaucratic public administration, that has focus of control in the processes, the
Managing Plan of the Reformation of the Device of the State of 1995 considered,
from an administrative reform, the implantation of the Managemental Public
Administration, who has as bedding a bigger autonomy of management for the public
administrator and focus of the controls in the results, and before created some
unknown justinian codes in the Brazilian legal system, such as the regulating agency
and contracts of management. As the creation of the ANS contemplated these two
main justinian codes, this dissertação analyzes the agency and the reports of results
presented for this as rendering of accounts of contracts of management signed with
the Health department the light of the after-bureaucratic paradigm considered by the
managing plan.
1. INTRODUÇÃO................................................................................ 13
2. O PLANO DIRETOR DA REFORMA DO APARELHO DO
ESTADO - PDRAE (1995).............................................................. 21
2.1. Histórico das Reformas do Estado no Brasil................. 21
2.2. O modelo clássico de burocracia de Max Weber e a
dita evolução para o Paradigma pós-burocrático
proposto no PDRAE...................................................... 28
2.3. O Aparelho do Estado, seus setores, suas formas de
propriedade e de administração conforme o PDRAE... 36
2.4. O Setor das Atividades Exclusivas e seus objetivos.... 41
2.5. O Contrato de gestão como controle a posteriori........ 43
3. AS AGÊNCIAS REGULADORAS................................................... 47
3.1. Origens e marco regulatório........................................ 47
3.2. Funções e Natureza...................................................... 50
3.3. Independência e controle.............................................. 54
4. A AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR – ANS...... 58
4.1. O histórico da regulação da saúde complementar no
Brasil e a Criação da ANS............................................. 58
4.2. Uma Avaliação dos Contratos de Gestão assinados
entre a ANS e o Ministério da Saúde e os Relatórios
de resultados................................................................. 69
5. CONCLUSÃO................................................................................. 82
REFERÊNCIAS.................................................................................... 88
ANEXO A – Lei criadora da ANS......................................................... 94
ANEXO B – Contrato de gestão 2000/2001........................................ 111
13
1 INTRODUÇÃO
brasileiro, decidi levar avante minha pesquisa. Dentre essas figuras, as principais
ideal. A primeira, Max Weber (1982) definia como uma forma de dominação onde o
nepotismo e corrupção.
ficou conhecida popularmente, como “crise fiscal” e, por esse motivo, ocorreram
Segundo KETTL
das suas gestões. Foi o que ocorreu com o Reino Unido, a Nova Zelândia e a
dimensão dos gastos do aparelho estatal, que nada mais era que a busca da
economia.
adoção do National Performance Review pelo governo Clinton nos Estados Unidos,
Este novo paradigma (BRASIL, 2005), que era defendido como uma nova
toca à sua relação com a ordem econômica, e de seu aparelho com a sociedade,
propondo uma estrutura mais ágil e resolutiva para decisões, com maior condição
autarquias autônomas.
reais.
17
Para Cervo e Bervian (1996, pág. 66), o primeiro passo a ser dado pelo
definido como "[...] uma questão que envolve intrinsecamente uma dificuldade
teórica ou prática, para a qual se deve encontrar uma solução" e este deve ser
ser formulado como pergunta: essa é a maneira mais fácil e direta de formular um
premissas:
Aparelho do Estado.
18
Gerencial.
a partir de materiais que não receberam qualquer tratamento analítico, como por
trabalho.
marcado pela não separação da res publica (bens públicos) da res principis (bens
22
público.
editada a Lei Nº. 284, que criou o Conselho Federal do Serviço Público Civil, um
década de 80.
23
econômica;
desse período, sendo que em 1963, foram criados vários grupos que tinham entre
A Reorganização administrativa; e
administração direta.
25
nacionais.
Desburocratização (PrND). Entre o ano de sua instituição até 1981, esse programa
Mínimo. O PrND dirigiu suas ações para um Programa de Desestatização com foco
ou “pós-burocrática”.
