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CONSTRUÇÃO DO PRECONCEITO
Everton da Costa Rosa
evertondcr@gmail.com
Resumo
O presente trabalho dá-se como uma prévia para o trabalho de conclusão de curso de mesmo
título à ser apresentado no Curso de História – Licenciatura Plena da Universidade do Vale do
Paraíba. O tema escolhido refere-se intimamente com a questão do preconceito sexual a
questão impugnados os homossexuais, em especial se estes forem professores ou trabalharem
na àrea da educação. O objetivo do trabalho é nortear que o homossexualidade sempre existiu
e não influencia no cárater de uma pessoa, desde que, este se ponha em pensamentos sobre os
locais que frequenta e a realidade social em que está inserido. A metodologia utilizada para
elaboração desta pesquisa se fez através da leitura e análise de artigos sobre o referido tema e
discussões que na história se fizeram perpetuar.
Introdução
Este artigo representa a prévia de um trabalho de conclusão de curso de mesmo título e de
autor. Servindo também de referência para outros trabalhos acadêmicos, ao mesmo tempo em
que comenta os diversos aspectos da questão “a homessexualidade e o ensino.
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
“Poucos historiadores se arriscam a entrar na vida íntima de D. João VI. Dos deles,
Tobias Monteiro e Patrick Wilcken, apontam evidências de que, na ausência da
mulher, ele manteve um relacionamento homossexual – mais por conveniência do que
1 - Wikipédia. Acessado em 07 de Fevereiro de 2011.
por convicção – com Franciso Rufino de Sousa Lobato, um dos camareiros reais.
Monteiro sugere que as funções de Francisco Rufino incluíam masturbar o rei com
certa regularidade […] graças, aos seus serviços, Francisco Rufino foi recompensado e
promovido várias vezes por D. João. Ao final do período de treze anos da corte
portuguesa no Brasil, seus títulos incluíam os de visconde de Vila Nova da Rainha,
conselheiro, guarda-roupas, tesoureiro particular do rei, secretário dos Negócios da
Casa e Estado do Infantado, secretário deputado da Mesa de Consciência e Ordens no
Brasil e governador da Fortaleza de Santa Cruz […].”
Uma vez observado que até na família real de Bragança, última dinastia portuguesa
podemos encontrar traços da homossexualidade, não há como negar, que sim, desde as
fundações de nossa nação o relacionamento homo-afetivo se faz viver.
O professor conforme já provado pela psicologia exerce uma função que marca a vida
e o cotidiano de quem passa por ele, como exemplo, têm-se as pessoas escolhem suas
profissões baseadas no exemplo dos que passaram por sua vida, e, neste contexto deve se
levar em consideração a influência que um profissional da educação tem na formação cultural
e sociológica dos indivíduos. Uma vez que afora os pais, o professor, é quem passa grande
parte do tempo com os jovens, estes é claro, observam a postura e as escolhas feitas por seus
educadores, principalmente, se quiserem maldizer ou mal fazer ao educador.
A orientação sexual de uma pessoa jamais pode interferir em sua vida profissional,
posto que ninguém se diminui por amar diferente, por ter desejos diferentes, contudo, a
sociedade não aceita como seu igual aquele que tem um posição diferente em determinado
aspecto social e afetivo, por tradição, instalada com o advento do catolicismo, a
homossexualidade é tratada como algo errôneo e imoral, sendo assim, a sociedade
desconsidera o trabalho de um professor, por melhor que este seja, apenas por que ele ter uma
opção diferenciada, por ter um estilo de vida, diferente do que é considerado “correto”.
Um professor que assume a sua sexualidade à comunidade escolar, está fadado a sofrer
um intenso preconceito e por vezes ter que lidar com problemas que os outros funcionários da
escola, tido como “normais” pela sociedade não enfrentam, pelo menos, não em tão larga
escala como os outros. Contudo, há casos em que este, por se dar excelentíssimamente bem
com a comunidade escolar, a sua opção sexual parece até não ser de conhecimento mútuo,
sendo assim ele revela que pode se passar por cima das barreiras do preconceito em toda e
qualquer ocasião.