27
por governos anteriores, que desviou o Estado das suas funções básicas para
para o resultado, ou seja, este modelo seria uma evolução do modelo clássico,
ocorridas no Brasil, pode-se identificar que PDRAE nada mais é que uma proposta
28
Pública Brasileira rumo a uma gestão gerencial. Outro ponto importante na definição
no foco do controle, que sai do processo e vai para o resultado, o que acarretaria
ditados pelo sociólogo e economista político alemão Max Weber (1982), um dos
ele define três formas de se exercer legitimamente o poder político. São elas: a
Estado: a força. Pois este reivindica para si, como a fonte legitima de toda
momento. Esta dominação não pode ser delegada nem transferida por herança, e
Três características básicas traduzem este caráter racional. São sistemas formais,
definidas, por uma elevada divisão do trabalho e por uma precisa separação
remuneração financeira.
Max Weber (1982) não pretendeu com isso definir como devem ser as
organizações, mas descreveu apenas o tipo ideal puro, sem apresentar conotações
5. Capacidade funcional;
imprevistas (indesejadas).
32
pois como é operada por homens, a burocracia sofre transformações, que ele
políticos internos.
Mas estas disfunções identificadas pelo autor deverão ser corrigidas como
forma de perseguir o tipo ideal e puro de Weber, tido como o estado da arte,
organização, seja ela pública ou privada, e não utilizadas como justificativas para
mudanças.
nas suas disfunções relacionadas por Merton (1978) e que tem, como a principal
seguros.
34
b. Ênfase no controle dos resultados através dos contratos de gestão (ao invés de
controle dos procedimentos);
Esses dois pontos podem ser descritos como uma solicitação de carta branca
pelo gestor público a serem cobrados só após a conclusão das ações, o que pode
Como a busca pela racionalidade e eficiência são objetivos fundamentais dos dois
paradigma é esse?
36
setores.
eles:
etc.
instituições desse setor não possuem o poder de Estado. Este, entretanto, está
na medida que produzem ganhos que não podem ser apropriados por esses
pesquisa e os museus.
monopolistas, nas quais os controles via mercado não são possíveis, tornando-
diga, obviamente, do setor das empresas, que, enquanto estiverem com o Estado,
sociedade civil; e
para as organizações sem fins lucrativos, que não são propriedade de nenhum
39
interesse público.
O tipo mais indicado para cada setor do aparelho do Estado depende da sua
propriedade ideal é a Pública Não-Estatal, ou seja, não deve ser estatal porque aí
não se exerce o poder de Estado, como também não deve ser a propriedade
propriedade pública não-estatal é mais fácil exercer o controle social direto por meio
instituição.
específicos para cada um dos setores por ele classificados, abrangendo todos os
setores do Estado:
41
(BRASIL, 2005):
previamente acordados;
que, conforme o PDRAE, são legalmente competentes para fixar as diretrizes das
políticas públicas.
central.
Art. 5º. Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o
instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como
organização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para
fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no artigo
1º.
Art. 6º. O contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou
entidade supervisora e a organização social, discriminará as atribuições,
responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social.
Parágrafo único. O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação
pelo Conselho de Administração da entidade, ao Ministro de Estado ou
autoridade supervisora da área correspondente à atividade fomentada.
Art. 7º. Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
economicidade e, também, os seguintes preceitos:
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social,
a estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de
execução, bem como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação
de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade e
produtividade;
II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e
vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e
empregados das organizações sociais, no exercício de suas funções.
44
gestão em relação às agências reguladoras deve ser feito com redobrada cautela.
essencial desse novo modelo consiste na relativa igualdade entre as partes, o que
garantia dos mandatos dos seus dirigentes, que continuariam nas agências
reguladoras, mas com a sua atividade limitada pelo contrato de gestão ditado pelo
reforçada das agências reguladoras por violar as duas características que a ele são
constitucionalmente impostas:
resultados.
Indicadores de desempenho;
Sistemática de avaliação.
Toda esta estrutura tem como única finalidade à imposição de uma cultura
posteriori.
47
3 AS AGÊNCIAS REGULADORAS
tanto por atrair como por contrariar interesses públicos e privados, e pela adoção de
novas formas de gestão. Existem, por exemplo, nos Estados Unidos, 70 entidades
para estruturar preços e intervir na qualidade dos serviços por meio de ações
financeira, etc;
interesse publico;
transparência.
e a adoção de instrumentos que visem atender aos objetivos que se propõe atingir.
conjunto de normas impostas à atividade econômica, mas deve cuidar para que
assegurar uma adequada prestação de serviços públicos por parte dos agentes
privados.
equilíbrio específico do setor sob intervenção, de vez que seus objetivos eram de
natureza geral.
eminentemente econômicas.
prescreveu este “novo” modelo de Estado que demandou para o setor das
Agências são entidades híbridas. Meio Estado meio Sociedade. Sua identidade é
ainda precária. São, por um lado, híbridas de funções legislativas, executivas, e
judiciárias, como se fossem um quarto poder emergente que anuncia uma maneira
nova de olhar a coexistência entre os poderes tradicionais: o legislativo, o executivo,
o judiciário. As funções das agências, de fato, usurpam parte das funções típicas de
cada um dos poderes tradicionais (NUNES, 1999).
poder central, daí a qualificação de “especial” que lhes é conferida pelas leis
reguladoras são:
poderes:
legislação existente;
públicas.
econômica e social de grande interesse público. Por serem autarquias, devem ser
criadas por lei, como determina o art. 37, XIX da Constituição Federal. Em razão do
hierárquica da Administração.
grau de autonomia.
para exercer suas funções com rigor e transparência, que assegurem à sociedade
mecanismos:
pode ocorrer a uma Agência é aquela que engessa suas funções por falta
demais agentes sejam demissíveis por ato de vontade, quer dos dirigentes
total. Como qualquer outro órgão público, as Agências Reguladoras estão limitadas
público aquelas condutas que estão previamente autorizadas pela lei, visando
quem governa são as leis e não os homens, diferente das pessoas de direito
56
privado, em que tudo que não é proibido é permitido, para o agente público só é
também disponibilizar estudos, consultorias e pesquisas a seu pessoal, para que ele
dos governantes eleitos a prerrogativa de interferir nas políticas públicas, mas não
prudência.
devem ser respeitados, a menos que se opte por rupturas institucionais, o que não
preservação do sistema regulado, objetivo do qual não se pode descurar, sob pena
avaliação dos dados a que se propôs. Este capitulo tem esta função. Sendo assim,
da ANS
sobre este mercado. Mesmo sendo um setor formado por quatro importantes
de entidades vinculadas; e
Defesa do Consumidor, em 1990, que deu origem ao PROCON, órgão que passou a
(ANS) com o objetivo técnico-político de garantir aos usuários dos planos privados
Criada pela Lei 9961, de 28 de janeiro de 2000, como uma autarquia sob o
regime especial vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e foro na cidade do Rio
suplementar à saúde.
5. Até agosto de 1997, foram apresentados 24 novos projetos e 131 emendas, das
quais somente 13 foram aceitas e incorporadas ao projeto de Lei 4425/94;
10. Em 03 de junho de 1998, o projeto tornou-se a Lei nº. 9656, com a sanção, sem
vetos, do Presidente da República;
11. A Lei entrou em vigor em 03 de setembro de 1998, noventa dias apôs sua
publicação, começando, então, o processo de sua regulamentação.
da Agricultura.
autonomia nas suas decisões técnicas e mandato fixo de seus dirigentes. Tem por
suplementar;
operadoras;
regulamentação;
regulamentação;
defesa do consumidor;
interno.
67
até a criação da ANS era pouco consistente, e muitas vezes equivocado. Por isso, a
clara definição das funções regulatórias foi um grande desafio para a equipe técnica
6. Participação da sociedade.
69
Saúde Suplementar - ANS e determinou para ela independência nas suas decisões
Gestão 2002/2004.
pela lei n° 9.656/98 (lei dos planos de saúde), Med ida Provisória n° 1.665/98 (atual
saúde).
contrato.
os resultados verificados.
da Saúde.
cumpridas.