Ser homossexual nas atuais conjunturas sociais é ser consciente de que o preconceito e
as dificuldades vão acompanhá-lo em todos os ramos a que tiver que se impor para adquirir
respeito dos demais, ou, tiver que lidar com as diferenças. O que ocorre com frequência é a
intolerância às diferenças evidenciada nos atos de determinados grupos sociais, como revela o
trecho da reportagem a seguir:
“Um estudante de 27 anos afirmou que ele e um amigo foram vítimas de mais um
ataque homofóbico na região da Avenida Paulista, na madrugada de terça-feira, aniversário de
São Paulo.
Com esse, são pelo menos cinco casos desde 14 de novembro, quando quatro
adolescentes e um jovem de 19 anos cometeram agressões na mesma avenida.” 3
2 – Gomes, Laurentino. 1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta engaram
Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. São Paulo: Ed. Planeta do Brasil, 2007.
3 – Espaço Gls <site> http://espacogls.com/conteudo/?p=2174 – Acessado em 09 de fevereiro de 2011.
A homofobia, ou, aversão, medo, ou ódio a homossexuais, representada no trecho da
reportagem acima é crime no Brasil, prescrito sobre a Lei Estadual 10.948/2001, promulgada
no governo de Geraldo Alckmin, da qual alguns artigos foram elencados a seguir:
“Artigo 1º - Será punida, nos termos desta lei, toda manifestação„o atentatória ou
discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero.
Artigo 2º - Consideram-se atos atentatórios e discriminatórios dos direitos individuais
e coletivos dos cidadãos homossexuais, bissexuais ou transgêneros, para os efeitos desta lei:
I - praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória,
de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica;
II - proibir o ingresso ou permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento
público ou privado, aberto ao público;
IV - preterir, sobretaxar ou impedir a hospedagem em hotÈis, motÈis, pensıes ou
similares;
VI - praticar o empregador, ou seu preposto, atos de demissão direta ou indireta, em
função daorientação sexual do empregado;
VII - inibir ou proibir a admissão ou o acesso profissional em qualquer
estabelecimento público ou privado em funçãoo da orientação sexual do profissional;
VIII - proibir a livre express„o e manifestação de afetividade, sendo estas expressões e
manifestações permitidas aos demais cidadãos
Artigo 3º - São passíveis de punição o cidadão, inclusive os detentores de função
pública, civil ou militar, e toda organização social ou empresa, com ou sem fins lucrativos, de
caráter privado ou público, instaladas neste Estado, que intentarem contra o que dispõe esta
lei.
Artigo 4º - A prática dos atos discriminatórios a que se refere esta lei será apurada em
processo administrativo, que terá inÌcio mediante:
I - reclamação do ofendido;
II - ato ou ofício de autoridade competente;
III - comunicado de organizações não-governamentais de defesa da cidadania e
direitos humanos.” 4
Embora haja esta lei, a homofobia é praticada diariamente em todas as suas formas de
maneira implícita ou explícita. O professor quando demonstra trejeitos homossexuais, mesmo
não o sendo, convive com essa malfadada situação perante colegas de trabalho e alunos,
muitas vezes para não “criar caso” e estender a situação fazendo uma denúncia dos atos
conforme prevê a lei supracitada nos seguintes artigos:
“Artigo 5º - O cidadão homossexual, bissexual ou transgênero que for vétima dos atos
discriminatórios poderá apresentar sua denúncia pessoalmente ou por carta, telegrama, telex,
via Internet ou fac-símile ao órgão estadual competente e/ou a organizações não-
governamentais de defesa da cidadania e direitos humanos.
§ 1º - A denúncia deverá ser fundamentada por meio da descrição do fato ou ato
discriminatório, seguida da identificação de quem faz a den˙ncia, garantindo-se, na forma da
lei, o sigilo do denunciante.
§ 2º - Recebida a denúncia, competirá à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania
promover a instauração do processo administrativo devido para apuração e imposição das
penalidades cabíveis.
Embora o texto da lei, ao contrário de tantas outras, seja extremamente claro, raros são
os homossexuais que fazem uso da mesma para garantir que seus direitos sejam resguardados.