definidos:
as ações em busca das metas estabelecidas nos Anexos II e III. Nesse sentido,
todas as ações que foram implantadas tinham como pilares básicos as três
cumprimento das 31 metas do Anexo II, apenas uma meta não foi cumprida, a meta
II, alcançaram índice de execução que variou de 90% a 99%, sendo que nove delas
prazo, pois a Agência ainda não dispõe de série estatística de 12 meses do DISQUE
gestão, , ....fato que evidencia a efetiva priorização de atividades finalísticas pela Diretoria
ANS e o Ministério da Saúde em 10 de abril de 2002 -sendo que sua aprovação pelo
suplementar;
2002/2004 41% (7 em 17 metas), o que pode ser constatado é que a definição das
Um outro aspecto diz respeito à forma de apuração dos indicadores que em sua
desempenho:
em 31/12/2004, com vigência para o ano 2005, até a presente data não foi feita uma
avaliação do ano de 2004, e mesmo este relatório bienal não foi avaliado pela
81
pela Portaria MS/ANS n.º 6 / 2002, pois não houve designação formal dos novos
Planejamento e Gestão. Desta forma, este Relatório elaborado pela ANS é Parcial e
índice:
gestão de 2002/2004, pela não indicação formal por parte do Ministério da Saúde e
pela agência.
5 CONCLUSÃO
83
Weber.
saúde suplementar até a criação da ANS, sua estrutura e uma avaliação dos
84
traçados no PDRAE.
gerencial, não vem sendo efetivamente implementada, não por falta de estrutura
organizacional ou jurídica, mas sim por uma atitude que caracterizou a falta de
interesse em avaliar os resultados, que foi a não designação formal dos novos
Desempenho da ANS, instituída pela Portaria conjunta MS/ANS n.º 6/2002, o que
Gestão de 2002/2004.
Constituição 1988.
mudança do foco do controle, que sai do processo e vai para o resultado, o que
foi feito a partir da analise da definição de aparelho do Estado, seus setores, suas
seus dirigentes.
não teve o intuito de subtrair dos governantes eleitos a prerrogativa de interferir nas
políticas públicas, mas sim na maneira como esta interferência deve ser feita por
respeitados, a menos que se opte por rupturas institucionais, o que não guarda
sistema regulado, objetivo do qual não se pode descurar, sob pena de sérios
Ministério da Saúde.
Pode-se concluir que, mesmo tendo todo o embasamento legal para cobrar o
resultados.
87
à saúde é imperfeito e, como tal, não pode ser um mercado livre, e sim regulado, e
isso deve estar absolutamente claro para todos que se dispuserem a investir nele.
pela assimetria que caracteriza o setor, pois não tem domínio sobre o produto a ser
operadoras.
para agir nesse mercado de serviços de saúde suplementar tanto na sua dimensão
REFERÊNCIAS
Legais
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Lei n.º 9.472, de 26/12/1996.
ANS);
Ministério da Saúde:
de Gestão – 2000/2001.
Bibliográficas
MEDICI, André Cezar e BARROS SILVA, Pedro Luiz. Administração flexível: uma
introdução às filosofias de gestão. Revista de Administração Pública, Rio de
Janeiro, 27(3):26-36, jul./set. 1993.
a
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, 20 Edição, Atualizada
por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio Balestero Aleixo e José Emmanuel Burle
Filho, São Paulo: Malheiros , 1995, p. 569-627.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. São Paulo:
Malheiros, 2000.
RIBEIRO, Sheila Maria Reis. Controle interno e paradigma gerencial, Texto para
º
Discussão n 17, Brasília: MARE/ENAP, 1997.
o
ANEXO A - LEI N 9.961 DE 28 DE JANEIRO DE 2000.
Cria a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS e dá outras providências.
o
§ 1 A Diretoria reunir-se-á com a presença de, pelo menos, três diretores, dentre
eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal, e deliberará com, no mínimo, três
votos coincidentes. (Redação dada pela MP nº 2.177-44, de 24 de agosto de
2001).
§ 2o Dos atos praticados pelos Diretores caberá recurso à Diretoria Colegiada como
última instância administrativa.(Redação dada pela MP nº 2.177-44, de 24 de
agosto de 2001).
o o
§ 3 O recurso a que se refere o § 2 terá efeito suspensivo, salvo quando a matéria
que lhe constituir o objeto envolver risco à saúde dos consumidores.
Art. 11. Compete ao Diretor-Presidente:
I - representar legalmente a ANS;
II - presidir as reuniões da Diretoria Colegiada;
III - cumprir e fazer cumprir as decisões da Diretoria Colegiada;
IV - decidir nas questões de urgência ad referendum da Diretoria Colegiada;
o
§ 4 O servidor ou empregado investido em CCSS perceberá os vencimentos do
cargo efetivo, acrescidos do valor do cargo comissionado para o qual tiver sido
designado.
o
§ 5 Cabe à Diretoria Colegiada dispor sobre a realocação dos quantitativos e
distribuição dos CCSS dentro de sua estrutura organizacional, observados os níveis
hierárquicos, os valores de retribuição correspondentes e o respectivo custo global
estabelecidos no Anexo I.
§ 6o A designação para CCSS é inacumulável com a designação ou nomeação para
qualquer outra forma de comissionamento, cessando o seu pagamento durante as
situações de afastamento do servidor, inclusive aquelas consideradas de efetivo
exercício, ressalvados os períodos a que se referem os incisos I, IV, VI e VIII do art.
102 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, com as alterações da Lei no
9.527, de 10 de dezembro de 1997.
Art. 13. A Câmara de Saúde Suplementar será integrada:
I - pelo Diretor-Presidente da ANS, ou seu substituto, na qualidade de Presidente;
II - por um diretor da ANS, na qualidade de Secretário;
III - por um representante de cada Ministério a seguir indicado:
a) da Fazenda;
b) da Previdência e Assistência Social;
c) do Trabalho e Emprego;
d) da Justiça;
e) da Saúde;
IV - por um representante de cada órgão e entidade a seguir indicados:
a) Conselho Nacional de Saúde;
b) Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde;
c) Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde;
d) Conselho Federal de Medicina;
e) Conselho Federal de Odontologia;
f) Conselho Federal de Enfermagem;
g) Federação Brasileira de Hospitais;
h) Confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços;
i) Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades
Filantrópicas;
j) Confederação Nacional da Indústria;
101
cinco por cento sobre o montante calculado na forma do inciso I deste artigo, além
dos descontos previstos nos §§ 6º e 7º, conforme dispuser a ANS.(Parágrafo
incluído pela MP nº 2.097-40, de 24 de maio de 2001).
§ 9º Os valores constantes do Anexo III desta Lei ficam reduzidos em cinqüenta por
cento, no caso das empresas com número de usuários inferior a vinte mil. (Redação
dada pela MP nº 2.097-40, de 24 de maio de 2001).
§ 10. Para fins do disposto no inciso II deste artigo, os casos de alteração de dados
referentes a produtos ou a operadoras, até edição da norma correspondente aos
seus registros definitivos, conforme o disposto na Lei nº 9.656, de 1998, ficam
isentos da respectiva Taxa de Saúde Suplementar. (Parágrafo incluído pela MP nº
2.177-44, de 24 de agosto de 2001).
§ 11. Para fins do disposto no inciso I deste artigo, nos casos de alienação
compulsória de carteira, as operadoras de planos privados de assistência à saúde
adquirentes ficam isentas de pagamento da respectiva Taxa de Saúde Suplementar,
relativa aos beneficiários integrantes daquela carteira, pelo prazo de cinco
anos.(Parágrafo incluído pela MP nº 2.177-44, de 24 de agosto de 2001).
Art. 21. A Taxa de Saúde Suplementar não recolhida nos prazos fixados será
cobrada com os seguintes acréscimos:
I - juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do mês seguinte ao do
vencimento, à razão de 1% a.m. (um por cento ao mês) ou fração de mês;
II - multa de mora de 10% (dez por cento).
§ 1º Os débitos relativos à Taxa de Saúde Suplementar poderão ser parcelados, a
juízo da ANS, de acordo com os critérios fixados na legislação tributária. (Alterado
pela MP nº 2.097-36, de 26 de janeiro de 2001).