Deve-se levar em consideração também que na grande maioria dos casos omissos ao
sofrimento de homofobia se dá por conta da lentidão do sistema judiciário brasileiro.
Em suma, o professor, quando funcionário da Secretaria de Educação do Estado de
São Paulo, possui ainda de outro amparo legal proscrito na Lei Federal em seu artigo:
Além da lentidão do sistema judiciário, outro fator que faz com os homosseuxais se
calem perante tais fatos, se dão, o de constrangimento, posto que, muitos por não assumirem a
sua sexualidade socialmente, sentem-se intimidados a declararem-se vítimas de homofobia,
pois, isso seria o mesmo que admitir ser homossexual.
Enquanto houver um pensamento clássico do medievo referente as diferenças sociais,
psicológicas, sexuais e culturais, haverá a prática da homofobia, dentre outros fatores que
levam diversos homossexuais à cometerem atos extremos, sendo o suícidio o maior e mais
grave deles, como vê-se no trecho à seguir:
“Os assassinatos homofóbicos como crimes de ódio, pois levam seus autores
geralmente a praticarem elevado grau de violência física e desprezo moral contra a
vítima, sendo tais mortes muitas vezes antecedidas de tortura, uso de múltiplas armas e
grande número de golpes.” 7
Para Amanda Souza, bissexual, professora, vinte e três anos da cidade de São José dos
Campos:
Vê-se claramente que a maturidade trás à tona uma formalidade maior, ou, um
conceito mais claro, embora, não tão lúdico, sobre o tema. Em contrapartida, à visão do autor,
homossexualidade é você sentir-se atraído por pessoas do mesmo sexo, embora, isto não
esteja intimamente ligado à prazeres sexuais, posto que, podem existir grandes
relacionamentos afetivos entre amigos sem que haja contato físico e íntimo.
A segunda questão foi:
“Você é homossexual ou bissexual? Qual sua fonte de prazer?”
Segundo Tanaka:
“Sou bissexual, não tenho restrições me sinto atraída por homens e mulheres”
“Desde criança eu sempre soube, logo não tive problemas em aceitar! Não tive apoio
da família e dos amigos porque não senti a necessidade deles nessa hora”
Para Souza:
“Não foi difícil me aceitar. Não contei para família. Amigos aceitam naturalmente.”
“Acho normal, é cada vez mais comum de se ver casais homessexuais demonstrando
seus afetos em público (pelo menos em São Paulo).”
Para Souza:
“Considero corajosos, pois a maior parte da sociedade não aceita, apesar de hoje esse
preconceito está sendo quebrado.”
“Quando a pessoa toma cuidado com as palavras, é um bom sinal! Por exemplo, você
pergunta para um homessexual do gênero masculino: "quem é o seu amor?", ele vai tomar
cuidado ao escolher as palavras, vai trocar "ele" por "pessoa", e assim vai...”
Para Souza:
É também verdade que homossexuais possuem um certo feeling8 (do inglês sentimento,
tendência a) para reconhecer seus iguais. Conforme Tanaka diz à escolha de palavras
diferenciadas representa uma forma de ocultar determinados fatos. Souza traz ainda um ponto
delicado e extremamente discutível: “professores percebem se seus alunos são ou não”, por
ter experiência no assunto, tanto a entrevistada como o autor entram em consenso à respeito
desta afirmação, uma vez que, o professor passa grande parte do tempo junto aos seus alunos
e ali estabelece uma relação, um vínculo de amizade, ou não, que pode perceber ou vir a
suspeitar que seu aluno seja homossexual, embora, essa não seja sua função e agir assim seria
uma forma discriminatória, pois, nem sempre o que parecer ser é.
Segundo Tanaka:
Para Souza:
“Não”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
2 – Gomes, Laurentino. 1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte
corrupta engaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. São Paulo: Ed.
Planeta do Brasil, 2007.
7 – Steve, Daniel apud Mott, 2000, p.15, Dias de Ira. Daniel Steve <site>
http://www.danielsteve.com.br/homofobia_7.html – Acessado em 09 de fevereiro de 2011.