§ 2º Além dos acréscimos previstos nos incisos I e II deste artigo, o não
recolhimento da Taxa de Saúde Suplementar implicará a perda dos descontos
previstos nesta Lei.(Parágrafo incluído pela MP nº 2.097-36, de 26 de janeiro de
2001).
o
Art. 22. A Taxa de Saúde Suplementar será devida a partir de 1 de janeiro de 2000.
Art. 23. A Taxa de Saúde Suplementar será recolhida em conta vinculada à ANS.
Art. 24. Os valores cuja cobrança seja atribuída por lei à ANS e apurados
administrativamente, não recolhidos no prazo estipulado, serão inscritos em dívida
ativa da própria ANS e servirão de título executivo para cobrança judicial na forma
da lei.
Art. 25. A execução fiscal da dívida ativa será promovida pela Procuradoria da ANS.
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
105
Art. 26. A ANS poderá contratar especialistas para a execução de trabalhos nas
áreas técnica, científica, administrativa, econômica e jurídica, por projetos ou prazos
limitados, observada a legislação em vigor.
Art. 27. A ANS poderá requisitar, com ônus e para ocupação de cargos
comissionados, servidores e empregados de órgãos e entidades integrantes da
Administração Pública Federal.
Parágrafo único. Durante os primeiros trinta e seis meses subseqüentes à sua
instalação, a ANS poderá:
I - requisitar servidores e empregados de órgãos e entidades públicos,
independentemente da função ou atividade a ser exercida;
II - complementar a remuneração do servidor ou empregado requisitado, até o limite
da remuneração do cargo efetivo ou emprego ocupado no órgão ou na entidade de
origem, quando a requisição implicar redução dessa remuneração.
Art. 28. Nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal, é a ANS
autorizada a efetuar contratação temporária por prazo não excedente a trinta e seis
meses, a contar de sua instalação.
§ 1o Para os fins do disposto no caput deste artigo, são consideradas necessidades
temporárias de excepcional interesse público as atividades relativas à
implementação, ao acompanhamento e à avaliação de atividades, projetos e
programas de caráter finalístico na área de regulação da saúde suplementar,
suporte administrativo e jurídico imprescindíveis à implantação da ANS.
o
§ 2 A contratação de pessoal temporário poderá ser efetivada à vista de notória
capacidade técnica ou científica do profissional, mediante análise do curriculum
vitae.
ANEXO I
QUADRO DEMONSTRATIVO DE CARGOS DE NATUREZA ESPECIAL E EM
COMISSÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR
108
o
UNIDADE N DE DENOMINAÇÃO NE/DAS
CARGOS
Diretoria 5 Diretor NE
Colegiada
5 Diretor-Adjunto 101.5
5 Assessor 102.4
6 Gerente-Geral 101.5
29 Gerente 101.4
ANEXO II
TABELA I
109
Nacional 5
Grupo de Estados 10
Estadual 15
Grupo de Municípios 20
Municipal 25
TABELA II
DESCONTOS POR COBERTURA MÉDICO-HOSPITALAR-ODONTOLÓGICA
OFERECIDA
Ambulatorial (A) 20
A+Hospitalar (H) 6
A+H+Obstetrícia (OB) 4
A+H+OB+O 2
A+O 14
H 16
H+O 14
H+OB 14
H+OB+O 12
O 32
110
ANEXO III
ATOS DE SAÚDE SUPLEMENTAR
CLÁUSULA PRIMEIRA
DO OBJETO E DA FINALIDADE
CLÁUSULA SEGUNDA
DAS OBRIGAÇÕES DA ANS
CLÁUSULA TERCEIRA
DAS OBRIGAÇÕES DO MS
CLÁUSULA QUARTA
DOS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS E FINANCEIROS
CLÁUSULA QUINTA
DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO
CLÁUSULA SEXTA
DA VIGÊNCIA E DAS ALTERAÇÕES CONTRATUAIS
CLÁUSULA SÉTIMA
DAS PENALIDADES
CLÁUSULA OITAVA
DA PUBLICIDADE
JOSÉ SERRA
Ministro de Estado da Saúde
JANUARIO MONTONE
Diretor-Presidente da ANS
Testemunhas:
ANEXO I